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VESÍCULA BILIAR
A Vesícula biliar está localizada sobre a superfície do lobo
direito do fígado e tem a função principal de concentrar,
armazenar e excretar a bile produzida no fígado. A bile
apresenta 3 principais constituintes:
Ducto cístico
1
Tratamento da colelitíase sendo portanto arriscado preparações hiperlipídicas nesse
período, pois podem gerar esteatorréia
Em geral é realizada a cirurgia de remoção da vesícula
(colecistectomia) que pode ser por laparotomia ou Após a colecistectomia a bile é secretada diretamente pelo
laparoscopia que é menos invasiva. Outros métodos fígado no intestino.
menos comuns incluem dissolução química, terapia
litolítica com ácido quenodesoxicólico ou litotripsia (choque Colecistite
extracorpóreo). A CPRE pode ser usada para retirada de
cálculos que migraram para as vias biliares. Não há
tratamento dietético específico para impedir colelitíase em É caracterizada pela inflamação da vesícula biliar podendo ser
indivíduos suscetíveis. classificada como aguda ou crônica e quanto à presença ou
não de cálculos (calculosa e acalculosa). A forma mais comum
(Krause 2013) Foi observado recentemente que a é a colecistite calculosa cujos cálculos levam à obstrução dos
colecistectomia é um preditor de cirrose hepática e está ductos biliares. Esta obstrução faz com que a bile fique
associada à elevação de enzimas hepáticas estagnada na vesícula levando à inflamação de suas paredes
além de icterícia, pois já que a bile não flui normalmente acaba
(Krause 2013)Dietas baseadas em vegetais bem extravasando para a corrente sanguínea. A colecistite
como a Vitamina C podem reduzir o risco de acalculosa pode ocorrer em condições graves como trauma,
colelitíase em mulheres. sepse, queimaduras e choque onde há tendência à estagnação
de bile na vesícula.
Tratamento Nutricional após colecistectomia (Krause +
Chemin) Colangite
- A alimentação é retomada normalmente por via oral
assim que houver o retorno da peristalse e a retirada da Pode ser classificada como colangite aguda e colangite
sonda nasogástrica de drenagem, caso esteja presente. esclerosante.
- Deve-se iniciar com dieta leve ou líquida até evoluir para
geral Colangite aguda: Ocorre APENAS Inflamação nos ductos
- Se no pós operatório o paciente ficar com dreno em biliares e o paciente necessita de ressuscitação com
intestino para retirada de secreção biliar (dreno de Kher), fluidos + antibióticos de amplo espectro.
deve-se fazer dieta hipolipídica durante permanência do
dreno (em geral 10 a 15 dias) Colangite esclerosante: Ocorre além da inflamação,
- a adaptação do organismo para digestão de gorduras na cicatrização e obstrução dos canais biliares dentro e fora
ausência de vesícula se dá em 2 meses de pós operatorio, do fígado. É uma condição grave que pode gerar sepse e
insuficiência hepática. Assim como na colangite aguda o
Coledocolitíase tratamento é antibiótico de amplo espectro e , em caso de
Ocorre quando há o deslocamento de algum cálculo da sepse recorrente a antibioticoterapia se torna crônica.
vesícula para o colédoco, podendo causar obstrução, dor e
cólicas.
coledocolitíase Colestase
Via oral ZERO durante ataque agudo – Pode-se indicar NPT em caso de desnutrição ou previsão de VO zero
prolongada
AGUDA
Retorno da VO: dieta com 30 a 45g de gordura/dia
25 a 30% do VET de lipídeos. Não se recomenda restrição maior pois o lipídio é importante para o
escoamento da bile
CRÔNICA PÂNCREAS
Flatulência é queixa freqüente. Deve-se avaliar caso a caso para identificar o alimento envolvido 2
Nos casos de suspeita de má absorção de gordura, é benéfico reposição de vitaminas lipossolúveis na forma
hidrossolúvel
O Pâncreas é um órgão glandular que apresenta uma função 48h PO2 arterial < 60mmHg
endócrina, através da síntese e liberação de insulina e Déficit de base > 4 mEq/L
glucagon, e uma função exócrina através da síntese e Seqüestro de fluido > 6L
liberação de enzimas digestivas (amilase, lipase e protease) Cálcio sérico < 8mg/ml
que auxiliam a digestão de carboidratos, lipídeos e proteínas.
Esta secreção exócrina é regulada pelos fatores descritos na Interpretação:
Fig 1.
(Krause) 5 observações são feitas na internação/diagnóstico e
Secretina 6 são feitas 48h após. Se o paciente apresentar 3 ou mais
+ Resposta neural desses parâmetros a mortalidade é de 60%.
colecistoquinina
(Dan 2009)
Presença de 1 a 3 critérios = Pancreatite leve
Presença de 4 ou + critérios = Mortalidade elevada
3
(Krause 2013) A obesidade parece ser um fator de risco
para o desenvolvimento da pancreatite e aumento de Teste de tolerância à Endócrina
sua gravidade glicose (secreção de insulina)
Patogenia Classificação
A Pancreatite pode ser classificada em AGUDA ou CRÔNICA.
(Krause)
Pancreatite Aguda
Os mecanismos exatos que levam à lesão
pancreática ainda não foram completamente elucidados, A Causa mais comum são os cálculos biliares
porém é aceita a teoria do refluxo do conteúdo ductal para o Outras causas incluem:
interior do ducto pancreático (Wirsung). Para entender esta Traumática: trauma abdominal, pós operatória, CPRE
teoria, é necessário lembrar que as enzimas pancreáticas são Doença pancreática: pâncreas divisum, câncer de
armazenadas no interior do pâncreas na sua forma inativa, pâncreas, ascaridíase ductal(colédoco ou Wirsung),
sendo ativadas apenas no lúmen intestinal. De volta à teoria, pancreatite crônica
acredita-se que este refluxo faça com que as enzimas sejam Metabólica:alcoolismo, hipertrigliceridemia, hipercalcemia,
prematuramente ativadas no interior do pâncreas, causando obesidade, gravidez, hiperparatireoidismo (pelo ↑ cálcio)
autodigestão e destruição da glândula. Uma vez que as Infecciosa: caxumba, peritonite, hepatite B, Herpes
enzimas pancreáticas (amilase, lipase e proteases) são Simples, citomegalovirus
armazenas no interior das células, a destruição destas faz Medicamentosa: diuréticos, corticoesteróides, azatioprina,
com que as enzimas sejam liberadas na corrente sanguínea, o tetraciclina, metronidazol, sulfassalazina.
que explica o fato de observarmos elevação de amilase e Tóxica: arsênico, chumbo, histamina, tetracloreto de
lipase na corrente sanguínea em casos de pancreatite, sendo carbono
estas enzimas utilizadas inclusive para auxiliar no diagnóstico Outras: excessos alimentares, veneno de escorpião, LES,
da doença. Já a teoria que envolve o ácool como fator queimaduras, insuf. Hepática grave, pós Tx renal
etiológico, seria que este leva a um aumento da secreção Idiopática: causa desconhecida
pancreática por estimular a gastrina e secretina, associado a
espasmo e/ou edema do esfícter de oddi. Logo, o estímulo da Avaliação Nutricional do Paciente (Dan)
secreção associado à obstrução da passagem desta pelo Uma vez que a desnutrição é um achado freqüente
edema ou espasmo do esfíncter de Oddi, gera pancreatite. em pacientes com pancreatite, torna-se fundamental a
realização da avaliação nutricional para traçar a conduta
mais adequada.
Nos casos de pancreatite crônica, devido à destruição celular A avaliação consiste em uma abordagem geral,
maciça e substituição do tecido pancreático (funcional) por baseada em dados antropométricos, bioquímicos e
fibrose (ñ funcional), a síntese de enzimas está diminuída e a imunológicos além de avaliação metabólica:
amilase e lipase séricas podem parecer normais.
Antropometria: peso, PCT, CB e CMB devem ser
utilizados para avaliar reservas de proteína e gordura
(Dan 2009) Além do mecanismo já descrito acima, este autor Dados Bioquímicos: índice de creatinina/altura (avaliação
acrescenta que o fator desencadeante está associado a das proteínas somáticas) + albumina e transferrina
aumento no fluxo de cálcio intracelular e à ativação (avaliação das proteínas viscerais)
prematura do tripsinogênio no pâncreas, ocasionando a
autofagia. Dados imunológicos: contagem total de linfócitos + teste
de hipersensibilidade cutânea avaliam a competência
Migração de neutrófilos até o pâncreas imunológica do paciente, já que sabe-se que a
desnutrição a prejudica.
Liberação de citocinas inflamatórias
Avaliação metabólica: realizada pelo balanço nitrogenado,
# Se essa resposta inflamatória ficasse contida apenas no que reflete a quantidade de massa protéica consumida
pâncreas a doença seria bem mais leve, ao invés disso ocorre para gerar energia.
a “enxurrada de citocinas” na circulação sistêmica, lesionando
outros órgãos, como por exemplo, lesão pulmonar aguda e Terapia Nutricional
SARA, ocasionada pela liberação de enzimas proteolíticas O cuidado nutricional na pancreatite aguda tem o objetivo
(tripsina, elastase, fosfolipase e caspase1) na circulação. de colocar a glândula “em repouso”, já que a dor está
parcialmente relacionada aos mecanismos de secreção de
enzimas pancreáticas e bile. Abaixo segue um esquema
Existem alguns testes de função pancreática (tab. 3) que contemplando as diferentes condutas nutricionais diante dos
podem ser feitos para avaliar a extensão da destruição diferentes “ataques” na pancreatite aguda.
pancreática, já que as enzimas sozinhas não são marcadores
de extensão da lesão.
4
(Krause + Dan)
Retorno da alimentação: deve ocorrer após desaparecerem Fórmulas com baixo teor de lipídios ou sob a forma de TCM e
vômitos, dor, distensão abdominal e íleo, além de se proteínas sob a forma de pequenos peptides estimulam
normalizarem os exames laboratoriais (amilase, lípase, cálcio menos o pâncreas e são melhores toleradas.
e glicose). Isto normalmente ocorre em 5 a 7 dias ou 2 a 5
dias segundo Chemin 2010. Atenção! Fórmulas isentas de lipídios tendem a ter alta
osmolaridade > estimulação do pâncreas e < tolerância.
(Krause) dieta por via oral, hipercalórica, hipolipídica, PTN
adequada, de fácil digestibilidade e com 6 refeições/dia. No Preferência: Fórmulas elementares ou semielementares.
caso de pancreatite prolongada (mais de 7 dias) menos grave,
pode-se iniciar dieta acima (atenção que está errado no livro, Nos casos de uso de NP, deve-se monitorar atentamente a
já que o correto é abaixo) do ligamento de Treitz. glicose, os TG, cálcio e o estado hidroeletrolítico, pois a
tolerância não é tão boa quando os nutrientes são
administrados via enteral.
Fig. 3: seta aponta localização do ligamento de
Treitz, que consiste no local onde se liga o final do Minerais:
duodeno com o início do jejuno. - cálcio: devido à freqüência de hipocalcemia, pode ser
necessária sua reposição como gluconato de cálcio. Com a
suplemetação de cálcio, pode ocorrer hipomagnesemia, pois
ambos competem pelo mesmo sítio de ligação na albumina.
(Dan) dieta por via oral ou enteral, atentando para possível
retorno da sintomatologia que mostra refratariedade à essas
- selênio: foi observada redução da mortalidade com o uso de
vias. No caso de enteral, esta pode ser por sonda
500 microgramas/dia, devido à modulação da inflamação do
nasoentérica ou jejunostomia, com dieta hiperproteica,
pâncreas gerada por ele.
moderada em carboidratos e suplementada com TCM.
(Chemin 2010)
2. Pancreatite aguda grave
- recomenda via enteral pós ângulo de Treitz com fórmula
(Krauses) - recomenda NPT!
oligo ou monomérica, iniciando com 10 a 15ml/h e evoluindo
volume e fórmula para polimérica de acordo com tolerância.
Iniciar NPT com lipídios (sistem 3 em 1) somente após
- Assim como Dan2009 também recomenda 2 sondas
lipidograma e se TG < 400mg/dl
simultaneamente. Uma para a alimentação, pós ligamento de
Treitz e a outra para descomprimir o estômago.
Se TG > 400mg/dl usar solução de dextrose e tratar
hiperglicemia com insulina.
- INICIALMENTE as fórmulas devem ser isentas de fibras para
evitar distensão abdominal
(Krause 2013) A terapia nutricional agressiva pode incluir
tentativa de usar o TGI. Com a alimentação no jejuno, as
- Não recomenda uso de probióticos até que os estudos
fases cefálica (??) e gástrica de estímulo pancreático
demonstrem segurança em sua utilização
exócrino são eliminadas.
- Em caso de a Nutrição enteral não ser suficiente para atingir
(Cuppari 2014) – A via enteral é indicada sempre que
as necessidades, deve-se ter a parenteral como base e
tolerada, com posicionamente após o ângulo de Treitz (mas
somente descontinuá-la se a aceitação da nutrição enteral for
pode ser gástrico se tolerado), com fórmula oligomérica,
de, pelo menos, 50% do VET previsto SEM
iniciando com velocidade de infusão bem baixa, com
INTERCORRENCIAS.
progressão de volume e fórmula (oligomérica para polimérica)
conforme tolerância. Segundo cuppari, 2014 a polimérica pode
- Lipídios tanto em enteral quanto em parenteral podem ser
ser usada desde o início, desde que a fonte de lipídio seja
usados desde que triglicerídeos < 300mg/dl
TCM, com o mínimo de TCL.
(Chemin 2010) Recomendações na Pancreatite aguda
GRAVE
No caso de se optar por NE, assim como a Krause na PA leve,
VET 25 – 30kcal/kg/peso
diz que o posicionamento deve ser após o ângulo de Treitz
Carboidratos 35 a 65%
com fórmula elementar.
Proteínas 1,5 a 2,0 – desde de que
não haja ↑ ureia sérica
(Dan 2009) – ATENÇÃO!! Nesta edição o Dan não recomenda Lipídios 1,0 a 1,5 – optando por
mais a NPT como padrão de Terapia Nutricional na formulas com TCM ou oliva
pancreatite aguda, como fazia na edição anterior. Micronutrientes Não estabelecidas as doses
Sabe-se agora que não usar o trato digestivo pode ocasionar (Projeto diretrizes 2011)
problemas. Promove translocação bacteriana e aumento nas
complicações tardias de infecção nosocomial, sepse e O posicionamento jejunal é o mais indicado, mas o
insuficiência de órgãos. Assim, a alimentação precoce na posicionamento GÁSTRICO é seguro.
pancreatite aguda é importante para manutenção da função Não há evidências para recomendar TNE
intestinal e prevenção de complicações. imunomoduladora para esses pacientes. Entretanto, a
suplementação isolada de W-3 está indicada.
È indicado o uso de 2 sondas simultaneamente. Uma para a Quando a TNP está indicada, a suplementação de
alimentação, pós ligamento de Treitz ( 40 – 60 cm além do glutamina deve ser feita na dose de 0,3g/kg/peso.
ligamento) e a outra para descomprimir o estômago. Recomenda-se fórmula com alto teor de TCM.
5
Se houver triglicerídeo > 1000mg/dl deve-se suspender alimentação posicionada no jejuno além do ligamento de
lipídio. Treitz (ver Fig. 3). Este posicionamento de sonda se justifica
Complicações da NPT (Dan) pelo fato de a presença do alimento nesta região do intestino
gerar um estímulo mínimo para secreção pancreática. A
Infecciosas: a mais comum é a infecção de cateter, e os fórmula utilizada deve ser hidrolisada, já que a dieta será
pacientes com pancreatite crônica são mais acometidos administrada direto no jejuno, hipolipídica, já que dos
do que os com pancreatite aguda. macronutrientes o lipídeo é o que mais estimula a secreção
pancreática, rica em proteínas, moderada em carboidratos e
Metabólicas: a mais comum é a hiperglicemia moderada, acrescida de TCM. Quando o paciente evoluir para via oral,
acometendo aproximadamente 80% dos pacientes. Uma pode ser necessário o uso de enzimas pancreáticas para
glicemia > 200mg% é de difícil controle e sinal de mau tratar a esteatorréia.
prognóstico.
Pancreatite Crônica
Monitoração do paciente em NPT (Dan) Causa mais comum é o álcool
Diária: glicemia, lipase, amilase, peso e balanço hídrico Segundo Chemin,2010 o consumo de 150g de álcool/dia
2x/semana: cálcio e albumina séricos por 5 anos já é o suficiente para desenvolver a doença.
1x/ semana: hemograma, hemocultura, CB, PCT e A pancreatite crônica em contraste ao que ocorre na
balanço nitrogenado aguda, usualmente evolui de forma insidiosa durante muitos
anos. É caracterizada por ataques recorrentes de dor
abdominal que pode ser precipitada pelas refeições. Além
disto, ocorrem alterações estruturais e funcionais do pâncreas
A conduta clínica para esses pacientes inclui: como fibrose, calcificações e cistos, resultando em
insuficiência exócrina e endócrina com intolerância à glicose.
Correção da hipovolemia com reposição hidroeletrolítica +
cuidados cardiorrespiratórios Patogenia
O evento inicial é a formação de tampões protéicos dentro dos
Tratamento da dor. A morfina está contra-indicada por ductos pancreáticos, que funcionam como matrizes para
causar edema do esfíncter de Oddi, sendo a meperidina a deposição de sais de cálcio (carbonato de cálcio), formando
melhor escolha verdadeiros cálculos. Uma vez formados, esses cálculos
obstruem os ductos gerando inflamação com destruição do
Devido à gastroparesia,quase sempre é necessário a parênquima pancreático. A destruição das ilhotas de
passagem de uma sonda gástrica de descompressão. Langerhans (produtoras de insulina) ocorre mais tardiamente.
Monitorização rigorosa de glicose devido à possibilidade Fatores etiológicos
de prejuízo endócrino + relativa resistência à insulina pela
condição de estresse metabólico presente. Além do álcool, que como já mencionado é a principal causa
de pancreatite crônica, podemos citar a estenose do esfíncter
Redução da produção de ácido clorídrico (já que este é de Oddi, o hiperparatireoidismo, tumores pancreáticos, dietas
um estímulo para secreção pancreática) com a utilização hiperlipídicas e pancreatite hereditária como causas menos
de antagonistas do receptor de H2 (antiácido) e importantes de acometimento crônico do pâncreas.
somatostatina que é considerada o melhor inibidor da
secreção pancreática, além de poder ser adicionada à Sintomas
NPT
Dor abdominal contínua ou recorrente + desnutrição
Atenção com os níveis séricos de cálcio que estão progressiva + má absorção + diabetes secundário
freqüentemente baixos nesses pacientes ( embrem que o
cálcio na pancreatite é tão importante que é até um Causas da desnutrição na Pancreatite Crônica
parâmetro avaliado nos critérios de Ranson) . As
prováveis causas são: Náusea/ vômitos Esteatorréia (gordura > 7g
nas fezes em 24h)
1.Hipoalbuminemia: já que parte do cálcio é carreado na
corrente sanguínea ligado à albumina, se ocorre redução anorexia Icterícia
dos níveis dela, conseqüentemente o cálcio será reduzido
Dor ao se alimentar Aumento do GER (devido à
2.Necrose de gordura: Ocorre um “seqüestro” do cálcio pela que gera sitofobia inflamação pancreática)
área de necrose gordurosa para a formação de sabão com (medo de se
os ácidos graxos livres ali gerados. alimentar)
Anemia Hemorragia gastrointestinal
Para saber o real cálcio disponível deve-se determinar os
níveis de cálcio ionizado, que não é nem ligado à albumina Conseqüências da desnutrição da Pancreatite Crônica
nem aos ácidos graxos
Edema periférico devido aos déficits de proteínas,
Conduta Nutricional na Resolução da Pancreatite Aguda Erupção cutânea ácidos graxos essenciais e
No caso de pacientes estáveis, na medida em que a Glossite vitaminas
pancreatite se resolve, isto é, quando desaparecem os
vômitos, a dor, a distensão abdominal, o íleo paralítico e os Objetivos da Terapia Nutricional
exames laboratoriais (amilase, lIpase, cálcio e glicose) estão Prevenir dano posterior ↓ esteatorréia
normais, pode - se tentar a utilização de um suporte nutricional ao pâncreas
agressivo via trato gastrointestinal, através de uma sonda de ↓ crises e inflamação corrigir desnutrição
6
aguda - especialmente na pancreatite crônica alcoólica a deficiência
aliviar a dor de tiamina está quase sempre presente, além de deficiência
Conduta Clínica e Nutricional na Pancreatite Crônica de ácido fólico (Chemin 2010).
ANTIOXIDANTES
(Krause) A via preferencial é a via oral com uma dieta ENZIMAS PANCREÁTICAS
hipercalórica, hiperproteica, hipolipídica e com glicose como
substrato energético preferencial, de acordo com a tolerância. - podem fornecer alívio da dor pela redução da secreção
exócrina
ENERGIA
- Se a função pancreática for reduzida em 90% a reposição é
(Chemin 2010 + cuppari 2014) 30 a 35kcal/kg peso/dia ou obrigatória. Esta é feita oralmente com as refeições e a
<20kcal/kg peso/dia inicialmente com evolução gradativa se dosagem deve ser de pelo menos 30000 UI/ lipase/ refeição
IMC < 16kg/m², para evitar síndrome de realimentação. (Krause,05/10)
- (Krause 05 /10 + Dan 2009) pacientes com suplementação - devido à produção pancreática de bicarbonato ser
máxima de enzimas devem receber dieta hipolipídica com 40 freqüentemente ineficaz, pode-se utilizar antiácidos (Inibidores
a 60g/dia ou substituição de parte da gordura por TCM de bomba de prótons e antagonistas dos receptores de H 2) ou
bicarbonato para manter o pH intestinal ótimo para atuação
- (Chemin 2010) 30% do VET se bem tolerado. Reduzir para < das enzimas, além de inibir a secreção ácido-gástrica que é
20% VET + TCM se não houver ganho de peso e persistência um importante estimulador da secreção pancreática.
de esteatorréia.
ÁLCOOL - Está proibido!
- (Cuppari 2002) restrição de lipidios para < 20% VET é
necessária DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS
(Dan 2009) embora a esteatorréia esteja presente em 1/3 dos - Deficiência de insulina: Paciente desenvolve intolerância à
pacientes com PC, a DESNUTRIÇÃO É RARA! glicose e o tratamento é feito com administração de insulina
exógena, similarmente ao que se faz com um paciente
diabético. Segundo DAN 2009, Diabetes pode ocorrer de 7 a
CARBOIDRATOS 15 anos depois do diagnóstico inicial de PC em 20 – 30% dos
pacientes.
(Dan) Nos casos leves ou iniciais, pode-se manter o estado
nutricional aumentando a oferta de carboidratos e reduzindo - Deficiência de glucagon: Gera hipoglicemia refratária, pois
os lipídeos sem o glucagon há prejuízo na mobilização dos estoques de
glicogênio. O tratamento deve focar o controle dos sintomas e
(Chemin 2010 + cuppari 2014) normoglicídica atentando para não a normoglicemia. Segundo DAN 2009, mais pacientes
possível Diabetes. morrem por HIPOglicemia do que por HIPERglicemia, devido
à ausência do contrarregulador Glucagon.
PROTEÍNAS
(Chemin 2010 + cuppari 2014) 1 a 1,5 g/kg/dia A deficiência hormonal ocorre em conseqüência à destruição
das células beta e alfa pancreáticas, produtoras de insulina e
VITAMINAS (Krause,2005) glucagon respectivamente.
- (Chemin 2010) ocorre deficiência de Vit C, riboflavina, ácido NE: nos casos de dor refratária com ingestão de alimentos,
nicotínico, cálcio, magnésio e zinco. pode-se indicar dietas enterais, até mesmo poliméricas por via
oral, já que estimulam menos o pâncreas comparadas aos
- ocorre deficiência de Vit B12 pela ausência de proteases alimentos in natura.
pancreáticas que promovem a separação da vit B12 da sua
PTN carreadora. Como a B12 fica ligada à sua PTN NP: reservada para os casos de dor persistente até mesmo à
carreadora, não consegue se ligar ao fator intrínseco e NE oral ou casos de ascite pancreática e/ou cisto pancreático,
conseqüentemente não é absorvida. Podem ser necessárias onde a NP torna-se indicação formal e precisa na tentativa de
formas hidrossolúveis de vitaminas lipossolúveis ou estabelecer repouso pancreático máximo.
administração parenteral de B12.
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Nos pacientes em regime de NP que não apresentam melhora
do estado geral e da dor, há suspeita de neoplasia, TRATAMENTO CIRÚRGICO PALIATIVO (Chemin)
principalmente nos idosos.
Pacientes com tumores não passíveis de ressecção são
submetidos a um desvio duplo, que é realizada para aliviar
uma obstrução já presente ou iminente do duodeno e do ducto
CIRURGIA NO CÂNCER DE PÂNCREAS biliar. A cirurgia consiste em uma gastrojejunostomia e de uma
O adenocarcinoma do ducto pancreático é extremamente coledocojejunostomia. Apesar desta cirurgia, os pacientes
agressivo e, no momento do diagnóstico, a maioria dos continuam queixando-se de saciedade precoce, dor abdominal
pacientes apresenta perda de peso importante e apresenta-se após a refeição, distensão e falta de apetite. Estes pacientes
num estágio que não é possível realizar tratamento curativo. apresentam perda de peso grave, debilidade física, dor e
Os sintomas principais desta neoplasia são: dor anorexia.
abdominal, anorexia, náuseas, vômitos e perda de peso,
sendo parte desta náusea e vômito, associados à obstrução Terapia Nutricional no pós operatório (Chemin)
duodenal. Alimentar-se pode piorara a dor. fornecer calorias e nutrientes suficientes para
Quando o câncer obstrui o ducto pancreático, pode compensar a má absorção;
ocorrer má absorção devido à deficiência enzimática e, este Se as secreções digestivas forem inadequadas após a
fato, combinado à anorexia, contribui ainda mais para a perda cirurgia, pode ser necessária a reposição enzimática
de peso. Se ocorrer obstrução biliar, pode ocorrer má junto às refeições;
absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis. Devido aos oligossacarídeos não necessitarem de
enzimas pancreáticas para sua hidrólise seu uso pode
TRATAMENTO CIRÚRGICO CURATIVO (Chemin) favorecer uma melhor absorção do que o uso de
É a única chance de cura, sendo a carboidratos de cadeia longa;
pancreatoduodenectomia (cirurgia de Whipple) o Avaliar individualmente a questão da intolerância à
procedimento de escolha. Nesta cirurgia é retirada a metade glicose;
distal do estômago, a cabeça e quantidades variáveis do Refeições pequenas e freqüentes podem auxiliar a
pâncreas, todo o duodeno e alguns centímetros do jejuno. ingestão devido à saciedade precoce;
Se for necessário tanto para pacientes com ou sem
Problemas no pós operatório (Chemin) ressecção curativa pode ser usado um tubo de
- insuficiência exócrina e a má absorção de gorduras jejunostomia para suplementação da nutrição oral
- saciedade precoce, diarréia e anorexia através de nutrição enteral noturna.
- rápido esvaziamento gástrico, úlcera marginal (minimizada
pelo uso de bloqueadores de H2) e gastrite com refluxo de
bile. Uma modificação para preservar o piloro reduz o refluxo FÍGADO
biliar e o esvaziamento rápido (ver figura abaixo, foto A), mas
seu uso em pacientes com câncer de pâncreas é O fígado é a maior glândula do corpo humano, pesando
problemático. aproximadamente 1500g e tem a capacidade de se regenerar.
Após o procedimento a sobrevida é baixa (4% em 05 Ele é suprido com sangue vindo da artéria hepática (1/3 do
anos) e aproximadamente 10 a 12% são diabéticos e 10 a total) + o vindo da aorta e veia porta, que supre os outros 2/3
35% apresentam glicosúria ou hiperglicemia assintomáticas. e leva para o fígado o sangue escoado do TGI.
Apesar de somente 10 a 20% de fígado funcional serem
necessários para manutenção da vida, a sua remoção
completa causa óbito em 24h. Isto demonstra claramente o
papel metabólico chave desempenhado pelo fígado, cujas
principais funções são mostradas na tabela 4.
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faz beta oxidação de ácidos graxos herpes simples, febre amarela e rubéola também podem
gerando energia causar hepatite aguda.
sintetiza corpos cetônicos que
Lipídios servirão de substrato energético no 1. Hepatite A (HAV): transmitida por via fecal-oral e
jejum contraída por alimentos e/ou água contaminada. Os
sintetiza e hidrolisa triglicerídeos, doentes apresentam sintomas como anorexia (mais
fosfolipídeos e colesterol comum), náusea, vômito, dor abdominal no quadrante
superior direito, urina escura e icterícia. Normalmente a
armazena todas as vitaminas recuperação é completa, ocorre em 95% dos casos e
lipossolúveis (A, D, E, K) conseqüências tardias são raras.
armazena vitamina B12 2. Hepatite B (HBV) e C (HCV): são transmitidas por
sintetiza as proteínas transportadoras sangue, sêmen e saliva e podem se tornar crônicas
Vitaminas de Vit A. chegando até mesmo à cirrose. A recuperação ocorre em
converte caroteno em Vit A 90% dos casos de HBV porém apenas 15 – 30% em
ativa o folato HCV.
ativa a vit D 3. Hepatite D (HDV): é um vírus dependente do vírus B para
sobreviver, sendo portanto uma co-infecção. Esta hepatite
armazena zinco, ferro, cobre e normalmente cronifica.
magnésio 4. Hepatite E: Assim como a hepatite A, esta é transmitida
Minerais sintetiza as proteínas carreadoras de por via fecal-oral e normalmente não se torna crônica.
ferro, zinco e cobre 5. hepatite G/GB, (HGV) (Krause 2010 e 2013): É a
Transforma amônia (produto tóxico causada pelo virus G e transmitida por transfusão
Amônia resultante do metabolismo de proteínas) sanguínea e parece NÃO CAUSAR hepatopatia.
em uréia, que pode ser excretada pelos
rins
Hormônios São inativados e excretados (aldosterona, Sintomas gerais
esteróides glicocorticóides, estrógeno, progesterona
e testosterona) Os sintomas podem ser divididos em 4 fases:
Álcool e drogas Detoxificação destas substâncias pelo
sistema enzimático que possui 1. Fase prodrômica: É uma fase inicial que acomete cerca
de 25% dos pacientes com febre, artralgia (dor nas
Bactérias e São removidos do sangue pela ação
articulações), artrite, erupção e angioedema (edema
detritos no fagocítica das células de Kupffer,
decorrente do aumento da permeabilidade vascular).
sangue presentes nos sinusóides hepáticos (ação
2. Fase pré-ictérica: ocorre mal-estar, fadiga, mialgia,
de filtro)
anorexia, náusea, vômito, disgeusia e disosmia (perda
parcial da fala).
3. fase ictérica: É a fase que de fato aparece a icterícia.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO 4. fase convalescente: começam a desaparecer a icterícia
HEPÁTICA e outros sintomas.
9
HEPATITE ALCOÓLICA
Ao ser metabolizado, o álcool gera acetaldeído + hidrogênio. HEPATOPATIAS COLESTÁTICAS
O consumo excessivo de álcool produz excesso de
acetaldeído que causa dano à estrutura e função hepática, já Pode ser dividida em dois tipos: cirrose biliar primária e
o excesso de hidrogênio, causa acúmulo de gordura no fígado colangite biliar primária, ambas doenças colestáticas crônicas
(esteatose hepática). O acúmulo de gordura associado ao imunomediadas. Na tabela 5 estão descritas as diferenças
dano causado pelo acetaldeído causa a hepatite, que pode entre as duas.
evoluir para cirrose caso a ingestão alcoólica continue. De
forma resumida, a hepatopatia alcoólica evolui por 3 estágios: Cirrose biliar Colangite
esteatose → hepatite alcoólica → cirrose (fig.5) característica primária esclerosante
(CBP) primária
ÁLCOOL (CEP)
destruição inflamação fibrosante
progressiva dos dos ductos biliares
Ductos biliares ductos biliares intra extra-hepáticos
hepáticos pequenos (pode ou não
e médios. comprometer
acetaldeído hidrogênio intrahepático)
Sexo Maioria Mulheres Maioria homens
acometido (90% dos casos) (60 a 70% dos
casos)
osteopenia (redução hipertensão portal
da massa óssea)
hepatotoxicidade Acúmulo de gordura insuficiência hepática
Complicações hipercolesterolemia
no fígado(esteatose) colangiocarcinoma.
deficiência de
vitaminas
lipossolúveis
10
DISTÚRBIO FISIOPATOLOGIA SINAIS E SINTOMAS TRATAMENTO
sobrecarga de ferro - hepatomegalia
( indivíduos conseguem - varizes de esôfago, - restrição de ferro
armazenar 20-40g de ferro - ascite - flebotomia (se iniciada
Hemocromatose comparados à 0,3 - 0,8g em -síntese hepática prejudicada antes do aparecimento
indivíduos normais) pigmentação anormal da pele de cirrose, promove
intolerância à glicose expectativa de vida
- comprometimento cardíaco normal)
- hipogonadismo
Acúmulo de cobre devido à - níveis séricos de - usar agentes quelantes
excreção biliar prejudicada (a bile ceruloplasmina de cobre
Doença de Wilson é a maior forma de excretar - anel de Kayser-Fleischer (Fig. 6) - a suplementação com
cobre) em tecidos como: fígado, - sinais neurológicos podem ser a zinco pode absorção
cérebro, córnea e rins. manifestação mais precoce do cobre.
- dieta pobre em cobre
- transplante hepático é
necessário
Def. de alfa- 1- antitripsina Colestase ou cirrose ocorrem - Transplante hepático
11
3. Paracentese consiste na retirada do líquido ascítico por - Krause (05/10) tem demonstrado um nível aceitável
punção abdominal. Este líquido é rico em proteínas e, de confiabilidade e validade, fornecendo uma perspectiva
portanto, ao retirá-lo ocorre perda protéica. ampla, porém não é sensível às alterações no estado
nutricional.
4. Ingestão alcoólica Apesar de não estar envolvida em - Dan 09 e Cuppari é um bom método de avaliação com
100% dos casos de cirrose, a ingestão alcoólica é muito 77% de concordância com a antropometria, apesar de não
freqüente e é uma importante causa de desnutrição quantificar as alterações nutricionais. É considerado um
devido a fatores como: método impreciso por alguns autores por subestimar a DPC
- substituição do alimento pelo álcool em 50% na cirrose ou superestimar em 60%.
- o álcool possui efeito negativo sobre a digestão e
absorção, levado à deficiência de tiamina, B12, folato, - (Chemin) Ainda é controverso para hepatopatas
d-xilose, zinco, aminoácidos e lipídios.
- além do prejuízo na absorção dos micronutrientes, o
álcool também provoca alteração no metabolismo 4. indicadores bioquímicos:
deles. Ocorre maior degradação da forma ativa da
piridoxina e menor formação da forma ativa do folato. - proteínas séricas (albumina; pré-albumina; transferrina;
- promove aceleração da peristalse e redução da proteína ligadora do retinol) devem ser usadas com
lactase da borda em escova, causando diarréia e cautela pois já que são produzidas pelo fígado, níveis
esteatorréia. baixos podem refletir a disfunção hepática e não
necessariamente desnutrição
5. sangramento digestivo (melena) pode ocorrer pela
ruptura de varizes esofagianas e gástricas e é necessário - se possível, dosar ferro, ferritina, magnésio, zinco,
que o paciente fique em dieta zero, de forma que se isto cálcio, fósforo, B12 e folato
ocorrer com freqüência pode levar a desnutrição
- índice creatinina/altura
6. alterações neurológicas: dependendo da gravidade, (Cuppari)pode ser usado para estimar massa magra
podem impossibilitar uma ingestão por via oral segura. uma vez que é mais afetado por doença renal do que
hepática, além de ser o que menos sofre interferência
A desnutrição é mais acentuada na hepatipatia alcoólica, do acúmulo de líquidos no terceiro espaço.
mostrando participação direta do álcool na desnutrição.
(Krause) (Chemin) o índice creatinina/altura é um bom
indicador de massa magra, exceto em doença renal
Conseqüências da desnutrição (Chemin)
A desnutrição pode contribuir com o aparecimento do ascite Atenção: A Chemin diz que é um bom indicador no
(pela redução ainda maior das ptns totais), encefalopatia (pela texto,mas coloca em uma tabela como sendo um
proteólise que o paciente faz) e peritonite bacteriana (pela fator que afeta o índice de creatinina altura, a síntese
redução da imunidade e risco de colonização bacteriana no hepática reduzida de creatina
líquido ascítico que é nutritivo para bactéria).
(Krause – 05/10) diz que como o fígado sintetiza a
Quanto maior for a gravidade da cirrose, pior é a desnutrição, creatina (PTN que dá origem a creatinina), no caso
ou seja, pacientes Child B e C são mais desnutridos do que de insuficiência hepática grave, ocorre alteração nas
Child A (Chemin) suas taxas independente do estado nutricional.
Diante de todas as causas de desnutrição presentes no - contagem total de linfócitos: reduzida em alcoolistas
paciente hepatopata, e considerando que a desnutrição é uma durante ingestão alcoólica, mas voltam ao normal em
achado bastante freqüente, torna-se fundamental a realização abstinência
da avaliação nutricional. Entretanto, ainda não há um “padrão
ouro” para avaliação do hepatopata e portanto esta deve ser 5. Antropometria
feita utilizando-se métodos antropométricos, bioquímicos e - é usada utilizando-se os mesmos parâmetros que se utiliza
clínicos, conforme descritos abaixo: para qualquer indivíduo.
1. História clínica: deve-se considerar o início, duração, e - Nos casos de edema ou ascite, deve-se dar preferência a
etiologia da doença hepática, bem como a presença de PCT, PC biciptal , subescapular e CMB pois sofre menor
comorbidades (nefropatia, DM, cardiopatia) interferência na retenção hídrica. Não se recomenda uso de
IMC nestes casos (Chemin + Krause)
2. exame físico: observar edema, ascite e sinais de
deficiências nutricionais (dermatites por carência de zinco - em estudo com cirróticos ambulatoriais viu-se que a CMB
ou de ácidos graxos essenciais; pelagra por deficiência de estava mais reduzida em homens e a PCT em mulheres
niacina e queilose ou queilite por deficiência de complexo (chemin)
B)
- deve-se avaliar circunferência abdominal e peso
3. Avaliação subjetiva global: neste tipo de avaliação, há periodicamente para acompanhar a progressão ou remissão
diferenças entre os autores. da ascite.
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6.Força muscular - pode ser utilizada para avaliar a eficácia da
terapia nutricional. Entretanto em casos de encefalopatia não
pode ser usada pois não se sabe se é devido à redução
muscular ou às alterações bioquímicas (Chemin + Krause)
7. impedância bioelétrica
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(Krause 2010) Com ascite, infecção ou má absorção Não se recomenda mais restrição protéica para profilaxia
incremento de 150 a 175% do GER ou 25 a 35 kcal/kg/dia de encefalopatia. A maioria dos pacientes tolera bem até
1,75 g/kg peso/dia
Proteínas
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Suplementação de vitamina A + zinco pode melhorar TERAPIA NUTRICIONAL NA PRESENÇA DE
ganho de peso por melhorar paladar COMPLICAÇÕES DA CIRROSE
A vitamina K é administrada intravenosa por 3 dias para
eliminar a deficiência Hipertensão Portal
Suplementação com vitamina E reduz a peroxidação de
lipídios, um dos indutores de endotoxinas que contribuem A hipertensão da veia porta ocorre devido à compressão das
para distúrbios hemorrágicos no cirrótico. Apesar dissso, suas ramificações intra-hepáticas pelo fígado fibrosado e de
não não modifica qualidade de vida nem mortalidade. menor tamanho. Com a compressão das ramificações, o
sangue não consegue fluir adequadamente, ficando “retido” na
(Chemin) veia porta aumentando sua pressão (fig.8)
- complexos vitamínicos são importantes especialmente para
alcoolistas
- pacientes em uso de diurético para tratar edema e ascite
podem apresentar cãibras por depleção de potássio e
magnésio
- casos prolongados de colestase há disabsorção de vitaminas
lipossolúveis e deve-se fazer esquema de reposição de vit A
(2.500 UI/dia); vit D (50.000 UI/dia); vit E (400 UI/dia) e vit K
(sem recomendação)
Vitaminas hidrossolúveis
Minerais
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Ascite média (TCM), sendo este último na dose de 15ml, 3-
4x/dia.
- A hipertensão portal + hipoalbuminemia + obstrução linfática Se hover perdas fecais significantes, deve-se fazer uma
+ maior estímulo do sistema renina, angiotensina, aldosterona dieta hipolipídica (40g de gordura/dia) se a diarréia não
que promove maior retenção de água e sódio, contribuem for resolvida, deve-se suspender a restrição lipídica pois
para o aparecimento dela. ela compromete a palatabilidade e resulta em < ingestão.
Hipoglicemia de jejum: ocorre em razão da menor Tratamento médico: como a maior fonte de amônia é a
disponibilidade de glicogênio no fígado cirrótico, produção pelas bactérias intestinais a partir de proteínas da
associado à capacidade reduzida do fígado em fazer dieta ou do sangramento de varizes do TGI, um dos
gliconeogênese. Também pode ocorrer após o consumo tratamentos médicos é a esterelização da flora com
de álcool pois ele inibe ainda mais a gliconeogênese . neomicina, um antibiótico não absorvido. Associado a
neomicina, utiliza-se o laxante lactulona, que age por dois
Terapia Nutricional na hipoglicemia de jejum: refeições mecanismos:
balanceadas com pequenos e freqüentes lanches. È - alteração do pH intestinal resultando em menor
mandatório a monitoração da insulinemia e glicemia. absorção de amônia por retenção intestinal dela na forma de
íon amônio.
- estimula eliminação de amônia nas fezes pelo efeito
Má absorção de gordura laxante.
16
ramificada (AACR) e elevação dos aminoácidos de cadeia Terapia Nutricional
aromática (AACA), metionina, glutamina, asparagina e
histidina. Isto se dá porque os AACA são degradados pelo Tab. 8: Recomendações nutricionais na encefalopatia
fígado e como o fígado está doente, esta degradação é (Cuppari)
menor, resultando em maiores concentrações séricas
deles. Já os AACR são preferencialmente consumidos
pelos músculos, coração, e cérebro, fornecendo 30% da
energia quando há redução da gliconeogênese e
cetogênese, exatamente como ocorre na cirrose. Desta,
forma as concentrações de AACR se reduzem. A relação
disso com a encefalopatia hepática, está no fato de
ambos os tipos de Aminoácidos competirem pelo mesmo
transportador na barreira hematoencefálica, de maneira
que conseguirá atravessar aquele que estiver em maior
concentração, neste caso os AACA. Ao atravessarem a Restrição desnecessária de proteína pode piorar a perda
barreira hematoecefálica os AACA conseguem gerar protéica
falsos neurotransmissores que irão levar a alterações (Dan 2009) Cirrose hepática e encefalopatia são
neurológicas, como as vistas na encefalopatia beneficiados com dietas NORMO ou HIPER protéicas
modificadas (aumento de proteínas lácteas e proteínas
vegetais). Os pacientes toleram bem até 1,8g ptn/Kg/dia.
(Chemin)
Energia: 25 – 40 kcal/kg/dia
Proteínas
(Chemin)
Teoria do “Cavalo de tróia” (Dan 2009): A amônia que - encefalopatia grau 1 e 2: ofertar 1 – 1,5g/kg peso IDEAL/dia
entra no cérebro é metabolizada nos astrócitos (céls (10 a 30g/dia de ptn animal + vegetal para completar
responsáveis pela nutrição e proteção dos neurônios) a quantidade)
glutamina. Em condições normais, essa glutamina sai do
astrócito por difusão passiva. Entretanto, com o aumento - encefalopatia grau 3 e 4: usar nutrição enteral exclusiva rica
de amônia no sangue, ocorre alteração de pH e prejuízo em AACR na proporção 3:1 (AACR: AACA) até atingir 1 – 1,5
da saída de glutamina dos astrócitos, promovendo seu g/kg peso IDEAL/ dia
acúmulo. Este acúmulo gera metabolismo da glutamina
nas mitocôndrias em glutamato + AMÔNIA. Logo, a Atenção: A recomendação de PTN na encefalopatia da
glutamina em excesso vira um “cavalo de tróia” que leva Chemin no texto é a descrita acima, porém na tabela 6 ela
amônia para o interior do astrócito. recomenda 0,5 – 1,5 g/kg/dia, sem especificar o grau de
Outras teorias: engloba outras substâncias neurotóxicas encefalopatia, observem!
como ácidos graxos de cadeia curta, mercaptanas, fenóis
e ácido alfa –aminobutírico. Há ainda uma teoria de que a Com relação aos AACR para os encefalopatas:
deficiência de zinco, tipos de ácidos graxos ou triptofano
possam estar também envolvidos. (Dan 09)
Indicada para pacientes com encefalopatia grave ou
Estágios da encefalopatia Hepática persistente;
Em cirróticos desnutridos previne o catabolismo
endógeno, sem sobrecarregar a função hepática;
Competem com AACA, minimizando a entrada de aminas
tóxicas no SNC;
Útil para atingir necessidades protéicas naqueles com
intolerância à proteína-padrão (0,25g AACR/Kg + 0,75g
de ptn/Kg)
A longo prazo, melhora a qualidade de vida e favorece
evolução clínica.
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L-Ornitina e L-Aspartato (LOLA) – Cuppari 2014 esofágicas ativas ou com risco de sangramento
importante (proj diretrizes)
Ambos aminoácidos são substratos para síntese muscular de Na presença de confusão mental deve-se posicionar a
glutamato, que será convertido à glutamina, aumentando a sonda em jejuno, para reduzir o risco de broncoaspiracao.
captação e depuração muscular da amônia circulante. Houve Ostomias estão contra-indicadas nos pacientes com
melhora significativa do quadro clínico de pacientes com EH ascite volumosa pelo risco de peritonite
graus I e II submetidos à terapia com LOLA. Recomenda-se o uso de bomba infusora para melhorar a
tolerância a dieta, especialmente nos pacientes com
Probióticos ascite volumosa.
(Dan 2009 + Krause 2010): São Indicados no tratamento da Não infundir grandes volumes
EH. Nos cirróticos, os probióticos podem melhorar alguns As formulas devem ter densidade calórica > 1 cal ml, para
sintomas de disfunção GI e reduzir conteúdo de amônia no favorecer o ganho de peso sem infundir grandes volumes.
sangue portal. Teor de sódio deve ser < 40mEqdia
A formula deve conter todos os aminoácidos essenciais.
(projeto diretrizes 2011) As formulas suplementadas com AACR estão indicadas
Prebióticos, probióticos e simbióticos estão indicados na quando houver intolerância a proteína animal.
prevenção e no tratamento da EH. O uso de SIMBIÓTICOS,
inclusive, apresenta resultados mais consistentes Nutrição Parenteral
oferecer suplementos ricos em AACR ou leite de soja DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO
ALCOOLICA – DHGNA ou EHNA (Chemin +
Oferecer dietas com proteína vegetal (menos histidina,
menos amoniogênicas em mais ricas em AACR) e Cupparis + Dan 2009 + Krause 10/13)
caseína (mais AACR e menos AACA) melhoram o estado
mental comparadas à carne. Definição: Acúmulo de triglicerídeos em mais de 5% dos
hepatócitos (Chemin). A evolução da DHGNA é normalmente
Alto teor de fibras é benéfico por aumentar a excreção de benigna, com função hepática preservada por vários anos,
compostos nitrogenados entretanto pode evoluir para doença crônica se não tratada em
15% dos casos (Cuppari). Segundo DAN 2009, Já pode ser
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL NO considerada uma manifestação hepática da Síndrome
CIRRÓTICO (Dan + projeto diretrizes 2011) metabólica, associada à ingestão excessiva de açúcar simples
e gordura saturada.
A via oral deve ser sempre a via preferencial para estes
pacientes, entretanto no caso de impossibilidade ou ingestão
insuficiente, deve-se indicar nutrição enteral (2ª escolha) ou Classificação (Chemin)
parenteral dependendo do caso.
1. DHGNA primária: observados em pacientes obesos,
Nutrição Enteral diabéticos, hiperlipidemicos
Quando o paciente apresenta significante perda de peso 2. DHGNA secundária:doenças familiares, agentes
corporal (>5% em três meses; ≥ 10% em seis meses) ou ambientais, hipotireoidismo e medicamentos
quando a ingestão via oral for < 60% (proj diretrizes)
A presença de varizes no esôfago NÃO contra-indica o ATENÇÃO: Ela só será classificada em primária ou
uso de sondas nasoenterais de material macio e de fino secundaria após exclusão de Hepatite C ou alcoólica que
calibre. (Dan) X A passagem de sonda está são as principais causas de esteatose.
contraindicada somente nos pacientes com varizes
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Prevalência (Chemin)
- ainda não conhecida no Brasil
- apesar de ser mais comum em obesos e diabéticos, pode (Chemin)
também ser encontrada em magros não diabéticos 1. Avaliação Nutricional – utilizam-se parametros
bioquímicos, antropometricos (circunferencia da cintura,
IMC, % gordura), dados do consumo alimentar
(recordatório de 24h e registro de 3 dias)
Sinais e sintomas (Cuppari)
A maioria é assintomática, mas às vezes, especialmente em 2. Necessidades de energia e nutrientes
pacientes pediátricos, podem ocorrer sintomas como: dor no
quadrante superior direito do abdome, desconforto abdominal, Energia
fadiaga ou mal estar. - restringir de 500 a 1000 Kcal do consumo habitual baseado
nos dados de consumo alimentar (Chemin)
Alterações laboratoriais (Cupparis) - dieta hipocalórica com 25kcal/kg/dia (Cuparri + Chemin 10)
- dieta hipocalórica com 25 – 30 kcal/kg/dia (Dan 2009)
- a principal alteração é na ALT e AST que podem estar - 6h/semana de atividade física aeróbia (Cuppari + Dan 2009)
elevadas de 2 a 5x o valor normal ou 30min/dia(Chemin10)
- o objetivo é a perda de 10% do peso inicial em 6 meses, pois
- pode ocorrer elevação da ferritina em alguns pacientes pacientes que perdem peso rapidame nte podem piorar a
inflamação hepática pelo aumento do afluxo (chegada) de
- raramente são evidenciadas alterações em albumina e ácidos graxos livres para o fígado.(Chemin + Cuppari + Dan
bilirrubina 2009). (Chemin 2010) Esta perda resultou em redução de
aminotransferases (TGO e TGP), esteatose e inflamação.
Tratamento médico - a perda de peso (5 a 10%) aumenta a sensibilidade à
(Chemin) insulina
- nenhum é ainda universalmente aceito; - a perda de 10% do peso inicial mostrou em biópsia
- a resistência à insulina apresenta papel importante no
surgimento e evolução da DHGNA, logo tem sido empregadas Carboidratos
drogas que melhorem a sensibilidade à insulina (metformina e (Chemin)
glitazonas) - substituir grãos refinados por cereais integrais, frutas e
- ácido ursodeoxicólico (AUDC) também tem sido usado mas vegetais
seu efeito em reduzir as enzimas hepáticas é temporário e não - reduzir consumo de CHO com alto índice glicemico ( > 85)
houve modificação histológica com seu uso.
(Cuppari)
(Cuppari) - recomenda 65% do VET
- medicamento é indicado para pacientes com risco de - ingerir pelo menos 1 tipo de grão (milho, soja, ervilha, grão-
desenvolver doença hepática crônica; de-bico) em ao menos 1 refeição
- deve-se controlar as doenças associadas como DM, - estimular consumo de cereais integrais
obesidade e dislipidemias; - estimular consumo de 3 a 5 porções de frutas e vegetais ao
- interromper drogas potencialmente hepatotóxicas que dia
possam piorar esteatose
- genfibrozil (por 4 semanas) e N-acetilcisteína (por 3 meses) (Dan 2009) Normoglicídica com 55 – 60% VET
reduziram níveis de AST, mostrando redução do dano
hepático
- ácido ursodeoxicólico (UDCA) por 6 a 12 meses reduz o grau Lipídios
de esteatose (Chemin + Cuppari)
- dietas hiperlipidicas levam a resistência insulínica
(Krause 2010): recomenda uso de ácido ursodeoxicólico - redução das gorduras saturadas e aumento das insaturadas
sem explicar efeito nem especificar dose. poderá elevar a sensibilidade à insulina além delas reduzirem
a inflamação e esteatose.
(Krause 2013): Não menciona mais o uso de ácido - w-3:
ursodeoxicólico, como a edição 2010. - possui efeito protetor na DHGNA (Chemin 2010)
- é um componente dietético importante nos
pacientes com DHGNA e EHNA (Dan 2009)
Tratamento Nutricional - 1g/dia reduz inflamação e infiltração gordurosa.
2g/dia reduz, além da esteatose, também o
(Chemin) A única medida consensual de tratamento é a triglicerídeo sérico, TNF-a, enzimas hepáticas e
modificação de estilo de vida (MEV), ou seja prática de glicemia de jejum (projeto diretrizes)
atividade física + hábitos alimentares adequados.
19
e frutos do mar) por serem potentes antioxidantes , reduzindo
assim a incidência de hepatite. Atenção: No capitulo de hepatologia a Chemin considera HIV
- o tratamento com 400 a 1.200 UI de vitamina E por 4 a 10 positivo como contra indicação absoluta e no capítulo de
meses, reduziu o dano hepático por esta vitamina devido ao transpante, relativa. No caso de alcoolismo ativo, de um modo
seu poder antioxidante, reduzir peroxidação lipídica da geral a equipe exige 6 meses de abstinência alcoólica.
membrana celular e níveis de citocinas pró-inflamatórias (TNF,
IL – 1, 6 e 8) Fase Pré-transplante
Soja: (Dan 2009) Indicada devido ao alto teor de ptn de AVB, deve-se realizar exame físico, balanço nitrogenado e ASG,
fibras e isoflavonóides. Confere mobilização da gordura considerada por autores como o método de escolha para
localizada nos hepatócitos. (Cuppari 2014) 25g de PTN de candidatos a transplante
soja na dieta dos pacientes com DHGNA pode controlar a
dislipidemia, reduzir glicemia de jejum e aumentar tolerância à Atenção: apesar da maioria dos candidatos a transplante ser
glicose. desnutrido, uma pequena porcentagem é obesa. Apesar
deles apresentarem resultados de sobrevida pós transplante
(Krause 2013) Vitamina E, betaína e S-adenosilmetionina semelhantes a não obesos, recomenda-se restrição calórica
podem ser benéficas na redução da esteato-hepatite não utilizando-se peso ajustado para os cálculos.
alcoólica (NASH), por reduzirem a atividade do TNF-a
A nutrição deve ser otimizada nesta fase, especialmente nos
pacientes com estado nutricional precário (carcinoma
Vinho tinto (Cuppari + Dan 2009) hepatocelular, colangiocarcinoma)
Recomenda estimular o consumo de 1 cálice no jantar, pois
favorece redução do colesterol e triglicerídeos. ATENÇÃO:
Apesar da Cuppari recomendar isto, sabe-se que é contra PRÉ TRANSPLANTE
indicado o estímulo ao consumo de álcool para
pacientes!!
Tab.10: CUPPARI
Carboidratos Lipídios proteínas
TRANSPLANTE HEPÁTICO
não promover 30 a 40% do VET 40 a 60g/dia
ATENÇÃO: Em função da enorme divergência de sobrecarga de desde que não haja considerando-se a
recomendações inter e intra autores, as recomendações carboidratos para hiperlipidemia presença de
deste capítulo serão separadas por autores, para evitar esteatose encefalopatia
minimizar a dificuldade no estudo.
Tab. 11: KRAUSE 2010
O transplante hepático se tornou um tratamento
estabelecido para a hepatopatia terminal e por tudo que já foi
visto até aqui, a desnutrição é uma achado bastante freqüente
nesses pacientes candidatos ao transplante. Entretanto, a
ingestão dietética pode ser intensificada tomando-se medidas
como:
Refeições pequenas e freqüentes
Elevada densidade calórica
Uso de suplementos orais
*
O transplante destina-se ao paciente portador de doença
aguda ou crônica terminal, como ja´dito, que atenda a
requisitos fundamentais como: (Chemin)
Diagnóstico específico da doença
Provas documentadas inequívocas da gravidade
Identificação de possível complicação que poderá
prejudicar a sobrevida do paciente
20
Tab 12: CHEMIN (capítulo tx hepático) Tab 14: CHEMIN (capítulo tx hepático): de acordo com
sintomas
21
Tab 15: KRAUSE 2010 / 2013
Tab 16: CUPPARI
22
ATENÇÃO! A figura a seguir mostra recomendações
diferentes da mencionadas do texto em relação às
CUPPARI proteínas.
Na fase de pós transplante tardio, ocorrem problemas que
necessitam de conduta nutricional, conforme mostra a tabela
abaixo:
Recomendações:
23
O catabolismo protéico (devido a altas doses de corticóide) 5) A recomendação de proteínas para o paciente
permanece por até 2 semanas, necessitando de aporte hepatopata estável é: (Prefeitura Municipal de
proteico de 1,75g/Kg/dia. Águas de Lindóia - SP - São Paulo – 2005)
A TN no período pós-op deve ser instituída, preferencialmente, (A) 1,2 a 1,8 g/kg de peso/dia
nas primeiras 24 a 36 horas, até que a função do enxerto (B) 0,8 a 1,0 g/kg de peso/dia
hepático esteja totalmente estabelecida, o que ocorre, (C) 0,6 a 0,8 g/kg de peso/dia
geralmente, em torno do 5º dia após o transplante. (D) 1,8 a 2,0 g/kg de peso/dia
A sobrecarga calórica, sobretudo de CHO, deve ser evitada 6) A colecistite é geralmente causada por obstrução
pelo risco de causar esteatose hepática. das vias biliares por cálculos biliares. A conduta
Recomenda-se 30 a 50% do VET na forma de lipídios, dietoterápica envolve a prevenção da contração
desde que não tenham hiperlipidemia. biliar e a dieta deve ser: (Prefeitura Municipal de
Águas de Lindóia - SP - São Paulo – 2005)
(A) hipercalórica
EXERCÍCIOS (B) hipossódica
(C) hipercalêmica
1) Pacientes com cirrose hepática apresentam um (D) laxativa
equilíbrio de nitrogênio negativo, mas o (E) hipolipídica
fornecimento de proteínas deve ser cuidadoso
para não precipitar a encefalopatia hepática, 7) Na doença do fígado a função hepática pode
sendo recomendado: (Governo do Estado do mudar drasticamente e o cuidado nutricional
Piauí - NCE/UFRJ – 2006) deve ser ajustado de acordo com o estado dessa
função. A terapia Nutricional nesse caso tem
(A) 0,3g proteína/Kg peso entre seus objetivos: (Prefeitura Municipal de
(B) 0,5 g proteína/Kg peso Altamira - PA – Pará – 2005)
(C) 0,8 g proteína/Kg peso (A) normalizar o metabolismo do colesterol e manter
(D) 2g proteína/Kg peso seus níveis sericos
(E) 2,5g proteína/Kg peso (B) prevenir lesão adicional das células hepáticas e
aumentar sua regeneração
2) Pacientes com colelitíase, que no passado foram (C) melhorar a absorção dos carboidratos
submetidos à colecistectomia, devem ser (D) prevenir a destruição das células das ilhotas de
aconselhados a ingerir: (PETROBRAS - Langerhans
Cesgranrio - 2005) (E) melhorar a produção de insulina
24
(C) em situação de destruição intensa do órgão,
(A) restrita a 0,3g/kg/dia comumente pode ocorrer intolerância à glicose, que
(B) sem alteração acarretará mudanças adaptativas na dieta
(C) de fonte vegetal (D) O nutriente menos comprometido nos casos mais
(D) de fonte animal graves é a gordura, que comumente é bem digerida
(E) de fonte animal e vegetal e absorvida
11) São alterações clínicas comuns nas 16) Paciente 56 anos, operado devido à abdome
hepatopatias: (Prefeitura Municipal de Carambeí agudo; durante laparotomia evidencia-se quadro
- PR - Paraná- 2006) de pancreatite aguda extensa. Qual o tipo de
terapia nutricional pós operatória a ser instituida?
(A) Degeneração hepática pela deficiência de vitamina (Pinheiral –RJ – 2006)
B6 e C
(B) altos níveis de hematócrito e de ferro sérico (A) enteral por sonda no inicio e, posteriormente,
(C) Deficiência de zinco parenteral por via central
(D) O armazenamento do ferro sob a forma férrica (B) parenteral inicialmente e enteral por jejunostomia
(E) O ferro gerado na hemólise feita pelo baço, não é quando for possível
recuperado pelo fígado gerando anemia ferropriva (C) enteral por gastrostomia e via oral assim que
possível
12) Na cirrose sem encefalopatia hepática a quota (D) parenteral periférica e, posteriormente enteral por
de proteínas (g/Kg/peso) e lipídeos (% VET) a sonda gástrica
ser dada para o paciente deve ser (E) sem terapia nutricional
respectivamente: (Prefeitura Municipal de
Ipanguaçu - RN - Rio G. do Norte - 2006) OBS: Esta informação não consta na bibliografia, é
apenas para treinamento.
(A) 0,8 e 25
(B) 1,2 e 30 17) Na coledocolitíase, a bile não passa para o
(C) 1,5 e 30 duodeno, tendo como conseqüência a seguinte
(D) 1,5 e 25 alteração nutricional: (Tucurí – Pará - 2006)
(E) 1,5 e 35
(A) alta excreção de cálcio
13) A pancreatite é uma inflamação no pâncreas que (B) baixa absorção de gordura
ocorre nas formas aguda e crônica. Portanto (C) baixa absorção de proteína
deve ser evitado (as/os) na fase crônica: (D) aumento na absorção de ferro
(Prefeitura Municipal de Laranjal do Jarí - AP –
Amapá - 2006)
18) Na pancreatite aguda é correto afirmar que:
(A) preparações cozidas, grelhadas e assadas (Secretaria Estadual de administração – TO -
(B) preparações gordurosas, leite integral e queijos 2004)
amarelos
(C) suplementação de vitaminas lipossolúveis A,D,E,K (A) A NPT com via oral zero é sempre indicada
(D) chás claros (B) A pancreatite aguda grave resulta em estado
(E) hortaliças e frutas não flatulentas hipometabólico, no qual é indicada a dieta zero
(C) A monitorização rigorosa da glicose não é relevante
(D) Não há restrições para nutrição enteral e percentual
14) Na pancreatite, saindo da fase aguda, a formula de lipídeos
enteral mais recomendada é: (Maricá - 2003) (E) Na NPT os lipídios podem ser dados a pacientes
com triglicerídeos < 400mg/dl
(A) normoproteica (ptn hidrolisada), hiperglicídica e
hipolipidica (TCM) 19) Qual destes não é considerado fator de risco
(B) hiperproteica(ptn hidrolisada), normoglicidica e para formação de cálculos biliares? (Secretaria
hipolipidica (TCM) Estadual de saúde - 2003)
(C) hipoproteica (ptn hidrolisada), hipoglicídica e
hipolipídica (TCM) (A) obesidade
(D) normoproteica (ptn hidrolisada), hipoglicídica e (B) sexo feminino
normolipídica (TCM) (C) gravidez
(E) hipoproteica (ptn hidrolisada), normoglicídica e (D) rápida perda de peso
hipolipidica (TCM) (E) nutrição enteral por longo prazo
(A) como o pâncreas é um órgão fundamental, cerca de (A) uso de alimentos facilmente digeríveis
20% de comprometimento funcional já implica uma (B) uso de alimentos com baixo teor de gordura
administração medicamentosa de enzimas, a fim de (C) aumento da ingestão calórica
viabilizar a dieta oral (D) ingestão protéica adequada
(B) pacientes com estatorréia merecem preocupação (E) aumento da ingestão de carboidratos simples
adicional com a reposição protéica, pois as proteínas
são perdidas em doses maciças pelas fezes
25
21) O fígado desempenha papel central no 26) Com relação à terapia nutricional na pancreatite
metabolismo de nutrientes. Representa uma aguda, assinale a alternativa incorreta.
reação hepato-específica: (Secretaria Estadual (Secretaria Estadual de saúde – Acre-2004)
de saúde - 2003)
(A) Suspender alimentação enteral e parenteral nas
(A) síntese do colesterol crises agudas
(B) síntese de glicogênio (B) Nos casos menos graves e prolongados pode-se
(C) síntese de corpos cetônicos iniciar terapia nutricional enteral abaixo do ligamento
(D) síntese das proteínas séricas de Treitz usando uma dieta de fórmula definida
(E) síntese da bilirrubina (C) Quando a nutrição oral não puder ser iniciada em 5 a
7 dias, começar o suporte nutricional
22) O tratamento da desnutrição na hepatopatia não (D) Na pancreatite aguda grave, a nutrição parenteral
tem como objetivo: (Secretaria Estadual de deve ser iniciada quando triglicerídeos forem <
saúde - 2003) 400mg/dl, usando solução 3:1 e monitorando níveis
de triglicerideos
(A) diminuir a ingestão calórica (E) Uma vez iniciada a nutrição oral fornecer: alimentos
(B) dieta normoproteica em cirrose estável facilmente digeríveis, dieta hiperlipídica, seis
(C) diminuir a ingestão protéica em encefalopatia refeições pequenas, ingestão protéica adequada e
(D) substituir TCL por TCM na esteatose hepática calorias aumentadas.
(E) suplementar vitaminas e minerais
27) Na pancreatite crônica associada ao alcoolismo crônico, é
23) Nas hepatopatias ocorrem alterações nos níveis freqüente a deficiência da seguinte vitamina: (Secretaria
séricos de aminoácidos. Assinale a alternativa Estadual de saúde – RO -2006)
correta em relação à esta condição: (Secretaria
Estadual de saúde – PE- 2003) (A) riboflavina
(B) piridoxina
(A) valina alto e tirosina baixo (C) tiamina
(B) leucina alto e fenilalanina baixo (D) niacina
(C) tirosina alto e triptofano livre baixo (E) biotina
(D) leucina alto e valina baixo
(E) fenilalanina alto e isoleucina baixo 28) Paciente masculino, 51 anos, desnutrido, com edema e
ascite, com diagnóstico de cirrose alcoólica foi
24) Sobre o tratamento nutricional dos distúrbios da internado no hospital X. O nutricionista deverá adotar
vesícula biliar, considere os itens a seguir: tratamento nutricional com as seguintes características:
(Secretaria Estadual de saúde – Amapá- 2004) (UFRJ - 2006)
I – Na colecistite, o tratamento dietético está diretamente (A) 25 a 35 kcal/ kg peso atual e distribuição normal de
relacionado com a prevenção da contração da vesícula, macronutrientes energéticos
através de uma dieta normolipidica (B) 0,8 a 1g de proteínas /kg peso/dia e suplementação
II – Na colecistite crônica, o paciente necessita de dieta de Zinco e vitamina A
hipolipídica por curto período de tempo (C) 50 a 60% do VET de carboidratos e 10g de sal de
III – Na colecistite aguda, a alimentação oral poderá ser adição/dia
interrompida até a melhora do quadro (D) 35 a 40% do VET de lipídios e redução do ferro
IV – Na colecistite crônica, poderá ocorrer um quadro de dietético
flatulência (E) substituição de proteína animal por vegetal e 6g de
sal de adição/dia
Marque a alternativa correta:
(A) apenas I e II são verdadeiros 29) Indivíduo do sexo masculino é internado na emergência
(B) Apenas os itens I e III são verdadeiros do hospital com náuseas, vômitos, diarréia fétida e
(C) Apenas os itens II e III são verdadeiros gordurosa e forte dor abdominal, sendo diagnosticada
(D) Apenas os itens III e IV são verdadeiros pancreatite aguda. Nesse caso, das alternativas abaixo
qual apresenta a conduta dietoterápica adequada para
25) No que se refere à hepatite fulminante, é correto o início do tratamento? (Universidade Federal de Santa
afirmar que: (Secretaria Estadual de saúde – Catarina - 2003)
Acre-2004)
(A) nenhuma alimentação por via oral e hidratação
(A) é uma síndrome na qual a disfunção hepática grave venosa
não é acompanhada por encefalopatia (B) dieta hipoproteica, hipolipídica, com restrição hídrica
(B) é definida pela presença de hepatopatia preexistente e suplementação de aminoácidos de cadeia
(C) as causas desta hepatite incluem hepatite viral, ramificada
toxicidade química, doença de Wilson, fígado (C) nutrição enteral com sonda em posição gástrica e
gorduroso da gravidez, entre outras fórmula oligomérica e isosmolar
(D) não apresentam complicações extra – hepáticas (D) dieta líquida completa, hipolipídica, sem irritantes
como edema cerebral, coagulopatia, insuficiência gástricos e reidratação oral
renal, complicações pulmonares, etc.
(E) é uma doença colestática crônica causada por 30) Na Insuficiência Hepática, o tratamento nutricional
destruição progressiva de ductos biliares intra- preconiza: (Universidade Federal do Paraná – 2003
hepáticos pequenos e de tamanho intermediário
(A) deve-se manter o estado nutricional dos pacientes
26
(B) as necessidades energéticas são em torno de 20 a ( ) Grandes quantidades de glicogênio são armazenadas
30Kcal/ Kg/peso/dia. dentro do hepatócito com efeitos significativos sobre a pressão
(C) uma variação de 20 a 45% de calorias de gordura é osmótica intracelular
recomendada.
(D) a quota de proteínas deve ser de 1,3 a 2,0 na ( ) A degradação de ácidos graxos fornece uma fonte
encefalopatia hepática. alternativa de energia, juntamente com a glicose,
(E) a quantidade de sódio, na presença de ascite, deve ser durante o jejum ou na inanição
de 2g/dia.
( ) A síntese protéica no fígado é influenciada pelo estado
31) Nos casos de desnutrição e enfermidades hepáticas, nutricional, por hormônios, em particular insulina,
indique a proteína que é diminuída e sintetizada no fígado com glucagon e glicocorticóides
ação no transporte de tirosina (Prefeitura Bom Jardim – 2007):
(A) albumina; ( ) Ácidos graxos liberados, ligados à albumina sangüínea,
(B) tranferrina; são lentamente removidos pelo hepatócito e
(C) pré- albumina; transportados para a mitocôndria
(D) proteína transportadora de retinol;
(E) somatomedina C. A seqüência CORRETA é:
27
monoinsaturados e aumento dos ácidos graxos saturados e b) interrupção da ingestão oral, com o objetivo de reduzir o
poliinsaturados, podendo afetar a regulação da função renal e volume plasmático circulante em decorrência da perda de
do sistema imune. líquidos colóides pela lesão pancreática
(B) Nas doenças hepáticas, o metabolismo de proteína está c) dieta enteral elementar pela via nasoduodenal, com o
alterado em virtude do aumento da massa hepática funcional, objetivo de redução da concentração da amilase e lípase
da derivação porto-sistêmica e das alterações hormonais séricas
sobre o metabolismo proteico muscular. d) dieta hipolipídica rica em triglicerídeo de cadeia média, com
(C) O metabolismo de etanol origina o excesso de o objetivo de redução da concentração sérica de amilase e
Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo Reduzida (NADH), o que cálcio
impede a neoglicogênese a partir de aminoácidos, lactato e
glicerol. 45) Na impossibilidade da utilização da via oral para a
(D) Na cirrose hepática alcoólica, a suplementação de administração da dieta em um paciente com pancreatite
vitamina E deve ser feita com cautela, porque o álcool pode aguda, a via enteral se torna a opção mais fisiológica. Quanto
potencializar o efeito hepatotóxico desta vitamina. à via de acesso da dieta enteral, é CORRETO afirmar que
(Residencia UFRJ 2011):
41) A fim de atingir um balanço nitrogenado equilibrado, em
paciente com cirrose hepática sem encefalopatia, a a) a nasoduodenal geralmente é utilizada para nutrição no
quantidade de proteínas na dieta será (adaptada de FIOCRUZ pós-operatório em combinação com a descompressão gástrica
2010) b) a jejunostomia é indicada quando a nutrição for inferior a 3
semanas devido ao risco de aspiração pulmonar
(A) 0,5 a 08 g/kg de peso corporal seco/dia. c) a nasogástrica é preferencial para a nutrição de curta
(B) 0,8 a 1,0g/kg de peso corporal seco/dia. duração e permite a administração contínua
(C) 1,2 a 1,5g/kg de peso corporal seco/dia. d) a nasoentérica permite o uso de sondas de maior calibre
(D) 1,5 a 2,0g/kg de peso corporal seco/dia. que a enterostomia, o que facilita a administração de dietas
(E) acima de 2,0g/kg de peso corporal seco/dia. com maior osmolaridade
42) Nos casos de pancreatite grave deve ser adotada a 46) Nas doenças hepáticas um dos principais objetivos da
seguinte conduta (FIOCRUZ 2010) terapia nutricional é promover substratos energéticos e
proteicos suficientes para controlar o catabolismo proteico
(A) via enteral por sonda nasogástrica e suplementação com muscular e visceral. Marque a opção correta (Residencia
arginina. INCA 2011):
(B) via enteral por sonda jejunal e 1,5 a 2,5g de proteínas/kg
de peso/dia (A) Na encefalopatia hepática a oferta exógena de
(C) via enteral por sonda nasogástrica e suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada é válida, porque eles
glutamina. podem competir com os aminoácidos aromáticos pela
(D) via parenteral e lipídeos 35% do VET. passagem na barreira hematoencefálica, prevenindo a entrada
(E) via parenteral e 0,8g de proteínas/kg de peso/dia. de aminas tóxicas no sistema nervoso.
(B) Fórmulas suplementadas com aminoácidos aromáticos
43) Um paciente do sexo masculino deu entrada em um estão indicadas para tratar pacientes com encefalopatia grave,
hospital com diagnóstico de cirrose hepática Child C, de forma a garantir o fornecimento de nitrogênio adequado
apresentando ascite, desnutrição protéico-calórica e não para manter o metabolismo sem prejudicar o estado mental.
apresentando sinais de encefalopatia hepática. De acordo (C) Pacientes hepatopatas estáveis podem receber dieta
com sua avaliação verificou-se contendo 0,8 a 1,0g de proteínas/kg de peso atual ou ideal por
Estatura - 1,75 m; dia, para melhorar a retenção nitrogenada.
Peso corporal atual - 71,1 Kg; (D) Está indicada a restrição proteica como profilaxia da
Peso seco estimado - 55 kg; encefalopatia hepática, pois a maioria dos pacientes com
Peso ideal - 67,4 Kg doença hepática crônica não tolera bem a proteína dietética.
Ao calcularmos as necessidades preconizadas de energia e
proteína para esse paciente encontramos os seguintes valores
(Residencia UFRJ 2011): 47) Marque a alternativa que preenche as lacunas
corretamente (Residencia UNIRIO 2011) .
a) na faixa de 2696 Kcal/Kg de peso/dia a 3370 Kcal/Kg de A esteatose hepática consiste no acúmulo
peso/dia de energia e na faixa de 67,4 g /Kg de peso/dia a de_______________ nos tecidos hepáticos. A razão desse
121,32 g /Kg de peso/dia de proteína acúmulo não está esclarecida, mas a causa básica é um
b) na faixa de 2200 Kcal/Kg de peso/dia a 2750 Kcal/Kg de desequilíbrio entre a _________________ e a exportação dos
peso/dia de energia e na faixa de 55 g/Kg de peso/dia a 99 _________________ na forma de
g/Kg de peso/dia de proteína ______________________________.
c) na faixa de 2844 Kcal/Kg de peso/dia a 3555 Kcal/Kg de A) triglicerídeos/ síntese enxógena/ triglicerídeos/ lipoproteínas
peso/dia de energia e na faixa de 71,1 g/Kg de peso/dia a de baixa densidade (LDL)
127,98 g/Kg de peso/dia de proteína B) diacligliceróis/ síntese exógena/ diacligliceróis/ lipoproteínas
d) na faixa de 3048 Kcal/Kg de peso/dia a 3810 Kcal/Kg de de alta densidade (HDL)
peso/dia de energia e na faixa de 76,2 g/Kg de peso/dia a C) toxinas /transaminação/ triglicerídeos/ lipoproteínas de
137,16 g/Kg de peso/dia de proteína baixa densidade (LDL)
D) triglicerídeos/ síntese endógena/ triglicerídeos/
44) O tratamento nutricional tradicionalmente utilizado na lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL)
pancreatite durante a fase aguda consiste em (Residencia E) diacligliceróis/ síntese endógena/ triglicerídeos/
UFRJ 2011): lipoproteínas de alta densidade (HDL)
28
48) A causa mais comum de cirrose é a hepatite C. Marque a
alternativa que cita uma complicação que não é observada em
sua evolução (Residência UNIRIO 2011).
A) Hipertensão porta.
B) Ascite.
C) Varizes esofagianas.
D) Resistência insulínica.
E) Febre.
GABARITO
1C 2D 3A 4A 5B 6E
7B 8C 9C 10C 11C 12A
13B 14B 15C 16B 17B 18E
19E 20E 21C 22A 23E 24D
25C 26E 27C 28B 29A 30E
31C 32A 33E 34A 35A 36A
37D 38C 39D 40C 41B 42B
43A 44A 45C 46A 47D 48E
49D
29