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Câncer de mama em cadelas: o desafio de diagnosticar de forma precoce!

câncer de mama em cadelas é uma das principais neoplasias nesses animais. De acordo
com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), atinge cerca de 45% das
fêmeas caninas. Enquanto que nas fêmeas felinas essa taxa é em torno de 30%. Além
disso, na maioria dos casos os nódulos descobertos podem ser malignos. Os dados
também revelam que a incidência de tumores malignos é maior em gatos.
O câncer em cadelas, quando se manifesta de forma benigna, não prejudica sua
qualidade de vida do animal. Ou seja, de modo geral, costuma ter tratamento e o animal
se recuperar bem. 
Entretanto, o diagnóstico precoce é essencial para que isso aconteça. O que está na
contramão da realidade, tendo em vista que  aproximadamente 17% dos diagnósticos
em cadelas são realizados de maneira tardia.Reduzindo, desse modo o que reduz as
chances de efetividade do tratamento. 
Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre esse problema, por que ocorre, formas
de diagnóstico e tratamentos possíveis. Confira! 

Por que ocorre o câncer de mama em cadelas?

O câncer é uma doença multifatorial, caracterizado como um crescimento desordenado


de células no organismo. No caso dos tumores mamários, essa multiplicação celular se
dá nas glândulas mamárias do animal. Além disso, reúne componentes genéticos,
hormonais, nutricionais e ambientais
Também chamado de neoplasias mamárias, a ocorrência em cadelas e em mulheres
apresentam similaridades epidemiológicas, clínicas, biológicas e genéticas, o que
possibilita a utilização da cadela como modelo comparativo experimental.
Apesar de ser comum nas fêmeas caninas, por conta da produção de hormônios como
estrógeno e progesterona, o câncer de mama também atinge cachorros (e gatos) machos,
por isso a prevenção deve ser feita em ambos os sexos. Além disso, não existe
predisposição racial, portando qualquer pet pode ser alvo da doença.
Atrelada muitas vezes a gravidez psicológica, essa disfunção hormonal que ocorre nas
cadelas é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Alguns fatores podem estar relacionados ao surgimento do câncer de mama em cadelas
como a ingestão de medicamentos hormonais. Principalmente anticoncepcionais ou
suplementação. Animais que não são castrados são mais propensas a desenvolver a
neoplasia. Uma vez que, durante o cio, há uma descarga hormonal grande no
organismo, gerando o desequilíbrio que é a neoplasia. 
Ademais, fatores como sobrepeso e obesidade, bem como idade avançada contribuem
para que surjam os tumores na região das glândulas mamárias nas cadelas. 
Entretanto, diferente de outras doenças, inclusive neoplasias, não há relação
comprovada entre raças e o surgimento do câncer de mama em cadelas. Também não há
relação com a existência ou não do acasalamento. 

Sinais comuns
O diagnóstico precoce do câncer em cadelas é fundamental para para que a eficácia no
tratamento da doença. Por essa razão, ao atender o paciente é preciso observar alguns
sinais típicos como: 

 Caroços na região das glândulas mamárias; 


 Inchaço ou dilatação nas mamas;
 Dor ou incômodo frequente;
 Presença de secreções nas mamas com odor desagradável.

O problema é que nem sempre a doença tem sinais clínicos tão evidentes. Por essa
razão, o diagnóstico dessa doença deve ser feito a partir de exames clínicos na região. E
também, exames de citologia aspirativa e diagnóstico de imagem. 

Como fazer o diagnóstico precoce?


A avaliação clínica das cadelas com câncer de mama é de fundamental para determinar
a fase de evolução da doença, fornecendo melhor entendimento sobre o comportamento
biológico da neoplasia e proporcionando informações de significado diagnóstico,
prognóstico e terapêutico
Desse modo, análise clínica deve começar a partir da palpação da região. Com esse
procedimento é possível identificar nódulos assim como análise do histórico do animal. 
É importante destacar que os tumores maiores do que cinco centímetros, que
apresentam rápido crescimento, aderentes, com grandes áreas de ulceração e com
metástase para linfonodos estão associados ao pior prognóstico.
No entanto, em todas as ocorrências é importante a realização do exame anátomo-
histopatológico de todos os nódulos. Dentre os tumores mamários malignos, os mais
frequentes são os carcinomas.
Para diagnóstico mais conclusivo devem ser solicitados exames de imagem. Sendo que
tomografia computadorizada, radiografias de tórax e ultrassonografia de abdômen
costumam figurar entre os principais meios de certificar a extensão do problema.
Os exames por imagem fornecem informações importantes para que o tratamento possa
ser definido. Com a ultrassonografia abdominal é possível ter dados claros em relação à
presença de metástase do câncer, ou seja, a propagação da doença para outras partes
corpo. 
Do mesmo modo, com o auxílio do efeito doppler é possível ainda ir mais além. Com
esse recurso dá para fazer o diagnóstico do câncer de mama em cadelas em estágio
ainda mais precoce. Isso porque permite observar alterações no fluxo sanguíneo de uma
determinada região do corpo. 
Ao identificar sinais do câncer de mama em cadelas, deve-se recolher o material para
que seja feita a biópsia que será capaz de dizer se o tumor é benigno ou maligno e qual
o seu grau de afetação no corpo do animal. Estes dados são básicos para o prognóstico,
a esperança de vida ou a possibilidade de recidiva (porcentagem de repetição do câncer
no mesmo local ou em outro diferente).

Tratamento e sobrevida
A partir da definição do diagnóstico, devem ser tomadas as medidas de tratamento da
doença. Na maior parte dos casos, a primeira ação adotada pelo médico veterinário deve
ser a remoção completa do tumor por meio de intervenção cirúrgica. 
Quando o tumor for benigno, a cirurgia é o bastante para que o animal fique bem e não
apresente complicações futuras. No caso de neoplasias malignas, pode ser necessária a
indicação de tratamentos como quimioterapia após a remoção cirúrgica. Principalmente
quando há sinais de que a doença está se espalhando pelo corpo. Desse modo, busca-se
a eliminação total da doença do corpo do animal, prevenindo contra a reincidência ou a
ocorrência de metástase. 
É importante destacar que, quando o câncer de mama em cadelas desenvolve a
metástase, as chances de que o tratamento cure o problema por completo são mínimas.
Portanto, nesse tipo de situação, o ideal é indicar medicamentos para alívio da dor e dos
sintomas decorrentes do tumor, permitindo que tenha mais conforto no período que lhe
resta de vida. 
Por ser uma doença grave, que pode levar o animal à morte, é importante orientar os
tutores quando a importância da castração precoce das cadelas. 
Quando a intervenção é realizada antes do primeiro cio, as chances de surgimento do
câncer em cadelas é mínimo, em torno de 1%. Esse risco aumenta à medida que a cadela
tem novos cios. É importante lembrar que as fêmeas castradas mais tardiamente
precisam passar por exames periódicos e devem ser observadas com atenção.
Gostou desse assunto? Confira nosso artigo sobre Diagnóstico por imagem em
pequenos animais e veja porque é importante dominar! 

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