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INSTITUTO DE SAÚDE AVICENNA

Curso: Enfermagem de Saúde Materno Infantil

Cadeira: Microbiologia

Tema: Cólera

Nampula

2021
Discentes

Clara Agostinho

Dortina Joaquim

Letícia Amisse Mário

Maimuna Amade Salimo

Ogera juma Espera

Ramilda Aduhuri Júlio

Sandra Manuel Essiaca

Suzete Paulino

Tema: Cólera

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na instituição de ensino na
cadeira de Microbiologia leccionada
pelo Docente: Cláudio Rofino

Instituto de Saúde Avicenna

Nampula

2021

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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

Cólera .............................................................................................................................................. 5

Agente etiológico ............................................................................................................................ 5

Causa ............................................................................................................................................... 5

Manifestações clínicas .................................................................................................................... 5

Sintomas de cólera .......................................................................................................................... 6

Transmissão da cólera ..................................................................................................................... 7

Tratamento ...................................................................................................................................... 8

Sinais de melhora e piora ................................................................................................................ 8

Prevenção ........................................................................................................................................ 8

Factores, situações e grupos de risco da Cólera .............................................................................. 9

Complicações: ................................................................................................................................. 9

Conclusão...................................................................................................................................... 11

Bibliografia ................................................................................................................................... 12

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Introdução

O presente trabalho subordinado a cadeira de Microbiologia, que iremos abordar sobre a cólera
de salientar que a cólera é uma doença infecciosa que pode ser adquirida por meio do consumo
de água e alimentos contaminados pela bactéria Vibrio cholerae. Este tipo de infecção é mais
comum e causa surtos mais facilmente em locais que não têm água encanada ou com saneamento
básico inadequado, em que não há colecta de lixo ou que há esgoto a céu aberto, por exemplo.

Apesar de nem sempre causar sintomas, algumas pessoas infectadas podem desenvolver um
quadro mais grave, o que depende da quantidade de bactérias ingeridas e do estado de saúde da
pessoa contaminada, podendo manifestar-se desde uma leve diarreia a uma diarreia intensa e
potencialmente fatal.

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Cólera

A cólera é uma infecção intestinal aguda, causada pela ingestão de água e comida contaminada.
É causada pela bactéria do tipo vibrião denominada Vibrio cholerae (vibrião colérico). É uma
doença conhecida na Índia há vários séculos de onde se disseminou para todas as partes do
mundo com as grandes navegações. Na década de 1960 ocorreu uma pandemia que se propagou
pela Ásia, África e Europa. No ano de 1991, no Brasil, a cólera reapareceu após um século sem
casos da doença, acometendo primeiramente a população ribeirinha da Amazônia. Até o
momento não há relato de transmissão de pessoa a pessoa.

Agente etiológico

O agente etiológico da doença é o Vibrio cholerae divide–se em 2 subgrupos, o V. cholerae do


sorogrupo O1, biotipo clássico, ou El Tor (sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikogima), e o V.
cholerae O139, também conhecido como Bengal.

Causa

A cólera é causada por uma infecção no intestino provocada pela bactéria vibrio cholerae. A
bactéria faz com que as células que revestem o intestino produzam uma grande quantidade de
fluidos que causam diarreia e vómitos. A infecção se espalha quando há ingestão de alimentos ou
água contaminada com fezes ou vómito de uma pessoa infectada com a doença. O suprimento de
água ou comida contaminadas pode causar surtos maciços em um curto espaço de tempo,
principalmente em áreas superlotadas, como favelas ou campos de refugiados.

Manifestações clínicas

A cólera manifesta-se de forma variada, desde infecções inaparentes até diarreia profusa e grave.
Além da diarreia, podem surgir vómitos, dor abdominal e, nas formas severas, cãibras,
desidratação e choque. A febre não é uma manifestação comum. Portanto, a doença pode
manifestar-se de 2 formas:

 Na forma grave, os casos graves mais típicos (menos de 10% do total), o início é súbito,
com diarreia aquosa, profusa, com inúmeras dejecções diárias, por vezes do tipo “água de
arroz” e cheiro a peixe, com ou sem vómitos, dor abdominal e cãibra. A diarreia e os
vómitos, nesses casos, determinam uma extraordinária perda de líquidos, que pode ser da
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ordem de 1 a 2 litros por hora. Este quadro, quando não tratado de imediato, pode evoluir
para desidratação rápida, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolémico,
insuficiência renal e morte, em 6 horas.
 A forma leve ou oligossintomática, apresenta-se com diarreia leve, como acontece na
maioria dos casos. Cerca de 80% das pessoas infectadas com o vibrião colérico são
assintomáticas, embora a bactéria esteja presente nas suas fezes e sejam eliminadas de
volta para o meio ambiente, podendo potencialmente infectar outras pessoas, ou a água e
os alimentos. Entre as pessoas que desenvolvem sintomas, 80% têm sintomas leves ou
moderados, enquanto cerca de 20% desenvolvem diarreia aquosa aguda, com
desidratação grave que pode levar à morte se não for tratada. Pessoas com baixa
imunidade, como as crianças desnutridas ou pessoas que vivem com o HIV, estão em
maior risco de morte, caso estejam infectados.

Sintomas de cólera

Em alguns casos, a cólera pode ser assintomática ou demorar 2 a 5 dias após o contacto com á
água ou alimento contaminado para os primeiros sintomas aparecerem, e estão relacionados com
a produção de toxinas pela bactéria, o que acaba por provocar inflamação das células intestinais,
favorecendo o desenvolvimento dos sinais e sintomas, sendo os principais:

 Diarreia intensa, mais de 1 vez por hora, uma vez que as toxinas produzidas pela bactéria
promove aumento da produção de fluidos pelas células que revestem o intestino;
 Fezes líquidas de cor branca, semelhante a leite ou água de arroz;
 Náuseas e vómitos constantes;
 Ausência de produção de urina;
 Cansaço e fraqueza excessivos;
 Desidratação, com excesso de sede, e boca e pele secas;
 Aumento dos batimentos cardíacos e redução da pressão arterial.

É importante que a cólera seja identificada e tratada rapidamente para evitar que ocorram
complicações, como por exemplo a desidratação severa, necrose renal, hipoglicemia e choque
hipovolêmico, podendo resultar em óbito em menos de 24 horas, por exemplo.

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A bactéria permanece nas fezes durante 7 a 14 dias, podendo ser um meio de contaminação para
outras pessoas, especialmente quando não se lava as mãos após ir ao banheiro, por exemplo. Por
isso é importante continuar o tratamento conforme a orientação do médico mesmo que os
sintomas não estejam mais presentes.

Transmissão da cólera

A transmissão ocorre através da ingestão de água e alimentos contaminados com a bactéria.


Indivíduos que não possuem sintomas, mas que possuem a bactéria no intestino podem transmiti-
la através das fezes que podem atingir água utilizada para beber, cozinhar e lavar alimentos.

A cólera é uma doença infecciosa que pode ser adquirida por meio do consumo de água e
alimentos contaminados pela bactéria Vibrio cholerae. Este tipo de infecção é mais comum e
causa surtos mais facilmente em locais que não têm água encanada ou com saneamento básico
inadequado, em que não há colecta de lixo ou que há esgoto a céu aberto, por exemplo. Apesar
de nem sempre causar sintomas, algumas pessoas infectadas podem desenvolver um quadro mais
grave, o que depende da quantidade de bactérias ingeridas e do estado de saúde da pessoa
contaminada, podendo manifestar-se desde uma leve diarreia a uma diarreia intensa e
potencialmente fatal.

A transmissão da bactéria responsável pela cólera acontece através do consumo de água ou


alimentos contaminado, já que esse microrganismo pode ser eliminado através do vómito e da
diarreia, podendo ser facilmente espalhada. Assim, é comum que a infecção seja transmitida
entre pessoas que convivem no mesmo ambiente, como moradores da mesma casa ou pessoas
que frequentam a mesma escola e local de trabalho, por exemplo.

Além disso, o consumo de peixes e crustáceos de água doce ou de água do mar contaminados
também pode causar a doença, isso porque a bactéria faz parte do ambiente aquático. Rios,
açudes e lagoas contaminadas podem causar epidemia em determinadas regiões e, por isso, é
importante só ingerir água filtrada ou fervida.

Uma vez que a bactéria presente nas fezes se multiplica facilmente entre 5 e 40ºC, sendo também
resistente ao congelamento, é comum ocorrer epidemias de cólera em áreas populacionais
superlotadas, com más condições de higiene e falta de saneamento básico.

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Tratamento

Não é necessário nenhum tipo de tratamento especial para a cólera, sendo apenas recomendado
manter a ingestão de líquidos ou soro para evitar a desidratação causada pela diarreia severa. O
soro de reidratação oral, comprado em farmácias, ou o soro caseiro, são também interessantes
para prevenir e tratar a desidratação, repondo a quantidade de líquidos e sais minerais que são
perdidos na diarreia e vómito.

O uso de remédios para parar a diarreia e os vómitos não são recomendados, pois pode impedir
que as toxinas produzidas pelos microrganismos sejam eliminados. No entanto, casos surjam
sintomas que podem ser desconfortáveis para a pessoa, o médico pode indicar o uso de remédios
para enjôo, para dor e para repor a microbiota intestinal.

Nos casos mais graves, quando a desidratação provoca sintomas como tonturas ou cansaço
extremo, pode ser necessário ficar internado no hospital para fazer soro directamente na veia e
avaliar os sinais vitais. Além disso, embora os antibióticos não sejam necessários para eliminar a
cólera, o médico pode recomendar em casos mais graves, principalmente quando é observada
diarreia grave com sangue, o uso de Sulfametoxazol-Trimetoprim, Doxiciclina ou Azitromicina
com o objectivo de reduzir a transmissão da bactéria.

Sinais de melhora e piora

Os principais sinais de melhora da cólera são a diminuição do vómito e da diarreia, além da


melhora da cor e diminuição da fraqueza. Já os sinais de piora são palidez, emagrecimento, olhos
fundos, boca seca, pele seca, além de batimentos cardíacos acelerados, cãibras e convulsões.
Casos estes sintomas estejam presente deve-se manter a pessoa internada no hospital para
receber o tratamento adequado. Além disso, quando grave, a cólera pode causar desidratação em
poucas horas e esta complicação pode levar ao surgimento de comprometimento dos rins,
alterações no intestino, arritmia cardíaca, pressão baixa e colapso cardíaco.

Prevenção

O Vibrio cholerae, que é o agente infeccioso da doença, não resiste a temperaturas acima de
80ºC, por isso, para prevenir a cólera é recomendado beber água filtrada, ferver a água encanada
antes de a ingerir, assim como consumir alimentos preparados e servidos quentes, evitando

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comidas cruas como saladas ou sushi. Ao preparar os alimentos, é importante lavar as mãos e ter
atenção com os alimentos, principalmente as frutas que possuem casca fina, que devem ficar de
molho em água com um pouco de cloro para que seja desinfectadas. Além de lavar as mãos antes
de preparar os alimentos, é recomendado lavar as mãos com água e sabão sempre que utilizar o
banheiro e sempre que estiver com vómito e diarreia. Dessa forma é possível prevenir a
transmissão da bactéria. Além das medidas preventivas, outra forma de evitar a cólera é por meio
da vacinação, que é disponibilizada nos países que possuem alto risco de cólera e para viajantes
ou trabalhadores que irão para regiões endémicas

Factores, situações e grupos de risco da Cólera

Tendo em vista como se dá a transmissão de Cólera, pode-se inferir que algumas situações e
pessoas são mais vulneráveis a contrair a doença.

 Pessoa que vivem em condições precárias de saneamento básico;


 Pessoas que não cultivam hábitos de higiene pessoal;
 Pessoa com baixa acidez no estômago (o ph ácido é propenso a eliminar bactérias.
Crianças, idosos e pessoas que tomam antiácidos não dispõem dessa protecção);
 Pessoas do grupo sanguíneo O (não se sabe ao certo qual o motivo, mas a maior taxa de
contaminação está neste grupo de pessoas);
 Viajantes, mochileiros e campistas;
 Consumo de água sem tratamento adequado;
 Consumo de alimentos sem higienização ou manipulação adequadas;
 Consumo de peixes e mariscos crus ou mal cozidos.

Complicações:

As complicações na cólera decorrem, fundamentalmente, da depleção hidro-salina causada pela


diarreia e pelos vómitos. Ocorrem mais frequentemente nos indivíduos idosos, diabéticos ou com
patologia cardíaca prévia. A desidratação não corrigida levará a uma deterioração progressiva da
circulação, da função renal e do balanço hidroeletrolítico, produzindo dano a
todos os sistemas do organismo.

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Em consequência, sobrevém choque hipovolêmico, necrose tubular renal, íleo paralítico,
hipocalemia (levando a arritmias), hipoglicemia (com convulsão e coma em crianças). O aborto é
comum no 3º trimestre de gestação, em casos de choque hipovolêmico. As complicações podem
ser evitadas, com hidratação adequada.

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Conclusão

Chegando ao fim do presente trabalho concluímos que uma vez que a transmissão da cólera está
associada à gestão inadequada do meio ambiente, a falta de água potável, higiene individual e
colectiva deficiente, a transmissão ocorre, principalmente, pela ingestão de água ou alimentos
contaminados por fezes ou vómitos de um doente ou portador. Os alimentos e utensílios podem
ser contaminados pela água, pela manipulação, ou por moscas. A contaminação pessoa a pessoa
é também importante na cadeia epidemiológica. A elevada ocorrência de assintomáticos
(portador sadio), em relação aos doentes, é um factor importante na cadeia de transmissão da
doença.

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Bibliografia

Ministério da Saúde (Moçambique). Despacho Ministerial. Proposta de Colocação de


Responsáveis para prevenção e Controle de Infecções e Segurança de Doente e Trabalhador de
Saúde nos níveis: Central, Provincial e Hospitalar. Moçambique: Ministério da Saúde, 2010.

ANVISA. NOTA TÉCNICA Nº 04/2020 GVIMS/GGTES/ANVISA - Orientações para serviços


de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adoptadas durante a assistência aos
casos suspeitos ou confirmados de infecção pela Cólera. 2020.

KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N., ASTER, J.C. Robbins & Cotran Patologia: Bases
Patológicas das Doenças. Elsevier, Rio de Janeiro, 2010. 1458p

Ministério da Saúde (Moçambique). Despacho Ministerial. Criação de Estruturas Orgânicas


para a Institucionalização do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Infecções e
Segurança do Doente e do Trabalhador de Saúde (PCI/SST). Moçambique: Ministério da Saúde,
2009.

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