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I - Reator de Leito Fixo

1.1 - Características Principais


No reator de leito fixo o meio reacional se encontra em uma fase (líquida
ou gasosa) e o catalisador na fase sólida. Pode também ser chamado de reator
catalítico de leito fixo, onde o catalisador sólido é constituído de inúmeras e
pequenas partículas depositadas ao longo do comprimento de um tubo.
Em inglês é conhecido como PackedBed Reactor (PBR), assemelhando-
se ao reator tubular, a diferença é o “recheio” de partículas sólidas que existem
nele, por isso, também é conhecido como reator de leito recheado.
O reator de leito fixo promove o contato entre as fases envolvidas no
processo, fase fluida gasosa e/ou líquida com a fase estacionária/partículas ou
entre diferentes fases fluidas.
Não apresenta gradientes radiais de temperatura, concentração ou
velocidade de reação na direção radial, variando apenas axialmente.

Para um projeto de reatores de leito fixo:


Taxa Global:
'' mol
r =
massa .h

Ou

' mol
r=
área . h

Existem alguns tipos de reatores, dentre eles os mais conhecidos são:


 Reator isotérmico ou adiabático sem dispersão axial ou radial – PFR
ideal;
 Reator adiabático com dispersão radial e reação química;
 Reator adiabático com dispersão axial e reação química;
 Reator não isotérmico com dispersão axial.
Outros fatores importantes é conhecer o escoamento e determinar a perda de
carga no reator:
2
dP f us ρ g
=2
dz g dp
Onde:
u2s = velocidade superficial
d p = diâmetro do gás
ρ g = densidade do gás
f = fator de atrito
Para o fator de atrito a equação mais conhecida e usada é a de Ergun:
1,2
(1−ε ) −0,2
f =6,8 3
Re
ε

Válida para Re /(1-Ɛ) < 500, onde é Ɛ a porosidade do leito.

Considerando um caso especial de reator adiábatico sem dispersão:


 O reator pode ser considerado não isotérmico ideal;
 Cosiderando que a reação é exotérmica, revesível de primeira ordem,
cuja a taxa global é r e envolve os efeitos difusivos ou de massa, a taxa
k
resultante para uma reação do tipo A ⇄ R é:
k −1

r =k C A −k −1 C R

Onde:
K = velocidade específica direta
k-1= velocidade específica reversa
Na forma adimensional e em função da conversão X A, obtém-se a equação
abaixo:

k C A 0 ( R+ 1)
r=
( R+ X Ae )
( X Ae− X A )

 Partindo de um reagente A puro (R=0);


 No equilíbrio a taxa resultante é nula:
Temos:

(
r =k 1 C A 0 1−
XA
X Ae )
Onde:
XAe = conversão de equilíbrio

Determina-se a conversão de equilíbrio pelas equações:


r =k C A −k −1 C R

(
r =k 1 C A 0 1−
XA
X Ae )
Observando que a constante de equilíbrio e a temperatura constante é igual e a
equação:
k R+ X Ae
= =k → equilíbrio
k 1−X Ae
'

Então;

K1 X Ae
K= =
K −1 1− X Ae

Partindo-se das equações de balanço de massa:

dCA
u =r
dz
Onde:
R= resultante
Ou usando a forma adimensional:

∂ X A kL
∂ξ
= ¿ 1−
u (XA
X Ae )
Onde:

z
ξ=
L

u
u¿ =
ū

Considerando as condições de contorno ξ =0 e XA=0 e integrando, obtemos:


XA
d XA
τ =∫
0
K 1 1−
( XA
X Ae )
Onde:

L V
τ= = (min .)
4 u v0

No sistema adiabático a constante de equilíbrio depende da temperatura e,


portanto da equação de Arrhenius:

( ( ))
γ

T

k =k 0 e
−( )=k
E
RT T0
0e

Onde:
E
γ= é o parâmetro de Arrhenius.
RT0

O balaço d energia para um reator adiabático:

−dT
ρ Cp u =( −Δ H R ) ×r
dz

Considerando que z=0 a temperatura de entrada é T 0.


Admensionalizando a equação abaixo e integrando:

T
=1+ β × X A
T0
Onde:

(−∆ H R ) C A 0
β= é o parâmetro de Energia.
ρ Cp T 0

 Influência do parâmetro β sobre a conversão em função da temperatura:


 Influência de entalpia de reação sobre a conservação de equilíbrio em
função da temperatura:

 Influência da taxa de reação sobre a conversão em função da


temperatura:
1.2 - Utilizações
É utilizado especialmente para catalisar reações gasosas.

1.2.1 - Aplicações de leitos fixos de partículas:


 Processos de adsorção;
 Processos de absorção de gases;
 Coluna de destilação com recheio;
 Extração liquido-liquido;
 Leitos de reação catalítica;
 Filtros de resina catiônica-aniônica.

1.2.2 - Processos empregados:


 Indústria química de base: steam reforming do metano, e na síntese de
amônia, ácido sulfúrico, metanol;
 Indústria petroquímica: na produção de óxido de etileno, vinilacetato,
butadieno, anidrido ftálico, estireno, etc.;
 Refino de petróleo: em processos de isomerização, polimerização e
hydrocracking.

1.3 - Vantagens e Desvantagens


O reator de leito fixo tem algumas vantagens em relação a outros tipos
de reatores.

 Vantagens: Para a maioria das reações ele produz a mais alta


conversão por massa de catalisador dentre os reatores catalíticos
(FOGLER, 2013); baixo custo de operação; operação continua. No seu
modo de operação não há problemas na separação do catalisador a
partir da corrente efluente do reator; tem uma grande variação no tempo
espacial em que eles podem ser operados.

 Desvantagens: Dificuldade de manutenção; formação de canais


preferenciais de escoamento de gás, resultando em utilização ineficiente
de partes do leito catalítico; gradientes de temperatura; controle de
temperatura ruim; o catalisador é de difícil remoção.

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