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Faculdade de Medicina da UNIUBE

Departamento de Clínica Médica III (T 37-3)

Módulo de Nutrologia – 2ª aula


Claudio de Lima Barbosa
CRM 27.104-T

• Títulos de Especialista
  em Nutrologia e Acupuntura (AMB/CFM).
Pós Graduação em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional pelo GANEP.
• Mestrado em Ciências da Saúde, área correlata Medicina Interna,
pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP)-SP.
• Pesquisador pelo NUTECC-FAMERP.
• Coordenador Clínico da EMTN dos Hospitais Santa Genoveva,
do Hospital Madrecor, do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia
e do Hospital Universitário Mário Palmério.
Declaro, não possui conflito de interesse
Blog: drclaudiobarbosanutro.blogspot.com
Instagram: claudio_nut
SUMÁRIO:
1 Biodisponibilidade de Nutrientes

2 Gasto Energético Basal e Total

3 Calorimetria indireta

4 Triagem Nutricional

5 Desnutrição Hospitalar

6 Risco Nutricional

7 Avaliação Nutricional
Biodisponibilidade dos Nutrientes
“Não vivemos do que comemos.
Somente do que digerimos”.
Dr. Hufeland
Biodisponibilidade dos Nutrientes
Biodisponibilidade dos
Nutrientes
Biodisponibilidade dos
Nutrientes
Teor na Tabela de
Composição não reflete o
verdadeiro aporte
nutricional de Ferro...
BALANÇO DE
NUTRIENTES
Biodisponibilidade dos Nutrientes
Quanto gastamos ?
• As necessidades energéticas são definidas como a ingestão de
energia dietética necessária para o crescimento ou a manutenção em
pessoas de idade, sexo, peso e estatura definidos, e o grau de
atividade física desempenhada por elas.
• Em crianças, gestantes e lactantes, a necessidade energética inclui
as necessidades associadas à deposição de tecidos ou a secreção de
leite em taxas compatíveis com uma boa saúde (Institute of
Medicine, 2002, 2005).
• Em pessoas enfermas ou feridas, o estressor pode aumentar ou
diminuir o gasto energético (Joffe, 2009).
Quanto gasta cada órgão ?
Fígado
29%
do GEB

19% Cérebro

10% Coração

7% Rim

18% Músculo esq (repouso)


Kcal

3,000

2,500 Efeito Térmico dos


Exercícios Físicos
(ETA) ~15 - 30%
2,000
Três maiores componentes do GASTO
Efeito Térmico dos
Alimentos (ETA) ~ 10% ENERGÉTICO diário:
1,500
⮚ GEB (Gasto Energético Basal);
⮚ ETA (Efeito Térmico dos Alimentos)
1,000 Gasto Energético ⮚ ETE (Efeito Térmico dos Exercícios Físicos)
Basal (GEB)
500 ~60-75%
Poehlman ET. A review: exercise and its influence on resting energy
metabolism in man. Med Sci Sports Exerc1989;21(5):515-25.
0
O GEB sofre influência:

1.idade
2.sexo
3.composição corporal
4.estado fisiológico
ALTERAÇÃO NAS
NECESSIDADES
ENERGÉTICAS
EM ESTADOS
ESPECIAIS
NECESSIDADE
DE NITROGÊNIO
EM ESTADOS
ESPECIAIS
MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO

• Calorimetria indireta
• Equações Preditivas
• Fórmulas de bolso
• Outros
CALORIMETRIA INDIRETA
• método não invasivo, prático e seguro
• pacientes com ou sem ventilação mecânica
• medidas das trocas de gases pulmonares :
volume do oxigênio consumido (VO2) e do
volume do gás carbônico produzido (VCO2)
• gasto energético total: GEB + ETA +ETE
Simonson DC, De Fronzo RA.
Indirect calorimetry: methodological and interpretative
problems.
Am J Physiol 1990;258 (3 Pt 1):E399-412.
TRIAGEM NUTRICIONAL
o A Triagem Nutricional deve ser realizada em pacientes hospitalizados em até 48 h
da internação afim de se detectar o RISCO NUTRICIONAL.
Posthauer ME.
The value of nutritional screening and assessment.
Adv Skin Wound Care 2006;19(7):388-90.
o O 1º passo no cuidado nutricional é a avaliação do RISCO NUTRICIONAL.
Sorensen J et al.
EuroOOPS: an international, multicentre study to
implement nutritional risk screening and evaluate clinical outcome.
Clin Nutr 2008;27(3):340-9.

o A NRS 2002 é o método mais indicado para a população brasileira hospitalizada.


Dias, MCG et al. Triagem e avaliação do estado nutricional. [S.l.]: Diten, 2011.
o Especialistas sugerem o uso de NRS 2002 como ferramenta de triagem nutricional
para identificação de risco de desnutrição, pois este instrumento também indica
quais pacientes possivelmente se beneficiam de terapia nutricional (aqueles com
escore ≥ 3).
Indicadores de qualidade em terapia nutricional:
10 anos de IQTN no Brasil : resultados, desafios e propostas/[coordenação
científica Waitzberg DL]. -- 3. ed. -- São Paulo : ILSI Brasil, 2018.
NRS 2002
NRS 2002
NRS 2002
Critérios para a Classificação do Nível de Assistência de Nutrição
(NAN)

Nível Descrição
● Pacientes cuja doença de base ou problema não exija
Primário cuidados dietoterápicos específicos (pneumonia, gripe,
conjuntivite, varicela)
● Pacientes que não apresentam Risco Nutricional
Secundário ● Pacientes cuja doença de base ou problema não exija
cuidados dietoterápicos específicos, porém apresentam
riscos nutricionais.
● Pacientes cuja doença de base exija cuidados
dietoterápicos, mas não apresentam risco nutricional
(disfagia, diabetes, alergia a proteína do leite de vaca,
hipertensão)

Terciário ● Pacientes cuja doença de base exija cuidados


dietoterápicos especializados (prematuridade, baixo
peso ao nascer, erros inatos do metabolimso).
● Pacientes que apresentam Risco Nutricional
Nível de Assistência Nutricional
Critérios para a Classificação do Nível de Assistência de
Nutrição (NAN)
Critérios relacionados ao NAN
paciente
Primário Secundário Terciário

Risco Nutricional Não Não Sim Sim


Necessidade de Não Não Sim Sim
Dietoterapia específica
Conclusão:
NRS – nosso serviço:
Admissão Nutricional para Pacientes Hospitalizados
NRS – nosso serviço:
Admissão Nutricional para Pacientes Hospitalizados
NRS – nosso serviço:
Admissão Nutricional para Pacientes Hospitalizados
Papel da Triagem Nutricional em relação a Desnutrição

Triagem
Nutricional em
até 48 h da
internação
a
Queda n a
cia d
prevalên ão

Determinação do Desnutr
RISCO
NUTRICIONAL

Intervenção
Nutricional
Dias et al 2009. Rastreamento Nutricional.
Precoce In: Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral
e parenteral na prática clínica. 4ª.
ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009
Dieta é “esquecida”
A terapia nutricional adequada diminui complicações,
morbidade, mortalidade, tempo de internação
hospitalar, previne ou ameniza a desnutrição e suas
seqüelas, mantém a imunocompetência, melhora o
trofismo muscular e reduz custos hospitalares.

Bottoni A et al. Manual de Terapia Nutricional.


SPDM, São Paulo, 2006.

A simples suspensão da dieta é a maneira mais prática,


porém menos adequada para resolver um problema, pois
traz ao paciente o risco da tão temida desnutrição intra-
hospitalar.
Desnutrição Hospitalar

Ponto chave no Suporte Nutricional dos pacientes críticos: seu Status Nutricional declina muito
rapidamente, mesmo nos pacientes eutróficos.
Estudo clássico demonstrou que nas UTIs se perde de 1-2kg de proteína corporal em apenas 10
dias, o que corresponde a 10-15% do conteúdo proteico corporal inicial.
Crit Care Med 1998; 26:1529–1535.

Isso pode ocorrer mesmo nos pacientes bem nutridos à admissão na UTI, a despeito de uma
adequada provisão calórico-proteica.
Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2014, 17:177–182.
Recente estudo observacional de 113 pacientes com sepse grave em UTI também demonstrou
grandes perdas de proteína corporal (medida como um balanço nitrogenado negativo) e que a
provisão proteica esteve estreitamente relacionada com a sobrevivência dentro de um período de
observação de 10 dias.

Clin Nutr 2012; 31:462–468.


IBRANUTRI
• Pesquisa multicêntrica em hospitais da rede pública do País,
atingindo 12 Estados mais o Distrito Federal, envolvendo 4000
pacientes internados.

• A prevalência de desnutrição foi maior nas regiões brasileiras Norte


e Nordeste, onde a renda per capita é menor. Mas a terapia
nutricional foi utilizada em apenas 7,3% dos pacientes (6,1% pela
via enteral). 
Hospital malnutrition: The Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 40000 patients.
Nutrition 2001; 17 (7-8): 573-80.
Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MITD.
Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri).
Rev Bras Nutr Clin 1999;14(2):124-34. Errata em Rev Bras Nutr Clin 1999;14(3):169.
IBRANUTRI
IBRANUTRI
A não prescrição da Terapia Nutricional (TN) traz:

• custos 50% maiores nos Pacientes Desnutridos


• impacto na Saúde Pública
• para cada R$ 1,00 investido em TN economiza-se

R$ 4,13 nos custos totais de saúde.


Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MITD.
Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri).
Rev Bras Nutr Clin 1999;14(2):124-34
Fluxograma da Assistência Nutricional

RISCO NUTRICIONAL

AVALIAÇÃO DO
ESTADO
NUTRICIONAL

INTERVENÇÃO
NUTRICIONAL
Triagem Nutricional em 48 h
Assistência Nutricional
Risco Nutricional Positivo % Linear (Risco Nutricional Positivo %)
Cenário 1:
Hospital 100% público
e referenciado 73

JAN JUN NOV ABR SET FEV JUL DEZ MAI OUT MAR AGO JAN JUN NOV ABR SET FEV JUL DEZ MAI OUT MAR
Diagnóstico Nutricional
300

250

200

150

100

50

0
O CA O L R E
ES CO IC
O
ES
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U
AS
D ES
N
KW 2019 2020 2021
Risco Nutricional pela NRS 2002
70% Cenário 2:
Hospital Universitário
(público e provado) 61%
60% 60%

57%
55% 55%
53% 53%
52% 52%
49% 51%
50%
49%
47%46% 47% 47%
46%
44%
42% 42%
41% 41% 41% 41% 41%
40% 40% 40%
39% 39% 39%
36% 37% 38% 38% 38%
35% 35% 35% 35%
34% 34% 34%
33%
32% 32%
32%
30%
29%
27%
25% 25%
24% 24% 24% 24% 24%
23%
22% 22%
20% 20% 20%
19% 18%
16% 17%

13% 14% 13%


13%
10% 9% 9% 10%

4% 4% 4%

0%
Jun-19 Jul-19 Aug- Sep-19 Oct-19 Nov- Dec-19 Jan-20 Feb-20 Mar- Apr-20 May- Jun-20 Jul-20 Aug- Sep-20 Oct-20 Nov- Dec-20 Jan-21 Feb-21 Mar- Apr-21 May- Jun-21
19 19 20 20 20 20 21 21
Risco Nutricional (pela NRS 2002)
Classificação de Risco Nutricional NRS 2002 – (2016-2019)

Cenário 3:
Hospital Privado com PS

90%
80%
70%
60% Primário
50%
40% Secundário
30%
20% Terciário
10%
0%
Sep 6
Oct/ 6

Fe b 7
Mar 17

Jun/ 7

Oct/ 7
Nov 17

Mar 18

Feb 8
Mar 19

May 19
Jun/ 9
Nov 16
Dec 6
Jan/ 6

Apr/ 7
May 17

Jul/ 7
Aug 17
Sep 7

Dec 17
Jan/ 7
Feb 8

Apr/ 8
May 18
Jun/ 8
Jul/ 8
Aug 18

Apr 9

19
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1

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1

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/
Aug

UAN – Unidade de Alimentação e Nutrição


Por quê o Peso Corporal é falho?
✔ O peso corporal é um indicador de adequação ou inadequação de energia.
✔ O corpo possui a capacidade única de alterar o abastecimento da combinação de carboidratos, proteínas e
lipídios para adequar-se às necessidades energéticas.
✔ Entretanto, com o tempo, o consumo excessivo ou deficiente de energia resulta em alterações no peso
corporal.
✔ Assim, o peso corporal reflete a adequação da ingestão energética, mas nãoé um indicador confiável da
adequação de macro ou micronutrientes.
✔ Além disso, em decorrência de o peso corporal ser afetado pela composição corporal, uma pessoa com
maior massa livre de gordura em relação à massa corporal gorda ou massa corporal gorda em relação àmassa
livre de gordura pode exigir diferentes quantidades de ingestão de energia em comparação com o padrão médio
de uma pessoa.
Por quê o IMC é falho?
Avaliação Nutricional
Descontando o edema
Descontando a ASCITE
Determinando membros amputados
Pegando mais leve com os idosos
Estimando o Peso Corporal (pacientes acamados)
Estimando a Altura Corporal (pacientes acamados)
ALTURA PÉ-JOELHO
Avaliação Nutricional
Avaliação Nutricional
Bioimpedância elétrica (BIA)
Bioimpedância elétrica (BIA)
Bioimpedância elétrica (BIA)
Bioimpedância elétrica (BIA)
Baseia-se no princípio da condutividade elétrica para a estimativa dos compartimentos corporais

Ramirez E et al. Nutrition


2009;25(2):194-9
Análise da massa magra por Bioimpedanciometria

Análise da
• Agua corporal total/massa livre de gordura/massa muscular

Sua validade depende da acurácia e confiabilidade dos algoritmos


Cálculo dos compartimentos com equações regressivas (algoritmos):
• validação contra um método de referência aceito em uma coorte de estudo
adequada
• Assumindo uma constante conhecida de hidratação (* 73% em MLG
Análise por Bioimpedanciometria

o Seguro o Aferição sensível as


o Potencialmente
condições do paciente
portátil tais como hidratação e
o Observações
atividade recente
longitudinais utéis o Predição pode ser
o Custo variável
população específica
conforme aparelho

CONTRAS
Absortometria radiológica de Dupla energia (DXA)
A medida da DXA é definida como a quantidade de radiação absorvida pelo corpo ou semento desejado, calculando
a diferença entre a energia emitida pela fonte de radiação e a sensibilizada pelo detector de energia.
Baseia-se na medida de 3 componentes corporais: densidade mineral óssea, massa gorda e massa de tecido magro.
Absortometria radiológica de Dupla energia (DXA)

Plank LD. Current Opinion in Clinical Nutrition


and Metabolic Care 2005;8:305-30.
Absortometria radiológica de Dupla energia (DXA)

Vantagens Desvantagens
Estima a massa magra, massa Não mede a água corporal
gorda e osso Custo relativamente alto
Não necessita de preparo   Limitação para peso excessivo (150 kg)
Medicação por emissão de Diferentes fabricantes = diferentes
fóton de energia resultados

Rech CR et al. Rev Bras Cir e Mov 2007;15(4): 87-98.


Absortometria radiológica de Dupla energia (DXA)

Etapas do Exame

Mínimo de
roupas

Posição
Ausência de supina e
metais imóvel por 7
min

Going SB et al. Am J Clin Nutr


1993;57:845-850.
Avaliação da massa esquelética muscular
• Gold standard: massa muscular total corporal
• Indicadores: FFM-massa livre de gordura

Ressonância Magnética (método de analise “gold standard” do corpo inteiro)

o Muito trabalhoso
o Consome muito tempo
o Muito dispendioso
Tomografia Computadorizada: área muscular transversal

Imagens de TC obtidas para Detecção de tecidos


propósitos clínicos específicos
Análise secundária da
massa muscular com
Extrapolação de gordura scan pela CT
e massa muscular com
equações regressivas
Para pacientes com
indicação de TC como
parte do cuidado
Corte simples (L3) médico
Imagens da Tomografia Computadorizada

Extrapolação de gordura
e massa muscular com
equações regressivas
Tomografia Computadorizada

o Alta resolução
o Precisa o Exposição a radiação
o Medida da o Custo elevado
“qualidade” muscular o Limitaçoes conforme
o Separa o tecido o tamanho e peso do
gorduroso subcutâneo paciente
do visceral o Escassos valores de
o Softwares corte referências em
automatizados sujeitos saudáveis

CONTRAS
o Util na neoplasia e
outras condiçoes
Tomografia Computadorizada: pontos a considerar

• Alta resolução e precisão (a precisão de um simples corte a CT analisa faixas


entre 1 a 2%)
• Pode-se diferenciar grupos musculares e investigar o impacto em áreas
estudadas
• Pode-se identificar alterações qualitativas dos tecidos (como pe infiltração
lipídica ou edema)

• Exposição radioativa = maior limitação que reduz a sua aplicabilidade para


uma analise 2ª
• O uso de cut-offs da L3 pode ser específico para a população estudada e a
transferência dos resultados para outros grupos de pacientes precisa ser
investigada
• Protocolos não padronizados de TC em L3 pode diminuir a aplicabilidade dos
cut-offs.
Ultrassom: quantificação e qualificação muscular regional

Muitos itens em aberto necessitando padronização:


Local de mensuração, estado do músculo, tipo e posição da caneta, frequencia
Ultrassonografia

o Custo do aparelho o Requer pessoal


baixo/moderado treinado
o Sem radiação o Falta de valores dos
o Disponível em protocolos e cut-offs
muitos hospitais o Edema ?
o Útil para avaliação o Ângulo de fase;
das alterações compressão tissular
musculares

CONTRAS
o Útil nas UTIs
Validade das aferições pela USG

Acurácia da USG em
identificar pacientes
sarcopênicos

Equação com melhor


performance: soma da espessura
do músculo na parte superior do
braço e coxas bilateralmente,
Soma da espessura do sexo, idade e Índex de
músculo na parte superior do Comorbidade de Charlson
braço e coxas bilateralmente
Aparelhos de USG portáteis
Aparelhos de USG portáteis
Métodos de Análise da Composição Corporal

Métodos clínicos/beira leito Métodos de Imagem Métodos de pesquisa

Antropometria Ressonância magnética Contagem do K total


Bioimpedanciometria (BIA) Tomografia computadorizada corporal
Ultrasom DXA Análise da ativação
in vivo de nêutrons
Técnica de diluição de
isótopos
A escolha do método dependerá: Plestimografia
... Propósito (pesquisa ou clínico)
... Disponibilidade
... Custos
... Viabilidade
...Segurança (
...Evidência
...Experiência .......e valores de referência
Como diferem entre si? Performance
Avaliação Nutricional
Avaliação Nutricional
Relação Cintura-Quadril

Circunferência da
Cintura

< 88 cm – Mulher
< 102 cm - Homem
Prega Tricipital
Exames Complementares
Albumina

Vincent, JL., Russell, J.A., Jacob, M. et al. Albumin administration in the acutely
ill: what is new and where next? Crit Care 18, 231 (2014).
https://doi.org/10.1186/cc13991.
Hemoglobina
Avaliação Nutricional Bioquímica

▪ Tanto a doença crítica quanto a doença crônica são caracterizadas por inflamação e,
como tal, ocorre a repriorização hepática da síntese proteica, resultando em menores
concentrações séricas de albumina e da pré-albumina.
Além disso, a redistribuição das proteínas séricas ocorre devido ao aumento da
permeabilidade capilar.
Há associação entre inflamação e desnutrição, no entanto, não entre desnutrição e
níveis de proteína visceral.
Essas proteínas se correlacionam bem com o risco dos pacientes para desfechos
adversos, em vez de com a desnutrição energético-proteicas.
Portanto, a albumina sérica e a pré-albumina não devem servir como medidas da
proteína corporal total ou da massa muscular total e não devem ser utilizadas como
marcadores nutricionais.
David C. Evan et al. The Use of Visceral Proteins as Nutrition Markers:
An ASPEN Position Paper. Nutrition in Clinical Practice 2020;(0):1-7.
Uréia / Creatinina

Uréia

Ingestão
proteica
Creatinina

Massa
muscular
Albumina x Cirurgia ??

A albumina sérica foi historicamente estabelecida como um marcador de risco cirúrgico, e alguns Guidelines
recomendam adiar a cirurgia para dar tempo para um melhor suporte nutricional.
A Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN) recomenda atraso da cirurgia quando o nível de
albumina sérica é < 3g/dL.

Weimann A, Braga M, Carli F, et al. ESPEN guideline: Clinical Nutrition in surgery.


Clin Nutr 2017;36(3):623–650.

Embora o estado nutricional tenha sido historicamente o foco, atrasar a cirurgia para permitir que haja solução de
inflamação com o uso de suporte nutricional suficiente pode ser o fator chave.

Outro equívoco comum é que albumina sérica e pré-albumina são marcadores de proteína e massa muscular.
Os níveis de albumina e pré-albumina em pacientes saudáveis e em idosos não diminuem até que seu índice de massa
corporal (IMC) seja<12 após ≥6 semanas de jejum.
Os níveis de albumina sérico e pré-albumina são conhecidos por se correlacionarem mal com a ingestão nutricional —
as mudanças na ingestão alimentar se correlacionam mal com proteínas viscerais.
David C. Evan et al. The Use of Visceral Proteins as Nutrition Markers:
An ASPEN Position Paper. Nutrition in Clinical Practice 2020;(0):1-7.
Albumina x Cirurgia ??

A ferramenta de triagem nutricional perioperatória (PONS) proposta por Wischmeyer et al, em 2018 utiliza os
níveis séricos da albumina, projetada para avaliar pacientes ambulatoriais pré-operatórios antes da cirurgia.

Wischmeyer PE, Carli F, Evans DC, et al. American society forenhanced recovery and perioperative quality initiative joint con-sensus statement on
nutrition screening and therapy within a sur-gical enhanced recovery pathway.
Anesth and Anal 2018;126(6):1883–1895.

A PONS não foi validada, mas se baseia nos achados de Khuri et al que demonstraram que os níveis de albumina
sérica são uma excelente medida de risco cirúrgico.

Khuri SF, Daley J, Henderson W, et al. Risk adjustment of the


postoperative mortality rate for the comparative assessment of the quality of surgical care:
results of the National Veterans Affairs Surgical Risk Study.
J Am Coll Surg 1997;185(4):315-27.

David C. Evan et al. The Use of Visceral Proteins as Nutrition Markers:


An ASPEN Position Paper. Nutrition in Clinical Practice 2020;(0):1-7.
Desfecho clínico – olhe para a Albumina!

Este estudo mostra que a


hipoalbuminemia foi associada
a resultados ruins em pacientes
com COVID-19 e não variou com
a idade, sexo, hipertensão,
diabetes, doença renal crônica,
doença hepática e malignidade.

A análise de diagnóstico
agrupada indica sensibilidade de
63% e especificidade de 81%.
Avaliação Nutricional Subjetiva Global

❑método clínico de avaliação do estado nutricional


desenvolvida por Detsky e colaboradores em 1987
❑desenvolvida e validada para paciente cirúrgico
❑utiliza histórico do paciente e exame físico para realizar
avaliação
❑diferencial: utiliza alterações do peso corporal e
funcionais do paciente

Detsky et al.What is subjective global assessment of nutritional status?


JPEN J Parenter Enteral Nutr 1987;11(1):8-13.
Russell & Mueller 2007. Nutrition Screening and Assessment.
The A.S.P.E.N. Nutrition support core curriculum:a case-based approach—the adult
patient.
Avaliação Subjetiva Global

• Perda de peso
• Ingestão alimentar ❖método simples
❖baixo custo
• Sintomas gastrointestinais ❖não-invasivo
• Capacidade funcional ❖beira do leito
(atividades rotineiras)
• Exame físico
Barbosa-Silva & Barros. Avaliação nutricional Subjetiva. Parte 1 –
Revisão de sua validade após duas décadas de uso.
Arq Gastroenterol 2002; 39 (3):181–187.
Avaliação Subjetiva Global
Avaliação Subjetiva Global
Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional
Avaliação Subjetiva Global
Avaliação Subjetiva Global
Avaliação Subjetiva Global
Avaliação Nutricional Subjetiva Global
A = Bem nutrido
B = Moderadamente desnutrido
C = gravemente desnutrido

• Bem nutrido: < 17 pontos


• Moderadamente desnutrido: 17 ≤ 22 pontos
• Gravemente desnutrido: > 22 pontos

Adaptado de Garavel et al, 88


Avaliação Nutricional Subjetiva Global
• ANSG :deve ser eleita para identificar desnutrição na
prática clínica
• nenhum método objetivo parece ser superior a ANSG para
identificar os pacientes hospitalizados que necessitam de
intervenção nutricional
• idosos: utilizar MAN
• triagem nutricional # ANSG

Capra S. Nutrition assessment or nutrition screening: how much information is


enough to make a diagnosis of malnutrition in acute care?
Nutrition 2007;23:356–357.
Barbosa-Silva. Subjective and objective nutritional assessment methods: what do
they really assess?
Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2008;11(3):248-54.

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