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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO

E CRESCIMENTO HUMANO

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1

Sumário ...................................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................. 4

História, objetivo e objeto de estudo da Psicomotricidade ................................... 7

Evolução da Psicomotricidade ............................................................................................ 7

Objetivos e objeto de estudo .............................................................................................. 8

Pilares da Psicomotricidade..................................................................................... 9

O movimento ..................................................................................................................... 9

O intelecto........................................................................................................................ 10

O afeto ............................................................................................................................. 10

Princípios gerais do desenvolvimento humano ................................................... 11

 O desenvolvimento se processa por etapas ........................................................... 11

 O desenvolvimento é contínuo e sequencial, mas com transformações ................. 12

 O desenvolvimento é direcional ............................................................................. 12

 O desenvolvimento caminha de atividades gerais para as específicas .................... 13

 O desenvolvimento se dá em velocidade diferente para diversas partes do corpo . 14

Os fatores que influenciam o desenvolvimento humano .................................... 14

Hereditariedade ............................................................................................................... 14

Crescimento orgânico ....................................................................................................... 14

Maturação neurofisiológica .............................................................................................. 15

Meio ................................................................................................................................. 15

Desenvolvimento x crescimento ....................................................................................... 16

O desenvolvimento biológico do ser humano ...................................................... 17

Da fecundação ao nascimento .......................................................................................... 18

2
Após o nascimento ........................................................................................................... 19

Criança ............................................................................................................................. 21

Adolescência .................................................................................................................... 24

Referências .............................................................................................................. 28

3
Introdução
Quando nos propomos encarar uma ciência, faz-se mister nos primeiros
momentos, apreciar sua definição para conhecer seu objeto de estudo assim como
seus objetivos e aplicações, além de refletir um pouco sobre sua evolução histórica.

Especificamente nesse material falaremos dos fundamentos biológicos do


desenvolvimento e crescimento humano, visto serem temas pertinentes à
Psicomotricidade, ciência não muito antiga (primeiras décadas do século XIX) que tem
seu início a partir do discurso médico.

Figura 1 - Ciclo biológico do ser humano

Para início de conversa, Chudo (2009, p. 13) explica que:

 O ciclo biológico do ser humano é considerado como sendo o desenvolvimento


embrionário-fetal, o nascimento, o crescimento, a reprodução, o
envelhecimento e a morte.

4
 O desenvolvimento e o crescimento se dão pelos seguintes aspectos:
desenvolvimento biológico, hereditário, adquirido (como doenças), psicológico
e socioambiental.

 Um ser humano necessita que seu crescimento e desenvolvimento sejam


saudáveis desde o início para que tenha condições favoráveis a uma vida
plenamente satisfatória e exerça suas atividades por toda vida.

 Os estímulos adequados e acompanhamento diário do ser que acaba de


nascer farão com que qualquer problema detectado, nessa fase, seja
monitorado por profissionais capacitados, possibilitando plenas condições de
tratamento e cura.

Complementando a importância de um desenvolvimento saudável, a


Introdução do Volume 3 dos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação
Infantil (RCNEI, BRASIL, 1998) explica que o movimento é uma importante dimensão
do desenvolvimento e da cultura humana e que as crianças se movimentam desde
que nascem, adquirindo cada vez mais, maior controle sobre seu próprio corpo e se
apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. As crianças
engatinham, caminham, manuseiam objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em
grupo, com objetos ou brinquedos, experimentando sempre novas maneiras de utilizar
seu corpo e seu movimento.

Ao movimentar-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e


pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas
corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do
corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem
sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por
meio de seu teor expressivo.

As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações


sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm
sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades
corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história.
Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, constituindo-se
assim numa cultura corporal. Dessa forma, diferentes manifestações dessa linguagem

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foram surgindo, como a dança, o jogo, as brincadeiras, as práticas esportivas etc., nas
quais se faz uso de diferentes gestos, posturas e expressões corporais com
intencionalidade.

Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se


apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas.

Enfim, a Psicomotricidade no processo ensino-aprendizagem visa contribuir


de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o
aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual acredita-se que as
atividades de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma
a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno (RAMOS; FERNANDES, 2011).

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História, objetivo e objeto de estudo da Psicomotricidade

Evolução da Psicomotricidade

Historicamente o termo “psicomotricidade” aparece a partir do discurso médico,


mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX,
nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o
desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há
diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão
esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da
atividade práxica. Portanto, o “esquema anátomo-clínico” que determinava para cada
sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos
patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área
que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo
Psicomotricidade, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo
psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (ABP, 2003).

Em 1909, Ernest Dupré, neuropsiquiatria, é de fundamental importância para o


âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora,
antecedente do sintoma psicomotor, de um possível correlato neurológico. Neste
período o tônus axial começava a ser estudado por André Thomas e Saint-Anné
Dargassie.

Em 1925, Henry Wallon, médico e psicólogo, ocupa-se do movimento humano


dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo.
Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio
ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar sobre o tônus e o relaxamento.
Através da sua análise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento mental
e motor da criança, Henri Wallon trouxe suas contribuições para a psicomotricidade.
Seu estudo foi baseado no desenvolvimento neurológico do recém-nascido e na
evolução psicomotora da criança. Para Wallon, há uma relação entre motricidade e
caráter, onde o movimento está relacionado ao afeto, a emoção, ao meio ambiente e
aos hábitos da criança (OLIVEIRA, 2009).

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Wallon foi o principal responsável pelo nascimento da reeducação psicomotora.
Durante as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial,
quando as mulheres adentraram firmemente no trabalho formal enquanto suas
crianças ficavam nas creches, a escola francesa também influenciou mundialmente a
psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia (FONSECA, 1995).

Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor


para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.

Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra e professor, redefine o conceito de


debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias
particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que
oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Ajuriaguerra aproveitou os subsídios de
Wallon em relação ao tônus ao estudar o diálogo tônico (ABP, 2003).

Objetivos e objeto de estudo

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (ABP) define Psicomotricidade


como uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas diversas
relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica. Ela se
dá a partir da articulação movimento/corpo/relação. Diante do somatório de forças que
atuam no corpo - choros, medos, alegrias, tristezas, etc. - a criança estrutura suas
marcas, buscando qualificar seus afetos e elaborar as suas ideias. Vai constituindo-
se como pessoa.

Em outras palavras, Fonseca (1995) explica que a psicomotricidade visa


privilegiar os seguintes componentes abaixo, considerados essenciais e globais da
aprendizagem e do seu ato mental concomitante nela o corpo e a motricidade:

 A qualidade da relação afetiva;

 A mediatização;

 A disponibilidade tônica;

 a segurança gravitacional e o controle postural;

 a noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade; e,

 a planificação práxica.

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Desse modo podemos inferir que a Psicomotricidade é sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.

PSICO: Intelectual, cognitivo emocional, afetivo, mental e neurológico.


MOTRICIDADE: Movimento, ato, ação, gesto.

Pilares da Psicomotricidade

Figura 2 - Entendimento do termo Psicomotricidade

O movimento

Por definição, movimento se reporta a deslocamento de um objeto ou corpo ou


parte destes no espaço. Para Fonseca (1988) o movimento humano é construído em
função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o
movimento transforma-se em comportamento significante.

O movimento humano é a parte mais ampla e significativa do comportamento


do ser humano. É obtido através de três fatores básicos: os músculos, a

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emoção e os nervos, formados por um sistema de sinalizações que lhes
permitem atuar de forma coordenada” (BARROS; NEDIALCOVA, 1999, p.3).

No desenvolvimento infantil o movimento tem uma função fundamental,


principalmente nos primeiros estágios da criança onde está ainda não adquiriu a
linguagem falada. O movimento tem a função de comunicação. É através do
movimento que a criança expressa suas sensações e manifesta o contato com o
mundo ao seu redor.

O intelecto
O dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) define intelecto como inteligência, e
inteligência como faculdade ou capacidade de aprender, apreender, compreender ou
adaptar-se facilmente; intelecto, intelectualidade, destreza mental; agudeza,
perspicácia.

O processo de cognição leva ao desenvolvimento do intelecto, isto é, quanto


mais aquisição do conhecimento, maior a maturação do processo intelectual.

Nessa direção, o intelecto está relacionado ao cognitivo, que faz relação com o
movimento para se estabelecer a comunicação com o meio e tomando como base os
estudos de Wallon, este definiu que que a maturação e aprendizagem – processo de
desenvolvimento do intelecto – estão condicionadas pela riqueza do intercâmbio
emocional e da comunicação com o outro.

O afeto
Por fim, o afeto é definido como afeição, carinho, atenção, simpatia. As
aquisições afetivas vêm completar os conhecimentos básicos. A ação é impulsionada
pela emoção.

Emoção é a referência a um sentimento e seus pensamentos distintos,


estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir. Há

10
centenas de emoções, juntamente com suas combinações, variações,
mutações e matizes (GOLEMAN, 1996, p. 34).

Todos os movimentos, gestos, mímicas são expressos pela emoção, indicando


uma pré-linguagem. A criança associa novos significados e percepções as suas ações
a sua consciência e a sua cognição, possibilitando o desenvolvimento da afetividade
e consequentemente da inteligência.

Enfim, o conhecimento do próprio corpo e do seu funcionamento são aspectos


fundamentais para o desenvolvimento dos aspectos físico, motor e intelectual da
criança e sendo bem trabalhada, principalmente em seus movimentos de lateralidade,
espaço, tempo e percepção, ela estará melhor preparada para atuar na sociedade.

Princípios gerais do desenvolvimento humano

 O desenvolvimento se processa por etapas


O desenvolvimento humano se dá por fases que apresentam características
próprias. Contudo, a definição dos critérios de periodização da vida humana não é
única. Há teóricos que abordam o desenvolvimento sob o aspecto físico como Gesell,
aspecto cognitivo segundo estudos de Piaget, ou ainda pelo aspecto psicossexual
segundo as investigações de Freud. Mesmo havendo grande diversidade de critérios
para o estabelecimento de fases no desenvolvimento do ser humano há uma
convergência para o entendimento de que o desenvolvimento implica em novos
padrões de comportamentos constituídos por processos de reintegração sucessiva de
estruturas comportamentais e/ou orgânicas.

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Figura 3 - Desenvolvimento humano

 O desenvolvimento é contínuo e sequencial, mas com


transformações
O desenvolvimento, embora contínuo e sequencial, é marcado por profundas
transformações.

A evolução implica em transformações estruturais possibilitadores de novos


desempenhos. Tanto o crescimento como o desenvolvimento produzem mudanças
nos componentes físico, mental, emocional e social que ocorrem em ordem invariante.
Uma constatação desse princípio é que a criança antes de correr, anda e engatinha.

 O desenvolvimento é direcional
O desenvolvimento é direcional e se dá numa direção céfalo-caudal e próximo
distal.

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Figura 4 - Direção do desenvolvimento humano

A embriologia corrobora esse princípio com a constatação que o organismo


desenvolve primeiro a cabeça, em seguida o tronco e os membros. Por direção
próximo-distal diz-se de um desenvolvimento que acontece do centro (cérebro/medula
espinhal - eixo central) para a periferia do corpo (membros superiores e inferiores).
Inicialmente há crescimento e desenvolvimento das partes próximas ao cérebro e
depois se estende descendentemente até as partes mais distantes.

 O desenvolvimento caminha de atividades gerais para


as específicas
O comportamento motor se desenvolve de respostas difusas e não
diferenciadas para as mais específicas e elaboradas. Quando tocamos o corpo de um
recém-nascido, ele responde com movimentos gerais (todo o corpo se move), com o
desenvolvimento do organismo, apenas a parte do corpo diretamente estimulada
responde ao estímulo.

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 O desenvolvimento se dá em velocidade diferente para
diversas partes do corpo
A cabeça cresce intensamente do nascimento até os dois anos de idade
quando desacelera esse crescimento. O tronco cresce significativamente até o um
ano e os membros superiores e inferiores em torno dos dois anos começam um
crescimento acelerado. Em cada aspecto, o ser apresenta ritmos diferentes nas
diversas fases. No aspecto cognitivo a capacidade de raciocínio lógico indutivo-
dedutivo aparece na adolescência (MOREIRA, 2011).

Os fatores que influenciam o desenvolvimento humano


Vários fatores indissociados e em permanente interação afetam todos os
aspectos do desenvolvimento. São eles:

Hereditariedade
A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não
desenvolver-se.

A hereditariedade se reporta a um conjunto de processos biológicos que


asseguram que cada ser vivo receba e transmita informações genéticas através da
reprodução, sendo responsável pelos muitos aspectos da forma do corpo, do
funcionamento dos órgãos e do tipo de comportamento

Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No


entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial,
dependendo das condições do meio que encontra.

Crescimento orgânico
Refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização do esqueleto
permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que antes não
existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança, quando começa
a engatinhar e depois a andar, em relação à quando esta criança estava no berço com
alguns dias de vida.

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Maturação neurofisiológica
É o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização
das crianças, por exemplo, depende dessa maturação. Para segurar o lápis e manejá-
lo como nós adultos, é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança de
2, 3 anos não tem.

Meio
O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de
comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa,
uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das
crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade
uma escada, porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida
(BOCK, 2008).

ANOTE AÍ:

São quatro os aspectos básicos do desenvolvimento humano:

 Aspecto físico: É o crescimento biológico, aumento de tamanho, e também


neurofisiológica, ou seja, a capacidade de controlar o próprio corpo, manipular
objetos, entrar e sair de lugares complexos.

 Aspecto intelectual: É a capacidade de pensar, de raciocinar, resolver


problemas, usar ferramentas.

 Aspecto afetivo-emocional: É o sentir, é como a criança reage em seu interior,


as sensações que desperta diante das situações vividas.

 Aspecto social: É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que
envolvem outras pessoas (BOCK et al, 2009).

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Desenvolvimento x crescimento
Por crescimento entendemos principalmente a questão quantitativa e biológica.
Quando o homem atinge a sua maturidade biológica ele para de crescer em todos os
seus aspectos. Inclusive o mito de que as orelhas e o nariz continuam a crescer, ao
longo da vida do ser humano, é um engodo. O que realmente ocorre é que a pele
perde sua rigidez e a frouxidão da gordura dá a impressão que estes órgãos estão
crescendo (ITO; IMADA 2001 apud SILVA, 2019).

Conceituar desenvolvimento humano é uma tarefa árdua, visto o tamanho de


sua complexidade e com aspectos quase infinitos de abordagens. O tema é tão vasto
e tão interdisciplinar que alguns autores sugerem que o estudo do desenvolvimento
humano constitua um campo de atuação independente da psicologia (ASPESI;
DESSEN; CHAGAS, 2005).

Devemos entender basicamente para nosso estudo que desenvolvimento seria


o processo de mudanças qualitativas, tais como aquisição e aperfeiçoamento de
capacidades e funções, que permitem ao indivíduo o realizar coisas novas,
progressivamente mais complexas, com uma habilidade cada vez maior.

Ainda conceituando desenvolvimento humano dentro da perspectiva da


psicologia do desenvolvimento temos como “mudanças que ocorrem na vida dos
indivíduos” (PAPALIA; OLDS, 2006). Esses autores enfatizam que, de modo geral, o
desenvolvimento humano é compreendido como o estudo científico sobre as
mudanças dos sujeitos e, ao mesmo tempo, sobre as características que permanecem
regulares durante toda a vida.

As mudanças ocorrem segundo uma ordem invariante, por exemplo: antes de


falar a primeira palavra a criança balbucia, antes de formar uma sentença completa
com sujeito, predicado e complemento, usa frases monossilábicas. Antes de andar, a
criança senta-se e gatinha. Antes de ir para uma universidade o adulto passa pela
educação básica.

Estas sequências seguem um padrão de evolução e, da mesma forma,


acontece em outras áreas do desenvolvimento. Embora todo ser humano progrida
com certos padrões, a idade em que cada um se torna capaz de executar atividades
novas e a maneira como as executa, varia de uma pessoa para outra.

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ANOTE AÍ:

O crescimento deve ser entendido como referente ao aspecto quantitativo das


proporções do corpo, tratando do aumento físico das proporções do corpo. Enquanto
que o desenvolvimento se refere mais ao aspecto qualitativo, sem, contudo, excluir
alguns aspectos quantitativos.

O crescimento estaciona em determinada idade do ser humano, ao atingir a


maturidade biológica. Diferentemente do processo de desenvolvimento que
permanece da concepção até a morte.

Crescimento e desenvolvimento são processos paralelos, mas com conceitos


próprios e não obrigatoriamente dotados de igual velocidade ou de igual sensibilidade
aos agravos. Crescimento é aumento de massa por hipertrofia e divisões celulares
(passível de aferição por meio de cm e kg) e desenvolvimento é a aquisição de
capacidade (somente passível de aferição por meio de provas funcionais)

Apesar das diferenças que caracterizam o desenvolvimento de cada pessoa,


vimos que há certos princípios universais do desenvolvimento.

O desenvolvimento biológico do ser humano


Existem várias teorias acerca do desenvolvimento humano, tanto que cada
teórico aborda um aspecto do ser humano que precisa se desenvolver e crescer. O
aspecto biológico é a base de todo desenvolvimento, desde a inteligência, as emoções,
a atenção, a forma de se relacionar, enfim são diversas dimensões que precisam ser
analisadas.

Moreira (2011, p 113) explica que:

O desenvolvimento de um organismo inclui todas as mudanças morfológicas


e fisiológicas que contribuem para o curso de seu ciclo de vida. Em formas
unicelulares, as mudanças são restritas e ocorrem dentro da própria célula.
Entretanto, para formas multicelulares, as mudanças incluem todas as
atividades que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas de
diferenciação e integração.

A diferenciação celular que causa o desenvolvimento morfológico e a


especialização funcional é acompanhada por uma contínua síntese e
degradação de enzimas e outras proteínas que estão sobre controle genético.

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Os fatores genéticos contidos no ovo ou zigoto apresentam capacidades
morfofisiogênicas potenciais. Os genes estão presentes principalmente nos
cromossomos do núcleo celular, sendo metade oriundos da mãe e metade
paternos. O conjunto desses atributos individuais constitui o genótipo.

A partir de um único ovócito fertilizado, desenvolvem-se diferentes tipos de


células. Os mecanismos pelos quais é regulada a expressão diferencial do
material genético não são ainda bem conhecidos. No controle do
desenvolvimento atuam os chamados genes homeobox, grupos de genes
interrelacionados denominados Hom em invertebrados e Hox em vertebrados,
que determinam aspectos semelhantes no desenvolvimento do corpo. Um
dos aspectos principais na genética do desenvolvimento refere-se ao modo
pelo qual ocorre a ativação sequencial dos genes no início deste processo.

Evidentemente exige-se a adoção de uma visão holística e sistêmica do


processo de desenvolvimento humano em todos os seus níveis: genético, neural,
comportamental e ambiental (físico, social e cultural). Todos estes aspectos interagem
ao longo do tempo e traçam trajetórias probabilísticas (SILVA, 2019).

É mister lembrar que o ciclo vital compreende o período da fecundação até a


velhice, seguindo um desenvolvimento contínuo que termina com a morte do indivíduo,
esse ciclo está presente em todos os seres vivos. Com o ser humano acontece no

seguinte ritmo: feto, bebê, criança, adolescente, adulto e velhice .

Moreira (2011) ressalta que este ciclo não muda, a única situação que pode
impedir o funcionamento e conclusão do ciclo é a própria morte, principalmente
quando ocorre precocemente ou quando surge um defeito congênito que afeta o
Sistema Nervoso Central e/ou Periférico.

Da fecundação ao nascimento
Durante os meses em que o feto está intrauterino, ele desenvolve mês a mês
todos os seus órgãos (cérebro, fígado, rins etc.), sistemas (nervoso, digestório,
respiratório etc.), até que esteja completamente pronto para nascer. Durante a vida
intrauterina, o feto necessita retirar de sua mãe (pelo cordão umbilical) todos os
nutrientes (água, carboidratos, oxigênio etc.) para seu completo desenvolvimento,
interagindo com o meio em que vive: o útero materno (o feto recebe os estímulos da

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mãe e manifesta reações para esses estímulos, o chute, por exemplo). Portanto, o
desenvolvimento humano saudável requer que a relação mãe e filho, durante a
gravidez e nos primeiros meses de vida, seja prazerosa (afetiva e emocional) e
responsável, o que será determinante para o bem-estar de ambos, sobretudo para o
crescimento da criança: físico, emocional e social (CHUDO, 2009).

Embrião é o nome do ser em desenvolvimento desde o momento em que a


célula-ovo (que carrega toda herança genética) começa a se dividir até a oitava
semana, quando começa a ter forma humana. É chamado de feto após a oitava
semana até o nascimento. A placenta é o órgão por meio do qual o embrião, e depois
o feto, recebe alimento e oxigênio e elimina os excretos (por meio do cordão umbilical).

Figura 5 - Desenvolvimento embrionário

Após o nascimento
Logo após o nascimento, observamos na criança características genotípicas e
fenotípicas e passa-se a acompanhar mensalmente seu desenvolvimento em todos
os aspectos durante os primeiros anos de vida.

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As características fenotípicas (resultantes da interação entre o genótipo e o
meio) dividem-se em três:

1)Hereditárias – são as características genéticas (cor dos olhos, altura, cor do


cabelo etc.).

2)Congênitas – características adquiridas durante a gestação; por exemplo, se


a mãe adquire rubéola, o vírus pode atingir o embrião e a criança poderá nascer com
anomalias, como surdez.

3)Adquiridas – de causas principalmente ambientais, como a paralisia infantil.

Como já falamos anteriormente, o desenvolvimento biológico do corpo se dá a


partir do desenvolvimento:

a)Céfalo-caudal – o cérebro se liga aos demais órgãos do corpo. Primeiro a


criança sustenta a cabeça, depois senta, fica em pé e por último anda.

b)Próximo distal – a maturação ocorre do centro do corpo para a periferia, de


dentro para fora; ocorre o controle dos órgãos dentro do tronco e posteriormente
desenvolvem-se braços e dedos.

O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança pode ser


analisado e observado levando-se em consideração:

a)Desenvolvimento corporal:

a.1Motor – controle dos movimentos.

a.2Curvas de crescimento – peso, altura, crescimento da circunferência


da cabeça e dos braços.

a.3Perceptivo – visão, audição, olfato, tato e paladar.

b)Desenvolvimento cognitivo: linguagem e memória.

c)Desenvolvimento psicossocial: social, emocional e adaptativo

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Criança

De acordo com estudos de Gazzol et al (2018), a infância é uma fase onde se


faz grandes aprendizados e se adquire diversas experiências, na relação com os
outros e com o mundo. Esta é uma fase importante do desenvolvimento, mas também
muito sensível. Com isto há alguns teóricos da psicologia que descrevem as fases da
infância, como por exemplo Piaget. Este autor relata que o raciocínio se desenvolve
em quatro estágio universais e em cada estágio a criança desenvolve um esquema,
no entanto sendo elas:

1) Período sensório-motor (nascimento aos dois anos): a criança explora seu


ambiente através de suas capacidades sensoriais e motoras (PAPALIA;
FELDMAN, 2013). Piaget usa a expressão “a passagem do caos ao cosmo”
para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e explica. De
acordo com a tese piagetiana, “a criança nasce em um universo para ela
caótico, habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora
do campo da percepção), com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e
causalidade reduzida ao poder das ações, em uma forma de onipotência”. No
recém-nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos
aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é
conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o
movimento dos olhos, por exemplo) (TERRA, 2002).

2) Período pré-operacional (dois aos sete anos): a criança usa simbolismo para
entender seu ambiente através de imagens e linguagem, também sendo o
início do egocentrismo (o pensamento da criança é somente nela). Para Piaget,
o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o
aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da
linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da
linguagem e por isso mesmo “não se pode atribuir à linguagem a origem da
lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional”. Na linha piagetiana,
desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária, mas
não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização
da ação cognitiva que não é dado pela linguagem, conforme alerta La Taille

21
(1992). Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da
linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.

3) Período operacional-concreto (sete aos doze anos): já se inicia o pensamento


lógico, não são mais enganadas pela aparência, já entende o comportamento
da outra pessoa. Ou seja, neste período o egocentrismo intelectual e social
(incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase
anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer
relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem) e de
integrá-los de modo lógico e coerente. Um outro aspecto importante neste
estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as
ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais
apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor (se lhe
perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será capaz
de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja,
sem precisar medi-las usando a ação física).

4) Período operações-formais (doze anos em diante): o pensamento é abstrato e


sistemático. Nesta fase a criança, ampliando as capacidades conquistadas na
fase anterior, já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é
capaz de formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar
operações mentais dentro de princípios da lógica formal. Com isso, a criança
adquire capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de
conduta: discute valores morais de seus pais e constrói os seus próprios
(adquirindo, portanto, autonomia). De acordo com a tese piagetiana, ao atingir
esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele
consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta.
Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir
do ápice adquirido na adolescência. Seu desenvolvimento posterior consistirá
numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade,
mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental (TERRA,
2002; PAPALIA; FELDMAN, 2013).

22
Vygotsky (1978) é outro autor importantíssimo quanto ao desenvolvimento
infantil, pois enfatiza a linguagem como um meio essencial para aprender a pensar
sobre realidade, sendo que a criança para realizar alguma atividade precisa de um
mediador para apoia-la em alguma tarefa até que ela consiga realiza-la sozinha. Bem
como, pode-se dizer que alguém mais experiente pode ajudar a atravessar a zona de
desenvolvimento proximal (ZDP) como colegas, professores, familiares entre outros,
assim a criança apresenta um desenvolvimento cognitivo e uma atividade socialmente
mediada (BEE; BOKD, 2011).

Além disso, surgem quatro estágios do desenvolvimento que acontece do


nascimento até os sete anos (BEE; BOKD, 2011), sendo eles:

1) Estágio Primitivo- do nascimento até os dois anos;

2) Estágio de psicologia ingênua - dois aos três anos;

3) Estágio da fala egocêntrica- também conhecido como discurso egocêntrico, vai


dos três aos sete anos.

4) Estágio de crescimento interior - a partir dos sete anos)

No ponto de vista de Erikson e Erikson (1998) a criança passa por diversas


etapas até os nove anos conhecida como produtividade vs. inferioridade. Esta é a
fase onde a criança tem o maior desenvolvimento cognitivo e social, é quando ela
inicia sua vida escolar e social com seus colegas. Começa a ter interação com seu
gênero sexual, esse é o momento em que se divide meninas para um lado e meninos
para outro, formando grupos. O orgulho é o sentimento que se desenvolve nessa
etapa, pois após atividades realizadas com sucesso, quando seus responsáveis e
professores elogiam após uma atividade realizada, eles adquirem um sentimento de
competência e crença em suas habilidades, quando isso não acontece então a criança
sente o sentimento de inferioridade.

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Adolescência

O comportamento do adolescente muda conforme a criação, não tem como


classificar uma adolescência em suas atitudes, mas em geral pode-se indicar alguns
pontos como mudanças cognitivas, os pensamentos de criança passando para um
adulto assumindo responsabilidades, deveres, normas que antes não tinha
conhecimento, os hormônios ficam a “flor da pele” e iniciam a vida sexual. Além
dessas, também ocorrem mudanças no físico, comportamental, emocional e social
que se apresenta em maior evidência nessa fase (CAMPOS, 1987).

Esta fase inicia-se em torno dos doze anos juntamente com as transformações
de seu corpo, começam a crescer os pelos, a primeira menstruação (feminino),
aumento de testosterona (masculino), crescimento corporal, entre outras mudanças
que a puberdade traz com ela. Com isto, o corpo em seu todo entra em conflito, por
estar deixando de ser uma criança e sendo encaminhado para uma vida onde tem que
fazer muitas escolhas e os pais não podem decidir por eles. Enfim, quando esse
indivíduo consegue resolver suas dúvidas, conflitos e compreende o meio que está
sendo inserido vai formando sua personalidade, assim tornando-se um adulto
(OUTEIRAL, 2008).

O emocional fica perturbado por não poder se expressar com choro, raiva,
tristeza, medo entre outros sentimentos, devido a cobrança da sociedade, pelo
crescimento emocional e isso acaba criando dúvidas sobre o meio aonde está inserido,
no qual os pais tem que auxiliar para seguirem em frente, denominada de zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), que é o auxílio de um mediador para conseguir
passar por algum problema que tem dificuldade (VYGOTSKY, 1978).

De acordo com Wallon (2003 apud MAHONEY; ALMEIDA, 2003) as mudanças


que estão ocorrendo no adolescente são expressadas com seu corpo, demonstrando
as dificuldades que tem com seu novo corpo, a expressão afetiva está em alta tendo
então comportamentos que podem surpreender os adultos. Essas mudanças podem
ser mais centradas em suas atividades profissionais ou até mesmo amorosas, saídas
para festas, novas amizades e viagens, misturando afetividade e imaginação, criando
alguns conflitos internos e atitudes novas.

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Mais uma vez teremos em Erikson e Erikson (1998) as explicações da
necessidade de o adolescente sentir seguro para enfrentar as mudanças que estão
por vir.

O modo que o adolescente encontra uma segurança é em sua identidade, que


foi formada pelos estágios anteriores (confiança vs. desconfiança, autonomia vs.
vergonha e dúvida, iniciativa vs. culpa, produtividade vs. Inferioridade). Essa
identidade se expressa na forma de questionamento para entender o que está
mudando, por exemplo, “quem sou? ”, “vou ficar igual meus pais? ”, “o que devo fazer
no futuro? ”. Com o resultado dessas perguntas o adolescente se encaixa em algum
grupo da sociedade. Esta fase é conhecida como “Identidade vs. Confusão de
Identidade” (ERIKSON; ERIKSON, 1998).

Sobre as contribuições de Freud e Erikson teremos um módulo específico,


assim como aprofundaremos nos estudos de Wallon, Piaget e Vygtsky em outros
momentos do curso.

Como nossos interesses estão voltados para o crescimento e desenvolvimento


do ser humano em seus primeiros anos, mais especificamente nos aspectos que
envolvem a psicomotricidade, não entraremos em detalhes da adolescência, vida
adulta e velhice.

Recapitulando...

1) O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao


crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua.
Estas são as formas de organização da atividade mental que vão se
aperfeiçoando e se solidificando. Algumas dessas estruturas mentais
permanecem ao longo de toda a vida.

2) Fatores que influenciam o desenvolvimento humano:

2.1 Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode


ou não se desenvolver. A inteligência pode desenvolver-se de acordo com as
condições do meio em que se encontra.

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2.2 Crescimento orgânico – refere-se ao aspecto físico.

2.3 Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de


comportamento.

2.4 Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de


comportamento do indivíduo.

3) A infância é uma fase onde se faz grandes aprendizados e se adquire diversas


experiências, na relação com os outros e com o mundo. Esta é uma fase
importante do desenvolvimento, mas também muito sensível.

4) A Psicomotricidade é uma ciência que estuda o homem através do seu corpo


em movimento, em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Ela uma técnica que auxilia no desenvolvimento motor, afetivo e
psicológico de crianças por meio de jogos e brincadeiras, sendo de extrema
importância durante os cinco primeiros anos de vida, pois esse é o período mais
importante para aquisições significativas a nível físico, emocional e intelectual.

5) O desenvolvimento humano é um processo longo e gradual de mudanças em


que cada pessoa, ao seu tempo e no seu jeito de ser no mundo, dá sentido ao
que vive. Assim, o passado, presente e futuro constituem demarcações
individuais do existir. A vida e valores e características de uma pessoa se

26
configuram em um determinado contexto histórico. Afinal, além da dimensão
individual o tempo tem também uma dimensão social (SANTANA, 2014).

27
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