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MÉTODO SOAP
Grupo: G13
S - Subjetivo
Registra-se aqui as informações baseadas na experiência da pessoa que está sendo atendida.
Pode-se anotar além das queixas, os sentimentos. Motivo do atendimento, anamnese,
problema(s) apresentado(s)
Paciente V. M. A. V., 50 anos, sem comorbidades conhecidas, não etilista; não tabagista; teve
contato com ex-esposo que tratou TB há 10 anos; pai ex-tabagista com quem conviveu até os 25 anos
de idade; relatou está no 7º dia de COVID e ressalta quadro de astenia. Além disso, o motivo do
atendimento seria o quadro de COVID, embora estivesse evoluindo relativamente bem preferiu
realizar exames laboratoriais e de imagem.
O - Objetivo
Informações aferidas do ponto de vista médico ficam neste espaço. Dados do exame físico e/ou
resultados dos exames complementares.
Exames Laboratoriais: Discreta elevação da PCR < 2 vezes o LSN (Limite Superior da Normalidade)
(Valor normal da PCR: <3,0 mg/dl)
A - Avaliação
Registra-se aqui as Hipóteses Diagnósticas, Raciocínio Clínico relacionando com os
conhecimentos anatômicos, fisiológicos, patológicos, bioquímicos e todo conhecimento do ciclo
básico.
Hipótese Diagnóstica:
1. Neoplasia maligna do lobo superior, brônquio ou pulmão (CID C34.1)
2. Neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido de pulmão (CID 10 - D381)
Para confirmar essa hipótese diagnóstica, o paciente deve se submeter a outros métodos para o
diagnóstico do câncer de pulmão. Assim, além do exame radiológico, que foi realizado, deve-se
realizar como primeira opção uma biópsia da massa em crescimento, juntamente, com remoção.
Classificação Histopatológica:
Benignos:
1. Papilomas
2. Adenomas
Lesões Pré-Invasivas:
1. Displasia Escamosa e carcinoma in situ
2. Hiperplasia Adenomatosa Atípica
3. Hiperplasia pulmonar difusa idiopática de células neuroendócrinas
Malignos:
1. Carcinoma de Células Escamosas
2. Carcinoma de Pequenas Células
3. Carcinoma Adenoescamoso
4. Tumor Carcinóide
Fisiopatologia:
Neoplasia é uma proliferação anormal de células com um crescimento relativamente autônomo. A
transformação de uma célula normal para neoplásica pode ser causada por agentes químicos, físicos
ou biológicos, que alteram irreversivelmente o genoma da célula. As células neoplásicas se
caracterizam pela perda de algumas funções especializadas, adquirindo novas propriedades
biológicas, principalmente a propriedade de crescimento autônomo e descontrolado. No câncer de
pulmão, inicialmente, observam-se lesões pré-malignas, como displasia celular e manchas clonais
contendo clones e subclones celulares, que podem apresentar perda da heterozigose, instabilidade de
microssatélites e mutações, estas últimas mais comumente encontradas nos genes TP53, KRAS,
EGFR e HER2. A proteína do gene p53: é uma proteína que regula a replicação do DNA,
proliferação celular e morte celular. A proteína p53 tem uma vida média curta, sendo logo inativada.
Além disso, a proteína p53 tem a função de acumular-se no núcleo, ligar-se ao DNA, impedindo a
replicação, isto permite tempo à célula para que haja reparo do DNA, porém, se não acontecer o
reparo, a célula entra em apoptose. Adicionalmente, para que um tumor maligno se desenvolva, é
necessário que o indivíduo acumule uma série de mutações e expresse propriedades fenotípicas
anormais, uma vez que o câncer só é detectável na presença de milhões ou até bilhões de células
malignas, configurando a carcinogênese como um processo de lento desenvolvimento.
Subsequentemente, na iminência de agravos como desenvolvimento de angiogênese e invasão
tecidual, pode-se dizer que há um tumor em estágio inicial instalado e, à medida que ocorre a
progressão tumoral, ele também pode enviar metástases para locais distantes – por via linfática ou
hematogênica –, configurando o câncer em estágio avançado. Considerando que historicamente o
tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão, outros fatores
também estão associados com o aumento do risco de desenvolvimento de neoplasias pulmonares. A
poluição ambiental, a exposição a carcinógenos industriais (como amianto, sílica, arsênico e gás
radônio), a exposição a altas doses de radiação, a presença de doenças pulmonares preexistentes
(como tuberculose, pneumonia e infecções virais), os níveis hormonais de estrogênio, os hábitos
alimentares, a obesidade, os fatores genéticos e o histórico familiar desempenham um papel cada vez
mais importante no desenvolvimento do câncer de pulmão, independentemente ou através de efeitos
aditivos ou multiplicativos.
Análise Radiológica:
Todo paciente com suspeita de câncer de pulmão deve realizar tomografia computadorizada (TC) de
tórax com contraste. Por meio desse exame, é possível identificar nódulos e massas pulmonares
suspeitos. Para confirmar se se trata de câncer ou não, é feita uma biópsia para retirada de amostra
que será analisada em laboratório (análise anatomopatológica). De forma geral, nódulos menores que
8 milímetros passam a ser monitorados periodicamente para acompanhar sua evolução. Outrossim,
são os nódulos superiores a 8 milímetros que são considerados suspeitos e podem ser alvo de biópsia,
procedimento que pode ser feito por broncoscopia (introdução pela boca ou nariz de um tubo com luz
e microcâmera, o broncoscópio) ou percutânea guiada por tomografia, na qual uma fina agulha
acoplada a uma seringa a vácuo, orientada pelas imagens da tomografia, transpassa o corpo do
paciente a fim de capturar materiais para análise. A escolha do método para extrair a amostra
depende de cada caso, sendo levada em consideração a localização das lesões suspeitas.
Com base na imagem acima, a paciente em questão tem uma massa crescida com provável diâmetro
maior do que 8 milímetros. Sendo assim, deve ser solicitado um exame de biópsia a fim de
diagnosticar células benignas ou malignas e, também, de retirar a massa crescida.
Caso o exame de biópsia apresente-se como Adenocarcinoma, algumas das suas características são:
Espessamento das suas paredes, nódulo parietal, alterações nos diâmetros da bolha e até mesmo
pneumotórax espontâneo (tendo em vista que, a laringe tem uma alteração na sua localização,
estando deslocada contralateral à massa)
Uma vez constatada a presença de tumores malignos, na maioria dos casos é preciso fazer o
estadiamento da doença, ou seja, saber com exatidão a sua extensão e se o câncer se espalhou para
outras partes do corpo (metástase). Nessa etapa é importante fazer o exame PET Scan (tomografia
por emissão de pósitrons combinado com tomografia computadorizada), também conhecido como
PET/CT. Trata-se de uma tomografia do corpo inteiro do paciente, realizada após injeção na corrente
sanguínea de um contraste com marcador químico que emite pequenas doses de radiação a fim de
averiguar a presença de atividade tumoral localizada. Se houver metástases, esses marcadores
sinalizam na imagem da tomografia sua localização.
P - Plano
A proposta terapêutica elaborada pelo médico deve encontrar-se neste item; medicações
prescritas, solicitações de exames complementares, orientações realizadas, encaminhamentos e
pendências para o próximo atendimento, ou seja, um plano de ação para o seu paciente. Muitas
consultas estão alicerçadas em problemas de cunho social ou emocional, fato que exige a
exploração dos seus componentes. Muitas informações contidas na avaliação (“A”) não são
passíveis de tratamento farmacológico, mas sempre o médico pode cuidar e contribuir para a
saúde da pessoa frente à situação apresentada
Opções Terapêuticas:
Doença localizada:
Quimioterapia sistêmica associada à irradiação torácica, com ou sem irradiação craniana nos
casos de resposta clínica completa no pulmão.
Quimioterapia sistêmica, com ou sem irradiação craniana nos casos de resposta clínica
completa no pulmão.
Ressecção cirúrgica, seguida por quimioterapia sistêmica ou quimioterapia associada à
irradiação torácica, com ou sem irradiação craniana, para doentes no estágio I.
Doença extensa:
Quimioterapia sistêmica, com ou sem irradiação craniana nos com resposta clínica completa
no pulmão.
Radioterapia paliativa torácica ou para metástases cerebrais, epidurais ou ósseas.
Estágio I:
Ressecção cirúrgica conservadora: lobectomia, segmentectomia ou ressecção em cunha;
Radioterapia torácica radical, para doentes com contraindicação médica para cirurgia.
Estágio II:
Ressecção cirúrgica: pneumectomia, lobectomia ou ressecção segmentar pulmonar;
Radioterapia torácica radical, para doentes com contraindicação médica para cirurgia;
Quimioterapia adjuvante, após a cirurgia;
Radioterapia torácica associada ou não à quimioterapia, seguida ou não por ressecção
cirúrgica (tumor do ápice pulmonar – tumor de Pancoast - ou invasão de parede torácica).
Estágio IIIA:
Ressecção cirúrgica (T3N1M0): pneumectomia, lobectomia ou ressecção segmentar
pulmonar;
Radioterapia torácica radical associada à quimioterapia, para doentes com invasão linfática
N2 ou contraindicação médica para cirurgia;
Radioterapia torácica radical, para doentes com contra-indicação médica para
quimiorradioterapia;
Quimioterapia adjuvante, após cirurgia;
Radioterapia torácica associada ou não à quimioterapia, seguida ou não por ressecção
cirúrgica (tumor de Pancoast ou invasão de parede torácica).
Lembrando que, antes de colocar o tratamento em prática o diagnóstico definitivo é firmado pelo
exame histopatológico ou citológico de espécime tumoral obtido por broncoscopia,
mediastinoscopia, biópsia pleural ou biópsia pleuropulmonar a céu aberto ou vídeo-assistida.
Eventualmente, o diagnóstico será feito após estudo anatomopatológico de peça cirúrgica - segmento,
lobo pulmonar ou pulmão. A citologia de escarro não é recomendada rotineiramente, porém pode ser
útil no diagnóstico de tumores de localização central
REFERÊNCIAS
Silvestri GA, Gonzalez AV, Jantz MA, et al. Métodos para estadiamento do câncer de pulmão
de células não pequenas: Diagnóstico e manejo do câncer de pulmão, 3ª ed: Diretrizes de
prática clínica baseadas em evidências do American College of Chest Physicians. Baú
2013; 143:e211S.
Rivera MP, Mehta AC, Wahidi MM. Estabelecendo o diagnóstico de câncer de pulmão:
Diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão, 3ª ed: Diretrizes de prática clínica baseadas
em evidências do American College of Chest Physicians. Baú 2013; 143:e142S.
Ost DE, Yeung SC, Tanoue LT, Gould MK. Fatores clínicos e organizacionais na avaliação
inicial de pacientes com câncer de pulmão: Diagnóstico e manejo do câncer de pulmão, 3ª ed:
Diretrizes de prática clínica baseadas em evidências do American College of Chest
Physicians. Baú 2013; 143:e121S.