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Vómitos
Representam uma ejeção forçada do conteúdo gástrico através da boca. É um processo bem
definido, complexo e coordenado que está sob controlo do SNS.
Bolsar é diferente de vomitar.
Vómitos
Alimentares: A matéria vem do estômago, contendo suco gástrico e restos alimentares
intatos e pouco digeridos.
Biliosos: A matéria vem do intestino delgado e o seu aspeto apresenta, devido à bilis, um
tom esverdeado.
Fecalóides: A matéria vem do intestino grosso e tem aspeto acastanhado, pois contém
matéria fecal.
Hemáticos (hematemese): A matéria contém restos de sangue proveniente de uma
hemorragia digestiva, podendo ser de sangue vermelho vivo (hemorragia superior no
tubo digestivo) ou vermelho escuro tipo borras de café, semi-digerido (hemorragia
região inferior).
Causas:
Vómitos não biliares:
Infeciosos;
Inflamatórias;
Metabólicas ou endócrinas;
Neurológicas;
Psicológicas;
Lesões obstrutivas como a estenose pilórica.
Vómitos biliares:
Atresia duodenal;
Má-rotação com ou sem vólvulo;
Íleo;
Intussucepção (invaginação);
Duplicação intestinal;
Lesões de massa;
Hérnia inguinal encarcerada;
Apendicite
Se houver obstrução?
No caso do vómito ser biliar, implica que haja um distúrbio de motilidade ou bloqueio físico
distal.
Já se o vómito for não biliar, sugere uma obstrução mais próximal.
Tratamento
Reposição hídrica oral ou SNG
Reposição hídrica EV
Antieméticos
Devemos sempre identificar o tratamento e causa.
Sinais de ALerta
Bebés com menos de 3-4m com doença crónica;
Vómitos persistentes;
Vómitos com sangue;
Vómitos que só surgem na posição de deitada;
Não urinar há mais de 6/8h;
Suspeita de ingestão de alimentos nocivos ou substâncias tóxicas;
Presença de petéquias;
Prustração ou desorientação;
Febre elevada ou mal estar geral;
Presença de sinais de desidratação
Cuidados de Enfermagem
Observar as características do vómito, comportamento da criança, sinais e sintomas
associados, de forma a identificar a etiologia;
Durante o episódio posicionar a criança em decúbito lateral ou semirreclinada para
evitar a aspiração;
Implementação de medidas para reduzi-los, de acordo com a causa;
Manter a hidratação ou prevenir a desidratação;
Avaliar sinais de desidratação;
Estabelecer técnicas adequadas de reintrodução alimentar;
Em caso de suspeita de vómitos por obstrução, suspender alimentação;
Dar preferência a pequenas e frequentes ingestões de líquidos ou alimentos;
Incluir carboidratos para poupar a evitar/reduzir a cetose resultante da exaustão dos
stocks de glicogénio;
Após a cessação dos vómitos, maiores quantidades de líquidos são oferecidas, seguidas
pelo retorno gradual da dieta regular;
Higiene oral após o vómito.
Disquesia Infantil
Resolve-se naturalmente com o crescimento.
Geralmente os sintomas desaparecem cerca de 3/4s após o surgimento, sem necessidade
de tratamento.
Não adianta estimular o ânus para ajudar a defecar.
Sintomas:
Episódios de esforço e choro antes da emissão (ou não) de fezes moles, com mais de
10min de duração;
Início do quadro antes dos 9m
Tratamento:
Na fase aguda, administra-se laxantes adequados à idade e/ou estimulação anal se for um
babé pequeno.
Na fase de manutenção, favorecemos mudanças alimentares como, ingestão de fibras e
água.
Obstipação
Manter a dieta, oferecendo mais fibras e líquidos que conhecidamente causam obstipação:
Estabelecer uma rotina intestinal que permita a eliminação regular das fezes;
Ingestão diária de fibras de acordo com diversas idades (varia entre 6 e 9,8g/dia até 3a.
Entre 9,2g/dia e 15,2g/dia respetivamente para crianças de 3a sedentárias e crianças de
6a ativas);
Se estas medidas não forem eficazes, pode ser necessário o recurso a um laxante
pediátrico (prescrição médica);
Os mais eficazes são os que contêm macrogol- tratamento prolongado (no mínimo
2/3m) para reeducar o intestino e aumentar a probabilidade de sucesso.
Cuidados de Enfermagem
Avaliação da situação:
Hábitos intestinais;
Dieta;
Eventos associados ao início da obstipação;
Fármacos ou substâncias que a criança possa estar recebendo;
Consistência, cor, frequência e outras características das fezes.
Se não houver evidências de uma condição patológica, instruir os pais com relação aos
padrões normais de evacuação e a participação na orientação e no tratamento da criança
(hábitos alimentares).
Medidas Dietéticas
Reduzir a batata e a cenoura na sopa.
Evitar a banana.
Oferecer mais laranja, tangerina, ameixa, kiwi, papaia.
Preferir pão integral ao invés de pão branco.
Aumentar a ingestão de verduras.
Colocar um pouco de farelo de trigo no iogurte.
“Destruir” pouco as fibras da alimentação (evitar passar).
Aumentar a ingestão hídrica.