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ESÔFAGO
Sintomas comuns dos distúrbios esofágicos:
Disfagia: dificuldade na deglutição
Odinofagia: dor ao deglutir
Pirose: dor retroexternal em queimação (regurgitação do conteúdo gástrico)
Hematêmese: vômito de sangue; inflamação, ruptura de vasos ou ulceração
Melena: sangue nas fezes
Sialorréia: excesso de saliva na boca, secundário a úlcera, ou obstrução do esôfago.
3) ESÔFAGO DE BARRET
Substituição do epitélio escamoso esofágico por epitélio colunar metaplásico em resposta à lesão
prolongada.
ESTÔMAGO
1) GASTRITE AGUDA
Inflamação aguda da mucosa gástrica.
• É transitória
• Etiologia: uso prolongado de AINES, de álcool, tabagismo, infecção sistêmica, estresse
intenso
• Achados clínicos: assintomática, dor abdominal insignificante, hematêmese.
• Patogênese: ↑ da produção de ácido > ↓ da produção do tampão bicarbonato> ↓
do fluxo sanguíneo da mucosa> ruptura da mucosa> lesão direta do epitélio da
mucosa
• Morfologia
o Edema e hiperemia moderada
o Entrada de neutrófilos na camada epitelial
o Descamação do epitélio superficial
o Hemorragia (gastrite hemorrágica erosiva aguda
• Sintomatologia
o Nas formas leves: dor ou desconforto epigástrico, acompanhado ou não de
vômito
o Nas formas mais graves: hematêmese e melena
• Tratamento
o Forma hemorrágica – controle clínico e laboratorial da volemia, aspiração do
conteúdo gástrico, antiácidos, antagonistas dos receptores H2 e bloqueador
da bomba de prótons
o Forma não-hemorrágica – suspender VO se vômito, antiemético, antiácidos,
antagonistas dos receptores H2 e bloqueador da bomba de prótons
2) GASTRITE CRÔNICA
Helicobacter pylori
Bastonete gram -: presente em 90% dos pacientes com gastrite crônica, no ANTRO.
Pq no estômago?
o Motilidade: tem flagelos
o Elaboração de urease: tampona o HCl gástrico
o Ligação à cél. parietais através de uma adesina
o Cepas cagA e vacA: peptídeos pró-inflamatórios
• Morfologia
o Mucosa avermelhada
o Infiltrado inflamatório de linfócitos e plasmócitos na lâmina própria
o Pode afetar toda a espessura da mucosa
o Atrofia variável
o Metaplasia para epitélio tipo-intestinal
o H. pylori: sempre se aloja na camada mucosa superficial
• Achados clínicos
o Poucos sintomas: náuseas, vômitos, desconforto abdominal
• Achados laboratoriais:
o Hipocloridria gástrica
o Hipergastrinemia sérica: ↑ gastrina no sangue
o Risco de câncer: ↑ em 2 à 4%.
• Tratamento:
o Evitar alimentos pouco tolerados
o Moderar ou abolir o uso de fumo e bebida alcoólica
o Tratar o H. pylori
3) ÚLCERA PÉPTICA
Úlceras crônicas que podem aparecer em qq lugar do TGI, tendo como causa a exposição ao
suco gástrico-péptico.
• Epidemiologia:
risco 10% para homens e 4% para mulheres
+ afetados: adultos de meia-idade ou idosos
Sem evidência genéticas
Úlcera duodenal: + frequente em etilistas, DPOC, insuficiência renal crônica e
hiperparatireoidismo
• Patogenia: desequilíbrio entre as defesas e as forças lesivas (ácido gástrico + pepsina) +
lesão por agentes ambientais (H. pylori)e imunológicos (Ac anti-células parietais).
Defesas:
Secreção de muco na superfície
Secreção de bicarbonato no muco
Fluxo sanguíneo da mucosa
Regeneração epitelial
Prostaglandinas
Forças lesivas:
Hiperacidez gástrica: ↑ do número de cél. parietais por ↑ da gastrina
Uso crônico de AINES
Cigarro, álcool e hipercalcemia (hiperparatireoidismo ou ins. renal crônica)
INTESTINOS
1) DIARRÉIA
É uma resposta do intestino à agressões diretas ou indiretas.
• Diarréia - Definição
o Aumento do número de dejeções >3x/dia
o Aumento da quantidade de conteúdo fecal>200 g/dia
o Diminuição de consistência
o Aumento de fluidez - água>60%-75%
• Diarréia – Sintomas acompanhantes
o Urgência defecatória
o Falsa vontade
o Dor abdominal
o Flatulência
o Distensão abdominal
o Sintomas gerais
o Febre, emagrecimento, dores articulares, etc.
• Diarréia - diagnóstico
o Anamnese:
início e duração (contínua ou intermitente)
número de evacuações
quantidade e aspecto geral das fezes (aquosa, sanguinolenta,
esteatorréia,...)
associação com dor abdominal
presença de febre
emagrecimento
doenças associadas – DM, hipertireoidismo, esclerodermia,doença
intestinal inflamatória,...
estresse
uso de medicamentos – laxativos, antibiótico, antihipertensivo,...
hábito alimentar / ingestão de alimentos suspeitos
viagens
antecedentes familiares
o Exame físico:
hidratação
sinais vitais – TA, Temperatura
Sinais de má absorção – anemia, queilite angular, lesões orais, edema,
perda de peso, fraqueza, ...
palpação de abdome – distendido, doloroso, presença de massa palpável,
...
toque retal – fístula, massa, sangramento, estenose
o Exame macroscópico e microscópico das fezes
o volume
o aspecto – cor, odor
a presença de muco, sangue, pus, gordura, resíduos alimentares
macrófagos, leucócitos e hemácias
parasitas
Diarréia - diagnóstico
o Exames de imagem que auxiliem na investigação diagnóstica
Colonoscopia
Retossigmoidoscopia
Ultrasonografia
Tomografia
2) CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Constipação intestinal representa uma das queixas mais comuns em consultórios médicos,
afetando entre 2% e 28% da população dos países ocidentais.
• Repercussões negativas da constipação sobre a qualidade de vida.
• É mais prevalente em mulheres e em não brancos, embora a distribuição por cor da pele
não seja consistente.
• Também se associam à constipação a baixa escolaridade, baixa renda, sedentarismo, idade
e o sexo feminino.
• Definição
• Academicamente há constipação intestinal quando o número de evacuações é inferior
a 3x/semana, com fezes que apresentam conteúdo em água menor que 40% e com
peso diário total menor que 35g
• Do ponto de vista clínico, há constipação intestinal quando o número de evacuações é
inferior a 3x/semana ou quando as evacuações são acompanhadas de esforço ou
dificuldade.
• Na constipação as fezes apresentam-se:
o endurecidas
o cilíndricas ou em cíbalos pequenos ou grandes
o exigem maior esforço para eliminação
o em pequeno volume
o envolvidas ou não por muco
Algumas vezes estas características aparecem somente no volume inicial expelido
e o volume restante é normal. Ou podem ser liquefeitas, com fragmentos secos.
• Classificação
De acordo com a fisiopatologia, a constipação pode ser classificada em três tipos:
o Por alteração da motricidade do cólon
o Por distúrbios do mecanismo de evacuação
o Por obstáculo à progressão do conteúdo intestinal
Por alteração da motricidade
• Psicogênica: situações emocionais alteram a motilidade intestinal causando retenção
• Dieta: a dieta pobre em fibras diminui o peso das fezes e a velocidade do trânsito
intestinal
• Uso abusivo de laxantes
• Medicamentos: alguns medicamentos podem induzir constipação: morfina, carbonato de
cálcio, hidróxido de alumínio, tiazidas, furosemida, sulfato ferroso, diazepínicos
• Desnutrição e senilidade: constipação hipocinética, por retardo do trânsito intestinal
• Lesões do sistema nervoso central ou periférico: a constipação faz parte da sintomatologia
de pacientes paraplégicos, com esclerose múltipla, Parkinson, tumores cerebrais,...
Por distúrbios do mecanismo de evacuação
• Desatenção ao desejo de evacuar - Por situações de impedimento ou dor pela presença
lesões na região anal, o reflexo evacuatório, com freqüência, não é atendido - há uma
diminuição na sensibilidade de receptores que deixam de enviar estímulos à medula para
que esta desencadeie o reflexo evacuatório; o cérebro não é notificado da presença de
fezes no reto
• Lesões na região anal (fístulas), hemorróidas,...
Obstáculo à progressão do conteúdo intestinal
• Tumores benignos ou malignos
• Estenoses inflamatórias
• Gravidez
• Tumores de útero
• Tumores abdominais volumosos
Outras causas
• Doenças endócrinas – DM, hipotireoidismo
• Alterações metabólicas – hipercalcemia, hipopotassemia, desidratação
• Distúrbios psiquiátricos – anorexia, psicose, depressão
• Abuso sexual
• Sintomatologia
• Dor abdominal, de intensidade variável, dependendo da distensão pelas fezes ou
gases. Difusa, sem localização precisa, com irradiação para as regiões lombares ou
subcostais. Sem relação com alimentação. Aliviada pela evacuação ou emissão de
gases
• Meteorismo (gases) e distensão abdominal
• Dor à evacuação, na presença de fissuras
• Hemorragia, se houver hemorróidas;
• Cefaléia, irritabilidade, desânimo,...
• Diagnóstico
o Anamnese
Buscando identificar se a queixa é realmente de constipação (mais de
3 dias sem defecar)
Início dos sintomas
Hábito alimentar
Hidratação
Atividade física
Uso de medicamentos
Alterações emocionais
Tipo e localização de dor
o Exame físico
Palpação abdominal
Inspeção perianal
Fístulas
Fissuras
trauma
Toque retal
Tônus do esfíncter
Abcessos
Tumores
Fecaloma - Acúmulo de fezes muito endurecidas e secas no final do
intestino grosso (ocorre principalmente em pacientes idosos, psiquiátricos
e neurológicos)
DOENÇA DE CROHN
Também conhecida pelos nomes de ileíte terminal e enterite regional é:
uma doença crônica de causa desconhecida que evolui por surtos, de natureza inflamatória,
causando ulcerações da mucosa intestinal, fibrose e granulomas com potencial maligno.
Acomete qualquer parte do tubo digestivo, embora tenha predileção pelo íleo terminal e
cólon
30 a 40% dos pacientes apresentam doença isolada no intestino delgado, com
comprometimento ileal em 90% dos casos
40 a 55% dos pacientes tem comprometimento dos intestinos delgado e grosso
15 a 25% tem colite isolada
Morfologia :
o MACROSCOPICAMENTE (COBBLESTONES)
A luz intestinal habitualmente acha-se estreitada, e as úlceras,
inicialmente pequenas tornam-se mais extensas, podendo fundir-se,
formando ilhas com o aspecto de uma calçada de pedras (cobblestones)
o MICROSCOPICAMENTE
Pode-se observar ulcerações estreitas e profundas, muitas vezes atingindo
a serosa
O infiltrado inflamatório tem distribuição transmural, não sendo restrito
portanto às áreas ulceradas
Ocorrem fibrose e edema consideráveis
Achados clínicos
Ataques de:
Diarréia
Febre
dor abdominal
Anorexia
perda de peso
São intercalados por períodos assintomáticos.