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Focos, diagnósticos e intervenções na pessoa com patologia gastrointestinal

Semiologia da doença gastrointestinal


 Mucosite;  Obstipação e diarreia, flatulência, tenesmo;
 Dispepsia, pirose;  Incontinência;
 Anorexia e Saciedade precoce;  Ileostomias;
 Eructações, regurgitação;  Colostomias;
 Sialorreia;  Hemorragia, hematemeses, sangue oculto,
 Náuseas e Vómitos; melenas → anemia;
 Disfagia e Odinofagia;  Distensão abdominal, ascite, deseq.
 Desnutrição e hipovitaminoses; hidroeletrolíticos, alcalose metabólica;
 Perda ponderal;  Fistula anal;

 Dor;  Hiperbilirrubinémia → icterícia →prurido;

 Febre;  Hipovitaminoses;
 Deficit de eletrolíticos e elementos traço.

1. Mucosite
Cuidados de Enfermagem
 Avaliação da boca
 Higiene oral
 Classificação 4 graus (OMS)
 Dor
 Avaliação da dor Técnicas de alívio da dor;
 Efeitos na comunicação oral;
 Efeitos na mastigação e deglutição.
 Ensinos para o autocuidado
 Higiene
 Auto-avaliação
 Alimentação e hidratação oral

Escala de Avaliação de Mucosite da OMS


GRAU SINAIS E SINTOMAS

0 Ausência de sintomas

1 Eritema sem úlceras

2 Eritema com ulcerações, mas capaz de comer normalmente

3 Apenas tolerância a dieta líquida

4 Incapaz de comer ou beber

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2. Traqueotomia VS Traqueostomia
 Ostomia de ventilação: Entubação traqueal > dias, doença inflamatória, estenose, traumatismo,
cirurgia da cabeça e pescoço …
 Traqueotomia: Abertura temporária das vias áreas a nível da traqueia, na face anterior do pescoço
ao nível do 3º - 4º anel traqueal, abaixo da cartilagem cricoide, na qual se insere uma cânula (interna
e externa) de diâmetro e comprimento adequado
 Traqueostomia: Abertura cirúrgica da traqueia seguida de sutura do orifício cutâneo subjacente à
pele. É sempre definitivo.

Cuidados de enfermagem
 Cuidados Pré e pós-cirurgia;
 Avaliação da adaptação à ostomia de ventilação;
 Ensinar, instruir, treinar, supervisionar e apoiar no desenvolvimento de habilidade de autocuidado;
o Cânulas, filtros, lenços;
o Higiene oral;
o Comunicação;
 Permeabilização das vias aéreas.

Traqueotomia – Cuidados 2xid e sempre que o penso estiver húmido (Se estiver cicatrizado).
Traqueostomia – Cuidados 1xid e SOS.

Cânulas
 Limpeza 2xid e sempre que obstruídas
 Traqueotomia a cânula externa só deve ser substituída por profissional com experiência e formação
específica.
 Substituição o material de fixação sempre que molhado, com secreções/sangue ou perda de
integridade;
 Consulta de estomaterapia para reavaliação periódica (até aos 15 dias; 30 dias; 3 meses, 6 meses e 12
meses e anualmente):

 Avaliação do estado geral e adaptação aos acessórios de ostomias;


 Avaliação do estoma e pele peri-estoma (reconhecer complicações);
 Capacitação de autocuidado;
 Adesão ao plano terapêutico.

3. Esofagite
Cuidados de Enfermagem (pirose)
 Instruir sobre dieta adequada (s/ chocolate, alimentos gordos, cafeína, álcool);
 Estimular refeições fracionadas várias vezes ao dia (≥6);
 Encorajar a não se deitar, depois de comer (evitar alimentos 2 h antes);
 Estimular a comer devagar e com boa mastigação dos alimentos;

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 Instruir sobre obesidade/excesso de peso e agravamento da situação;
 Elevar cabeceira da cama 20 a 30 cm;
 Evitar roupa apertada;
 Ensinar sobre as complicações do uso excessivo de antiácidos;
 Estimular a não fumar.

4. Pessoas com patologia gástrica


Diagnóstico 1
 Vómito/náusea;
 Risco desequilíbrio hidroeletrolítico/desidratação
Risco (Forte/Alto/Algum/Baixo/Mínimo).

Intervenções 1
 Identificar o agente etiológico(s);
 Vigiar vomito e avaliar vómito;
 Instruir sobre dieta adequada (alimentos moles);
 Estimular a comer devagar, boa mastigação e rações fracionadas (≥6);
 Aplicar/Instruir técnicas de relaxamento e inspirações profundas pela boca;
 Administração de bebidas gasificadas e estimular/executar higiene oral;
 Identificar/avaliar sinais de desidratação;
 Manter boa ventilação e evitar odores intensos;
 Monitorizar o peso corporal.

4.1. Pessoas com patologia gástrica (Grastretomia Alargada)


Cuidados de enfermagem
 Pré-operatórios

 Pós-cirurgia:

 Tratamento à ferida e locais de inserção de drenos;

 Risco de alteração do estado nutricional → desnutrição:

 Dumping;

 Síndrome de mal absorção

Avaliação do estado nutricional

Nota:
 Quando há um penso, onde verifica uma mancha de sangue, numa primeira vez devemos avaliar o
perímetro, sem nunca retirar o penso, e se aumentar, devemos fazer um penso por cima desse
penso e colocar 2 tiras de adesivo para fazer mais pressão e avisar de imediato o cirurgião.

Implicações nutricionais de gastrectomia

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Síndrome de Dumping
Resposta fisiológica complexa do organismo, à presença de quantidades maiores do que o habitual de
alimentos sólidos e líquidos na porção proximal do intestino delgado. Ocorre em doentes
gastrectomizados, como um resultado da perda de regulação normal do esvaziamento gástrico e das
respostas gastrointestinais e sistémicas a uma refeição.

Must (Malnutrition Universal Screening Tool)

 Must é usada na NRS 2002 aconselhada pela DGS;


 Avaliação do risco deve ser feita pela NRS: >70 anos acrescenta-se + 1 ponto
 Abaixo de 3 – baixo risco
 >3 significa risco de desnutrição  é necessário implementar medidas para evitar; devemos usar
suplementos alimentares completos, de acordo com as necessidades do doente
 A escala Must é difícil de encontrar ferramentas em Portugal;
 Pontuação 3 – a partir daqui é necessário tomar medidas.

IMC Classificação:
<16 – Magreza Excessiva 35 - ≤ 40 – Obesidade Grave (Grau II)
<18 – Magreza ≥ 40 – Obesidade Mórbida (Grau III)
18 ≤ 25 – Normal
25 - ≤ 30 – Excesso
Diagnóstico 2 de Peso
 Diarreia
30 em grau (…);
- ≤ 35 – Obesidade Moderada (Grau I)
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 Risco de desidratação;

 Risco de alcalose metabólica.

Intervenções 2
 Gerir dieta;
 Reforço hídrico;
 Se grave - Pausa alimentar;
 Dieta líquida oral rica em eletrólitos;
 Dieta oral pobre em fibras, alimentos moles s/ produtos lácteos
 Evitar alimentos muito quentes ou muito frios;
 Incentivar ao repouso após as refeições;
 Manter o tecido perianal limpo e seco. Aplicação de creme protetor;
 Vigiar e avaliar diarreia;
 Avaliar peso/sinais de desequilíbrio hidroeletrolítico /balanço hídrico.

 Quantificar (fazer para sítio próprio para podermos pesar);


 Caraterizar:
o Quantificar;
Para o Frequência;
conhecer o Cheiro (quando tem sangue é um cheiro horrível);
a etiologia o Tipos: Esteatorreias, aquosas, com restos alimentar (pancreatite).
 Como há risco de desidratação devemos conhecer os sinais da desidratação: prega cutânea, mucosas
brancas, pele seca, confusão, prostração, tonturas, sem produção de urina (anúria – porque o rim não
vai produzir urina, vai poupar água porque é pouca), hipotensão, taquicardia;
 Arejar;
 Limpar zona perianal, colocar cremes hidratantes;
 Peso (vigiar)  menos peso, significa que é menos água que o doente tem;
 Balanço hidroeletrolitico;
 Seguir dieta, pausa alimentar;
 Não dar alimentos muito quentes ou muito frios para não aumentar o peristaltismo intestinal.

Diagnóstico 3
 Equilíbrio eletrolítico comprometido (Risco de alcalose metabólica, Risco de acidose metabólica)

Intervenções 3
 Identificar sinais de alcalose metabólica (confusão, torpor, parestesias das extremidades, espasmos
musculares e sinais de tetania, tonturas, dificuldade respiratória, confusão e estupor – mais graves);
 Identificar sinais de hipocaliemia (ECG) [diarreias];
 Tratar a causa;
 Monitorizar FR e tipo de respiração;

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 Promover boa função ventilatória;
 Implementar medidas de segurança (confusão e convulsões);
 Monitorizar do débito urinário.

Diagnóstico 4
 Perda sanguínea do tubo digestivo;
 Risco de choque hipovolémico.

Intervenções 4
 Identificar sinais de hemorragia (hematemeses, melenas);
 Avaliar caraterísticas da hemorragia;
 Restrição de atividades;
 Monitorizar sinais vitais e débito urinário;
 Identificar sinais de choque;
 Se hemorragia alta:
o Pausa Alimentar
o SNG
 Se hemorragia baixa
o Administração de enemas (devido à toxicidade do sangue se não for eliminado) ou laxantes.
 Não há consenso porque pode aumentar a hemorragia;
 Depende da causa e se consegue ou não eliminar sozinho o sangue resultante da hemorragia

5. Pessoa com patologia intestinal – ostomia


 Colectomia sem preservação do esfíncter;
 Amputação abdómen-perineal.

Cuidados de enfermagem
 Preparação pré-operatória:
o Marcação do estoma na região infraumbilical do músculo reto abdominal;
o Disponibilizar dispositivos;
o Apresentamos o espaço;
o História clínica;
o Percurso do doente;
o Ensinar para o pós-operatório;
o Drenos e local de inserção;
o SNG, Sonda vesical, punções;
o Limpeza intestinal para enemas ou medicação que induz a limpeza;
o Vai para o bloco com marcação do estoma testado em várias posições;
o Mostrar materiais de que são feitos os estomas.

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 Preparação pós-operatória:
o Tratamento à(s) ferida(s) e locais de inserção de drenos;
o Alimentação;
o Ensinar, instruir, treinar, supervisionar apoiar cuidados ostomia e pele peri-estomal:
 Limpeza;
 Avaliação;
 Reconhecer complicações;
 Troca de dispositivos.
o O doente deve saber avaliar o seu estoma e saber identificar complicações:
 Prolapso:
 Para a obstipação ou porque o anel está inserido, o estoma está mais largo;
 Não é urgente, mas deve procurar serviços de saúde.
 Estenose: foi apresentado por processos inflamatórios crónicos e não consegue evacuar, só
cirurgicamente;
 Estoma recolhido: dificuldade em fixar estoma;
 Hérnias;
 Eritemas por má higiene, por má colocação dos diapositivos e como as fezes são ácidas;
 Ferida por maus cuidados de higiene;
 Discência (abertura) da ferida.

Diagnóstico 1
 Conhecimento diminuído no autocuidado/Autocuidado não adquirido (ileostomia/colostomia);
 Incapacidade no autocuidado (ileostomia/colostomia).

Intervenções 1
 Planeamento do ensino;

 Avaliar quantidade e características das fezes;

 Limpeza do estoma e placa e/ou pele periestomal;

 Secagem placa e/ou da pele periestomal;

 Inspecionar estoma e pele periestomal;

 Colocar placa e/ou dispositivo de recolha;

 Adequar alimentação em função das características das fezes.

Diagnóstico 2
 Risco desequilíbrio hidroletrólitico (ileostomia) – risco de desidratação
o Na diarreia perde-se hidroeletrolitos e bicarbonatos;
o No vomito perde-se ácidos – acidose metabólica.

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Diagnóstico 3
 Autoimagem comprometida (ostomias, magreza, icterícia).

Pessoa com patologia intestinal - ostomias


Cuidados de enfermagem
 Alimentação;
 Alimentos/bebidas interferem na consistência das fezes, produção de cheiros e gases:
o Ovos, alhos, cebolas, espargos e cogumelos produzem fezes/urina cheiro;
o Espinafres, iogurtes, alface e salsa ↓odores;
o Feijão, legumes, cebolas e bebidas gasificadas gases;
o Iogurtes e água após as refeições e não durante ↓flatulência;
o Batatas, arroz, banana e farinha consistência;
o Feijão, leite, vegetais crus e frutos secos ↓consistência;
o Condimentos fortes e os sucos de frutas ácidas podem irritar os estomas.

Ileostomias – Aumento de perda de água (90% do peso das fezes é água), recomendam a ingestão de 2-
3L água
Urostomias – Ingestão 2-3 l de água, citrinos e ameixas frescas ou secas → aumento Ph urina →
diminuição odores e do risco infeções.

A pessoa com ascite


Cuidados de enfermagem
 Monitorizar balanço hídrico, peso e perímetro abdominal;
 Gestão da atividade física;
 Gerir dieta:
o Hipoproteica;
o Restrição de líquidos (Na ≤120-125mEq/l);
o Hipossódica;
 Avaliar edema periférico;
 Monitorizar FC, FR e tipo de respiração;
 Avaliar integridade cutânea: hidratação cutânea

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