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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

ENGENHARIA MECÂNICA

MATERIAIS DE CONSTRUÇÕES MECÂNICAS I

8ª Edição

DIAGRAMA DE FASES:

Processo De Solidificação Liga Ferro-Carbono

Discente:
- Acendino Notholias de Sousa Fernando.

Trabalho de pesquisa individual, de


carácter avaliativo da cadeira de
Materiais de Construções Mecânicas-
I, administrada pelo docente:
Eng.: Emílio

Nampula, 12 de Maio de 2022


ÍNDICE

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3
IMAGENS DE DIAGRAMA DE FASES DO PROCESSO DE SOLIDIFICAÇÃO DA LIGA
FERRO-CARBONO........................................................................................................................4
O DIAGRAMA FERRO-CARBONO.............................................................................................5
AS FASES QUE PODEMOS FORMAR NESSE SISTEMA SÃO:................................................5
PONTOS IMPORTANTES DO DIAGRAMA FE-C:....................................................................5
TEMPERATURAS E PONTOS CRÍTICOS NO DIAGRAMA FERRO-C...................................6
TIPOS DE LIGA FERROSA NO DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DE FERRO-CARBONO.....7
CONCLUSÃO.................................................................................................................................8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................9
INTRODUÇÃO
Diagramas de fase são representações gráficas das fases presentes em uma liga sob várias
condições de temperatura, pressão e composição química.
A solidificação de ligas metálicas é claramente compreendida por meio de diagramas de
equilíbrio. São representações gráficas de mudanças de estado devido a variações de temperatura
e concentração. Como este diagrama indica a natureza e constituição das ligas e a quantidade e
composição das fases em um determinado sistema, também é conhecido como diagrama de
constituição ou diagrama de fases.

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IMAGENS DE DIAGRAMA DE FASES DO PROCESSO DE SOLIDIFICAÇÃO DA
LIGA FERRO-CARBONO.

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O DIAGRAMA FERRO-CARBONO
O diagrama ferro-carbono que é na verdade metaestável, que tipicamente contempla uma
pequena faixa de teor de carbono, variando de 0 a 6,7% (em peso), sendo este último equivalente
a composição da cementita (Fe3C). Esta fase apesar de se formar facilmente na prática é na
verdade uma fase metaestável, ou seja, não é a fase de equilíbrio (que seria o grafite, ou grafita)!

A associação entre Ferro e Carbono leva à formação de diversas fases em diferentes composições
e temperaturas como as fases cúbica de corpo centrado (CCC), cúbica de faces central (CFC)
conforme explicaremos a seguir. O estudo desse diagrama pode inclusive nos ajudar a entender o
porquê as variações do teor de Carbono no Ferro resultam em diferentes propriedades físicas e
mecânicas. Um aspecto curioso é que o Carbono não é muito solúvel no Ferro no estado sólido,
isto ocorre pois o Carbono entra solução sólida nos interstícios (regiões não ocupadas por
átomos), uma vez que o tamanho do Carbono é maior que o tamanho do interstício do Ferro
(CFC e CCC), uma solubilidade de apenas 0,02% (na estrutura CCC) a 727° C e 2% (na
estrutura CFC) a 1148°C é possível.
As Fases que podemos formar nesse sistema são:
Ferrita-α: solução sólida formada em baixas temperaturas de estrutura CCC com baixíssima
solubilidade máxima de Carbono (~0,0218% a 727°C).
Austenita-ϒ: solução sólida formada em temperaturas intermediárias de estrutura CFC e dispõe
solubilidade máxima de aproximadamente 2,08% de carbono a 1147°C.
Ferrita-δ: solução sólida de estrutura CCC que se forma somente em temperaturas altas,
possuindo solubilidade máxima de C um pouco maior que a Ferrita-α (~0,09% a 1485°C). Possui
propriedades paramagnéticas.
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Cementita-Fe3C: Carboneto de Ferro que possui elevada dureza e estrutura cristalina
ortorrômbica.
Perlita (α + Fe3C): NÃO é uma fase, mas sim uma combinação de duas fases na forma de
lamelas. Quando o teor de carbono é de ~0,76%, a ~727°C (chamado ponto eutetóide) ao
resfriarmos este aço temos que toda fase austenita se torna perlita.

Microestrutura em ligas metálicas: São as diferentes fases e o modo como elas estão
arranjadas. Estão diretamente relacionadas com as propriedades mecânicas, físicas e funcionais
da liga. O arranjo dessas ‘misturas’ de fases são influenciados pelo tipo de resfriamento que o
material está submetido, caso seja um resfriamento lento, a transformação de uma fase será
finalizada no equilíbrio, já se for um resfriamento rápido, a estrutura criada poderá ser segregada
ou metaestável (como a Cementita!), uma vez que não houve tempo de se atingir o equilíbrio.

PONTOS IMPORTANTES DO DIAGRAMA FE-C:


Ponto eutetóide (ϒ → α + Fe3C) a 727°C: Quando o ferro passa de CFC para CCC, ao mudar
sua estrutura cristalina – diminuindo a solubilidade de carbono - faz com que o Fe-α formado
rejeite carbono, uma vez que não consegue manter essa solução sólida mais rica. Isso faz com
que formem duas fases sólidas, uma rica em carbono e outra em ferro, com microestrutura
lamelar.
Ponto eutéctico (L → ϒ + Fe3C) a 1147°C: Partindo da fase líquida e sendo resfriado
lentamente, ao atravessar o ponto eutéctico o líquido se solidifica em duas fases, resultando em
uma microestrutura lamelar.
Ponto peritético (δ + L → ϒ) a 1493°C: Depende da difusão de átomos pela fase formada,
neste caso a ferrita δ. Reações deste tipo são geralmente mais demoradas, porém como no Fe-C
ela se completa rapidamente pois ocorre em temperatura muito alta e depende da difusão
intersticial do C, que é um processo relativamente rápido a 1493°C. Como ela ocorre em
temperaturas mais altas do que temperaturas típicas de processamento de aços, é geralmente a
reação menos relevante no estudo de aços.

TEMPERATURAS E PONTOS CRÍTICOS NO DIAGRAMA FERRO-C


Existem muitas temperaturas e pontos críticos no diagrama Ferro-C que são importantes tanto do
ponto de vista básico quanto prático. Estas são as temperaturas em que durante o resfriamento,
ou aquecimento, se produzem nelas as transformações de fase bem como magnéticas. As
temperaturas nas quais as transformações ocorrem no estado sólido são chamadas de
temperaturas críticas, ou pontos críticos. As principais temperaturas e pontos críticos são dados
abaixo.
Temperatura A0 – É a temperatura Curie quando ocorre a mudança magnética para não
magnética da cementita no aquecimento. A estrutura pode desenvolver defeitos como

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deslocamentos, falhas e vacâncias. A cementita é metálica e ferromagnética com uma
temperatura Curie de cerca de 210 graus C. Quando ligada, os solutos metálicos substituem os
sítios de ferro; átomos menores, como o boro, substituem o carbono nos locais intersticiais.
Temperatura A1 – É a temperatura (727°C) quando ocorre a transformação eutetóide. A esta
temperatura a perlita muda para austenita no aquecimento e vice-versa.
Temperatura A2 – É chamada de temperatura de Curie da ferrita (768 graus C), onde a ferrita
ferromagnética no aquecimento muda para paramagnética. A esta temperatura nenhuma
mudança na microestrutura está envolvida.
Temperatura A3 – É a temperatura na qual a ferrita começa a se formar a partir de austenita, no
resfriamento do aço hipo-eutetóide ou os últimos vestígios de ferrita livre mudam para austenita,
no aquecimento. Assim, é a temperatura correspondente ao limite de fase gama + alfa / gama
para o aço hipo-eutetóide e é uma função do teor de carbono do aço, pois diminui de 910 graus C
a 0 % C para 727 graus C a 0,76 % C Também é chamada de temperatura crítica superior dos
aços hipo-eutetóides. O intervalo de temperatura entre as temperaturas A1 e A3 é chamado de
faixa crítica na qual a austenita existe em equilíbrio com a ferrita.
Temperatura Acm – É a temperatura, em um aço hiper-eutetóide, na qual a cementita pró-
eutetóide apenas começa a se formar (no resfriamento) a partir da austenita. Representa a
temperatura do limite de fase gama/gama + Fe3C e é uma função do carbono. A linha Acm
ilustra que a solubilidade sólida do carbono na austenita diminui muito rapidamente de um
máximo de 2,14% a 1148°C para um máximo de 0,76% a 727°C, devido à maior estabilidade da
cementita em temperaturas mais baixas. O carbono extra precipita da austenita como cementita
pró-eutetóide em aços híper-eutetóides (também chamada de cementita secundária em ferros
fundidos). A separação da cementita da austenita (no resfriamento) também é acompanhada com
a evolução do calor.
Temperatura A4 – É a temperatura na qual a austenita se transforma em ferro delta. O valor
mais baixo para esta temperatura é 1394 graus C, que é no caso de ferro puro. Essa temperatura
aumenta à medida que a percentagem de carbono aumenta.
Temperatura Ms – É a temperatura na qual a transformação da austenita em martensita começa
durante o resfriamento.
Temperatura Mf – É a temperatura na qual termina a formação da martensita durante o
resfriamento. Todas as mudanças, exceto a formação de martensita, ocorrem em temperaturas
mais baixas durante o resfriamento do que durante o aquecimento e dependem da taxa de
mudança de temperatura.

TIPOS DE LIGA FERROSA NO DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DE FERRO-


CARBONO
A escala de percentagem de peso no eixo X do diagrama de fases de carbono do ferro varia de
0% para 6,67% Carbono. O metal é simplesmente conhecido como ferro ou ferro puro até um
teor máximo de carbono de 0,008 por cento em peso de carbono. À temperatura ambiente, existe
na ferrite Estado.

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Aço é uma liga de ferro-carbono com um teor de carbono que varia de 0,008 a 2,14 por cento. As
classes de aço dentro dessa faixa são conhecidas como aço de baixo carbono (ou aço macio), aço
carbono médio, e aço de alto carbono.
Quando o teor de carbono excede 2,14 por cento, alcançamos o ferro fundido palco. O ferro
fundido é extremamente duro, mas sua fragilidade limita severamente suas aplicações e métodos
de conformação.

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CONCLUSÃO
O diagrama se refere a uma liga Fe -C pura. Na prática a presença de elementos residuais
decorrentes do processo de obtenção do aço podem causar variações no diagrama. O diagrama é
definido para valores de carbono de 0 até 6,7 %. Pouco se conhece acima deste valor. Na prática
as ligas que apresentam valores de teor de carbono acima de 4,5 % apresentam pouca ou
nenhuma importância comercial. O diagrama de equilíbrio Fe - C é na verdade um diagrama Fe -
Fe3C (carboneto de ferro) que corresponde ao teor de carbono de 6,7 %.O diagrama de equilíbrio
Fe - C é na verdade um diagrama Fe - Fe3C (carboneto de ferro) que corresponde ao teor de
carbono de 6,7.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(acesso internet dezembro 2022)
https://moodle.ubi.pt/pluginfile.php/414275/mod_resource/content/1/8_Ligas%20met
%C3%A1licas%20n%C3%A3o%20ferrosa.pdf2.
https://www.academia.edu/11535378/Materiais_de_Engenharia_Padilha?auto=download3.
https://brogdomonzao.files.wordpress.com/2013/10/cic3aancia-e-engenharia-de-materiais-uma-
introduc3a7c3a3o-william-d-callister-jr.pdf4.
http://docente.ifsc.edu.br/claudio.schaeffer/material/2_Mecatr%C3%B4nica/
Materiais_1_Meca_2/Tecnologia%20dos%20Materiais_Complementar.pdf5.
https://www.academia.edu/35146582/
FUNDAMENTOS_DA_ENGENHARIA_E_CIENCIA_DOS_MATERIAIS_-
_SMITH_and_HASHEMI
https://pt.slideshare.net/laufersil/11-cincias-dos-materiais21.https://www.passeidireto.com/
arquivo/21694948/resumo-diagrama-ferro-carbono

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