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PCGO/2022
INQUÉRITO POLICIAL
1. CONCEITO
➔Preparatório ➔Materialidade(existência)
➔Informativo
Não! Somente as infrações com pena máxima superior a 2 anos. Para os crimes com pena de
até 2 anos e as contravenções penais é instaurado o Termo Circunstanciado.
2. NATUREZA JURÍDICA
O INQUÉRITO POLICIAL
FASE INVESTIGATÓRIA
FASE JUDICIAL
3. FINALIDADE
DUPLA FINALIDADE
1. PREPARATÓRIA
Formação da “Opinio Delicti” do titular da ação(Explícita)
2. PRESERVADORA
Inibi a instauração de processo penal infundado
Aplicação de medidas cautelares, de acordo com o professor
Nestor Távora(Implícita – Art. 319, CPP)
3.1. PREPARATÓRIA: Fornece elementos de informação para que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o
decurso do tempo;
4. CARACTERÍSTICAS
São características do IP: SEIO DOIDA + T
SIGILOSO
ESCRITO
INQUISITIVO
OFICIAL
DISCRICIONÁRIO
OFICIOSO
INDISPONÍVEL
DISPENSÁVEL
AUTORITÁRIO
TEMPORÁRIO
4.1. SIGILOSO:
ELUCIDAÇÃO DO FATO ou
GARATIR A EFICIÊNCIA
PRESERVAR A INTIMIDADE
PRIVACIDADE e SEGURANÇA
DO INVESTIGADO
Art. 20, CPP - “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade”. + segurança do investigado.
Obs.1: EXCEÇÃO: A despeito de o sigilo ser a regra quanto à investigação, em algumas hipóteses,
a publicidade pode ser útil para a elucidação dos fatos.
Exemplo: divulgação de retrato falado do ‘’serial killer’’ Thiago que matava mulheres em
Goiânia.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 5º, X, CF - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Art. 5º, LX, CF - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93, IX, CF - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;
INTERNO ➔Não atinge o acesso aos autos pelo Juiz, MP e Advogado(este apenas
com acesso aos autos já documentados – Art. 7, XIV, EOAB)
B) INTERNO: Não atinge o acesso aos autos pelo Juiz, MP e Advogado(este apenas com
acesso aos autos já documentados – Art. 7, XIV, EOAB)
B.1.1. AMPLITUDE
O depoimento dela será juntado aos autos do inquérito policial? Depende do teor do
depoimento, pois, muitas vezes, o depoimento poderá configurar uma verdadeira
“diligência em andamento”.
Obs.: NÃO SE LIMITA AOS INQUÉRITOS POLICIAIS, ou seja, deve ter acesso a qualquer
procedimento relativo a investigações, mesmo quer ela não tenha natureza criminal.
“Art. 7º São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável
por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações
de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;”
(...)
§10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício
dos direitos de que trata o inciso XIV.”
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente,
para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao
defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam
respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial,
ressalvados os referentes às diligências em andamento.
Há ainda quem defenda ser possível intentar uma reclamação perante o STF, pois há
súmula vinculante sobre a matéria.
“Art. 7º. §12. A inobservância dos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento
incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já
incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por
abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de
prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer
acesso aos autos ao juiz competente.”
4.2. ESCRITO:
Todos os atos do inquérito devem ser reduzidos a termo para que haja segurança em relação
ao seu conteúdo.
Art. 9º do CPP, “todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”.
Obs.1: Nada impede que o registro dos depoimentos seja realizado por outros meios,
como por exemplo, gravação:
CPP, art. 405, §1º: “Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,
digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das
informações.”
Obs.: O professor Renato Brasileiro explica que o art. 405, § 1º, do CPP está inserido no título
que trata do procedimento comum. Assim sendo, em um primeiro momento, pela
interpretação topográfica do dispositivo, seria possível entender que ele estaria restrito à fase
judicial. Entretanto, esse dispositivo também se aplica à fase investigatória e isso ocorre pelo
uso dos termos “investigado e indiciado”.
4.3. INQUISITIVO/INQUISITORIEDADE
Não há partes no IP, sendo assim, não há necessidade de a polícia avisar o suspeito que está
sendo investigado
Obs.2: Parcela minoritária da doutrina afirma que o inquérito não é procedimento inquisitorial,
mas sim procedimento sujeito ao contraditório, ainda que postergado, e à ampla defesa.
SIM! Podem requerer diligências, porém serão realizadas, ou não, a juízo da autoridade
policial(Art. 14, CPP)
CPP, art. 14: “O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.”
O CPP não admite que seja suscitada a suspeição da autoridade policial(Art. 107, CPP).
B.1. ÓRGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA: polícia federal, polícia rodoviária federal, polícias
civis, polícias militares etc. (art. 144, CF)
B.2. USO DE FORÇA LETAL: O art. 14-A do CPP somente será utilizado quando a
investigação disser respeito à investigação de fatos relacionados ao uso da força letal.
B.3. EXERCÍCIO PROFISSIONAL: O emprego da força letal deve ser praticado no exercício
profissional. Caso contrário, não há que se falar na aplicação do art. 14-A do CPP.
Exemplo: um policial civil está de férias em Fortaleza e atira em X. Neste caso, não se
aplica o art. 14-A do CPP, pois ele não estava no exercício profissional.
B.4. CITAÇÃO: Há uma impropriedade técnica do legislador, já que por citação compreende-
se o ato de ciência à pessoa contra quem oferecia denúncia ou queixa quanto a instauração
do processo criminal e o teor da respectiva imputação.
O termo correto a ser usado pelo legislador seria COMUNICAÇÃO, providência essa que
pode ser efetivada por qualquer meio idôneo, vale dizer, pessoalmente, por e-mail, carta ou
até mesmo via WhatsApp.
B.5. PRAZO: O agente de segurança, após a CITAÇÃO, terá 48 horas para constituir
defensor.
Obs.: CASO O DEFENSOR NÃO SEJA INDICADO: O delegado intimará a instituição para
que em 48 horas indique um defensor.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da
Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de
fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até
48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.
O Inquérito Policial é investigação que deve ser realizada por agentes públicos, sendo
vedada a delegação a particulares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Exemplo 2. Não poderá constranger o investigado a falar caso se reserve ele ao direito de
permanecer em silêncio.
1. Requisições do MP
(...)
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais”
2. Exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios/Crimes Não Transeunte
Ex.: Lesão Corporal
4.6. OFICIOSO
I - de ofício;
Obs.: Essa característica não se aplica aos casos de crimes de ação penal condicionada e ação
penal privada.
Obs.: A notícia da ocorrência de uma infração penal, como tal considerada o fato típico,
justifica a instauração do inquérito policial.
Uma vez instaurado o inquérito, não pode a autoridade policial, por sua própria iniciativa,
promover seu arquivamento, ainda que venha a contatar a atipicidade do fato apurado, alguma
causa de exclusão da ilicitude ou que não tenha detectado indícios que apontem o seu autor.
ATIPICIDADE
CPP, Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Obs.1: Após a vigência do pacote anticrime a competência para o arquivamento do IP NÃO É
MAIS DO JUIZ E SIM DO MP.
Caso o titular da ação penal já disponha de tais elementos de informação relacionados à prova
da materialidade e indícios de autoria e participação não haverá necessidade de IP.
Por ser seu conteúdo meramente informativo, se já dispuser o Ministério Público(na ação
penal pública) ou o ofendido(na ação penal privada) dos elementos necessários ao
oferecimento da denúncia ou queixa-crime(OBJETIVOS DO IP[item 2]) indícios de autoria e
prova da materialidade do fato), poderá ser dispensado o procedimento policial sem que isso
importe em irregularidade.
Art. 39, § 5º, CPP – “O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias.”
Art. 46, § 1º, CPP - Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o
oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações
ou a representação
DEVERÁ COMUNICAR:
A VÍTIMA
Oferecer Denúncia
4.9- AUTORITÁRIO/AUTORITARIEDADE:
Entretanto, tal previsão não implica a proibição de que outros órgãos realizem investigações
criminais, como é o caso do Ministério Público.
4.10. TEMPORÁRIO
O prazo para a conclusão do inquérito depende do fato de o réu estar preso ou solto.
5. VALOR PROBATÓRIO
O Inquérito policial possui valor probatório relativo, pois não tem força por si só de embasar uma
condenação, ou seja, as informações produzidas no Inquérito Policial deverão ser renovadas ou
ao menos confirmadas pelas provas judicialmente realizadas sob o manto do devido processo
legal e demais princípios do DPP.
Art. 155, caput, 1ª parte, do CPP - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Não. De acordo com o art. 155 do CPP o juiz não poderá condenar baseado exclusivamente
nos elementos colhidos no IP, RESSALVADAS as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas(desde que filtradas pelo contraditório e ampla defesa).
Provas Cautelares: São aqueles objetos colhidos para que futuramente seja apresentado
em juízo(p. ex. Interceptação Telefônica).
As provas cautelares dependem de autorização judicial, sendo que o contraditório será diferido.
Provas Não-repetíveis: São diligências realizadas no inquérito policial que, por sua natureza,
não serão repetidas no Processo (p. ex. Perícias nas infrações que deixam vestígios). Não
Provas Antecipadas: São aquelas colhidas sempre que houver risco de não poderem ser
realizadas certas diligências futuramente.
É o caso da oitiva de testemunhas com idade avançada ou doente. Ele se instaura com a
convocação do Juiz e com a presença das futuras partes, com respeito ao contraditório e à ampla
defesa.
O contraditório, neste caso, deve ser observado durante a produção da prova antecipada, ou seja,
o contraditório é real e não diferido.
6. TITULARIDADE/ATRIBUIÇÃO
JUIZ NATURAL:
Este possui 2 desdobramentos:
DIREITO DE SER PROCESSADO DIANTE A AUTORIDADE E O ÓRGÃO COMPETENTE
Previamente conhecido
Devidamente investido
Imparcial
A) CRIME MILITAR
➔QUEM INVESTIGA? Neste caso, quem investiga é um oficial das Forças Armadas,
➔QUEM DESIGNA? o qual será designado pelo comandante da unidade como encarregado de
IPM (inquérito policial militar).
+
Exista PREVISÃO LEGAL
CF, art. 144, §1: “A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei ;
Lei nº 10.446/2002
Obs.: LEI DE TERRORISMO(Lei nº 10.446/2002): Tal lei diz que a Polícia Federal tem
atribuições investigatórias no crime de terrorismo.
D) CRIME ELEITORAL
A investigação será feita pela POLÍCIA FEDERAL, pois a Justiça Eleitoral integra o Poder Judiciário
da UNIÃO.
7. GRAU DE COGNIÇÃO
POSSIBILIDADE(Investigação preliminar)
ou de CERTEZA(Sentença)
A) POSSIBILIDADE
Para que seja iniciada uma investigação preliminar é necessário apenas que exista RAZÕES
FAVORÁVEIS EQUIVALENTES OU SUPERIORES AS RAZÕES CONTRÁRIAS.
B) PROBABILIDADE
8. FORMAS DE INSTAURAÇÃO
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária,
devidamente justificada.
Obs.4: O inquérito policial, nos casos de ação penal pública condicionada ou de ação penal de
iniciativa privada, não pode ser instaurado de ofício, pois depende de manifestação da vítima
(ou de seu representante legal).
OFÍCIO/PORTARIA
REQUISIÇÃO DO JUIZ ou MP
Obs.1: DE OFÍCIO: A autoridade policial toma conhecimento de crime de ação penal pública
incondicionada, ele determina a instauração do inquérito policial por meio da lavratura de
portaria, que é a peça inicial do inquérito.
CPP, art. 5º, II: “Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
(...)
CPP, art. 3º-A: O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na
fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI
6.300) (Vide ADI 6.305)
CPP, art. 5º, II: “Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: II - mediante
requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.”
JULGADO DO STF
“O STF julgou improcedente o pedido formulado na ADPF 572 (Rel. Min. Edson Fachin, j.
18/06/2020), em que se discutia a (in) constitucionalidade da instauração do Inq. 4.781.
Quanto ao mérito, assentou condicionantes no sentido de que o procedimento
investigatório:
(a) seja acompanhado pelo Ministério Público;
(b) seja integralmente observado o Enunciado 14 da Súmula Vinculante;
(c) limite o objeto do inquérito a manifestações que, denotando risco efetivo à
independência do Poder Judiciário (CF, art. 2º) pela via da ameaça aos membros do STF e a
seus familiares, atentam contra os Poderes instituídos, contra o Estado de Direito e contra a
democracia; e
(d) observe a proteção da liberdade de expressão e de imprensa nos termos da Constituição,
excluindo do escopo do inquérito matérias jornalísticas e postagens, compartilhamentos ou
outras manifestações (inclusive pessoais) na internet, feitas anonimamente ou não, desde
que não integrem esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais.
Na visão da Corte, ausente a atuação dos órgãos de controle com o fim de apurar o intuito
de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Judiciário e o Estado de Direito,
incide o art. 43 do RISTF. Esse dispositivo é regra excepcional que confere ao Judiciário
função atípica na seara da investigação, de modo que seu emprego depende de rígido
escrutínio. Muito embora o dispositivo regimental exija que os fatos apurados ocorram na
sede ou dependência do próprio STF, o caráter difuso dos crimes cometidos por meio da
internet permite estender o conceito de “sede”, uma vez que o STF exerce jurisdição em
todo o território nacional. Logo, os crimes objeto do inquérito, contra a honra e, portanto,
formais, cometidos em ambiente virtual, podem ser considerados como cometidos na sede
ou dependência do STF. Considerou-se, ademais, ser imprescindível a obediência ao juiz
natural. De acordo com a regra regimental, o ministro competente para presidir o inquérito
é o presidente da Corte, ou seu delegatário. Nesse caso, a delegação pode afastar a
distribuição por sorteio, embora esta também seja uma via legítima. Ao Ministério Público
caberá, derradeiramente, diante dos elementos colhidos, propor eventual ação penal ou
promover o respectivo arquivamento.”
(...)
NARRAÇÃO DO FATO
INDIVIDUALIZAÇÃO DO INDICIADO
ROL DE TESTEMUNHAS
Art. 5º, §1º, CPP – O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que
possível:
➢ CHEFE DE POLÍCIA
Art. 304, § 1º, CPP - Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se
não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
Exemplo: João foi apreendido em flagrante com 10 ‘’peças” de maconha. A droga foi levada ao
Instituto de Criminalista para ser feito o exame de constatação.
Neste caso, não há necessidade de IP, pois o APF já reúne todos os elementos de informação
para a instauração de denúncia.
B) CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Art. 5º, § 4º, CPP – O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Art. 39, caput, CPP – O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão
do Ministério Público, ou à autoridade policial
Obs.4: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: Nos crimes de ação penal pública condicionada a
representação exige que a vítima ou seu representante estejam presentes no momento da
formalização do APF e manifestem perante a autoridade policial a vontade de ver apurada a
infração penal.
Obs.5: ESTELIONATO: O Pacote Anticrime acrescentou, ao Código Penal, o §5º no art. 171 ,
que prevê que este crime é de ação penal pública condicionada à representação.
CP, art. 171, §5º: “Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)”
Art. 5º, §5º, CPP - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Obs.3: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: Será o APF forma de instauração do IP desde que a
vítima ou RL autorize a sua lavratura no prazo máximo improrrogável de 24 horas contados da
prisão.
9. NOTITIA CRIMINIS
Obs.1: NOTÍCIAS MIDIÁTICAS: De acordo com o STJ, é possível a abertura de IP com base em
notícias veiculadas na mídia.
Obs.2: DÚVIDAS A RESPEITO DO CRIME: Caso a autoridade policial não se convença a respeito
da verossimilhança do fato que chegou ao seu conhecimento, poderá realizar investigações
preliminares para sanar a dúvida existente.
Tal conduta facultada ao delegado deve ser realizada com a celeridade possível para não
violar a determinação do art. 6º, caput, do CPP.
Art. 6º, caput, CPP – Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
A autoridade toma conhecimento da ocorrência do crime por meio de algum ato jurídico de
comunicação formal.
O APF é forma é forma de início do Inquérito Policial, independente da natureza da ação penal,
Entretanto, nos crimes de ação penal pública condicionada e ação penal privada sua lavratura
apenas poderá ocorrer se for acompanhado, respectivamente, da representação ou
requerimento do ofendido.
Art. 5º, § 4º, CPP - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
Art. 5º, § 5º, CPP - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Obs.2: DENÚNCIA ANÔNIMA e APÓCRIFA: Não é possível dar abertura ao inquérito policial
unicamente através da denúncia, a não ser que constitua prova vestigial.
É aquela realizada de forma oral e anônimo. É aquela por escrito, mas sem a subscrição do
comunicante.
Ex.: Disque-Denúncia.
STF: “(...) Firmou-se a orientação de que a autoridade policial, ao receber uma denúncia
anônima, deve antes realizar diligências preliminares para averiguar se os fatos narrados
nessa "denúncia" são materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as investigações”.
(STF, 1ª Turma, HC 95.244/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 23/03/2010, DJe 76 29/04/2010).
SIMPLES
POSTULATÓRIA
NOTICIAMENTO + REPRESENTAÇÃO
CPP, art. 4º, Parágrafo único: “A competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.”
A) Inquéritos Parlamentares: são presididos por parlamentares, sendo as diligências
realizadas pela polícia.
Não confunda Inquérito Ministerial com Inquérito Policial, sendo este último presidido
apenas por autoridade policial. Neste caso, a investigação a cargo do Promotor conviverá
harmonicamente com o Inquérito Policial. Vale ressaltar a súmula 234 do STJ, que versa sobre
o impedimento do Promotor na propositura da ação:
12. INDICIAMENTO
Consiste em atribuir a alguém a autoria ou a participação em determinada infração penal.
12.1. FASE
O indiciamento é exclusivo da fase investigatória.
STJ: “(...) Esta Corte Superior de Justiça, reiteradamente, vem decidindo que o indiciamento
formal dos acusados, após o recebimento da denúncia, submete os pacientes a
constrangimento ilegal e desnecessário, uma vez que tal procedimento, que é próprio da
fase inquisitorial, não mais se justifica quando a ação penal já se encontra em curso. Habeas
corpus concedido para cassar a decisão que determinou o indiciamento formal dos
pacientes, excluindo-se todos os registros e anotações, relativos ao processo de que aqui se
cuida, sem prejuízo do regular andamento da ação penal. (STJ, 6ª Turma, HC 182.455/SP,
Rel. Min. Haroldo Rodrigues, j. 05/05/2011).
Obs.3: MOMENTO DO INDICIAMENTO: O indivíduo pode ser indiciado no próprio auto de prisão
em flagrante, uma vez que já existem os elementos necessários para que sejam identificados
os autores do delito.
12.2. PRESSUPOSTOS
Há necessidade de fundamentação, pois se trata de ato motivado.
12.3. ATRIBUIÇÃO
A atribuição para o indiciamento é exclusiva do delegado. Assim, o indiciamento não pode ser
objeto de requisição judicial ou ministerial.
STF: “(...) Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial, não
existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber a denúncia, requisitar
ao Delegado de Polícia o indiciamento de determinada pessoa. A rigor, requisição dessa
natureza é incompatível com o sistema acusatório, que impõe a separação orgânica das
funções concernentes à persecução penal, de modo a impedir que o juiz adote qualquer
postura inerente à função investigatória. Doutrina. Lei 12.830/2013. Ordem concedida. (STF,
2ª Turma, HC 115.015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 27/08/2013).
Lei n. 12.830/13
Art. 2º (...) § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado,
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
EXEÇÕES: por expressa disposição legal, promotores e magistrados não podem ser indiciados.
(Lei 8.625/93 e LC 35/79)
Obs.1: FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO:
➢ DOUTRINA: A doutrina afirma que, em relação às pessoas que possuem foro por
prerrogativa de função (exemplos: senadores e deputados), como não há previsão legal, elas
podem ser indiciadas.
➢ JURISPRUDÊNCIA
STF: “(...) Se a Constituição estabelece que os agentes políticos respondem, por crime
comum, perante o STF (CF, art. 102, I, b), não há razão constitucional plausível para que as
atividades diretamente relacionadas à supervisão judicial (abertura de procedimento
investigatório) sejam retiradas do controle judicial do STF. A iniciativa do procedimento
investigatório deve ser confiada ao MPF contando com a supervisão do Ministro-Relator do
STF. A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a
conduta de parlamentares federais ou do próprio Presidente da República (no caso do STF).
No exercício de competência penal originária do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei nº
8.038/1990, art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de supervisão judicial deve ser
constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a
abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de
denúncia pelo dominus litis. Questão de ordem resolvida no sentido de anular o ato formal
de indiciamento promovido pela autoridade policial em face do parlamentar investigado”.
(STF, Pleno, Inq. 2.411 QO/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 74 24/04/2008).
STJ: O STJ tem precedentes no sentido de que, embora as autoridades com prerrogativa de
foro devam ser processadas perante o Tribunal competente, a lei não excepciona a forma como
devem ser investigadas, devendo ser aplicada, assim, a regra geral prevista no art. 5º do CPP.
Portanto, não há necessidade de autorização do Judiciário para a instauração de inquérito (ou
procedimento investigatório criminal) contra agente com foro por prerrogativa de função,
dada a inexistência de norma constitucional ou infraconstitucional nesse sentido, o que, aliás,
vem inclusive ao encontro do sistema acusatório adotado pelo Brasil, que prima pela
distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos diversos. Nesse contexto: STJ, 5ª
Turma, AgRg no HC 404.228/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 01.03.2018, DJe 07.03.2018; STJ, 5ª
Turma, REsp 1.563.962/RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 08.11.2016, DJe
16.11.2016.
COMPLEMETAÇÃO JURISPRUDENCIAL
– Cuida-se, porém, de orientação que não encontra ressonância no STF, que tem
reiteradamente afirmado, sobretudo em julgados de sua 2ª Turma, que é indispensável a
existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro
procedimento investigatório (v.g., no âmbito do Ministério Público) em face de autoridade
com foro por prerrogativa de função. Com base nesse entendimento, em caso concreto em
que não teria havido supervisão judicial das investigações deflagradas pelo Parquet contra
autoridade então dotada de foro por prerrogativa de função em Tribunal de Justiça, a 2ª
Turma do STF declarou a nulidade dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF’s) por
intercâmbio e das provas deles decorrentes. A propósito, confira-se: STF, 2ª Turma, HC
201.965/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 30.11.2021. Com entendimento semelhante: STF, 2ª
Turma, RE 1.322854 AgR/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 03.08.2021, DJe 09.08.2021.
STF: “(...) Inquérito policial em tramitação perante a Justiça Federal de primeira instância,
para apurar possível prática de crime de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro por pessoas
que não gozam de foro por prerrogativa de função. A simples menção de nome de
parlamentar, em depoimentos prestados pelos investigados, não tem o condão de firmar a
competência do Supremo Tribunal para o processamento de inquérito. H.C. indeferido”.
(STF, 2ª Turma, HC 82.647/PR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25/04/2003).
Art. 17-D, Lei n. 9.613/98: “Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado,
sem prejuízo da remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente
autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno”.
Obs.1: O art. 17-D da Lei 9.613/98 prevê que, do ato de indiciamento, vai resultar o
afastamento do servidor de suas funções. Como é o delegado o responsável por indiciar, ele
teria o poder de afastar o servidor.
Obs.2: A doutrina entende que o art. 17-D é inconstitucional, pois ele viola, inclusive, a garantia
do devido processo legal.