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Faculdade de Direito
Licenciatura em Direito
Discente:
Abílio Felix
Luísa Francisco
Beira
2022
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Faculdade de Direito
Licenciatura em Direito
Discente:
Abílio Felix
Luísa Francisco
______________________________________
Beira
2022
Índice
I. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
I. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como uma das finalidades estudar a ausência do cônjuge e as
questões relevantes quanto à dissolução do vínculo formalizado, existente entre cônjuge
sobrevivo e o ausente. O direito se posiciona caracteristicamente, conforme os
prognósticos constitucionais, em relação ao tema apresentado, porém, algumas situações
conflituais, fazem deste tema algo digno de uma investigação científica, transformando-
o em objecto de pesquisa. Diante dessa perspectiva, delimitou-se o seguinte tema:
“Ausência: Dissolução do vínculo conjugal existente com o cônjuge sobrevivo”.
1.1.Metodologia
2.1.Generalidades
A ausência tem previsão do artigo 89 ao artigo 121 do Código Civil, estes que
cuidam de uma das formas do fim da personalidade civil, já que esta termina apenas
com a morte, seja ela na modalidade real ou presumida, e ainda com a ausência. Estes
artigos tratam especificamente de como se dará a curadoria dos bens do ausente em caso
de ausência, como será aberta a sucessão provisória e ainda os critérios para a sucessão
definitiva.
Além disso, Souza e Silva (2008), alegam que a ausência tem natureza jurídica
de uma situação jurídica especial ou a extinção presuntiva de personalidade humana, as
duas possibilidades de natureza jurídica têm entendimentos doutrinários diferentes.
Conforme mencionado, a ausência acontece quando uma pessoa desaparece de seu
domicílio sem deixar notícia ou representante de seus bens, sendo entendida sua
natureza jurídica em dois ensinamentos distintos, sendo o primeiro uma situação
jurídica especial, e o segundo uma extinção presuntiva de personalidade humana.
Segundo Castro Mendes, o termo ausente não tem aqui nada que ver com o
instituto da ausência. Ao acto entre ausentes contrapõe-se o acto entre presentes. A
presença não implica que os declarantes se encontrem no mesmo local. Um contrato
feito pelo telefone é entre presentes. Será retomado e desenvolvido este ponto a
propósito da formação do negócio jurídico.
2.2.Ausência
O termo «ausência», a que se referem os artigos 89.º a 121 do Código Civil, não
coincide com o significado que vulgarmente se atribui a este vocábulo, e que, aliás a
própria lei em disposições dispersas utiliza, de simples não presença de alguém em certo
local, máxime no seu domicílio. Antes, as providências que a lei refere nos artigos
citados, pressupõem um sentido técnico, rigoroso, de «ausência», traduzido num
desaparecimento sem notícias.
definitiva. O mesmo vale para esta em relação à curadoria provisória, a qual não
funciona, pois, como pressuposto da curadoria definitiva.
2.3.Medidas legais
d) Pela entrega dos bens aos curadores definitivos ou ao cabeça-de- -casal, nos lermos
do artigo 103.º;
Para a ausência presumida a lei prevê como forma de suprimento a curadoria provisória.
A probabilidade de a pessoa ausente não regressar é nesta fase maior, visto que a
lei só possibilita o recurso à justificação da ausência no caso de já terem decorrido dois
anos sem se saber do ausente ou cinco anos no caso de ele ter deixado representante
legal ou procurador bastante (art. 99.º). A legitimidade para o pedido de instauração da
curadoria definitiva pertence também aqui ao Ministério Público ou a algum dos
interessados, sendo estes, contudo, além do cônjuge não separado judicialmente de
pessoas e bens os herdeiros do ausente e todos os que tiverem sobre os seus bens
qualquer direito dependente da sua morte.
Decorridos dez anos sobre a data das últimas notícias, ou passados cinco anos,
se, entretanto, o ausente tiver completado oitenta anos de idade, os interessados para o
Contudo, se a pessoa ausente for menor, é necessário que decorram cinco anos
sobre a data em que ele completaria a maioridade, se fosse vivo, para que possa ser
declarada a morte presumida (n.º 2 do art. 114 °). Com fundamento numa alta
probabilidade prática da morte física do ausente, o artigo 115.º prescreve que a
declaração da morte presumida produz os mesmos efeitos que a morte (art. 299.º).
Algumas disposições da lei atenuam, todavia, os efeitos desta equiparação da morte
presumida à morte física.
Assim, o casamento não cessa ipso facto (art. 115.º). Embora o artigo 116.º dê
ao cônjuge do ausente a possibilidade de contrair novo casamento sem necessidade de
recorrer ao divórcio. Abre-se a sucessão na data da sentença, passando os sucessores a
ser tratados não corno meros administradores (curadores) mas como proprietários dos
bens daí que não haja lugar à prestação de caução (art. 117.º).
Uma atenuação ao princípio do artigo 115.º terá lugar no caso de se provar que o
óbito ocorreu em data diversa da sentença que declarou a morte presumida. Far-se-ão as
modificações necessárias para que os sucessores sejam os que seriam chamados na data
da morte real (art. 118.º). Se o ausente vier a regressar e o outro cônjuge houver,
entretanto contraído novo casamento, a lei, em coerência com a faculdade que lhe
concedeu para casar, teve de afastar qualquer classificação do caso como de bigamia.
Daí ter estatuído, em caso de regresso do ausente ou de superveniência de notícias de
que era vivo quando foram celebradas novas núpcias, considerar-se o primeiro
matrimónio disso/vido por divórcio à data da declaração de morte presumida (art.
116.º).
Aos bens directamente adquiridos por troca com os bens do seu património (sub-
rogação directa);
3.1.Pressupostos doutrinais
relevante, que se pode trazer a baila a seguinte análise: Discussão interessante surge se
o ausente, presumidamente morto, reaparece. Se, digamos, havia determinado casal e o
marido foi considerado ausente. A mulher, anos depois, casa-se novamente. O marido
desaparecido reaparece. Qual dos dois casamentos será válido? As legislações, em
geral, salvo a italiana, que considera o segundo casamento nulo, Código Civil, arts. 116,
tendem a aceitar que o segundo casamento, o actual, é válido.
A propósito da solução italiana, Zeno Veloso crítica, indagando: Como dar por
nulo o novo casamento da pessoa que foi casada com o ausente, e cujo casamento a lei
mesma tem por extinto?
De acordo com a citação, pode-se perceber que esse tema está envolto de
discussões, inclusive esta que traz a dúvida de qual casamento será válido, caso o
cônjuge ausente retorne. O enfoque desta pesquisa é o de saber em qual momento o
casamento do cônjuge sobrevivente será dissolvido, pois há de se lembrar de que o
ausente só será considerado morto presumido, após a abertura da sucessão definitiva,
ocorre que para isso, é necessário esperar pouco mais que 10 (dez) anos.
Assim, o casamento não cessa ipso facto (art. 115.º). Embora o artigo 116.º dê
ao cônjuge do ausente a possibilidade de contrair novo casamento sem necessidade de
recorrer ao divórcio. Abre-se a sucessão na data da sentença, passando os sucessores a
ser tratados não corno meros administradores (curadores) mas como proprietários dos
bens daí que não haja lugar à prestação de caução (art. 117.º).
Quem vê a situação por fora, entende que tudo bem, é fácil de resolver, ocorre
que, “se o cônjuge do ausente optar pelo divórcio, perderá sua capacidade sucessória”
(COSTA e CHINELLATO, 2012, p. 1.313). Nestes termos, o cônjuge sobrevivente terá
que observar se ele no momento de fazer o divórcio, a depender do regime de bens do
seu casamento, terá algum direito sucessório, pois, partindo do entendimento
majoritário, se houver bens a serem herdados, o mesmo pedindo a dissolução abrirá mão
desse direito. Portanto, o sobrevivente terá que colocar toda a situação em uma balança
para entender se compensa dissolver o vínculo e abrir mão do direito sucessório.
Foi direcionado por meio de previsão legal, várias escolhas para o cônjuge
sobrevivo dissolver o vínculo conjugal existente com o ausente, como aguardar a
sentença de presunção de morte presumida, com a sentença transitada em julgado de
presunção de morte definitiva o cônjuge sobrevivo será considerado viúvo, bem como
terá o direito de sucessão legítima. Assim, foi realizada uma revisão do Código Civil,
analisando a possibilidade de dissolução da sociedade conjugal com a ausência, mas de
acordo com a lei só é possível essa dissolução com a conclusão do processo de ausência
para ter efeito jurídico, uma vez, que a separação de facto não tem força jurídica para
dissolver a sociedade conjugal com o ausente.
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS