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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS PATOLOGIAS DO

SISTEMA DIGESTÓRIO E ÓRGÃOS ANEXOS

FISIOPATOLOGIA E
DIETOTERAPIA DAS
PATOLOGIAS DO ESÔFAGO

Profª. MSc. Andrea Schulz


ESÔFAGO: CONCEITOS INICIAIS
• Tubo muscular que se estende do esfíncter superior esofágico até
a junção esôfago-estômago com função de conduzir a deglutição;
• Conforme o bolo alimentar é movido voluntariamente da boca
para a faringe, o esfíncter superior relaxa, o alimento se move
dentro do esôfago e o esfíncter inferior relaxa para receber o
bolo alimentar;
• As ondas peristálticas movem o bolo alimentar para o esôfago e
para dentro do estômago;

Os distúrbios do esôfago são causados por problemas de


deglutição, obstrução, inflamação, função anormal do esfíncter ou
ainda devido problemas neurológicos (como a disfagia).
ESÔFAGO
ESÔFAGO

Epiglote e sua importância


PATOLOGIAS DO ESÔFAGO
❖ ACALASIA E MEGAESÔFAGO

❖ ESOFAGITES

❖ DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

❖ HERNIA DE HIATO

❖ DISFAGIAS

❖ ESOFÂGO DE BARRET

❖ CÂNCER DE ESÔFAGO
ACALASIA

❖ Alteração neuromuscular da cárdia (esfíncter esofágico


inferior - EEI), causando dificuldade de passagem do
alimento do esôfago para o estômago e podendo evoluir
com dilatação do esôfago (megaesôfago).

❖ É a mais clássica das disfunções motoras do esôfago


caracterizada pela impossibilidade em relaxar com
obstrução da passagem dos alimentos até o estômago.
ACALASIA
CÁRDIA
• DEFINIÇÃO

ACALASIA
ACALASIA - FISIOPATOLOGIA
Etiologia:
❖ Idiopática;

❖ Secundária: Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi)

Destruição dos plexos mioentéricos da parede


esofágica, com perda progressiva dos movimentos
peristálticos e da capacidade de relaxamento do
esfíncter esofágico inferior, a cárdia.

❖ Contração permanente EEI


❖ Ausência de peristalse esofágica
ACALASIA – SINTOMAS

Disfagia (sólidos e líquidos) 90%


Êmese 75%
Perda de peso 60%
Dor torácica 40%
Pirose 40%
Tosse noturna 30%

A acalasia de longa duração: causa irritação de


mucosa – alteração de tecido - podendo levar
ao carcinoma esofágico
ACALASIA
• Com a perda do tônus da parede muscular e a dificuldade da
passagem dos alimentos através da cárdia ocorre progressiva
dilatação e alongamento do corpo esofágico, podendo formar
uma grande câmara retroesternal contendo grandes volumes
de alimento e saliva.

MEGAESÔFAGO

❖ DRGE
❖ ESÔFAGO DE BARRET
❖ CARCINOMA
ACALASIA – DIAGNÓSTICO
Radiología:
❖ - Rx tórax + seriografia

Evidência manométrica (padrão ouro):


❖ - Manometria: registro da pressão das
contrações da musculatura do esôfago e
dos esfíncteres esofágicos

Endoscopia
ACALASIA – TRATAMENTO
Objetivos:
❖ Aliviar os sintomas
❖ Melhorar o esvaziamento esofágico
❖ Prevenir complicações (megaesôfago)

Tratamento:
❖ Alargamento mecânico do esfíncter;
❖ Cirurgia (miotomia);
❖ Bloqueio neuromuscular do cárdia com
injeção intramuscular de toxina botulínica
realizada através de EDA
ACALASIA – DIETOTERAPIA

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Idem a dietoterapia para DRGE
❖ Se disfagia: seguir orientações para a mesma
❖ Suplementação oral, e em casos de importante
disfagia → NE e/ou gastrostomia (se o tempo da
TN for superior a 4 semanas).
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE)
DRGE
• Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico
definiu a DRGE como uma afecção crônica decorrente do fluxo
retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou
órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de
sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extraesofagianos,
associados ou não a lesões teciduais

Causas: Incompetência da cárdia e hérnia de


hiato.
DRGE – ASPECTOS GERAIS
❖ Afeta grande parte da população, e grande parte de indivíduos que
apresentam doenças do aparelho respiratório.
❖ Uma das afecções mais frequentes na prática médica, sendo a
afecção orgânica mais comum do tubo digestivo.
DRGE NO RECÉM NASCIDO

❖ Esperado na criança nos primeiros meses de vida


❖ Normalmente desaparece até completar 1 ano
❖ Não esclarecida
❖ Sintomas: êmese, disfagia, recusa alimentar e dor
abdominal
❖ Fórmulas lácteas específicas para este fim
DIAGNÓSTICO DA DRGE
- Anamnese cuidadosa;

- Exames: endoscopia, exame radiológico contrastado


do esôfago, cintilografia, manometria, pHmetria de 24
horas;

A DRGE não tratada pode levar ao ESÔFAGO


DE BARRETT e ESOFAGITE
SINTOMAS DA DRGE

- Pirose (mais comum)


- Halitose
- Eructações
- Tosse
- Pigarro
- Rouquidão
- Algumas vezes a pirose tem localização baixa,
irradiando-se para a região epigástrica.
- Regurgitação ácida
* Às vezes alguns sintomas acima são notados sem
presença de pirose
Quadrantes abdominais
DRGE - TRATAMENTO
COMPLICAÇÕES:
❖ Pode provocar erosões → esofagite, ou menos frequentemente,
úlceras (feridas profundas) e estenoses (estreitamento no esôfago);
❖ Facilita o aparecimento de esôfago de Barrett;

TRATAMENTO:
❖ Objetivo: alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a
prevenção de recidivas e complicações.
❖ Medidas comportamentais, farmacológicas e nutricionais
(implementadas concomitantemente);
DRGE – TRATAMENTO MÉDICO

❖ Redução da secreção ácida: inibidores da bomba de


prótons (omeprazol, pantoprazol), antagonistas de
receptores de H2 e antiácidos
❖ Retardo do esvaziamento gástrico: procinéticos
(metoclopramida, domperidona)
❖ Fundoplicatura: correção cirúrgica da DRGE
(envolvimento completo de 360º do esófago distal
pelo fundo gástrico, formando uma válvula anti-
refluxo)

Fundoplicatura
DRGE – TRATAMENTO COMPORTAMENTAL

❖ Refeições pequenas e frequentes, evitando grandes intervalos e


refeições volumosas;
❖ Comer devagar e otimizar mastigação;
❖ Evitar a ingestão alimentar três horas antes de deitar;
❖ É recomendada uma postura ereta durante e após as refeições, e
dormir com a cabeceira da cama elevada (30cm);
DRGE – TRATAMENTO COMPORTAMENTAL

❖ Elevar a cabeceira da cama colocando blocos de madeira sob os


pés da cabeceira da cama
❖ Evitar roupas que apertem a área abdominal
❖ Parar de fumar (relaxamento da cárdia)
❖ Perder peso no caso de obesidade (aumento da PIA)
DRGE – DIETOTERAPIA
❖ Alimentos ANTIINFLAMATÓRIOS
❖ Corrigir disbiose intestinal
❖ Evitar alimentos que favorecem retardo do esvaziamento
gástrico como excesso frituras, gorduras ruins e excesso de
proteínas
❖ Não tomar líquidos com as refeições
❖ Reduzir ao máximo produtos processados e ultraprocessados
(glutamato, corantes, acidulantes, estabilizantes...)
DRGE – DIETOTERAPIA

❖ Consumir alimentos verdes e vivos (frutas, verduras, legumes, folhas, etc)


❖ Excluir leite e derivados (mesmo sem lactose)
❖ Excluir condimentos industrializados (katchup, mostarda, sazon etc)
❖ Evitar alimentos que relaxam a cárdia: alimentos carminativos (canela, cravo,
menta, hortelã, pimenta) produtos ricos e cafeína (café, chá preto, chá mate),
álcool, doces, chocolate, bebidas gaseificadas
❖ Consumir frutas ácidas de acordo com tolerância
❖ ESTIMULAR DIÁRIO ALIMENTAR!
Alimentos anti inflamatórios e pró
inflamatórios
❖ Anti-inflamatórios: ricos em ácidos
graxos essenciais, selênio, zinco, ácido
fólico

❖ Pró inflamatórios: Ricos em gordura


saturada, ácido araquidônico, alto
índice glicêmico
Alimentos mais anti inflamatórios por
categoria
Vegetais Frutas Peixes e Carnes Leguminosas/
Oleaginosas

Alho Acerola Sardinha Amêndoa

Manjericão Goiaba Salmão Castanha do Brasil

Couve Abacate Atum enlatado Amendoim assado


sem sal

Espinafre Melão Bacalhau

Acelga Abacaxi, Limão Camarão


ESOFAGITE – ASPECTOS GERAIS
❖ Inflamação da mucosa que recobre o interior do esôfago.
❖ Pode vir acompanhada de um estreitamento no interior do
conduto (estenose esofágica).
ESOFAGITE - CAUSAS
AGUDA CRÔNICA
• Tabaco e álcool • Hérnia de hiato
• Infecção viral ou fúngica • Aumento da PIA
(Imunosuprimidos)
• Êmeses recorrentes
• Ingestão de substâncias
irritantes • Redução da pressão da
cárdia (DRGE); acalasia,
• Intubação (TOT)
• Gastroparesia
• Aumento da PIA
(gestante) • Esclerodermia
• Gastroparesia (ex: uso de
opióides,
antidepressivos,
diabetes)
ESOFAGITE CÁUSTICA
❖ Ingestão acidental (crianças) ou com
intuito suicida (adolescentes e adultos) de soda cáustica
(hidróxido de sódio) - presente em desentupidores de pia e
materiais de limpeza;
❖ Órgãos acometidos (boca, faringe, laringe, esôfago
e estômago);
❖ A extensão e a profundidade das lesões determinam a
qualidade de vida futura, que pode ser muito baixa, sendo
submetidos a vários procedimentos endoscópicos (dilatações)
ou cirúrgicos, devido ao estreitamento do órgão e à
cicatrização anômala do esôfago
ESOFAGITE - SINTOMAS

- Sintoma comum é a pirose - dor em queimação


na região epigástrica e subesternal;
- Dor do peito;
- Gosto amargo na boca;
- Halitose (mau hálito);
- Regurgitação e a disfagia;

- Dor de garganta e tosse.


- Rouquidão;
ESOFAGITE

DIAGNÓSTICO
❖ História;
❖ Avaliação clínica;
❖ Exames: a EDA e a pHmetria - mede a
quantidade de ácido que sobe do estômago
para o esôfago no período de 24h.
COMPLICAÇÕES
❖ Se não tratada: estenoses no esôfago e úlceras.
❖ Outra consequência grave é uma lesão que afeta a região inferior do
esôfago e altera seu revestimento interno → Esôfago de Barrett -
pode representar risco de evoluir para uma lesão maligna.
ESOFAGITE - TRATAMENTO

TRATAMENTO
❖ Está diretamente correlacionado com a causa específica da
enfermidade;
❖ Em caso de estenose: dilatações

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS:
❖ Idem DRGE
POR
Em caso de estenose: QUÊ???
❖ Sonda pós pilórica (se previsto cirurgia)
❖ Ostomia (se TN >4 semanas)
HÉRNIA DE HIATO
CONCEITOS IMPORTANTES – HÉRNIA DE HIATO

❖ Diafragma: músculo que separa tórax e abdome

❖ Hiato diafragmático: Orifício presente no diafragma por onde


passa o esôfago (se abre quando o alimento está passando pelo
esôfago em direção ao estômago e se fecha logo em seguida
impedindo o refluxo do mesmo)

❖ Hérnia de hiato: Deslizamento de parte do estômago para a região


do tórax, devido enfraquecimento do diafragma e alargamento do
orifício nele contido
HÉRNIA DE HIATO
HÉRNIA DE HIATO

Normal Hérnia por deslizamento Hérnia paraesofágica


HÉRNIA DE HIATO

❖Contribui para o DRGE e consequentemente esofagite;

• CAUSAS:
❖ Causa é desconhecida;
❖ Pode ser o resultado de uma fraqueza do tecido de
apoio.
❖ Idade avançada, obesidade e fumo são fatores de risco
conhecidos em adultos.
❖ Crianças com hérnia de hiato geralmente nasceram com
ela (congênita).
HÉRNIA DE HIATO

• SINTOMAS:
❖ Idem DRGE

•DIAGNÓSTICO:
-Raio-x contrastado do esôfago, estômago e duodeno (EED);
-EDA;
HÉRNIA DE HIATO

•TRATAMENTO MÉDICO
❖ Objetivo: alívio dos sintomas e prevenção de
complicações;
❖ Clínico ou cirúrgico, na dependência do tamanho da
hérnia de hiato e da intensidade do refluxo
gastroesofágico.
❖ Uso de antiácidos ajudam a controlar os sintomas.
❖ Cirurgia (laparoscopia ou Videolaparoscópica) → casos
mais graves;
HÉRNIA DE HIATO

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Idem DRGE quando tratamento clínico

Após cirurgia corretiva


❖Dieta líquida seguida de DHP
ESÔGAFO DE BARRET
ESÔGAFO DE BARRET
❖ Complicação da DRGE;

❖ Em casos em que o refluxo é persistente, a mucosa do esôfago


tende a passar por modificações para uma melhor adaptação à
presença contínua do ácido. Desta forma, a mucosa do esôfago
troca de tecido por um mais resistente ao ácido, processo este
conhecido como metaplasia, e a este novo tecido dá-se o nome
de esôfago de Barret;

❖ Grande problema → Tecido pré-maligno, ou seja, pode evoluir


para o câncer de esôfago (adenocarcinoma) caso nenhum
tratamento seja instituído, e o refluxo persista.
ESÔGAFO DE BARRET

❖ Acomete 4 homens para cada mulher;


❖ Mais presente nas pessoas da raça branca;
❖ Idade média do diagnóstico do esôfago de Barrett é de 55 anos,
mas suas manifestações podem ter surgido há mais de 10 anos.
❖ Nos pacientes portadores de sintomas da DRGE, o esôfago de
Barrett esta presente em torno de 10%.

SINTOMAS:
❖ Relacionados com a DRGE: pirose (azia), eructações,
disfagia, dor na região na porção superior do abdômen.
ESÔGAFO DE BARRET

DIAGNÓSTICO:
❖ Visualização pela EDA;
❖ Exame anátomo-patológico (biópsia);
❖ Normalmente realizado devido DRGE.

TRATAMENTO
❖ Ressecção cirúrgica ou esofagectomia entre outras;

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Tratar DRGE;
DISFAGIAS
DISFAGIAS

❖ Qualquer dificuldade de deglutição (líquidos ou sólidos) que


interfira no transporte do bolo alimentar da boca ao
estômago.

ETIOLOGIA:
❖ Multifatorial: Pode ser ocasionada por diversas doenças,
tanto em adultos como em crianças e idosos.
❖ Neurogênica (dano no sistema nervoso, congênito ou não)
❖ Decorrente da idade;
❖ Mecânica (traumas de boca e garganta, problemas
estruturais);
❖ Psicogênica (ansiedade ou depressão) ou induzida por drogas
❖ Tempo de intubação (UTI)
DISFAGIAS - SINTOMAS

❖ Dificuldade de mastigar, preparar ❖Palidez ou cianose durante ou


e manter o alimento dentro da após a alimentação
boca ❖Tosse ou pigarro constante
❖ Tempo prolongado para engolir durante a alimentação
❖ Necessidade de engolir várias ❖Engasgos frequentes durante
vezes as refeições ou ao deglutir
❖ Restos alimentares após engolir saliva
❖ Sensação de alimento parado na ❖Falta de ar
garganta ❖Perda de peso
❖ Escape de alimento pelo nariz ❖Pneumonias de repetição
durante a alimentação ❖Falta de interesse em se
❖ Mudança na voz após engolir alimentar
(voz molhada) ❖Necessidade de mudanças na
consistência dos alimentos
DISFAGIA NEUROGÊNICA
❖Quando ocorre disfunção na rede neuronal que
coordena e controla a deglutição;
❖Causada por doenças neurológicas ou traumas:

❖TCE
❖AVE
❖TU tronco cefálico
❖Paralisia Cerebral
❖Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
❖Doença de Parkinson e Alzheimer;
❖ Poliomiosite Sequela de
AVE
DISFAGIA DECORRENTE DA IDADE

❖ Disfagia em pacientes idosos;

❖Perda de força muscular e redução de


velocidade, precisão e coordenação dos
movimentos favorecem a disfagia;
DISFAGIA DECORRENTE DA IDADE

❖ Redução da sensibilidade oral;


❖ Edentulismo ou próteses mal adaptadas;
❖ Diminuição do tônus muscular oral e ou da língua;
❖ Diminuição do tecido conectivo de sustentação da laringe;
❖ Diminuição sensorial do olfato e paladar;
❖ Falta de coordenação boca e mãos;
❖ Distúrbios peristálticos;
❖ Medicações que aumentam a viscosidade e volume da saliva
DISFAGIAS MECÂNICAS

❖Atingem a anatomia, o trajeto, a luz das


mucosas, a falta de estrutura anatômica, o
trauma de estruturas anatômicas, a obstrução
de trajetos.

Disfagia após IOT:


DISFAGIAS MECÂNICAS

Disfagia após IOT:


❖ A intubação orotraqueal (IOT) prolongada pode
proporcionar lesões na cavidade oral, faringe e laringe,
que causam diminuição da motricidade e da
sensibilidade local e comprometem o processo da
deglutição, determinando as disfagias orofaríngeas.

❖ Estas podem desencadear problemas como a


desnutrição e a pneumonia aspirativa, piorando
significantemente o estado clínico do paciente internado;

❖ Pior no paciente idoso;


DISFAGIAS MECÂNICAS

Disfagia após IOT (cont.)


❖ A introdução da alimentação por via oral, nos pacientes que
fizeram uso de TOT, deve ser cuidadosa a fim de garantir a
nutrição adequada e evitar complicações respiratórias.

❖ Risco na reintrodução da via oral: PNM broncoaspirativa


(pode levar ao óbito)

❖ Importância da equipe multiprofissional (FONO)

❖ Teste via oral com alimentos em diversas consistências e


exames de deglutição.
DISFAGIAS
MECÂNICAS

❖ Paciente com TOT necessita fazer


traqueostomia após 7 a 10 dias (riscos
da IOT: úlcera de laringe, disfonia,
paralisia de cordas vocais etc.)
❖ Pacientes com traqueostomia podem
alimentar-se via oral após avaliação
do fonoaudiólogo
❖ Consistência da dieta varia de acordo
com necessidade (semilíquida e até
dieta geral)
TESTE VIA ORAL COM PACIENTE
COM TRAQUEOSTOMIA

❖Teste de azul de metileno para liberação da via oral. Realizado pelo


fononoaudiólogo
DISFAGIA POR ESTENOSE
❖ Ocorre estreitamento do lúmen;
❖ Inflamação e cicatrização da DRGE, injúria cáustica,
acalasia, câncer de cabeça e pescoço.
❖ Inicia afetando a habilidade de deglutir sólidos,
evoluindo para líquidos;

DISFAGIA CONGÊNITA
Mais comum:
❖ Atresia esofágica;

❖ Fistula traqueoesofágica;

❖ Disfagia lusória (compressão


do esôfago por um vaso
sanguíneo.)
DISFAGIA

• Dificuldade no transporte oral do bolo


• Estase do alimento no esôfago
LEVE
• Ausência de histórico de broncopneumonia de repetição
e sem perda nutricional

• Dificuldade no transporte oral do bolo


• Estase do alimento no esôfago com penetração laríngea
MODERADA e aspiração de pequena quantidade de alimento
• Pneumonias esporádicas, déficit nutricional e alteração
do prazer alimentar

• Grande quantidade de estase faríngea com sinais


GRAVE
sugestivos de penetrção laríngea e grande quantidade de
alimento aspirado;
• Pneumonias de repetição, desnutrição e alteração do
prazer alimentar, com impacto social
DISFAGIA

DIAGNÓSTICO:
❖Avaliação clínica da deglutição;
❖Importante a interação entre profissionais;
❖Avaliação fonoudiológica;

TRATAMENTO:
❖Equipe multiprofissional;
❖Depende da causa da disfagia;
DISFAGIA

HISTÓRIA NUTRICIONAL: o que avaliar

❖ Início do problema (agudo ou gradual) - EN;


❖ Peso atual do paciente e história de perda de peso;
❖ Via de alimentação (VO, NE ou NPP ou NPT);
❖ Tipo, quantidade e frequência da dieta recebida;
❖ Tempo médio gasto para uma refeição (se ainda mantiver a
VO);
❖ Dificuldades durante a alimentação (tosse, engasgos,
sufocamento, sensação de estase do alimento, regurgitação
nasal );
❖ Variabilidade e performance alimentar com determinados
alimentos, temperaturas, posturas ou utensílios utilizados;
❖ Impacto psicossocial da disfagia;
DISFAGIA

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Fator muito importante: dieta individualizada,
adequada a cada paciente. As consistências variam,
mas normalmente semilíquida/pastosa (sopas, papas,
mingaus, purês, vitaminas)
❖ Dietas líquidas sem espessar: Risco a muitos pacientes
❖ Avaliar condições nutricionais e corrigir deficiências
nutricionais;
❖ Evolução da dieta: discussão com equipe e FONO
❖ Vários exercícios de fonoaudiologia que ajudam na
disfagia
DISFAGIA

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Atentar quanto à necessidade da suspensão da dieta VO
quando o paciente apresentar riscos de broncoaspiração -
sugerir TNE
❖ Evoluir a consistência conforme a tolerância, evitando bebidas
quentes e excesso de condimentos;
❖ Evitar alimentos que produzam farelos, secos ou quebradiços,
carnes que requeiram muita mastigação, alimentos pegajosos;
❖ Monitoramento constante, reavaliações frequentes;
❖ Espessantes comerciais: néctar, mel, flã, pudim
CÂNCER DE ESÔFAGO

❖ 6º mais frequente entre os homens e 15º entre as


mulheres;
❖ Dois tipos: adenocarcinoma e carcinoma de células
escamosas;
❖ O tipo mais frequente é o carcinoma epidermoide
escamoso, responsável por 96% dos casos.
❖ Fatores: uso de álcool e fumo, seguido do consumo de
bebidas quentes (chimarrão!!), alimentos contaminados por
fungos, dietas ricas em nitritos e nitrosaminas, deficiências
crônicas de certas vitaminas e minerais;
ADENOCARCINOMA
❖ Surge na parte distal do esôfago, na presença de
refluxo gástrico crônico e metaplasia gástrica do
epitélio (esôfago de Barret);
❖ Existe uma forte relação entre sua incidência e
indivíduos obesos;

CARCINOMA CÉLULAS ESCAMOSAS


❖ Derivado do epitélio estratificado não queratinizado,
característico da mucosa normal do esôfago;
❖ Ocorre mais frequentemente em homens a partir dos
50 anos;
❖ Acomete principalmente os terços médio e inferior
(mais de 80% dos casos) do esôfago;
❖ Correlação entre alcoolismo e tabagismo nos pacientes
portadores dessa neoplasia;
CÂNCER DE ESÔFAGO

SINTOMAS:
❖ Na sua fase inicial → não apresenta sinais;
❖ Com o progresso da doença → disfagia,
odinofagia, dor retroesternal (atrás do osso
do meio do peito), dor torácica, sensação de
obstrução à passagem do alimento, náuseas,
vômitos e perda do apetite;
❖ Emagrecimento sem causa aparente;
ATENÇÃO → DESNUTRIÇÃO

DIAGNÓSTICO:
❖ Exame radiológico;
❖ Esofagoscopia, complementada pela biópsia e
citologia;
CÂNCER DE ESÔFAGO

TRATAMENTO
❖Normalmente o paciente chega com metástase –
tratamento paliativo;
❖Dilatação endoscópica;
❖Cirurgia;
❖Quimioterapia: associada ao aumento do estresse
oxidativo, depleção dos níveis de micronutrientes e
ingestão alimentar inadequada devido aos efeitos
colaterais do tratamento.
❖Radioterapia;
CÂNCER DE ESÔFAGO
TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Avaliação nutricional (ASG-PPP);
❖ Orientações para disfagia;
❖ Uso de SVO;
❖ Atenção à necessidade de TNE;
❖ Uso de vitamina E, zinco e selênio têm sido utilizados
para prevenção ou diminuição das toxidades da
quimioterapia;
❖ Radioterapia: estomatite, mucosite, xerostomia,
mudanças na viscosidade da saliva e alteração do
paladar → mudança de consistência, fracionamento,
↑DC e hidratação;
❖ As drogas antineoplásicas causam náuseas, vômitos e
alterações gastrointestinais como diarreia e
constipação. Como proceder?
CÂNCER DE ESÔFAGO
CÂNCER DE ESÔFAGO

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