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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Centro de Ensino Chimoio

Tema: A Importância dos Processos Cognitivos na Construção Do Conhecimento.

Roculência Rocha – N° 708223729

Curso: Licenciatura em ensino Geografia

Disciplina: Psicologia Geral

Ano de frequência: 1º

Turma: E

2º Trabalho

Docente: Aissa Firoza Madeira

Chimoio, Novembro de 2022

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Índice
1. Introdução...................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos...................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2

1.1.3. Metodologia ............................................................................................................... 2

2. Conclusão ...................................................................................................................... 3

2.1. Conceito da cognição .................................................................................................... 3

2.2. Descrição da Perspectiva Histórica ............................................................................... 3

2.3. O Papel dos processos Sensoriais na construção do Conhecimento. ............................ 5

2.4. Os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas desempenham. ............................... 6

3. Conclusão .................................................................................................................... 11

4. Referência.................................................................................................................... 12

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1. Introdução

O presente trabalho aborda em torno da a importância dos processos cognitivos na construção do


conhecimento, sabe se que os processos cognitivos cobrem um amplo espectro de pensamento e
comportamentos: percepção, armazenamento de informações, recuperação de informações,
associação, processamento abstracto.

É o processo pelo qual o conhecimento existente é composto de ambos os processos, conscientes


e inconscientes, é através da cognição que uma pessoa pode olhar para um problema e encontrar
uma solução através dos seus próprios processos mentais e conhecimentos existentes.

A vida cognitiva é um conjunto de fenómenos representativo ou do conhecimento. Embora não


seja muito fácil definir o conhecimento, mas sabe-se que conhecer é representar alguma coisa;
conhecemos um objecto quando a sua representação existe no nosso espírito. Do processo de
aquisição dos elementos, faz parte a percepção e a sensação enquanto que a maneira como se
conservam e combinam os conhecimentos adquiridos constituem a imagem, a memoria, a
associação e a imaginação e finalmente a elaboração pela inteligência das ideias, juízos e
raciocínios a partir dos dados sensoriais.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
• Analisar a importância dos processos cognitivos na construção do conhecimento.

1.1.2. Específicos
• Conceitualizar a cognição;
• Descrever os processos cognitivos na perspectiva histórica;
• Descrever o Papel dos processos Sensoriais na construção do Conhecimento;
• Mencionar os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas desempenham.

1.1.3. Metodologia

Para a materialização do presente trabalho aplicou se o método bibliográfico

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2. Conclusão
2.1. Conceito da cognição

Para Rosser (1994) cognição é o ato de pensar e conhecer, bem como, o conhecimento e aquisição
do conhecimento. Neste sentido toda atividade mental, envolvida na transformação de estímulos
de origem físico em representações da realidade e que vai guiar o comportamento, é entendida
como cognição, que ao mesmo tempo, é a representação mental da nossa realidade, sendo
ricamente e estruturada.

No entanto para Bjorklund (1995) cognição refere-se aos processos ou faculdades pelas quais o
conhecimento é adquirido e manipulado. Geralmente a cognição é pensada como algo mental,
como algo que reflete a mente, não sendo diretamente observável.

A cognição é a capacidade dos seres vivos para processar a informação a partir da percepção, do
conhecimento e características subjectivas. Abrange processos como aprendizado, raciocínio,
atenção a memoria, resolução de problemas, tomada de decisão ou sentimentos.

A cognição é caracterizada como um processo intimamente relacionado a outros conceitos


abstractos, como mente, percepção, raciocínio, inteligência ou aprendizado

A cognição é, portanto, o acúmulo de todas as informações que as pessoas adquirem ao longo da


vida por meio de aprendizado e experiências. Mas especificamente, a definição de cognição mais
aceita actualmente é a capacidade dos seres vivos de processar informações a partir da percepção.

2.2.Descrição da Perspectiva Histórica

A Ciência Cognitiva surgiu como ciência na metade do século XX. Desabrochou e desenvolveu-
se durante os últimos trinta anos. Esta Nova Ciência da Mente, de acordo com os estudos de
Gardner (2003), remonta aos gregos, bem como aos filósofos ocidentais Modernos da Idade Média
– Descartes, Espinosa, Locke, Hume, Leibniz, Kant, Hegel, entre outros – no compromisso de seus
membros em explicar a natureza do conhecimento humano. Porém, ao mesmo tempo, ela é nova,
pelo fato de apenas ser reconhecida como ciência a partir da metade do século XX.

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Desde que o termo ciência cognitiva começou a ser amplamente empregado, nas décadas de 1960
e 1970, dezenas de cientistas tentaram definir a natureza e o domínio do campo. Um grupo de
estudantes talentosos atraídos para os campos cognitivistas ditavam o tom intelectual do momento,
e ainda mais, com a iniciativa da Fundação Sloan, que a partir de 1970 patrocinou pesadamente as
diversas pesquisas nesta nova área do conhecimento.

Para Gardner (2003) os inputs teóricos surgidos neste período foram fundamentais para a ciência
cognitiva, e isto, a partir dos estudos da matemática e computação, pois proporcionaram alguns
avanços nas linhas de pensamento sobre o conhecimento humano, envolvidos na fundação desta
“Ciência Cognitiva”, como por exemplo: O Modelo Neural; A síntese cibernética; A teoria da
informação; e As síndromes Neuropsicológicas.

A história intelectual desta época revela muitos encontros entre interessados em questões da
cognição, como também um número significativo de publicações que ajudaram a promover uma
nova ciência interdisciplinar da mente, que Gardner ao fazer uma análise sobre esta nova ciência
define-a:

Defino a ciência cognitiva como um esforço contemporâneo, com fundamentação empírica,


para responder questões epistemológicas de longa data – principalmente àquelas relativas à
natureza do conhecimento, seus componentes, suas origens, seu desenvolvimento e seu
emprego. […] aplico sobretudo a esforços para explicar o conhecimento humano. (Gardner,
2003, p. 19-20)

No entanto, há alguns aspectos fundamentais da ciência cognitiva que funcionam como pontos de
discordância entre seus críticos, tais quais: a respeito das representações; dos computadores; bem
como, da definição da emoção, do contexto, da cultura e da história. Mas há uma crença nos estudos
interdisciplinares, envolvendo os aspectos psicológicos, neurocientíficos, da inteligência artificial,
as quais contribuem para uma ciência cognitiva, sendo que, para Gardner (2003) os problemas
filosóficos clássicos são ingredientes fundamentais para a ciência cognitiva contemporânea. Vale
ressaltar também a importância da Neuropsicologia, onde se avançou muito no estudo das doenças
causadas por lesões cerebrais para a atual concepção de cognição.

Para Gardner (2003, p. 20) considera cinco os de maior importância, para ele, quando todos, ou a
maioria deles, estão presentes pode-se assumir que se trata da ciência cognitiva.

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Em primeiro lugar, existe a crença de que, é necessário falar de representações mentais e criar um
nível de análise totalmente separado do biológico e do cultural. Em segundo lugar, existe a crença
de que o computador é essencial para qualquer compreensão da mente humana. O terceiro aspecto
é a Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE decisão deliberada
de não enfatizar certos fatores que podem ser importantes para o funcionamento cognitivo. Como
quarto aspecto, os cientistas cognitivos nutrem a crença de que há muito a se ganhar com estudos
interdisciplinares. O quinto aspecto, um pouco mais controverso, é a afirmação da agenda de
questões, e o conjunto de preocupações, que há muito tempo inquietam os epistemologistas da
tradução filosófica ocidental.

2.3.O Papel dos processos Sensoriais na construção do Conhecimento.

• Processos Sensoriais e conhecimento

Para Gardner, (2003) O conhecimento se da de forma complexa, no sentido de que envolve uma
serie de metodologias, assim como a utilização das sensações. Portanto, trabalhos com objectos
físicos, o próprio contacto com educadores, é capaz de construir confiança entre ambos, gerando
um aprendizado mais eficiente.

Os processos sensoriais criam vínculos físicos, permitindo o discente criar memorias sobre
determinado assunto. Os processos sensoriais são as estruturas básicas que informam o
conhecimento, fornecendo a matéria prima, os dados, com os quais construímos o nosso
entendimento do mundo.

• A noção de construção

Considera-se como construção o ato de construir algo, e, como ato ou ação a terceira fase do
processo da vontade. Ante um objeto que mobilize o sujeito vão ocorrer três etapas: a deliberação,
a decisão e por fim, a execução. A ação é entendida como um processo racional e livre decorrente.

• A noção Processos Sensoriais


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Sensação é para Abrunhosa & Leitão (2009, p. 139) a “captação de estímulos realizada pelos órgãos
sensoriais” nota-se neste conceito que cada sentido é responsável na captação de um determinado
estímulo. A este conjunto de órgãos e suas funções é denominada de processos sensoriais.

Os processos sensoriais são essenciais para a construção do conhecimento, pelo facto de que os
estímulos sensórios trabalham no aprendizado humano, devendo ser considerados pelos
educadores.

2.4. Os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas desempenham.


• Princípios Básicos;

Para Myers (1999), os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as informações
de que precisam. Através das sensações conhecemos os pormenores ou aspectos dos objetos e das
situações. No entanto as condições das sensações são os agentes externos ou internos que excitando
os receptores sensoriais determinam neles modificações que atingem a consciência.

No processo das sensações temos que considerar as seguintes condições e fases:

a) O estimulo- que é todo o agente capaz de provocar uma resposta de um organismo, podem ser
estímulos mecânicos (tácteis e sonoros), físicos (térmicos, eléctricos e luminosos) e químicos
(gustativos e olfactivos).

b) A excitação- que é a modificação momentânea a que se segue uma reação de um organismo a


um estímulo. A existência deste depende da eficácia do estímulo.

c) A sensação- que é a apreensão pela consciência da mensagem nervosa originada pela


consciência.

• Visão

A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de receber a estimulação, convertê-la


para sinais neuronais e enviar estas mensagens neuronais para o cérebro.

O estímulo da visão é a radiação ou vibrações luminosas. Para que o estímulo seja eficaz são
necessárias três condições: freqüência, intensidade e duração.

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• Dispositivo receptor

O principal dispositivo receptor da vista é a retina que é uma membrana de meio milímetro (1/2
mm) de espessura. Cada uma das retinas forra a parte do glóbulo ocular e prolonga-se pelo nervo
óptico até ao cérebro.

Para Myers (1999), há dois (2) tipos de retinas – as que terminam em forma de bastonetes e as que
se apresentam em forma de cones. Estes dois tipos de células correspondem a sensibilidades e
funções diferentes.

Por exemplo, os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e não suportam a luminosidade
intensa pelo que só entram em funcionamento na semi-obscuridade. Por isso, os animais de vida
nocturna como (gato, morcego...), têm uma retina rica em bastonetes.

Os cones são essencialmente sensíveis às cores e são menos sensíveis à luz. Tem o seu
funcionamento de dia ou quando a luminosidade é suficientemente intensa.

• Audição

O estímulo sonoro é constituído por vibrações mecânicas transmitidas por um meio elástico
geralmente o ar. Para que haja o estímulo sonoro deve-se ter em conta as três condições – duração,
intensidade e freqüência.

As freqüências audíveis ao homem variam entre 20 e 20 mil vibrações por segundo. As freqüências
inferiores a 20 (infracções) e superiores a 20 mil (ultracções) não excitam o ouvido humano.

As ultracções são audíveis por certos animais como, por exemplo, cães e ratos. Portanto, o
dispositivo receptor da audição, situa-se no ouvido interno nas chamadas células auditivas onde se
gera o influxo nervoso, transmitido ao cérebro pelo nervo auditivo.

Os dados imediatos da audição são os sons e ruídos. Os sons são sensações distintas e geralmente
agradáveis produzidas por vibrações de freqüências regulares.

Os ruídos são sensações confusas geralmente desagradáveis produzidas por vibrações de


freqüências irregulares.

• Outros Sentidos

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Acontecimentos extraordinários estão ocultos dentro dos quatro outros sentidos comuns: tacto,
paladar, olfato e o sentido de posição.

• O tacto

O estímulo táctil é qualquer corpo sólido, liquido ou gasoso com a condição de que comprima a
pele deformando-a mais ou menos ligeiramente. A sua acção é mecânica.

Segundo Myers (1999), os dispositivos receptores tácteis distribuem-se pelas diferentes regiões da
pele. É de realçar a existência de dois tipos de receptores:

a) Superficiais - sensíveis a deformações ligeiras, fornecem sensações de contacto.

b) Profundas- só sensíveis a compressões demoradas, fornecem sensações de pressão.

Portanto, os dados imediatos de tacto são as sensações de pressão e de contacto.

• O paladar

Como o tacto, o sentido do paladar envolve quatro sensações básicas, nomeadamente doce, azedo,
salgado e amargo. O gosto é uma sensação química.

Para Myers (1999), os estímulos gustativos são substâncias chamadas sápidas que se diluem na
saliva, (acção química). O dispositivo receptor é constituído por células reunidas em papilas e que
com ramificações do nervo gustativo se encontram dispostas na superfície da língua.

Para que as células sejam excitadas é necessária a diluição, por isso, a introdução na boca de
qualquer substância sapida determina logo um acréscimo de secreção salivar (reflexo salivar).

Os elementos do sentido gustativo são os sabores e que se dividem em quatro grupos – doce,
amargo, acido e salgado. Esta distinção de sabores tem uma base fisiológica, porque cada sabor
fundamental corresponde a grupos de células de estabilidade química diferentes.

As sensações gustativas combinam-se com as outras que as enriquecem ou modifica (térmicas ou


olfativas).

As sensações gustativas térmicas, como por exemplo café, cerveja, sopa e água sabem de modo
diferente conforme se são tomadas quentes ou frias. As sensações olfativas, ao exemplo da comida,
da bebida entre outras sabem melhor quando cheiram bem.
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• O olfato

Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos alguma coisa quando moléculas de
uma substância trazidas pelo ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células
receptoras no alto de cada cavidade nasal.

Segundo Myers (1999), os estímulos olfativos são partículas de substâncias voláteis transportadas
na corrente respiratória que passam pelas fossas nasais.

O seu dispositivo receptor é constituído por uma camada de células extremamente excitante que
são ramificações de nervo olfativo e que formam um número de muitos milhões da mucosa nasal
especialmente na sua parte superior.

Os dados imediatos do sentido olfativo são os odores. Há uma grande qualidade de odores muito
ricos em qualidades sensíveis. Uns agradáveis (flores, frutos), outros desagradáveis (suor) e outros
ainda repugnantes (carnes podres, excrementos humanos, ovos podres, etc).

A sensibilidade olfativa é varia muito de espécie para espécie e é relativamente pouco desenvolvida
no homem e extremamente desenvolvida nos animais chamados osmóticos, na vida dos quais tem
um papel primordial. É pelo olfato que os animais geralmente distinguem substâncias próprias para
a sua alimentação das substâncias nocivas. É pelo olfato que os animais caçadores e predadores
descobrem e perseguem as suas presas.

• O sentido de posição

Para Myers (1999), o funcionamento eficaz do corpo exige um sentido sinestésico, que comunica
ao cérebro a posição e o movimento de partes do corpo, assim como um sentido de equilíbrio, que
monitora a posição e o movimento de todo o corpo.

Chama-se sentido de equilíbrio a capacidade que o ser vivo tem de assumir quer no estado de
repouso quer em movimento, a posição somática correspondente às exigências de momento.

E o sentido de orientação é a capacidade que tem o ser vivo de se situar no espaço e de se dirigir
para o lugar não directamente percebido.

Os estímulos de orientação e de equilíbrio são de natureza mecânica respectivamente a força de


gravidade e as forças centrípetas produzidas pelos movimentos do nosso corpo.
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O dispositivo receptor dos sentidos de equilíbrio e de orientação no homem é o ouvido interno a
que se encontram dispositivos sobre os quais atuam os estímulos, isto é, os otólitos e a endolinfa.

Os otólitos são corpúsculos calcários (pedrinhas) situados em pequenas cavidades do ouvido


interno. São sensíveis a acção da gravidade, isto é, pesam sob acção de gravidade. Os otólitos
fazem a pressão sobre as células revestidas de cílios tácteis e que por sua vez comunicam com os
nervosos sensitivos através dos quais a excitação é transmitida ao cérebro.

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3. Conclusão

Depois de uma longa abordagem sobre os processos mentais ou simplesmente aqueles que estão
por detrás do comportamento. Conclui-se que processo cognitivo é a realização das funções
estruturais da representação (ideia ou imagem) ligadas a um saber referente a um dado objecto.
Constitui na execução em conjunto das unidades do saber da consciência, que foram baseadas nos
reflexos sensórias, representações, pensamento e lembranças, com o processo mental que consiste
em escolher ou isolar um determinado aspecto de um estado de coisas relativamente complexas, a
fim de simplificar a sua avaliação, classificação ou para permitir a comunicação do mesmo através
da abstracção.

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4. Referência
• Abrunhosa, M. A e Leitão, M. (2009) Psicologia B. Lisboa: Edições Asa,
• Bjorklund, D. F. (1995) Children’s thinking: Developmental function and individual
differences. 2ª ed. Florida: ITP
• Gardner, H. (2003) A Nova Ciência da Mente: Uma História da Revolução Cognitiva;
tradução de Cláudia Malbergier Caon. – 3ª Ed. – São Paulo: Eduesp,– (Ponta, 9)
• Myers, D. (1999) Introdução Psicologia Geral. São Paulo: Editora Santuário,
• Rosser, R. (1994) Cognitive Development.

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