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Cancro
O cancro afecta qualquer pessoa, jovens ou velhos, ricos ou pobres, homem mulher ou criança,
brancos ou negros e melhores ou piores antecedentes culturais ou de condição económica.
Representa um enorme peso sobre doentes, famílias e a sociedade.
Doença mais associada ao envelhecimento mas pode ser diagnosticada em qualquer idade.
O cancro representa uma das principais causas de morte no mundo particularmente nos países
desenvolvidos.
Em 2018, estima-se que causa 9,6 milhões de mortes.
Muitas destas mortes podem ser evitáveis, cerca de 40% dos cancros podem ser prevenidos.
O reflexo do cancro é mais profundo que as desordens fisiológicas e psicológicas que provoca na
pessoa, ultrapassa a esfera do individual.
As doenças oncológicas … têm um profundo impacto nos doentes, nos familiares e na sociedade em
geral, sendo provavelmente as doenças mais temidas pela população em geral.”
Desafios múltiplos para o enfermeiro que cuidada destes doentes e família.
Cancro – conceito
“A palavra cancro é utilizada para designar uma neoplasia maligna ou, se se usar a palavra “tumor”
como sinónimo de “neoplasia” para designar um tumor maligno. Às vezes usa-se também “lesão
maligna” como sinónimo de “neoplasia” ou “tumor maligno”. De uma pessoa com cancro diz-se que
sofre de uma doença cancerosa, isto é, de uma doença crónica caracterizada pela existência de um
cancro.”
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“(…) é uma designação infeliz pela sua imprecisão, já que existem, só na espécie humana, centenas de
diferentes tipos de cancro. (…) no universo “do cancro” alberga-se uma miríade de neoplasias com
características celulares e gravidade muito distintas umas das outras.”
Em Portugal
O cancro representa a segunda maior causa de morte em Portugal.
Aumento regular da incidência do cancro, a uma taxa constante de aproximadamente 3% ao ano.
Regista-se também uma tendência de crescimento do número de óbitos por cancro;
As doenças oncológicas constituem a segunda causa de morte - constituem um grave problema de
Saúde Pública e um desafio constante ao desenvolvimento de saberes/competências específicas.
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Homem: cancro da próstata.
Nos dois sexos: cancro do colorretal.
Colorretal Pulmão
Mama Estomago
Próstata
Com a finalidade:
Diminuição da mortalidade e morbilidade por cancro;
Melhoria da qualidade de vida e;
Satisfação dos utentes com os cuidados recebidos.
Objetivos Prioritários
Melhorar a vigilância epidemiológica e implementar sistemas de informação que permitam planear
estratégias, monitorizar e avaliar as medidas tomadas;
Efetivar a prevenção primária: promoção de estilos de vida saudáveis, designadamente pelo
combate ao tabagismo e sedentarismo, e prevenção da obesidade;
Programar e implementar em todo o país programas de rastreio organizados, para os cancros do
colo do útero, da mama e do cólon e reto;
Implementar a Rede Referenciação Integrada em Oncologia (RRIO) e organizar a Gestão da Espera.
Prevenção oncológica
Prevenção primária – Adopção de medidas que assegurem que o cancro não se venha a
desenvolver, isto é, visa eliminar os factores de risco ou o afastamento do ser humano à sua
exposição (corresponde à profilaxia).
Prevenção secundária e terceária – Detecção e tratamento precoce do cancro, cuja génese não
pode ser evitada na sua fase inicial.
Estão incluídas as medidas dirigidas à identificação de lesões pré-cancerosas ou cancros in situ.
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Implementação de estratégias baseadas na evidência de prevenção do cancro;
Vacinação contra HPV e vírus da hepatite B;
Controlo dos riscos ocupacionais;
Reduzir a exposição à radiação solar.
Cancro da mama
Medidas de detecção precoce e rastreio
Auto- exame da mama mensalmente;
Mamografia cada 2 anos em mulheres entre os 50 e 69 nos; A LPCC aconselha a partir dos 45 anos;
Mulheres com história familiar de cancro da mama devem começar o rastreio mais cedo e com uma
frequência maior.
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Valorização de alterações dos hábitos intestinais (obstipação ou diarreia sem razão aparente e/ou
fezes muito escuras, perda de sangue pelo recto);
Observação do intestino através de colonoscopia ou sigmoidoscopia;
Pesquisa de sangue oculto nas fezes dos 50 aos 74 anos.
Tratamento do cancro
Conjunto das intervenções incluindo apoio emocional, cirurgia, radioterapia, quimioterapia que têm
como objectivos:
Cura da doença;
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Prolongar a vida;
Promover a qualidade de vida da pessoa.
Recessões cirúrgicas
Local (ex. pequeno tumor da pele)
Radial: Tumores invasivos sem metástases ganglionares
Radial com linfadenectomia – remoção dos gânglios linfáticos
Extensa ou múltipla: se o tumor invadiu mais de 1 orgão
Multilante: Alterações de imagem (ex. recessão e membros, mama, face …)
Cirúrgica – finalidade
Diagnóstico e determinação do estadio de desenvolvimento do tumor – biópsia para identificação
do tipo de tumor e grau de diferenciação celular;
Preventiva – lesões pré cancerosas ou com potencial de se tornarem malignas. Ex. pólipos do tubo
digestivo, displasia mamária, lesões pré-cancerosas da pele;
Curativa – quando é possível a recessão do tumor e da cadeia linfática. Por vezes é muito mutilante;
Paliativa – com o objectivo de melhorar a qualidade de vida, evitar complicações e aliviar a
sintomatologia;
Tratamento adjuvante - em situação de emergência oncológica ou controlo da dor.
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Cuidados de enfermagem
Além dos cuidados gerais comuns a qualquer cirurgia, na cirurgia oncológica é importante valorizar
alguns aspetos.
O estado psicológico;
A aceitação de cirurgias mutiladoras;
O estado geral: nutricional, imunológico, hematológico.
Regra geral estes doentes apresentam alterações que podem comprometer o sucesso do tratamento.
Uma abordagem multidisciplinar é fundamental.
Definição de problemas e
identificação de Planeamento e implementação
resultados
Posicionamento apropriado, proteção e contenção;
Reavaliação com reposicionamento; duração de tempo na sala de operações;
Checklist de segurança cirúrgica;
Risco de lesão peri-operatória
Manutenção de ambiente e campo cirúrgico em condições de assepsia, administração de
por
antibioterapia.
posicionamento;
Não fumar pelo menos 1 semana antes da cirurgia;
Otimização do tratamento da asma, DPOC, e insuficiência cardíaca congestiva;
Auscultação pulmonar periódica;
Trocas gasosas prejudicadas: Tosse e respiração profunda, espirometria de incentivo e percussão, se necessários;
Reposicionamento, deambulação precoce;
Avaliar saturação de O2 e administração de O2, se prescritos.
Mobilidade física Deambulação precoce;
prejudicadas/diminuídas Estimular ao auto-cuidado;
Disponibilidade de equipamento médico se necessário para apoiar reabilitação.
Avaliação frequente;
Reavaliação com a administração de medicação;
Assegurar adequada medicação que vá ao encontro das necessidades pré e pós-
operatórias;
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Dor aguda; dor crónica Medicação para facilitar a atividade, toilette pulmonar;
Medidas de conforto não farmacológicas (reposicionamento, massagem, roupas frias ou
quentes / calor ou frio; distração; imagens, …)
Início precoce de nutrição enteral, se adequado;
RADIOTERAPIA
A Radioterapia e a pessoa com doença oncológica
Radioterapia é a utilização controlada de radiações ionizantes de grande energia, para fins
terapêuticos (destrói a capacidade de crescimento e multiplicação das células cancerígenas).
Ocupa um lugar importante no tratamento oncológico. Nos últimos anos, o leque de atuação foi
muito alargado. Aproximadamente 60% dos doentes tratados por cancro são tratados com RT
nalgum momento do curso da doença.
Objectivos:
Cura;
Controlo - do crescimento e disseminação do tumor;
Paliação – controlo de sintomas como a dor por metástases ósseas;
Tratamento de tumores ulcerantes e sangrantes.
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Indicações da radioterapia
Abordagem terapêutica
Pré-operatório – visa reduzir o tamanho do tumor; aumentar o potencial de remoção da totalidade do
tumor; erradicar a doença subclínica que possa existir para além do campo cirúrgico e erradicar gânglios
linfáticos com potencial de desenvolvimento da doença.
Intra-operatória – visa controlar a recorrência local do tumor (ex: cancros abdominais localmente
avançados – gástrico, pâncreas; bexiga colorrectal)
Pós-operatório - visa erradicar qualquer tumor residual ou doença subclínica.
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Avaliação follow-up: resposta do doente ao tratamento e monitorizar a lesão a lonngo
prazo ou efeitos colaterais tardios
Avaliação inicial:
Identificar as necessidades de ensino/conhecimento que a pessoa detém;
Identificar se há outras doenças;
Determinar o estado nutricional
Estado da pele
Idade: o sistema imunitário declina com a idade e a regeneração da medula óssea, demora
mais tempo
Preparação e ensino:
Nº de tratamentos, regime (ambulatório) e periodicidade do tratamento (diário),
Simulação: identificados pontos onde incide a radiação, que são marcados na pele do
doente; definido o posicionamento do doente durante os tratamentos; feitos dispositivos
de imobilização para o doente (plástico ou gesso), se necessário; identificadas áreas a
proteger e feitas as proteções de chumbo que são colocadas no aparelho cada vez que o
doente realiza tratamento;
Área objeto de radiação – cuidados com a marcação do campo (tinta);
O que acontece no tratamento – não sente dor; irá permanecer sozinho na sala;
possibilidade do uso de dispositivos de imobilização.
2. Braquiterapia ou Terapia por fonte radioativa - partículas beta ou raios gama partir de
fontes seladas radioativas
Taxa de dosagem: alta ou baixa
Tipo: intracavitária; intersticial; intraluminal. O tratamento de tumores com fontes radioativas
colocadas temporária ou definitivamente adjacentes ao tumor (intracavitária ou de aplicação
superficial) no tumor (intersticial) ou lúmen (intraluminal)
Principal vantagem - capacidade para disponibilizar alta dose de radiação para um pequeno
volume de tumor - administração de uma dose limitada aos tecidos normais adjacentes; pode
ser administrada num período de vários dias ou em poucos minutos.
Tardias: podem aparecer 3 meses após a irradiação, habitualmente dentro de 2 anos ou, por vezes,
até 5 anos.
Torácico: pneumonia com dispneia e tosse; fibrose pulmonar; fratura de costelas; esclerose do
topo pulmonar
Abdomino-pélvico: sigmoidites; aperto da sigmoide; retite com dores abdominais e tenesmo;
fraturas do colo do fémur; perturbações sexuais.
Terapia por fonte radioativa ou radiofarmacoterapia (ou fontes não seladas): partículas beta e
raios gama a partir de fontes radioativas não seladas.
Material radioativo administrado por via IV, oral ou numa cavidade corporal.
Resulta na captação de elementos radioativos em várias partes do corpo dependendo do elemento e
forma pelo qual é administrado. A radioatividade pode ser razoavelmente distribuída
uniformemente por todo o corpo ou pode concentrar-se em órgão específicos.
* São fontes com semivida muito curta, são fracas emissoras – a exposição radioativa para o meio externo e outras
pessoas é muito baixo.
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Efeitos locais de acordo com a área e intensidade (radiodermite- eritema, edema, descamação,
necrose, alopécia).
Variam com:
Idade, Tipo de radiação, Dose
Tempo de duração do tratamento
Condições nutricionais do doente
Quimioterapia
Quimioterapia
A quimioterapia é a utilização de substâncias químicas com atividade citotóxica, com o objetivo de
tratar pessoas com doença oncológica, de forma isolada (monoquimioterapia) ou combinada
(poliquimioterapia).
Mecanismo de ação: A quimioterapia funciona ao nível celular por uma interrupção no ciclo celular.
Modifica a divisão celular das células normais bem como das neoplásicas.
Abordagens em quimioterapia
Monoquimioterapia – uso de um único agente antineoplásico. O uso persistente aumenta a
probabilidade dos clones resistentes ao fármaco surgirem.
Poliquimioterapia –uso de dois ou mais agente antineoplásico para produzir um resultado sinergético
contra as células tumorais.
Quimioterapia regional – uso da quimioterapia num local específico do tumor ex; espaço pleural,
cavidade peritoneal – reduz a intensidade da toxicidade sistémica.
Administração de altas doses de quimioterapia com terapia de suporte.
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Vias de administração
Oral (Drogas de boa absorção intestinal) – cuidado no contacto e ambiente;
Subcutânea ou intramuscular (Pouco frequente);
Intravenosa (preferencialmente CVC);
Intratecal (tumores do SNC);
Intra-cavitária: Intra-peritoneal, Intravesical, Intrapleural (Esvaziamento prévio) .
Cuidados de enfermagem:
Ao local;
Na punção do cateter;
Na administração de terapêutica;
Colheita de sangue;
Heparinização do cateter;
Gestão das complicações mais frequentes;
Consultar guia.
A quimioterapia Intravesical
A indicação principal é o carcinoma de bexiga superficial e carcinoma in situ.
Recomenda-se restrição hídrica de 8 a 12 horas antes da aplicação.
O doente está algaliado e o medicamento é administrado sob infusão contínua gota a gota ou em
bólus com seringa.
O doente é orientado para reter o volume o maior tempo possível e mudar de posição a cada 10 a 15
minutos, de forma a permitir o contato com toda a parede vesical. (Em geral, o período de
permanência é de uma a duas horas).
Ocorrem com frequência dor e urgência urinária durante o período de permanência do
medicamento devido à irritação local.
NOTA: Recomenda-se uma restrição hídrica de 8 a 12 horas antes da aplicação. A droga é injetada via sonda
vesical, diluída em 20 a 60 ml de água destilada ou soro fisiológico 0,9% sob infusão contínua gota a gota ou em
bolus com seringa. Em seguida o cateter pode ser retirado ou ocluído e o paciente orientado para reter o volume o
maior tempo possível e mudar de posição a cada 10 a 15 minutos, de forma a permitir o contato da droga com toda
a parede vesical. Em geral, o período de permanência é de uma a duas horas. Ocorrem com frequência dor e
urgência urinária durante o período de permanência do medicamento devido à irritação local.
Agentes específicos
Maior toxicidade exercidas sobre as células em divisão ativa em fases
Específicas durante todo o ciclo celular (replicação ou proliferação G1, S1, G2 ou M).
Não são ativos na fase G0;
Mais eficazes em doses divididas ou em infusão contínua;
Os efeitos citotóxicos ocorrem durante o ciclo celular e expressam-se na
Reparação ou divisão celular.
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Estrogenos – interferem nos recetores hormonais e proteínas;
Inibidores da aromatase - inibem a enzima que converte os androgénios adrenais em
Estrogénios;
Outros.
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Realizar vigilância médica periódica (6 em 6 meses);
Exclusão dos profissionais de risco.
A preparação e administração de fármacos deve ser evitada pelos enfermeiros que constituam
grupos de risco:
Mulheres grávidas ou a amamentar;
Mulheres com história de aborto;
Profissionais com história de doença oncológica;
Profissionais que trabalhem com radiações ionizantes;
Profissionais com problemas alérgicos ou com o sistema imunitário comprometido.
Longo Carcinogénese
Prazo Mutagénese
Teratogénese
Tardias: Podem aparecer 3 meses após o tratamento, habitualmente dentro de 2 anos ou, por vezes,
até 5 anos.
Torácico: Pneumonia com dispneia e tosse; fibrose pulmonar; fratura de costelas; esclerose do
topo pulmonar
NOTA:
O rastreio inicia-se a partir dos 50 anos, contudo quando existem casos de cancro da mama na família,
as mulheres por volta dos 45 anos já começam a fazer rastreio;
Relativamente ao tratamento, cada caso é estudado, e só a partir daí é que se vai decidir por onde se
começas:
o Se é preferível a cirurgia ou o tratamento;
o Ou se é preferível as 3 coisas.
CLASSIFICAÇÃO DO ERITEMA:
Grau 1 – hipersensibilidade; eritema folicular moderado; descamação seca; epilação; alteração da
pigmentação; edema assintomático;
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Grua 2 – eritema intenso; alopecia; pigmentação; ulceração de derme; descamação seca acentuada +
edema sintomático;
Grau 3 – edema, alopecia permanente, úlcera ou necrose subcutânea; eritema; descamação húmida
com fibrina
Grau 4 –
FOCO ERITEMA
Diagnostico de enfermagem conhecimento não demonstrado em grau elevado
classificação
FADIGA MUSCULAR
É um tipo de sensação com as seguintes caraterísticas: sensação de mal-estar ….
Intervenções de enfermagem
Instruir sobre a identificação das limitações;
Negociar com o doente a realização de um plano para as atividades (gestão do esforço, mas evitar a
inatividade);
Ajudar o doente a planear as atividades de forma a programar períodos de repouso. Repousar após o
tratamento;
Assistir o doente nas atividades em que sente dificuldade para as executar;
Aconselhar recurso a “ajuda” e meios ou diapositivos auxiliares.
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A PESSOAS E A RESPOSTA AO TRATAMENTO POR QUIMIOTERAPIA
Diagnostico de enfermagem
Conhecimento não demonstrado
Não adesão ao regime terapêutico
Intervenções
Informar sobre o procedimento: em que consiste e vantagens;
Orientar sobre os efeitos secundários (imediatos, a curto e a longo prazo);
Gestão do ambiente – permitir o acompanhamento de um familiar.
O diagnostico da doença provoca na família um conjunto de mudanças e alterações quer nas rotinas,
regras e rituais familiares, quer na redistribuição
FALTA COISAS
Acolhimento
Ambiente
Acolhedor;
Calmo;
Limpo;
Respeitar a privacidade permite a expressão de sentimentos.
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FALTA COISAS
ANOREXIA PROGRESSVA
Agrava por: Alteração do paladar, boca seca, ingestão, cansaço, distensão abdominal;
Ocasionada por: Alterações hormonais, no metabolismo dos glícidos e hidratos de carbono,
alterações da mucosa gástrica e intestinal retardam a digestão e ocasionam alterações do apetite;
Intervenções de enfermagem:
o Evitar tomar refeições sozinhos (negociar o que pode ser + positivo);
o Evitar alimentos gordurosos, desagradáveis ao paladar, bebidas gaseificadas, de difícil deglutição
o Refrescar a boca antes das refeições;
o Procurar ingerir 1/3 das calorias ao pequeno almoço (refeição mais tolerada ao dia)
o Encorajar o doente a comer mesmo quando não tem fome
o Alimentos e receias novas
o Encorajar o doente a descansar antes das refeições – ajuda a coordenar as energias necessárias à
alimentação.
Monitorizar e registar semanalmente o peso.
NEUTROPENIA
Diagnostico: conhecimento não demonstrado … sobre
Intervenções de enfermagem
Pessoas com suscetibilidade à infeção (neutropenia* < 1000/mm^3) instruir pessoa/família sobre:
o Importância de uma correta higiene pessoal (especialmente boca e períneo)
o Necessidade e, como evitar, fontes de infeção, (ex. contacto com familiares ou visitas com infeções,
aglomerados de pessoas, locais fechados)
o Avaliar a secura da boca: usar saliva artificial se necessário;
o Despiste de sinais e sintomas de infeção (febre, tosse, dor de garganta, arrepios, micção dolorosa) –
avaliação de locais de sondas, cateteres e de solução de continuidade
o Necessidade de evitar: ingestão de vegetais crus, frutas e ovos; ter plantas e flores na cama ou perto,
contacto com animais; imunização.
ANEMIA
Intervenções de enfermagem:
Pessoas com anemia* instruir sobre:
Suplementos nutricionais vitamínicos, ferro e acido folicovigilancia de sinais de hemorragia
Dificuldade respiratória (sinais)
Elevação da cabeceira da cama
Importância de períodos de repouso ao longo do dia
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Substituir no desempenho de atividades
BAIXA DE PLAQUETAS
Pessoa com trombocitopenia* (< 50000/mm^3) instruir sobre:
Cuidados preventivos de lesão da pele e mucosas – máquina de barbear, escova dentes macia,
consistência e temperatura de alimentos
Suscetibilidade associada à automedicação com analgésicos, injeções e técnicas invasivas
Os efeitos da terapêutica anticoagulantes e vasodilatador – suspender
Despiste de sinais e sintomas de hemorragias
*Nota: pode ser prescrita transfusão de concentrado de plaquetas por risco de hemorragia (SNC,
gastrointestinal ou respiratória)
CASO 1
Sr. José, de 55 anos, diagnosticado com o carcinoma no colo descendente;
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Não devemos relembrar nunca ao doente o que ele devia ter feito e não fez (neste caso a
colonoscopia);
Sintomatologias: Melemas, cólicas, náuseas, vómitos, obstipação, dor abdominal, diarreia, Mucosite
(estomatite, gastrite, colite – todas elas são de origem química, que criam alterações bastante
rápidas e significativas), neuropatia periférica, alterações gastrointestinais.
Intervenções de enfermagem:
1. Inspeção oral para despiste de ulcerações (uso de próteses);
2. Bochecha profiláticos;
3. Realização da higiene oral após as refeições e ao deitar;
4. Utilização de escovas de dentes macias e pasta de dentes com fluor;
5. Uso de nistatina oral (mycostatin) ou outro antibiótico consoante prescrição;
6. Ingestão de dieta mole, fria e com alimentos não irritantes;
7. Aumento da ingestão de líquidos
8. Dieta hipercalórica, hiperproteica e hipervitaminada (se o doente conseguir ingerir um copo de
batido será mais rico que um copo de leite);
9. Evitar irritante químicos (álcool, condimentos,…) e físicos (alimentos duro, quentes,…).
Intervenções de enfermagem:
1. Informar para a ingestão de antieméticos, conforme prescrição (30 minutos antes das refeições)
2. Fazer refeições quentes e frequentes (5-6 refeições diárias);
3. Beber líquidos nos intervalos das refeições (bebidas insipidas);
4. Evitar alimentos com gorduras excessivas, fritos, condimentados e doces);
5. Procurar ingerir alimentos (de fácil digestão) mornas ou à temperatura ambiente);
6. Evitar deitar-se com o estomago cheio – repousar sentado apos as refeições;
7. Procurar permanecer em ambientes arejados, tranquilos, livres de odores fortes;
8. Proporcionar e aconselhar higiene oral;
9. Controlo da ingestão hídrica (se vómitos intensos).
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FOCO: Obstipação
Frequente na administração de alcaloides de vinca, analgésicos apiáceos;
Também por motilidade diminuída, diuréticos anticolinérgicos, antidepressivos, laxantes em excesso,
dieta pobre m fibras, hipercalcemia e hipocaliemia;
*Intervenções de enfermagem:
1. Aumento do consumo rico em alimentos ricos em fibra
2. Aumento do consumo diário de líquidos
3. Importância do consumo de sumos de fruta fresca e líquidos quentes ao pequeno almoço
4. Adoção de medidas para um regime de eliminação intestinal diária (Ex. mobilidade física);
5. Ingestão de medicação prescrita – emolientes das fezes, laxantes.
FOCO: Diarreia
Sintoma de Mucosite do trato gastrointestinal
Intervenções de Enfermagem:
1. Ingestão de dieta de baixo teor em resíduos, elevado valor proteico e calórico; alimentos risco em
potássio;
2. Evitar alimentos/bebidas irritantes ou estimulantes de peristaltismo;
3. Hidratação aumentada (fluidos com eletrólitos), evitar álcool e café;
4. Necessidade da realização de cuidados de higiene perianal apos cada dejeção (não é uma medida
para a diarreia);
5. Medicação antidiarreica e barreira protetora.
Intervenções de enfermagem:
1. Identificar dificuldades de coordenação e equilíbrio:
Orientar para a prevenção de quedas e acidentes;
2. Identificar alterações sensitivas:
Cuidados com os pés e mãos (as pessoas devem andar sempre de dia e de noite de luvas finas –
eles são muito sensíveis as coisas frias);
Temperaturas extremas;
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3. Despistar disfunção autonómica (alterações respiratórias, digestivas, eliminação):
Avaliar impacto na qualidade de vidas;
Adotar medidas de compensação.
CASO 2
Prof. António, de 65 anos, diagnosticado com carcinoma da prostata;
Resposta:
Cansaço;
Irritação da micção/cistite;
Impotência sexual.
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