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MEDICINA LEGAL
1. CONCEITO DE MEDICINA LEGAL
DIVISÃO
2. PERÍCIAS E PERITOS
O Ministério Público tem que solicitar a perícia por intermédio do juiz. O juiz, por
sua vez, o faz via memorando. A Autoridade Policial deverá requerer através de
ofício.
Autoridades policiais são o Delegado de Polícia, o Ministro da Justiça (chefe da
Polícia Federal), o Secretário Estadual de Segurança, etc.
2.3 PERITOS
CONCEITO:
É um apreciador técnico, assessor da autoridade. É o técnico ou especialista que
opina sobre as questões que lhe são submetidas pela Autoridade Policial, a fim de
PERITOS OFICIAIS
São que exercem este mister por atribuição de cargos públicos. Podem ser Peritos
Criminais e Peritos Médico-legistas.
NO FORO CRIMINAL
Em matéria criminal a perícia deve ser feita por dois peritos oficiais, não intervindo
as partes para indicá-los. A redação antiga da lei usava a expressão "por peritos",
mas em 1994 foi estabelecido o quantitativo de dois peritos. As partes não podem
intervir (afinal, nem mesmo a Autoridade pode fazê-lo).
NO FORO CÍVEL
Funciona apenas um perito, podendo cada litigante indicar um ASSISTENTE
TÉCNICO. Este perito é um especialista (privado) de confiança do juiz. É o próprio
perito quem arbitra os seus honorários.
O juiz pode inclusive nomear peritos (não oficiais) que são também peritos oficiais.
O ASSISTENTE TÉCNICO é pago pela parte para acompanhar o trabalho do perito
nomeado pelo juiz. Ele poderá concordar com o laudo do perito nomeado, quando
então ele assinará na parte inferior do documento. Caso ele não concorde, ele irá
elaborar laudo em separado, e tentará convencer o juiz de que o seu laudo é o que
está mais próximo da verdade.
Obs: de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 160 CPP, o laudo pericial
deverá ser divulgado em 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em
casos excepcionais, a requerimento dos peritos. Só que na prática esse prazo
raramente é cumprido – o que às vezes pode prejudicar o curso das investigações.
CORPO DE DELITO
O exame de corpo de delito direto é aquele realizado por perito para provar a
materialidade do crime. É o conjunto de meios materiais de comprovação da
existência dos elementos essenciais de um fato típico.
OBS: Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.
3. DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
3.3 – Notificação:
São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes
de um fato profissional, por necessidade social ou sanitária, como acidentes de
trabalho, doenças infecto-contagiosas, uso habitual de substâncias entorpecentes
ou crime de ação pública que tiveram conhecimento e não exponham o cliente a
procedimento criminal.
Tipos:
. SANIDADE: física ou mental;
. MORBIDADE: sempre é um prazo;
. ÓBITO: só pode ser feito por um médico. Este atestado é de natureza
personalíssima.
Através de exames minuciosos pode apontar com exatidão a causa mortis, ou tipo
de lesão. Bem utilizados e tempestivamente anexados aos processos, os
documentos médico-legais esclarecem e auxiliam eficazmente a Justiça.
5. PERÍCIAS
a) CRIMES SEXUAIS
A perícia atua para caracterizar a realização de conjunção carnal ou a existência de
sinais de atos libidinosos diversos da conjunção carnal.
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL
Os elementos considerados para se determinar se a mulher já praticou conjunção
carnal são:
• Rotura himenal, ou
• Presença de esperma na cavidade vaginal, ou
• Gravidez
ATO LIBIDINOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL : Qualquer outro ato que vise
satisfazer a libido (apetite sexual), não seja a conjunção carnal. Por exemplo: sexo
oral, sexo anal, etc.
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL
• Presença de esperma em qualquer área do corpo da vítima
• Presença de saliva em áreas erógenas
ESTUDO DO HÍMEN
• Exame
• Tipos
• Ruptura recente
• Ruptura antiga
b) ABORTAMENTO E INFANTICÍDIO
ABORTAMENTO CRIMINOSO
ABORTO é a morte do concepto, com ou sem expulsão, a qualquer tempo da
gravidez.
Legislação:
• Art. 124 – Provocar em si ou consentir (detenção, de 1 a 3 anos)
• Art. 125 – Provocar sem o consentimento (reclusão, de 3 a 10 anos)
• Art. 126 – Provocar com o consentimento (reclusão, de 1 a 4 anos)
O art. 128 se refere ao aborto provocado pelo médico que não é punido:
Meios abortivos:
Também são utilizados métodos tais como água com pressão (que descola), "sopa
de jornal" (que libera grande quantidade de chumbo, que intoxica todo o
organismo, de modo que pode levar à morte da mulher) ou aparelho de sucção a
vácuo.
Não existe remédio para abortar. O Citotec era um remédio para azia e úlcera que
tinha a propriedade de estimular a contração uterina. Este medicamento, hoje em
dia, é de uso exclusivamente hospitalar.
INFANTICÍDIO
Atuação da perícia:
• Constatar o estado de feto nascente;
• o estado de infante nascido ou o estado de recém-nascido;
• a vida extra-uterina;
• a causa jurídica da morte do infante;
• Constatar que o crime se deu logo após o nascimento (imediatamente)
• Constatar que a criança foi vítima de morte violenta
• o estado psíquico da mulher e o diagnóstico de parto pregresso.
O Infanticídio é, de acordo com o Art. 123, do Código Penal: Matar, sob a influência
do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
1. Idade: Pode ser feita pelas suturas cranianas oferece um um bom auxílio
quando se pretende efetuar o cálculo aproximado da idade ou, melhor, da
faixa etária possível do indivíduo. Os sinais de "envelhecimento" começam a
aparecer nos ossos, logo após o término da soldadura das epífises às
diáfises, em geral por volta dos 25 aos 28 anos. Assim, quando se dispões
de um crânio para ser analisado, a idade pode ser estudada, acompanhando
as alterações nas suturas entre os ossos cranianos (isto sem contar com
outros referentes a alterações degenerativas de escápula e de vértebras).
Pela mandíbula também é possível se chegar a uma idade aproximada. 2
6 – PERINECROSCOPIA
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Perinecroscopia: conflitos entre peritos criminais e médicos-legistas
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INSTRUMENTO PERFURANTE
São instrumentos cujo contato com o corpo se faz por um ponto e o modo de ação
é a pressão realizada na extremidade deste instrumento. O instrumento não corta
as fibras do tecido. Ele vai perfurando, afastando as fibras do tecido, e penetrando.
Causa grandes repercussões na profundidade do corpo da vítima. São finos,
alongados e pontiagudos. Exemplos: AGULHAS, ALFINETE, PREGO PEQUENO,
COMPASSO, FURADOR DE GELO, GARFO.
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importante: O objeto cortante pode ter, além do gume (fio), uma ponta. No
entanto, ele terá que ter sido usado deslizando para que se caracterize como
instrumento cortante.
7.3 – CONTUSÕES
INSTRUMENTO CONTUNDENTE
Dentre os agentes mecânicos, os contundentes sãos os maiores causadores de
danos.É aquele cujo contato se faz com o plano e o modo de ação varia bastante:
pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão,
distensão, torção, contragolpe ou de forma mista. EXEMPLOS: MÃO FECHADA
(SOCO), CHUTE, ATROPELAMENTO, QUEDA, ETC.
Os instrumentos contundentes produzem LESÕES CONTUSAS, que são bastante
variadas:
1. RUBEFAÇÃO
É o avermelhado que fica depois de um tapa. É uma lesão fugaz (desaparece logo)
e, por isso, deve ser examinada imediatamente.
4. EQUIMOSE
Decorre de uma força contusa aplicada na superfície corpórea (EX: MURRO), causa
a ruptura de vasos minúsculos e, consequentemente, sai uma quantidade pequena
de sangue, que fica preso debaixo da pela, causando a MANCHA ROXA.
A importância para a Medicina Legal é que, com o passar dos dias, vai se
modificando a coloração da pele na equimose e aí dá a idéia, aos peritos, da data
do traumatismo: EXEMPLO: NO 1º DIA: AVERMELHADA; ENTRE O 2º E 3º DIAS:
VIOLÁCEA; ENTRE 4º E 6º DIAS: AZULADA; ENTRE O 7º E 10/12º DIAS:
ESVERDEADA. A PARTIR DO 12º DIA, FICA AMARELADA.
O hematoma é uma bolsa de sangue. O sangue sai dos vasos e forma uma nova
cavidade (forma uma coleção de sangue), de forma que se alguém introduzir uma
agulha e aspirar, vai drenar sangue para dentro da seringa.
5. HEMATOMA
É uma lesão produzida por instrumento contundente. Os vasos de maior calibre se
rompem, mas a quantidade de sangue é muito maior que na equimose. Forma um
conteúdo líquido (o sangue extravasado) no local, que é facilmente apalpável, pois
há uma elevação na pele (já na equimose não há essa elevação). É de absorção
mais demorada que a equimose.
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Exemplo:
Um agressor dá uma paulada (ou uma pedrada) na região frontal da vítima. Há o
imprensamento da pele entre o osso e o objeto utilizado. Como a elasticidade da
pele é limitada, ela se rompe (rasga), fazendo uma ferida.
As feridas contusas são irregulares, têm aspecto estrelado (como se houvesse uma
explosão de dentro para fora). A lesão pode denunciar o instrumento que foi
utilizado.
Essas feridas são provocadas por instrumento de PONTA E GUME, atuando por
mecanismo misto: penetram perfurando pela ponta e cortam com a borda afiada os
planos superficiais e profundos do corpo da vítima.
Observação:
Se a faca tiver dois fios (fio dos dois lados como, por exemplo, um punhal), a ferida
terá dois ângulos agudos. A autoridade apreende o instrumento e faz uma consulta.
Ela também pode enviar o instrumento para o legista, e questioná-lo se este
instrumento poderia provocar a lesão observada.
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b) Tiro à queima roupa: Existe uma pequena distância entre o cano da arma e a
superfície corpórea. Encontra-se o orifício de entrada mais as zonas de contorno
margeando (contornando) o orifício, que pode ser arredondado (tiro tem incidência
perpendicular ao alvo) ou oval (tiro tem incidência oblíqua em relação ao alvo).
São 6 zonas de contorno:
1. Zona de contusão e enxugo: o projétil provoca através do orifício de entrada
depósito de impurezas;
2. Auréola Equimótica: Ao penetrar, o projétil rompe os capilares, ocasionando uma
equimose;
3. Zona de tatuagem: Decorre de grãos de pólvora que não entraram em
combustão e vão se encrustrar na pele. Fica como tatuagem na pele e não sai.
4. Zona de esfuçamento: (falsa tatuagem): decorre da fumaça, da fuligem
originada da combustão da pólvora. Este material se deposita na pele;
5. Zona de chamuscamento ou queimadura: decorre de gases superaquecidos que
podem queimar a pele;
6. Zona de compressão: É de duração efêmera (some logo). Devido à pressão,
forma uma pequena depressão na pele, originada pela combustão da pólvora.
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6) As lesões podem ser PENETRANTES, quando o projétil entra no corpo mas não
sai. Tem apenas orifício de entrada; TRANSFIXIANTE: o projétil atravessa o corpo,
gerando orifício de entrada e orifício de saída.
Efeitos locais:
QUEIMADURAS
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EXPLOSÕES
São os efeitos da expansão súbita de gases ou vapores contidos em espaços
limitados.
• Agentes químicos:
O ácido sulfúrico (H2SO2) é conhecido como ÓLEO DE VITRÍOLO. Por isso, a prática
de jogar ácido da vítima é chamada de VITRIOLAGEM.
O ácido clorídrico existe no estômago, onde ele serve para digerir os alimentos.
Estando fora deste ambiente, uma única gota pode atravessar vários andares de
um prédio. Porém o estômago tem a proteção da mucosa gástrica. Quando há um
desequilíbrio entre a proteção da mucosa gástrica e o ácido clorídrico, ocorre a
gastrite, a úlcera, etc.
O ácido muriático é usado para limpeza e, por isso, é comum ocasionar acidentes
domésticos.
• Agentes biológicos:
• MEDUSADOS (água-viva)
• VEGETAIS (urtiga)
• INSETOS (algumas lagartas)
11 – ASFIXIAS
11.1 – Conceitos
Sob o ponto de vista médico-legal, é a síndrome caracterizada pelos efeitos da
ausência do oxigênio por impedimento mecânico de causa fortuita, violenta e
externa, em circunstâncias as mais variadas.
11.2 – Sinais gerais:
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Sinais Externos: Têm valor desigual e alguns deles de muito pouco valor, como as
manchas de hipóstase, cianose da face e as equimoses externas. Outros de valor
muito relativo, como o cogumelo de espuma, projeção da língua e exoftalmia.
Sinais internos:
a) Equimoses viscerais: também conhecida como manchas de tardieu, que surgem
no pulmão e no coração. São equimoses diminutas, do tamanho da cabeça de um
alfinete, localizando-se não raro sob a pleura visceral, mais notadamente nos sulcos
interbolares e bordas dos pulmões, no pericárdio e no pericrânio. Nas crianças, no
timo. Essas manchas são de tonalidade violácea, de número variável, às vezes
esparsas ou em aglomerações.
• Causa jurídica da morte – Pode ser suicídio (praticado, por exemplo, com um
aparelho de pressão) ou acidente, mas predomina o homicídio.
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• Observação: tem que haver desproporção entre as forças dos dois, caso contrário
o agente não conseguirá.
No caso da obstrução (1), o indivíduo pode morrer, pois haverá uma obstrução
total (obstrução do tronco principal). Nesta situação, será necessário realizar uma
incisão (traqueostomia) e inserir, por exemplo, uma caneta sem a carga, para que
a pessoa possa respirar. Já no caso da obstrução (2), o indivíduo não morrerá,
pois há passagem de ar para o outro pulmão.
Isto acontece muito com crianças e com deficientes mentais, mas pode acontecer
também com um adulto (por exemplo, ao comer).
• Afogado branco – Não inspira líquido; morre por inibição cardíaca (devido ao
choque com a água, que causa uma parada cardíaca).
* Lesões pós-mortem
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O cadáver que permanece no fundo pode sofrer ações lesivas após a morte
(movimento das marés, fauna marinha, embarcações). Quando começa a
putrefação ele migra para a superfície (e, com isto, pode sofrer novas lesões).
* Maceração
Causa da morte - A causa da morte será diferente conforme ela tenha ocorrido
em água salgada ou em água doce:
• ÁGUA DOCE – O indivíduo morre por parada cardíaca. A água aspirada vai para o
sangue. Se a água é doce, ela penetra nas hemácias (glóbulos vermelhos), pois ela
vai do meio menos concentrado para o meio mais concentrado. A água vai romper
a hemácia, liberando potássio, o que causa a parada cardíaca. Portanto, a água
doce é capaz de parar o coração antes que a água salgada.
12 – TANATOGNOSE FORENSE
MORTE: De uma forma bem simples, diz-se que a morte é um estado de cessação
total e permanente das funções vitais.
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assumido pelo corpo (posição assumida pelo corpo) dá idéia da posição do agente
ao deferir os golpes na vítima.
Por exemplo: vestes rasgadas, destruídas, são um sinal de embate; o suicida não
rasga suas roupas antes do golpe mortal, mas o homicida sim. Além disso, o
suicida se preocupa em desnudar a área que será golpeada, enquanto que o
agressor não se preocupa com isto.
Além disso, existe a correspondência das lesões nas vestes. Quando o tiro é à
queima roupa,por exemplo, a impregnação fica na roupa.
1. ABIÓTICOS IMEDIATOS
• Perda da consciência
• Perda da sensibilidade (Sinal de Josat)
• Imobilidade e abolição do tônus muscular (Sinal de Rebovillat e a máscara da
morte)
• Relaxamento dos esfíncteres (válvulas)
• Cessação da respiração (ausculta pulmonar)
• Cessação da circulação (ausculta do coração, que é o sinal de Bouchut)
2. CONSECUTIVOS
• Evaporação tegumentar (evaporação pela pele; a transpiração, por sua vez, é um
fenômeno inerente ao ser humano vivo)
• Resfriamento do corpo (o cadáver perde 0,5ºC nas 3 primeiras horas e na 4ª hora
em diante, perderá 1ºC a cada hora até equilibrar-se com a temperatura do meio
ambiente. Portanto, a medição da temperatura permite determinar a hora da
morte).
3. MANCHAS DE HIPÓSTASE / LIVORES
Como cessa a circulação, o sangue, pela ação da gravidade, se deposita nas áreas
de maior declive do cadáver. Em geral essas surgem em média de 2 a 4 horas de
pois da morte, fixando-se em torno de 8 horas post-mortem. Se em até 12 horas
for modificada a posição do cadáver, os livores migram para a nova posição; a
partir disto eles se fixam; com isto, pode-se saber se o cadáver foi manipulado
após a morte.
4. RIGIDEZ CADAVÉRICA
Assim que o indivíduo morre, ele relaxa (flacidez). Começa o enrijecimento entre 2
e 3 horas após a morte, chegando ao máximo 8 horas e desaparecendo depois de
24 horas. Inicia-se pela face, mandíbula e pescoço, seguindo-se do tronco, dos
membros superiores e finalmente dos inferiores, indo a desaparecer na mesma
ordem. A rigidez cadavérica desaparece quando se inicia a putrefação. Com base
nestes dados, pode-se determinar a hora da morte.
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• Com a rigidez/flacidez
5. TRANSFORMATIVOS
• AUTÓLISE
• PUTREFAÇÃO (4 períodos)
6. CONSERVADORES
7. CRONOLOGIA DA MORTE
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
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