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Cláudio Fibione Paulo Dzindua

Estefânia Cândido Olímpio

Fátima da Ilda Mateus

Lopes Ariala

Luciano Cuchia

Maico da Costa Nema

Processos cognitivos e aprendizagem

Universidade Rovuma

Nampula

2021

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Cláudio Fibione Paulo Dzindua

Estefânia Cândido Olímpio

Fátima da Ilda Mateus

Lopes Ariala

Luciano Cuchia

Maico da Costa Nema

Processos cognitivos e aprendizagem

Trabalho em grupo de carácter avaliativo


da cadeira de Psicologia de
Aprendizagem, Licenciatura em Ensino
Básico, 2ᵒ Ano. Turma: 01.

Docente/Tutor: Laurentino Tarcísio

Universidade Rovuma

Nampula

2021

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Índice Pag.
Introdução................................................................................................................................5

Processos cognitivos e aprendizagem.....................................................................................6

1. Processos cognitivos...........................................................................................................6

2. Aprendizagem.....................................................................................................................6

3. Processos cognitivos e aprendizagem.................................................................................7

3.1.0. Sensação........................................................................................................................7

3.1.1. Classificação das sensações..........................................................................................7

3.2.0. Atenção..........................................................................................................................8

3.2.1. Tipos de atenção............................................................................................................8

3.3.0. Percepção......................................................................................................................8

3.3.1. Tipos de percepção........................................................................................................9

3.3.2. Factores da percepção...................................................................................................9

3.4.0. Memoria........................................................................................................................9

3.4.1. Mediadas da memória.................................................................................................10

3.4.2. Tipos de memória........................................................................................................10

3.4.2.0. Memórias explícitas ou declarativas........................................................................10

3.4.2.1. Memórias de curta duração......................................................................................11

3.4.2.2. Memória de trabalho................................................................................................11

3.4.2.3. Memórias de longo prazo.........................................................................................11

3.5.0. Pensamento..................................................................................................................12

3.5.1. Elementos do pensamento...........................................................................................12

3.5.2. Tipos de pensamento...................................................................................................12

3.6.0. Linguagem...................................................................................................................13

3.6.1. Propriedades da linguagem.........................................................................................13

3.7.0. Inteligência..................................................................................................................14

3.7.1. Tipos de inteligências..................................................................................................14

3
3.7.1.1. Inteligência fluida.....................................................................................................15

3.7.1.2. Inteligência cristalizada............................................................................................15

3.8.0. Afectividade................................................................................................................15

3.9.0. Consciência.................................................................................................................15

3.10.0. Sentimento.................................................................................................................16

Conclusão..............................................................................................................................17

Referências Bibliográficas....................................................................................................18

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Introdução

O objectivo do presente trabalho é de explanar sobre diversos processos cognitivos e


aprendizagem, com intuito informativo e de difusão de conhecimento. Cada um desses
processos cogntivos é bastante complexo, de modo que de forma alguma esse trabalho tem o
intuito de exaurir esta temática, e sim apenas de passar algumas informações sobre cada um
desses processos psicológicos cognitivos, bem como despertar o interesse nos leitores em
buscar mais informações e aprender mais sobre cada um destes processos cognitivos na
perespectiva de alguns autores.

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Processos cognitivos e aprendizagem

1. Processos cognitivos
Segundo Preece (2005) a psicologia se interessa primeiramente em compreender o
comportamento humano e o processo mental que está sob ele, e para entender este
comportamento, a psicologia cognitiva tem adoptado a noção de processamento da
informação. Tudo que se vê, sente, toca, prova, cheira e faça é expresso em termos de
processamento de informação.

Neste sentido, Mayer (1981, apud Both, 1989) define formalmente psicologia cognitiva como:
a análise cientifica do processo mental humano e estruturas (construção) com o objectivo de
entender o comportamento humano.

Para Sternberg (2008, p. 19) define a psicologia cognitiva como sendo o estudo de como as
pessoas percebem, aprendem, lembram-se algo e pensam sobre as informações.

2. Aprendizagem
“A aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da
experiência, obtida de forma sistemática ou não” (PIAGET, apud MACEDO 1994, p. 12 ). É
bom termos sempre em mente que é por meio da aprendizagem que nós nos tornamos, de
modo efetivo, seres humanos, uma vez que, também, nós aprendemos a partir de nosso
nascimento.

Pode-se dizer, então, que a aprendizagem é um processo de transformação comportamental


adquirido por meio das experiências estabelecidas por fatores neurológicos, emocionais,
relacionais e ambientais, ou seja, “é o resultado de uma construção (princípio construtivista)
dada em virtude de uma interação (princípio interacionista) que coloca em jogo a pessoa total
(princípio estruturalista)” (VISCA, 1988, p. 56).

Mas a aprendizagem é também um processo de obtenção e identificação de novas maneiras de


ser, pensar e agir. Assim a “aprendizagem é a progressiva mudança do comportamento que
está ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação e, de outro, a repetidos
esforços dos indivíduos para enfrentá-la de maneira eficiente” (MCCONNELL, apud
PILLETI, 2008, p. 58). Segundo Mizukami (1986), para os behavioristas a aprendizagem é
uma aquisição de comportamentos através de relações entre Ambiente e Comportamento,

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ocorridas numa história de contingências, estabelecendo uma relação funcional entre
Ambiente e Comportamento.

3. Processos cognitivos e aprendizagem


O objetivo da psicologia cognitiva tem sido caracterizar estes processos em termos de suas
capacidades e limitações.

Diversos processos cogntivos são importantes para nosso caminho de aprendizagem e


desenvolvimento. Segundo alguns autores como Alípio e Vale (71-126); Becker (2014) e
Salgado e Sousa (2015) destacam e descrevem alguns processos cogntivos como: sensação;
percepção; atenção; memória; afectividade; sentimento; consciência; pensamento; linguagem
e inteligência.

3.1.0. Sensação
Segundo Alípio e Vale (p. 71) definem a sensação como o processo em que ocorre o reflexo
das propriedades isoladas do objecto e dos fenómenos do mundo exterior sobre o nosso
cérebro.

Segundo os autores Alipio e Vale (p. 71) uma sensação só pode ocorrer quando as condições
próprias estiverem criadas, isto é, na presença de:

 Estimulo – que é todo o agente susceptível de provocar resposta de um organismo


(luz, som, etc.)
 Excitação – que corresponde a modificação momentânea impressão a que se segue
uma reacção de um organismo

3.1.1. Classificação das sensações


De acordo com Sherington citado por Alípio e Vale (p. 72), as sensações classificam-se em:

 Sensações exteroceptivas: aquelas sensações cuja origem é provocada por um agente


exterior ao organismo. Estas sensações são as que estabelecem a ponte entre o
indivíduo e o meio ambiente. Fazem parte destas sensações a vista, o ouvido, o tacto
interno, o gosto, o olfacto, o sentido térmico.
 Sensações interoceptivas: são assim conhecidas por recebem os seus estímulos a
partir dos órgãos viscerais internos (digestão respiração, circulação sanguínea etc.).
Têm a função de equilibrar o organismo e responsáveis pelas sensações de fome, sede,
bem-estar, mal estar. O sentido cenestêsico ou visceral é o principal destes sentido que
também compreende o sentido álgido interno, o tacto interno, etc.

As sensações interoceptivas são de extrema importância para o nosso organismo.


Sentimos por exemplo que estamos com fome, com sede, com dores nos órgãos
internos, graças a este tipo de sensações.

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 Sensações proprioceptivas: destas sensações fazem parte os músculos, tendões,
articulações, canais semicirculares do ouvido interno que por sua vez excitam a
actividade dos órgãos. Também fazem parte o sentidos quinestesico ou motor,
muscular, de equilíbrio e orientação. Graças a estas sensações o homem consegue se
locomover-se.

3.2.0. Atenção
Segundo Alípio e Vale (p. 83), a atenção constitui o estado selectivo da própria percepção,
isto é, na atenção há processo de selecção de informações na qual se dirige ou se focaliza a
percepção sobre um determinado estímulo ou objecto específico. Estas informações não só
são recebidas como também são processadas, isto é, o indivíduo à medida que vai recebendo
as informações vai pensando e imaginando sobre o material que é percepcionado.

Para Becker, (2014, p. 163-164) define atenção como sendo: “a faculdade de concentrar ou
direccionar a actividade psíquica para determinado objecto. Apresenta dois aspectos básicos:
vigilância (estado de alerta – é a atenção passiva, o que percebemos do mundo externo ou
interno mesmo sem intenção, como uma dor forte ou um barulho brusco e intenso) e
tenacidade (capacidade de concentração – é a atenção activa, que depende de nosso desejo,
como quando prestamos atenção em uma aula).”

3.2.1. Tipos de atenção


Segundo Alípio e Vale (p. 83-84), existem dois tipos de atenção que são: atenção
concentrativa e a atenção distributiva. A atenção distributiva ocorre quando um indivíduo
focaliza a sua atenção sobre vários objectos, enquanto que a concentrativa apenas quando se
destina a um objecto. Estes dois tipos de atenção diferem entre si pela intensidade, havendo
logicamente maior intensidade na atenção distributiva pela quantidade de objectos envolvidos
no processo de atenção.

De acordo com Alípio e Vale (p. 85), existem dois tipos de factores da atenção: factores
internos e factores externos.

 Factores Internos: Sistema Sensorial; Capacidade de processar informações e


Características da personalidade.
 Factores Externos: Quantidade de informações; Stress social e Complexidade dos
estímulos.

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3.3.0. Percepção
Segundo Alípio e Vale (p. 87) definem percepção como sendo “um fenómeno complexo
através do qual se apreende e se interpreta o mundo exterior como sendo ordenado em
totalidades. Os estímulos presentes bem como as experiências anteriores são todos integrados
e elaborados numa visão de conjunto.”

3.3.1. Tipos de percepção


De acordo com Alípio e Vale (p. 89) a condição essencial para que a percepção ocorra é a
existência de um objecto exterior para ser captado. Se isso não ocorrer estamos perante uma
alucinação. De acordo com os objectos percebidos existem três tipos de percepção:

a) Percepção real ou percepção do objecto físico. Por exemplo, percepção de uma


caneta, de um lápis, duma casa, etc.

b) Percepção pessoal ou percepção de uma pessoa. Por exemplo, perceber o Carlos.

c) Percepção social ou percepção de grupos ou realidades sociais. Por exemplo,


percepção dos moçambicanos, percepção da igreja católica.

3.3.2. Factores da percepção


A percepção depende de alguns factores. Tais factores podem estar relacionados com as
características do estímulo quer dizer do objecto a ser percepcionado ou da constituição do
receptor quer dizer a experiência, os motivos, as expectativas da pessoa que percepciona.

3.4.0. Memoria
De acordo com Becker, (2014, p. 166-167) a memória é a capacidade de registrar, manter e
evocar fatos já ocorridos. É composta por três fases: 1a) percepção, registro e fixação; 2a)
retenção e conservação; 3a) reprodução e evocação

Já para Alípio e Vale (p. 74) definem a memória como sendo a capacidade do indivíduo reter
e conservar a experiência anterior (informação) e manifesta-la através de hábitos ou
lembranças. Na memorização da informação ocorrem três aspectos fundamentais: A
codificação; O armazenamento e A recuperação.

Para Baddeley, Anderson e Eysenck (2011) citados por Salgado & Sousa (2015, p. 142), a
memória é considerada um sistema complexo e múltiplo combinado por arranjos de
codificações ou subsistemas que permitem a armazenagem e a recuperação de informações no
cérebro. Várias informações presentes no cérebro são utilizadas no resgate da memória,
podendo ser classificadas quanto ao tipo de estímulo. Nesse âmbito, elas podem ser visuais,
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tácteis, auditivas, gustativas ou olfactivas; quanto ao tempo de armazenamento da informação,
pode ser memória de trabalho, memória de curto prazo e memória de longo prazo; e quanto ao
tipo de aprendizagem, implícita ou explícita (TULVING, 1972; citado por SALGADO &
SOUSA, 2015, p. 142).

3.4.1. Mediadas da memória


De acordo com Alípio e Vale (p. 77) existem duas medidas fundamentais da memória: a
recordação e o reconhecimento.

 Recordação é a capacidade de um indivíduo lembrar-se da informação desejada


quando intimado por um material associado denominado sinal, sondagem, indicador,
ou instigação.
 Reconhecimento consiste na capacidade do indivíduo comparar a informação dada
com a que esta armazenada na memória para ver se combinam.

3.4.2. Tipos de memória


De acordo com Salgado & Sousa, (2015, p. 142) existem vários tipos diferentes de memória,
que podem ser classificadas pela forma como são adquiridas: memória explícita e implícita
ou, pelo tempo que são armazenadas, memória de trabalho, memória de curta e de longa
duração.

Segundo Dalgalarrondo, (2000) citado por Becker, (2014, p. 166-167), existem três tipos de
memoria: 1) memória imediata ou de curtíssimo prazo: capacidade de reter informações
imediatamente após seu recebimento (Ex.: repetir uma sequência de números); 2) memória
recente ou de curto prazo: capacidade de reter informações por um período curto de tempo (de
minutos a horas); e 3) memória remota ou de longo prazo: capacidade de evocar informações
e fatos ocorridos no passado (há meses, anos).

Continuando a mesma autora afirma que a memória é comumente influenciada pelo estado
emocional e pelo nível de atenção. Alterações graves na memória estão ligadas
principalmente a quadros demenciais, e podem estar presentes na esquizofrenia, epilepsia e
oligofrenia.

3.4.2.0. Memórias explícitas ou declarativas


Salgado & Sousa, (2015, p. 142) definem memórias explícitas ou declarativas como sendo
aquelas que armazenam fatos e sua aquisição está associada à plena intervenção da
consciência. A partir delas, podemos relatar situações cotidianas, como as conversas do dia

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anterior, ou precisar acontecimentos históricos (LOMBROSO, 2004; citado por Salgado &
Sousa, 2015, p. 142).

Salgado & Sousa, (2015, p. 143) afirmam que as memórias implícitas ou não declarativas são
as que adquirimos de forma inconsciente, como tarefas ou habilidades. Dirigir, andar de
bicicleta e ler são exemplos desse tipo de memória.

Continuando os autores dizem que as memórias de procedimentos são as que armazenam


capacidades ou habilidades motoras e sensoriais, que chamamos de hábitos. Elas são, por
exemplo, andar de bicicleta, dirigir um carro, nadar, pois é difícil declarar que as temos. Para
demonstrar que as temos, precisamos executá-las. Elas são adquiridas de forma implícita,
sendo difícil descrever com exactidão o passo a passo para adquirir a habilidade
(IZQUIERDO, 2011, citado por SALGADO & SOUSA, 2015, p. 143).

3.4.2.1. Memórias de curta duração


De acordo Salgado & Sousa, (2015, p. 143) as memórias de curta duração são aquelas que
permanecem em nosso cérebro por curto espaço de tempo, cerca de um minuto, e podem dar
lugar a memórias de média duração ou serem esquecidas.

Segundo Atkinson e Shiffrin (1968) citados por Salgado & Sousa, (2015, p. 143), a
informação deve acontecer primeiramente na memória de trabalho e posteriormente ser
passada para a memória de curta duração, sendo então, esquecida ou passada para o
armazenamento na memória de longa duração. Contudo, para passar a informação da
memória de curto prazo para a memória de longo prazo, depende de alguns factores, como a
importância dessa informação para a pessoa, a repetição da informação e a sua codificação
adequada na memória de longo prazo.

3.4.2.2. Memória de trabalho


Segundo Salgado & Sousa, (2015, p. 143) a memória de trabalho:

“é aquela responsável por dar continuidade aos nossos aptos cotidianos, armazena
por poucos segundos a informação, permitindo que saibamos onde estamos e o que
estamos fazendo a cada instante e nos momentos anteriores. Essa memória não deixa
rastro, não produzindo armazenamento. Esse tipo de memória, além de fazer o
processamento temporário, gerência o que será guardado ou não, determinando se a
informação é nova, ou não, ou se é relevante para ser guardada ou mesmo para
modificar uma informação pré-existente.”

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3.4.2.3. Memórias de longo prazo
As memórias de longo prazo são aquelas armazenadas por horas, anos ou mesmo, por toda a
vida. A sua formação necessita de modificações funcionais e estruturais dos neurônios. O
desuso ou a aquisição de novas habilidades pode levar ao esquecimento das memórias de
longo prazo (BADDELEY; ANDERSON; EYSENCK, 2011; citados por SALGADO &
SOUSA, 2015, p. 144).

3.5.0. Pensamento
Segundo Becker (2014, p. 168) o pensamento é composto por três elementos: 1) conceito:
elemento puramente cognitivo, intelectivo, não apresenta resquício sensorial; 2) juízo:
capacidade de estabelecer relação entre conceitos, apontando o que é falso ou verdadeiro; 3)
raciocínio: capacidade de interligar juízos, dando origem a conclusões.

Segundo (Amaral, 2004; Dalgalarrondo, 2000), citados por Becker (2014, p. 169) para
avaliação do pensamento, observamos, através da linguagem, as três dimensões do processo
de pensar: 1) curso: consiste na fluência, velocidade e ritmo do pensamento; 2) forma: é a
estrutura básica, o formato do pensamento; 3) conteúdo: refere-se aos temas do pensamento.

3.5.1. Elementos do pensamento


De acordo com Alípio e Vale (p. 89) o pensamento caracteriza-se por três elementos a saber:
Imagem; Acção e Representação.

“A imagem refere-se a aparência física dos objectos e fenómenos. Por ex.: se quiser
descrever a aparência física de seu pai você formará uma imagem visual do seu pai.

A acção acompanha o pensamento. As pessoas geralmente limitam os seus


movimentos a gestos como franzir a cara, morder o lápis, coçar a cabeça. Estas
acções ocorrem quando estamos a pensar. Quando isso acontece as pessoas que
estão perto de nós nos perguntam : “ o que estás a pensar”? “ aconteceu alguma
coisa” A acção refere-se a movimentos relacionados com a linguagem, atitudes,
manifestações e comportamentos.

A representação constitui a componente básica do pensamento. O pensamento


envolve a representação de ítens que não estão imediatamente presentes. Ao
conversar ou escrever compartilhamos os nossos conceitos com as pessoas.”

3.5.2. Tipos de pensamento


De acordo com Alípio e Vale (p. 124-125), existem quatro tipos de pensamentos:

Pensamento Visual-Figurado

Este tipo de pensamento baseia-se nas representações (gravuras, modelos, etc.) e


permite a que o indivíduo possa reflectir de uma forma diversificada a realidade dos

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objectos. Este tipo de pensamento é mais comum em crianças em idade pré-escolar
(entre os quatro e sete anos de idade). As crianças nesta idade ainda não dominam as
noções e o pensamento encontra-se ainda ligado às acções práticas uma
caracteristica peculiar de desenvolvimento das crianças em idade préescolar.

Pensamento Abstracto

No pensamento abstracto o indivíduo não só usa imagens mentais como pressuposto


básico para a resolução de problemas ou para descrever as características dos
objectos ou fenómenos. Ele usa conceitos abstractos, isto é, abstrai-se dos modelos e
das gravuras usando também o processo verbal. Imaginemos que você pensa sobre
um assunto por exemplo em química ou matemática. Você vai utilizar noções e
conceitos abstractos, vai dar nomes aos fenómenos mesmo que não seja possível
observa-los. A aquisição de conceitos e noções abstractas ocorre num determinado
período de desenvolvimento da criança (veja os estádios de desenvolvimento de
Piaget).

Pensamento Criador

O pensamento criador consiste sobretudo em conjugar elementos que normalmente


são tidos como independente, isto é, que não pertençam ao conjunto de
características do objecto ou fenómeno objecto do nosso pensamento para com eles
produzir algo de novo. O pensamento criador ou inovador é muito importante
porque permite imaginar sobre coisas novas que não existem no fenómeno objecto
do nosso pensamento. Os cientistas usam muito o pensamento criador para fabricar
objectos novos.

Raciocínio

Uma das formas do pensamento é o raciocínio. O raciocínio é uma operação mental


que faz inferências de novos conhecimentos a partir do conhecimento dado. Neste
caso, o pensamento parte da análise de duas ou mais relações conhecidas, neste caso
podem ser relações de afirmação ou de negação, para concluir uma outra relação que
estava implicitamente contida.

3.6.0. Linguagem
De acordo com Doron & Parot, (2001) citados por Becker (2014, p. 171) a linguagem é a
capacidade de aprender e utilizar um ou mais sistemas de signos para comunicar-se com seus
semelhantes e representar o mundo para si mesmo (Doron & Parot, 2001). Becker (2014, p.
171) suas vias de expressão são: verbal (ex.: oral, textos), não verbal (ex.: gestos, sinais) e
psicossomática (ex.: dores, doenças).

Para Alípio e Vale (p. 128) a linguagem representa um papel fundamental no comportamento
humano porque ela permite transmitir ideias de pessoa para pessoa.

3.6.1. Propriedades da linguagem


Segundo Alípio e Vale (p. 129) as propriedades da linguagem são:

 Simbolismo;
 Significativo ou semântica;
 Reprodução e criatividade;

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 Estruturação e ordenamento;
 Sintaxe.

Continuando os dois autores afirman que existem sistemas de linguagem que incluem
algumas propriedades fundamentais:

“Na linguagem Simbólica as pessoas usam sons falados e palavras escritas para
representar objectos, acções, eventos e ideias. Os símbolos permitem fazer referência
aos objectos e eventos que podem estar distantes de nós.

Na linguagem Semântica ou Significativa usam-se símbolos arbitrários no sentido de


que não existe uma relação implícita entre a aparência das palavras e os objectos que
elas representam. Tomemos como a palavra portuguesa caneta e a inglesa pen.
Embora essas palavras sejam arbitrárias elas têm um significado partilhado pelas
pessoas que falam português e Inglês.

Na linguagem Reprodutiva ou Criativa combina-se um número limitado de símbolos


de maneira infinita de modo que se possa gerar inúmeras mensagens. Por exemplo
cada um de nós tem o seu sotaque mas dia após dia criamos frases que nunca antes
foram usadas, isto é, criamos novas frases.

Linguagem Estruturada ou Ordenada. Isto significa que embora se possa gerar um


número variado de frases estas devem ter uma estrutura e deve haver também uma
limitação no número de palavras que deve conter uma frase. Você já reparou num
parágrafo sem pontuação? Podemos dizer por exemplo: “ O João escreveu uma linda
frase” mas, não podemos dizer “ a Frase o escreveu João linda uma”.

A estrutura da linguagem permite que as pessoas sejam criativas com as palavras e


ainda se entendam mutuamente.

Sintaxe é um sistema de regras que especifica como as palavras podem ser


organizadas em frases. Uma regra simples da sintaxe é que as frases declarativas
(afirmativas ou negativas) devem ter um sujeito e um predicado e um complemento.
Por ex.: “o som das maquinas é perturbador”, é uma frase. Entretanto, “o som das
máquinas” não é uma frase porque não tem predicado.”

3.7.0. Inteligência
Refere-se à totalidade das habilidades cognitivas do indivíduo, à capacidade de identificar e
resolver problemas novos (Dalgalarrondo, 2000), à capacidade de adaptação ao meio (Doron
& Parot, 2001).

Piaget acredita que a inteligência são as construções que envolvem estruturas mentais inatas e
também a experiência sociocultural. Logo, podemos concluir que, ao avaliarmos a
inteligência de um indivíduo, devemos fazê-lo em correspondência com as oportunidades que
sua cultura e condição socioeconómico lhe ofereceram e sua faixa etária (apud Dalgalarrondo,
2000) citados por Becker (2014, p. 168).

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3.7.1. Tipos de inteligências
Segundo Sousa e Salgado (2015, p 146) existem dois tipos de inteligência: inteligência fluida
e cristalizada.

3.7.1.1. Inteligência fluida


A inteligência fluida é a capacidade para raciocinar em situações inesperadas, reorganizando,
transformando e generalizando informações. Envolve a formação de conceitos, compreensão
de implicações, resolução de problemas e transformação de informações (SOUSA &
SALGADO; 2015, p. 146).

3.7.1.2. Inteligência cristalizada


A inteligência cristalizada é definida como a profundidade e a quantidade de experiências e
conhecimentos aprendidos, seja pela experiência educacional ou pelo contacto com a cultura
(SOUSA & SALGADO; 2015, p. 146).

3.8.0. Afectividade
De acordo com Maboney & Almeida (p. 19) afectividade “refere-se à capacidade, à
disposição do ser humano de ser afectado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a
tonalidades agradáveis ou desagradáveis.”

A Psicologia define a afectividade como eficácia individual de experienciar o conjunto de


acontecimentos afectivos, tais como: emoções, paixões, e sentimentos como dor, alegria,
tristeza ou raiva.

3.9.0. Consciência
A consciência, na perspectiva de Damásio (2010, p. 11) citado por Lopes (2019, p. 3), é uma
faculdade da nossa mente, um self capaz de controlar tanto o mundo interior quanto tudo
aquilo que está em seu entorno, pronto para entrar em actividade a qualquer momento.
Consciência não se trata de estar meramente acordado, mas de ter a possibilidade de
reconhecer-se a si mesmo como sendo EU, proprietário de uma mente repleta de conteúdos
independentemente de sua ordenação, conteúdos ligados a mim por fios invisíveis agrupados
no self.

Damásio (2010) citado por Lopes (2019. P. 10) rapidamente explicita três momentos que são
indispensáveis para o aspecto da consciência, o primeiro deles (i) é que devemos estar
acordados; (ii) posteriormente que tenhamos uma mente em funcionamento e; (iii) que esteja
presente o sentido de self automático, espontâneo, pois a noção de si é uma característica

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distintiva da consciência, mas não uma noção qualquer e sim uma noção sentida de si
(DAMÁSIO, 2010, p. 107).

3.10.0. Sentimento
Um sentimento é uma disposição de responder emocionalmente a um objecto definido; é uma
disposição que transforma eventos inócuos em emocionalmente carregados (FRIJDA et al.,
1991) citados por PRADO et al. (2007, p. 3). Sentimentos podem ter o importante papel de
ser uma evidência aparente para a validade de uma crença (CLORE; GASPER, 2000) citados
por PRADO et al. (2007, p. 3). Sentimentos levam a uma variedade de emoções.

Shand (1922) citado por PRADO et al. (2007, p. 3) afirma que um sentimento é um sistema
de várias disposições emocionais, tendo diferentes tendências conotativas, conectadas com
um objecto comum, e subordinadas a um fim comum (FRIJDA et al., 1991). Quanto à
duração do afecto, pode-se dizer que os sentimentos são relativamente duradouros; a
disposição que envolve um valor emocional, o poder de provocar emoções, afecto e aversão, a
quebra de relacionamento, e as crenças mencionadas parecem persistir indefinidamente
(FRIJDA et al., 1991) citados por PRADO et al. (2007, p. 3).

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Conclusão
Ao concluirmos o trabalho, o grupo chegou de concluir que as diversas funções mentais são
importantes para o nosso caminho de aprendizagem e desenvolvimento. Neste trabalho findo
vimos algumas dessas funções, também conhecidas como processos psicológicos básicos,
pois servem de base para o desenvolvimento de outros conceitos macro, como a
aprendizagem. Dentre as funções mentais básicas, destacamos: sensação; percepção; atenção;
memória; afectividade; sentimento; consciência; pensamento; linguagem e inteligência. A
sensação consiste em uma primeira resposta de nossa parte ao mundo ao nosso redor, sendo
desta forma, uma decodificação sensorial e motora inicial em resposta a mensagens e
estímulos que nos estão sendo passados constantemente; Desta maneira, são detectados
através dos órgãos do sentido, os mais diversos estímulos, como sons, cheiros, sabores, etc. A
percepção é responsável por formar uma imagem da realidade que nos rodeia. Uma vez
sentidos, as mensagens e estímulos passaram a ser percebidos através da percepção. Alguns
autores chamam de sensopercepção a união entre os processos de sensação e percepção.
Sensopercepção seria a união entre a sensação (fenómeno elucidado por uma estimulação
física, química ou biológica) e da percepção (fenómeno que consiste na tomada de
consciência dos estímulos sensoriais); A Memoria trata-se da capacidade de registro,
manutenção e evocação de fatos que já ocorreram. A memória pode ser de curtíssimo prazo,
curto prazo ou de longo prazo. Ela pode ser influenciada pelas emoções e pela atenção;
Pensamento é o processo psicológico que tem como tarefas processar todo tipo de estímulos
(imagens, sons, ideias, experiências, etc.), manipulando e transformando as informações
sentidas e as armazenadas em nossa memória. Através do pensamento analisamos,
comparamos, classificamos, enfim, fazemos julgamentos das informações de modo que
possamos a executar actividades, como resolver problemas ou criar algo novo; Inteligência
trata-se do total de habilidades cognitivas do sujeito, relacionada a capacidade de
identificação e resolução de novos problemas, bem como a capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio. No senso comum, acredita-se que inteligência é o atributo que as pessoas
possuem para resolução de um problema de maneira correcta, adaptação a situações novas e
capacidade de aprender com facilidade. Já as concepções científicas variam, algumas
consideram inteligentes os sujeitos com boa capacidade de abstracção, adaptação ao meio, a
situações novas e capacidade de aprender novos conhecimentos. Algumas teorias psicológicas
vêem a inteligência como a capacidade de verbalizar ideias, de compreensão de instruções, de

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resolução de problemas, de adaptação a situações novas e a presença de comportamentos
criativos.

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