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INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA

INTRODUÇÃO
● Radiologia quase 100 anos depois > Diagnóstico por imagem
● 1995 - 34% de todos os procedimentos radiológicos realizados e 73% de toda
receita vieram de campos que não existiam 10 anos antes
● Progresso associado a desenvolvimento da eletrônica e computação

MÉTODOS
● Radiografia convencional
● Mamografia
● Ultrassonografia
● Densitometria óssea
● Tomografia computadorizada
● Ressonância magnética
● Radiologia Intervencionista

1. Radiografia convencional
○ O mais disponível, utilizado e barato
○ Pode ser um exame inicial
○ Pode ser um exame definitivo → Se suspeita de lesões ósseas ou
dúvidas pulmonares
○ Radiação ionizante
→ Não é bom método para ver partes moles (padrão-ouro é a RNM)
○ Exame que utiliza um tipo especial de radiação eletromagnética, os raio-
x (comprimento de onda curto e alta frequência) sobre um receptor (filme)
para formação de imagens

○ Convencional versus digital → O grau de radiação é parecido


■ Na imagem digital, podemos “escurecer” ou “clarear” a imagem,
sem precisar refazer a incidência
■ A digital o paciente não tem risco de perder, pois fica armazenada
no computador.
■ A digital facilita a troca de informações entre profissionais via
telemedicina.
■ No mediastino, local com várias imagens sobrepostas, a
visualização é melhor na Digital
○ Simples versus Contrastados
■ Clister/Enema opaco: injeta-se o contraste via retal
■ Esofagograma: Contraste VO → Mais comum iniciar com a EDA,
porém em caso de tentativa de suicídio com uso de cáustico,
realizar a Esofagografia pelo risco de perfuração com a EDA
■ Colangiografia pelo Dreno de Kher: pós-operatório de vias biliares
→ ver se as vias biliares estão pérvias antes da retirada do dreno.
■ Dacriocistografia: Contraste nas glândulas lacrimais
■ Sialografia: Contraste nas glândulas salivares (submandibular e
parótida)
■ Artrografia: Hoje é mais comum ser avaliado pela TC ou RNM
(Padrão-ouro)
■ Arteriografia: Coronárias, vasos abdominais e cerebrais
■ Trânsito intestinal delgado: Contraste VO → Bom para avaliar
duodeno e íleo em DII, visto que essa área não é visualizada na
EDA
■ Seriografia EED: Usado antigamente para hérnia, gastrite,
esofagite, tumores → substituído pela EDA
■ Histerossalpingografia: Contraste pelo colo uterino
■ Urografia Excretora: Via EV para ver a filtração renal (cálculos e
obstrução -> substituído pelo USG/TC)
■ Uretrocistografia Miccional: padrão-ouro para ver a uretra →
Lesões, fístulas
○ Contraindicados em gestantes ou suspeita de gravidez
○ Evitar fazer muitos exames, pois dose é cumulativa
○ No caso de uso de contrastes, investigar alergias, história patológica
pregressa ou uso de medicações → Observar nefrotoxicidade

2. Mamografia
○ Incidências:
■ Médio-lateral (Visualizada a musculatura peitoral e região axilar):
Quadrante superior e inferior
■ Crânio-caudal: Quadrante lateral e medial
OBS: Se no meio da linha imaginária → Região inter-quadrantes

Crânio-caudal Médio-lateral
○ Opção digital e convencional
○ 1x/ano a partir dos 40 anos (idade da lipossubstituição da mama,
aumentando a sensibilidade do exame) ou 35 anos se fator de risco (se
<33 é preferível realizar o USG)

NOTAS:
- PACS (Picture Archiving and Communications System): Sistema de
armazenamento, gerenciamento e comunicação de imagens médicas. É uma
mudança do fluxo de trabalho baseado em filmes para um fluxo de trabalho
baseado em imagem digital integrada

- DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine: conjunto de normas


e características (protocolos) voltadas para a área de imagens digitais.
Protocolos padronizados visando a interconectividade - sistemas abertos (não
proprietários). Viabilizam as redes de PACS e teleradiologia

3. Ultrassonografia
○ A colocação do gel entre a pele e o transdutor para facilita a passagem
das ondas
■ Pacientes com distensão de alça dificulta a visualização.

○ Tipos de transdutores:
■ Convexos: resolução inferior, mas possui melhor penetração →
utilizado para USG de abdome
■ Lineares: Resolução melhor, mas não tem muita profundidade →
Melhor para pele, subcutâneo, musculatura, estudos com Doppler
■ Endocavitário: Intermediário → Transretal (próstata) e
Transvaginal (útero e ovários)
○ Não realiza imagens coloridas pois prejudicaria a visualização das
texturas e densidades
○ Doppler para ver o que há fluxo
○ Meios de contraste → melhorar a sensibilidade de tumores
○ Como não tem radiação, não há contraindicações formais
○ Exame dinâmico
○ Examinador dependente

Vesícula biliar normal Lama biliar Cálculo biliar Pólipo biliar

→ OBS: Pólipo não muda com a movimentação, nem apresenta sombra acústica posterior.

Pâncreas Rim Cálculo renal

4. Densitometria óssea
○ “Mede a quantidade de cálcio nos ossos”
○ Colo do fêmur e coluna lombar: onde há maior absorção dos impactos e
maior absorção de cálcio
○ Objetivos:

■ Avaliar o grau de osteoporose


■ Indicar a probabilidade de fratura
■ Possibilita a obtenção da curva de perda óssea através do tempo
quando a avaliação é feita periodicamente)
■ Auxiliar/monitorar o tratamento
○ Preparo: Não necessita de preparo
○ Durante o exame
■ O exame demora 15 min e é feito nas partes mais críticas da
coluna (coluna lombar) e colo do fêmur. O paciente deve usar
roupas sem nenhum acessório metálico (botões, zíper, fivelas)
○ Após o exame: vida normal
○ Indicações
■ Todos > 65 anos
■ Suficiência de hormônios sexuais
■ Mulheres na perimenopausa que estejam cogitando usar TRH,
para auxiliar esta decisão
■ Pacientes com alterações radiológicas sugestivas de osteopenia
ou que apresentem fraturas osteoporóticas
■ Pacientes em uso de corticoticoterapia crônica
■ Hiperparatireoidismo primário
■ Tratamento da osteoporose, para controle da eficácia terapêutica

5. Tomografia Computadorizada
○ Método que mais emite radiação (equivale a 300 RX)
○ Gerações de equipamentos:
■ 1ª geração: Extra axial
■ 2ª geração: Helicoidal —> início dos exames vasculares
(angiotomografias)
■ 3º geração: Multidetectores
○ Possibilidade de avaliação nos cortes: axial, coronal e sagital
○ Possibilidade de realização de: AngioTC, UroTC, Endoscopia virtual,
Colonoscopia virtual, exames cardíacos (mostra o parênquima além dos
vasos), PET/TC
○ PET/TC:
■ Utilização de um análogo da glicose [18F] fluorodeoxyglucose
■ Técnica com alta sensibilidade e especificidade
■ Alia a avaliação metabólica/funcional das lesões (medicina
nuclear) com a avaliação anatômica (radiologia)
■ Técnica de corpo inteiro
■ Mandatório em câncer pulmonar, colo, cabeça e pescoço e
linfoma
■ Há captação cerebral e cardíaca por acúmulo de glicose e vias
urinárias pela excreção
■ Indicações:
1. Diagnóstico das lesões tumorais (primárias e secundárias)
2. Avaliação do envolvimento linfonodo - estadiamento
3. Avaliação do resultado final do tratamento/ressecção de
lesões tumorais
4. Tentar diferenciar processo cicatricial/fibrose residual X
recidiva
5. Acompanhamento de lesões tumorais em tratamento (ex:
Linfoma) - produtor da resposta tumoral
6. Planejamento do tratamento radioterápico
7. Investigar em pacientes tratados o surgimento de novas
lesões (ex: aumento de CEA, AFP)
8. Estudo de febres de origem não conhecida
9. Investigação neurológica - Demências, tratamento de
lesões
10. Funções cardiológicas

6. Ressonância Magnética
○ Não utiliza radiação
○ Vantagens
■ Contraste não é iodado
■ Não necessita de radiação ionizante
■ Melhor resolução para partes moles, separando água e gordura
■ Capacidade multiplanar
○ Desvantagens
■ Maior tempo de exame
■ Exame mais caro
○ Contraindicações
■ Implantes ou corpos estranhos ferromagnéticos
■ Claustrofobia
■ Marca-passo
■ Contraindicação absoluta: implante coclear!
○ AngioRM
○ Difusão e perfusão: marca o território de risco
■ Difusão: é a que mostra mais precocemente um AVCi

7. Radiologia intervencionista
○ Acessos por pele (venoso, nefrostomia)
○ Biópsias, drenagens
○ Ablações de lesões (químio oi rádio)
○ Dilatações com ou sem stent
○ Controle de sangramento
○ Embolização de aneurismas, vasos, malformações vasculares ou
tumores
○ Trombólise de lesões vasculares
○ Vertebroplastia
○ TIPS
PROPRIEDADES DOS RAIOS X

● Ondas eletromagnéticas de alta frequência é pequeno comprimento de onda


● Propagam-se em linha reta
● Tem a velocidade da luz
● Ao interagir com a matéria orgânica atravessá-la, serem absorvidos ou
espalhadas. Nessa interação ocorre ionização, o que altera quimicamente parte
do meio
● Produzem imagens em superfícies fotossensíveis
● Produzem efeitos fosforescentes em alguns cristais
● Produzem efeitos biológicos

AMPOLA DE RAIO X

● Isolada a vácuo
● Protegida por cápsula de chumbo, com 1 saída
● Polo + (anódio) e Polo - (catódio)

FORMAÇÃO DA IMAGEM

● A imagem é produzida por diferença de absorção das ondas eletromagnéticas


pelos diferentes tecidos (Densidade - tons de cinza)
● Os raios que ultrapassam o corpo chegam ao filme, sensibilizando-o e após a
revelação, as áreas correspondentes ficarão pretas. Os rádios que são
absorvidos no corpo não sensibilizam o filme é as áreas correspondentes ficarão
brancas
● Quando a radiação ultrapassa parcialmente o corpo e parte chega ao filme,
determinada áreas correspondentes em cinza após a revelação
● Essa gama de tonalidades do branco ao negro é denominada “densidade
radiológica”
● São referidas como opacidade ou imagem radiopaca as imagens brancas e,
como transparência, radiotransparência oi imagens radiotransparentes oi
lucentes as imagens negras
EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

● Por terem ação biológica, os raios X podem provocar lesões. Os raios X só


devem ser administrados em caso de indicação precisa e devem ser tomados os
cuidados necessários à diminuição dos riscos ao menor nível possível
● O dano causado é cumulativo, ou seja, a lesão é causada por doses repetidas
de radiação que se acumula nos tecidos
● A radiossensibilidade celular é variável, quanto mais jovem as células (quando
a mitose é acelerada) e quanto mais não-diferenciadas, mais sensíveis a
radiação
● Efeitos a curto prazo: observados em horas, dias ou semanas, produzidos por
uma grande quantidade de radiação em grandes áreas corporais, num curto
período de tempo: síndrome aguda de radiação com náuseas, vômitos,
infecções, hemorragias, diarreia, desidratação, alopecia
● Efeitos a longo prazo: causados por grandes exposições em curto espaço de
tempo ou pequenas quantidades de radiação num longo período de tempo
(nesta categoria encontram-se os pacientes que “costumam” ser radiografados
com frequência). Podem ser divididos em:
○ Efeitos genéticos: órgãos reprodutores - gerações futuras
○ Efeitos somáticos: na pessoa irradiada

MEIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICAS

● Redução da área radiografada por meio de colimadores, diafragma


● Redução da exposição (dose de irradiação)
● Limitar o número de exames, ver indicações, métodos alternativos,
principalmente em crianças
● Proteção plumbismo para as gônadas, tiroide e cristalino
● Biombos, luvas e aventais plúmbicos para o profissional em radiologia
● Monitor individual de radiação (dosímetro) para os profissionais

CUIDADOS, PREPAROS, MEIOS DE CONTRASTE, RISCOS DOS EXAMES


RADIOLÓGICOS

CUIDADOS
● Os exames radiológicos são rotineiramente exames simples, pouco invasivos e
de fácil realização
● As principais orientações são permanecer imovel e colaborar com a respiração
● Em geral, deve se evitar o uso de objetos metálicos, pois eles são radiodensos,
aparecendo no exame, ou gerando artefatos metálicos no caso da RM, causando
riscos ao paciente → Ex de pacientes que possuem artefatos que não são
possíveis de serem retirados: tela de hérnia, próteses ortopédicas
● Lembrar de sempre pedir ao paciente para trazer os exames anteriores
relacionados

PREPARO

Os exames radiológicos rotineiramente se dividem em 3 tipos quanto ao preparo:

● Sem preparo
○ RX: sem contraste (crânio, seios da face, tórax, mastóides, osteo-
articulares em geral) e com contraste (sialografia, uretrocistografia*,
dacriocistografia - cirurgias e traumas para ducto lacrimal)
*OBS: Criança com ITU é necessário realizar USG para ver malformação
e uretrocistografia para ver se há refluxo vesicoureteral

Sialografia

Dacriocistografia

Uretrocistografia retrograda miccional


○ Mamografia

○ Densitometria óssea

○ USG: partes moles, obstétrico, estudos Doppler periférico, transfontanela


(até 1,5 anos), ósteo-músculo articulares, vias urinárias (exames
realizados com a bexiga cheia), pélvica (exames realizados com a bexiga
cheia - para afastamento das alças e gazes melhor visualização),
endovaginal (não há contraindicações se período menstrual)

USG bexiga - medida, parede, volume pré e pós miccional

USG útero - se via abdominal realizar com bexiga cheia, se via EV, realizar
com bexiga vazia

○ Tomografia computadorizada sem contraste: coluna vertebral, seios da


face, ouvidos, osteoarticulares em geral (se observação de infecções e
tumores há a necessidade de contraste)
○ Ressonância magnética
● Somente jejum: (4h-6h → Para caso haja algum efeito colateral evoluindo para
vômito, não haverá conteúdo gástrico passíveis de aspiração). Geralmente são
aqueles exames onde será necessário a injeção de contraste endovenoso ou
oral e o paciente não tem qualquer contraindicação ou alergias. No caso de raio
x contrastado, o exame é marcado pela manhã e o paciente deve ficar de dieta
zero a partir de meia noite

○ Raio X contrastado: deglutigrama, esofagograma*, seriografia


esofagogastroduodenal/EED*, transito intestinal delgado*, arteriografia
○ Exames indicados para estudo de doenças gastrointestinais altas como
neoplasias, úlceras, hernias, diverticulites, enterites, síndromes de má-
absorção, obstrução intestinal alta

Esofagograma

Esofago-estomago-duodenografia (HD dessa imagem é o Esofago de Barret -


caráter de acometimento distal e alongado)

○ Tomografia com contraste (crânio, tórax, pescoço, sela túrcica, abdomen


total ou superior, pelve, algiogravia

○ RM (idem à TC)
OBS: O paciente não pode fumar nem mascar chiclete no período do
jejum

● Preparo específico: Realizados preparos intestinais para diminuir a quantidade


de gases e fezes, melhorando a qualidade técnica do exame. Indicadas
medicações antes da realização para diminuir o risco de reações adversas

○ Urografia excretora:
■ Alterações intestinais podem alterar o exame das vias urinárias
(ex: fecalitos, apendiculitos, flebolitos).
■ Recebe contraste EV, observando-se a concentração do mesmo
nos rins, cálices renais, ureter e bexiga. Realizando várias
imagens em uma escala de tempo.
■ Permite o estudo das vias urinárias, tendo como indicações
clínicas principais: massa abdominal ou pélvica, cálculos renais
ou ureterais, traumatismo renal, dor no flanco, hematúria,
infecções do trato urinário
■ Recomendações ao paciente:
● Na véspera do exame: Café da manhã e almoço com
alimentos líquidos e leves, evitando alimentos sólidos. Às
19h tomar 2-4 cp de Luftal. Jantar: Arroz, macarrão e purê
de batata
● No dia do exame: comparecer em jejum absoluto, tomar 1
cp de Luftal, se necessário, fazer fleet enema

○ Enema opaco:
■ Exame indicado para estudo de doenças do intestino grosso, tais
como neoplasias, diverticulite e constipação.
■ Administrado contraste de sulfato de bário via sonda retal (Caso
suspeita de rotura da alça, realizar com iodo)
■ Recomendações ao paciente:
● Na antevéspera do exame: o jantar deve ser leve,
evitando-se alimentos gordurosos, verduras e legumes.
Às 20h, tomar 4 cp de Dulcolax
● Na véspera do exame: Almoço com alimentos líquidos e
leves, evitando sólidos. Jantar com alimentos leves, de
preferência sopa, tomar bastante líquido o dia inteiro. Às
19h tomar 2 cp de Dulcolax. Às 22h tomar 1 copo de água
e 1 cp de Dulcolax
● No dia do exame: comparecer em jejum absoluto, realizar
fleet
OBS: A água pode ser substituída por chá. Cada cp de Dulcolax
pode ser substituído por 1 colher de sopa de leite de magnésia

Imagem em maçã mordida Pólipo na luz do reto


(sugestiva de tumor)
Cólon grande, sugestivo de constipação crônica com uso de laxante
crônico (cólon catártico). No cólon descendente há maior estenose
por perda de função consequente do uso abusivo de laxante

○ Histerossalpingografia:
■ Tem objetivo de localizar possíveis obstruções das trompas e
útero, assim como infecções e aderências, usado em pacientes
com dificuldade para engravidar.
■ Exame no qual é administrado contraste a base de iodo, dentro
do útero após pinçamento do colo, com contraste seguindo pelas
trompas.
■ Recomendações ao paciente:
● Na véspera do exame: Tomar 2 cp de Lactopurga ou
Dulcolax ou 2 colheres de Leite de Magnésia às 20H
● No dia do exame: Tomar 2 cp de Dimeticona no café da
manhã; trazer absorvente; Se necessário, tomar 1-2h
antes do exame, 2 cp de espasmo-silidron ou buscopan
supositório.

Histerossalpingografia normal Obstrução da tuba direita

Sinéquias uterinas
○ Raio-x Abdômen/coluna lombar: para não simular lesão pelos gases do
intestino:
Na véspera do exame: Às 19h, tomar 2-4 cp de Dulcolax e um cp
de Luftal. Jantar: Arroz, macarrão e purê de batata
No dia do exame: comparecer em jejum absoluto

PARA QUE OS MEIOS DE CONTRASTE?

● Diferenciar estruturas normais de anormais


● Destacar/realçar lesões
● Realce vascular
● Realce de estruturas normais
● Estudo do comportamento hemodinâmico de uma lesão
● Diagnóstico diferencial

Exemplo: Paciente com queixa de dor de cabeça sem melhoras com uso de
medicamentos. Realiza TC de crânio com contraste representada abaixo:

Observa-se calcificações fisiológicas em ambos os plexos coróides, globos pálidos e


pineal, sem demais alterações. Solicitado então, realização de TC de crânio com
contraste representado abaixo:
Observou-se, então imagem de meningioma

MEIOS DE CONTRASTE E ASPECTOS

● Divisão de acordo com a cor do contraste:


○ Negativos: Ar → Intestino e esôfago
○ Positivos/Densos: Contrastes iodados, baritados e paramagnéticos →
Mais usados. Usado em vasos e intestinos
○ Duplo contraste: Ar e contraste baritado ou iodado → Alças intestinais e
eôfago

● De acordo com a forma de apresentação


○ Orais
■ Água/Ar
■ Contraste iodado iônico: 30-50 ml diluído em 1L de água
■ Solução de sulfato de bário: 1-1,5L
○ Endo-retal / endocervicais
■ Retal → Contraste iodado iônico 50-100 ml diluído em 1L de SF
ou Solução de sulfato de bário 1-1,5L
■ Vaginal: Contraste iodado iônico 10 ml diluído em 15 ml de SF
○ Intradurais (mielografia)
■ Apenas contrastes iodados não-iônicos
■ Via intratecal, sendo os locais mais comuns de punção a região
lombar (L3-L4) e cervical (C1-C2)
■ Dose máxima 3g de iodo (10 ml de contraste a 300mg de iodo/ml)
○ Intra-articulares:
■ Via intra articular, guiada pelo raiox, US ou TC → Ombros, joelhos
e quadril
■ Contraste iodado
■ RM: Contrastes paramagnéticos (gadolíneo)
○ Endovenosos:
■ Urografia, angiografia, TC, RNM
■ Contraste iodado iônico versus não iônico
■ RM: Contrastes paramagnéticos (Gadolíneo)
● Bário
○ Meio de contraste mais comum usado para visualizar o sistema
gastrointestinal é o sulfato de bário. Em geral tem apresentação de uma
substância pulverizada semelhante a um pó, sendo misturado a água
antes de ser ingerido pelo paciente, formando uma suspensão coloidal
○ O sulfato de bário, que é um sal, é relativamente inerte em virtude de sua
extrema insolubilidade em água e outras soluções aquosas, tais como
ácidos. Dessa forma, não é absorvido, sendo eliminado nas fezes
○ O sulfato de bário usado em radiologia é quimicamente puro, pois todos
os outros tipos de sais de bário tendem a ser tóxicos ou venenosos para
o sistema humano
○ Existem diferentes preparações comerciais para evitar precipitação, pois
eça não é uma solução e até mesmo alguns preparos com diferentes
sabores e odores
○ Se dificuldade na eliminação pode se usar um laxante ou aumentar a
ingesta líquida do paciente
○ É raríssimo a hipersensibilidade ao bário, mas deve ser observado
qualquer sinal de reação alérgica
○ É contra-indicado se houver qualquer chance de que possa escapar para
a cavidade peritoneal ou pleural. Isto pode acontecer através de uma
víscera perfurada ou no ato cirúrgico se este se suceder ao procedimento
radiológico, nestes casos usar o contraste iodado, hidrossolúvel

● Iodados
○ Administração direta → oral, endocavitário (histerossalpingografia) e
endovenoso
○ Quando absorvido é filtrado e excretado pelos rins
○ Meia vida até excreção entre 30 e 60 minutos
○ Cuidados:
■ Efeito conjunto com a metformina podem gerar uma acidose
láctica grave → suspender um dia antes
■ Insuficiência renal: Elevação de creatinina sérica superior a 25%
do valor de base ou 0,5 mg/dl nos 3 dias seguintes à
administração de contraste
○ Classes
■ Iônicos: 1ª geração dos RCs, são mais baratos mas geralmente
têm maior osmolaridade e maior alteração da homeostasia, além
de maior risco de reação adversa. Existem contrastes iônicos
mais recentes que têm baixa osmolaridade
■ Não iônicos (aniônicos): Geração mais nova, que não contém
cátions positivamente carregados. Em geral são de baixa
osmolaridade, consequentemente são quase isotônicos, sendo
melhor tolerados pelo corpo, entretanto tem um custo mais alto
■ Hidrossolúveis (iônicos de alta e baixa osmolalidade e não iônicos
de baixa osmolalidade): são empregados em exames do aparelho
urogenital, intravascular, mielografia, histerossalpingografia.
● Contraste paramagnético (Gadolínio)
○ Elemento químico da série dos lantanídeos → Substância que possui
elétrons desemparelhados e que, quando exposto ao campo magnético
externo se alinham e promovem aumento na intensidade do campo
○ Gadopentetato de Dimeglumina, Eadoteridol, Eadoterato de Neglumina
○ Utilizado somente via EV com eliminação via renal
○ Dose de 0,2 ml/kg, diluído em solução salina
○ Reação adversa rara → Mecanismo provável de reação: anafilática não
alérgica
○ Fatores de risco: atopia, asma
○ Precauções: hipersensibilidade, gravidez e lactação
○ Reações anafilactóides severas ocorrem em 0,01% dos exames
○ Cuidados:
■ Pacientes com insuficiência renal: Reações tardias

■ Casos recentes de fibrose nefrogênica sistêmica (FNS) em


pacientes com insuficiência renal

REAÇÕES ADVERSAS AOS RADIOCONTRASTES

● Tipos de reações
○ Reações tóxicas
○ Reações anafiláticas ou idiossincrásicas (reação anafilática não alérgica)
○ Reação tardia mediada por linfócitos T CD4 (mulheres e atopia)

● Classificação das reações adversas quanto à severidade


○ Sintomas leves: Náuseas/vômitos, alterações do paladar, sudorese leve,
palidez, tosse, prurido, exantema, calor, rubor, congestão nasal, cefaléia
discreta, calafrios, espirros, tontura, tremores, urticária limitada, dor no
local da injeção → Limitados
○ Sintomas moderados: Vômitos intensos, hipertensão, hipotensão,
mudança de FC, urticária extensa, edema facial moderado, rigidez,
dispneia, sibilos, broncoespasmo, laringoespasmo
○ Sintomas graves: inconsciência, convulsões, EAP, edema de laringe,
colapso vascular severo, choque, arritmias, PCR → Raros e quando
presentes estão relacionados a 1ª geração de contrastes

● Fatores de risco
○ Reação prévia ao contrate
○ Alergia a frutos do mar
○ História de atopia (asma, bronquite, urticária, eczema, alergia)
○ Idade acima de 50 anos
○ Doença cardiovascular preexistente / Hipertensão
○ Insuficiência renal prévia
○ Diabetes → Atenção à Metformina
○ Quimioterapia, desidratação e hiperuricemia → risco de desidratação
○ Mieloma múltiplo, feocromocitoma e anemia falciforme
● Guia de prevenção das reações aos contrastes radiográficos
○ Antes da realização do exame, preencher ficha de anamnese para
detecção dos fatores de risco
○ Suspender o uso de betabloqueadores antes do exame
○ Avaliar a real necessidade do exame e o emprego de diagnóstico
alternativo na presença de história de reação prévia. O gadolínio é uma
opção de contraste a ser usado
○ Informar ao paciente a possibilidade de aparecimento de reações
adversas e dificuldade de realização de teste
○ Indicar ou não o uso de pré-medicação
○ Importante orientar ao paciente sobre a assinatura de um Termo de
compromisso

● Questões de triagem
■ Você já realizou algum exame em que foi usado ou injetado algum
meio de contraste?
■ Tem alergia ou já teve reação a algum material, frutos do mar,
algum outro alimento ou algum medicamento?
■ Você tem asma, bronquite ou alguma atopia?
○ Se respondeu SIM a qualquer pergunta = Classificar a resposta em
sintoma leve, moderado ou grave
○ Se sintoma leve: Geralmente faz preparo prévio para prevenir ou
minimizar a reação
○ Se sintomas moderados: Pesar risco/benefício, faz o preparo prévio e
geralmente prefere-se realização em âmbito hospitalar
○ Se grave: Normalmente não é feito o exame, ou se possível realizar sem
contraste

● Sugestão de protocolo padronizado para prevenção de reações adversas aos


RC
○ Situações especiais:
■ Pacientes do grupo de risco de reação anafilactóide: 50 mg de
prednisona + 50 mg de prometazina/difenidramina 2 dias antes, 1
dias antes e no dia do exame. 50 mg de. Recomenda-se a
realização de exame em ambiente hospitalar com pessoal
treinado para atendimento de reação anafilactóide
■ Paciente de alto risco que necessitam de exame de urgência: 200
mg-1g de hidrocortisona EV antes da realização + 50 mg de
prometazina IM 1 h antes do exame
■ Pacientes propensos a insuficiência renal: Baixo risco →
hidratação prévia. Alto risco → Hidratação prévia e monitorar
função renal (possibilidade de usar teofilina ou n-acetilcisteína
como profilaxia de emprego de contraste não-iônico
■ Pacientes com DCV: Evitar contrastes com sais sódicos e
monitorar com ECG
■ Crianças e adolescentes: Idem, só ajustar a dose

ADMINISTRAÇÃO

● Acesso venoso
○ Veia periférica de- grande calibre: Fluxo sanguíneo maior e menor efeitos
adversos locais → 18-16 Gauge

● Formas de administração
○ Injeção manual: descontínua, oscilante e máxima de 2ml/segundo →
Apenas quando não tiver a bomba disponível. Caso seja o escolhido,
realizar em bolus. Não permite realização de fases contrastadas
○ Injeção mecânica: Injeção contínua, programada e adequada via de
acesso

● Dose de contraste
○ Regra geral: 1,5 - 2 ml/kg até 100 kg (varia de acordo com a área)
○ Velocidade de infusão de 3-4 ml/seg → crianças 1,5 ml/seg

RISCOS DOS EXAMES RADIOLÓGICOS


● Raio x: efeito estocásticos e efeitos determinísticos
○ Cuidados: Repetição mínima de radiografias, uso da filtração correta,
colimação precisa, proteção aérea específica, proteção para gestantes,
uso de fatores de exposição ótimos
● Ressonância
○ Riscos formais: presença de marcapasso, implantes elétricos, torção de
objetos metálicos, movimentação de projéteis metálicos, aquecimento
local de tecidos e objetos metálicos. Problemas de claustrofobia

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