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Aula 01
Roteiro:
Bibliografia:
1 – Norberto Avena (Método) mais voltado para o MP.
2 – Nestor Távora e Rosmar Anoni (Juspodivm) mais voltado para a defensoria
4 – Curso de Processo Penal – Vol. Único. Renato Brasileiro de Lima.
INQUÉRITO POLICIAL
Ex. defensoria não foi comunicada de prisão em flagrante, isso não contamina o
processo.
Possui 2 fases:
1ª fase 2ª fase
Investigatória Processual Penal
Procediemento administrativo
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
Finalidade: Finalidade:
São úteis para a decretação Auxiliar na formação da convicção do
de medidas cautelares. juiz.
Servem para a formação da
convicção do titular da ação
penal. (Opinio delicti) – ex,
oferecer denúncia, requisitar
diligência, etc.
1) Provas cautelares:
são aquelas em que há um risco (urgência) do desaparecimento do objeto
da prova em razão do decurso do tempo. Essas provas podem ser produzidas
na fase investigatória e judicial. Dependem de autorização judicial, sendo
que o contraditório será diferido (postergado). Ex. interceptação telefônica.
2) Provas não repetíveis:
é aquela que uma vez produzida não tem como ser novamente coletada em
virtude do desaparecimento da fonte probatória. Podem ser produzidas na
fase investigatória e judicial. Não dependem de autorização judicial, sendo o
contraditório diferido (contraditório sobre a prova). Ex. exame de corpo de
delito em infrações penais cujos vestígios desapareceram posteriormente. –
mulher que apanhou do marido e tem hematomas.
3) Provas Antecipadas:
são aquelas produzidas com a observância do contraditório real em momento
processual distinto daquele legalmente previsto, ou até mesmo antes do início
do processo, em virtude de situação de urgência e relevância. Podem ser
produzidos na fase investigatória e na fase judicial. Dependem de autorização
judicial, sendo que o contraditório real (contraditório para a prova).
Ex2: art.366
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada
das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no
art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
4) Termo Circunstanciado:
É um procedimento investigatório de infrações de menor potencial ofensivo.
Contravenções penais
Crimes com pena máxima até 2 anos
Cumulado ou não com multa
Termo Circunstanciado Submetidos ou não a procedimento
especial, exceto violência doméstica
contra mulher.
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual
ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério
da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da
Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação,
dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o
agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela
vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a
reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação
interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um
Estado da Federação.
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal procederá à
apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de
Estado da Justiça.
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas
partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e
testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes
as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
Ex. se houver uma contravenção com previsão de pena de multa não posso
impetrar HC.
Aula 02
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art.306 §1º CPP – Nesse caso, entende-se que não é necessária a presença
física do defensor.
Há quem diga que este direito de permanecer calado se estende, pois além
disso, o investigado possui o direito de ser ouvido.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de
1973)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
Art.14CPP
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
A leitura e interpretação gramatical deste artigo dá o entendimento de que o
delegado possui liberdade absoluta para realizar diligências.
Entretanto, essa discricionariedade não tem natureza absoluta, pois há
diligências cuja realização é obrigatória.
Ex. caráter obrigatório do exame de corpo de delito. (art.158 CPP – nos crimes
que deixam vestígios)
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante,
ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz
Obs. Nesta questão, a Unb colocou que não houve representação e portanto,
não poderia haver prisão em flagrante do sujeito.
Para Renato, este gabarito está errado, pois por mais que a vítima não tenha
feito a representação escrita, restou claro que ela tem interesse na persecução
penal.
A peça inaugural do Inquérito é a Portaria.
Art.5,I CPP
Art. 5o Nos crimes de ação pública (INCONDICIONADA) o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
B. Requisição do Juiz/do MP
Art.5,II CPP
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia
8) Notitia Criminis:
São 03 espécies:
a) De cognição imediata (espontânea)
A autoridade policial toma conhecimento do crime através de suas atividades
rotineiras.
Ex. Interceptação telefônica.
Ex. Encontra um cadáver durante a investigação de outro crime.
c) De cognição coercitiva:
A autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da
apresentação de indivíduo preso em flagrante.
9) Identificação Criminal
Identificação Fotográfica
Abrange Identificação Datiloscópica (impressões digitais; o feto tem a
partir do 3º mês).
Identificação do Perfil Genético (12.654/12)
02 conclusões possíveis:
Se o individuo não se identificar civilmente, poderá ser submetido à
identificação criminal.
O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei.
Diante do teor do inciso LVIII, a súmula 568 STF não é mais aplicada
Resumo:
Antes CF/88 Depois CF/88
a identificação criminal era 02 conclusões possíveis:
obrigatória, ainda que houvesse a Se o individuo não se identificar
identificação civil. civilmente, poderá ser
submetido à identificação
criminal.
O civilmente identificado não
será submetido à identificação
criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei.
Diante do teor do inciso LVIII, a
súmula 568 STF não é mais aplicada
9.1) Leis que tratam da Identificação Criminal:
Ordem cronológica:
Lei 10.054/00 – como seu art.3º,I não ressalvou a ação praticada por
organizações criminosas, teria havido a revogação tácita do art.5º da
Lei 9.034/95. STJ RHC12.965.
Art.21 CPP
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será
permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público,
respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados
do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
A doutrina majoritária entende que não foi recepcionado pela CRFB/88, pois esta
não autoriza a incomunicabilidade sequer no Estado De Defesa (art.136 §3º,IV
CF)
11) Indiciamento
11.1) Conceito:
Atribuir a alguém a autoria de determinada infração penal.
Não é cabível em termo circunstanciado.
11.2) Momento:
Desde o início das investigações até o início do processo, inclusive do próprio
APF.
Para o STJ, após o início do processo não é possível o indiciamento. STJ
HC182.455
11.3) Espécies:
Indiciamento Direto: (regra) aquele que é feito na presença do
investigado.
Indiciamento Indireto: feito na ausência do investigado.
11.5) Desindiciamento:
É a desconstituição de anterior indiciamento. Ele pode ser feito pela própria
polícia ou pelo poder judiciário.
STF: INQ 2411 QO/MT – O STF entendeu que titulares de foro por prerrogativa
de função (ex. senador, deputado, governador) não podem ser investigados nem
indiciados sem prévia autorização do tribunal competente. (ex. recorrer ao
STF através do PGR e autorização do relator)
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
Aula 03
Se a pessoa está presa a doutrina entende que já tem elementos para oferecer
denúncia.
(Questão Prova delegado) Prisão temporária decretada por 5 dias hoje (quarta-
feira, 27/02). O sujeito será liberado no dia 03/03 à 0h.
Art. 52 Lei 11343/06. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação
do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as
condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação
e os antecedentes do agente; ou
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante,
ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
Auto do Inquérito Policial são encaminhados ao Poder Judiciário e este dá vista
ao MP.
Em regra,
Auto do Art10§1º
Inquérito Poder Judiciário
Policial
Vista ao MP
12.4) Providências a serem adotadas pelo MP após ter vista dos autos do
Inquérito.
Conflito de Competência:
*Conceito: trata-se de um instrumento que visa dirimir eventual controvérsia
entre duas ou mais autoridades judiciárias acerca da (in)competência para o
processo e julgamento de determinada demanda. É perfeitamente possível que,
ao julgar o conflito de competência, o tribunal entenda que a competência é de
órgão jurisdicional diverso daqueles que estavam em conflito.
*Espécies:
a) Conflito positivo: duas ou mais autoridades jurisdicionais consideram-
se competentes para o julgamento.
b) Conflito negativo: dois ou mais juízes consideram-se incompetentes
para o julgamento. (98%dos conflitos).
Ex.1. Juiz Estadual Cabo Frio/RJ X TJ/RJ– não há conflito, o TJ que manda.
Ex.3.
Juiz JECRIM X Juiz Estadual Vara - TJMG
Estadual BH Criminal de BH
O STJ na Súmula 348 chegou a entender que seria do STJ, já que a Turma
recursal e o TJRJ
Súmula 348
Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal
e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária.(*)
. (*) julgando o CC 107.635-PR, na sessão de 17/03/2010, a Corte Especial deliberou pelo CANCELAMENTO
da súmula n. 348.
Súmula 428
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e
juízo federal da mesma seção judiciária.
Ex.4.
Ex.5.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
É POSSÍVEL
MOTIVO DO ARQUIVAMENTO
DESARQUIVAR?
1) Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação SIM
penal
2) Falta de justa causa para a ação penal (não há indícios de autoria
ou prova da materialidade) SIM
b) Oferecimento da Denúncia:
Após o arquivamento se surgirem provas novas, o MP deve oferecer denúncia.
Ex. no inquérito foram ouvidas 10 testemunhas. Surgiu a 11ª testemunha, ela é
considerada prova nova? Depende da relevância da informação que ela trouxer.
Aula 04
A) Juiz Estadual
MP
Promoção de Concorda
Juiz Homologa e
Arquivamento
arquiva
Não Concorda
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Súmula 696
REUNIDOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS PERMISSIVOS DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, MAS
SE RECUSANDO O PROMOTOR DE JUSTIÇA A PROPÔ-LA, O JUIZ, DISSENTINDO, REMETERÁ A QUESTÃO AO
PROCURADOR-GERAL, APLICANDO-SE POR ANALOGIA O ART. 28 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
Obs.1: a designação para atuar não pode recair sobre o mesmo promotor que
requereu o arquivamento para defender a independência funcional do MP.
Obs.2: prevalece o entendimento de que age por delegação (longa manus).
LC 75/93
MPF
Concorda
Promoção de Juiz Homologa
Arquivamento Federal e arquiva
Não Concorda
Art.6 da LC75/93:
c) Justiça Eleitoral:
MP
Não concorda
PGR/PGJ
Arquivamento STF
2 crimes:
Tráfico e Tráfico
Homicídio
Art.7º Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a
economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do
respectivo inquérito policial.
Recurso de Ofício:
Concede HC
Concede reabilitação art. 716 CPP
Arquiva Inquérito policial no crime de economia popular
Absolve nos crimes contra a saúde pública e não recebe revisão criminal
(art.625, §3º).
Defesa preliminar:
Lei 9.099
Crimes Funcionais
Crimes de competência originária dos tribunais (8.038)
Lei de Drogas.
Instrumento:
Habeas corpus, desde que haja risco a liberdade de locomoção. Deve haver
risco de pena privativa de liberdade.
Caso não haja risco a liberdade de locomoção cabe MS.
Ex.1 Porte de drogas não cabe HC, pois é punido com multa. A multa não pode
ser convertida em prisão, sendo assim, não cabe HC. Vide Súmula 693 STF.
Súmula 693
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A
PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.
Competência do HC:
Depende da autoridade coatora. Se quem determinou a instauração do
inquérito policial for:
Autoridade Policial: Juiz de 1ª instância.
Requisição do MP: Tribunal de Justiça (este promotor originariamente é
julgado pelo TJ, o HC tem que julgar no TJ, pois pode haver abuso de
autoridade por parte do Promotor).
Requisição do MPDFT: TRF da 1ª região.
Súmula 234
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
No STF: está em andamento o julgamento no STF RE 593.727.
Aula 05
AÇÃO PENAL
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
Art. 814 CC. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a
quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
B. Legitimidade Passiva:
Recai sobre o provável autor do fato delituoso com mais de 18 anos (menor de
18 são penalmente inimputáveis).
Necessidade
Subdivide-se em 3 trinômios: Adequação
Utilidade
Súmula 693
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA,
OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA
PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.
Sendo assim, não cabe HC no caso do art.28 da Lei de Drogas, pois não permite
penas privativas de liberdade.
25/05/2005 12/10/08
art.155, caput – pena de 1 a 4 anos Vista dos autos do Inquérito do MP.
Menor de 21
Súmula 438
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena
hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
Ex. O STF decidiu que para haver justa causa para o crime de assédio sexual
não basta o simples depoimento da vítima para iniciar a persecução penal,
carecendo de outro lastro probatório para iniciá-la.
4) Condições:
4.1) Condição de Procedibilidade:
Conceito: é sinônimo de condição da ação. Funciona como uma condição
necessária para o início do processo. Significa que o processo não começou
sendo necessária esta condição para que ocorra a persecução penal.
Ex. Crimes sexuais dependem de representação - Art.125 CPP.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a
ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias,
sob pena de decadência.
Súmula 608
NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA
INCONDICIONADA.
Depois da Lei 12.015/09 não houve menção a este crime. Assim, aplica-se a
regra: ação penal pública condicionada a representação.
Ex.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Atenção! Nem sempre a ação penal está expressa no tipo, mas estão previstas
no final do capítulo daquele crime.
Em regra o crime de furto, é de ação penal incondicionada. Entretanto é
condicionada à representação nos casos do art.182 CP.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante
violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos
comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não
autorizado do dispositivo invadido:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o
crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.”
Ex.1: Decreto-Lei 201/67: art.2º, §2º - Se o MP Estadual não fizer nada poderá
ser requerido providências ao Procurador Geral da República.
Atenção! Apesar de ser utilizado este exemplo, a maioria da doutrina conclui
que este dispositivo não foi recepcionado pela CF/88.
Primeiro porque ele atenta contra os MP’s estaduais, pois o PGR é chefe do
MPU e não dos Estados,
Segundo porque não está previsto no art.129 CF.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra êle a
autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a
designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
Não se pode admitir que o juiz inicie uma ação de ofício, pois isso comprometeria
a sua imparcialidade.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por
meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
Atenção! O juiz pode conceder ordem de HC de ofício dentro de sua
competência, pois é uma ação que visa a proteção da liberdade de locomoção.
Art.654, §2º CPP:
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando
no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Atenção! O Promotor é obrigado a oferecer a denúncia, mas não é obrigado a
pedir a condenação do acusado. Ainda assim, o juiz pode condenar o acusado.
Vide Art.385 CPP:
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o
Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma
tenha sido alegada.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá
a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput, durante o
período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver
incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes do
recebimento da denúncia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada
senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento.
Aula 07
ii) Renúncia:
É o ato unilateral e voluntário por meio do qual o legitimado ao exercício da
ação penal privada abre mão do seu direito de queixa. Trata-se de causa
extintiva da punibilidade nas hipóteses da ação penal exclusivamente
privada ou privada personalíssima.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante
legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito)
anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Renúncia tácita: prática de ato que revela a incompatibilidade com a vontade
de exercer o direito de queixa. Art.104 CP
Ex. convidar o acusado para ser seu padrinho de casamento.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o
Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma
tenha sido alegada.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não
por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois
a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
Penal).
Formas de disposição:
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a
queixa será arquivada.
(se for ação penal privada subsidiária da pública, o perdão do querelante não
extingue a punibilidade)
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; (perdão do
ofendido)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. (perdão judicial)
Art. 121 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Renúncia Perdão
Início do processo Trânsito em julgado
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
c) Perempção:
Perempção: é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal
privada em virtude da negligência do querelante, com a conseqüente extinção
da punibilidade nos crimes de ação penal exclusivamente privada ou privada
personalíssima.
Trata-se de uma sanção ao querelado, uma causa extintiva da punibilidade que
não se aplica a ação penal privada subsidiária da pública.
Art.60 CPP
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
Obs.1: prevalece o entendimento de que o querelante deve ser intimado para apresentar eventual
justificativa para o abandono do processo.
Obs.2: a contagem do prazo de 30 dias deve ser contínua, ou seja, não é suficiente uma paralisação,
p.ex, de 10 e depois de 20 dias.
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-
lo, ressalvado o disposto no art. 36;
Obs.1: não há necessidade de intimação de cada um dos sucessores.
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
Obs.1: a ausência do querelante a audiência de conciliação nos crimes contra a honra não é causa de
perempção, mas sim demonstração inequívoca de desinteresse na reconciliação.
Obs.2: ao contrário da ação penal pública, na qual é possível a condenação do acusado mesmo diante
de pedido absolutório do MP, quando se tratar de ação penal exclusivamente privada ou privada
personalíssima, o pedido de absolvição formulado pelo querelante é causa de perempção.
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério
Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos
se estenderá.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia,
efeito em relação ao que o recusar
7) Representação do Ofendido:
7.1) Conceito:
É a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que
possui interesse na persecução penal do fato delituoso.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob
pena de decadência.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser
exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal
D) Morte da Vítima:
Art.24, § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito
de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado
pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
1. Cônjuge
2. Ascendente
3. Descendente
4. Irmão
Art.36 CPP
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em
seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto,
qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Obs.4: o sucessor terá direito ao prazo decadencial restante, prazo este que irá
começar a fluir a partir do conhecimento a autoria
Art.25 CPP:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Aula 08
Atenção! Cuidado com o nome “requisição”, pois ela dá a entender que é uma
ordem, mas isso não é verdade. Requisição não é sinônimo de ordem, pois o
MP continua sendo o titular da ação penal pública (ele não é obrigado a
denunciar).
A requisição não está sujeita a decadência, mas o crime está sujeito à
prescrição.
(A representação por sua vez tem prazo decadencial de 6 meses).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Prazo: MP tem que apresentar denúncia em 15 dias réu preso; 30 dias réu solto
a partir da vista do MP
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal
subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 82
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização
assemblear.
Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o representante do
Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá
oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Poderes do MP:
i) Opinar pela rejeição da queixa crime subsidiária se presente uma das
hipóteses do art. 395.
ii) Aditar a queixa crime: como esta ação continua sendo pública, o MP
pode aditar a queixa não só para incluir coautores e partícipes, como
também para acrescentar novos fatos delituosos.
iii) Intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova
e interpor recurso.
iv) Repudiar a queixa crime subsidiária, hipótese em que é obrigado a
oferecer uma denúncia substitutiva.
Denúncia substitutiva: Mesmo estando a queixa subsidiária que apresenta
perfeitas condições, o MP tem a obrigação de apresentar uma denúncia em seu
lugar.
10.1) Habeas Corpus: pode ser impetrado por qualquer pessoa, seja ela física/
jurídica, capaz/incapaz).
Atenção! Não é uma ação penal condenatória. Trata-se de uma ação
vocacionada a proteção da liberdade de locomoção.
Obs. Não é uma ação condenatória, pois não é uma denúncia (termo usado de
uma maneira vulgar), mas uma mera noticia criminis. É uma infração político-
administrativa, ou seja, não é um crime. Ex. impeachment; impedir que sujeito
concorra a alguns cargos, etc.
Racismo (Lei 7.716/89, art.20): trata-se de uma oposição indistinta a toda uma
raça, cor, etnia, religião, ou procedência nacional.
RHC 19166
Tratou de um passageiro brasileiro e 2 comissários norte-americanos. Eles
falaram “amanhã vou acordar, jovem, bonito, sendo americano. Você vai acordar
como um safado, pobre e brasileiro”. O STF entendeu que pelo teor do que foi
dito tratou-se de crime de racismo.
Assim, há 2 hipóteses:
Ação Penal Privada – Servidor público é o titular
Ação Penal Pública Condicionada a representação – MP é titular
15) Ação Penal nos crimes de lesão leve e culposa praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher. (Lei 11.340/06).
O Art.41 da Lei 11.340 manda não aplicar aos juizados os crimes de violência
doméstica.
Entretanto o art.16 se contrapõe ao art.41, sendo este muito claro que não se
aplica a lei 9.099/95 nos casos de crimes de violência doméstica. Sendo assim,
não se aplica o art.88 da Lei 9.099/95 aos crimes da Lei Maria da Penha.
Exceção: Exceções:
a) Vítima Pobre. a) Vítima menor de 18 anos ou
Pública condicionada à pessoa vulnerável:
representação, mesmo se houvesse Ação Penal Pública Incondicionada.
defensoria pública.
Súmula 608
NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA
INCONDICIONADA.
Aula 09
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor
do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao
Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
Simultaneus Processus
É possível ter um mesmo processo com 2 peças acusatórias?
R. Sim. Quando há a junção de uma denúncia ou queixa quando há
conexão/contineênica.
Ex. denúncia (MP) + queixa (querelante)
(ação penal pública) (ação penal privada)
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o
Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma
tenha sido alegada.
Imputação Criminal: é a atribuição a alguém da prática de determinada infração
penal.
O defensor, ao ler a denúncia, toma conhecimento do fato delituoso cuja autoria
é atribuído a ele.
B) Qualificação do acusado:
Regra: Prenome, nome, naturalidade, data de nascimento do acusado, filiação,
endereço, CPF, RG. É colocar dados capazes de individualizar a pessoa para
evitar homônimos.
Exceção:O CPP diz que se não houver a qualificação do acusado, diz o CPP
que a denúncia poderia ser oferecida com a indicação de esclarecimentos pelos
quais fosse possível a identificação do acusado. Vide Art.41 CPP. Trata-se de
uma hipótese excepcionalíssima, porque no plano fático fazer a denúncia com
apenas estes elementos, é muito difícil identificá-lo.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e,
quando necessário, o rol das testemunhas.
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
C) Classificação do Crime:
É a indicação do dispositivo legal que descreve o fato delituoso praticado pelo
agente. Não basta dizer o nome do crime. Tem que indicar também o dispositivo
legal.
Ex. CP; art.121, §2º, II c/c art.14,II.
D) Rol de testemunhas:
Atenção! O rol de testemunhas não inclui a vítima.
O rol de testemunhas não se trata de requisito obrigatório, pois há crimes em
que não há necessidade de oitiva de testemunhas. Ex. crimes tributários, etc.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas
partes.
E) Redação em vernáculo.
Art.784, §1º CPP
F) Razões de Convicção:
Incumbe ao acusador apontar os elementos informativos e as provas
antecipadas, não repetíveis e cautelares responsáveis pela formação de sua
convicção.
A denúncia tem que ser afirmativa: “ o acusado subtraiu o relógio”.
Tem que descrever o fato criminoso e apontar o lastro probatório: “testemunha
X falou que subtraiu...”
Procuração da Queixa-Crime:
Procuração da queixa-crime com Poderes Especiais deve indicar:
Nome do querelado
Menção ao fato delituoso (basta haver uma indicação do tipo
penal – STJ, RE 5.478).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do
instrumento do mandato o nome do querelante (querelado) e a menção do fato criminoso, salvo quando
tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
O art.44 CPP na verdade fala sobre o querelado e apenas uma menção ao fato
delituoso.
Obs. Doutrina majoritária entende que eventuais vícios da procuração podem
ser sanados a qualquer momento, mesmo após o decurso do prazo
decadencial. Vide Art.568 CPP.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais.
Entretanto, o Código não fala do prazo para a queixa. Assim, se esse prazo vale
para a denúncia, este mesmo prazo é usado na queixa com o réu solto. Quando
o réu está solto a queixa deve ser apresentada dentro do prazo decadencial.
Preso Solto
Denúncia (CPP) 5 dias 15 dias
Queixa-Crime 5 dias 6 meses (prazo
decadencial)
Drogas (Lei 11.343/06) 10 dias 10 dias
CPPM (art.79) 5 dias 15 dias
+ 5 dias + 15
10 dias +15
até 45 dias
O CPPM prevê, diferentemente do CPP, prevê que o prazo pode ser prorrogado:
ao dobro e ao triplo em casos excepcionais se o acusado estiver solto
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo
retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo
de serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos.
Ex. encontro um cotinthiano com um rolex de 170 mil. Denuncio ele por roubo ou
receptação.
Segundo os tribunais superiores, essa denúncia não é admitida, pois viola a
ampla defesa. Segundo Ada, isso dificulta a defesa do acusado, pois este não
saberia do que se defender.
Aula 10
PROVAS:
I) Conceito:
é o direito de não ser declarado culpado senão mediante sentença condenatória
transitado em julgado após o devido processo legal no qual o acusado tenha se
utilizado de todos os meios de prova pertinentes para a sua defesa (ampla
defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela
acusação (contraditório).
A Constituição Federal por sua vez é mais ampla, pois o limite temporal é até o
trânsito em julgado de sentença condenatória.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
III) Regras:
A) Regra probatória:
Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus de comprovar a culpabilidade do
acusado além de qualquer dúvida razoável, e não do acusado em provar sua
inocência.
Ex. Lei 11.343, art.33, §4º: Tráfico privilegiado (a pena pode chegar a 1 ano e 8
meses). A acusação tem que provar que o acusado não faz jus a causa de
diminuição no tráfico.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide
Resolução nº 5, de 2012)
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se organização criminosa a associação, de 3 (três) ou mais
pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes
cuja pena máxima seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional.
Logo, em caso de dúvida razoável o acusado deve ser absolvido. Daqui decorre
a regra de julgamento do in dubio pro reo.
B) Regra de Tratamento:
A regra é a permanência do acusado em liberdade. Eventual restrição à
liberdade de locomoção pode ser determinada apenas em situações
excepcionais, desde que demonstrada a necessidade da medida (art.282,I,
CPP).
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 637 do CPP. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo
recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da sentença.
§ 2º do art.27 da Lei 8.038/90 - Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo.
Atenção! MP e Magistratura
Não há incompatibilidade no fato de o juiz, na sentença, ter condenado o réu ao regime inicial
semiaberto e, ao mesmo tempo, ter mantido sua prisão cautelar.
Se ainda persistem os motivos que ensejaram a prisão cautelar (no caso, o risco de fuga), o réu
deverá ser mantido preso mesmo que já tenha sido condenado ao regime inicial semiaberto.
Deve ser adotada, no entanto, a seguinte providência: o condenado permanecerá preso, porém,
ficará recolhido e seguirá as regras do regime prisional imposto na sentença. Em outras
palavras, o réu, enquanto aguarda seu recurso preso, deverá receber o tratamento dispensado
aos condenados ao regime semiaberto.
STJ. 5ª Turma. HC 289.636-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 20/5/2014. Inf. 540 STJ.
Caso concreto:
João e mais outras três pessoas foram presas em flagrante e denunciadas pela prática dos delitos
previstos no art. 334, § 1º, “c” e “d” e art. 288, ambos do Código Penal.
A pena do art. 334 é de 1 a 4 anos.
A reprimenda imposta ao art. 288 é de 1 a 3 anos.
Liberdade provisória
João interpôs um pedido de liberdade provisória, tendo o juiz indeferido o benefício e mantido
a prisão cautelar.
A discussão sobre a liberdade do réu chegou até o STJ.
Decisão do STJ
A 5ª Turma do STJ decidiu conceder a liberdade ao acusado.
Para a Corte, é ilegal a manutenção da prisão provisória na hipótese em que seja plausível
antever que o início do cumprimento da pena, em caso de eventual condenação, será feita em
regime menos rigoroso que o fechado.
No caso concreto, o STJ vislumbrou que, se o réu for condenado, ele não o será no regime
fechado. Logo, por essa razão, não deveria responder o processo preso.
Conforme afirmou o Ministro, a prisão provisória é providência excepcional no Estado
Democrático de Direito, só sendo justificável quando atendidos os critérios de adequação,
necessidade e proporcionalidade.
Dessa forma, para a imposição da medida, é necessário demonstrar concretamente a presença
dos requisitos autorizadores da preventiva (art. 312 do CPP) — representados pelo fumus
comissi delicti e pelo periculum libertatis — e, além disso, não pode a referida medida ser mais
grave que a própria sanção a ser possivelmente aplicada na hipótese de condenação do acusado.
É o que se defende com a aplicação do princípio da homogeneidade, corolário do princípio da
proporcionalidade, não sendo razoável manter o acusado preso em regime mais rigoroso do que
aquele que eventualmente lhe será imposto quando da condenação.
STJ. 5ª Turma. HC 182.750-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/5/2013 (Info 523).
Súmula 716
ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO IMEDIATA DE
REGIME MENOS SEVERO NELA DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA.
Súmula 717
NÃO IMPEDE A PROGRESSÃO DE REGIME DE EXECUÇÃO DA PENA, FIXADA EM SENTENÇA NÃO
TRANSITADA EM JULGADO, O FATO DE O RÉU SE ENCONTRAR EM PRISÃO ESPECIAL.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
Ex. um irmão “A” assumiu a culpa de um crime cometido pelo irmão B”. Enquanto
o “B” dava depoimento como testemunha, admitiu que era culpa sua o crime.
Assim, ele foi advertido que poderia permanecer em silêncio.
a) Direito ao silêncio.
Direito de permanecer calado.
Art.186 e 198 CPP.
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado
será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não
responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo
da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação
do convencimento do juiz.
A doutrina é unânime ao afirmar que o art. 198 CPP parte final não foi
recepcionado pela CF.
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Para Renato, apesar de mentir não ser crime, trata-se de uma conduta antiética
e não admitida em lei. Assim, não é um direito do acusado mentir.
Aula 11
Esta prova invasiva está protegida pelo Princípio do Nero Tenedur se Detegere
(o acusado não é obrigado a produzi-la contra a sua vontade).
STJ: HC 149.146: exame de raio X seria uma prova incriminadora não invasiva.
Ex. pessoas (chamadas de “mulas”) transportando drogas no estômago. Este
exame é imprescindível para salvar as pessoas que estão fazendo este
transporte.
Redação original do Redação dada pela Lei Redação dada pela Lei
art. 306 da Lei 9.503 nº11.705/2008 – antiga 12.760/12 – nova lei
lei seca. seca.
Art. 306. Conduzir veículo automotor, Art. 306. Conduzir veículo Art. 306. Conduzir veículo
na via pública, sob a influência de automotor, na via pública, estando automotor com capacidade
álcool ou substância de efeitos com concentração de álcool por litro psicomotora alterada em razão da
análogos, expondo a dano potencial de sangue igual ou superior a 6 (seis) influência de álcool ou de outra
a incolumidade de outrem: decigramas, ou sob a influência de substância psicoativa que determine
qualquer outra substância psicoativa dependência: (Redação dada
que determine dependência: pela Lei nº 12.760, de 2012)
(Redação dada pela Lei nº 11.705,
de 2008) Regulamento
A própria constituição não admite provas obtidas por meios ilícitos. Visa
preservar direitos e garantias fundamentais.
Ex. se a constituição veda a tortura, ela deve prever meios para tal.
Fator de dissuasão de práticas probatórias policiais. Ex. autorização judicial para
interceptação.
Direito à prova não tem natureza absoluta. A polícia e promotoria é compelida a
observar requisitos legais para a produção de provas.
1.3.1- Distinção entre provas ilícitas (provas obtidas por meios ilícitos) e
ilegítimas:
Provas obtidas por meios ilícitos Provas obtidas por meios ilegítimos
Prova produzida mediante violação de Produzida mediante violação de regras de
normas de direito material. direito processual.
Ex. confissão mediante tortura; Ex. Art.479 CPP – impede a prova surpresa
interrogatório duro são provas ilícitas. no dia do julgamento. Tem que ser juntada
3 dias úteis antes, caso contrário haverá
nulidade do julgamento pela leitura de
documento no Júri que não havia sido
juntado no referido prazo.
Momento: em regra, é obtida em momento Momento: é produzida dentro do processo.
anterior ou concomitante ao processo, mas Trata-se na verdade de um fenômeno
externamente a este. endoprocessual.
Ex. invasão de casa sem autorização. Ex. Art.203 CPP – falso testemunho
Consequência: reconhecida a ilicitude da Consequência: como se trata de prova
prova, surge o direito de exclusão obtida mediante violação a regra de direito
(exclusionary rules) com o consequente processual deve ser declarada a nulidade
desentranhamento da prova. (Teoria das Nulidades). Deve ser declarada
art.157, §3ºCPP – deve haver uma decisão a nulidade absoluta ou relativa da prova
declaratória da inadmissibilidade da prova. ilegítima.
Pode ser que o recurso seja feita por uma Ex. exibir no plenário documento sem 3 dias
decisão interlocutória - RESE (o ideal é de antecedência – nulidade absoluta.
que o juiz decida o mais cedo possível o
desentranhamento da prova ilícita) Art. 581, Ex. art.159 CPP – perícia realizada por
XIII CPP – aqui há uma interpretação apenas 1 perito não oficial – nulidade relativa
extensiva para aplicar o RESE neste (deve ser arguida oportunamente e
contexto. devidamente comprovada).
Sentença: se a ilicitude da prova for Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias
conhecida na sentença, o recurso será serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690,
apreciado na apelação. Art.593 §4º - de 2008)
Princípio da Unirrecorribilidade das
decisões, mesmo que se queira impugnar Ex. a incompetência do juízo que autorizou a
apenas parte da sentença. produção da prova contamina também esta,
que não pode produzir efeitos.
É sempre possível ainda os remédios do
HC (acusado) e MS (MP).
O direito líquido e certo do MP é o direito à
prova que é um desdobramento lógico ao
direito de ação.
Art.157,§3º: preclusa a decisão (quando
não houver mais recurso), a prova outrora
desentranhada será destruída, salvo nas
seguintes hipóteses (professor Antônio
magalhães Filho):
Quando se tratar de objeto lícito
pertencente a alguém.
Ex. carta.
Quando esta prova ilícita constituir o
corpo de delito em relação àquele
responsável por sua produção.
Ex. busca pessoal (art.249 CPP) com
constrangimento de policial corrupta que
escondia dinheiro na calcinha. A gravação
da ação não será destruída, pois pode
consistir nas provas da prática de
constrangimento ilegal, abuso de
autoridade.
Art.479 CPP
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto
que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à
outra parte. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art.203 CPP
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e
Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão,
lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações
com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
Art.157, §3ºCPP.
§ 3o Preclusa (quando não houver mais recurso) a decisão de desentranhamento da prova
declarada inadmissível, esta será inutilizada (destruída) por decisão judicial, facultado às partes
acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art.249 CPP
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo
da diligência.
Conceito de prova ilícita por derivação: são os meio probatórios que, não
obstante produzidos validamente em momento posterior, encontram-se afetados
pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite em virtude do nexo
causal.
Essa Teoria é adotada pelo STF há muito tempo (desde 1996). HC 74530
A Lei 11.690/08 trouxe a novidade de que esta Teoria foi positivada no art.157,
§1º, do CPP.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo
de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
Aula 12.1
STJ: HC 52.995 – julgado que diz respeito a uma quebra ilegal de sigilo bancário
de uma pessoa havia morrido. O herdeiro teve acesso aos dados sem
autorização. Entretanto, como era o único herdeiro, ele inevitavelmente teria
acesso àquelas informações.
Grande parte da doutrina sustenta que essa Teoria passou a constar do art.157,
§2º, alterado pela Lei 11.690/08.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
Importante!!!
Os dados obtidos pela Receita Federal mediante requisição direta às instituições
bancárias em sede de processo administrativo tributário sem prévia autorização
judicial NÃO podem ser utilizados no processo penal, sobretudo para dar base à ação
penal.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.361.174-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 3/6/2014 (Info
543).
Não confunda:
Segundo o STJ, os dados obtidos pela Receita Federal com fundamento
no art. 6º da LC 105/2001, mediante requisição direta às instituições
bancárias (sem autorização judicial) podem ser utilizados contra o
contribuinte?
• Em processo administrativo fiscal: SIM.
• Em processo penal: NÃO.
Assim, para o STJ o Fisco pode requisitar, sem autorização judicial, informações
bancárias das instituições financeiras para fins de constituição de créditos
tributários. Contudo, tais informações obtidas pelo Fisco não podem ser
enviadas ao MP para servirem de base para a propositura de uma ação penal,
salvo quando houver autorização judicial, sob pena de configurar quebra de
sigilo bancário.
RESUMO ATUAL:
QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições
financeiras?
POLÍCIA NÃO (depende de autorização judicial).
Essa Teoria surgiu no direito norte-americano como Purged Taint no caso Wong
Sun V. US (1963): caso em que o indivíduo A foi preso ilegalmente e levou à
prisão de B, que por sua vez levou à prisão de C.
Teoricamente, a prisão de B e C foram também ilegais por derivação. Entretanto,
no caso concreto, o indivíduo C, após ser colocado em liberdade, decide
voluntariamente confessar a prática delituosa assistido por advogado. Assim, a
Suprema Corte Americana decidiu que a confissão afastou essa contaminação,
pelo menos quanto ao C.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Obs. Apesar de o §1º não fazer referência expressa à limitação da tinta diluída,
como dispositivo faz menção à ausência de nexo de causalidade entre a prova
ilícita originária e a prova subsequente, parte da doutrina entende que daí pode
se extrair a referida teoria.
b) Interceptação Telefônica.
Por força da CF e da Lei 9.296/96 só é possível a interceptação telefônica para
crimes punidos com reclusão. Art.2º,III da Lei de Interceptação:
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
2) ÔNUS DA PROVA:
Espécies de ônus da prova:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e
§ 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua
existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Vantagem dele é que ele traz segurança, mas impossibilita o juiz a análise do
caso concreto. Ex. confissão de crime falsa.
O CPP não adota este sistema, em regra.
Exceções:
a) Art.155, p.ú, CPP.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Ex. prova-se que o sujeito é casado com certidão de casamento.
Ex. prova que a pessoa é menor de idade se dá através da certidão de
nascimento.
Ex. prova de morte por certidão de óbito. Art. 62 CPP.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
Súmula 74 STJ
Súmula 74
PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO REU REQUER PROVA POR
DOCUMENTO HABIL
b) Art.158 CPP
Prova pericial ao exame de corpo de delito.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
CF, art.93, IX
CPP, art. 155, caput
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova,
e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre
ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar
como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável.
Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
CPP.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz,
fundado no exame das provas em conjunto.
4) TERMINOLOGIA DA PROVA:
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser
reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com
ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de
intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou
em plenário de julgamento.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
5.2. Exame de corpo de delito: é uma análise feita por pessoas com
conhecimentos técnicos ou científicos sobre os vestígios deixados
pela infração penal, seja par fins de comprovação da materialidade do
crime, seja para fins de comprovação da autoria;
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou
a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade
policial ao juiz competente.
§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo,
se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.
5.3. Momento para a juntada do laudo pericial: laudo pericial é uma peça
técnica realizada pelos perito (oficiais ou não).
Em regra, o laudo pericial não funciona como condição de procedibilidade (não
é preciso do laudo pericial para dar início ao processo). Logo, pode ser juntado
durante o curso do processo, desde que, 10 dias antes da audiência una de
instrução e julgamento.
Ex. os laudos periciais tendem a demorar muito a serem confeccionados por falta
de estrutura para tal. Assim, o promotor não precisa esperar que este fique
pronto para oferecer a denúncia, podendo ser juntado no curso do processo.
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal (e documental) poderá suprir-lhe a falta.
5.6) Casuística:
a) Discussão do furto qualificado pelo rompimento de obstáculo.
Ex. grade em janela ou porta foi arrombada.
Em regra, há necessidade de exame pericial para que os peritos possam atestar
que o obstáculo teria sido rompido e que este era exterior a coisa e tinha o
objetivo de proteger a coisa roubada.
5.7) Peritos:
Perito é um auxiliar do juízo dotado de conhecimentos técnicos ou científicos
sobre determinada área do conhecimento humano, que tem a função estatal de
realizar exames periciais, fornecendo dados capazes de auxiliar o magistrado
por ocasião da sentença. Ele deve ser imparcial e pode sofrer as mesmas causas
de suspeição e impedimento eu o juiz.
Art.275 e 280 CPP.
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador
de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Se não houver perito oficial, as perícias deverão ser realizadas por 2 peritos não
oficiais (é chamado erroneamente de “perito leigo”, pois ele tem formação e
conhecimento sobre a matéria – melhor usar perito não oficial). Art.159, §1º
CPP
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
O perito não oficial tem que prestar compromisso, mas jurisprudência e doutrina
entendem que a sua ausência não produz qualquer nulidade.
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Perito oficial: 1
Perito não oficial: 2
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Súmulas 361 STF – esta súmula está ultrapassada e deveria ser lida como “um
só perito não oficial
Súmula 361
NO PROCESSO PENAL, É NULO O EXAME REALIZADO POR UM SÓ PERITO (não oficial), CONSIDERANDO-SE
IMPEDIDO O QUE TIVER FUNCIONADO, ANTERIORMENTE, NA DILIGÊNCIA DE APREENSÃO.
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou
ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
6) INTERROGATÓRIO JUDICIAL:
6.1) Conceito:
Interrogatório judicial é o ato processual por meio do qual o juiz ouve o acusado
sobre a sua pessoa e sobre a imputação que lhe é feita.
Ele permite o contato entre o juiz e o acusado.
Defesa técnica/processual:
é aquela exercida por profissional da advocacia.
Ela é irrenunciável. O promotor não pode se defender, porque não é
advogado. Caso seja o acusado um advogado, ele pode fazer a sua
própria defesa.
(em alguns países é possível que o próprio acusado exerça a sua defesa
técnica).
Nos EUA a própria pessoa pode exercer a sua defesa técnica, mesmo que o
acusado não seja advogado.
Art.261 CPP
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Súmula 707
CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMAÇÃO DO DENUNCIADO PARA OFERECER CONTRA-RAZÕES AO
RECURSO INTERPOSTO DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA, NÃO A SUPRINDO A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR
DATIVO.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará
a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar
do termo, assim como os motivos que a determinaram. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
** Nesse ponto, o plenário do STF (AP 528 AGR/DF) entendeu que se deve
observar a mesma sistemática do CPP. (Renato entende que isso é absurdo,
pois o procedimento especial está previsto em lei. Além disso no procedimento
originário nos tribunais são para pessoas graúdas, além de gerar enorme
insegurança jurídica quando feita a alteração de procedimento por
jurisprudência. Diante disso, Renato sugere fazer o interrogatório no início e
perguntar se o acusado quer fazer outro interrogatório ao final. Diante disso, 99%
se recusa e deve-se fazer o registro dessa recusa para evitar futura anulação).
No procedimento previsto na Lei n. 8.038/90 não é necessário que seja aplicada, por
analogia, a fase de absolvição sumária estabelecida no art. 397 do CPP. Isso porque o
rito previsto nessa lei especial já traz a previsão do denunciado apresentar uma
resposta preliminar e a possibilidade do Tribunal julgar improcedente a acusação
antes mesmo da ação penal se iniciar.
Dessa forma, o art. 4º da Lei n. 8.038/1990 tem a mesma finalidade e substitui a
absolvição sumária do art. 397 do CPP.
Não é cabível, em se tratando de ação penal originária (Lei n. 8.038/1990), que seja
assegurado ao acusado citado para a apresentação da defesa prévia prevista no art.
8º da Lei n. 8.038/1990 o direito de se manifestar nos moldes preconizados no art.
396-A do CPP, com posterior deliberação acerca de absolvição sumária prevista no
art. 397 do CPP.
STJ. Corte Especial. AgRg na APN 697-RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em
3/10/2012.
STF. 2ª Turma. HC 116653/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 18/2/2014.
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal,
será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
a) Histórico:
Uma lei paulista (Lei 11. 819/05) passou a prever o interrogatório por vídeo
conferência. Por ser lei estadual, o STF (HC 90.900) reconheceu a sua
inconstitucionalidade formal (CF 88, art. 22,I).
Depois surge a lei federal 11.900/09 que introduziu o interrogatório por
videoconferência no processo penal, constando do art. 185, §§ 2º e 3º, do CPP.
Esta lei possui aplicabilidade imediata, pois é de natureza processual.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá
realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma
das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela
Lei nº 11.900, de 2009)
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para
seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; Ex. grande distância
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível
colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei
nº 11.900, de 2009)
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. Ex. ataques do PCC (Incluído pela Lei nº 11.900,
de 2009)
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão
intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema
tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os
arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
7) DECLARAÇÕES DO OFENDIDO:
7.1) Conceito:
É a vítima do crime que funciona para esclarecer a verdade dos fatos
apresentando as suas impressões.
7.2) Comparecimento:
Se o ofendido devidamente convocado não comparece a respectiva audiência
caberá a condução coercitiva.
Por sua vez, se o crime é de ação privada a ausência do ofendido ocasiona a
perempção (art.60 CPP) e a respectiva extinção da punibilidade (art.107, CP).
8) PROVA TESTEMUNHAL:
8.1) Conceito:
Testemunha é a pessoa desinteressada que presta declaração sobre fato
pretérito apresentando assim as suas impressões sensoriais.
8.2) Restrições:
Regra geral: ser testemunha é um dever em regra extensível a todos para
colaborar na administração da justiça.
Exceções:
a. Parentes do réu.
Obs. o rol de pessoas apresentado no art.206 do CPP nos traz aqueles que
poderão em razão da proximidade com o réu se recusar a funcionar como
testemunha já que as relações familiares são mais importantes do que o
compromisso coma administração da justiça.
Atenção! Os parentes do réu, entretanto, estarão obrigados a figurar como
testemunha quando forem o único meio de prova. Todavia, não serão
compromissados a dizer a verdade.
Atenção! Os parentes da vítima não de submetem a esta prerrogativa,
funcionando regularmente como testemunha e assumindo compromisso de dizer
a verdade.
b. Proibições:
O art.207 do CPP impõe proibições a um núcleo de atividades para que
funcionem como testemunha, ou seja, as pessoas que desempenham ofício,
profissão, ministério ou função. Ex. advogados, médicos, padres. Neste caso, se
o interessado autorizar a pessoa impedida, se quiser, poderá funcionar como
testemunha. Neste caso haverá o compromisso de dizer a verdade
8.5) Procedimento:
a) Dizer a verdade.
Ela tem o dever de dizer a verdade não podendo ainda calar a verdade ou negar
a verdade, sob pena de responsabilidade criminal por falso testemunho (art.342
CP).
b) Comparecer.
A ausência injustificada da testemunha ocasiona as seguintes consequências:
Condução coercitiva;
Pagamento de multa (que não está atualizada monetariamente);
Pagamento das custas da diligência;
Responsabilidade criminal por desobediência.
No prazo de 1 ano, que é contado da data em que a testemunha foi ouvida, ela
deve informar qualquer alteração de endereço sob pena de ser considerada
testemunha faltante.
8.5.2) Incomunicabilidade:
As testemunhas serão ouvidas individualmente de modo que umas não poderão
acompanhar o depoimento das outras, sob pena de nulidade do processo.
Além disso, será reservada uma sala para acomodar as testemunhas de forma
a ser preservada a incomunicabilidade.
8.5.3) Oralidade:
Prevalece a palavra falada, mas nada impede que a testemunha consulte
apontamentos. Devemos destacar as seguintes situações especiais:
Surdo e/ou mudo: neste caso o depoimento será adaptado a
necessidade especial do depoente.
Estrangeiro: neste caso, o depoimento é realizado por meio de intérprete,
salvo segundo a jurisprudência quando a língua é muito próxima a nossa.
Ex. português de Portugal, castelhano etc.
Prerrogativa funcional: as autoridades apontadas no §1º do art.221 CPP
em razão da importância do cargo prestam testemunho por escrito.
B) Enfermidade ou velhice:
Se a testemunha é enferma ou idosa tendo dificuldade de locomoção será ouvida
onde estiver
b. Funcionário Público:
Ele será intimado pessoalmente, mas o chefe da repartição também será
comunicado para que tome providências em homenagem ao princípio da
continuidade do serviço público.
c. Militar
O militar será requisitado ao seu superior em respeito a hierarquia militar.
8.5.6) Estrutura:
iv. Perguntas:
Atenção! Atualmente o sistema presidencialista de perguntas foi ordinariamente
superado e as partes perguntarão diretamente a testemunha na seguinte
estrutura:
As primeiras perguntas serão arroladas pela parte que arrolou a testemunha; em
segundo lugar, a parte contrária e ao final o juiz poderá fazer perguntas
complementares.
Direito de o réu acompanhar os atos processuais. Conclusões:
Desse modo, podemos dizer que o acusado tem direito de acompanhar, dentro da sala de
audiência, todos os atos de instrução processual, com duas exceções:
1º) O réu não poderá assistir o interrogatório do corréu (art. 191 do CPP). Nesse caso, ele terá
que ficar fora da sala e não poderá acompanhar o depoimento nem mesmo por
videoconferência.
2º) O réu poderá ser retirado da sala de audiência durante o depoimento da vítima ou das
testemunhas se o juiz verificar que a sua presença poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento (art. 217). Nesse caso, o réu ficará fora da sala, mas poderá acompanhar os
depoimentos por meio de videoconferência.
Em ambos os casos, o advogado do réu deverá permanecer na sala de audiência e acompanhar
o ato processual praticado, salvo se o acusado for advogado e estiver atuando em causa própria.
Nesse caso, ele não poderá permanecer na sala de audiência, sendo-lhe facultado constituir
outro advogado para representar juridicamente seus interesses no ato.
Obs. Filtro judicial: o juiz pode vetar eventualmente pergunta da parte que seja
impertinente, que já tenha sido respondida ou que possa induzir a resposta.
COMPETÊNCIA CRIMINAL:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Ex.1: Lei 9.299/96 (Lei Rambo – surgiu quando policial com este apelido atirou
contra moradores de um bairro). Esta lei retirou da justiça militar a competência
para o julgamento de crimes dolosos contra a vida praticados por militares
contra civis, ainda que em serviço serão julgados pela justiça comum (tribunal
do júri); crimes julgados em razão de chacina no Carandiru.
Em 1994/1995 – Justiça militar jugava na 1ª instância 98 processos de policiais
de crimes dolosos contra a vida.
Na 2ª instância (TJM/SP) tem 38 processos nesse sentido.
Surgindo a lei 9.299/96 determina o deslocamento para a justiça comum, sendo
os processos de 1ª instância para o tribunal do Júri. O problema é da 2ª instância.
Se os processos da 2ª instância (TJM) for apreciado pelo TJ/SP estará havendo
violação de competência recursal.
Obs. Para alguns doutrinadores (ADA, Tourinho, Badaró), o juiz natural é o juiz
a época do crime. Assim, pouco interessa se surgir uma lei nova.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão
processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
3) Competência:
Competência: é a medida e o limite da jurisdição dentro dos quais o órgão
jurisdicional pode aplicar o direito objetivo.
A jurisdição é una (é uma função do Estado), ou seja, tecnicamente é errado
falar de justiça federal, eleitoral, trabalhista, etc. Entretanto, esta divisão é falada
porque não é possível que um único juiz seja competente para todas as matérias.
Desta forma, o que se estuda é a divisão da competência.
d) Competência funcional:
Nesse caso a competência é fixada de acordo com as funções desempenhadas
por órgãos jurisdicionais diversos. Ela subdivide-se em 3:
Art.69 CPP
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I - o lugar da infração:
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função
Lembrar:
Comarca – justiça estadual
Seção Judiciária/ subseção judiciária – justiça federal
Lei 11.340 art. 14 (Lei Maria da Penha) – este artigo se lido literalmente dá a
entender que isso é um Juizado Especial Criminal, o que é um equívoco. Sendo
assim, ele deve ser lido em conjunto com o art.41.
Art. 14. Os Juizados (Vara) de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária
com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Importante!!!
A Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1ª fase do procedimento do júri seja
realizada na Vara de Violência Doméstica em caso de crimes dolosos contra a vida
praticados no contexto de violência doméstica. Não haverá usurpação da competência
constitucional do júri.
Apenas o julgamento propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no
Tribunal do Júri.
STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014.
Competência da justiça:
Art.5º, LXI
Crime propriamente militar. (neste
caso a prisão pode ser feita mesmo
sem for em flagrante ou com ordem
escrita de autoridade).
Acusado: Acusado:
A justiça militar da União julga Apenas os militares dos Estados (à
qualquer pessoa: militares e civis. época do delito):
O STF/STJ tem adotado uma Policia Militar
interpretação restritiva em relação Bombeiro
aos processos de crimes cometidos Policiais rodoviários estaduais
por civis na justiça militar. A justiça criminal militar não pode
STF: civil só pode ser julgado pela julgar civis.
justiça militar em tempos de paz, se
evidenciado o interesse de atingir as 2 critérios:
forças armadas em sua destinação i) Ratione materiae (crimes
constitucional. militares)
ii) Ratione personae
Critério: (cometidos por militares
Ratione materiae estaduais
(não interessa a pessoa do acusado)
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
Atenção! não prevê o julgamento das ações judiciais contra atos disciplinares
militares.
B) Competência Criminal:
Para julgar os crimes militares definidos em lei. A lei que define os crimes
militares é o CPM (código penal militar).
Súmula 172 STJ – abuso de autoridade não é crime previsto no CPM, logo, não
é crime militar e deve ser julgado na justiça comum.
COMPETE A JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE,
AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO.
Ex. aborto cometido em um hospital militar por um médico militar com uma
gestante militar. No CPM não há crime de aborto, então não é crime penal militar.
Art. 205 (homicídio simples) Julgado
Geralmente o CPM prevê os crimes antigos do CP. Ex. homicídio, peculato, etc.
Essas leis especiais novas não estão previstas no CPM. Ex. tortura em quartel
praticado por sargento é crime comum; transmissão de fotos de pedofilia por
oficial militar em quartel é crime comum.
Art.5º, LXI
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
Crime propriamente militar: é aquele que só pode ser praticado por militar, pois
consiste na violação de deveres restritos do militar.
Ex. deserção (art.187) – é quando militar se ausenta por mais de 8 dias. Assim,
militar é o único que pode responder por este crime. (O STF já decidiu há muito
tempo atrás que os civis podem responder por este crime, mas Renato disse que
é uma decisão equivocada).
C) Acusado:
A justiça militar da União julga qualquer pessoa: militares e civis.
O STF/STJ tem adotado uma interpretação restritiva em relação aos processos
de crimes cometidos por civis na justiça militar.
Apesar da Constituição autorizar isso, os tribunais entendem que o civil só será
julgado pela justiça militar se evidenciado o seu interesse de atentar contra as
forças armadas em sua destinação constitucional.
Ex. civis invadiram um quartel do exército para pegar armamentos – justiça
militar da União.
Ex. crimes culposos praticados pelas forças armadas por civil é julgado pela
justiça comum.
STF HC 86216 – acidente em viaduto onde o motorista jogou um caminhão
militar para fora. Como foi acidente culposo e não estava evidenciado que o
motorista tinha interesse de afetar as forças armadas. O STF entendeu que o
caso deveria ser julgado na justiça comum.
STF: civil só pode ser julgado pela justiça militar em tempos de paz, se
evidenciado o interesse de atingir as forças armadas em sua destinação
constitucional.
D) Competência Cível:
Atenção! A justiça militar da União não tem competência cível. Ex. revisão de
proventos militares é julgado pela justiça comum.
E) Órgão Jurisdicional:
O órgão jurisdicional competente para julgar é o Conselho de Justiça. (1 juiz
auditor + 4 militares oficiais de posto mais elevado que o acusado).
Juízo ad quem: STM
Atenção! O STM só é competente para a Justiça Militar da União.
Julga crimes militares dos Estados + ações judiciais contra atos disciplinares
militares.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
B) Competência Criminal:
É a mesma coisa da justiça militar da União.
C) Acusado:
Apenas os militares dos Estados (à época do delito):
Policia Militar
Bombeiro
Policiais rodoviários estaduais.
Cuidado: o guarda civil metropolitano não são militares estaduais, assim não
podem ser julgados pela justiça militar estadual.
Sendo assim, caso haja concurso de pessoas, sendo um militar e outro não, os
processos tem que ser separados. Vide Súmula 53 STJ
Súmula 53
COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CIVIL ACUSADO DE PRATICA DE CRIME
CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS.
D) Competência Cível:
Por força da EC 45/2004, a justiça militar estadual, ao contrário da justiça militar
federal, possui competência cível de ações contra atos disciplinares.
STF RE 338.840 - o HC não pode analisar o mérito (ex. para falar que a
decisão foi muito severa), mas a legalidade sim (ex. competência, duração da
sanção disciplinar).
E) Órgão Jurisdicional:
Conselhos de Justiça: dos demais crimes militares, desde que não cometidos
contra civis.
b) Crime doloso contra a vida praticado por militar contra civis: até a lei
9.299/96 era crime da competência da justiça militar. Essa lei levou esses
crimes para o Tribunal do Júri (o júri pode ser estadual ou federal).
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art.144 CF
A) Crimes políticos
Estão previstos na lei 7.170/83. O crime além de estar previsto nesta lei deve
também ter sido praticado com motivação política.
O art.30 da lei mencionada não foi recepcionada pela CF/88, pois prevê que os
crimes políticos serão julgados pela justiça militar.
Da sentença condenatória de crime político o recurso cabível é o ROC (recurso
ordinário constitucional) para o STF.
B) Crimes praticados em detrimento de:
Bens União
Obs. Para que a competência seja da justiça federal sempre deverá haver uma
lesão direta (imediata). Súmula 107 do STJ.
Súmula 107
COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO
MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIARIAS,
QUANDO NÃO OCORRENTE LESÃO A AUTARQUIA FEDERAL.
Ex.2) roubo cometido contra casa lotérica: trata-se de pessoa jurídica de direito
privado permissionária de serviço público, competência da justiça estadual.
Ex.7) Crime de dano cometido contra bens tombados: se o bem tiver sido
tombado por um Estado ou por um Município, a competência será da justiça
estadual; se o bem foi tombado pela União, cabendo ao IPHAN (instituto do
patrimônio histórico artístico nacional) sua fiscalização, a competência será da
justiça federal.
Súmula 208
COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR PREFEITO MUNICIPAL POR DESVIO DE VERBA SUJEITA
A PRESTAÇÃO DE CONTAS PERANTE ORGÃO FEDERAL.
Súmula 209
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR PREFEITO POR DESVIO DE VERBA TRANSFERIDA E
INCORPORADA AO PATRIMONIO MUNICIPAL.
Súmula 73
A UTILIZAÇÃO DE PAPEL MOEDA GROSSEIRAMENTE FALSIFICADO CONFIGURA, EM TESE, O CRIME DE
ESTELIONATO, DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
Ex. crime praticado contra dirigente sindical. Ele não é considerado funcionário
público federal, então julga na justiça estadual.
Regras:
1- Em se tratando de crime de falsificação, a competência será
determinada de acordo com o órgão responsável pela confecção do
documento.
Ex. crime de moeda falsa é julgado pela justiça federal, porque é a casa da
moeda (instituição federal) que emite moeda.
Ex. falsificação de CPF a competência da justiça federal, pois quem emite é a
Secretaria da Receita federal.
Ex. carteira nacional de habilitação é emitida pelo detran, logo é de competência
da justiça estadual.
Súmulas importantes:
TFR (precedeu o STJ) – Súmula 31
Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de
conclusão de curso de 1º e 2º Graus, desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a
falsidade não seja de assinatura de funcionário federal.
Súmula 62 STJ –
Súmula 62
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIME DE FALSA ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE
TRABALHO E PREVIDENCIA SOCIAL, ATRIBUIDO A EMPRESA PRIVADA.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Há casos em que a falsa anotação atenta contra interesse do INSS e outros não.
Ex.a) Sujeito faz anotação falsa na carteira de trabalho para comprovar antiga
experiência e conseguir um emprego. Não atenta contra o INSS.
Ex.b) mãe faz falsa anotação na carteira do filho falecido que nunca contribuiu
para receber pensão por morte. Neste caso atenta contra o INSS
E) Execução Penal:
Depende da natureza do estabelecimento prisional
Atualmente, a transferência de presos é um grande problema. Antes não havia
presídios federais e as pessoas cumpriam pena nos presídios estaduais.
Atualmente há presídios federais em Mossoró RN, Campo Grande MS, Porto
velho RO, Catanduvas PR.
Pergunta: o sujeito foi transferido para a justiça federal. Quem vai julgar os
incidentes da execução? R. Súmula 192 STJ. A súmula deixa claro que o juízo
da execução define o presídio em que o sujeito cumprirá a pena.
Súmula 192
COMPETE AO JUIZO DAS EXECUÇÕES PENAIS DO ESTADO A EXECUÇÃO DAS PENAS IMPOSTAS A
SENTENCIADOS PELA JUSTIÇA FEDERAL, MILITAR OU ELEITORAL, QUANDO RECOLHIDOS A
ESTABELECIMENTOS SUJEITOS A ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL.
F) Contravenções penais.
Não são julgadas pela justiça federal de 1ª instância, nem mesmo se cometidas
em detrimento da União ou se praticadas em conexão com crime federal.
Art.109, IV CF
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Súmula 38 STJ
Súmula 38
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL COMUM, NA VIGENCIA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988, O PROCESSO POR
CONTRAVENÇÃO PENAL, AINDA QUE PRATICADA EM DETRIMENTO DE BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA
UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.
Requisitos cumulativos:
a) Crime previsto em tratado ou convenção internacional +
b) Internacionalidade territorial do resultado em relação à conduta delituosa.
Há 2 casos de IDC:
i) Caso do assassinato da irmã Doroty Stein. O STJ negou o
deslocamento da competência, por entender que o 2º requisito não foi
cumprido.
ii) 1º caso em que o STJ deferiu o deslocamento. Tratou do caso do
julgamento de um assassinato de um advogado que denunciava
grupos armados na Paraíba.
Legitimidade: PGR
Competência: STJ
Ex. Art.203 CP – patroa fala que empregada não tem direito a carteira de
trabalho. É caso da competência da justiça estadual.
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Ex. Art. 207 CP – o crime precisa ser feito contra um grupo de trabalhadores,
logo é da competência da justiça federal. RHC18242.
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;
Súmula 498
COMPETE À JUSTIÇA DOS ESTADOS, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, O PROCESSO E O JULGAMENTO DOS
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR.
iv. Lei 8.137/90 – em relação aos crimes tributários, como a lei nada diz
acerca da competência, esta deve ser fixada de acordo com a natureza
do tributo sonegado.
Assim, se o tributo for federal, competência federal. Ex. IR
Se a competência do tributo for de natureza estadual, competência estadual.
Ex. IPVA.
Art. 106. Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no
espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas.
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição
física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes
regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a
competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; (Redação dada pela
Lei nº 263, de 23.2.1948)
O duplo grau de jurisdição visa impedir que uma pessoa seja julgada por apenas
um julgador. Como no foro por prerrogativa de função há um órgão colegiado,
ele não é necessário.
Ex. Fulano foi processado por crime e um juiz singular (cidadão comum) estava
julgando. Ele foi eleito deputado federal e o STF passa a julgar este crime.
Passados 4 anos ele não é reeleito e o juiz singular volta a julgá-lo. Nenhum
destes atos é considerado inválido, pelo Princípio do tempus regit actum.
V. Regra da Contemporaneidade:
Se o crime for cometido durante o exercício funcional e estiver relacionado
ao exercício das funções, deve ser mantida a competência por prerrogativa
de função, ainda que o agente não mais esteja no exercício das funções.
Esta regra não é mais utilizada pelos tribunais superiores.
Ex. Deputado federal pratica o crime de corrupção passiva. Ele não é reeleito,
ele é ex-deputado. De acordo com a regra da contemporaneidade pouco
interessa que ele seja ex-deputado, devendo ele ser julgado pelo Supremo;
Entretanto ela não é mais aplicada – Súmula 394 STF
Súmula 394
COMETIDO O CRIME DURANTE O EXERCÍCIO FUNCIONAL, PREVALECE A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, AINDA QUE O INQUÉRITO OU A AÇÃO PENAL SEJAM INICIADOS APÓS A
CESSAÇÃO DAQUELE EXERCÍCIO (CANCELADA).
Apesar da tentativa absurda supracitada, essa Lei foi atacada por meio de uma
ação direta e o STF na ADI2797 declarou a inconstitucionalidade destes 2
parágrafos, sob os seguintes argumentos:
O legislador ordinário não poderia contrariar a orientação do Supremo e fazer
uma interpretação autêntica, sendo que o STF já decidiu de forma diversa.
Súmula 396 STF.
Súmula 396
PARA A AÇÃO PENAL POR OFENSA À HONRA, SENDO ADMISSÍVEL A EXCEÇÃO DA VERDADE QUANTO AO
DESEMPENHO DE FUNÇÃO PÚBLICA, PREVALECE A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO, AINDA QUE JÁ TENHA CESSADO O EXERCÍCIO FUNCIONAL DO OFENDIDO.
Apesar desta súmula não ter sido expressamente revogada, ela foi revogada
tacitamente.
Ex. caso do Promotor Tales que matou 2 pessoas. Ele como promotor foi julgado
pelo tribunal de justiça (art. 96,III CF)
VIII. Hipóteses de concurso de agentes: nesse caso, desde que não se trate
de crime doloso contra a vida, é possível a reunião dos feitos perante o
tribunal de maior graduação, mas esta reunião não é obrigatória.
Se for crime doloso contra a vida haverá a separação de processos, sendo que
o tribunal competente é o tribunal do júri para este.
Prefeitos: depende de qual crime ele cometeu. Vide Súmula 702 STF
Crime estadual (comum/doloso contra a vida): TJ é competente
Crime federal: TRF
Crime eleitoral: TRE
Crime Militar da União: STM
Súmula 702
A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR PREFEITOS RESTRINGE-SE AOS CRIMES DE
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
CABERÁ AO RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU.
Obs. A competência ratione funcionae e funcioal pode ser estabelecida pela CF,
CE e Lei ordinária federal ou estadual, respeitado o âmbito de aplicabilidade.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Homicídio doloso.
Ex. Em Betim eu atirei e a vítima morre em Belo Horizonte indo para hospital.
Em regra, deveria ser competente o juiz do resultado, qual seja Belo Horizonte.
Entretanto, os tribunais consolidaram o entendimento que prevalece o local da
conduta por 2 razões:
Questões probatórias: é muito mais fácil produzir as provas no local da
ação.
Política Criminal: se este crime fosse julgado em Belo Horizonte, poucos
saberiam que isso aconteceu. Interessa muito mais onde se deu o crime.
Crime cometido no estrangeiro:
A competência é da justiça estadual.
Art.88 CPP
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da
Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será
competente o juízo da Capital da República.
Ex. sujeito morou em Rio Preto por último – será julgado pela justiça estadual de
São Paulo.
Ex. sujeito nunca morou no Brasil – será julgado na capital federal – Brasília.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Se consuma no local da obtenção da vantagem ilícita – Súmula 48 STJ
Súmula 48
COMPETE AO JUIZO DO LOCAL DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILICITA PROCESSAR E JULGAR CRIME DE
ESTELIONATO COMETIDO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE
Art.73 CPP:
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Aula 13
PRISÃO
NOVA PRISÃO CAUTELAR
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas
ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao
fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado
tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira
quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e
houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de
2011).
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de
2011).
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de
2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 320. A prisão decretada na jurisdição cível será executada pela autoridade policial a quem forem
remetidos os respectivos mandados.
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
Ex. juiz não pode decretar uma prisão temporária de 2 anos. Ela conta com
alguns julgados dos tribunais superiores. STF HC 94.147; STJ HC 114.734
Ex. briga de torcida organizada. Geralmente gera crimes de dano e de lesão
corporal leve. Todo dia que tiver jogo, a pessoa tem que comparecer à delegacia
durante a partida.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver
risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
2.2) Jurisdicionalidade:
Exceção: há uma medida cautelar que pode ser aplicada por uma outra
autoridade: a FIANÇA também pode ser concedida pela autoridade policial, mas
apenas nos casos de prisão em flagrante.
Art.282, §2º.
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando
no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art.311 CPP
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art.251 CPP
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos
respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
Aula 14
Esta parte inicial é mal redigida, pois toda medida cautelar tem como
característica básica a urgência.
Não há uma ordem entre estas possibilidades, pautando-se pelo caso concreto.
Caso o magistrado entenda que a prisão preventiva seja a medida de rigor, ele
pode aplica-la diretamente sem passar antes pelas outras.
Ex. Art.219 CPP – neste caso, se a testemunha faltar ela pode ser
responsabilizada por crime de desobediência, pois a lei trouxe esta previsão.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do
processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação
dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Ex2: Gutemberg foi intimado para testemunhar em uma ação penal, tendo, no entanto,
sem justificativa, deixado de comparecer ao ato processual. Gutemberg cometeu o crime
de desobediência. O CPP determina que o juiz poderá aplicar multa e condená-lo a pagar
as custas da diligência, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência (art.
219). Assim, a Lei (no caso, o CPP) prevê punições civis,
ressalvando, no entanto, que elas poderão ser aplicadas juntamente com a condenação
criminal.
Ex3: Cleôncio foi intimado para testemunhar em uma ação de indenização por danos
morais, tendo, no entanto, sem justificativa, deixado de comparecer ao ato processual.
Cleôncio não cometeu o crime de desobediência. O CPC prevê que a testemunha faltosa
será conduzida coercitivamente e condenada a pagar as despesas do adiamento do ato (art.
412). Contudo, a Lei (no caso, o CPC) não prevê a possibilidade de tais sanções cíveis
serem aplicadas juntamente com a punição pelo crime de desobediência.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Ex. alguém está sendo investigado pelo crime de ameaça. A ameaça tem uma
pena que varia de 1 a 6 meses. O juiz determina a proibição de manter contato
com pessoa determinada (art.319,III CPP).
Para aplicar uma medida cautelar diversa da prisão, basta haver uma pena
privativa de liberdade.
1ªc) a prisão preventiva só poderá ser decretada se observado o art. 313 CPP.
Assim, neste caso concreto, não poderia haver prisão preventiva (concurso de
defensoria – posição minoritária).
Art.282, §5º.
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada
pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
Art. 1º.
As unidades do Poder Judiciário e do Ministério Público, com competência em matéria criminal infracional
e de execução penal, implantarão mecanismos que permitam, com periodicidade mínima anual, a revisão
da legalidade da manutenção das prisões provisórias e definitivas, das medidas de segurança e das
internações de adolescentes em conflito com a lei.
§1º.Para dar cumprimento ao disposto no caput os Tribunais e as Procuradorias do Ministério Público
poderão promover ações integradas, com a participação da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados
do Brasil, dos órgãos de administração penitenciária e de segurança pública, das instituições de ensino e
outras eventuais entidades com atuação correlata.
§2º. Para auxiliar o trabalho de revisão, os Tribunais e Procuradorias poderão criar grupos de trabalho
compostos por juízes e membros do Ministério Público, que terão competência e atribuição em todo o
Estado ou região, e por servidores em número compatível com a quantidade de processos
2.7) Recursos Cabíveis ou Adequados:
Atenção! Este RESE não pode ser interposto por autoridade policial. Entretanto
querelante, MP, assistente da acusação podem interpor o RESE.
Este RESE não é dotado de efeito suspensivo. Mesmo que interponha este
RESE, a decisão não será suspensa. Assim, o sujeito que teve a prisão revogada
ele estará livre.
Assim, em uma prova colocar que entra com RESE e de maneira concomitante
com um MS para ter efeito suspensivo.
b) Em favor do acusado: HC
HC mesmo em se tratando de medida cautelar diversa da prisão, pois há um
risco potencial a liberdade de locomoção.
Se a medida decretada tiver sido uma medida cautelar diversa (ex.
comparecimento periódico em juízo) aplica-se HC também, pois esta também é
uma restrição à liberdade de locomoção.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
2011)
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1 o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas
de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão
do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo
órgão competente do sistema de educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional
poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de
execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1 o deste artigo.(Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011)
Ex. sujeito usou monitoramento eletrônico por 5 anos como medida cautelar. É
possível detrair a pena?
1ªc) não é possível a detração por ausência de previsão legal. STF HC81886
2ªc) (posição minoritária da doutrina) diante do silêncio da lei, a detração pode
ser feita utilizando critério semelhante à remição. Esta corrente trabalha com
ideia de isonomia/justiça, pois seria injusto não levar em consideração tempo
que o sujeito que cumpriu medida cautelar imposta durante o curso do processo.
Esse processo de revisão tem que ser compatível
Ex. sujeito ficou 10 anos com monitoramento eletrônico. Para a 1ª corrente, não
pode haver remição. Para a 2ª corrente esta remição pode se dar de maneira
proporcional como a cada 3 dias de monitoramento há remição de
3) Prisão
3.1) Conceito:
É a privação da liberdade de locomoção com recolhimento da pessoa humana
ao cárcere, seja em virtude de flagrante de delito, ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente, seja em face de transgressão militar ou
crime propriamente militar.
Art.5. LXI CF
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
A Lei 11.101/05 – art. 99, prevê a prisão do falido sob um outro prisma.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas,
podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com
fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
O legislador, de maneira sábia, nessa nova lei passou a prever a prisão não
como civil, mas preventiva. Esta prisão preventiva pode ser decretada para
assegurar a eficácia da persecução penal, mas jamais para assegurar o
cumprimento dos deveres do falido.
Prisão do Estrangeiro:
O Estatuto do estrangeiro prevê a prisão em 3 situações distintas. Em caso de:
a) Extradição: STF
b) Expulsão: STF
c) Deportação: é uma medida administrativa, então basta que um juiz federal
decrete.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
Essas prisões podem ser efetuadas mesmo sem prévia autorização judicial ou
flagrante de delito.
Ex. crime de deserção é considerada propriamente militar.
Art.283 CPP
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado
(prisão penal) ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão
preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Aula 15
4) Prisão em flagrante:
4.1) Conceito:
É uma medida de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da
liberdade de locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrância,
a ser executada independentemente de prévia autorização judicial.
Do latim flaglare, significa ardência, incêndio. É situação que demanda solução
urgente, por isso independe tal prisão de autorização judicial.
A própria Constituição autoriza a prisão em flagrante sem prévia autorização
judicial, conforme art.5º LXI CF.
4.2) Espécies:
Art.301 CPP
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.
B- Flagrante facultativo
Aplica-se a qualquer pessoa do povo, que poderá efetuar a prisão em flagrante.
Vale lembrar que promotores e juízes, por exemplo, não têm o dever legal de
efetuar a prisão (só as autoridades policiais)
Há exercício regular de direito na conduta de quem efetua prisão em flagrante
de alguém.
Prevê o art.301 do CPP tanto o flagrante facultativo quanto ao flagrante coercitivo
No iter criminis, é preciso, pelo menos em regra o início dos atos executórios.
Exceto alguns crimes (ex. quadrilha ou bando, petrechos para falsificação de
moeda).
D- Flagrante impróprio/irreal/imperfeito/quase-flagrante.
Art.302,III CPP – é a hipótese mais comum de prisão em flagrante.
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local,
que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou
qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
Súmula 145 STF – Atenção! Não necessariamente é feito pela polícia. Pode ser
feito por particular.
Súmula 145
NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A SUA
CONSUMAÇÃO.
G- Flagrante esperado:
Não há agente provocador (não há indução).
A autoridade policial toma conhecimento da prática de um crime futuro e adota
medidas para efetuar a prisão em flagrante. O flagrante esperado é um flagrante
legal.
Em tese, a pessoa já poderia ser presa por estar em situação de flagrância, mas
se fosse efetuada naquele momento haveria prejuízo de outros elementos
probatórios.
Ex. pessoa transportando drogas em aeroporto já poderia prender o indivíduo.
Mas polícia não prende de imediato, esperando ver outros envolvidos
I- Flagrante forjado/fabricado/urgido/maquinado:
É a hipótese de um flagrante ilegal. A autoridade policial ou particulares criam
provas de um crime inexistente para legitimar uma prisão em flagrante. Isso
caracteriza abuso de autoridade ou se praticada por um particular é denunciação
caluniosa.
a. Crimes permanentes:
É o crime que a consumação se prolonga no tempo e o agente detém domínio
do fato durante a sua permanência, podendo fazer cessar a conduta.
Ex. sequestro de pessoas em cativeiro.
Art.303 CPP
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar
a permanência.
b. Crime habitual:
Crime é preciso a prática reiterada para caracterizar o crime. Ex. exercício ilegal
da medicina –art.282 CP
d. Crime formal:
É aquele crime em que há um resultado, mas ele não precisa de acontecer para
consumar o crime.
Ex. crime de concussão (art.316) – o recebimento da exigência indevida é mero
exaurimento do crime.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
e. Crime continuado:
CP: art.71
i) Captura do agente:
Situação de flagrância
Emprego da força – art.292 CPP
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada
por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários
para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
testemunhas.
O emprego de força da polícia só pode ser utilizado em legítima defesa.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa
de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
O §1º não está dizendo que a defensoria precisa de acompanhar, mas apenas
encaminhar a cópia é necessária.
Aula 16:
Na redação antiga, não era prevista a comunicação ao MP, mas isso era feito
pela LNMP.
Possibilidades do Magistrado:
I. Relaxamento da prisão legal, com fulcro no art.5º, LXV da CF
CF art.5º, LXV
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
A constituição deixa bem claro que essa medida só pode ser tomada pela
autoridade judiciária.
São 02 as hipóteses de cabimento do relaxamento:
a) Ilegalidade da prisão em flagrante
*Inexistência de situação de flagrância.
*Inobservância das formalidades constitucionais e legais LXII, LXIII, LXIV do
art.5º, CF. Tendo em vista a prisão ser medida extrema ela deve ter estes
requisitos observados.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo,
sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à
oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe
é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso,
com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do
preso à autoridade.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova
da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Esta conversão não pode ser feita de ofício pelo juiz na fase investigatória, sob
pena de violação ao sistema acusatório e a garantia da imparcialidade.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
Andrei Borges de Mendonça defende que esta conversão não precisa ser feita
apenas em prisão preventiva, mas também em prisão temporária, desde que
presentes os pressupostos da Lei 7.960/89.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
Aplicação subsidiária do art.322, §único CPP – como juiz tem 48 horas para
conceder a fiança. A doutrina vem entendendo que para as outras medidas,
dentre elas a convalidação, também seria de 48 horas.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa
de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
A prisão em flagrante tem que ser comunicada ao juiz em até 24 horas após a
captura. Ao receber o APF, o juiz teria 48 horas para convalidar o APF.
Pressupostos: Pressupostos:
Fumus comissi delicti (art.1º, Fumus comissi delicti:
III, Lei 7.960/89. Prova de existência do crime
Periculum libertatis (art.1º, I ou Indícios de autoria.
II da Lei 7.960/89).
Assim, o inciso III deve estar sempre Periculum libertatis:
presente, seja cominado com o inciso Garantia da ordem pública/
I ou III. econômica
Garantia da aplicação da lei penal
Conveniência da instrução criminal
Prazo: Prazo:
O prazo é determinado. Não tem prazo determinado.
De 5 dias prorrogável por mais 5. Não obstante, devem ser observados
Se em crimes hediondos: 30 dias + 30 os prazos previstos em lei para a
dias. prática dos atos processuais, sob
Decorrido o prazo não precisa de pena de excesso de prazo na
alvará de soltura, sendo o preso formação da culpa.
automaticamente libertado, salvo se A jurisprudência entende que o juiz
decretar prisão preventiva com o deve se atentar para cada ato
oferecimento da denúncia, processual.
NÃO pode ser decretada de ofício. Pode ser decretada de ofício na fase
Deve haver requerimento do MP ou processual.
representação da autoridade policial. Na fase investigatória não pode ser
declarada de ofício.
Prisão temporária
1. Previsão legal
A prisão temporária surgiu na Medida Provisória 111 em 1989.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
2ªc) Entretanto, o STF na ADI 162 entendeu que a Lei 7960 não resultou da
medida provisória 111, declarando prejudicado o pedido e constitucional a Lei
7960.
3. Hipóteses de aplicabilidade:
Há um rol taxativo de crimes:
a) art.1º,III da Lei 7960/89.
Não se aplica prisão temporária em crimes contra contravenções
b) Crimes hediondos e equiparados (Lei 8.072/90, art.2º, §4º.
4. Pressupostos:
Fumus comissi delicti (art.1º, III, Lei 7.960/89).
Periculum libertatis (art.1º, I ou II da Lei 7.960/89).
Assim, o inciso III deve estar sempre presente, seja cominado com o inciso I ou
II.
Prisão preventiva
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
(Prova de delegado)
Cabe prisão preventiva durante as investigações de um homicídio
qualificado?
R. Não. A partir que o legislador previu a possibilidade de prisão temporária na
Lei 7.960, Art.1º, a, aplica-se prisão temporária e não preventiva, pois não é
possível 2 prisões cautelares na fase de investigação.
3. Hipóteses de aplicabilidade:
Devem ser observados os pressupostos alternativos dos incisos e p.ú. do
art.313 CPP.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Obs.1: cabível apenas em relação a crimes dolosos;
Obs.2: acusado reincidente em outro crime doloso, salvo se houver o decurso
do lapso temporal de 5 anos da reincidência;
Reincidente é quem tem contra si uma sentença penal condenatória transitado
em julgado (art.63 CP).
Obs.3: a reincidência deverá ser específica em crimes dolosos (ou seja não pode
o crime anterior ser culposo).
Obs.4: nesse caso do inciso II, pouco importa a quantidade de pena cominada
ao delito
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Obs.1: como o dispositivo não estabelece qualquer requisito quanto à infração
penal, esta prisão preventiva pode ser decretada não apenas em relação a
crimes dolosos, mas também em relação a crimes culposos e contravenções
penais, pelo tempo estritamente necessário para a identificação criminal do
preso.
Falta de identificação. Seria a única hipótese de prisão preventiva em crimes
culposos e contravenções penais.
Aula 17
6) Prisão domiciliar:
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular
quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só
podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art.318 Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela
Lei nº 12.258, de 2010)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando
as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Art.312, Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
(art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
O art.310 deve ser lido com o art.314 CPP - eventual descumprimento (não
comparecr aos atos processuais) jamais acarretará a prisão preventiva. Ex. não
é possível prender alguém se ela está amparada pela excludente de ilicitude.
Art.310 Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
Essas suspensões são permitidas e compatíveis com a livre iniciativa, pois não
se pode utilizar da profissão para cometer ilícitos.
Suspensão do pagamento:
Ex. Auditor da receita que foi afastado do cargo por estar contrabandeando
produtos. O pagamento pode ser suspenso?
1ªc) é possível. STJ Resp 413. 398 O pagamento pode ser suspenso, pois isso
seria enriquecimento ilícito e desestímulo aos demais funcionários.
2ªc) (STF) essa suspensão do pagamento não é possível, pois viola a regra de
tratamento que deriva do Principio da Presunção de Inocência. (Renato)
Art.92, I CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)I - a perda de
cargo, função publica ou mandato eletivo, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Publica quando a pena aplicada for superior a quatro anos; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
STF: RE 482.006: se refere a uma lei estadual mineira que previa que se o
funcionário público estivesse respondendo por um processo penal por crime
relativo a suas funções foi declarado inconstitucional por violação ao Princípio
da Presunção de Inocência.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco
de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
O ideal é esperar a conclusão dos peritos, mas muitas vezes isso não é possível.
Ex. sujeito fugiu do manicômio e cometeu crime. Nestes casos, há provas
diversas do exame de sanidade mental (que demora de3 a 4 meses), como
documentos do manicômio.
7.8) Fiança:
Antes da lei 12.403/11: a fiança era apenas uma medida de contracautela
substitutiva da prisão em flagrante.
Art.319, VIII CPP
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Depois da lei 12.403/11: a fiança também poderá ser aplicada como medida
cautelar autônoma para os acusados em liberdade.
A fiança foi colocada dentro do rol das cautelares. Elas podem ser aplicadas não
só como substitutiva, mas também como medidas autônoma.
Ex. sujeito cometeu um crime tributário e desviou 500 milhões. Os juízes arbitram
uma fiança com quantitativo grande.
Fiança é...
- uma caução em dinheiro ou outros bens (garantia real)
- prestada em favor do indiciado ou réu
- para que ele possa responder o inquérito ou o processo em liberdade
- devendo cumprir determinadas obrigações processuais
- sob pena de a fiança ser considerada quebrada
- e ele ser preso cautelarmente.
O delegado pode arbitrar fiança de 650 reais a 65 mil reais, no caso do inciso I.
Art.202 CPP
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código
e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
Quais os critérios que devem ser levados em consideração no momento da fixação do valor?
Para determinar o valor da fiança, a autoridade levará em consideração:
a natureza da infração;
as condições pessoais de fortuna do indiciado/acusado (condições econômicas);
a sua vida pregressa;
as circunstâncias indicativas de sua periculosidade;
o valor provável das custas do processo, até final julgamento.
Valor da Fiança:
Art. 325 CPP Art. 79 CDC
≤ 4 anos – 1 a 100 s.m. 100 a 200 mil X BTN
>4 anos – 10 a 200 s.m.
Juiz poderá: Juiz poderá:
Dispensar fiança Reduzir até a metade de seu valor
Reduzir até 2/3 mínimo
Aumentar até 1000 vezes. Aumentar em até vinte vezes.
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela
Lei nº 12.258, de 2010)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
INTENSIVO II
Aula 01
b) Enquadramento Normativo:
b.1) Quando o tema é meritório é tratado dentro das questões prejudiciais.
b.2) Quando o tema é processual a questão passa a ser denominada por
procedimentos incidentais.
2.1) Conceito:
Questão prejudicial é aquela vinculada ao mérito e que deve ser resolvida para
que o magistrado profira sentença condenando ou absolvendo o réu.
2.3) Características:
a) Anterioridade:
Deve o juiz resolver primeiro a questão prejudicial para só então apreciar a
demanda principal.
b) Essencialidade/Interdependência/Necessariedade:
A prejudicial está diretamente ligada ao cerne da demanda o que importa no
próprio reconhecimento ou não da tipicidade.
c) Autonomia:
A matéria objeto da prejudicial ordinariamente será discutida em processo
autônomo na esfera extrapenal. (arts. 92 e 93, CPP)
2.5) Classificação:
I- Quanto à natureza:
Ex. arguição de exceção da verdade nos crimes contra a honra (ex. crime de
calúnia). Se provar que é verdade o fato será atípico. Ele está diretamente
vinculado ao mérito e será resolvida dentro do próprio juízo criminal.
B) Prejudicial devolutiva:
É aquela que será resolvida perante outro juízo (na esfera extrapenal).
Atenção! Percebe-se que ordinariamente as prejudiciais devolutivas acabam
sendo heterogêneas (pois decididas pelo juízo extrapenal).
Assim:
Prejudicial homogênea – prejudicial não devolutiva
Prejudicial heterogênea – prejudicial devolutiva
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz
repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no
juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da
inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá
a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa
da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para
resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito
cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização
das outras provas de natureza urgente.
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora
não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal
fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria
da acusação ou da defesa.
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público
intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.
A) Prejudicial Total:
É aquela que reconhecida fulmina a caracterização do crime levando à
atipicidade da conduta (arts. 92 e 93 CPP)
Ex. uma vez reconhecida a nulidade do casamento no juízo cível, extirpa
totalmente a discussão do processo, levando a atipicidade.
B) Prejudicial Parcial:
É aquela que atinge as circunstâncias que permeiam o aspecto acidental da
infração sem interferir no âmago da tipificação. Ex. caracterização de causa de
aumento de pena.
a- Conceito:
Segundo Paulo Rangel, prejudicial obrigatória é aquela que diz respeito ao
estado civil das pessoas e sendo séria e fundada importa na necessária
paralização do processo criminal para a sua solução no cível.
b- Pressupostos:
b.1- Existência do crime: ela está ligada a própria existência do crime discutido
no processo penal (tipicidade).
b.2- Controvérsia deve ser séria E fundada.
b.3- Consiste na discussão do estado civil das pessoas. Obs. Estado civil é
entendido em sentido estrito: concerne a discussão do casamento, paternidade,
filiação e idade (STF HC 77.278).
c- Consequências:
c.1- deve o juiz criminal suspender o processo e a prescrição (art. 116,I, CP)
aguardando o trânsito em julgado da sentença cível que resolva a prejudicial.
Aula 02:
Procedimento:
Obs.2: postura do MP: cabe a ele intervir no cível para tutelar o bom andamento
da demanda.
Se a demanda criminal foi deflagrada pelo autor, cabe o MP deflagrar a ação
cível para imprimir celeridade à ação
1. Considerações:
1.1) Conceito: é o procedimento que nos permitirá aferir a higidez mental do
agente, o que tem reflexo não só na futura sanção a ser aplicada (medida de
segurança) como também na própria gestão da persecução penal em razão da
presença do curador.
3) Estrutura:
4.2) Os peritos podem concluir que o indivíduo era imputável à época do fato. O
processo volta a correr sem curador.
4.3) Os peritos concluem que à época do fato era imputável, mas ocorreu
inimputabilidade superveniente. Neste caso o processo continuará suspenso,
mas a prescrição continua correndo.
Obs.1: durante a suspensão do processo, nada impede a produção de provas
urgentes com iminente perecimento.
Obs.2: quanto a internação provisória durante a suspensão, subsistem 02
posições:
1ª posição: para Rômulo Moreira, o §1º do art.152 do CPP não tem respaldo
constitucional, afinal, estaríamos executando provisoriamente a medida de
segurança, o que afronta a presunção de inocência.
2ª posição: para Guilherme Nucci não há ofensa constitucional, afinal a
inimputabilidade exige uma medida imediata de tratamento.
§ 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro
estabelecimento adequado.
EXCEÇÕES
1) Conceito:
É o procedimento incidental que corre apenso ao processo principal para não
tumultuá-lo e onde poderemos discutir a ausência das condições da ação ou
dos pressupostos processuais.
DAS EXCEÇÕES
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
I - suspeição;
II - incompetência de juízo;
III - litispendência;
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada.
Obs. Enquadramento:
A exceção de suspeição/impedimento ou incompatibilidade. Se julgada
procedente será remetida ao substituto legal, logo é uma exceção
dilatória.
A exceção de incompetência. É a remessa ao juiz competente - exceção
dilatória
A exceção de litispendência - peremptória
A exceção de coisa julgada - peremptória
A exceção de ilegitimidade de partes – dilatória ou peremptória.
Se a ilegitimidade é “ad causam” estaremos diante da ausência
de condição da ação e o processo será extinto sem julgamento de mérito, o que
caracteriza uma exceção peremptória.
Por sua vez, se a ilegitimidade é “ad processum” estaremos
diante de pressuposto processual e os atos praticados pelo querelante menor de
18 podem ser ratificados pelo representante legal, o que caracteriza uma
exceção dilatória.
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento
da ação penal.
3) Natureza jurídica das exceções:
Dentro do código, a exceção é um procedimento incidental e a sua natureza é
de direito público subjetivo corolário do Princípio da Ampla Defesa que não se
exaure pela mera apresentação da resposta escrita.
4) Exceção de Suspeição/Impedimento/Incompatibilidade:
4.2) Distinção:
A. Suspeição:
Segundo Hélio Tornaghi, juiz suspeito é aquele que tem predileção por uma das
partes do processo, sendo que Mirabete arremata que este fator é relacionado a
um fato externo ao processo.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles (das partes);
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo,
sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
B) Impedimento:
B.1) Conceito: Segundo Hélio Tornaghi, juiz impedido é aquele que tem
interesse no próprio resultado da demanda e Mirabete conclui que fato gerador
é intrínseco ao próprio processo.
Obs.1: o impedimento ocasiona verdadeira inexistência do processo.
Obs.2: Hipóteses: O nosso legislador apresenta de forma taxativa as hipóteses
de impedimento, destacando-se o art. 252 CPP:
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão;
Importante!!!
Determinado magistrado praticou um fato que se enquadra como crime e infração
disciplinar.
Foram instaurados um PAD e um processo criminal contra o juiz.
O Desembargador que participou do julgamento do PAD que condenou o magistrado
NÃO está impedido de também julgar o processo criminal contra esse juiz.
Essa situação não se enquadra no inciso III do art. 252 do CPP.
STF. 1ª Turma. HC 120017/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/5/2014.
Outro caso:
Determinado fato pode gerar dois processos distintos: uma ACP e uma ação penal.
O juiz que sentencia a ACP não está impedido de julgar também o processo criminal,
não se enquadrando esta situação no art. 252, III, do CPP.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.288.285-SP, Rel. Min. Campos Marques (Desembargador-
convocado do TJ-PR), julgado em 27/11/2012 (Info 510).
Outro caso:
Não se verifica prejuízo na hipótese em que Ministro impedido participa de
julgamento cujo resultado é unânime, pois a subtração do voto desse magistrado
não teria a capacidade de alterar o resultado da votação.
STF. 1ª Turma. HC 116715/SE, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 5/11/2013 (Info 727).
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
C) Incompatibilidade:
C.1) Conceito: ela se caracteriza pela quebra da imparcialidade em razão de
um fato gerador não disciplinado em lei. É o que nos habituamos a chamar de
“suspeição por foro íntimo”.
Ex. juiz amigo íntimo de advogado.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Aula 03
Obs.2: Preclusão:
Se a parte não suscita a suspeição na primeira oportunidade de manifestação
processual, operar-se-á a preclusão. Todavia, segundo Eugênio Pacelli como a
matéria é fato gerador de nulidade absoluta nada impede que ela seja ventilada
em preliminar de futura apelação como consectário do Devido Processo Legal.
I. Juiz Concorda
Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez testemunhas; quando qualquer das partes
oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes.
6) Exceção do MP:
6.1) Conceito:
As hipóteses de suspeição, impedimento ou incompatibilidade dos juízes são
aplicadas no que for pertinente aos membros do MP (art.258, CPP)
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer
das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos
impedimentos dos juízes.
6.2) Procedimento:
a) Arguição por escrito
b) Notificação do Promotor ou Procurador da República.
c) Manifestação em 3 dias com a indicação probatória pertinente.
d) Decisão do juiz (irrecorrível):
o Improcedente: promotor permanece
o Procedente: Remessa ao substituto legal (art.104 CPP)
7.1) Conceito:
De acordo com art.107 CPP, não há exceção de suspeição contra a autoridade
policial. O delegado, detectando o fato gerador, deverá se declarar suspeito.
(colocar isso em prova objetiva)
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão
elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da
justiça, no que Ihes for aplicável.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código
Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da
perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
8.2) Procedimento:
Obs.3: Segundo a doutrina (Auri Lopes Jr.) é de bom tom que o juiz notifique o
agente para manifestação em respeito ao contraditório.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
1) Introdução:
Obs.1: Enquadramento:
Competência Funcional:
Pelo Objeto do Processo (Absoluta)
Pelos graus de Jurisdição (Absoluta)
Fases do Processo (Absoluta)
Súmula 33
A INCOMPETENCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE OFICIO.
1.2) Procedimento:
a) Arguição:
A arguição de exceção de incompetência pode ser feito tanto oralmente como
por escrito.
b) Formação de autos apartados:
Para não tumultuar o andamento do processo principal.
d) Decisão:
Pode ter 2 naturezas:
a. Pela improcedência da exceção.
Neste caso, o processo permanece no mesmo juízo e a exceção é julgada pelo
próprio magistrado que preside o processo principal.
2) Exceção de Ilegitimidade:
2.1) Considerações:
Obs.Enquadramento:
Ilegitimidade ad causam: condição da ação que é fato gerador de nulidade
absoluta.
Ilegitimidade ad processum: Está diante de um pressuposto
processual. Trata-se de fato gerador de nulidade relativa, pois se o
representante legal ratificar os atos praticados com vício de
representação, haverá convalidação. Ex. vício da representação pode
ser ratificado.
2.2) Procedimento:
d) Decisão:
Improcedência da exceção:
O processo será mantido com as mesmas partes.
Procedência da Exceção:
Se a legitimidade é ad causam, o processo é integralmente nulo e será extinto
sem julgamento de mérito. Nada impede que a parte legítima não havendo
prescrição ou decadência, inaugure um novo processo. Ex. o crime é de
persecução pública, e a vítima entrou com a ação.
B. Julgamento da Exceção:
Se Procedente cabe RESE (art. 581,III CPP)
Se for julgada improcedente – não há recurso, mas a matéria pode ser
suscitada em preliminar de futura apelação como fato gerador de nulidade
ou ensejar HC ou MS.
3) Exceção de Litispendência:
3.2) Procedimento:
a. Arguição oral ou por escrito.
b. Formação de autos apartados.
c. Oitiva da parte contrária.
Obs. se MP não for a parte contrária ele é ouvido como custus legis.
Aula 04:
4.1 – Considerações:
Obs.: Diferenciação:
a) Coisa julgada meramente formal: É aquela cuja imutabilidade é adstrita
ao procedimento em que a decisão foi proferida (Imutabilidade
intrínseca).
Conclusões:
a) Crime continuado: Nesta hipótese, se a inicial acusatória abrange
apenas uma parcela das condutas, as demais não estarão acobertadas pela
coisa julgada material, podendo ser objeto de um processo autônomo.
Segundo o STJ, caberá ao juízo das execuções promover a respectiva
adequação (unificação) da pena, após o trânsito em julgado da segunda decisão.
Ex. sujeito pratica 4 apropriações indébitas em continuidade delitiva. O sujeito
foi julgado por 3 das apropriações. Assim, a 4ª conduta pode ser objeto de um
novo processo e no juízo de execução promoverá a adequação da pena após o
trânsito em julgado da 2ª decisão.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690,
de 2008)
Situações especiais:
a. Para o STF, se o réu foi denunciado como autor intelectual de um
homicídio e devidamente absolvido, nada impede uma nova denúncia pelo
mesmo homicídio agora como partícipe da execução, já que os fatos
caracterizadores da conduta são distintos.
b. Havendo concurso de pessoas, se a denúncia contempla parte dos
indivíduos, nada impede que os demais sejam denunciados em outro
processo, pois não estão contemplados na coisa julgada material inerente ao
primeiro processo.
c. Para o STF, no HC 101.131, a sentença que deve preponderar é a que
primeiro transitou em julgado, pouco importando se a segunda decisão, que
ofende a coisa julgada, traz uma sanção mais árida ou mais branda.
a. – Procedimento:
a) Arguição: pode ser oral ou por escrito.
b) Formação de autos apartados;
c) Oitiva da parte contrária:
Atenção! Se a parte contrária não for o MP ele deve ser ouvido como “custus
legis”.
b. – Sistema Recursal:
PROCEDIMENTOS
1- Considerações Iniciais:
Ritos:
Ordinário;
Sumário;
Sumaríssimo
.
a) Procedimento comum:
Escolha do
rito no Antes da reforma Depois da reforma
processo
comum
Aplicado aos crimes Aplicado aos crimes
apenados com reclusão. com pena ≥ 4 anos (igual ou
Ordinário superior), pouco importando se
de reclusão ou detenção.
Aplicado aos crimes Aplicado às infrações
Sumário apenados com detenção. com pena < 4 anos (inferior).
Aplicado aos crimes com pena de até 2 anos e para as
Sumaríssimo contravenções penais (pouco importa a quantidade de pena
aplicada à contravenção). Critério híbrido!
Obs2: No Estatuto do Idoso aplicamos o rito sumaríssimo aos crimes com pena
máxima de até 4 anos. Todavia, se a infração tem pena máxima superior a 2
anos, não são cabíveis os institutos benéficos da lei dos Juizados como
composição civil e transação penal (art. 94 da Lei 10. 741/03).
Obs1: os seus requisitos estão capitulados no art. 41 do CPP e ela deve estar
lastreada pelos indícios de autoria e da materialidade.
Aula 05:
(continuação do juízo negativo de admissibilidade)
Conclusões atuais: após a reforma promovida pela lei 11.719/08, tal distinção
perdeu o sentido, já que o art. 395 CPP apresenta apenas fundamentos
processuais e os antigos fundamentos de mérito como a atipicidade e a
extinção da punibilidade (revogação do art.43 CPP) devem ser resolvidos pela
ausência de interesse de agir (Rômulo Moreira – aplicação do art. 395,II CPP)
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 43. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;(Revogado pela Lei nº 11.719, de
2008).
III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação
penal.(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Nos casos do no III, a rejeição da denúncia ou queixa não obstará ao exercício da
ação penal, desde que promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.(Revogado pela Lei nº 11.719,
de 2008).
Súmula 707
CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMAÇÃO DO DENUNCIADO PARA OFERECER CONTRA-RAZÕES AO
RECURSO INTERPOSTO DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA, NÃO A SUPRINDO A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR
DATIVO.
Consequência:
Início do processo.
O mero suspeito vira réu.
Interrupção da prescrição.
Fixar a prevenção.
Natureza Jurídica:
I. Doutrina: para Aury Lopes Jr. este ato se caracteriza como verdadeiro
interlocutório simples, demandando motivação.
II. STF e STJ: para os tribunais superiores o ato é feito por mero
despacho dispensando-se a motivação o que significa dizer que é
admitido o recebimento implícito da inicial.
Sistema Recursal:
Não há previsão de recurso. A defesa pode impetrar HC com a finalidade de
trancar o processo (trata-se de um despacho com força decisória segundo STF
e STJ, o que é uma criação absurda).
c) Citação:
É o ato de comunicação processual que informa ao réu que o processo começou
e o convoca a apresentar defesa.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o
interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-
la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito,
no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas,
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o
juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
Situações especiais onde o interrogatório está localizado no processo:
CPPM
Tráfico de Drogas (57, Lei 11.343)
Procedimentos originários dos tribunais (art.7º da Lei 8.038/90).
Filtro jurisprudencial: segundo o STF (AP528), nos procedimentos originários, o
interrogatório deve ser realocado para o último ato de instrução, respeitando-se
a ampla defesa por força do Princípio da Adequação ou da Adaptabilidade
procedimental.
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Modalidades de Citação:
I. Citação Pessoal/ Real: É conhecida como a citação real realizada por
oficial de justiça.
II. Citação por Edital/ Ficta: é conhecida por citação ficta.
III. Citação por Hora Certa: é ficta.
Obs.2: Não haverá citação por AR nem mesmo no âmbito dos juizados especiais
criminais. (os JEC admitem intimação por AR).
I) Citação Pessoal/ Real:
Conceito: é aquela cumprida por oficial de justiça que vai até o réu e promove a
leitura do mandado com a entrega da contrafé.
Obs. Situações especiais:
Pessoa Jurídica é citada por intermédio de seu representante legal.
Os inimputáveis serão citados por intermédio de seu curador.
Requisitos:
a. Extrínsecos: dizem respeito ao procedimento para concretização do ato.
Art.357 CPP.
Leitura do Mandado com a entrega da contrafé
Certificação do Oficial com a constatação do aceite ou da recusa do réu.
Obs: em que pese o art. 217, CPC, a citação penal será realizada em qualquer
dia e horário respeitando-se a inviolabilidade domiciliar.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de
lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá
o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
Citação do Militar:
Para os militares da ativa (art. 280 CPPM) a citação se efetiva por meio dos seu
superior hierárquico (art. 358, CPP) não só por respeito a hierarquia como
também em razão da inviolabilidade do quartel (Guilherme Nucci).
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.
Citação do Funcionário Público:
Conceito: o funcionário público será citado pessoalmente e o seu superior deve
ser informado se eventualmente o funcionário precisar se ausentar (art.359 CPP)
respeitando-se o princípio da continuidade do serviço público.
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada
das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no
art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Obs: o art. 222-A que trata das rogatórias para oitiva de testemunha não se
aplica ao ato citatório.
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua
imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. (Incluído pela Lei nº 11.900, de
2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Conceito: a citação por edital se caracteriza por uma citação ficta por publicação
do texto informativo judicialmente selecionado no diário oficial ou no átrio do
fórum.
Obs. segundo o STF pela sua Súmula 366, não há nulidade se a publicação não
transcreve a inicial acusatória sua obrigatória ou artigo de lei que caracteriza o
delito.
Obs. Não há citação editalícia nos juizados especiais criminais.
Hipóteses que autorizam a citação por edital:
Acusado em local incerto e não sabido
Atenção! Para o STF a citação por edital é considerada a última ratio e o
magistrado deve esgotar as diligências na expectativa de encontrar o agente.
HC 88 548.
Requisitos:
Comparecimento do oficial por 3 vezes no endereço designado na inicial.
Suspeita de ocultação do réu para não ser citado.
Conceito: É a peça que vai resistir aos termos da inicial acusatória trazendo
todos os argumentos fáticos e jurídicos dentro da estratégia defensiva
alimentando assim a esperança de que o mérito da causa seja julgado
antecipadamente por meio da absolvição sumária (art. 396 e 396-A, CPP)
Capacidade postulatória: esta peça deve ser subscrita por advogado sob pena
de nulidade absoluta do processo (súmula 523 STF).
Conteúdo:
Projeção vertical: a defesa pode optar por uma peça profunda com
apontamento doutrinário e jurisprudencial ou por uma peça rasa a depender da
respectiva estratégia (se o juiz não costuma julgar antecipadamente o mérito é
melhor apresentar uma peça rasa).
Edital:
Obs.: regra de transição:
Antes da Lei 9271/96 Após a Lei 9271/96
Se o réu citado por edital não se Se o réu citado por edital não se
defendesse era decretada a revelia e defendesse, o juiz irá suspender o
o processo seguia com a nomeação processo e suspender a prescrição.
de advogado dativo.
Art. 366. O processo seguirá à revelia do acusado Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
que, citado inicialmente ou intimado para qualquer ato do comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos
processo, deixar de comparecer sem motivo justificado. o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o
juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no
art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Súmula 415
O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código
Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Exceção:
Decisão que declara ou denega a extinção da punibilidade caberá RESE de
acordo com o VIII, IX do art.581 CPP.
Conclusão: é o que chamamos de decisão “pro et contra” no processo penal,
pois ela é cabível tanto na concessão quanto na denegação da absolvição
sumária.
OBS.1: Prazo de 60 dias, pouco importa se o réu está preso ou solto. (art. 400
CPP)
Conclusões:
a. o prazo é impróprio, todavia o excesso desmedido ocasiona a ilegalidade
da prisão que deve ser relaxada.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
DEBATES ORAIS:
A acusação desfruta de 20 minutos prorrogáveis por + 10 minutos, se o juiz
permitir.
Obs. Assistente de acusação: fala por 10 minutos improrrogáveis.
O tempo do assistente será acrescido ao tempo primário de fala do advogado.
Base principiológica:
A. Princípio da Oralidade:
Conceito: atualmente a reforma do procedimento comum ordinário nos permite
dizer que a oralidade permeia substancialmente a sua estrutura com o
predomínio da palavra falada como já ocorria nos juizados e no plenário do júri.
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Obs. a identidade física encontra verdadeira mitigação no art. 132 CPC e convive
harmonicamente com a produção probatória por precatório ou por vídeo
conferência. STJ HC 135.456.
Obs. de acordo com o art.3º, III da Lei 8.038/90 em razão da alteração legislativa
promovida pela lei 12.019/09 os tribunais poderão convocar magistrados que
terão competência para instruir as ações originárias e esta previsão deve ser
acomodada com o Princípio da Identidade Física funcionando como verdadeira
mitigação.
Aula 06
TRIBUNAL DO JÚRI
1- Considerações:
1.1- Origem Mundial:
Magna Carta 1215 + Revolução Francesa (1789).
O júri deve ser interpretado como tendo uma acepção dúplice, qual seja:
a) Direito fundamental: De integrar a administração da justiça na condição
de jurado.
b) Garantia fundamental: De julgamento por pessoas comuns do povo,
quando da prática de um crime doloso contra a vida.
Obs.: Enquadramento:
I- Plenitude de defesa técnica: A atuação de advogado é necessária sob pena
de nulidade absoluta (Súmula 523 do STF). Se o juiz perceber que o réu está
indefeso, pela inconsistência técnica do advogado, deve dissolver o Conselho,
remarcando a sessão com a nomeação de outro advogado (art. 497, V, do CPP).
II- Plenitude de autodefesa: Se o réu, no interrogatório, apresentar a sua versão,
ela deverá ser apresentada aos jurados mesmo que contrária à tese do
advogado.
Obs1: Pessoas envolvidas - Os que têm acesso à esta sala são: juiz, jurados,
acusação (MP e querelante), advogados (defesa e acusação); escrivão, oficial
de justiça.
Obs2: Réu advogando em causa própria - neste caso ele teria acesso à sala.
Obs3: Nos fóruns com estrutura mais humilde, o plenário pode ser esvaziado e
transformado em sala secreta (art. 485, do CPP) que é compatível com o art. 5°,
LX da CF c/c art. 93, IX da CF.
Obs1: De acordo com a Súmula 713 do STF, o recurso de apelação no Júri está
adstrito a uma das hipóteses do art. 593, III do CPP.
Súmula 713
O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DA
SUA INTERPOSIÇÃO.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados
aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2o Interposta a apelação com fundamento no n o III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der
provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. (Incluído pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a
decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o
réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. (Incluído pela Lei
nº 263, de 23.2.1948)
§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que
somente de parte da decisão se recorra. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Obs3: Juízo rescindente - nele o Tribunal vai cassar a decisão sem proferir um
acórdão substitutivo.
Ação de revisão criminal (art. 621, CPP): Se o réu está diante de uma
decisão condenatória ou absolutória imprópria emanada do Júri e já transitada
em julgado, na revisão criminal ele poderá de imediato ser absolvido
propriamente, mitigando-se a soberania em prol do status de inocência.
Conclusão: Este acórdão, que julga procedente a revisão criminal, possui juízo
rescindente já que vai cassar a sentença injusta e possui também juízo
rescisório, já que o Tribunal ao julgar a revisão criminal vai proferir um acórdão
substituindo a decisão impugnada para de pronto absolver o réu.
Obs5: Situações especiais, nas quais a morte pode ocorrer, mas o fato não
será julgado pelo Júri:
Latrocínio (art. 157, §3° do CP): Trata-se de crime contra o patrimônio
e não crime doloso contra a vida. Por isso, não vai a Júri (Súmula 603 do
STF).
Genocídio (Lei 2.889/56): Segundo o STF e STJ, o genocídio não vai a
Júri, pois é crime contra a humanidade e não crime doloso contra a vida.
Súmula 721
A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI PREVALECE SOBRE O FORO POR
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
Militar das forças armadas mata militar das forças armadas ambos
na ativa: Ele será julgado na Justiça Militar Federal (art. 9°, II, “a”, do CPM).
Militar estadual mata outro militar estadual ambos na ativa: A
competência é da Justiça Militar Estadual (art. 9°, II, “a” do CPM).
Civil mata militar das Forças Armadas em serviço e em lugar sujeito
a jurisdição militar: O civil será julgado na Justiça Militar Federal (art. 9°, II, “b”,
CPM).
Civil mata militar estadual (pouco importa se em serviço ou em local
sujeito a jurisdição militar): Ele será julgado no Júri, já que a Justiça Militar
Estadual NÃO julga pessoas comuns (art. 125, §4° da CF).
Crime político de matar o Presidente (art. 29, Lei 7170/83):
- da República;
- do Senado;
- da Câmara dos Deputados
- do STF:
Este indivíduo será julgado perante o juiz federal de 1° grau (art. 109, IV, da
CF). Desta sentença, condenatória ou absolutória, cabe Recurso Ordinário
Constitucional (ROC) para o Supremo (art. 102, II, “b”, da CF).
Tiro de abate: De acordo com o art. 9°, § único do CPM, inserido pela lei
12432/11, nas hipóteses de tiro de abate de aeronave no combate ao
tráfico de drogas, a competência será da Justiça Militar Federal.
Obs6: Crime doloso contra a vida praticado por militar contra pessoa
comum - Com a alteração do art. 9°, do CPM em 1996 e com a EC 45/04
reconhecemos que o militar nesta hipótese será levado a Júri, pois não mais se
trata de uma infração militar e sim de uma infração comum.
Advertência: Regra interpretativa – Segundo Aury Lopes Jr. a Emenda 45/04 só
alterou o art. 125, §4° da CF, tratando dos militares estaduais. Logo, se um militar
federal mata dolosamente um civil, ele será julgado na Justiça Militar Federal
(Esse posicionamento foi o gabarito da prova do DPU – Nestor discorda
radicalmente do mesmo!).
3- Características do júri:
Aula 07
b) O júri é um tribunal horizontal:
Não há hierarquia entre o juiz presidente e os jurados.
c) Temporário:
Conceito: o júri é idealizado para funcionar por determinados períodos do ano.
Estes períodos serão demarcados na respectiva lei de organização judiciária.
Obs.: enquadramento terminológico.
i. Reunião do júri: reunião são os meses do ano no qual o júri vai atuar.
Ex. em cidade do interior de Alagoas para cada mês de reunião do júri haviam 2
meses de abstenção.
Ex. marido tenta matar mulher deferindo vários tiros e não acertando nenhum
em razão do alto grau de embriaguez. Quando as balas acabaram ele começou
a xingar a mulher de “vagabunda, puta” etc. MP e querelante podem
adesivamente apresentar ação pela tentativa de homicídio e injuria.
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas
pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art.394 § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais
de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
ii. Debates orais: eles são idênticos ao que ocorre no procedimento comum
ordinário (art.411, §§4º, 5º, 6º CPP)
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles
será individual. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 403 § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder
às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o
prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a
audiência será concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo
sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá
a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
iii. Os autos serão conclusos ao juiz que vai proferir decisão na própria
audiência ou no prazo de 10 dias (art.411, §9º CPP).
Art.411 § 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando
que os autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
o réu possui o direito de participar dos atos de seu processo e de estar presente nas audiências
para que possa exercer sua autodefesa.
Apesar de não estar previsto expressamente na CF/88, o direito à presença do réu na audiência
encontra-se consagrado no art. 14, 3, “d”, do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
e no art. 8º, 2, “d” e “f”, da Convenção Americana de Direitos Humanos.
Esse direito do acusado de estar presente na audiência é chamado por alguns doutrinadores de
“direito ao confronto” (right of confrontation), que consiste no direito fundamental do acusado
de presenciar e participar da colheita da prova oral contra ele produzida na audiência (LIMA,
Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Niterói: Impetus, 2013).
i. Conceito:
Segundo Frederico Marques, a pronúncia é a decisão interlocutória mista não
terminativa que encerra a 1ª fase do júri com a remessa do réu aos jurados
d. Interrupção da prescrição.
Obs.1: para o STJ de acordo com a súmula 191 o prazo prescricional estará
interrompido mesmo que em momento posterior o delito seja desclassificado em
grau de recurso ou na sessão plenária do júri.
Súmula 191
A PRONUNCIA E CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO, AINDA QUE O TRIBUNAL DO JURI VENHA A
DESCLASSIFICAR O CRIME.
Obs.
Notícia de provas novas: reabertura de inquérito (art.18 CPP; 524 STF)
Novas provas: propositura de nova denúncia
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
Informativo 535 STJ : No procedimento do Tribunal do Júri, o juiz pode, na fase do art.
415 do CPP, efetivar a absolvição imprópria do acusado inimputável, na hipótese em
que, além da tese de inimputabilidade, a defesa apenas sustente por meio de
alegações genéricas que não há nos autos comprovação da culpabilidade e do dolo do
réu, sem qualquer exposição dos fundamentos que sustentariam esta tese.
STJ. 5ª Turma. REsp 39.920-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 6/2/2014.
Atenção! As 03 novas hipóteses de absolvição sumária antes da vigência da Lei
11.689/2008 funcionavam como justificativa de impronúncia quando então esta
decisão de maneira excepcional fazia coisa julgada material, o que atualmente
não mais existe.
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Para a maioria da doutrina, como a nova redação do art.415 do CPP não trata
do instituto, resta concluir que o inciso II do art.574 foi tacitamente revogado.
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser
interpostos, de ofício, pelo juiz:
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o
crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Aula 09
(Continuação de tribunal do júri: judicium causae)
O CPP permite que o réu pronunciado e que não foi localizado para
ser intimado pessoalmente do dia marcado para o Plenário do Júri
possa mesmo assim ser julgado?
A resposta a essa pergunta irá variar de acordo com a Lei n.º 11.689/2008.
Atenção! Se a decisão final já transitou em julgado nada pode ser feito, pois não
há revisão criminal pro societat.
Passos da 2ª fase do júri:
3ª fase) os autos serão conclusos ao juiz para que o juiz possa sanear o
processo.
Ao sanear o juiz vai:
Sanar nulidades.
Deliberar sobre as diligências requeridas pelas partes.
Acostar aos autos um relatório que funciona como uma síntese do
processo e que será entregue aos jurados juntamente com uma cópia da
pronúncia.
Atenção! Atualmente teremos um filtro quanto a leitura dos autos na sessão
plenária, admitindo-se a leitura de peças referentes exclusivamente a provas
colhidas por precatória, a provas cautelares antecipadas e não repetíveis
(art.473,§3 CPP).
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – os acusados presos; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
Ausência de Testemunha:
Testemunha que mora fora da comarca: ela não está obrigada a arcar
com os custos de deslocamento e a sua ausência não importa no adiamento da
sessão.
Testemunha que mora na comarca: a regra é que a sessão não será
adiada, salvo se a testemunha foi arrolada em caráter de imprescindibilidade
e houve requerimento para sua intimação. Neste caso, deve o juiz determinar
a condução coercitiva e se a testemunha não for encontrada a sessão será
adiada.
Atenção! Neste caso existe a responsabilidade criminal por desobediência
(art.458 CPP).
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável
reconhecida como entidade familiar. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades
dos juízes togados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 449. Não poderá servir o jurado que: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa
determinante do julgamento posterior; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro
acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
b. 15 jurados:
O quórum mínimo de 15 jurados para integrar a sessão, pode contar com os
impedidos, suspeitos e individualizados.
c. Empréstimo de jurados:
Para o STF, se não comparecer ao menos 15 jurados, a sessão não será
instaurada, pois não se admite o empréstimo por uma outra sessão do mesmo
fórum, á que as partes tem direito de saber previamente quem é o jurado
convocado. (HC88801- STF).
Consequências:
A defesa das recusas motivadas ou imotivadas é feita em 1º lugar.
Pluralidade de réus com advogados distintos.
Atualmente, os advogados podem acordar que um só deles exerça as recusas
em nome de todos os réus quando então o máximo de recusas peremptórias
será de 03. Não ocorrendo acordo, cada advogado exercerá o seu nº individual
de recusas, sendo que se 1 deles recusa o jurado ele estará automaticamente
afastado do conselho de sentença, independente da manifestação dos demais
advogados ou do MP.
Ex.
Adv 1: aceita Adv.2: recusa MP: não precisa mais se
manifestar, pois basta 1
recusa.
Estouro de urna: ele ocorre pela impossibilidade de formação do
conselho já que não foram obtidos os 07 jurados para integrá-lo, em razão dos
afastamentos voluntários ou das recusas. Neste caso, a sessão será remarcada
para o 1º dia desimpedido, convocando-se os jurados suplentes.
Desmembramento do julgamento:
Havendo pluralidade de réus e ocorrido o estouro de urna, pode o juiz determinar
o desmembramento do processo para que os réus sejam jugados em separado,
almejando assim, evitar um novo estouro.
iii. Interpelações:
As partes vão promover as interpelações diretamente, ao passo que as
perguntas dos jurados serão realizadas por intermédio do juiz presidente.
Aula Online 02
III. Debates orais:
Não podem ser substituídos por memoriais.
Pluralidade de réus: neste caso, incluiremos 1 hora em cada trecho dos dabates
independentemente da quantidade de réus incluídos. Ex. 5 réus:
1º) Acusação: 1:30 min (+1h)
2º) Defesa: 1:30 min (+1h)
3º) Acusação poderá ir a réplica: 1 h (+1h)
4º) Tréplica em até 1h. (+1h)
Apartes:
a. Conceito: é a intromissão da parte contrária na sustentação oral do seu
adversário.
b. Regramento normativo:
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente
referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com
a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao
tempo desta última. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Réu indefeso:
Segundo o STF na súmula 523 a ausência de defesa técnica importa nulidade
absoluta do processo. Na espécie deve o juiz de ofício ou por provocação
dissolver o Conselho de Sentença remarcando a sessão plenária com a
nomeação de um novo advogado (art.497,V, CPP c/c STF HC89.222).
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente
referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o
Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Súmula 523
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ
O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU.
Sociedade indefesa:
Percebendo o juiz que o membro do MP não está preparado para construir
tecnicamente a acusação em face do manancial probatório existente deverá em
analogia ao inciso V, do art.497 CPP dissolver o conselho remarcando a sessão
e oficiando ao Procurador Geral.
V. Sala Secreta:
Conceito: É o ambiente reservado onde será promovida a votação dos quesitos.
Quesitação:
Conceito: são as perguntas que devem ser respondidas pelos jurados e
que retratam as teses acusatórias e defensivas.
Sistema adotado pelo CPP:
a) Sistema francês: por ele nós teremos uma série de quesitos
formulados aos jurados e que retratam individualmente cada tese.
b) Sistema anglo-americano: haverá uma única pergunta
indagando-se quanto a culpa ou inocência.
c) Após a Lei 11.689/2008: antes da reforma adotávamos o sistema
francês. Atualmente adotamos um sistema misto, pois a pergunta derradeira
quanto a absolvição ou não do réu inspirada no sistema americano foi introduzida
na quesitação brasileira.
Importante!!!
Em determinado Júri, o advogado do réu alegou que este agiu em legítima defesa (art. 23, III, do
CP). A acusação, por sua vez, sustentou que o acusado atuou com excesso doloso (art. 23,
parágrafo único, do CP), devendo ser condenado.
Nos dois primeiros quesitos, os jurados afirmaram que “SIM” para as perguntas sobre
materialidade e autoria.
No terceiro quesito, foi perguntado: “O jurado absolve o acusado?”. Os jurados também
responderam que “SIM”.
Diante disso, o juiz deveria ter encerrado a votação e proferido sentença absolutória.
Ocorre que o magistrado formulou mais uma pergunta aos jurados: “O acusado excedeu
dolosamente os limites da legítima defesa?” Não agiu corretamente o juiz.
Se os jurados responderem “SIM” para a tese defensiva, o juiz não pode mais elaborar quesito
sobre excesso doloso da legítima defesa. Se essa tese for suscitada pelo MP em Plenário e os
jurados quiserem concordar com a acusação, basta que eles respondam “NÃO” para o quesito
defensivo (“O jurado absolve o acusado?”). Se responderam “SIM”, é porque não concordaram
com os argumentos do MP, sendo ilegal formular um quesito específico para a tese de acusação.
STJ. 5ª Turma. HC 190.264-PB, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/8/2014 (Info 545).
Conclusões:
a. A sentença absolutória no
plenário do júri não faz coisa
julgada na esfera cível, afinal se o
marco absolutório é o 3º quesito não
temos como saber o real fundamento
da absolvição.
b. Inimputabilidade: se a defesa
alega que o réu é inimputável (art.26,
caput) deve o juiz promover a
quesitação específica quanto a
capacidade de entender e querer do
agente, pois só assim poderá ser
aplicada medida de segurança no que
chamamos de absolvição imprópria.
c. Quesito obrigatório:
Segundo o STF, na súmula 156, a sonegação de quesito obrigatório é fato
gerador de nulidade absoluta.
d. Tese da Tentativa:
A tese da tentativa eventualmente existente será quesitada após o 2º quesito
primário (§5º do art.483 CPP).
e. Desclassificação do delito:
Se os jurados desclassificam o crime para outro que não é da sua alçada caberá,
em regra, ao juiz presidente do júri promover o julgamento, salvo se ele for
incompetente materialmente quando deverá promover a remessa ao juízo
competente. Ex. desclassificação para crime militar.
DESAFORAMENTO:
1) Conceito: é a retirada da sessão plenária da sua comarca originária com
a migração para comarca preferencialmente mais próxima de maneira a
preservar a isenção e a regularidade do julgamento.
2) Legitimidade:
2.1) Decisão compete à decisão do TJ ou TRF.
2.2) Quem poderá requerer:
MP;
Querelante;
Assistente de acusação;
Defesa;
Representação do juiz.
3) Momento:
Este instituto é cabível na 2ª fase do júri, ou seja, após a preclusão da
pronúncia.
Atenção! Após o julgamento da 2ª fase admite-se eventualmente o requerimento
do desaforamento, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
Nulidade da decisão.
O fato gerador se revelou durante ou após a realização do julgamento.
4) Hipóteses:
a. Havendo interesse para preservar a ordem pública.
Existe risco concreto de convulsão social, comprometendo a tranquilidade da
sessão e a própria integridade dos jurados (HC 85.707/BA STJ).
6) Sistema Recursal:
Não há previsão de recurso para impugnar a denegação do desaforamento.
Todavia, o pedido pode ser renovado em analogia ao art.110 CPPM.
7) Nova Comarca:
Preferencialmente o processo migra para comarca mais próxima dentro do
mesmo Estado na esfera estadual (comarcas limítrofes) e da mesma região na
esfera federal.
8) Suspensão do Julgamento:
Pode o tribunal determinar, havendo relevância de motivos, a suspensão do
procedimento que tramitava em 1º grau para que não se realize a sessão de
julgamento (§2º, art.427 CPP).
9) Reaforamento:
É a possibilidade da sessão ser devolvida para sua comarca original, pois na
nova comarca, uma situação de crise se estabeleceu e na comarca original a
paz voltou a reinar. Neste caso subsistem 02 posições (quanto a admissibilidade
do reaforamento):
1ª posição: É cabível.
2ª posição: não é cabível, e se na comarca nova instaura-se a situação
de crise, o adequado é desaforar para uma 3ª comarca (majoritária).
Aula 10
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
1) Conceito:
Recurso é uma ferramenta de impugnação das decisões judiciais construída na
mesma relação processual, sendo que, volitivamente, almeja-se a integração, o
esclarecimento, a anulação ou a reforma do julgado.
2) Natureza Jurídica:
3) Princípios:
São regras interpretativas que auxiliam na análise dos recursos em espécie.
3.1) Princípio da Voluntariedade: o recurso é pautado na estratégia da
parte que só recorrerá se lhe for conveniente (art.574 CPP)
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser
interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o
crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.(tacitamente revogado).
Para Paulo Rangel esta mitigação é meramente aparente, afinal cada recurso é
apresentado de uma parcela do julgado e a unirrecorribilidade neste
fracionamento seria mantida. (Paulo Rangel é um dos principais membros da
banca da magistratura do TJRJ) – posição minoritária.
Situações especiais:
a. Reformatio in Pejus X Incompetência Absoluta:
Se a sentença é anulada em virtude da incompetência absoluta do juízo surgem
02 posições:
1ª posição: para Eugênio Pacelli não caberá a proibição e o juiz natural,
se for o caso, pode exasperar a situação do réu já que esta limitação é
revista em lei ordinária (Art. 617 CPP) e o juiz natural é reconhecido pela
CF. Minoritária e tem que ser citada nas provas de juiz federal e MPF.
2ª posição (majoritária): a proibição da reforma para pior subsiste
mesmo nesta hipótese (STJ HC 10.5384).
c. Interpretação Extensiva:
Como reflexo da prolação da reforma para pior o Supremo editou a Súmula 160,
reconhecendo que nos julgamentos dos recursos da acusação o tribunal não
poderá declarar nulidades que não foram invocadas e que prejudiquem a defesa,
salvo se a decisão era passível de recurso de ofício.
Súmula 160
É NULA A DECISÃO DO TRIBUNAL QUE ACOLHE, CONTRA O RÉU, NULIDADE NÃO ARGÜIDA NO RECURSO
DA ACUSAÇÃO, RESSALVADOS OS CASOS DE RECURSO DE OFÍCIO.
Fundamentos:
O bem em jogo é indisponível.
Os tribunais podem conceder HC ex officio, e por consequência, nada
impede que beneficie o réu julgando recursos da acusação.
O réu não pode ser prejudicado pela ineficiência do advogado de defesa.
Embasamento normativo:
Este Princípio não está expressamente contemplado no CPP, mas é extraído da
leitura a contrario sensu do art.617 CPP.
Aula 11
Subjetivos:
Legitimidade recursal (ativo: MP, querelante, assistente/ passivo réu defensor,
curador)
Interesse recursal: sucumbência – frustração de expectativas legítimas.
I) Pressupostos intrínsecos:
a) Cabimento de recurso
b) Legitimação do recorrente
c) Interesse no recurso
d) Inexistência de algum fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer
II) Pressupostos Extrínsecos:
a) Tempestividade
b) Regularidade Formal
c) Preparo
I. Cabimento
Significa a previsão legal de recurso para impugnar determinada decisão.
Está diretamente ligado ao Princípio da Legalidade Recursal. Não havendo
previsão legal de recurso para impugnar determinada decisão, nada impede que
o sucumbente impetre HC ou MS.
II. Adequação
É necessário que o recorrente utilize a ferramenta impugnativa adequada ao
caso.
Obs. O princípio da fungibilidade mitiga os rigores da adequação. Afinal, um
recurso equivocado pode ser conhecido como se fosse o correto, desde que não
exista má-fé ou erro grosseiro.
III. Tempestividade
Conceito: Os recursos devem ser interpostos, respeitando-se o prazo legal, sob
pena de preclusão temporal.
Obs.1: Interposição:
A tempestividade recursal é medida pela interposição, sendo que, nos recursos
que tem prazo autônomo para as razões, como na apelação e no RESE, a sua
apresentação fora do prazo é mera irregularidade. STJ HC204.099
Conclusões:
a. A intimação do MP, dos defensores públicos e dos advogados dativos é
sempre pessoal. Já a intimação do advogado do querelante, do
advogado do assistente de acusação e do advogado contratado pelo réu
é feita pela imprensa ou por qualquer outro meio idôneo.
b. Para o STF a entrega dos autos no setor administrativo do MP
configura a intimação pessoal daquele órgão (STF HC 83255).
c. Segundo o STF na súmula 710, o prazo começa a fluir da efetiva
intimação e não da juntada aos autos da carta cumprida.
Súmula 710
NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E NÃO DA JUNTADA AOS AUTOS
DO MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU DE ORDEM.
d. Segundo o STF na sua súmula 310 se a intimação ocorrer na sexta-feira
o prazo passa a fluir do 1º dia útil subsequente em que existe expediente.
Vale dizer segunda-feira.
e. Quando a decisão é proferida em audiência, as partes já sairão intimadas
para eventuais recursos, desde que, estejam presentes.
f. Na esfera militar a decisão pode ser lida na própria sessão o em até 8
dias, sendo este o marco para se aferir a ocorrência a intimação.
Nada impede que o advogado venha a renunciar e neste caso, segundo o STF
na Súmula 708, o réu será intimado para contratar um novo advogado.
Súmula 708
É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO
DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO.
b.2) Preclusão:
É um fato impeditivo que compromete o avanço progressivo do processo.
Hipóteses de Preclusão:
Preclusão temporal: é a ???
Preclusão lógica: decorre da prática de um ato incompatível com a
vontade de recorrer
Preclusão consumativa: ela ocorre quando uma determinada faculdade
processual já foi exercida.
Ex. uma vez apresentadas as razões não se admite que elas sejam
complementadas pela preclusão consumativa, salvo se a decisão impugnada for
alterada.
Evolução normativa:
Obs. Legitimidade:
a. MP: NÃO com ponto pacífico, o MP não poderá desistir do recurso
interposto, já que ele é um desdobramento do direito de ação (art.576
CPP).
b. Defensor Público: SIM em homenagem a liberdade funcional, os
defensores poderão desistir do recurso apresentado se for estratégico.
(STJ HC 105.145 e HC93.120).
c. O réu ou advogado constituído: SIM poderão desistir de eventuais
recursos interpostos.
b.2. Deserção:
O art. 806 CPP disciplina normativamente o preparo que está dispensada nas
ações públicas.
Na ação privada exclusiva ou personalíssima, o preparo pode ser exigido a
depender do estado da federação.
Atenção! Com a expressa revogação do art.595 CPP pela Lei 11.719/08,
reconhecemos que não mais existe deserção pela fuga do réu que já tenha
interposto o recurso.
Aula 12
ii) Art.26, p.ú da Lei 7.492/86: vai trabalhar com os crimes contra o
sistema financeiro – se dá pela CVM (Convenção de Valores
Mobiliários) e BC (Banco Central).
b. Classificação da sucumbência:
Efeito suspensivo indireto: alguns recursos não gozam por lei de efeito
suspensivo como recurso extraordinário e o especial, mas indiretamente ele
existe, afinal como o réu é presumivelmente inocente, não haverá execução
provisória da pena (STF HC 84.078).
Atualmente, de acordo com as súmulas 716 e 717 STF nada impede que os
benefícios da Lei de Execução Penal sejam aplicados antes da decisão
transitada em julgado.
5) Procedimento Recursal:
a.3)??
B) Juízo ad quem:
b.1) Juízo de admissibilidade: há a renovação do juízo de admissibilidade.
Analisará mais uma vez os pressupostos recursais. Ele poderá ser:
Negativo: o recurso não poderá ser conhecido.
Positivo: o recurso será conhecido. O recurso terá seguimento.
b.2) Seguimento.
b.3) Órgão colegiado vai ingressar no mérito.
O recurso será provido ou improvido.
Aula 13
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGAÇÃO
1) HABEAS CORPUS
1) Conceito
Segundo Pontes de Miranda, é a ferramenta constitucionalmente assegurada
(art.5º, LXVIII, CF) que almeja a tutela do direito líquido e certo de locomoção
contra ilegalidade ou abuso de poder atual ou iminente que atinge direito próprio
ou alheio, comprometendo a prerrogativa de ir, vir ou ficar.
3) Legitimidade:
Atenção! Não pode haver ação penal popular condenatória, mas pode haver
ação penal popular não condenatória.
5) Competência:
(Prova MP e TJ):
Os membros do MP podem funcionar como coautores quando presidem um PIC
(procedimento investigativo criminal) ou quando requisitam a instauração de
inquérito. Por outro lado, na indicação dos juízes, devemos distinguir coator que
é o responsável jurídico pela ilegalidade do mero detentor que é aquele que
administra o acondicionamento do preso e que não figura no HC.
6) Cabimento do HC:
Foi idealizado pelo art.648 CPP.
Atenção! Art.648 não é taxativo.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
II) Quando o agente está preso por mais tempo do que a lei determina:
A única prisão cautelar que tem métrica prazal é a temporária (prisão temporária
é a única que tem prazo certo), conforme a Lei 7.960/89. Esgotado o prazo, a
prisão se autorevoga e a libertação do agente independe da expedição de
alvará de soltura, sob pena de abuso de autoridade. Perpetuado o cárcere, a
prisão se transforma em coação ilegal desafiando relaxamento.
Se elas desaparecem, a prisão deve ser revogada (art.316 CPP) e para tanto,
admite-se a impetração de HC, afinal a preventiva segue a cláusula rebus sic
standibus.
V) Quando o agente não é admitido a prestar fiança.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação
dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
Art.310,III CPP.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Conclusões:
a. No processamento do HC não se admite instrução probatória. Logo, a
demonstração deve estar lastreada por prova pré-constituída.
b. Não se admite HC para impugnar ato normativo em tese (STJ, HC
140.861)
7.2.2) Adequação:
Conceito: o objetivo do HC é a tutela da liberdade de locomoção, de forma que
não havendo risco nem em tese, a ferramenta adequada é o MS.
Obs. Destacam-se as súmulas 693, 694 e 695 do STF
Súmula 693
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A
PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.
Súmula 694
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA A IMPOSIÇÃO DA PENA DE EXCLUSÃO DE MILITAR OU DE PERDA
DE PATENTE OU DE FUNÇÃO PÚBLICA.
Súmula 695
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" QUANDO JÁ EXTINTA A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
Ex. Está vinculado ao pedido de reabilitação o MS, pois não cabe mais privação
de liberdade, uma vez que a pena já foi cumprida.
Aula 14 – 1ª parte
(Note que a aula 14 foi repartida no caderno e continua com nulidades).
Conclusões:
a) O entendimento sumular atualmente é aplicado para reger denegação
de liminar por Desembargador Relator no TJ ou no TRF.
b) O próprio supremo mitigou os rigores da Sumula 611, admitindo HC
nas hipóteses onde a denegação da liminar está contaminada por manifesta
ilegalidade. Vide STF HC109.167.
2. Pressupostos:
2.1) Pressuposto Lógico:
O pressuposto lógico da ação de revisão criminal é a existência de decisão
judicial condenatória ou absolutória imprópria que tenha transitado em julgado.
Obs.2: em que pese o dispositivo de reportar tão somente à lei penal, devemos
incluir a lei processual, a constituição federal e a constituição americana de
direitos humanos.
Atenção 01! Segundo o STF, na súmula 611, novatio legis in mellius após o
trânsito em julgado não enseja revisão criminal e a competência para aplica-la
é do juízo das execuções penais.
Súmula 611
TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A
APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENIGNA.
Atenção 02! Efeitos da procedência da ação revisional:
Obs.1: enquadramento terminológico:
O provimento da ação revisional pode culminar nas seguintes situações
jurídicas. Pode haver
a. Pode haver um “judicium rescindens”: neste caso a decisão combatida
será rescindida e o revisionando será submetido a um novo julgamento.
b. Pode haver um “judicium rescisorium”: neste caso o tribunal proferirá
um acórdão substitutivo representativo da nova situação jurídica do réu.
Art.626 CPP:
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração,
absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
5. Justa Indenização:
Conceito: havendo requerimento do interessado, a revisão criminal culminará
no reconhecimento da justa indenização que tem como fato gerador o erro
judiciário. Esta indenização engloba, inclusive, eventuais custos com valores
indenizatórios já pagos à vítima pelo réu em eventual ação civil.
Atenção! A alínea “b”, do §2º do art.630 CPP não tem respaldo constitucional
ao afirmar que não cabe indenização se a ação penal foi de iniciativa privada.
Afinal o erro que compõe o fato gerador da indenização é do Estado. Nada
impede contudo que o Estado promova uma ação regressiva contra o
querelante.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização
pelos prejuízos sofridos.
§ 2o A indenização não será devida:
b) se a acusação houver sido meramente privada.
6. Revisão Criminal de acordo com as condições da ação:
6.1) Legitimidade:
a. ativa: art.623 CPP.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no
caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
b. passiva:
É o Estado (nos processos Estaduais) ou a União (processos federais).
Atenção! O MP não é legitimado passivo, funcionando apenas como custus legis
(parecerista).
Aula 15 LFG
ATOS JURISDICIONAIS
1) Atos Jurisdicionais:
Despachos;
Decisões;
Sentenças;
1.1) Despachos:
Recurso?
Em regra, não cabe. No entanto, no caso de despacho tumultuário ou abusivo,
cabe correição parcial. Não cabe embargos de declaração caso o despacho seja
omisso, obscuro ou contraditório. Deve o advogado se valer do seu dirieto de
petição para esclarecer o teor do ato.
1.2) Decisões:
Decisões são atos decisórios que não encerram o processo; são interlocutórias
por estarem no meio do processo.
Sentenças são atos decisórios que encerram o processo.
1.3) Sentenças:
1.3.1) Conceito:
É o ato do juiz que termina o processo decidindo ou não o mérito da causa.
Fisicamente o efeito do encerramento processual é o arquivamento da papelada.
g. Sentença branca:
É a sentença que remete para o grau de jurisdição superior o julgamento de uma
questão sobre tratados internacionais.
Isto não é possível no Brasil, pois há o Princípio da Indeclinabilidade da
Jurisdição: o juiz tem que decidir.
2) Coisa Julgada:
É uma garantia da imutabilidade da sentença e dos seus efeitos. Ela põe fim
aos processos.
Seu fundamento é a segurança jurídica, pois os litígios não podem ser
intermináveis.
A sua premissa é a preclusão das vias recursais, ou seja, quando não cabe mais
recurso há coisa julgada.
03 conceitos:
Coisa julgada formal: ocorre quando não cabe mais recurso. Ela projeta
seus efeitos para dentro do processo.
Coisa julgada material: ela se projeta para fora do processo, ou seja, ela
vale para dentro e fora do processo. Não se pode rever em outro processo
o que foi julgado.
Coisa julgada parcial: foi admitida recentemente no julgamento do
mensalão. Nos crimes sem recurso já faz coisa julgada, enquanto nos
crimes em que há recurso pendente não faz coisa julgada. Neste último
caso é necessário dar uma preventiva.
Ex. Dirceu já começou a cumprir pena definitiva do que transitou em julgado.
Atenção! Nos casos em que o juiz pode de ofício rever a sentença (correção de
erros e inexatidões materiais), é possível que ocorra mesmo após a coisa
julgada.
Filme “Risco Duplo”: mulher foi processada e condenada por matar o marido,
apesar de negar a autoria do crime. Não se encontra o corpo do marido. Presa
a mulher descobre que o marido está vivo, cumpre a pena, sai da prisão e mata
o marido. Ela pode ser processada novamente?
R. Sim, é preciso primeiro uma revisão criminal para absolver a mulher da
condenação e desfazer a coisa julgada.
Uma vez feito, pode ser processada por homicídio verdadeiro. A pena que ela
cumpriu injustamente não pode ser abatida/compensada o novo crime, pois não
existe crédito de pena injusta para o futuro (seria um estímulo ao crime).
(Aula 14 – 2ª parte)
NULIDADES
Base Brasileira: para Paulo Rangel, tendo por base a premissa maior podemos
construir a seguinte sistemática no nosso ordenamento:
a) Sistema da Certeza Legal: por ele, a nulidade pressupõe disciplina
normativa. Sem lei não haverá nulidade.
b) Sistema da Instrumentalidade das Formas: o magistrado pode adequar
a situações concretas, suprindo as omissões normativas.
c) Sistema Misto (atualmente adotado no Brasil): o nosso código no art.564
elenca uma série de vícios que ocasionam a sanção de nulidade, mas o
legislador não exauriu a matéria permitindo ao juiz conformar o sistema
na análise do caso concreto declarando a nulidade em hipóteses outras
de aferição de prejuízo.
Aula 16
3.1) Conceito:
A. Tipicidade: é a qualidade consistente na prática do ato de acordo com as
normas legais e/ou constitucionais.
B. Atipicidade: consiste na inobservância das regras legais e/ou
constitucionais.
Conclusão:
Atipicidade + Ineficácia Judicialmente declarada = Nulidade (ato nulo)
b. Ato nulo: ele não produz efeito até a sua convalidação e se isso não for
possível nunca os produzirá.
b.1. Nulidade relativa: é aquela submetida a uma condição suspensiva, pois
uma vez sanada o ato passa a produzir efeito.
b.2. Nulidade absoluta: é aquela cuja convalidação é impossível e por isso o
ato nunca produzirá efeito.
c. Ato anulável: é aquele que produz efeito até que seja eventualmente
invalidado.
Obs.1: Enquadramento.
a) Na nulidade absoluta, o prejuízo é evidente ou presumido por lei.
Todavia segundo o STJ esta presunção é relativa de forma que se tem
exigido a sua demonstração mesmo em tais hipóteses.
b) Nulidade relativa: o prejuízo necessariamente deve ser demonstrado
porque quem a arguiu como pressuposto para o êxito do requerimento.
Obs.2: Enquadramento:
Se a nulidade é absoluta o vício deve ser declarado, pois os fins não justificam
os meios.
Conclusão: este princípio ganhou ascendência nos juizados especiais e nas
hipóteses de nulidade relativa. Todavia, havendo disciplina legal, pode ser
aplicado nas nulidades absolutas, como ocorre no vício da citação que é fato
gerador de nulidade absoluta, mas está sanado se o réu apresentar defesa.
(art.570 CPP).
Conclusões:
a) no recurso de ofício (art.574 CPP) o tribunal é livre para declarar nulidades
contra ou a favor da defesa.
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser
interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o
crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Nulidades em Espécie
A) Incompetência do Juízo:
Obs. 1: Havendo incompetência absoluta do juízo estaremos diante de um
fato gerador de nulidade absoluta. Por sua vez, se a incompetência é meramente
relativa, a nulidade é também relativa. A incompetência relativa é a
incompetência territorial.
Atenção! Para Aury Lopes Jr., como a liberdade está em jogo, é necessário
reconhecer que mesmo o critério territorial deve ser enquadrado como parâmetro
de competência absoluta (posição minoritária).
Obs.2: Consequências:
Segundo Ada Pelegrini, na análise do art.567 do CPP, devemos promover as
seguintes conclusões:
Havendo incompetência relativa, os atos decisórios serão declarados
nulos, mas os instrutórios serão aproveitados no juízo competente.
Se a incompetência é absoluta, todos os atos são imprestáveis e devem
ser refeitos perante o juízo competente.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for
declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Obs.2: Consequências:
Estas hipóteses constituem fato gerador de nulidade absoluta e todos os atos
devem ser refeitos perante o respectivo substituto legal definido na lei de
organização judiciária.
Atenção 01! Se a parte sabendo do fato gerador da suspeição não a invoca no
primeiro momento de manifestação, haverá convalidação (convalidação de
nulidade absoluta).
Atenção 02! Temos ainda a chamada incompatibilidade que nada mais é do
que a suspeição por foro íntimo e que é também considerada como um fato
gerador de nulidade.
a) Inicial acusatória:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou
o auto de prisão em flagrante;
c.1) Defensor:
Para o STF na Súmula 523 a ausência de defesa técnica é fato gerador de
nulidade absoluta, mas a mera deficiência ocasiona nulidade relativa.
Súmula 523
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ
O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU.
c.2) Curador:
A nomeação de curador ao indivíduo entre 18 e 21 anos incompletos não mais
subsiste, já que de acordo com o art.5º do CC eles são absolutamente capazes.
Entretanto, subsiste a nomeação de curador para os inimputáveis por doença
mental.
e)
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa;
e.1) Nulidade em razão dos vícios da citação:
Obs.1: os vícios citatórios ocasionam o que nós chamamos de circundução
(citação circunduta).
Obs.2: de acordo com o art.570 do CPP em que pese estarmos diante de
nulidade absoluta, o vício estará convalidado se o réu comparecer ao processo
e efetivamente exercer a sua defesa.
e.3) Prazos:
Os vícios na concessão do prazo para a acusação e para a defesa.
Atenção! Em que pese o art.572 CPP, enquadrar a hipótese como nulidade
relativa, a nossa doutrina a aponta como nulidade absoluta por ofensa ao direito
de defesa e ao exercício efetivo da acusação
f)
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos
processos perante o Tribunal do Júri;
f.1) Em razão dos vícios na decisão de pronúncia:
Obs. A pronúncia é uma decisão de equilíbrio e se o juiz antecipar juízo de culpa
ou afastar peremptoriamente as teses de defesa haverá nulidade absoluta.
j)
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;
j.1) Vício no sorteio do Conselho de Sentença
Obs. ele é fato gerador de nulidade absoluta seja pela tentativa de direcionar a
escolha ou por vício no modus operandi do próprio sorteio.
j.2) Nulidade pela quebra da incomunicabilidade dos jurados:
Obs. neste caso se os jurados conversam entre si ou com terceiros sobre o fato
objeto do julgamento, haverá nulidade absoluta e o Conselho será dissolvido.
Obs.1: nestas hipóteses haverá nulidade absoluta e o júri tem que ser dissolvido
oficiando-se ao procurador geral do MP e ao Conselho de ética da OAB.
Obs.2: se o promotor, entretanto, requer fundamentadamente a absolvição do
réu na sessão plenária, não haverá nulidade.
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
(Importante para MP e Magistratura)
1) Conceito:
Por ele, o magistrado ao proferir sentença está adstrito aos termos da inicial
acusatória já que o juiz não pode julgar ultra, citra ou extra petita.
I) Emendatio Libelli:
I.I) Conceito: é o instituto que permite ao juiz na sentença a corrigir os
equívocos de enquadramento de artigo existentes na inicial acusatória.
Ex. Na inicial acusatória, o MP oferece denúncia arguindo que o agente solicitou
vantagem indevida, mas pede condenação por peculato. Na sentença o juiz
julga o fato e realiza a emendatio aplicando o artigo correto.
Dica: cai em 100% das provas de magistratura, em que na sentença coloca na
inicial acusatória uma tipificação diferente.
Obs. Fundamento:
a. Iura Novit Curia: o juiz conhece o direito.
b. Narra Mihi Factum, dabo tibi ius: significa “narra-me o fato e te darei o
direito”.
I.II) Aplicação: Este instituto é aplicado tanto na ação pública como na ação
privada.
I.III) Momento:
1ª posição: a corrente majoritária é partidária da tese de que o instituto é
aplicável no momento em que o juiz profere a sentença e eventualmente a
pronúncia na 1ª fase do júri.
Obs.1: Fundamento: isso se justifica pelo tratamento no título XII do CPP que
trata da sentença (art.383 do CPP).
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe
definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada
pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão
condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Obs.2: nada impede que o instituto seja aplicado na fase recursal, desde que
não ocasione reformatio in pejus (reforma para pior).
2ª posição: (corrente minoritária) segundo Gustavo Henrique Badaró, o
magistrado, mesmo antes da sentença, poderá promover um enquadramento
provisório do artigo correto, notadamente para preservar direitos e garantias
fundamentais como a concessão de fiança.
I.V) Inovações:
O instituto da emendatio permite ao juiz concluir que ele é competente para julgar
a causa, os autos serão remetidos ao órgão competente. Por sua vez, se o
magistrado percebe que são cabíveis os institutos benéficos dos juizados
oportunizará a aplicação da suspensão condicional do processo (art.383 do
CPP c/c Súmula 337 STJ) e mesmo sem previsão expressa pode ser
oportunizada a transação penal (art.76 da Lei 9099/95).
II) Mutatio Libelli:
II.I) Conceito:
É o instituto que permite a readequação da imputação, pois os fatos realmente
ocorridos e revelados na instrução são distintos dos narrados na inicial
acusatória (art.384 CPP).
II.II) Aplicação:
1ª posição: o entendimento preponderante é aquele que aplica o
instituto na ação pública e na ação privada subsidiária por força da limitação
prevista no art.384 CPP.
2ª posição: para Gustavo Badaró, o instituto é também aplicável na ação
privada exclusiva e personalíssima, desde que respeitado o prazo decadencial
de 6 meses (posição minoritária).
II.III) Momento:
O instituto é aplicado no primeiro grau de jurisdição, afinal, é na audiência de
instrução que as provas revelam que o fato ocorrido é distinto do que foi narrado
na denúncia.
Atenção! Segundo o STF, na súmula 453, não haverá mutatio no 2º grau de
jurisdição, para que não ocorra supressão de instância. Neste caso, nada impede
que o processo seja declarado nulo e a sua reconstrução comportará a
readequação da imputação.
Súmula 453
NÃO SE APLICAM À SEGUNDA INSTÂNCIA O ART. 384 E PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL, QUE POSSIBILITAM DAR NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA AO FATO DELITUOSO, EM VIRTUDE DE
CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR NÃO CONTIDA, EXPLÍCITA OU IMPLICITAMENTE, NA DENÚNCIA OU QUEIXA.
II.IV) Procedimento:
A mutatio necessariamente comporta o respeito ao contraditório (diferentemente
da emendatio).
Obs.1: Negativa do MP: neste caso cabe ao juiz invocar o art.28 do CPP
encaminhando os autos ao Procurador Geral.
Crítica: (usar na prova do MP) uma corrente minoritária entende que esta
provocação feita pelo juiz afronta o sistema acusatório, subsistindo apenas o
aditamento voluntário, afinal não é papel do juiz provocar o MP para o aditamento
da inicial.
Aula 17
D) Juízo de Admissibilidade do Aditamento:
F) Debates orais:
Eventualmente podem ser substituídos por memoriais (§3º do art.403 c/c art.404
CPP).
Atenção!
1º momento: Antes da reforma do art.384 CPP, promovida pela Lei
11.719/2008, se o MP promovesse um aditamento por força da mutatio, o juiz ao
proferir sentença teria 02 alternativas, podendo condenar o réu pelo fato
originariamente narrado na denúncia ou por aquele trazido no aditamento em
fenômeno jurídico apelidado por Afrânio Silva Jardim como Imputação
alternativa objetiva superveniente:
Imputação objetiva: mais de 1 fato.
Objetiva: alternância entre crimes.
Superveniente: fruto do aditamento.
2º momento: atual
Promovido o aditamento em razão da mutatio, o juiz estará adstrito aos termos
do aditamento (art.384, §4º CPP) e o fato originariamente narrado na denúncia
será desconsiderado de forma que acabou a imputação alternativa objetiva
superveniente.
RECURSOS EM ESPÉCIE
1- Considerações:
b) Decisões interlocutórias:
b.1) interlocutórias simples:
Ela possui conteúdo decisório e integra a estrutura do procedimento, mas não
tem o condão de concluir etapas procedimentais ou o procedimento mútuo.
Obs. Sistema recursal: como regra, elas não comportam recurso (ao contrário
do que ocorre com o CPC) em razão do Princípio da Irrecorribilidade das
Interlocutórias Simples, extraído segundo a escola paulista de processo penal
da montagem do art.581 CPP – sua idealizadora é Ada Pellegrini.
Exceção: quando a interlocutória simples for impugnável, o recurso adequado é
o RESE (art.581 CPP).
Atenção! Nada impede que o prejudicado se valha do MS ou do HC para
impugná-la.
c) Sentenças:
Atenção! no julgamento dos crimes políticos pelo juiz de 1º grau não caberá
apelação e sim ROC (Recurso ordinário constitucional) ao STF – art.102, II, “b”
CF.
Atenção! O caput do art. 581 CPP merece reparos, pois admite o RESE para
impugnar despachos, o que não é aplicável, pois estes comportam correição
parcial.
Significa que se o juiz entende que não é suspeito remeterá a matéria para
decisão do tribunal que não comporta RESE, mas eventualmente Resp. ao STJ
ou RE ao STF.
Aula 18
Inciso VI: Decisão de Impronúncia:
Este inciso foi revogado expressamente pela lei 11689/08.
Conclusão: Atualmente a impronúncia comporta apelação.
Obs.2:Consequência financeira:
QUEBRA DA FIANÇA PERDA DA FIANÇA
Havendo quebra, 50% do valor Havendo perda da fiança, 100% do
caucionado será destinado ao valor remanescente que foi
FUNPEN (fundo nacional caucionado será destinado ao
penitenciário). FUNPEN. Serve para pagar vítima,
multa, custas etc. e depois se sobrar
alguma coisa o resto vai para o
FUNPEN.
Atenção! Para quem entende que esta hipótese está vigendo, este RESE tem
prazo peculiar de 20 dias.
3- Procedimento do RESE:
4- Efeitos:
4.1) Efeito devolutivo: é um efeito que sempre vai permear o RESE.
4.2) Efeito suspensivo: é excepcionalíssimo. Só é admitido nas hipóteses do
art.584 do CPP.
4.3) Efeito extensivo: o RESE pode beneficiar quem não recorreu, desde que a
tese seja comum aos réus.
4.4) Efeito iterativo: o juiz poderá se retratar da decisão proferida em virtude do
recurso apresentado (art.589 do CPP).
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois
dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe
parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição,
poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
5- APELAÇÃO:
2. Classificação da Apelação:
b. Apelação sumária: é aquela que tem por objeto crime apenado com
detenção e o rito de julgamento no tribunal será mais célere (art.610 do
CPP).
Crítica: a lei 11.719/08 atualmente define o rito ordinário para os crimes com
pena igual ou superior a 4 anos e o sumário para as infrações com pena inferior
a 4 anos, exigindo-se assim uma atualização do parâmetro adotado para
classificar a apelação nos artigos 613 e 610 do CPP.
3- Hipóteses de cabimento:
3 DIAS
Art.23 p.ú LOC – depoimento 3 dias (podendo ser ampliado)
investigado Org. Crim.
Júri – juntada de documento ou objeto 3 dias úteis antes do julgamento
art 479 CPP
Crimes contra a propriedade imaterial 3 dias após a diligência de 2 peritos.
art. 527 CPP – apresentação de laudo