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CASO CLÍNICO

Paciente LCR
Branco
59 anos (22/04/1963);
Sexo: masculino;
Estado civil: casado;
Escolaridade: Fundamental incompleto;
Brasileiro, natural de São Gonçalo do abate;
Data de internação: 07/09/2022
Previsão de alta: 22/09/2022
DIAGNOSTICO:
Neoplasia maligna do encéfalo, não especificado.
• Anatomia patológica: Glioblastoma (GMB)
• Pós-operatório de exérese de lesão expansiva sugestiva de glioblastoma (24/01/2020)
• Imuno-histoquímica (IHQ): GBM selvagem -> É um exame que permite detecção de antígenos
específicos de tecidos ou agentes infecciosos.

• Não possui comorbidades.

• EX ETILISTA: 500ml de cachaça 1x por semana


• EX TABAGISTA > 40 maços/ano
GLIOBLASTOMA

• É um tipo de tumor cerebral muito agressivo;

• Estes tumores começam em astrócitos: células em forma de estrela que nutrem e apoiam células
nervosas (neurônios) em seu cérebro -> São células da neuroglia, mais abundantes do SNC e possuem
as maiores dimensões;

• No entanto, um glioblastoma pode conter muitos tipos diferentes de células cerebrais, incluindo
células cerebrais mortas;

• Este tipo de tumor cresce muito rápido dentro do cérebro.


Suas células se copiam rapidamente no cérebro, criando uma pressão
do órgão;

• Esse crescimento celular pode ter relação com alterações genéticas;

• Raramente se espalha para outras partes do corpo;


WIRSCHING, WELLER, 2017.
• Os glioblastomas geralmente crescem nos lobos frontal e temporal do cérebro. Eles também podem ser
encontrados no tronco cerebral, cerebelo, outras partes do cérebro e a medula espinhal;

• Ainda não sabem o que causa Glioblastoma;

• Mais prevalente: Homem; Ter mais de 50 anos; Ser de origem caucasiana ou asiática;

• O glioblastoma causa sintomas quando pressiona partes do seu cérebro. Se o tumor não é muito
grande, você pode não ter nenhum sintoma;

• Os sintomas podem incluir:  Dores de cabeça;  Mudanças de personalidade e humor;


 Náusea e vomito;  Fraqueza muscular;
 Sonolência;  Visão dupla ou visão turva;
 Fraqueza em um lado do corpo;  Perda de apetite;
 Perda de memória;  Apreensões.
 Problemas de fala e linguagem;

WIRSCHING, WELLER, 2017.


• O glioblastoma pode ser difícil de tratar;

• O tratamento geralmente envolve:


 Cirurgia para remover a maior parte do tumor possível;
 Radiação para matar todas as células cancerosas que foram deixadas para trás após a cirurgia;
 Quimioterapia com a droga temozolomida (Temodar).

• Os tumores são difíceis de remover com a cirurgia. Estes tumores também contêm muitos tipos
diferentes de células. Alguns tratamentos podem funcionar bem em algumas células, mas não
em outras.

• MGMT é um gene que repara células danificadas. Quando a quimioterapia mata células de
Glioblastoma, MGMT as repara. A metilação do MGMT evita esse reparo e garante que mais
células tumorais sejam mortas.

WIRSCHING, WELLER, 2017.


CONTEXTO:
• Previamente hígido, apresentou 2 episódios de crise convulsiva tônico crônico grave em
17/01/2020 separados temporariamente por cerca de 1 hora. Acompanhante relata que
paciente apresentou movimentos estereotipados e sialorreia enquanto permanecia ao solo;

• Sem mordedura de língua ou liberação esfincteriana;

# Radioterapia 30 sessões (última sessão no dia 07/05/2020).


# Quimioterapia em uso de cápsula domiciliares em uso temodal.

• Paciente admitido em UPA no dia 31/08/2022 trazido pelo corpo de bombeiros com relato
de vários episódios de vômitos associados a hiporexia, astenia e rebaixamento do nível de
consciência há 1 dia.

• Indicação cirúrgica.
• No dia 07/09/2022 foi admitido no hospital ás 17:47;

• Em conversa com acompanhante no dia 08/09/2022, pela manhã, durante corrida de leito ela relata
que o paciente estava em uso de SNE durante 5 dias, com boa tolerância. Porém, a mesma foi
retirada no dia 06/09/2022 ás 23:00 horas pelos profissionais da UPA, ela não soube informar o
motivo. Desde então o paciente estava sem se alimentar.

• Após admissão no hospital (07/09), foi liberado pelos médicos dieta branda, entretanto o paciente
não se alimentou, devido baixa aceitação da VO.

• Pela manhã do dia 08/09, acompanhante relatou 2 episódios de vômitos do paciente durante a
madrugada do dia e que ele tinha conseguido tomar um pouco do leite servido no café. Conversamos
sobre possibilidade de regressão da dieta para pastosa e inicio da TNO.
MEDICAMENTOS EM USO DOMICILIAR:

• Carbamazepina 200mg- (Anticonvulsivante, antipsicótico e antiepilético que serve para:


Epilepsia). Pode afetar o metabolismo da biotina, vitamina D e ácido fólico (pode também reduzir
a absorção), levando a uma possível diminuição destas vitaminas.

• Dexametasona 4mg- (Corticoide. Tem ação anti-inflamatória, antialérgica e imunossupressora).


Reduzem a absorção de vitaminas A, C, B6, ácido fólico, potássio, Ca, e Mg.
Também aumentam a excreção de Vitaminas C, potássio, B6, Zn e tiamina.

• Fenitoína 200mg- (Antiepilépticos, que é usado no tratamento e prevenção de convulsões,


como na epilepsia ou após neurocirurgia). Leva a alterações do paladar. Aumentam do
metabolismo da vitamina D, vitamina K e ácido fólico. Pacientes em tratamento crónico podem
precisar de suplementos.

BUSHRA et al., 2011.


AVALIAÇÃO NUTRICIONAL:

• HISTÓRIA DIETÉTICA: Paciente com baixa aceitação da VO, estava em uso de SNE há 5 dias,
porém, a mesma foi retirada. Ingestão hídrica inadequada, sem alergias e aversões
alimentares.
Recordatório 24h:
Café da manhã: Meio de café com leite com açúcar
Almoço: 5 colheres de sopa de feijão
Café da tarde: Meio copo de leite

• ANTROPOMETRIA:
Altura: 1,65 (estimado)
Peso atual: 54,15 (estimado) Peso mínimo: 50,36 kg
Peso habitual: 73 kg (15 dias) Peso médio: 59,07 kg
IMC: 19,89 kg/m Peso máximo: 67,79 kg
CB: 25 cm
CP: 31 cm
AJ: 51 cm
• EXAME CLÍNICO/ FÍSICO:

SISTEMA NEUROLÓGICO
Capacidade cognitiva ( ) Boa ( ) Regular ( x ) Ruim

SISTEMA VISUAL / AUDITIVO


Dificuldade ou deficiência? ( ) Sim ( x ) Não

SISTEMA DIGESTÓRIO
Dentição ( x ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Deglutição ( x ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim


FUNÇÃO INTESTINAL
( x ) Não apresenta queixas ( ) Apresenta as seguintes queixas:

Fezes: Presente Consistência: Pastosa

SISTEMA RESPIRATÓRIO
Compromete a alimentação? ( ) Sim ( x ) Não

SISTEMA URINÁRIO
Diurese normal: ( x ) Sim ( ) Não
Alguma queixa? Urinando pouco
SISTEMA LOCOMOTOR
Mobilidade: ( ) Normal ( x ) Comprometida

AVALIAÇÃO FÍSICA
Unha quebradiça: ( ) Sim ( x ) Não

Queda de cabelo: ( ) Sim ( x ) Não

Presença de edema: ( ) Sim ( x ) Não

Perda de gordura subcutânea: Moderadamente depletado

Músculo estriado: Moderadamente depletado

Ascite: Normal
• AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA:

(31/08/2022)
Hemoglobina: 13,3 g/dL -> Indica a capacidade do sangue de transportar oxigênio para os tecidos.
Leucócitos: 9.770 glóbulos brancos/mcL -> Identificar a presença de processos inflamatórios ou
infecciosos no organismo.
Plaqueta: 209.000 µL -> São responsáveis pela coagulação sanguínea.
Sódio * : 134 mEq/L-> É usado para detectar concentrações anormais de sódio. Solicitado junto com
outros eletrólitos, podem ser usados para identificar um desequilíbrio eletrolítico.
Potássio: 3,9 mmol/L-> Auxilia na avaliação do equilíbrio eletrolítico, visto que o Potássio desempenha
papel fundamental na contração muscular.
Ureia: 24 mg/dL -> Avalia a funcionalidade do fígado e dos rins.
Creatinina: 0,84 mg/dL -> Avaliação da função renal.
Elementos anormais sedimentados (EAS): Sem alterações -> Serve para avaliar aspectos físicos, químicos
e a presença de elementos que normalmente não fazem parte da excreção urinária.

(03/09/2022)
RNI (Relação Normatizada Internacional) : 1,0 -> Tempo de protrombina (proteína plasmática inativa,
precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea).
TTPA (Tempo de tromboplastina parcial ativado): 28,2 seg. -> Avalia a coagulação do sangue
• DIAGNOSTICO NUTRICIONAL:

Paciente em ar ambiente, encontra-se em estado nutricional moderadamente desnutrido.


Apresenta-se moderadamente depletado de acordo com os exames físicos e nos exames
laboratoriais apresentou alterações nos níveis de sódio.
Recebendo alimentação VO Branda livre, com baixa aceitação.
Sintomas gastrointestinais presentes (vômitos).
Hábitos fisiológicos preservados.
• NECESSIDADES NUTRICIONAIS:

GET: 30 x 55= 1.650 kcal

Carboidrato:
1.650 100% X=825/4
X 50% X= 206,25g de carboidrato

Proteína:
1.650 100% X=379,50/4
X 23% X= 94,87g de proteína

Lipídeos:
1.650 100% X=445,50/9
X 27% X= 49,5g de lipídeos
• PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL:

Manteve dieta VO, branda livre prescrita pelo medico.


Foi prescrito TNO, suplemento alimentar hipercalórico/normoproteico (Fresubin Energy Drink)1x ao dia.
Avaliação do uso de SNE.

VO Branda livre: (Recordatório 24h)


Quantidade Kcal PTN CHO LIP Ca Fe Vit C Vit A Vit D
g g g g mg mg mg mcg mcg
Café com leite 75ml 48 1,96 6,48 1,64 65,7 0,1 0,53 17,32 0,39
Feijão carioca 5 c. de sopa 66,38 4,08 11,56 0,43 22,95 1,11 - - -
Leite 75ml 48,35 2,2 4,44 2,42 80,25 0,05 - 37,2 0,89
(200 ml) 160 – 170 mg 4 ug

3 270 – 280 mg 6 mg
33,4 ug
200 mg
0,46 mg

260 – 270 mg 0,64 mg


11,2 g
6 mg
37,6 g 160 – 170 mg
0,66 mg
42 – 48 mg 1,2 ug
11,6 g
2,4 mg
0,4 mg
15 ug
4 mg
100 ug
3 mg 30 ug
53,4 mg
0,6 mg

0,8 mg

60 ug

20 ug

30 ug

20 ug
240 ug
5,2:2
• Dieta padrão;
NOVASOURCE SÊNIOR • Se encaixa nas
Objetivo da bomba
necessidades;
Necessidades energéticas 1650/22 = 75 ml/h
GET -> 30 x 55 = 1650 Kcal 75x22x1,24/55 = 37,2 ml/h • Paciente sem
30 calorias por kg/peso comorbidades.
Calorias
Densidade calórica (DC) 40 ml/h x 22 x 124 / 100 = 1091,2 cal
124/100 =1,24 1091,2 / 55 = 19,84 calorias por kg / peso

Valor energético total da dieta Proteínas


1,24 x 1000 = 1240 Kcal 40 ml/h x 22 x 6,5 / 100 = 57,2 g
57,2 / 55 = 1,04 g por kg/peso
Proteína
1240 x 6,5= 8060/100= 80,6 g 40x22= 880ml
80,6/55= 1,4 g/kg 880 ml da dieta - 1 frasco = 1L
• EVOLUÇÃO CLÍNICA E NUTRICIONAL:

• Não foi possível acompanhar a evolução clinicamente do paciente, pois o paciente no dia 10/09/2022
houve um rebaixamento sensório, o paciente foi submetido à intubação, foi realizado exame de imagem
TC de crânio urgente e o paciente foi encaminhado para o CTI;
• Pacientes sem possibilidade de melhora;
• Optado por ênfase em conforto.

• Alimentação VO branda livre, com baixa aceitação;


Em TNO, suplemento energético suplemento alimentar hipercalórico/normoproteico (Fresubin Energy
Drink) 1x ao dia, com boa aceitação.

Quantificação da dieta:
KCAL PTN CHO LIP Ca Fe Vit C Vit A Vit D
g g g mg mg mg mcg mcg
462,73 19,44 60,08 16,09 438,9 5,26 30,53 294,52 4
• CONCLUSÃO DO CASO:

O glioblastoma é o tumor mais comum e agressivo da região cerebral em adultos, sendo


responsável por 45,6% dos tumores cerebrais malignos primários. A diversidade tumoral é
uma característica do GBM que dificulta a escolha adequada de métodos terapêuticos.
Apesar do paciente citado no caso clínico ter sofrido uma piora, foi possível realizar um
acompanhamento da TNO, juntamente com a dieta proposto pelo médico, de acordo com a
tabela abaixo. O consumo foi em quantidades reduzidas em relação ao prescrito.
KCAL CHO PTN LIP
1.650 206,25 94,87 49,5
462,73 60,08 19,44 16,09

Nota-se uma ingestão em relação ao prescrito de 28,04% de Kcal, 14,56% de CHO, 4,70 de
PTN e 8,78 de LIP. Diante desse cenário, a TNE, via SNE deveria ser iniciada precocemente,
visto que o paciente já havia tido uma redução na ingestão alimentar na ultima semana e
além disso, houve uma perda de peso ponderal em curto período.
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

WIRSCHING, H-G; WELLER, M. Glioblastoma. Tumores cerebrais malignos , p. 265-288, 2017.

BUSHRA, R., ASLAM, N., & KHAN, A. Y. Food-drug interactions. Oman medical jornal. p. 77–83 v. 2,
2011.
Obrigada!
CASO
CLÍNICO
Paciente GPDO;
Pardo;
27 anos (04/03/1995);
Sexo: masculino;
Estado civil: casado;
Escolaridade: Ensino médio incompleto;
Agricultor, não utilizava EPI.
Brasileiro, natural Brumadinho;
Data de internação: 27/08/22
Previsão de alta: 29/08/22
DIAGNOSTICO: Colangite - Inflamação nos ductos que transportam a bile.

• Anatomia patológica:
02/09/2022 foi realizado um colangio-rm -> Exame de ressonância magnética que permite a
visualização do trajeto da bile desde o fígado até o duodeno e permite identificar eventuais
obstruções dos canais por onde a bile passa, bem como outras lesões, estenoses ou dilatação
desses ductos.

• Lesão infiltrativa irregular, localizada nos ductos biliares hepáticos direito e esquerdo;

• Linfonodomegalias atípicas (aumento dos gânglios linfáticos) nas cadeias porta-hepatis


(entrada no fígado).
• Cisto renal simples à esquerda.

(05/09/2022) Tomografia computadorizada :


TORAX:
• Micronódulos sólidos espalhados em ambos os pulmões, indeterminados por seu pequeno
tamanho.
• Suspeitando de um nódulo pulmonar localizado no segmento basal lateral do lobo inferior
direito.
COLANGITE

• É uma inflamação e infecção das vias biliares que acontece por


uma obstrução do ducto biliar, possibilitando a infecção por
bactérias através de translocação.

• Sintomas: febre, icterícia e dor abdominal.

• Fatores genéticos e alterações autoimunes também estão relacionados.

• A bile é um líquido produzido no fígado, armazenado na vesícula biliar e liberado a partir daí para
dentro do intestino durante o processo de digestão.

• Devido à inflamação das vias biliares, há alteração no processo de transporte da bile para a vesícula
biliar e para o intestino, resultando em acúmulo dessa substância no fígado, podendo ter como
consequência diminuição da funcionalidade do fígado.

ALVES et al., 2011.


• Pacientes que têm obstrução da via natural de saída da bile podem precisar de drenagem da via
biliar. Algumas situações em que é indicada são:
 Tumores do fígado, das vias biliares ou próximos ao fígado (pâncreas ou intestino);
 Cálculos biliares;
 Obstrução da drenagem natural (colangite);
 Vazamentos de bile (fístulas);
 Estreitamento dos canais biliares após cirurgias ou por radioterapia.

TIPOS DE DRENAGEM:
• Drenagem biliar externa: o cateter é colocado através da pele dentro do canal biliar. A bile passa
então a escoar por esse cateter e é armazenada em uma pequena bolsa coletora.
• Drenagem biliar interna-externa: nessa modalidade, a bolsa coletora é mantida apenas nas
primeiras horas/dias.
• Drenagem biliar interna: para alguns pacientes, é possível a colocação
de uma prótese, que tem por função abrir o caminho da obstrução e funcionar
como um túnel ou ponte entre as vias biliares e o intestino.

ALVES et al., 2011.


CONTEXTO:
• Paciente há 40 dias com quadro de dor abdominal epigástrica, associado à mal
estar e diarreia;
• Perda de 10kg;
• Icterícia progressiva, colúria e hipocolia fecal.

• Alta suspeita de neoplasia do fígado;


• Proposta de drenagem da via biliar.

HPP: Não possui comorbidade.

HSOC: Etilismo social.


• No momento da visita em conversa com o paciente, ele relata que apresentou durante 3 semanas
dor na boca do estômago e tomava omeprazol para aliviar.
• Icterícia não estava muito visível.
• Durante esse período (3 semanas) ele chegou ir a UPA, foi medicado e foi mandado para casa.
• Um médico que trabalha com a sua esposa vendo o caso, na tentativa de ajudar solicitou uma
ultrassom e encaminhou ele para a UPA.
• Dia 26/08 foi internado na UPA, onde permaneceu por 4 dias. Logo após resultado da ultrassom,
foi encaminhado para o hospital.
• Dia 29/08 ás 20:39h, foi admitido no hospital Santa casa de Belo Horizonte.
RADIOLOGIA INTENSIVISTA

Drenagem: Bile

08/09 -> Direito: 260ml/24h 19/09 -> Direito: 100ml/12h 25/09 -> Esquerdo: 110ml/ 12h
09/09 -> Direito: 260ml/24h 20/09 -> Direito: 300ml/24h Direito: 110ml/12h
10/09 -> Direito: 100ml/12h 21/09 -> Esquerdo: 100ml 12h 26/09 -> Esquerdo: 110ml/12h
11/09 -> Direito: 100ml/12h Direito: 34ml/12h Direito: 110ml/12h
22/09 -> Esquerdo: 28ml/12h 27/09 -> Esquerdo: 200ml/ 12h
12/09 -> Direito: 110ml/12h
Direito: 30ml/12h Direito: 200ml/12h
13/09 -> Direito: 110ml/12h
23/09 -> Esquerdo: 80ml/12h 28/09 -> Esquerdo: 200ml 12h
14/09 -> Direito: 110ml/12h Direito: 80ml/12h Direito: 200ml/12h
15/09 -> Direito: 100ml/12h 24/09 -> Esquerdo: 110ml/12h 29/09 -> Esquerdo: 200ml/12h
16/09 -> Direito: 250ml/12h Direito: 110ml/12h Direito: 240ml/12h
17/09 -> Direito: 250ml/12h 25/09 -> Esquerdo: 110ml/ 12h 30/09 -> Esquerdo: 100ml/12h
18/09 -> Direito: 250ml/12h Direito: 110ml/12h Direito: 100ml/12h

• 07/09 -> Paciente submetido a drenagem de via biliar externa. Ato sem intercorrência.
• Drenar o líquido biliar acumulado em excesso dentro do fígado.
• Atualmente apresenta-se em bom estado geral. Ictérico. Abdome indolor a palpação superficial ou
profunda. Vem apresentando pico febril.

18/09 38,0°C
19/09 39,0°C
26/09 37,0°C
27/09 38,1°C
29/09 38,5°C

• No dia 27/09 paciente relata dor em ombro direito e surgimento de lesões


pustulosas.
• HERPES ZOSTER: É uma doença infecciosa provocada pelo vírus Varicella-Zoster.
 É autolimitado;
 Acomete uma região pequena do corpo;
 Se após 7 a 10 dias ainda estiverem surgindo novas bolhas, deve-se pensar na possibilidade de uma
doença debilitante do sistema imunológico, como câncer ou AIDS.
• SINTOMAS: Bolhas e vermelhidão, coceiras no local, dor, formigamento, queimação e febre.

• 27/09 -> Estava marcada biopsia -> Para confirmação do diagnostico de neoplasia.
SHAIKH, 2002.
MEDICAMENTOS

Tazobactam sódico + piperacilina sódica -> Uso terapêutico: Indicado para o tratamento de infecções
bacterianas sistêmicas e/ou locais causadas por microrganismos.
Atua sinergicamente com aminoglicosídeos, podendo provocar resultado falso-positivo de glicose na
urina pelo método de redução de cobre.

Vancomicina-> Antibiótico injetável utilizado no hospital para tratar infecções graves por alguns tipos de
bactérias. Não há dados em literatura que demonstrem interações desse fármaco com nutrientes.

Aciclovir -> Vigilância infecciosa: Medicamento antiviral, com indicação a tratar herpes.
Não há dados em literatura que demonstrem interações desse fármaco com nutrientes.

Fitomenadiona -> A vitamina K1 no organismo auxilia na coagulação do sangue.


A deficiência de vitamina K pode ocorrer em pacientes com síndrome de má absorção, icterícia
obstrutiva e em pacientes em tratamento com anticoagulantes.

Dipirona-> Se dor ou febre: A dipirona é um anti-inflamatório com ação analgésica e antitérmica.


Não há dados em literatura que demonstrem interações de dipirona com alimentos.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL:

• HISTÓRIA DIETÉTICA: Paciente com alimentação via oral, com boa aceitação.
Relata que não houve diminuição da ingestão alimentar.
Ingestão hídrica adequada.
Nega alergias e aversões alimentares.

Recordatório 24h:
26/09
Café da manhã Almoço
1 copo de café com leite com açúcar 120g Arroz
1 pão de sal com manteiga 80g Feijão
1 goiaba 100g Abóbora d´agua
100g Carne moída

Café da tarde Jantar


1 pão de sal com manteiga 2 gelatinas
1 copo de café com leite 1 pão doce com manteiga
3 suplemento
27/09
Café da manhã 29/09
1 copo de café com leite com açúcar Café da manhã
1 pão de sal com manteiga 1 copo de café com leite com açúcar
1 fatia de melão 1 pão de sal com manteiga
JEJUM 2 fatias de mamão
Jantar 1 Suplemento
1 canjiquinha DIETA SUSPENSA
1 + ½ suplementos

28/09 30/09
Café da manhã Café da manhã
1 copo de café com leite com açúcar 1 copo de café com leite com açúcar
1 pão de sal com manteiga 1 pão de sal com manteiga
1 fatia de melancia 1 laranja
JEJUM 2 suplementos
Jantar JEJUM
2 gelatinas
1 pão doce com manteiga
2 suplementos
REGISTRO ALIMENTAR HABITUAL:

VO AC SUP ING • VO - Via oral


• AC - Aceitação
05/09 BL BA 2X 2 • SUP - Suplemento
08/09 BL BA 2X 2 • ING – Ingestão
• BL – Branda livre
14/09 NL BA 3X 3 • NL – Normal livre
• BA – Boa aceitação
15/09 NL BA 3X 3 • J - Jejum
21/09 NL BA 3X 3
26/09 NL BA 3X 3
27/09 NL BA/J 3X 1+½
28/09 NL BA/J 3X 2
29/09 NL BA/J 3X 1
30/09 NL BA/J 3X 2
• ANTROPOMETRIA:

ANTROPOMETRIA: (29/08) ANTROPOMETRIA: (06/09) ANTROPOMETRIA: (16/09)


Altura: 1,75 Altura: 1,75 Altura: 1,75
Peso atual: 65 kg Peso atual: 63 kg Peso atual: 62,30 kg
Peso habitual: 75 kg (30 dias) Peso habitual: 65 kg (8 dias) Peso habitual: 63 kg (10 dias)
IMC: 21,22 kg/m² IMC: 20,57 kg/m² IMC: 20,34 kg/m²
CB: 27,5 cm CB: 27,50 cm CB: 26,5 cm
CP: 32,5 cm CP: 31 cm CP: 31 cm
Perda de peso(%): 13,33 - Perda de peso Perda de peso(%): 3,08 – Perda Perda de peso(%): 1,11 – Perda
grave significativa significativa

ANTROPOMETRIA: (28/09)
Altura: 1,75
Peso atual: 61,3 kg Peso mínimo: 56,66 kg
Peso habitual: 62,30 kg (12 dias) Peso médio: 66,46 kg
IMC: 20,01 kg/m² Peso máximo: 76,26 kg
Perda de peso(%): 1,60 – Perda
significativa
• EXAME CLÍNICO/ FÍSICO:
• AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA:

(28/09/2022)
* Hemoglobina: 10,5 g/dL -> Indica a capacidade do sangue de transportar oxigênio para os tecidos.
* Hematócrito: 32,2% -> Indica a porcentagem de células vermelhas. Importante para ajudar identificar a
anemia.
• Leucócitos: 12.150 glóbulos brancos/mcL -> Identifica a presença de processos inflamatórios ou infecciosos
no organismo.
* Plaqueta: 513.000 µL -> São responsáveis pela coagulação sanguínea.
Sódio: 137 mEq/L-> É usado para detectar concentrações anormais de sódio. Solicitado junto com outros
eletrólitos, podem ser usados para identificar um desequilíbrio eletrolítico.
Ureia: 22 mg/dL -> Avalia a funcionalidade do fígado e dos rins.
Creatinina: 0,75 mg/dL -> Avaliação da função renal.
* Vitamina K: 4,25 mg/L -> Essencial para a coagulação sanguínea.
*** Proteína c-reativa: 228,25 mg/L -> Serve para investigar o estado inflamatório do indivíduo e avaliar o
risco de doença cardiovascular, como infarto e derrame cerebral.
• PROTEÍNA C REATIVA

É uma proteína produzida pelo fígado que, geralmente, está aumentada quando existe algum tipo de
processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos primeiros indicadores a estar
alterado no exame de sangue nessas situações.

• - 3 Normal

• 3 a 10 mg/L: geralmente indicam infecções ligeiras como gengivite, gripe ou resfriado;

• 10 a 40 mg/L: pode ser sinal de infecções mais graves como catapora ou infecção respiratória;

• + 40 mg/L: geralmente indica infecção bacteriana;

• + 200 mg/L: pode indicar sepse, uma situação grave que coloca em risco a vida da pessoa.

Sepse (infecção generalizada): A sepse ocorre quando substâncias químicas liberadas na corrente
sanguínea para combater uma infecção, desencadeiam uma inflamação em todo o corpo.
• DIAGNOSTICO NUTRICIONAL:

Paciente em ar ambiente, encontra-se em estado nutricional gravemente desnutrido.


Apresenta-se com uma perda de peso grave, gravemente depletado de acordo com os exames físicos e
diversas alterações nos exames laboratoriais.
Alimentação via oral, com boa aceitação.
Nega sintomas gastrointestinais.
Hábitos fisiológicos preservados.
• NECESSIDADES NUTRICIONAIS:

GET: 35 x 61,3 = 2.145,5 kcal

Carboidrato:
2.145,5 100% X=1.180,02/4
X 55% X= 295 g de carboidrato

Proteína:
2.145,5 100% X=429,1/4
X 20% X= 107,27 g de proteína
• 1,7 g por kg

Lipídeos:
2.145,5 100% X=536,37/9
X 25% X= 59,59 g de lipídeos
• PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL:
Iniciou com dieta via oral branda livre, onde permaneceu por com ela durante 13 dias.
Progrediu dieta via oral para normal livre no dia 09/09.
Em TNO, suplemento alimentar hipercalórico/normoproteico (Fresubin Energy Drink) 3x ao dia.
VO NORMAL LIVRE: (RECORDATORIO 24h:)
Quantidade Kcal PTN CHO LIP Fe Vit C
g g g g mg
Café com leite 150 ml 96 3,92 12,96 3,28 0,2 1,06
Pão de sal 50 g 147,15 4 29,3 1,55 0,5 0
Manteiga 8g 58,71 0,07 0,01 6,49 0,01 0
Goiaba M 170g 102 1,87 22,1 0,68 0,34 137,02
Arroz 120 146,13 2,78 30,56 1,41 1,64 0,62
Abóbora d´agua 100 g 28,66 2,3 4,55 0,14 0,35 2,9
Carne moída 100 g 204,9 26,7 0 10,9 2,7 0
Feijão 80 g 62,48 3,84 10,88 0,4 1,04 0
Pão de sal 50 g 147,15 4 29,3 1,55 0,5 0
Manteiga 8g 58,71 0,07 0,01 6,49 0,01 0
Café com leite 150 ml 96 3,92 12,96 3,28 0,2 1,06
Gelatina 100 g 392,4 8,9 89,2 0 0,3 40
Pão doce 50 g 133,9 3,75 28,15 0,7 0,6 0
Manteiga 8g 58,71 0,07 0,01 6,49 0,01 0
Suplemento 3 und 900 33,6 112,8 34,8 12 90
• EVOLUÇÃO CLÍNICA E NUTRICIONAL:

• O paciente foi admitido com um quadro grave, seu quadro foi progredindo rapidamente, porém ainda
esta aguardando a confirmação de alguns exames para melhor diagnostico e tratamento.
• A icterícia e a colúria vem diminuindo, devido a drenagem da bile.
• Ouve uma progressão muito rápida no PCR, de acordo com os exames bioquímicos.

• Alimentação VO normal livre, com boa aceitação;


• Em TNO, suplemento alimentar hipercalórico/normoproteico (Fresubin Energy Drink) 3x ao dia, com
boa aceitação.

Quantificação da dieta:
Kcal PTN CHO LIP Fe Vit C
g g g g mg
Consumo 2.632,9 99,79 382,79 78,16 20,4 272,66
• EXAMES BIOQUÍMICOS:

HEMOGLO HEMATO LEUCO PLAQ PCR


08/09 11,5 33 6440 334000 3,87
18/09 12 38,5 15950 331000 15,33
21/09 11,4 34,8 7600 307000 117,01
26/09 10,2 31 12800 411000 154,01
27/09 11,1 33,9 13130 494000 214,10
28/09 10,5 32,2 12150 513000 228,25

• Hemoglobina: Indicador de anemia. • Leucócitos: Indicativo de infecção.


• Hematócrito: Diminuição de hemoglobina no sangue. • Plaqueta: Pode indicar que há algum sangramento no
organismos.
• CONCLUSÃO DO CASO:
A diversidade da doença e a ausência de um diagnóstico concreto dificulta a escolha adequada de
métodos terapêuticos.
Apesar do paciente está progredindo com um quadro grave, foi prescrito a terapia mais adequada
conforme o quadro dele e de acordo com o fornecimento do hospital. Observa-se que, o consumo de
calorias esta sendo maior do que o prescrito e mesmo assim o paciente vem perdendo peso.

Kcal PTN CHO LIP Fe Vit C


g g g g mg
Necessidades 2.145,5 107,27 295 59,59 8 90
Consumo 2.632,9 99,79 382,79 78,16 20,4 272,66

Nota-se uma ingestão em relação ao prescrito de 42,95 kcal (35 kcal); 15,16% de proteína (20% PTN);
58,15% de carboidrato (55% CHO) e 26,71% de lipídeos (25% LIP). Diante desse cenário, o paciente está
recebendo uma alimentação normoglicidica, normoproteica e normolipidica. A ingestão alimentar do
paciente está próximo ao valor que foi prescrito, sendo assim, não é necessário realizar uma nova
adequação.
• Referências bibliográficas

ALVES, J. G.; CAVALCANTI, D. d´ A.; BASILE, R. Curso de atualização em emergências médicas: aula 20: colangite aguda:
diagnóstico e terapêutica. J. bras. Med. p. 34-39, 2011.

SHAIKH, S.; TA, C.. Avaliação e tratamento do herpes zoster oftálmico. médico de família americano. v. 66, n. 9, p. 1723,
2002.
Obrigada!
Terapia Nutricional em pacientes com Doenças
Neurodegenerativas.

BRASPEN
Doenças
Neurodegenerativas:

 Afeta o sistema nervoso;

 Debilita os indivíduos que são acometidos por elas;

 Não possui cura;

 Provoca degeneração progressiva dos neurônios;

 Pode comprometer o movimento do corpo;

 Nos últimos 30 anos, os números absolutos de morte e pessoas com deficiências por doenças
neurológicas ;

 Países de baixa e media renda.


Doenças neurológicas x impacto no estado
nutricional dos pacientes

 Imobilidade;

 Alteração da função motora;

 Vários distúrbios neuropsicológicos;

Afeta segurança respiratória;


 Disfagia orofaríngea
Aumenta o risco de aspiração;

Diminui a eficácia da deglutição.


 Acidente Vascular Cerebral (AVC);

 Trauma cranioencefálico (TCE);

 Esclerose lateral amiotrófica (ELA);

 Parkinson (DP);

 Esclerose múltipla (EM);

 Alzheimer.
Acidente vascular cerebral (AVC):

Interrupção do fornecimento de sangue, causando danos ao


cérebro.

 É uma das principais doenças neurológicas;

 É causa de morte e incapacidade no mundo;

 Fatores de risco: Idade avançada, hipertensão, tabagismo,


doenças cardíacas, diabetes, ataque isquêmicos, inatividade
física, álcool, dieta inadequada e obesidade.

 Aproximadamente 1/3 dos indivíduos que se recuperam de seu


primeiro AVC, terá outro AVC dentro de 5 anos.
Acidente vascular cerebral (AVC):

Um lado do rosto inclinado ou entorpecido.

Fraqueza muscular em um lado do corpo.

Dificuldade de fala.

 São mais propícios a DESNUTRIÇÃO e a DESIDRATAÇÃO decorrente da


disfagia.

 A avaliação do risco nutricional pode ajudar a identificar os indivíduos


que têm maior probabilidade de se beneficiar da terapia nutricional (TN).
Recomendação nutricional para o paciente em fase aguda do
AVC:

Oferta:

Energética: 15 a 20 kcal/kg/dia (inicial)


25 a 30 kcal/kg/dia (progredir após 4 dias em pacientes em recuperação)

Calorimetria indireta: 50 a 70%

Proteica: 1,5 a 2,0g/kg

Em pacientes na fase de reabilitação: Energética: 30 a 35 kcal/ kg/dia


Proteica:1,2 a 1,5g/kg/dia

Em pacientes obesos: 11-14 kcal/kg/dia

Em pacientes eutróficos: 22-25 kcal/kg/dia


 Deve-se ofertar dieta com textura adequada e espessante
dependendo do grau de disfagia;

 Um estudo apresentou um menor consumo energético-proteico em


pacientes com dietas adaptadas quando comparados com aqueles
que receberam uma dieta padrão;

 Todos os pacientes após AVC que receberem dietas com texturas


adaptadas e líquidos espessados devem possuir acompanhamento e
avaliação nutricional;

 É recomendado o uso de fórmulas enterais padrão para início da TN


em pacientes após AVC.
Quando recomendar o uso de sonda nasoenteral (SNE) :

 A disfagia pode prejudicar a ingestão oral segura, resultando em desnutrição,


desidratação, pneumonia por aspiração e um pior prognóstico pós AVC;

 Quando o paciente apresentar disfagia e não conseguir tolerar com


segurança líquidos orais ou alimentos, uma SNE deve ser inserida dentro de um
período de 24 a 72 horas;

 Se a TNE for necessárias por um período mais longo, (>28 dias) a gastrostomia
endoscópica deve ser recomendada;

 Alguns fatores, como idade, desnutrição e sarcopenia, são preditores que o


paciente permanecerá dependente de TNE por mais que 28 dias.
Traumatismo crânio encefálico (TCE):

 Em sua maioria, acomete pessoas mais jovens;

 Possui alta mortalidade;

 Seus sobreviventes podem ficar com sequelas de forma permanente ou


por um longo período, reduzindo a qualidade de vida;

 Principalmente os pacientes com lesões mais graves, geralmente


cursam com necessidade de intubação e permanecem em unidades
de terapia intensiva (UTI) por períodos prolongados;

 É necessário a realização da triagem nutricional, avaliando se há risco


nutricional ou não, evitando a desnutrição desses pacientes.
Recomendação nutricional para o paciente com TCE na fase
aguda:

 Pacientes críticos com TCE devem receber TNE assim que sejam ressuscitados
hemodinamicamente preferencialmente dentro de 24 a 48 horas;

 Deve ser realizada a CI durante o período de 1-4 dias ofertando por volta de
70% do valor aferido, ou 15 a 20 kcal/kg quando não possível realizar CI;

 Devido os processos de transformações metabólicas, pacientes com TCE


demandam reajuste do plano nutricional para ofertas calóricas, que podem
alcançar 40 kcal/kg/dia;

 Fórmulas com glutamina e outros e imunonutrientes tem demonstrado


benéficas no TCE.
Nutrição parenteral no TCE :

 Os pacientes críticos com TCE devem receber preferencialmente a TNE;

 A Nutrição parenteral suplementar (NPS) deve ser avaliada entre o 4 e o 8 dias,


principalmente em pacientes com risco nutricional, quando não se atingir ao
menos 60% das necessidades nutricionais;

 Pacientes com TCE tende a apresentar complica ações do trato gastrointestinal


(TGI), o que pode reforçar ainda mais a necessidade de NPS;

 Pacientes desnutridos ou em risco nutricional que não atingirem as metas de


calorias e proteínas e que possuam alguma complicação no TGI pode ser
considerada a NP precoce.
Sedativos no TCE:

Propofol: Indicado para indução e manutenção de anestesia geral.


Contem calorias não nutricionais;
Deve ser levado em conta no cálculo do aporte nutricional, afim de
evitar a hiperalimentação e hipertrigliceridemia.
Uso prolongado: Favorece a queda na oferta proteica.

Fenobarbital: Anticonvulsivante, hipnótico e sedativo.


Redução do gasto energético, altera controle de temperatura,
metabolismo da glicose e mecanismo neurais;
Influência: Metabolismo celular e atividade muscular;
Necessidade calórica e proteica deverá ser reduzida.

Dexmedetomidina: sedativo, analgésico,...


A Literatura ainda é controversa quanto aos efeitos do sedativo sobre
motilidade do TGI, alguns artigos descreve seu estímulo aos movimentos
peristálticos e outros citam sua ação antiperistáltica.
Esclerose lateral amiotrófica (ELA):

 É uma doença debilitante, progressiva, com degeneração de


neurônios motores no cérebro e na medula espinhal;

 Dando início nas extremidades dos membros, causa fraqueza e


comprometimento da mobilidade em 70% dos pacientes;

 25% dos casos ocorre o envolvimento da musculatura orofaringe,


afetando a deglutição da fala;

 Com o tempo ocorre a progressão da perda da força, até evoluir


para insuficiência respiratória, ocorre após cerca de 5 anos de
diagnóstico;

 A desnutrição é frequente e está relacionada com a sobrevida.


Estado nutricional em pacientes com ELA:

 A taxa de perda de peso a partir do diagnóstico é considerado um forte e


independente fator prognóstico;

 É recomendado monitorar a cada 3 meses o peso, o IMC e a composição


corporal;

 Durante o acompanhamento, desnutrição, perda de peso, redução do IMC e


composição corporal são fatores prognósticos de sobrevida;

 A recomendação energética deve ser preferencialmente determinada pela CI;

 Se não é possível usar a CI, pode ser estimada de acordo com 2 situações
clínicas: Não ventilados e ventilação não invasiva;

 Recomenda se o rastreamento precoce da disfagia e a avaliação da


fonodiologa.
Terapia nutricional :

 Estudos apontam que o uso da terapia nutricional oral com


suplementos hipercalóricos auxilia a estabilizar o peso corporal após 12
semanas e melhorar sobrevida;

 A terapia nutricional enteral está indicada quando houver ingestão oral


abaixo das necessidades nutricionais e risco de aspiração;

 Estima-se que desnutrição e desidratação podem ser responsáveis pela


redução da sobrevida;

 A TNE não é uma opção preferencial de longo prazo e deve ser


reservada para aqueles pacientes nos quais nenhum outro
procedimento oral é possível.
Esclerose múltipla (EM) :

 Doença neurológica crônica inflamatória e autoimune que provoca


lesões no sistema nervoso;

 Apesar de haver grande susceptibilidade genética associada a


doença a fortes evidências que fatores ambientais colaboram para
o seu desenvolvimento;

 Os fatores de riscos que mais se correlacionaram ao


desenvolvimento da EM: obesidade precoce, Infecções por vírus
Espen-barr, tabagismo e deficiência de vitamina D.
Acompanhamento nutricional nós pacientes com EM:

 A maioria dos pacientes com EM apresentam-se com peso normal e excesso


de peso. Entretanto, sarcopenia e desnutrição são encontradas em pacientes
com estágio mais avançado da doença, possuindo relação direta com a
piora da qualidade de vida;

 O uso de suplemento nutricional é recomendado caso o paciente não


consiga atingir as metas nutricionais;

 Estudos evidenciam que manter exposição ao sol e níveis adequados de


vitamina D, está associado inversamente ao aparecimento de sintomas EM;

 Se tratando de um paciente já diagnosticado, uma recente revisão


sistemática demonstra que a reposição de vitamina D, em diferentes doses foi
capaz de evitar as recaídas ou progressão da doença.

 A consistência da alimentação dos pacientes que apresentam EM com


disfagia deve ser modificada de acordo com as suas necessidades
individuais.
Doença de Parkinson (DP):

 Uma das doenças mais prevalentes;

 Ocasionada pela diminuição de dopamina no cérebro que evolui


de forma crônica e progressiva.

 É caracterizada pelos 4 sinais motores cardinais:


• Tremores;
• Bradicinesia (Lentidão ou ausência de movimento);
• Rigidez muscular;
• Instabilidade postural.

 Estes pacientes podem apresentar risco aumentado de


desnutrição e perda de peso, visto que, a motilidade
gastrointestinal, gastroparesia e a disfagia são sintomas presentes.
Acompanhamento nutricional no paciente com DP:

 Pacientes com DP apresentam alterações como perda de peso e ganho


de peso, sendo que a prevalência da perda de peso pode aumentar à
medida que a patologia avança;

 Pacientes com doença avançada tem baixo peso corporal e reserva de


gordura depletadas;

 A sarcopenia e a fragilidade tem sido recentemente associada a DP;

 Cerca de 80% dos pacientes com DP desenvolve disfagia durante o


curso da doença, levando uma redução na qualidade de vida;

 Recomenda se acompanhar o estado nutricional e efeitos colaterais do


tratamento medicamentoso para terapia nutricional individualizada.
 Alguns estudos indicam que a suplementação adequada de vitaminas
pode melhorar os sintomas clínicos de pacientes com DP;

 O papel da vitamina D nas doenças neurodegenerativas inclusive na DP


tem sido amplamente estudado;

 Alguns estudos apontam um potencial papel da vitamina D como


antioxidante, inclusive com a ação no cérebro;

 Um estudo buscou avaliar a prevalência de vitamina B12 baixa. Os baixos


níveis séricos de B12 foram comuns em pacientes com DP, sendo
considerado preditor para piora da mobilidade;

 A constipação é o sintoma não motor mais frequente e a manifestação


de disfunção gastrointestinal mais prevalente em pacientes com DP, as
estratégias comuns de gestão nutricional inclui o aumento da ingestão de
fibras e líquidos;

 No que diz respeito à TNE e TNP e ao uso de fórmulas específicas, a


literatura é extremamente escassa;

 Recomenda-se nutrição enteral de médio/longo prazo como forma de


prevenir desnutrição, perda de peso e aspiração.
Demências (DA):

 É caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas


devido a danos no tecido cerebral;

 Representa cerca de 50-70% dos casos;

 Os fatores de risco são: idade, história familiar, estilo de vida,


sedentarismo, maus hábitos alimentares e certas patologias
(hipertensão, diabetes e obesidade);

 A desnutrição é uma das condições mais importantes que afeta


negativamente a saúde dos idosos, particularmente pacientes com
demência;

 A avaliação nutricional deve fazer parte da rotina desses pacientes,


visando o diagnóstico precoce de desnutrição, que tende a
aparecer com o tempo de progressão de doença.
Acompanhamento nutricional em pacientes com DA:

 O acompanhamento nutricional deve ser realizado por meio de anamnese


alimentar, com atenção às alterações na ingestão de nutrientes,
modificações do peso corporal e exame físico direcionado para avaliação
de massa magra;

 Dietas ricas em frutas, vegetais, grãos, cereais, peixes e óleos ricos em ômega
3, podem diminuir o risco de demência;

 Em pacientes com DA avançada, devemos priorizar a alimentação habitual


ou adaptada, para promover conforto e mais segurança alimentar;

 Não há evidências conclusivas que apoiam o início da terapia enteral e


parenteral em pacientes com demência avançada;

 Estudos mostraram que, não há diferença significativa entre as taxas de


mortalidade dos pacientes com demência avançada recebendo
alimentação por sonda e aqueles com alimentação oral.
Obrigada!

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