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TUDO SOBRE CÂNCER


TUDO SOBRE CÂNCER
Sintomas e tratamentos da doença

Câncer é cada vez mais tratado como


crônico, o que aumenta tempo de vida

Saiba quais são os 10 tipos de


câncer mais comuns no Brasil
e suas causas

Quimio, radio, imunoterapia:


entenda como são os
tratamentos de câncer

Treino, dieta, vacina, não


fumar: o que realmente ajuda
a evitar o câncer

Ouvir artigo 47 minutos

Câncer: o que é, sintomas, diagnóstico,


tratamentos e prevenção

Câncer (ou neoplasia maligna) é o nome que se dá


a um conjunto de mais de 200 doenças diferentes
que têm como característica em comum o
crescimento anormal de células. Quase sempre,
essas células anormais formam tumores sólidos,
que invadem regiões vizinhas e podem se
desprender e ir para outras partes do corpo —
processo chamado de metástase. A exceção é para
os cânceres que afetam o sangue, como a
leucemia, que raramente geram tumores, nem
metástase, mas podem infiltrar os tecidos e órgãos
diretamente.

Graças aos avanços na medicina, receber o


diagnóstico de câncer não é mais sinônimo de
sentença de morte. A doença nem sempre pode ser
evitada, mas políticas eficazes de incentivo a
hábitos saudáveis, acesso aos serviços de saúde e
rastreamento podem fazer uma enorme diferença
na redução da mortalidade, nos índices de cura e
na qualidade de vida dos pacientes para os quais a
enfermidade é incurável.

Incidência

O câncer é a segunda doença que mais mata em


todo o mundo, sendo responsável por cerca de 9,6
milhões de mortes por ano. No Brasil, o número
mortes (mais de 200 mil por ano) só é menor que o
provocado por doenças cardiovasculares, como
infarto e derrame (AVC). Com o envelhecimento da
população, a incidência de câncer vem
aumentando: o Inca (Inca Instituto Nacional de
Câncer) estima um total de 600 mil novos casos por
ano.

Como surge o câncer

Nosso corpo é formado por trilhões de células


diferentes, que crescem, se dividem e depois
morrem, sendo substituídas por novas células. O
manual de instruções para todo esse processo
ordenado vem inscrito nos genes, espécies de
arquivos presentes em cada uma de nossas
células.

O câncer surge a partir de uma mutação genética,


ou seja, uma alteração no DNA (ácido
desoxirribonucleico), o composto orgânico presente
no núcleo das células onde ficam guardadas todas
informações genéticas do indivíduo.

Existem alguns genes responsáveis por promover a


divisão celular, os chamados "proto-oncogenes", e
também há "genes supressores do tumor", que
retardam a divisão celular ou levam as células a
morrer na hora certa. Um câncer pode surgir a
partir da ativação de oncogenes ou pela
desativação dos genes supressores do tumor.

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O câncer é um problema genético ou


hereditário?

É possível herdar um DNA anômalo do pai ou da


mãe, mas a maioria das mutações genéticas
ocorrem ao longo da vida, por um erro durante a
multiplicação das células, ou pela exposição a um
agente carcinogênico (ou carcinógeno), como a
radiação ou o cigarro. Estima-se que apenas 10%
de todos os cânceres ocorram devido a fatores
hereditários.

Assim, dizemos que o câncer é uma doença de


origem genética, mas nem sempre geneticamente
herdada. Os diferentes fatores de risco interagem
de forma específica para cada pessoa, por isso
nem todos os integrantes de uma mesma família
expostos aos mesmos fatores de risco ficam
doentes.

Carcinogênese

O processo de formação do câncer, ou


carcinogênese, é lento, podendo levar anos até o
surgimento de um tumor visível. Os diferentes
estágios envolvidos dão uma ideia de quão
complexa é a doença e suas causas:

1) Estágio de iniciação As células são


geneticamente alteradas por certos agentes
cangerígenos, mas a doença ainda não está
instalada.

2) Estágio de promoção A célula "iniciada" sofre


a ação de outros tipos de agentes e se transforma,
lentamente, em uma célula maligna. Se a
exposição for suspensa, ainda há chance de
interromper o processo.

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3) Estágio de progressão A célula modificada


começa a se multiplicar de forma descontrolada e
irreversível, e o câncer se manifesta (por exemplo
na forma de um tumor ou de alterações em células
do sangue).

4) Metástase Eventualmente, as células


cancerosas de um tumor localizado podem atingir
os gânglios linfáticos próximos ao tecido afetado e,
então, há risco de se espalharem, produzindo uma
metástase (um tumor em outra parte do corpo).

Qual a diferença entre tumor maligno e


benigno?

Nem todo tumor é um câncer, mas todo tumor pode


ser chamado também de neoplasia ("neo" e "plasia"
significam "novo" e "crescimento"). Um tumor
benigno (ou neoplasia benigna), ao contrário do
maligno (câncer), cresce de forma lenta e
organizada. Num exame de imagem, em geral, ele
apresenta limites nítidos. Diferentes do câncer (ou
tumor maligno), os benignos não têm capacidade
de gerar metástase e, por isso, só costumam ser
operados quando geram sintomas ou ameaçam
estruturas vizinhas. Miomas uterinos são exemplos
de tumores benignos muito frequentes e que nem
sempre exigem cirurgia. Um tumor maligno pode
surgir a partir de um benigno? Até pode, mas é
muito raro.

Vale acrescentar que existem outros tipos de


doenças caracterizadas pela proliferação
exagerada de células que não são câncer, como as
displasias e as hiperplasias.

Sintomas

Cada tipo de câncer pode gerar sinais e sintomas


específicos, e muitos podem permanecer
assintomáticos até que a doença se torne
avançada. Entre as manifestações mais comuns,
pode-se destacar:

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Presença de nódulo ou inchaço

Anemia ou infecções frequentes

Presença de sangue nas fezes ou


secreções

Pintas com bordas irregulares ou feridas


que não cicatrizam

Perda de peso

Dor

Fadiga

Convulsões

Causas

Não existe uma causa única para o câncer, e sim


fatores que interagem entre si, levando ao
surgimento e proliferação das células anormais. Há
causas internas, como hormônios, condições
imunológicas, envelhecimento e mutações
genéticas. E existem as causas externas, como a
radiação ultravioleta, o cigarro, alguns vírus e
outros elementos classificados como
carcinogênicos (agentes cancerígenos).

Algumas dessas causas são impossíveis de se


evitar, como o envelhecimento. Mas isso não quer
dizer que seja impossível prevenir-se de um câncer.
De acordo com o Inca, entre 80% e 90% dos casos
de câncer se devem a mudanças provocadas no
ambiente pelo homem ou seus hábitos. O estilo de
vida sozinho, o que inclui dieta, obesidade,
sedentarismo, uso de álcool e tabaco, responde por
um terço de todos os casos da doença, segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde).

Fatores de risco

Veja abaixo quais os principais agentes ou


condições que podem aumentar a probabilidade de
ter um câncer

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Idade: o envelhecimento é considerado o principal


fator de risco para o câncer, pois, com o passar da
idade, as células sofrem mudanças que as deixam
mais vulneráveis aos processos que levam à
doença. Além disso, uma pessoa idosa é exposta
por mais tempo aos diversos carcinógenos. Nos
EUA, a idade média de diagnóstico do câncer é 66
anos. Apesar dessa propensão mais alta entre os
mais maduros, é bom lembrar que um câncer pode
ocorrer em qualquer idade e alguns tipos
específicos são mais frequentes em crianças ou
adolescentes.

Sexo: além dos tumores exclusivos de cada sexo


(como os de próstata, útero ou ovário), certos tipos
são mais frequentes em homens ou mulheres
devido a diversos fatores, como o hormonal. É o
caso, por exemplo, do câncer de mama, que é mais
raro nos homens apesar de eles terem essa
glândula.

Tabagismo: os diversos compostos químicos


presentes do cigarro têm capacidade de causar
dano ao DNA e até o contato com a fumaça (fumo
passivo) pode aumentar o risco de câncer. Segundo
a OMS, esse hábito causa 22% de todas as mortes
pela doença no mundo.

Álcool: estudos mostram que mesmo o consumo


moderado de álcool pode aumentar o risco de
certos tipos de tumores, como de boca, faringe,
laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino e
mama.
Radiação: tipo de energia com determinado
comprimento de onda, a chamada radiação
ionizante pode danificar o DNA das células. Certos
exames de imagem e a radioterapia, um dos
tratamentos mais importantes para o câncer, podem
ser fatores de risco.

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Raios ultravioleta: a exposição aos raios emitidos


pelo sol ou por câmaras de bronzeamento são o
principal fator de risco para o câncer de pele.

Obesidade: vários tipos de tumor têm sido


associados ao excesso de peso, que favorece
processos inflamatórios e interfere na concentração
de certos hormônios que facilitam a proliferação
das células cancerosas.

Dieta: além da bebida alcoólica, alguns elementos


presentes na alimentação podem aumentar o risco
de certos tipos de câncer se consumidos em
excesso, como a gordura saturada, compostos
existentes em carnes processadas (como presunto,
salsicha, linguiça, salame, peito de peru etc.),
produtos com conservantes (como nitritos e
nitratos) ou muito sal. O baixo consumo de frutas e
vegetais também aumenta a suscetibilidade ao
câncer. Bebidas quentes demais e excesso de
churrasco também são associados a certos tipos de
tumores.

Hormônios: o estrogênio, que existe em maior


quantidade nas mulheres, pode colaborar com
alguns tipos de câncer, como o de mama. O uso em
longo prazo da testosterona também pode levar ao
câncer de fígado.

Infecções: alguns agentes infecciosos, como os


vírus HPV ou da hepatite B e C, bem como a
bactéria H. pylori (causadora de úlceras) e certos
parasitas podem resultar na doença.

Hereditariedade: o fator genético exerce um papel


importante na oncogênese, embora sejam raros os
casos que se devem exclusivamente a fatores
hereditários ou étnicos.

Imunossupressão: certos medicamentos para


evitar a rejeição a transplantes ou doenças que
afetam a imunidade, como a Aids, podem predispor
a certos tipos de tumor. Outros medicamentos ou
tratamentos usados no combate ao câncer também
podem aumentar o risco de ter um segundo tipo de
câncer no futuro.

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Doenças crônicas: certas condições podem


predispor o indivíduo ao câncer por provocar um
estado crônico de inflamação, como a doença de
Crohn e a própria obesidade.

Exposição ambiental ou ocupacional: pessoas


que são expostas cronicamente a agentes
carcinógenos, seja pelo local onde vivem, seja pela
profissão que exercem, têm risco aumentado de
certos tipos de câncer. Segundo o Inca, 10,8% dos
casos de câncer em homens e 2,2% em mulheres
surgem devido a fatores relacionados ao local de
trabalho, por isso é importante o uso correto e
constante de materiais de proteção.

Agentes cancerígenos

A Iarc (Agência Internacional para a Pesquisa do


Câncer), ligada à OMS, mantém uma lista com
todas as substâncias com potencial de provocar a
doença comprovado em estudos com seres
humanos, ou cujo risco é provável, mas ainda exige
confirmação. A relação é atualizada regularmente,
conforme novas evidências científicas surgem.

A lista de elementos cuja exposição pode aumentar


o risco da doença é grande e inclui: agentes
presentes naturalmente no ambiente (como gás
radônio, metais pesados, a radiação ultravioleta e a
radiação ionizante que vem do espaço), hormônios
(como estrogênio natural ou sintético),
componentes usados no diagnóstico e tratamento
de doenças (como certos quimioterápicos, a
radiação usada na radioterapia ou em exames de
imagem), agentes infecciosos (como vírus e
bactérias) e a extensa lista de poluentes (fumaça
emitida pelos veículos ou pelos cigarros) ou
componentes químicos usados na indústria ou em
certas ocupações (como agrotóxicos, solventes,
amianto, poeira de couro, madeira ou sílica etc.).

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Cada um dos agentes cancerígenos pode atuar em


diferentes estágios da formação de um tumor
(iniciação, promoção ou progressão), por isso é
difícil que um componente sozinho provoque a
doença, com certas exceções como o tabaco, que
contém componentes capazes de atuar nesses três
diferentes estágios e, por isso, é chamado de
agente carcinógeno completo.

Tipos de câncer

Os oncologistas (médicos especializados em


câncer) costumam dizer que cada câncer tem nome
e um sobrenome longo. Podemos classificar a
doença de acordo com o tipo de célula em que o
processo se iniciou, a estrutura e o órgão ou
sistema afetados. À medida que o conhecimento
sobre os diferentes tipos de neoplasia avança e os
tratamentos se tornam cada vez mais
especializados, as denominações ficam cada vezTOPO

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