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Acordei doente mental - ÉPOCA | Eliane Brum 07/04/15 17:32

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ELIANE BRUM - 20/05/2013 10h03 - Atualizado em 15/06/2013 09h39

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Acordei doente mental


A quinta edição da “Bíblia da Psiquiatria”, o DSM-5, transformou
numa “anormalidade” ser “normal”
ELIANE BRUM

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Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance - Uma


Seu nome
Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O avesso da lenda (Artes e Ofícios), A vida que
ninguém vê (Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) e O olho da rua - uma repórter em busca da literatura da vida
real e-mail
Seu (Globo).
elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum

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(Foto: Lilo

A poderosa American
Comentário Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria – APA) lançou neste final
140 caracteres
de semana a nova edição do que é conhecido como a “Bíblia da Psiquiatria”: o DSM-5. E, de imediato, virei
doente mental. Não estou sozinha. Está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias doenças do
manual. Se uma pesquisa já mostrou que quase metade dos adultos americanos tiveram pelo menos um
transtorno psiquiátrico durante a vida, alguns críticos renomados desta quinta edição do manual têm afirmado
Verificação de segurança
que agora o número de pessoas com doenças mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um
impasse muito, mas muito fascinante, mas também muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a façanha de
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transformar a “normalidade” em “anormalidade”. O “normal” seria ser “anormal”.
Digite os caracteres ao lado para enviar
A nova edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais) exibe mais de 300 patologias, distribuídas por 947 páginas. Custa US$ 133,08 (com
enviar parano
desconto) umanúncio
amigo de pré-venda no site da Amazon. Descobri que sou doente mental ao conhecer apenas
algumas
Seu Nome das novas modalidades, que tem sido apresentadas pela imprensa internacional. Tenho quase todas.
“Distúrbio de Hoarding”. Tenho. Caracteriza-se pela dificuldade persistente de se desfazer de objetos ou de
“lixo”, independentemente de seu valor real. Sou assolada por uma enorme dificuldade de botar coisas fora, de
Seu E-mail
bloquinhos de entrevistas dos anos 90 a sapatos imprestáveis para o uso, o que resulta em acúmulos de caixas
pelo apartamento. Remédio pra mim. “Transtorno Disfórico Pré-Menstrual”, que consiste numa TPM mais
Cidade onde reside
severa. Culpada. Qualquer um que convive comigo está agora autorizado a me chamar de louca nas duas
semanas anteriores à menstruação. Remédio pra mim. “Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica”. A
UF
pessoaACdevora quantidades “excessivas” de comida num período delimitado de até duas horas, pelo menos uma
vez por semana, durante três meses ou mais. Certeza que tenho. Bastaria me ver comendo feijão, quando chego
Gênero
a cinco ou seis pratos fundo fácil. Mas, para não ter dúvida, devoro de uma a duas latas de leite condensado por
semana, em menos de duas horas, há décadas, enquanto leio um livro igualmente delicioso, num ritual que eu
M
chamava Fde “momento de felicidade absoluta”, mas que, de fato, agora eu sei, é uma doença mental. Em vez de
Assunto
leite condensado,
Opinião remédio pra mim. Identifiquei outras anomalias, mas fiquemos neste parágrafo gigante, para
que os
Mensagem transtornos psiquiátricos que me afetam não ocupem o texto inteiro.

Há uma novidade mais interessante do que as doenças recém inventadas pela nova “Bíblia”. Seu lançamento
vem marcado por uma controvérsia sem precedentes. Se sempre houve uma crítica contundente às edições
anteriores, especialmente por parte de psicólogos e psicanalistas, a quinta edição tem sido atacada com mais
atualizar imagem
ferocidade justamente por quem costumava não só defender o manual, como participar de sua elaboração.
Alguns
Digite asnomes reluzentes
palavras ao ladoda psiquiatria
para americana
enviar sua matéria estão, digamos, saltando do navio. Como não há cordeiros
nesse campo, movido em parte pelos bilhões de dólares da indústria farmacêutica, é legítimo perguntar:
perceberam que há abusos e estão fazendo uma “mea culpa” sincera antes que seja tarde, ou estão vendo que o
enviar mensagem
navio está adernando e querem salvar o seu nome, ou trata-se de uma disputa interna de poder em que os
participantes das edições anteriores foram derrotados por outro grupo, ou tudo isso junto e mais alguma coisa?
Seu voto foi efetuado com sucesso
saiba mais

Um abraço em Bangladesh
Petra, uma mulher em busca do próprio corpo
É urgente recuperar o sentido de urgência
Pela ampliação da maioridade moral
Esses filhos perplexos diante da velhice dos pais
À margem do pai
O capeta do porcelanato
Dentro da mãe, um pedaço arrancado de mim
“Dom Ciccillo” e o fim do mundo
Eternidade de mercado
Açúcar, Sal e Gordura: as engrenagens da 'junk food'
O Doping das crianças
O coração grande de Cristina

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A cara da vagina
O mindinho torto
A menina quebrada
Perdão, Aaron Swartz
Permissão para ser INfeliz
Rosângela e o livro enterrado
O silêncio não existe
“Malditos maias!”
A educação tem sotaque
Sensação de insegurança?
Máscara sem rosto
Sobrenome: “Guarani Kaiowa”

Não conheço os labirintos da APA para alcançar a resposta, mas acredito que vale a pena ficarmos atentos aos
próximos capítulos. Por um motivo acima de qualquer suspeita: o DSM influencia não só a saúde mental nos
Estados Unidos, mas é o manual utilizado pelos médicos em praticamente todos os países, pelo menos os
ocidentais, incluindo o Brasil. É também usado como referência no sistema de classificação de doenças da
Organização Mundial da Saúde (OMS). É, portanto, o que define o que é ser “anormal” em nossa época – e este
é um enorme poder. Vale a pena sublinhar com tinta bem forte que, para cada nova patologia, abre-se um novo
mercado para a indústria farmacêutica. Esta, sim, nunca foi tão feliz – e saudável.

O crítico mais barulhento do DSM-5 parece ser o psiquiatra Allen Frances, que, vejam só, foi o coordenador da
quarta edição do manual, lançada em 1994. Professor emérito da Universidade de Duke, ele tem um blog no
Huffington Post que praticamente usa apenas para detonar a nova Bíblia da Psiquiatria. Quando a versão final do
manual foi aprovada, enumerou o que considera as dez piores mudanças da quinta edição, num texto iniciado
com a seguinte frase: “Esse é o momento mais triste nos meus 45 anos de carreira de estudo, prática e ensino da
psiquiatria”. Em carta ao The New York Times, afirmou: “As fronteiras da psiquiatria continuam a se expandir, a
esfera do normal está encolhendo”.

Entre suas críticas mais contundentes está o fato de o DSM-5 ter transformado o que chamou de “birra infantil”
em doença mental. A nova patologia é chamada de “Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor” e
atingiria crianças e adolescentes que apresentassem episódios frequentes de irritabilidade e descontrole
emocional. No que se refere à patologização da infância, o comentário mais incisivo de Allen Frances talvez
seja este: “Nós não temos ideia de como esses novos diagnósticos não testados irão influenciar no dia a dia da
prática médica, mas meu medo é que isso irá exacerbar e não amenizar o já excessivo e inapropriado uso de
medicação em crianças. Durante as duas últimas décadas, a psiquiatria infantil já provocou três modismos —
triplicou o Transtorno de Déficit de Atenção, aumentou em mais de 20 vezes o autismo e aumentou em 40 vezes
o transtorno bipolar na infância. Esse campo deveria sentir-se constrangido por esse currículo lamentável e
deveria engajar-se agora na tarefa crucial de educar os profissionais e o público sobre a dificuldade de
diagnosticar as crianças com precisão e sobre os riscos de medicá-las em excesso. O DSM-5 não deveria
adicionar um novo transtorno com o potencial de resultar em um novo modismo e no uso ainda mais
inapropriado de medicamentos em crianças vulneráveis".

A epidemia de doenças como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) tem mobilizado
gestores de saúde pública, assustados com o excesso de diagnósticos e a suspeita de uso abusivo de drogas
como Ritalina, inclusive no Brasil. E motivado algumas retratações por parte de psiquiatras que fizeram seu
nome difundindo a doença. Uma reportagem do The New York Times sobre o tema conta que o psiquiatra Ned
Hallowell, autor de best-sellers sobre TDAH, hoje arrepende-se de dizer aos pais que medicamentos como
Adderall e outros eram “mais seguros que Aspirina”. Hallowell, agora mais comedido, afirma: “Arrependo-me
da analogia e não direi isso novamente”. E acrescenta: “Agora é o momento de chamar a atenção para os
perigos que podem estar associados a diagnósticos displicentes. Nós temos crianças lá fora usando essas drogas
como anabolizantes mentais – isso é perigoso e eu odeio pensar que desempenhei um papel na criação desse
problema”. No DSM-5, a idade limite para o aparecimento dos primeiros sintomas de TDAH foi esticada dos 7
anos, determinados na versão anterior, para 12 anos, aumentando o temor de uma “hiperinflação de

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diagnósticos”.

Pensar sobre a controvérsia gerada pelo nova “Bíblia da Psiquiatria” é pensar sobre algumas construções
constitutivas do período histórico que vivemos. Construções culturais que dizem quem somos nós, os homens e
mulheres dessa época. A começar pelo fato de darmos a um grupo de psiquiatras o poder – incomensurável – de
definir o que é ser “normal”. E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas políticas
governamentais de saúde pública, com consequências e implicações que ainda precisam ser muito melhor
analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum momento sequer, que a definição das doenças mentais
está intrinsicamente ligada a uma das indústrias mais lucrativas do mundo atual.

Parte dos organizadores não gosta que o manual seja chamado de “Bíblia”. Mas, de fato, é o que ele tem sido,
na medida em que uma parcela significativa dos psiquiatras do mundo ocidental trata os verbetes como dogmas,
alterando a vida de milhões de pessoas a partir do que não deixa de ser um tipo de crença. Talvez seja em parte
por isso que o diretor do National Institute of Mental Health (Instituto Nacional de Saúde Mental – NIMH),
possivelmente a maior organização de pesquisa em saúde mental do mundo, tenha anunciado o distanciamento
da instituição das categorias do DSM-5. Thomas Insel escreveu em seu blog que o DSM não é uma Bíblia, mas
no máximo um “dicionário”: “A fraqueza (do DSM) é sua falta de fundamentação. Seus diagnósticos são
baseados no consenso sobre grupos de sintomas clínicos, não em qualquer avaliação objetiva em laboratório.
(...) Os pacientes com doenças mentais merecem algo melhor”. O NIMH iniciou um projeto para a criação de
um novo sistema de classificação, incorporando investigação genética, imagens, ciência cognitiva e “outros
níveis de informação” – o que também deve gerar controvérsias.

A polêmica em torno do DSM-5 é uma boa notícia. E torço para que seja apenas o início de um debate sério e
profundo, que vá muito além da medicina, da psicologia e da ciência. “Há pelo menos 20 anos tem se tratado
como doença mental quase todo tipo de comportamento ou sentimento humano”, disse a psicóloga Paula Caplan
à BBC Brasil. Ela afirma ter participado por dois anos da elaboração da edição anterior do manual, antes de
abandoná-la por razões “éticas e profissionais”, assim como por ter testemunhado “distorções em pesquisas”.
Escreveu um livro com o seguinte título: “Eles dizem que você é louco: como os psiquiatras mais poderosos do
mundo decidem quem é normal”.

A vida tornou-se uma patologia. E tudo o que é da vida parece ter virado sintoma de uma doença mental. Talvez
o exemplo mais emblemático da quinta edição do manual seja a forma de olhar para o luto. Agora, quem perder
alguém que ama pode receber um diagnóstico de depressão. Se a tristeza e outros sentimentos persistirem por
mais de duas semanas, há chances de que um médico passe a tratá-los como sintomas e faça do luto um
transtorno mental. Em vez de elaborar a perda – com espaço para vivê-la e para, no tempo de cada um, dar um
lugar para essa falta que permita seguir vivendo –, a pessoa terá sua dor silenciada com drogas. É preciso se
espantar – e se espantar muito.

Vale a pena olhar pelo avesso: quem são essas pessoas que acham que o “normal” é superar a perda de uma
mãe, de um pai, de um filho, de um companheiro rapidamente? Que tipo de ser humano consegue essa proeza?
Quem seríamos nós se precisássemos de apenas duas semanas para elaborar a dor por algo dessa magnitude?
Talvez o DSM-5 diga mais dos psiquiatras que o organizaram do que dos pacientes.

Há ainda mais uma consequência cruel, que pode provocar muito sofrimento. Ao transformar o que é da vida
em doença mental, os defensores dessa abordagem estão desamparando as pessoas que realmente precisam da
sua ajuda. Aquelas que efetivamente podem ser beneficiadas por tratamento e por medicamentos. Se quase tudo
é patologia, torna-se cada vez mais difícil saber o que é, de fato, patologia. Por sorte, há psiquiatras éticos e
competentes que agem com consciência em seus consultórios. Mas sempre foi difícil em qualquer área
distinguir-se da manada – e mais ainda nesta área, que envolve o assédio sedutor, lucrativo e persistente dos
laboratórios.

Se as consequências não fossem tão nefastas, seria até interessante. Ao considerar que quase tudo é “anormal”,
os organizadores do manual poderiam estar chegando a uma concepção filosófica bem libertadora. A de que,
como diria Caetano Veloso, “de perto ninguém é normal”. E não é mesmo, o que não significa que seja doente

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mental por isso e tenha de se tornar um viciado em drogas legais para ser aceito. Só se pode compreender as
escolhas de alguém a partir do sentido que as pessoas dão às suas escolhas. E não há dois sentidos iguais para a
mesma escolha, na medida em que não existem duas pessoas iguais. A beleza do humano é que aquilo que nos
une é justamente a diferença. Somos iguais porque somos diferentes.

Esse debate não pertence apenas à medicina, à psicologia e à ciência, ou mesmo à economia e à política. É
preciso quebrar os monopólios sobre essa discussão, para que se torne um debate no âmbito abrangente da
cultura. É de compreender quem somos e como chegamos até aqui que se trata. E também de quem queremos
ser. A definição do que é “normal” e “anormal” – ou a definição de que é preciso ter uma definição – é uma
construção cultural. E nos envolve a todos. Que cada vez mais as definições sobre normalidade/anormalidade
sejam monopólios da psiquiatria e uma fonte bilionária de lucros para a indústria farmacêutica é um dado dos
mais relevantes – mas está longe de ser tudo.

E não, eu não acordei doente mental. Só teria acordado se permitisse a uma Bíblia – e a pastores de jaleco –
determinar os sentidos que construo para a minha vida.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

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Ótimo artigo que serve para reflexão! Parabéns! :-)

CidadeDaniela Lima
onde reside
Achar que agora anormalidade virou algo comum. Aceitar que uma Bíblia pode descrever os nossos
UF AC
comportamentose por um acaso, se um dia não estiver bem consigo mesma, estará com uma doença
mental? Realmente passamos dos limites, e não concordo que, ao descrever que a qualquer momento
Gêneropodemos ter um comportamento de doença mental seja normal pois não somos normais, é absurdo! Quem
diga quem somos ou não somos é a cultura, e diante disso, quem faz e diz ser normal somos nós, são os
M próprios
F seres humanos, e se antes ser normal era o comum, agora anormal é ser comum.
Assunto Opinião
Vanessa Esber
Mensagem
A característica pessoal que se manifesta de forma mais exuberante em alguém torna-se patológica
quando está DISFUNCIONAL? O importante , hoje, é quão funcional aquela característica exacerbada ,
mais intensa, traz facilidades no cotidiano, para que a vida fique mais leve. Esse treino do indivíduo para
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reconhecer que seus hábitos estão disfuncionais para si pois geram-lhe sofrimento, é a grande pegada da
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