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1.

Apresente a fisiopatologia, epidemiologia, o quadro clínico, os fatores


protetivos, a etiologia, diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão

● O câncer pulmonar origina-se da interação de agentes carcinogênicos ambientais com alterações genômicas nas células
pulmonares.
● O câncer se desenvolve por conta de anormalidades em oncogenes e em genes supressores de tumor:
○ Mutações no gene EGRF (fator de crescimento epitelial)
○ Mutações no gene KRAS
○ Rearranjo do gene ALK
○ Transformação do proto-oncogene RAS em oncogene (benzopireno da fumaça do cigarro)
○ Mutações no gene BRAF
○ Translocações nos genes ROS1 e RET
○ Amplificação do gene HER2
○ Amplificação do gene MYC (carcinoma de pequenas células)
○ Mutações ou deleções do gene TP53 (benzopireno) → A proteína p53 mutada perde sua capacidade de regular o ciclo
celular (ação antiproliferativa) e permite que erros na replicação do DNA passem “despercebidos” pela célula. Com
isso, alterações genômicas deixam de ser corrigidas, aumentando a possibilidade de surgir uma neoplasia.
○ Há genes cujos produtos formados por eles ativam carcinógenos ambientais: família do citocromo P-450 ativa
benzopireno.
● Os oncogenes da família RAS associam-se aos carcinomas de células não pequenas.
● Os oncogenes da família MYC, cuja ativação ocorre por amplificação gênica, têm importância no carcinoma de pequenas
células.
● Anormalidades no gene TP53 estão presentes em mais de 90% dos carcinomas de pequenas células, em 30 a 40% dos
adenocarcinomas e em 50 a 80% dos carcinomas de células escamosas, sobretudo em jovens.

Para finalidade terapêutica e de prognóstico, os tumores pulmonares são divididos em dois grandes grupos:
1) Carcinoma de células não pequenas:
a) carcinoma de células escamosas
b) adenocarcinoma
c) carcinoma de grandes células
d) carcinoma sarcomatoide
e) carcinoma neuroendócrino de grandes células
2) Carcinoma de pequenas células

Fonte: Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia (10th ed.). Grupo GEN.


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527738378
Quadro clínico
Tumores pulmonares centrais → iniciam-se com espessamento da mucosa, que se torna brancacenta, verrucosa e friável; em
seguida, a lesão cresce para a luz ou para fora do brônquio. Na fase avançada, há crescimento para fora do brônquio e invasão
do parênquima e vasos linfáticos peribrônquicos. Antes de causar obstrução brônquica, os tumores centrais são
oligossintomáticos; manifestam-se apenas por tosse seca por irritação da mucosa. Quando há obstrução brônquica incompleta,
surge hiperinsuflação pulmonar por mecanismo valvular (nem todo o ar que penetra consegue sair); se a obstrução é completa,
ocorre atelectasia. Ulceração e necrose do tumor, aliadas à dificuldade na drenagem de secreções pela obstrução brônquica,
favorecem infecções. Bronquite, bronquiectasia, broncopneumonia, abscesso pulmonar e pleurite são frequentes e podem até
mascarar o próprio tumor. Mais tarde, a neoplasia invade o mediastino, pericárdio, vasos (cava superior, ázigo etc.) e nervos
(frênico) e atinge o esôfago (estenose e/ou fístula).

Tumores periféricos → causam sintomatologia quando atingem a pleura (dor, derrame pleural) ou um brônquio; podem
também invadir costelas e coluna vertebral. Tumores do ápice podem infiltrar o tecido conjuntivo do pescoço, vasos linfáticos,
ramos do plexo braquial (dor no ombro e no braço, paralisia no território dos nervos ulnar e mediano) e a cadeia simpática
cervical, causando a síndrome de Horner, que se caracteriza por ptose palpebral, miose e anidrose no lado da lesão.

Metástases ocorrem primeiramente nos linfonodos do hilo pulmonar; mais tarde, atingem linfonodos cervicais e
abdominais, pleura e pericárdio. Metástases pela via sanguínea ocorrem sobretudo no fígado, nos ossos, no cérebro e nas
suprarrenais.
Sinais e sintomas
Câncer de pulmão de células não pequenas
● Perda de peso;
● Anorexia;
● Fadiga;
● Dores musculares difusas e inespecíficas, mais observadas em casos de tumores avançados;
● Tosse persistente → início de manifestação clínica consequente do desenvolvimento locorregional da lesão torácica;
● Dispneia, hemoptise, dor torácica e infecções de repetição → relacionados ao crescimento local tumoral;
● Síndromes paraneoplásicas, embora pouco frequentes nos CPCNP (10%), podem também se manifestar, em especial
osteoartropatia hipertrófica e hipercalcemia;
● Sintomas relacionados a metástases ósseas (dor), cerebrais e outras devem ser investigados.
Câncer de pulmão de células pequenas
● Tosse, dispneia, hemoptise, disfonia, disfagia, febre, síndrome de veia cava superior → São os principais sintomas e estão
relacionados ao crescimento do tumor primário e à infiltração de linfonodos mediastinais;
● Dor óssea, cefaleia, perda de peso, anorexia → Sintomas relacionados às metástases, quando presentes;
● Os pacientes geralmente apresentam sintomas de início recente em relação à data do diagnóstico e frequentemente
(60-65%) apresentam-se com doença metastática.;
● Está entre os tumores que mais frequentemente manifestam síndromes paraneoplásicas. Sinais e sintomas de síndrome de
Cushing, hipercalcemia, osteoartropatia hipertrófica, síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético, assim
como síndrome de Eaton-Lambert podem ser observados.

Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de pulmão é sugerido por manifestações clínicas e alterações radiográficas, devendo ser
confirmado através de material colhido por broncoscopia, punção aspirativa com agulha fina, citologia do escarro, biópsia de
linfonodo e outros.

Tratamento
Carcinomas de células não pequenas → cirurgia, radioterapia e tratamento sistêmico
➔ Primeira opção de tratamento: ressecção cirúrgica.
➔ Pode ser realizada a complementação com rádio ou quimioterapia, dependendo da disseminação do tumor na época da
cirurgia, o que oferece oportunidade de maior sobrevida para alguns pacientes.
➔ Muitos pacientes têm boa resposta à terapia-alvo e à imunoterapia.
➔ Ao diagnóstico, em 50 a 70% dos pacientes a doença já se disseminou em linfonodos regionais ou sítios distantes, resultando
em sobrevida de 5 anos em 13 a 18% dos casos.
➔ Mesmo quando se consideram apenas os pacientes com doença localizada (estádios I e II), que correspondem a um terço
daqueles com carcinoma de células não pequenas tratados com ressecção cirúrgica, há recorrência do tumor em mais de
50% dos casos dentro de 5 anos após a cirurgia.
➔ Imunoterapia: células neoplásicas têm antígenos que podem induzir resposta do organismo capaz de matar apenas as células
malignas, ou seja, as que estimularam tal reação defensiva. A estratégia imunoterápica baseia-se em vários elementos da
resposta imunitária; atualmente, assumiram grande interesse moléculas que bloqueiam a inibição da resposta imunitária
(checkpoints). Linfócitos T citotóxicos têm um receptor de superfície (PD-1, programmed death 1) que, ativado por ligante
existente em células tumorais (PD-L1), impede a resposta citotóxica. Com a disponibilidade de anticorpos anti-PD-1 e
anti-PD-L1, esse bloqueio de linfócitos T pode ser eliminado, permitindo que a resposta imunitária se manifeste e destrua as
células malignas.
➔ Cirurgia → doença inicial ou localmente avançada
➔ Radioterapia → doença inicial, pós-operatória, doença localmente avançada

Carcinoma de pequenas células


➔ É o de pior prognóstico.
➔ O tratamento se faz com quimioterapia, que tem resposta temporária; seu curso clínico é agressivo, com sobrevida média
bem menor do que a de carcinomas de células não pequenas.
➔ Na maioria dos pacientes, à época do diagnóstico a neoplasia apresenta-se em estádio avançado, e a cirurgia não traz
nenhum benefício.
➔ A maioria dos pacientes é tratada com quimioterapia associada à radioterapia. Na doença avançada, combina-se
imunoterapia à quimioterapia. Cirurgia é reservada para casos muito selecionados.

Fonte: Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia (10th ed.). Grupo GEN.


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Epidemiologia
➔ O câncer de pulmão é o de maior incidência e mortalidade mundialmente;
➔ O carcinoma de células não pequenas corresponde a cerca de 85% dos tumores de pulmão, predominando na faixa dos 60 a
65 anos, sendo a maioria diagnosticada em estádios localmente avançados ou metastáticos;
➔ Câncer de pulmão de pequenas células corresponde a 10 a 15% dos diagnósticos de câncer de pulmão; diagnosticado na
idade média de 64 anos;
➔ Responsável por aproximadamente 18% dos óbitos por câncer;
➔ Cresce a incidência e a mortalidade em mulheres nos últimas décadas, embora o predomínio seja em homens;
➔ Predomina entre 35 e 75 anos, com pico entre 55 e 65 anos;
➔ Segundo câncer mais incidente em homens no Brasil;
➔ Quarto câncer mais incidente em mulheres no Brasil
➔ Em 2017, o câncer pulmonar foi responsável por 27.929 mortes, sendo 16.137 em homens e 11.792 em mulheres,
conferindo-lhe o primeiro lugar em mortalidade por neoplasias malignas;
➔ Sobrevida de 5 anos ocorre em cerca de 18% dos pacientes;
➔ Desde a década de 1990, no mundo todo e também no Brasil houve redução na incidência do carcinoma de células
escamosas e aumento na dos adenocarcinomas. No Brasil, estudo recente mostrou que adenocarcinoma, o mais prevalente,
representa 43% dos cânceres pulmonares, enquanto o carcinoma de células escamosas responde por 36,5% das neoplasias
malignas dos pulmões; em terceiro lugar, está o carcinoma de pequenas células (15% dos carcinomas broncopulmonares).

Fatores de Risco

➔ Tabagismo
◆ Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem câncer pulmonar.
◆ Indivíduos com história familial têm risco 2,5 vezes maior do que a população geral.
◆ O fumo, sobretudo em associação com outras substâncias, como asbesto, radônio e radicais livres, é responsável
por 90% dos casos de câncer do pulmão em homens e 70% em mulheres.
◆ O risco depende dos seguintes fatores: carga tabágica, tipo de cigarro e forma de inalar.
◆ Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e nitrosaminas são os carcinógenos mais potentes contidos na fumaça do
cigarro.
◆ Hidrocarbonetos: associam-se mais ao carcinoma de células escamosas, provavelmente porque o tamanho da
partícula facilita sua deposição em brônquios proximais.
◆ Nitrosaminas: depositam-se preferencialmente em bronquíolos terminais, favorecendo o aparecimento de
adenocarcinomas.
➔ Exposição ambiental
◆ Poluição atmosférica
◆ Gás radônio
◆ Tabagismo passivo
➔ Exposição ocupacional
Fonte: Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia (10th ed.). Grupo GEN.
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-> DIagnóstico
articular, de câncer de pulmão é um dos principais desafios enfrentados no Brasil. Não há
informações suficientes a respeito do tempo necessário para que um indivíduo com
sintomas suspeitos receba o diagnóstico de câncer de pulmão, visite um serviço terciário de
saúde e inicie a terapia. No entanto, a alta taxa de diagnósticos em estágio tardio, a baixa
frequência de pacientes que recebem terapia com intenção curativa e o grande número de
pacientes que não recebem tratamento voltado à doença refletem significativo atraso e
ineficiência do processo diagnóstico, pelo menos no sistema público de saúde
receberam diagnóstico de câncer feito por meio de radiografia de tórax, ao passo que
apenas 20% foram diagnosticados por meio de TC.(21) Além disso, o acesso a
procedimentos diagnósticos invasivos é limitado: poucos serviços realizam broncoscopia ou
biópsia transtorácica. Em uma pesquisa realizada em 2005, a taxa de tomógrafos por um
milhão de habitantes no Brasil foi de 4,9 no sistema público de saúde e 30,8 no sistema
privado.(30) Essas taxas revelam as dificuldades no acesso à avaliação diagnóstica
adequada no sistema público de saúde, ao passo que as taxas referentes ao sistema
privado são semelhantes às observadas em países desenvolvidos, como os EUA e o Japão
(31,5 e 32,2, respectivamente). Há também desproporção geográfica da distribuição da
tecnologia
-> FAtor de risco
Estudos conduzidos no Brasil indicam que tanto a prevalência do tabagismo como as
mortes com ele relacionadas diminuíram aproximadamente 50%.(9) Os dados provenientes
de um estudo nacional de vigilância por telefone sobre fatores de risco de doenças crônicas
e fatores de proteção contra essas doenças mostraram que 12,7% dos homens e 8,0% das
mulheres com 18 anos de idade ou mais eram fumantes em 2016(10); em 1989, as
porcentagens eram de 43,3% e 27,0%, respectivamente.(11) Os principais componentes
das políticas brasileiras antitabaco são a proibição do tabagismo em locais públicos,
impostos mais altos sobre produtos do tabaco e alertas de saúde nos rótulos das
embalagens de cigarros. Apesar dessa diminuição do consumo de tabaco, pesquisas
nacionais com crianças no Brasil ainda mostram uma prevalência significativa de fumantes
na população jovem em diversas cidades.(12) Além disso, as doenças relacionadas com o
tabagismo continuam a ser um grande fardo para a saúde econômica. Estima-se que, até
2020, a fração atribuível à população da carga de câncer de pulmão relacionada com o
tabagismo no Brasil será de 83,3% em homens e 64,8% em mulheres
Não há dados a respeito da prevalência do câncer de pulmão relacionado com outros
fatores de risco, tais como exposição ao amianto, exposição à fumaça proveniente da
combustão da lenha no domicílio e exposição ao radônio

->
colocar no resumo-
O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte por câncer no Brasil. O câncer
de pulmão causado pelo tabagismo continua a ser um grande fardo para a saúde. São
escassos os dados sobre o diagnóstico, estadiamento, tratamento e desfechos do câncer
de pulmão. Não há aparelhos de radioterapia suficientes para fornecer cobertura completa
de tratamento no país. As agências reguladoras locais demoram muito a aprovar terapias
sistêmicas. São notáveis as desigualdades de acesso a diagnóstico, terapia e testes
moleculares entre o sistema público de saúde e o privado. Um longo processo de
aprovação de pesquisa clínica limita o acesso a oportunidades de ensaios clínicos.

2. Diferencie os tipos de câncer pulmão.


o câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP)

de carcinoma de células escamosas

carcinoma de pequenas células do pulmão (CPCP)

Tipos de neoplasias pulmonares malignas


➔ Adenocarcinoma
◆ Neoplasia pulmonar mais prevalente;
◆ Acomete preferencialmente mulheres;
◆ É o tipo menos associado ao tabagismo;
◆ Na maioria dos casos, o tumor é periférico;
◆ Com frequência, envolve a pleura visceral e, em muitos casos, associa-se a lesões destrutivas e cicatrizes no
parênquima pulmonar (fibrose, espaços aéreos não funcionantes etc.) ou a hiperplasia de pneumócitos, que são os
locais mais comuns de origem da neoplasia. A maioria dos adenocarcinomas origina-se nas vias respiratórias
periféricas, a partir de células epiteliais colunares não ciliadas ou de pneumócitos do tipo II;
◆ A lesão precursora: hiperplasia adenomatosa atípica;
◆ Histologicamente, a neoplasia apresenta diferenciação glandular e produção de muco, podendo ser dividido nos
padrões: acinar, papilífero, carcinoma sólido com formação de muco, lepídico e micropapilífero.
● Adenocarcinoma in situ (ou adenocarcinoma minimamente invasivo) e Adenocarcinoma lepídico
○ Neoplasia com até 3 cm e com invasão estromal menor que 5 mm;
○ A lesão se origina em bronquíolos terminais ou alvéolos;
○ Adenocarcinoma bem diferenciado com crescimento ao longo dos septos alveolares e disseminação aérea,
sem invasão do estroma, vasos ou pleura (padrão lepídico). Com essas características, o tumor representa
5% das neoplasias pulmonares;
○ Um quarto dos pacientes com o tumor não são fumantes e têm evolução mais lenta do que aqueles com
adenocarcinoma em geral;
○ Quando o tumor é invasivo, constitui o adenocarcinoma de padrão lepídico.
➔ Carcinoma de células escamosas
◆ É o mais associado ao tabagismo;
◆ É o menos heterogêneo do ponto de vista morfológico;
◆ O mais comum em homens;
◆ O tumor é usualmente central, isto é, origina-se sobretudo nos grandes brônquios;
◆ Crescimento é mais lento do que os demais;
◆ Metástases ocorrem nos linfonodos regionais; disseminação sanguínea é tardia;
◆ O tumor apresenta-se como lesão que varia desde pequena tumoração endobrônquica obstrutiva até grandes
massas que sofrem cavitação e hemorragia, por causa de necrose frequente. Alguns tumores mostram-se firmes e
esbranquiçados por reação desmoplásica. A neoplasia tende a invadir a parede brônquica e o parênquima pulmonar
adjacente.
◆ O tumor é facilmente visível à endoscopia e pode ser diagnosticado por exames citológicos mais comumente do que
as demais neoplasias pulmonares.
➔ Carcinoma de grandes células
◆ Vem diminuindo em frequência, correspondendo hoje a 10% dos cânceres pulmonares;
◆ O tumor é indiferenciado e tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para o óbito;
◆ A lesão é predominantemente periférica e subpleural, não se associa ao segmento brônquico e caracteriza-se pela
tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia.
➔ Carcinoma sarcomatoide
◆ Responsável por 2 a 3% das neoplasias pulmonares;
◆ Ocorre sobretudo em fumantes;
◆ Localiza-se preferencialmente na periferia dos pulmões e nos lobos superiores.
➔ Tumores neuroendócrinos
◆ Carcinoma de pequenas células
● Predomina na sexta ou sétima década da vida;
● É mais comum em homens;
● Representa 15% dos tumores malignos do pulmão;
● Tem forte associação com tabagismo;
● A neoplasia é altamente maligna e a que tem o pior prognóstico entre os tumores pulmonares. Ao diagnóstico,
habitualmente já existem metástases linfonodais e na medula óssea;
● O tumor pode secretar ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos e hormônio de
crescimento, resultando em diversas manifestações paraneoplásicas.
◆ Carcinoma neuroendócrino de grandes células
● Associado ao tabagismo;
● Alto grau de malignidades;
● O tumor apresenta-se como massa grande, preferencialmente periférica (84%) e nos lobos superiores (63%),
circunscrita, com necrose, podendo invadir pleura, parede torácica e estruturas adjacentes.
◆ Tumor carcinoide
● Menos de 5% dos tumores pulmonares;
● A lesão é mais comum até 40 anos de idade, não tem preferência por sexo e não possui relação com
tabagismo;
● Clinicamente, o tumor carcinoide manifesta-se com obstrução brônquica; quando há ulceração da mucosa,
surge hemoptise (tosse com sangue);
● Embora pouco frequente, pode haver secreção de serotonina e outras aminas vasoativas, resultando na
síndrome carcinoide (diarreia, vasodilatação cutânea, broncoespasmo etc.);
● Pode ser central ou periférico;
● Pode ser típico ou atípico; a distinção entre eles é importante em termos de prognóstico, pois o típico tem
evolução mais favorável, podendo ser curado com ressecção cirúrgica. No carcinoide atípico, há focos de
necrose e mais de duas mitoses em 10 campos de grande aumento.

Para finalidade terapêutica e de prognóstico, os tumores pulmonares são divididos em dois grandes grupos:
3) Carcinoma de células não pequenas:
a) carcinoma de células escamosas
b) adenocarcinoma
c) carcinoma de grandes células
d) carcinoma sarcomatoide
e) carcinoma neuroendócrino de grandes células
4) Carcinoma de pequenas células

3. Descreva os sítios de metástases pulmonares (tumor de pancoast e


síndrome da veia cava superior).

4. Descreva o estadiamento de câncer de pulmão.

5. Descreva as políticas públicas, prevenção e cuidados para com os pacientes


de câncer de pulmão.
- O câncer de pulmão é um dos tipos de câncer com maior incidência e uma das
principais causas de mortalidade por câncer no Brasil. Revisamos a situação atual
do câncer de pulmão por meio de pesquisa de dados relevantes a respeito de
prevenção, diagnóstico e tratamento no país. Esta revisão mostra várias questões
que precisam de atenção, tais como controle do tabagismo, educação dos
pacientes, desconhecimento por parte dos pacientes, diagnóstico tardio e
desigualdade de acesso ao tratamento de câncer no Brasil.
- No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou em 596.000 o número de
novos casos de câncer em 2016, 28.220 (4.7%) dos quais foram casos de neoplasia
maligna primária de pulmão.(3) O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer de
maior incidência em homens e o quarto tipo de câncer de maior incidência em
mulheres no país
-> Apenas uma pequena proporção de pacientes é submetida a cirurgia com intenção
curativa. Os dados sugerem que aproximadamente 25% dos pacientes são submetidos a
tratamento cirúrgico.(19,22,23) O acesso à cirurgia curativa é provavelmente influenciado
por diferenças socioeconômicas, performance status, comorbidades, idade avançada e
distribuição geográfica.(22) Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a
probabilidade de realização de cirurgia é menor em pacientes com menor escolaridade.(14)
Atualmente, existem 763 cirurgiões torácicos no Brasil, concentrados nas regiões sul e
sudeste do país.(53) Em uma pesquisa promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia
Torácica, 51% dos participantes disseram que trabalhavam em cidades com mais de um
milhão de habitantes.(54) Portanto, mesmo que o número absoluto de cirurgiões torácicos
seja adequado, sua distribuição é motivo de preocupação. Cidades de tamanho médio e
regiões densamente povoadas no centro, norte e nordeste do Brasil estão mal servidas no
tocante à cirurgia torácica.

->
● Agosto Branco → Mês dedicado à prevenção e conscientização sobre o câncer de pulmão.
● Proibição do tabagismo em ambientes fechados
○ Lei nº 9.294/1996: é proibido fumar cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos derivados do tabaco em
locais de uso coletivo, públicos ou privados, de todo o país.
● A comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil,
por meio da Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa: RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009. Essa decisão se baseou no
princípio da precaução, devido à inexistência de dados científicos que comprovem as alegações atribuídas a esses produtos.
● Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) → Tem como objetivo a redução da mortalidade e da incapacidade causadas por
esta doença e ainda a possibilidade de diminuir a incidência de alguns tipos de câncer, bem como contribuir para a melhoria
da qualidade de vida dos usuários com câncer, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento
oportuno e cuidados paliativos.

Fontes: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabac
o/politica-nacional/ambientes-livres-de-tabaco#:~:text=Com%20as%20altera%C3%A7%C3%B5es%20trazidas%20pelo,privados%
2C%20de%20todo%20o%20pa%C3%ADs.
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/tabaco/cigarro-eletronico
6. O que é cuidado paliativo e quais são suas aplicabilidades em pacientes
críticos? (Equipe, estrutura e Instituição) (atendimento ao paciente, família,
atendimento humanizado)
7. Definição: “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que
objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace
a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação
impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais” (WHO, 2002).
8. Princípios gerais dos cuidados paliativos:
a. Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispnéia e outras
emergências oncológicas.
b. Reafirmar vida e a morte como processos naturais.
c. Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente.
d. Não apressar ou adiar a morte.
e. Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu
próprio ambiente.
f. Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível
até sua morte.
g. Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos
pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.
➔ Funcionamento:
◆ Deve iniciar o mais precoce possível;
◆ Os cuidados podem vir associados ao tratamento com objetivo de cura da doença a fim de auxiliar no manejo dos
sintomas de difícil controle e melhorar as condições clínicas do paciente;
◆ À medida que a doença avança, mesmo em vigência do tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve
ser ampliada visando também cuidar dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais;
◆ Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna prioritário para garantir
qualidade de vida, conforto e dignidade;
◆ A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo, e sua
dinâmica difere para cada paciente;
◆ A abordagem ao paciente e à família é feita por equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e farmacêuticos, em atividades
diretamente ligadas às necessidades biopsicossociais. Entretanto, administrativos, motoristas, capelães, voluntários e
cuidadores também acompanham e apoiam os membros da família e da equipe em prol do bem-estar do paciente.
➔ Organizações
◆ O INCA tem em seu complexo o Hospital do Câncer IV (HC IV), que é a unidade de cuidados paliativos do Instituto.
◆ Para os pacientes com melhor capacidade funcional e de deslocamento até o hospital são disponibilizadas as consultas
no Ambulatório, o que é ideal para a manutenção de sua autonomia e mobilidade.
◆ Aos que já apresentam uma capacidade funcional comprometida e que por isso são impedidos de comparecer ao
hospital, é ofertada a Assistência Domiciliar.
◆ Para os pacientes que não têm indicação de Assistência Domiciliar após avaliação e não têm condições de se deslocar até
o hospital, é oferecido o Ambulatório a Distância, que estabelece parceria com a unidade de saúde próxima do paciente.
◆ Em situações agudas, o paciente tem à sua disposição o serviço de Emergência para atendimento presencial e
orientações por telefone.
◆ Nos casos em que é necessário o monitoramento dos sintomas, com a intervenção imediata dos profissionais e os
cuidados ao fim de vida, o HC IV está preparado para receber o paciente na Internação Hospitalar.
Fonte: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tratamento/cuidados-paliativos

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