Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2020
- Marcos Marcelino Mazzucco -
1
Introdução à Cinética Química
2
ÍNDICE
2.9. DETERMINAÇÃO DA EXPRESSÃO PARA A TAXA DE UMA REAÇÃO A PARTIR DO MÉTODO DOS MÍNIMOS
QUADRADOS LINEARIZADO......................................................................................................... 55
2.10. DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ARRHENIUS..................................................58
2.11. EXEMPLO...................................................................................................................... 61
2.12. EXERCÍCIOS...................................................................................................................76
2.13. EXERCÍCIOS COM VLAB..................................................................................................90
3. INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DE REATORES QUÍMICOS IDEAIS..............................................................94
3.1. A ENGENHARIA QUÍMICA COMO PROFISSÃO......................................................................95
3.2. REATORES IDEAIS.............................................................................................................97
3.3. BALANÇOS DE MASSA EM REATORES IDEAIS..............................................................................98
3.3.1. Reator Batelada (Batch, BSTR)............................................................................98
3.3.2. Reator Contínuo Tipo Tanque Agitado (CSTR)...................................................101
3.3.3. Reator Tubular com Fluxo Pistonado (PFR- Plug Flow Reactor)........................103
3.3.4. Tempo Espacial e Velocidade Espacial..............................................................105
3.3.5. Reator Semi Batelada.........................................................................................106
3.3.6. Outros Reatores Industriais................................................................................108
3.4. ESTEQUIOMETRIA ........................................................................................................... 109
3.5. EXEMPLOS/EXERCÍCIOS....................................................................................................113
3.6. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES..........................................................................................124
3.7. EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO...............................................................................................124
3.8. APLICAÇÃO COMPUTACIONAL ............................................................................................132
4. REAÇÕES HOMOGÊNEAS NÃO-ELEMENTARES, CATALÍTICAS, POLIMERIZAÇÃO, ENZIMAS.........................133
4.1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................134
4.2. TEORIA UNIMOLECULAR OU DOS INTERMEDIÁRIOS ATIVOS............................................................135
4.3. MECANISMO DE REAÇÃO ATRAVÉS DE RADICAIS LIVRES...........................................................137
4.4. POLIMERIZAÇÃO..............................................................................................................137
4.5. REAÇÕES ENZIMÁTICAS.....................................................................................................140
4.6. PROPRIEDADES DO CATALISADORES....................................................................................144
4.7. ETAPAS EM UMA REAÇÃO CATALÍTICA..................................................................................146
4.7.1. Adsorção.............................................................................................................147
4.7.2. Reação na Superfície Catalítica..........................................................................154
4.7.3. Dessorção...........................................................................................................155
4.8. ETAPA LIMITANTE DA VELOCIDADE......................................................................................155
4.9. ANÁLISE DE DADOS E PESQUISA DE MECANISMO PARA REAÇÕES HETEROGÊNEAS..........................156
4.10. UM ESTUDO DE CASO.....................................................................................................157
4.11. DESATIVAÇÃO CATALÍTICA...............................................................................................160
4.11.1. Desativação por Sinterização...........................................................................160
- Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
7
1.1. INTRODUÇÃO
Dizemos que uma reação química ocorre quando uma quantidade detectável de
moléculas perde sua identidade química. O conhecimento da cinética de uma reação
química permite que sejas conhecidas a natureza das ligações químicas, bem como a
energia envolvida. Permite ainda que sejam conhecidas a estrutura e configuração
molecular. O principal objetivo do estudo cinético de reações químicas (para a engenharia
química) é o Projeto e Otimização de Reatores Químicos.
(1.1)
(1.2)
(1.3)
(1.4)
A partir de alguma equação de estado, como a equação para os gases ideais, estas três
fixadas a terceira fica automaticamente estabelecida. Desta forma a expressão 1.4 pode ser
rescrita como:
(1.5)
Uma reação química pode ser representada por uma única equação estequiométrica,
desta forma temos uma reação simples.
Quando mais que uma equação química for necessária para representar o comportamento
de um sistema temos reações múltiplas.
Cinética das Reações Homogêneas - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
11
Reações múltiplas:
Reações competitivas:
A+B→ C
A+B→ D
Reações paralelas ou laterais:
(1.6)
(1.7)
(1.8)
(1.9)
O modelo cinético mais simples é baseado no produto das funções resultantes das duas
dependências: Temperatura e Concentração.
(1.10)
(1.11)
ou (1.12)
onde:
k0 , A= Fator de frequência ou fator pré-exponencial.
EA= Energia de ativação (J/gmol; Cal/gmol).
R= Constante dos gases ideais (8,314 J/(gmolK)=1,987 cal (gmolK))
T = Temperatura absoluta (K).
onde:
nA, nB, nJ= pseudo-ordens ou ordens parciais da reação em relação às espécies
reagentes A, B, J.
CA, CB, CJ= Concentrações das espécies reagentes A, B, J.
; ; ; (1.13)
ou
ou
(1.14)
ordem é dada pela soma dos expoentes que ponderam as concentrações. Podemos,
também estabelecer a ordem relativa da reação quanto a cada um dos reagentes, ou seja:
nA=ordem da reação em relação à A.
nA =ordem da reação em relação à B.
sendo que a ordem global da reação é:
n=nA+nB
A ordem da reação (n) poder ser qualquer valor real positivo para reações homogêneas
simples, podendo assumir valores negativos para reações múltiplas.
Para expressões como não faz sentido falar em ordem da reação, visto
; (1.13)
cinética dos gases, à fração de colisões entre as moléculas que promovem a energia EA.
Para determinar a velocidade específica de uma reação em uma dada temperatura,
quando é conhecido o valor em outra pode ser utilizada a expressão 1.15:
(1.15)
(1.16)
Elevado EA
EA mais baixo
Inclinação = -EA/R
Ln k
0 1/T
Observe que reações com altos valores de energia de ativação são mais sensíveis às
variações de temperatura que reações com energia de ativação mais baixa.
(12)
(13)
Obs.: A relação de Arrhenius é válida para uma grande faixa de temperatura. Pode-se obter
relações semelhantes através da termodinâmica, pelas teorias das colisões e dos estados
de transição, por exemplo.
Deve-se observar a forma como foi expressa a velocidade específica, pois há uma
relação estequiométrica que permite a adequada representação da equação da taxa em
relação a cada espécie química:
Ex.:
Como:
Assim:
Uma reação é dita não-elementar, quando a expressão para a taxa da reação não
segue as proporções estequiométricas:
ou
é adequado simplificar a estequiometria, pois isto implica em uma nova equação cinética.
Como CA>>CB:
Onde,
Onde:
Conversão de equilíbrio
1- para uma reação exotérmica
X
Conversão de equilíbrio
para uma reação endotérmica
0-
T
H2°= H1°+
Onde:
Assim:
H2°= H1°+(T2-T1)+(T22- T12)+(T23- T13)+...
Uma reação não-elementar pode ser interpretada como uma sequência de reações
Dentre os mecanismos mais comuns temos, Radicais livres, íons e complexos de transição.
Estas reações serão discutidas, detalhadamente, no decorrer de nosso estudo.
1.10. EXERCÍCIOS
Resposta:
0
0 20 40 60 80 100 120 140
0
0 20 40 60 80 100 120 140
2.1. INTRODUÇÃO
z
FA0 FAe
FA0 FAe
Catalisador
CAb
FA0-FAe+rA’W=0
rA’=N° de moles de A consumidos/(Massacatalisador .Tempo);
W= massa de catalisador;
FA0=Fluxo molar de A na entrada;
FAe=Fluxo molar de A na saída.
Como FA=CAv :
ou ainda:
Como FA=FA0-FA0X :
Para o caso isotérmico podemos determinar a taxa da reação como uma função, apenas, da
concentração na fração de catalisador (CAb). Como a concentração média (CAb) é muito
próxima à concentração inicial (CA0) é possível; determinar uma expressão para a taxa da
reação a partir de diferentes concentrações iniciais ou fluxos molares de alimentação.
FA0 FA
z
0 Z
FA0 FA
r=R
dCA 0 r
dr r=0
dz dCA 0
dz
(2.1)
Determinar os coeficientes
estequiométricos
Início
CA0
CB0
<<Executar a reação
isotermicamente>>
repetição
<<Desenhar gráfico:
(CB0-CB)/(CA0-CA) x t>>
<<Avaliar a relação
média do consumo de B/A>>
b/a=média((CB0-CB)/(CA0-CA))
Não
<<Os coeficientes Sim
estão confirmados ?>>
<<Adotar a relação
estequiométrica b/a>>
Fim
Determinar os coeficientes
estequiométricos
Início
CA0
CB0
<<Executar a reação
isotermicamente>>
repetição
<<Desenhar gráfico:
CB x CA>>
Fim
CB0=b/aCA0
<<Executar a reação
isotermicamente>>
<<Desenhar gráfico:
<<Realizar novo experimento (CB0-CB)/(CA0-CA)x t
ou analisar os dados CB/CA x t>>
novamente>>
<<Comparar os gráficos>>
b1/a1=média((CB0-CB)/(CA0-CA))
b2/a2=média(CB/CA)
Não Sim
<<Os coeficientes
estão confirmados ? >>
b1/a1 b2/a2 ?
<<Adotar a relação
estequiométrica b/a>>
Fim
Se outra variável, que não seja a concentração, for medida (pressão, por exemplo), o
balanço molar deve ser rescrito em termos desta variável. Os métodos que veremos a
seguir serão aplicados a reatores em batelada, porém não se restringem a estes.
(=ordem da reação)
Com:
poderia ser:
(+=ordem da reação)
, com: ;
A.
Fazendo ;
Excesso do reagente A ( ):
seja:
, com
B.
Fazendo ;
CA0
CA
(2.2)
C A
t
ln -
lnCA
Observe que com esta aproximação, em t=0 (CA=CA0), CA não pode ser avaliado.
Lembre-se que df(x)/dx avaliado em x1, é obtido a partir do ângulo formado pela reta
tangente à curva f(x) no ponto x1.
f(x)
f(x) df(x1)
f(x2) Reta tangente
dx
f(xt)
f(x3)
f(x1)
f(x4)
df(x3)
f(x2) dx
x2 x3 x4 x
f(x3)
f(x4)
x1 x2 x3 x4 x
Com isso, concluímos que o erro de aproximação de df/dx por f/x é equivalente a f(x2)-
f(xt). Para melhorar a aproximação f/x pode se calcular :
X y
x1 y1 Para o 1° ponto
x2 y2
. .
Para os n pontos intermediários
. .
. .
x5 y5 para o último ponto
t=[t0 , tn]
CA=[CA0 , CAN]
(2.3)
(2.4)
(2.5)
t0=1;t1=2;t2=3;tN=length(t);
dCAdt(t0)=(-3*CA(t0)+4*CA(t1)-CA(t2))/(t(t2)-t(t0));
dCAdt(t1:tN-1)=(CA(t2:tN)-CA(t0:tN-2)) ./ (t(t2:tN)-t(t0:tN-2));
dCAdt(tN)=(CA(tN-2)-4*CA(tN-1)+3*CA(tN))/(t(tN)-t(tN-2));
No exemplo anterior foi utilizada a operação matricial "./" e o operador de extensão (faixa)
":". Se você não está familiarizado com esta notação, este código pode ser rescrito como:
t0=1;t1=2;t2=3;tN=length(t);
dCAdt(t0)=(-3*CA(t0)+4*CA(t1)-CA(t2))/(t(t2)-t(t0));
for tn=t1:tN-1
Determinação de Parâmetros Cinéticos - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
36
dCAdt(tn)=(CA(tn+1)-CA(tn-1))./(t(tn+1)-t(tn-1));
end;
dCAdt(tN)=(CA(tN-2)-4*CA(tN-1)+3*CA(tN))/(t(tN)-t(tN-2));
(2.7)
(ordem 1)
(ordem 2)
(ordem 3)
(2.8)
Com GNU Octave é possível aplicar qualquer tipo de ajuste, porém são necessários
conhecimentos mais específicos para utilização deste software.
%program ajuste_polinomial
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
clear all;
%begin
clc;
dados=load("dados_t_x_CA.dat");
t=dados(:,1);
CA=dados(:,2);
N=input("Informar o grau do polinômio:");
[C,CA_Ajustado]=polyfit(t,CA,N);
R=corrcoef(CA,CA_Ajustado.yf);
printf("A equação de ajuste é:");
polyout(C,"CA");
printf("R=%g",R);
plot(t,CA,"*;CA;",t,CA_Ajustado.yf,sprintf("-;Ajuste de grau %d;",N));
%end.
O código GNU Octave a seguir ajusta uma função exponencial do tipo CA= a.eb.t a um
conjunto de dados.
%program ajuste_exponencial
clear all;
%begin
clc;
dados=load("dados_t_x_CA.dat");
t=dados(:,1);
CA=dados(:,2);
[C,CA_Ajustado]=polyfit(t,log(CA),1);#Ln(CA)=Ln(C(1))+C(2)*t
CA_Ajustado=exp(CA_Ajustado.yf);
R=corrcoef(CA,CA_Ajustado);
printf("A equação de ajuste é: CA=%g*exp(%g*x)\n",exp(C(2)),C(1));
printf("R=%g\n",R);
plot(t,CA,"*;CA;",t,CA_Ajustado,"-;Ajuste exponencial;");
%end.
2.5.4. Resumo
Determinar
a equação cinética
Início
Sim
<<Excesso de B>>
i=A CA0 CB0=b/aCA0*10
CA0=a/bCB0*10
<<Executar a reação
isotermicamente>>
<<Desenhar gráfico:
(Cixt)>> -rA=kACini
Fim
k’i, ni
{k’i= pseudo veloc. espec. em relação a i
ni=ordem em relação a i}
fim para
<<com todos os valores Ci0 e i0 >>
fim
O método integral requer um valor para a ordem da reação, de tal forma que a
equação que modela o reator em batelada seja integrada. Como a ordem da reação não é
conhecida são necessárias tentativas, ou seja, um método de tentativa e erro deve ser
empregado, o que pode tornar-se exaustivo quando a ordem da reação é fracionária ou
quando a reação constitui-se de múltiplos reagentes. Fundamentalmente, o método consiste
em assumir uma ordem de reação, integrar a equação para o reator em batelada e testar a
adequação dos dados experimentais à equação. Se a equação não representar
adequadamente os dados experimentais, uma nova ordem deve ser assumida e o processo
se repete até que a ordem correta seja encontrada. No exemplo a seguir a metodologia
torna-se mais clara:
Com uma reação do tipo representada por uma expressão cinética do tipo
Integrando:
(2.9)
(2.10)
(2.11)
As equações 2.9, 2.10 e 2.11 podem ser linearizadas através de uma mudança de
variáveis como segue:
; ;
; t=x
CA
t
Figura 2.32 - Uma reação de ordem Zero
Se a equação gerada pela ordem assumida representar bem os dados experimentais (figura
2.32) deve-se proceder a determinação de k, que para este caso corresponde ao negativo
apresentarão na forma de uma curva e um novo valor para a ordem da reação deve ser
assumido.
CA
t
Figura 2.33 –Uma reação com ordem diferente de zero.
Integrando:
ou (2.12)
(2.13)
(2.14)
As equações 2.12, 2.13 e 2.14 podem ser linearizadas através de uma mudança de
variáveis como segue:
ou
y*=-kx
y=ln(CA0)-kx
y**=kx
C
ln A0
CA
t
Se a ordem adotada representar bem os dados experimentais (figura 2.34), será obtida uma
reta passando na origem do sistema Cartesiano, cujo coeficiente angular corresponde a
velocidade específica da reação (k). Caso contrário (figura 2.35) uma nova ordem deve ser
tentada.
C
ln A0
CA
Figura 2.35 –Um exemplo de dados que não representam uma reação de primeira ordem
Integrando:
(2.15)
(2.16)
y*=-kx
(2.17)
y=1/CA0+kx
Se os dados forem bem representados por uma equação cinética de segunda ordem, uma
reta será obtida (figura 2.36) onde o coeficiente angular da reta corresponde a constante
de velocidade (k).
Observemos que para qualquer ordem de reação maior que zero e diferente de um temos:
y*=-kt
ou:
(2.18)
y = ax+b
nulo.
Dica : É conveniente traçar os gráficos para cada ordem de reação utilizando dados de
ordem da reação.
2.6.1. Resumo
<<calcular >>
fim para
<<com os todos os valores Ci0 e i0 >>
fim
(2.19)
Como a partir das experimentações é obtida uma série de dados de velocidades iniciais
(-rA0) para diferentes concentrações iniciais (CA0) é possível construir um gráfico (reta)
ln(-rA0) x ln(CA0), cujo coeficiente angular corresponde a ordem da reação e a velocidade
específica da reação pode ser obtida fazendo eCoef. Linear, já que o coeficiente linear da reta
corresponde a ln(k).
2.7.1. Resumo
O método das velocidades iniciais consiste é semelhante ao método diferencial , porém
requerendo diversos experimentos com diferentes concentrações iniciais avaliando-se a
velocidade inicial da reação para cada experimento.
tipo ou
Integrando:
para 1.
Evidenciando :
(2.20)
Rearranjando:
(2.21)
A expressão para o tempo de meia vida pode ser generalizada para qualquer fração
(n) da concentração (com volume constante):
com = tempo para que o N° de moles da espécie reagente seja reduzido a 1/n de seu
valor inicial.
2.8.1. Resumo
2.9. DETERMINAÇÃO DA EXPRESSÃO PARA A TAXA DE UMA REAÇÃO A PARTIR DO Método dos
Mínimos Quadrados Linearizado.
parâmetros cinéticos da equação para a taxa de uma reação química. Se a cinética de uma
reação depende da concentração de mais que um reagente e não é possível aplicar o
método do excesso, os métodos mencionados anteriormente não podem ser aplicados
(exceto o método integral). Contudo é possível aplicar o método dos mínimos quadrados
linearizado. Este método consiste em uma aproximação paramétrica, onde os parâmetros
da equação são os parâmetros cinéticos. Vamos considerar a reação irreversível
constante é:
Como:
Então:
(2.22)
(2.23)
(2.24)
(2.25)
A solução do sistema formado pelas três equações lineares anteriores resulta em a0,
a1, e a2 que são os que equivalentes de ln(k), e da equação da taxa considerada. O
método dos mínimos quadrados permite a determinação simultânea de k, e e é
facilmente implementado em computador. Este método determina a melhor equação linear,
porém sempre devem ser considerados os métodos gráficos.
No caso de uma reação um sistema de três equações lineares
deve ser resolvido. Para o caso de uma reação com i reagentes i+1 equações serão
obtidas.
Uma grande vantagem deste método é que todos os parâmetros são obtidos em uma
única etapa. Contudo, da mesma forma que o método das velocidades iniciais, um grande
número de experimentos é requerido. Outra vantagem é que inclusive parâmetros como
Fator de Frequência e Energia de Ativação podem ser obtidos a partir do mesmo
procedimento.
%program min_quad_lin
#1A+2B->C
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
clear all;
%begin
clc;
tcacb=[0 0.20000000 0.80000000
60 0.14923843 0.69390903
120 0.12137226 0.64057394
180 0.10518712 0.61106451
240 0.091783072 0.58811384
300 0.082717965 0.56559475
360 0.07490479 0.54821478
420 0.068537639 0.53462814
480 0.062972427 0.528377
540 0.058590533 0.5218815
600 0.055128824 0.50918736
660 0.051045811 0.50783604
720 0.04828948 0.49772954
780 0.045891564 0.48837108
840 0.043527565 0.48378731
900 0.040980338 0.48603849
960 0.039261762 0.47979848
1020 0.037712629 0.47092889
1080 0.036357132 0.46915166
1140 0.034618982 0.46743668
1200 0.032788383 0.46318994];
t=tcacb(:,1);
CA=tcacb(:,2);
CB=tcacb(:,3);
# dCAdt(tN)=diferenças finitas
t0=1;t1=2;t2=3;tN=length(t);
dCAdt(t0)=(-3*CA(t0)+4*CA(t1)-CA(t2))/(t(t2)-t(t0));
dCAdt(t1:tN-1)=(CA(t2:tN)-CA(t0:tN-2))./(t(t2:tN)-t(t0:tN-2));
dCAdt(tN)=(CA(tN-2)-4*CA(tN-1)+3*CA(tN))/(t(tN)-t(tN-2));
lnCA=log(CA);
lnCB=log(CB);
lndCAdt=log(-dCAdt);
Y=lndCAdt';
X=[ones(tN,1),lnCA, lnCB];
%>>Solução do Sistema
C=[X\Y];
%end;
s=sprintf("ln(-dC_Adt)=(%g)+(%g)lnC_A +(%g)lnC_B ",C);
disp(s);
plot3(lnCA,lnCB,Y,"*",lnCA,lnCB,X*C,"-");
title(s);
zlabel("ln(-dC_Adt)");xlabel("ln(C_A)");ylabel("ln(C_B)")
%>>R^2;
R2=corrcoef(Y,X*C)
%end.
ou
ou
y = b + a x
obtém-se a equação de uma reta onde, a partir dos coeficientes angular e linear, determina-
se os parâmetros da equação de Arrhenius.
a = -EA/R
T K 1/T Ln(K)
b=Ln(A)
T1 K1
T2 K2
... ...
Tn Kn
Ln (k)
1/T
Onde :
A= Fator pré-exponencial
EA= Energia de Ativação
J= espécie reagente
nJ= ordem em relação ao regente J.
Equação de Arrhenius
Início
<<Determinar os coeficientes
estequiométricos>>
<<Estabelecer modelo
cinético>>
fim <<Determinar
Para diferentes temperaturas
a equação de Arrhenius>>
repetição
<<Determinar
a velocidade específica Fim
através do método adequado
(diferencial, integral,
velocidades iniciais, etc.)>>
2.11. EXEMPLO
0,2
0,18
0,16
0,14
CA(gmol/L)
0,12
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 20 40 60 80 100
t(min)
Estes dados devem ser dispostos em um gráfico, com coordenadas linearizadas, para a
obtenção dos parâmetros cinéticos:
-5,5
y = 2,5946x - 1,128
R2 = 0,8878
-6
Ln(dCA/dt)
Ln(-dCA/dt)
-6,5
-7
-7,5
-2,6 -2,4 -2,2 -2 -1,8
Ln(CA)
=2,59
lnk=-1,128 k=0,324 min-1(gmol/L)-1,59
rA=-0,324CA2,59
O código GNU Octave, a seguir, resolve este problema. Neste exemplo, os dados de
t(min) e CA(gmol/L) estão armazenados no arquivo “txca.dat”. Os dados estão dispostos
conforme as duas primeiras colunas da tabela anterior, sem os títulos destas.
Dicas: deixe uma linha em branco no final do arquivo de dados. O separador decimal deve
ser o ponto. Este código também pode ser executado no MatlabTM, com pequenas
alterações.
%program cin_met_dif
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
#Objetivo:Determinar a cinética da reação A->Produtos a partir dos
# dados armazenados em txca.dat
clear all;
%begin
subplot(1,1,1);
clc;clf;
subplot(1,1,1);
disp("________________________________________");
txCA=load("txca.dat");
t=txCA(:,1);
CA=txCA(:,2);
#dCAdt=(CA(2:length(CA)).-CA(1:length(CA).-1))./(t(2:length(t)).-t(1:length(t).-
1));
##for i=2:length(t)
## dCAdt(i-1,1)=(CA(i)-CA(i-1))/(t(i)-t(i-1));
##end;
##lndCAdt=log(-1.*dCAdt);
##lnCA=log(CA(2:length(CA)));
# t0=1;t1=2;t2=3;tN= tN=length(t);
# dCAdt(t0)=(-3*CA(t0)+4*CA(t1)-CA(t2))/(t(t2)-t(t0));
# dCAdt(t1:tN-1)=(CA(t2:tN)-CA(t0:tN-2)) ./ (t(t2:tN)-t(t0:tN-2));
# dCAdt(tN)=(CA(tN-2)-4*CA(tN-1)+3*CA(tN))/(t(tN)-t(tN-2));
t0=1;t1=2;t2=3;tN= tN=length(t);
dCAdt(t0)=(-3*CA(t0)+4*CA(t1)-CA(t2))/(t(t2)-t(t0));
for tn=t1:tN-1
dCAdt(tn)=(CA(tn+1)-CA(tn-1))./(t(tn+1)-t(tn-1));
endfor;
dCAdt(tN)=(CA(tN-2)-4*CA(tN-1)+3*CA(tN))/(t(tN)-t(tN-2));
dCAdt=dCAdt;
lndCAdt=log(-1.*dCAdt);
lnCA=log(CA)';
# aproximação linear;
[coef,v]=polyfit(lnCA,lndCAdt,1);
a=coef(1);
k=exp(coef(2));
r=corrcoef(lndCAdt,v.yf);
r2=r^2;
r2, coef
hold("off");
subplot(1,2,1); #seleciona o quadro 1 de 2 (1x2)
plot(t,CA,"o;;");
ylabel("C_A");
xlabel("t");
title("C_A x t");
subplot(1,2,2);#seleciona o quadro 2 de 2 (1x2)
plot(lnCA,lndCAdt,"o;;");
ylabel("ln(-dC_A/dt)");
xlabel("ln(C_A)");
title("ln(-dC_A/dt) x ln(C_A)");
hold("on");
plot(lnCA,v.yf,"-r;aprox. linear;");
disp(sprintf("-rA=%fCA^%f",k,a));
disp("________________________________________");
%end.
Aplicando o método integral, para diversas ordens, os dados a seguir são obtidos.
O valores da ordenada correspondem a integral de CA- dCA .
Use este espaço para escrever as equações para este método
Seus cálculos
-0,1000
-0,1500
Integral
-0,2000
-0,2500
-0,3000
-0,3500
y = -0,0032x - 0,0676
-0,4000 R2 = 0,9338
-0,4500
t(min)
Seus cálculos
-0,4000
Integral
-0,6000
-0,8000
Seus cálculos
-1,0000
Integral
-1,5000
-2,0000
-2,5000
y = -0,0273x - 0,2595
-3,0000
R2 = 0,9835
-3,5000
t(min)
Seus cálculos
-5,0000
-6,0000
-7,0000
-8,0000 y = -0,0821x - 0,3683
-9,0000 R2 = 0,9954
-10,0000
t(min)
Seus cálculos
-10,0000
Integral
-15,0000
-20,0000
y = -0,2495x - 0,0242
-25,0000
R2 = 0,9991
-30,0000
t(min)
Seus cálculos
-40
-50
-60
-70 y = -0,7666x + 2,8524
-80 R2 = 0,9955
-90
t(min)
Seus cálculos
-300
-400
-500
-600 y = -7,4668x + 73,625
-700 R2 = 0,9711
-800
-900
t(min)
O código GNU Octave a seguir, resolve este problema a partir do método integral.
%program cin_met_int
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
# Determina a cinética da reação A->Produtos a partir dos dados armazenados em
txca.dat
clear all;
%begin
clc; clf;
disp("_________Método Integral_______________________");
txca=load("txca.dat");
t=txca(:,1);
ca=txca(:,2);
r2_ant=0;
r2=0.1;
n=0.1;
disp("Testando...");
do
n=input("Informar valor de ordem a ser testado:");
if n==1 || n==[]
n=1.0001;
endif;
int=1./(-n+1).*(ca.^(-n+1)-ca(1).^(-n+1));
[coef,v]=polyfit(t,int,1);
r=corrcoef(int,v.yf);
k=-coef(1);
r2=r^2
hold("off");
plot(t,int,".b*;;");
title(sprintf("r2=%f;n=%f",r2,n));
hold("on");
plot(t,v.yf,"-r;;");
resposta=input("Testar nova ordem ? (N=Não)","s");
until upper(resposta)=="N";
hold("off");
plot(t,int,"o;;");
ylabel("Integral");
xlabel("t");
hold("on");
plot(t,v.yf,"-r;;");
printf("-rA=%fCA^%f",k,n);
r2
title("FIM- retorne à janela de comando");
%end.
r2_ant=r2;
r2=r^2;
hold("off");
title(sprintf("r2=%f;n=%f",r2,n));
plot(t,int,"o;;");
hold("on");
plot(t,v.yf,"-r;;");
replot;
until (r2>0.9998)||(abs(n-n_ant)<delta_n);
hold("off");
plot(t,int,"o;;");
ylabel("Integral");
xlabel("t");
hold("on");
plot(t,v.yf,"-r;;");
disp("_________Método Integral_______________________");
disp(sprintf("-rA=%fCA^%f",k,n));
r2
title("FIM- retorne à janela de comando");
%end.
2.12. EXERCÍCIOS
1. Proponha uma forma para determinação dos parâmetros da equação de Arrhenius a partir
de dados experimentais.
2. A partir dos fluxogramas para aplicação dos métodos diferencial, integral e das
velocidades iniciais escreva os algoritmos correspondentes.
3. Faça uma planilha eletrônica para aplicação do método dos mínimos quadrados à reação
aA + bB cC.
0,1
0,1
0,08
0,08
(gmol/L)
CAA(gmol/L)
0,06
0,06
0,04
0,04
0,02
0,02
C
00
00 10
10 t(h)
t(h) 20
20 30
30
Algumas das informações anteriores estão incorretas (exceto o gráfico e o valor de k).
Indique-as e apresente a forma correta para tais afirmações.
l/L)
t(min) CA CB
0 1,0000 0,2000
10 0,9844 0,1687
20 0,9723 0,1446
30 0,9627 0,1254
40 0,9550 0,1100
50 0,9487 0,0973
60 0,9434 0,0868
70 0,9389 0,0779
80 0,9352 0,0703
90 0,9319 0,0639
100 0,9291 0,0583
110 0,9267 0,0534
120 0,9245 0,0491
130 0,9226 0,0453
140 0,9210 0,0419
150 0,9195 0,0389
160 0,9181 0,0363
170 0,9169 0,0339
180 0,9158 0,0317
190 0,9149 0,0297
200 0,9140 0,0279
30°C
Ci=gmol/L
t(min) CA CB
0 0,1 2
10 0,052664 1,905329
20 0,028679 1,857359
30 0,015888 1,831776
40 0,008883 1,817766
50 0,004992 1,809984
60 0,002813 1,805626
70 0,001588 1,803176
80 0,000897 1,801794
90 0,000507 1,801014
100 0,000287 1,800573
t(min) CA CB
0 1,0000 0,2000
10 0,9820 0,1639
20 0,9686 0,1372
30 0,9584 0,1167
40 0,9503 0,1006
50 0,9439 0,0877
60 0,9386 0,0772
70 0,9343 0,0686
80 0,9306 0,0613
90 0,9276 0,0551
100 0,9249 0,0499
110 0,9227 0,0454
120 0,9207 0,0414
130 0,9190 0,0380
140 0,9175 0,0350
150 0,9162 0,0323
160 0,9150 0,0299
170 0,9139 0,0278
180 0,9130 0,0259
190 0,9121 0,0242
200 0,9113 0,0227
40°C
Ci=gmol/L
t(min) CA CB
0 0,1 2
10 0,041761 1,883521
20 0,01835 1,836701
30 0,008234 1,816467
40 0,003728 1,807456
50 0,001695 1,80339
60 0,000772 1,801544
70 0,000352 1,800704
80 0,000161 1,800321
90 7,32E-05 1,800146
100 3,34E-05 1,800067
t(min) CA CB
0 1,0000 0,2000
10 0,9765 0,1529
20 0,9606 0,1213
30 0,9494 0,0988
40 0,9411 0,0821
50 0,9347 0,0695
60 0,9298 0,0596
70 0,9258 0,0517
80 0,9226 0,0453
90 0,9200 0,0400
100 0,9178 0,0356
110 0,9160 0,0319
120 0,9144 0,0288
130 0,9131 0,0261
140 0,9119 0,0238
150 0,9109 0,0217
160 0,9100 0,0200
170 0,9092 0,0184
180 0,9085 0,0170
190 0,9079 0,0158
200 0,9073 0,0147
11. Faça os gráficos quantitativos (com linhas indicando cada espécie química)
representando a evolução da concentração com o tempo no seguinte sistema reativo em
batelada: 2W+3Y2D (CW0=4gmol/L ; CY0=6gmol/L; CD0=2gmol/L; dCW/dt=-0,01CWCY). Para
montar o gráfico quantitativo, integre a expressão dC W/dt=-0,01CWCY lembrando que para
alimentação em proporção estequiométrica CY=(3/2)CW. Use a grade a seguir para desenhar
o gráfico.
0
0 20 40 60 80 100 120 140
12.(ENC 1997) Interprete os gráficos abaixo do ponto de vista cinético. Considere a reação
AProdutos:
T2> T1.
14.(ENC 2000) Uma regra prática diz que para cada dez graus Celsius de aumento na
temperatura a velocidade de reação é duplicada. Na verdade, essa afirmação é válida
somente para certas combinações de energia de ativação e faixas de temperatura. Com
base nestas observações:
(a) calcule o percentual de diminuição de volume de reator, caso fosse possível aumentar de
100 °C para 120 °C a temperatura de operação de um reator de escoamento contínuo ideal
isotérmico, mantendo a conversão e as outras condições de operação constantes; (questão
de reatores químicos a ser estudada no próximo capítulo)
15.(ENC 2001) A figura abaixo representa o comportamento da energia E para uma reação
elementar, A + B C, em função da coordenada de reação .
16.(ENC 2003) Para a reação de decomposição do ozônio 2O3 (g)3O2 (g) foi proposto um
O k 1 O O
3 k 2 2
17.(ENADE 2005) O Brasil se destaca por possuir o maior percentual de energia renovável
na matriz energética (acima de 40%). Cabe ressaltar a perspectiva concreta de ampliar
Determinação de Parâmetros Cinéticos - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
91
18. (ENADE 2008) Os dados a seguir referem-se à cinética da reação entre o NO(g) e o O 2(g) para
produzir NO2(g).
20.(ENADE 2008) A reação em fase gasosa entre enxofre e metano foi estudada em um
reator tubular de 10,0 mL. Em uma corrida a 600 ºC e 1 bar, são produzidos 0,76 g de
Determinação de Parâmetros Cinéticos - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
93
dissulfeto de carbono por hora, sendo as vazões de metano e enxofre de 0,1 gmol.h -1 e 0,2
gmol.h-1 , respectivamente, como representado a seguir.
representa um balanço:
(A) de massa, em regime estacionário, com reação de primeira ordem e resistência difusiva
nos poros do catalisador.
A Engenharia Química foi concebida na Inglaterra, por volta de 1887, por George E.
Davis, que percebeu que os problemas da indústria química eram frequentemente ligados à
engenharia e que, os princípios científicos subjacentes às distintas operações produtivas
eram fundamentalmente os mesmos. Estes princípios passaram a ser conhecidos como
“Operações Unitárias”.
cálculo de reatores químicos. Entre 1940 e 1970 deu-se ênfase ao estudo de fenômenos de
transporte, cinética aplicada, termodinâmica, computação eletrônica etc.
As equações de projeto para os reatores ideais são obtidas a partir dos balanços de
massa individual; sobre cada um dos equipamentos, os quais serão desenvolvidos a seguir.
Aplicando a equação do balanço molar para cada um dos reatores ideais são obtidas
as equações de projeto.
São reatores que não apresentam fluxos de entrada ou saída, cujos conteúdos são
espacialmente uniformes (mistura perfeita).
expressão do balanço molar para uma espécie j sobre um reator do tipo batelada fica:
(3.1)
(3.2)
(3.3)
O tempo para que uma determinada conversão X seja atingida em um reator do tipo
batelada é:
(3.4) (3.5)
Observações:
Durante muito tempo, os reatores batelada foram aplicados apenas para pequenas
produções, porém com a crescente capacidade computacional e o barateamento dos
mecanismos de controle e automação, o número de aplicações de grande porte cresceu
muito. Para aplicações em pequena escala, testes de novos produtos e fabricação de
materiais com alto valor comercial são indicados reatores desta espécie. Processos que
apresentem dificuldades para operação contínua, como a presença de sólidos em
suspensão e fluidos com altas viscosidades, também são indicados reatores batelada. São
reatores que apresentam elevada conversão por unidade de volume, desde que os
reagentes podem ser mantidos no reator durante longos períodos de tempo. Por outro lado
apresentam alto custo de produção e são necessários grandes volumes para grandes
produções. Além do tempo de reação é necessário que se considere o tempo de ciclo, ou
seja, os tempos requeridos para carga, descarga e limpeza, que podem até superar o tempo
de reação, em alguns casos, os quais não são obtidos a partir da equação de projeto.
tCiclo= tcarga + tReação + tDescarga + tLimpeza (3.6)
FJ
FJo
dNJ/dt=0
(3.7)
(3.8)
Observações:
Fj0 3 Fj0
Como o conteúdo do Fj0
1
reator é espacialmente dNj 1
=0
dt
Fj1
uniforme, as taxas de reação, X1
dNj
dt
=0
Fj
X1
rj, no interior e na saída deste 2
Fj0
dNj
são iguais. dt
=0
Fj2
2
X2
dNj
=0
dt
3 Fj
CSTR's são indicados, dNj
dt
=0
X1
Fj3
... Fj0
principalmente, para reações X3
n 1
em fase líquida que requerem dNj dNj
=0 =0
dt dt
agitação intensa. Xn
Fjn
X1
Fj
1.1.1.2 Atividade
Escreva a equação de projeto para um CSTR com um volume diferencial.
3.3.3. Reator Tubular com Fluxo Pistonado (PFR- Plug Flow Reactor)
FJ
FJo
z
x
Fj0 Fj
dNj
=0
dt
Gj
z
y
z Como a taxa de reação varia ao longo do volume do reator,
(3.10)
Observações:
São aplicados, principalmente, à reações em faz gasosa. Permitem alta conversão
por unidade de volume ( maior que o CSTR). A disponibilidade de área para troca térmica
permite altas taxas de remoção calor. Porém, podem ocorrer pontos quentes (hots-pots)
para reações altamente exotérmicas o que pode danificar os tubos ou alterar as
características do produto. Devido à extensão dos tubos ser grande, a manutenção da
temperatura ideal em toda extensão destes pode tornar-se difícil. Podem ser associados em
paralelo, obtendo-se grandes produções em pequenas áreas de produção. Estas
associações formam bancos de tubos, o que facilita a remoção de calor, reduzindo os
gastos de operação. Podem ser associados em paralelo para um aumento de produção
escalável. São sistemas com manutenção simples, por não possuírem partes móveis.
Fj0 Fj1 Fj2 Fj3 Fjn
dNj
=0 1
X1
dNj
=0 2 dNj
=0 3 ... dNj
=0 n
dt dt X2 dt X3 dt Xn
Fj0 Fj
dNj 1
=0
dt X
3Fj0
Fj0 Fj
dNj 2
=0
dt X
Fj0 Fj
dNj 3
=0
dt X
(3.11)
De forma diferente dos reatores anteriores, o balanço de massa global não resulta
em estado estacionário, e portanto a variação de volume deve ser considerada.
Integrando:
(3.12)
(3.13)
Onde:
F0= fluxo mássico da corrente que contém A
m= massa contida no reator (f(t))
= densidade (massa mistura/volume de mistura)
0= densidade da corrente que contém A.
V; V0= volume da mistura
v0= fluxo volumétrico da corrente que contém A (volume/tempo).
t= tempo
Balanço de Massa para a espécie A:
Com V=f(t).
Como FA0=CA0v0:
(3.14)
(3.15)
Deve-se observar que a definição de conversão do reagente limite A não pode ser
aplicada desde que não é possível diferenciar qual a fração variação do número de moles
que ocorre no sistema é devida à reação ao invés da alimentação desta.
Variações dos reatores ideais são encontradas nos ambientes industriais para
adequação à situações específicas. O reator semi-batelada constitui um exemplo.
Reatores de Leito fixo ou empacotado são reatores tubulares cujo interior está
preenchido com catalisador sólido, constituindo um sistema heterogêneo. Possuem alta
3.4. ESTEQUIOMETRIA
Como as equações de projeto requerem apenas o balanço molar para uma espécie
química (normalmente o reagente limite) utilizamos a tabela estequiométrica para determinar
as quantidades, concentrações e Fluxos das demais espécies químicas, bem como a
composição da mistura que deixa o reator.
Considere-se a reação aA+bB+cCdD+eE+fF
O N° de moles total é:
(3.16)
onde: j=Nj0/NA0
j=Coef. Esteq. de j (- para reagentes; + para produtos)
Coef. Esteq A
Ex:
(3.17)
(3.18)
Para sistemas gasosos com volume (V) ou velocidade de fluxo volumétrico (v) variando
durante o percurso da reação pode-se obter expressões adequadas. Considerando a
equação dos gases ideais:
PV=NTRT
Introdução ao Cálculo de Reatores Químicos Ideais - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
116
Com NT=NT0+NA0X
Nas condições iniciais:
P0 V0 =NT0RT0
Relacionando o estado do sistema com o estado inicial:
Isolando V:
(3.20)
(3.21)
Para o caso de um sistema com fluxo contínuo onde ocorre uma variação da velocidade de
fluxo volumétrico com o curso da reação, têm-se:
PV=NTRT
CT=P/(RT)
Isolando v:
como FT=FT0+FA0X:
3.5. EXEMPLOS/EXERCÍCIOS
a) Determine o tempo de reação requerido para que uma conversão de 50% seja obtida em
um reator batelada.
b) Para um reator batelada de 2 000L onde se deseja processar 2 000L de reagente em 1h
com tCarga+tDescarga+tLimpeza=0,25h, determine qual conversão pode ser obtida.
c) Deseja-se uma taxa de produção de 2 000L/h de solução (produto) com uma
concentração final de B igual a 1,5gmol/L, sendo que as bombas de carga + descarga
possuem uma capacidade de 160L/min. Qual deverá ser o volume de batelada do reator
(despreze o tempo de limpeza).
d) Determine o volume de um CSTR para um fluxo volumétrico de 2 000L/h, sendo a
concentração final de B igual a 1,5gmol/L.
e) Determine a conversão final de um sistema composto por dois CSTRs em série para um
fluxo volumétrico de 2 000L/h, sendo que o volume de cada tanque é 10 000L
f) Determine a conversão de um PFR de 20 000L para um fluxo volumétrico de 2 000L/h.
g) Determine a conversão final de um sistema composto por dois PFRs em série para um
fluxo volumétrico de 2 000L/h, sendo que o volume de cada tanque é 10 000L.
Soluções:
a)
t=0 t=?
dNA dNA
dt dt
CA0=2gmol/L CA, CB, X=0,5
rA=-0,005CA
CA=CA0(1-X)
CA=2 (1-0,5)
CA=1gmol/L
t=-(Ln(1)- Ln(2))/0,005
t=138,63min=2,3h
b)
Descarga
Limpeza
Reação
Carga
tC tR tD tL
tCiclo= tC + tR + tD + tL
tCarga+tDescarga+tLimpeza=0,25h= 15min
(tempo de reação)
-0,025=Ln(CA)-Ln(2)
-0,025=Ln(CA/2)
CA/2=e-0,025
CA=1,597gmol/L
Como: CA=CA0(1-X):
1,597=2(1-X)
X=0,2015=20,15%
t= Ln(0,5/2)/-0,005
t=277,26min4,6h
Como é necessário processar 2 000L/h e a reação demora 4,6h é necessário um reator com
um volume 4,6 vezes maior, ou seja, 9 200L. Porém, o tempo total para o processamento
envolve os tempos de carga e descarga (desde que o tempo de limpeza é desconsiderado).
Assim o volume do reator deve ser maior que 9 200L para que a meta de 2 000L/h seja
obtida.
VBATCH=VP . tCiclo
Onde:
VP= volume horário de produção (L/h)
tCiclo= Tempo (h) para um ciclo de reação (Carga+Reação+
Limpeza+Descarga)
tCiclo= tC + tD + tL + tR
tCiclo= V/4800 + tR (h)
VBATCH=VP . tCiclo
VBATCH=2 000L/h . (VBATCH/4800 + tR) h
VBATCH=2 000 .( VBATCH/4800 + 4,6)
VBATCH-2 000 . VBATCH/4800 =2000 . 4,6
VBATCH-0,41667VBATCH =9200
VBATCH=15 771,43L 16 000L 16 m3
Assim:
tCiclo= 16 000/4800 + 4,6
tCiclo= 7,93h
Temos 16 000L processados em 7,93h = 2017,7L/h
Exercício: Determine o volume do reator para processar 5 000L/h.
d)
v0=2000L/h FA0
CA0=2gmol/L
dNA
=0
dt
FA
X
; com FA=CAv
FA0=CA0v0
FA0=2gmol/L . 2 000L/h
FA0= 4 000 gmol/h = 66,67 gmol/min
Introdução ao Cálculo de Reatores Químicos Ideais - Marcos Marcelino Mazzucco -
Introdução à Cinética Química
123
e)
v0=2000L/h FA0
CA0=2gmol/L
1
V1=10 000L
dNA
=0
dt
FA1
CA1 X1
2
V2=10 000L
dNA
=0
dt FA2
X2 CA2
FA1=CA1 . v1 e CA_i=CA0_i(1-Xi):
v1=2 000L/h=33,33L/min
CA1=0,8gmol/L
CA1=CA0(1-X1)
0,8=2(1-X1)
X1=0,6
(60% de conversão em relação a
entrada do reator 2)
FA1=FA0(1-X1)
FA1=66,67(1-0,6)
FA1=26,67gmol/min
e CA_i=CA0_i(1-Xi):
CA2=0,32gmol/L
CA2=CA1(1-X2)
0,32=0,8(1-X2)
X2=0,6 ( 60% de conversão em
relação a entrada do reator 2)
FA2=FA1(1-X1)
FA2=26,67(1-0,6)
FA2=10,67gmol/min
A conversão total é:
X=0,84 (84% do fluxo molar inicial foi convertido nos dois reatores)
Exercício: Repita este exemplo com 4 reatores em série com volume individual de 5 000L .
f)
V=20 000L
CA0=2gmol/L FA0 dNj
FA
=0
v0=2000L/h dt X
FA=CAv
:
Integrando:
CA=0,1gmol/L
CA=CA0(1-X)
0,1=2(1-X)
X=0,95 (95% de conversão)
g)
A equação de projeto é:
FA=CAv
Integrando:
CA=0,4462gmol/L
CA=CA0(1-X)
0,4462=2(1-X)
X=0,7769 (77,69% de conversão)
FA1=FA0(1-X1)
FA1=66,67(1-0,7769)
FA1=14,87 gmol/min
Para o reator (2):
CA=0,1gmol/L
CA2=CA1(1-X2)
0,1=0,4462(1-X2)
X=0,7759 (77,59% de conversão em relação a entrada do 2° reator)
FA2=FA1(1-X2)
FA2=14,87(1-0,7759)
FA2=3,33 gmol/min
A conversão total é:
X=0,95 (95% do fluxo molar inicial foi convertido nos dois reatores)
2. Determinar o tempo requerido para que uma conversão de 60% seja obtida em um reator
em batelada se a reação A+2BAB2, em fase líquida, a densidade constante for realizada.
Dados: CA0=2gmol/L
CB0=4gmol/L
k=1. 10-3 min-1 (L/gmol)1,5
Ordem em relação a A=1,5
Solução:
A velocidade de reação é:
-rA= 1 .10-3 CACB
-rA= 1 .10-3 [CA0(1-X)][CA0(B-b/aX)]
B=CB0/CA0=4/2=2 (V=cte)
-rA= 1 .10-3 [CA0(1-X)1,5][CA0(2-2/1X)]1
-rA= 1 .10-3 [CA0(1-X)1,5][2CA0(1-1X)]
-rA= 2 .10-3 CA02,5(1-X)2,5
Como CA0=2gmol/L
t=348min=5,8h
Exercício: Determine os tempos espaciais para um CSTR e um PFR.
1. Considere a reação A+4B2C, em fase líquida, cuja equação cinética pode ser modelada
por rA=-0,025CA0,5CB0,5 (min-1.gmol/L). Preencha a tabela a seguir para a série de reatores
contínuos apresentada. As concentrações no início da série de A e B são, respectivamente,
2gmol/L e 8gmol/L e a velocidade do fluxo volumétrico é de 10L/min. Em todos os pontos de
divisão de corrente os fluxos são igualmente divididos. Calcule a conversão total do sistema.
FA01 X3
1 3
FA0 FB01 X1
X7
FB0 FA02 7
FB02
X5
5
2
X2
6
XT
4
X6
X4
%program sb
clear all;
%var
global k v0 Cb0 Volume_0 Ca0 ;
function [dCdt]= f(C,t)
global k v0 Cb0 Volume_0 ca0;
#C(1)=CA; C(2)=CB; dCdt(1)=dCA/dt; dCdt(2)=dCB/dt
Volume=Volume_0+v0*t;
ra=-k.*C(1)*C(2);
rb=ra;
rc=-ra;
rd=2*rc;
dCdt(1)=ra-v0*C(1)/Volume;
dCdt(2)=rb+v0*(Cb0-C(2))/Volume;
dCdt(3)=rc-v0*C(3)/Volume;
dCdt(4)=rd-v0*C(4)/Volume;
endfunction;
%begin
clc;clf;
disp("__________Calculando:REATOR...__________________");
%>>Inicialização dos parâmetros da reação/processo
k=2.2;
v0=0.05;
Cb0=0.025;#na corrente de alimentação
Volume_0=5;
Ca0=0.05;
C0(1)=0.05; #Ca0 no reator
C0(2)=0;#Cb0 no reator
C0(3)=0;
C0(4)=0;
%>>end;
%>>Integração numérica
t=linspace(0,500,21); #intervalos de integração
C=lsode("f",C0,t); #Integra
%>>end;
Volume=(Volume_0+v0.*t)';
X=(Ca0*Volume_0.-C(:,1).*Volume)./(Ca0*Volume_0);
ra=-k.*C(:,1).*C(:,2);
rc=-ra;
%>>Gráficos
%>>C x t;
subplot(2,2,1);hold("on");
plot(t,C(:,1),"-+r;CA;"); #gráfico Caxt
plot(t,C(:,2),"-*g;CB;");#gráfico Cbxt
plot(t,C(:,3),"-ok;CC;");#gráfico Ccxt
plot(t,C(:,4),"-m;CD;");#gráfico Cdxt
grid("on");
xlabel("t");ylabel("C"); #nome dos eixos
%>>V x t;
subplot(2,2,2);
plot(t,Volume,";V;");
grid("on");hold("off");
xlabel("t");ylabel("V");
%>>X x t;
subplot(2,2,3);
plot(t,X,";X;");
grid("on");hold("on");
xlabel("t");ylabel("X");
%>>r x t;
subplot(2,2,4); hold("on");
plot(t,ra,"-r*;ra;");
plot(t,rc," -b;rc;");
grid("on");
xlabel("t"); ylabel("r");
%end;
disp("Fim dos cálculos.");
disp("Os resultados estão nos Gráficos");
%end.
0.1
200 0,00909
250 0,006735 0.05
300 0,004961 0
350 0,00401 0 100 200 300 400 500 600
400 0,00334 t
450 0,002609
500 0,002247
0.99999
ordem 1
500 0.99998
ordem 2
400 0.99997 y = -8E-08x + 1
Ln(C A)
0.99996 R2 = 0.8935
300
CA-1
200
0.99995
y = 0.89x - 43.57
0.99994
100 R2 = 0.9634
0.99993
0
0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600
t t
25 ordem 1.5
250000 20
ordem 3
200000
15
CA-0.5
150000
CA-2
10
100000 y = 0.0377x + 2.5409
5
50000 y = 360.85x - 37643 R2 = 0.9983
R2 = 0.8019 0
0
0 100 200 300 400 500 600 0 50 100 150 200 250 300
t t
6.(ENC 1999) Ao verificar o seu e-mail ao chegar ao trabalho, você encontra a seguinte
mensagem:
From: "G.I. Chephe" < gic@consult.com.br>To: "Lista Eng. Consult" < enc-
1@consult.com.br>Subject: En: Consultoria urgente !!!
Temos enfrentado sérios problemas com o reator projetado por essa empresa. Sua
promessa de que a conversão mínima de 75% estaria garantida com a operação do reator a
120°C e pressão atmosférica só foi possível durante os três primeiros meses de operação.
Estamos tendo problemas desde que elevamos a temperatura para 180°C, pressionados
pela necessidade de aumentar a produção. Para tentar melhorar a conversão, mandei retirar
o recheio inerte e instalar um sistema de agitação que estava disponível em nossa fábrica.
Não conseguimos entender como um reator de três metros de comprimento e 20cm de
diâmetro pode ainda piorar seu desempenho, mesmo depois de instalarmos o sistema de
agitação. Claro que tratamos de alterar a vazão para manter a razão volume/vazão
constante, conforme recomendado no manual de operação do reator. Solicitamos com
urgência um parecer de Vossa Senhoria.
Atenciosamente,
Q. Romais
Diretor-Presidente Romais S/A
Favor responder com a maior brevidade possível a consulta encaminhada pelo Sr.
Romais.
7.(ENC 2000) Uma regra prática diz que para cada dez graus Celsius de aumento na
temperatura a velocidade de reação é duplicada. Na verdade, essa afirmação é válida
somente para certas combinações de energia de ativação e faixas de temperatura. Com
base nestas observações:
(a) calcule o percentual de diminuição de volume de reator, caso fosse possível aumentar de
100 °C para 120 °C a temperatura de operação de um reator de escoamento contínuo ideal
isotérmico, mantendo a conversão e as outras condições de operação constantes;
9.(ENADE 2005) O Brasil se destaca por possuir o maior percentual de energia renovável
na matriz energética (acima de 40%). Cabe ressaltar a perspectiva concreta de ampliar
ainda mais esse percentual em curto prazo, com o aumento da participação de
biocombustíveis. O maior programa de uso de biocombustíveis em nível mundial foi o PRO-
ÁLCOOL, criado em 1975 com o intuito de encontrar uma alternativa energética ao petróleo.
Desde então, diversas usinas foram instaladas no país para a produção de álcool etílico a
partir da fermentação de açúcares, conforme a equação I abaixo, não-balanceada.
MECANISMO DE REAÇÃO
PSEUDO EQUILÍBRIO
CINÉTICA PARA REAÇÕES DE POLIMERIZAÇÃO
REAÇÕES ENZIMÁTICAS
PROPRIEDADES DOS CATALISADORES
ETAPAS DE UMA REAÇÃO CATALÍTICA
MECANISMOS DE REAÇÃO.
DESATIVAÇÃO CATALÍTICA
4.1. INTRODUÇÃO
Reações não-elementares são aquelas que não seguem uma expressão cinética do tipo
-rA=kCAaCBb...CNn e sem correspondência entre as ordens parciais e os coeficientes
estequiométricos (molecularidade). Um exemplo típico é a reação H2+I22HI, cuja expressão
(R1)
(E1)
(E2)
(E3)
(E3.1)
etapas:
Assim:
(E4)
(E4.1)
A solução das equações E4 e E4.1 para todas as espécies envolvidas em uma reação pode
tornar-se complexa e é facilitada pela adoção de uma hipótese de pseudo-equilíbrio ou pseudo-
estado estacionário. Nesta hipótese a espécie intermediária é considerada altamente reativa de
forma que .
Assim:
(E5)
(E3.1)
(E5.1)
Simplificando:
(E5.2)
(E6)
(E7)
Reações em cadeia que ocorrem através de radicais livres são reações complexas que
envolvem os seguintes passos:
Iniciação: formação do radical livre (intermediário ativo)
Propagação e transferência de cadeia: reação entre um radical livre e outro ou entre
um radical livre e um produto para formação de um novo intermediário ativo. Ou ainda formação
de radical livre através de substâncias como solvente, agentes específicos, etc.
Terminação: reação entre os radicais livres para a formação de um produto estável.
4.4. POLIMERIZAÇÃO
(Iniciador monofuncional)
(E8)
(E10)
Propagação: O radical R1 formado no passo de iniciação reage com uma nova molécula
de monômero:
(E11)
(E12)
Outras espécies:
Solvente:
(E13)
(E14)
Desproporcionamento:
(E15)
(E16)
(E17)
Assim:
(E18)
Para a iniciação
Ou:
(E19)
Fogler indica que a concentração de radicais livres está, normalmente, entre 10 -6 e 10-8
gmol/L.
O mesmo procedimento pode ser aplicado à terminação por desproporcionamento e às
transferências de radical ao monômero, solvente e outras espécies. Assim, a taxa global de
desaparecimento de R1 é:
(E20)
De forma semelhante, a taxa de desaparecimento das cadeias de polímero vivo com j unidades
monoméricas (j2) é:
(E21)
A maioria das reações biológicas são catalisadas através de enzimas. Uma enzima é
uma proteína ou derivado de uma proteína com propriedades catalíticas. O reagente em uma
reação biológica é conhecido como substrato e representado pela letra S. As enzimas recebem
denominação baseada na reação que elas catalisam adicionado o sufixo ase; por exemplo: a
enzima que catalisa a decomposição da uréia é a urease. As enzimas são catalisadores
orgânicos muito mais seletivos que os inorgânicos, sendo a base das reações dos organismos
vivos.
Proteases e amilases em detergentes são enzimas do tipo I, desde que a enzima que
está em solução catalisa a degradação de manchas de sangue e amiláceos.
As enzimas do tipo III são as mais comuns e serão estudas com maior detalhamento.
(E22)
(E23)
(E24)
(E25)
(E25.1)
(E26)
(E22)
(E24)
(E27)
(E25.1)
(E28)
(E29)
Este mecanismo pode ser aplicado diretamente à decomposição da uréia pela urease:
Como esta reação é conduzida em solução aquosa, temos excesso de água e, portanto:
(E30)
(E31)
Assim:
(E32)
(E32)
Se denominarmos Vmax como a máxima taxa de reação para uma dada concentração total de
enzima, então:
E(33)
(E34)
Consideremos o caso onde a concentração de substrato é tal que a taxa de reação seja
equivalente a metade da taxa máxima da reação , ou seja:
(E35)
Assim:
Vmax
-rs
Vmax
2
0 Km
Cs
Em alguns casos, os poros possuem um diâmetro tão pequeno que impedem algumas
moléculas de acessar os pontos de reação, materiais com estas características são
denominados peneiras moleculares (molecular sieves). As peneiras moleculares podem
ser obtidas a partir de argilas ou zeólitas minerais ou sintetizadas as partir de alumino-
silicatos cristalinos, por exemplo. A manipulação desta propriedade pode alterar a
seletividade ou controlar o tempo de residência das moléculas próximo à superfície ativa do
catalisador. Uma zeólita típica é a ZSM-5 onde aparecem poros com diâmetros de 5,6 ,
ou seja 5,6 . 10-10 m.
1: Transferência de massa, por difusão, dos reagentes do bulk para a superfície externa do
pellet.
2: Difusão do reagente da boca do poro, para dentro deste até a superfície do sítio catalítico.
3: Adsorção do reagente sobre o sítio.
4: Reação na superfície do sítio catalítico (AB, por exemplo).
5: Dessorção dos produtos do sítio.
6: Difusão dos produtos da superfície do sítio catalítico para a boca do poro.
7: Transferência de massa dos produtos da superfície externa do pellet para o bulk.
Se a difusão do gás ou líquido do bulk para a boca do poro afetam a taxa de
reação, as alterações nas condições de fluxo do reator também alteram a taxa de reação.
Se a difusão dentro do poro do catalisador limitar a taxa de reação, esta não será
influenciada pelas condições externas.
4.7.1. Adsorção
=gmol/gcat
=gmol/gcat
=gmol/gcat
(Balanço de sítios)
1.6
1.4
CH 2*S x 102 (gmol/gcat)
1.2
Pressão Crescente
1
Pressão decrescente
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
PH2(torr)
Podemos observar que, exceto um ponto, a linha de tendência aproxima bem tanto os
pontos para os experimento de acréscimo como o de decréscimo de pressão. Os
experimentos não indicam histerese, ou seja, os caminhos de acréscimo e decréscimo são
os mesmos. O gráfico a seguir (figura 4.5) ilustra uma situação hipotética de histerese sobre
o caso anterior. Este gráfico tem apelo meramente ilustrativo e os caminhos não possuem
significado físico.
1.6
1.4
CH2*S x 10 2 (gmol/gcat )
1.2
1 Crescente
Decrescente
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
PH2(torr)
onde:
kA= constante de ligação de H2 ao sítio (atm-1.s-1)
Onde:
k-A= constante de desligamento de H2S do sítio (1/s)
A taxa líquida de adsorção é:
Sendo KA, kA e k-A funções da temperatura seus valores aumentam com o aumento
de temperatura.
Ou seja:
Assim:
Finalmente:
Esta equação fornece a equação da isoterma para H 2S (H2 adsorvido em S) sendo
denominada isoterma de Langmuir.
Este arranjo pode ser disposto de forma linear, o que indica que se os dados da figura 4.4
coeficiente linear :
160
140
120
100
PH /CH *S
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250
PH2 (torr)
25
20
PH /CH *S
15
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
PH2 (torr)
A figuras 4.6 e 4.7 mostram que os dados para a adsorção de H 2 sobre pó de Cobre
não são representados pelo mecanismo que forma H2S, ou seja, provavelmente, a
molécula de H2 não é adsorvida sobre um sítio S (adsorção molecular).
onde:
kA= constante de ligação de H2 ao sítio (1/[atm s])
Rearranjando a equação:
No equilíbrio, rAD=0:
Como:
(Balanço de sítios)
Substituindo:
Rearranjando a equação:
12
10
8
(P H 2)1/2 /CH*S
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
(P H 2)1/2 [(torr)1/2]
5
4.5
4
3.5
(PH 2)1/2 /CH*S
3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
0 1 2 3 4 5
(PH 2)1/2 [(torr)1/2]
A figuras 4.8 e 4.9 mostram que os dados para a adsorção de H 2 sobre pó de Cobre
são representados pelo mecanismo que forma HS, ou seja, quando ocorre adsorção
dissociativa.
Para uma espécie A adsorvida sobre uma superfície catalítica S podemos identificar
as três principais trajetórias de reação como:
Trajetória 1: A reação na superfície é representada por um mecanismo simples no
qual apenas o sítio onde o reagente está adsorvido participa da reação
Trajetória 3: A reação acontece entre uma molécula adsorvida e uma molécula livre
na fase gasosa:
B D B D
A C A C
4.7.3. Dessorção
Isto ocorre porque a etapa mais lenta limita a velocidade da reação, ou seja, existe
uma etapa limitante ou etapa controladora da reação.
RAD RS RD
Elétrica Reação
Força eletromotriz (ddp) Concentração
Corrente (I=C/s)
Taxa de reação ( )
Reação
na
Adsorção Superfície Desorção
T( g) S
T S
H2 ( g) T S
B S M( g )
B S
B( g) S
C C P CP
rAD kA CV PT T S rS kS CT S PH2 B S M rD kD CB S V B
KT KS KB
Aproximadamente 75% das reações heterogêneas são limitadas pela taxa de reação na
superfície, assim a primeira tentativa na busca de uma mecanismo deve seguir esta
consideração.
Substituindo:
Substituindo CV:
; com
-rT’ PT PH2 PB
. . . .
. . . .
. . . .
; com P=[atm]
Onde:
CC= concentração de carbono na superfície catalítica
A, n = parâmetros
A atividade é:
5. REAÇÕES MÚLTIPLAS
TIPOS DE REAÇÃO
ANÁLISE DE REAÇÕES EM PARALELO
ANÁLISE DE REAÇÕES EM SÉRIE
5.1. INTRODUÇÃO
Denominamos sistemas com reações múltiplas, aqueles onde é necessária mais que
uma equação cinética para expressar a velocidade do sistema reativo. Estas reações são
divididas em três grupos, as competitivas, as consecutivas e as independentes.
Reações independentes são aquelas onde a matéria prima do processo está sujeita
à várias reações simultaneamente, sem que uma dependa da outra. Por exemplo:
Reação desejada
Reação indesejada
A seletividade da reação é:
a=(+)
Assim:
a=(+)
Assim:
%program BATCH_reacoes_em_paralelo
#Última gravação: 12/02/2009;quinta-feira;23:44
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
#Objetivo: #Objetivo: análise de reações em paralelo
#A->D (1)
#A-I (2)
clear all;
function [dXdt]= f(X,t)
global CA0 K1 K2 n1 n2;
X1=X(1);
X2=X(2);
CA=CA0-CA0*X1-CA0*X2;
rA1=-K1*(CA^n1);
rA2=-K2*(CA^n2);
dX1dt=-rA1/CA0;
dX2dt=-rA2/CA0;
dXdt=[dX1dt;dX2dt];
endfunction;
%var
global CA0 K1 K2 n1 n2;
%begin
clc;clf;
CA0=2;#<<gmol/L
%>>parâmetros Cinéticos
n1=1 ;#<<ordem reação 1
n2=3 ;#<<ordem reação 2
K1=0.01;#<<velocidade específica da reação 1
K2=0.01;#<<velocidade específica da reação 2
%>>end
t=[0:20:1000];
X=lsode("f",[0,0],t);
CA=CA0*(1-X(:,1)-X(:,2));
CD=CA0*(0+X(:,1));
CI=CA0*(0+X(:,2));
plot(t,[CA,CD,CI],["-*;C_A;";"-o;C_D;";"-;C_I;"]);
grid("on");
xlabel("t(min)");
ylabel("C(gmol/L)");
%end.
%program seletiv_1
#Última gravação: 12/02/2009;quinta-feira;23:42
#Software: GNU Octave 3.1.50;mEd 3.4.1
#Autor:Marcos Marcelino Mazzucco, Dr.
#Objetivo: #Objetivo: análise de reações em paralelo
clear all;
%begin
clc;clf;
nD=1;
nI=3;
CA=[2:-0.1:1];
rD=-3E6*CA.^nD;
rI=-1E6*CA.^nI;
S=rD./rI;
plot(CA,(S-min(S))/(max(S)-min(S)),";;");
xlabel("C_A");ylabel("Seletividade normalizada");
grid("on");
title(sprintf("r_i=-k_iC_i ^n ^i -> nD=%g; nI=%g",nD,nI));
%end.
No terceiro caso avaliamos a situação onde a energia de ativação para a formação
do produto desejado é maior que a do indesejado. A reação com maior energia de ativação
tem sua velocidade específica aumentando mais rapidamente com o aumento da
temperatura. Como a seletividade também é dada pela relação entre as velocidades
específicas das reações, temos:
Neste caso a reação deveria ser realizada na temperatura mais alta possível para maximizar
a seletividade da reação.
Neste caso a reação deve ser conduzida na mais baixa temperatura que não
implique na inviabilidade do processo.
Quando dois reagentes estão envolvidos em reações paralelas temos uma situação
ligeiramente diferente. Analisemos as reações:
Reação desejada
Reação indesejada
(Formação de B)
(Consumo de B)
Segundo caso: a primeira reação é mais rápida que a segunda: será formada uma grande
quantidade de B. Porém se o tempo de reação for muito longo a espécie B será consumida
em grande quantidade. Um reator do tipo tanque agitado, ou um reator tubular muito longo
não seriam indicados para esta situação.
Observe os gráficos a seguir relativos a cada um dos casos:
%>>Segundo caso:
# K1=0.01;#<<velocidade específica da reação 1
# K2=0.02;#<<velocidade específica da reação 2
%>>end;
%>>end;
t=[0:20:1000];
C=lsode("f",[CA0,CB0,CC0],t);
CA=C(:,1);
CB=C(:,2);
CC=C(:,3);
plot(t,[CA,CB,CC],["-*;CA;";"-o;CB;";"-;CC;"]);
hold("off");
grid("on");
xlabel("t(min)");
ylabel("C(gmol/L)");
%end.
6. REFERÊNCIAS