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Memorex Pré-INSS – Técnico – Rodada 03

DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 151
EXTRADIÇÃO
Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado
nos seguintes casos:

Crime comum, cometido antes da naturalização;

Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas;


Não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

O brasileiro nato que vier a perder a nacionalidade brasileira pela aquisição voluntária
de outra nacionalidade, estará sujeito à extradição.

DICA 152
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Trata-se de princípio oriundo do direito norte-americano (due process of law).
Consubstanciando em um dos institutos mais relevantes do ordenamento jurídico pátrio.
Segundo o inciso LIV, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal.

Com o devido processo legal, surgem as seguintes prerrogativas processuais:

Direito ao processo (garantia de acesso ao Poder Judiciário);

Direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da acusação;

Direito a um julgamento público e célere;

Direito ao contraditório e à plenitude de defesa (direito à autodefesa e à defesa


técnica);

Direito à igualdade entre as partes;

Direito de não ser processado com fundamento em provas revestidas de ilicitude;

Direito ao benefício da gratuidade;

Direito à observância do princípio do juiz natural;

Direito ao silêncio (corolário do princípio do nemo tenetur se detegere);

Direito à prova.

DICA 153
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Possui dupla acepção:
FORMAL (processual): diz respeito à garantia da parte de valer-se de todos os meios
jurídicos disponíveis para sua defesa.

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MATERIAL (substantivo): relaciona-se com o princípio da proporcionalidade. Trata-
se da razoabilidade das leis.
O princípio da proporcionalidade tem uma dupla faceta: a proibição de excesso e a
proibição de proteção deficiente.
Nota-se, portanto, que o devido processo legal deve ser observado não somente no
processo judicial, mas também no administrativo.
DICA 154
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Trata-se de princípios corolários do princípio do devido processo legal.
Conforme dispõe o inciso LV, do artigo 5º, aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Princípio da ampla defesa: diz respeito ao direito do acusado em produzir de forma
ampla e irrestrita todos os meios lícitos de provas.
Princípio do contraditório: diz respeito ao direito do acusado poder contradizer tudo
àquilo que lhe foi imputado. É a oposição!

DICA 155
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

ATENÇÃO!

Os princípios da ampla defesa e do contraditório não são aplicados ao inquérito


policial. Por esse motivo a sentença condenatória proferida exclusivamente em
fatos narrados no inquérito policial é nula.

O inquérito policial é procedimento administrativo inquisitivo cujo objetivo é a colheita


de elementos de informação (e não prova, a qual somente é produzida sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa), a fim de fornecer substratos a eventual e futura ação
penal.

Nota-se que os elementos de informação colhidos na fase do inquérito podem ser usados
pelo magistrado em sua decisão, o que não pode é serem utilizados de forma exclusiva.

Como consentâneo do devido processo legal e, consequentemente, do contraditório e da


ampla defesa, a Súmula Vinculante prevê ser direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgãos com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.

DICA 156
PROVAS ILÍCITAS
Segundo o inciso LVI, do artigo 5º, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos.
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Prova ilícita é aquela obtida em desacordo com o direito material.

A vedação à utilização da prova ilícita alcança tanto o processo judicial, quanto o


administrativo.

A presença da prova ilícita não contamina, tampouco enseja a nulidade do processo.


Devendo ser expurgada do bojo dos autos.

DICA 157
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Ápice do garantismo penal, o princípio da presunção de inocência, segundo o inciso LVII,
do artigo 5º, preconiza que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória.

Tem como objetivo evitar que o sujeito seja condenado precipitadamente.

Como consequência desse princípio, o acusado não tem obrigação de provar sua
inocência, mas sim o acusador tem o ônus de provar, inequivocamente, a culpabilidade do
individuo.

As prisões cautelares (flagrante, provisória e temporária) NÃO violam a presunção de


inocência.

ATENÇÃO!

A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se frontalmente


incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que
sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação criminal.

Viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato


que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença
condenatória.

DICA 158
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Segundo o inciso LVIII, do artigo 5º, o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Mesmo identificado civilmente, o indivíduo será submetido à identificação criminal nas
seguintes hipóteses:
Documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
Documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
Indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes
entre si;
Identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
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Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

Estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do


documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

DICA 159
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – HABEAS CORPUS (HC)
O termo Habeas Corpus significa “apresente o corpo”. Trata-se de uma garantia
constitucional para proteger o direito de locomoção do indivíduo.
Qualquer indivíduo que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, pode impetrar o HC.
Importante ressaltar que qualquer pessoa é legitimada para impetrar HC, não
precisa ser advogado (art. 654, do Código de Processo Penal).
A liberdade de locomoção é um direito fundamental de tamanha envergadura que até
mesmo de ofício o juiz ou tribunal pode conceder a ordem de HC (art. 654, §2º, do
Código de Processo Penal).
Quem impetra o HC é denominado IMPETRANTE, e quem sofre a violência na liberdade de
locomoção é denominado PACIENTE.
Pessoa jurídica pode impetrar HC em favor de pessoa física, todavia pessoa jurídica
NÃO PODE SER PACIENTE.
Fala-se ainda em HC PREVENTIVO, quando o indivíduo não sofreu a violência ainda, mas
está ameaçado de sofrer. Por sua vez, o HC REPRESSIVO é aquele impetrado quando
já houve a violência no direito de locomoção.
NÃO é cabível HC:
PUNIÇÕES MILITARES: Art. 142. §2º Não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares.

JURISPRUDÊNCIA

1. SÚMULA 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão
de militar ou de perda de patente ou de função pública.

2. Súmula STF 395 - Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja
resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de
locomoção.

3. Súmula 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de
liberdade.

JURISPRUDÊNCIA

4. Súmula 693 - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada.

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DICA 160
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – HABEAS DATA (HD)
O Habeas Data é uma garantia constitucional vinculada ao direito de informação sobre
os dados vinculados ao próprio indivíduo. Além de obter as informações, o HD garante o
direito de retificar dados contidos na base de dados governamentais ou de caráter
público.

ATENÇÃO!

Essa ação constitucional tem natureza personalíssima, os dados a serem


consultados ou retificados devem ser do próprio impetrante. Se for informações de
terceiros, o remédio próprio é o mandado de segurança, e não o habeas data.

A legitimidade para a impetração do HD é de qualquer pessoa, física ou jurídica, mas


precisa ser assistido por advogado.
Para a impetração do HD, é necessário que haja a recusa administrativa na prestação
ou retificação das informações pela autoridade, segundo art. 8º, da Lei 9.507/97.
DICA 161
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – MANDADO DE SEGURANÇA (MS)
O Mandado de Segurança destina-se a proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.
Considera-se direito líquido e certo aquele que pode ser demonstrado de plano
mediante prova pré-constituída, sem a necessidade produção de outras provas.
Ao contrário dos outros dois remédios constitucionais, o MS apresenta prazo para que
seja impetrado (120 dias), contado da ciência, pelo interessado, do ato a ser
impugnado.
Para impetrar o MS é necessário que o detentor do direito líquido e certo tenha capacidade
postulatória, ou seja, precisa de um advogado.

ATENÇÃO!

O MS apenas é cabível quando não for o caso de HC ou HD. Tem caráter


subsidiário.

Mandado de segurança coletivo: O MS COLETIVO tem a finalidade de proteger


direito líquido e certo, mas de interesse transindividual (individuais homogêneos ou
coletivos).
A legitimidade para impetrar o MS COLETIVO é diferente. Apenas partido político com
representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe
ou associação, desde que estejam legalmente constituídas e em funcionamento há
pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
O requisito de funcionamento há pelo menos 1 ano é exclusividade das associações.

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DICA 162
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)
É cabível mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
A omissão do Estado pode ser total, quando ausente a norma, ou parcial, quando exista
norma, mas que não regula totalmente o direito. Em ambos os casos é cabível o MI.
A legitimidade para impetrar o MI é de qualquer pessoa, física ou jurídica, desde que
representada por advogado.
Mandado de injunção coletivo: o MI COLETIVO apresenta legitimados ativos
específicos. São eles: Ministério Público; partido político com representação no
Congresso Nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano; e Defensoria
Pública.
DICA 163
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – AÇÃO POPULAR
A Ação Popular tem a finalidade de anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.
No art. 5º, inciso LXXIII, da CF, é expresso que qualquer cidadão é parte legítima para
propor a Ação Popular. Verifica-se aqui uma restrição na legitimidade ativa, pois somente
é cidadão quem possui capacidade eleitoral, ou seja, quem pode exercer os seus
direitos políticos.
Para a propositura dos demais remédios constitucionais, EXCETO os coletivos, não se
fazia a exigência de o impetrante ser cidadão.
Por fim, ressalta-se que o autor da ação ficará isento das custas judiciais e do ônus da
sucumbência. Todavia, se comprovada a má-fé, não haverá essa isenção.
DICA 164
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS – REMÉDIOS
CONSTITUCIONAIS

REMÉDIO FINALIDADE GRATUIDADE ADVOGADO

HABEAS CORPUS Liberdade de locomoção. SIM NÃO

HABEAS DATA Direito de informação pessoal e SIM SIM


retificação.

MANDADO DE Proteger direito líquido e certo, NÃO SIM


SEGURANÇA não amparado por HC ou HD.

MANDADO DE Sanar omissões legislativas NÃO SIM


INJUNÇÃO

AÇÃO POPULAR Anular ato lesivo SIM SIM

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DICA 165
DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais são consagrados na CF como princípios, os quais devem ser efetivados
pelos poderes públicos.
Esses direitos, conforme as dimensões dos direitos fundamentais, são os de 2ª
dimensão, ou seja, são direitos que o Estado deve garantir, com a finalidade de
promover a igualdade material.
Tendo em vista a finalidade de promover a igualdade material, a efetivação dos direitos
sociais é onerosa para os cofres públicos. Dessa forma, surge o que a doutrina denomina
de reserva do possível.
A reserva do possível consiste na relação entre a efetivação dos direitos sociais e
as limitações orçamentárias que o Estado possui.
Em face dessa limitação orçamentária, muitos casos envolvendo a efetivação de direitos
sociais são judicializados. O STF entende que não havendo comprovação objetiva da
incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, inexistirá empecilho jurídico
para que o Judiciário determine a inclusão de determinada política pública nos planos
orçamentários do ente político.

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