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UNIVERSIDADE LUEJI A’NKONDE

FACULDADE DE DIREITO

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E ASSESSORIA


JURÍDICA

TRABALHO SOBRE +DIREITO +CIDADANIA

TEMA: UNIÃO DE FACTO (Art. 112º do Codigo da FAmilia).

GRUPO Nº 15

ORIENTADORA

Dr.ª Ana Lourdes

DUNDO, MAIO DE 2017. -


INTEGRANTES DO GRUPO Nº 15

1 -Paulo Manuel

2 -Pedro Maria Cabaça João

3- Pedro Mucuna

4 -Rodrigues Mufege
Introdução

O fenómeno da união de facto tem vindo paulatinamente a ganhar


importância no panorama conjugal do nosso país, contrariando a
tendência global de diminuição que o casamento tem sofrido na última
década.

Independentemente do espírito que presida à sua escolha – a união de


facto enquanto mera etapa prévia ao casamento ou como situação
conjugal definitiva –, a convivência estável entre duas pessoas, do
mesmo sexo ou de sexo diferente, cria nos seus membros um espectro
de interesses e de fins comuns, quer a nível pessoal, quer a nível
patrimonial, aos quais o Direito não pode ser completamente alheio.

Apesar de o modelo matrimonial continuar a ser o preferido pela


sociedade e pelas suas leis, o Estado não colocou de parte os cidadãos
que fazem escolhas diferentes, ou que geram situações de necessidade
por virtude das escolhas que fizeram; ou que, simplesmente, inaptos
para fazerem escolhas, se encontram em situação de carência
importante

Atento à realidade sociológica que o rodeia, o legislador português tem


vindo, ao longo das últimas décadas, a adoptar um conjunto de
medidas de protecção desta convivência análoga ao casamento,
Tendo o seu esforço culminado na consagração do Titulo IV do Código
de Família.

Abordaremos no presente estudo o regime jurídico emergente do artigo


112º da Lei 1/88 de 20 de Fevereiro (Código de Família) procedendo à
inevitável indagação relativa ao regime jurídico aplicável às relações
patrimoniais que se desenvolvem na união de facto, e confrontando-o,
sempre que possível, com o regime matrimonial. Buscaremos,
Neste contexto, formas de superação da ausência de uma disciplina
patrimonial específica para a união de facto, recorrendo, para tanto, à
análise de alguns instrumentos jurídicos que o direito comum oferece e
que se revelam aptos para os conviventes alcançarem a tão
desejada regulamentação patrimonial, não deixando, contudo, de
abordar aquele que para muitos é o instrumento ideal na realização
deste fim: o contrato de coabitação.
Enquadramento do Direito Angolano, Relevância do Casamento
Segundo o Direito Costumeiro.

Os fundamentos da existência da união de facto no nosso país diferem


substancialmente dos fundamentos da existência nos países europeus e
nos países desenvolvidos. No nosso país, a maioria da população vive
em união de facto não por questões ideologias ou de princípio, mas por
razoes de cultura e de tradição e de inexistência dos órgãos de Registo
Civil necessários a legalização da sua união ou ainda por razoes
económicas.

O objectivo do estado é evidente, o de legalizar o maior número possível


de uniões pela função social que o casamento desempenha na
sociedade. Foi de acordo com esta directriz legislativa que o instituto da
união de facto veio a ser consagrado no código de família e mencionado
nos princípios fundamentais como uma das formas de constituição da
família sendo-lhe consagrado todo titulo IV do código.

Conceito de União de Facto e Pressupostos Legais.

Em sentido jurídico, o legislador define a União de Facto como o


estabelecimento voluntario de vida comum entre um homem e uma
mulher (artigo 112º do Código da Família). Tal conceito legal estabelece
o elemento subjectivo, o da voluntariedade e o elemento objectivo que é
representado pela situação material de convivência.

Para Maria do Carmo Medina, a união de facto, consiste na


convivência sexual comum entre um homem e uma mulher como se de
marido e mulher se tratasse. Para Medina, só há união de facto na
relação estabelecida por comunhão de cama, mesa e habitação (quod
thorum, mensam et habitationem).

Há pois que distinguir entre a união de facto e a convivência dentro do


mesmo agregado familiar de diversas pessoas que vivem sobre o mesmo
teto. É a convivência como marido e mulher que define a união de facto
como tal.

Perante uma determinada união de facto duas situações distintas


podem ocorrer: ou ela preenche os pressupostos previstos na lei ou
nesse caso a união de facto é susceptível de ser reconhecida ou não os
preenche e então ela não poderá ser reconhecida sem embargo de poder
produzir determinados efeitos legais e como tal ser atendida pela lei.
Importa ainda realçar que enquanto perdura a união de facto, ela só é
susceptível de ser reconhecida quando tal for a vontade dos dois
companheiros. E isto pela razão evidente de que ninguém contra sua
vontade pode ver transformada a sua união de facto não formalizada
num acto equiparado ao casamento e produzindo os mesmo efeitos que
este.

Já quando cessa a união de facto a lei veio permitir que uma vez
verificada judicialmente a posterior a existência dos pressupostos
legais, este reconhecimento venha produzir os vastos efeitos que a lei
confere a dissolução do casamento.

Este é, sem dúvida o efeito mais relevante que o novo instituto passou a
ter no meio social, permitindo que, o quando da rotura, a vivência
anterior querida por ambos venha produzir os efeitos e não seja
ignorada pela ordem jurídica. É verdade que a voluntariedade da união
de facto se manifesta no momento em que ela inicia, permanece
durante toda sua duração e termina quando tal for querido por um só
ou por ambos companheiros. Mas a lei também não descura a
protecção dos companheiros que criarem entre si interesses familiares
comuns interlaçados relações pessoais e patrimoniais e tendo muitas
vezes filhos comuns.

Os companheiros de união de facto podem em qualquer momento fazer


cessar a vida em comum sem necessidade de recorrer a qualquer
decisão judicial dando tratar-se de uma relação familiar consensual que
também não necessitou de qualquer formalismo no seu início.

O fim da convivência mutua marca no entanto a definição dos direitos


adquiridos durante ela pelos companheiros os quais vem para cada um
deles a partir do momento da rutura por via do reconhecimento de que
essa união existiu e embora extinta se considera juridicamente
relevante para produzir os efeitos previstos na lei.

Os pressupostos legais impostos na lei para o reconhecimento da união


de facto são os que vem expresso no artigo 113 nº 1 do Código de
Família

– A coabitação marital do homem e da mulher pelo período consecutivo


de pelo menos 3 anos;

- A capacidade matrimonial de ambos os membros do casal:

- A singularidade da união.
A coabitação marital cujo conteúdo jurídico já foi definido pressupõe a
comunhão de cama e mesa e a habitação coma criação de laços de
interdependência afectiva social económica entre companheiros.

A união de facto revela-se como tal e ainda perante terceiros, pois


consiste numa realidade percetível no meio social onde se insere.

Se houver uma relação de amantísmo sem coabitação comum não se


configura a união de facto.

O tempo mínimo de coabitação comum é de 3 ano consecutivos, ou


seja, sem soluções de continuidade. É a natureza estável da união e a
sua perduração no tempo que é tomada em conta para ser operado o
reconhecimento.

É exigida ainda a capacidade matrimonial do homem e da mulher o que


implica que ambos tenha a capacidade para contrair o casamento em
geral e também que entre eles não exista impedimentos dirimentes
relativos.

Exige ainda a lei que a união de facto seja exclusiva, o que implica que
ela seja singular de um único homem com uma única mulher. Tal
reflete a situação do principio da monogamia que é fundamental ao
instituto do casamento e consequente te ao instituto da união de facto
reconhecida.

O que importante re em conta é que para que se opere a


reconhecimento da união d facto, não é imprescindível que durante
toda sua vigência se configure os pressupostos legais de
reconhecimentos relativos a capacidade matrimonial ao mútuo
consenso e a singularidade.

Reconhecimento por Mútuo Acordo.

A doutrina de MEDINA refere que ao processo de reconhecimento da


união de facto por mútuo acordo são subsidiariamente aplicáveis as
disposições respeitantes ao processo de casamento quanto a fase
preliminar de iniciação do processo, porém, referem a doutrinadora que
esta difere do casamento por não se dar a cerimónia matrimonial.
Assim, e segundo a doutrinadora, se entende que a previa subsistência
de vida em comum torna excedente a declaração solene de aceitação do
outro como cônjuge, confirmado pelo facto de se requerer o
reconhecimento da vontade dos membros, consignados nos termos do
art.º 115º do Código de Família, desde logo trata-se de um acto
administrativo. Este reconhecimento é outorgado pelo registo civil da
área de residência dos companheiros, o mesmo, deverá obedecer as
formalidades avocadas nos termos do art.º 118º Código de Família qual
seja, que da solicitação se fará acompanhar documentos de verificação
dos pressupostos legais, bem como as testemunhas ou documento
emitido pela administração local, acresce a isto a declaração sob o
regime económico, sendo que à não declaração sujeita os companheiros
ao regime económico de bens adquiridos (art.º 49º nº 3) conforme
referido.

Reconhecimento Por Via Judicia.

Os aspetos de maior relevância trazidos pelo código de família,


relativamente a este instituto e precisamente o de a união de facto
poder vir a ser reconhecido depois de ter cessado.

A cessão de união de facto, pode dar se tal como a dissolução de


casamento pela morte de um ou de ambos os companheiros, e ainda
pelo facto da rutura da união. A rutura é um acto voluntario que será
um acto unilateral se partir bem um só dos companheiros, e será um
acto bilateral se ressoltar da vontade de ambos. Como apontamos o
traço dominante da união de facto é o de ela assentar na
voluntariedade, e ser o resultado da vontade dos dois de permanecer no
quadro da união não formalizada. Quando qualquer deles quiser por
termo a união do facto, está terá o seu termo igualmente de forma
desprovida de formalismo.

A grande diferença trazida no código de família é a de que, como já


vimos, apos o fim da união de facto é possível ela vir a ser reconhecida
para vir produzir efeitos à posteriori, quer em relação aos filhos, quer de
natureza patrimonial.

Pelo largo número de efeitos que advém do reconhecimento da união de


facto, o código da família impõe que eles se operem em via judicial.
Exigem-se que seja o tribunal, através de uma Acão própria, proposta
para o efeito, a proferir uma sentença por via da qual se declare ter
existido entre A e B, determinado homem e determinada mulher, uma
situação jurídica de união de facto.

O reconhecimento por via judicial é aplicável, quer no caso de morte em


que falta vontade de companheiro que faleceu para manifestar o seu
acordo ao reconhecimento, Quero no caso de rotura quando se tenha
gerado uma situação de dissidio entre ambos os companheiros.
Teque ser feito em processo específico que determine e reconhecença
que a união de facto existiu durante determinado lapso de tempo e que
cessou ale de se pronunciar sobre a verificação dos pressupostos legais
mencionados no artigo 113º nº1 do código da família.

a) Legitimidade da Acção:
É atribuída unicamente aos interessados ou aos seus herdeiros
no caso da morte destes.

1- Em caso de morte: Tem legitimidade para prepositura da acçao o


companheiro sobre vivo ou seu representante legal quando ele for
incapaz ou os herdeiros do companheiros falecido - artigo 123º
alíneas a e b código da família.
2- No caso de rutura: A acçao pode ser proposta por qualquer dos
companheiros da união de facto, ou pelo respectivo representante
legal no caso de incapacidade. Artigo 123º alínea a código da
família.

No caso de morte transmite-se aos herdeiros do companheiro falecido o


direito de acçao, que ira permitir que se operem o reconhecimento
posterior da união a havida. Embora o direito de família seja, no
fundamental, como disse um direito de natureza pessoal, a lei
reconhece em certos casos excepcionais a transmissão do exercício do
direito em si, mas a do direito de acção que se irá repercutir na esfera
jurídica dos herdeiros do titular deste direito.

A lei salvaguarda não só o direito da propositura da acção por parte dos


herdeiros interessados mais também do direito destes prosseguirem na
acção no caso de vir a falecer os companheiros que propôs acçao ou
contra quem a acção foi proposta.

Ao contrário do que ocorrem na acção do divórcio a acçao de


reconhecimento de união de facto não extinguem com a morte de
qualquer das partes, pois em ambo os casos os herdeiros do falecido
podem prosseguir a acçao.

b) Prazos de propositura da acção e formalismo processual.


O artigo 124º do código da família prevê que a acçao de
reconhecimento da união de facto deve ser proposta dentro do
prazo de dois anos, sob pena de caducidade, prazo este é do
conhecimento oficioso do tribunal art.º 333º nº 1 do código civil;
Embora noutros casos seja fixado o prazo de um ano, quando se
entende que há que preservar com prevalência a situação
anterior.
O princípio da segurança das relações jurídicas e que faz com que seja
indicado um prazo para o exercício deste direito findo o qual cessa o
direito a exercício.

O prazo de dois anos e contando a partir do fim da união pelo que se ela
findou por morte de um dos companheiros, é essa a data relevante. Se
findou por rotura, o prazo conta-se a partir da data em que
definitivamente cessou a coabitação.

Na averiguação judicial de existência de união de facto, e obrigatória a


intervenção do conselho de família pelo que a falta de constituição e
audição deste conselho constituem uma nulidade insanável, esta
nulidade é de conhecimento oficioso do tribunal e uma vez devia
intervir, nos termos dos artigos 201º e 202º do código do processo cível.
O conselho de família devera ser constituído por dois membros
escolhidos entre familiares de homem e dois da mulher- artigo 17º nº 2
código de família.

É imprescindível ouvir o conselho da família, porque são eles que


confirmam ou não a existência e permanência da união de facto.

c) Efeitos do reconhecimento.

Os efeitos da união de facto são equiparados aos do casamento


dissolvido. Se a união de facto terminou por morte de companheiro, os
efeitos dos reconhecimentos são os mesmos da dissolução do
casamento por morte. Artigo 126º. Código de família. Se termina por
ruptura, os efeitos que o reconhecimento produz são os mesmos da
dissolução do casamento por divórcio como indica o artigo acima
referenciado.

No campo das relações patrimoniais haverá o direito a partilha dos bens


comuns adquiridos a título oneroso durante a união. Aplica-se
supletivamente o regime de bens da comunhão de adquiridos. A
responsabilidade pelo passivo seguem igualmente as regras da
dissolução do casamento devendo em primeiro lugar proceder-se a
liquidação do passivo.

O direito a alimento e igualmente as previstas para o caso de dissolução


do casamento por morte. O artigo 261º nºs 1 e 2 atribuem ao
companheiro que sobrevivo de união de facto reconhecido o direito de
ser alimentando pelos rendimentos deixado pelo falecido, no caso da
rotura de união de facto que reúna os pressupostos legais, o
companheiro que não tem a dado a causa exclusiva a rotura tem o
direito alimentos, artigos 260º e 262º nº 2 código de família.

A constituição de uma nova união de facto por parte do companheiro


que tenha direitos de alimentos faz cessar este direito, artigo 263º.

O reconhecimento de união de facto dissolvida por morte ou por rotura


esta sujeita a registo, devendo o tribunal comunicar oficiosamente a
conservatória do registo civil da área da ultima residência comum dos
companheiros da união de facto aplicando por remissão no disposto no
artigo 120º código da família e 101º do código do registo civil.

Atendimento de União de Facto que não Preencha os Pressupostos


Legais.

Estão nestas situações toda as uniões de factos poligâmicas. Fala-se


aqui da união de facto que não pode ser reconhecida para distinguir da
união de facto que pode ser reconhecida. Mais e preciso levar em conta
que ela, em rigor, pode ser reconhecida, não para produzir efeitos pela
sua plenitude produz a união de facto (nº1 do artigo 113º código da
família), mas apenas para produzir efeitos restritos previstos na
segunda parte do artigo 113º nº2 código da família, e ainda o efeito de
presunção de paternidade do companheiro aos filhos nascidos ou
concebidos durante a vigência da união de facto (artigo 168º alínea b).

A estes filhos a lei atribui a presunção legal de paternidade, estando


nesta situação maior parte da população do nosso país.

Outra previsão especificada no artigo 113º nº2 código de família, é


sobre o enriquecimento ilícito, que nos termos geral da lei civil
correspondem ao enriquecimento sem causa previsto nos artigos 479º a
482º código civil.

A verificação desta depende das seguintes condições:

a) Condições de ordem económica:


1- Enriquecimento do reu;
2- Empobrecimento do autor;
b) Condições de ordem jurídica:
1- Nexo de casualidade, entre o enriquecimento e
empobrecimento,
2- Ausência da causa;
3- Ausência da acçao apropriada;

Na vigência da união de facto, podem ocorrer circunstâncias em que se


produza o enriquecimento sem causa de um dos companheiros a custa
de património das prestações de serviço por parte de outro, feitos com
propósito de vida comum. Pode concretizar-se em factos tais como
liberdades, consumo de bens ou mercadorias, prestação de serviços
domésticos ou de assistência, prestação de trabalho por conta de outro
sem remuneração etc., a que averiguar se houve o enriquecimento não
legitimada pelo direito por uma das partes e um empobrecimento direito
ou endireito por outra parte.

Aqui, a produção de efeitos em relação aos herdeiros de um dos


companheiros é feito por via judicial na fase de julgamento.

Quando falta um dos pressupostos, a união de facto já não produz


efeitos da dissolução do casamento por morte ou por divórcio.

Esses efeitos importantes na esfera patrimonial de um dos


companheiros reportam-se a três situações distintas:

-O enriquecimento sem causa;

-A partilha dos bens comuns;

- A atribuição do direito a residência comum.

A união de facto também produz efeitos patrimoniais, pois devem


entender-se de responsabilidade solidaria as dividas contraídas por
qualquer dos companheiros para satisfazer os encargos normais da vida
familiar ou em proveito comum do casal. Tem sido entendido que com
base na denominada teoria da parecia o casal que não sendo casado, se
comporta perante a sociedade como o se fosse deve só portar os riscos
de tal comportamento e constituir-se devedor de forma solidaria perante
terceiros como se tratasse de um casamento valido.
Conclusão

A união de facto tem ganho nas últimas décadas uma importância


assinalável no panorama conjugal angolana, assumindo-se, cada vez
mais, como uma verdadeira alternativa à forma tradicional de
constituição de família: o casamento.

É de louvar o esforço que o legislador tem levado a cabo ao longo das


últimas décadas na concretização de uma protecção jurídico-social dos
membros da união de facto. Contudo, e conscientes do carácter factual
e informal da união de facto, é necessário que ela adopte algumas
regras que garantam um reforço da protecção, quer dos próprios
conviventes, quer de terceiros, sem que com isso se afecte o seu traço
essencial e se aproxime em demasia a união de facto do casamento.

Porém, cremos que a união de facto, enquanto relação parafamiliar que


se traduz numa convivência em comum duradoura, reclama, para os
seus membros, um incremento da protecção jurídica – nomeadamente
nos momentos de crise da relação – sem que com isso
se caia, inevitavelmente, numa aproximação ao regime matrimonial.

Olhando para a Lei Civil, é comum a afirmação de que os unidos de


facto só têm direitos, ao contrário dos cônjuges que também têm
deveres. Porém, com uma análise mais atenta, conclui-se que apesar do
balanço direitos/deveres ser, realmente, positivo na união de facto, tal
não significa uma total inexistência de deveres. Para afirmar o
mencionado, nem é fulcral (julgamos) um debruçar intenso sobre o
texto legal, basta ter presente que se um dos membros tem um direito
relativamente ao outro, assim este (o outro) terá um dever para com
aquele.
Bibliografias

- DIREITO DE FAMILIA, Medina, M. C., 2ª Edição, Faculdade de


Direito da UAN, 2005.

- TEXTOS DE DIREITO DA FAMÍLIA, Oliveira, G. Universidade de


Coimbra, 2016.

- UNIÃO DE FACTO NO REGIME JURIDICO ANGOLANO, Costa, M.M,


2ª Edição, Dissertação.

- CODIGO CIVIL ANGOLANO.

- CODIGO DE FAMÍLIA ANGOLANO (Lei 1/88 de 20 de Fevereiro)

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