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→ Roteiro: Anamnese e exame físico; Exames diagnósticos específicos; Biópsia; Exames de estadiamento; Definição
do tratamento
Diagnóstico tardio - Menores taxas de cura e menor sobrevida; Maior morbidade do tratamento oncológico; Maior
custo durante todo tratamento
- Causas: Poucos sintomas em lesões iniciais; Falta de informação sobre a doença; Dificuldade de acesso ao sistema
de saúde; Despreparo dos profissionais de saúde
Vias de disseminação
• Continuidade, contiguidade e por implantes (casos tu de esôfago, órgão não tem serosa; disseminação do tu de
esôfago também se dá por via hematogênica). Tu de esôfago -> continuidade/contiguidade -> adere-se a aorta,
carina -> devo solicitar TC de tórax!
Continuidade x contiguidade: disseminação por continuidade, quando um órgão está acometido pela doença e
o tumor invade o órgão logo em seguida por continuação. E a por contiguidade, quando o tumor invade órgãos
que estão ao lado, adjacentes a esses tumores.
Por implantes -> carcinoma ovário, estomago, colón...
• Linfática
• Hematogênica
Marcadores tumorais - Detecção precoce (PSA); Diagnóstico (CA 125 e AFP); Resposta ao tratamento, recidiva,
prognóstico (CEA, CA 19-9, HCG etc).
→ Oncologia cirúrgica
- 90% dos pacientes necessitam de tratamento - Evitar cirurgias desnecessárias
cirúrgico, curativo ou paliativo. - Conhecimento da fisiopatologia e anatomia
- Definir melhor estratégia para tratamento - Capacidade de enxergar o tratamento cirúrgico como
oncológico. parte de um processo de tratamento Tumor benigno
- Importância do tratamento multimodal. Tumor maligno
- Conhecimento da evolução natural da doença.
Conceitos básicos
- Operabilidade: inerente ao paciente
- Ressecabilidade: inerente ao tumor
-Margem cirúrgica:
* R0: margens microscópicas e macroscópicas negativas * R1: margem microscópica positiva * R2: margem
macroscópica positiva
Tipos de cirurgia
- Diagnósticas: Biópsia incisional; Biópsia excisional; Core biópsia; Via endoscópica
- Cirurgia curativa
- Paliativa (colostomia / higiênica / tratamento de complicações etc)
- Profilática (adenomastectomia / PAF etc). ex: mamectomia, colectomia
Fatores de risco:
• A falta de serosa do esôfago tende a favorecer a extensão local do tumor (ex: crosta da aorta). Tumores dos
terços superior e médio podem infiltrar a árvore traqueobrônquica (fistula esôfago-bronquica), aorta e nervo
Diagnóstico: O diagnóstico clínico de neoplasia maligna de esôfago deve ser suspeitado em todo caso de disfagia de
início recente, principalmente quando apresenta caráter progressivo e está associada à perda ponderal significante
(≥10% do peso). Deve identificar-se a presença de fatores de risco conhecidos, como etilismo e tabagismo, além da
presença de história familiar de neoplasia.
O exame físico deve ser detalhado, na busca de sinais clínicos de doença avançada, como linfonodomegalia na cadeia
supraclavicular, que devem ser confirmados com punção aspirativa por agulha fina (PAAF).
- Diagnóstico: endoscopia com biópsia e esofagograma
- Estadiamento: USE (ultrassom endoscópico ou eco endoscopia), TC, RM
1. TC: é o exame complementar mais utilizado no estadiamento do câncer de esôfago. Na avaliação do tumor
primário (T), a TC não oferece resolução para identificação do nível de penetração na parede do esôfago e assim
permitir a diferenciação entre T1, T2 e T3. No exame, a parede do esôfago normal apresenta espessura de até 3mm.
O achado de espessura igual ou maior do que 5 mm é considerado sugestivo de processo expansivo, sendo o achado
de espessamento assimétrico o principal indicativo de neoplasia esofágica. A identificação da doença T4 (invasão de
estruturas contíguas) através do borramento do plano gorduroso periesofágico apresenta sensibilidade de 25% e
especificidade de 94%. A invasão da aorta pode ser suspeitada pela área de interface entre o tumor e a aorta.
Em resumo, pode-se concluir que a TC é um bom exame para a avaliação inicial, pois pode identificar com razoável
acurácia os pacientes que não são candidatos a tratamento radical, porém não informa adequadamente sobre o
grau de penetração da parede (T) e a presença de doença nodal (N)
Critérios de Akiyama: critério de estadamento baseado na TC. normalmente o esôfago apresenta trajeto retilíneo
abaixo da crosta da aorta. A presença de tumor com extravasamento, além de sua parede, leva à infiltração dos
tecidos mediastinais adjacentes, com distorção da coluna de bário na esofagografia e desvio do seu eixo (angulação
da lesão tumoral em relação a aorta, se essa angulação for maior que 45º não devo operar!). Akiyama et al.
demonstraram que na presença de desvio do eixo, 74% dos tumores apresentavam invasão, além da parede
esofágica, o que os caracteriza como tumores localmente avançados (T3/T4).
2. EUS: parede do esôfago é vista como 5 camadas de ecogenicidade característica, o que permite a precisa
identificação do grau de penetração do tumor. A quarta camada, que representa a muscular própria, e de
importância capital, já que permite a diferenciação de lesões T1-T2/T2-T3. A EUS permite ainda a subdivisão de T1
em T1m, com acometimento exclusivo da mucosa e T1sm, onde ocorre invasão da submucosa, com implicações na
indicação de ressecção endoscópica (T1m = ressecção endoscópica -> Mucosectomia; T1sm= ETH).
A acurácia no estadiamento do tumor primário é de 63% a 84%. A sensibilidade e a especificidade são diretamente
proporcionais ao T, atingindo 88-100% nos tumores T4.
As principais limitações da EUS são os tumores estenosantes, maiores do que 5cm e localizados na JEG (junção
esôfago gástrica), além de sua dependência em função da experiência do examinador. Os tumores estenosantes não
3. RM
4. Broncoscopia: No caso de tumores localizados no esôfago torácico (1/3 médio), acima da carina, está indicada a
realização de broncoscopia para afastar a possibilidade de invasão da árvore traqueobrônquica, o que contraindica
a realização de tratamento cirúrgico ou radio quimioterápico (para evitar fístula traqueoesofágica)
5. PET-CT: é recomendada com vistas ao estadiamento, assim como no planejamento terapêutico e avaliação da
resposta. Baseia-se na injeção intravenosa de radiofármaco, na maioria dos casos molécula de glicose marcada com
flúor – 18-fluordeoxiglicose (FDG). A distribuição do radiofármaco é proporcional à atividade meta-Mica (consumo
de glicose no caso do FDG), podendo, assim, identificar tecidos de alto catabolismo, característica do tecido
neoplásico. O seu emprego no estadiamento do câncer é recente, porém vários estudos mostraram que a PET é
sensível (78-95%) na detecção do turmo primário, mas não apresenta resolução para determinar o grau de
penetração (T). O principal emprego da PET é na detecção de doença metastática, alcançando a sensibilidade de 74%
e especificidade de 90%. Quando comparada à TC, a PET foi capaz de detectar até 20% de metástases ocultas (falso-
negativos no exame tomográfico), evitando, assim, a exploração cirúrgica desnecessária e suas consequências nesta
parcela de pacientes. Na evidência de doença metastática perdem o valor para estadiamento tanto a EUS, quanto a
PET-TC.
Base do tratamento: A base do tratamento continua sendo a ressecção cirúrgica, devendo ser indicada a todos os
pacientes com bom PS, reserva fisiológica (para tolerar uma cirurgia de grande porte) e que apresente doença em
estádio inicial. A ressecção cirúrgica é a modalidade curativa-padrão para pacientes com tumor ressecável de esôfago
médio. Naqueles que declinam ou não são candidatos à esofagectomia, recomendamos tratamento combinado
definitivo de RT e QT. A presença de disseminação linfonodal por lesões T1 limitadas à mucosa é bastante
infrequente. Entretanto, em tumores que atingem a submucosa, a incidência é de 36% para carcinoma epidermoide
e 20% para adenocarcinomas.
→ Ressecção endoscópica - Tumores precoces; Restritos a mucosa T1m; Utilizado mais em pacientes
assintomáticos, achado incidental; É fundamental que a peça seja adequadamente preparada e fixada
→ Cirurgia - O tratamento cirúrgico permite oferecer a chance de cura
- É um procedimento agressivo atingindo morbidade de 40% – e mortalidade de 10%
- O princípio é a ressecção do esôfago junto com a parte proximal do estômago com margens amplas e
linfadenectomia adjacente ao esôfago e reconstituir a continuidade do tubo digestivo
- Cadeias linfonodais: paratraqueais, infracarinal, mediastino inferior, tronco celíaco e pequena curvatura
- A forma mais comum de reconstrução é com tubo gástrico
-A cirurgia minimamente invasiva vem sendo utilizada e é a preferida
ETH (imagens): Cervicotomia a esquerda! Obs -> acometo o nervo vago, logo -> piloroplastia ( acabei com a inervação
durante a cirurgia)
Tratamento multimodal
1. Terapia neoadjuvante com quimiorradioterapia - Trata-se da opção mais frequente para tumores localmente
avançados ressecáveis.
2. Quimioterapia neoadjuvante/perioperatória - Pode ser uma opção para os adenocarcinomas da JEG
3. Quimioradioterapia adjuvante
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Epidemiologia
- Pacientes na 5ª/6ª década de vida, raça branca mais prevalente no sexo masculino
- Esôfago distal (tipo I): DRGE + Barrett – tem que fazer uma investigação sobre o passado clínico do paciente
- Outros fatores de risco: Infecção pelo Helicobacter pylori (tipo III), predisposição genética, consumo de alimentos
gordurosos e defumados, obesidade, tabagismo, baixas condições socioeconômicas
Classificação de Siewert:
• Tipo I: Tumores onde o centro da lesão está localizado de 1 a 5 cm acima da
JEG, independente da invasão da JEG. = Adenocarcinoma de esôfago distal
• = Tipo II: Tumores que invadem a JEG, onde o centro da lesão está localizado
entre 1cm acima e 2 cm abaixo da JEG. Adenocarcinoma de cárdia
verdadeiro
• Tipo III: Tumores que invadem a JEG, onde o centro da lesão está localizado
entre 2 e 5cm abaixo da JEG. = Adenocarcinoma subcárdia
Obs: A classificação ajuda a escolher o tipo de técnica a ser utilizada.
Patologia
Tipo histológico mais comum: adenocarcinoma
- Tipo I: relacionada ao esôfago de Barrett -> metaplasia intestinal
- Tipo II: localizado na área da junção epitelial (cárdia) – mudança da mucosa esofágica para a mucosa gástrica
- Tipo III: mucosa gástrica (Helicobacter pylori, gastrite atrófica). Pouco diferenciados ou indiferenciados;
progressivos (prognóstico pior).
- Há um consenso geral de que a gastrectomia total com esofagectomia abdominal associada à linfadenectomia D2
deve ser o tratamento padrão para tumores Siewert III e adenocarcinomas gástricos
- Após uma ressecção R0, os dois principais fatores preditivos de recorrência são: envolvimento linfonodal e invasão
tumoral além da muscular da mucosa
- As taxas de sobrevida em 5 anos aplicadas à classificação de Siewert são: 40% para tumores tipo I; 30% para tumores
tipo II e 25% para tumores tipo III
- Experiência do cirurgião é fundamental para a taxa de sobrevida!
Tratamentos adjuvante e neoadjuvante
- A maioria dos pacientes com doença potencialmente ressecável carrega um alto risco de recorrência, seja local ou
sistêmica
- Indicação de tratamento complementar quer de forma adjuvante (pós-operatória), quer de forma neoadjuvante
(pré-operatória), com radioterapia associada à quimioterapia ou com quimioterapia isolada, é recomendada
Tumor gástrico
- Quase 100 mil de novos casos/ano no mundo; 4ª maior incidência de tumor maligno
- Segunda causa de óbito por câncer no mundo
- Predomina em países em desenvolvimento; No Brasil, é a 6ª maior incidência de tumor maligno
Epidemiologia Fatores de risco
- 7ª década de vida, sexo masculino, países em desenvolvimento
- Classificação de Lauren (subdivide o adenocarcinoma em 2 tipos)
-> adenocarcinoma intestinal ou difuso
• Tipo intestinal: surge de lesões precursoras – gastrite crônica
atrófica, metaplasia intestinal e displasia (perfil do paciente:
sexo masculino e idosos)
• Tipo difuso: não surge de lesões pré-malignas, tem incidência
semelhante em ambos os sexos, é mais comum em pacientes
jovens e associa-se a um pior prognóstico
- Maior declínio mundial na incidência do tipo intestinal
comparado com o tipo difuso, cuja diminuição vem ocorrendo de
forma mais gradual
Patologia
- 95% dos tumores gástricos: adenocarcinomas; 5%: linfomas primários, GIST, tumores carcinoides, CEC
Classificação Macroscópica – Borrmann e a Japonesa. Por que a japonesa tem a sua própria classificação? Devido a
incidência do CA gástrico nessa região (lá se faz EDA profilática até)>.
Classificação microscópica
- Lauren (mais usada): tipo intestinal (formações glandulares semelhantes aos adenocarcinomas provenientes de
outras regiões do trato intestinal) x tipo difuso (aspecto de anel de sinete)
- Classificação de Broders: classifica conforme a diferenciação celular (também é bem usada na prática)
→ Bem diferenciado (grau 1)
→ Moderadamente diferenciado (grau 2)
→ Pouco diferenciado (grau 3)
→ Indiferenciado (grau 4)
- Ming: tipos -> expansivo e infiltrativo (associado a um pior prognóstico)
- Organização Mundial de Saúde (OMS): tipo papilífero, tubular, mucinoso e tipo de célula em anel de sinete
História clínica
- Sintomas vagos e inespecíficos: câncer precoce
- Dor (epigastralgia), disfagia (tumores proximais), vômitos persistentes, plenitude pós-prandial, emagrecimento –
sintomas de preditores de câncer tardio
- Exame físico: linfonodomegalia supraclavicular esquerda (nódulo de Virchow), linfonodomegalia axilar esquerda
(nódulo de Irish) ou periumbilical (nódulo da irmã Maria José) – são sinais que remetem à metástase a distância
- A presença de ascite, implantes em peritônio pélvico pelo toque retal (prateleira de Blummer) ou massa ovariana
palpável (tumor de Krukenberg) são sinais de carcinomatose peritoneal (quando todo o peritônio do paciente tem
doença maligna) e de CA avançado.
- Sítios de metástase mais comuns no CA gástrico: fígado, peritônio e os linfonodos não regionais; outros menos
comuns são ovários, pulmões, ossos, SNC e partes moles,
- Diagnóstico padrão ouro: EDA com biópsia: até 7 fragmentos; pode chegar a 98% de acurácia diagnóstica
- Avaliação pré-operatória: doença locorregional (estádio I a III) ou sistêmica (estádio IV)
Diagnóstico
- TC de abdome superior e pelves com contraste venoso e oral: principal exame para avaliação do estadiamento TNM
- RNM: opção para paciente que apresenta alergia a iodo
- USG endoscópico: mucosa e submucosa; importante em paciente que passarão por QT neoadjuvante (pode ver a
profundidade do tumor, visando fazer uma terapia neoadjuvante correta)
- TC de tórax (é sítio de metástase)
- Exames laboratoriais (reposição de eletrólitos, função renal e hepática, coagulograma...)
- PET –TC: mais específico para avaliação de metástase a distância
- Laparoscopia diagnóstica: biópsia e citologia peritoneal
Estadiamento
- Sistema TNM: cTNM + pTNM (mais usada)
- Classificação Japonesa de 2010
- Marcadores tumorais (CEA, CA 19-9, CA 125, CA 72-4) – solicitado no pré-operatório e no acompanhamento
(recidiva?)
- R0: ausência de doença macro/microscópica; R1: doença microscópica residual; R2: doença residual macroscópica
Tratamento adjuvante/neoadjuvante
- Ressecção cirúrgica ainda continua como tratamento curativo
- Estádio IIB – IIIC submetidos a cirurgia: recorrência locorregional ou a distância
- QT adjuvante: geralmente associada a radioterapia para melhor eficácia
- QT neoadjuvante: downstaging -> diminuir a chance de micrometástases
Tratamento estádio IV - 25% dos pacientes, ao diagnóstico, se encontram nesse estádio; 30% dos pacientes com
doença local na TC podem ter metástase (PT-SCAM).
- Ressecção: funciona como aumento da sobrevida
- Maioria dos pacientes com tumor gástrico já não podem ser submetidos a cirurgia curativa
Tratamento paliativo
- M1 (mesmo assintomáticos) e M0 irressecável
- Dor, obstrução, hemorragia digestiva, náuseas, disfagia e perfuração
- Gastrectomia paliativa: pacientes M1 com sintomas graves (melhoria da qualidade de vida)
- TP local: representado pela cirurgia paliativa, radioterapia, métodos endoscópicos ou radiologia intervencionista
- TP sistêmico: quimioterapia paliativa
Perspectivas futuras - Potenciais biomarcadores que poderiam ser usados como alvos moleculares (Terapia
imunobiológica). Principalmente para pacientes IV.
Diagnóstico - EDA: características morfológicas celulares típicas e imunoistoquímica positiva para c Kit (CD 117)
- Ressecção cirúrgica curativa para doença não metastática
Margens negativas checadas com exame de congelação intraoperatória doença residual diminui muito a sobrevida
GIST -> terapia biológica = Imatinibe (excelente resultado).
Escolha cirúrgica = Laparoscopia
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Tumor Maligno de Fígado - Hepatocarcinomas
Causa mais comum de CA primário de fígado = Cirrose.
USG = melhor diagnóstico.
Anatomia do fígado: é muito importante para as segmentectomias cirúrgicas.
Considerações importantes: O fígado tem duas redes vasculares importantes de nutrição: venosa e arterial - Venoso:
70 a 75% (50 a 70% de O2); Arterial: 25 a 30% (30 a 50% de O2). Por isso muitas neoplasias drenam para o fígado.
Veia porta-> é ramo da mesentérica + esplênica.
Escala Meld: avalia a possibilidade de transplante. Escala do modelo para doença hepática em estágio terminal. A
escala MELD ou Modelo para Doença Hepática Terminal é um sistema de pontuação para avaliar a gravidade da
doença hepática crônica. Ela utiliza os valores do paciente de bilirrubina sérica, creatinina sérica e índice
internacional normalizado (INR) para predizer sobrevida. Este sistema também é utilizado para priorizar a alocação
dos pacientes para transplantes hepáticos. É calculado de acordo com a seguinte fórmula:
O que quer dizer o valor do MELD? Na interpretação da escala MELD em pacientes hospitalizados, a mortalidade em
3 meses é:
• Se MELD = 40 ou mais: significa que há risco de 100% de mortalidade em 3 meses
• Se MELD = 30 a 39: significa que há risco de 83% de mortalidade em 3 meses
• Se MELD = 20 a 29: significa que há risco de 76% de mortalidade em 3 meses
• Se MELD = 10 a 19: significa que há risco de 27% de mortalidade em 3 meses
• Se MELD = <10: significa que há risco de 4% de mortalidade em 3 meses
RAÍSA PONTES ROMA 14
Critérios de Milão = transplante
• Paciente cirrótico com indicações de transplante hepático – CA hepatocelular: Nódulo único <5cm, ou até 3
nódulos <3cm; Ausência de metástases ou invasão do pedículo vascular hepático
• Cura 75% (igual a doenças benignas)
Avaliação da massa hepática – volumetria do fígado por TC tridimensional - usada para (saber se os outros
segmentos irão sustentar ou não. Devo avaliar em caso de:
- Embolização da veia porta (maior suprimento para lobo remanescente e menor
suprimento tumoral)
- Hepatectomia em dois tempos - Cirróticos - Esteatóticos
- Pós-quimioterapia - Radio -ablação
Obs: Imunobiológicos -> inibidores de angiogênese (formação de neovasos) -> podem diminuir a lesão tumoral
(insuficiência hepática.
Paciente com lesão hepática tem 3 caminhos quando usamos imunobiológicos -> tumor diminui/ desparece; não
responde e fica estável; não responde e cresce.
Hepatocarcinoma (CHC)
- É o primeiro câncer do homem amplamente prevenível pela vacina para o vírus da hepatite B e por triagem do
sangue e seus derivados para o vírus B e C da hepatite!!! Obs: Hepatite B -> tem alta resolubilidade. No brasil -> é
mais pelo vírus C.
- A taxa de sobrevida em 5 anos, para pacientes sintomáticos não tratados é menor que 5%. A taxa de sobrevida em
5 anos é de 80% para pacientes com cirrose que apresentam CHC pequeno (menor que 2cm) e são submetidos ao
transplante hepático
- A detecção de pequenos CHC
é crítica (difícil de se detectar)
para o manejo de pacientes
- Fatores prognósticos:
tamanho do tumor, número
de nódulos, invasão vascular,
diferenciação, alfa-feto
proteína (aumento dela =
Hepatocarcinoma),
tratamento neoadjuvante.
Carcinoma hepatocelular =
Neoplasia hepática primária
mais comum. Associada a
abuso de álcool, infecção por
vírus e outras doenças
infiltrativas
• USG: muito utilizado como “screening” (+AFP?); disponível, barato e não invasivo; tumor pequeno: hipoecoico.
Quanto maior: isso ou hiperecoico e margens mal definidas
• TC: utilizada como forma de
screening primário ou para
confirmação quando
anormalidade no USG; hiperdenso
na fase arterial com “washout” nas
fases tardias
• RNM: mais caro; hiperintenso em
T1 e hipointenso em T2 com
padrão “washout” semelhante à
TC
Contraindicações para ressecção hepática: má função hepática (Child C); alto risco de recorrência tumoral (fatores
preditivos) – tumor >5cm, presença de outras lesões intra-hepáticas, infiltração capsular ao redor do tumor, invasão
de vasos intra-hepáticos (TNVP), presença de metástases extra-hepáticas (linfonodos regionais).
Opções de tratamento
• Ressecção (margens adequadas -> remoção • Transplante
micrometástases -> evitar recidiva; preservação • Terapias ablativas
do parênquima -> sobreviver à cirurgia). Por isso a • Quimioembolização
importância do USG intra operatório. • Quimioterapia sistêmica
Medidas intraoperatórias:
- USG intraoperatório
- Preservação hepática: oclusão vascular: hemi ou
pringle (reduz sangramento); pré-condicionamento
(10min); oclusão intermitente; associação; evitar
exclusão vascular total
- Técnica de secção do parênquima.
São eles: hemangioma; hiperplasia nodular focal; hiperplasia regenerativa nodular; adenoma; hemangioteliomas;
outros (lipoma, fibroma, leiomiomas, mixomas, teratomas, carcinóides, Hamartomas).
Epidemiologia: A incidência da doença aumenta com a idade, apresentando pico após os 50 e 60 anos de idade; As
mulheres são mais afetadas que os homens (2-6 vezes maior); Raça branca mais acometida.
Fatores de risco:
• Inflamação crônica como ponto-chave (etiologia pouco conhecida)
• Colelitíase: risco de 0,5 a 3% –> dependendo do tempo da doença (40 anos) e do tamanho dos cálculos (maiores
que 3 cm)
• Vesícula em porcelana: calcificação intramural devido aos vários anos de colecistopatia crônica (relação com a
cronicidade da inflamação). Obs: USG com vesícula em porcelana -> operação pra ontem!! Normalmente se
acompanha de adenocarcinoma.
• Fístulas enterobiliares (normalmente vesícula se comunica com o duodeno), síndrome de Mirizzi (inflamação
crônica com comunicação entre os ductos biliares cístico, hepático comum e colédoco, gerando uma grande
massa de caráter inflamatório ou tumoral), infecção crônica por Salmonella spp
• Pólipos: são projeções da mucosa e são representados por pólipos de colesterol (colesterolose) – 60%,
adenomiomas, pólipos inflamatórios e adenomas (são benignos!). O risco de câncer está relacionado com o
tamanho dos pólipos: nos maiores de 2 cm (é ca de vesícula biliar!) a incidência é próxima de 100% e nos pólipos
entre 1 e 2 cm pode variar de 43 a 77%. As características que sugerem malignidade são pólipos sésseis, únicos,
largos e hipoecogênicos
• A colecistectomia está indicada nos pólipos maiores que 1 cm, assim como nos pólipos sintomáticos de qualquer
tamanho, nos associados à colelitíase e nos pacientes com mais de 60 anos
• Obs: acompanhamento do pólipo -> 6/6 meses
• Cistos biliares: risco aumentando para colangiocarcinoma (câncer das vias biliares intra hepáticas) ->
anormalidade anatômica da junção biliopancreática proporciona um ducto comum longo (maior que 2 cm) e
normalmente com pressão aumentada do esfíncter de Oddi, o aumento do nível de amilase na bile, com a
ativação de enzimas proteolíticas e alterações na composição da bile -> inflamação crônica. Um ducto termina
no outro, misturando as enzimas pancreáticas com a bile antes da papila.
• Drogas, como a metildopa, contraceptivos orais e isoniazida, têm sido relacionadas com o câncer de vesícula
biliar, bem como pacientes obesos, diabéticos, tabagistas e trabalhadores de indústria de óleos, celulose,
sapatos, têxtil e mineiros expostos ao radônio
Patogênese:
- O principal mecanismo no desenvolvimento do câncer de vesícula biliar é a irritação crônica da mucosa ao longo
de anos, que pode ocasionar transformação maligna (pacientes portadores de colelitíase e colecistite) – acredita-se
que a bile desses pacientes seja mais mutagênica (capacidade de se tornar CA, ao contrário da litogênica que é
susceptível a formar cálculos).
- Outro mecanismo envolve a anomalia do ducto biliopancreático: pacientes mais jovens, ambos os sexos e com uma
menor incidência de colelitíase associada
- História da doença: Displasia -> carcinoma in situ -> carcinoma invasivo também pode ser observado nos
portadores de câncer de vesícula biliar -> transformação de adenoma em adenocarcinoma é mais rara.
Histologia:
- Aproximadamente 90% dos tumores malignos de vesícula são adenocarcinomas (prova de residência), podendo ser
representados por subtipos mucinoso e papilar, este com melhor prognóstico – 60% localizados no fundo da vesícula
- Tipos mais raros: carcinoma adenoescamoso, carcinoma de células escamosas, tumor neuroendócrino de pequenas
células, linfoma e sarcoma
Quadro clínico: Normalmente diagnosticado em estádios avançados, o que dificulta o tratamento com intuito
curativo e determina um prognóstico desfavorável
- Sintomas mais comuns: dor no hipocôndrio direito ou epigástrica, náuseas, vômitos e anorexia, que podem simular
colecistite aguda ou mesmo colecistopatia crônica.
1. TC: Vesícula biliar normalmente quase não aparece na TC. Mas nessa a vemos completamente preenchida e
densa;
2. RNM: tumor de vesícula tornando toda a parede da mesma.
- A colecistectomia radical laparoscópica é factível em mãos experientes e já aceita para tumores T2, porém a
recomendação ainda é a cirurgia aberta pela possibilidade de implantes nos portais
- A colecistectomia simples é suficiente para tratar pacientes com tumores in situ (Tis) e tumores restritos à lâmina
própria (T1a), portanto, o câncer de vesícula incidental (descoberto após a cirurgia de colelitíase) nesse estádio,
descoberto após colecistectomia, é considerado tratado. Já é curativa oncológica, mas ao contrário do pós cirúrgico
da colelitíase, o paciente terá que fazer acompanhamento anual e realizar exames de estadiamento e marcadores
tumorais.
- A doença localmente avançada, considerada tecnicamente irressecável, deve ser manejada por abordagem não
cirúrgica
- A cirurgia pode ter valor paliativo em situações de obstrução biliar, através de hepático-jejunostomia, drenagem
endoscópica das vias biliares (CPRE) a ou via percutânea e em situações de obstrução intestinal, através de desvio
do trânsito intestinal.
- Recorrência elevada: associação de quimio + radioterapia adjuvante (menos para T1N0, que são os descobertos
após o ato cirúrgico)
- Sobrevida em 5 anos estádio IVB: menos que 10%
Epidemiologia: Tumor raro, representa apenas 2% de todos os tipos de câncer e 5 a 30% dos carcinomas hepáticos
- Pico de incidência ocorre na sétima década de vida, com cerca de dois terços dos pacientes com idade entre 50 e
70 anos.
- Colangite esclerosante primária e aqueles com cistos de colédoco apresentam o colangiocarcinoma, em média,
duas décadas antes
- Os asiáticos são pelo menos duas vezes mais afetados do que os brancos e negros. É observado um discreto
predomínio em homens, com relação de 1,3:1,0 e acredita-se que seja decorrente da maior predominância de CEP
(colangite esclerosante primária)
Quadro clínico: A icterícia é a sua apresentação clínica mais frequente (90%). Podem ocorrer também prurido (66%),
dor abdominal (30 a 50%), perda de peso (30 a 50%) e febre (até 20%).
- Quando o tumor está localizado acima da confluência dos ductos hepáticos ou quando apenas os ductos
intrahepáticos (menos de 10%) estão acometidos, geralmente ocorre menos icterícia, porém, são mais observados
dor no hipocôndrio, aumento unilobular do fígado e perda de peso acentuada
- Colangite: mais associada à manipulação das vias biliares após procedimento endoscópico
RAÍSA PONTES ROMA 21
- Sinal de Courvoisier Terrier: presente nas lesões distais ao ducto cístico, quando a obstrução é completa
- Ascite e de hepatoesplenomegalia (25 a 40%) significa invasão da veia portal: mau prognóstico
Diagnóstico:
- Quadro clinico: Dor abdominal + perda de peso + sinais de colestase; Exames laboratoriais
- CEA e CA 19-9: mesmos da vesícula biliar, inespecíficos para diagnóstico inicial (só são específicos para câncer de
pâncreas)
- Colangiografia: por via endoscópica retrógrada (CPRE) ou por uma abordagem percutânea (CTPH, paciente fica com
o dreno exteriorizado) – diagnóstico ou tratamento de pacientes com obstrução biliar
- USG de Abdome Total: melhor exame para vias biliares; no paciente com colangiocarcinoma podemos ver ->
dilatação ductal nos segmentos hepáticos obstruídos podem apontar para o diagnóstico (lesão obstrutiva é sugerida
pela dilatação ductal maior que 6 mm em adultos normais e na ausência de litíase) – com doppler avalia invasão do
sistema portal; obs: operador dependente.
- TC de abdome superior com contraste: para a detecção de tumores intrahepáticos, do nível de obstrução biliar e
da presença de atrofia hepática. Apresenta sensibilidade limitada para a doença extranodal (ou seja, metástases
para os linfonodos periaórticos, pericavais ou da artéria celíaca)
- Colangioressonância magnética: melhor exame para avaliação (estadiamento), onde há criação de uma imagem
tridimensional da árvore biliar, permitindo a avaliação das vias biliares acima e abaixo de uma estenose e das
estruturas vasculares
- Videolaparoscopia, PET-TC, USG endoscópica.
Estadiamento:
- A conduta terapêutica envolve tanto, condições relacionadas com o paciente, quanto com o tumor. A ressecção
cirúrgica curativa ainda é o melhor tratamento. Cerca de 75% dos pacientes são considerados operáveis ao
estadiamento pré-operatório inicial, e a possibilidade de ressecção varia de 10 a 85%.
- A exploração cirúrgica deve ser indicada, tanto para realização do diagnóstico histopatológico (se não houver outro
método), quanto pela possibilidade da execução de um procedimento paliativo nos casos em que a cirurgia curativa
não for factível.
Saber diferenciar o estadiamento do intra-hepático e do Peri-hilar!!!
Critérios de irressecabilidade: Cai na prova! A avaliação pré-operatória deve ser direcionada para a avaliação de
quatro fatores principais que podem limitar a ressecção cirúrgica: lesão metastática, invasão vascular, extensão
anatômica e atrofia hepática.
• Extensão biliar do tumor no interior do parênquima hepático.
RAÍSA PONTES ROMA 23
• Extensão ductal intra-hepática bilateral para canalículos biliaressecundários ou bilaterais.
• Extensão ductal segmentar unilateral com envolvimento contralateral vascular.
• Atrofia lobar com envolvimento contralateral da veia porta ou da artéria hepática ou com envolvimento
contralateraldos canalículos biliaressecundários
• Envolvimento de linfonodos externamente ao pedículo hepático
• Metástases a distância
• Envolvimento ou oclusão da veia porta proximal à sua bifurcação
Tratamento cirúrgico – cai na prova, qual cirurgia realizo de acordo com a posição do colangiocarcinoma.
- A ressecção completa do tumor (ainda com linfonodo) com margens negativas (considera-se um mínimo de 5 mm
– avaliadas por congelação) associada ao restabelecimento do fluxo biliar e à preservação funcional do fígado
remanescente, é o objetivo a ser alcançado.
- Colangiocarcinomas intra-hepáticos: ressecção hepática e a excisão do ducto hepático envolvido
- O benefício de se realizar a linfadenectomia portal de rotina deve ser confrontado com o risco da desvascularização
do ducto hepático comum!
- Tumores periféricos: não se indica a linfadenectomia de rotina
- Tumores centrais: a ressecção biliar extra-hepática é necessária para ampliação da margem lateral, é recomendada
a linfadenectomia em bloco
- Lesões ressecáveis no terço inferior do canal biliar são mais bem tratadas por duodenopancreatectomia (cirurgia
de Whipple -> cai na prova, explicação melhor na aula de ca de pâncreas)
- Nos tumores tipo Bismuth I e II indica-se a ressecção local dos ductos hepáticos direito e esquerdo, do ducto
hepático comum, do colédoco e da vesícula, linfadenectomia regional e hepaticojejunostomia em Y de Roux
- Nos casos em que o CC se estende para os ductos hepáticos direito (Bismuth IIIa) ou esquerdo (Bismuth IIIb) indica-
se de rotina a hepatectomia associada
Tratamento adjuvante:
- Quimioterapia + radioterapia: em associação após a cirurgia devido ao alto índice de recorrência
- Quimioterapia neoadjuvante: não realizada!
- Quimioterapia paliativa
Tratamento paliativo: quando as condições clínicas são de risco, doença residual micro ou macroscópica após
ressecção cirúrgica, doença localmente avançada, inoperáveis à apresentação inicial, doença local recorrente após
tratamento potencialmente curativo, metástases a distância.
- Paliação não cirúrgica (CPRE) X paliação cirúrgica
Imagem: não cirúrgica -> CPRE -> exame + prótese para drenar a via biliar.
- As cirurgias paliativas com o intuito de derivar a via biliar (desvio da via, para drenar em outra região, não tiro o
tumor) são definidas de acordo como segmento acometido.
- Quando há acometimento do terço distal da via biliar pode-se realizar uma coledocojejunostomia ou uma
hepaticojejunostomia em Y de Roux, de forma habitual
- A drenagem cirúrgica simples com um tubo T (Kher) é também uma opção válida para os tumores irressecáveis
- Com o intuito de paliar os quadros álgicos que podem surgir nos casos de tumores irressecáveis das vias biliares,
pode-se realizar a alcoolização esplâncnica com álcool absoluto durante a cirurgia. Com isso melhora-se a dor, e
reduz-se a necessidade de narcóticos.
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• Uma sequência evolutiva conhecida favorece uma prevenção secundária eficaz - Evolução adenoma –
adenocarcinoma:
Rastreamento: - Entende-se o emprego de provas simples e de fácil aplicação em grande massa populacional:
Pesquisa de sangue oculto nas fezes; Retossigmoidoscopia ( só até reto sigmoide); Enema Opaco (contraste de bário,
em desuso); Colonoscopia (melhor, mas deve ser bem indicada, paciente assintomático sem grupo de risco ->
rastreamento no BR a partir de 50 anos).
OBS: o melhor método é aquele barato, fácil de realizar, seguro, aceitável, sensível, específico e altamente preditivo
na população em que é aplicado. Este método ótimo para câncer ainda não existe.
• Sangue oculto: é a única estratégia possível para detecção em massa do câncer cólon-retal. Tem baixa
sensibilidade (60% para câncer e 10% para pólipos) e baixo valor preditivo positivo (10%), significando que 90%
dos pacientes com PSOF positivo não apresentam câncer após avaliação com outros métodos. Mais que 50% dos
pacientes com câncer tem testes negativos. Desta forma, este método não previne o carcinoma e sim permite a
detecção de alguns carcinomas em fases iniciais.
- As colonoscopias com PSOF (pesquisa de sangue oculto nas fezes) negativas encontram 25 a 41% deles com
adenomas.
- Espera-se que métodos imunoquímicos aumentem a sensibilidade e especificidade
• Retossigmoidoscopia flexível: tem sensibilidade de 40 a 50%. Tem a vantagem de um preparo mais simples,
menor duração do exame e menos complicações do que a colonoscopia. Porém é limitada ao reto e sigmoide e
somente cerca de 30% dos pacientes com neoplasias proximais têm alguma lesão ao alcance da RSF.
• RSF X Colonoscopia: a RSF quando comparada com a colonoscopia, deixa de diagnosticar 40% dos carcinomas
avançados e 55% dos pólipos do cólon e reto. Portanto a visualização de todo cólon pela colonoscopia é o padrão
ouro, sensibilidade de até 90%, além de detectar e remover as neoplasias colorretais.
• Assim, representam um polimorfismo intraindividual e interindividual e podem ser utilizados como marcadores
na busca por instabilidades genéticas.
• Se um tumor exibe uma instabilidade genômica numa região de microssatélites de áreas de codificação de um
determinado gene, ocorre o acúmulo de sucessivas mutações, as quais aumentam o potencial de aberrações de
mecanismos intracelulares, promovendo o crescimento celular desordenado e alterações na apoptose das
células. Atualmente, o fenótipo da instabilidade dos microssatélites pode ser avaliado geneticamente,
permitindo a identificação de indivíduos sob risco de desenvolverem tumores associados a esta alteração
genética.
Inativação de mecanismos de reparo de DNA - Um segundo mecanismo genético envolvido na etiologia do HNPCC é
a inativação de mecanismo de reparo do DNA que permite a persistência das alterações nos microssatélites.
- Os mecanismos de reparo do DNA são realizados por uma série de enzimas, cuja função é preservar a autenticidade
do DNA.
- Nos humanos existem seis grupos de genes responsáveis pela manutenção dos mecanismos de reparo do DNA,
sendo ele: hMLH1, hPMS2, hPMS2, hMSH2, hMLH3 e Hmsh6.
- Este grupo de genes ‘protetores’ mantém a célula protegida contra mutações
- A inativação destes genes reparadores pode ocorrer por mutações genéticas transmitidas (como no caso do HNPCC)
ou através de mecanismos epigenéticos.
Rastreamento HNPCC: - Cerca de 70 % das famílias com estes critérios apresentam mutações genéticas. Uma vez
que grande parte dos tumores ocorre no cólon ascendente, a colonoscopia é o melhor método de rastreamento.
Deve-se iniciar aos 20-25 anos de idade ou 5 anos mais cedo do que a idade em que foi diagnosticado o carcinoma
no paciente afetado. A colonoscopia deve ser repetida a cada 2 a 3 anos.
Forma atenuada: É uma variante da PAF caracterizada por menos pólipos (50 a 100). A maioria dos pólipos ocorrem
no cólon direito. Os adenomas em geral são sésseis O carcinoma ocorre mais frequente em idade maior (55 anos)
diferente da PAF (39 anos).
Manifestações extraintestinais que justificam a investigação de PAF: anomalias dentárias; osteomas; adenomas
duodenais; hipertrofia côngenita do epitélio pigmentar da retina
As síndromes polipoides
→ PAF: Gardner e Turcot → Hamartomas: Peutz-Jeghers
→ HNPCC: Muir-Torres e Polipose Familiar Juvenil
Síndrome de Turcot: é síndrome genética rara que se caracteriza clinicamente pela ocorrência pólipos intestinais,
tumor cerebral primário e de múltiplos adenomas colo-retais. Os tumores do Sistema Nervoso Central costumam
ser malignos, usualmente meduloblastomas ou, com uma incidência um pouco inferior, glioblastomas multiformes
e astrocitomas na medula espinal. Demonstrou-se que a associação entre essas características clínicas provém de
pelo menos dois tipos distintos de defeitos germinativos: mutação no gene APC; mutação nos genes de reparo PMS2
ou MLH1.
Síndrome de Peutz-Jeghers: É caracterizada por múltiplas máculas melanocíticas da
cavidade oral e perioral, pólipos gastrointestinais hamartomatosos e aumento da
frequência de neoplasia. Os pólipos são mais comuns no intestino delgado. O
rastreamento ocorre na segunda década; PSOF, EDA e CÁPSULA a cada 3 anos.
Polipose Juvenil Familiar: - 1% das crianças podem apresentar pólipos hamartomatosos. OBS: O pólipo juvenil
solitário não apresenta maior risco de câncer colo-retal.
Pólipos:
Tipos de pólipos:
Adenocarcinoma acima da membrana basal-> adenocarcinoma intramucoso; quando ultrapassa a basal -> carcinoma
invasor de submucosa (já tem chance de disseminação, pois os vasos hematogênicos e linfáticos estão na
submucosa).
A classificação baseia-se nos níveis de invasão da lesão (nível 0-carcinoma não-invasivo; nível 1-invasão da cabeça
do pólipo Ip; nível 2-invasão do colo do pólipo Ip; nível 3-invasão do pedículo do pólipo Ip; nível 4-invasão da base
do pólipo Ip). Todos os pólipos sésseis com carcinoma invasivo são considerados nível 4. A incidência de metástases
do nível 0 a 3 é muito pequena e a partir do nível 4 (invasão de submucosa) é que se observam metástases linfonodais
em até 10% dos casos.
Quanto maior o pólipo maior e maior o componente viloso (vilosidade mais funda) -> maior a chance de malignidade.
Flat carcinoma – lesões deprimidas -> mesmo que de pequeno diâmetro, estão
geralmente em um estágio mais avançado de neoplasia, com invasões mais
profundas do que todos os outros tipos.
Diagnóstico
• Anamnese: alteração funcional; dor abdominal; sangramento; eliminação de muco; perda de peso; massa
abdominal;
• Sintomatologia: alteração de hábito intestinal (70%), cólica abdominal (60%), sangue nas fezes (59%), alteração
consistência fecal (55%), muco nas fezes (42%), dor no baixo ventre (18%). Abaixo de 15%: queda do estado
geral, tumor abdominal palpável, obstrução intestinal, perfuração e fístula colônica.
• Exame físico; Exame proctológico
• Colonoscopia; Clister Opaco; outros exames
Diagnóstico
• Toque retal.
• Colonoscopia com biópsia (se incompleta avaliar colonografia ou
colonoscopia em até 6 meses). Avaliar distância da linha pectínia.
• Estadiamento com TC de abdome superior/tórax. RNM de pelve
em reto médio e baixo.
• CEA.
• Estadiamento com TC de abdome superior/ tórax; RNM de pelve em
reto médio e baixo. Estadiamento de câncer de reto é com RNM!
- Nota. Dois estudos randomizados avaliaram o exame por PET-TC na detecção de lesões extra-hepáticas em
pacientes com metástases hepáticas potencialmente ressecáveis. Um estudo holandês com 150 pacientes mostrou
redução das laparotomias fúteis de 45 para 28%. Em contraste, em estudo canadense com 263 pacientes o exame
por PET-TC modificou a conduta em somente 8% dos casos e não impactou na sobrevida global (SG). Apesar da
diferença de benefício evidenciada entre os estudos, até o momento não temos critérios para selecionar um
subgrupo de pacientes em que o PETTC possa ser mais eficiente. Recomendamos o exame como parte da avaliação
de todos os pacientes antes de ressecção de metástases. Se disponível, a ressonância nuclear magnética (RNM) com
contraste hepatoespecífico (gadoxetato dissódico) é capaz de detectar lesões pequenas não identificáveis por outros
métodos de imagem
- Nos pacientes operados em caráter de urgência ou com lesões suboclusivas, é importante a realização de
colonoscopia completa no pós-operatório, para que se comprove a ausência de tumores ou pólipos sincrônicos
(ocorre até 6 meses da primeira ressecção). Passando desse prazo de 6 meses tenho uma lesão metacrônica. Mas
se for após 2 anos de cirurgia -> recidiva.
- Em cirurgias eletivas de lesões suboclusivas esta avaliação pode ser feita com colonoscopia transoperatória, tanto
em cirurgias laparoscópicas, como em técnicas abertas.
Tratamento neoadjuvante
• O melhor momento para o tratamento combinado em câncer de reto foi estabelecido por três estudos
randomizados: o alemão CAO/ARO/AIO-94, o estudo NSABP R-03 e um coreano.
• O estudo alemão incluiu 823 pacientes em estádio clínico T3-4 ou N+ e comparou tratamento combinado de RT
(50,4 Gy) e QT com 5-FU aplicado no pré versus no pós-operatório.
• O tratamento pré-operatório resultou em redução da recidiva local (6 versus 13%, p=0,006), menor taxa de
toxicidade aguda graus 3 e 4 (27 versus 40%, p=0,001) e tardia (14 versus 24%, p=0,01) e aumento das chances
de preservação do esfíncter anal (39 versus 19%, p=0,004). Não houve diferença de sobrevida entre os grupos.
• O estudo coreano que randomizou 240 pacientes para tratamento combinado pré versus pósoperatório
corroborou os dados do estudo alemão e do NSABP R-03. A droga utilizada foi a capecitabina.
• Nesse estudo não houve diferença em SLD, SG ou incidência cumulativa de recorrência. Entretanto, no grupo de
pacientes com tumor < 5 cm da borda anal, o tratamento neoadjuvante demonstrou maior taxa de preservação
de esfíncter (68 versus 42%, p=0,008).
• O grau de regressão tumoral após radioquimioterapia (QT + RT) neoadjuvante assim como a presença de
linfonodos positivos residuais também são importantes fatores prognósticos para desenvolvimento de
metástases à distância e SLD.
• Alguns grupos avaliaram a opção de não realizar cirurgia após QT + RT neoadjuvantes naqueles pacientes com
resposta clínica completa (RCc). O grupo pioneiro nessa abordagem é brasileiro, e em 99 indivíduos com RCc de
uma amostra com 361 pacientes observou taxa de recorrência de 13%, porém com SG e SLD similares às
encontradas no grupo submetido à cirurgia.
Considerações do tratamento de câncer de reto: Atenção - Tumor de reto médio baixo
- Resposta completa em 20% dos casos de neoadjuvância obstruído ou enterorragia; Colostomia na
- Retossigmoidectomia. urgência.; RDT + QT e depois tratamento
- Amputação abdomino-perineal (Miles). cirúrgico oncológico.
- QT adjuvante
Princípios oncológicos
- Excisão total do mesorreto.
- Margens proximal de 2 cm; Margem distal de 2 cm (aceita-se 1 cm no tratamento neoadjuvante).
- Linfonodos mínimos de 12.
- Doença metastática- Conduta multidisciplinar; Irressecável: QT paliativa; Ressecável: Alto: QT / depois cirurgia;
Médio/baixo: RDT + QT / Cirurgia
Seguimento: 3/3 meses nos 2 primeiros anos. 6/6 meses até o quinto ano; anual após.
O que faço nesse seguimento? Anamnese, exame físico CEA / CA 19-9 / Colonoscopia 1/3/5 ano. Exames de imagem.
Cerca de 85% das recorrências acontecem nos primeiros 3 anos após o diagnóstico. O papel de um seguimento
intenso em indivíduos com câncer colorretal permanece controverso.
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Tumores Malignos do Pâncreas
11ª maior causa de morte relacionada ao câncer no Brasil; originado das células de revestimento dos ductos
pancreáticos; 80 a 85% dos pacientes possuem doença avançada no diagnóstico.
Epidemiologia - Mais comuns em homens; 6ª década de vida; Negros; Esporádico / síndromes hereditárias; 85%:
adenocarcinoma
Fatores de risco:
- A importância destas observações está na possibilidade de abordar estas lesões em formas ainda não invasivas
aumentando, assim, as chances de cura
Obs: O sinal de Virchow (ou sinal de Troisier) é o achado clínico de linfonodo sentinela
supraclavicular esquerdo aumentado, palpável, endurecido e, muitas vezes, aderido à
planos profundos. Esse aumento tem íntima relação com o sistema imunológico,
podendo ser reflexo de doenças neoplásicas, infecciosas e autoimunes.
Diagnóstico
• Exame clínico + exames laboratoriais (função pancreática: amilase, lipase, glicemia, insulina)
• USG endoscópico: serve para realização de PAAF – a biópsia pancreática deve ser
utilizada em tumores irresecáveis onde precisamos saber o tipo histológico para
tratamento quimiorradioterápico
• PET-TC, laparoscopia (usada também para colher biopsia, método diagnóstico e
terapêutico) -> provar que o paciente tem ca pancreático e poder começar o
tratamento de neoadjuvancia.
Estadiamento:
Tipo III -> adicionar TC de Tórax.
- AJCC - TNM: neoplasias exócrinas! Estadiamento cirúrgico é realizado utilizando-se o produto das ressecções
pancreáticas, incluindo os linfonodos regionais. A orientação do AJCC (associação americana da junta de câncer) é a
realização de checagem metódica, macro e microscópica, das seguintes margens: ducto biliar comum, colo