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GASTROENTEROLOGIA
Passo-a-passo para diagnóstico e conduta
1a edição
2023
Faaaaala, Doc! 💡
Ansioso para começar a usar o seu mais novo Manual de
Gastroenterologia da MEDSimple? Antes, só deixa a gente
te mostrar o que ele tem de melhor!
1
🔹 Primeiro suspeite
🔹 Depois faça uma investigação direcionada 🔎
🔹 Classifique 🗃:
🔹 E, então, siga as condutas adequadas, não só de
tratamento, mas também de orientação e cuidados
com o paciente !
2
🔹 Aquela pergunta que você esqueceu de fazer para o
paciente
🔹 Um detalhe que você não viu no exame físico
🔹 Ou você não tinha o raciocínio diagnóstico na
cabeça
🔹 O paciente já foi embora e você nem lembrou de
dar aquela orientação para ele.
3
SUMÁRIO
Esôfago 7
Doença do Refluxo Gastroesofágico 7
Disfagia 17
Divertículo de Zenker 24
Divertículo Epifrênico 27
Síndrome de Plummer Vinson 29
Anel de Schatzki 31
Disfagia Funcional 32
Distúrbios Motores do Esôfago 33
Acalasia 33
Espasmo esofagiano distal 40
Esôfago hipercontrátil 43
Esofagites 45
Cáustica 45
Medicamentosa 47
Infecciosa 49
Eosinofílica 52
Estômago 54
Doença Ulcerosa Péptica 57
Gastrite Atrófica Autoimune 72
Dispepsia Funcional 75
Fígado 77
Doença Hepática Alcoólica 77
Hepatite alcoólica 84
Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica 86
Hepatite Autoimune 89
4
Hemocromatose hereditária 92
Doença de Wilson 94
Colangite biliar primária 96
Colangite Esclerosante Primária 98
Cirrose hepática 100
Consequências da cirrose 110
Varizes esofágicas 110
Ascite 118
Peritonite bacteriana espontânea 123
Encefalopatia Hepática 126
Síndrome hepatorrenal 131
Síndrome hepatopulmonar 135
Hepatites Virais 136
Hepatite A 137
Hepatite B 140
Hepatite C 150
Hepatite D 155
Hepatite E 157
Pâncreas 159
Pancreatite aguda 159
Pancreatite Crônica 169
Intestino 176
Diarreia 176
Aguda 181
Colite pseudomembranosa 189
Crônica 192
Síndromes disabsortivas 193
Intolerância a Lactose 195
Supercrescimento Bacteriano do Intestino
Delgado 198
5
Síndrome do Intestino Irritável 200
Doença Celíaca 205
Doenças Inflamatórias Intestinais 213
Retocolite Ulcerativa 214
Doença de Crohn 223
Colites microscópicas 231
Doença de Whipple 233
Tumor Carcinóide 234
Vipoma 236
Gastrinoma 237
Parasitoses intestinais 238
Protozoários 240
Amebíase 240
Giardíase 243
Helmintos 244
Ascaridíase 244
Teníase 246
Esquistossomose 248
Estrongiloidíase 253
Referências 255
6
Esôfago
7
Fatores envolvidos na patogênese da DRGE
Fonte:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20031c-DocCient_-_Regurg_lactente_RGEF_e_RGE.pdf
8
🔹 Medicações
■ Anticolinérgicos
■ Bloqueadores de canal de cálcio
■ Nitratos
■ Benzodiazepínicos
🔹 Esclerodermia
🔹 Síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma)
Clínica
🔹 Manifestações típicas
■ Pirose
■ Regurgitação
🔹 Manifestações atípicas
■ Esofágicas
🔹 Dor torácica não cardíaca
■ Pulmonares
🔹 Tosse crônica
🔹 Rouquidão
🔹 Asma
🔹 Bronquite, bronquiectasias
🔹 Pneumonias de repetição
■ Otorrinolaringológicas
🔹 Laringite crônica
🔹 Disfonia
🔹 Pigarro
🔹 Globus faríngeo
■ Orais
🔹 Erosão dentária
🔹 Halitose
🔹 Aftas
Se não, ou se refratário:
2. Endoscopia digestiva alta
Indicações:
■ Refratários ao teste terapêutico
■ Sinais de alarme
■ >40 anos
■ Perda ponderal
■ Disfagia
■ Sangramento, anemia
■ Sintomas atípicos
■ Risco para esôfago de Barrett (ver abaixo)
Achados
🔹 65-70% sem alterações
🔹 Erosões (esofagite)
🔹 Critérios definitivos para diagnóstico
(Consenso de Lyon)
■ Grau C ou D
➜ Lesões confluentes
■ Estenose péptica
➜ ↑exposição ácida → retração
cicatricial → estenose
10
🔹 Pode levar a melhora paradoxal
inicial (redução do refluxo pela
estenose)
■ Esôfago de Barrett
➜ 5-15% dos pacientes
➜ Risco aumentado de
adenocarcinoma
🔹 Lesões cor salmão na transição
esofago-gástrica
🔹 Confirmação ➡ biópsia
🔹 Metaplasia intestinal
(estratificado
pavimentoso → colunar)
Fatores de risco:
🔹 Sexo masculino
🔹 Caucasianos
🔹 Obesidade
🔹 Tabagismo
🔹 DRGE >5 anos
11
acidez ➡ Esôfago
hipersensível
🔹 Sem relação ➡ pirose
funcional
■ Interpretação - DRGE se :
🔹 Índice de DeMeester >14,7%
🔹 OU Tempo de exposição ácida (TEA)
>6% (definitivo pelo Consenso de
Lyon)
🔹 OU TEA 4-6% + ≥80 refluxos
■ Necessária manometria para posicionamento
do eletrodo
■ (mais acurada!)
🔹 Detecta refluxo não-ácido também
pHmetria
Fonte: http://www.gastroblu.com.br/exames/impedancio-phmetria-de-24-horas
12
🔹 Manometria
■ Achados sugestivos
🔹 Hipotonia do esfíncter
🔹 Hipomotilidade
🔹 Hérnia hiatal
■ Diagnóstico diferencial
*Útil para posicionamento do eletrodo da pHmetria
Fonte:
https://endoscopiaterapeutica.com.br/wp-content/uploads/kalins-pdf/singles/diagnostico-moderno-da-drg
e-o-consenso-de-lyon-o-que-o-endoscopista-precisa-saber.pdf
✔Classificação 🗃:
13
■ Grau D ➡ >75% da circunferência
*C ou D fecham critério para DRGE pelos consenso
de Lyon
Fonte: https://www.grepmed.com/images/13202/egd-losangeles-esophagitis-diagnosis-grading
✔Conduta :
Se estenose:
1. Medidas não-farmacológicas
🔹 Perda ponderal (principal medida)
🔹 Elevação da cabeceira 15-20 cm
🔹 Dormir em decúbito lateral esquerdo
🔹 Não deitar 2-3h após alimentação
🔹 Evitar alimentos desencadeantes:
■ Café
■ Chocolate
■ Alimentos picantes
■ Bebidas gaseificadas
🔹 Cessar tabagismo e etilismo
14
🔹 Suspender medicações associadas:
■ Anticolinérgicos
■ Bloqueadores de canal de cálcio
■ Nitratos
■ Benzodiazepínicos
2. Terapia medicamentoso
🔹 Inibidor de bomba de prótons (IBP)
➜ Bloqueio irreversível das bombas de
prótons ativas
➜ Por 8 semanas (avaliar melhora após)
🔹 Não fazer uso prolongado
🔹 Reutilizar em nova crise
➜ Ingerir 30 minutos antes da primeira
refeição
■ Em ordem de mais para menos
interação medicamentosa)
🔹 Omeprazol (SUS)
➜ 20-40 mg ao dia por 4-8
semanas
🔹 Esomeprazol
🔹 Lansoprazol
🔹 Pantoprazol
🔹 Rabeprazol
Efeitos colaterais (uso prolongado)
■ Colite pseudomembranosa
■ Efeitos da redução da acidez gástrica:
🔹 Deficiência de vitamina B12
🔹 Deficiência de magnésio
🔹 Supercrescimento bacteriano
🔹 Bloqueadores H2 (anti-histamínicos)
➜ Menos eficazes (terapia adjuvante)
■ Cimetidina
15
■ Ranitidina
■ Nizatidina
■ Famotidina
🔹 Antiácidos
➜ Neutralizam ácido clorídrico (efeito
transitório e de curta duração)
➜ Uso pontual como sintomático
■ Sais de alumínio
■ Sais de magnésio
🔹 Se gastroparesia ou dispepsia associada ➡
procinéticos
■ Domperidona
3. Tratar complicações
🔹 Estenose ➡ Dilatação endoscópica
🔹 Esôfago de Barrett:
■ Uso prolongado de IBPs
■ Tratar/vigiar conforme o grau de
displasia (risco aumentado de
adenocarcinoma)
🔹 Sem displasia ➡ EDA cada 3-5
anos
🔹 Displasia de baixo grau
■ Ablação por
radiofrequência
■ OU EDA anual
🔹 Displasia de alto grau
■ Ablação por
radiofrequência
■ Ressecção
16
Disfagia
17
Na altura do
■
músculo
circofaríngeo
■ Constrição média
■ Pressão do arco
aórtico e
brônquio fonte
esquerdo
■ Esfíncter esofagiano
inferior
🔹 Camadas:
■ Lúmen → Mucosa
(epitélio de revestimento
+ lâmina própria +
muscular da mucosa) →
lâmina própria →
muscular (circular
interna + longitudinal
externa)
■ Serosa apenas na
porção peritoneal
Controle
Fase Músculo Controle neural
voluntário
18
Fases da deglutição
Fonte:
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/34802/R%20-%20D%20-%20GISELE%20SANTANA%20PINTO.pdf?sequence=1&i
sAllowed=y
✔Classificação 🗃:
🔹 Alta
➜ Orofaríngea (de transmissão)
■ Principal manifestação: engasgo
Causas:
➜ Neuromusculares
■ Demência
■ Acidente vascular cerebral
■ Neuropatia degenerativa
🔹 ELA
🔹 Doença de Huntington)
■ Miopatia
🔹 Polimiosite
🔹 Miastenia Gravis
🔹 Distrofias
19
■ Rebaixamento do nível de consciência
🔹 Baixa
■ Patologia esofágica (de condução)
■ Principal manifestação: entalo
Causas:
■ Acalasia
■ Espasmo esofagiano distal
■ Esôfago hipercontrátil
■ Esclerose sistêmica
■ Obstruções
🔹 Extrínsecas
🔹 Intrínsecas
🔹 Evolução temporal:
■ Se aguda ➡ provável impactação
⚠ Emergência (solicitar endoscopia) se:
🔹 Bateria (risco de corrosão
🔹 Obstrução completa do esôfago
(risco de broncoaspiração)
🔹 Objetos pontiagudos (risco de
perfuração)
🔹 Imãs (risco de fístula)
■ Rapidamente progressiva ➡ possível
malignidade
■ Intermitente
🔹 Esofagite eosinofílica
🔹 Anéis
🔹 Membranas
■ Crônica não rapidamente progressiva
🔹 Distúrbios motores do esôfago
🔹 Tipos de ingestão:
■ Sólidos ➡ obstrução mecânica
■ Sólidos e líquidos ➡ distúrbio motor
20
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
21
Manometria esofágica
Fonte: https://institutoendovitta.com.br/vantagens-da-manometria-esofagica-de-alta-resolucao/
Manometria esofágica
Fonte: https://institutoendovitta.com.br/vantagens-da-manometria-esofagica-de-alta-resolucao/
22
Manometria de alta resolução normal
Fonte: https://institutoendovitta.com.br/vantagens-da-manometria-esofagica-de-alta-resolucao/
Fonte: https://iad.com.br/exames/manometria-de-alta-resolucao/
23
Divertículo de Zenker
(Ludlow/Killian/Jamieson)
Fonte: https://www.otoscape.com/eponyms/laimer-s-triangle.html
24
Formação do divertículo de Zenker
Fonte: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/81737/2/37501.pdf
25
Divertículo de Zenker no esofagograma contrastado
Fonte: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/RwtgDkJtZHSFPtwCg9BrvqG/?lang=pt#ModalFigfig1
✔Conduta :
1. Tratamento cirúrgico
26
Divertículo Epifrênico
Fonte :https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2016/aulas/Diverticulos_Esofagianos.pdf
27
🔹 Endoscopia digestiva alta
■ Afastar câncer
🔹 Esofagograma contrastado
✔Conduta :
1. Reeducação alimentar
2. Miotomia (se indicado)
3. Diverticulectomia (se indicado)
🔹 +/- fundoplicatura (prevenir fístulas e refluxo)
28
Síndrome de Plummer Vinson
Fonte: https://endoscopiaterapeutica.com.br/acerta-esse/
✔Conduta :
29
1. Tratar e investigar anemia
2. Dilatação endoscópica
30
Anel de Schatzki
Fonte: https://www.scielo.br/j/abcd/a/YgMLSdCYBDg9xQ3Fy8FSqRs/?lang=pt#ModalFigfig03
✔Conduta :
1. Dilatação endoscópica
31
Disfagia Funcional
Critérios de Roma IV
🔹 Início há ≥6 meses
🔹 ≥1 episódio semanal nos últimos 3 meses
■
✔Conduta :
32
Distúrbios Motores do Esôfago
Acalasia
33
Normal x acalasia
Fonte: https://www.dssurgery.com/hernia-surgery/achalasia/
Fonte: https://www.drfredericocampos.com/poem
35
🔹 Manometria esofágica (padrão-ouro)
➜ Sonda orogástrica com eletrodos → ingestão
de água → medida das pressões em
diferentes pontos do trato digestivo
■ Acalasia
🔹 Déficit de relaxamento/hipertonia do
EEI
🔹 Aperistalse/hipocontratilidade do
corpo
🔹 Manometria esofágica de alta resolução
■ Acalasia
■ Orientar conduta
✔Classificação 🗃:
🔹 Classificação de Rezende
■ Grau I ➡ esôfago hipotônico (sem dilatação e
poucas ondas terciárias)
■ Grau II ➡ dilatado moderadamente e
apresentando ondas terciárias frequentes
■ Grau III ➡ esôfago dilatado e apresentando
aspecto de "bico de pássaro" da cárdia
36
■ Grau IV – dolicomegaesôfago acinético (e
aspecto de " bico de pássaro "), com desvio
do eixo longitudinal
🔹 Classificação de Ferreira-Santos:
■ Grau I ➡ até 4 cm de calibre esofágico
■ Grau II ➡ 4-7 cm
■ Grau III ➡ 7-10 cm
■ Grau IV ➡ >10 cm
🔹 Classificação Manométrica
■ Incipiente (corresponde ao grau I de Rezende)
■ Não avançada (graus II e III)
■ Avançada (grau IV)
37
Classificação de Chicago
Fonte: https://www.scielo.br/j/abcd/a/8FxFM5QxPcWNxsCGvrGQBDH/?format=pdf&lang=pt
✔Conduta :
Fonte: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-12823-4_48
38
Se não:
1. Tratamento cirúrgico
39
Espasmo esofagiano distal
🔹 Esofagograma baritado
■ Esôfago em saca-rolhas
40
Esôfago em saca-rolhas
Fonte: https://twitter.com/radRounds/status/1544508471424348161
Fonte: https://www.scielo.br/j/eins/a/M4hZYnBqwjjhhgcg5XxKHQR/?lang=pt#
41
✔Conduta :
42
Esôfago hipercontrátil
(Em quebra-nozes/em britadeira)
🔹 Manometria
■ Contrações
🔹 De alta amplitude
➜ ↑pressão, ↑tempo,
↑comprimento
43
■ CDI >8.000 mmHg.cm.s
🔹 Propulsivas
🔹 Em ≥2 deglutições
✔Conduta :
44
Esofagites
Cáustica
45
✔Classificação 🗃:
🔹 Classificação de Zargar
Classificação de Zargar
Fonte: https://misodor.com.br/CAUSTICA.php
✔Conduta :
1. Suporte
2. Tratar conforme a gravidade do caso
🔹 Se risco de estenose ➡ Sonda nasoenteral
🔹 Se peritonite/mediastinite (devido a
perfuração e necrose)
■ Antibioticoterapia
■ Tratamento cirúrgico
3. Atenção a complicações
🔹 Estenose
🔹 Carcinoma escamocelular
46
Medicamentosa
✔Conduta :
47
1. Suspender medicação causadora
2. Inibidor de bomba de prótons
🔹 Outra opção: sucrafilme (auxilia na
cicatrização)
3. Orientar prevenção
🔹 Ingestão de medicações em posição supina e
com ingestão de água
48
Infecciosa
➜ Principais agentes:
🔹 Candidíase
🔹 Herpética
🔹 Citomegalovírus (CMV)
Fator de risco
🔹 Imunossupressão
■ HIV+ mal controlado
■ Pós-transplantados
■ Malignidade
■ Diabetes
■ Etc.
3. Abuso de antibióticos
Clínica
🔹 Disfagia baixa (entalo)
🔹 Odinofagia
🔹 Dor retroesternal
🔹 Náuseas e vômitos
✔Conduta :
49
🔹
10-14 dias
*Para C. não albicans ➡ itraconazol ou voriconazol
Se sem melhora:
3. Endoscopia digestiva alta + biópsia
🔹 Fazer 6 biópsias de locais diferentes
🔹 Placas esbranquiçadas ➡ candidíase
🔹 Ulceração
■ Herpéticas
🔹 Múltiplas, rasas com aparência
“vulcânica”
🔹 BIopsiar a borda da lesão
■ Teste de Tzank
■ CMV
🔹 Menor quantidade, profundas e
extensas
🔹 Biopsiar o centro da lesão
■ Inclusões em “olhos de
coruja”
Fonte: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/dote.12340
50
Esofagite por herpes simples
Fonte: https://pubs.rsna.org/doi/full/10.1148/rg.2019190052
Candidíase esofágica
Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Endoscopic-images-of-esophageal-candidiasis-showed-that-whitish-pl
aques-were-scattered_fig1_263663714
51
Eosinofílica
52
✔Conduta :
1. Dieta hipoalergênica
➜ Resolução dos sintomas em 45% dos casos
🔹 Eliminação dos grupos alimentares mais
alergênicos
■ Leite
■ Soja, trigo
■ Ovos
■ Nozes
■ Frutos do mar
2. Inibidor de bomba de prótons (IBP)
🔹 Por 8 semanas
Se refratário:
3. Corticoide tópico
🔹 Budesonida
🔹 Fluticasona
53
Estômago
Partes do estômago
54
Tipos de células da mucosa gástrica e funções
Secreções gástricas
Fonte: SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed,. 2017.
55
Fatores fisiológicos e farmacológicos que influenciam a secreção ácida
da célula parietal
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/17022578/
56
Doença Ulcerosa Péptica
57
🔹 Produz urease (ureia →
amônia) ➡ neutraliza o pH do
estômago
🔹 Mucinase (dano ao epitélio)
🔹 Uso de AINEs (principalmente não seletivos)
■ ↓prostaglandinas protetoras (inibiam
secreção ácida, aumentariam o fluxo
sanguíneo local e a produção de muco)
🔹 Síndrome de Zollinger Ellison
■ Gastrinoma (tumor neuroendócrino) ➡
↑ácidez gástrica
🔹 normalmente do pâncreas ou
duodeno
✔ Prevenção 🛡:
🔹 Erradicar H. pylori
■ Em todos os pacientes em que for achado
Pesquisar ativamente se:
■ Dispepsia
■ Doença ulcerosa péptica
■ Adenocarcinoma gástrico
■ História familiar de CA gástrico
■ Linfoma MALT
*Em alguns casos também se:
■ Anemia ferropriva
■ Deficiência de vitamina B12
■ Púrpura trombocitopênica idiopática
🔹 Evitar uso de AINEs inibidores da COX-1
➜ Inibem o efeito protetor da COX-1 (que
causaria por meio de prostaglandinas
benéficas)
58
■ Abusivo
🔹 Quantidade
🔹 Frequência
🔹 ≥2 AINEs concomitantes
🔹 AINEs mais lesivos (>inibição COX-1)
■ Em grupos de risco
🔹 Idade ≥65 anos
🔹 Etilistas, tabagistas
🔹 Doenças severas
🔹 Infecção por H. pylori
🔹 Histórico de úlcera péptica
🔹 Uso de algumas medicações
■ Antiplaquetários
■ Anticoagulantes
■ Corticoides
■ ISRS
Fonte: http://metis.med.up.pt/index.php/Medicamentos_para_as_dores_%E2%80%93_os_perigos_dos_AINEs
59
Principais AINEs e grau de risco gastrointestinal
Fonte: https://link.springer.com/article/10.1007/s12325-019-01144-9
61
Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1542356505008967 e
https://www.researchgate.net/figure/Schematic-representation-of-the-factors-contributing-to-gastric-pathol
ogy-and-disease_fig2_6938890
Clínica:
🔹 Dor epigástrica
Em queimação
■
Piora com as refeições
■
🔹 Durante a refeição ➡ gástrica
🔹 2h após ➡ duodenal
■ Despertar noturno (Clocking)
🔹 Devido à dor
🔹 Principalmente duodenal
🔹 Sinais de complicações
■ Hemorragia digestiva alta
🔹 Gástrica ➡ Plexo submucoso gástrico
🔹 Duodenal ➡ a. gastroduodenal e a.
pancreatoduodenal superior
■ Abdome agudo perfurativo
■ Estenose do piloro (duodenal)
🔹 Vômitos
62
■ Precoces, pós-alimentares
■ Grande quantidade
🔹 Alcalose hipoclorêmica
■ Perda de HCl
🔹 Diferenciar de dispepsia
■ Intensidade
■ Persistência, refratariedade
■ Relação com alimentação
🔹 Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
■ Se gástrica ➡ biópsia (afastar câncer
gástrico)
■ Pesquisa de H. pylori
🔹 Métodos invasivos:
■ Teste de urease
➜ Adicionar ureia à
amostra (transformação
em amônia com
mudança do pH)
■ Biópsia (padrão-ouro)
■ PCR
■ Cultura
🔹 Não invasivo
■ Teste respiratório
➜ Uréia marcada com
isótopo estável do
carbono-13 (13C-UBT
ureia)
■ Sorologia (pode ser cicatriz
sorológica)
63
■ Antígeno fecal
🔹 Suspeitar de síndrome de Zollinger Ellison, se:
■ Múltiplas
■ Refratárias, reincidentes
■ Distais ao bulbo
■ Diarreia e sinais de alarme (câncer)
Diagnóstico
■ TC, RNM (às vezes não mostram o tumor)
■ Gastrinemia
🔹 Teste do cálcio ou da secretina
■ USG endoscópica ou intraoperatória
✔Classificação 🗃:
64
Classificação de Forrest e risco de ressangramento
Fonte: https://endoscopiaterapeutica.com.br/como-tratar-ulcera-peptica-hemorragia/
Fonte: https://www.mdpi.com/2077-0383/10/16/3527
Classificação de Johnson
🔹 Tipo I (55%) ➡ Pequena curvatura (incisura angularis
- corpo)
➜ Mais comum
🔹 Tipo II (25%) ➡ duodenal ou transição corpo/antro
(combinada)
🔹 Tipo III (15%) ➡ antral pré-pilórica
🔹 Tipo IV (5%) ➡ cárdia
65
🔹 Tipo V ➡ medicamentosa (diversas úlceras em
lugares variados)
Fonte: https://clinicalgate.com/gastrectomy/
Classificação de Sakita
🔹 A (active - ativa)
■ A1
🔹 bordas: planas e nítidas
🔹 fundo: fibrina e restos necróticos
■ A2
🔹 bordas: bem definidas, elevadas,
nítidas
🔹 fundo: fibrina espessa e clara
🔹 H (healing - melhorando)
66
H1 ➡ fibrina tênue, convergência de pregas,
■
hiperemia marginal
■ H2 ➡ ilhas de tecido de regeneração com
convergência de pregas nítida e intensa
hiperemia marginal
🔹 S (scar - cicatriz)
■ S1 ➡ cicatriz vermelha, reação inflamatória
adjacente residual
■ S2 ➡ resolução do quadro, cicatriz branca,
retração adjacente variável
Fonte: https://drdiegobaima.com.br/ulcera-gastrica/
Fonte: https://www.sbp.org.br/manual-de-laudos-histopatologicos/sistema-digestivo-estomago-neoplasias/
✔Conduta :
68
🔹 V eia (2 acessos venosos calibrosos)
🔹 Cateter intravenoso (Jelco) 14 G
🔹 Estabilização hemodinâmica
🔹 Cristaloide 500 mL em cada braço
(SF 0,9%, Ringer Lactato) aquecidos
■ + Sangue (se hipotenso -
choque classe III ou IV)
➜ Solicitar 2 concentrados
de hemácia (CH)
tipados para a agência
transfusional
➜ Se hipotenso ➡ solicitar
2 CH O- (extrema
urgência) e 2 tipados
■ Deixar noradrenalina
preparada, para caso
necessário
🔹 Ácido tranexâmico (transamin)
■ Anti-fibrinolítico (favorece a
coagulação)
■ Em até 3 horas
■ Bolus 1g (restante é diluído)
🔹 Outras medicações
🔹 Omeprazol 80 mg (dose de ataque)
➜ Reduzir acidez gástrica
2. Endoscopia digestiva alta
3. Tratamento endoscópico conforme Forrest
🔹 Baixo risco de ressangramento (II C e III) ➡
nenhuma intervenção
🔹 Risco intermediário (IIB - coágulo)
🔹 Remover coágulo e reclassificar
Forrest
69
🔹 Se não for possível, injeção de
adrenalina
🔹 Alto risco (IA, IB, IIA) ➡ dupla terapia
endoscópica
🔹 Adrenalina (injetar na base da úlcera)
🔹 +outro método hemostático
■ Eletrocauterização
■ Clipe metálico
■ Esclerose
4. Cirurgia (se indicado)
Indicações:
🔹 Insucesso de tratamento endoscópico
🔹 Ressangramento após >1h endoscopia
🔹 Persistência de instabilidade (impossibilidade
de endoscopia)
🔹 Ressangramento com instabilidade
70
➜ Se refratário, adequar esquema e tentar até 3
vezes
*Em casos de adenocarcinoma gástrico (ou
história familiar da CA gástrico) ou linfoma
MALT ➡ tentar mais vezes
3. Supressão ácida
🔹 IBP (inibidor de bomba de prótons)
➜ 4-12 semanas (úlcera já cicatriza com 2
semanas)
■ Em ordem de mais para menos
interação medicamentosa)
🔹 Omeprazol (SUS)
➜ 20-40 mg ao dia por 4-8
semanas
➜ Se teve HDA:
manutenção 40 mg
12/12h
🔹 Esomeprazol
🔹 Lansoprazol
🔹 Pantoprazol
🔹 Rabeprazol
■ Bloqueador H2
🔹 Ranitidina
🔹 Demora mais para cicatrizar
4. Ressecção cirúrgica (se refratária/intratável)
71
Gastrite Atrófica Autoimune
🔹 Laboratório
■ Anemia microcítica e hipocrômica
(ferropriva)
■ OU anemia macrocítica (perniciosa)
🔹 EDA
■ Atrofia do corpo e fundo gástricos (perda das
pregas)
■ Biópsia
✔Classificação 🗃:
Score de OLGA
Fonte: https://endoscopiaterapeutica.com.br/gastrite-atrofica-guia-pratico-sobre-olga-e-olgim/
73
Score de OLGIM
Fonte: https://endoscopiaterapeutica.com.br/gastrite-atrofica-guia-pratico-sobre-olga-e-olgim/
✔Conduta :
1. Reposição de nutrientes
🔹 B12
🔹 Folato
🔹 Ferro
2. Seguimento endoscópico (se avançado)
🔹 Com histórico familiar ➡ a cada 1-2 anos
🔹 Sem histórico ➡ a cada 3 anos
3. Se neoplasia ➡ tratamento endoscópico ou cirúrgico
74
Dispepsia Funcional
🔹 Diagnóstico de exclusão
■ Descartar outras etiologias antes:
🔹 Solicitar EDA
➜ Com pesquisa de H. pylori
🔹 Critérios de Roma IV:
■ Pelo menos 1 dos sintomas
🔹 Epigastralgia ou queimação
epigástrica (não associada com
defecação)
🔹 Plenitude pós-prandial
🔹 Saciedade precoce
■ Presentes nos últimos 3 meses
75
■ Com início há pelo menos 6 meses
■ Não explicados por outra condição
✔Conduta :
76
Fígado
77
Metabolismo do etanol
Fonte: https://medchrome.com/basic-science/pathology/morphology-alcoholic-liver-disease/
78
🔹 Genética
Menor concentração de
■
álcool-desidrogenase
🔹 Etilismo pesado episódico
■ ≥60g em 1 episódios nos últimos 30-60 dias
🔹 Binge drinking
■ ≥5 drinques (♂) ou ≥4 drinques (♀) em 2 horas
🔹 Abuso de álcool diário
■ ♂ ➡ >30 g/dia
■ ♀ ➡ >20 g/dia
Fonte: https://cisa.org.br/sua-saude/informativos/artigo/item/48-definicao-de-dose-padrao
🔹 Sinais de hepatopatia
■ Hepatomegalia
🔹 Hepatimetria feita com percussão a
partir do tórax (som claro pulmonar →
macicez hepática → timpanismo
abdominal)
🔹 Palpação do fígado durante a
inspiração profunda
79
Fonte: Propedêutica médica. Battes, 11°ed.
Fonte: https://www.cepeti.com.br/arq/materialCientifico/cepeti-8-b6871766.pdf
81
■ Intumescimento de parótidas
■ Contratura de Dupuytren
Contratura de Dupuytren
Fonte: https://www.clinicadamarques.com.br/blog/contratura-de-dupuytren
82
*Podem ser vistos também na NASH
Fonte: https://anatpat.unicamp.br/lamdegn5.html
✔Conduta :
1. Cessação do etilismo
2. Suporte nutricional
83
Hepatite alcoólica
✔Classificação 🗃:
✔Conduta :
1. Abstinência
2. Nutrição
3. Corticoide se:
🔹 Hepatopatia grave (índice de Maddrey >32)
ou encefalopatia
🔹 Duração de 4 semanas
🔹 Com 7 dias fazer escore de Lille para
avaliar resposta ao tratamento
(descontinuar se ≥0,56)
85
Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica
(DHGNA)
Fonte: https://i1.wp.com/drasuzanavieira.med.br/wp-content/uploads/2020/05/NASH.jpg?resize=900%2C920&ssl=1
86
✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?
Fatores de risco
🔹 Obesidade
🔹 Sedentarismo, dieta desbalanceada
🔹 Síndrome metabólica
🔹 Diabetes, resistência a insulina
🔹 Dislipidemia
🔹 Genética
Clínica
🔹 Assintomático
🔹 Hepatopatia
🔹 ↑aminotransferases (ALT>AST)
🔹 ↑Ferritina
■ Com saturação da transferrina normal
🔹 Biópsia hepática (se avançada)
■ Transaminases persistentemente elevadas
🔹 Diagnóstico diferencial de esteatose
■ Alcoólica
■ Hepatite C
■ Drogas
■ Doença de Wilson
✔Conduta :
87
🔹 Dieta
🔹 Atividade física
Se NASH na biópsia:
2. Medicação
🔹 Pioglitazona (se diabético/resistência a
insulina)
🔹 OU vitamina E
88
Hepatite Autoimune
🔹 ↑Transaminases,
🔹 ↑FA, ↑GGT, ↑Bilirrubina
89
🔹 Critérios diagnósticos (Grupo Internacional de
Hepatite Autoimune)
■ ↑IgG sérica
■ Presença de autoanticorpos
🔹 FAN
🔹 Anti-músculo liso (SMA)
🔹 Anti-SLA
🔹 Anti-LKMA1
🔹 Anti-LCA1
■ Histologia de hepatite crônica
🔹 Hepatite de interface
■ Ausência de agente de hepatite viral
✔Classificação 🗃:
🔹 Tipo 1 (80-90%)
■ Autoanticorpos
🔹 FAN
🔹 20% isolado
🔹 50% associado a anti-SMA
🔹 Anti-músculo liso (SMA)
🔹 30% isolado
🔹 70% associado a FAN
🔹 Anti-antígeno solúvel do
fígado/pâncreas (SLA/LP)
*Alguns consideram tipo 3
🔹 Tipo 2
■ Autoanticorpos
🔹 Anti-LKMA1 (90%)
🔹 Anti-LCA1
■ Mais grave
90
Tipo 1 Tipo 2
✔Conduta :
1. Imunossupressão
🔹 Prednisona
■ 0,5- 1 mg/kg/dia
🔹 Azatioprina
■ 1-2 mg/kg/dia
2. Avaliação da resposta
🔹 Remissão bioquímica
■ Normalização de IgG e transaminases
🔹 Remissão histológica
■ Resolução/melhora dos achados da
biópsia
*Se atingir as duas remissões considerar suspender o
tratamento e fazer seguimento
91
Hemocromatose hereditária
✔Rastreamento 🧭
Indicação
🔹 Parentes de 1° grau com hemocromatose hereditária
Método
🔹 Ferritina + saturação de transferrina
✔Conduta :
1. Flebotomias
🔹 Manter ferro 50-100 ng/mL
2. Quelantes de ferro
🔹 Desferoxamina
93
Doença de Wilson
94
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
🔹 Laboratório
↓ceruloplasmina
■
↑Cobre sérico e urinário
■
Anemia hemolítica
■
🔹 Coombs negativo
🔹 Lâmpada de fenda (biomicroscópio ocular)
■ Anéis de Kayser-Fleischer
➜ Acúmulo de cobre na córnea
Fonte:
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/150085/147157/309676#:~:text=Relato%20de%20caso%3A%20Paciente%20de,irr
itabilidade%20e%20anormalidades%20na%20marcha.
🔹 Critérios de Leipzig
✔Conduta :
1. Quelantes de cobre
🔹 D-penicilamnina
🔹 Trientina
➜ Vão causar cuprúria
2. Sais de zinco
➜ Redução da absorção de cobre
95
Colangite biliar primária
(CBP)
🔹 Laboratório
■ Hipercolesterolemia
■ ↑IgM
🔹 2 dos critérios abaixo:
96
■ ↑FA (1,5-2x LSN)
■ Anti-mitocôndria/FAN
■ Biópsia
➜ Lesão ductal florida
✔Conduta :
1. Ácido ursodesoxicólico
🔹 Outra opção: ácido obeticólico
2. Medicações para o prurido
🔹 Colestiramina
🔹 Sertralina
🔹 Naltrexone
97
Colangite Esclerosante Primária
(CEP)
98
🔹 Biópsia
■ Lesões em “casca de cebola”
Fonte: https://site.medicina.ufmg.br/imagemdasemana/index.php?caso=124
✔Conduta :
1. Suporte
2. Transplante
99
Cirrose hepática
100
■ Hormônios
🔹 Metabolização:
■ Fármacos (desintoxicação)
■ Carboidratos, proteínas e
lipídios
Fonte: http://www.hepcentro.com.br/anatomia.htm
101
🔹 Sinais de insuficiência hepática
■ Perda de função
🔹 Icterícia
■ Dificuldade na eliminação de
bilirrubina na bile
🔹 Imunossupressão
🔹 Coagulopatia
■ Hiperestrogenismo
➜ Estrogênio deixa de ser
adequadamente metabolizado pelo
fígado
🔹 Telangiectasias
🔹 Ginecomastia
🔹 Eritema palmar
■ Hipoandrogenismo
🔹 Redução de massa muscular
🔹 Rarefação de pelos
🔹 Atrofia testicular
🔹 Sinais de hipertensão portal
➜ Pressão venosa >10 mmHg
■ Circulação colateral
➜ Shunts portossistêmicos
🔹 Veias em “cabeça de medusa”
🔹 Varizes esofagogástricas
■ Hemorragia digestiva alta
🔹 Hemorróidas/varizes retais
■ Ascite
■ Esplenomegalia
Sistema porta
102
Fonte: https://progastrojoinville.com.br/enciclopedia/hipertensao-portal/
103
Fonte: Robbins, Patologia Básica (8a edição) e
https://www.hopkinsmedicine.org/gastroenterology_hepatology/_docs/_pdfs/liver/portal_hypertension.pdf
🔹 Laboratório
■ Plaquetopenia, anemia, leucopenia
■ Hiponatremia
➜ Marcador de mau prognóstico
🔹 Vasodilatação sistêmica → ↓VCE
■ ↑ADH (antidiurético = ↓diurese)
■ Abertura de aquaporina
2 no ducto coletor
(concentra a urina (máx.
1300 mOsm/L)
*ADH é ativado pelo
↑osmolaridade sérica ou
↓volemia
■ ↑Sede
■ Ganho de água sem
soluto ➡ hiponatremia
104
*rim só corrige osmolalidade
quando corrigir o volume
circulante efetivo
■ TGO/AST, TGP/ALT
■ FA, GGT
■ Função hepática
🔹 Tempo de protrombina (RNI alargado)
🔹 Albumina (Hipoalbuminemia)
🔹 ↑Bilirrubina
🔹 USG/TC/RNM
■ Fígado com:
🔹 Tamanho reduzido
🔹 Heterogêneo
🔹 Bordas irregulares
🔹 Sinais de hipertensão portal
■ Ascite
■ Esplenomegalia
■ Circulação colateral
■ Outros
105
Legenda: Fígado de tamanho reduzido nos segmentos direitos, heterogeneidade do parênquima,
nodularidade da superfície (seta branca), fissuras aumentadas (cabeça de seta branca), esplenomegalia (+),
vasos colaterais (setas pretas), redução do calibre da veia porta (cabeça de seta preta) e ascite (a). Material
residual de embolização de hepatocarcinoma (seta curva branca).
Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Axial-post-contrast-CT-image-in-a-patient-with-cirrhosis-Notes-The-rig
ht-liver-is_fig10_281767830
Fonte: https://www.icfigado.org.br/v2/index.php/oquefazemos/orientacoes-ao-paciente/84-cirrose
🔹 Métodos não-invasivos
■ Elastografia
➜ Avalia grau de rigidez hepática
🔹 Com USG ou RNM
■ Escores
106
🔹 Baseados em dados clínicos e
laboratoriais
🔹 APRI
🔹 FIB 4
🔹 Diagnóstico diferencial
➜ Outras causas de hipertensão portal
■ Pré-hepáticas
🔹 Trombose de veia porta
🔹 Trombose de veia esplênica
■ Intra-hepáticas
🔹 Esquistossomose (pré-sinusoidal)
➜ Formação de granuloma na
veia porta
🔹 Síndrome de obstrução sinusoidal
(pós-sinusoidal)
*cirrose é intra-hepática sinusoidal
■ Pós-hepáticas
🔹 Síndrome de Budd-chiari
🔹 Pericardite constritiva, IC direita,
regurgitação tricúspide grave
✔Classificação 🗃:
■ Escore Child-Pugh
🔹 B ilirrubina
🔹 E ncefalopatia
🔹 A scite
🔹 T AP
🔹 A lbumina
Classificação:
🔹 Child A (5-6)
➜ Não indicado transplante
107
🔹 Child B (7-9)
🔹 Child C (10-15)
Fonte:
https://faceres.com.br/wp-content/uploads/2014/01/RELATO-DE-CASO-RESSECCAO-HEPATICA-PARA-CAR
CINOMA-HEPATOCELULAR-EM-PACIENTE-CIRROTICO-CHILD-B.pdf
Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5619/cirrose_e_suas_complicacoes.htm
108
Mortalidade em 3 meses (se não realizado o
transplante):
🔹 ≥40 ➡ 100%
🔹 30-39 ➡ 83%
🔹 20-29 ➡ 76%
🔹 10-19 ➡ 27%
🔹 <10 ➡ 4%
109
Consequências da cirrose
Varizes esofágicas
110
Varizes esofágicas na endoscopia
Fonte:
https://dreduardoramos.com.br/especialidades/figado/doencas-hepaticas/cirrose-e-complicacoes/varizes-
de-esofago/
✔Conduta :
111
Tratamento endoscópico de varizes esofágicas por ligadura elástica
Fonte: https://endoscopiaterapeutica.com.br/atlas-imagem/varizes-de-esofago-ligadura-elastica/
Fonte:
https://dreduardoramos.com.br/especialidades/figado/doencas-hepaticas/cirrose-e-complicacoes/varizes-
de-esofago/
112
1. M onitorização
2. O xigênio
🔹 IOT, se necessário
3. V eia (2 acessos venosos calibrosos)
🔹 Cateter intravenoso (Jelco) 14 G
4. Estabilização hemodinâmica
🔹 Cristaloide 500 mL em cada braço (SF 0,9%,
Ringer Lactato) aquecidos
■ + Sangue (se hipotenso - choque
classe III ou IV)
■ Solicitar 2 concentrados de
hemácia (CH) tipados para a
agência transfusional
■ Se hipotenso ➡ solicitar 2 CH
O- (extrema urgência) e 2
tipados
■ Deixar noradrenalina preparada, para
caso necessário
🔹 Ácido tranexâmico (transamin)
■ Anti-fibrinolítico (favorece a
coagulação)
■ Em até 3 horas
■ Bolus 1g (restante é diluído)
113
Classificação de Choque
Fonte: https://sutura.com.br/tipos-de-choque-aprenda-a-diferencia-los-de-vez/
5. Outras medicações
🔹 Omeprazol 80 mg (dose de ataque)
➜ Reduzir acidez gástrica
🔹 Se estigma de hepatopatia ➡ terlipressina
ou octreotide
➜ Vasoconstrição esplâncnica
6. Laboratório de urgência (antes de colocar o
segundo acesso, no outro braço)
Às vezes mais rápido:
🔹 Hb e Ht
🔹 Gasometria venosa (com eletrólitos)
🔹 RNI
Completo:
🔹 Hemograma
🔹 Ureia e creatinina
🔹 Eletrólitos
■ Sódio
■ Potássio
■ Cálcio iônico
■ Faz parte da cascata da
coagulação
114
■ Citrato da bolsa quela cálcio
🔹 Coagulograma
🔹 AST/TGO, ALT/TGP, FA, GGT, bilirrubinas,
albumina
7. Vasoconstritor esplâncnico
🔹 Terlipressina (mais efetivo)
🔹 Octreotide (mais barato)
115
🔹 Secundária (ressangramento)
■ Propranolol E ligadura elástica
seriada
12. Omeprazol
🔹 Manutenção após a dose de ataque na
estabilização
🔹 40 mg 12/12h
13. Cirurgia (se indicado)
Indicações:
🔹 Insucesso de tratamento endoscópico
🔹 Ressangramento após >1 endoscopia
🔹 Persistência de instabilidade (impossibilidade
de endoscopia)
🔹 Ressangramento com instabilidade
Opções:
🔹 TIPS (Shunt Portossistêmico Transjugular
Intra-hepático)
➜ Stent comunicando sistema porta e
veia cava (descompressão do sistema
porta)
■ Causa encefalopatia (impede o
metabolismo de primeira
passagem hepático)
TIPS
Fonte: https://irccpakistan.com/portal-hypertension-management-and-treatment/
116
🔹 Balão de Sengstaken-Blakemore
➜ Compressão venosa estancando o
sangramento esofágico
■ Insufla balão esofágico
■ Causa necrose de asa do nariz
■ ⚠ Manter por no máximo 24h (risco
de rotura esofágica)
Balão de Sengstaken-Blakemore
Fonte: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-85047-0_84
117
Ascite
Fonte: https://pdfcoffee.com/paracentese-2017-pdf-free.html
■ Semicírculo de Skoda
🔹 som timpânico → submaciço →
maciço (sentido craniocaudal)
118
Fonte: https://pt.slideshare.net/LilianaMendes9/cirrose-e-suas-complicacoes
Fonte: https://silo.tips/download/enfermagem-40
120
Técnica de paracentese
Fonte: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4939-2507-0_79
🔹 Diagnósticos diferenciais
■ Doenças peritoneais
■ Neoplasias/tuberculose
✔Conduta :
121
2. Dieta hipossódica
🔹 80-120 mEq/dia (2-4g de sal)
3. Diurético
➜ Iniciar em dose baixa e ir aumentando
🔹 Espironolactona
■ 100-400 mg
🔹 Furosemida
■ 40-160 mg
4. Monitorar peso
🔹 Meta ➡ perda de 500 g/dia
■ Se edema periférico associado ➡ 1
kg/dia
5. Paracentese de alívio
🔹 Se >5 L ➡ repor albumina
■ 6-8 g/Litro adicional retirado
Se refratária:
6. Considerar TIPS
🔹 (Shunt Portossistêmico Transjugular
Intra-hepático)
■ Stent comunicando sistema porta e
veia cava (descompressão do sistema
porta)
122
Peritonite bacteriana espontânea
✔Prevenção 🛡
:
🔹 Se HDA varicosa ➡ profilaxia primária aguda
➜ Ceftriaxona 1g por 7 dias
🔹 Se alto risco de PBE ➡ profilaxia primária crônica
➜ Norfloxacino
➜ Fazer até resolução da ascite ou transplante
Critérios de alto risco:
■ Proteína total no líquido ascítico <1,0
■ OU
🔹 PT no líquido ascítico <1,5
🔹 + 1 dos abaixo:
➜ CHILD ≥9
➜ Creatinina >1,2
➜ BT ≥3
➜ Na <130 mEq/L
123
🔹 Internação/frequência em ambiente hospitalar
🔹 Paracentese de repetição
Clínica
🔹 Normalmente oligossintomático
🔹 Ascite + sinais de descompensação
■ Encefalopatia hepática
■ Hemorragia digestiva alta
■ Síndrome hepatorrenal
*Investigar PBE em todo paciente internado com
ascite!
🔹 Dor abdominal
🔹 Febre
🔹 Paracentese diagnóstica
■>250 neutrófilos
■+Cultura monobacteriana
🔹 Não esperar ficar pronta (diagnóstico
retrospectivo)
🔹 Casos atípicos:
➜ Negativa (neutrófilos >250) ➡
PBE cultura negativa
➜ Se positiva, mas neutrófilos
<250 ➡ Bacterascite
🔹 Diagnóstico diferencial
➜ Peritonite bacteriana secundária
Causas
🔹 Apendicite
🔹 Colecistite
🔹 Outras
Características
124
🔹 Neutrófilos normalmente >1000
🔹 Cultura polimicrobiana
🔹 ↓Glicose (<50)
🔹 ↑DHL (>LSN)
🔹 ↑proteínas (>1 g/dL)
✔Conduta :
1. Antibiótico
🔹 Ceftriaxona ou cefotaxima (3a geração)
■ ou conforme resultado da cultura
➜ Por 5 dias
*Se alergia a beta-lactâmico, pode ser usado
ciprofloxacino
2. Paracentese de controle
🔹 Após 48-72h
🔹 Precisa ter redução de 25% de
polimorfonucleares
3. Albumina
➜ Profilaxia de síndrome hepatorrenal
🔹 1,5 g/kg ao diagnóstico + 1 g/kg no 3o dia
4. Profilaxia de novos eventos
🔹 Norfloxacino
■ Até resolução de ascite ou transplante
125
Encefalopatia Hepática
➜ Alterações neurológicas/psiquiátricas
no paciente com insuficiência hepática
🔹 Acúmulo de amônia (era para ser
metabolizada no fígado em ureia)
→ atravessa a barreira
hematoencefálica → disfunção
neuronal
➜ Potencialmente reversível
Fonte: https://pocketicu.com/index.php/2016/12/12/hepatic-encephalopathy/
Fonte: https://medicinaonline.co/2019/09/02/asterissi-asterixis-in-neurologia-caratteristiche-significato-esecuzione/
127
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
✔Classificação 🗃:
🔹 Classificação de West-Haven
■ Encefalopatia mínima (alteração apenas em
testes específicos)
■ Grau I ➡ alterações do humor e sono
■ Grau II ➡ desorientação e flapping
■ Grau III ➡ semi-estupor e hiperreflexia
■ Grau IV ➡ coma e hiporreflexia
128
Classificação de West-Haven
Fonte: https://gastro.paginas.ufsc.br/files/2015/08/PROTOCOLO-ENCEFALOPATIA-HEPATICA-HU-Telma-e-Leo.pdf
✔Conduta :
1. Internar
🔹 Se III ou IV ➡ internação em UTI
2. Suporte
🔹 Via aérea
🔹 Nutrição
*Dieta não precisa ser hipoproteica
3. Tratar causa base/fator precipitante)
4. Lactulose
➜ Aumenta/acelera a eliminação de amônia
(laxante)
➜ ↓pH intestinal ➡ favorece bactérias não
produtoras de urease na microbiota intestinal
🔹 25 mL a cada 1-2 horas até 2 evacuações
pastosas
■ VO ou enema (considerar se graus III
ou IV)
■ Após, ajustar para 2-3
evacuações/dia
🔹 Efeitos adversos:
129
■ Desidratação
■ Hipernatremia
■ Distensão abdominal
2. Antibióticos (se intolerante a lactulose)
🔹 Rifaximina
🔹 Neomicina
🔹 Metronidazol
130
Síndrome hepatorrenal
(SHR)
✔Classificação 🗃:
131
Tipo
🔹 SHR-LRA (lesão renal aguda)
■ Pior prognóstico
🔹 SHR- não LRA (não lesão renal aguda)
■ Mais crônica
Estadiamento
🔹 Grau 1
■ ↑Cr 1,5-2x o valor basal OU ≥0,3 mg/dL
🔹 1a ➡ <1,5 mg/dL ao diagnóstico
🔹 1b ➡ ≥1,5 mg/dL ao diagnóstico
🔹 Grau 2 ➡ ↑Cr ≥2-3x o valor basal
🔹 Grau 3 ➡ ↑Cr ≥3x o valor basal OU ≥4 mg/dL
■ OU indicação de diálise
✔Classificação 🗃:
🔹 ICA-AKI
■ Classificação de lesão renal aguda em
paciente cirrótico
132
ICA-AKI
Fonte: https://www.scielo.br/j/ag/a/pVKxSG3wpf7YCHKkMCJvR4b/?lang=en
✔Conduta :
1. Expansão volêmica
🔹 ICA-AKI 1A ➡ Expansão com cristaloide
🔹 ICA-AKI ≥1B ➡ com albumina 1 mg/kg
➜ Se sem resposta em 48h, corrobora o
diagnóstico
2. Albumina
🔹 20-40 g/dia por 48h
3. Vasoconstritor esplâncnico
🔹 Terlipressina
*Outras opções de vasoconstritor: noradrenalina e
octreotide
4. Tratar fatores precipitantes
133
🔹 E suspender drogas potencialmente
nefrotóxicas
🔹 Diuréticos
🔹 Betabloqueadores
Se refratário:
5. Outras opções
🔹 TIPS
🔹 Transplante hepático (tratamento definitivo)
🔹 Hemodiálise
■ Pode ser ponte para o transplante
134
Síndrome hepatopulmonar
(SHP)
🔹 Achados de hipoxemia
■ pO2 <80 mmHg
■ Gradiente alvéolo-arterial >15 mmHg
■ Ecocardiograma transtorácico
🔹 Microbolhas
✔Conduta :
1. Transplante hepático
135
Hepatites Virais
136
Hepatite A
✔Prevenção 🛡
🔹 Vacina da hepatite A
➜ Vírus inativado
Indicações:
■ 15 meses em dose única
🔹 Pode ser dada até 4 anos)
■ Viagem para áreas endêmica (se sorologia
negativa)
■ Portadores de hepatopatia crônica (viral ou
não)
■ HIV+ (principalmente população HSH)
🔹 Laboratório
■ ↑TGO/AST, ↑TGP/ALT (>1000)
■ ↑BT, ↑BD
■ ↑RNI (forma fulminante)
🔹 PCR
🔹 Anti-HAV IgM e IgG
■ IgM(+) e IgG(-) ➡ fase aguda
■ IgM(+) e IgG(+) ➡ infecção recente/aguda
■ IgM(-) e IgG(+) ➡ contato prévio
■ IgM(-) e IgG(-) ➡ ausência de contato
(susceptível)
138
Evolução marcadores hepatites
Fonte: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/T7s8rdtsbh6GybHqxJcxxwk/?format=pdf&lang=pt
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Normalmente auto-limitada
➜ Normalização das enzimas em 3-6
meses)
🔹 Repouso relativo
2. Se fulminante ➡ transplante hepático
3. Orientação para evitar transmissão
🔹 Higiene pós-defecação
🔹 Uso de preservativos
4. Seguimento
➜ A cada 15 dias
🔹 ALT, AST, BT e frações, RNI
139
Hepatite B
Fonte:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/40057/RESID%CANCIA_Tha%EDs_C%E1ssia_Souza_Su.pd
f;jsessionid=6C8062ACF5EEFFAA51D328E0B0EAEC0C?sequence=2
✔Prevenção 🛡
🔹 Uso de preservativo
🔹 Vacinação
■ 0, 1 e 6 meses
140
■ Alta eficácia (95-96%)
■ Se resposta adequada ➡ anti-HBs >10
UI/mL
🔹 Se testar e resposta inadequada, ➡
revacinar
🔹 Imunoglobulina
➜ Idealmente em 48h (mas pode fazer em até
14 dias)
Indicações
■ Comunicantes de paciente com hepatite B
aguda
■ Violência sexual
■ Acidente ocupacional com fonte HBV+
■ RN de mãe HBsAg(+) e HBeAg(+)
✔Rastreamento 🧭:
Fonte:
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-
assistenciais/Protocolo___Exposicao_a_material_biologico_correcoes_final.pdf
142
■ Vertical
🔹 Pré-natal adequado
🔹 Imunoglobulina para o RN se indicado
(preferencialmente em até 12h)
Fonte: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742021000500016
143
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
🔹 Laboratório
■ ↑TGO/AST, ↑TGP/ALT
■ ↑BT, ↑BD
■ Coagulograma
🔹 Testes rápidos e imunoensaios
■ Antígenos
🔹 HBsAg
🔹 HBeAg
*o HBcAg é visto só na patologia)
■ Anticorpos
🔹 anti-HBsAg
🔹 Anti-HBeAg
🔹 anti-HBc IgM e IgM
🔹 Teste molecular
■ HBV DNA (carga viral)
Fonte: http://www.profbio.com.br/aulas/ac3_09.pdf
Fonte: http://www.profbio.com.br/aulas/ac3_09.pdf
✔Classificação 🗃:
HBsAg (+) ➡ Infecção (presença do vírus)
🔹 Anti-HBc total (-) ➡ incubação
145
🔹 Anti-HBc total (+)
■ IgM (+) ➡ infecção/hepatite aguda
■ IgM (-) ➡ infecção/hepatite crônica
🔹 HBeAg(+) anti-HBe (-)
■ Lesão hepática (hepatite)
■ Ou imunotolerante (infecção
com replicação viral)
➜ Fazer FIB4 e elastografia
para melhor avaliação
🔹 HBeAg(-) anti-HBe (+)
■ Sem replicação viral (infecção -
portador inativo)
■ OU mutante pré-core
🔹 HBeAg(-) com
replicação viral (carga
viral alta)
HBsAg (-)
🔹 Anti-HBs (-) ➡ susceptível
🔹 Anti-HBs(+) ➡ Imunidade
■ Anti-HBc total (+) ➡ infecção prévia (já teve
contato)
■ Anti-HBc total (-) ➡ resposta vacinal
146
Interpretação dos resultados sorológicos da hepatite B
147
✔Conduta :
1. Notificação
2. Avaliar indicação de tratamento
🔹 AST ≥2x LSN + HBeAg(+)
🔹 OU >30 anos + HBeAg(+)
🔹 OU CV>2000 UI/mL + HBeAg(-) e AST ≥2x
LSN (mutante pré-core)
🔹 OU risco de complicações:
■ História familiar de CHC
■ Coinfecção com HIV
■ Cirrose F2A2
■ Manifestações extra-hepáticas
3. Painel pré-tratamento
🔹 Hemograma
🔹 Marcadores para hepatite B (todos)
🔹 Carga viral
🔹 AST e ALT
🔹 Se indicado, EDA e biópsia
4. Medicações
🔹 Se cirrótico, nefropata ou osteoporose ➡
Entecavir
🔹 Se não ➡ Tenofovir
➜ Monitorizar função renal e ossos
*Outra opção é tratamento com interferon
peguilado com duração de 48 semanas (finito)
5. Monitorizar resposta
➜ Avaliar se atingiu objetivos do tratamento
🔹 Controle da replicação viral (normalmente
não cura)
➜ HBeAg(-) anti-HBe(+)
148
🔹 Cura, se possível (normalmente não cura)
➜ HBsAg(-), anti-HBs(+)
➜ Carga viral negativa
🔹 Normalização de AST/ALT
🔹 Prevenir complicações (CHC, cirrose) e
manifestações extra-hepáticas
6. Se hepatopatia ➡ rastreamento pra CHC
🔹 A cada 6 meses
🔹 USG de abdome superior
🔹 + Alfa-fetoproteína
7. Prevenir reativação
🔹 Se paciente com contato prévio (Anti-HBc
total (+)) for receber terapia
imunossupressora ➡ profilaxia com
entecavir
➜ até 6-12 meses após término do
imunossupresor
*Pode desenvolver hepatite grave ou insuficiência
hepática se reativar
149
Hepatite C
✔Rastreamento 🧭:
150
■ Sanguínea
🔹 Drogas injetáveis
🔹 Transfusão anterior a 1992
■ Não havia triagem nos bancos
de sangue
🔹 Acidentes ocupacionais
🔹 Hemodiálise
■ Sexual
🔹 Especialmente em população HSH
(relação sexual oral e anal)
■ Vertical
Clínica
🔹 Comum ser assintomática (doença silenciosa)
🔹 Febre
🔹 Icterícia (20%)
🔹 Hepatopatia crônica (se cirrose)
■ Ascite
■ Encefalopatia hepática
🔹 Manifestações extra-hepáticas
■ Líquen plano
■ Alterações da tireoide
■ Glomerulopatia membrano-proliferativa
■ Crioglobulinemia
■ Fibromialgia
🔹 Laboratório
■ ↑TGO/AST, ↑TGP/ALT
■ ↑BT, ↑BD
■ Coagulograma
🔹 Teste rápido
151
🔹 Sorologia ELISA
Anti-HCV (-) ➡ sem hepatite C
■
Anti-HCV (+) ➡ Contato
■
🔹 Solicitar PCR quantitativo
■ Se (+) ➡ Hepatite crônica
Se diagnosticado:
🔹 Genotipagem
🔹 Estadiamento
■ Biópsia (padrão-ouro)
🔹 Classificação METAVIR
■ ou elastografia (método com USG)
➜ Não invasiva
🔹 Grau de fibrose e inflamação
Fonte: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/690
✔Classificação 🗃:
152
🔹 METAVIR (biópsia)
Classificação METAVIR
Fonte:
https://bd.tjmg.jus.br/jspui/bitstream/tjmg/6342/3/NT%2010%20-%202015%20%20NATS%20SIMPREVIR%20E
%20SOFOSBUVIR%20NA%20HEPATITE%20C-1.pdf
✔Conduta :
153
➜ Bom para clearance de
creatinina <30
➜ Genótipo 2
■ Sofosbuvir + Velpatasvir
➜ Genótipo 3
■ Sofosbuvir + Velpatasvir
🔹 Por 12-24 semanas
➜ Se cirrose:
■ Child A ➡ 12 semanas
■ Child B e C ➡ 12-24 semanas (e
associar ribavirina)
2. Considerar associação com ribavirina
➜ Melhora a resposta ao tratamento
🔹 Utilizar se Child B e C (ou aumentar tempo de
tratamento)
🔹 Pode causar anemia (monitorar eritropoetina)
🔹 🚫 Contraindicada na gestação
3. Investigar outras doenças
🔹 HAV, HBV
🔹 HIV
4. Atualizar vacinação para hepatites A e B
5. Rastreamento para CHC (carcinoma hepatocelular)
🔹 A cada 6 meses
🔹 USG de abdome superior
🔹 + Alfa-fetoproteína
154
Hepatite D
🔹 Laboratório
■ ↑TGO/AST, ↑TGP/ALT
■ ↑BT, ↑BD
■ Coagulograma
🔹 Sorologias
■ Anti-HDV
🔹 IgM (+) (fase aguda)
155
■ Anti HBC IgM (+) ➡ coinfecção
■ Anti HBC IgM (-) ➡
superinfecção
🔹 IgG (+) (fase crônica)
➜ Pesquisar se:
🔹 Áreas endêmicas
🔹 OU bioquímica hepática
alterada mesmo após
supressão do HBV
■ Pode ser pedido HDV-RNA
156
Hepatite E
🔹 Laboratório
■ ↑TGO/AST, ↑TGP/ALT
■ ↑BT, ↑BD
■ Coagulograma
🔹 Anti-HEV IgM
■ Elevada sensibilidade e especificidade
157
■Em imunossuprimidos pode dar resultados
falsos-negativos
🔹 HEV RNA (formas crônicas)
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Normalmente auto-limitada
➜ Resolução em 2-6 meses
🔹 Repouso relativo
2. Se fulminante ➡ transplante hepático
3. Orientação para evitar transmissão
🔹 Higiene pós-defecação
🔹 Uso de preservativos
4. Seguimento
➜ A cada 15 dias
🔹 ALT, AST, BT e frações, RNI
158
Pâncreas
Pancreatite aguda
➜ Lesão pancreática
🔹 Liberação de enzimas pancreáticas (porção
exócrina - digestiva) ➡ Autodigestão
pancreática
➜ Etiologias:
🔹 Biliar (mais comum)
■ Colelitíase →
coledocolitíase
🔹 Alcoólica
🔹 Idiopática
🔹 Medicamentosa
■ Anti-hipertensivos
■ Antibióticos
🔹 Hipercalcemia
🔹 Hipertrigliceridemia
🔹 Auto-imune, imunidade cruzada (caxumba,
parotidite)
🔹 Infecciosa
🔹 Traumática
159
Anatomia do pâncreas
Fonte: http://famed.ufvjm.edu.br/dissecarte/wp-content/uploads/2021/01/Pancreas-.pdf
🔹 2 de 3 critérios:
■ Clínica
🔹 Dor em faixa
🔹 Náuseas
🔹 SIRS
■ Enzimas pancreáticas
➜ Acima de 3x o LSN
🔹 Amilase
🔹 Lipase
■ Tomografia
🔹 Pedir somente se dúvida diagnóstica
■ Se não, deixar para após o 3°
dia para avaliação de
complicações
161
Pancreatite na TC
Fonte: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2529&idioma=Portugues
🔹 Outros laboratórios:
➜ Avaliação da gravidade e injúria de órgão alvo
■ Hemograma
■ Função renal
🔹 Creatinina elevada aumenta risco de
gravidade
■ Eletrólitos
■ Gasometria
■ Glicose
■ Perfil hepatobiliar
■ PCR
🔹 >150 é risco de gravidade
■ Cálcio iônico, triglicerídeos
🔹 Escores
■ SOFA (avaliar SIRS - falência orgânica)
162
Fonte: https://h9j.com.br/pt/medicos-site/Protocolos/PROTOCOLO%20SEPSE.pdf
■ Ransom
🔹 Etiologia
🔹 Tempo
■ APACHE II
🔹 >8 ➡ grave
■ Balthazar (tomográfico)
🔹 Inflamação
🔹 Necrose
🔹 Complicações extrapancreáticas
Escore de Balthazar
Fonte: https://www.scielo.br/j/abcd/a/k4zCLQbgkpbTTjyTcsssKXK/?lang=pt
163
■ Marshall
🔹 2 ou mais ➡ falência orgânica
Escore de Marshall modificado
Fonte:
https://blog.curem.com.br/topicos/medicina-de-emergencia/classificacao-de-gravidade-da-pancreatite-agu
da-na-emergencia/
🔹 USG
■ Investigar colelitíase (diagnóstico etiológico)
✔Classificação 🗃:
164
■ Múltiplas falências orgânicas
✔Conduta :
1. Internação
🔹
2. J ejum + Soro glicosilado
➜ Promover repouso pancreático
3. Monitorização e reavaliação seriada
4. U TI (se moderada a grave. Leve = enfermaria) +
sintomáticos + medidas de suporte
➜ Redução da FC e atividade adrenérgica
(poupa o pâncreas)
🔹 Analgesia
■ Dipirona
■ Morfina
*não utilizar AINEs
165
🔹 Antieméticos
■ Bromoprida/metoclopramida
■ Ondansetrona
■ Dimenidrinato
O que precisar:
🔹 Oxigênio, IOT, VM, etc
🔹 Droga vasoativa
🔹 Diálise
5. RE animação volêmica
➜ Pancreatite causa grande perda de volume
para o 3° espaço
➜ Prevenir/minimizar necrose
🔹 Cristalóide (SF 0,9% ou Ringer lactato)
■ 20-30 mL/kg inicial
■ Depois depende de outros parâmetros
🔹 Atenção à quantificação da
diurese
6. RE alimentação precoce
➜ Prevenção de infecção
🔹 Após o jejum de cerca de 3 dias (queda das
provas inflamatórios) (máximo 7 dias)
■ Oral preferencialmente (seguida de
enteral e depois parenteral)
🔹 Alimentos leves
7. Tratar causa base
🔹 Biliar
■ Colecistectomia
🔹 Leve ➡ na mesma internação
🔹 Grave ➡ Após 6 semanas
🔹 Alcoólica
■ Cessação
■ CAPS
166
🔹 Hipercalcemia
■ Hidratação venosa
■ Ácido zoledrônico/pamidronato
■ Diálise
■ Investigar hiperparatireoidismo
🔹 Hipertrigliceridemia
■ Fibratos (se necessário, insulina e
plasmaterapia)
🔹 Medicamentosa
■ Suspender ou substituir
8. Atenção a complicações
🔹 Suspeita se:
■ Não melhora em 3 dias
■ Piora nos primeiros 7 dias
■ Piora após 14 dias (infecção)
🔹 Tipos:
■ Coleções líquidas
🔹 Evolução 4-6 semanas para
pseudocisto
■ Necrose
🔹 Evolução 4-6 semanas para
necrose de paredes
espessadas
■ Infecção de necrose
🔹 TC com gás no interior da
necrose
🔹 Solicitar TC
🔹 Se ictérico
■ Colangite ➡ pedir CPRE
9. Se suspeita de necrose infectada (>14 dias) e TC
deixa em dúvida ➡ solicitar PAF + cultura + iniciar
antibiótico
167
🔹 Meropenem
Se não resolve:
■ Drenagem percutânea/endoscópica
🔹 Se não ➡ cirurgia
minimamente invasiva
■ Se não ➡ debridamento
cirúrgico
Necrose pancreática
Fonte: https://pubs.rsna.org/doi/10.1148/rg.345130012
Necrose pancreática infectada
Fonte: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2529&idioma=Portugues
168
Pancreatite Crônica
169
🔹 Doença renal crônica
🔹 Hipertrigliceridemia
🔹 Hipercalcemia (hiperparatireoidismo)
🔹 Obstrução ductal
■Estenose
🔹 Pancreatite aguda
🔹 Trauma
■ Neoplasia
🔹 Adenocarcinoma
🔹 IPNM
🔹 Cistoadenoma seroso
■ Disfunção do esfíncter de Oddi
🔹 Autoimune
🔹 Tropical
🔹 Idiopática
🔹 Pancreatite aguda recorrente ou necrosante
🔹 Medicamentos
🔹 Laboratório
■ Anemia
■ Hipovitaminosas
■ Hipoalbuminemia
■ Glicemia (↑ ou ↓ - achado mais tardio)
■ Amilase e lipase (normalmente normais!)
■ Investigação etiológica:
🔹 AST, ALT, FA, GGT, BT e frações
🔹 Triglicerídeos, CT e frações
🔹 Cálcio (se suspeita
hiperparatireoidismo)
🔹 IgG4, FAN (se suspeita de autoimune)
🔹 Se suspeita genética:
■ CFTR
■ SPINK-1
■ PRSS-1
🔹 Testes funcionais
■ Diretos
➜ Permite detecção precoce
171
➜ Invasivo, alto custo (pouco usado)
🔹 Injeção de secretagogos na circulação
(secretina ou colecistocinina)
■ Após: Coletar secreção
pancreática no duodeno (por
EDA ou SNE)
■ Indiretos
🔹 Teste da gordura fecal
■ Sudam III (pouco usado)
🔹 Qualitativo
🔹 ↓especificidade
■ Quantitativo
🔹 Fezes de 72h
➜ Positivo se >7g
de gordura
🔹 Pouco tolerado
🔹 Teste da elastase fecal
➜ Enzima produzida pelo
pâncreas
■ Amostra de fezes
🔹 <200 mcg/g ➡
sugestivo de pancreatite
crônica
🔹 Exames de imagem
■ TC de abdome
🔹 75% de acurácia (baixa sensibilidade
em estágios precoces)
🔹 Calcificações
🔹 Atrofia
🔹 Ductopatias primárias
🔹 Complicações
172
■ Colangiorressonância
🔹 Alterações ductais primárias e
secundária
■ USG endoscópica
🔹 Maior sensibilidade (detecção de
alterações precoces)
➜ Operador-dependente, alto custo e
pouco disponível
■ CPRE
■ RX de abdome
🔹 Calcificação (apenas se muito
avançado)
■ USG de abdome
🔹 Atrofia pancreática (fase tardia)
✔Conduta :
1. Tratamento não-farmacológico
🔹 Cessação de etilismo e tabagismo
➜ Importante no controle da dor
🔹 Dieta (acompanhamento com nutricionista)
🔹 Suplementação enzimática
2. Analgesia
🔹 Escalonar
🔹 Boa resposta a pregabalina
🔹 Se refratário, opções:
■ Terapia endoscópica (CPRE)
🔹 Estenose
🔹 Cálculos
■ Cirúrgico (20% dos pacientes)
🔹 Derivação
🔹 Ressecção (total ou subtotal)
173
➜ Cirurgia de Whipple
■ Bloqueio do plexo celíaco (se
contraindicação cirúrgica)
🔹 Risco de hemiparesia e
disautonomia
3. Suplementação/reposição
🔹 Suplementação enzimática (se insuficiência
exócrina)
■ Pancreatina (amilase + lipase +
protease)
🔹 Refeições principais ➡ 50.000
UI
🔹 Lanches ➡ 25.000 UI
🔹 Reposição de vitaminas (se hipovitaminose)
4. Tratar diabetes (se insuficiência endócrina)
5. Atenção a complicações
🔹 Pseudocisto pancreático
■ Indicações de tratamento:
🔹 Dor refratária
🔹 Rompimento
🔹 Sangramento
🔹 Infecção
🔹 Obstrução
■ Métodos:
🔹 Cirurgia
🔹 Endoscopia
🔹 Radiologia intervencionista
🔹 Pseudoaneurisma
■ Clínica: massa pulsátil, HDA
■ Diagnóstico por RX ou EDA
■ Tratamento:
🔹 Cirurgia
174
🔹 Radiologia intervencionista
🔹 Ascite pancreática
➜ Ascite causada por fístula por lesão
ducto pancreático
■ Líquido ascítico com amilase >1.000
■ Tratamento: jejum + paracentese +
octreotide
🔹 Trombose de veia esplênica
➜ Leva a hipertensão portal segmentar
→ varizes gástricas
■ Tratamento: Esplenectomia
175
Intestino
Diarreia
✔Classificação 🗃:
Temporal
🔹 Aguda (<14 dias)
🔹 Persistente (14-30 dias)
🔹 Crônica (>30 dias)
Topografia
🔹 Alta (intestino delgado)
■ ↑Volume
■ Restos alimentares presentes
🔹 Baixa (intestino grosso)
■ ↑Frequência
■ Disenteria
Fisiopatologia e aspecto:
176
🔹 Medicamentos a base de magnésio
🔹 Açúcares laxativos (sorbitol, xilitol)
🔹 Má absorção de carboidratos (ex.:
intolerância à lactose)
■ Melhora com jejum
■ Gap osmolar fecal >125
🔹 Secretória (a mais comum nas diarreias agudas)
➜ ↑Secreção de água e eletrólitos (alteração
do transporte hidroeletrolítico do enterócito)
🔹 Patógenos
🔹 Toxinas bacterianas
■ E. Coli
■ C. difficile
■ S. Aureus
■ Vibrião da cólera
🔹 Medicamentos
🔹 Cloridorreia congênita
🔹 Má absorção ileal de ácidos biliares
🔹 Doenças inflamatórias intestinais
🔹 Vasculites, diverticulite
🔹 Neoplasias
🔹 Dismotilidade
➜ Aceleração do trânsito
intestinal
🔹 Hipertireoidismo
🔹 Outras endocrinopatias
🔹 Funcional
➜ Sem causa orgânica
🔹 Síndrome do intestino
irritável
■ Gap osmolar fecal <50
177
Inflamatória (muco e sangue):
🔹 Invasiva
➜ Inflamação da mucosa intestinal com
destruição de vilosidades
🔹 Infecção
■ Colite pseudomembranosa
■ Bactérias invasivas
🔹 Salmonella
🔹 Shigella
🔹 Yersinia enterocolítica
🔹 Campylobacter jejuni
🔹 E. coli enteroinvasiva
🔹 Mycobacterium
tuberculoses
■ Vírus
🔹 CMV
🔹 Herpes simples
■ Parasitas invasivos
🔹 Amebíase
🔹 Estrongiloides
🔹 Inflamação
■ Doença de Crohn
■ Retocolite ulcerativa
■ Colite isquêmica
■ Retite actínica
🔹 Neoplasia
■ Câncer de cólon
■ Linfoma
■ Disenteria (sangue/pus)
Gordurosa (esteatorreia)
🔹 Disabsortiva
178
➜ Defeito na absorção de nutrientes
🔹 Doença celíaca
🔹 Pancreatite crônica
🔹 Intolerância a lactose
🔹 Escala de Bristol
■ 5-7 ➡ Diarreia
Escala de Bristol
Fonte: https://www.hevilinassisnutricionista.com.br/importancia-da-saude-intestinal/
179
Aguda
181
Características clínicas dos principais agentes etiológicos da diarréia
aguda
Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5637/diarreias_infecciosas.htm
🔹 Avaliar desidratação:
Critérios:
■ Peso perdido
🔹 Grau 1 (leve) ➡ ≤5%
182
🔹 Grau 2 (moderada) ➡ 6-9%
🔹 Grau 3 (grave) ➡ ≥10%
■ Olhos (fundos), lágrimas
■ Boca (umidade), sede
■ Turgor, TEC, pulso
Classificação::
■ Sem sinais de desidratação ➡ hidratada
■ ≥2 ou mais sinais ➡ desidratado
■ 💡 Sinais de gravidade ➡ desidratação grave
🔹 Comatoso
🔹 Bebe mal
🔹 Sem pulso periférico
🔹 Tempo de enchimento capilar >5s
Fonte:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-d
iarreia-cartaz/view
184
✔Classificação 🗃:
✔Conduta :
Plano A (hidratado)
➜ Tratamento em domicílio
🔹 Alimentação habitual
🔹 ↑ingesta hídrica
■ Líquidos caseiros (água, chá, suco,
água de coco, sopas)
■ ou SRO às perdas
*Não utilizar refrigerante e evitar açúcar
🔹 Retorno se sinais de alarme
■ Piora da diarreia (↑frequência e
volume)
■ Vômitos repetidos
■ Sangue nas fezes
■ Muita sede e ↓diurese
■ Sinais de desidratação
185
🔹 TRO 50-100 mL/kg (média 75 mL/kg) por
4-6h na unidade de saúde
■ Pode aumentar conforme a sede
🔹 Se vômitos persistentes ➡ ondansetrona 8
mg
🔹 Reavaliação após
■ Hidratado = plano A
■ Desidratado = sonda nasogástrica
(gastróclise)
■ Grave = plano C
*Se sem melhora após 6h de hidratação,
internação hospitalar
186
🔹 SRO VO concomitante quando o paciente
puder beber
1. Sintomáticos
2. Soro de reidratação oral
3. Orientar medidas de higiene
4. Antidiarreico (casos específicos)
➜ Para conforto em pacientes com frequência
elevada de evacuações
🔹 Loperamida
🔹 Racecadotrila
*⚠ Não fazer em pacientes graves (redução do
clearance de toxinas)
5. Probióticos (decisão individualizada se desejo do
paciente)
➜ Possível redução do tempo de diarreia
🔹 Saccharomyces boulardii
🔹 Lactobacillus reuteri
6. Antibiótico (só em casos específicos)
🔹 Mesmas da solicitação de exames (ver acima)
Opções de esquemas:
🔹 Disenteria + febre + queda estado geral ➡
Azitromicina 5 dias
🔹 Pós-atb ➡ Vancomicina ou metronidazol 10
dias (C. difficile)
🔹 Viajante ➡ Azitromicina ou bactrim 3 dias
🔹 Pacientes em risco de salmonella (ex.: anemia
falciforme) ➡ Ceftriaxone 7-10 dias
🔹 Outros:
■ Ciprofloxacino 3 dias
■ Levofloxacino 3 dias
187
Colite pseudomembranosa
Pseudomembranas na retossigmoidoscopia
Fonte: https://rmmg.org/artigo/detalhes/565
✔Conduta :
189
🔹 125 mg VO 6/6h por 10 dias
🔹 Outra opção: metronidazol 500 mg VO 8/8h
por 10 dias
3. Atenção a complicações
🔹 Megacólon tóxico
■ Cólon dilatado na TC
■ Sinais sépticos
➜ Conduta:
🔹 Vancomicina 500 mg (dose
dobrada) 6/6h + metronidazol
500 mg IV 8/8h
🔹 Avaliação necessidade de
colectomia (cirurgião)
4. Se refratária ➡ Considerar transplante de
microbiota fecal
190
Crônica
191
Síndromes disabsortivas
Fonte: https://openaccess.blucher.com.br/download-pdf/317/20128
🔹 Se esteatorreia:
■ Elastase fecal
■ Sudam III (exame qualitativo)
■ Gordura fecal em 72h
🔹 Suspeita de deficiência da absorção de proteínas:
■ Clearance de alfa-1-antitripsina
🔹 Suspeita de deficiência da absorção de
carboidratos:
■ Exame da D-xilose
🔹 Ingere esse carboidrato ➡ depois
mede-se a concentração dele na urina
■ Teste respiratório do hidrogênio
■ Teste de tolerância a lactose
193
Intolerância a Lactose
Fases da digestão
Fonte
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5293976/mod_resource/content/1/Slides%20aula%204%20digest%
C3%B3rio.pdf
194
Digestão de carboidratos
Fonte:
https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/clinicacv/AULUSCAVALIERICARCIOFI/fisiologia-da-digestao-caes-e-gatos-steph
anie.pdf
195
🔹 Diagnóstico clínico
4. Se dúvida diagnóstica:
■ Teste respiratório do hidrogênio
➜ Produto da fermentação da lactose
pelas bactérias
🔹 Ingestão de 25g de lactose
■ >20 ppm de H2 exalado ➡
deficiência de lactose
■ Questionário de sintomas (+) ➡
intolerância a lactose
■ Teste de tolerância a lactose
🔹 Ingestão de 50g de lactose
■ Aumento de <20 na glicemia
➡ deficiência de lactose (não
digeriu tudo em
glicose+galactose)
■ Questionário de sintomas (+) ➡
intolerância a lactose
■ Genótipo de hipolactasia
🔹 Identifica deficiência de lactase (mas
não intolerância)
✔Conduta :
196
Supercrescimento Bacteriano do Intestino
Delgado
(SIBO)
197
🔹 Perda ponderal
🔹 Hipovitaminoses
■ Vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)
■ B12 (consumida pelas bactérias)
✔Conduta :
198
Síndrome do Intestino Irritável
(SII)
Critérios de Roma IV
🔹 Dor abdominal pelo menos 1x/semana nos últimos
3 meses há pelo menos 6 meses
■ +2 dos 3 abaixo:
🔹 Dor associada a defecação
🔹 Alteração da forma das fezes
🔹 Alteração da frequência das fezes
■ +Sem de sinais de alarme
🔹 Dor muito intensa
🔹 Despertar noturno devido à dor
🔹 Perda ponderal
🔹 Anemia
🔹 Diarreia invasiva
✔Classificação 🗃:
🔹 SII-C (Constipação)
■ Bristol predominantemente 1-2
🔹 SII-D (Diarreia)
■ Bristol predominantemente 5-7
200
🔹 SII-M (Mista)
✔Conduta :
1. Tratamento não-farmacológico
🔹 Boa relação médico-paciente
■ Compreensão da doença
■ Escuta ativa
🔹 Psicoterapia
🔹 Medicina Complementar/Alternativa
🔹 Mudança de estilo de vida
■ Atividade física
■ Dieta
🔹 Low FODMAP (↓açúcares
fermentáveis)
➜ Acompanhamento com
nutricionista
■ Fermentáveis:
🔹 Oligossacarídeos
🔹 Dissacarídeos
🔹 Monossacarídeos
And
🔹 Polióis
201
Dieta low FODMAP
Fonte: https://www.brdanutricao.com.br/dieta-fodmap/
2. Opções medicamentosas
🔹 Alívio da dor
■ Antiespasmódicos
🔹 Mebeverina
🔹 Brometo de otilônio
■ Antidepressivos
🔹 Tricíclicos
🔹 ISRS
🔹 SII-D
■ Antidiarreicos (loperamida)
■ Antibióticos (rifaximina)
■ Antieméticos (ondansetrona)
■ Probióticos
🔹 SII-C
■ Laxantes
■ Psillium
202
Doença Celíaca
➜ Atinge 1% da população
➜ Enteropatia crônica sistêmica de
intestino delgado e caráter
autoimune
➜ Predisposição genética
🔹 Herança autossômica
dominante de penetrância
incompleta
🔹 Ligada ao HLA-DQ2 e HLA-DQ8
➜ Desencadeada por exposição ao glúten
(glicoproteína), com lesão tissular causada por
fração prolamina específica
🔹 Trigo (gliadina - 69% da proteína do grão)
🔹 Cevada (hordeína - 50%)
🔹 Centeio (secalina - 50%)
➜ Transglutaminase tecidual deamina a proteína do
glúten → resposta imune → inflamação →
fibroblastos, metaloproteinases (alterações
histológicas)
🔹 Resposta celular (Th1 e Th2)
🔹 + Humoral (anticorpos - principalmente IgA)
■ Anti-endomísio
■ Anti-transglutaminase
■ Anti-gliadina
■ Anti-DPG
203
Fisiopatogenia da doença celíaca
Fonte: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/40595/1/2020_NicoleSelleski.pdf
Fatores de risco
🔹 Sexo feminino
🔹 Brancos
🔹 Condições associadas
204
■ Síndrome de Down
🔹 20x mais risco
■ DM1
■ Tireoidite autoimune
■ Retocolite ulcerativa
Clínica (pode ser assintomática/oligossintomática - ter
alta suspeição!)
➜ Variável - depende de:
■ Sensibilidade individual ao glúten
■ Idade de introdução
■ Quantidade de glúten na dieta
■ Tempo de aleitamento materno
🔹 Forma clássica/típica
■ Início após alimentação complementar
■ Síndrome disabsortiva
🔹 Diarreia crônica
■ Fezes volumosas
■ Esteatorreia
🔹 Anorexia
🔹 Vômitos
🔹 Déficit de crescimento
🔹 ↓ganho de peso, desnutrição
■ Crise celíaca:
➜ Grave, ↑mortalidade
🔹 Distensão abdominal
🔹 Diarreia aquosa abundante
🔹 Desidratação grave
🔹 Distúrbio hidroeletrolítico
(hipocalemia)
🔹 Outros:
■ Fadiga crônica
■ Anemia ferropriva refratária
205
■ Flatulência
■ Empachamento pós-prandial
■ Dermatite herpetiforme
➜ Pápulas/vesículas pruriginosas em
regiões extensoras
*85% das pessoas com dermatite
herpetiforme tem doença celíaca
■ Estomatite aftosa recorrente
■ Constipação
■ Osteoporose
■ Doença hepática
🔹 Associação com:
■ Hepatite autoimune
■ Colangite esclerosante primária
■ Colangite biliar primária
■ Manifestações neurológicas
🔹 Cefaleia
🔹 Neuropatia periférica
🔹 Ataxia
■ Déficit imunológico
🔹 Deficiência de IgA
■ Doenças ginecológicas/obstétricas
🔹 Menopausa precoce
🔹 Infertilidade
🔹 Abortos recorrente
206
Dermatite herpetiforme
Fonte: https://doctorhoogstra.com/pt/wiki/dermatite-herpetiforme/
✔Rastreamento 🧭:
🔹 Indicações:
■ Parentes de 1° grau celíacos
■ DM1, tireoidite autoimune ou hepatite
autoimune
■ Deficiência de IgA
■ Síndrome de Down, Turner e Williams
■ ↑Transaminases sem causa estabelecida
■ Infertilidade
■ Osteoporose
■ Síndrome do intestino irritável
■ Dermatite herpética
208
Evolução histológica da doença celíaca
Fonte:
https://endoscopiaterapeutica.com.br/artigoscomentados/artigo-comentado-avaliacao-endoscopica-da-doe
nca-celiaca/?print=print
✔Conduta :
Se crise celíaca:
209
1. Correção da desidratação
2. Reposição de albumina
3. Transfusão de sangue
4. Uso de vitamina K
Se não ou já resolvida:
1. Dieta sem glúten
➜ Normaliza a mucosa intestinal
■ Melhora humor e apetite
■ ↑peso em 8-15 dias /Recuperação do
peso em 1 ano
■ Recuperação da estatura em 3 anos
🔹 Trigo, centeio, cevada
🔹 Aveia (5% tem reação cruzada)
2. Seguimento
🔹 Avaliar adesão ao tratamento
🔹 Atividade da doença, sintomas
🔹 Tratar déficits nutricionais
3. Orientações
🔹 Nos primeiros dias pode ter distensão
abdominal e ↑volume de fezes
🔹 Importância do tratamento mesmo em
assintomático:
■ Risco aumentado de:
🔹 Adenocarcinoma de intestino
delgado
🔹 Carcinoma de esôfago e
faringe
🔹 Linfoma
4. Se dermatite herpetiforme persistente após dieta
sem glúten:
🔹 Dapsona
210
Doenças Inflamatórias Intestinais
211
Retocolite Ulcerativa
(RCU)
213
Diferenças clínicas e de localização entre RCU e DC
🔹 Laboratório
■ Anemia
🔹 Ferropriva
■ ↑plaquetas
■ ↑VHS, ↑PCR
■ ANCA (💡 ANCA = Não Crohn), ASCA
■ Fezes
🔹 ↑Calprotectina fecal (>250 μg/L)
214
🔹 Lactoferrina fecal
🔹 Colonoscopia
■ Eritema
■ Erosões
■ Úlceras
🔹 Biópsia
■ Criptite
■ Pseudo-pólipos
Fonte: https://anatpat.unicamp.br/lamtgi5.html
🔹 Diagnóstico diferencial
■ RCU
🔹 Ver tabela
■ Tuberculose intestinal
🔹 Úlcera ileal
🔹 Granuloma caseoso
■ Colite pseudomembranosa
🔹 Uso recente de antibióticos
215
■ Citomegalovírus
■ Colite isquêmica
■ Lesão medicamentosa
✔Classificação 🗃:
Localização:
🔹 Proctite/Retossigmoidite (50%)
🔹 Colite esquerda (30%)
🔹 Pancolite (20%)
216
Classificação detalhada da RCU
Fonte: http://derival.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Distribui%C3%A7%C3%A3o-da-RCU.jpg
Fonte:
https://endoscopiaterapeutica.com.br/caso-clinico-tratamento-de-fistula-de-gastroenteroanastomose-pos-b
ypass-gastrico-em-y-de-roux-2/
217
Escala de gravidade de Truelove e Witts:
🔹 Parâmetros:
■ Evacuações/dia
■ Sangramento
■ Pulso
■ Temperatura
■ Hemoglobina
■ VHS
Fonte: http://www.crohnecolite.com.br/2013/11/atividade-retocolite.html
✔Conduta :
Se não:
1. Conversar sobre o objetivo
🔹 Remissão clínica e endoscópica
2. Considerar situação do paciente
🔹 Classificação de Truelove e Witts
🔹 Fatores de mau prognóstico
■ Jovem
■ Colite extensa
■ Associação com CEP
🔹 Padrão de recorrência
🔹 Doença extra-intestinal
🔹 Acessibilidade, segurança
3. Tratamento medicamentos
Indução:
➜ Em crises/fase aguda (induzir remissão)
Opções:
🔹 Aminossalicilatos
➜ Anti-inflamatórios
■ Mesalazina
➜ VO ou enema
■ Sulfassalazina (sulfapiridina + 5-ASA)
➜ VO
🔹 Corticoides
■ Prednisona (VO)
219
■ Hidrocortisona, metilprednisolona
(parenteral)
■ Enema: budesonida
Escolha:
🔹 Proctite leve ➡ mesalazina enema
🔹 Colite leve/moderada ➡ aminossalicilato
oral + supositório
■ Se refratário ➡ corticoide
🔹 Colite moderada/grave ➡ Corticoide
Manutenção:
🔹 Imunossupressores (poupador de corticoide)
■ Azatioprina
➜ VO
■ Metotrexato, ciclosporina
➜ Parenterais
➜ Se refratário ➡ Imunobiológicos
➜ Mais potentes, alto custo
■ Anti-TNF
🔹 Infliximab
🔹 Adalimumab
■ Outros
➜ Se refratário ➡
proctocolectomia total + bolsa
ileal
220
Doença de Crohn
(DC)
🔹 Laboratório
■ Anemia
🔹 Ferropriva
🔹 Megaloblástica (↓B12 - se
acometimento ileal)
223
↑plaquetas
■
↑VHS, ↑PCR
■
ASCA (💡 ASCA = Sim Crohn),
■
Fezes
■
🔹 ↑Calprotectina fecal (>250)
🔹 Lactoferrina fecal
🔹 Enterotomografia/enterorressonância
➜ Avaliar intestino delgado
■ Feito com contraste oral
*outra opção: cápsula endoscópica
🔹 Colonoscopia/EDA
■ Úlceras profundas
🔹 Padrão em “pedras de calçamento”
Padrão em “pedras de calçamento”
Fonte:
https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/625/1/Trabalho%20de%20Conclus%C3%A3o%20de%20C
urso%20TCC%20finalizado.pdf
🔹 Biópsia
■ Granuloma não caseoso
🔹 Caseoso é na TB intestinal
224
Histopatologia da DC - granuloma não caseoso
Fonte:
https://www.abc.es/salud/enfermedades/abci-enfermedad-crohn-podria-realidad-patologias-distintas-2016
10141416_noticia.html
🔹 Diagnóstico diferencial
■ RCU
🔹 Ver tabela
■ Tuberculose intestinal
🔹 Úlcera ileal
🔹 Granuloma caseoso
■ Colite pseudomembranosa
🔹 Uso recente de antibióticos
■ Citomegalovírus
■ Colite isquêmica
■ Lesão medicamentosa
225
Diferenças entre RCU e DC na colonoscopia e biópsia
✔Classificação 🗃:
Classificação de Montreal
🔹 Idade do diagnóstico (age)
■ A1 ➡ ≤16 anos
■ A2 ➡ 17-40 anos
■ A3 ➡ >40 anos
🔹 Localização (location)
■ L1 ➡ ileal (30-35%)
■ L2 ➡ colônica (25-35%)
■ L3 ➡ ileocolônica (30-50%)
■ L4 ➡ Isolada do trato gastrointestinal superior
(5%)
226
🔹 Comportamento (behavior)
■ B1 ➡ não estenosante nem penetrante
■ B2 ➡ estenosante
■ B3 ➡ penetrante
■ p ➡ doença perianal (50%)
✔Conduta :
227
🔹 Padrão de recorrência
🔹 Doença extra-intestinal
🔹 Acessibilidade, segurança
3. Tratamento medicamentoso
Indução:
➜ Em crises/fase aguda (induzir remissão)
🔹 Corticoides
■ Prednisona (VO)
■ Hidrocortisona, metilprednisolona
(parenteral)
■ Enema: budesonida
Manutenção:
🔹 Imunossupressores (poupador de corticoide)
■ Azatioprina
➜ VO
■ Metotrexato, ciclosporina
➜ Parenterais
➜ Se refratário ➡ Imunobiológicos
➜ Mais potentes, alto custo
■ Anti-TNF
🔹 Infliximab
🔹 Adalimumab
■ Outros
➜ Se refratário ➡ cirurgia
*Em casos graves, inicia-se direto com
imunomobiológico +/- imunomodulador
228
Colites microscópicas
229
🔹 Linfocitose intraepitelial
➜ ≥20 a cada 100 células
■ Colite colagenosa
🔹 ↑espessura da banda de colágeno
■ >10 μm
✔Conduta :
1. Suspender gatilho
2. Budesonida oral
230
Doença de Whipple
✔Conduta :
1. Ceftriaxona IV
🔹 14 dias
2. Sulfametoxazol+Trimetropin
🔹 VO por 1 ano
231
Tumor Carcinóide
🔹 TC/RNM/PET
Se identificado o tumor ➡
■
Endoscopia/colonoscopia (com biópsia)
🔹 Laboratório
■ Ácido 5-hidroxi-indolacético urinário
■ Cromograninas
✔Conduta :
233
Vipoma
(Síndrome de Verner-Morrison)
🔹 Dosagem de VIP
■ >200 pg/mL
✔Conduta :
234
Gastrinoma
(Síndrome de Zollinger-Ellison)
🔹 Dosagem de gastrina
■ >1000
✔Conduta :
1. IBPs
2. Ressecção cirúrgica
235
Parasitoses intestinais
➜ Protozoários
🔹 Entamoeba histolytica
🔹 Giardia lamblia
🔹 Isospora belli
🔹 Cryptosporidium spp.
➜ Helmintos
🔹 Ascaris lumbricoides
🔹 Taenia spp.
🔹 Schistosoma mansoni
🔹 Ancylostoma duodenalis
🔹 Strongyloides stercoralis
🔹 Necator americanus
🔹 Toxocara canis
236
➜ Helmintos que fazem ciclo de Loss (ciclo
pulmonar)
🔹 S trongyloides stercoralis
🔹 A scaris lumbricoides
🔹 N ecator americanus
🔹 T oxocara canis
🔹 A ncylostoma duodenalis
■ Tosse seca
■ Broncoespasmo
■ Eosinofilia
■ Pneumonia intersticial
🔹 Parasitológico de fezes
■ 3 amostras
🔹 Sorologias específicas
237
Protozoários
Amebíase
Fonte: https://www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html
238
✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?
Clínica (90% assintomáticos)
🔹 Fase intraluminal
■ Colite invasiva
🔹 Diarreia invasiva
■ Sangue e muco
🔹 Perda de peso
■ Ameboma (pseudotumor)
🔹 Obstrução intestinal
🔹 Fase extraluminal
■ Abscesso
🔹 Hepático (mais comum)
■ Sexo masculino
■ Único
■ Mais comum no lobo direito
■ Febre, dor em HCD
■ Sudorese noturna
■ Sinal de Torres-homem
🔹 Dor à percussão do
gradil costal direito
■ Líquido de aspecto
achocolatado (em “pasta de
anchova”), inodoro
🔹 Pericárdio
🔹 SNC
🔹 Parasitológico de fezes
■ 3 amostras
🔹 Sorologia ELISA
239
✔Conduta :
1. Tratamento medicamentoso
🔹 Intraluminal
■ Nitazoxanida
■ Paramomicina
■ Iodoquinol
🔹 Extraluminal
■ Tinidazol
■ Metronidazol
■ Secnidazol
2. Se abscesso hepático ➡ avaliar drenagem
240
Giardíase
🔹 Parasitológico de fezes
🔹 Método de Faust/exame a fresco
✔Conduta :
1. Tratamento medicamentoso
➜ 5 dias
🔹 Imidazólicos
■ Tinidazol
■ Secnidazol
■ Metronidazol
🔹 500 mg 8/8h VO por 7 dias
🔹 Albendazol
■ 500 mg 8/8h VO por 5 dias
2. Controle de cura
🔹 PPF 7, 14 e 21 dias após tratamento
241
Helmintos
Ascaridíase
242
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
🔹 Parasitológico de fezes
🔹 Visualização (se exteriorização)
🔹 Exames de imagem
✔Conduta :
1. Medicamentoso
🔹 Albendazol
■ 500 mg 8/8h VO por 7 dias
🔹 Mebendazol
2. Piperazina + óleo mineral (se obstrução)
243
Teníase
Ciclo teníase
Fonte: https://www.cdc.gov/dpdx/taeniasis/index.html
244
■ Perda de peso
■ Diarreia ou constipação
🔹 Proglotes nas fezes
🔹 Parasitológico de fezes
■ Identificação de ovos ou proglótides
✔Conduta :
1. Tratamento medicamentoso
🔹 Albendazol
🔹 Praziquantel
🔹 Mebendazol
245
Esquistossomose
(Barriga d’água, Xistose, Mal do Caramujo)
246
Ciclo de vida da esquistossomose
247
■ Dermatite cercariana (penetração da cercária
na pele)
■ Apenas na fase aguda
Fase crônica:
🔹 Normalmente afebril
🔹 Hepatomegalia
➜ Evolução para adulto nos vasos hepáticos
■ Deposição de ovos pode causar fibrose
periportal ➡ hipertensão portal hepática
pré-sinusoidal
🔹 Esplenomegalia
🔹 Hemorragia digestiva alta (varizes de
esôfago)
*Ascite somente em casos muito graves e
avançados
🔹 Sintomas intestinais
➜ Vermes adultos ficam alojados no plexo
mesentérico
■ Anorexia, náuseas
■ Dor abdominal
■ Diarreia
🔹 Complicações
■ Mielorradiculopatia esquistossomótica
➜ Deposição de ovos no sistema nervoso
🔹 Paresia de MMII
🔹 Dor em face interna das coxas
🔹 Acometimento de esfíncteres
■ Glomerulonefrite mieloproliferativa
🔹 Dano pode ser irreversível
■ Hipertensão pulmonar, Cor pulmonale
248
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
🔹 Parasitológico de fezes
■ Método Kato-Katz
🔹 Pesquisa de ovos do Schistosoma
mansoni
🔹 USG
■ Fibrose portal
■ Hepatoesplenomegalia
🔹 EDA
■ Varizes de esôfago
🔹 Diagnóstico diferencial
■ Outras hepatoesplenomegalias crônicas
afebris
🔹 Amiloidose
🔹 Doença de Wilson
🔹 Sarcoidose
■ Cirrose (contém ascite)
✔Conduta :
Ciclo estrongiloidíase
Fonte: https://www.cdc.gov/dpdx/strongyloidiasis/index.html
250
■ Diarreia
■ Náuseas, anorexia
🔹 Lesões serpiginosas (larva currens)
🔹 Forma disseminada
➜ Principalmente em imunossuprimidos
🔹 Parasitológico de fezes
■ Método Baermann-Moraes
✔Conduta :
3. Tratamento medicamentoso
🔹 Albendazol
■ 500 mg 8/8h VO por 7 dias
🔹 Ivermectina
■ 200 mcg/kg VO dose única
🔹 Tiabendazol
251
Referências
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