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Lopes Ariala
Luciano Cuchia
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Cláudio Fibione Paulo Dzindua
Lopes Ariala
Luciano Cuchia
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice Pag.
Introdução................................................................................................................................5
1. Processos cognitivos...........................................................................................................6
2. Aprendizagem.....................................................................................................................6
3.1.0. Sensação........................................................................................................................7
3.2.0. Atenção..........................................................................................................................8
3.3.0. Percepção......................................................................................................................8
3.4.0. Memoria........................................................................................................................9
3.5.0. Pensamento..................................................................................................................12
3.6.0. Linguagem...................................................................................................................13
3.7.0. Inteligência..................................................................................................................14
3
3.7.1.1. Inteligência fluida.....................................................................................................15
3.8.0. Afectividade................................................................................................................15
3.9.0. Consciência.................................................................................................................15
3.10.0. Sentimento.................................................................................................................16
Conclusão..............................................................................................................................17
Referências Bibliográficas....................................................................................................18
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Introdução
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Processos cognitivos e aprendizagem
1. Processos cognitivos
Segundo Preece (2005) a psicologia se interessa primeiramente em compreender o
comportamento humano e o processo mental que está sob ele, e para entender este
comportamento, a psicologia cognitiva tem adoptado a noção de processamento da
informação. Tudo que se vê, sente, toca, prova, cheira e faça é expresso em termos de
processamento de informação.
Neste sentido, Mayer (1981, apud Both, 1989) define formalmente psicologia cognitiva como:
a análise cientifica do processo mental humano e estruturas (construção) com o objectivo de
entender o comportamento humano.
Para Sternberg (2008, p. 19) define a psicologia cognitiva como sendo o estudo de como as
pessoas percebem, aprendem, lembram-se algo e pensam sobre as informações.
2. Aprendizagem
“A aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da
experiência, obtida de forma sistemática ou não” (PIAGET, apud MACEDO 1994, p. 12 ). É
bom termos sempre em mente que é por meio da aprendizagem que nós nos tornamos, de
modo efetivo, seres humanos, uma vez que, também, nós aprendemos a partir de nosso
nascimento.
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ocorridas numa história de contingências, estabelecendo uma relação funcional entre
Ambiente e Comportamento.
3.1.0. Sensação
Segundo Alípio e Vale (p. 71) definem a sensação como o processo em que ocorre o reflexo
das propriedades isoladas do objecto e dos fenómenos do mundo exterior sobre o nosso
cérebro.
Segundo os autores Alipio e Vale (p. 71) uma sensação só pode ocorrer quando as condições
próprias estiverem criadas, isto é, na presença de:
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Sensações proprioceptivas: destas sensações fazem parte os músculos, tendões,
articulações, canais semicirculares do ouvido interno que por sua vez excitam a
actividade dos órgãos. Também fazem parte o sentidos quinestesico ou motor,
muscular, de equilíbrio e orientação. Graças a estas sensações o homem consegue se
locomover-se.
3.2.0. Atenção
Segundo Alípio e Vale (p. 83), a atenção constitui o estado selectivo da própria percepção,
isto é, na atenção há processo de selecção de informações na qual se dirige ou se focaliza a
percepção sobre um determinado estímulo ou objecto específico. Estas informações não só
são recebidas como também são processadas, isto é, o indivíduo à medida que vai recebendo
as informações vai pensando e imaginando sobre o material que é percepcionado.
Para Becker, (2014, p. 163-164) define atenção como sendo: “a faculdade de concentrar ou
direccionar a actividade psíquica para determinado objecto. Apresenta dois aspectos básicos:
vigilância (estado de alerta – é a atenção passiva, o que percebemos do mundo externo ou
interno mesmo sem intenção, como uma dor forte ou um barulho brusco e intenso) e
tenacidade (capacidade de concentração – é a atenção activa, que depende de nosso desejo,
como quando prestamos atenção em uma aula).”
De acordo com Alípio e Vale (p. 85), existem dois tipos de factores da atenção: factores
internos e factores externos.
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3.3.0. Percepção
Segundo Alípio e Vale (p. 87) definem percepção como sendo “um fenómeno complexo
através do qual se apreende e se interpreta o mundo exterior como sendo ordenado em
totalidades. Os estímulos presentes bem como as experiências anteriores são todos integrados
e elaborados numa visão de conjunto.”
3.4.0. Memoria
De acordo com Becker, (2014, p. 166-167) a memória é a capacidade de registrar, manter e
evocar fatos já ocorridos. É composta por três fases: 1a) percepção, registro e fixação; 2a)
retenção e conservação; 3a) reprodução e evocação
Já para Alípio e Vale (p. 74) definem a memória como sendo a capacidade do indivíduo reter
e conservar a experiência anterior (informação) e manifesta-la através de hábitos ou
lembranças. Na memorização da informação ocorrem três aspectos fundamentais: A
codificação; O armazenamento e A recuperação.
Para Baddeley, Anderson e Eysenck (2011) citados por Salgado & Sousa (2015, p. 142), a
memória é considerada um sistema complexo e múltiplo combinado por arranjos de
codificações ou subsistemas que permitem a armazenagem e a recuperação de informações no
cérebro. Várias informações presentes no cérebro são utilizadas no resgate da memória,
podendo ser classificadas quanto ao tipo de estímulo. Nesse âmbito, elas podem ser visuais,
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tácteis, auditivas, gustativas ou olfactivas; quanto ao tempo de armazenamento da informação,
pode ser memória de trabalho, memória de curto prazo e memória de longo prazo; e quanto ao
tipo de aprendizagem, implícita ou explícita (TULVING, 1972; citado por SALGADO &
SOUSA, 2015, p. 142).
Segundo Dalgalarrondo, (2000) citado por Becker, (2014, p. 166-167), existem três tipos de
memoria: 1) memória imediata ou de curtíssimo prazo: capacidade de reter informações
imediatamente após seu recebimento (Ex.: repetir uma sequência de números); 2) memória
recente ou de curto prazo: capacidade de reter informações por um período curto de tempo (de
minutos a horas); e 3) memória remota ou de longo prazo: capacidade de evocar informações
e fatos ocorridos no passado (há meses, anos).
Continuando a mesma autora afirma que a memória é comumente influenciada pelo estado
emocional e pelo nível de atenção. Alterações graves na memória estão ligadas
principalmente a quadros demenciais, e podem estar presentes na esquizofrenia, epilepsia e
oligofrenia.
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anterior, ou precisar acontecimentos históricos (LOMBROSO, 2004; citado por Salgado &
Sousa, 2015, p. 142).
Salgado & Sousa, (2015, p. 143) afirmam que as memórias implícitas ou não declarativas são
as que adquirimos de forma inconsciente, como tarefas ou habilidades. Dirigir, andar de
bicicleta e ler são exemplos desse tipo de memória.
Segundo Atkinson e Shiffrin (1968) citados por Salgado & Sousa, (2015, p. 143), a
informação deve acontecer primeiramente na memória de trabalho e posteriormente ser
passada para a memória de curta duração, sendo então, esquecida ou passada para o
armazenamento na memória de longa duração. Contudo, para passar a informação da
memória de curto prazo para a memória de longo prazo, depende de alguns factores, como a
importância dessa informação para a pessoa, a repetição da informação e a sua codificação
adequada na memória de longo prazo.
“é aquela responsável por dar continuidade aos nossos aptos cotidianos, armazena
por poucos segundos a informação, permitindo que saibamos onde estamos e o que
estamos fazendo a cada instante e nos momentos anteriores. Essa memória não deixa
rastro, não produzindo armazenamento. Esse tipo de memória, além de fazer o
processamento temporário, gerência o que será guardado ou não, determinando se a
informação é nova, ou não, ou se é relevante para ser guardada ou mesmo para
modificar uma informação pré-existente.”
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3.4.2.3. Memórias de longo prazo
As memórias de longo prazo são aquelas armazenadas por horas, anos ou mesmo, por toda a
vida. A sua formação necessita de modificações funcionais e estruturais dos neurônios. O
desuso ou a aquisição de novas habilidades pode levar ao esquecimento das memórias de
longo prazo (BADDELEY; ANDERSON; EYSENCK, 2011; citados por SALGADO &
SOUSA, 2015, p. 144).
3.5.0. Pensamento
Segundo Becker (2014, p. 168) o pensamento é composto por três elementos: 1) conceito:
elemento puramente cognitivo, intelectivo, não apresenta resquício sensorial; 2) juízo:
capacidade de estabelecer relação entre conceitos, apontando o que é falso ou verdadeiro; 3)
raciocínio: capacidade de interligar juízos, dando origem a conclusões.
Segundo (Amaral, 2004; Dalgalarrondo, 2000), citados por Becker (2014, p. 169) para
avaliação do pensamento, observamos, através da linguagem, as três dimensões do processo
de pensar: 1) curso: consiste na fluência, velocidade e ritmo do pensamento; 2) forma: é a
estrutura básica, o formato do pensamento; 3) conteúdo: refere-se aos temas do pensamento.
“A imagem refere-se a aparência física dos objectos e fenómenos. Por ex.: se quiser
descrever a aparência física de seu pai você formará uma imagem visual do seu pai.
Pensamento Visual-Figurado
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objectos. Este tipo de pensamento é mais comum em crianças em idade pré-escolar
(entre os quatro e sete anos de idade). As crianças nesta idade ainda não dominam as
noções e o pensamento encontra-se ainda ligado às acções práticas uma
caracteristica peculiar de desenvolvimento das crianças em idade préescolar.
Pensamento Abstracto
Pensamento Criador
Raciocínio
3.6.0. Linguagem
De acordo com Doron & Parot, (2001) citados por Becker (2014, p. 171) a linguagem é a
capacidade de aprender e utilizar um ou mais sistemas de signos para comunicar-se com seus
semelhantes e representar o mundo para si mesmo (Doron & Parot, 2001). Becker (2014, p.
171) suas vias de expressão são: verbal (ex.: oral, textos), não verbal (ex.: gestos, sinais) e
psicossomática (ex.: dores, doenças).
Para Alípio e Vale (p. 128) a linguagem representa um papel fundamental no comportamento
humano porque ela permite transmitir ideias de pessoa para pessoa.
Simbolismo;
Significativo ou semântica;
Reprodução e criatividade;
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Estruturação e ordenamento;
Sintaxe.
Continuando os dois autores afirman que existem sistemas de linguagem que incluem
algumas propriedades fundamentais:
“Na linguagem Simbólica as pessoas usam sons falados e palavras escritas para
representar objectos, acções, eventos e ideias. Os símbolos permitem fazer referência
aos objectos e eventos que podem estar distantes de nós.
3.7.0. Inteligência
Refere-se à totalidade das habilidades cognitivas do indivíduo, à capacidade de identificar e
resolver problemas novos (Dalgalarrondo, 2000), à capacidade de adaptação ao meio (Doron
& Parot, 2001).
Piaget acredita que a inteligência são as construções que envolvem estruturas mentais inatas e
também a experiência sociocultural. Logo, podemos concluir que, ao avaliarmos a
inteligência de um indivíduo, devemos fazê-lo em correspondência com as oportunidades que
sua cultura e condição socioeconómico lhe ofereceram e sua faixa etária (apud Dalgalarrondo,
2000) citados por Becker (2014, p. 168).
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3.7.1. Tipos de inteligências
Segundo Sousa e Salgado (2015, p 146) existem dois tipos de inteligência: inteligência fluida
e cristalizada.
3.8.0. Afectividade
De acordo com Maboney & Almeida (p. 19) afectividade “refere-se à capacidade, à
disposição do ser humano de ser afectado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a
tonalidades agradáveis ou desagradáveis.”
3.9.0. Consciência
A consciência, na perspectiva de Damásio (2010, p. 11) citado por Lopes (2019, p. 3), é uma
faculdade da nossa mente, um self capaz de controlar tanto o mundo interior quanto tudo
aquilo que está em seu entorno, pronto para entrar em actividade a qualquer momento.
Consciência não se trata de estar meramente acordado, mas de ter a possibilidade de
reconhecer-se a si mesmo como sendo EU, proprietário de uma mente repleta de conteúdos
independentemente de sua ordenação, conteúdos ligados a mim por fios invisíveis agrupados
no self.
Damásio (2010) citado por Lopes (2019. P. 10) rapidamente explicita três momentos que são
indispensáveis para o aspecto da consciência, o primeiro deles (i) é que devemos estar
acordados; (ii) posteriormente que tenhamos uma mente em funcionamento e; (iii) que esteja
presente o sentido de self automático, espontâneo, pois a noção de si é uma característica
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distintiva da consciência, mas não uma noção qualquer e sim uma noção sentida de si
(DAMÁSIO, 2010, p. 107).
3.10.0. Sentimento
Um sentimento é uma disposição de responder emocionalmente a um objecto definido; é uma
disposição que transforma eventos inócuos em emocionalmente carregados (FRIJDA et al.,
1991) citados por PRADO et al. (2007, p. 3). Sentimentos podem ter o importante papel de
ser uma evidência aparente para a validade de uma crença (CLORE; GASPER, 2000) citados
por PRADO et al. (2007, p. 3). Sentimentos levam a uma variedade de emoções.
Shand (1922) citado por PRADO et al. (2007, p. 3) afirma que um sentimento é um sistema
de várias disposições emocionais, tendo diferentes tendências conotativas, conectadas com
um objecto comum, e subordinadas a um fim comum (FRIJDA et al., 1991). Quanto à
duração do afecto, pode-se dizer que os sentimentos são relativamente duradouros; a
disposição que envolve um valor emocional, o poder de provocar emoções, afecto e aversão, a
quebra de relacionamento, e as crenças mencionadas parecem persistir indefinidamente
(FRIJDA et al., 1991) citados por PRADO et al. (2007, p. 3).
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Conclusão
Ao concluirmos o trabalho, o grupo chegou de concluir que as diversas funções mentais são
importantes para o nosso caminho de aprendizagem e desenvolvimento. Neste trabalho findo
vimos algumas dessas funções, também conhecidas como processos psicológicos básicos,
pois servem de base para o desenvolvimento de outros conceitos macro, como a
aprendizagem. Dentre as funções mentais básicas, destacamos: sensação; percepção; atenção;
memória; afectividade; sentimento; consciência; pensamento; linguagem e inteligência. A
sensação consiste em uma primeira resposta de nossa parte ao mundo ao nosso redor, sendo
desta forma, uma decodificação sensorial e motora inicial em resposta a mensagens e
estímulos que nos estão sendo passados constantemente; Desta maneira, são detectados
através dos órgãos do sentido, os mais diversos estímulos, como sons, cheiros, sabores, etc. A
percepção é responsável por formar uma imagem da realidade que nos rodeia. Uma vez
sentidos, as mensagens e estímulos passaram a ser percebidos através da percepção. Alguns
autores chamam de sensopercepção a união entre os processos de sensação e percepção.
Sensopercepção seria a união entre a sensação (fenómeno elucidado por uma estimulação
física, química ou biológica) e da percepção (fenómeno que consiste na tomada de
consciência dos estímulos sensoriais); A Memoria trata-se da capacidade de registro,
manutenção e evocação de fatos que já ocorreram. A memória pode ser de curtíssimo prazo,
curto prazo ou de longo prazo. Ela pode ser influenciada pelas emoções e pela atenção;
Pensamento é o processo psicológico que tem como tarefas processar todo tipo de estímulos
(imagens, sons, ideias, experiências, etc.), manipulando e transformando as informações
sentidas e as armazenadas em nossa memória. Através do pensamento analisamos,
comparamos, classificamos, enfim, fazemos julgamentos das informações de modo que
possamos a executar actividades, como resolver problemas ou criar algo novo; Inteligência
trata-se do total de habilidades cognitivas do sujeito, relacionada a capacidade de
identificação e resolução de novos problemas, bem como a capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio. No senso comum, acredita-se que inteligência é o atributo que as pessoas
possuem para resolução de um problema de maneira correcta, adaptação a situações novas e
capacidade de aprender com facilidade. Já as concepções científicas variam, algumas
consideram inteligentes os sujeitos com boa capacidade de abstracção, adaptação ao meio, a
situações novas e capacidade de aprender novos conhecimentos. Algumas teorias psicológicas
vêem a inteligência como a capacidade de verbalizar ideias, de compreensão de instruções, de
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resolução de problemas, de adaptação a situações novas e a presença de comportamentos
criativos.
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Referências Bibliográficas
ALÍPIO, Jaime da Costa & VALE, Manuel Magirição. Psicologia Geral: Ensino a distância.
BECKER, Letícia. Psicologia para Concurso e Graduação. 2ª ed. Elsevier Editora Ltda. 2014.
MACEDO, Lino. Ensaios construtivistas. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU,
1986.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Tradução de Ivette Braga. 14ᵃ ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1998.
SOUSA, Aline Bastista de & SALGADO, Tania Denise Miskinis. Memória, aprendizagem,
emoções e inteligência. 2015.
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