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29/05/2023 A importância das convenções antenupciais | Opinião | PÚBLICO

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OPINIÃO

A importância das convenções antenupciais


Existem países onde as convenções antenupciais são um instrumento usual com conteúdo e
efeito relevante. Pensamos que deveria ser essa regra em Portugal.

Teresa Silva Tavares e Sofia Vaz Pardal


5 de Outubro de 2019, 3:15

Casar é celebrar o amor que une duas pessoas. No plano do Direito, casar é um contrato
celebrado entre duas pessoas que pretendam constituir família “mediante uma plena
comunhão de vida” (art. 1577.º do Código Civil, adiante C.C.).

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Casar vai muito para além da felicidade do projeto de vida comum e, no meio de tanta
alegria e amor, os futuros cônjuges esquecem-se de planear as futuras relações
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patrimoniais.

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29/05/2023 A importância das convenções antenupciais | Opinião | PÚBLICO
A verdade é que do casamento decorrem efeitos patrimoniais que devem ser pensados
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pelos noivos: não é indiferente casar no regime de separação de bens, de comunhão de
adquiridos ou de comunhão geral de bens.

Também não é indiferente casar com ou sem convenção antenupcial


(https://www.publico.pt/2018/09/07/sociedade/opiniao/renuncia-do-conjuge-1843255).

A maioria dos noivos, quando casa, está desinformada e não escolhe regime de bens.

Não sabem que, por isso, vigora o regime da comunhão de adquiridos e desconhecem as
implicações deste regime.

Por vezes, fazem-no propositadamente, por acharem que não é altura de pensar em bens
materiais quando o que pretendem é uma comunhão plena de vida. Contudo, fazer um
planeamento patrimonial não é desacreditar na vida em conjunto. É decidir, com
consciência, o que querem para a sua futura vida quanto a um aspeto que, muitas vezes,
tem implicações práticas no dia-a-dia. Por exemplo, no regime da comunhão de
adquiridos há atos que carecem da autorização de ambos, o que, por vezes, causa
transtornos e perdas de tempo.

Deveriam as convenções antenupciais ser mais divulgadas e estimuladas, pois a regra é


que as pessoas desconhecem o possível conteúdo de uma convenção antenupcial.

Deve-se divulgar a importância das convenções antenupciais, nas quais se pode começar
por fixar qual o regime de bens que se quer, seja optando por um dos regimes previstos
na lei (separação de bens, comunhão de adquiridos ou comunhão geral de bens), seja
estipulando um outro regime que melhor se adeque ao que se pretende desde que o seu
conteúdo esteja dentro dos limites da lei.

Acresce que o conteúdo das convenções antenupciais não se limita à escolha do regime
de bens.

Na convenção antenupcial, qualquer um dos futuros cônjuges pode, por exemplo,


instituir terceiros como herdeiros ou legatários. A lei permite, também, que se faça a
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“instituição de herdeiro o mundo
ou a nomeação podeem
de legatário ter a sua
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de qualquer dos esposados,
feita pelo outro esposado ou por terceiro…”.
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É ainda possível, escolhendo o regime da separação de bens, fazer a renúncia reciproca à
condição de herdeiro legitimário do cônjuge.
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Também poderão ser fixadas cláusulas de reversão ou fideicomissárias em relação às
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liberalidades que, na convenção, sejam efetuadas.

O conteúdo de uma convenção antenupcial deverá ter prévio acompanhamento técnico


pois, por exemplo, a regulamentação da sucessão hereditária apenas pode ser objeto de
convenção antenupcial nos termos permitidos no artigo 1700.º do C.C. (os quais
referimos acima) e, para evitar situações de nulidade de disposições efetuadas na
convenção, deverá haver aconselhamento adequado, na medida em que existem muitas
figuras jurídicas que importa esclarecer e repercussões que têm que ser previamente
ponderadas.

É importante referir que existem matérias que não podem ser reguladas na convenção
antenupcial. Estão previstas no artigo 1699.º do C.C. que, restringindo o princípio da
liberdade contratual, enumera o que não pode ser objeto de convenção antenupcial,
como seja a alteração dos direitos e dos deveres dos futuros pais ou dos direitos e dos
deveres dos futuros cônjuges, a alteração das regras sobre a administração dos bens do
casal, etc.

Se quem vai casar tiver filhos, ainda que maiores ou emancipados, não pode escolher o
regime da comunhão geral de bens, nem pode convencionar a comunicabilidade dos
bens que, no regime da comunhão de adquiridos, são considerados como próprios dos
cônjuges (estão enunciados no artigo 1722.º n.º 1 do C.C.).

A convenção antenupcial deve ser celebrada por declaração prestada perante


funcionário do registo civil ou por escritura pública, é livremente revogável ou
modificável até à celebração do casamento desde que, em tal, consintam as pessoas que
nela tenham outorgado ou os respetivos herdeiros.

Depois de celebrado o casamento, a regra é a de que não é permitido alterar, nem as


convenções antenupciais, nem o regime de bens.

Claro está que se o casamento não for celebrado dentro de um ano, ou se vier a ser
declarado nulo ou anulado, a convenção antenupcial caduca.

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