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➔ Critérios diagnósticos (critérios de ROMA IV) -

➔ Náusea: sensação desagradável, subjetiva, Obrigatória a presença das duas seguintes


associada ao desejo de vomitar condições em lactentes sadios (3 semanas a
➔ Vômito: é a expulsão do conteúdo gástrico, 12 meses):
acompanhado da contração dos músculos  Dois ou mais episódios de regurgitação por
abdominais, rebaixamento do diafragma e dia por pelo menos 3 semanas
abertura da cárdia. Pode ser precedido e/ou  Ausência de náuseas, hematêmese,
acompanhado por náuseas, palidez, aspiração, apneia, déficit de ganho
sudorese e sialorreia. ponderal, dificuldade para alimentação ou
➔ Regurgitação: expulsão involuntária e sem deglutição, postura cervical anormal
esforço/passiva do conteúdo gástrico através ➔ Manejo clínico
da boca, que não é precedido por náusea,  Melhora espontânea no transcorrer do
esforço abdominal ou reflexo emético segundo semestre de vida, mas há condutas
(mesma coisa de golfo) para melhorar o quadro
➔ Refluxo gastroesofágico: retorno do conteúdo  Tranquilizar os pais e orientá-los quanto aos
gástrico para esôfago, atingindo, algumas cuidados ambientais e dietéticos
vezes, a faringe, a boca e as vias aéreas  Cuidados posturais – permanecer no colo
superiores em posição vertical após as mamadas por
cerca de 20 a 30 minutos, dormir em
posição supina e com elevação da
➔ Distúrbio gastrointestinal funcional, transitório cabeceira em 30 a 40º
e dependente da imaturidade funcional do  Cuidados alimentares – se em aleitamento
aparelho digestivo no primeiro ano de vida misto ou apenas em fórmula, dar
➔ Associado a crianças lactentes, com preferencia para fórmulas espessadas
predomínio de dieta liquida e volumosa, que (amidos de milho, de arroz ou de batata, de
ficam boa parte do tempo na posição pH neutro, tornam-se viscosos em pH ácido
horizontal a 37ºC, proporcionados pelo meio gástrico)
➔ Tem melhora espontânea no transcorrer do e fracionamento de dieta, e se em
segundo semestre de vida aleitamento materno exclusivo, manter
➔ Fatores predisponentes assim e rever técnica de amamentação a
 Crianças menores tem esôfago abdominal fimd e reduzir a possibilidade de ingestão de
mais curto ar excessiva
 Menor razão dos volumes  Evitar exposição passiva do fumo (reduz
esofágico/gástrico tônus basal do EEI)
 Relaxamento do esfíncter superior do
esôfago durante os episódios de RGE e
menor clareamento esofágico em ➔ Sinais e sintomas
prematuros.  Regurgitações
➔ Fisiopatologia  Vômitos de intensidade variável
 Esvaziamento gástrico lento e menor  Dificuldades na mamadas
complacência gástrica. A distensão gástrica  Déficit de ganho de peso
é induzida por pequenos volumes, o que  Choro e irritabilidade
favorece o relaxamento do EEI  Alteração na posição cervical
➔ Quadro clínico  Diagnóstico diferencial APLV
 Frequentes regurgitações ou “golfadas” pós-  Anomalias congênitas
mamadas  Esofagite de refluxo – além dos sintomas já
 Início antes de 8 semanas de vida citados, pode haver dor epigástrica e
 Aumentam número e volume entre 2-4 precordial, hematêmese, melena, anemia e
meses e posteriormente diminuem disfagia
progressivamente com a idade, sendo 90-  Manifestações extra esofágicas – rouquidão,
95% dos casos resolvem até 1º ano de vida tosse crônica, sibilância, estridor laríngeo,
 Regurgitação em volumes variáveis soluços frequentes, crises de apneia,
 Mantém ingestão satisfatória pneumonia
 Ganham peso adequadamente  Em crianças maiores pode haver azia, dor
retroesternal e dor epigástrica
➔ Fisiopatologia  Quantifica a frequência dos episódios de
 Ocorre na presença de fatores que possam refluxo ácido e sua duração no esôfago
prejudicas a competência dos mecanismos distal
anti refluxo grastroesofágico  Permite avaliar se existe associação do
registro dos episódios de refluxo ácido com
sintomas digestivos e extra digestivos
 Índice de refluxo (IR) é o parâmetro mais
importante
➢ IR < 10% no 1º ano de vida
➢ IR < 7% crianças maiores
➔ Tratamento
 Tratamento não medicamentoso
➢ No lactente orientar sobre postura e
alimentação (o mesmo do RGE do
lactente/fisiológico)
➢ Nas crianças e adolescentes recomendar
perda de peso se sobrepeso ou
obesidade, elevação do decúbito da
cama, evitar se alimentar por pelo menos 2
➔ Investigação horas antes de ir dormir, evitar alimentos
 Não há padrão ouro ácidos (chocolates, frituras, refrigerantes) e
 RX esôfago-estômago-duodeno evitar consumo de cigarro e álcool
contrastado  Tratamento medicamentoso
➢ Deve ser solicitado para excluir ➢ Antiácidos de contato – apenas como
anormalidades anatômicas do trato sintomático ou para diminuir a acidez
digestório alto noturna
➢ Avalia a penas o refluxo pós-prandial
imediato, sem quantificar os episódios

➔ Endoscopia digestiva alta com biópsia


 Procinéticos – melhoram a depuração
 Solicitada na suspeita de complicações
esofágica e o esvaziamento gástrico, mas
(esofagite, estenose péptica, esôfago de
não é eficaz em diminuir a frequência dos
Barrett)
relaxamentos transitórios do esfíncter
 Importante para orientação terapêutica
esofágico inferior (RTEEI), e por isso não há
 A ausência de esofagite NÃO EXCLUI DRGE,
evidencias suficientes para seu uso rotineiro
pois alguns pacientes apresentam DRGE
 Inibidores ou neutralizadores da secreção
endoscópico negativo (NERD – non erosive
ácida – antagonistas dos receptores de
reflux disease)
histamina
 IBPs – reservado para lactentes com doença
induzida pelo ácido e documentada
esofagite erosiva.
➢ Melhor resposta em relação ao uso de
inibidor de receptor
➢ H2 Formulações MUPS
➢ Omeprazol dose 0,7 a 3,5 mg/Kg/dia
➔ pHmetria esofágica prolongada de 24 horas ➔ Na suspeita de alergia alimentar
 Identifica apenas os episódios de refluxo  Exclusão da proteína do leite de vaca
ácido  Exclusão da proteína do leite de vaca da
dieta materna (nos pacientes em
aleitamento materno exclusivo (2 a 4 ➔ Metabólicas e endocrinológicas – hiperplasia
semanas) de suprarrenal, erros inatos do metabolismo,
 Fórmula extensamente hidrolisada ou à base acidose tubular renal
de aminoácidos ➔ Invaginação intestinal

➔ Estenose hipertrófica do piloro


➔ Atresia duodenal – há distensão gástrica e
ausência de ar nas demais alças intestinais

➔ Estenose duodenal
 Sub oclusão alta - distensão gástrica,
ausência de ar nas demais alças intestinais
 Após EED - redução de calibre da 1ª porção
duodenal, caracterizando área de estenose

➔ Doença de Hirschprung ou megacólon


agangliônico
 Quadro marcado por distensão abdominal
(fezes com dificuldade para passar, o bebê
leva dias para defecar), anorexia,
comprometimento nutricional
 Causa – ausência de células ganglionares
no plexo mioentérico e plexo submucoso
em segmento do cólon distal por conta de
falha na migração das células da crista
durante o desenvolvimento
 Tratamento – ressecção cirúrgica do
segmento acometido

➔ Infecciosas – sepse, ITU, meningite


➔ Neurológicas – edema cerebral, hematoma
subdural, kernicterus

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