Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Renato Brasileiro
Direito Processual Penal
Aula 02
ROTEIRO DE AULA
- Presidido pela autoridade policial: é presidido pelo delegado de polícia, conforme Lei
12.830/13.
1
www.g7juridico.com.br
- Objetivo: identificar fonte de prova para que o titular da ação penal (MP ou Querelante)
ingresse em juízo. Contudo, fonte de prova não se confunde com meios de prova. Fonte de prova
são pessoas ou coisas capazes de ministrar algum conhecimento sobre o fato delituoso, sendo
extraprocessual, ou seja, sua existência independe do processo. O meio de prova, por sua vez,
é endoprocessual. Exemplo: crime no estúdio de gravação, onde são meios de prova a arma
deixada; impressões digitais, marcas de sague, gravação do corredor que registrou a saída etc.
- Justa causa: lastro probatório mínimo necessário à instauração do processo pelo titular da ação
penal (MP ou Querelante). Sua ausência gera a rejeição da peça acusatória, motivo pelo qual se
faz necessário o procedimento investigatório prévio.
STF: “(...) Os vícios existentes no inquérito policial não repercutem na ação penal, que tem
instrução probatória própria. Decisão fundada em outras provas constantes dos autos, e não
somente na prova que se alega obtida por meio ilícito”. (STF, 2ª Turma, HC 85.286, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, j. 29/11/2005, DJ 24/03/2006).
STJ: “(...) No caso em exame, é inquestionável o prejuízo acarretado pelas investigações
realizadas em desconformidade com as normas legais, e não convalescem, sob qualquer ângulo
que seja analisada a questão, porquanto é manifesta a nulidade das diligências perpetradas
pelos agentes da ABIN e um ex-agente do SNI, ao arrepio da lei. Insta assinalar, por oportuno,
que o juiz deve estrita fidelidade à lei penal, dela não podendo se afastar a não ser que
imprudentemente se arrisque a percorrer, de forma isolada, o caminho tortuoso da
subjetividade que, não poucas vezes, desemboca na odiosa perda da imparcialidade. Ele não
deve, jamais, perder de vista a importância da democracia e do Estado Democrático de Direito.
Portanto, inexistem dúvidas de que tais provas estão irremediavelmente maculadas, devendo
ser consideradas ilícitas e inadmissíveis, circunstâncias que as tornam destituídas de qualquer
eficácia jurídica, consoante entendimento já cristalizado pela doutrina pacífica e lastreado na
2
www.g7juridico.com.br
torrencial jurisprudência dos nossos tribunais”. (STJ, 5ª Turma, HC 149.250/SP, Rel. Min. Adilson
Vieira Macabu, j. 07/06/2011, DJe 05/09/2011).
CPP, art. 155. “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.”
Da leitura da nova redação do artigo 155 do CPP, resta claro a diferença entre prova e elementos
informativos, de forma que a primeira é aquela produzida na fase judicial, com a presença do
contraditório e ampla defesa, sendo a segunda colhido na fase investigativa, não podendo, por
este motivo, ser utilizada de forma exclusiva para fundamentar decisões judiciais. A exceção
versa sobre as provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas.
Elementos informativos
- Colhidos na fase investigatória: não necessariamente no inquérito, já que pode ser realizado
no Procedimento Investigatório Criminal pelo MP, ou no Termo Circunstanciado (TC);
- Não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa: o contraditório na fase
investigativa é diferido;
- O juiz deve intervir apenas quando necessário, e desde que seja provocado nesse sentido: o
juiz não pode agir de ofício, sob pena de infringência ao princípio da imparcialidade;
3
www.g7juridico.com.br
- Finalidade:
a) úteis para a decretação de medidas cautelares: para decretar medidas cautelares, sejam reais,
pessoais ou probatórias, há a necessidade de comprovação, por meio dos elementos
informativos,do fumus comissi delicti e do periculum libertatis;
b) auxiliam na formação da opinio delicti: para formar a convicção do titular da ação penal;
Os elementos informativos podem ser utilizados para formar a convicção do juiz?
Alguns doutrinadores afirmam pela impossibilidade, sob o argumento de que o juiz estaria
fundamentando sua decisão em elementos colhidos ao arrepio da lei, já que a observância do
contraditório e da ampla defesa não é obrigatória na fase investigativa.
Contudo, os Tribunais Superiores autorizam que elementos informativos sejam utilizados para
formar a convicção do juiz desde que não o seja com exclusividade.
Provas
- Em regra, produzidas na fase judicial: sendo exceção as provas cautelares, as provas não
repetíveis e as provas antecipadas (artigo 155, CPP).
Obs.: As provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas podem ser
produzidas tanto na fase investigativa quanto na judicial e, por necessitarem da observância do
contraditório e da ampla defesa, a decisão judicial pode utilizá-las de forma exclusiva.
- É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa;
- A prova deve ser produzida na presença do juiz (princípio da identidade física do juiz);
- Durante o curso do processo, ao juiz também não é dada nenhuma iniciativa probatória (CPP,
art. 3º-A);
- Finalidade: auxiliar na formação da convicção do juiz.
4
www.g7juridico.com.br
Conceitos de provas cautelares, provas não repetíveis e provas antecipadas:
• Provas cautelares: São aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da
prova em razão do decurso do tempo. Podem ser produzidas na fase investigatória e na
fase judicial. Dependem de autorização judicial, sendo que o contraditório será diferido
(postergado). Exemplo: interceptação telefônica ou ambiental.
- Exemplo 01: a testemunha do crime de homicídio qualificado está internada com Covi-
19 em estado grave. Se o delegado for até o hospital realizar sua oitiva, o depoimento
será considerado elemento de prova e, consequentemente, não poderá fundamentar
de forma exclusiva a decisão judicial. Por este motivo, comprovados os requisitos legais
(fumus comissi delicti e periculum libertatis), a pedido do delegado, o juiz pode
determinar sua oitiva antecipada, de forma que serão designados os servidores
competentes (juiz, MP, escrevente, etc.) e poderá ser utilizada como única e exclusiva
prova a fundamentar a decisão judicial.
5
www.g7juridico.com.br
-Exemplo 021: Depoimento especial, também chamado de depoimento sem dano, já que
em algumas ocasiões o depoimento pode representar prejuízo emocional a própria
vítima. O professor cita um caso em que atuou onde uma criança de seis anos foi vítima
de estupro. Anteriormente a lei 13.431/17 não era obrigatório a “proteção” a vítima,
pois, o a produção da prova judicial era tida como mais importante, já que neste caso,
antes de sua publicação, seria conceituada como elemento de prova – não podendo ser
utilizada para fundamentar a decisão do juiz exclusivamente.
Lei n. 12.830/13, Art. 2o: “As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 1o: Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que
1
Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017
(vigência 1 ano após a publicação oficial)
Art. 8o Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou
testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que possível, será realizado
uma única vez, em sede de produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do
investigado.
§ 1o O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova:
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos;
II - em caso de violência sexual.
§ 2o Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando justificada a sua
imprescindibilidade pela autoridade competente e houver a concordância da vítima ou da
testemunha, ou de seu representante legal.
6
www.g7juridico.com.br
tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações
penais.
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.”
(Pela leitura do texto legal do §2°, pode ser interpretada a possibilidade de requisição, pelo
delegado, de qualquer perícia, informação ou documento. Contudo, deve-se realiza leitura
cuidadosa deste dispositivo, vez que somente será possível a requisição de tais dados quando
não houver necessidade de autorização judicial.)
§ 4o “O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser
avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em
regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.”
(O delegado de polícia não é dotado da garantia da inamovibilidade, embora tramite no
Congresso Nacional PEC com essa previsão. Este artigo protege a avocação ou redistribuição
sem justificativa plausível, devendo ser fundamentada em interesse pública ou inobservância a
procedimentos)
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.
(Por não possuir a garantia da inamovibilidade, a remoção é possível, desde que seja feita
mediante ato fundamentado, inclusive conforme art. 2º, § 5º, da Lei 12.830/2013.)
- Em relação aos guardas municipais, o STJ se posicionou no sentido de não possuírem atribuição
de polícia judiciária:
“Às Guardas Municipais não é outorgada nenhuma atribuição para investigar a prática de
delitos. Afinal, consoante disposto na própria Constituição Federal (art. 144, §8º), a elas
compete exclusivamente a proteção de bens, serviços e instalações dos Municípios. Não detêm,
portanto, nenhuma atribuição de Polícia Judiciária. Não por outro motivo, em caso concreto em
que guardas municipais realizaram uma busca pessoal em determinado indivíduo sem que este
estivesse em situação de flagrância, dias após a prática do crime, abordando-o sem fundadas
razões, apenas por reconhecer sua foto em postagens na rede social comunitária, realizando,
pois, verdadeira atividade de investigação, a 6ª Turma do STJ (HC 561.329-SP, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, j. 16.06.2020, DJe 29.06.2020) reconheceu haver manifesta ilicitude das provas
obtidas, dada a ausência de atribuição investigatória de tais agentes.”
7
www.g7juridico.com.br
4.1. Natureza do crime e atribuição para as investigações.
É a natureza do delito que define quem possui a atribuição de realizar a investigação:
a) Crime militar da competência da Justiça Militar da União: um oficial das Forças Armadas será
designado como encarregado de IPM – Inquérito Policial Militar, exercendo as funções de polícia
judiciária;
b) Crime militar da competência da Justiça Militar Estadual: um oficial da Polícia Militar Estadual
ou do Corpo de Bombeiros será designado como encarregado de IPM – Inquérito Policial Militar,
exercendo as funções de polícia judiciária;
c) Crime eleitoral: em regra, será investigado pela Polícia Federal, sendo julgado pela Polícia Civil
nas cidades que não possuam sede da Polícia Federal;
e) Crime comum da competência da Justiça Estadual: em regra, cabe à Polícia Civil. Contudo, a
Polícia Federal também pode investigar crimes comuns da competência da Justiça Estadual, caso
o (i) o crime seja dotado de repercussão interestadual ou internacional (que exija repressão
uniforme) e (ii) exista previsão legal neste sentido.
Constituição Federal: Art. 144. §1. “A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I – apurar infrações
penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se
dispuser em lei;”
- O dispositivo acima mencionado se refere tanto à Lei n. 10.446/2002 - que trata de crimes que
podem ser investigados pela Polícia Federal, quanto à Lei de Terrorismo (Art. 11 da Lei n.
13.260/2016):
Rol exemplificativo:
Lei n. 10.446/02: Art. 1o.“Na forma do inciso I do §1 do art. 144 da Constituição, quando houver
repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos
8
www.g7juridico.com.br
órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das
Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes
infrações penais:
I – sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro (arts. 148 e 159 do Código Penal),
se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública
exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei n. 8.137/90); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se
comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV - furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação
interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em
mais de um Estado da Federação.
V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado,
corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do CP). (inciso V acrescentado pela Lei n.
12.894/13).
VI – furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas
eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado
da Federação (inciso VI acrescentado pela Lei n. 13.124/15, com vigência em 22/05/2015)/
VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam
conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
(Incluído pela Lei n. 13.642, de 2018).
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal
procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou
determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.”
Lei n. 13.260/16, Art. 11. “Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos
nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação
criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento,
nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal. “
- De todo modo, ainda que determinada investigação tenha início perante a Polícia Federal, de
modo a investigar suposta prática de crimes afetos à competência da Justiça Federal, ulterior
remessa dos autos à Polícia Civil e, na sequência, à Justiça Comum Estadual, em virtude do
9
www.g7juridico.com.br
reconhecimento, respectivamente, da inexistência de quaisquer das hipóteses previstas na Lei
n. 10.446/02, e da presença de indícios da prática de delitos da competência da Justiça Estadual,
não se pode arguir a nulidade do feito com suposta repercussão na validade jurídica dos
elementos informativos e das provas até então obtidas. O art. 5º, LIII, da Constituição da
República, ao dispor que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente, contempla o princípio do juiz natural. Não se estende, portanto, às autoridades
policiais, porquanto não investidas de competência para julgar. Surge inadequado, pois,
pretender-se a anulação de provas ou de processos em tramitação com base na ausência de
atribuição da Polícia Federal para conduzir os inquéritos. A desconformidade da atuação da
Polícia Federal com as disposições da Lei 10.446/2002 e eventuais abusos cometidos por
autoridade policial deverão implicar tão somente responsabilidade no âmbito administrativo ou
criminal dos agentes. Com esse entendimento: STF, 1ª Turma, HC 169.348/RS, Rel. Min. Marco
Aurélio, j. 17/12/2019.
A doutrina entende que não há óbice à aplicabilidade do art. 405, § 1º, do CPP na fase
investigativa, sendo até mesmo recomendável, pois garante maior fidelidade do depoimento,
viabilizando, inclusive, sua lisura (como nos casos em que o acusado diz ter confessado por ter
sido torturado – com a gravação, a apuração do fato torna-se mais viável.
CPP, Art. 9º: “Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.”
CPP. Art. 405. § 1°: “Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,
digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das
informações. (Incluído pela Lei n. 11.719/08).”
10
www.g7juridico.com.br
CPP. Art. 39, § 5o: “O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá
a denúncia no prazo de quinze dias.”
CPP, Art. 20. “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.”
Constituição Federal, Art. 5, LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
11
www.g7juridico.com.br
peças e tomar apontamentos, em meio físico
ou digital;
12
www.g7juridico.com.br
Se o delegado ou promotor se negarem a liberar o acesso sem justo motivo, há abuso de
autoridade nos termos do art. 32 da Lei 13.869/19.
(Des) necessidade de autorização judicial para o acesso do advogado aos autos do inquérito
policial:
Em regra, não há necessidade de autorização judicial para que o advogado tenha acesso aos
autos do inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório.
Exceção: No caso de sigilo decorrente do artigo 23 da Lei das Organizações Criminosas.
Lei n. 12.850/13
(Nova Lei das Organizações Criminosas)
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para
garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor,
no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao
exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os
referentes às diligências em andamento.
13
www.g7juridico.com.br
5.4. Procedimento inquisitivo.
1ª Corrente (minoritária): o inquérito policial deve respeitar o contraditório, ainda que diferido
e a ampla defesa.
14
www.g7juridico.com.br
a) apresentar razões e quesitos;
b) (VETADO).
15
www.g7juridico.com.br
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às
instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.”
- O §2° do artigo 14-A do CPP garante aos servidores a nomeação de defensor, sendo afirmado,
por parcela da doutrina, se tratar de infringência ao princípio da igualdade. Contudo, referida
garantia decorre das atividades que exercem.
- Além disto, não se trata de Defensor Público (já que a CF garante assistência gratuita apenas
aos hipossuficientes), mas sim de Advogado da União no caso de servidor federal ou Procurador
de Estado no caso de funcionário estadual.
- A ausência de indicação de defensor nos termos de referido artigo não pode acarretar a
paralisação do inquérito, que deve seguir seu curso. Contudo, no Estado de São Paulo os
processos que envolvem resistência seguida de morte estão sendo paralisados diante da
inobservância deste artigo.
• O professor observa que a inercia da instituição em indicar este defensor não pode ser
óbice ao prosseguimento de quaisquer das investigações.
CPP, Art. 14. “O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, § 2o “Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.”
Constituição Federal
Art. 129. “São funções institucionais do Ministério Público:
(...)
16
www.g7juridico.com.br
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;”
Lei n. 12.830/13
Art. 2, “§ 3º O delegado de polícia conduzirá a investigação criminal de acordo com seu livre
convencimento técnico-jurídico, com isenção e imparcialidade.” (VETADO)
Razões do veto do art. 2, § 3º, Lei n. 12.830/13
“Da forma como o dispositivo foi redigido, a referência ao convencimento técnico-jurídico
poderia sugerir um conflito com as atribuições investigativas de outras instituições, previstas na
Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Desta forma, é preciso buscar uma solução
redacional que assegure as prerrogativas funcionais dos delegados de polícias e a convivência
harmoniosa entre as instituições responsáveis pela persecução penal”
STJ: “(...) No caso, passados mais de 7 anos desde a instauração do Inquérito pela Polícia Federal
do Maranhão, não houve o oferecimento de denúncia contra os pacientes. É certo que existe
jurisprudência, inclusive desta Corte, que afirma inexistir constrangimento ilegal pela simples
instauração de Inquérito Policial, mormente quando o investigado está solto, diante da ausência
17
www.g7juridico.com.br
de constrição em sua liberdade de locomoção (HC 44.649/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU
08.10.07); entretanto, não se pode admitir que alguém seja objeto de investigação eterna,
porque essa situação, por si só, enseja evidente constrangimento, abalo moral e, muitas vezes,
econômico e financeiro, principalmente quando se trata de grandes empresas e empresários e
os fatos já foram objeto de Inquérito Policial arquivado a pedido do Parquet Federal. Ordem
concedida, para determinar o trancamento do Inquérito Policial 2001.37.00.005023-0 (IPL
521/2001), em que pese o parecer ministerial em sentido contrário. (STJ, 5ª Turma, HC
96.666/MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 04/09/2008, DJe 22/09/2008). “
18
www.g7juridico.com.br