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O pâncreas é um órgão que faz parte do sistema digestivo humano, ligado ao

duodeno. Ele se situa na parte superior do abdômen e é dividido em três


partes, a cabeça, o corpo e a cauda. 
Sua porção exócrina produz o suco pancreático, que atua na digestão de
carboidratos, gorduras e proteínas. Já sua porção endócrina produz a insulina
e o glucagon, hormônios responsáveis pela manutenção do nível ideal
de glicose no sangue. 
Seu bom funcionamento é vital para a manutenção de um organismo saudável.
Por isso é essencial estar atento e conhecer o que é, as causas, sintomas e
tratamentos para a principal doença que acomete esse órgão: o câncer no
pâncreas.
O que é câncer no pâncreas?

O câncer de pâncreas é a presença de células tumorais no pâncreas. É


uma doença considerada de alto risco, sendo seu índice de mortalidade quase
igual ao índice de incidência. Por sua agressividade, somente de 1% a 4% dos
pacientes vivem mais de 5 anos após o diagnóstico. 
O alto índice de mortalidade também se dá pelo fato de ser um câncer
de difícil diagnóstico , principalmente, quando se fala em diagnóstico
precoce. A falta de uma terapia eficaz também contribui para a mortalidade
alta.
Tipos de câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas é um tumor maligno na porção exócrina do órgão.  O


tipo mais prevalente de câncer de pâncreas é o adenocarcinoma ductal , que
se origina no tecido glandular e é o tipo mais agressivo da doença. Tal tumor
exócrino corresponde a 90% dos casos diagnosticados e atinge,
majoritariamente, a cabeça do órgão, que fica no lado direito do abdômen.
Existem outros tumores malignos do pâncreas, bem mais raros, os tumores
neuroendócrinos, que acometem 1 em cada 100.000 pessoas. 
O adenocarcinoma geralmente tem origem nos ductos pancreáticos, mas pode
surgir também a partir das células que produzem as enzimas pancreáticas,
chamados carcinomas de células acinares.
Tipos mais raros de tumores exócrinos no pâncreas incluem:

 carcinomas adenoescamosos;
 carcinomas de células escamosas;
 carcinomas de células em anel de sinete;
 carcinoma indiferenciado de células gigantes;
 carcinomas indiferenciados.

Principais sintomas e sinas


Os sintomas do câncer de pâncreas não são típicos, o que causa
a dificuldade no diagnóstico da doença em estágio precoce. A icterícia , que
é o amarelamento dos olhos e pele, aparece como o sintoma mais
comum desse tipo de câncer.
A dor na parte média ou alta das costas também é um sintoma clássico da
doença. Perda de peso, falta de apetite, náusea e fraqueza também aparecem
como sinais comuns da doença.
Um sinal importante que merece muita atenção é a diabetes. Além de ser fator
de risco para o desenvolvimento do tumor, a diabetes aparece como sintoma
do funcionamento anormal do pâncreas acometido pelo tumor. Por esse
motivo, o surgimento recente ou a piora no quadro de diabetes em adultos
após os 60 anos de idade pode ser um indício para o diagnóstico de câncer de
pâncreas.
Como o câncer de pâncreas tem sintomas muito comuns a outros tipos câncer,
é fundamental estar atento a qualquer alteração persistente e é muito
importante estar alerta para os fatores de risco que podem fomentar o
desenvolvimento da doença.
Fatores de risco

Os principais fatores de risco, que elevam as chances do desenvolvimento da


doença, são o tabagismo, obesidade e diabetes, conforme citado acima .
Além disso, há algumas doenças/condições genéticas, com a pancreatite
crônica familiar ou síndromes mais raras (como a Peutz-Jeghers), que também
aumentam o risco do câncer de pâncreas. 
Agricultores em contato com agrotóxicos, trabalhadores de manutenção predial
e da indústria do petróleo também fazem parte dos grupos de risco por estarem
em contato direto com substâncias que podem levar ao câncer de pâncreas.
É possível prevenir o câncer de pâncreas?

Pela dificuldade em diagnosticar o câncer de pâncreas precocemente, a melhor


maneira de se prevenir é levar um estilo de vida equilibrado e saudável.
Evitar ao máximo contato com tabaco, ativa e passivamente, fazer exercícios
regulares, manter uma dieta balanceada rica em frutas e vegetais e evitar a
ingestão de álcool em excesso são medidas que podem diminuir o risco de
desenvolver esse tipo de câncer.
Determinadas lesões benignas podem ser diagnosticadas no pâncreas, como
cistos, por exemplo, que podem predispor o desenvolvimento da doença.
Portanto o seguimento e controle dessas lesões podem levar a um diagnóstico
mais precoce. 
No entanto, de toda forma, é importante dizer que a prevenção,
especificamente, do câncer de pâncreas é um pouco difícil, pois a maior parte
dos tumores aparecerá devido a mutações genéticas aleatórias.
Diagnóstico do câncer de pâncreas

Como é feito o diagnóstico do câncer de pâncreas?

O câncer de pâncreas é de difícil diagnóstico, pois a maioria dos sinais ou


sintomas só aparecem em estágio avançado. Contudo, se houver a suspeita
por presença de sintomas, o diagnóstico é iniciado com exames de
imagem , como uma tomografia de abdômen ou uma ressonância de
abdômen.
Muitas vezes, realizar apenas um dos exames citados acima é o suficiente para
obter o diagnóstico e indicar o tratamento cirúrgico, quando há uma suspeita
clínica associada a uma imagem compatível com a de um tumor no pâncreas. 
Nos casos em que o paciente fará tratamento com quimioterapia ou a
realização da cirurgia não for indicada de forma imediata, pode haver a
necessidade de fazer uma biópsia , para extração do material e posterior
avaliação, o que geralmente é feito através de exame de ecoendoscopia. Em
seguida é feito o estadiamento, em que são avaliados o tamanho do tumor e se
ele está restrito ao pâncreas ou se atingiu vasos, nervos ou outros órgãos.. 
Quais os exames necessários?

Uma vez presente a suspeita de câncer no pâncreas, o médico especialista


pode solicitar alguns de exames para avaliar o quadro. Dentre os principais
exames estão os de imagem, como a tomografia de abdômen ou a ressonância
de abdômen, conforme citado anteriormente. 
Tratamentos para o câncer de pâncreas

A indicação do tratamento mais adequado para cada caso depende,


principalmente, do estágio em que a doença é diagnosticada. Os tumores de
pâncreas são, basicamente, classificados em:

 Ressecáveis: não invadem nenhuma estrutura vital que não pode ser removida
durante o procedimento cirúrgico;
 Localmente avançados: lesões grandes/extensas que não podem ser
ressecadas, mas não apresentam metástases;
 Metastáticos: a doença não é restrita ao pâncreas, espalhando-se por outros
órgãos, como fígado, pulmões e peritônio. 

A única possibilidade de cura para o câncer de pâncreas se dá pela cirurgia,


normalmente de ressecção (retirada do tumor). Radioterapia e quimioterapia
ajudam a diminuir o tumor e aliviar os sintomas da doença, principalmente
em casos nos quais a cirurgia não é possível. 
Em pacientes com metástase, o tratamento cirúrgico não realizado e indica-se
a quimioterapia, a fim de prolongar o tempo de vida do paciente e melhorar a
qualidade de vida, pois a quimioterapia proporciona melhora dos sintomas
relacionados ao tumor. 
Quando a cirurgia é necessária?

A cirurgia é necessária para obter cura. Contudo, ela só é possível quando o tumor é
identificado como ressecável, ou seja, passível de ser retirado cirurgicamente sem
comprometer nenhum vaso, nervo ou órgão adjacente e o paciente apresentar condições
clínicas para realizar o procedimento, devido à complexidade de tal cirurgia.

Além disso, vale ressaltar que em casos de tumores localmente avançados ,


há diversas opções terapêuticas e é neste campo que a cirurgia e oncologia
clínica têm mais evoluído. Hoje em dia, pacientes com tumores localmente
avançados são submetidos à realização da quimioterapia ou radioterapia antes
de qualquer procedimento cirúrgico, tratamento considerado neoadjuvante, e, a
depender da resposta, pode ser indicada a cirurgia para ressecar os tumores
com intuito de cura. 
Como é feita a cirurgia?

O procedimento cirúrgico para retirada de um câncer no pâncreas é complexo


e depende da localização do tumor. O tipo mais comum é conhecido
como cirurgia de Whipple (Gastroduodenopancreatectomia), recomendado
para tumores que atingem a cabeça ou corpo do pâncreas. No procedimento
são retirados a cabeça do pâncreas, duodeno, via biliar distal, vesícula biliar e,
eventualmente, parte do estômago.
A Gastroduodenopancreatectomia está entre as cirurgias mais complexas do
aparelho digestivo, chegando a durar entre 4 e 5 horas. No entanto, felizmente,
grande parte dos procedimentos cirúrgicos para o tratamento do câncer de
pâncreas pode ser feita através de via minimamente invasivas, isto é, cirurgias
realizadas por pequenas incisões, sem a necessidade de uma incisão grande.
Em casos nos quais há tumor na cauda, situação menos frequente, a cirurgia
realizada é a pancreatectomia distal associado a esplenectomia. Trata-se de
um procedimento menos complexo, porém de rara realização, pois o
diagnóstico de tumores localizados na cauda do pâncreas, normalmente, é feito
em estágios avançados da doença, por apresentar poucos sintomas. 
Câncer no pâncreas: atenção aos sintomas é a melhor prevenção

O câncer de pâncreas é uma doença de tratamento complexo e, muitas vezes,


os sintomas são inespecíficos, além de dificilmente diagnosticado em estágio
precoce. 
Como visto no artigo, não levar um estilo de vida saudável e não estar atento
aos possíveis sinais de um câncer no pâncreas podem ter consequências.
Pacientes que notam amarelamento nos olhos ou pele (icterícia), aparecimento
de diabetes de forma repentina e perda de peso sem causa aparente devem
consultar um médico, a fim de avaliar o quadro.
Sempre que notar essas alterações é fundamental buscar atendimento médico.
Só um especialista pode identificar e indicar o tratamento adequado.

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