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QUESTIONÁRIO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL-3/P1

A P.I deve conter: Cabeçalho, Narração e Conclusão.


Cabeçalho ou preâmbulo deve conter: a designação do Tribunal, Identificação das partes e o domicílio
profissional do mandatário judicial.
Narração: é a fundamentação dos factos de direito(67º cpc.)
Conclusão: ter a ver com o pedido e a causa de pedir e o valor da causa(305º cpc). Neste tão logo que o
advogado dar entrada da P.I ao tribunal, deve de antemão pedir junto da secretaria geral do tribunal, as
guias de pagamento de preparos iniciais (292º, 134º e 135º do código de custas judiciais).
Depois de uma contestação, desencadeia-se uma réplica, em situações em que há excesso de defesa ou
contestar a reconversão.
Há reconversão quando exista um novo pedido. Ex: no caso em alguém deve kz 1.000.000.00 e na
reconversão acresce neste a pessoa que fez o empréstimo um outro valor somando por ex: 1200.000.00,
para que o devedor pague.
Réplica é admitida para corrigir e explicar a contestação e só depois desta correcção, vem a audiência
preliminar ou preparatória que normalmente serve de tentativa de conciliação, discussão das excepções
e posteriormente o pedido. Nesta fase, notifica-se as partes para a junção de provas necessárias para a
defesa da causa, com intuito de perdera causa.
Audiência de discussão e julgamento: em toda fase do processo, há tentativa de conciliação, quer na
audiência preliminar ou preparatória (285º cpc). Depois de debatida a matéria contida no questionário
(quesitos) em audiência e julgamento do ponto de vista de facto e de direito, o processo é concluso ao
Mº Pº com vista. Neste o Juíz tem 15 dias para proferir a sentença(658º cpc).
ESTRUTURA DA SENTENÇA:
Iº- Relatório, IIº-fundamentação ( factos e de dtº) e IIIº decisão ou dispositivo( desta decisão é q se
vai recorrer).
Recurso: é um pedido de revisão de uma decisão judicial a um tribunal superior da decisão do tribunal
da 1ª instancia.
Os tipos de recursos são: Ordinário, extraordinário e agravo(676º cpc)
Recurso e figuras afins: A reclamação(676º nº1), por regra as decisões judiciais são impugnadas por
via de recurso. Quer dizer as reclamações são feitas nos casos especialmente previsto na Lei. A
reclamação representa um pedido de revisão sobre o problema do qual incidiu a decisão judicial feita
ao mesmo órgão e sobre a mesma situação em face do qual se decidiu.
DIFERENÇA ENTRE RECURSO E RECLAMAÇÃO
1º- Havendo recurso, transfere-se a competência para um tribunal hierarquicamente superior para
reapreciar a decisão proferida pelo tribunal de 1ª instancia. Ao passo que havendo reclamação,
mantém-se esta competência ao órgão que proferiu a decisão.
2º- O objecto recurso, é a decisão proferida que se pede para corrigir. Ao passo que o objecto da
reclamação, tem a ver com o problema do qual resultou a decisão a corrigir.
3º- O recurso, tem um âmbito de aplicação, ao passo que o âmbito da aplicação da reclamação e
limitado.
Resumindo: Em regra uma decisão judicial pode-se normalmente recorrer, ao passo que de uma
decisão judicial não se pode em regra reclamar (66º nº1 cpc). Mas há casos excepcionais da
reclamação (511ºn2, 668ºnº3 e 653ºnº4, ambos do cpc).

DIFERENÇA ENTRE RECURSO E EMBARGOS


Embargos: são meios oposição ao prosseguimento de certa operação(412º e sgs cpc).
O objecto do recurso assenta na análise da legalidade ou injustiça da decisão. Ao passo que o objecto
do embargo assenta na verificação da correcção ou não dos factos que determinam a decisão proferida
ou seja a revisão do problema.
SEMELHANÇA ENTRE EMBARGOS E RECLAMAÇÃO
Segundo o professor Castro Mendes e Miguel Teixeira, qualificam o embargo como forma particular de
reclamação pelo simples facto de a decisão ser proferida pelo mesmo órgão.
ESTRUTURA DO RECURSO
1º-SUGEITOS; 2º-OBJECTO.
1º-SUGEITOS- o primeiro e único sujeito público do recurso é o tribunal e segundo, são as partes.
Se for recurso de apelação, temos, apelante e apelado;
Se for recurso de agravo, temos, agravante e agravado.
Legitimidade para interposição do recurso(680º cpc), este artigo estabelece 4 criterios:
1--a parte principal vencida, tem a legitimidade de recorrer da decisão não favoravel.2-- terceiro no
recurso extraordinário de oposição(778º) caso for menor só vai interpor recurso de oposição, caso não
indique um outro representante legal aos 18 anos.3-Parte acessória(335º e segts cpc) nunca poderá
recorrer se não for directamente prejudicada pela decisão. 4-Os terceiros, é licíto aos terceiros recorrer
direitamente prejudicado pela decisão.
Havendo litisconsórcio, no processo, a determinação do sujeito faz-se de seguinte modo:
a)-O recurso é livre a cada uma das partes-ex: A--------B e C-casados-litisconsórcio necessário.
b)- Pode os tilisconsortes não recorrentes beneficiar ao recurso(683º nº2, al.a) e b).
c)- Dependência do interesse do litisconsorte nãi corrente em relação ao do recorrente.
No listisconsórcio voluntário, o recorrente é live excluir as contrapartes(684º cpc)

2º OBEJECTO-Do ponto de vista do dtº comparado, encontramos 2 sistema de recursos:


1-Sistema de reexame de recurso- o objecto deste tipo de recurso quid(questão ou problema) sobre
que incidiu a decisão recorrida. Neste tipo de sistema, os meios processuais visam um novo julgamento
da causa que derivou a decisão.
2-Sistema de revisão do recurso-para este sistema, o objecto do recurso, é a decisão recorrida ou seja
para esse saber se a decisão é legal ou injusta.
Posição do dtº angolano: a posição do dtº angolano relativamente ao objecto de recurso é a decisão
recorrida ou seja o sistema do ordenamento jurídico angolano, inclina-se ao sistema de revisão(676º
nº1 e 684nº2, ambos do cpc).
Em regra o Tribunal superior vai recondenar e reapreciar a decisão, tal como foi proferida pelo Tribunal
de primeira instáncia(272º, 712º nº1, al.c) e 771º al.c, cpc). 712º nº1 , diz que pode apresentar-se um
documento novo caso este já foi alegado pelo réu no Tribunal da 1ª instancia.
Decisões irrecorríveis, representam as excepções.
São 5 as categórias de decisões irrecorríveis:
1º Categoria-Alçada do tribunal: limite dentro do qual o Tribunal julga sem admissibilidade do recurso
ordinário.

Quanto ao recurso ordinário: sendo o valor da alçada for inferior neste caso do Tribunal estiver nesta
escala em principio é irrecorrível(678ºnº1 cpc-2º da Lei 9/05, de 17 de Agosto). Esta regra tem
excepções ao recurso extraordinário nos artº 678ºnº1 e 3, 475ºnº1 e 980º do cpc).
Quanto a situação de competência no âmbito internacional, pode-se recorrer não importa a alçada
por que lesam os direitos fundamentais, o recurso é extraordinário.
Quanto ao recurso extraordinário:-678nº1 ao contário senço. O valor do recurso extraordinário é
admissivel.
2º Categória-Exclusão por Lei: quanto aos recursos ordinários(679cpc, ex: despacho de citação é de
mero expediente).
Despachos vinculativos: no caso de o juiz mandar citar o réu, porque não se verificou no caso 474º
cpc).
Despacho discricionário: é irrecorrível. Ex: suspensão de uma audiência para outra data. Quando o
juiz usa ilegalmente o poder discricionário, assim é recorrível.
Decisão não definitiva-474ºcpc. Ex: despacho de aperfeiçoamento na P.I.
Especié de decisão-587º---687º nº4.
Quanto ao recurso extraordinário:-678nº1- o recurso de oposição de terceiros, só é possivel da
sentença, por isso, antes não é possivel. Também é admissivel quando o menor indique um outro
representante legal ou quando o mesmo atinge a maioridade. recurso extraordinário: é aquele que
pode ser interposto depois do trânsito em julgado. O menor só pode recorrer também caso em que o
processo não trânsite em julgado ou independentemente dela.(778nº3 cpc-240ºcc e 123º cc).
3ª Categória-Renúcia ao Recurso(681ºnº1)- 681ºnº1, fala da renuncia antecipada e o nº2 do mesmo
artº, fala da renúncia posterior, não passivel de recurso quanto ao recurso ordinário. Quanto ao
recurso extraordinário a renúncia não abrange.
4ª Categória-Cducidade do dtº ao recurso:685º----145ºnº2---486º, cpc.
Quanto ao recurso extraordinário-772ºnº2cpc.
5ª Categória- Decisão da mais alta instância: essas decisões em principio são recorriveis no Plenário
do tribunal Supremo, para iniformização da jurisprudência (763ºcpe e 180º CRA)
VALOR DA DECISÃO PENDENTE DO RECURSO: há que observar 3 teórias segundo o professor
Alberto dos Reis: 1ª- Teória de Vassalli: para esta concepção, o valor pendente do recurso, esta sujeito
à condição suspensiva ou seja proferida a decisão pelo Tribunal a quo e interposto o recurso ao
tribunal da 1ª instância ad quem, fica a decisão tomada pelo Tribunal de 1ª instância sob condição
suspensiva. Sempre que um recurso for interposto, deve-se mencionar o efeito (efeito suspensivo).
2ª- Teória de Montana: inspirada no pensamento de Kholer, para este autor, o valor da decisão
pendente do recurso esta sujeito a condição resolutiva. Proferida a decisão pelo Tribunal de 1ª instância
e interposto o recurso ao Tribunal de 2ª instância, devolve a competência ao Tribunal de 2ª instância
para que este decida sobre o recurso.
Recurso de Agravo---regra geral(efeito devolutivo)
Recurso de Apelação-regra geral(efeito suspensivo), estes processos civel, o objecto é formal.
3ª- Teória de Chiovenda- para este autor o valor da decisão pendente de recurso, não é uma
verdadeira decisão judicial, mas sim, uma possibilidade de uma futura decisão judicial. Na medida do
tribunal de 2ª instância, tem sempre a possibilidade de alterar, revogar a decisão tomada pelo Tribunal
de 1ª instância.

A doutrina adere maioritariamente a teória de Vassalli, sendo a primeira.


Delimitação Objectiva do Recurso (684ºnºs1,2)
Nº1-fala da delimitação objectiva, porque envolves as partes. O nº2-fala da delimitação das subjectiva.
Alteração do Objecto do Recurso (684ºnº3): o recurso pode ser alterado desde que nas alegações
expresse a vontade.
Finalidade do Recurso: quanto a finalidade do recurso temos:
===Sistema de Caçassão:neste tipo de sistema, o Tribunal de recurso(de 2ª instância), se acolhero
recurso substitui a decisão por aquela que lhe parecer legal ou seja aquela que em seu entender, o
Tribunal de 1ª instância devia ter proferido.
===Sistema de substituição: neste tipo de sistema, se o Tribunal superior(de 2ª instáncia)acolher o
recurso, substitui a decisão por aquela que lhe parecer legal ou seja pelo seu entender, o Tribunal da
1ª instáncia devia ter proferido.
===Sistema intermédio:neste tipo de sistema, se o Tribunal superior(de 2ª instáncia)acolher o
recurso, manda que o Tribunal de 1ª instáncia profira nova decisão com conteúdo que o Tribunal de 2ª
instáncia fixar. O ordenamento Jurídico Angolano, inclina-se para o sistema se substituição.

CLASSIFICAÇÃO LEGAL DOS RECURSOS


os recursos classificam-se em Ordinários e Extraordinários.
===Ordinários: Apelação e Agravo.
===Extraordinários: são revisão, oposição de terceiros e o recurso para o plenário do Tribunal
Supremo para uniformização da jurisprudência.
O campo de aplicação de vários recursos, delimita-se por dois critérios: Pelo objecto do recurso e pelo
fundamento com que se recorre.
CAMPO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS ORDINÁRIOS
O campo de aplicação do recurso de Apelação, delimita-se pelo seu objecto (691º cpc). Todas as
decisões que produzem casos julgados material, o recurso é o de Apelação. O mesmo também se pode
dizer das sentenças homologatórias, transação ou desistência do pedido, bem como a confissão
(330ºnº2==484ºnº1,cpc).
Recurso de Agravo (733º cpc), os recursos que não se podem apelar-se são aquelas decisões que
versão sobre decisões processuais.
O Professor Lúcio Soares, diz que o funcionamento do recurso X I de agravo, destina-se a correcção de
erro de procedimento susceptíveis de influenciar o julgamento do litígio. No que diz respeito ao
direito positivo, o legislador constituinte, ao fixar o âmbito de aplicação de recurso de agravo,
fê-lo de forma indirecta ou seja por exclusão das partes.
Quer se trate de decisões iniciais(despacho de citação) indeferimento de uma P.I, quer se trate de
decisões interlocutórias proferidas no decurso do processo( despacho saneador que não conheça o
mérito da causa), não pondo fim ao processo, julga os pressupostos processuais( legitimidade das
partes).
Quer se trate de decisões finais, proferidas no final do processo, ex: despacho saneador que julga a
incompetência do Tribunal, extingue a instancia, sendo assim, o processo deve ser interposto ao
Tribunal competente. Neste recurso próprio é o de Agravo que também delimita-se pelo seu
objecto(733º cpc).

CAMPO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS


Doutrinalmente tem sido agrupado as situações elencadas no artº771º, em 4 categórias:
1ª-Relactivas à actuação ou actividade do Juíz ou Juízes.(ex: caso os juízes actuem com dolo,
corrupção ou suborno, é fundamento para revisão e responsabilizá-los(284º,314º e 318º C.P).
2ª-Relactivas a actuação das partes no processo- 771º, als.d), e) e f)
As als.d) e e), tem a ver com os negócios jurídicos. Temos de remeter com as necessárias adptações
que podem ser nulas ou anulaveis(285º e 289º cc) e a al.f), tem a ver com nulidades ou falta de citação
do réu.
3ª-Relactivas a formação das provas: as als b) e c) do artº771º, referem-se a falsidade de
documentos e de actos judiciais(556ºcpc)-este artº diz que se a pessoa estiver distante do Tribunal e
não ter a possibilidade de apresentar-se, pode antecipar o seu depoimento.
3ª-Relactivas a preterição do caso julgado: artº675º C.P===29º à 34 C.P.P.
O recurso de oposição de terceiros, é um meio processual de que um terceiro pode socorrer-se para
impugnar uma decisão final que assenta sobre uma simulação processual===240cc------778ºnºs 1e 3.
Este tipo de recurso, verifica-se 2 situações: 1ª-só as decisões finais trânsitadas em julgado são
passiveis deste recurso e 2ª-só o terceiro prejudicado pela simulação processual, tem a legitimidades
para interpor o recurso em causa(680ºcpc).

RECURSO PARA O PLENÁRIO DO TRIBUNAL SUPREMO PARA UNIFORMIZAÇÃO DA


JURISPRUDÊNCIA
A finalidade específica deste recurso é o de evitar as contradições entre os acórdãos Câmara do Cível e
Administrativo do Tribunal Supremo(764ºcpc). De acordo com este artigo, só é passível a
interposição deste recurso quando estiverem preenchidos os seguintes pressupostos:
1-A existências de 2 acórdãos contraditórios; 2-Que versem sobre a mesma questão fundamental do
direito;
3-Que tenha sido proferida no domínio da mesma legislação e 4- Q provenha de processos diferentes
QUESTIONÁRIO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL-P2
Caso especial de reclamação(688º e 689º cpc)-havendo retenção do recurso da reclamação , daria
possibilidade ao mandatário judicial de fazer uma reclamação ao Tribunal superior antes de apresentar
ao Tribunal inferior.
Classificação doutrinal do recurso: Recursos Puros e Mistos. Puros: são aqueles julgados por um
Tribunal diferente daquele que proferiu a decisão impugnada ou seja interposto o recurso ao Tribunal
superior, engorda o poder jurisdicional do Tribunal de 1ª instância (666ºcpc). Ex: recurso de apelação-
quando o juiz decide sobre o mérito da causa. Mistos: são aqueles dirigidos para o tribunal superior,
mas acolhendo as razões modificando ou reparando a sua decisão. Ex: agravo e reclamação de
recurso. Recursos Típicos são aqueles cuja tramitação observa necessariamente 3 fases do recurso
que são: Interposição, Expedição ou subida e Julgamento. Ex: apelação e recursos inominados.
Recursos Atípicos: são aqueles cuja tramitação pode ocorrer sem observância de uma das fases do
recurso. Ex: agravo.
RECURSOS INDEPENDENTES E SUBORDINADOS (682º). Proferida a decisão e não havendo
conformação, as partes podem simultaneamente recorrer ( recursos independentes) É Subordinado,
quando as partes conformam-se com a decisão e nenhuma delas recorre, mas caso uma delas recorrer,
a outra parte também poderá recorrer.

TRAMITAÇÃO DO RECURSO PRELIMINARES tramitação do recurso de acordo com as espécies,


obedecem a determinadas fases: 1ª-Fase- Interposição: esta fase abrange os actos respeitante a
preposição e admissão do recurso, sendo a fase introdutória (685º). Deve constar do requerimento de
interposição: 1-indicação do Tribunal, 2-indicação do nº de processo, 3-identificação das partes, 4-
manifestação expressa da vontade de recorrer. Quando não há motivação por parte do recorrente, o
Tribunal do recurso, pode desertar o recurso por falta da expressa vontade.5-indicação da espécie e
efeito do recurso. 6- individualização da decisão a recorrer. Ex: condenar, juros legais ou indemnizar o
lesado.7-assinatura do recorrente(125º C.Custa Judiciais). Cumprida as obrigações fiscais, uma vez
admitido o recurso, segue-se a apresentação das alegações que é a peça processual que por via do qual
a parte ou as partes evocam os fundamentos que estão na base do pedido de revisão e indicam o novo
sentido que o seu entender, o Tribunal(ad quem) do recurso, deve conceder a decisão impugnada no
que diz respeito ao recorrente bem os fundamentos e as conclusões relativas ao recorrido(688º e sgts).
Nas alegações não é obrigatório articulados(151º nº2), mas na contra legações é
obrigatório(690nº2=292nº1cpc). As alegações e conta legações, marcam o fim da tramitação dos
recursos. 2ª- Fase-Expedição ou Subida do Recurso: compreende os actos a fazer subir o recurso ao
Tribunal superior, actos que viabilizam os actos processuais do Tribunal(a quo) ao Tribunal (ad quem).
Nenhum processo sobe ao tribunal superior sem que estejam pagas as custa judiciais ou o obrigações
fiscais(698º).
Modo de Expedição ou subida (Agravo): sobe nos próprio autos-736º (processo por completo).
Separado-737º(subida de apenas de peças processuais passíveis de recurso(despacho
saneador(decisões locutórias), dando assim a continuidade do processo.
Momento da subida(agravo): Imediatamente(734º)(-sobem nos próprios autos quando impugne
decisões finais, o efeito é meramente devolutivo).- Deferida(735º )- significa que o processo retido no
tribunal, só subirá a 2ª instancia com o último recurso da sentença final q interpuser.
Efeitos: 1º-Sobe nos próprios autos e imediatamente; reporta-se a uma decisão final- efeito
devolutivo. 2º- Subir nos próprios autos e imediatamente; reporta-se a uma decisão interlocutórias
efeito suspensivo(740º), quer dizer que o processo ainda não terminou, mas não impede a marcha do
processo, mas sim impede a execução da sentença. 3ª- Fase- Julgamento do recurso(700º-702nº2), é
a fase que reúne os actos quer se processam no Tribunal superior desde o momento que o recurso dá
entrada até a decisão.
TRAMITAÇÃO DOS RECURSOS ORDINÁRIOS
O recurso de Apelação- interposição e efeitos (691º)- o recurso de apelação tem regra e efeito
suspensivo, relativamente aos processos ordinários, isto é enquanto estiver pendente o recurso, a
decisão não pode ser executada. A excepção a regra tem a ver com os processos sumários e especiais,
onde o efeito é meramente devolutivo.
RAZÕES DE SER DAS EXCEPÇÕES (FUNDAMENTOS)
1º Fundamento: os meios de provas de que serve a parte vencedora. Dificilmente o Tribunal superior
anulará a decisão do Tribunal Provincial quando os meios de prova forem credíveis. Neste, a decisão
pode ser executada(693nº1 cpc). Quando o efeito é devolutivo, o apelado ou a parte vencedora,
deve requerer fundamentando a vontade a vontade e os meios de provas anexos(693nº2 cpc).
O efeito suspensivo tem 2 vertentes: 1ª -efeito a marcha do processo e 2ª- execução da decisão.

2º Fundamento: quando os dtºs em litigio, reclamam uma execução urgente(692º nº2 al.b).
REGIME DE SUBIDA: quanto ao momento, o Recurso sobe imediatamente, quando haja uma
decisão final, neste não existe razões de o processo permanecer no Tribunal de 1ª instancia. Esgota o
poder jurisdicional do Juiz. Quanto ao modo, o recurso sobe nos próprios autos. Apresentação das
Alegações(699º nº1=705ºnº1). Aconselha-se de que no requerimento de recurso, deve ao mesmo tempo
alegar e não esperar os 8 dias. Quando o despacho saneador conhecer o mérito da causa, põe fim o
processo. Nestes casos o recurso é o de apelação.
Há situações que haja dois pedidos cumulativos e o Juiz conhecer o mérito da causa, pode ocorrer que
o processo não termine por ai. Mas o nosso ordenamento não contempla essas situações. A doutrina
Dominante remete-nos à 2 situações em caso de 2 pedidos cumulativos: 1º- se a questão julgada
não se separa a questão ainda não julgada, a apelação só subirá a final ou seja quando for conhecido o
mérito da causa de outro pedido. 2º- Se a questão já julgada se separa da questão ainda não julgada, a
apelação sobe em separado.
RECURSO DE AGRAVO-733º CPC- Apelam-se o despacho saneador que conheça o mérito da causa ou
da sentença final(733º)
Não se pode apelar da sentença final ou do despacho saneador que não conheça o mérito da causa .
(691º cpc) INTERPOSIÇÃO E EFEITO DO RECURSO DE AGRAVO
Quanto ao efeito, em regra é meramente devolutivo, o artigo 740ºnº1, diz que o efeito é suspensivo,
relativo a marcha do processo. A al.b) do nº2, tem a ver com a execução da decisão impugnada. Neste
estamos diante de uma cláusula geral em que se atribui ao Juiz o poder de decidir se o mesmo tem
efeito devolutivo ou suspensivo. Neste é necessário que se verifique 3 pressupostos: 1º- é necessário
que o agravante faça o pedido expresso no seu requerimento de interposição. 2º-é necessário a audição
do agravado, tendo em conta o principio da igualdade processual. 3º-é necessário que o juiz reconheça
que a execução imediata do despacho e susceptível causa prejuízos ao agravante de difícil reparação. A
al. e) do nº2 do 740º, pode ser esta ou outras avulsas que podem sugerir.
MOMENTO DE SUBIDA DE RECURSO DE AGRAVO
Regra Geral=subida deferida(734º). A subida do agravo determina-se por exclusão das partes. A
razão de ser, tem a ver pelo simples factos objectivo do agravo permanecer na 1ª instancia. O 735º
nº1, quer dizer que o recurso subirá quando haja uma decisão final, fora disso, o 1º mantém
retido. Recurso Dominante: é aquele que é interposto da decisão final junto daquele que esteve retido
do despacho saneador.
MODO DE SUBIDA DE RECURSO DE AGRAVO
Regra Geral= subida em separado (737º), excepção a regra=736.
APRESENTAÇÃO DAS ALEGAÇÕES Tão logo que interpõe o recurso, tem 8 dias para alegar=742º,
292nº1 e 690nº2-CPC. Mesmo que o agravado não contra legar, não é sancionado. Fim do prazo das
alegações, o processo é concluso ao Juiz para sustentar (manter a decisão recorrida) ou reparar a
mesma (substituir a decisão recorrida). Caso repare a decisão a parte vencedora, passa de vencedora
para vencida, isto significa que o agravante passa para agravado.
Quando não se interpõe o recurso da decisão final, o recurso retido, fica sem efeito(recursos de multas e
pressupostos processuais)=735nº2 CPC.
Os recursos de Agravo que sobem em deferido (retidos), tanto se podem alegar no prazo de 8 dias,
como também se podem alegar com o último recurso interposto da decisão final.

Os recursos que sobem imediatamente e nos próprios taxativamente o prazo é de 8 dias. Quando o
recurso não sobe imediatamente(746ºnº1).
Quando há substituição da decisão, estamos perante ao princípio do poder jurisdicional, excepção-
6661º. E quando há inversão quanto a separação da decisão, a doutrina denomina como Sub-Agravo.
JULGAMENTO DO RECURSO DE AGRAVO: relativamente a este recurso, remetemos as preliminares
(fases da interposição, modo de subida e o momento de subida). O recurso de Agravo apresenta
algumas particularidades e especificidade=750º, 751º nºs1,2 e 3 e 753º do CPC.
RECURSOS INTERPOSTOS DAS DECISÕES PROFERIDAS PELOS TRIBUNAIS
MUNICIPAIS( recursos inominados)
ÂMBITO DE APLICAÇÃO =Artº76º da Lei 20/88, de 31 de Dezembro
Salienta-se que não há lugar ao recurso das decisões interlocutórias e por outro lado a Lei não nos
esclarece sobre a espécie do recurso ou seja a Lei não se o recurso a interpor é sobre as questões
processuais ou de fundo do mérito da causa ou pedido. Devemos reter o seguinte: desde que haja
uma decisão final, quer se trate de questões processuais, quer se trate de mérito da causa ou de fundo,
desde que não ocorra nenhuma das causas não recorrível para devida impugnação, deve-se lançar a
mão ao recurso inominado=753º da Lei 20/88, de 31 de Dezembro. Com a entrada da Lei 2/15 de
10 de Fevereiro, os Tribunais Municipais, deixaram de existir, assim como os Juizes=41º,42º,49º e
99º da Lei já citada.
INTERPOSIÇÃO E EFEITO: o prazo para interposição, é de 15 dias, contados a partir da data da
notificação.
Quando se interpõe o recurso das decisões proferidas pelos Tribunais Municipais, deve junto alegar,
porque tanto o recurso e as alegações, sobem juntos e não separados. Recursos Inominados: têm
sempre efeito suspensivo(77º nº 3 da Lei 20). Depois da interposição do recurso, o Juiz Municipal
analisará os pressupostos da admissibilidade do recurso se existem ou não causas objectivas para a
sua interposição ou se o recorrente esta a usar do meio dilatório. Neste caso, há litigância de má fé,
com esta situação o Juiz Municipal, poderá condenar o recorrente. Uma vez admitido o recurso, é
notificada a outra parte para contra legar em homenagem ao principio da igualdade processual.
O que sucede se o Juiz do Tribunal Municipal indeferir ou reter o requerimento de interposição?
R/Artº78º nº 2 da Lei 20.
Quanto a reclamação feita no Tribunal Municipal, quando sobe, não baixa mais, é resolvido no
Tribunal Superior(689º CPC). Subida ou Expedição e Julgamento do recurso:78ºnº1, 79º,80º e 81,
ambos da Lei 20/88, de 31 de Dezembro.
RECURSO ORDINÁRIO DE INCOSTITUCIONALIDADE
O modelo francês do controlo da fiscalização da inconstitucionalidade, caracteriza-se pelo facto de o
controlo da inconstitucionalidade competir ao poder Legislativo ao invés do poder Jurisdicional. Este
modelo, remonta historicamente do período da revolução e não é adoptado pela maioria dos países, por
desenvolvermos dois modelos: 1º-Modelo Americano da Jucial Revew: este caracteriza-se por não
diferenciar o contencioso comum do contencioso constitucional. Significa dizer que cabe todos os
tribunais da estrutura judicial, controlo ou tarefa da constitucionalidade. É um sistema difuso. Este
modelo é criticado na medida que as normas consideradas inconstitucionais na ordem jurídica
Americana, visto que neste tipo de modelo, a inconstitucionalidade da norma é considerada como
incidente da questão que constitui o objecto da acção principal. (96º=523º CPC).

2º-Modelo Austríaco (concentrado): este caracteriza-se pelo facto do controlo da constitucionalidade


ser efectivado por um único órgão que pode integrar tanto a jurisdição comum, como integrar um órgão
criado pelo efeito, no caso concreto do Tribunal Constitucional.
NO CASO DE ANGOLA: na ordenamento jurídico de Angola, existem 3 formas de fiscalização ou
controlo da constitucionalidade que são: Fiscalização Preventiva, Fiscalização Sucessiva (abstracta e
concreta) e fiscalização por omissão.
De realçar que no ordenamento jurídico angolano, interessa-nos a Fiscalização Sucessiva Concreta:
que é aquela ocorre na apreciação dos casos submetidos aos Tribunais para Julgamento que pode
conduzir a recusa da aplicação das normas seleccionadas para regular o caso com fundamento com
fundamento na sua inconstitucionalidade=177º CRA e 36º nº1 da Lei 3/08, de 17 de Junho-Lei do
Processo Constitucional. Da interpretação que se pode fazer destas 2 normas, o sistema ou modelo
angolano, é Atípico, na medida em que compete a todos Tribunais de Jurisdição comum assegurar a
constitucionalidade das normas (sistema ou modelo difuso). Mas cabe em definitivo ao Tribunal
Constitucional decidir sobre a questão da inconstitucionalidade, caso haja.
AMBITO DE APLICAÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO DE INCOSNTITUCIONALIDADE: esta previsto
no artigo 36º da Lei 3/08, de 17 de Junho- diz que para interpor o recurso de inconstitucionalidade
só devem impugnar-se as decisões finais proferidas conhecendo o mérito da causa ou questões
processuais, recursos de apelação e de agravo. Não cabe decisões interlocutórias no âmbito deste
recurso.
O âmbito do recurso em estudo, pode ser delimitado pelos 2 critérios:
1º-Pelo objecto do recurso(decisões finais).
2º- Pelos fundamentos=36º da Lei 3/08, de 17 de Junho. Legitimidade=37º da Lei 3/08. Não basta
ter legitimidade, é necessário a parte interessada ou Advogado, solicitar a inconstitucionalidade, por
ex: violação de uma norma constitucional.
INTERPOSIÇÃO E EFEITOS=36º da Lei 3/08, de 17 de Junho
O requerimento de interposição(41ºnº1 als. a), b) e c) da Lei 3/08), os elementos a conter, devem ser
descritos taxativamente e caso falte um elemento, o Juiz da causa, convida o requerente no prazo de
10 dias a corrigir as deficiências sob pena de o recurso ser considerado deserto(41ºnºs3,4 e 5 da Lei
3/08). O prazo para a sua admissão é de 5 dias(42º nº 2da Lei 3/08). Caso haja indeferimento ou
retenção do recurso, cabe reclamação que deve ser apresentada directamente no Tribunal
Constitucional, com conhecimento do Juiz do Tribunal Provincial ou da causa.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE REVISÃO: são aqueles interpostos após o transito em julgado ou
mesmo antes.
TRAMITAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE REVISÃO: quer sentença de mérito, formal ou
interlocutória, o recurso é de revisão(771º CPC). Mesmo que a sentença tenha transitado em julgado
ou não, desde que concorra a um dos fundamentos elencados no artigo 771º, o recurso é de revisão.
AMBITO DE APLICAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE REVISÃO
INTERPOSIÇÃO: via de um requerimento, o mesmo acontece com apelação e agravo.
PRAZO DE INTERPOSIÇÃO: 30 dias (772º CPC), para o MºPº é de 90 dias quando este solicite(772º
nº3CPC).
Depois de recebido o processo pela secretaria, é autuado por apenso ao processo primitivo.

EFEITO: o recurso de revisão não tem efeito suspensivo(774º nº4), mas sim devolutivo,
equiparando-se ao recurso ordinário. Para que este recurso suba par o Tribunal superior, o Juiz, deve
reapreciar os fundamentos elencados no artº771º CPC.
O Juiz, tem 3 posições: Indeferir, Admitir ou reparar
ALEGAÇÕES: 10 dias para contra legar
JULGAMENTO: 775º Nº2CPC
RECURSO DE OPOSIÇÃO DE TERCEIROS-778º CPC
1- Só as decisões finais transitadas em julgado, são passíveis desse recurso.
2- Só terceiro prejudicado pela simulação, tem legitimidade de recorrer.
INTERPOSIÇÃO: via de um requerimento, dirigido ao Tribunal que proferiu a decisão. Deve constar as
alegações tendentes a demonstrar que o autor e o réu fizeram uso simulado do processo, na acção que
derivou a decisão impugnada.
PRAZO: 3 meses-780º nº1 CPC
EFEITO: devolutivo-781º3, quer dizer que enquanto estiver a correr o recurso, a decisão impugnada
será objecto de execução provisória. Uma vez admitido o recurso, o prazo para contra legar é de 10
dias-781º nº1 CPC.
DECISÃO: se o Tribunal Superior concordar com a decisão recorrida, mantém-se a decisão da 1ª
instancia por inexistência de fundamento do recurso. Caso haja fundamentos de recurso, anula-se a
decisão proferida na 1ª instancia.
RECURSO PARA O PLENÁRIO DO TRIBUNAL SUPREMO PARA UNIFORMIZAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA-763º Nº1 CPC
INTERPOSIÇÃO E EFEITO-765º nºs 1 e 2 CPC
ALEGAÇÕES: 765º nº3 CPC
JULGAMENTO: 768º CPC
Recursos puros: são aqueles julgados por um Tribunal diferente daquele que proferiu a decisão
impugnada ou seja interposto o recurso ao Tribunal superior, engorda o poder jurisdicional do
Tribunal de 1ª instância (666ºcpc). Ex: recurso de apelação, quando o juiz decide sobre o mérito da
causa. Mistos: são aqueles dirigidos para o tribunal superior, mas acolhendo as razões modificando
ou reparando a sua decisão. Ex: agravo e reclamação de recurso.

Recursos Típicos são aqueles cuja tramitação observa necessariamente 3 fases do recurso que são:
Interposição, Expedição ou subida e Julgamento. Ex: apelação e recursos inominados. Recursos
Atípicos: são aqueles cuja tramitação pode ocorrer sem observância de uma das fases do recurso. Ex:
agravo-733º e seguintes cpc.

Proferida a decisão e não havendo conformação, as partes podem simultaneamente recorrer (recursos
independentes(682º). É Subordinado, quando as partes conformam-se com a decisão e nenhuma
delas recorre, mas caso uma delas recorrer, a outra parte também poderá recorrer(682º).

Quando um Juiz ao apreciar o caso, prefere uma decisão que produz caso julgado formal,
absolvendo-se da instancia, mas não do pedido (incompetência do Tribunal), o recurso é de
Agravo. 733º e seguintes cpc, porque compete as decisões que não conheça a sentença final e do
despacho saneador do mérito da causa

Quando um Juiz ao apreciar o caso, prefere uma decisão interlocutória sobre os pressupostos
processuais, o recurso é de Agravo-733º e seguintes cpc porque compete as decisões que não
conheça a sentença final e do despacho saneador do mérito da causa.

Imaginemos que ao invés da decisão interlocutória sobre os pressupostos processuais, o Juiz profere
um despacho Saneador e absolvendo-se da instancia, o recurso é de Agravo. 733º e seguintes
cpc, porque compete as decisões que não conheça a sentença final e do despacho saneador do mérito
da causa.

Quando o Autor insatisfeito, intenta uma acção Declarativa Comum com o processo ordinário no
Tribunal competente, para ver seus intentos satisfeitos, o Juiz ao apreciar o processo, profere um
despacho indeferindo liminarmente a P.I, o recurso é de Agravo porque compete as decisões que não
conheça a sentença final e do despacho saneador do mérito da causa.

Imaginemos que ao invés indeferindo liminar da P.I, o Juiz profere uma decisão final que tenha
transitado em julgado, o recurso é de Apelação== nº1 do artigo 691º e seguintes CPC, porque
compete da sentença final e do despacho saneador que conheça o mérito da causa.

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