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Meios de Contraste Radiológicos

Exames Contrastados

seus procedimentos técnicos


Meios de Contraste Radiológicos
Os exames radiográficos são de grande importância como recurso diagnóstico, e
podem ser classificados em exames radiográficos simples ou raios-x simples e exames
radiográficos contrastados.

Algumas estruturas anatômicas podem ser facilmente visualizadas, através de


radiografias simples, dada a diferença de opacidade dos tecidos. Por exemplo, na
radiografia de um osso, a concentração de Cálcio (Ca) existente, assegura o contraste
deste em relação às estruturas que o circundam.

Por outro lado, outros órgãos apresentam densidade semelhante, em toda a sua
estrutura anatômica e adjacente, o que impede de serem visualizados por meio de um
exame de raios-x simples. Neste caso, torna-se necessária a utilização de meios de
contraste radiológicos, para possibilitar a visualização de tais órgãos. Considerando que
essas substâncias são mais densas do que a estrutura anatômica do órgão a ser
radiografado.

Portanto, os meios de contraste radiológicos são compostos químicos que, quando


introduzidos em um organismo biológico, por diferentes vias, conseguem dar uma melhor
definição às imagens radiográficas, feitas pelos vários métodos de diagnóstico por
imagem.

Classificação dos Meios de Contraste Radiológicos


Os meios de contraste radiológicos se classificam quanto a seis fatores, sendo eles:
(1) capacidade em absorver radiação; (2) composição química; (3) solubilidade; (4)
natureza química; (5) capacidade de dissociação; e (6) via de administração.

(1) Capacidade de absorver radiação  Neste aspecto, os meios de contraste


radiológicos podem ser: (a) positivos ou radiopacos e (b) negativos ou radiotransparentes.

(a) Positivos ou radiopacos  São aqueles compostos químicos que, quando presentes
em determinado órgão, absorvem mais radiação do que as estruturas anatômicas que o
circundam.

(b) Negativos ou radiotransparentes  São aqueles compostos químicos que, quando


presentes em determinado órgão, absorvem menos radiação do que as estruturas
anatômicas que o circundam. Estes meios de contraste incluem a bolha de ar,
normalmente presente no estomago, proveniente de carbonato de cálcio, comumente
utilizado na produção de gás carbônico (CO2), na técnica de duplo contraste.

(2) Composição  Neste aspecto, os meios de contraste radiológicos podem ser: (a)
iodados e (b) não-iodados.

(a) Iodados  São aqueles que contêm Iodo (I), como elemento químico positivo ou
radiopaco.

2.
b) Não-Iodados  São aqueles que não contêm Iodo (I), porém, outros elementos
químicos que são, também, elementos químicos positivos ou radiopacos. Nesta
classificação se enquadram o sulfato de bário (BaSO4) e o Gadolínio.

(3) Solubilidade  Neste aspecto, os meios de contraste radiológicos podem ser: (a)
hidrossolúveis; (b) lipossolúveis; e (c) insolúveis.

(a) Hidrossolúveis  São aqueles que se dissolvem em água.

(b) Lipossolúveis  São aqueles que se dissolvem em lipídios (gorduras).

(c) Insolúveis  São aqueles que não se dissolvem em água ou em lipídios (gorduras).
Como exemplo temos o sulfato de bário (BaSO4).

(4) Natureza Química  Neste aspecto, os meios de contraste radiológicos podem ser:
(a) orgânicos e (b) inorgânicos.

(a) Orgânicos  São aqueles que contêm o elemento químico Carbono (C) em suas
moléculas.

(b) Inorgânicos  São aqueles que não contêm o elemento químico Carbono (C) em
suas moléculas.

(5) Capacidade de Dissociação  Neste aspecto, os meios de contraste radiológicos


podem ser: (a) iônicos e (b) não-iônicos.

(a) Iônicos  São aqueles compostos químicos que, quando em uma solução ou
mistura, formam um composto iônico, pois, cátions e ânions se dissociam, ou seja, a
ligação química dos componentes do sal (o ácido triiodado, como ânion e o Sódio (Na),
como cátion, por exemplo) se dá por eletrovalência, resultando em íons positivos e íons
negativos.

(b) Não-iônicos  São aqueles compostos químicos que, quando em uma solução ou
mistura, não se dissociam em íons, porque se recorreu à “aminação” do radical ácido
(-COOH) com amida ou aminoaçúcar (glucamida), de modo que a ligação química entre
os componentes se dá por covalência, resultando em baixa osmolaridade e ausência de
íons.

Obs.: Por segurança, é sempre melhor utilizar meios de contraste radiológicos não-
iônicos.

(6) Via de Administração  Neste aspecto, os meios de contraste radiológicos podem


ser: (a) oral; (b) parenteral; (c) endocavitário; e (d) intracavitário.

(a) Oral  Quando o meio de contraste radiológico é administrado por via oral (ingestão).
Como exemplo temos o sulfato de bário (BaSO 4), utilizado para a realização do exame
radiográfico denominado esofagoestomagoduodenografia.

(b) Parenteral  Quando o meio de contraste radiológico é administrado por via


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3.
endovenosa (veias), utilizada para a realização dos exames radiográficos denominados
urografia excretora e flebografia, e por via arterial (artérias), utilizada para a realização do
exame radiográfico denominado arteriografia.

(c) Endocavitário  Quando o meio de contraste radiológico é administrado utilizando-se


como vias orifícios naturais, que comunicam alguns órgãos internos com o exterior,
utilizadas para a realização de exames radiográficos, tais como: enema opaco ou clíster
opaco, uretrocistografia retrógrada e miccional, histerossalpingografia, entre outros.

(d) Intracavitário  Quando o meio de contraste radiológico é administrado utilizando-se


como via a parede da cavidade em questão, utilizada para a realização de exames
radiográficos, tais como: colangiografia pós-operatória pelo dreno, artrografia, fistulografia,
entre outros.

Meios de Contraste Radiológicos Iônicos


1ª geração  Em 1930, surgiu o primeiro meio de contraste radiológico monoiodado, cujo
Iodo (I) estava fixado a um composto químico orgânico (piridina), tornando viável a
realização de importantes tipos de exame radiográfico, como no caso das urografias
excretoras, utilizando-se via endovenosa. A partir de então, novas formulações (diiodados
ou diiodinas) foram criadas, diminuindo, pela metade, a toxicidade, em relação ao iodeto
de sódio.

2ª geração  Em 1950, surgiram os primeiros meios de contraste radiológicos derivados


do ácido benzóico (triiodado) ou ácido acetrizóico. Apresentava excreção renal acentuada
e diminuiu, pela metade, a toxicidade, em relação aos diiodados ou diiodinas, apesar de
conter mais Iodo (I) em sua composição química, e de não ter substituinte para o Carbono
cinco (C5). No ano de 1954, foi desenvolvido o ácido diatrizóico (amidotrizóico), que
substituiu o ácido benzóico ou ácido acetrizóico, tendo tido larga aceitação no mercado. A
seguir, outros produtos surgiram, tais como, o ácido iotalâmico e o ácido ioglicínico, que
apresentavam menor toxicidade. Os meios de contraste radiológicos, derivados do ácido
benzóico, eram pouco solúveis em água; tornaram-se solúveis pela salificação, ou seja, a
introdução de sal sódico ou meglumínico em sua formulação. Esses sais ligam-se
quimicamente ao ácido por eletrovalência, portanto, esses meios de contraste
radiológicos são compostos químicos iônicos, porque suas moléculas se dissociam em
íons (cátions e ânions). Por causa disso, também, são composições químicas
hipertônicas, sendo a sua hipertonicidade (viscosidade ou espessamento), a causa de
dor, quando de sua infusão (aplicação) por via endovenosa, e de outros efeitos adversos.

3ª geração  Em 1966 e em 1975, respectivamente, apareceram os ácidos iocármico


(dímero diácido) e ioxáglico (dímero monoácido), após incessantes estudos na busca da
diminuição da hipertonicidade (viscosidade ou espessamento).

Meios de Contraste Radiológicos Não-iônicos


1ª geração  Em 1973, surgiu a metrizamida, derivada do ácido metrizóico, cuja amida,
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na forma de aminoaçúcar, fazia ligação química com o anel triiodado, por covalência.
Dada a pouca estabilidade, que mantinha em solução, era apresentado em forma de pó,
para ser dissolvido no momento do uso.

2ª geração  Na década de 1980, surgiram o iopamidol e o iohexol, ambos derivados do


ácido isoftálico; não tinham aminoaçúcar em sua composição química, o que os diferia da
metrizamida, mas apresentavam como substituintes amida com vários radicais –OH,
altamente hidrofílicos, conferindo-lhes estabilidade maior, quando em solução ou mistura.

Os meios de contraste radiológicos iônicos e não-iônicos, se diferenciam,


substancialmente, em osmolaridade. Os primeiros possuem maior osmolaridade, em
virtude da dissociação dos cátions e ânions em solução. Outro aspecto a ser considerado
é a hipertonicidade (viscosidade ou espessamento). As formulações diméricas, não-
iônicas, são mais viscosas do que as monoméricas, iônicas, porque quanto maior for a
molécula do composto químico, maior será a sua hipertonicidade (viscosidade ou
espessamento). Sabe-se, também, que a hipertonicidade (viscosidade ou espessamento)
é alterada de acordo com a temperatura e, que o meio de contraste radiológico se torna
menos hipertônico (viscoso ou espesso), quando em temperatura elevada.

Pecauções, Contra-indicações e Efeitos Colaterais


Os pacientes com maior potencial para apresentarem sintomas de alergia, podem
apresentar, com maior freqüência, reações de hipersensibilidade aos meios de contraste
radiológicos. Como medida preventiva, alguns médicos radiologistas, costumam
prescrever anti-histamínicos ou corticosteróides, para serem tomados antes do exame
radiográfico contrastado. As principais contra-indicações são: hipertiroidismo manifesto e
insuficiência renal.

As reações adversas ou, efeitos colaterais mais freqüentes, relacionados com o uso
de meios de contraste radiológicos iodados, podem ser classificadas em: (1) leves; (2)
moderadas; e (3) graves.

(1) Leves  Sensação de calor, dor, eritema, náuseas e vômitos, sendo que náuseas e
vômitos não são consideradas, neste caso, reações alérgicas.

(2) Moderadas  Urticárias com ou sem prurido, tosse do tipo irritativa, espirros, dispnéia
leve e outras manifestações, tais como: calafrio, sudorese, tontura e cefaléia.

(3) Graves  Edema periorbitário, dor torácica, dispnéia grave, taquicardia, hipotensão,
cianose, agitação, confusão e perda da consciência, podendo levar a óbito.

Meios de Contraste Radiológicos Não-iodados


Sulfato de Bário (BaSO4)

O sulfato de bário (BaSO4) é um composto químico inerte, inodor, insípido,


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agranular e completamente insolúvel, sendo, portanto, inabsorvível por um organismo
biológico. É apresentado na forma de suspensão aquosa, que pode ser ingerida para a
realização de exames radiográficos para estudo do trato gastrintestinal alto ou introduzida
por via retal (via endocavitária), para a visualização do intestino grosso. Alguns
laboratórios estão incluindo mucilagem e/ou espessantes na composição química do
produto, para facilitar a aderência da suspensão à mucosa do trato digestivo.

São características do sulfato de bário (BaSO4): (1) peso atômico; (2) tamanho das
partículas; (3) nível do pH; e (4) sabor.

(1) Peso Atômico  O sulfato de bário (BaSO4) é utilizado como meio de contraste
radiológico, porque o Bário (Ba) é um elemento químico pesado, sendo o seu peso
atômico elevado, como o do Iodo (I).

(2) Tamanho das Partículas  Atualmente, os preparados comerciais contêm partículas


muito pequenas, suspensas em um agente especial. Neste, as partículas permanecem
maior tempo em suspensão, resistindo à precipitação (sedimentação). Como o índice de
precipitação (sedimentação) é proporcional ao tamanho das partículas, quanto menor
forem as partículas de sulfato de bário (BaSO4), mais estável será a suspensão.

(3) Nível do pH  O nível do pH da suspensão de sulfato de bário (BaSO 4) é em torno de


5,3. Como se trata de uma suspensão ácida, precipita-se (sedimenta-se) com mais
facilidade no estomago.

(4) Sabor  A suspensão de sulfato de bário puro (BaSO4), apresenta sabor


desagradável. Por isso, os preparados comerciais, quando utilizados por via oral
(ingeridos), podem ser acrescidos de essências de diferentes sabores, visando atenuar o
sabor característico da suspensão.

Pecauções, Contra-indicações e Efeitos Colaterais


As contra-indicações para a realização de exames radiográficos, utilizando-se o
sulfato de bário (BaSO4) como meio de contraste radiológico são, basicamente, duas:
suspeita de perfuração de vísceras, o que levaria ao extravasamento da substância
contrastante para o mediastino ou cavidade peritoneal, e a previsão de intervenção
cirúrgica no órgão em questão, logo após a realização do exame radiográfico. Nestes
casos, deve ser utilizado o meio de contraste iodado, que é hidrossolúvel, se o paciente
não for alérgico ao Iodo (I).

A reação alérgica ao sulfato de bário (BaSO4) é extremamente rara. No entanto, a


permanência dessa substância por período prolongado, no intestino grosso, após a
realização de um exame de radiográfico de seriografia intestinal alta, trânsito intestinal ou
enema opaco, também conhecido como clíster opaco, pode levar à absorção da água
dessa substância contrastante e, conseqüentemente, fazer com que ela se torne intacta
(solidificada), tornando-se difícil a sua eliminação.

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6.
Exames Radiológicos Contrastados
com Meios de Contraste Radiológicos Iodados
Angiografia  Consiste em um exame radiográfico para estudo dos vasos sangüíneos,
após a injeção de um meio de contraste radiológico. Os principais exames angiográficos
são: angiografia cerebral; aortografia torácica; (3) angiografia abdominal; e (4) angiografia
periférica, a qual inclui as arteriografias dos membros superiores e inferiores, a venografia
ou flebografia e a linfografia.

Angiografia cerebral  Consiste em um exame radiográfico para estudo da circulação


cerebral, sendo obtido por meio da punção de uma artéria, na maioria das vezes a
femoral, onde é introduzido um cateter longo, cuja progressão é acompanhada por
fluoroscopia, sendo injetado um meio de contraste radiológico, após o que são realizadas
radiografias seriadas. As artérias braquial e carótida também podem ser utilizadas para a
punção. É importante que o paciente saiba que, durante a injeção da substância
contrastante, pode sentir uma sensação passageira de rubor nas faces, calor nos lábios e
na língua, bem como sabor metálico em toda a boca e, desconforto atrás do globo ocular.

A angiografia cerebral mostra as condições da circulação sangüínea, bem como a


permeabilidade dos vasos sangüíneos cerebrais. Por isso, é indicada para a investigação
de malformações arteriovenosas, aneurismas e outras doenças vasculares cerebrais. É
comum, também, a sua realização antes de uma intervenção cirúrgica neurológica, a fim
de orientar o cirurgião quanto à localização de artérias e veias encefálicas e a delimitação
do processo patológico aí localizado.

Aortografia torácica  Consiste em um exame radiográfico para estudo da aorta


torácica, de seus principais ramos e de ramos supra-aórticos, após a injeção de um meio
de contraste radiológico radiopaco, através da punção da artéria femoral, pela técnica de
Seldinger. Na impossibilidade de utilização desta, pode-se cateterizar a artéria axilar
direita, como via de acesso. Este exame radiográfico está indicado nos quadros
sugestivos de patologias da aorta e de seus ramos, ou patologias específicas, tais como:
coarctação da aorta, aneurisma, estenose da aorta e anomalias da croça da aorta.

Aortografia abdominal  Consiste em um exame radiográfico para estudo da aorta


abdominal e de seus ramos viscerais, após a injeção de um meio de contraste radiológico
radiopaco, que é realizada, mais comumente, pelo cateterismo arterial retrógrado da
artéria femoral (técnica de Seldinger) ou por punção translombar direta da aorta. Este
exame radiográfico está indicado como recurso diagnóstico de estenose ou oclusão,
aneurisma e anomalias congênitas da aorta abdominal, entre outros.

Arteriografia renal seletiva  Consiste em um exame radiográfico para estudo das


artérias renais e da circulação capilar arterial e venosa, de cada um dos rins, após a
injeção de um meio de contraste radiológico radiopaco. O cateter é introduzido por
punção na artéria femoral, segundo a técnica de Seldinger, sendo a penetração na artéria
renal acompanhada por fluoroscopia. Outra técnica que pode ser utilizada para a
arteriografia renal é por punção translombar direta da aorta. A arteriografia renal permite
avaliar a dinâmica circulatória renal, diagnosticar anormalidades de vascularização e
realizar diagnóstico diferencial de afecções renais.

7.
Arteriografia periférica  Consiste em um exame radiográfico para o estudo das
artérias dos membros superiores e membros inferiores.

Arteriografia dos membros superiores  Consiste em um exame radiográfico para


estudo das artérias dos membros superiores, por meio da punção da artéria femoral, pela
técnica de Seldinger, e introdução do cateter até a artéria subclávia, ou, dependendo do
segmento a ser avaliado, até a trifurcação da artéria umeral, a fim de possibilitar melhor
opacificação da parte mais distal do membro superior.

Arteriografia dos membros inferiores  Consiste em um exame radiográfico para


estudo das artérias dos membros inferiores, por meio da punção da artéria femoral, em
sentido retrógrado ou anterógrado, acima da prega inguinal, de um ou de ambos os lados
e, a seguir, é injetado um meio de contraste radiológico. Este tipo de exame radiográfico
permite a visualização das artérias femorais, poplítea, tibial anterior, tibial posterior,
fibular, dorsal do pé, plantares e digitais.

As arteriografias dos membros superiores e dos membros inferiores têm como


principal indicação: diagnosticar malformações arteriovenosas, arterioscleroses
obliterantes, arterites, embolias, tromboses agudas, ferimentos arteriais e aneurismas.

Flebografias  Consiste em um exame radiográfico que permite a visualização


anatômica e do fluxo dinâmico de veias e de pequenos vasos sangüíneos, por injeção de
um meio de contraste radiológico.

As principais flebografias são: (1) flebografia da veia cava superior ou cavografia


superior; (2) flebografia da veia cava inferior ou cavografia inferior; (3) flebografia dos
membros superiores; (4) flebografia dos membros inferiores; e (5) flebografia indireta,
sendo a mais comum a esplenoportografia.

(1) Flebografia da veia cava superior ou cavografia superior  Consiste em um


exame radiográfico para estudo da veia cava superior, após a injeção de um meio de
contraste radiológico, por punção de uma veia da prega do cotovelo, unilateral ou
bilateral, com dispositivo de cateter sobre agulha calibrosa, ou por cateterismo venoso
percutâneo da veia femoral, em nível da prega inguinal. Este exame radiográfico está
indicado para diagnosticar trombose venosa profunda, angiodisplasias, dilatação
aneurismática da aorta torácica, tumores pulmonares e mediastinais; possibilita, ainda,
estudar anormalidades cardiopulmonares, a circulação pulmonar e das aortas torácica e
abdominal.

(2) Flebografia da veia cava inferior ou cavografia inferior  Consiste em um exame


radiográfico para estudo da veia cava inferior, após a injeção de um meio de contraste
radiológico, que pode ser feito por cateterismo venoso percutâneo da veia femoral, em
nível da prega inguinal, unilateral ou bilateral, ou por punção de uma veia da prega do
cotovelo. Durante a realização deste exame radiográfico, o cateterismo das principais
veias, que desembocam no sistema cava, torna-se possível pela utilização de cateteres
especiais em calibre, angulação, curvatura e comprimento, permitindo a medida de fluxo e
pressão, a coleta de sangue para diferentes dosagens, além de importante documentação
das imagens angiográficas. Este exame radiográfico está indicado para diagnosticar em
casos de suspeita de bloqueio parcial ou total da veia cava.

8.
(3) Flebografia dos membros superiores  Consiste em um exame radiográfico para
estudo das veias dos membros superiores, após a injeção de um meio de contraste
radiológico, manualmente, ou por meio de uma bomba de infusão, através da punção de
uma veia do dorso da mão ou da prega do cotovelo, para opacificar as veias do
antebraço, do braço, da região axilar, as veias subclávias e do tronco braquiocefálico. O
paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, tendo o membro a ser radiografado,
afastado do tronco e em rotação externa.

(4) Flebografia dos membros inferiores  Consiste em um exame radiográfico para


estudo das veias dos membros inferiores, após a injeção de um meio de contraste
radiológico, administrada em veia superficial do dorso do pé. Este exame radiográfico está
indicado para diagnosticar trombose venosa profunda, estase venosa crônica, varizes
interativas, deformidades vasculares congênitas e traumatismos venosos. É importante
destacar que este procedimento pode causar um processo inflamatório venoso, bastante
dolorido, e que exige terapêutica especifica.

Existem diferentes técnicas para a realização da flebografia dos membros


inferiores, porém, a mais utilizada, é a técnica “direta dinâmica anterógrada”. É direta,
porque é feita através de punção numa veia superficial ou profunda; dinâmica, porque é
acompanhada de movimentos ativos ou passivos do membro; anterógrada ou
ascendente, porque o meio de contraste radiológico segue o fluxo da corrente sangüínea.
Nesta técnica, o paciente é colocado em posição semi-ereta. A utilização de garrotes de
látex favorece o enchimento dos vasos principais e colaterais.

(5) Flebografia indireta (esplenoportografia)  É um dos exames radiográficos mais


utilizados para a visualização da veia esplênica, do sistema porta e suas ramificações
intra-hepáticas. É relativamente simples e, basicamente, consiste na injeção um meio de
contraste radiológico hidrossolúvel, na polpa esplênica, através de punção transparietal
do baço, sendo a substância contrastante transportada para a circulação portal, sem,
contudo, alterar a sua hemodinâmica. A punção é realizada na linha axilar média ou
posterior, em direção ao hilo esplênico, em nível do 9º ou 10º espaço intercostal
esquerdo, com agulha especial (cateter de teflon com mandril), flexível, para evitar a
laceração do parênquima. Uma vez posicionada a agulha, procede-se à medida da
pressão intra-esplênica à injeção do meio de contraste radiológico, acompanhando toda a
sua progressão por fluoroscopia e radiografias seriadas. Outros métodos radiográficos
podem ser utilizados para opacificar o sistema porta: portografia intra-operatória,
portografia transcutânea hepática e portografia arterial, por angiografia abdominal.

Linfografia  Consiste em um exame radiográfico para estudo de vasos e gânglios


linfáticos, em cuja realização são utilizadas duas técnicas: (1) linfocromia e (2) linfografia.
A linfografia é dividida em linfoangiografia (estudo dos vasos linfáticos) e linfodenografia
(estudo dos gânglios).

(1) Linfocromia  Consiste em um exame radiográfico realizado pela injeção


intradérmica de uma solução de corante vital, no espaço interdigital, entre o primeiro e o
segundo dedos do pé, no membro a ser examinado. Tal solução contrastante sofre um
processo de absorção, pelos capilares linfáticos, tornando visíveis os canalículos linfáticos
e possibilitando a cateterização para a realização da linfografia.

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(2) Linfografia  Consiste em um exame radiográfico realizado pela dissecção e
cateterização do canalículo linfático, após a detecção do canalículo pela linfocromia
dérmica, para injetar um meio de contraste radiológico iodado oleoso, a fim de opacificar o
sistema linfático. A dissecção é feita no dorso do pé, considerando que neste local, os
vasos linfáticos são mais calibrosos. É realizada uma incisão cirúrgica transversa de 3 a 4
cm, após anestesia local, a fim de facilitar o isolamento e a dissecção de vaso linfático,
podendo-se utilizar uma lupa ou microscópio.

Artrografia  Consiste em um exame radiográfico da cavidade articular, que tem por


finalidade delinear os tecidos moles estruturais e o contorno articular, realizado após uma
injeção de um meio de contraste radiopaco e/ou de ar, dentro dessa cavidade. Este
exame radiográfico é realizado, principalmente, nas articulações do ombro, quadril e
joelho, para detectar alterações agudas ou crônicas nas cápsulas articulares ou nos
ligamentos de apoio dessas articulações. Outras articulações como a temporomaxilar, o
cotovelo e a radiocárpica, são ocasionalmente exploradas.

Artrografia de ombro  Consiste em um exame radiográfico para investigar rompimento


da aponeurose tendinosa, lesão na porção longa do bíceps braquial e processos
inflamatórios na cápsula articular.

Artrografia do joelho  Consiste em um exame radiográfico para investigar traumatismo


nos meniscos, nos ligamentos cruzados e de outras afecções intra-articulares.

Artrografia do quadril  Em crianças, este exame radiográfico está indicado,


principalmente, para investigar luxação congênita do quadril, uma vez que delimita a
forma da cabeça do fêmur e, determina o grau de cobertura acetabular e a possível
interposição da cápsula articular, em pacientes com luxação irredutível, e a doença de
Legg-Perthes. Essa doença caracteriza-se pela necrose isquêmica da cabeça do fêmur,
de caráter unilateral, sendo mais comum em meninos, na faixa etária entre 4 e 6 anos.
Em adultos, constituem indicações para o procedimento de avaliação da cartilagem
articular nos processos reumatóides ou degenerativos e, mais recentemente, de avaliação
de queixas dolorosas em pacientes com prótese total de quadril. Este exame radiográfico
deve ser realizado, conjuntamente, pelas equipes de Radiologia e de Ortopedia.

Broncografia  Consiste em um exame radiográfico da árvore brônquica, através da


introdução de um meio de contraste radiológico no brônquio principal, sob controle
fluoroscópico.

Colangiografia  Consiste em um exame radiográfico que objetiva demonstrar os


aspectos anatômicos e funcionais da vesícula biliar e das vias biliares, por intermédio de
técnicas radiológicas com a utilização de meios de contraste radiológicos. Os principais
procedimentos técnicos, utilizados para a realização deste exame radiográfico são: (1)
colecistografia oral; (2) colecistografia ou colecistocolangiografia endovenosa; (3)
colangiografia intra-operatória; e (4) colangiografia pós-operatória.

(1) Colecistografia oral ou colecistocolangiografia oral  Consiste em um exame


radiográfico importante para o estudo da vesícula biliar, que é realizado com a ingestão
de comprimidos de meio de contraste radiológico, à base de ácido iodopanóico, 12 a 14
horas antes do exame radiográfico. A substância contrastante sofre absorção no intestino
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delgado, sendo uma parte eliminada por via renal, e a outra parte, pelo fígado; parte da
substância contrastante, excretada pelo fígado no intestino, passa por um processo de
reabsorção, conhecido como “ciclo êntero-hepático”, possibilitando a contrastação
prolongada da vesícula biliar. Na realização deste exame radiográfico, com a ingestão de
meio de contraste radiológico, associada ao preparo físico do paciente, torna-se possível
avaliar a capacidade de concentração da vesícula biliar e a presença de cálculos em seu
interior, bem como as alterações morfológicas e patológicas existentes, e, ainda, verificar
a permeabilidade do ducto cístico e das vias biliares. A realização deste exame
radiográfico está contra-indicada em pacientes com insuficiência renal, hepática ou
circulatória.

(2) Colecistografia ou colecistocolangiografia endovenosa  Consiste em um exame


radiográfico realizado com administração de um meio de contraste radiológico
hidrossolúvel especifico, por via endovenosa. A excreção da substância contrastante é,
quase que totalmente, feita pelos hepatócitos (cerca de 90%), sendo eliminada através da
bile, sem sofrer reabsorção intestinal. Por intermédio deste exame radiográfico, pode-se
fazer o diagnóstico diferencial de colecistite aguda com outras doenças abdominais
agudas, confirmar os achados da colangiografia oral, quando a vesícula biliar não foi
contrastada, proporcionar avaliação de pacientes com litíase vesicular (aparecimento de
cálculo na vesícula), com vistas ao estudo do colédoco, ou já colecistectomizados, mas
com sintomas clínicos relacionados com as vias biliares. As principais contra-indicações
para a realização deste exame radiográfico são: insuficiência renal, hepática ou
circulatória graves e nível de bilirrubina acima de 4 mg%.

Obs.: Tanto a colangiografia oral quanto colangiografia endovenosa tem tido a sua
indicação diminuída, em virtude da descoberta de novas tecnologias de diagnóstico por
imagem.

(3) Colangiografia intra-operatória  Consiste em um exame radiográfico das vias


biliares, sendo realizado durante o ato cirúrgico, pela administração direta de um meio de
contraste radiológico hidrossolúvel, na vias biliares, mais freqüentemente, através de
cateterização do coto do ducto cístico. Tem por finalidades detectar estenose e outras
anomalias nos ductos, compressão extrínseca do colédoco terminal e papila duodenal
maior, por processos inflamatórios, e avaliar a presença de cálculos em toda a árvore
biliar.

(4) Colangiografia pós-operatória  Consiste em um exame radiográfico realizado com


administração de um meio de contraste radiológico hidrossolúvel, nas vias biliares, por
meio do dreno de Kehr ou tubo em “T”, posicionado no intra-operatório. Por este
procedimento técnico, pode-se verificar a possível presença de cálculos intra-hepáticos ou
residuais no hepatocolédoco, avaliando a permeabilidade das vias biliares, assim como as
condições de funcionamento da ampola hepatopancreática (papila duodenal maior), pela
avaliação da permeabilidade, elasticidade e calibre.

Os procedimentos técnicos se processam do seguinte modo: o médico radiologista


faz uma anti-sepsia na ferida de inserção do dreno à pele e a desinfecção da porção
proximal do dreno, numa extensão de mais ou menos 15 cm, apoiando-o sobre a
compressa cirúrgica estéril. A seguir, pinça-o na parte em que foi desinfetado e coloca o
marcador de chumbo em seu ponto de inserção, bem rente à pele, realizando uma
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radiografia simples. Após, punciona o dreno e injeta um meio de contraste radiológico,
acompanhando a sua progressão nos ductos biliares, através de fluoroscopia. O
enchimento dos ductos biliares é obtido mediante pequenas modificações na posição do
paciente. Ao término da realização deste exame radiográfico, o dreno é despinçado.

Dacriocistografia  Consiste em um exame radiográfico para estudo do ducto


nasolacrimal. A realização deste exame radiográfico está indicada nos casos de
dacriocistite aguda ou crônica, que é a infecção do saco lacrimal, secundária à obstrução
do ducto nasolacrimal, comumente observada em crianças ou em adultos maiores de 40
anos.

Fistulografia  Fistula é uma complicação que pode ocorrer em conseqüência de


processos infecciosos, ser secundária a traumatismos ou cirurgias. Caracteriza-se pela
formação de um trajeto, na maioria das vezes irregular, em forma de canal estreito, que
comunica, anormalmente, um órgão oco (esôfago, intestino, bexiga) ou cavidade
(articulação) com o exterior. Para conhecer a extensão do trajeto da fístula, bem como as
ramificações desta, torna-se necessária a realização da fistulografia, que consiste na
introdução de um meio de contraste radiológico radiopaco, pelo orifício cutâneo, a fim de
delineá-la por completo.

Genitograma  Consiste em um exame radiográfico realizado em pacientes, na maioria


das vezes crianças, com anomalias congênitas, nos genitais externos, para esclarecer
suspeita de intersexualidade. Este exame radiográfico é realizado pela cateterização de
orifícios perineais da uretra e da vagina, para a introdução retrógrada de um meio de
contraste radiológico hidrossolúvel, que possibilite delinear o comprimento do seio
urogenital e da uretra, o tamanho da vagina e a presença de uma impressão no fundo
vaginal, que evidencie a presença de útero.

Histerossalpingografia  Consiste em um exame radiográfico que permite a


opacificação da cavidade do útero e das tubas uterinas, utilizando um meio de contraste
radiológico radiopaco. A principal indicação deste exame radiográfico é a esterilidade,
pois ele demonstra possíveis anomalias na cavidade uterina, na maioria das vezes, causa
de abortos repetidos, e a permeabilidade das tubas uterinas. O melhor momento para a
realização deste exame radiográfico é entre o 5° e o 10° dia, após a menstruação. Para a
sua realização o paciente é colocado em posição ginecológica e, após a inserção do
espéculo vaginal, o colo uterino é pinçado e mantido sob tração; o histerossalpingógrafo
ou o cateter é introduzido e posicionado dentro da cavidade uterina, após o que o
espéculo é removido. Em seguida, o meio de contraste radiológico é injetado, sendo a sua
progressão acompanhada por fluoroscopia e realizadas radiografias seriadas. Após a
remoção dos instrumentais, são realizadas duas outras radiografias: a primeira,
denominada Cotté imediato, com a paciente em posição ventral, para observar a
progressão da substância contrastante, e a segunda, denomidada Cotté tardio, após
deambulação, em decúbito ventral, para verificar o esvaziamento das tubas uterinas.

Mielografia  Consiste em um exame radiográfico realizado por punção do espaço


subaracnóideo do canal medular, realizada na região lombar ou cervical, para a injeção
de um meio de contrate radiológico radiopaco hidrossolúvel ou de ar. Concernente aos
locais utilizados, a região lombar, além de mais segura, proporciona menos desconforto
ao paciente e facilidade de acesso ao espaço a ser puncionado. Após a injeção da
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substância contrastante, inclina-se levemente a mesa de exame, de modo que a cabeça
do paciente fique em nível inferior ao dos seus pés, sendo a progressão da substância
contrastante observada por fluoroscopia. No entanto, nas situações em que essa posição
não possa ser realizada pelo paciente, indica-se a punção cervical.

A mielografia permite delinear a extensão, o tamanho e o nível de uma lesão


existente. Por isso, é indicada para detectar tumores, cistos e discos herniados.
Atualmente, em virtude da utilização da tomografia computadorizada (TC) e da
ressonância magnética (RM), como recursos de diagnóstico por imagem, mais precisos, a
freqüência desse exame radiográfico está sendo diminuída.

Sialografia  Consiste em um exame radiográfico para estudo das glândulas salivares,


parótidas e submandibulares, através da cateterização dos ductos salivares
correspondentes. O ducto parotídeo se abre no vestíbulo da boca e o submandibular na
papila sublingual. Tais ductos devem ser dilatados antes de serem cateterizados, sendo a
utilização de suco de limão um recurso bastante comum. A acidez do limão estimula a
dilatação destes, além de aumentar o fluxo de saliva. A realização deste exame
radiográfico está indicada nos processos inflamatórios de repetição das glândulas
salivares (sialadenite), estenose de ducto salivar, sialolitíase e, mais raramente,
neoplasias.

Urografias  Consiste em um exame radiográfico para estudo do trato urinário. Os


exames urográficos são classificados de acordo com a via de administração do meio de
contraste radiológico, podendo este ser introduzido na corrente circulatória, por via
endovenosa, como no caso da (1) urografia excretora ou urografia endovenosa, ou,
introduzido diretamente no segmento anatômico do trato urinário a ser radiografado, por
intermédio de um cateter vesical ou ureteral, como no caso da (2) pielografia ascendente
ou pielografia retrógrada, da (3) cistografia retrógrada, e da (4) uretrocistografia retrógrada
e miccional.

(1) Urografia excretora ou urografia endovenosa  Consiste em um exame


radiográfico para estudo do sistema urinário, realizado após injeção endovenosa de um
meio de contraste radiológico, que permite a visualização de toda a estrutura dos rins,
pelves renais, ureteres e bexiga. As moléculas da substância contrastante são removidas,
rapidamente, da corrente sangüínea e eliminadas pelos rins de modo normal. É um
exame radiográfico realizado, com mais freqüência, no sistema urinário e tem como
principal indicação clinica: litíase renal e ureteral (aparecimento de cálculo), traumatismo
renal, massa tumoral ou pélvica a esclarecer, infecção recorrente do trato urinário no
adulto, entre outras. Em pacientes do sexo feminino, em idade fértil, deve-se questionar a
data da última menstruação, para evitar a irradiação na fase inicial da gravidez.

(2) Pielografia ascendente ou pielografia retrógrada  Consiste em um exame


radiográfico para estudo radiológico da pelve renal e ureter, sendo realizado através da
introdução de um cateter no ureter, por meio de cistoscopia e, então, sob o controle da
fluoroscopia, vai-se aplicando o meio de contraste radiológico, lentamente, até preencher
o ureter e a pelve renal, sendo realizadas radiografias seriadas. A realização deste exame
radiográfico está indicada para comprovar os achados da urografia excretora ou urografia
endovenosa. No entanto, pelo risco de infecção ascendente e com o avanço tecnológico
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de outros métodos de diagnóstico por imagem, sua realização está cada vez menos
indicada.

(3) Cistografia retrógrada  Consiste em um exame radiográfico para estudo da bexiga,


realizado após injeção lenta de um meio de contraste radiológico iodado, por intermédio
de cateterismo vesical. A substância contrastante deve ser diluída em soro fisiológico a
0,9%, na proporção orientada pelo médico radiologista, e a aplicação, feita pela ação da
gravidade e o seu progresso controlado por fluoroscopia. Geralmente, a quantidade de
substância contrastante, necessária para encher a bexiga, varia de 150 a 500 ml, após o
que o cateter é removido. A seguir, são feitas radiografias do paciente em diferentes
posições. A realização deste exame radiográfico está indicada para diagnóstico e
avaliação de tumores e refluxo vesicoureteral.

(4) Uretrocistografia retrógrada e miccional  Consiste em um exame radiográfico


para estudo que objetiva avaliar a uretra e a bexiga, bem como a capacidade de micção
do paciente. Para a realização deste exame radiográfico, o meio de contraste radiológico
hidrossolúvel é introduzido na bexiga, via retrógrada, por intermédio de um cateter vesical.
A realização deste exame radiográfico está indicada para diagnóstico e avaliação de
perda involuntária de urina e anormalidades congênitas, refluxo vesicoureteral, afecções
da bexiga (tumores, divertículos, cálculos) e infecções urinárias persistentes e
recidivantes.

Nos pacientes do sexo masculino, geralmente os prostáticos, quando não se


consegue introduzir a sonda vesical ou, quando há ausência de jato urinário forte e
continuo, é utilizado um dispositivo especial, chamado de pinça para uretrocistografia, que
é acoplada ao óstio uretral externo do pênis e que facilita o seu posicionamento, para a
aplicação retrógrada do meio de contraste radiológico.

Exames Radiológicos Contrastados


com Meios de Contraste Radiológicos Não-iodados
Sulfato de Bário (BaSO4)

Esofagoestomagoduodenografia (EED) ou seriografia gastrintestinal alta  Consiste


em um exame radiográfico para avaliar as estruturas e o funcionamento do esôfago,
estômago e duodeno, e para detectar possíveis alterações anatomofuncionais nos
mesmos. As indicações clinicas para a realização deste exame radiográfico incluem uma
obstrução por corpo estranho, divertículo de Zenkel, refluxo gastresofágico, varizes
esofagianas, tumores, megaesôfago, hérnia de hiato, úlcera péptica, entre outras.

Para a realização deste exame radiográfico, o paciente deve ingerir como meio de
contraste radiológico sulfato de bário (BaSO4), sendo que a sua deglutição é
acompanhada por fluoroscopia. Enquanto a substância contrastante está progredindo,
através do trato digestivo alto, são observados a posição, o calibre, a permeabilidade, a
motilidade e o padrão de revestimento mucoso, para diagnosticar as alterações
anatomofuncionais, bem como aquelas decorrentes de compressão extrínseca. Durante o
exame fluoroscópico, são obtidas radiografias seriadas para registrar os achados.

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A seriografia gastrintestinal alta é complementada com a técnica de duplo
contraste. Esta técnica consiste na utilização do dióxido de carbono como meio de
contraste negativo ou radiotransparente. Este gás é produzido com a ingestão de
medicamento que, no estômago, libera bolhas de gás, que possibilitam uma maior
aderência do sulfato de bário (BaSO4) ao revestimento mucoso dos órgãos e uma melhor
visualização das alterações anatomofuncionais. Em alguns serviços radiológicos é
utilizado um comprimido efervescente, em cuja composição há carbonato ácido de sódio
(2,31 g), ácido cítrico (2,19 g) e carbonato de sódio (0,50 g).

Deglutograma  Consiste em um exame radiográfico para estudo do mecanismo da


deglutição nas fases oral, faríngea e do terço superior do esôfago, sendo realizado,
principalmente, em crianças, através da ingestão de um meio de contraste radiológico,
que é acompanhada por fluoroscopia e, registrada em vídeo. A realização deste exame
radiográfico está indicada para diagnosticar precocemente e avaliar, os transtornos da
deglutição, resultantes de afecções orgânicas ou funcionais.

Trânsito intestinal ou seriografia do intestino delgado  Consiste em um exame


radiográfico especial para estudo do duodeno, jejuno e íleo, incluindo a válvula ileocecal.
Objetiva estudar a estrutura e o funcionamento desses segmentos, a fim de diagnosticar e
avaliar possíveis anormalidades. As neoplasias, processos inflamatórios e síndrome de
má-absorção, são as principais indicações clinicas, para a realização deste exame
radiográfico. Este exame radiográfico é, freqüentemente, realizado em associação com a
seriografia alta (EED) e, como um de seus objetivos é avaliar o funcionamento do
intestino delgado, torna-se importante, que o tempo de sua realização, seja cronometrado
a partir do momento em que o paciente terminar de ingerir o último copo de sulfato de
bário (BaSO4). Em alguns casos, orienta-se o que faça um jejum de 6 horas.

Enema opaco ou enema baritado ou clíster opaco  Consiste em um exame


radiográfico que objetiva estudar a estrutura e o funcionamento do intestino grosso, a fim
de diagnosticar e avaliar possíveis anomalias. Consiste na aplicação de sulfato de bário
(BaSO4) como meio de contraste radiológico, por via retal, sendo a sua progressão
retrógrada pelo intestino grosso, e acompanhada por fluoroscopia, sendo obtidas
radiografias seriadas. Este exame radiográfico está indicado para detectar pólipos,
megacólon, neoplasias, diverticulose, entre outros. É contra-indicado nas doenças
inflamatórias intestinais, em fase de atividade, e em quadros sugestivos de obstrução ou
perfuração intestinal.

Para a realização do enema opaco, é fundamental a limpeza mecânica do intestino,


com a utilização de uma dieta sem resíduos, associada à ingestão de laxativos e/ou a
realização de enteroclismas, para possibilitar uma boa visualização do contorno e
motilidade dos segmentos anatômicos do intestino grosso. O paciente deve ser orientado
de que, durante a realização deste exame radiográfico, deve respirar pela boca, para
manter a musculatura abdominal relaxada, de modo a minimizar os espasmos da
musculatura lisa e, conseqüentemente, a dor em cólica, e prevenir o aumento da pressão
intra-abdominal. Deve ser orientado, ainda, a contrair o esfíncter anal, para garantir o
posicionamento da sonda, bem como evitar a perda do meio de contraste radiológico pelo
ânus.

O intestino grosso pode ser avaliado por meio de três tipos de exames
radiográficos: enema baritado simples, enema baritado com duplo contraste e
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15.
defecograma. Os dois primeiros permitem o estudo do intestino grosso como um todo, e
o último, a avaliação funcional do reto e do ânus. No enema baritado com duplo contraste,
o ar é introduzido no intestino grosso, após a remoção do sulfato de bário (BaSO 4), a fim
de facilitar uma maior aderência da substância contrastante à mucosa e, uma melhor
visualização, possibilitando detectar lesões incipientes, ou seja, em fase inicial. Esta
técnica é a melhor forma para avaliar a superfície da mucosa e detectar pequenas lesões.

Defecograma  Consiste em um exame radiográfico para estudo do ato da defecação,


ou seja, o estudo funcional do reto e do ânus, durante as fases de evacuação e repouso
da defecação. Este exame enfatiza, especialmente, o tempo retal, o funcionamento da
musculatura do assoalho pélvico, a posição da mucosa do canal anal, a ação
esfincteriana e o grau de continência. Este exame radiográfico é realizado, principalmente
em crianças e jovens, tendo como indicações clinicas: a retocele, o prolápso de reto, a
incontinência fecal, entre outras.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NISCHIMURA, Lúcia Yurico e outros. Enfermagem nas unidades de diagnóstico por


imagem: aspectos fundamentais. São Paulo: Editora Atheneu, 1999.

Revisão Técnica: Prof. Luiz Thomé


Digitação: Soraia Duarte
Diagramação: Prof. Carlos Assis

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