Você está na página 1de 43

Procedimentos Radiológicos

Contrastados - Sistema
Gastrointestinal Alto
Profª Mariana Elisa
Anatomia Radiográfica do Sistema
Digestivo
• Sistema Digestivo - Inclui todo o tubo
digestivo: Boca – Faringe - Esôfago – Estômago
- Intestinos Delgado e Grosso
• E os órgãos acessórios: Glândulas salivares,
Pâncreas, Fígado e a vesícula biliar.
Esôfago
• Inicia-se entre C5 – C6 ao nível superior da cartilagem da
tireoide. Termina na junção com o estômago logo abaixo do
diafragma, em nível de T11 possui dois esfíncter:
• a) Esfíncter Esofágicos superior - E.E. S – logo abaixo da
cartilagem da tireoide que tem a função de impedir o
retorno do bolo alimentar do esôfago para a cavidade bucal
e também permitir a passagem dos alimentos para o
esôfago.
• b) Esfíncter Esofágicos Inferior - E.E. I – representado pela
junção esofagogástrica e tem a função de dar passagem
aos alimentos para dentro do estômago, e impedir que o
suco gástrico retorne entre no esôfago. É também
denominado de válvula cárdia ou orifício cárdico.
Os exames radiológicos contrastados
utilizados para estudo do TGI alto são:
• Esofagografia: avalia forma e função da
faringe e do esôfago
• S.E.E.D: avalia forma e função do esôfago
distal, estômago e duodeno
Esofagografia
• É o procedimento radiográfico comum para o
exame da faringe e do esôfago, utilizando um
contraste radiopaco (positivo) mais
frequentemente. E às vezes se faz uso
também de um MC negativo ou
radiotransparente. Esse exame avalia a forma
e a função da faringe e do esôfago através do
bário deglutido.
Esofagografia
• Necessitam do uso de Mc devido à densidade
dos tecidos serem muito semelhantes.
Iniciam-se por Fluoroscopia para avaliação do
TGI em movimento. As imagens radiográficas
são registradas durante, e frequentemente
após, o exame fluoroscópico, a fim de
fornecer um registro dos achados normais ou
anormais.
Patologias mais comuns à região do
esôfago:
• Acalasia: É um transtorno motor do esôfago
no qual a peristalse é reduzida nos dois terços
distais do esôfago. Caracteriza-se pela redução
das contrações musculares dificultando assim
o transporte de alimentos. Geralmente é
causada por danos aos nervos ligados ao
esôfago, infecções por parasitas ou mesmo
fatores hereditários.
Patologias mais comuns à região do
esôfago:
• Esôfago de Barrett ou síndrome de Borrett:
Normalmente há uma área no fim do esôfago
que marca a borda entre as células do esôfago e
do estômago. Pode ocorrer um crescimento
anormal de células do tipo gástrico dentro do
esôfago. Essa substituição pode produzir um
estreitamento no esôfago distal, devido a uma
displasia que pode ser revertida ou evoluir para
um câncer esofágico. Outro fator seria um
refluxo prolongado.
Patologias mais comuns à região do
esôfago:
• Disfagia: É a dificuldade para engolir. Essa dificuldade
pode ser devida a uma condição congênita ou adquirida,
obstrução por alimento, paralisia dos músculos faríngeos
e esofágicos ou inflamação.
• Carcinoma do esôfago: Inclui uma das neoplasias mais
comuns desse órgão, o adenocarcinoma. Sintomas
avançados incluem disfagia (dificuldade na deglutição) e
dor localizada durante as refeições podendo ocorrer em
disfagia, carcinoma do esôfago, refluxo esofágico,
divertículo de zenker, varizes esofagianas.
Carcinoma do Esôfago

Disfagia Esofágica
Patologias mais comuns à região do
esôfago:
• Refluxo esofágico: Consiste na entrada de conteúdo
gástrico no esôfago, irritando a mucosa esofagiana. O
refluxo é relatado como queimação pela maioria dos
pacientes. Essa condição pode levar a esofagite,
demonstrada pela aparência irregular e/ou ulcerada da
mucosa do esôfago.
• Divertículo de Zenker: Se caracteriza como uma
grande bolsa esofagiana bem acima do esfíncter
esofágico superior. Acredita-se que ocorra devido ao
enfraquecimento da parede muscular do esôfago.
Divertículo de Zenker
Patologias mais comuns à região do
esôfago:
• Varizes Esofagianas: São caracterizadas por
dilatação nas veias do esôfago distal. A
condição é vista com as doenças hepáticas
agudas, como a cirrose, devido à hipertensão
portal aumentada.
Protocolos para uma Esofagografia:
• O exame começa com a mesa na posição vertical
onde se realiza uma pesquisa geral do tórax,
incluindo coração, pulmões, o diafragma e o
abdome. Durante a fluoroscopia, as tarefas do
técnico, em geral, são seguir as instruções do
radiologista, auxiliar o paciente e agilizar o
procedimento da melhor forma possível. Após os
estudos em posição ortostática, seguem-se as
posições horizontal e de Trendelenburg com
bário ralo e denso.
Posição de Tredenleburg
Preparo da sala e do paciente:
• Não há necessidade de um preparo antes do
exame. Importante retirar todos os objetos
metálicos localizados entre a boca e a cintura.
Realizar uma anamnese com o paciente e
informar todo o procedimento do exame. O
tipo e a quantidade do contraste devem estar
ajustados para o exame. A esofagografia usa o
Bário ralo e o denso.
Administração do MC:
• É utilizado o sulfato de bário em torno de 150 ml
fracionado em 3 doses de 50 ml, sendo o bário
preferido por ser um sal insolúvel aderindo melhor à
mucosa desta região.
• Observações: Duas ou três colheradas de bário denso
devem ser ingeridas, e a exposição é feita
imediatamente após o último bário ser deglutido. O
paciente geralmente não respira imediatamente após a
deglutição. Para o enchimento completo do esôfago
com bário ralo, o paciente terá que beber pelo canudo,
com deglutição contínua, e a exposição é feita após três
ou quatro deglutições, sem parada da respiração.
Bário Ralo X Bário Denso
• Bário Ralo: Uma parte de Bário para uma
parte de água. Parece um milk shake e pode
ser servido gelado para aliviar o gosto de
gesso na boca do paciente.
• Bário Denso: Três ou quatro partes de Bário
para uma parte de água. Aspecto de um cereal
cozido.
Contraindicações a administração do
bário:
• Em caso de suspeita de perfuração do TGI usar
um MC hidrossolúvel.
• Incidências básicas: são realizadas em AP, OAD
e Lateral Direita.
• Incidências especiais:
• Lateral do nadador - incidência opcional melhor
visualização do esôfago superior.
• Incidência OAE – o esôfago é visto entre a região
hilar dos pulmões e a coluna torácica. O
esôfago deve ser visto através da sombra
cardíaca.
Fatores comuns às incidências
básicas:
• Filme: 35x43 longitudinal com borda superior
a 5 cm acima dos ombros
• RC perpendicular ao filme em nível de T5 - T6
com faixa de 100 a 110 kvp
• Dfofi de 1,00m deitado e 1,80m ortostática
• Respiração: parar de respirar e realizar a
exposição logo após a última deglutição.
Incidências Básicas - AP
• Técnicas Radiográficas: Fatores Técnicos tamanho do filme - 35 x 43
cm, em sentido longitudinal, Kvp na faixa de 100 - 110 kVp.
• Posição do paciente: Posicionar o paciente em pé ou deitado. A posição
deitada é preferida, pois permite um enchimento mais completo do
esôfago (devido ao fator gravidade na posição ortostática).
• Posição da Parte: Alinhar o plano mediossagital à linha média do filme
e/ou da mesa. Garantir que os ombros e os quadris não estejam
rodados. Posicionar o braço direito superiormente, a fim de segurar o
copo de bário. Posicionar a parte superior do filme cerca de 5 cm acima
do ombro, para coincidir o RC com o centro do filme.
• Raio Central RC perpendicular ao centro do filme. RC no plano
mediossagital, 2,5cm abaixo do ângulo esternal ou aproximadamente
7,5cm abaixo da incisura jugular.
• DFoFi mínima de 1,0m ou 1,80m
Incidência OAD com um copo de bário ralo
• Posição da Parte: Rodar 35° a 40° a partir da posição deitada, com a
porção anterior direita do corpo apoiada sobre a mesa ou sobre o filme.
Deixar o braço direito ao lado do corpo e flexionar o braço esquerdo no
cotovelo, com a mão próxima à boca, segurando o copo com bário e o
canudo à boca. Fletir o joelho esquerdo para apoiar o corpo. Alinhar a
linha média do tórax na posição oblíqua em relação à linha da mesa e/ou
do filme.
• Posição do filme: Posicionar a parte superior do filme a cerca de 5 cm
acima dos ombros, para coincidir o RC com o centro do filme.
• Raio Central: RC perpendicular ao centro do filme com RC no centro do
chassi, ao nível de T5 ou T6.
• DFoFi: mínima 1,0 m (na mesa) ou 1,80m se o paciente estiver em pé.
• OBS: O esôfago é visível entre a coluna vertebral e o coração. A posição
OAD fornece maior visibilidade anatômica entre as vértebras e o coração
que a posição OAE.
Incidência OAE com um copo de bário
ralo
Incidência Lateral Direita
• Posição da parte: Colocar os braços do paciente acima da
cabeça, com os cotovelos fletidos e superpostos. Alinhar o
plano médio-coronal à linha média do filme e/ou da mesa.
Colocar ombros e quadril em posição lateral verdadeira.
Posicionar a parte superior do filme cerca de 5 cm acima do
nível dos ombros, para coincidir o RC com o centro do
filme.
• Raio Central: perpendicular ao centro do filme em nível de
T5 - T6 cerca de 5 a 7,5 cm abaixo da incisura jugular.
• DFoFi: mínima de 1m( na mesa) ou 1,8m se o paciente
estiver em pé.
Incidência Lateral Direita
Realização do Exame
• A realização de todo o exame deve ser
acompanhada pelo radiologista que fornecerá as
coordenadas necessárias para que o profissional
das técnicas radiológica desenvolva suas
atividades.
• O exame é iniciado com o paciente em ortostase
segurando um copo com bário, ralo a princípio,
próximo ao ombro esquerdo e seguindo
instruções do radiologista referente à quando e
quanto de contraste ingerir.
Realização do Exame
• O paciente é orientado a ingerir uma dose de
bário e segurar na boca, através da
fluoroscopia o profissional visualiza a região
de interesse e conseguinte pede para o
paciente engolir o bário, realizando a imagem
ao identificar o contraste passando pela região
em estudo. O estudo com bário ralo é
realizado com o paciente em várias posições.
Realização do Exame
• Conseguinte o paciente é orientado a ingerir
bário denso que evidenciará os padrões da
mucosa, e qualquer lesão no interior do esôfago.
• Posições similares às usadas na administração de
bário ralo também são usadas enquanto o
paciente ingere bário denso. Após o estudo em
ortostase, praticam-se as posições horizontais e
em tredelenburg com contraste ralo e denso.
Realização do Exame
• Neste exame serão estudadas as porções,
cervical do esôfago, porção torácica do
esôfago e por fim, porção abdominal do
esôfago, sendo a ultima porção utilizada para
estudo da passagem do contraste pelo hiato
esofágico.
Realização do Exame – Refluxo
esofágico
• Quando a realização do exame tem por finalidade o
estudo de refluxo esofágico algumas manobras
poderão ser aplicadas para a detecção do refluxo
existencial, são elas:
• Manobra de Valsava - o paciente é orientado a inspirar
profundamente e prender a respiração comprimindo o
abdome.
• Manobra de Mueller - o paciente é orientado a expirar
todo o ar e depois inspirar contra a glote fechada,
ambos os métodos podem ser extremamente
importantes para confirmar o refluxo esofágico.
Realização do Exame – Refluxo
esofágico
• O compressor também é um atributo útil, pois, depois
de inflado envolto ao paciente provocará uma pressão
na região do estomago.
• Teste da água - o paciente deve estar em decúbito
dorsal levemente inclinado para a esquerda, assim o
fundo do estomago ficará preenchido com bário,
conseguinte o paciente deverá engolir um volume de
água equivalente a uma boca cheia. A positividade do
teste se dá quando há o regurgitamento da substância
que se encontra no estômago para o esôfago.
Realização do Exame – Refluxo
esofágico
• Manobra do toque dos dedos dos pés – o
paciente deverá encurvasse para tentar tocar
os dedos dos pés e engolir o bário ralo, se
hover regurgitação é positivo para o refluxo
esofágico.
Realização do Exame – Refluxo
esofágico
Atividade de Fixação
1. Fale sobre o esôfago.
2. Quais os exames contrastados para visualização do Sistema Digestivo Alto?
3. O que esofagografia?
4. Quais as patologias mais comuns do esôfago?
5. Fale sobre: acalasia, esôfago de Barret e disfagia.
6. Como é a administração do contraste para esofografia?
7. Diferencie: Bário ralo x Bário Denso
8. Quais as contraindicações para a administração do Bário?
9. Quais as incidências básicas e especiais para o estudo da esofagografia?
10. Quais os fatores comuns para as incidências básicas?
11. Como ocorre a realização do exame de esofagografia?
12. Descreva as manobras de:
- Valsava
- Mueller
- Teste de água
- Manobra do toque dos dedos dos pés

Você também pode gostar