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RADIAÇÕES E SUAS APLICAÇÕES NA SAÚDE

Uso da radiação na medicina


Antes de falar sobre radiação médica em si, é interessante entender o conceito mais amplo.
Podemos dizer que radiação é a energia emitida por uma fonte, que se propaga pelo espaço e
tem a capacidade de penetrar materiais.
Conforme detalha a Fiocruz, as radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas e, portanto,
contêm carga elétrica e magnética.
Elas podem ser naturais ou criadas a partir de dispositivos inventados pelo homem. As
radiações eletromagnéticas estão presentes no dia a dia da maioria das pessoas. Luz, ondas de rádio e
micro-ondas, raio X e radiação gama são as mais comuns.
Já as radiações alfa, beta, feixes de prótons e elétrons são exemplos de radiações em forma de
partículas. Nas últimas décadas, fontes de radiação passaram a ser temidas por muita gente, devido a
grandes acidentes como Chernobyl e a exposição ao Césio 137, em Goiânia. Essas ocorrências
envolveram a liberação de elementos radioativos sem medidas de controle, levando à ampla exposição,
deformações e mortes.
Por outro lado, é inegável a contribuição da radiação no diagnóstico e tratamento de doenças.
Assim, entidades como o Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertam para o uso controlado das
radiações, a fim de promover benefícios à saúde da população exposta. Os efeitos, benéficos ou não,
dependem do tipo de radiação, tempo e intensidade da exposição.
O uso da radiação na medicina teve início em 1895, com a publicação do artigo “Sobre uma
nova espécie de raios”. Nele, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen comentou a descoberta do raio
X e sua capacidade de produzir fotografias internas do corpo. A nova técnica marcou o nascimento da
radiologia médica, representando um progresso considerável.
Afinal, não era mais necessário realizar cirurgias exploratórias para diagnosticar doenças. Anos
depois, surgiram tecnologias cada vez mais avançadas, dando origem a aparelhos de tomografia, de
ressonância magnética e à medicina nuclear.

Benefícios do uso da radiação na medicina

Desde a descoberta das radiações ionizantes,


profissionais de saúde podem obter imagens internas do
organismo, sem recorrer à cirurgia exploratória. Essa
possibilidade resultou na preservação de inúmeras vidas ao
longo dos anos. Afinal, o risco de uma operação é muito
maior que o de testes radiológicos. Monitoramento e
tratamento de doenças de forma não invasiva são outras
vantagens do uso da radiação na medicina.

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/radiacao-na-medicina

Riscos do uso da radiação na medicina

Quando há baixa exposição, praticamente não existem efeitos colaterais graves.


Ocasionalmente, pode haver alergia leve ou vermelhidão na parte exposta aos rádios e partículas. Isso
explica por que, muitas vezes, é benéfico realizar exames e tratamentos com radiação.
O problema é que ela tem efeito cumulativo. Em outras palavras, após períodos de exposição, a
radiação ionizante pode até alterar o DNA das células, aumentando o risco de desenvolver doenças,
como o câncer. Esses perigos levaram instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o
Ministério da Saúde a alertar a população em geral.
A OMS elaborou documentos informativos, a fim de reduzir a exposição à radiação,
especialmente entre crianças.

Responda às seguintes perguntas:


1) Você ou algum familiar já realizou algum exame diagnóstico que utilizasse algum tipo de radiação?
Se sim, mencione a importância da realização desse exame e como ele contribuiu para um diagnóstico
mais preciso.
2) Você ou algum conhecido já precisou realizar algum procedimento terapêutico que utilizasse
radiação? Se sim, mencione sobre os efeitos do tratamento, positivos ou negativos se houver.
3) Quais as principais vantagens em utilizar radiação em procedimentos médicos?
4) Quais as principais desvantagens?

Os Raios X

Os raios x são muito úteis à Medicina. Produzidos por máquinas


elétricas, eles geram imagens que servem para detectar problemas nos
ossos e em outros órgãos do corpo.
Eles são absorvidos pelos ossos, mas atravessam tecidos menos
densos. Então, se uma parte do corpo for exposta aos raios X e estes
forem captados num filme fotográfico, os ossos aparecem como regiões
mais claras (que não foram atravessadas pelos raios) em fundo escuro (as
regiões que foram atravessadas). Essa imagem chamada radiografia, é
usada para detectar fraturas e outros problemas e outros problemas.

https://www.flickr.com/photos/aidan_jones/1438403889

Além de serem usados


nas radiografias comuns para detectar problemas no
órgãos, os raios X são usados também na tomografia
computadorizada. Essa técnica usa os raios X para
conseguir imagens bem mais detalhadas do interior do
corpo humano em três dimensões.

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Instituto_Hospital_de_Base_do_DF_(40785895815).jpg

A exposição frequente aos raios X é perigosa.


Algumas radiações podem causar danos no material
genético (como mutações), dependendo do tempo de exposição, aumentando o risco de doenças como
o câncer. Os profissionais que trabalham com essa radiação,
como dentistas ou técnicos em radiologia, devem se proteger
com aventais de chumbo - material que impede a passagem
dos raios X - se precisarem permanecer na sala do exame ou
ficar atrás de paredes especiais durante a radiografia. Os
pacientes também devem usar aventais de chumbo para
proteger as áreas do corpo que não estão sendo examinadas.
Apesar de seus efeitos prejudiciais, quando usados
sob condições controladas, os raios X e os raios Gama são
capazes de destruir tumores. Esse tratamento, conhecido
como radioterapia, é usado para tratar determinados tipos de
câncer.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aparat_do_radioterapii.jpg

Os Raios Gama

Os raios gama são as ondas com frequência mais alta, produzidas por materiais radioativos,
como o urânio . Por terem grande poder de penetração, podem destruir as células dos organismos.
Mas, usados sob condições controladas, os raios gama, assim como os raios X, também são utilizados
no tratamento de certos tumores.
Os raios gama podem ser utilizados também para esterilizar materiais cirúrgicos (seringas,
agulhas, etc.) e para conservar alimentos. Os raios destroem as células de bactérias, fungos e outros
microrganismos, tornando o alimento estéril. A irradiação pode ser feita com o produto já na embalagem
e não torna o alimento nocivo.

Tarefa 2
Responda:
1) O que são os raios X?
2) Quando foi descoberto e qual o principal objetivo dele?
3) A radiação ajuda na medicina? Justifique.
4) Que tipos de exames podem ser realizados utilizando os raios X?
5) Que precauções os profissionais da saúde devem ter na realização desses exames?
6) Como ele pode ser utilizado no tratamento de doenças?

Principais exames com uso da radiação na medicina

A radiografia de uma fratura talvez seja o exemplo mais popular do uso da radiação na medicina.
Mas a radiologia médica é uma das áreas que evolui com maior rapidez e conta, atualmente, com
técnicas avançadas.
Poucos anos após a descoberta da radiografia, foi inventado o tomógrafo, seguido pelo aparelho
de ressonância magnética.

A seguir, conheça alguns exames comuns nesse campo.

Radiografia de raio X: Como visto na atividade anterior, consiste em utilizar raios X para registrar uma
espécie de fotografia interna do corpo. Uma de suas principais limitações é a captação em somente
duas dimensões, mostrando estruturas anatômicas sobrepostas. De qualquer forma, o teste continua
sendo útil para diagnósticos simples, principalmente quando envolvem tecidos mais densos, como os
ossos. Esses tecidos aparecem com maior nitidez nas radiografias, pois absorvem mais radiação.
Partes moles como os órgãos absorvem menos radiação, aparecendo em tons mais escuros nas
imagens.

Tomografia computadorizada: Também usa raios X para mostrar partes internas, mas as imagens
geradas são transversais. O aparelho utilizado no teste (tomógrafo) possui um tubo que gira 360º em
torno do paciente, colhendo imagens em cortes de uma mesma estrutura anatômica. Esses registros
podem, inclusive, ser sobrepostos para formar imagens em 3D.
Ressonância magnética nuclear: O equipamento utilizado na ressonância magnética usa um campo
magnético e ondas de rádio para gerar imagens de alta resolução. A RM é particularmente eficaz para
visualizar partes moles e áreas como articulações. Outra vantagem é que o exame não usa radiação
ionizante, podendo ser realizado em gestantes, sem riscos ao feto.
Cintilografia: Esse é um dos principais exames da medicina nuclear. Usando substâncias que emitem
sinais detectados pela câmara de cintilação, o teste revela pontos afetados por patologias. Quando é
realizado no coração, por exemplo, mostra áreas com isquemia (obstrução no fluxo sanguíneo). Em
pacientes com câncer, a cintilografia aponta metástase ou retorno de células doentes após uma
operação.
Mamografia: Também conhecido como radiografia das mamas, o teste usa raios X para monitorar
alterações no tecido mamário. Devido ao baixo custo, simplicidade e disponibilidade, a mamografia é o
principal exame de rastreamento do câncer de mama em vários países. Especialistas recomendam que
as mulheres sem histórico da doença realizem uma mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade.
Outras aplicações da radiação na medicina:
Radiofármacos e radiotraçadores: Os medicamentos utilizados em medicina nuclear são
denominados radiofármacos. Esses compostos são formados por moléculas ligadas a radioisótopos –
elementos com o mesmo número de partículas positivas (prótons), dos quais ao menos um é radioativo.
Radioisótopos artificiais também são chamados radiotraçadores. Eles podem se transportar pelo
organismo, chegando a determinados tecidos e emitindo radiação gama nesses locais. Em alguns
casos, a radiação é usada para destruir células cancerosas.
Radioterapia: A radioterapia consiste no emprego de radiação ionizante para combater diferentes tipos
de câncer, como o de mama, próstata e pulmão. Esse tratamento pode impedir que as células
cancerosas aumentem, ou até destruí-las. Existem dois tipos de radioterapia. Na teleterapia ou
radioterapia externa, o paciente recebe aplicações diárias de radiação, emitidas por um aparelho que
fica afastado. O segundo tipo, a braquiterapia, corresponde a aproximadamente 20% das indicações
médicas, pois é mais agressivo. Nele, aplicadores são colocados diretamente sobre a região tratada, e
a radiação é emitida do aparelho para os aplicadores.

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