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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Centro de Ensino Chimoio

Tema:

Correntes Marítimas

Roculência Rocha – N° 708223729

Curso: Licenciatura em ensino Geografia

Disciplina: Climatogeografia

Ano de frequência: 1º

Turma: E

2º Trabalho

Docente:

Chimoio, Novembro de 2022


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Índice
1. Introdução...................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos...................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2

1.1.3. Metodologia ............................................................................................................... 2

2. Desenvolvimento ........................................................................................................... 3

2.1. Conceitualizar as correntes marítimas........................................................................... 3

2.2. Os tipos de correntes marítimas .................................................................................... 3

2.2.1. Circulação horizontal ................................................................................................. 4

2.2.1.1. Espiral de ekman .................................................................................................... 5

2.2.1.2. Correntes geostróficas ............................................................................................ 5

2.2.2. Circulação vertical ..................................................................................................... 6

2.2.2.1. Ressurgências ......................................................................................................... 6

2.3. As características das correntes marítimas .................................................................... 8

2.4. A importância das correntes marítimas ......................................................................... 8

3. Conclusão ...................................................................................................................... 9

4. Referência.................................................................................................................... 10

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1. Introdução

A água constituinte dos oceanos não é estática, ou seja, existem movimentos de massas de água
mais ou menos intensos, como, o das ondas, das marés e das correntes marinhas. As ondas e as
marés são apenas movimentos oscilatórios, que pouco interferem na distribuição das temperaturas
e da salinidade. Ao contrário, as correntes marinhas formam um verdadeiro sistema de circulação,
que modifica o estado físico e químico da massa oceânica e cuja influência se faz sentir de forma
marcada no clima das áreas continentais.

Desde os primórdios da navegação, os marinheiros conheciam o efeito das correntes marinhas nas
rotas dos navios, caracterizando-as como “grandes rios dentro dos oceanos.

O presente trabalho apresenta uma descrição dos principais processos de circulação oceânica, os
tipos, características e importância de correntes.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
• Abordar em torno das correntes marítimas

1.1.2. Específicos
• Conceitualizar as correntes marítimas.
• Identificar os tipos de correntes marítimas
• Caracterizar as correntes marítimas
• Reconhecer a importância das correntes marítimas

1.1.3. Metodologia

Para a materialização do presente trabalho aplicou se o método bibliográfico

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2. Desenvolvimento
2.1.Conceitualizar as correntes marítimas.

Para Truccolo (2005, p.212).as correntes marítimas, são ventos gerados pelas diferenças na pressão
do ar. Em regiões onde a pressão é mais alta que outra região existe uma força, chamada de Força
de Gradiente de Pressão (FGP), que empurra o ar da alta para a baixa pressão, tendendo ao
equilíbrio. Quanto maior a diferença na pressão, maior será a força. O efeito diferencial do
aquecimento pela radiação solar sobre a terra produz diferentes regiões de altas e baixas pressões
e, quando se estabelece um gradiente constante de pressão, são gerados os ventos

As correntes movimentam-se por todos os oceanos do mundo, transportando calor e, por isso
apresentam uma grande influência na pesca, vida marinha e no clima.

Correntes ou massas de água em movimento são dirigidas pelo vento (circulação horizontal) ou
pela densidade da água (circulação vertical ou termoalina).

2.2.Os tipos de correntes marítimas

A massa oceânica é constantemente deslocada e misturada por movimentos mais ou menos rápidos,
provocados pela interferência de dois mecanismos fundamentais: os ventos e as diferenças de
densidade, cuja origem se encontra na superfície de contacto entre a atmosfera e o mar.

Correntes quentes: formam-se na zona intertropical, próxima à Linha do Equador, e movimentam-


se em direcção às zonas polares.

Correntes frias: formam-se nas zonas polares e movimentam-se em direcção à região equatorial.

Para Alexandre (1996), as correntes oceânicas podem ser estudadas sobre dois aspectos:

1) superficiais, geradas pelo vento, e


2) profundas, geradas pelas distribuições de temperatura e salinidade.

O vento empurra a água ao longo da superfície do mar para formar as correntes geradas ou
“dirigidas” pelo vento. Em grandes regiões oceânicas, o padrão circular do vento cria elevações ou
vales na superfície da água. Nestas áreas, o balanço entre a gravidade e a rotação da Terra causa as

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Correntes Geostróficas. Já as correntes oceânicas em profundidade são causadas pela diferença na
temperatura e salinidade da água, chamadas de Circulação Termohalina (Truccolo, 1999, p.65).

Os movimentos oceânicos podem ser classificados de acordo com as forças que lhes dão origem:

a) Circulação termohalina: resulta da variação da densidade numa região limitada, de modo que a
ação diferencial da gravidade gera movimento relativo;

b) Circulação induzida pelo vento: circulação nas camadas superficiais, ondas de superfície e
afloramento de águas da subsuperfície (upwelling);

c) Correntes de maré: essencialmente horizontal e consequência direta da Lei da Gravitação;

d) Tsunamis ou ondas sísmicas no oceano: resultam de forças aplicadas junto ao fundo devido a
movimentos da crusta submarina;

e) Movimentos turbulentos: resultam do shear da velocidade, ou seja, gradientes da velocidade,


por vezes nas fronteiras do oceano;

f) Movimentos diversos: ondas internas, ondas de inércia, ondas planetárias de Rossby, etc.
(Stewart, 2007).

2.2.1. Circulação horizontal

Como a atmosfera e o oceano estão em contato, os três sistemas de vento descritos geram, por atrito
na superfície do mar, as principais correntes superficiais marinhas (Figura 1).

Figura 1: Principais correntes superficiais marinhas.

Fonte: www.google.com
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Ao soprarem em direção ao oeste, paralelo ao equador, os ventos alísios formam as correntes
equatoriais, comuns a todos os oceanos. Nos oceanos Atlântico e Pacífico, tais correntes são
interceptadas pelos continentes e desviadas para o norte e para o sul, deslocando-se daí ao longo
da parte oeste dos oceanos. São as maiores e as mais fortes correntes oceânicas superficiais.

Segundo Alexandre (1996), os ventos alísios empurram as águas superficiais em direção ao lado
oeste dos oceanos, fazendo com que haja acúmulo de água nessas regiões (± 4 centímetros acima
do nível normal para cada 1.000 Km). Esse acúmulo de água, devido à força da gravidade, quando
retorna, gera as contra-correntes equatoriais, comuns a todos os oceanos.

2.2.1.1.Espiral de ekman

O modelo de circulação das massas d’ água, chamado de Espiral de Ekman, assume que a coluna
d’ água homogênea é impulsionada pelo vento que sopra na sua superfície. Devido à força de
Coriolis, a corrente superficial move na direção de 45º à direita no HN e à esquerda no HS. Esta
massa d’ água superficial, movendo-se como uma lâmina fina, coloca a camada subjacente em
movimento. A camada superficial move com uma velocidade máxima de 3% da velocidade do
vento. A energia do vento é passada através da coluna d’ água da superfície para baixo, com cada
camada sucessiva sendo colocada em movimento por uma velocidade inferior e numa direção mais
à direita daquela que a colocou em movimento.

2.2.1.2. Correntes geostróficas

Considerando os giros subtropicais e o transporte de Ekman, há uma tendência de se produzir uma


convergência subtropical e o empilhamento/ espessamento de água no centro dos giros. É possível
encontrar no interior dos giros subtropicais “colinas” de água que se elevam em até 2 m acima do
nível da água na margem dos giros. Entretanto, a resposta da água para esta topografia oceânica é
como acontece em terra, ou seja, correndo colina abaixo por causa da força da gravidade. Esse
movimento não ocorre em linha reta, mas é defletido pela força de Coriolis (à esquerda no
hemisfério sul e à direita no hemisfério norte). Esse movimento de água, resultado do balanço entre
a força da gravidade e a deflexão causada pela força de Coriolis, chama-se corrente Geostrófica e

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é um dos principais componentes que contribuem para a formação das grandes correntes
superficiais oceânicas.

2.2.2. Circulação vertical

A circulação vertical pode ser induzida tanto pela ação dos ventos (ressurgência) ou por diferenças
de densidade da água do mar (circulação termoalina)

2.2.2.1. Ressurgências

Em algumas regiões do oceano, a água pode mover-se verticalmente para a superfície ou para o
fundo como resultado da circulação superficial, dirigida pelos ventos, que carrega a água para longe
ou em direção a essas regiões.

Segundo Alexandre (1996), fenômeno da ressurgência ou upwelling é caracterizado pelo


afloramento de águas profundas, geralmente frias e ricas em nutrientes, em determinadas regiões
dos oceanos. Essas regiões têm, em geral, alta produtividade primária e importância comercial para
a pesca.

• Ressurgência equatorial- os ventos alíseos, presentes nos dois lados do equador, divergem e o
transporte de Ekman é direcionado para o sul no hemisfério sul e ao norte no hemisfério norte,
forçando a água a ressurgir de cerca de 150 - 200 m. (Figura 2)

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Figura 2: Ressurgência Equatorial. O efeito de Coriolis agindo sobre as correntes equatoriais,
geradas pelos ventos alíseos, empurra a água para longe da região equatorial. Essa água é
substituída pela água adjacente.

• Ressurgência costeira - quando águas superficiais adjacentes aos continentes são carregadas
para o oceano aberto através do transporte de Ekman. Ocorre ao longo da costa leste nos Oceanos
Pacífico e Atlântico. Na costa brasileira é bastante conhecida a ressurgência costeira de Cabo Frio,
ocorrendo com maior freqüência no verão do que no inverno. A massa de água que aflora nas
proximidades da costa dessa ressurgência é a Água Central do Atlântico Sul (ACAS). O
afundamento de massas d’água (downwelling) também é observado em zonas costeiras.

Figura 3: Esses modelos explicam a formação de centros de baixa pressão e regiões equatoriais e
subpolares.

Fonte: Mendes e Gomes (2007)

Quando analisamos o equilíbrio radiativo da Terra não observamos a variação da energia recebida
pela Terra com a latitude. Esta variação é muito sensível devido à diferença de inclinação dos raios
solares entre o Equador e os polos: por exemplo, a 30º N ou 30º S, a radiação solar recebida por
unidade de área corresponde à cerca de 86% da radiação recebida no Equador numa situação de
equinócio.

O maior aquecimento da atmosfera nas zonas próximas do Equador leva ao desenvolvimento de


mecanismos de transporte de energia entre estas e as regiões polares tanto pela atmosfera como
pelo oceano. A combinação do aquecimento radiativo diferencial com o movimento de rotação da
Terra gera um padrão de circulação atmosférica.

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2.3.As características das correntes marítimas

Para Mendes e Gomes (2007), as correntes movimentam-se por todos os oceanos do mundo,
transportando calor e, por isso apresentam uma grande influência na pesca, vida marinha e no
clima.

- As principais correntes marítimas da Terra são conhecidas como, a Corrente do Golfo, Corrente
do Brasil, Correntes de Humbolt, entre outras. Devido a essas massas de água estarem em
deslocação, carregam consigo energia cinética.

- Estima-se que a potência total das correntes oceânicas de todo mundo esteja por volta de 5 mil
gigawatts, ou seja, com uma densidade de potência por volta de 15 Kw/m2.

- Apesar das correntes marítimas se moverem apenas com 2% da velocidade dos ventos que as
influenciam, a diferença de densidade entre o ar e a água do mar é muito grande

2.4. A importância das correntes marítimas

Segundo Mendes e Gomes (2007), as correntes oceânicas influenciam certas actividades humanas
como a navegação, deste modo as correntes marinhas exercem a sua actividade no sentido de
transportar os materiais mais ou menos finos que as vagas arrancaram, repartem esse material por
outros lugares, depositando o depois de certo tempo, segundo o tamanho das partículas.

A circulação superficial dos oceanos corre segundo os padrões de ventos globais. A cada lado do
equador, em todas as bacias oceânicas, existem duas correntes circulando para oeste, a norte e a
sul. A água transportada deste modo aquece, e quando embate na costa oriental dos continentes,
flui para as latitudes mais elevadas, onde arrefece por contacto com as águas polares. Estas águas
voltam a descer para o equador seguindo a costa ocidental dos continentes para sul, completando
o ciclo. Estas correntes circulares transportam calor dos trópicos para os pólos, contribuindo para
a amenização do clima global.

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3. Conclusão

Conhecer a dinâmica das águas oceânicas é fundamental para compreender diversos processos da
vida marinha e do clima da Terra. Como vimos, o aquecimento diferenciado no planeta leva ao
desenvolvimento do transporte de energia das chamadas regiões de baixas latitudes para as regiões
de altas latitudes, através da circulação atmosférica e oceânica.

Os oceanos desempenham a função de moderadores climáticos. Por cobrirem 70% da superfície da


terra e, em razão da grande capacidade térmica da água, armazenam uma porcentagem ainda maior
de calor. O fluxo de calor nos oceanos é imprescindível no estudo da interação oceano-atmosfera.

Outro ponto a se destacar, é a importância da circulação termohalina, que distribui a temperatura e


salinidade no oceano, sendo que esses parâmetros determinam a densidade da água, fator
importante na característica das águas profundas, que apesar de lentas, desempenham importante
papel na circulação do calor.

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4. Referência
• Alexandre, J. A. A. (1996) As correntes marinhas. Monografia. Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, Portugal.
• Mendes, C. L. T; Gomes, A. S. (2007) Circulação nos oceanos: Correntes oceânicas e
massas d’água. Rio de Janeiro,
• Stewart, R. H. (2007) Introduction to Physical Oceanography. PDF version, 353pp,
• Truccolo, E. C. (1999) Oceanografia Física Descritiva. Itajaí, Apostila – Centro de
Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar. Universidade do Vale de Itajaí.

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