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18 O aprendizado na era digital .................................................................. 43
Prezado aluno!
Bons estudos!
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1 TEORIAS DA APRENDIZAGEM
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Todas estas teorias exerceram (e ainda exercem) profundas influências na
maneira como organizamos os processos educacionais em todo o mundo. Ao longo
dos anos, cada teoria foi mais adequada para as necessidades de seu tempo, visto
que a escola e o mundo do trabalho também sofreram grandes mudanças.
A partir dos anos 90, o conceito de inteligências múltiplas, desenvolvido por
Howard Gardner, propunha que o ser humano era dotado de várias inteligências
diferentes e complementares entre si. Isto explicaria, por exemplo, porque algumas
pessoas apresentariam maior facilidade para aprender matemática e ciências exatas,
enquanto outros seriam mais rápidos para aprender esportes ou atividades artísticas,
como o desenho e a música.1
Fonte: ufes.br
A partir daí o ser humano começa a criar insights, ter sacadas para entender e
se adaptar ao seu novo universo.
Ou seja, com o passar do tempo, com o conhecimento adquirido e com a
maturidade se instaurando, começam a surgir o que o autor chama de manifestações
diferenciadas – aquelas que fogem do senso comum, que são próprias e únicas do
indivíduo que as praticou.
Usando como método de pesquisa a observação e também o raciocínio lógico,
Piaget foi além e começou a estudar como o conhecimento se desenvolve, desde os
sinais mais primitivos até os mais sofisticados.
O autor defende que o crescimento intelectual acontece em partes que evoluem
pela equilibração, como chama o autor.
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Na prática, trata-se da busca da criança pelo equilíbrio entre o que ela descobre
em seu habitat e a sua própria capacidade cognitiva.
Assim, as estruturas mentais, os esquemas e o modo do jovem pensar servem
para que ele, desde pequeno, encare e se molde às dificuldades que aparecerem.
Assimilação
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Quando é apresentado a essa criança outro objeto que ofereça alguma
semelhança, como uma mesa, ela a terá também como berço (grande, quatro pernas,
também usada como apoio para trocar sua fralda).
Aqui, há um claro caso de assimilação.
As proximidades entre o berço e a mesa fazem com que os dois sejam
facilmente confundíveis.
Isso ocorre por conta da proximidade dos estímulos e de não existir quase
nenhuma variedade de esquemas reunidos pela criança até o presente momento.
Acomodação
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Apesar desse processo se dar durante toda a infância, existem momentos em
que essa adaptação acontece de forma distinta.
Coincidentemente ou não, esses desequilíbrios se dão de forma diferente
conforme a idade em que os pequenos estão.
Por isso, Piaget dividiu o aprimoramento da aprendizagem em quatro estágios
da vida de uma criança.
Período no qual a criança não tem nenhuma autonomia e onde ainda não são
traçados planos.
Ela está presa na atividade do agora. Sugar o peito da mãe, morder e soltar
brinquedos são suas principais ações.
O máximo que um bebê nessa idade consegue fazer é usar a chamada pré-
lógica, que é ordenar objetos do maior para o menor, colocar uns sobre os outros ou
ainda encaixar bases iguais em orifícios de mesmo desenho.
As primeiras noções do eu começam a ser construídas.
Aqui, já é possível diferenciar sua existência física a parte do universo que o
rodeia.
Um bebê de cinco meses brinca com um objeto que estiver à sua frente.
Agora, se a peça for escondida, ele já vai agir como se o utensílio nunca tivesse
sequer existido.
É diferente de uma criança de oito, nove meses, que já consegue notar que o
objeto sumiu e começa a brincar de esconde-esconde com ele.
Cada novo encontro representa uma felicidade imensa.
Importante dizer que alguns pontos foram mudando desde que a Teoria de
Piaget foi criada.
Muitas pessoas tendem a achar que os bebês de hoje são mais inteligentes
que os de alguns anos atrás.
Um dos motivos que levam a essa conclusão é o quarto dos pequenos.
Há alguns anos, acreditava-se que para uma criança absorver tudo que
aprendeu no dia, era preciso um cômodo escuro e extremamente silencioso.
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Com o passar do tempo, foi se notando que paredes pintadas em cores mais
quentes e músicas no ambiente podem ser muito mais estimulante para os bebês.
Fonte: granada.isepclinic.es
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Até essa faixa etária, as crianças são incapazes de entender que trocar um
objeto de lugar ou a sua forma não vai alterá-lo para sempre.
O exemplo clássico disso é o da massinha de modelar.
Duas massas podem ser exatamente iguais, mas se você a achatar um pouco,
o pequeno vai jurar de pés juntos que essa é mais leve que aquela outra, que não foi
mexida.
Operações concretas (7 aos 12 anos)
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Isso porque a lógica já está bastante aguçada.
Talvez a forma mais fácil de diferenciar a fase das operações concretas das
formais seja através de combinações aritméticas.
Um exemplo usado por Piaget é o número de sequências que se pode fazer
com os elementos ABCD.
Enquanto um adolescente no período formal vai procurar estabelecer a lógica
para elucidar o desafio – mudar primeiro a última letra, depois a penúltima -, o jovem
na fase concreta provavelmente vai estabelecer uma ordem aleatória, sem uma
metodologia sistêmica.
Embora o Modelo de Desenvolvimento de Aprendizagem de Piaget seja muito
completo e fiel à realidade, nunca é demais ressaltar que ele pode variar conforme a
idade e de criança para criança.
É como aquele aluno adiantado da turma, que mesmo sendo o mais novo da
galera, acompanha as lições tão bem quanto os outros.
Anomia
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Nessa fase, normalmente não existe moral.
As normas de conduta são guiadas pelas vontades mais elementares.
A obediência de uma regra se dá pelo hábito e não pela distinção do que é
correto ou não.
Por exemplo, um bebê que está com a fralda suja, não vai parar de chorar até
que ela seja trocada.
Heteronomia
A fase seguinte, que costuma ir até os dez anos de idade, já identifica um outro
tipo de comportamento.
Aqui, o que é certo está correto e ponto final, não existe margem para
interpretação.
Do mesmo modo, o errado, por mais que seja por uma causa nobre, continua
sendo incorreto.
O fato de uma criança não fazer o dever de casa por cuidar do irmãozinho que
estava doente é tão grave quanto ele não realizar os temas por pura preguiça.
Autonomia
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9.1 Teoria de Piaget e as consequências na área pedagógica
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A aprendizagem significativa – esta se relaciona com outros conceitos
disponíveis na estrutura cognitiva, servindo de ponto de ancoragem para outros
conceitos que se seguirão.
Os pontos de ancoragem são de grande relevância para a aprendizagem
significativa.
Fonte: www.a12.com
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Sua teoria enfatiza a importância da motivação, a respeito BARROS salienta:
[...] acredita que há dentro do indivíduo, desde o nascimento, forças poderosas que o
levam a aprendizagem, como a curiosidade, o desejo de adquirir competência e o
desejo de trabalhar cooperativamente com outras pessoas, que Bruner chama
reciprocidade.
Em sua teoria o psicólogo considera o valor do reforço como uma questão
transitória, por se apresentar como uma motivação externa, defende a necessidade
do feedback, que se caracteriza pelo retorno ao aprendiz a respeito de seu processo
de conhecimento.
Toda a aprendizagem, que se baseia na instrução do educando deve, segundo
o teórico dar meios para que este desenvolva a capacidade de autocorreção, ou seja,
o reforço deve criar meios para que com o próprio desenvolvimento o estudante sinta-
se capaz de avaliar seus próprios erros.
Dentro dessa proposta salienta a necessidade de despertar junto aos
educandos a investigação para que estes sejam capazes de ir adiante, motivados.
Destaca-se aqui, segundo BOCK, a estrutura da matéria: Para se dar conta do
primeiro aspecto (estrutura da matéria), Bruner propõe que os especialistas nas
disciplinas auxiliem a estruturar o conteúdo de ensino a partir dos conceitos mais
gerais e essenciais da matéria e, a partir daí, desenvolvam-no como uma espiral –
sempre dos conceitos mais gerais para os particulares, aumentando gradativamente
a complexidade das informações. Por exemplo, em Física é necessário começarmos
pela noção de energia, em Psicologia pela noção da vida psíquica e em história pelas
noções de Homem, Natureza e Cultura.
O método proposto por Bruner sugere que o ensino seja voltado para a
compreensão do educando, para tanto é fundamental que os professores conheçam
a realidade de seus aprendizes.
A motivação é um dos fatores mais importantes no processo de aprendizagem,
onde devem estar relacionadas as questões da necessidade, do ambiente e do objeto
a ser apreendido, na tarefa de compreender conceitos, o aprendiz deve ser instigado
a satisfazer sua necessidade, criando assim uma aprendizagem significativa.
No panorama contemporâneo, as teorias de Vygotsky e Piaget, se destacam
na relação de ensino-aprendizagem, por salientarem uma construção da
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aprendizagem centrada no desenvolvimento infantil e suas possibilidades, levando em
conta o meio que cerca a criança em seu desenvolvimento.
A psicolinguística argentina Emília Ferreiro, se embasou em Vygotsky e Piaget,
para formular sua teoria, suas contribuições são de grande importância para a
educação brasileira, pois contribuíram sobre maneira na revisão de educadores sobre
seus métodos de ensino relacionados a alfabetização infantil.
Suas investigações se basearam no processo de aquisição e elaboração de
conhecimentos pela criança, seu foco de concentração assim como o de Piaget, está
nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e a escrita.
Com base em seus estudos, fica clara papel da criança como um agente ativo
na aprendizagem, desta forma o foco que anteriormente se remetia à escola, volta à
atenção para o sujeito que conhece.
A psicolinguística salienta o caráter evolutivo da aprendizagem da escrita, para
que a criança consiga descobrir o caráter simbólico da escrita, é necessário oferecer
condições em que a escrita se torne objeto de seu pensamento.
Este aprendizado apresenta-se como fundamental no processo de
aprendizagem, bem como os aspectos relacionados a percepção e à motricidade.
Como forma de situação de aprendizagem, propõe a valorização das histórias
contadas pela criança e de suas tentativas de escrita, características que geram a
descoberta do uso social da linguagem, com isso o conhecimento espontâneo da
criança passa a fazer parte do ensino tornando-o mais significativo.
A escrita possui um caráter evolutivo, onde é possível observar:
[...] que os primeiros registros da sílaba são feitos com apenas uma letra, à qual
se agregarão outras, posteriormente, levou Ferreiro à interpretação de que estes são
fatos naturais do percurso, ou seja, são erros naturais e necessários à construção da
aprendizagem.
A construção do conhecimento se caracteriza como um processo evolutivo,
onde deve se levar em conta as capacidades da criança de apreender o objeto e
possibilitar esta interação de forma que seu mundo de significados seja respeitado e
levado em conta.
Nossa aprendizagem formal e informal se caracteriza por uma construção que
envolve o erro como possibilidade de caminhada rumo ao acerto.
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Valorizar essa possibilidade no educando é uma forma de construir com ele
uma aprendizagem significativa, onde o sujeito de tal processo passa a ser levado em
conta, não como mero deposito de conhecimentos, mas como um agente ativo, que
possui uma história além da instituição, onde se exprime um conhecimento.
Cabe aos professores, olhar o ato de educar como possibilidade de construção
com o educando.
A desconsideração total pela formação integral do ser humano e a sua redução
a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima para baixo. Nesse
caso, falar a, que na perspectiva democrática é um possível momento da com falar
com, nem sequer é ensaiado. A desconsideração total pela formação integral do ser
humano, a sua redução a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima
para baixo a que falta, por isso mesmo, a intenção de sua democratização no falar
com.
Na construção de uma aprendizagem significativa, cabe ao educador levar em
conta a perspectiva do educando, como forma de qualificar o processo de ensino-
aprendizagem.3
A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre novos
conhecimentos e o conhecimento prévio do aluno.
Sendo que nessa interação os novos conhecimentos adquirem significado para
o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior
estabilidade cognitiva.
Duas dimensões do processo de aprendizagem, relativamente independentes,
são importantes na aprendizagem significativa:
(i) o modo como o conhecimento a ser aprendido é tornado disponível ao aluno
(por recepção ou por descoberta); e
(ii) o modo como os alunos incorporam essa informação nas suas estruturas
cognitivas já existentes (mecânica ou significativa).
A aprendizagem significativa só ocorre quando o novo material, que apresenta
uma estrutura lógica, interage com conceitos relevantes e inclusivos, claros e
disponíveis na estrutura cognitiva.
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Mas se entram em conflito com a versão científica, ocorre, então, mudança
conceitual.
Em uma ótica piagetiana, ensinar seria provocar desequilíbrio cognitivo no
aprendiz.
Fonte: escoladainteligencia.com.br
A teoria de Ausubel oferece, alguns princípios e estratégia que ele crê serem
facilitadores da aprendizagem significativa.
A estratégia do mapeamento conceitual trata-se de uma técnica que, como
sugere o próprio nome, enfatiza conceitos e relações entre conceitos à luz dos
princípios da diferenciação progressiva e reconciliação integrativa.
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Os mapas conceituais podem ser usados como recurso didático, de avaliação
e de análise de currículo. Podem também servir como instrumento de metacognição,
de aprender a aprender.
No entanto, mapas conceituais e aprendizagem significativa não são
sinônimos. Dependendo de como são utilizados, mapas conceituais podem gerar
aprendizagem mecânica. Por exemplo, se existir um “mapa correto” que os alunos
devem reproduzir.4
Estruturas mentais
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O profissional interfere de forma objetiva, intencional e direta na ZDP. O aluno
é aquele que aprende os valores, a linguagem e o conhecimento que seu grupo social
produz a partir da interação com o outro — no caso, o professor.
Segundo Vygotsky, o aprendizado não se subordina totalmente ao
desenvolvimento das estruturas intelectuais: um aspecto se alimenta do outro. Por
isso, o ensino deve se antecipar àquilo que a criança ainda não sabe e nem é capaz
de aprender sozinha. Para ele, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o
primeiro vem antes.
12 MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Nesse cenário, um dos recursos mais úteis é o trabalho de pares. Afinal, a ZDP
é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de
conseguir fazer sozinha.
O professor deve ser capaz de identificar essas duas capacidades e, a partir
disso, determinar qual deve ser o percurso de cada aluno entre elas. Por isso, a
relação entre professor e estudante deve ser de cooperação, respeito e crescimento,
não de imposição.
A criança deve ser considerada ativa no processo de construção de
conhecimento. O educador é o suporte para que a aprendizagem seja satisfatória. O
educador deve, então, interferir na ZDP do estudante com metodologia.
Para Vygotsky, isso ocorre pela linguagem — pelo diálogo entre professor e
aluno. Esse conceito é essencial na adaptação na educação infantil e o papel do
professor é fazer com que a criança se sinta estimulada.
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por meio de gestos, expressões e sons, eles demonstram sentimentos, desejos e
necessidades.
O pensamento generalizante ocorre quando se fala uma palavra: ao dizer, por
exemplo, frango, o pensamento classifica a palavra em “animais” e remete à imagem
dele.
Fonte: pedagogiaaopedaletra.com
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Conceitos de aprendizagem
Linguagem e pensamento
13 MEDIAÇÃO SEMIÓTICA
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Instrumentos são objetos criados pelo homem para facilitar sua vida e signos
são fatores psicológicos que auxiliam nos processos internos. A significação
pressupõe a criação e o uso de signos por meio dos quais é possível construir novas
conexões cerebrais.
Com isso, a partir dos processos mentais elementares ocorre o
desenvolvimento mental superior, que usa a mediação semiótica. Tanto os
instrumentos quanto os signos ajudam o homem a agir no mundo.
Assim, quando o indivíduo cria uma lista de supermercado, por exemplo, ele
está usando signos. Afinal, trata-se de um suporte psicológico que pode auxiliá-lo,
mais tarde, a fazer as compras no mercado.
De acordo com o teórico, quando nasce, a criança interage com o ambiente de
forma típica e peculiar. A forma mais elementar de relação do homem com o ambiente
tem uma ligação direta de estímulo-resposta. É por isso, por exemplo, que se retira a
mão rapidamente ao ter contato com uma superfície quente.
O processo de educação ocorre, então, por meio da mediação semiótica. Ela,
por sua vez, atua na construção de processos mentais superiores.
Essa construção é prolongada e complexa, pois passa por uma série de
transformações qualitativas em que um estágio é precondição para o próximo (que é
uma ampliação ou uma inovação de um antecedente).
Internalização
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Em resumo, todos os dias, em todos os lugares, a criança observa o que as
pessoas dizem, como o dizem, o que fazem e por que o fazem. Ela, então, internaliza
tudo isso e o transforma em sua propriedade. Para isso, ela recria, dentro de si, as
conversações e demais interações observadas.
Esse processo é essencial para o crescimento do funcionalismo psicológico
humano. Afinal, ele compreende uma atividade externa que deve ser mudada para
tornar-se uma atividade interna: assim, ela começa como interpessoal e se torna
intrapessoal.
Dessa forma, quando uma criança está na cozinha, por exemplo, e a mãe lhe
diz apenas para não mexer no fogo, ela perde a chance de lhe ensinar algo. Se, ao
contrário, disser que, se mexer no fogo ela pode se machucar, a criança pode
internalizar esse aprendizado e usá-lo em outras circunstâncias.
Assim, os adultos podem ajudar a ampliar o conhecimento da criança e facilitar
sua aprendizagem por meio das interações que têm com ela. Dessa forma, sempre
que há algum tipo de troca, há aprendizagem, já que o homem não é um ser passivo.
Zonas de desenvolvimento
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Quando vai para o ambiente escolar, ela se familiariza com esse mundo e sai
da zona de desenvolvimento real para, com auxílio do professor, atingir seu
desenvolvimento potencial.
A noção de desenvolvimento remete a um contínuo de evolução. Assim, é como
se o indivíduo caminhasse ao longo do ciclo vital. Essa evolução nem sempre é linear
e ocorre nos aspectos afetivo, cognitivo, social e motor. O processo inclui tanto a
maturação biológica quanto as interações com o meio.
A cultura ao redor do indivíduo é uma das principais influências nesse processo.
Pela interação social, cada pessoa aprende, se desenvolve, cria formas de agir no
mundo e amplia os meios de atuar no complexo contexto que a cerca.
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representações adicionadas influenciarão a criação de novas representações, criando
assim um ciclo “representação – novo marco conceitual – representação”.
Implicações na instrução
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Guiar o processo cognitivo de aprendizagem. Por ser um processo onde os
alunos são livres na hora de construir o conhecimento, eles podem cometer
erros. É função do docente supervisionar o processo e agir como guia durante
o mesmo.
Criar uma aprendizagem situada no ambiente sociocultural. Toda educação
ocorre em um contexto social e cultura; é importante que os alunos entendam
que o conhecimento é de caráter construído e interpretativo. Entender o porquê
das diferentes interpretações ajudará a construir uma aprendizagem
significativa.
Podemos intuir facilmente que a aposta em um modelo que priorize a
aprendizagem significativa requer recursos. A dificuldade é muito maior do que a outra
maneira de aprender que mencionamos neste artigo (aprendizagem literal ou
superficial), que é muito mais comum nas escolas atuais. Porém, a verdadeira
pergunta é: qual modelo queremos?5
Fonte: www.sosergipe.com.br
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Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também
são afetados pela dislexia. Ainda que se relacione à linguagem escrita, a
disortografia é mais ampla do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de
vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os alunos que
enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e
impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que
há implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como um transtorno legítimo.
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quebrar certos rótulos e paradigmas de que um aluno com dificuldade de
aprendizagem é “deficiente” ou “fraco”.
Também é seu papel promover maior integração do aluno com o restante da
comunidade escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio
isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa
das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida escolar.
Finalmente, também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar
a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não estamos falando apenas de adotar
práticas ou instrumentos para contornar as dificuldades de aprendizagem. Na
realidade, é necessário buscar a dinamicidade e inovação na sala de aula, integrando
atividades lúdicas por meio do processo de gamificação e adotando ferramentas
tecnológicas de apoio ao ensino. O objetivo é estimular o aluno, de uma forma
despretensiosa, a desafiar sua concepção sobre as próprias limitações.
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pelo psiquiatra, e assim por diante. A própria família do aluno é mais indicada para
assumir este papel, realizando o elo entre a equipe que realiza o acompanhamento
multidisciplinar.6
16 TIPOS DE APRENDIZAGEM
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As inteligências teorizadas por Gardner inicialmente eram sete, porém,
posteriormente, foram acrescentadas mais duas, totalizando nove inteligências, que
são:
1 – Lógico-Matemática
Capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos e lidar com longas
cadeias de raciocínio, encontrados em matemáticos, físicos e demais pessoas que
lidam com o raciocínio lógico;
Fonte: canaldoensino.com.br
2 – Linguística
Esta inteligência está ligada à capacidade de usar as palavras oralmente ou
verbalmente, sensibilidade aos sons, funções das palavras, uso da linguagem e à
transmissão de ideias. Facilidade para aprender idiomas e se expressar através da
escrita. Encontrada em escritores, oradores e pessoas ligadas à comunicação;
3 - Espacial
Percepção visual e espacial do mundo, com facilidade para localizar objetos no
espaço, discriminação visual, reconhecimento, projeção e imagens mentais,
presentes em arquitetos e navegadores, por exemplo;
4 – Corporal-Sinestésica
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Capacidade de coordenação corporal, precisão de movimentos, controle dos
movimentos do próprio corpo. Necessidade de contato. Habilidades físicas
específicas, como: equilíbrio, destreza, força, flexibilidade e velocidade, presentes em
atletas, dançarinos e também em mecânicos e construtores;
5 – Interpessoal
Capacidade de interagir de forma efetiva com outras pessoas, perceber e fazer
distinção no humor, intenção, motivação e sentimento dos outros e responder
apropriadamente. Compreensão;
6 - Intrapessoal
Capacidade de entender a si mesmo, autoconhecimento, seus desejos e seus
sonhos, incluir pensamentos e sentimentos. É o correlativo da inteligência
interpessoal;
7 – Musical
Habilidade para produzir e apreciar ritmos, tom, timbre e tocar instrumentos.
Apreciação das formas de expressividade musical e composição, encontradas nos
músicos e regentes;
Em 1995, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural e existencial e
sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só.
8 – Natural
Se refere à habilidade de reconhecer objetos na natureza, de distinguir plantas,
animais e rochas. Para o entendimento da mesma e desenvolvimento de habilidades
biológicas;
9 – Existencial
Capacidades filosóficas. Refletir sobre a existência da vida. Pessoas reflexivas,
existenciais e filosóficas;
Disciplinas e avaliação
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Da forma como Gardner apresenta a sua teoria, fica muito evidente que, em
grande parte das escolas atuais, encontramos uma grade curricular que prioriza as
áreas da inteligências lógico-matemática e linguística. Como os alunos possuem suas
individualidades cognitivas, o ideal é que a educação procure atender ao potencial de
cada um, garantindo o seu pleno desenvolvimento.
Neste contexto, a avaliação deve ser coerente e fazer jus à inteligência
avaliada, e ser tratada como um meio e não um fim. Além de ser mais um recurso
para se obter informações que beneficiem o processo pedagógico de ensino-
aprendizagem e jamais um acidente para a autoestima do aluno.7
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A forma de ensino que não dialoga com os atores envolvidos está ultrapassada.
Afinal, somos a geração do Google, do Facebook, do Instagram, do Youtube, a
geração da praticidade, do instantâneo.
19 O CONSTRUTIVISMO NA ESCOLA
Fonte: blog.abaratadizqtem.com.br
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Kelly elaborou uma teoria formal, com um postulado e onze corolários, que ele
chama de Psicologia dos Construtos Pessoais. Seu postulado fundamental diz que os
processos de uma pessoa são psicologicamente canalizados pelas maneiras nas
quais ela antecipa eventos.
Para Kelly, a construção da realidade é subjetiva, pessoal, ativa, criativa,
racional e emocional. Segundo filósofos de ciência contemporâneos estes são
adjetivos que se aplicam também a teorias científicas. A metáfora do homem-cientista
utilizada por Kelly propõe que o homem pode ser visto como um cientista engajado
em um processo de observação, interpretação, predição e controle. A filosofia kellyana
é dita alternativista construtivista, isto é, as pessoas, assim como os cientistas, criam
modelos pessoais que não representam o mundo tal como ele é, mas são realidades
construídas que não são baseadas em verdades absolutas.
Segundo este autor, o fato de uma pessoa mudar seus construtos depende da
sua permeabilidade, do êxito das predições geradas pelos construtos, e a extensão
da mudança dependerá da natureza das relações entre os construtos e o repertório
do indivíduo. O corolário da organização ("cada pessoa caracteristicamente
desenvolve, para sua conveniência em antecipar eventos, um sistema de construção
abrangendo relações hierárquicas entre construtos") coloca o desenvolvimento
conceitual como um processo evolutivo que envolve a diferenciação progressiva de
estruturas conceituais em subestruturas organizadas de modo independente e a
integração hierárquica dessas subestruturas em níveis de progressiva abstração. Uma
implicação do corolário da fragmentação de Kelly é que o alternativismo construtivista
permite que as pessoas testem suas novas hipóteses sem ter de descartar as velhas
hipóteses ou construtos. Como os construtos são hipóteses, podem-se manter
construtos que são incompatíveis. Seu corolário da individualidade ("pessoas diferem
uma das outras na sua construção de eventos") pode ajudar a explicar as construções
científicas dos alunos. Estes, mesmo antes de estudar a ciência na escola, são
cientistas, isto é, têm suas teorias pessoais e realizam experiências e esta é a base a
partir da qual eles constroem o conhecimento formal. De um ponto de vista kellyano,
o professor precisa reconhecer que essas teorias são viáveis em seus contextos e
que algumas podem estar firmemente inseridas em um sistema de relações com
outras teorias. Uma tarefa do professor, segundo o construtivismo de Kelly, consiste
em apresentar aos estudantes, situações através das quais seus construtos pessoais
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possam ser articulados, estendidos ou desafiados pelos construtos formais da visão
científica. Adotar o ponto de vista kellyano não significa que os alunos deveriam ser
deixados a si mesmos para que construam suas visões do mundo sem que lhes sejam
apresentadas as teorias científicas (e relativamente melhores).
Entretanto, o essencial é que tal conhecimento formal seja apresentado como
hipotético e passível de reconstrução e avaliação por parte do aluno.10
BOCK, Ana Mercê Bahia. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. 13º ed.
São Paulo: Saraiva. 2008.
FOULIN, Jean-Noël. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. 2000.
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