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Disciplina: Patologia da Nutrição I

Profª. Cláudia Rucco Penteado Detregiachi


Intestinos Delgado e Cólon

Intestino Delgado: extensão de


cerca de 4 a 7 m.
- Duodeno:  25 cm.
- Jejuno: 3 - 5 m.
- Íleo: 1 – 1,5 m.
Intestino Grosso:  1,5 m.

Fonte: http://www.cancer.gov/Common/PopUps/popDefinition.aspx?id=46582&version=Patient&language=Spanish
LOCAIS DE SECREÇÃO E
ABSORÇÃO NO TRATO
GASTRINTESTINAL
KRAUSE – alimentos, nutrição e dietoterapia.13ª edição. p.69.
FLATULÊNCIA
FLATULÊNCIA
ETIOLOGIA
 Aumento da motilidade intestinal.

 Aumento na formação de gases no intestino:

Aumento da fermentação bacteriana no cólon.

- Presença de resíduos não totalmente digeridos no


cólon.
- Aumento na ingestão de fibras.
Aerofagia.
CONSTIPAÇÃO
INTESTINAL
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Definição
Redução do trânsito intestinal, mais especificamente
do cólon, caracterizada por menor do número de
evacuações, com fezes endurecidas e necessidade de
esforço para evacuar.
Critérios para diagnóstico:
 Menos de 3 evacuações/semana.

 Mais de 3 dias sem evacuar.

 Fezes duras e em pequeno volume: < 35 g.

☞normal = 100 a 200 g.


CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Os Critérios de Roma II para constipação funcional:
 esforço ao evacuar,

 fezes endurecidas ou fragmentadas,

 sensação de evacuação incompleta,

 sensação de obstrução ou interrupção da evacuação,

 manobras manuais para facilitar as evacuações, presentes no


mínimo em 25% das evacuações,
 menos de três evacuações por semana.

Constipação intestinal: presença de dois ou mais desses critérios.


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692012000300021&script=sci_arttext&tlng=pt
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
ETIOLOGIA

 Demora ou negação ao desejo de evacuar;


Fecaloma.

 ausência / deficiência de fibras na alimentação;

 ingestão insuficiente de líquidos;

 perda do tônus da musculatura intestinal;


CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
ETIOLOGIA
antidepressivo, diurético,
 uso crônico de laxante; hipotensores, antinflamatórios, etc...

 causas secundárias: medicamentos, sedentarismo,


idade e distúrbios orgânicos como doença do
intestino grosso e neoplasia intestinal.
DIARRÉIA
DIARRÉIA
Definição
Evacuação frequente de fezes líquidas,
acompanhadas por perda excessiva de
líquidos e eletrólitos, especialmente
de sódio e potássio.
Aguda Crônica
DIARRÉIA
Resulta de alterações na
mucosa intestinal.

É um sintoma!
Classificação e Etiologia
A. Diarréia Osmótica

 Evacuação de fezes líquidas e em grande volume.

 Provocada por aumento na osmolaridade do conteúdo


intestinal.

 Ocorre com maior frequência em casos de


intolerâncias, síndrome de dumping, doença celíaca,
má-absorção ou deficiência enzimática.
Classificação e Etiologia
B. Diarréia Secretora

 As fezes são mais consistentes (não são líquidas).

 Ocorre quando a mucosa intestinal é hiperestimulada.

C. Diarréia Exsudativa
 As fezes são mais consistentes (não são líquidas),
com muco e sangue.

 Ocorre associada a lesão na mucosa intestinal.


ESTEATORRÉIA
ESTEATORRÉIA

É consequência de má absorção, na

qual a gordura não absorvida é

eliminada nas fezes.

É um sintoma e não uma doença.


ESTEATORRÉIA
 Presença de gordura nas
fezes: 2 a 5 g/dia ☞ Normal!

 Esteatorréia: mais de 5 g/dia


de gordura nas fezes.

Etiologia: doenças desabsortivas.


ESTEATORRÉIA
Sintomas:

 perda de peso,

 distensão abdominal,

 eliminação de fezes volumosas, de cor clara,


fétidas e sobrenadantes;

 deficiência vitamínica.
DOENÇA CELÍACA
ENTEROPATIA SENSÍVEL AO GLÚTEN
DOENÇA CELÍACA

É uma doença genética caracterizada pela


sensibilidade ao glúten.
Glúten é um componente presente em alguns
grãos: trigo (incluindo triticale, espelta,
sêmola, sarraceno e kamut), aveia*,
cevada, centeio (incluindo malte).
DOENÇA CELÍACA
A fração proteica do glúten é denominada PROLAMINA,
a qual tem nomenclatura específica de acordo com o
tipo de cereal:

✓ Trigo = glutenina e gliadina.

✓ Centeio = secalina.

✓ Cevada = hordeína.

✓ Aveia = avenina.
DOENÇA CELÍACA
Doente celíaco: deficiência da Glutaminase I.

Prolamina não é hidrolisada.

Acúmulo de prolamina no delgado.

Ativação dos linfócitos T ➩ liberação de


citocinas pró-inflamatorias.

Agressão à mucosa do intestino delgado.


DOENÇA CELÍACA
Sintomas:
 diarréia crônica (osmótica),
 êmese,
 irritabilidade,
 hiporexia,
 distensão abdominal,
 má-absorção ➨déficit de crescimento, perda de peso e
anemia.
DOENÇA
DIVERTICULAR
DOENÇA DIVERTICULAR

 Diverticulose.

 Diverticulite.

Fonte: http://www.dightonrock.com/oclaviculariodecristovaocolon.htm
DOENÇA DIVERTICULAR
Diverticulose
São herniações na parede do cólon,
particularmente no sigmóide e reto.

Diverticulite
Caracterizada para inflamação dos divertículos.
A doença diverticular é mais frequente em idosos.
Etiologia da DIVERTICULOSE
 Segmentação do cólon por perda do tônus da
parede intestinal.
 Aumento da pressão intracolônica.

Formação dos
divertículos.
Diverticulose
Sintomas:
o desconforto abdominal,
o alteração no hábito intestinal.
Etiologia da DIVERTICULITE
 Acúmulo de conteúdo intestinal nos divertículos.

 Inflamação.

Sintomas:
o forte dor abdominal de início súbito.
DOENÇAS
INFLAMATÓRIAS
INTESTINAIS
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS
INTESTINAIS
Formas de doença inflamatória intestinal:

 Doença de Crohn.

 Retocolite Ulcerativa ou Colite


Ulcerativa.
http://www.esteticas.com.br/doenca-crohn-inflamacao-intestino.html
DOENÇA DE CROHN

É um doença inflamatória intestinal que pode

afetar qualquer porção intestinal.


DOENÇA DE CROHN

Características morfológicas: processo inflamatório


que acomete superficialmente a parede
intestinal, com lesões alternadas e estenose.

Pode ocorrer em qualquer idade, porém sua maior


ocorrência é entre 15 e 35 anos.
DOENÇA DE CROHN
Etiologia:

 Indefinida.

 Hipóteses:
 estresse,
 fatores alimentares,
 imunogenéticos,
 infecciosos.
DOENÇA DE CROHN
Quadro clínico:
 diarréia exsudativa,
 dor abdominal,
 hipoproteinemia,
 edema,
 perda de peso,
 anemia megaloblástica,
 esteatorréia.
KRAUSE – alimentos, nutrição e dietoterapia.13ª edição. p.69.
RETOCOLITE ULCERATIVA
É uma doença inflamatória que afeta o cólon,
principalmente o sigmóide e o reto.

Sua incidência é maior entre a 2ª e 4ª década de


vida.
RETOCOLITE ULCERATIVA

Características morfológicas:

Processo inflamatório continuado e com

úlceras mais profundas na parede

intestinal.
RETOCOLITE ULCERATIVA
Quadro clínico:

 diarréia exsudativa,

 dor abdominal,

 desidratação,

 perda de peso é infrequente.


CIRURGIAS
INTESTINAIS
CIRURGIAS INTESTINAIS
Pode ser necessária para tratamento de câncer,
diverticulite ou doença inflamatória intestinal.

A retirada de pequenas porções intestinais pode não


trazer prejuízo nutricional devido a adaptação da
porção intestinal remanescente.
CIRURGIAS INTESTINAIS

Entretanto a retirada de ⅔ ou mais do intestino

pode causar alterações metabólicas e


nutricionais graves.

Síndrome do Intestino Curto.


CIRURGIAS INTESTINAIS
 Ressecção de duodeno.
 Ressecção de jejuno. Total ou Parcial.
 Ressecção ileal.
 Ressecção intestino delgado (Síndrome do intestino
curto).
 Ressecção parcial do cólon (hemicolectomia).
 Ressecção total do cólon (colectomia total).
CIRURGIAS INTESTINAIS
CIRURGIAS INTESTINAIS
Criação de uma ostomia para
eliminação de fezes ou
conteúdo intestinal.

http://www.boloncol.com/boletin-22/paciente-ostomizado.html
Síndrome de Intestino Curto
Quadro clínico:
 perda de peso, fraqueza, fadiga fácil.
 desidratação.
 edema.
 diarréia.
 esteatorréia.
 má-absorção.
 doença óssea: fratura patológica, deformidades ósseas.
 desequilíbrio hidroeletrolítico.
 hipovolemia.
 anemia.
CIRURGIAS INTESTINAIS
Causas da má-absorção:

o redução da superfície absortiva,

o trânsito intestinal rápido,

o hipersecreção de ácida gástrica,

o hiperácidez no meio intestinal,

o deficiência de secreção equibólica pelo pâncreas.


CIRURGIAS INTESTINAIS
A gravidade dos sintomas depende do extensão
intestinal retirada e da capacidade adaptativa da
porção remanescente.

A adaptação ocorre por hiperplasia, dilatação e


alongamento do segmento remanescente.
Referências Bibliográficas
 MAHAN, L.K.; SCOTT-STUMP, S.; RAYMIND, J.L. Krause – alimentos, nutrição e
dietoterapia.13ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
 ABBAS, A.K. ROBBNIS, S.L., KUMAR, V. Robbins: bases patológicas das doenças. 7ª ed.,
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
 BOGLIOLO, Luigi. Bogliolo: patologia. 7ª ed., Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006.
1472p.
 MITCHELL, R.N. ROBBINS, E. Robbins e Cotran: fundamentos de patologia. 7ª ed., Rio de
Janeiro : Elsevier, 2006. 829p.
 ROSS, A.C.; CABALLERO, B.; COUSINS, R.J. et al. Nutrição moderna de Shils – na saúde e
na doença. 11ª ed., Barueri-SP: Manole, 2016, 1642p.
 SILVA, S.M.C.S.; MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, nutrição & dietoterapia. Barueri:
Manole, 2007.
 SOBOTKA, L. Bases da nutrição clínica. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2008.

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