Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSOS DE ENGENHARIA
1
TEXTOS DE APOIO 2009 Elaborados por Felizardo Alves
1 INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS DO NAVIO
É constituída por todas as máquinas térmicas principais e auxiliares e respectivos sistemas de
tubagens e outras máquinas, órgãos e dispositivos, destinados a assegurar a satisfação da
totalidade das necessidades do navio, de modo a constituir uma unidade dotada de total
autonomia.
2
1.2 MÁQUINAS TÉRMICAS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os elementos mais importantes das instalações de máquinas dos navios, são as máquinas
térmicas, dada o seu enorme contributo como máquinas principais e auxiliares. A sua função, é
converter a energia química do combustível em trabalho mecânico a fim de ser utilizado na
propulsão e também no accionamento de geradores da energia eléctrica, necessária para o
accionamento das máquinas auxiliares, iluminação, governo, manobra, carga, ventilação,
refrigeração, navegação, comunicações, e muitas outras utilizações.
Quanto ao tipo de movimento a que está sujeito o órgão, que o fluido energético
(fluido motor) acciona, as máquinas térmicas, classificam-se em:
3
4
5
1.3 TIPOS DE INSTALAÇÕES PROPULSORAS
6
1.4 CONSTITUIÇÃO DAS INSTALAÇÕES PROPULSORAS
1.4.1 INSTALAÇÃO PROPULSORA COM TURBINAS A VAPOR
Utiliza-se muito esporadicamente em alguns navios de grande porte tais como
petroleiros, transporte de carvão e navios de passageiros em que é requerida uma
potência propulsiva elevada.
CONSTITUIÇÃO
Caldeira (gerador de vapor)
Turbinas a vapor (máquinas principais)
Caixa de engrenagens redutoras, linha de veios (transmissor)
Hélice (propulsor)
7
1.4.2 INSTALAÇÃO PROPULSORA COM MOTOR DIESEL
Nos navios de carga de grande porte em que são requeridas elevadas
potências, a solução mais generalizada é a propulsão directa com motores
diesel de dois tempos lentos, com regimes de funcionamento de 70 a 200 rpm,
os quais em regra aumentam à medida que as potências propulsivas
diminuem.
CONSTITUIÇÃO:
Motor diesel (máquina principal)
Engrenagens e/ou linha de veios (transmissor)
Hélice (propulsor)
8
9
1.4.3 INSTALAÇÃO PROPULSORA COM TURBINA A GÁS
Apresenta a vantagem de ser muito mais leve e ocupar menos espaço do que as
instalações de propulsão com turbinas a vapor e motores diesel equivalentes.
CONSTITUIÇÃO:
Turbina a gás ( integra o gerador de gás constituído pelo
compressor de ar e respectiva turbina de accionamento e pela
câmara de combustão)
Engrenagens redutoras e linha de veios (transmissor)
Hélice (propulsor)
10
11
12
1.5 COMPARAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PROPULSORAS
Para que esta comparação seja possível tem de ser efectuada no âmbito de
aplicabilidade em que as diferentes tipos de instalações propulsoras possam
concorrer, tendo em consideração uma potência propulsiva, em regra superior a 50
000 KW.
Peso da instalação – a mais leve é a que utiliza a turbina a gás e a mais pesada a
que utiliza a solução diesel directa, ocupando a turbina a vapor uma posição
intermédia.
Espaço ocupado pela instalação – é semelhante para as soluções que utilizam
Turbinas a Vapor e Motores Diesel e menor para a solução que utiliza Turbinas a
Gás, o que por si só permite aumentar a capacidade de carga do navio em cerca de
13 %
A figura a seguir apresentada, ilustra a diferença entre os espaços ocupados pelas
Instalações Propulsoras com Turbina a Gás e com Motor Diesel.
13
Pessoal a utilizar na operação – é sensivelmente o mesmo para as três
soluções
Preço do equipamento – é sensivelmente igual para as três soluções. Mas à
medida que a potência propulsiva vai diminuindo, verifica-se uma progressiva
redução do custo da propulsão com Motor Diesel em relação às restantes.
Manutenção do equipamento – a propulsão com Motor Diesel apresenta
uma ligeira desvantagem devido aos maiores custos que envolve.
Consumo de combustível – é menor no caso da propulsão com Motor
Diesel, seguindo-se a propulsão com Turbinas a vapor, sendo a propulsão
com Turbinas a Gás a que consome mais para a mesma potência propulsiva.
14
1.6 DESCRIÇÃO E FUNCIONAMENTO
1.6.1 INSTALAÇÕES PROPULSORAS COM TURBINAS A VAPOR
CALDEIRAS MARÍTIMAS
Dado serem órgãos potencialmente perigosos a bordo dos navios, os materiais
utilizados na sua construção bem como os processos de fabrico utilizados e os
testes a que são obrigatoriamente submetidas quer durante a sua construção, quer
ao longo da sua vida útil, obedecem a regras estabelecidas pelas Sociedades
Classificadoras, com base em estudos técnicos e na experiência recolhida ao longo
de muitos anos de experiência, tendo em vista a sua segurança e fiabilidade, a par
de uma reduzida manutenção e facilidade de operação.
Cilíndricas
De formas especiais
16
QUANTO AO PERCURSO DOS GASES E DA ÁGUA
Caldeiras gás-tubulares – os gases circulam pelo interior
dos tubos da caldeira e a água pelo exterior
Caldeiras aquitubulares – a água circula pelo interior dos
tubos da caldeira e os gases pelo exterior
As caldeiras gás tubulares outrora muito usadas como caldeiras principais, são
hoje em dia só utilizadas como caldeiras auxiliares para gerar vapor a pressões da
ordem dos 7 aos 10 bar. Possuem as seguintes vantagens:
São de construção simples e de fácil limpeza e beneficiação.
Requerem poucos cuidados no seu funcionamento dado disporem de
grandes depósitos de água e vapor, o que permite flutuações na
combustão sem afectar muito a pressão de regime.
Podem utilizar água de alimentação menos tratada, pois dadas as
baixas pressões a que trabalham e a considerável massa de água, a
formação de depósitos calcários reveste-se de menor importância.
17
As caldeiras aquitubulares são as únicas actualmente utilizadas como caldeiras
principais nas instalações propulsoras a vapor, dado apresentarem sobre as
caldeiras gás-tubulares as seguintes vantagens:
São mais leves para a mesma potência
São mais fáceis de desmontar e montar, dado serem constituídas por
partes mais pequenas e leves.
Têm maior capacidade para produzir vapor e por isso satisfazem
mais facilmente as rápidas variações de potência, dado o reduzido
volume de água em circulação.
Adaptam-se melhor às elevadas pressões e sobreaquecimentos
requeridos pelas actuais instalações.
18
QUANTO Á CIRCULAÇÃO DE GASES NAS FORNALHAS
Caldeiras de chama directa – o tubular está no prolongamento da
fornalha
Caldeiras de chama invertida – o tubular não está no prolongamento
da fornalha
As caldeiras verticais gás-tubulares, são por vezes utilizadas a bordo dos navios
como caldeiras auxiliares para recuperar parte da energia dos gases de evacuação
dos motores diesel, a fim de produzir vapor para os serviços auxiliares à pressão de
até 10 bar.
19
QUANTO À CIRCULAÇÃO DE ÁGUA NO TUBULAR
Caldeiras de circulação natural – a água circula apenas por
convecção, devido à diferença de densidades entre a água fria que
desce e a água quente e vapor que sobem.
Caldeiras de circulação forçada – a circulação da água no tubular é
assegurada por meio de bombas adequadas.
CALDEIRAS PRINCIPAIS
Normalmente queimam combustíveis pesados, têm formas especiais, fornalhas
interiores, são aquitubulares com uma frente de trabalho, de alta pressão, com
circulação natural ou forçada. A sua principal função é produzir vapor para as
turbinas propulsoras dos navios.
20
PRINCIPAIS COMPONENTES
COLECTOR DE VAPOR – É o superior, normalmente de maior diâmetro, com
capacidade para armazenar o vapor saturado produzido e também a água para
alimentar os colectores inferiores.
TUBULARES VAPORIZADORES
Têm a função de por um lado encaminhar a água de alimentação do colector de
vapor, o superior, para os colectores de água, os inferiores, através dos tubos
situados nas zonas de menor temperatura da caldeira (mais afastados combustão) e
por outro de proceder à vaporização da mesma através dos tubos situados nas
zonas de maior temperatura da caldeira (mais próximos da combustão).
São constituídos por tubos de aço laminado sem costura, cujo diâmetro e espessura
aumentam à medida que se aproximam da câmara de combustão, dado ficarem
sujeitos a mais intensa vaporização e a maiores esforços térmicos.
21
CÂMARA DE COMBUSTÃO – é o espaço delimitado pelos tubulares
vaporizadores, lar da câmara de combustão e paredes anterior e posterior. Este
conjunto é envolvido por uma caixa de aço macio forrada internamente com
materiais isolantes, sendo o lar da câmara de combustão, parede anterior, parede
posterior e muros laterais geralmente revestidos com tijolos refractários.
22
AQUECEDORES DE AR DE TIRAGEM – Têm por finalidade aquecer o ar que vai
alimentar a combustão. Para o efeito este é enviado sob pressão, pelas ventoinhas
de ar de tiragem através de condutas em contacto directo com as superfícies
quentes do invólucro da caldeira para as caixas de ar da frente da mesma onde
estão montados os distribuidores de ar da combustão.
Para o efeito são constituídos por tubulares instalados em contacto directo com as
chamas e gases de combustão, percorridos interiormente na zona de entrada, por
vapor saturado húmido que se vai transformando em vapor sobreaquecido à medida
que se aproxima da zona de saída para as turbinas.
23
DESSOBREAQUECEDORES – transformam o vapor sobreaquecido em vapor
saturado húmido a fim de poder alimentar determinadas máquinas que não podem
trabalhar com vapor sobreaquecido.
Tanto podem ser constituídos por tubulares montados no depósito de água da
caldeira como ainda por outros órgãos especiais em que se injecta água de
alimentação da caldeira pulverizada no seio do vapor sobreaquecido para o
transformar em vapor saturado.
Este processo é controlado por uma válvula termostática, comandada pela
temperatura do vapor sobreaquecido.
São constituídos por conjuntos de chapas onduladas, próximas entre si, que formam
um autêntico labirinto por onde o vapor saturado é obrigado a passar antes de sair
do colector de vapor, onde fica retida a água que o vapor poderia arrastar.
24
REAQUECEDORES – aquecem novamente o vapor para eliminar as partículas de
água que se formam durante a sua expansão na turbina de alta pressão, as quais
podem provocar graves problemas de erosão nas pás das turbinas de baixa
pressão.
São constituídos por tubulares especiais por onde o vapor é obrigado a passar para
ser reaquecido, após se expandir por exemplo na turbina de alta e antes de entrar
na turbina de baixa pressão. Porém, o vapor pode ser extraído para reaquecimento
de outra fase da expansão mais conveniente aos fins em vista.
SAPATAS – servem de suporte à caldeira, pelo que são aplicadas na parte inferior
da sua estrutura, sendo em regra de aço vazado.
25
VÁLVULAS DE PURGA DE AR – servem para permitir que o ar existente na
caldeira saia durante o enchimento com água e até ao início da produção de vapor,
bem como para deixar entrar ar na caldeira para permitir o seu esvaziamento. Estes
dispositivos podem ser materializados tanto por machos como por válvulas.
26
TERMÓMETROS AVISADORES – alertam os operadores através de um alarme
sonoro e por vezes óptico de que a temperatura do vapor sobreaquecido atingiu
valores incomportáveis para a segurança de funcionamento da caldeira.
27
INDICADOR DE NIVEL DE ÁGUA – é o aparelho que serve para indicar o nível
de água tanto dos tanques de alimentação de reserva como da caldeira. De acordo
com o seu posicionamento na instalação pode designar-se por:
28
TURBINAS A VAPOR
Têm características particulares que as distinguem das outras máquinas térmicas.
Assim, em relação às máquinas alternativas a vapor, para a mesma potência
ocupam menos espaço, possuem maior rendimento e dado serem máquinas de
fluxo contínuo, dispensam os complexos órgãos de distribuição daquelas.
Em relação aos motores diesel para além de não necessitarem dos complexos
órgãos de distribuição que estes também utilizam, apresentam um binário motor
mais regular pelo que dispensam a montagem de qualquer volante no veio.
Apresentam contudo a desvantagem do seu rendimento térmico ser inferior, pelo
que hoje em dia são pouco utilizadas na propulsão dos navios mercantes
29
As turbinas principais a vapor utilizadas na propulsão dos navios podem por isso ser
de fluxo axial (turbinas de acção) de fluxo radial (turbinas de reacção) ou de fluxo
misto (turbinas mistas).
As turbinas auxiliares utilizadas para accionamento de bombas, etc., são na maioria
dos casos de fluxo radial e de fluxo misto.
O objectivo primordial das turbinas a vapor é transformar a energia calorífica do
fluído motor, ou seja do vapor de água, em energia mecânica. Para o efeito é
transformada primeiro em energia cinética (velocidade) e depois em trabalho
mecânico através da rotação de um veio motor.
Para que as turbinas a vapor, apresentem bom rendimento, a sua velocidade de
rotação tem de ser elevada, 2 000 a 3 000 rpm, para as de elevada potência, 9 000
a 12 000 rpm, para as de média potência e de 35 000 a 40 000 rpm, para as de
pequena potência.
É evidente que para poderem ser utilizadas com bom rendimento no accionamento
de hélices, bombas, compressores, etc., que para funcionarem eficazmente
requerem velocidades de rotação muito inferiores, torna-se imprescindível instalar
redutores de velocidade entre estes operadores e as turbinas de vapor que os
accionam, a fim de que cada um possa operar num regime distinto de rotação em
que o seu rendimento é mais elevado, sem penalizar o outro.
A figura a seguir apresentada, mostra precisamente um tipo de redutor de
velocidade normalmente instalado entre as turbinas a vapor e a linha de veios, em
cuja extremidade está montado o hélice que accionam, constituído por um conjunto
de engrenagens de dupla redução de velocidade de rotação em que os dentes dos
carretos e dos pinhões são helicoidais.
30
Uma das desvantagens das turbinas de vapor deve-se à sua irreversibilidade, isto é,
à incapacidade para alterarem o seu sentido de rotação. Tal implica que quando são
utilizadas para propulsionar os navios, seja necessário instalar um grupo de turbinas
para efectuar a propulsão a vante e também outro, embora de menor potência, para
efectuar a propulsão a ré durante as manobras do navio.
Em virtude das suas características, as turbinas de vapor são hoje em dia utilizadas
na produção de energia eléctrica e na propulsão dos navios que utilizam energia
nuclear.
31
PRINCIPAIS COMPONENTES DAS TURBINAS A VAPOR
32
BASE DE APOIO OU FIXE – Serve de suporte a todos os outros componentes da
turbina e de fixação à estrutura do navio, através das sapatas situadas na parte
inferior a vante e a ré.
As sapatas de vante têm uma certa liberdade de movimento na direcção longitudinal
do navio, para permitirem as dilatações e contracções a que a turbina normalmente
está sujeita durante o funcionamento, resultantes das variações de temperatura.
A fim de dar indicações sobre as dilatações e contracções sofridas pela turbina,
existe um indicador de dilatação longitudinal munido de uma escala apropriada.
33
Agulhetas das turbinas de acção – são condutas fixas montadas nos respectivos
distribuidores, por onde passa o vapor de alimentação, cujas funções consistem em
expandir e direccionar o vapor por forma a accionar as pás móveis, convertendo
para o efeito, primeiro a sua energia térmica em energia cinética e depois em
energia mecânica, com a consequente rotação do veio motor.
Vejamos agora através da figura a seguir apresentada, qual o princípio de
funcionamento das turbinas de acção.
34
Pás fixas das turbinas de reacção – são montadas nos respectivos distribuidores,
de modo a formarem entre si várias condutas por onde passa o vapor de
alimentação, consistindo a sua função em direccionar apenas o vapor para as pás
móveis onde ocorre a transformação da sua energia térmica em mecânica.
Vejamos agora através da figura a seguir apresentada, qual o princípio de
funcionamento das turbinas de reacção.
35
Rotor – é o órgão móvel da turbina, que roda mediante a acção do vapor de água
nas suas pás. É constituído pelo veio motor e pelas rodas nele montadas, onde se
alojam as pás móveis.
Nos espaços compreendidos entre os distribuidores formados pelas agulhetas no
caso das turbinas de acção, ou entre os distribuidores formados pelas pás fixas no
caso das turbinas de reacção, rodam as respectivas rodas de pás móveis.
36
SISTEMAS DA INSTALAÇÃO PROPULSORA A VAPOR
Numa segunda fase, a água doce produzida pelo VAS é enviada para o VAD a fim
de ser bidestilada, por um processo semelhante ao anterior a fim de aumentar o seu
grau de pureza e assim poder ser enviada para o tanque de reserva de água de
alimentação das caldeiras.
37
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA DAS CALDEIRAS
Como já vimos, a água que alimenta as caldeiras principais utilizadas nos navios é
normalmente bidestilada e tratada de modo a evitar a formação de depósitos e
corrosões, susceptíveis de inutilizar os componentes da instalação, pondo em risco
o seu normal funcionamento.
Constituição:
38
39
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE AR PARA A COMBUSTÃO
Para que a combustão se desenvolva nas melhores condições, é indispensável
dispor de ar e combustível devidamente aquecidos e em proporções adequadas.
O combustível deve por isso ser introduzido na câmara de combustão à
temperatura correspondente à viscosidade que proporciona uma correcta
pulverização, a fim de que se misture facilmente com o ar, reaja quimicamente com
o oxigénio deste e se queime rápida e completamente.
O ar de alimentação por seu lado para além de ter de ser fornecido na quantidade
suficiente para que a combustão seja completa, deve também ser introduzido à
temperatura que favoreça o seu bom desenvolvimento.
Se o ar for introduzido demasiado frio, a combustão será retardada, uma vez que
absorverá parte do calor desta para o seu próprio aquecimento, enquanto se for
introduzido demasiado quente haverá dificuldade em fornecer a quantidade
necessária para uma combustão completa, pelo que é necessário encontrar o justo
equilíbrio entre estas duas situações.
No que se refere à proporção ar/combustível adequada para alimentar com bom
rendimento a combustão nas caldeiras, muito embora do ponto de vista teórico seja
de 15/1, isto é, de 15 kg de ar para 1 kg de combustível, verifica-se na prática,
devido às dificuldades inerentes ao processo de combustão, que os melhores
resultados se obtêm com um excesso de ar de cerca de 20% em relação ao valor
teórico.
Constituição:
Ventoinhas de tiragem forçada
Válvulas de regulação do fluxo de ar
Aquecedores de ar
Distribuidores de ar
40
Na caldeira aquitubular principal apresentada na figura, pode visualizar-se a
circulação dos seguintes fluidos
Ar de alimentação
Gases de combustão
Vapor gerado
41
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL
Por razões de natureza económica, as caldeiras principais dos navios são
alimentadas com combustíveis pesados, fuel e nafta, que para serem devidamente
queimados têm de ser previamente aquecidos e filtrados.
Constituição:
Tanques de serviço ou diários de fuel
Filtros de fuel
Compressores de fuel
Aquecedores de fuel
42
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR PRINCIPAL
Efectua a distribuição do vapor produzido pelas caldeiras, a fim de alimentar as
turbinas principais, as turbogeradoras de corrente eléctrica, as turbobombas de
água de alimentação, os ejectores dos condensadores principais, etc..
Constituição:
Válvulas de passagem de vapor
Encanamentos de vapor
Colectores de vapor
Órgãos de regulação da admissão de vapor nas turbinas
43
Os lubrificantes têm vindo a assumir um papel cada vez mais importante no
funcionamento das máquinas, devido por um lado ao considerável aumento das
velocidades e potências e por outro às diversas funções que podem assegurar,
quando são utilizados para lubrificar as superfícies de contacto dos seus órgãos
móveis, tais como:
Lubrificar – as superfícies de contacto através da interposição de uma
película lubrificante;
Limpar – remover as impurezas que se introduzam no sistema de
lubrificação ou nele sejam geradas em virtude do normal desgaste dos
órgãos ou por anomalia de funcionamento e transportá-las até aos
filtros de óleo onde ficarão retidas;
Arrefecer/refrigerar – os órgãos que lubrificam de modo a manter as
temperaturas de funcionamento adequadas para garantir as folgas que
melhor asseguram o seu bom desempenho.
Proteger – os órgãos que lubrificam contra a corrosão, através de
aditivos específicos, para o efeito neles incorporados.
Vedar – através da sua interposição entre as superfícies que
lubrificam, como por exemplo sucede com a vedação dos gases dos
cilindros do motores.
44
SISTEMA DE ÓLEO DE LUBRIFICAÇÃO
Constituição:
Tanque de óleo de serviço
Filtros de aspiração de óleo
Bombas de óleo de lubrificação
Filtros de descarga de óleo
Arrefecedores de óleo
Turbinas de vapor principais de AP e BP
Rede de encanamentos
Tanque de reserva de óleo
Depuradoras
Tanque de resíduos ou de borras
45
46
SISTEMA DE DEPURAÇÃO DO ÓLEO LUBRIFICANTE
Durante a sua passagem através dos vários órgãos a lubrificar, o óleo de
lubrificação sofre contaminações de vária ordem que é necessário eliminar, sob
pena de se tornar impróprio para o serviço de lubrificação.
A eliminação de uma boa parte dos contaminantes é efectuada através dos
Centrifugadores cujo princípio de funcionamento se baseia na separação que se
consegue obter, entre os vários elementos da mistura do óleo lubrificante com as
impurezas que contém, quando esta é aquecida, introduzida numa taça e submetida
a uma elevada velocidade de rotação.
47
SISTEMA PRINCIPAL DE ÁGUA SALGADA DE REFRIGERAÇÃO
É um sistema aberto que aproveita a água do mar, dos rios ou dos lagos, em que o
navio navega, para condensar o vapor evacuado das turbinas a vapor e de outros
utilizadores, bem como para o arrefecimento do óleo de lubrificação das turbinas
principais e das chumaceiras da linha de veios.
Constituição:
Válvulas aspiração de fundo (baixa) e de costado (alta)
Filtros de aspiração de água do mar, rios e lagos
Condensadores e arrefecedores
Bombas de circulação principais
Válvulas de descarga para fora da borda
48