Você está na página 1de 88

Dra.

Ana Leticia Olesko – Médica Patologista


Processos patológicos – 5º semestre
OS PULMÕES
• Pulmão direito (três lobos) e esquerdo (dois
lobos/língula);

• Brônquios principais, lobares e segmentares;

• Bronquíolos e alvéolos.
HISTOLOGIA DO PULMÃO
• Epitélio brônquio-bronquíolo:
• epitélio pseudoestratificado ciliado;
• células basais;
• neuroendócrinas;
• serosas
• células de Clara
• células caliciformes;
• Camada muscular lisa.
• Sacos alveolar e alvéolos:
• Pneumocitos tipo I e II.
CLASSIFICAÇÃO DA
OMS
CLASSIFICAÇÃO
• Metástase
• Pequenas células (SCLC): 20-25%
• Não pequenas células (NSCLC): 70-80%
• Adenocarcinoma (cerca de 40%)
• Carcinoma escamocelular (cerca de 30%)
• Carcinoma de grandes células (cerca de 10%)
EPIDEMIOLOGIA - MORTALIDADE

Fonte: OMS
EPIDEMIOLOGIA – INCIDÊNCIA
EPIDEMIOLOGIA
• Faixa etária entre 50-70 anos;
• Grande relação com o tabagismo;
• Mudança no cenário → Aumento na frequência
de adenocarcinoma em relação ao carcinoma
escamocelular;
• Aumento na incidência em mulheres;
• Diagnóstico em estágio avançado;
• Pacientes tabagistas: já morbidade, dificultando
cirurgia agressiva e outras terapias.
FATORES DE RISCO
• Tabaco
• Mais de 300 substâncias prejudiciais, dentre elas, carcinógenos;
• Danos ao DNA
• Mutações em genes supressores de tumor (p53/ KRAS);
• Exposição ambiental e ocupacional a agentes carcinógenos
• Asbestos (fabricação de materiais para a construção civil) → interação
sinérgica com o tabaco;
• Radônio (gás resultante do decaimento do urânio);
• Doenças pulmonares preeexistentes como DPOC, fibrose pulmonar
idiopática;
• Susceptibilidade genética.
SINAIS E SINTOMAS
• Geralmente insidioso (sintomas no estádio avançado da doença –localmente avançada ou
metástatica);
• Grande variedade de sintomas X assintomático;
• Dispnéia;
• Tosse;
• Dor torácica/aperto;
• Rouquidão/perda de voz;
• Hemoptiase;
• Perda de peso;
• Dor abdominal (metástases);
• Fadiga
• Perda de apetite;
• Febre baixa;
SINTOMAS
• Causados por:
• Tumor primário;
• Doença locoregional;
• Metástase;
• Secreção hormonal ectópica.

• Sintomas inespecíficos → se confundem com as de outras doenças


respiratórias, como o enfisema pulmonar, bronquite e pneumonias.
SINTOMAS
Localização:
• Adenocarcinomas e carcinoma de grandes células são periféricos → efusão
pleural: dor pela infiltração da pleura parietal;
• Efusão pericárdica;
• Neoplasias centrais → Atelectasia segmentar persistente e pneumonite.

Metástases à distância:
• Osso;
• Fígado;
• Adrenais, linfonodos intra abdominais;
• Cérebro.
EXAMES COMPLEMENTARES
• Exame físico;
• Laboratoriais (hemograma);
• Radiografia do tórax: mais comum e maior acesso.
• Nódulo pulmonar, massa, ou infiltrado;
• Alargamento do mediastino;
• Efusão pleural;

• Tomografia: maior sensibilidade (tamanho, localização, forma,


estadio).
EXAMES COMPLEMENTARES
• Broncoscopia;
• Citologia do escarro;
• Toracentese (alivio ou
diagnóstica);
• Toracoscopia;
• Biópsia por agulha
transtorácica.
DIAGNÓSTICO
• Radiografia do tórax → Suspeita de
anormalidade → tomografia computadorizada
do tórax. (TC)
• Alterações suspeitas: citologia/biópsia.
CITOLOGIA DO ESCARRO
• Citologia esfoliativa;
• Meio não invasivo de coleta de material → descamação epitelial
espontânea;
• Exame rápido e de baixo custo (poor man's bronchoscopy);
• Coleta do escarro da manhã (tosse profunda coletada pelo paciente levada
ao laboratório desprovida de fixador) ou aerossol induzido;
• Normalmente carcinomas de células escamosas (centrais);
• Falsos negativos (40%) e falso positivo (1%);
• Não é possível estabeler com certeza o tipo histológico;
• Depende da amostra (pelo menos 3).

BRONCOSCOPIA
• Ótimo método para pacientes
com tumors centrais;
• Exame endoscópico que
permite visualizar o interior
dos brônquios;
• Broncoscópio de fibra óptica;
• Pode ser realizado sob
anestesia local e sedação;
• Permite a realização de
biópsia e
lavadobronquioalveolar.
BIÓPSIA POR AGULHA TRANSTORÁCICA
EXAMES COMPLEMENTARES PARA
ESTADIAMENTO
EXAME DE CONGELAÇÃO
TRANSOPERATÓRIA
• Avaliação de margens
• Tumor primário pulmonar mais comum em:
• Mulheres;
• Não tabagistas;
• Indivíduos com <45 anos;

• Fisiopatologia: Analogia com adenoma-carcinoma de


colón;
• Presença de células multipotentes na junção
bronquíolo/ducto alveolar (bronchioalveolar stem cells)
• DANO → PROLIFERAÇÃO DE BASC`s E REPOSIÇÃO DAS
CÉLULAS EPITELIAIS NORMAIS → REGENARAÇÃO (ocorre hit
mutacional inicial nas BASC, que perdem o mecanismo de
checkpoint normal).
• Localização normalmente
periférica;
• Crescimento lento
(normalmente formam
massas menores do que
os outros subtipos);
• Metástases em estádio
inicial;

• Subtipos e variantes
• Células colunares;
• Presença de atipias
nucleares;
• Tecido neoplasia mimetiza
estruturas glandulares;
• Macroscopia: nódulos ou
massas esbranquiçadas,
bem delimitadas, não
encapsuladas e firmes.

Fonte: Dr Yale Rosen


Fonte: Dr Yale Rosen

Fonte: Pathology Outlines


• Microscopia: a depender do subtipo;

Fonte: ANATPAT Fonte: ANATPAT


Fonte: ANATPAT
• Diferente significado prognóstico.
• STAS;
• Invasão vascular/pleural;
• Marcadores de pior prognóstico:
• Tamanho maior que 2,5 cm;
• Subtipos sólido e micropapilar;
• Tratamento alvo (EGFR/ALK).
• Mais frequente em homens;
• Localização central : acomete frequentemente brônquios principais
ou lobares (2Τ3);
• Maior associação com o tabagismo (em comparação ao
adenocarcinoma);
• Maior relação com a exposição ao arsênio;
• Fisiopatologia:
• Correlação linear com a exposição ao tabaco;
• Hiperplasia das células basais → metaplasia escamosa → displasia/
carcinoma ”in situ” → carcinoma invasivo.
• Macroscopia: nódulos ou Fonte: Dr Yale Rosen
massas esbranquiçadas,
macias ou friáveis, bem
delimitadas, que podem
apresentar necrose ou
cavitação central.
Fonte: WHO, 2015
Fonte: Dr Yale Rosen

Fonte: Dr Yale Rosen


Fonte: Dr Yale Rosen
• Microscopia:
• Origem em células escamosas;
• Pleomórficas e atípicas;
• Bem, moderadamente ou pouco diferenciado;
• Células grandes, pode-se observer pontes
intercelulares;
• Queratinização (perólas córneas).
• Prognóstico: dependente do escore do paciente e do
estádio clínico/patológico.

• Não foram identificados biomarcadores ou fatores


clínicos relacionados a resposta local ou terapias
sistêmicas.
• Alta correlação com tabagismo (em comparação aos NSCLC).
• Virtualmente, todos os pacientes com SCLC são tabagistas pesados;
• Corresponde a 10-20% dos carcinomas de pulmão;
• Mais frequente em homens;
• Faixa etária em torno de 60 anos;
• Aumento da incidência em países com prevalência alta de tabagistas
(ex. Ásia e Europa);
• Persistência do tabagismo em sobreviventes aumenta o risco de
segunda neoplasia.
• Localização normalmente central, peribronquica, com compressão da
luz e com infiltração da submucosa brônquica (5% são periféricos);

• Neoplasia derivadas de células com diferenciação neuroendócrinas


(marcadores imunoistoquímicos);
• Comportamento agressivo, com metástases em doença inicial,
extenso crescimento local e intratorácico, e disseminação subepitelial;
• Frequentemente relacionado com síndrome paraneoplásica.
• Macroscopia: nódulos
esbranquiçados e friáveis,
com frequente necrose e
comprometimento nodal,
e raramente com
cavitação.
Fonte: Webpathology Fonte: WHO, 2015
• Microscopia:
• Blocos, grupos, ninhos ou
cordões;
• Rosetas;
• Células descoesas, pequenas,
redondas ou ovais, com
citoplasma escasso;
• Necrose, pode ser extensa;
• Numerosas mitoses.
• Péssimo prognóstico:
• Sobrevida de 10% em 2 anos em doença
metastática
• Vinte e cinco por cento em 5 anos em doença sem
metástases;
• Sobrevida média de 12 meses.
• Cerca de 10% dos carcinomas primários de pulmão;
• Etiologia: tabagismo;
• Grandes massas periféricas, pode apresentar cavitação e raramente
necrose;
• Denominados carcinomas indiferenciados:
• São neoplasia que não possuem características morfológicas e/ou
imunoistoquímicas para adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas ou
carcinomas neuroendócrinos.
• Sem diferenciação glandular ou escamosa;
• Ausência de características citológicas neuroendócrinas.
• Microscopia:
• Pode formar ninhos ou
cordões;
• Células grandes, poligonais,
com citoplasma abundante e
nucléolos proeminentes;
• Pleomorfismo nuclear,
atividade mitótica.
• Prognóstico:
• Dependendo do estádio TNM;
• Marcadores citológicos que conferem pior
prognóstico.
• O pulmão é sitio frequente de metástases
• Neoplasia de cólon, ovário, mama, rim, entre
outros.
• Único ou múltiplos;
• Bilaterais.
• Tumor do sulco superior;
• Neoplasia maligna afetando ápice pulmonar;
• Incomum;
• Infiltração das estruturas nobres cervicais baixas;
• Qualquer tipo histológico (mais comum CEC e adeno);
• Sinais e sintomas (Síndrome de Pancoast-Tobias e
Síndrome de Horner)

Você também pode gostar