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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Prova Pericial II
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PROVA PERICIAL II

O tema da nossa aula é um dos mais cobrados nos exames de concurso público.
O exame de corpo de delito é uma das modalidades de perícia.

• Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

De acordo com o art. 158, CPP, percebe-se que a técnica legislativa previu quando o
exame de corpo de delito será indispensável: nos crimes em que deixa vestígios, podendo
ser direto ou indireto.
A confissão do acusado nos crimes em que deixam vestígios, em nenhuma hipótese,
suprirá o exame de corpo de delito.
De acordo com o art. 167, CPP, os vestígios que desapareceram, a prova testemunhal
pode suprir.
O exame de corpo de delito é feito por um perito oficial graduado, investido no cargo por
meio de concurso público. Caso não tenha perito oficial no local, duas pessoas vão funcionar
como peritos não oficiais, sendo ambos formados preferencialmente na área de atuação do
objeto do exame de corpo de delito.
O perito não oficial precisa prestar compromisso de bem e fielmente desempenhar o
cargo antes da perícia.
O exame de corpo de delito observa a regra especial prevista no art. 158, parágrafo
único, do CPP, na qual há uma ordem preferencial: crimes de violência doméstica e fami-
liar praticados contra mulher e as crianças, idosos, pessoas com deficiência e adolescentes
(mnemônico “CIDA”).

DOS QUESITOS

No exame de corpo de delito é possível formular quesitos, conforme art. 159, § 3º do CPP,
todavia, a sua formulação é facultada ao Ministério Público, assistente de acusação, ofen-
dido, querelante e acusado.
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Exemplo: perícia determinada na fase judicial, o juiz formulou alguns quesitos (quesitos
do juízo) e ao Ministério Público, assistente de acusação, ofendido, querelante e acusado é
facultado apresentar quesitos.
As partes ainda podem indicar assistente técnico, pessoa com conhecimento naquela
área, que não é perito oficial e perito não oficial, mas que é indicada pela parte para acom-
panhar a perícia, elaborar outros quesitos. A indicação não é obrigatória, mas sim facultativa.

• Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito ofi-
cial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
• § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
• § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar
o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
• § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
• § 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão
dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas
desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

É possível, ainda, que ocorra a oitiva dos peritos para esclarecimento. É uma possibili-
dade, portanto não é obrigatória. Vejamos o fundamento legal (art. 159, § 5º do CPP):

§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminha-
dos com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo com-
plementar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

Obs.: Exemplo: A defesa do acusado entende que a perícia realizada possui uma falha e
o cliente deve ser absolvido. No momento da resposta à acusação, a defesa pode
requerer que o perito seja intimado para que na audiência de instrução e julgamento
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possa esclarecer o laudo pericial para responder x quesitos. O juiz poderá marcar o
dia e ouvir o perito, ou determinar que o perito faça laudo complementar.
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Obs.: Prova oral do MPMG: se a parte para ouvir o perito em juízo, e o perito é ouvido em
audiência, essa prova continua tendo a natureza jurídica de prova pericial, ainda que
oral, pois é uma extensão do laudo.

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz
ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
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Obs.: A admissão do assistente técnico é feita pelo juiz. Não há previsão legal de assistente
técnico durante o inquérito policial, porém isso não impede que o delegado autorize.

§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especia-
lizado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

Além disso, há a possibilidade de contra perícia. Tradicionalmente, o material utilizado


na perícia será guardado e, conforme art. 158-B, IX, CPP, para a realização de uma contra
perícia, caso seja necessária.

DIVERGÊNCIA ENTRE OS PERITOS

É possível que mais de um perito atue no caso e haja discordância. Exemplo: uma perita
entendeu que, no crime de estupro, as lesões encontradas no corpo da vítima indicam que foi
praticada mediante violência; outra perita entende que as lesões causadas são lesões típica
do ato sexual. Há divergências importantes entre os peritos.

Art. 180 esclarece que: Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu
laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar
proceder a novo exame por outros peritos.
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• Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuri-


dades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, comple-
mentar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros
peritos, se julgar conveniente.

Obs.: A ausência de assinatura no laudo pelo perito, por exemplo, o juiz determinará suprir
a ausência de assinatura (laudo apócrifo).
Obs.: Se a omissão da formalidade ou obscuridade ou contradição for grande, o juiz pode
determinar que outros peritos façam o laudo.

ATENÇÃO
O juiz não fica vinculado ao laudo.

• Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.

Obs.: Exemplos: no caso de estupro, ausente a divergência do perito, o perito constata


que houve violência, porém o juiz pode entender que não houve violência ao ouvir a
vítima em juízo e ela afirmar que não houve violência.
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O laudo pericial é o documento que o perito irá confeccionar e será apresentado ao final
da perícia.

• Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o


que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
• Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

Obs.: Conteúdo – descrição minuciosa, respostas aos quesitos.


Obs.: Prazo de 10 dias, porém pode ser prorrogado pelo período que o juiz entender como
adequado ao caso concreto.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Geilza Fátima Cavalcanti Diniz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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