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Departamento de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português
1° Ano, Laboral
Disciplina de Linguística-I
Discente:
Beira
Março de 2023
Universidade Licungo
Faculdade de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português
1° Ano, Laboral
Disciplina de Linguística-I
Discente:
Bernardete Américo Chibalo
Jacinto Chico Cambala
José Mafucua Manuel Mazaja
Maria Joaquim Manuel
Sónia Paulino Menezes Lino
Docente:
Msc. Pascoal Guiloviça
O presente trabalho constitui
Uma avaliação parcial na disciplina
De Linguística-I a ser apresentado
Na universidade Licungo, departamento
De letras e Humanidades, sob orientação
De Msc. Pascoal Guiloviça
Beira
Março de 2023
Índice
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
V. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 15
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II. ESTUDO DA LINGUAGEM
2.1.Conceitos
Todas as religiões e mitologias contêm narrativas sobre a origem da linguagem.
E a característica exclusiva do ser humano é a universalidade da linguagem. Ao longo
dos tempos filósofos têm se especulado sobre este tema, foram escritos tratados sobre o
assunto, atribuíram-se prémios a melhores respostas para estes problemas que suscitam
eterna perplexidade. Tem se defendido teorias da origem divina ou do desenvolvimento
da espécie ou ainda da linguagem como invenção humana (Fronklim e Rodman, 1993,
p.19).
Tanta especulação não é de se admirar, pois, muitas das primitivas teorias sobre
a origem da linguagem resultaram do interesse do homem pelas suas próprias origens e
natureza, isto porque o homem e a linguagem estão intimamente ligados. Pensou-se que
descobrindo: Como, quando e onde nasceu a linguagem, talvez se viesse a descobrir:
Como, quando e onde nasceu o homem. As dificuldades inerentes à resolução destas
questões acerca da linguagem são imensas.
3.1.Aspectos Gerais
A prova de que as afirmações de Alexander Ellis não puseram fim ao interesse
pela questão está bem patente no facto de a alguns anos o linguista John P. Hughes se
ter sentido na necessidade de escrever:… todo o trabalho sério em linguística deverá
incluir uma ou duas palavras que se oponham aos disparates crassos sobre este assunto
que ainda é ventilado em suplementos científicos de domingo. De acordo com esta
loucura psiu-evolutiva, baseada apenas em fértil imaginação, a linguagem terá surgido
quando alguns dos ancestrais homens das cavernas tentou contar a tribo, vendo-se então
obrigado a imitar um lobo… ou quando se magoou com o maço ao afiar uma lança de
pedra e ou surgiu como a palavra que significa dor e outras histórias de encantar.
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3.2.Dom divino para a humanidade
E da terra o senhor Deus formou todos os animais do campo e todas as aves do
céu; e conduziu-os até junto de Adão para ver como ele os chamaria: e todos os seres
vivos seriam conhecidos pelos nomes que Adão lhes desse. Génesis 2; 19. Segundo as
crenças judaico-cristãs, Deus concedeu a Adão o poder de dar nomes a todas as coisas.
Segundo os egípcios, o criador da fala foi o deus Tot. Segundo os babilónios, a
linguagem deve-se a deus Nebo. Segundo os hindus, devemos a nossa capacidade de
linguagem a uma deusa; Brama foi o criador do universo, mas foi a sua mulher
Sarasvati que nos deu a linguagem.
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Em 1756 Johann Peter Suessmilch, apresentou uma comunicação à academia
prussiana na qual defendia: o homem não poderia ter inventado a linguagem sem
pensamento e que o pensamento depende da existência prévia da linguagem. A única
saída deste paradoxo é presumir que Deus deve ter dado a linguagem ao homem.
Suessmilch apresenta uma ideia contrária, não considerou linguagens primitivas como
sendo menos desenvolvidas ou imperfeitas. Ele sugeriu exactamente o contrário que
todas as línguas são perfeitas reflectindo, pois, a perfeição divina. Cita exemplos de:
línguas europeias, de línguas semíticas e de línguas de povo primitivo para provarem a
perfeição de toda a linguagem humana. Outras observações sofisticadas de Suessmilch:
Salientou que todas as crianças são capazes de aprender perfeitamente a língua dos
hotentotes enquanto os adultos não são.
Salientou também, como o haviam feito muitos filósofos da antiguidade, que todas
as línguas têm gramáticas altamente regulares, caso contrário as crianças seriam
incapazes de as aprender.
Os argumentos apresentados por Suessmilch basearam-se em observações
respeitante à “universalidade” das propriedades linguísticas, na relação entre as
condições psicológicas e linguísticas e na interdependência da razão e da linguagem.
Estes argumentos diziam respeito à linguagem propriamente dita.
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(que eram os Germanos) não haviam colaborado na construção da Torre de Babel. Mais
tarde, segundo a sua teoria Deus ordenou que o Antigo Testamento fosse traduzido de
alemão para hebraico. Mas surgiram outras propostas. Em 1830 o lexicógrafo Noah
Webster afirmou que a protolíngua deverá ter sido o caldaico. Em 1887, Joseph Elkins
defendeu em The evolution Of the Chinese Language que nenhuma outra língua poderá
com mais fundamento ser considerada a primeira língua falada na cinzenta manhã do
mundo do que o chinês… Assim, o chinés é considerado … a língua primitiva.
Toda a teoria que defenda uma origem comum da linguagem deverá explicar o
número de famílias de línguas existentes. A Bíblia justifica-as como um gesto de Deus:
em Babel de uma língua criou muitas; todas essas línguas poderiam constituir ramos
específicos de famílias multilingues. Segundo Linnaeus, uma característica definidora
do homo ferus era a ausência de linguagem de qualquer espécie todos os casos
estudados comprovam esta perspectiva. Os casos mais dramáticos de crianças que
cresceram isoladas são o das crianças selvagens ou meninos-lobos que têm sido
descritas como com animais selvagens ou vivendo sozinhos na floresta.
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Toda a teoria que defenda uma origem comum da linguagem deverá explicar o
número de famílias existentes. A bíblia justifica-as como um gesto de Deus: Em Babel
de uma língua criou muitas; todas poderiam constituir ramos específicos de famílias
multilingues. A teoria monogenética da linguagem a teoria de uma origem comum. No
entanto, muitos cientistas acreditam hoje em dia que o homem surgiu em diferentes
locais da terra.
4.1.Noções
O primeiro tratado linguístico que se conhece é o do diálogo de Crátilo da
autoria de Platão. Era ideia de que em época muito remota existiu um legislador que a
tudo deu nome correcto e natural. Platão, no seu diálogo, põe esta ideia na fala de
Sócrates: Não é todo o homem que pode dar um nome, mas apenas o criador de nomes:
e este é o legislador, que, de todos os artesãos do mundo, é o mais raro… apenas aquele
que vê o nome que cada coisa tem e o que cada coisa é por natureza poderá exprimir as
formas ideais das coisas em letras (sons) e sílabas.
Não foi nenhum dos seus muitos deuses que deu nomes a todas as coisas, mas
sim este sábio legislador. A questão da origem da linguagem estava estreitamente
relacionada com o debate entre os gregos sobre a existência de uma verdade ou
correcção nos nomes independentemente da língua, em oposição à perspectiva de que as
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palavras ou nomes de coisas resultavam de um simples acordo, uma invenção, entre os
falantes. Este debate entre naturalistas e convencionalistas constituía um dos maiores
problemas linguísticos. No diálogo de Crátilo, Sócrates analisa e desenvolve
etimologias para os nomes dos heróis homéricos, deuses gregos, figuras mitológicas,
estrelas e elementos e até mesmo qualidades abstractas os nomes próprios e comuns da
língua.
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Sir Richard Paget argumentou a favor de uma teoria do gesto oral: a fala
humana nasceu da linguagem gestual pantomímica inconsciente e generalizada
efectuada pelos membros e elementos fisionómicos em geral (incluindo a língua e os
lábios) que se especializou em gestos dos órgãos de articulação, devido ao facto de as
mãos humanas e olhos estarem cada vez mais ocupadas com o desenvolvimento de
utensílios. A ideia de que a linguagem humana provém de um sistema gestual surge na
obra de Gordon Hewes.
4.2.Origem da Linguagem
Mas a linguagem aconteceu. Aconteceu porque a linguagem é a consequência
mais lógica de um mundo de pessoas em que os bebés palram e as mães respondem
palrando e em que o bebé tem também a capacidade da metáfora. (Louis Carini).
Johann Herder apresentou argumentos plausíveis e ganhou um prémio com uma
comunicação que se opunha ao pensamento do Rousseau. Segundo Herder a
linguagem e o pensamento são inseparáveis e que o homem nasce com a capacidade
para desenvolver ambos. Concordou com Suessmilch defendendo que sem a razão a
linguagem não poderia ter sido inventada pelo homem, mas foi mais longe afirmando
que, sem razão, adão não poderia ter aprendido a linguagem, nem mesmo pela mão do
pai Divino: os pais nunca ensinam linguagem ás crianças sem que ao mesmo tempo
estes a inventam também. Os pais apenas chamam a atenção das crianças para as
diferenças entre as coisas, através de alguns sinais verbais, não sendo, pois, por eles
criados; através da linguagem apenas facilitam e aceleram o uso que as crianças fazem
da razão.
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O aspecto mais importante da comunicação de Herder era de que a linguagem é
inata. Herder apresentou a universalidade, ou uniformidade, de todas as línguas
humanas como argumento a favor da teoria monogenética da origem. Herder aceitava a
posição racionalista cartesiana de que as línguas humanas e os gritos dos animais são
tão diferentes como o pensamento humano e instinto animal: não é a estrutura da boca
que cria a linguagem uma vez que se um homem for mudo toda a vida, mas reflectir,
então a linguagem deve estar dentro da alma.
4.3.Linguagem e Evolução
Duas sociedades académicas, a associação antropológica Americana e a
Academia das ciências de Nova Iorque, organizaram debates no sentido de rever
trabalhos recentes sobre este assunto (em 1974- 1976). Investigação em curso em várias
disciplinas tem vindo a fornecer elementos anteriormente desconhecidos e directamente
relacionados com o desenvolvimento da linguagem nas espécies humanas.
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Segundo Lieberman as línguas dos nossos antecessores teriam sido, há milhões
de anos, sintáctica e fonologicamente mais simples do que qualquer língua hoje
conhecida, e sugestiona que essa língua primária tivesse um inventário fonético mais
restrito. É certo que se deve ter verificado evolução no desenvolvimento do aparelho
fonador capaz de produzir a ampla variedade de sons utilizados na linguagem humana
assim como no desenvolvimento do mecanismo de percepção e distinção desses sons.
Esta evolução não é, no entanto, suficiente para explicar a origem da linguagem uma
vez que existem espécies de andorinhas e papagaios que também apresentam essa
capacidade.
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V. CONCLUSÃO
Foram apresentadas várias teorias que, apesar de algumas destas, não tiveram
uma explicação definitivamente plausível, mas, deram um contributo que serviu de
“salto” importância para explicar como surgiu a linguagem. Entretanto várias histórias
de encantar, como por exemplo a do homem das cavernas, que tentava defenderem esse
mistério. Em outras explicações incluem Deus e deuses como seres que nos deram a
linguagem e a faculdade de fala, e muitos outros autores como por exemplo: J. Becanus
que enaltece sua língua, para este, o alemão era a língua superior de todo o mundo,
porém, Jean Jack Rousseau defendeu a igualdade e perfeição de todas as línguas.
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VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Fronklim, V. & Rodman, R. (1993). Introdução a Linguagem. Coimbra: Livraria
Almeida.
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