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POLÍCIA CIENTÍFICA - PR

POLÍCIA CIENTÍFICA DO ESTADO DO PARANÁ

Perito Oficial Criminal


- Comum a Todas as Áreas

EDITAL Nº 002/2024 – PCP

CÓD: SL-166JN-24
7908433249436
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de variados gêneros................................................................................................... 9
2. Domínio da norma culta do português contemporâneo, sob os seguintes aspectos: coesão e coerência textual.................... 12
3. Estruturação da frase e períodos complexos.............................................................................................................................. 14
4. Uso do vocabulário apropriado.................................................................................................................................................. 16
5. Pontuação................................................................................................................................................................................... 17
6. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 19
7. Emprego de pronomes............................................................................................................................................................... 20
8. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 22
9. Acentuação................................................................................................................................................................................. 23
10. Comunicação Escrita Oficial do Estado do Paraná: Processo de elaboração textual, Princípios Orientadores da Redação Ofi-
cial, Hierarquia e Subordinação, Revisão, Conceito e Estrutura de Ofício, Decreto, Despacho, Correio-eletrônico, Instrução
Normativa, Memorando, Ordem de Serviço, Parecer, Portaria, Requerimento, Relatório, Resolução; Documentos de Compe-
tência Privativa; Sistemática da Lei............................................................................................................................................. 24

Direito Aplicado
1. Capítulo II - Do exame de corpo de delito, da cadeia de custódia e das perícias em geral – Do Código de Processo Penal...... 45
2. Capítulo VI - Dos peritos e intérpretes – Do Código de Processo Penal...................................................................................... 51
3. Capítulo III - Dos crimes contra a administração da justiça – Falsa Perícia, Falso Testemunho, Fraude Processual, Exploração
de Prestígio- Do Código Penal..................................................................................................................................................... 51
4. Título VI - Das medidas de segurança – Perícia Médica - Do Código Penal................................................................................. 53
5. Capítulo VII – da administração pública – Da Constituição Federal............................................................................................ 54
6. Título II – do condenado e do internado – Da Lei de Execução Penal........................................................................................ 60
7. Capítulo VII – das diposições gerais – Da Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996.......................................................................... 65
8. Capítulo XVII – das medidas administrativas – Artigo 279 e capítulo XIX - dos crimes de trânsito – Artigo 312 – Do Código de
Trânsito Brasileiro....................................................................................................................................................................... 66
9. Lei dos crimes de abuso de autoridade - lei nº 13.869, De 5 de setembro de 2019................................................................... 71

Raciocínio Lógico e Científico


1. Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 79
2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.................................................................................. 80
3. Lógica sentencial (ou proposicional): Proposições simples e compostas, Tabelas-verdade, Equivalências, Leis de De Morgan,
Diagramas lógicos....................................................................................................................................................................... 80
4. Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................... 86
5. Princípios de contagem e probabilidade..................................................................................................................................... 88
6. Operações com conjuntos.......................................................................................................................................................... 91
7. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................................ 93
8. Método científico, indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético, estatístico, comparativo, experimental........................ 95

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ÍNDICE

9. Hipóteses, teorias; Inferências.................................................................................................................................................... 99


10. Pensamento Lateral, Pensamento Vertical.................................................................................................................................. 100
11. Retrodução; Abdução.................................................................................................................................................................. 100
12. Viés de Pesquisa: viés cognitivo, viés contextual, viés de amostragem, viés de resposta, viés de não-resposta, viés de entre-
vistador, viés de pesquisador, viés de confirmação..................................................................................................................... 101

Informática
1. Noções básicas dos sistemas operacionais: conceito, Linux, Windows, Android, macOS e iOS, diferença entre Kernel e Fir-
mware......................................................................................................................................................................................... 109
2. Conceitos básicos de Redes de computadores: endereço IP, URL, internet e intranet; Noções básicas de navegação e busca
na internet e na Deep Web......................................................................................................................................................... 124
3. Noções básicas de envio de mensagens por correio eletrônico abordando os conceitos de caixa de entrada, caixa de saída,
spam, rascunhos, lixeira, assunto, remetente, destinatário, cópia oculta, anexos..................................................................... 131
4. Conceito de Rede neural e inteligência artificial como ferramenta de perguntas e respostas .................................................. 133
5. Conceito de Computação na nuvem (cloud computing)............................................................................................................. 134
6. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas................................................ 136
7. Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)................................................................................................................ 139
8. Noções de Segurança da informação e dos conceitos de Disponibilidade, Integridade, Confidencialidade e Autenticidade da
informação; Noções de vírus, Worms, pragas virtuais, antivírus, proxy, VPN e firewall. criptografia de arquivos e pastas....... 139
9. Procedimentos de backup.......................................................................................................................................................... 143
10. Sistema eprotocolo: interface, consulta de protocolo, assinatura eletrônica............................................................................. 144
11. Sistema Paraná Inteligência Artificial - PIA: cadastro, busca de serviços.................................................................................... 145
12. SINESP Cidadão: Objetivo, cadastro, acesso com a Conta gov.br, consultas por desaparecidos, procurados, veículos e manda-
dos.............................................................................................................................................................................................. 147

Legislação Especial
1. Lei Complementar Estadual n° 258/2023 (Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Paraná)....................................................... 153
2. Lei Estadual 21.117/2022 (Lei Orgânica da Polícia Científica do Paraná).................................................................................... 169
3. Lei Estadual 6174/1970 (Estatuto do Servidor Público do Paraná)............................................................................................. 179
4. Lei Estadual n° 20.656/2021 (Processos Administrativos).......................................................................................................... 203
5. Artigo 50 da Constituição Estadual do Paraná............................................................................................................................ 222
6. Lei Federal n° 12030/09 (Lei da Perícia Oficial)........................................................................................................................... 223
7. Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018. (Lei do SUSP)................................................................................................... 223
8. Lei nº 20.866 - 09 de dezembro de 2021 (Política Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Paraná).......................... 234
9. Lei Estadual nº 21.640/2023 (Código de Ética da Polícia Científica do Paraná).......................................................................... 238

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ÍNDICE

Noções de Criminalística e Medicina Legal


1. Conceito de Vestígio, Evidência e Prova...................................................................................................................................... 247
2. Conceito e definições de Cadeia de Custódia; Noções da Fase Externa e Interna da Cadeia de Custódia dos Vestígios............ 248
3. Classificação dos vestígios em Microvestígios, Macrovestígios, Transitórios, Permanentes, Latentes, Percepitíveis, Verdadei-
ros, Ilusórios, Forjados, Humanos, Não-humanos, Absolutos e Relativos.................................................................................. 248
4. Classificação do local de crime em mediato, imediato e relacionado........................................................................................ 249
5. Traumatologia Forense: estudo dos instrumentos perfurantes, cortantes, perfuro-cortantes, contundentes, corto-contun-
dentes, perfuro contundentes e lesões correspondentes; agentes físicos não-mecânicos: lesões causadas por temperatura,
eletricidade, pressão atmosférica, explosões e das energias ionizantes e não-ionizantes......................................................... 249
6. Tanatologia Forense: sinais de morte; lesões vitais e pós-mortais; cronotanatognose e fenômenos cadavéricos; tipos de as-
fixias - enforcamento, estrangulamento, esganadura, sufocação, soterramento, afogamento, confinamento, gases inertes e
outras.......................................................................................................................................................................................... 256
7. Formas primárias de identificação humana por impressões papilares, arcada dentária e genética.......................................... 266
8. Balística Forense: Conceito de balística interna, externa e terminal.......................................................................................... 268
9. Noções de Fotografia: conceitos (lentes, velocidade, obturador, diafragma, distância focal, ângulo de visão, foco, exposição
fotográfica), tipos de lente, tipos de câmera, tipos de flash, tipos de armazenamento de câmeras digitais, luzes (branca, tem-
peratura, UV), equipamentos; uso, recorte, tratamento............................................................................................................ 269
10. Escaner 3D: Conceito, sensor Lidar (Light Detection and Ranging)............................................................................................ 269

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A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE VARIA-
DOS GÊNEROS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
severas.
evento.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
cluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores.
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual):
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
afirmativa correta.
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Interpretação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
dárias. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações ças sejam detectáveis.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Exemplos de interpretação:
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a tro país.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- do que com a filha.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Opinião
curto. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que que fazemos do fato.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
como horas ou mesmo minutos. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- DOMÍNIO DA NORMA CULTA DO PORTUGUÊS CONTEM-
berdade para quem recebe a informação. PORÂNEO, SOB OS SEGUINTES ASPECTOS: COESÃO E CO-
ERÊNCIA TEXTUAL
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
— Definições e diferenciação
Fato
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira,
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
através de algum documento, números, vídeo ou registro.
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
Exemplo de fato:
externa da mensagem.
A mãe foi viajar.

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— Coesão Textual – Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem


Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se entre outros.
realiza por meio de palavras denominadas conectivos. Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
As técnicas de coesão dando conta da demanda populacional.”
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à — Coerência Textual
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
As regras de coesão apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
Referência emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. Observe os exemplos:
Exemplo: “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de até o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica inacabado.
(retoma termo já mencionado).
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não
– Comparativa: emprego de comparações com base em consomem produtos de origem animal.
semelhanças.
Exemplo: Princípios Básicos da Coerência
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
comparativa endofórica. – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
demonstrativos. Fatores de Coerência
Exemplo: – As inferências: se partimos do pressuposto que os
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
Temos uma referência demonstrativa catafórica. podem simplificar as informações.
Exemplo:
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja “Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido. voltagem da lavadora é 220w”.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.” Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
quaisquer informações ao texto. (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo: Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
ciente de que o locutor está procurando por Ana. O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
Exemplo: nada têm a ver com o Natal.
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
aconteceu.” Conjunção concessiva.

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Elementos da organização textual: segmentação, encadea- Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
mento e ordenação. ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
sintática diferente.
A segmentação é a divisão do texto em pequenas partes para
melhorar a compreensão. A encadeamento é a ligação dessas par- Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
tes, criando uma lógica e coesão no texto. A ordenação é a dispo- compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
sição dessas partes de forma a transmitir uma mensagem clara e compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
coerente. Juntos, esses elementos ajudam a criar uma estrutura Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
eficiente para o texto. duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
ESTRUTURAÇÃO DA FRASE E PERÍODOS COMPLEXOS noticiário”.

Período
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. apresenta apenas um verbo.
Vejamos: – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo — Análise Sintática
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou estrutura de um período e das orações que compõem um período.
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a seguir as especificidades de cada tipo.
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá respectivos exemplos a seguir:
ser compreendida pelo interlocutor. Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
Oração sobre o sujeito).
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O respectivos casos:
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fred fez um lindo discurso.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Um lindo discurso Fred fez.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não “Fez um lindo discurso, Fred.”
contém verbo.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
como oração. concordância verbal.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.

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– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na 2 – Termos integrantes da oração


oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
concordância do verbo o destaca de forma indireta. verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
determiná-lo. – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
exigindo preposição.
Esse sujeito pode aparecer com: – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se seja compreendido.
padeiro.”».
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você Quanto ao objeto direto, podemos ter:
estiver lá.” – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, acontecido.”
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da os aparelhos.»
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
“Choveu muito ontem”. de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
“Era uma hora e quinze”. adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
os exemplos:
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
também recebem sua classificação, conforme abaixo: nominal.
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo “rapidamente” é advérbio de modo.
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser substantivo.
direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
cair, mergulhar, correr. passiva:
– Verbo de ligação: servem para expressar características de – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). 3 – Termos acessórios da oração
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, para complementar a informação, exprimindo circunstância,
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características abaixo quais são eles:
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “Dormimos muito.”
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
palavra substantivada.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida “Maria escreve bastante bem.”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
aula. Por isso, estavam contentes. O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o Os adjuntos adverbiais podem ser:
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
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– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
tempo). apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou que o suspeito era realmente o culpado.”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega queria que isso acontecesse.”
de escola.” – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
– Sujeito: “jovem apaixonado” obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam é que meus pais são saudáveis.”
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma felizes que pulamos de alegria.”
informação já completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” para que nós chegássemos a casa em segurança.”
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento espero por você.»
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a estivesse cansado, concluiu a maratona.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
apelo. Observe: como se ainda vivesse no interior.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
me exercito, mais tenho disposição.”
— Estudo da relação entre as orações – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
Os períodos compostos são formados por várias orações. passou no concurso, mudou-se para o interior.”
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
subordinação. enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas USO DO VOCABULÁRIO APROPRIADO
individualmente porque apresentam sentidos completos.
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala.
doces.” As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não contextos.
preparei os doces.” A adequação vocabular trata das corretas situações em que
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos
preparo os doces.” momento em que determinadas linguagens devem ser usada.
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situa-
logo, passou no exame.” ção informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em
porque estudou bastante.” que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho
por exemplo.

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O ato de escrever cofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela


O que para alguns parece fácil e agradável, para outros repre- coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A lin-
senta um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas esco- guagem popular está presente nas mais diversas situações: conver-
lares, não se prepara o aluno para ser escritor, mas para escrever sas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes,
satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão vocabular programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão
e clareza de ideias. dos estados emocionais etc.
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento organi-
zado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os recursos
expressivos da língua e a interpretação analítica da realidade, em PONTUAÇÃO
especial na dissertação. Qualquer que seja a modalidade redacio-
nal, sua finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteú-
do), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma). — Visão Geral
Não basta, pois, saber o que escrever, mas como escrever. O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em métodos de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
didáticos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores que e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
bloqueiam a escrita. em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de comu- gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
nicação de massa que, saturando nossos sentidos com imagem e compreensão da frase.
som, pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocupando um O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
espaço que poderia ser preenchido pela leitura. – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimora- tipos textuais;
mento da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
expressar o pensa mento. A habilidade com que a usamos permite- – Demarcar das unidades de um texto;
-nos apreender o mundo e agir sobre ele. – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior,
combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pen- — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
samento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional, devemos enunciado
aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e
analítico, bem como o desprendimento para criar e inovar. Vírgula
Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfatória, De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensamento para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
e da imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
aprendizagem. se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
Da palavra ao texto tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
históricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo de seus empregada:
processos de desenvolvimento, foram criando a necessidade de nome-
ação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar nossas ideias fica me- • No interior da sentença
diado por uma unidade menor que se chama signo. O signo é o símbo- 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
lo dos objetos ou ideias que queremos veicular (oral ou textualmente):
a maneira de articular as palavras e de organizá-las na frase, no texto ENUMERAÇÃO
determina nosso discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
A linguagem culta ou padrão Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em
que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas REPETIÇÃO
instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obedi-
ência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Os arranjos estão lindos, lindos!
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- 2 – Isolar o vocativo
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. “Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”
A linguagem popular ou coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos- 3 – Separar apostos
tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de “O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; ca-
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4 – Isolar expressões explicativas: “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;


“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
responsabilizado.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)

5 – Separar conjunções intercaladas 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
do setor.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
“Estas alegações, não as considero legítimas.” apositiva nem se apresente inversamente).

8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas Ponto


por conjunções) 1 – Para indicar final de frase declarativa:
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” “O almoço está pronto e será servido.”

9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: 2 – Abrevia palavras:


“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
10 – Marcar a omissão de um termo: – “Dr.” (Doutor)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”). 3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas Ponto e Vírgula
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e “Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: nossa amiga, de praticar esportes.”
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
ajudasse.” 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Mercúrio;
principal: Vênus;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Terra;
Marte;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Júpiter;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Saturno;
Urano;
Netuno.”
Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá atenção!
Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção! Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
5 – Separar as sentenças intercaladas: enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu ideias anteriores.
leito, até que você se recupere por completo.” “Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
• Antes da conjunção “e” grande ofensa.”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
valores que não expressam adição, como consequência ou 2 – Para introduzirem citação direta:
diversidade, por exemplo. “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens:
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre “Ele gritava repetidamente:
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar – Sou inocente!”
alguma ideia, por exemplo:

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Reticências Aspas
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
sintaticamente: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
“Quem sabe um dia...” arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: “A reunião será feita ‘online’.”
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
ainda.” 2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o Assis)
objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar). CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
Raimundo Fagner). estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
Ponto de Interrogação sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
1 – Para perguntas diretas: em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
“Quando você pode comparecer?” 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
flexionado para concordar com o sujeito.
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
destacar o enunciado: (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
“Não brinca, é sério?!” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
Ponto de Exclamação formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
1 – Após interjeição: concordância ocorre em gênero e pessoa
“Nossa Que legal!”
Casos específicos de concordância verbal
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
“Infelizmente!” situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
3 – Após vocativo II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
“Ana, boa tarde!” III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
forem distintos.
4 – Para fechar de frases imperativas:
“Entre já!” Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
Parênteses “Isto é para nós solicitarmos.”
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
a vírgula: verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre) da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
quem seria promovido.” em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
imperativos.
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: Exemplos:
“O rapaz perguntou ao padre: “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
— Amar demais é pecado?” “Foram proibidos de realizar o atendimento.”

2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
“— Vou partir em breve. verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
— Vá com Deus!” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
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– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”

Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
no singular ou no plural: esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” singular:
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
do que ocorreria.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, de crianças acompanhadas.”
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou Concordância nominal com menos: a palavra menos
permanece na 3a pessoa do singular: permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo – “Menos problema /menos problemas.”
concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
gênero e número com o substantivo quando exercem função de
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do adjetivo:
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
ou por verbos transitivos indiretos: – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presente
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo EMPREGO DE PRONOMES


concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.” — Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
ser empregada: ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
entraram.” pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das relativos.
pessoas entenderam.”
Pronomes pessoais
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
mas também concordar com a forma no masculino plural: (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.” (atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto,
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” existe um correspondente oblíquo.

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo CASO RETO CASO OBLÍQUO
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais: Eu Me, mim, comigo.
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
Nós Nós, conosco.
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o Vós Vós, convosco.
substantivo deve estar no plural: Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

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Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3a pessoa – Ele / Ela Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Este, esta, estes, estas, Os seres ou objetos estão próximos
1a pessoa
isto. da pessoa que fala.
Esse, essa, esses, essas, Os seres ou objetos estão próximos
2a pessoa
isso. da pessoa com quem se fala.
Aquele, aquela, aqueles,
3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

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Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,
VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,
INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

ORTOGRAFIA

— Definições
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere às
práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia são: o
emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); os sinais de
pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e decorrentes dessas funções, entre outros.  
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais aberto),
circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
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O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão Parônimos e homônimos


estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.   pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português apreender (capturar).
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:   “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km demonstrativo).
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova ACENTUAÇÃO
York.  

Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos — Definição


do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
regras: palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
abacaxi.   as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. língua portuguesa:
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
mexerica.    – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: âncora, avô.
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
verminose. o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos. tônica!
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
burguês/burguesa. indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. exemplo semelhante é a palavra bênção.  

Porque, Por que, Porquê ou Por quê? — Monossílabas Tônicas e Átonas


– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
porque/pois nada está molhado.   percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração. (forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do abaixo:
cancelamento do show.   “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, “Finalmente encontrei a chave do carro.”
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento Recebem acento gráfico:  
do show.   – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
Por quê?   -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.

Não recebem acento gráfico:


– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.

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– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas O Novo Acordo Ortográfico


quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
lêem leem. em vigor em 2009:

Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → vôo – voo; zôo – zoo.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
tônus.   grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
quórum, quóruns.   “para”.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito. COMUNICAÇÃO ESCRITA OFICIAL DO ESTADO DO PARANÁ:
PROCESSO DE ELABORAÇÃO TEXTUAL, PRINCÍPIOS ORIEN-
Ditongos e Hiatos TADORES DA REDAÇÃO OFICIAL, HIERARQUIA E SUBOR-
Acentuam-se: DINAÇÃO, REVISÃO, CONCEITO E ESTRUTURA DE OFÍCIO,
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, DECRETO, DESPACHO, CORREIO-ELETRÔNICO, INSTRUÇÃO
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, NORMATIVA, MEMORANDO, ORDEM DE SERVIÇO, PARE-
mausoléu, sóis, véus. CER, PORTARIA, REQUERIMENTO, RELATÓRIO, RESOLU-
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de ÇÃO; DOCUMENTOS DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA;
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí SISTEMÁTICA DA LEI
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

Não se acentuam: O que é Redação Oficial1


– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
moinho, rainha, bainha. pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
juuna, xiita. xiita. ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
enjoo, magoo. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
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fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega- Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto
Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
toda administração pública, claro está que devem igualmente nor- comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór-
tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce-
que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa- assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili- a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato- b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla- soal;
reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in- verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de alcançada a necessária impessoalidade.
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
análise pormenorizada de cada uma delas. costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
A Impessoalidade mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
a) alguém que comunique, si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
b) algo a ser comunicado, e ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
c) alguém que receba essa comunicação. exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
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dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar
com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se
de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias
uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul- de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao
to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre-
e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci- não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em
os cidadãos. todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de-
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- concorrem:
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- restrita, como a gíria e o jargão;
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, cindível uniformidade dos textos;
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. ticos que nada lhe acrescentam.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. É pela correta observação dessas características que se redige
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
Formalidade e Padronização texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi- ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
nual, exige que se atente para todas as características da redação “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- As comunicações oficiais
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
normas específicas para cada tipo de expediente. guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
Concisão e Clareza tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com
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a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação cargos de natureza especial;
do signatário. Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
Pronomes de Tratamento
b) do Poder Legislativo:
Breve História dos Pronomes de Tratamento Deputados Federais e Senadores;
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem Ministro do Tribunal de Contas da União;
larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após Deputados Estaduais e Distritais;
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
“como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de c) do Poder Judiciário:
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de Ministros dos Tribunais Superiores;
tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um Membros de Tribunais;
atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e Juízes;
não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com Auditores da Justiça Militar.
o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de tivo:
tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede-
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes ral.
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
des civis, militares e eclesiásticas. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
seguido do cargo respectivo:
Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Senador,
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senhor Juiz,
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, Senhor Ministro,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra- Senhor Governador,
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos A Sua Excelência o Senhor
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- Fulano de Tal
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- Ministro de Estado da Justiça
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero 70.064-900 – Brasília. DF
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- A Sua Excelência o Senhor
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- Senador Fulano de Tal
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Senado Federal
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. 70.165-900 – Brasília. DF

Emprego dos Pronomes de Tratamento A Sua Excelência o Senhor


Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Fulano de Tal
a secular tradição. São de uso consagrado: Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Rua ABC, no 123
01.010-000 – São Paulo. SP
a) do Poder Executivo;
Presidente da República; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
Vice-Presidente da República; digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Ministros de Estado; nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- sendo desnecessária sua repetida evocação.
deral; Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Oficiais-Generais das Forças Armadas; para particulares. O vocativo adequado é:
Embaixadores; Senhor Fulano de Tal,
(...)
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No envelope, deve constar do endereçamento: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au-
Ao Senhor toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de-
Fulano de Tal vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das
Rua ABC, nº 123 Relações Exteriores.
70.123 – Curitiba. PR
Identificação do Signatário
Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em- Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor tura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em (espaço para assinatura)
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem NOME
concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por Chefe da Secretária-geral da Presidência da República
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese- (espaço para assinatura)
jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma NOME
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu- Ministro de Estado da Justiça
nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
vocativo: Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me-
Magnífico Reitor, nos a última frase anterior ao fecho.
(...)
O Padrão Ofício
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi-
hierarquia eclesiástica, são: nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca- que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de
tivo correspondente é: cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
Santíssimo Padre, lhanças.
(...)
Partes do documento no Padrão Ofício
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: partes:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, o expede:
(...) Exemplos:
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores mento à direita:
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos Exemplo:
e demais religiosos. 13
Brasília, 15 de março de 1991.
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade c) assunto: resumo do teor do documento
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos Exemplos:
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
das as modalidades de comunicação oficial: a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- dereço.
pública:
Respeitosamente, e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
ferior: – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
Atenciosamente, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
-me informar que”, empregue a forma direta;
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– Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen- documento;
tada a posição recomendada sobre o assunto. j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos e ilustrações;
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
a estrutura é a seguinte: m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que Rich Text nos documentos de texto;
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos veitamento de trechos para casos análogos;
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
segundo a seguinte fórmula: documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca- produtividade ano 2002”
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- Aviso e Ofício
dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento, — Definição e Finalidade
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica-
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ” dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
– Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero no caso do ofício, também com particulares.
encaminhamento.
— Forma e Estrutura
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
g) assinatura do autor da comunicação; e Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- Excelentíssimo Senhor Presidente da República
tário). Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Forma de diagramação Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte tes informações do remetente:
forma de apresentação: – Nome do órgão ou setor;
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo – Endereço postal;
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – telefone E endereço de correio eletrônico.
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Memorando
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página; — Definição e Finalidade
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
espelho”); de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
cia da margem esquerda; posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
mo, 3,0 cm de largura; a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
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plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
memorando. medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
— Forma e Estrutura Mencionar:
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão - Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio- - Se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
nado pelo cargo que ocupa. - Outras possibilidades de resolução do problema.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche- 4. Custos
fe para Assuntos Jurídicos Mencionar:
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
Exposição de Motivos mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
— Definição e Finalidade especial ou suplementar;
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da - Valor a ser despendido em moeda corrente;
República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto; 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
b) propor alguma medida; ou se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Se o problema configura calamidade pública;
República por um Ministro de Estado. - Por que é indispensável a vigência imediata;
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi- - Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os nham sido previstos;
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi- - Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
nisterial. prevista.

— Forma e Estrutura 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do da proposta possa vir a tê-lo)
padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a 7. Alterações propostas
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex- Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro-
posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
medida ou submeta projeto de ato normativo. a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada resolver;
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
apontar: na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da cutivo (v. 10.4.3.).
medida ou do ato normativo proposto; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de 2002. motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o
ou órgão equivalente) nº de 200. problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
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LÍNGUA PORTUGUESA

(nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever- Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração, exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem
o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. de encaminhamento ao Congresso.
Ressalte-se que: b) encaminhamento de medida provisória.
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
comentários a serem ali incluídos. pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
c) indicação de autoridades.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di-
modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
no Diário Oficial da União, no todo ou em parte. devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
Mensagem te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
— Definição e Finalidade autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
guintes finalidades: ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- administrativo.
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- forma de livro.
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames ção.
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
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i) comunicação de veto. Telegrama


Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
§ 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é — Definição e Finalidade
parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce-
vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por
restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
j) outras mensagens. e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
mensagens com: eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
– Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en- bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
– Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
ções e prestações interestaduais e de exportação — Forma e Estrutura
(Constituição, art. 155, § 2o, IV); Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); na Internet.
– Pedido de autorização para operações financeiras externas
(Constituição, art. 52, V); e outros. Fax
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui- — Definição e Finalidade
ção, art. 57, § 6o); O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for-
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
República (art. 52, XI, e 128, § 2o); volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi- gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX); conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
(Constituição, art. 84, XX); segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o); o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida-
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons- mente.
tituição, art. 137);
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio — Forma e Estrutura
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
(Constituição, art. 166, § 5o); documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re- me exemplo a seguir:
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
§ 8o); Correio Eletrônico
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. — Definição e finalidade
Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
— Forma e Estrutura transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
As mensagens contêm: são de documentos.
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
talmente, no início da margem esquerda: — Forma e Estrutura
Mensagem no Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
da República, não traz identificação de seu signatário. rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
dido de confirmação de recebimento.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

—Valor documental deixando no percurso mágoa e dor.


Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser Depois subiu os degraus da igreja santa
aceito como documento original, é necessário existir certificação di- e postou-se horas sob os pés do Criador.
gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
em lei. E desceu devagarinho, até deitar-se
novamente no seu leito.
Prezado(a),
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico Mas toda noite o seu olhar de rio
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é fica boiando sob as luzes da cidade.
reservada para a inclusão de materiais que complementam a apos- (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
tila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relacio- terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
nados a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
cabem na estrutura de nossas apostilas. No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são sifica-se como
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
(A) pronome.
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
(B) preposição.
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
(C) artigo.
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me-
(D) advérbio.
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da
apostila. (E) conjunção.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo
link a seguir: https://www.administracao.pr.gov.br/sites/default/ 2. INSTITUTO AOCP - 2022 - IPE Prev - Analista em Previdência
arquivos_restritos/files/documento/2021-11/manual_comunica- - Direito - Edital nº 002(E) metonímia.
cao_escrita.pdf O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde men-
tal
Lucía Blasco
QUESTÕES Pode parecer contraditório, mas a positividade pode ser tóxica.
“Qualquer tentativa de escapar do negativo — evitá-lo, sufocá-
-lo ou silenciá-lo — falha. Evitar o sofrimento é uma forma de sofri-
1. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio- mento”, escreveu o escritor americano Mark Manson em seu livro
teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho. A Arte Sutil de Ligar o Foda-se. É precisamente nisso que consiste
Ele tem braços, dentes, corpo, coração, a positividade tóxica ou positivismo extremo: impor a nós mesmos
muitas vezes homicida, — ou aos outros — uma atitude falsamente positiva, generalizar
foi ele quem levou o meu irmão. um estado feliz e otimista seja qual for a situação, silenciar nossas
emoções “negativas” ou as dos outros. (...)
É muito calmo o rio de minha terra. O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em trans-
tornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em “emoções
Suas águas são feitas de argila e de mistérios. desreguladas” do que “negativas”. “A paleta de cores emocionais
Nas solidões das noites enluaradas engloba emoções desreguladas, como tristeza, frustração, raiva, an-
a maldição de Crispim desce siedade ou inveja. Não podemos ignorar que, como seres humanos,
sobre as águas encrespadas. temos aquela gama de emoções que têm uma utilidade e que nos
dão informações sobre o que acontece no nosso meio e no nosso
O rio de minha terra é um deus estranho. corpo”, explica Rodellar à BBC News Mundo.
Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, “o problema
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os as-
para subir as poucas rampas do seu cais. pectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que
Foi conhecendo o movimento da cidade, nos represente um desafio.” “É desonesto em relação a quem so-
a pobreza residente nas taperas marginais. mos permitir-nos apenas expressões positivas”, diz Baker. (...) “Nós
nos escondemos atrás da positividade para manter outras pessoas
Pois tão irado e tão potente fez-se o rio longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos.” (...) “Quando
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. ignoramos nossas emoções negativas, nosso corpo aumenta o vo-
Mas ele prosseguiu indiferente, lume para chamar nossa atenção para esse problema. Suprimir as
carregando no seu dorso bois e gente, emoções nos esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é
até roçados de arroz e de feijão. sustentável a longo prazo”, diz a terapeuta. (...)
Teresa Gutiérrez, psicopedagoga e especialista em neuropsico-
Na sua obstinada e galopante caminhada, logia, considera que “o positivismo tóxico tem consequências psi-
destruiu paredes, casas, barricadas, cológicas e psiquiátricas mais graves do que a depressão”. “Pode
levar a uma vida irreal que prejudica nossa saúde mental. Tanto
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positivismo não é positivo para ninguém. Se não houver frustração 3. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas”, disse Judiciária-
ele à BBC Mundo. Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atri- torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isol-
bui isso às redes sociais, “que nos obrigam a comparar nossas vidas da pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas,
com as vidas perfeitas que vemos online”. (...) “Se houvesse mais em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão
honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misterio-
para experimentar todos os tipos de emoções. Somos humanos e sa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os
devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de
estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo.” ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxi- Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os
co “nos últimos anos”, mas principalmente durante a pandemia. (...) amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música.
“Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e
descem e tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O pro- por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século,
blema é quando não as queremos sentir porque nos tornamos mais têm partilhado o fascínio de Wagner por ela.
dóceis perante uma ‘onda’ que se aproxima”. (...) A resposta à primeira pergunta é que a composição ce-
Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade lebrava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner.
de Michigan, nos EUA, acredita que a melhor maneira de validar as Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de forma
emoções é “apenas ouvi-las”. “Quando alguém compartilha senti- não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era a mulher
mentos negativos com você, em vez de correr para fazer essa pes- do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era um homem
soa se sentir melhor ou pensar mais positivamente (“Tudo vai ficar casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e indomáveis que
bem”), tente levar um segundo para refletir sobre seu desconforto por vezes conseguem se sobrepor à vontade própria e que, na au-
ou medo e faça o possível para ouvir”, aconselha a especialista. (...) sência de explicações mais adequadas, têm sido atribuídas à magia
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer “não pense nisso, ou ao destino. A resposta à segunda questão é um desafio ainda
seja positivo”, diga “me diz o que você está sentindo, eu te escuto”. mais atraente.
Em vez de falar “poderia ser pior”, diga “sinto muito que está pas- Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-
sando por isso”. Em vez de “não se preocupe, seja feliz”, diga “estou bros capazes de impor comportamentos que podemos ser capazes
aqui para você”. (...) “Tudo bem olhar para o copo meio cheio, mas ou não de eliminar por meio da chamada força de vontade. Um
aceitando que pode haver situações em que o copo está meio va- exemplo elementar é a substância química oxitocina. No caso dos
zio e, a partir daí, assumir a responsabilidade de como construímos mamíferos, incluindo os seres humanos, essa substância é produzi-
nossas vidas”. da tanto no cérebro como no corpo. De modo geral, influencia toda
Para Baker, o que devemos lembrar é que “todas as nossas uma série de comportamentos, facilita as interações sociais e induz
emoções são autênticas e reais, e todas elas são válidas”. a ligação entre os parceiros amorosos.
Adaptado de: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174. Não há dúvida de que os seres humanos estão constante-
Acesso em: 28 dez. 2021. mente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto tenham
aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que
A função da linguagem predominante no texto é podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que o filtro de
(A) referencial, visto que se propõe a informar o leitor a res- amor não trouxe bons resultados para o Tristão e Isolda de Wagner.
peito da positividade tóxica e seus efeitos na vida das pessoas, Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram uma morte de-
sobretudo, mediante pareceres de especialistas. soladora.
(B) emotiva, pois a autora expressa sua visão, ainda que de (Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São Paulo:
modo sutil, acerca da severidade do problema exposto, em es- Companhia das Letras, edição digital)
pecial, no que tange à saúde mental.
(C) conativa, já que procura persuadir os leitores quanto à gra- A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das pai-
vidade dos efeitos do positivismo extremo com relação à saúde xões.
física e mental da população.
(D) fática, por centrar-se na comunicação entre autor e leitor, No contexto em que se encontra, o segmento sublinhado aci-
principal interessado em termos de conhecimento sobre o ma exerce a mesma função sintática do que está também sublinha-
tema “positividade tóxica ou positivismo extremo”.
do em:
(E) metalinguística, uma vez que evidencia o uso de uma lin-
(A) Wagner era um homem casado.
guagem científica ao apresentar diversos posicionamentos téc-
(B) O enredo gira em torno da transformação da relação entre
nicos para tratar do assunto “positividade tóxica”.
os dois protagonistas.
(C) Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-
bros
(D) o que o atraiu para essa história
(E) Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção
letal.

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4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa
Administrativa- Atenção: Para responder à questão, leia a crônica em apelar para os bombeiros a fim de demolir o metrô tão rapi-
“Tatu”, de Carlos Drummond de Andrade. damente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O
O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que tatu tem razões de sobra para não confiar no homem e no luar do
o pé do homem pisou e trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa Corcovado.
de outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do ple- Não é fábula. Eu compreendo o tatu.
nilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos. São Paulo:
a claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições Companhia das Letras, 2013)
de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia,
quando saio precisamente para caçar? Como prover a minha sub- No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu,
sistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos, um sentimento de
como entre homens, e de noite não me dão folga? (A) empatia.
Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do in- (B) desconfiança.
terior das placas de sua couraça, em termos de português, é porque (C) superioridade.
o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além (D) soberba.
de não acreditar em audiência civilizada para seus queixumes. A (E) desdém.
armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não
há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu. 5. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área
Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de Administrativa-
prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só dele sabidas, capturar Melancolia e criatividade
vivo um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Es- Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má
tava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem, essa ou- fama. O melancólico é costumeiramente tomado como um ser de-
tra cor que as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua. sanimado, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que con-
Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como vém evitar. Mas é uma fama injusta: há grandes melancólicos que
quem diz, diante de um motivo de prazer: “Daqui a pouco eu vou fazem grande arte com sua melancolia, e assim preenchem a vida
trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê da gente, como uma espécie de contrabando da tristeza que a arte
de inimigos maiores. Sem pressentir que o mais temível deles anda- transforma em beleza. “Pra fazer um samba com beleza é preciso
va por perto, em horas impróprias à deambulação de um professor um bocado de tristeza”, já defendeu o poeta Vinícius de Moraes, na
universitário. letra de um conhecido samba seu.
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madru- Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre
gada? anima a literatura, a música, a pintura, o cinema, as artes todas.
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando Anima, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um bom
todos roncam. filme melancólico, revisitar um belo poema desesperançado, ouvir
Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou seja: os artis-
feitio manso, mas o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir tas melancólicos fazem de sua melancolia a matéria-prima de uma
qualquer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho. obra-prima. Sorte deles, nossa e da própria melancolia, que é as-
Achou logo um cipó bem forte, pedindo para ser usado na caça; sim resgatada do escuro do inferno para a nitidez da forma artística
e jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com bem iluminada.
perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde, Confira: seria possível haver uma história da arte que
nas profundas camadas do ser, e só permite que venha aflorar em deixasse de falar das grandes obras melancólicas? Por certo se per-
noite de lua cheia!). deria a parte melhor do nosso humanismo criativo, que sabe fazer
Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O de uma dor um objeto aberto ao nosso reconhecimento prazero-
coitado nem teve tempo de cravar as garras no laçador. Quando so. Charles Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou essa figura huma-
agiu, já este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E ou- na inesquecível da complexa composição de fracasso, melancolia,
tra. Era fácil para o tatu arrebentar o cipó com a força que a natu- riso, esperteza e esperança. O vagabundo sem destino, que vive a
reza depositou em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu apanhar da vida, ganhou de seu criador o condão de emocionar o
meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sere- mundo não com feitos gloriosos, mas com a resistente poesia que o
no narrador mentiu, sei lá. Talvez o tenha comprado numa dessas faz enfrentar a vida munido da força interior de um melancólico dis-
casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na posto a trilhar com determinação seu caminho, ainda que no rumo
rua, a um vendedor de ocasião, quando tudo se vende, desde o a um horizonte incerto.
mico à alma, se o PM não ronda perto. (Humberto Couto Villares, a publicar)
Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um
tatu que não se acomodou ao palmo de terra nos fundos da casa e No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para
tratou de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira, (A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fra-
e lá faz greve de fome. De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite casso humano.
perdeu para ele seu encanto luminoso. A ideia de levá-lo para o (B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar
zoológico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor seus altos objetivos.
reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se revela profundamente (C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor
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em franca alegria. (Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasilei-
(D) personificar a complexa conjunção entre força poética e ro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019)
marginalidade social.
(E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi)
comprometido com nada. sinônimo de igualdade está flexionado nos mesmos tempo e modo
que o sublinhado em:
6. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecno- (A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com gran-
logia da Informação- de naturalidade
A independência política em 1822 não trouxe muitas novida- (B) Três longos rios resumiriam a nação
des em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro, (C) O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um es-
qual seja: estruturar e justificar uma nova nação. trangeiro
A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto His- (D) A independência política em 1822 não trouxe muitas novi-
tórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio dades
de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma (E) a água que corria representava o futuro desse país
história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas pro-
posições, trabalhos e argumentos. 7. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB, ências Jurídicas- Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador
basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá orga- francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão.
nizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se O preço da justiça
dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: “Como se Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como
deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os
história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e
fundamental, para a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, matem um homem em grande aparato.
e com grande naturalidade, de “História do Brasil”. Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de ou-
A singularidade da competição também ficou associada a seu tra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para
resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar, massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circuns-
nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido na- tância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe
turalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É
importância, embora novato no que dizia respeito à história em preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a
que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e po- preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda
vos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominio-
herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pe- sa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um
quenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país momento”.
a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém
aqui existentes. a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passa-
A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência gem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os
de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo com- dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de
plicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pân-
continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país. tanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto
Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em
estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os pedaços sobre uma roda de carroça.
indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por (VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São
meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)
nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas;
outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro, Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado po-
mais diminuto, alimentado pelos negros. sicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos (A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homi-
cídio
juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era (e
(B) matem um homem / em grande aparato
nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de
(C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o pú-
“inventar” uma história não só particular (uma monarquia tropical
blico
e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria re-
(D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
presentava o futuro desse país constituído por um grande rio cau- (E) servir ao público / preservar uma região da inundação
daloso no qual desaguavam os demais pequenos afluentes.
É possível dizer que começava a ganhar força então a la-
dainha das três raças formadoras da nação, que continuaria encon-
trando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.

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8. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental rinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o
e Médio - Língua Portuguesa- temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de
Ai de ti, Ipanema que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas com ele na alma.
mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copacabana, porque eu já fiz o si- Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pe-
nal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não viste; sada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem
porém minha voz te abalará até as entranhas.” Era uma exortação (“Falta só uma semana, seu Adelino”).
bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e hiperbólica. “En- Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar
tão quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o
na verdade não haverá terreno algum.” palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os
Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
degradação e da dissolução moral de um bairro prestes a ser tra- Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino
gado pelo pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em meio às veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele,
abjeções e ao vício: “E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino,
vasa fétida das marés cobrirá tua face”. calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspira-
A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada, ção não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada.
inofensiva e pura, era então, como Ipanema seria depois, a síntese A freguesa resolveu colaborar:
mítica do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma me- − Que tal um fígado acebolado?
tonímia. − Acabou, madame − atalhou o garçom.
No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não contami- − Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
nado ainda pelos plenos pecados, eram tempos idílicos e pastorais, − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a
a era da inocência, da bossa nova, dos anos dourados de JK, de Gar- cabeça.
rincha. Digo eu agora: Ai de ti, Ipanema, que perdeste a inocência − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com fei-
e o sossego, e tomaste o lugar de Copacabana, e não percebeste os jão-branco, farofa e arroz…
sinais que não são mais simbólicos: o emissário submarino se rom- − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma car-
pendo, as águas poluídas, as valas negras, as agressões, os assaltos, nezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço
o medo e a morte. − ponderou.
(Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. Rio de A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167) − Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau
a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e
Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale dos termos exortação e Da cozinha veio a informação:
condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga, − Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
(A) a tonalidade grave de uma invectiva. − Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
(B) a informalidade de um discurso emocional. Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes
(C) o coloquialismo de um lírico confessional. de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o
(D) a retórica argumentativa dos clássicos. apetite de seu Adelino:
(E) a força épica de uma celebração. − Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
9. FGV - 2022 - TJ-MS - Analista Judiciário - Área Fim- A lin- O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou
guagem tem múltiplas funções; a frase abaixo em que a função da o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio.
linguagem empregada é a de abordar a própria linguagem (meta- Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpe-
linguagem) é: lou-o:
(A) Para salvar seu crédito, você deve esconder a sua ruína; − Como é, está bom?
(B) Colhe as rosas enquanto estão vivas; amanhã, já não esta- Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
rão como hoje; − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá
(C) Em geral, logo que uma coisa se torna útil deixa de ser bela; nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer:
(D) Se você tiver que ser atropelado por um carro, é melhor que está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insos-
seja por uma Ferrari; sa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
(E) O não produz inimigos; o sim, falsos amigos. A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso
Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando:
10. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administra- − Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate,
tivo da Assistência Social- Atenção: Leia a crônica para responder pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e
à questão ainda acrescentam um ovo…
O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhan-
fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “fa- do, desta vez em sorriso aberto:
cilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias impor- − Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas,
tantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigar- daquelas… Um santo, santíssimo prato!
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Mas, encarando o concreto: 12. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! - Área Judiciária
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom O meu ofício
filme de espionagem para o senhor se consolar. O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo.
Não tinha, infelizmente. Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Pau- que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra-
lo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru-
O termo sublinhado em a fregueses mais antigos oferece, an- mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes
tes do menu, o jornal do dia “facilitado” exerce a mesma função em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín-
sintática do termo sublinhado em: gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
(A) O garçom estendeu-lhe o menu e esperou uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
(B) seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
(C) Vez por outra, indaga se a comida está boa surda como uma náusea dentro de mim.
(D) Uma noite dessas, o movimento era pequeno Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
(E) seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
11. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
- Área Judiciária- sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
A chama é bela nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do ou furtadas aqui e ali.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
fixos como um programa televisivo. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente atônita, estupefata.
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
obriga a imaginar coisas sem nome...
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- observadas em:
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é falta a espontaneidade dos bons escritos.
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
Record, 2021, p. 54-55) (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
forma do plural para integrar corretamente a frase: tora, do que os que a levaram a imaginar histórias
(A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as
crianças o espetáculo da lareira. 13. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
(B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáfo- tação - Infraestrutura de TI- Atenção: Para responder à questão, leia
ras que o fazem representar nossas paixões. o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis.
(C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demorada- Nunca pude entender a conversação que tive com uma
mente em suas luzes que podem enceguecê-los. senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite
(D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as proprieda- de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo,
des do brilho físico e as do estatuto metafórico. preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
(E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
para o eterno espetáculo que suas chamas constituem. neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas
primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-
-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses
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antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa asso- 14. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário
bradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, - Área Administrativa-
alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra Crimes ditos “passionais”
e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gen- A história da humanidade registra poucos casos de mulhe-
te estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe-
ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo
teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente,
fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque-
vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por
eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam-
amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o
casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele
existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar.
acabou achando que era muito direito. O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que
verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa-
grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e pas- fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos
sivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, per- que das provas dos autos.
doava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que
anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os
mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso
recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vesti- têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus-
do e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acor- tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo
dar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, do que com o verdadeiro sentimento de honra.
eu levaria outra, a terceira ficava em casa. A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo-
— Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? per- ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas
guntou-me a mãe de Conceição. decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais.
— Leio, D. Inácia. A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artag- (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São
nan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas
quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor É inteiramente regular a pontuação do seguinte período:
que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. (A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se
(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: considere passional um crime movido pelo rancor, e pelo ódio.
Companhia das Letras, 1988) (B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses cri-
mes em que, a paixão alegada, vale como uma atenuante.
*comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado (C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mu-
lheres, aos poucos, têm garantido seus direitos fundamentais.
Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a supressão de (D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que es-
um verbo em: tão na raiz mesma, dos crimes hediondos apresentados como
(A) A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas passionais.
escravas. (E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional,
(B) Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu acaba por convencer o júri, inocentando assim um frio crimi-
levaria outra, a terceira ficava em casa. noso.
(C) A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de mi- 15. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
nhas primas. ências Jurídicas Considere o texto abaixo para responder à questão.
(D) Nunca pude entender a conversação que tive com uma se- [Viver a pressa]
nhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva
(E) Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Sena- e calculista do mundo do trabalho e aquilo que somos e fazemos
do, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. nas horas em que estamos fora dele.
O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão
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epidêmica como a peste em outros tempos: a frequência do acesso (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Com-
a um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival. panhia das Letras, 2016, p. 106)
Mais de um quinto dos usuários da internet desistem de um vídeo
caso ele demore mais que cinco segundos para carregar. No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a con-
Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia cordância na frase:
em que toda essa pressa deixe de ser uma obsessão? Será que a (A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo
adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima aca- menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se
bará por esvaziar até mesmo a consciência dessa nossa degradação distribuir.
descontrolada? (B) À medida que se recomporem as condições iniciais do pro-
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: cesso, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um
Companhia das Letras, 2016, p. 88) de seus ideais.
(C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição
Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período: das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas in-
(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, justiças.
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também (D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribui-
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de ção de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. desejam fazer.
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, (E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunida-
que contamina não apenas o tempo do trabalho mas, também, des, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de referendo.
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará.
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, 17. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas também tação - Sistemas da Informação-
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de 1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narrado-
que, se assim continuar nossa civilização, se degradará. res dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado
(D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas, também vitrines interativas de hoje é a própria personalidade.
o tempo, de outras ocupações, o autor mostra seu temor de 2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos,
(E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes.
o tempo de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de 3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da inte-
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. met são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumen-
tos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer
16. FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas
Legislativo- Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expres-
abaixo. são. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio,
Distribuição justa por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência
das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme
qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os
a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, es- de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas des-
forços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela tes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profun- 4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário,
da falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero dessa autocriação.
ou religiosa? 5. As diversas versões dessas personalidades que performam
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas cos-
infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um tumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que
papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer ou- hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artis-
tra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um ta romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma
mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e
vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envene- os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo
na os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a
ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade
seu leque de escolhas possíveis na vida prática e eleger seus proje- que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo
tos, apostas e sonhos de realização. que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, co-

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mentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de Considere as orações:


si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo I. Há crimes ditos passionais.
David Riesman, no livro A multidão solitária. II. Os agentes desses crimes são por vezes inocentados.
(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como espetá- III. Os inocentados alegam legítima defesa da honra.
culo. Contraponto, edição digital) Essas orações articulam-se de modo claro, correto e coerente
neste período único:
Está correta a redação da seguinte frase: (A) São ditos passionais os crimes inocentados, por alegarem os
(A) Têm-se que o modo de vida dos jovens mais abastados das criminosos, por vezes, legítima defesa da honra.
grandes cidades estadunidenses estão no cerne do novo tipo (B) É a legítima defesa da honra a alegação de que os agentes
de personalidade das mídias sociais. de crimes ditos passionais usam ao serem inocentados.
(B) Diariamente exibe-se fotografias autorreferentes nas mí- (C) Os inocentados agentes de crimes ditos passionais, alegam
dias sociais, fazendo de seus autores um tipo de personagem já a razão da legítima defesa da honra.
visto no cinema e na televisão. (D) Ao alegarem legítima defesa da honra, são por vezes ino-
(C) Por tratar-se de uma obra à ser vista, os relatos autobio- centados os agentes dos crimes ditos passionais.
gráficos encontrados nas mídias sociais, precisam conquistar (E) São por vezes inocentados, sendo alegado legítima defesa
grande audiência. da honra, os agentes de crimes ditos passionais.
(D) Como é sabido, existe inúmeras estratégias de autopromo-
ção com o intuito de aumentar a visibilidade de uma persona- 19. FCC - 2019 - SANASA Campinas - Técnico de Instrumentação
lidade virtual. - Automação de Processos-
(E) Grande parte dos relatos cotidianos encontrados nas mídias Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o
sociais possui como meta a autopromoção da própria perso- problema da poluição oceânica, mas, até o momento, não tomaram
nalidade. quaisquer medidas concretas.A organização holandesa The Ocean
Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de com-
18. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - bater a poluição oceânica nos próximos anos.
Área Administrativa- Crimes ditos “passionais” A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar
A história da humanidade registra poucos casos de mulhe- os plásticos que poluem os mares do planeta e pretende começar
res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe- a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de detritos
mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sis-
de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente, tema de limpeza recentemente redesenhado.
não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque- Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes
le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede de telas em forma de
sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam- “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O plástico
bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa maríti-
responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele ma para fins de reciclagem.
se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar. (Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.com)
O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes
reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que oceânicas fazer todo o trabalho. (3° parágrafo)
se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa- O conteúdo da frase acima está preservado nesta outra reda-
fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos ção, respeitando-se as regras de ortografia e acentuação:
advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do (A) Em sintese, a ideia principal do projeto equivale a deixar
que das provas dos autos. que as correntes oceânicas furtem-se a quaisquer trabalhos.
Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res- (B) Para sintetisar, a ideia principal do projeto tem haver com
ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que deixar que as correntes oceânicas executem o trabalho inte-
houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os gralmente.
motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso (C) De modo suscinto, a ideia principal do projeto está em dei-
têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus- xar que as correntes oceânicas desempenhem qualquer traba-
tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo lho.
do que com o verdadeiro sentimento de honra. (D) Em poucas palavras, a ideia principal do projeto consiste
A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo- em deixar que as correntes oceânicas realizem o trabalho com-
ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas pleto.
decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais. (E) Sem mais delongas, a ideia principal do projeto assemelha-
A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não -se a deixar que as correntes oceânicas desempenhem hesito-
podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti- samente o trabalho.
das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
(Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São
Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)

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20. FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Médio- A concordân- II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
cia, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
que se encontra em: III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
(A) Falta e ausência têm em quaizquer seres humanos. tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
(B) Não hão falta e ausência em uma série de individuos. IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
(C) Não existem falta e ausência como sentimentos humanos. pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
(D) Todos nós nos sentimos em falta para com o outro as vezes. -Geral.
(E) Não haviam falta e ausência em nós quando eramos crian- V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
ças. -ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
-Executiva, tenente-coronel.
21. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA – Assinale a alternativa CORRETA:
2019) (A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto (B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti- (C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
nado ao presidente do Congresso Nacional é (D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(A) Senhor Presidente. (E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente. 25. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
(D) Excelentíssimo Presidente. Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
(E) Excelentíssimo Senhor. Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
mentem esses usos.
22. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 ) 1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi- Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm 2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
se quer dizer. mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
(A) Dois-pontos. de desferir os golpes.
(B) Ponto-e-vírgula. INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
(C) Ponto-de-interrogação. da vírgula em cada frase.
(D) Ponto-de-exclamação. ( ) Para destacar deslocamento de termos.
( ) Para separar adjuntos adverbiais.
23. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- ( ) Para indicar um aposto.
AOCP – 2018) A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder (A) 1 – 2 – 3.
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda- (B) 2 – 1 – 3.
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, (C) 3 – 1 – 2.
os itens a seguir. (D) 3 – 2 – 1.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa. GABARITO
Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
1 D
natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 2 A
Poderes da União. 3 D
( ) CERTO
( ) ERRADO 4 A
5 D
24. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 ) 6 E
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial.
Conforme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor 7 A
em 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras 8 A
grafadas conforme o Acordo.
9 E
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador. 10 E
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11 D ___________________________________________
12 B ___________________________________________
13 D
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___________________________________________
14 E
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15 A
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16 C
___________________________________________
17 E ___________________________________________
18 D ___________________________________________
19 D ___________________________________________
20 C ___________________________________________
21 B ___________________________________________
22 B ___________________________________________
23 CERTO ___________________________________________
24 E ___________________________________________
25 C
___________________________________________
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ANOTAÇÕES ___________________________________________
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DIREITO APLICADO

— Testemunhas
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA A testemunha deve ser qualificada e prometer dizer a verdade.
DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL – DO CÓDIGO DE O depoimento deve ser prestado oralmente, com exceção a consul-
PROCESSO PENAL ta a breves apontamentos escritos. Ex. lembrar data etc.
O CPP adota o “cross examination”, ou seja, as perguntas são
feitas diretamente para as testemunhas. Todavia, o juiz não permi-
Prova é o conjunto de elementos que visam à formação do tirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo
convencimento do juiz. Em regra, a prova é produzida durante o quando inseparáveis da narrativa do fato.
processo, sob o manto do contraditório e ampla defesa. O que é O cônjuge, ascendentes, descendente e irmão do acusado
produzido durante o inquérito policial é denominado de elementos (CADI) podem se recusar a testemunhar, salvo quando não for pos-
de informação. sível por outro modo obter a prova do fato e suas circunstâncias.
A prova é direito subjetivo das partes. Não precisam ser pro- Ademais, determinadas pessoas são proibidas de depor, em razão
vados: do sigilo profissional (ex. padre). Exceção: Se forem desobrigadas
– Fatos axiomáticos; pela parte interessada e quiserem dar o seu testemunho.
– Fatos notórios;
– Presunções legais; Quem não presta o compromisso de dizer a verdade?
– Fatos inúteis. – Doentes mentais;
Atente-se que, mesmo que um fato seja incontroverso precisa – Menores de 14 anos;
ser objeto de prova, pois não existe revelia no processo criminal. – CADI.
Vale conhecer um pouco sobre as principais provas do CPP:
Busca e Apreensão
— Interrogatório do acusado – Razões que autorizam a busca domiciliar: prender crimino-
O interrogatório exige entrevista prévia e reservada com de- sos, apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
fensor, qualificação do acusado e cientificação do inteiro teor da apreender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apre-
acusação. O acusado deve ser informado sobre o direito ao silêncio ender armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas,
e interrogado na presença de seu defensor. vítimas, elementos de convicção no geral;
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o – A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
investigado, durante a busca e apreensão em sua residência, sem – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
que tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia con- morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem
sulta a seu advogado e sem que ele tenha sido comunicado sobre na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador,
seu direito ao silêncio e de não produzir provas contra si mesmo. ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a por-
Isso consiste em violação ao direito ao silêncio e à não autoincri- ta. Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada
minação. a entrada. Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver
— Confissão presente;
A confissão é divisível e reatratável, de maneira que o juiz anali- – Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada
sará de acordo com o exame das provas em seu conjunto. suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri-
— Ofendido são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na
O ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstân- posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
cias da infração. A jurisprudência, inclusive, admite a condução co- corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de
ercitiva do ofendido. busca domiciliar;
Para a sua proteção, O ofendido é comunicado sobre o ingresso – A busca pessoal dispensa mandado judicial;
e saída do acusado da prisão, dia da audiência, resultado da senten- – A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor-
ça/acórdão etc. Inclusive, na audiência o ofendido tem um espaço tar retardamento ou prejuízo da diligência.
separado dos demais. O juiz sempre busca tomar as providências
necessárias para a preservação da intimidade do ofendido.

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DIREITO APLICADO

Perícia
O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custódia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e exa-
minadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, documenta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter a história
cronológica de uma evidência.
A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a conse-
quente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a fonte de prova garante a validade da prova.

— Meios de Prova e Meios de Obtenção de Prova em Espécie


Meio de Prova: Corresponde à prova em si.
Meio de Obtenção de Prova: Procedimento realizado para se chegar à prova.

Definição e conceitos
A perícia pode ser conceituada como um exame técnico que se destina a elucidar fato, estado ou situação, com vistas à investigação
criminal e provimento da justiça.
O art. 158 do CPP exige o exame de corpo de delito (perícia) sempre que a infração deixar vestígios. Exemplo: lesões, estupro etc.
Ademais, o CPP confere prioridade aos crimes que envolvam:
• Violência doméstica e familiar contra mulher;
• Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO


O perito tem contato direto com os vestígios deixados pelo cri- O exame é feito em cima de informações. Ex. exame de um
me. Ex. o corpo humano lesionado. prontuário médico.

Vale lembrar que a confissão do acusado não supre o exame, todavia, outras provas podem auxiliar na investigação, como, por exem-
plo, a prova testemunhal.

Requisição
De acordo com o art. 184 do CPP o juiz e a autoridade policial (delegado de polícia) possuem discricionariedade para negar perícias
requeridas pelas partes. Ex. o delegado ou o juiz entendem que a perícia não é necessária para o esclarecimento da verdade.
Por outro lado, nos casos de crimes que deixam vestígios o exame de corpo de delito é obrigatório.
O art. 6º do CPP exemplifica alguns atos que o delegado pode adotar assim que tiver conhecimento de infração penal. Dentre tais
possibilidades encontra-se a de determinar que se proceda o exame de corpo de delito ou qualquer outra perícia.

Prazo para elaboração do exame e do laudo pericial


As perícias são realizadas pelos peritos. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica.
Quem pode formular quesitos e indicar assistente técnico é:
• O Ministério Público
• Assistente de acusação
• Ofendido
•Querelante
• Acusado.

As partes podem requerer a oitiva do perito, com antecedência mínima de 10 dias. Ademais, o perito pode apresentar as respostas
em laudo complementar.
A função dos peritos é elaborar o laudo pericial e responder aos quesitos formulados. O laudo pericial será elaborado no prazo máxi-
mo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Algumas curiosidades são pertinentes saber:
• A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito (em regra);
• Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver;
• O juiz pode discordar do laudo.

Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal.


O art. 174 do CPP traz o exame grafotécnico, que consiste em exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra.
A pessoa será intimada para o ato, no entanto, possui o direito de não produzir prova contra si mesma.
Outra possibilidade é usar documentos que a pessoa reconheça, ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos, ou que não haja dú-
vidas de autenticidade. Documentos arquivados ou públicos, também, podem ser utilizados.
Caso seja feito o exame a pessoa escreverá o que lhe foi ditado. Admite-se expedição de carta precatória para a sua realização.

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DIREITO APLICADO

O art. 168 do CPP traz a perícia em caso de lesões corporais. não diz respeito apenas a um ser humano sem vida, mas a tudo que
Como o Código Penal exige saber o tempo de incapacidade para as possa estar envolvido com o delito, como um fio de cabelo, uma
ocupações habituais para poder classificar o tipo de lesão ocasio- mancha, uma planta, uma janela quebrada, uma porta arrombada
nada, o CPP impõe exame complementar em 30 dias, contados da etc. Em outras palavras, “corpo de delito” é o local do crime com to-
data do crime. Ex. João bate em Paulo, é feito o exame de corpo de dos os seus vestígios; “exame de corpo de delito” é o laudo técnico
delito; 30 dias depois é feito o exame complementar que verifica a que os peritos fazem nesse determinado local, analisando-se todos
ocorrência de incapacidade para as ocupações habituais da vítima os referidos vestígios.
por mais de 30 dias, indicando que trata-se de lesão grave. Em segundo lugar, logo ao tratar deste meio de prova espécie,
Outros casos, também, exigem exame complementar. Por fica claro que a confissão do acusado, antes considerada a “rainha
exemplo, o primeiro exame pericial ter sido incompleto. Ademais, das provas”, hoje não mais possui esse “status”, haja vista uma am-
diante de impossibilidade, a prova testemunhal supre o exame. pla gama de vícios que podem maculá-la, como a coação e a assun-
O art. 162 traz o exame necroscópico: ção de culpa meramente para livrar alguém de um processo-crime.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois Quando o exame for encerrado, o perito colherá o material e
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, guardará com cuidado os projéteis, armas, alimentos e tudo mais
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão que disser respeito ao crime e que possam ser averiguados com a
no auto. análise da impressão digital.
Os objetos serão levados para o laboratório, pesados, medidos,
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples e examinados pelos profissionais especializados.
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que Caso o exame seja realizado no local do crime, com a obtenção
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa das provas, o cadáver será levado ao médico-legista, já que o local
da morte e não houver necessidade de exame interno para a verifi- do crime é de competência do perito criminal, enquanto o cadáver
cação de alguma circunstância relevante. é de competência do médico-legista.
E, o art. 163 traz o exame de exumação:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a auto- O exame do corpo de delito interno relaciona-se com a aber-
ridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca- tura do cadáver, porém será dispensada essa abertura em alguns
dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. casos como:
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou par- - morte natural
ticular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. - quando a morte é violenta, mas não há crime a apurar - ex.:
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de queda da escada, suicídio
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a au- - quando a análise externa for suficiente para saber o motivo da
toridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará morte. Exemplo: cadáver carbonizado.
do auto.
Tanto o exame necroscópico quanto a exumação ocorrem em Perícia
crimes que envolvam a morte. O exemplo clássico de tais procedi- O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custó-
mentos é quando o cadáver já foi submetido ao exame necroscópi- dia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e
co, mas surgirem dúvidas sobre o primeiro exame – neste caso, exu- examinadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, docu-
ma-se o corpo para compreender melhor alguns aspectos do crime. menta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter
a história cronológica de uma evidência.
O exame do corpo de delito é um conjunto de elementos ma- A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the
teriais ou a existência de vestígios que denotam a prática de um chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a con-
crime. Trata-se de laudo técnico que os peritos fazem nesse deter- sequente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a
minado local, analisando-se todos os referidos vestígios. fonte de prova garante a validade da prova.
O corpo de delito é, em essência, o próprio fato criminal, sobre
cuja análise é realizada a perícia criminal a fim de determinar fato- — Meios de Prova e Meios de Obtenção de Prova em Espécie
res como autoria, temporalidade, extensão de danos, etc., através
do exame de corpo de delito.
Meio de Prova Meio de Obtenção de Prova
A finalidade do exame de corpo de delito é comprovar a exis-
tência dos elementos do fato típico dos delitos “FACTI PERMANEN- Procedimento realizado para
Corresponde à prova em si.
TIS” (delitos praticados com vestígios). se chegar à prova.
Quando a infração deixar vestígios (o chamado “delito não tran-
seunte”), o exame de corpo de delito se torna indispensável, não Busca e Apreensão
podendo supri-lo a confissão do acusado. Vale lembrar, contudo, – Razões que autorizam a busca domiciliar: prender crimino-
que não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem sos, apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a apreender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apre-
falta (art. 167, CPP). ender armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas,
Muitos confundem o “corpo de delito” com o “exame de cor- vítimas, elementos de convicção no geral;
po de delito”. Explico. Dá-se o nome de “corpo de delito” ao local – A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
do crime com todos os vestígios materiais deixados pela infração – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
penal. Trata-se dos elementos corpóreos sensíveis aos sentidos hu- morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem
manos, ou seja, aquilo que se pode ver, tocar, etc. Contudo, “corpo”, na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador,
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DIREITO APLICADO

ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a por- II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas,
ta. Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacio-
a entrada. Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser nado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964,
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver de 2019)
presente; III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se en-
– Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada contra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na
suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri- croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produ-
são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na zido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam nº 13.964, de 2019)
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à aná-
busca domiciliar; lise pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído
– A busca pessoal dispensa mandado judicial; pela Lei nº 13.964, de 2019)
– A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor- V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada
tar retardamento ou prejuízo da diligência. vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo
com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
Segue em Anexo o disposto no Código Processual Penal rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a
coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para
o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos,
TÍTULO VII temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de
DA PROVA suas características originais, bem como o controle de sua posse;
(...) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO II VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do ves-
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE tígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações re-
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL ferentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.964, DE 2019) relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio,
código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, proto-
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável colo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo Lei nº 13.964, de 2019)
a confissão do acusado. VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas caracterís-
de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído ticas biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
dada pela Lei nº 13.721, de 2018) sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.721, de 2018) IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com condições adequadas, do material a ser processado, guardado para
deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) realização de contra perícia, descartado ou transportado, com vin-
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos culação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº
os procedimentos utilizados para manter e documentar a história 13.964, de 2019)
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante
até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferen-
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais cialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário
seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
de 2019) ção de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de 2019)
potencial interesse para a produção da prova pericial fica respon- § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou pro-
sável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cesso devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, central de perícia oficial de natureza criminal responsável por de-
constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluí- talhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964,
do pela Lei nº 13.964, de 2019) de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remo-
do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de ção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por
2019) parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processu-
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de po- al a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tencial interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio
Lei nº 13.964, de 2019) será determinado pela natureza do material. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
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§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com § 3° Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação
a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) 11.690, de 2008)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar § 4° O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo
suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos
de resistência adequado e espaço para registro de informações so- peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído
bre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai pro- § 5° Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
ceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
pela Lei nº 13.964, de 2019) I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e
ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do res- os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
ponsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as
referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2019) 2008)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar parece-
novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) res em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestí- § 6° Havendo requerimento das partes, o material probatório
gios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do
de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
de 2019) perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de proto- sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
colo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais § 7° Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma
e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distri- área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação
buição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
condições ambientais que não interfiram nas características do ves- técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
tígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descre-
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio de- verão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos que-
verão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocor- sitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
rência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo má-
13.964, de 2019) ximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos ex-
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armaze- cepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº
nado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a 8.862, de 28.3.1994)
hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qual-
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas quer dia e a qualquer hora.
as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julga-
ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) rem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser auto.
devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluí- Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o sim-
do pela Lei nº 13.964, de 2019) ples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
ou condições de armazenar determinado material, deverá a autori- causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
dade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do verificação de alguma circunstância relevante.
referido material em local diverso, mediante requerimento do dire- Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a auto-
tor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluí- ridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca-
do pela Lei nº 13.964, de 2019) dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou par-
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. ticular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de
§ 1° Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a au-
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior toridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habili- do auto.
tação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição
pela Lei nº 11.690, de 2008) em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, to-
§ 2° Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem das as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
e fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº dação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
11.690, de 2008)
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Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas foto- que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente re-
gráficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. conhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exu- houver dúvida;
mado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identifi- III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exa-
cação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de me, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos
testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser
no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. retirados;
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e auten- IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
ticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escre-
identificação do cadáver. va o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
suprir-lhe a falta. Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pe- para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a
ricial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar eficiência.
por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos
a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, até o ato da diligência.
ou de seu defensor. Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos
§ 1° No exame complementar, os peritos terão presente o auto far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação pri-
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. vada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
§ 2° Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito deprecante.
no art. 129, § 1°, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decor- Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão trans-
ra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. critos na precatória.
§ 3° A falta de exame complementar poderá ser suprida pela Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela au-
prova testemunhal. toridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido pra- assinado pelos peritos.
ticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para Art. 179. No caso do § 1° do art. 159, o escrivão lavrará o auto
que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame,
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esque- também pela autoridade.
mas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo,
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas
do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências folhas por todos os peritos.
dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consig-
de 28.3.1994) nadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de ou-
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão ma- tro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade
terial suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade pode-
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou rá mandar proceder a novo exame por outros peritos.
microfotográficas, desenhos ou esquemas. Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimen- de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária
to de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o lau-
peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instru- do. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
mentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se
praticado. proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coi- Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo
sas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-
procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos au- -se-á o disposto no art. 19.
tos e dos que resultarem de diligências. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando
o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado não for necessária ao esclarecimento da verdade.
para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu
valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do
fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por
comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será
intimada para o ato, se for encontrada;

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DIREITO APLICADO

– Fraude processual;
CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES – DO CÓDIGO – Favorecimento pessoal;
DE PROCESSO PENAL – Favorecimento real;
– Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança;
– Evasão mediante violência contra a pessoa;
TÍTULO VIII – Arrebatamento de preso;
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E – Motim de presos;
DEFENSOR DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA – Patrocínio infiel;
(...) – Patrocínio simultâneo ou tergiversação;
CAPÍTULO VI – Sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
DOS PERITOS E INTÉRPRETES – Exploração de prestígio;
– Violência ou fraude em arrematação judicial;
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à – Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
disciplina judiciária. de direitos.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a Ademais, tanto no falso testemunho como na falsa perícia: O
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
salvo escusa atendível. ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem É importante saber diferenciar o favorecimento real do favore-
justa causa, provada imediatamente: cimento pessoal:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; – Exemplo de favorecimento real: um amigo do criminoso guar-
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; da em sua casa o proveito do crime (um objeto furtado).
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja – Exemplo de favorecimento pessoal: um amigo do criminoso
feita, nos prazos estabelecidos. esconde o foragido em sua casa. Se quem presta o auxílio é ascen-
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa dente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. pena.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada Por fim, vale diferenciar patrocínio infiel de patrocínio simultâ-
nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal; neo ou tergiversação:
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opina-
do anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. Patrocínio infiel Patrocínio simultâneo ou
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o Art. 355 - Trair, na tergiversação
disposto sobre suspeição dos juízes. qualidade de advogado Parágrafo único - Incorre
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados ou procurador, o dever na pena deste artigo o
aos peritos. profissional, prejudicando advogado ou procurador
interesse, cujo patrocínio, em judicial que defende na
juízo, lhe é confiado: mesma causa, simultânea
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Pena - detenção, de seis ou sucessivamente, partes
DA JUSTIÇA – FALSA PERÍCIA, FALSO TESTEMUNHO, FRAU- meses a três anos, e multa. contrárias.
DE PROCESSUAL, EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO- DO CÓDI-
GO PENAL DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

TÍTULO XI
De acordo com o STJ, a inépcia da denúncia de corrupção ativa DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
não induz, por si só, o trancamento da ação penal de corrupção
passiva. Os dois crimes estão em tipos penais autônomos, e um não (...)
pressupõe o outro. CAPÍTULO III
Ademais, o CP elenca os crimes praticados por particular contra DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
a Administração Pública Estrangeira: Corrupção ativa em transação
comercial internacional; Tráfico de influência em transação comer- Reingresso de estrangeiro expulso
cial internacional. E, também, estabelece os crimes contra a Admi- Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que
nistração da Justiça: dele foi expulso:
– Reingresso de estrangeiro expulso; Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
– Denunciação caluniosa; expulsão após o cumprimento da pena.
– Comunicação falsa de crime ou contravenção;
– Auto-acusação falsa; Denunciação caluniosa
– Falso Testemunho ou falsa perícia; Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de pro-
– Coação no Curso do Processo; cedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo
– Exercício arbitrário das próprias razões; administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi-
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DIREITO APLICADO

dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração Exercício arbitrário das próprias razões
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:(Redação Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pre-
dada pela Lei nº 14.110, de 2020) tensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve pena correspondente à violência.
de anonimato ou de nome suposto. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá- procede mediante queixa.
tica de contravenção. Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que
se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou conven-
Comunicação falsa de crime ou de contravenção ção:
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter veri-
ficado: Fraude processual
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
Auto-acusação falsa com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
ou praticado por outrem: Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se
em dobro.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade Favorecimento pessoal
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Re- § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
dação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri- § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
me é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da administração pública Favorecimento real
direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro- de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do cri-
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a me:
verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer ou- Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facili-
tra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intér- tar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rá-
prete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em de- dio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional.
poimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada Lei nº 12.012, de 2009).
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um Exercício arbitrário ou abuso de poder
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência)
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda- Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Coação no curso do processo Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em dois a seis anos.
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se tam-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena bém a pena correspondente à violência.
correspondente à violência. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou
metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. o internado.
(Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021) § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano,
ou multa.
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DIREITO APLICADO

Evasão mediante violência contra a pessoa


Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo TÍTULO VI-DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA – PERÍCIA MÉDI-
submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência CA - DO CÓDIGO PENAL
contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena corres-
pondente à violência. Medidas de Segurança
O inimputável recebe medida de segurança. Se for extinta
Arrebatamento de preso a sua punibilidade, ex. prescreveu, não será imposta medida de
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de segurança, pois não deixa de ser uma restrição na liberdade do
quem o tenha sob custódia ou guarda: indivíduo.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspon- A medida de segurança tem como prazo máximo 40 anos, assim
dente à violência. como já dito para os crimes em geral. O que determina o período
de internação ou tratamento ambulatorial é a periculosidade do
Motim de presos agente. O prazo mínimo varia de 1 a 3 anos. A perícia deve ser
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou dis- realizada nesse lapso e repetida de ano a ano, bem como sempre
ciplina da prisão: que o juiz da execução entender necessário.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena cor- A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional
respondente à violência. devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do
decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua
Patrocínio infiel periculosidade.
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o de- O Código Penal divide a medida de segurança em duas espécies:
ver profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo,
lhe é confiado: Internação em hospital Tratamento ambulatorial
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. de custódia e tratamento (se há previsão de
Patrocínio simultâneo ou tergiversação psiquiátrico detenção no crime)
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou
procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
sucessivamente, partes contrárias.
TÍTULO VI
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir
autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na Espécies de medidas de segurança
qualidade de advogado ou procurador: Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátri-
Exploração de prestígio co ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra uti- pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
lidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou tes- nº 7.209, de 11.7.1984)
temunha: Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medi-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. da de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua
Violência ou fraude em arrematação judicial internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for pu-
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; nível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambu-
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de latorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da Prazo
pena correspondente à violência. § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tem-
po indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, me-
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão diante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo míni-
de direito mo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou 7.209, de 11.7.1984)
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

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Perícia médica Observe o quadro abaixo:


§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tem-
Princípios da Administração Pública
po, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) L Legalidade
I Impessoalidade
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional M Moralidade
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes P Publicidade
do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de
E Eficiência
sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá LIMPE
o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for
necessária para fins curativos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Passemos ao conceito de cada um deles:
11.7.1984)
– Princípio da Legalidade
Substituição da pena por medida de segurança para o semi- De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
-imputável ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Códi- O quadro abaixo demonstra suas divisões.
go e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a
pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação,
Princípio da Legalidade
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três)
anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Reda- A Administração Pública somente
Em relação à Administração
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) pode fazer o que a lei permite →
Pública
Princípio da Estrita Legalidade
Direitos do internado O Particular pode fazer tudo que
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado Em relação ao Particular
a lei não proíbe
de características hospitalares e será submetido a tratamento. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – Princípio da Impessoalidade
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – DA CONS- rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
TITUIÇÃO FEDERAL terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
sua função é sempre o interesse público.
Disposições gerais e servidores públicos
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz – Princípio da Moralidade
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte- Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
e pessoas que desempenham função pública. probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra- A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de- tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
seja, que estão a serviço da coletividade. O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
do a atos de improbidade administrativa:
Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi- Sanções ao cometimento de atos de improbidade administra-
ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, tiva
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memo- Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
rização, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica
“LIMPE”. – Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
salvo a hipótese de sigilo necessário.
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
sibilitar o controle por todos os interessados.

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DIREITO APLICADO

– Princípio da Eficiência IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-


Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
evitando atuações amadorísticas. dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
boa administração). ções de direção, chefia e assessoramento;
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- ciação sindical;
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado definidos em lei específica;
for atingido. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
Disposições Gerais na Administração Pública sua admissão;
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
blica: terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Administração Pública
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
Direta Indireta lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
Federal Autarquias (podem ser quali- gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Estadual ficadas como agências regula- de índices;
Distrital doras) XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
Municipal Fundações (autarquias e fun- ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
dações podem ser qualificadas fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
como agências executivas) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
Sociedades de economia mista mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
Empresas públicas sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
Entes Cooperados tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
CAPÍTULO VII cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen-
SEÇÃO I sores Públicos;
DISPOSIÇÕES GERAIS XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer tivo;
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: serviço público;
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
como aos estrangeiros, na forma da lei; acréscimos ulteriores;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois qualquer caso o disposto no inciso XI:
anos, prorrogável uma vez, por igual período; a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

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DIREITO APLICADO

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
saúde, com profissões regulamentadas; prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
ou indiretamente, pelo poder público; de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- possibilite o acesso a informações privilegiadas.
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
caso, definir as áreas de sua atuação; dispor sobre:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- I - o prazo de duração do contrato;
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, III - a remuneração do pessoal.”
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
obrigações. remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, exoneração.
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
de autoridades ou servidores públicos. Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
da lei. subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
dos serviços; a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- Constitucional nº 103, de 2019)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
e XXXIII; de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

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DIREITO APLICADO

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
nº 109, de 2021) prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
guintes disposições: Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; caso, o disposto no art. 37, XI.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
ção; empregos públicos.
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não provenientes da economia com despesas correntes em cada
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência produtividade.
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de ori- § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
gem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
Servidores Públicos temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
Distrito Federal ou aos Municípios. mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
SEÇÃO II social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
DOS SERVIDORES PÚBLICOS nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
ta, das autarquias e das fundações públicas. são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão conselho de política de administração e remuneração de II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
deres. e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
componentes do sistema remuneratório observará: se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
cargos componentes de cada carreira; idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
II - os requisitos para a investidura; tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
III - as peculiaridades dos cargos. demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores de 2019)
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
convênios ou contratos entre os entes federados. ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
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DIREITO APLICADO

§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos
social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
Constitucional nº 103, de 2019) de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 103, de 2019)
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos correspondente regime de previdência complementar.
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições na forma da lei.
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
Constitucional nº 103, de 2019) superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente que tenha completado as exigências para a aposentadoria
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
critérios estabelecidos em lei. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar
de tempo de contribuição fictício. de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

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DIREITO APLICADO

§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional – Estabilidade


nº 103, de 2019) A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro-
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os vado em estágio probatório.
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de
2019) concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o o transcurso de estágio probatório.
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
tucional nº 103, de 2019) tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- é o estágio probatório citado pela lei.
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41,
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 1º da CF.
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
Estabilidade do Servidor
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de Cargo de provimento
2019) efetivo/ocupado em razão de
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu- concurso público
Requisitos para aquisição
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 3 anos de efetivo exercício
de Estabilidade
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- Avaliação de desempenho
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- por comissão instituída para
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, esta finalidade
de 2019) Em virtude de sentença
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles judicial transitada em julgado
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- Mediante processo
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional administrativo em que lhe seja
nº 103, de 2019) assegurada ampla defesa
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Hipóteses em que o
Mediante procedimento
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) servidor estável pode perder
de avaliação periódica de
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição o cargo
desempenho, na forma de lei
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído complementar, assegurada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ampla defesa
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- Em razão de excesso de
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de despesa
concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se
rada ampla defesa; misturam a não ser por expressa determinação constitucional.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se militares de forma reflexa.
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
remuneração proporcional ao tempo de serviço. de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
em outro cargo. cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
instituída para essa finalidade. horários.

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DIREITO APLICADO

Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:


TÍTULO II – DO CONDENADO E DO INTERNADO – DA LEI DE
SEÇÃO III EXECUÇÃO PENAL
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
DOS TERRITÓRIOS
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e INSTITUI A LEI DE EXECUÇÃO PENAL
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
ritórios. (...)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições TÍTULO II
do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo DO CONDENADO E DO INTERNADO
a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos CAPÍTULO I
governadores. DA CLASSIFICAÇÃO
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus
do respectivo ente estatal. antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e execução penal.
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classi-
atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de ficação que elaborará o programa individualizador da pena privativa
2019) de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Das Regiões Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no míni-
forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as mo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólo-
desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple- go e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena
mentar. privativa de liberdade.
Diz o Art. 43 da CF/88: Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao
Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
SEÇÃO IV Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de li-
DAS REGIÕES berdade, em regime fechado, será submetido a exame criminoló-
gico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular classificação e com vistas à individualização da execução.
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de li-
§ 1º - Lei complementar disporá sobre: berdade em regime semiaberto.
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reve-
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na ladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com I - entrevistar pessoas;
estes. II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, da-
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, dos e informações a respeito do condenado;
na forma da lei: III - realizar outras diligências e exames necessários.
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violên-
e preços de responsabilidade do Poder Público; cia grave contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, con-
II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori- tra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será
tárias; submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético,
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos prisional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mí-
baixa renda, sujeitas a secas periódicas. nimas de proteção de dados genéticos, observando as melhores
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos (Vigência)
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá reque-
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. rer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao
banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela
Lei nº 12.654, de 2012)
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DIREITO APLICADO

§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o aces- SEÇÃO III


so aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse
dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. (Incluído Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de ca-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) ráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico,
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo farmacêutico e odontológico.
que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por § 1º (Vetado).
ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser sub- § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado
metido ao procedimento durante o cumprimento da pena. (Incluí- para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em
do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
único e exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-
não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de -nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
busca familiar. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 4º Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológi- durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realiza-
ca recolhida nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e ção do parto e durante o trabalho de parto, bem como à mulher no
imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização período de puerpério, cabendo ao poder público promover a assis-
para qualquer outro fim. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- tência integral à sua saúde e à do recém-nascido. (Incluído pela Lei
gência) nº 14.326, de 2022)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respec-
tivo laudo serão realizadas por perito oficial. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO IV
13.964, de 2019) (Vigência) DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-
-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos inter-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) nados sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de as-
CAPÍTULO II sistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, den-
DA ASSISTÊNCIA tro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº
12.313, de 2010).
SEÇÃO I § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estru-
DISPOSIÇÕES GERAIS tural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas
funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Esta- Lei nº 12.313, de 2010).
do, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apro-
em sociedade. (Regulamento) priado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 11. A assistência será: (Regulamento) § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados
I - material; Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de
II - à saúde; assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em li-
III -jurídica; berdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para
IV - educacional; constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
V - social;
VI - religiosa. SEÇÃO V
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL
SEÇÃO II
Da Assistência Material Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução
escolar e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consis- Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no
tirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higi- sistema escolar da Unidade Federativa.
ênicas. Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos
que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua univer-
locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não salização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
fornecidos pela Administração. § 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administra-
tiva e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recur-
sos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

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DIREITO APLICADO

§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela religiosos.
Lei nº 13.163, de 2015) § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a partici-
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal par de atividade religiosa.
incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização
de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às pre- SEÇÃO VIII
sas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de inicia-
ção ou de aperfeiçoamento técnico. Art. 25. A assistência ao egresso consiste: (Regulamento)
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
adequado à sua condição. II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação,
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convê- em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
nio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
ofereçam cursos especializados. prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assis-
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada tente social, o empenho na obtenção de emprego.
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: (Regu-
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. lamento)
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da
Lei nº 13.163, de 2015) saída do estabelecimento;
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído II - o liberado condicional, durante o período de prova.
pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o para a obtenção de trabalho. (Regulamento)
número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
de 2015) CAPÍTULO III
III - a implementação de cursos profissionais em nível de ini- DO TRABALHO
ciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) SEÇÃO I
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e con-
de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) dição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
SEÇÃO VI precauções relativas à segurança e à higiene.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Conso-
lidação das Leis do Trabalho.
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante pré-
e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. via tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: mínimo.
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os pro- a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que de-
blemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; terminados judicialmente e não reparados por outros meios;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das b) à assistência à família;
saídas temporárias; c) a pequenas despesas pessoais;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
recreação; manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem preju-
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumpri- ízo da destinação prevista nas letras anteriores.
mento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a
liberdade; parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Pou-
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da pança, que será entregue ao condenado quando posto em liberda-
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; de.
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à co-
do internado e da vítima. munidade não serão remuneradas.

SEÇÃO VII SEÇÃO II


DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA DO TRABALHO INTERNO

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obriga-
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a parti- do ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
cipação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obri-
como a posse de livros de instrução religiosa. gatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
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DIREITO APLICADO

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em con- CAPÍTULO IV


ta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA
preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato SEÇÃO I
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. DOS DEVERES
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupa-
ção adequada à sua idade. Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais ine-
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão ativi- rentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
dades apropriadas ao seu estado. Art. 39. Constituem deveres do condenado:
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da senten-
nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feria- ça;
dos. II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de traba- quem deva relacionar-se;
lho aos presos designados para os serviços de conservação e manu- III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
tenção do estabelecimento penal. IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objeti- V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
vo a formação profissional do condenado. VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora pro- VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
mover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empre- VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas rea-
sariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar lizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da
despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renu- remuneração do trabalho;
merado pela Lei nº 10.792, de 2003) IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão cele- X - conservação dos objetos de uso pessoal.
brar convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber,
de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluído o disposto neste artigo.
pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da SEÇÃO II
União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adqui- DOS DIREITOS
rirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos
do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendá- Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integrida-
vel realizar-se a venda a particulares. de física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as Art. 41 - Constituem direitos do preso:
vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que I - alimentação suficiente e vestuário;
alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
SEÇÃO III IV - constituição de pecúlio;
DO TRABALHO EXTERNO V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o traba-
lho, o descanso e a recreação;
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas
regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução
por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades pri- da pena;
vadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social
disciplina. e religiosa;
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
por cento) do total de empregados na obra. IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empre- X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em
sa empreiteira a remuneração desse trabalho. dias determinados;
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do XI - chamamento nominal;
consentimento expresso do preso. XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da in-
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela dividualização da pena;
direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e res- XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
ponsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defe-
pena. sa de direito;
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho exter- XV - contato com o mundo exterior por meio de correspon-
no ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido dência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não
por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos comprometam a moral e os bons costumes.
estabelecidos neste artigo. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob
pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
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DIREITO APLICADO

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV po- VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefô-
derão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do di- nico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
retor do estabelecimento. presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466,
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de 2007)
de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de con- perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
fiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambu- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que cou-
latorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e ber, ao preso provisório.
acompanhar o tratamento. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o par- direitos que:
ticular serão resolvidas pelo Juiz da execução. I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
SEÇÃO III imposta;
DA DISCIPLINA III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
SUBSEÇÃO I Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
DISPOSIÇÕES GERAIS falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina
internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar di-
obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no ferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei
desempenho do trabalho. nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repe-
privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório. tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
anterior previsão legal ou regulamentar. II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei nº
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade 13.964, de 2019)
física e moral do condenado. III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem re-
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. alizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; (Redação
pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que
as disposições regulamentares. não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que esti- V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu
ver sujeito o condenado. defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em con-
ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, trário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
SUBSEÇÃO II VII - participação em audiências judiciais preferencialmente
DAS FALTAS DISCIPLINARES por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e § 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado
graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros:
as respectivas sanções. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspon- I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do es-
dente à falta consumada. tabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964,
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de de 2019)
liberdade que: II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, asso-
ou a disciplina; ciação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática
II - fugir; de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
integridade física de outrem; § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em orga-
IV - provocar acidente de trabalho; nização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação,
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
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DIREITO APLICADO

o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento
em estabelecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a dis-
de 2019) ciplina e de sua dedicação ao trabalho.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar Art. 56. São recompensas:
diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos I - o elogio;
de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei II - a concessão de regalias.
nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabele-
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a seguran- cerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
ça do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) SUBSEÇÃO IV
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal
e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em
duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências
e os resultados do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Re-
13.964, de 2019) dação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime discipli- Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções pre-
nar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e exter- vistas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei
na, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar nº 10.792, de 2003)
contato do preso com membros de sua organização criminosa, as- Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não
sociação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (Incluído poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime dis-
pela Lei nº 13.964, de 2019) ciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz
gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autoriza- da execução.
ção judicial, fiscalizada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) SUBSEÇÃO V
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar dife- DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
renciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do
caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegu-
vezes por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, rado o direito de defesa.
de 2019) Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isola-
SUBSEÇÃO III mento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão
DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da discipli-
na e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz compe-
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: tente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
I - advertência verbal; Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventi-
II - repreensão; va no regime disciplinar diferenciado será computado no período
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo úni- de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº
co); 10.792, de 2003)
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o
disposto no artigo 88 desta Lei. CAPÍTULO VII – DAS DIPOSIÇÕES GERAIS – DA LEI Nº 9.279
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela DE 14 DE MAIO DE 1996
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por
LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996
prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação
Regula direitos e obrigações relativos à propriedade indus-
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
trial.
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disci-
(...)
plinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo
diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (In-
cluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis-
ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da
defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 2003)

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DIREITO APLICADO

TÍTULO V Art. 205. Poderá constituir matéria de defesa na ação penal


DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INDUSTRIAL a alegação de nulidade da patente ou registro em que a ação se
fundar. A absolvição do réu, entretanto, não importará a nulidade
(...) da patente ou do registro, que só poderá ser demandada pela ação
competente.
CAPÍTULO VII Art. 206. Na hipótese de serem reveladas, em juízo, para a
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se
caracterizem como confidenciais, sejam segredo de indústria ou
Art. 196. As penas de detenção previstas nos Capítulos I, II e III de comércio, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em
deste Título serão aumentadas de um terço à metade se: segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à
I - o agente é ou foi representante, mandatário, preposto, sócio outra parte para outras finalidades.
ou empregado do titular da patente ou do registro, ou, ainda, do Art. 207. Independentemente da ação criminal, o prejudicado
seu licenciado; ou poderá intentar as ações cíveis que considerar cabíveis na forma do
II - a marca alterada, reproduzida ou imitada for de alto renome, Código de Processo Civil.
notoriamente conhecida, de certificação ou coletiva. Art. 208. A indenização será determinada pelos benefícios que
Art. 197. As penas de multa previstas neste Título serão fixadas, o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido.
no mínimo, em 10 (dez) e, no máximo, em 360 (trezentos e sessenta) Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver
dias-multa, de acordo com a sistemática do Código Penal. perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de
Parágrafo único. A multa poderá ser aumentada ou reduzida, violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência
em até 10 (dez) vezes, em face das condições pessoais do agente desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação
e da magnitude da vantagem auferida, independentemente da ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos
norma estabelecida no artigo anterior. comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os
Art. 198. Poderão ser apreendidos, de ofício ou a requerimento produtos e serviços postos no comércio.
do interessado, pelas autoridades alfandegárias, no ato de § 1º Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar
conferência, os produtos assinalados com marcas falsificadas, dano irreparável ou de difícil reparação, determinar liminarmente
alteradas ou imitadas ou que apresentem falsa indicação de a sustação da violação ou de ato que a enseje, antes da citação
procedência. do réu, mediante, caso julgue necessário, caução em dinheiro ou
Art. 199. Nos crimes previstos neste Título somente se procede garantia fidejussória.
mediante queixa, salvo quanto ao crime do art. 191, em que a ação § 2º Nos casos de reprodução ou de imitação flagrante de
penal será pública. marca registrada, o juiz poderá determinar a apreensão de todas
Art. 200. A ação penal e as diligências preliminares de busca e as mercadorias, produtos, objetos, embalagens, etiquetas e outros
apreensão, nos crimes contra a propriedade industrial, regulam-se que contenham a marca falsificada ou imitada.
pelo disposto no Código de Processo Penal, com as modificações Art. 210. Os lucros cessantes serão determinados pelo critério
constantes dos artigos deste Capítulo. mais favorável ao prejudicado, dentre os seguintes:
Art. 201. Na diligência de busca e apreensão, em crime I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação
contra patente que tenha por objeto a invenção de processo, não tivesse ocorrido; ou
o oficial do juízo será acompanhado por perito, que verificará, II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do
preliminarmente, a existência do ilícito, podendo o juiz ordenar a direito; ou
apreensão de produtos obtidos pelo contrafator com o emprego do III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular
processo patenteado. do direito violado pela concessão de uma licença que lhe permitisse
Art. 202. Além das diligências preliminares de busca e legalmente explorar o bem.
apreensão, o interessado poderá requerer:
I - apreensão de marca falsificada, alterada ou imitada onde
for preparada ou onde quer que seja encontrada, antes de utilizada CAPÍTULO XVII – DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS – AR-
para fins criminosos; ou TIGO 279 E CAPÍTULO XIX - DOS CRIMES DE TRÂNSITO –
II - destruição de marca falsificada nos volumes ou produtos ARTIGO 312 – DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
que a contiverem, antes de serem distribuídos, ainda que fiquem
destruídos os envoltórios ou os próprios produtos.
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997
Art. 203. Tratando-se de estabelecimentos industriais ou
comerciais legalmente organizados e que estejam funcionando
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
publicamente, as diligências preliminares limitar-se-ão à vistoria e
apreensão dos produtos, quando ordenadas pelo juiz, não podendo
(...)
ser paralisada a sua atividade licitamente exercida.
CAPÍTULO XVII
Art. 204. Realizada a diligência de busca e apreensão,
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
responderá por perdas e danos a parte que a tiver requerido de
má-fé, por espírito de emulação, mero capricho ou erro grosseiro.
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera
das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua cir-
cunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
I - retenção do veículo;
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DIREITO APLICADO

II - remoção do veículo; § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata,


III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecí-
V - recolhimento do Certificado de Registro; vel, desde que ofereça condições de segurança para circulação em
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual; via pública.
VII - (VETADO) § 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o
VIII - transbordo do excesso de carga; § 2o, será feito registro de restrição administrativa no Renavam por
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Fe-
de substância entorpecente ou que determine dependência física ou deral, que será retirada após comprovada a regularização. (Incluído
psíquica; pela Lei nº 13.160, de 2015)
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias § 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o
e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus resultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se,
proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos. nesse caso, o disposto no art. 271. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legisla- 2015)
ção, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste
pela Lei nº 9.602, de 1998) Código, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente,
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas ad- com circunscrição sobre a via.
ministrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito § 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante
e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e es-
incolumidade física da pessoa. tada, além de outros encargos previstos na legislação específica.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não eli- (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
dem a aplicação das penalidades impostas por infrações estabeleci- § 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao repa-
das neste Código, possuindo caráter complementar a estas. ro de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não
§ 3º São documentos de habilitação:(Redação dada pela Lei nº esteja em perfeito estado de funcionamento. (Incluído pela Lei nº
14.599, de 2023) 13.160, de 2015)
I - a Carteira Nacional de Habilitação; (Incluído pela Lei nº § 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que
14.599, de 2023) não possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela
II - a Permissão para Dirigir; e(Incluído pela Lei nº 14.599, de remoção liberará o veículo para reparo, na forma transportada, me-
2023) diante autorização, assinalando prazo para reapresentação. (Reda-
III - a Autorização para Conduzir Ciclomotor. (Incluído pela Lei ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
nº 14.599, de 2023) § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo po-
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o derão ser realizados por órgão público, diretamente, ou por particu-
disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. lar contratado por licitação pública, sendo o proprietário do veículo
§ 5º No caso de documentos em meio digital, as medidas ad- o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços. (Reda-
ministrativas previstas nos incisos III, IV, V e VI do caput deste artigo ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
serão realizadas por meio de registro no Renach ou Renavam, con- § 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato
forme o caso, na forma estabelecida pelo Contran. (Incluído pela Lei de remoção do veículo, sobre as providências necessárias à sua res-
nº 14.071, de 2020) (Vigência) tituição e sobre o disposto no art. 328, conforme regulamentação
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
Código. § 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da in- momento da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo
fração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação. de 10 (dez) dias contado da data da remoção, deverá expedir ao
§ 2º Quando não for possível sanar a falha no local da infra- proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou
ção, o veículo, desde que ofereça condições de segurança para cir- por outro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso
culação, deverá ser liberado e entregue a condutor regularmente reste frustrada, a notificação poderá ser feita por edital. (Redação
habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
Anual, contra apresentação de recibo, assinalando-se ao condutor § 7o A notificação devolvida por desatualização do endere-
prazo razoável, não superior a 30 (trinta) dias, para regularizar a si- ço do proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será
tuação, e será considerado notificado para essa finalidade na mes- considerada recebida para todos os efeitos (Incluído pela Lei nº
ma ocasião. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência) 13.160, de 2015)
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação
condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas adminis- será feita por edital. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
trativas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade devida- § 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade
mente regularizado. for sanada no local da infração. (Redação dada pela Lei nº 14.071,
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da in- de 2020)(Vigência)
fração, o veículo será removido a depósito, aplicando-se neste caso § 9º-A. Quando não for possível sanar a irregularidade no local
o disposto no art. 271. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) da infração, o veículo, desde que ofereça condições de segurança
(Vigência) para circulação, será liberado e entregue a condutor regularmente
habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento
Anual, contra a apresentação de recibo, e prazo razoável, não supe-
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rior a 15 (quinze) dias, será assinalado ao condutor para regularizar Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerân-
a situação, o qual será considerado notificado para essa finalidade cia quando a infração for apurada por meio de aparelho de medi-
na mesma ocasião. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021) ção, observada a legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº
§ 9º-B. O disposto no § 9º-A deste artigo não se aplica às in- 12.760, de 2012)
frações previstas no inciso V do caput do art. 230 e no inciso VIII Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em sinis-
do caput do art. 231 deste Código. (Incluído pela Lei nº 14.229, de tro de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá
2021) ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento
§ 9º-C. Não efetuada a regularização no prazo referido no § que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo
9º-A deste artigo, será feito registro de restrição administrativa no Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância
Renavam por órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados psicoativa que determine dependência. (Redação dada pela Lei nº
ou do Distrito Federal, o qual será retirado após comprovada a re- 14.599, de 2023)
gularização. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021) § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 9º-D. O descumprimento da obrigação estabelecida no § 9º-A § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser carac-
deste artigo resultará em recolhimento do veículo ao depósito, apli- terizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indi-
cando-se, nesse caso, o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº quem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
14.229, de 2021) psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
correspondente ao período integral, contado em dias, em que efeti- § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas
vamente o veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recu-
(seis) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) sar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não subme-
contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) tendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o res- ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além
pectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem
instituída em lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) obrigatória.
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimen- Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial,
to comprovar, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplican-
foi indevido ou que houve abuso no período de retenção em depósi- do-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no
to, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias art. 210.
pagas por força deste artigo, segundo os mesmos critérios da de- Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática
volução de multas indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) do crime de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em de-
previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inautentici- cisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento
dade ou adulteração. de habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando: nº 13.804, de 2019)
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; § 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação,
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na for-
no prazo de trinta dias. ma deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anu- § 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos
al dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, crimes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer
quando: fase da investigação ou da ação penal, se houver necessidade para a
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a re-
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; querimento do Ministério Público ou ainda mediante representação
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão
puder ser sanada no local. da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condi- proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
ção para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às Art. 279. Em caso de sinistro com vítima envolvendo veículo
expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicá- equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo, so-
vel. mente o perito oficial encarregado do levantamento pericial pode-
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao rá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. (Redação
disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de re- Art. 279-A. O veículo em estado de abandono ou sinistrado po-
moção e estada. derá ser removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue competente do Sistema Nacional de Trânsito independentemente
ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previs- da existência de infração à legislação de trânsito, nos termos da
tas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.599, de
2023)
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§ 1º A remoção do veículo sinistrado será realizada quando não Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal,
houver responsável por ele no local do sinistro. (Redação dada pela havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o
Lei nº 14.599, de 2023) juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Minis-
§ 2º Aplicam-se à remoção de veículo em estado de abandono tério Público ou ainda mediante representação da autoridade poli-
ou sinistrado as disposições constantes do art. 328, sem prejuízo cial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou
das demais disposições deste Código. (Redação dada pela Lei nº da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
14.599, de 2023) obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a
(...) medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO XIX Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proi-
DOS CRIMES DE TRÂNSITO bição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comu-
nicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito
SEÇÃO I - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
DISPOSIÇÕES GERAIS réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos auto- neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis-
motores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705,
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setem- de 2008)
bro de 1995, no que couber. Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pa-
§ 1° Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa gamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus
o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do
de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo úni- art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resul-
co pela Lei nº 11.705, de 2008) tante do crime.
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi- § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do
coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, prejuízo demonstrado no processo.
de 2008) § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com- do Código Penal.
petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade será descontado.
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penali-
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida dades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a
para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído infração:
pela Lei nº 11.705, de 2008) I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com gran-
§ 2° Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser de risco de grave dano patrimonial a terceiros;
instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul-
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) teradas;
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigên- III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili-
cia) tação;
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de
art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código categoria diferente da do veículo;
Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às cir- V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe-
cunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 13.546, ciais com o transporte de passageiros ou de carga;
de 2017) (Vigência) VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi-
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos
isolada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação nas especificações do fabricante;
dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se ob- destinada a pedestres.
ter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.304, de
a duração de dois meses a cinco anos. 2022) (Vigência)
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será Art. 299. (VETADO)
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho- Art. 300. (VETADO)
ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trân-
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a sito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, es- (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
tiver recolhido a estabelecimento prisional.

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SEÇÃO II Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psico-


DOS CRIMES EM ESPÉCIE motora alterada em razão da influência de álcool ou de outra subs-
tância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo au- Lei nº 12.760, de 2012)
tomotor: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proi- ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo veículo automotor.
automotor. § 1° As condutas previstas no caput serão constatadas por: (In-
§ 1° No homicídio culposo cometido na direção de veículo auto- cluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
motor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agen- I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por
te: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita- litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
ção; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760,
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) de 2012)
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco § 2° A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida
pessoal, à vítima do sinistro; (Redação dada pela Lei nº 14.599, de mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perí-
2023) cia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver condu- admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela
zindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
12.971, de 2014) (Vigência) § 3° O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos
V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização
§ 2° (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
§ 3° Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de de 2014) (Vigência)
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine § 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado
dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN-
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição METRO - para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela Lei
do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir ve- nº 13.840, de 2019)
ículo automotor. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a per-
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com
automotor: fundamento neste Código:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí- imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
culo automotor. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que
§ 1° Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Per-
qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Renumerado do pará- missão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
grafo único pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via
§ 2° A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cin- pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda
co anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo au-
o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada tomotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando si-
em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa tuação de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação dada
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e
2017) (Vigência) suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro, para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo dire- de 2014) (Vigência)
tamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade § 1° Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão cor-
pública: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) poral de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a
não constituir elemento de crime mais grave. pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o con- sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela
dutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos § 2° Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e
leves. as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribu- de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
ída:(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. (Vigência)

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Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a de-


vida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o LEI DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE - LEI Nº
direito de dirigir, gerando perigo de dano: 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au-
tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condi- Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº
ções de conduzi-lo com segurança: 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi- 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
gência) 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a seguran- 1940 (Código Penal).
ça nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e
desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo FAÇO SABER QUE O CONGRESSO NACIONAL DECRETA E EU
de dano: SANCIONO A SEGUINTE LEI:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de sinistro auto- CAPÍTULO I
mobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento DISPOSIÇÕES GERAIS
policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o esta-
do de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, come-
policial, o perito ou o juiz: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de tidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas
2023) funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. sido atribuído.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso
não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade es-
o inquérito ou o processo aos quais se refere. pecífica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a tercei-
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 ro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta de- fatos e provas não configura abuso de autoridade.
verá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi-
cas, em uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, CAPÍTULO II
de 2016) (Vigência) DOS SUJEITOS DO CRIME
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos
corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qual-
no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, quer agente público, servidor ou não, da administração direta, indi-
de 2016) (Vigência) reta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
rede pública que recebem vítimas de sinistro de trânsito e politrau- mas não se limitando a:
matizados; (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equipara-
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na re- das;
cuperação de sinistrados de trânsito; (Redação dada pela Lei nº II - membros do Poder Legislativo;
14.599, de 2023) III - membros do Poder Executivo;
IV - outras atividades relacionadas a resgate, atendimento e re- IV - membros do Poder Judiciário;
cuperação de vítimas de sinistros de trânsito. (Redação dada pela V - membros do Ministério Público;
Lei nº 14.599, de 2023) VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos des-
art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do ta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
Penal) . (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública


incondicionada.

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DIREITO APLICADO

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não CAPÍTULO VI


for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a DOS CRIMES E DAS PENAS
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em to-
dos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes-
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto- ta desconformidade com as hipóteses legais:
mar a ação como parte principal. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá-
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe- ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
recimento da denúncia. I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou
CAPÍTULO IV de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani-
DE DIREITOS festamente cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in-
SEÇÃO I vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 4º São efeitos da condenação: Art. 11. (VETADO).
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla-
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na senten- grante à autoridade judiciária no prazo legal:
ça o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infra- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ção, considerando os prejuízos por ele sofridos; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em cri- indicada;
me de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser de- III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)
clarados motivadamente na sentença. horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
SEÇÃO II IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri-
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privati- executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
vas de liberdade previstas nesta Lei são: promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; legal.
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
e das vantagens; I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
III - (VETADO). pública;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser apli- II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
cadas autônoma ou cumulativamente. autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
CAPÍTULO V Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem pre-
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA juízo da pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas indepen- Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
dentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabí- que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar-
veis. dar segredo ou resguardar sigilo:
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade compe- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com
tente com vistas à apuração. o interrogatório:
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são inde- I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
pendentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
decididas no juízo criminal. Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemu-
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no admi- nha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos
nistrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito pela Lei nº 14.321, de 2022)
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
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DIREITO APLICADO

I - a situação de violência; ou; (Incluído pela Lei nº 14.321, de I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran-
2022) quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento II - (VETADO);
ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In- 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
cluído pela Lei nº 14.321, de 2022) § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro,
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti- ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in-
de 2022) vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluí- criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
do pela Lei nº 14.321, de 2022) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con-
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante duta com o intuito de:
sua detenção ou prisão: I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. cesso praticado no curso de diligência;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon- II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa-
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- ou do processo.
mo falsa identidade, cargo ou função. Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio-
Art. 17. (VETADO). nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu-
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: ração:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de plei- pena correspondente à violência.
to de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên- va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir so- mento de sua ilicitude.
bre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o Art. 26. (VETADO).
seja. Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
vada do preso com seu advogado: alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre- ADIN 6240)
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni- ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem rela-
caso de audiência realizada por videoconferência. ção com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado
espaço de confinamento: ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de
idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
te). Parágrafo único. (VETADO).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação inocente:
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procras-
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
artigo, quem: 6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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DIREITO APLICADO

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au-
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de
forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
do fiscalizado. liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri-
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces- são temporária ou da decretação da prisão preventiva.
so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob- Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa
tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências a vigorar com a seguinte redação:
em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunica-
sigilo seja imprescindível: ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu- ou com objetivos não autorizados em lei:
sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti-
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público go com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou pri- Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
vilégio indevido. Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte
Art. 34. (VETADO). art. 227-A:
Art. 35. (VETADO). “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va- (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons- servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à
tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: ocorrência de reincidência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: acrescida do seguinte art. 7º-B:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de Lei:
concluídas as apurações e formalizada a acusação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965,
e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de
CAPÍTULO VII 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
DO PROCEDIMENTO Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei 131o da República.
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a
Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei
passa a vigorar com a seguinte redação: nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de
“Art.2º ........................................................................................ dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
............... dezembro de 1940 (Código Penal)
....................................................................................................
.................... O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí- cional decreta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5o do art.
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da Lei no
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. 13.869, de 5 de setembro de 2019:
....................................................................................................
.....................

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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO

“CAPÍTULO III de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
DA AÇÃO PENAL car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
caso de audiência realizada por videoconferência.’
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública ‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
incondicionada. ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não inocente:
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em to- ‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
dos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto- ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
mar a ação como parte principal. infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe- em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
recimento da denúncia.” sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
“CAPÍTULO VI ‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
DOS CRIMES E DAS PENAS de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
concluídas as apurações e formalizada a acusação:
‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
ta desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. “CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- DISPOSIÇÕES FINAIS
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; ....................................................................................................
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou ...................
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- acrescida do seguinte art. 7º-B:
festamente cabível.’ ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: Lei:
.................................................................................................... Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
.....................
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Brasília, 27 de setembro de 2019; 198° da Independência e
.................................................................................................... 131° da República.
....................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- QUESTÕES
dar segredo ou resguardar sigilo:
....................................................................................................
..................... 1-IBFC - 2022
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com Ainda no que se refere à preservação do local de crime, assina-
o interrogatório: le a alternativa incorreta.
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou (A) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, no
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado que concerne aos procedimentos referentes aos vestígios e
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.’ evidências, deverá isolar a área de ocorrência do evento crimi-
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao noso, não permitindo a alteração das coisas, assim, como do
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante cadáver, se houver
sua detenção ou prisão: (B) A polícia militar exerce sua missão constitucional de polícia
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. judiciária, e, nesse sentido, destaca-se dentre suas atribuições,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon- a promoção do devido isolamento do local de crime, assim
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de como de sua preservação
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- (C) Os vestígios constituem-se em qualquer marca, objeto ou
mo falsa identidade, cargo ou função.’ sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado
‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- (D) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, de-
vada do preso com seu advogado: verá evitar que qualquer pessoa tenha contato com os vestí-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. gios, assim como para com os instrumentos do crime, resguar-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre- dando-os, a fim de serem oportunamente analisados pelos
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva- profissionais de perícia
damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes (E) A existência do vestígio pressupõe a existência de um agen-
te provocador e de um suporte adequado para a sua ocorrência
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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO

2-IBFC - 2022 des devem selecionar preferencialmente pessoas dotadas de


No que diz respeito à preservação do local de crime, assinale a um grau de experiência que lhes possibilite atuar na área ob-
alternativa incorreta. jeto do exame pericial (peritos leigos), não sendo necessário
(A) No que concerne ao início dos trabalhos de análise do lo- privilegiar aqueles legalmente habilitados para o exercício pro-
cal de crime, vários profissionais são exigidos, exemplificando, fissional na área (peritos habilitados).
tem-se o caso do crime de homicídio, onde em sua ocorrência,
trabalham em sua apuração, durante a primeira fase da per- 4-IBFC - 2023
secução criminal, os seguintes profissionais: o policial militar, Com base no Código Penal e em suas alterações, analise as afir-
que, na maioria das vezes, é quase sempre o primeiro a compa- mativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
recer ao local, o auxiliar de necropsia, o perito criminal, o médi- ( ) As penas do falso testemunho ou falsa perícia são aumen-
co legista, o agente de polícia, o escrivão, e, completando estes tadas de um sexto a um terço se o crime for praticado mediante
profissionais, em nível de coordenação dos trabalhos, tem-se suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a pro-
o promotor de justiça, que preside toda a investigação, através duzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for
do inquérito policial parte entidade da administração pública direta ou indireta.
(B) O isolamento e a consequente preservação do local de cri- ( ) O falso testemunho ou falsa perícia deixa de ser punível
me é uma garantia que o perito terá de encontrar a cena do se, a qualquer momento, o agente se retrata ou declara a verdade.
crime conforme fora deixada pelo infrator, assim, como pela ( ) O crime de evasão mediante violência contra a pessoa, pre-
vítima, tendo com isso, as condições técnicas de analisar todos visto no artigo 352, do Código Penal, pune da mesma forma as figu-
os vestígios
ras consumada e tentada.
(C) Apreservação do local de crime e sua caracterização é um
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
ponto de extrema relevância na demanda persecutória crimi-
cima para baixo.
nal, onde, o Código de Processo Penal dispõe que logo que ti-
(A) F - V - F
ver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
(B) V - F - V
policial deverá dirigir-se ao local, providenciando que não se
(C) V - V - F
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos
(D) F - F - V
peritos criminais
(D) Local do crime é a porção do espaço compreendida num
5-FUNDATEC - 2023
raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato,
se entenda de modo a abranger todos os lugares em que, apa- Em uma avaliação de responsabilidade penal (também conhe-
rente, necessária ou presumidamente, hajam sido praticados, cida como exame de insanidade mental), caso o periciando seja
pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares considerado _________, ele poderá ter a redução de sua pena, ou a
ou posteriores à consumação do delito, e com este diretamen- mesma transformada em _________.
te relacionado Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
(E) No local do crime, a polícia deve examinar todos os vestígios te, as lacunas do trecho acima.
deixados na cena da prática do delito, objetivando esclarecer (A) inimputável – medida de segurança
à mecânica e o móvel do delito, contribuindo de forma incon- (B) semi-imputável – internação compulsória
troversa para o processo judicial, já que constituem provas não (C) imputável – medida de segurança
repetíveis, produzidas exclusivamente na fase inquisitiva (D) semi-imputável – medida de segurança
(E) inimputável – internação compulsória
3-FGV - 2022
Em relação ao conceito de perícia e aos tipos de peritos, assi- 6-IBFC - 2023
nale a afirmativa correta. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fun-
(A) Perícia é um procedimento especial de constatação, prova dacional, no exercício de mandato eletivo, aplica-se a seguinte dis-
ou demonstração técnica, sem cunho científico, relacionado posição:
com a veracidade de uma situação. (A) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
(B) Perito consiste na pessoa a quem incumbe a realização de tal, manterá seu cargo, emprego ou função
exames técnicos de sua especialidade ou competência para es- (B) Investido no mandato de vereador, independentemente da
clarecimento de fatos que são objetos de inquérito policiais ou compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
de processo judicial. Podem ser divididos em quatro categorias: cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
perito oficial, perito não oficial, perito leigo e perito habilitado. cargo eletivo
(C) Os peritos não oficiais são aqueles designados pelas auto- (C) Na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
ridades para suprirem a falta de peritos oficiais ou para substi- dência social, não permanecerá filiado a esse regime no ente
tuí-los, quando, por qualquer motivo, estiverem impedidos ou federativo de origem
com impossibilidade de funcionar. (D) Investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo,
(D) O perito oficial, também denominado perito ad hoc, é emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu-
aquele que exerce a função por atribuição de cargo público, neração
como por exemplo os médicolegistas, odontolegistas e peritos (E) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
criminais. de mandato eletivo, seu tempo de serviço será sempre contado
(E) Quando da nomeação de peritos não oficiais, as autorida- para todos os efeitos legais

Editora
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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO

7-IBFC - 2023 10-IBFC - 2022


A administração pública direta e indireta de qualquer dos Po- Em relação ao trabalho externo, assim dispõe a Lei nº
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 7.210/1984 (Lei de Execução Penal):
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- (A) trabalho externo é inadmissível para os presos em regime
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: fechado
(A) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- (B) a prestação de trabalho à entidade privada independe do
co serão computados e acumulados para fins de concessão de consentimento do preso
acréscimos ulteriores (C) a prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela di-
(B) É permitida a vinculação ou equiparação de quaisquer espé- reção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e
cies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/2 (me-
do serviço público tade) da pena
(C) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder (D) é vedado o trabalho de presos em obras públicas
Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- (E) deverá ser revogada a autorização de trabalho externo ao
tivo preso que vier a praticar fato definido como crime ou for puni-
(D) As funções de confiança, exercidas preferencialmente por do por falta grave
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 11-IBFC - 2022
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) institui diversas funções
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento aos órgãos e entidades de trânsito. Nele também são apresenta-
(E) O prazo de validade do concurso público será de até dois das medidas administrativas que devem ser tomadas em diversas
anos, prorrogável uma vez, por igual período situações, como em acidentes de trânsito com vítima. No art. 279,
Capítulo XVII tem-se: “Em caso de acidente com vítima, envolvendo
8-IBFC - 2023 veículo equipado com registrador ______ de velocidade e ______,
Observando-se o que dispõe a Constituição Federal de 1988 a somente o ______ encarregado do levantamento pericial poderá
respeito do regime próprio de previdência social, assinale a alter- retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.”
nativa correta. Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
(A) O servidor abrangido por regime próprio de previdência so- as lacunas do texto.
cial será aposentado, compulsoriamente, com proventos pro- (A) oscilatório / aceleração / perito oficial
porcionais ao tempo de contribuição, aos 60 (sessenta) anos (B) instantâneo / tempo / agente de trânsito
de idade, ou aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, na forma (C) oscilatório / aceleração / agente de trânsito
de lei complementar (D) instantâneo / tempo / perito oficial
(B) É vedada qualquer percepção de mais de uma aposentado-
ria à conta de regime próprio de previdência social 12-IBFC - 2022
(C) A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das com-
de tempo de contribuição fictício petências previstas no Código de Trânsito Brasileiro e dentro de sua
(D) Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de circunscrição, deverá adotar, dente outras, as seguintes medidas
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo- administrativas:
neração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, (A) recolhimento da permissão para dirigir e leilão do veículo
ou de emprego público, o Regime Próprio de Previdência Social sinistrado
(B) transbordo do excesso de carga e retenção do veículo
9-IBFC - 2022 (C) recolhimento de adolescentes que estejam na direção de
No que se refere à assistência ao egresso, assinale a alternativa veículo automotor e realização de teste de dosagem de alco-
incorreta. olemia
(A) A assistência ao egresso consiste na orientação e apoio para (D) realização de perícia de substância entorpecente e apreen-
reintegrá-lo à vida em liberdade são da carteira de identidade
(B) O serviço de assistência social deve colaborar com o egresso
para a obtenção de trabalho 13-IBFC - 2022
(C) Considera-se egresso para os efeitos da Lei de Execução Pe- Configura crime de trânsito o ato de:
nal, o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da (A) dirigir sem habilitação na via pública
saída do estabelecimento (B) desobedecer à ordem de parada da autoridade policial
(D) A assistência ao egresso consiste na concessão, se necessá- (C) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para
rio, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequa- fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atri-
do, pelo prazo de até 1 (um) ano buída
(E) Considera-se egresso para os efeitos da Lei de Execução Pe- (D) cruzar o sinal vermelho em alta velocidade
nal, o liberado condicional, durante o período de prova

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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO

14-IBFC - 2023 11 D
De acordo com a Lei nº 13.869/2019 que dispõe sobre os cri-
mes de abuso de autoridade, analise as afirmativas a seguir e dê 12 D
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). 13 C
( ) As condutas descritas na Lei nº 13.869/2019 constituem
14 D
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo 15 B
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
( ) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
fatos e provas não configura abuso de autoridade. ANOTAÇÕES
( ) A perda do cargo, do mandato ou da função pública são
efeitos automáticos da condenação. ___________________________________________
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de ___________________________________________
cima para baixo.
(A) V - V - V ___________________________________________
(B) V - F - V ___________________________________________
(C) F - F - V ___________________________________________
(D) V - V - F
___________________________________________
15-IBFC - 2023 ___________________________________________
Com relação à Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de ___________________________________________
Abuso de Autoridade), assinale a alternativa incorreta. ___________________________________________
(A) As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade ___________________________________________
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou ___________________________________________
a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal ___________________________________________
(B) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fa-
tos e provas configura abuso de autoridade ___________________________________________
(C) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer ___________________________________________
agente público, servidor ou não, da administração direta, in- ___________________________________________
direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território ___________________________________________
(D) Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo ___________________________________________
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu- ___________________________________________
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
___________________________________________
go, emprego ou função em órgão ou entidade da administra- ___________________________________________
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da ___________________________________________
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de ___________________________________________
Território
___________________________________________
___________________________________________
GABARITO ___________________________________________
___________________________________________
1 B ___________________________________________
2 A ___________________________________________
3 C ___________________________________________
4 B ___________________________________________
5 D
___________________________________________
___________________________________________
6 D
___________________________________________
7 E
___________________________________________
8 C
___________________________________________
9 D ___________________________________________
10 E ___________________________________________
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E
CIENTÍFICO
Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou
ESTRUTURAS LÓGICAS mais proposições através de conectivos.

Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:


Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca
hipóteses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter ^: e (aditivo) conjunção
conclusões e, por fim, chegar a um resultado final. Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas Real”, posso escrever p ^ q.
estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da
lógica, para poder justamente determinar um modo, para que v: ou (um ou outro) ou disjunção
o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições. : “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou
disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
ou falsa. nunca ambos)

Ex.: Carlos é professor. ¬ ou ~: negação


~p: Carlos não é professor
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é ->: implicação ou condicional (se… então…)
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa. p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
Importante notar que a proposição deve afirmar algo,
acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
frase não é uma proposição. é o Real
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas
ser classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna
informações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. mais natural decifrar esta simbologia.
Nestes casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem
ao seu caráter imperativo. parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
permite deduzir diversas relações entre declarações, assim, que tudo esteja extremamente estabelecido.
iremos utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes
encadeamentos. 1 – Princípio da Identidade
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas p=p
(p.ex.: a, b, p, q, …) Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
(ou equivalente) a ela mesma.
Seja a proposição p: Carlos é professor
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real 2 – Princípio da Não contradição
p=qvp≠q
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer
proposição se classifica como verdadeira ou falsa. às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja,
não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. mesmo tempo.
Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo
uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o 3 – Princípio do Terceiro excluído
Real”. pv¬p

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira A água do mar é feita de água e sal
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo A bolacha de água e sal é feita de água e sal
uma nova (como são duas, uma terceira) opção). Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
de bolacha)
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos. de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, Quanto mais buraco, menos queijo
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES Então quanto mais queijo, menos queijo?

Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL): PROPOSIÇÕES
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de SIMPLES E COMPOSTAS, TABELAS-VERDADE, EQUIVALÊN-
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo CIAS, LEIS DE DE MORGAN, DIAGRAMAS LÓGICOS
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, PROPOSIÇÃO
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
falsas. mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) respeito de determinados conceitos ou entes.
Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano Valores lógicos
Logo Sócrates é mortal São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
Inferências: Argumentar através da dedução proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
Se Carlos for professor, haverá aula os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso Com isso temos alguns aximos da lógica:
contrário, então Carlos não é professor – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
específica verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
Roraima fica no Brasil existindo um terceiro caso.
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores,
que são: V ou F.”
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma
parte específica e chegando ao todo
Classificação de uma proposição
Todo professor usa jaleco
Elas podem ser:
Todo médico usa jaleco
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
Então todo professor é médico
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
– Fez Sol ontem?
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de
televisão.
sofismo1.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
resultados falsos. Por exemplo:
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC,
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

CONECTIVOS (CONECTORES LÓGICOS)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

Operação Conectivo Estrutura Lógica Tabela verdade

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

TABELA VERDADE
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

CONCEITOS DE TAUTOLOGIA , CONTRADIÇÃO E CONTIGÊNCIA


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

EQUIVALÊNCIA
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

LEIS DE MORGAN
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
NEGAÇÃO transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

DIAGRAMAS LÓGICOS
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.
ALGUM
O
A NÃO é B

NENHUM
E
AéB Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
Existe pelo menos um elemento que não são B (enquanto que, no “Algum A é
pertence a A, então não pertence a B, e B”, a atenção estava sobre os que eram B,
vice-versa. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
Existe pelo menos um elemento co-
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
mum aos conjuntos A e B.
(A) existem cinemas que não são teatros.
Podemos ainda representar das seguin-
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
tes formas:
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
ALGUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
I (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
AéB
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.

(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM

Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-


Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
Segundo as afirmativas temos:
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
ou falsa.
menos um dos cinemas é considerado teatro.
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima. – Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, categórica em afirmativa ou negativa.
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
afirma isso uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas representações possíveis:
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam- Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
“Todo B é A”. conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
que Algum B não é A.
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum • Negação das Proposições Categóricas
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
mo que dizer “nenhum B é A”. seguintes convenções de equivalência:
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
grama (A ∩ B = ø): uma proposição categórica particular.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- dos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

pardo. Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
Resolução: -se a sua negação.
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum). dos e Nenhum, que também são universais.
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a


afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem
(A) Todos os não psicólogos são professores. quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
(B) Nenhum professor é psicólogo. nativas A, B e C.
(C) Nenhum psicólogo é professor. Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resolução: Resposta: D
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM
• Equivalência entre as proposições Um tópico matemático que pode nos ajudar com as análises
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na lógicas é o Princípio Fundamental da Contagem (PFC).
resolução de questões. Vejamos o exemplo:
“Fui a um restaurante de fast food onde posso montar meu
próprio lanche.” Há 3 opções de pães diferentes, 2 opções de
saladas e somente uma de carne. Quantas sanduíches diferentes
posso montar?

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Posso montar então seis lanches diferentes. Mas teria que
montar toda vez esta árvore? A resposta é: não!
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Vejamos: No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para


Tenho 3 pães para a primeira opção da montagem, 2 saladas cima:
para a segunda opção e 1 carne para a terceira. Assim, posso E={Ca,Co}
calcular da seguinte forma:
Evento
3x2x1=6 É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
Justamente, esta forma de contar através de “casas”, onde E={1,2,3,4,5,6}
vamos analisando quantas opções temos para cada uma é o que
chamamos de Princípios Fundamentais da Contagem. Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer
um número par, tem-se {2,4,6}.
Agora, com a mesma ideia, quantas anagramas temos da
palavra AMOR? Exemplo
Pensemos que temos quatro letras. Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
____ para cima em três lançamentos de uma moeda.

Tenho 4 letras possíveis de escolher para a primeira casa. a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
Escolhida essa primeira letra, me sobram 3 letras para isso, e assim b) Descreva o espaço amostral.
sucessivamente. Logo teríamos o cálculo:
Solução
4 . 3 . 2 . 1 = 24 a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades.
Uma outra maneira que podemos escrever esta expressão
numérica é como 4! 2x2x2=8
Esta operação, sinalizada através de um ponto de exclamação
(!) chama-se fatorial. Vejamos como é simples a operação: b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1
3! = 3 . 2 . 1 Definição
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
O fatorial então nada mais é que pegar um número e multiplicá- n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
lo por um número a menos que o anterior até chegar no número 1.
Podemos generalizar como: n! = n . (n-1) . (n-2) . … . 1

Exercícios como o do anagrama são extremamente comuns,


mas infelizmente não são tão simples. Pensemos no número de
anagramas diferentes da palavra AMAPA. Eventos complementares
Temos três A’s nesta palavra (AMAPA), então concordamos que Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
AAAMP é a mesma coisa que AAAMP (temos uma troca de A’s, mas to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
isso não altera o resultado final, onde ambos serão AAAMP). Dessa formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.
forma, temos que excluir estes resultados iguais.
O que faremos é muito parecido com o anagrama onde todas
as letras são diferentes, contudo, dividiremos pelo fatorial da letra
que se repete e quantas vezes ela se repete. Assim, ficaríamos com:
5!/3!.
E quantos anagramas para a palavra ARARA? Temos agora duas
letras se repetindo. Teríamos então: 5!/2! . 3!

PROBABILIDADE
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível, Note que
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

Espaço Amostral
Exemplo
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E. Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
cima, tem-se: é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
E={1,2,3,4,5,6}
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

seja vermelha.

Solução

São complementares.

Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não vazio. Tem-se:

Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter um número par ou menor que 5, na face superior?

Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o evento B, definido por:

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

Um conteúdo matemático comum de ser associado com a temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos
estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas primeiro
devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencar um
conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma “lei”
(conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda, furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses objetos
pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento. Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B, C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas (a,
b, c, …).

Fonte: autor

Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não
pertencem.
Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando seus elementos da seguinte forma:
A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.

Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos são
alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e obter um subconjunto com frutas amarelas.

Fonte: Autor
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do G = conjunto dos números pares
conjunto D. F= conjunto dos números menores que 10
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro G ∩ F = {2; 4; 6; 8}
Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X,
mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá
fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada.
Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao
conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto
(quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.

Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)


Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E

E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos,


através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não contido), ⊃ (contém) e ⊅ Fonte: autor
(não contém). Representação da intersecção entre conjuntos

D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E) Diferença ( — )


E ⊂ D (o conjunto E está contido em D) São os elementos que um conjunto não tem em comum com
A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D) outro. Nos nossos exemplos, G — F seria pensar o que há em G que
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E) não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há
em G?
Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados
ao “conjunto principal” que se referem. Mais uma vez, tanto os G = conjunto dos números pares
símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão F= conjunto dos números menores que 10
a linguagem oral. G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …}
Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais F — G = {1; 3; 5; 7; 9}
os conectivos lógicos, se assemelham a certas estruturas, são eles:
união, intersecção e diferença. Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números
menores que 10 do conjunto de todos os números pares, tirando
União (∪) assim os números 2; 4; 6 e 8.
É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os.

G = conjunto dos números pares


F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}

Fonte: autor

À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à


direita temos F-G.

Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos,


conjuntos os quais seus elementos são números (conjunto dos
números pares, conjunto dos números inteiros).

Os principais conjuntos numéricos são:

Fonte: Autor Conjunto dos números naturais - números positivos


Representação da união entre conjuntos ℕ = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)

Intersecção (∩) Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos


São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao ℤ = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …}
mesmo tempo)

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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Conjunto dos números racionais - números que podem ser — Aritmética


escritos como uma fração (razão), ou seja, números com vírgulas,
dízimas periódicas, números inteiros. Números pares
ℚ = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …} Números divisíveis por 2.

Conjunto dos números irracionais - números que não podem Números ímpares
ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em Números não divisíveis por 2
dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …} Para sabermos se um número é par ou ímpar, basta vermos o
último algarismo deste número. Se ele for 2; 4; 6; 8 ou 0, ele será
Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos par. Agora, caso seja 1; 3; 5; 7 ou 9, será ímpar.
números racionais e dos números irracionais.
ℝ=𝕀∪ℚ O número 752 é par pois seu último algarismo é 2.
O número 35791 é ímpar pois seu último algarismo é 1
Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos O número 1189784321324687411324756 é par pois seu último
conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação algarismo é 6.
por diagrama destes conjuntos todos:
Números primos
Números que possuem apenas dois divisores, 1 e ele mesmo

Números primos até 101:


2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67,
71, 73, 79, 83, 89, 97, 1012

— MMC e MDC de dois ou mais números


MMC: Mínimo Múltiplo Comum - menor número que está na
tabuada de ambos os números em questão.
Fonte: Autor
mmc (2;3) = 6
mmc(3;21) = 21
Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos
mmc(100;95) = 1900
através de diagramas, fazendo ficar muito mais intuitivo as operações
e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido
Podemos encontrar o mmc de dois números através da
ao apelo visual.
decomposição por números primos destes números. Vejamos:
Quero encontrar o MMC entre 8 e 242:
Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para
contar elementos de um conjunto quando ocorre uma união:
A∪B=A+B-A∩B

Lemos esta expressão como o número de elementos da união


entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número de elemento de A com
o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).
Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim.
Quando somo os elementos de A com os de B, pode ser que
existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos
repetidos são justamente a intersecção. Quando a tiramos, tiramos
esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da
união entre A e B. Fonte: autor

Assim, MMC(8; 242) = 968.


RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉ- Notemos que estamos dividindo os valores por números
TICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS primos quando possível. Na coluna da esquerda temos os números
que estamos dividindo até chegarmos a um (1). Enquanto isso,
na direita estamos dividindo por números primos. Repare que na
Nesta parte iremos ver um compilado de conteúdos segunda e na terceira linha (de cima para baixo), não é possível
relacionados a aritmética, geometria e matriz que aparecem
associados ao tema raciocínio lógico. Como estes assuntos não
são o objetivo desta apostila, irão aparecer de forma simplificada,
2 Repare que 1 não é primo pois possui apenas um divisor, enquanto
relativamente introdutória, visando principalmente que estes não
que 2 é o único primo par, todos os demais números primos serão
sejam empecilhos para quando formos resolver nossas questões.
ímpares (mas isso não implica que todo número ímpar é primo).
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

dividir 121 por 2, então copiamos o número embaixo. Por fim, após 13 Tridecágono
decompor o número, multiplicamos os valores. Assim, MMC(8; 242)
= 2 x 2 x 2 x 11 x 11 = 968. … …
20 Icoságono
MDC: Máximo Divisor Comum: maior número que divide
ambos os números Três conceitos importantes e centrais em geometria são o de
Para achar o MDC entre dois números, o jeito mais simples é perímetro, área e volume.
montar quais são seus divisores:
O perímetro é a soma de todos os lados de uma figura
mdc(25;80) = geométrica.
25 = 1; 5; 25 Por exemplo, qual o perímetro de um quadrado de lado 3?
80 = 1; 2; 4; 5; 8; 10; 20; 40; 80 Como o quadrado tem quatro lados e todos eles são iguais, temos
então que o perímetro será 3 + 3 + 3+ 3 = 4 x 3 = 12.
O maior número que aparece em ambos é o número 5, assim,
o mdc(25;80)=5 Já a área é quanto a figura ocupa de espaço bidimensional.
Cada figura possui uma equação específica para seu cálculo de área,
— Média como vemos na tabela a seguir:
Existem vários tipos de cálculos de média, onde vemos qual
característica queremos extrair da análise estatística, no entanto,
alguns são mais úteis para certas ocasiões do que outras. Nome Área
A média mais comumente usada é a média aritmética, onde a Quadrado (lado)²
característica preservada é justamente a soma.
Retângulo base x altura
Na média aritmética iremos somar todos os termos e então Losango (Diagonal maior x diagonal menor)/2
dividir pelo número de elementos somados.
Paralelogramo base x altura
Exemplo: a média entre 5; 7; 12 e 3 será a soma destes valores: Trapézio [(Base maior x base menor) x altura] / 2
5 + 7 + 12 + 3 = 27 Círculo π.raio² = πr²
Dividido pelo número de elementos: 4
Volume é o equivalente à área para três dimensões, ou seja,
Assim, a média será 27/4 = 6,75
volume é o quanto uma figura ocupa de espaço tridimensional.
Novamente, cada figura irá possuir uma equação específica para
— Geometria
calcular seu respectivo volume:
Formas de polígono
Nome Volume
Número de Cubo (lado)³
Nome
lados Paralelepípedo base x altura x largura
3 Triângulo Pirâmide Área da base x altura/3
Quadrado (se forem todos os lados iguais) Cone Área da base x altura/3
4 Retângulo (se os lados forem dois a dois iguais)
Quadrilátero (independe do tamanho dos lados3) Esfera 4.π.r²

5 Pentágono — Matrizes
6 Hexágono Uma matriz é como se fosse uma tabela simplificada, apenas
considerando números.
7 Heptágono
Por exemplo: a tabela a seguir diz sobre vendas em reais de
8 Octógono dois vendedores A e B
9 Eneágono
10 Decágono Vendedor/mês A B

11 Undecágono Janeiro 100 75

12 Dodecágono Fevereiro 75 80
Março 85 75
3 Note que todo quadrado é um retângulo (pois tem os lados dois a
dois iguais), mas nem todo retângulo é um quadrado. Da mesma for-
ma, todo quadrado e todo retângulo são quadriláteros, mas nem todo
quadrilátero é um quadrado ou retângulo.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO

Podemos transcrever esta tabela na seguinte matriz Nesse sentido, Aristóteles e Santo Tomás ensinam que temos
apenas dois meios de adquirir conhecimento científico: o Silogismo,
que parte de verdades universais, e a Indução, que parte de dados
singulares. Nosso conhecimento depende formalmente dos primei-
ros princípios evidentes por si mesmos e, materialmente, tem sua
origem na realidade singular e concreta percebida pelos sentidos.
O elemento da matriz podemos denominar de , onde
i seriam as linhas e j as colunas. Desta forma, nossa matriz no O método indutivo, ou raciocínio indutivo
exemplo acima seria uma matriz 3x2 e o elemento seria 80, Parte da observação e análise de fatos concretos e específicos
assim como o seria o 100. para chegar a uma conclusão geral, norma, regra, lei ou princípio.
Em outras palavras, esse processo mental busca a verdade partindo
de dados particulares conhecidos em direção a princípios de ordem
MÉTODO CIENTÍFICO, INDUTIVO, DEDUTIVO, HIPOTÉTI- geral desconhecidos, indo do efeito para a causa. Trata-se de um
CO-DEDUTIVO, DIALÉTICO, ESTATÍSTICO, COMPARATIVO, raciocínio a posteriori.
EXPERIMENTAL Para ilustrar, considere o exemplo da substituição dos bondes
pelos ônibus elétricos no Rio de Janeiro durante o século XX, por
volta de 1918. Esse caso específico levanta debates sobre a melhor
solução para o transporte coletivo, e as opiniões públicas se divi-
Em termos simples, método é a maneira mais eficaz de realizar
dem quanto à medida. Nesse contexto, um repórter ou um asses-
as coisas. Quando dizemos que alguém não tem método de traba-
sor técnico interessados em elucidar a questão sairiam às ruas para
lho, queremos dizer que os métodos usados para realizar uma ta-
coletar dados concretos, exemplos, testemunhos e fatos relevantes
refa não são os mais adequados nem eficientes; como resultado, a
que comprovassem a viabilidade ou não da medida proposta pelas
pessoa perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz e refaz o tra-
autoridades. Esses fatos incluiriam informações como o número de
balho sem conseguir alcançar seus objetivos de forma satisfatória.
passageiros transportados pelos bondes e pelos ônibus elétricos, a
Etimologicamente, a palavra “método” (do grego “meta”, que
frequência de viagens, o tempo de espera nas filas, e as condições
significa “através de”, e “odos”, que significa “caminho”) se refere
de conforto oferecidas por cada meio de transporte.
ao caminho pelo qual se chega a um fim ou objetivo. Na perspectiva
Ao analisar e confrontar esses fatos, os observadores poderiam
da lógica, método é o conjunto de meios ou processos utilizados
chegar a uma conclusão sobre a melhor solução para o problema
pelo pensamento humano para investigar, descobrir e comprovar
em questão. Se os dados observados fossem representativos, ade-
a verdade. Método implica, portanto, uma direção ou um rumo se-
quados e confiáveis, a conclusão resultante representaria a melhor
guido regularmente nas operações mentais.
solução para o caso. Assim, um assessor técnico poderia, com base
Existem dois tipos principais de operações mentais na busca
nos fatos apurados, declarar que “os ônibus elétricos são a solução
pela verdade, ou seja, dois métodos fundamentais de raciocínio:
para o grave problema dos transportes urbanos nesta cidade”. Agin-
– Indução (que parte do particular para o geral): este método
do dessa forma, os observadores estariam empregando o método
mostra como uma conclusão é derivada da experiência sensorial,
indutivo, partindo de fatos particulares ou específicos para chegar a
ou seja, como a conclusão é extraída dos fatos observados, seguin-
uma conclusão geral ou generalização. Essa abordagem pressupõe
do uma abordagem indutiva.
que a verdade, representada pela conclusão, é a melhor solução
– Dedução (que parte do geral para o particular): este método
possível.
mostra como uma conclusão é derivada de verdades universais já
conhecidas, seguindo uma abordagem dedutiva ou silogística.
Testemunho autorizado
Nem sempre é viável examinar todos os fatos diretamente, pes-
soalmente, em tempo real. Outros indivíduos podem já tê-lo feito
em circunstâncias adequadas, com diferentes propósitos e visando
diferentes conclusões. Nesse sentido, o estudante pode aproveitar
os resultados dessas pesquisas, combinando-os com os de suas pró-
prias investigações.
A ciência não é uma empreitada exclusivamente individual,
mas sim o resultado de um esforço coletivo que se acumula ao
longo do tempo, através de várias gerações, agregando pesquisas
e conclusões parciais, temporárias ou definitivas. Ao nos basear-
mos em afirmações dignas de crédito feitas por outros pesquisa-
dores durante nossa busca pela verdade, estamos aplicando o que
se conhece como métodos de autoridade. Contudo, é crucial que o
pesquisador não se submeta servilmente ou cegamente ao teste-
munho de outrem, mas sim que o acolha com um espírito crítico.
Dessa forma, o método de autoridade se torna um processo de in-
vestigação da verdade essencial para o progresso da ciência.

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Analogia
Uma analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais abrangente.
– As semelhanças são apenas imaginárias.
– Busca-se explicar o desconhecido através do conhecido, o estranho através do familiar.
– Possui um grande valor didático.
– Sua estrutura gramatical inclui expressões típicas de comparação, como “como”, “semelhante a”, “parecido com”.

Exemplo: o Sol é consideravelmente maior do que a Terra e está tão quente que se assemelha a uma enorme bola incandescente, irra-
diando luz e calor pelo espaço. Aqui na Terra, não conseguiríamos subsistir por muito tempo sem a luz e o calor provenientes do sol, apesar
de termos a capacidade de gerar luz e calor por nós mesmos. Podemos, de fato, acender uma fogueira para obter luz e calor. Entretanto, a
madeira que usamos para isso provém das árvores, as quais dependem da luz solar para crescerem. Assim, se temos lenha, é porque a luz
do sol possibilitou o crescimento das florestas.
Apesar de ser uma comparação em termos de forma, na essência é uma analogia.
Busca-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola incandescente).
A semelhança é apenas parcial, visto que existem outras enormes diferenças entre o Sol e uma bola de fogo.

Comparação
As semelhanças são mais palpáveis e reais.
Expressa-se através de formas verbais específicas, como “parecer”, “lembrar”, “dar uma ideia”, “assemelhar-se”.
Utiliza-se conectivos de comparação, como “como”, “quanto”, “do que”, “tal qual”.
Exemplo: Esta casa se assemelha a um forno, de tão quente que está.

Método dedutivo ou raciocínio dedutivo – o silogismo


Se, pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para a generalização, pelo dedutivo, seguimos em sentido inverso: do geral
para o particular, da generalização para a especificação, do desconhecido para o conhecido. É um método a priori: da causa para o efeito.
Para entender melhor, vamos explorar o conceito de silogismo. Apesar do nome estranho, não se preocupe, o conceito é simples e faz
parte do nosso cotidiano. Compreender e trabalhar com silogismos é mais fácil do que parece e não deveria causar preocupação. Então,
vamos lá!

Definição de silogismo
Um silogismo é uma forma de raciocínio na qual, a partir de uma premissa maior e uma premissa menor, chegamos a uma conclusão.
O silogismo representa uma maneira de raciocinar dedutiva, ou seja, parte da observação de casos gerais para formular uma conclu-
são de caráter particular. É algo bastante comum em nosso dia a dia: constantemente tiramos conclusões a partir de generalizações, mas
o fazemos de maneira tão natural que muitas vezes nem percebemos.

O raciocínio dedutivo e o cotidiano — o entimema


O raciocínio dedutivo permeia praticamente todas as nossas atividades diárias. Desde as ações mais simples, como comprar uma dúzia
de laranjas, até as mais complexas, como demonstrar um teorema, envolvem algum tipo de raciocínio dedutivo.
Entretanto, nem sempre estamos conscientes de que estamos elaborando um silogismo completo dentro de nós. Às vezes, o que
surge em nossa consciência é apenas a conclusão, expressa verbalmente ou em ações, impulsos ou comandos. Porém, por baixo dessa
conclusão, há uma série elaborada de processos mentais, que podem ser bastante extensos, especialmente quando incluem a indução,
que fornece os elementos ou dados para a generalização que será a premissa maior do silogismo dedutivo.
É comum omitir a premissa maior quando aceitamos pacificamente a regra ou norma implícita nela. Isso resulta em um silogismo trun-
cado ou incompleto, chamado de entimema. Por exemplo: “J.P. é acusado de fraude; logo, não deve ser eleito.” ou “J.P. lê Marx; logo, é co-
munista.” Não é necessário declarar explicitamente que “nenhum indivíduo acusado de fraude deve ser eleito” ou que “todo indivíduo que
lê Marx é comunista” para chegar à conclusão. Às vezes, nem mesmo a premissa maior é enunciada: simplesmente chegamos à conclusão.
No entanto, geralmente surge uma justificativa, que pode ocorrer espontaneamente ou como resposta a uma pergunta do interlocutor.
A vida cotidiana está repleta de situações que se resolvem em entimemas. Não é necessário afirmar explicitamente que os mentirosos
não merecem crédito para decidir não acreditar em um mentiroso notório. Basta reconhecer que J.P. é um mentiroso para chegar à con-
clusão de que não devemos acreditar no que ele diz.

Método Hipotético-Dedutivo
Este método combina elementos do raciocínio indutivo e dedutivo. Começa com a formulação de hipóteses específicas que são então
testadas empiricamente para verificar sua validade. Se a hipótese for confirmada pelos dados experimentais, ela pode ser aceita proviso-
riamente como uma explicação plausível para o fenômeno em questão.

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Método científico
O método científico é considerado o pai de todos os métodos, como já revelava o pensador René Descartes em sua obra “Discurso
sobre o Método” (1635). Descartes apresenta as ideias gerais sobre o método, que influenciam diretamente todos os métodos particulares
aplicáveis nas ciências, bem como o método geral aplicável a todas as áreas do conhecimento. O pensador compreende que duas variáveis
são essenciais no método, as quais se tornam parte integrante da metodologia científica: análise e síntese.
Na metodologia científica, a análise e a síntese caminham passo a passo. Enquanto na análise o problema complexo é desdobrado em
partes mais simples, na síntese ocorre o inverso: os resultados parciais obtidos nas partes mais simples são combinados para se obter a
solução do problema complexo.
Assim, o pesquisador, por meio do método, tem a possibilidade de compreender simultaneamente tanto o todo quanto suas partes.
Esses métodos utilizados na realização da pesquisa científica são classificados como método dedutivo e método indutivo.

Método hipotético-dedutivo
Se baseia na elaboração e teste de hipóteses, que são possibilidades admitidas independentemente de serem verdadeiras ou falsas,
a partir das quais é possível deduzir um conjunto de consequências. Essas hipóteses são fundamentais para projetos científicos, desde
seminários até trabalhos de conclusão de curso.
Karl Popper, em suas críticas ao método indutivo, propôs o método hipotético-dedutivo como uma alternativa. Popper argumentava
que o método indutivo não era justificável, pois extrapolava de alguns casos para todos, exigindo uma observação infinita. Ele destacava a
diferença entre afirmar que “todos os seres humanos são mortais” e afirmar que “quase todos” ou “alguns” são mortais. Popper defendia
que o método científico parte de um problema para oferecer uma solução provisória, sujeita a críticas e testes para eliminar erros.
As etapas do método hipotético-dedutivo incluem: colocação do problema, formulação de hipóteses, dedução de consequências
observáveis, teste da hipótese e corroboração. Mario Bunge descreve cinco etapas: colocação do problema, construção de um modelo
teórico, dedução de consequências particulares, teste das hipóteses e adição das conclusões na teoria.
Em resumo, o método hipotético-dedutivo envolve três momentos investigativos: surgimento do problema, proposição de soluções
(hipóteses) baseadas em teorias, e teste das hipóteses para refutação ou confirmação. O processo de falseamento ocorre quando uma hi-
pótese não é confirmada pelos testes, levando à formulação de novas hipóteses e reformulação do problema. Se a hipótese é confirmada,
ela é corroborada.

Método Dialético
O método dialético, segundo o pensador Hegel (1770-1831), representa a conciliação dos opostos tanto no mundo material quanto
no intelectual. Nesse método, há a afirmação ou tese, a negação ou antítese, e a negação da negação, que resulta na síntese. O processo
dialético envolve o conflito entre a tese e a antítese, que culmina na síntese, uma nova situação que incorpora elementos dos dois opostos.
Essa síntese, por sua vez, torna-se uma nova tese que se contrapõe a uma nova antítese, gerando um ciclo contínuo de desenvolvimento.
A partir do movimento do raciocínio dialético, as conclusões são derivadas do confronto de ideias, em uma abordagem que não vê
a realidade como algo estático, mas sim em constante transformação, identificando processos, conflitos e contradições na análise de um
problema de pesquisa. Todos os métodos científicos, incluindo o dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético, convergem em torno
desses três elementos fundamentais.

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A metodologia científica, conforme destacado por Córdova e Silveira (2006), é essencial para o desenvolvimento adequado da pes-
quisa científica, pois esta é considerada a atividade central da Ciência. A pesquisa científica, em suas diversas formas - como monografias,
artigos, TCCs, papers, seminários, projetos, Iniciação Científica, entre outras - permite a investigação e a compreensão de diferentes re-
alidades, sejam elas exatas, sociais, humanas, biológicas, ou tecnológicas, por meio de uma abordagem intensa, metódica e sistemática,
com o objetivo de descobrir e interpretar.

Método Estatístico
O método estatístico é uma abordagem metodológica que engloba a coleta, análise e interpretação meticulosa de dados com o ob-
jetivo de estruturar e organizar as diferentes etapas de um levantamento, classificação de dados, documentos e informações precisas no
estudo de fenômenos naturais, econômicos e sociais. Sua função principal é a representação e explicação de observações quantitativas
e numéricas relacionadas a fatores provenientes das ciências sociais, considerando padrões culturais, comportamentais e condições am-
bientais, climáticas, físicas, psicológicas e econômicas.
As aplicações do método estatístico abrangem todas as áreas da ciência, especialmente as necessidades do estado e a formulação de
políticas públicas. Ele fornece dados demográficos e econômicos essenciais para diversas finalidades. Exemplos de pesquisas comuns e
recorrentes, obtidas por meio de métodos estatísticos, incluem aquelas realizadas periodicamente pelo IBGE, institutos particulares como
o IBOPE, além de levantamentos sobre o índice de criminalidade, inflação e o produto interno bruto (PIB).

Aplicação dos Métodos Estatísticos


A Estatística é aplicada em uma ampla variedade de áreas do conhecimento. Aqueles que utilizam os métodos estatísticos estão mais
bem preparados para organizar e analisar dados em suas atividades profissionais, assim como para interpretar as informações divulgadas
diariamente nos meios de comunicação. Nas Ciências Humanas e Sociais, podemos realizar pesquisas de opinião para avaliar a satisfação
dos clientes em relação aos serviços de uma empresa, ou ainda investigar as prioridades de investimento público entre os habitantes de
um município. No campo das Ciências da Saúde, a estatística é fundamental para determinar a prevalência de doenças como o diabetes
na população e identificar tratamentos mais eficazes para condições como a hipertensão. Nas Ciências Biológicas, a pesquisa estatística é
empregada para estimar a população de determinadas espécies em uma determinada região, enquanto nas Ciências Agrárias, é utilizada
para determinar a quantidade adequada de adubo em uma plantação.
Recentemente, o método estatístico tem recebido grande ênfase. Nele, conceitos estatísticos modernos são empregados para orien-
tar o planejamento de experimentos e a interpretação dos resultados experimentais. Isso inclui o desenvolvimento de funções de distri-
buição, o cálculo de medidas de posição (como média e mediana) e de dispersão (como desvio padrão e erro médio), o uso de testes de
hipóteses estatísticas apropriados, a tomada de decisões probabilísticas, a elaboração de esquemas experimentais para garantir maior
precisão nas observações, e a análise da relação funcional entre variáveis dependentes e independentes.
Os métodos estatísticos permitem o tratamento dos dados por meio de técnicas matemáticas, tornando-se uma ferramenta essencial
em complemento ao método científico e experimental. Sua capacidade analítica é tão significativa que muitos consideram pesquisas agrí-
colas e experimentos de campo conduzidos sem o uso adequado de métodos estatísticos como falhos, podendo levar a conclusões equivo-
cadas. Atualmente, os métodos estatísticos são vistos como uma ferramenta complementar ao método científico, a ser utilizada conforme
a necessidade e com habilidade adequada por estatísticos e pesquisadores. Quando empregados corretamente, os métodos estatísticos
são um eficiente processo analítico que possibilita a tomada de decisões racionais baseadas em valores probabilísticos.

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Além disso, o método estatístico é definido como aquele que ingeriu o medicamento X, enquanto o outro grupo recebeu um pla-
considera todas as causas presentes, variando-as devido à impos- cebo de amido, quatro vezes ao dia, durante um período de dois
sibilidade de mantê-las constantes, registrando essas variações e meses.
buscando determinar as influências de cada uma delas. – Etapa 5 - análise: após a conclusão do experimento, analisa-
mos os resultados obtidos. No caso do exemplo fornecido:
Método experimental Entre os 500 pacientes que receberam o medicamento, 350
O método científico de origem experimental pode ser compre- relataram uma diminuição nos casos de artrite dentro do período
endido como um conjunto de técnicas destinadas ao processo de determinado.
investigação de fenômenos e à produção de novos conhecimentos, Apenas 65 dos 500 pacientes que receberam o placebo relata-
ou à correção e integração de conhecimentos prévios. ram melhora no quadro.
Este tipo de pesquisa científica é frequentemente empregado Esses dados revelam um efeito significativo do medicamento.
para a observação sistemática, realização de medições, experimen- No entanto, para uma análise mais aprofundada, é necessária uma
tação, formulação de testes e modificação de hipóteses científicas. análise estatística para entender como esse efeito ocorreu.
Uma variedade de áreas se utiliza do método experimental, in- – Etapa 6 - conclusão: com base na análise do experimento,
cluindo biologia, química, física, geologia e muitas outras áreas da podemos chegar a duas possíveis conclusões: os resultados confir-
ciência. mam a previsão feita ou contradizem a previsão inicial.
Isso significa que podemos rejeitar a previsão de que o medica-
Etapas do método experimental mento teria algum efeito, ou podemos concluir que a previsão esta-
Aqui estão as etapas fundamentais do Método Científico Ex- va incorreta, levando à rejeição da hipótese inicial do pesquisador.
perimental: – Etapa 7 - resultados: na etapa de resultados, o pesquisador
– Etapa 1 - observações: as observações feitas em um estu- compartilha suas descobertas em revistas ou livros científicos, onde
do com método experimental devem ser sempre objetivas e nunca são discutidas as implicações teóricas do experimento realizado.
subjetivas. Isso significa evitar ao máximo a subjetividade, ou seja, A divulgação da pesquisa é uma parte essencial do método
evitar trazer crenças pessoais para dentro do campo científico ex- científico experimental, pois permite que outros pesquisadores
perimental. Neste tipo de pesquisa, trabalha-se apenas com fatos e e estudiosos examinem os resultados e possam contribuir para o
resultados palpáveis. avanço do conhecimento em determinadas áreas.
– Etapa 2 - hipótese: o pesquisador que está desenvolvendo
um estudo experimental precisa compreender que suas observa-
ções constituem a base do passado ou do presente da pesquisa. HIPÓTESES, TEORIAS; INFERÊNCIAS
Todo cientista busca a capacidade de prever eventos futuros, e para
isso, ele deve usar todo seu raciocínio e criar situações hipotéti-
cas que possam levar a determinados resultados. A formulação da Hipóteses
hipótese representa um dos passos primordiais no estudo experi- Uma hipótese é uma suposição ou proposição que é feita com
mental e envolve um raciocínio indutivo. base em observações preliminares, experiências anteriores ou ra-
É crucial entender que uma hipótese deve sugerir uma relação ciocínio dedutivo. As hipóteses são formuladas para testar uma ex-
de causa e efeito, na qual o pesquisador postula que sua hipótese plicação potencial para um fenômeno observado e fornecer uma
resultará em um certo desfecho. base para investigações posteriores.
No contexto do exemplo que estamos discutindo neste contex- Elas são frequentemente formuladas como declarações testá-
to, podemos considerar a hipótese de que o medicamento X aliviará veis que podem ser confirmadas ou refutadas por meio de evidên-
a artrite reumatoide. Entretanto, somente por meio da experimen- cias empíricas. No método científico, as hipóteses são submetidas a
tação será possível determinar se essa hipótese é verdadeira ou testes rigorosos para determinar sua validade e se elas podem ser
falsa. aceitas como explicação para um fenômeno observado.
– Etapa 3 - previsão: uma vez elaborada a hipótese provisó-
ria do estudo, ela não pode ser imediatamente considerada como Teorias
verdadeira. É necessário fazer uma previsão sobre os resultados do Uma teoria é uma explicação abrangente e bem fundamentada
estudo. para um conjunto de fenômenos observados. Ao contrário do uso
Essa previsão geralmente precisa ser abrangente e aplicável de coloquial da palavra “teoria” (que pode significar uma mera espe-
forma consistente ao longo do tempo e do espaço. culação), na ciência uma teoria é um conjunto de princípios e leis
Os pesquisadores, na maioria das vezes, não conseguem testar que explicam de forma consistente um conjunto de observações.
todas as possíveis situações nas quais sua hipótese pode ser aplica- As teorias científicas são suportadas por uma ampla gama de
da, daí a importância de definir um escopo específico. evidências experimentais e são capazes de prever novos resultados
– Etapa 4 - experimentação: além disso, é essencial que o ou fenômenos. Elas são dinâmicas e podem ser modificadas ou refi-
pesquisador possua habilidades sensoriais para coletar dados. Ge- nadas com base em novas evidências ou descobertas.
ralmente, o pesquisador planeja o experimento com base em sua
previsão. Inferências
No exemplo de experimento que estamos considerando, havia Inferências lógicas referem-se ao processo de dedução ou ra-
100 pacientes entre 50 e 75 anos de idade, selecionados aleato- ciocínio que leva a conclusões com base em premissas conhecidas
riamente para formar dois grupos de 500 pessoas cada. Um grupo ou aceitas. A lógica formal fornece um conjunto de regras e princí-
pios para raciocinar de forma válida, garantindo que as conclusões
sejam logicamente consistentes com as premissas.
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As inferências lógicas podem ser indutivas, onde se extrai uma No pensamento lateral, o pensamento horizontal, ou criativo, é
conclusão geral a partir de observações específicas, ou dedutivas, utilizado para explorar diversas soluções possíveis para o problema.
onde se chega a uma conclusão específica a partir de premissas ge- Isso envolve criar conexões com outros desafios, temas ou assuntos
rais. Elas são essenciais tanto na formulação de hipóteses e teorias que, à primeira vista, não parecem estar diretamente relacionados
científicas quanto na resolução de problemas em diversas áreas do ao problema principal.
conhecimento. Após essa etapa criativa, entra em cena o pensamento vertical,
ou crítico, para avaliar a validade das ideias levantadas e, finalmen-
te, estruturá-las para a solução do problema.
PENSAMENTO LATERAL, PENSAMENTO VERTICAL Por sua natureza, o pensamento lateral é considerado flexível,
pois aborda o problema de diferentes perspectivas, gerando novas
ideias e insights sem perder de vista a solução real do desafio.
As leis formais do pensamento são princípios fundamentais Nas escolas, o pensamento lateral é amplamente praticado em
para o raciocínio logicamente válido, estabelecidos pelos lógicos disciplinas como robótica e programação, que buscam integrar vá-
para determinar o conhecimento verdadeiro. Esses princípios são: rias áreas de conhecimento de maneira horizontal para atingir um
– Princípio da identidade: este princípio afirma que um ele- objetivo comum, como a construção de um protótipo com aplica-
mento é sempre idêntico a si mesmo. Em outras palavras, toda coi- ção prática.
sa é o que é.
– Princípio da (não-) contradição: esse princípio estabelece
que um elemento não pode, sob o mesmo aspecto, ser e não-ser RETRODUÇÃO; ABDUÇÃO
ao mesmo tempo. Portanto, uma coisa não pode ter e não ter uma
determinada propriedade simultaneamente.
– Princípio do terceiro excluído: de acordo com esse princípio, A abdução, também conhecida como retrodução, é um con-
uma noção é considerada verdadeira ou falsa; não há meio-termo ceito crucial na etapa inicial de criação de teorias, as quais poste-
entre a afirmação e a negação. Assim, apenas duas possibilidades riormente podem ser organizadas por meio da dedução e testadas
existem, e entre dois juízos contraditórios, um é verdadeiro e o ou- empiricamente por meio da indução controlada. Uma das contri-
tro é falso. buições significativas do filósofo americano Charles S. Peirce à ló-
– Princípio da razão suficiente: esta lei, elaborada por Leibniz gica reside em seus estudos sobre abdução, definida de forma sim-
em sua obra La Monadologia, estipula que nenhum fato pode ser ples como o processo de identificar um padrão ou característica em
considerado verdadeiro ou existente sem uma razão suficiente para um fenômeno observado e, a partir disso, formular uma hipótese
ser dessa maneira e não de outra. Em outras palavras, tudo deve ter explicativa (Peirce, 1958).
uma explicação adequada para ser verdadeiro ou existente. Mark Blaug caracteriza a abdução como um tipo de raciocínio
distinto da indução e da dedução, sendo responsável pela geração
Pensamento vertical de ideias na ciência. Por exemplo, na clássica discussão sobre “to-
O pensamento vertical, também conhecido como pensamento dos os cisnes são brancos”, ao observarmos apenas cisnes brancos,
convergente, é aquele que se concentra na busca pela solução cor- não podemos deduzir que todos os cisnes são brancos (indução).
reta de um problema. Em geral, é associado ao pensamento crítico. No entanto, é razoável formular uma teoria que sugira que há algo
No pensamento vertical, é aplicada a lógica - um processo pas- no DNA dos cisnes que os torna brancos (abdução). O processo de
so a passo para chegar à solução desejada. Nas escolas, esse tipo abdução difere da generalização da observação, pois busca cons-
de pensamento é exercitado em testes de múltipla escolha e em truir uma teoria ou hipótese para explicar e, às vezes, prever as ob-
disciplinas como matemática. servações. De acordo com Peirce, um raciocínio abdutivo segue a
Apesar de ser essencial para nossa maneira de pensar e intera- seguinte estrutura:
gir com o mundo (pois soluções lógicas são necessárias para muitos i) Um fato surpreendente C é observado.
problemas), o pensamento vertical também pode ser inflexível. Em ii) Mas se A fosse verdadeiro, C seria uma questão corriqueira.
seu extremo, isso pode levar a uma abordagem que se apega a uma iii) Portanto, há uma razão para suspeitar que A seja verdadei-
única maneira de resolver problemas, sem considerar outras alter- ro. (CP 5.189)
nativas.
Um dos exemplos mais marcantes de abdução na história da
Pensamento lateral ciência está no estudo dos movimentos planetários. O astrônomo
O pensamento lateral, conhecido como “pensar fora da caixa”, Johannes Kepler observou que várias órbitas dos planetas pareciam
é uma abordagem que combina tanto o pensamento vertical quan- elípticas e, a partir disso, formulou uma de suas teorias mais impor-
to o horizontal. Seu objetivo é resolver problemas de maneira direta tantes, as “leis de Kepler”, para explicar o movimento dos planetas
e indireta. (Hoover, 1994, p.301). Como enfatiza Peirce, o progresso científi-
Essa forma de pensar parte da premissa de que problemas e co depende da observação de fatos por mentes dotadas das ideias
desafios complexos demandam uma variedade de soluções, todas adequadas. Ao identificar regularidades nos fenômenos estudados,
filtradas pela lógica. o cientista realiza um tipo de julgamento intuitivo, que serve como
base para a formulação das hipóteses necessárias ao avanço da pes-
quisa.

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É o típico raciocínio utilizado por Sherlock Holmes. Quando de vista lógico esse movimento corresponde a uma retrodução. O
algo peculiar é observado, surge a necessidade de uma explicação salto retrodutivo é criativo, ou seja, produz hipóteses a partir das
para essa surpresa ou anomalia. Então, constrói-se uma hipótese. observações empíricas.
Se essa hipótese fosse verdadeira, o fato observado poderia ser ex-
plicado. Essa é a estrutura de uma retrodução. Um exemplo adicio-
nal seria: VIÉS DE PESQUISA: VIÉS COGNITIVO, VIÉS CONTEXTUAL,
i) O gramado está molhado, VIÉS DE AMOSTRAGEM, VIÉS DE RESPOSTA, VIÉS DE NÃO-
ii) Uma chuva ontem à noite poderia explicar o gramado mo- -RESPOSTA, VIÉS DE ENTREVISTADOR, VIÉS DE PESQUISA-
lhado, DOR, VIÉS DE CONFIRMAÇÃO
iii) Logo, é possível que tenha chovido ontem à noite.

Retrodução, segundo Peirce, é o processo de formulação de Um dos maiores desafios em qualquer estudo é mitigar a pre-
hipóteses científicas. É um processo permeado por insights e intui- sença dos diversos tipos de viés de pesquisa. O problema é que
ções, elementos não conscientes do cientista, mas que são funda- muitas pessoas desconhecem a existência desses vieses, o que as
mentais para a construção de novas teorias, sendo denominados impede de corrigir esses erros e aprimorar a qualidade de sua pes-
por ele como “o sopro dos Deuses”. Como observa Hands (2001: quisa.
224), “a abdução é o cerne de toda intuição... é uma noção de in- Para solucionar esse impasse, vamos apresentar os principais
ferência relativamente flexível”. Ou ainda, conforme Chong Ho Yu tipos de viés de pesquisa e fornecer orientações sobre como evi-
(2005: 7), “o julgamento intuitivo feito por um intelectual difere da- tá-los.
quele feito por um estudante do ensino médio”.
— Viés de Pesquisa
Estrutura lógica da retrodução Viés de pesquisa refere-se aos erros que ocorrem durante a ela-
No exemplo utilizado por Peirce, retirado da Stanford Encyclo- boração do questionário ou durante a condução da pesquisa. Esses
pedia of Philosophy (Burch 2001), podemos observar a lógica da erros podem influenciar os entrevistados a selecionarem respostas
retrodução: que não representam fielmente suas opiniões sobre determinado
1. (dedução) O silogismo AAA-1 (Barbara): todos M são P, to- assunto, comprometendo, assim, a confiabilidade dos resultados.
dos S são M, portanto todos S são P é um exemplo de dedução. Embora todas as pesquisas possam ser afetadas por algum tipo
Agora, vamos fazer uma ligação desse silogismo com um problema de viés, é possível reduzir sua ocorrência e aprimorar a qualidade
de amostragem. Suponhamos que “ser M” signifique pertencer a do estudo. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é familiari-
uma dada população, como uma bola em uma população de bolas zar-se com os diferentes tipos de viés de pesquisa.
em uma urna. Suponhamos que “P” seja uma característica de um Ao abordar esses aspectos, você estará mais bem equipado
membro dessa população, como ser vermelho. Por fim, suponha- para conduzir uma pesquisa de alta qualidade, minimizando a dis-
mos que “ser S” signifique ser membro de uma amostra aleatória torção dos resultados e promovendo uma análise mais precisa e
retirada da população. Assim, o silogismo ficaria: todas as bolas em confiável.
uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma amostra aleatória
particular são retiradas dessa urna, portanto todas as bolas dessa 5 Tipos de Viés de Pesquisa
amostra particular são vermelhas. Conheça os 5 tipos de vieses que podem prejudicar os resulta-
2. (indução) Agora, vejamos o que acontece se trocarmos a dos e análise da sua pesquisa.
premissa principal pela conclusã: Todos S são P, todos S são M, logo
todos M são P. Esse é um silogismo inválido AAA-3. Vamos conside- 1) Viés de Amostragem: este viés ocorre quando há erros na
rar esse argumento em termos do problema de amostragem: todas seleção da amostra de respondentes para a pesquisa, comprome-
as bolas em uma amostra particular são vermelhas, todas as bolas tendo os resultados. Para evitá-lo, é essencial:
dessa amostra aleatória particular são retiradas de uma urna, logo – Compreender as questões centrais do estudo;
todas as bolas dessa urna são vermelhas. Encontramos assim um – Definir objetivos específicos;
argumento que liga a amostra à população, para Peirce, o principal – Utilizar ferramentas de pesquisa que minimizem a falta de
significado da indução. respostas;
3. (retrodução) Por fim, vejamos o que acontece se trocarmos – Planejar eficientemente a aplicação do questionário.
a premissa menor pela conclusão: Todos M são P, todos S são P,
logo todos S são M. Esse é também um silogismo inválido AAA-2. 2) Viés de Resposta: este tipo de viés surge quando os entrevis-
Vejamos esse resultado em termos da teoria de amostragem: To- tados fornecem respostas que não refletem suas verdadeiras cren-
das as bolas em uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma ças. Para evitar esse problema:
amostra aleatória particular são vermelhas, logo todas as bolas – Utilize ferramentas que auxiliem na elaboração de perguntas
dessa amostra aleatória particular são retiradas dessa urna. O que lógicas;
temos aqui não é um argumento que vai da população para a amos- – Formule perguntas simples e diretas;
tra (dedução), nem da amostra para a população (indução), é um – Ofereça opções de resposta claras e objetivas;
argumento provável, distinto de ambas, que Peirce nomeou retro- – Garanta o anonimato dos respondentes.
dução. No caso, o fato das bolas serem vermelhas faz com que seja
provável que elas pertençam a uma dada urna, mas não há nenhu-
ma garantia a esse respeito. A construção de hipóteses a partir da
observação de dados e regularidades é a base da ciência e do ponto
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3) Viés de Não-Resposta: ocorre quando parte da amostra não Entre os vieses cognitivos mais comuns, destacam-se:
responde ao questionário, afetando a representatividade dos resul- – Viés de confirmação: tendência de buscar e interpretar infor-
tados. Para mitigá-lo: mações que confirmem nossas crenças pré-existentes. Por exem-
– Estabeleça prazos flexíveis para a resposta ao questionário; plo, ao ter uma opinião formada sobre um assunto, tendemos a dar
– Envie lembretes aos respondentes; mais atenção às informações que a reforçam.
– Utilize diferentes plataformas de envio da pesquisa. – Viés de atribuição: consiste em atribuir as causas de eventos
4) Viés do Entrevistador: este viés surge quando o entrevis- a características individuais ou ações das pessoas envolvidas. Por
tador influencia nas respostas dos entrevistados. Para evitar essa exemplo, atribuir o sucesso no vestibular à inteligência ou ao esfor-
influência: ço de alguém.
– Treine os entrevistadores para serem imparciais; – Viés de seleção de informação: inclinação para buscar e pro-
– Utilize tecnologia para auditar as entrevistas e garantir a neu- cessar informações que se alinham com nossas visões preconcebi-
tralidade do processo. das. Por exemplo, ao analisar um tema, tendemos a ignorar fatos
que contradigam nosso ponto de vista.
5) Viés do Pesquisador: relacionado à interpretação tenden- – Viés de memória: tendência de lembrar com mais frequência
ciosa dos resultados pelo pesquisador, este viés pode distorcer a informações que nos interessam ou são relevantes para nós. Por
análise dos dados. Para preveni-lo: exemplo, ao estudar para uma prova, lembramos mais facilmente
– Mantenha uma postura neutra durante a análise dos resul- das informações consideradas importantes.
tados; – Viés de autoconceito: propensão a avaliar nosso próprio
– Utilize ferramentas de análise de dados que forneçam relató- comportamento de forma mais positiva do que o dos outros. Por
rios completos e imparciais. exemplo, ao cometer um erro, tendemos a minimizar nossa respon-
sabilidade e culpar terceiros.
Ao adotar essas medidas preventivas, é possível minimizar a – Viés de expectativas: ter expectativas irrealistas sobre deter-
ocorrência dos vieses de pesquisa e melhorar a qualidade dos re- minadas situações ou resultados. Por exemplo, acreditar que alcan-
sultados obtidos, garantindo uma análise mais precisa e confiável. çar um objetivo será mais fácil ou rápido do que na realidade.
– Viés de julgamento: formação de opiniões e julgamentos
Viés cognitivo com base em informações parciais ou incompletas. Por exemplo,
Diante de uma decisão importante, nós, como seres racionais, ao debater um tema, formamos opiniões baseadas em informações
naturalmente buscamos ponderar e encontrar a melhor opção. não totalmente verídicas.
Acreditamos que todas as nossas ações até aquele momento foram Reconhecer esses vieses cognitivos é fundamental para tomar
calculadas e decididas por nós mesmos. No entanto, nem sempre decisões mais conscientes e precisas em diferentes aspectos da
é o caso. vida.
O que acontece é que nosso cérebro opera com algo chamado
heurística. A heurística é um processo pelo qual utilizamos nosso Viés de confirmação
repertório cultural e social para perceber o mundo e tomar deci- Viés de confirmação, também conhecido como viés confirma-
sões. É através desse processo que formamos nossas crenças sobre tório ou tendência de confirmação, refere-se à propensão de lem-
o mundo. brar, interpretar ou buscar informações de maneira a confirmar
A heurística pode ser classificada em dois tipos: uma mais rápi- crenças ou hipóteses pré-existentes.
da, de pensamento intuitivo, e outra mais lenta, com maior análise Este fenômeno é uma característica intrínseca do funciona-
e ponderação. Quando recebemos uma nova informação, ela passa mento do cérebro humano: tendemos a buscar informações que
por esse filtro da heurística, que pode resultar em viés cognitivo. sustentem nossas convicções prévias. Ao invés de avaliar impar-
O viés cognitivo é um desvio racional, uma espécie de “erro” cialmente as evidências e chegar a uma conclusão, muitas vezes já
de julgamento dos processos mentais inconscientes. Isso aconte- possuímos uma conclusão pré-concebida e buscamos informações
ce quando nos deixamos influenciar por sentimentos, experiências que a justifiquem. Durante esse processo, é comum ignorarmos ou
passadas, expectativas e até mesmo preconceitos. minimizarmos informações que contradigam nossas conclusões.
Esses vieses cognitivos podem distorcer nossa interpretação de Este comportamento não ocorre de forma consciente, sendo
informações, levando-nos a tomar decisões com base em opiniões uma característica inerente ao comportamento humano. No entan-
incompletas ou incorretas. Isso pode ter um grande impacto sobre to, mesmo os cientistas, sendo também humanos, estão sujeitos a
os resultados das nossas decisões, desde as mais simples até as esse viés. Se não adotarem medidas para mitigá-lo, existe o risco de
mais complexas. publicarem opiniões como se fossem fatos.
Por isso, é crucial compreender como somos afetados pelos Um estudo conduzido pelo Dr. John Ioannidis, intitulado “Why
vieses cognitivos e aprender a reconhecer seu poder de distorcer Most Published Research Findings Are False”, apresentou evidên-
nossos julgamentos. Somente então poderemos tomar decisões de cias significativas do viés de confirmação entre cientistas profissio-
forma mais consciente e precisa. nais. Ao analisar 49 das mais conceituadas descobertas de pesquisa
No cotidiano, estamos constantemente expostos a uma miría- na área médica, foram identificadas 45 intervenções inicialmente
de de informações, sugestões, ideias e comportamentos diversos. consideradas eficazes. No entanto, estudos subsequentes com
É natural que nossas percepções e reações sejam influenciadas por amostras maiores revelaram que 7 dessas intervenções foram con-
esses estímulos ao longo do dia. traditadas e outras 7 tiveram efeitos menores do que os inicialmen-
te publicados. Os demais 31 estudos ainda não haviam sido contes-
tados ou não puderam ser replicados.

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Não estamos completamente desamparados diante do viés de confirmação. Segundo Cassie Kozyrkov, em um artigo publicado, pode-
mos adotar comportamentos para contornar essa prática.
– Não se apegue rigidamente às suas opiniões pré-estabelecidas: embora seja difícil, é essencial não considerar suas opiniões como
verdades absolutas, mesmo que se baseiem em dados. É importante estar aberto a absorver novas informações e admitir o erro, se ne-
cessário.
– Enfoque na tomada de decisão, não na opinião: quando se trata de tomar decisões, é crucial definir quais informações são neces-
sárias para orientar a escolha, antes mesmo de formar uma opinião. A ênfase deve estar na decisão em si, não na opinião prévia.
– Concentre-se no que você pode controlar: se uma ação está fora do seu controle, como o distanciamento social, por exemplo, sua
opinião sobre o assunto é irrelevante. É fundamental seguir as medidas estabelecidas, independentemente das opiniões pessoais.
– Altere a ordem de abordagem das informações: planejar a decisão antes de buscar informações é o melhor antídoto contra o viés
de confirmação. Estabelecer regras para cada possível decisão reduz o risco de favorecer informações que confirmem nossas opiniões.

É fundamental seguir essas boas práticas ao trabalhar com Analytics para evitar o viés de confirmação e obter os melhores resultados
para embasar as decisões empresariais. O verdadeiro valor dos dados está intrinsecamente ligado às etapas analíticas do processo, que
incluem a busca por informações que possam desafiar nossas hipóteses.
Caso contrário, estaremos apenas buscando confirmar nossas crenças pessoais, em vez de explorar o verdadeiro potencial da ciência
de dados. Portanto, é crucial estar ciente de nossos próprios vieses e evitar que influenciem nossas análises.

Viés contextual
O viés contextual é um fenômeno intrínseco à interpretação humana e à tomada de decisões, onde o contexto influencia significativa-
mente a maneira como percebemos e compreendemos informações. Ele pode ocorrer em várias esferas da vida, desde situações cotidia-
nas até discussões acadêmicas e políticas.
Na interpretação de textos ou discursos, por exemplo, o viés contextual refere-se à tendência de atribuir significados ou inferências
com base no contexto em que as informações são apresentadas, em vez de analisar objetivamente o conteúdo em si. Isso pode levar a
interpretações distorcidas ou tendenciosas, especialmente quando o contexto é ambíguo ou suscetível a interpretações conflitantes.
Em termos mais amplos, o viés contextual também se manifesta em questões sociais, culturais e políticas. Nesses casos, nossas expe-
riências passadas, crenças pessoais e ambiente social moldam nossas percepções e opiniões. Por exemplo, nossas visões sobre questões
como igualdade de gênero, diversidade racial ou políticas econômicas podem ser profundamente influenciadas pelo contexto em que
fomos criados, pelas pessoas com as quais interagimos e pelas informações que consumimos.
Além disso, o viés contextual pode ser exacerbado pela disseminação de informações nas mídias sociais e na era digital. As bolhas de
filtro algorítmicas tendem a nos expor a conteúdos que confirmam nossas visões existentes, reforçando assim nossos viéses contextuais e
dificultando a exposição a perspectivas alternativas.
Para mitigar o viés contextual, é crucial desenvolver habilidades de pensamento crítico e estar consciente de nossas próprias inclina-
ções e preconceitos. Isso envolve questionar ativamente o contexto em que recebemos informações, buscar uma variedade de fontes e
perspectivas, e estar aberto ao diálogo e à reflexão. Além disso, promover a diversidade e a inclusão em ambientes sociais e de trabalho
pode ajudar a reduzir os efeitos prejudiciais do viés contextual, ao expor-nos a uma gama mais ampla de experiências e pontos de vista.

Aplicação prática
Um dos procedimentos mais cruciais na perícia criminal é conhecido como levantamento técnico pericial. Quando o foco inicial de um
exame é o local do crime, é chamado de “levantamento do local do crime”. Este método tem como objetivo garantir que os vestígios pre-
sentes no local sejam devidamente identificados, reconhecidos e registrados em suas posições e situações relativas ao evento criminoso
investigado, antes de sua coleta, acondicionamento, transporte, análise e armazenamento.
Para os especialistas, estamos descrevendo as etapas do levantamento técnico pericial que são comuns à chamada cadeia de custó-
dia, conforme estabelecido na Portaria SENASP no 82/2014. Nota-se que tal normativa menciona a busca, o reconhecimento, a fixação, a
coleta, o acondicionamento, o transporte e o recebimento como etapas da fase externa da cadeia de custódia, iniciada pela preservação
do local do crime. É importante observar que reconhecer um vestígio nem sempre é uma tarefa fácil, apesar de ser simplesmente o “ato
de identificar um elemento como potencialmente relevante para a produção da prova pericial”.

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São diversos os fatores que podem dificultar esse reconheci-


mento e talvez o mais importante deles a ser evitado seja o efeito
do contexto, conhecido como viés de confirmação. Segundo Kassin
et al. (2013), o viés de confirmação é definido como “a classe de
efeitos por meio da qual crenças preexistentes, expectativas, mo-
tivos e contexto situacional de um indivíduo influenciam a coleta,
percepção e interpretação das evidências” (tradução livre). O car-
toon ilustra uma das formas pelas quais o contexto pode influenciar
o perito criminal: enquanto um observa uma mancha e inicialmente
reconhece nela um vestígio, outro afirma que a mancha não tem
relação com um crime e fornece outro contexto que influencia o
primeiro a ponto de ele abandonar a possibilidade aventada inicial-
mente. No exemplo, o contexto apresentado pelo pato gordo era
tão convincente que o vestígio se encaixava na descrição de nature-
za que ele apresentou.
Essa situação levanta uma discussão importante sobre o re-
conhecimento de um vestígio: a necessidade de o perito criminal
saber o que procurar quando inicia suas buscas durante o proce-
dimento de levantamento de local de crime. É sempre importante
recordar, como um mantra da perícia criminal: “Quem não sabe o
que procura, não percebe quando encontra”. Se o pato magro do
cartoon considerasse a possibilidade de a vítima ser um tomate,
talvez não descartasse a mancha como vestígio tão prontamente.
Afinal, a mancha era um vestígio genuíno que, numa visão posterior
enviesada, foi interpretado como um vestígio ilusório.

QUESTÕES

1. (IBGE – 2022) Sabendo que o valor lógico da proposição sim-


ples p: “Carlos acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira e
que o valor lógico da proposição simples q: “O recenseador visitou
todos os locais” é falso, então é correto afirmar que o valor lógico
da proposição composta:
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é falso
(C) p condicional q é verdade
(D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso

2. (PC – BA) “O acidente foi investigado e o autor foi encon-


trado”. De acordo com a lógica proposicional, a negação da frase é
descrita como:
(A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontra-
do”
(B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encon-
trado”
(C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
(D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
(E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”

3. (CRF – GO 2022) Julgue o item:


A frase “Dois mil mais vinte mais dois” não é uma proposição.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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4. (IBGE – 2022) De acordo com a proposição lógica a frase “Se (D) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
o coordenador realizou a previsão orçamentária, então o trabalho (E) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia
foi realizado com sucesso” é equivalente a frase:
(A) Se o coordenador não realizou a previsão orçamentária, en- 10. (PUC – RS) Sejam p e q duas proposições. A negação de p ^
tão o trabalho não foi realizado com sucesso. q equivale a:
(B) O coordenador realizou a previsão orçamentária e o traba- (A) ¬p v ¬q
lho foi realizado com sucesso. (B) ¬p ^ ¬q
(C) O coordenador realizou a previsão orçamentária ou o traba- (C) ¬p v q
lho foi realizado com sucesso. (D) ¬p ^ q
(D) Se o trabalho não foi realizado com sucesso, então o coor- (E) p ^ ¬q
denador não realizou a previsão orçamentária.
(E) Se o trabalho foi realizado com sucesso, então o coordena- 11. Assinale a alternativa que exibe a quantidade de linhas que
dor realizou a previsão orçamentária. uma proposição composta com 4 proposições simples pode possuir
em uma tabela verdade:
5. (MPU – 1996) Se Ana não é advogada, então Sandra é secre- (A) 16 linhas
tária. Se Ana é advogada, então Paula não é professora. Ora, Paula (B) 32 linhas
é professora. Portanto: (C) 64 linhas
(A) Ana é advogada (D) 128 linhas
(B) Sandra é secretária (E) 256 linhas
(C) Ana é advogada, ou Paula não é professora
(D) Ana é advogada, e Paula é professora 12. Suponha que a seguinte afirmação seja verdadeira:
(E) Ana não é advogada e Sandra não é secretária “Nenhum farmacêutico não gosta de química”.
A estudante Mariana deduz as seguintes implicações sobre
6. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai a esta afirmação:
Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís com- I. Se Luciano é farmacêutico, então ele gosta de química.
pra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: II. Se José gosta de química, então ele é farmacêutico.
(A) Celso compra um carro e Ana não vai à África III. Se Fernando não é farmacêutico, então ele não gosta de
(B) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro química.
(C) Ana não vai à África e Luís compra um livro IV. Se Pietro não gosta de química, então ele não é farmacêu-
(D) Ana vai à África ou Luís compra um livro tico.
(E) Ana vai à África e Rui não vai a Roma Considerando as implicações deduzidas por Mariana, está cor-
reto o que se afirma apenas em
7. Ou A = B, ou B = C, mas não ambos. Se B = D, então A = D. Alternativas
Ora, B = D. Logo: (A) I e III.
(A) B v C (B) I e IV.
(B) B v A (C) II e III.
(C) C = A (D) II e IV.
(D) C = D
(E) D v A 13. Em uma escola de ensino fundamental, a professora ques-
tionou cinco crianças sobre o sumiço do livro de um dos colegas.
8. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para a Quando foram questionadas, as crianças responderam:
ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrência de D. Sabe- - Foi a criança E, respondeu a criança A. - Não fui eu, respon-
-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e sufi- deu a criança B. - A criança B está falando a verdade, respondeu a
ciente para a ocorrência de A Assim quando C ocorre, criança C. - Foi a criança A, respondeu a criança D. - A criança D está
(A) D ocorre e B não ocorre
mentindo, respondeu a criança E.
(B) D não ocorre ou A não ocorre
Sabe-se que foi uma destas cinco crianças que escondeu o livro
(C) B e A ocorrem
do colega e que uma delas está mentindo. Sendo assim, quem es-
(D) Nem B nem D ocorrem
condeu o livro do colega foi:
(E) B não ocorre ou A não ocorre
Alternativas
(A) a criança B.
9. Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática. Se
(B) a criança C.
Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina. Ora, Luís es-
(C) a criança D.
tuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo, segue-se necessa-
(D) a criança E.
riamente que:
(A) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
(B) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
(C) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medi-
cina

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14. (Prefeitura de Itapeva – 2021) Considere a proposição: 19. (SEMECE – CE 2020) Considere p o número total de ana-
“Se algum esquilo é capaz de voar, então existem esquilos que gramas da palavra SAPEZAL, e q apenas o número de anagramas
não voam.” que possuem todas as consoantes juntas.A razão p/q é igual a:
Equivalente a anterior, a proposição a seguir está incompleta. (A) 7/2
“Nenhum esquilo é capaz de voar ou ____________.” (B) 70/3
Diante do exposto, assinale a alternativa que preenche a lacuna (C) 35/4
corretamente segundo a teoria lógica matemática. (D) 24/5
(A) esquilos correm
(B) esquilos tem asas 20. (PREFEITURA DE UBERABA – 2019) Os números de tele-
(C) existem esquilos que não voam fones fixos em Minas Gerais possuem oito algarismos. Sabe-se que
(D) nenhum esquilo voa esses números não podem começar com zero, sendo assim, assina-
(E) esquilos não voam le a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o número máximo
de telefones que podem ser instalados no estado.
15. (IBFC – 2020) Uma empresa é especialista na fabricação de (A) 1.000.000.
três tipos de produtos, eles aqui serão chamados de tipo A, tipo B e (B) 9.000.000.
tipo C. Considere que “Algum B é C”, que “Algum A é B” e (C) 90.000.000.
“Nenhum C é A” e assinale a alternativa correta. (D) 100.000.000.
(A) “Algum produto do tipo A é também do tipo C” é uma afir-
mação correta. 21. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada
(B) “Algum produto do tipo C não é do tipo B” é uma afirmação um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1
falsa. a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
(C) “Algum produto do tipo B não é do tipo A” é uma afirmação cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto
correta. dos números obtidos seja um número ímpar é de:
(D) “Todo produto do tipo A não é do tipo C” é uma afirmação (A) 1/4.
falsa. (B) 1/3.
(E) “Nenhum produto do tipo B é do tipo C” é uma afirmação (C) 1/2.
correta. (D) 2/3.
(E) 3/4.
16. (BANCO DO BRASIL – 2008) Se a proposição “Algum banco
lucra mais no Brasil que nos EUA” tiver valor lógico V, a proposição 22. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
“Se todos os bancos lucram mais nos EUA que no Brasil, então os MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre
correntistas tem melhores serviços lá do que aqui” será F. homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
( ) CERTO sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão?
( ) ERRADO (A) 20
(B) 24
17. (TRT-6 2006) As afirmações seguintes são resultados de (C) 28
uma pesquisa feita entre os funcionários de certa empresa. (D) 32
Todo indivíduo que fuma tem bronquite.
Todo indivíduo que tem bronquite costuma faltar ao trabalho. 23. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017)
Relativamente a esses resultados, é correto concluir que: Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
(A) Existem funcionários fumantes que não faltam ao trabalho. nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10?
(B) Todo funcionário que tem bronquite é fumante. (A) 1/18
(C) Todo funcionário fumante costuma faltar ao trabalho. (B) 1/36
(D) É possível que exista algum funcionário que tenha bronqui- (C) 1/6
te e não falte habitualmente ao trabalho. (D) 1/12
(E) É possível que exista algum funcionário que seja fumante e (E) ¼
não tenha bronquite
24. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – PERITO CRIMINAL –
18. (UNESC – 2020) Marco Aurélio recebeu a seguinte tarefa: IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número múltiplo de 5
com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5 ele tem que escrever a maior de uma urna que contém 40 bolas numeradas de 1 a 40, é:
quantidade de números ímpares de três algarismos distintos. Quan- (A) 0,2
tos números ímpares de três algarismos distintos Marco Aurélio (B) 0,4
poderá formar? (C) 0,6
(A) 48 (D) 0,7
(B) 55 (E) 0,8
(C) 60
(D) 75

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25. (PREF. DE PIRAUBA/MG – ASSISTENTE SOCIAL – MSCON- (D) 2


CURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma das 3 crianças de (E) 20
um grupo soletrar, individualmente, a palavra PIRAÚBA de forma
correta é 70%. Qual a probabilidade das três crianças soletrarem
essa palavra de maneira errada? GABARITO
(A) 2,7%
(B) 9%
(C) 30% 1 B
(D) 35,7%
2 B
26. (UFTM – TECNÓLOGO – UFTM/2016) Lançam-se simulta- 3 CERTO
neamente dois dados não viciados, a probabilidade de que a soma
4 D
dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/36 5 B
(B) 2/36 6 A
(C) 3/36
(D) 4/36 7 A
8 C
27. (CASAN – ADVOGADO – INSTITUTO AOCP/2016) Lançan-
do uma moeda não viciada por três vezes consecutivas e anotando 9 A
seus resultados, a probabilidade de que a face voltada para cima 10 A
tenha apresentado ao menos uma cara e ao menos uma coroa é: 11 A
(A) 0,66.
(B) 0,75. 12 B
(C) 0,80. 13 D
(D) 0,98.
(E) 0,50. 14 D
15 C
28. (TJ – PE 2017) Considere os conjuntos A = {0; 2; 3; 5; 6}, 16 CERTO
B = {2; 3; 5; 6; 9} e C = {0; 2; 4; 6}.Sabe-se que a soma de todos os
elementos do conjunto [A ∩ (C – B)] representa o total de processos 17 D
que necessitam de um parecer técnico. Nessas condições, o total de 18 A
processos sem parecer técnico é:
19 C
(A) 0
(B) 8 20 C
(C) 7 21 A
(D) 11
(E) 2 22 C
23 C
29. (TJ – PE 2017) Seja A = {3; {2}; {2; 3}}.
24 A
Considere as afirmativas:
I – {2} pertence a A 25 A
II – {2; 3} está contido em A 26 D
III – o conjunto vazio está contido em A
IV – {3} pertence a A 27 B
Estão corretas as afirmativas: 28 A
(A) I e III
29 A
(B) I e IV
(C) II e III 30 C
(D) II e IV
(E) I e II

30. (PREFEITURA DE PETRÓPOLIS – 2022) Em uma prova de Ma-


temática, havia uma questão sobre MMC e MDC entre os números
20 e 28. Qual o valor do MDC?
(A) 140
(B) 10
(C) 4

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ANOTAÇÕES
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INFORMÁTICA

– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Win-


NOÇÕES BÁSICAS DOS SISTEMAS OPERACIONAIS: CON- dows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
CEITO, LINUX, WINDOWS, ANDROID, MACOS E IOS, DIFE- profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários
RENÇA ENTRE KERNEL E FIRMWARE processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


WINDOWS 10 Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no
Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a Windows a partir da versão 7.
proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão
equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de
realidade aumentada HoloLens1.

Versões do Windows 10
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada
para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para
PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home,
os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque-
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, su-
porte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem. Área de Trabalho do Windows 10.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, Fonte: https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/
o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte,
e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em Aero Glass (Efeito Vidro)
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produ- Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, pa-
tividade. recendo um vidro.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10
Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessida-
des do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os
dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smar-
tphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores
que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas ele-
trônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10
Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
Efeito Aero Glass.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-e-
desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
feito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
Microsoft.

1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/
SlideDemo-4147.pdf
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Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

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Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

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Menu Iniciar Paint 3D


Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, espe-
Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar. cialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas
antigas de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mu-
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu dou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o
Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na programa mais versátil.
direita, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por
Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.
temos uma versão compacta da Modern UI, lembrando muito os
azulejos do Windows Phone 8.

Paint 3D.

Menu Iniciar no Windows 10. Cortana


Fonte: https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows- Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema opera-
-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar cional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a
Nova Central de Ações Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o
A Central de Ações é a nova central de notificações do Win- caso do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que
dows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das ver- vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades
sões anteriores e também oferece acesso rápido a recursos como nativas. O assistente pessoal inteligente que entende quem você é,
modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN. onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quan-
do for solicitado, por meio de informações-chave, sugestões e até
mesmo executá-las para você com as devidas permissões.

Para abrir a Cortana selecionando a opção


na Barra de Tarefas.
Podendo teclar ou falar o tema que deseja.

Central de ações do Windows 10.


Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/
windows-how-to-open-action-center
Cortana no Windows 10.
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-corta-
na-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm

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Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web. Use

a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para
visualizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.

Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.

Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

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Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.


Fonte: https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
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One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

One Drive.
Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.

Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

• Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

• Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

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Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.

Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e segu-
rança > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.
Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1

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Lixeira WIN + H: compartilhar.


A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas ex- WIN + I: configurações.
cluídos das unidades internas do computador (c:\). WIN + L: bloquear/trocar conta.
Para enviar arquivo para a lixeira: WIN + M: minimizar as janelas.
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL. WIN + R: executar.
- Arrasta-lo para a lixeira. WIN + S: pesquisar.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir. WIN + “,”: aero peek.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D. WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
Arquivos apagados permanentemente: WIN + HOME: aero shake.
- Arquivos de unidades de rede. ALT + TAB: alternar entre janelas.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...). WIN + X: menu de acesso rápido.
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos- F1: ajuda.
trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
do HD (disco rígido) do computador). LINUX
- Deletar pressionando a tecla SHIFT. O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). desenvolvido nos anos 60.
Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na volvido na linguagem de programação, C2.
área de trabalho do Windows 10. Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-
tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
Outros Acessórios do Windows 10 semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux3.
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, LINUS + UNIX = LINUX.
mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio. Composição do Linux
– Assistência Rápida. Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge-
– Bloco de Notas. renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
– Calculadora. hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
– Calendário. O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
– Clima. ponentes.
– E-mail. • Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí- interações entre o hardware e outros programas da máquina. O ker-
sicos). nel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais
– Ferramenta de Captura. elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de
– Gravador de passos. arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo
– Internet Explorer. responsável por todas as atividades executadas pelo sistema ope-
– Mapas. racional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é
– Mapa de Caracteres. aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo
– Paint. modificá-lo.
– Windows Explorer. • Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre
– WordPad. o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como
– Xbox. o intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às
linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de co-
Principais teclas de atalho mando, interpretar seu significado, executar o comando e devolver
CTRL + F4: fechar o documento ativo. o resultado pelas saídas.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. • Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário
CTRL + Y: refazer. interagir com o Kernel por meio do Shell.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.

2 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.


3 https://bit.ly/32DRvTm
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Prompt de comando.4

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.5

Principais Características do Linux


• Software livre: é considerado livre qualquer programa que pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com as
necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades defi-
nidas pela fundação.
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simultaneamente.
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter acesso ao código-fonte (receita) do programa.

4 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
5 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
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• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- Os Comandos Básicos do Linux
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
plano) e você nem percebe. do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- dos o bash e o sh.
ras de 32 bits. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
no mesmo computador. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
(TCP/IP). légios de administrador.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
de arquivo1ºdt. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
para arquivo oculto. crição.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
Linux é a barra normal “/”. cal: exibe um calendário.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
está executando para dar prioridade a outro. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. quer outro, digite apenas cd.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que função “desfazer”).
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é usuário.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de Cd..: “volta uma pasta”.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
(RAM). chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- retórios.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). # chown usuário arquivo
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # chown usuário diretório
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos da pasta, basta dar o comando:
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum # ls -l /
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #.
Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições quivos.
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
pelo símbolo: $. cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
Distribuições do Linux concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu, concurso 2.txt.
Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa- cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro- ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo- racteres ou por posição de campo.
sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.

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diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.

Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

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• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod

Estrutura de Diretórios e Arquivos


O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.6

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os arquivos
do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode ficar ar-
mazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
6 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
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/ – diretório raiz, armazena todos os outros. /usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis- bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
tema. mas.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa- /usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
ção) do sistema. /usr/man – manuais on-line.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas /var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.
você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis- Teclas de Atalhos
tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den- Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
tro do diretório /media. Ctrl + A: selecionar tudo.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/ Ctrl + P: imprimir o documento.
dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
hardware. Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.
se fossem o arquivo de registro do Windows.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root Atalhos de Teclado com o Gnome
tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
próprias pastas. Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Alt + F4: fechar a janela atual.
tem32 do Windows. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os modo gráfico).
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente Atalhos de Terminal
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
dentro desse diretório. comandos usados.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem- Ctrl + U: excluir a linha atual.
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, SISTEMAS OPERACIONAIS MÓVEIS
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc. Um sistema computacional moderno e composto de vários
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação componentes: um ou vários processadores, disco rígido, impres-
padrão do GNU/Linux. soras, teclado, monitor etc.7. Sistemas operacionais são softwares
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em complexos e responsáveis pelo gerenciamento dos componentes
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos fundamentais para funcionamento de um computador. Além de ge-
ativos. renciar, ele fornece uma interface gráfica que torna mais fácil a vida
/root – diretório local do superusuário (root). do usuário por facilitar sua interação com hardware.
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos Os Sistemas Operacionais são classificados em vários tipos:
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, Servidor, Grande Porte, Embarcado, Tempo Real, etc.8. Além desses
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não tipos citados pode se incluir os Sistemas Operacionais para Dispo-
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em sitivos moveis.
/tmp podem ser apagados. Eles recebem essa classificação por executarem em aparelhos
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- como smartphones e tablets. Esses sistemas não podem ser compa-
tenção de hardware e software. rados com sistemas embarcados.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- Sistemas embarcados são mais simples e desenvolvidos para
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical um objetivo em particular. Os dispositivos móveis oferecem novas
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap formas de interação com o usuário (sensores, GPS, acelerômetro,
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- teclados virtuais, widgets, etc.) tornando seu desenvolvimento
sos para o Linux. completamente diferente de projetar aplicações para computado-
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados res. Os principais sistemas operacionais moveis são: Android, iOS,
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel- Symbian, Windows Mobile e BlackBerry.
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
do /srv.
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
ída ao diretório proc. 7 MENDONÇA, V. R. L., BITTAR, T. J., DIAS, M. S. Um estudo dos Siste-
/tmp – arquivos temporários. mas Operacionais Android e iOS para o desenvolvimento de aplicati-
vos. Catalao – GO.
8 (Tanenbaum 2008).
Editora
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a solução para o seu concurso!
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Android MAC OS
O Android e um Sistema Operacional Móvel Open Source de-
senvolvido inicialmente pela Google e possui uma arquitetura ba- O macOS é um sistema operacional desenvolvido e distribu-
seada no kernel Linux para o controle das principais tarefas do sis- ído pela Apple Inc. para seus computadores Mac. A versão mais
tema como segurança, gerenciamento de memória, gerenciamento recente do macOS é o macOS Ventura, que traz novas maneiras de
de processos, pilha de rede e modelo de driver. O kernel atua como trabalhar, compartilhar e colaborar em seus aplicativos favoritos,
uma camada de abstração entre o hardware e o resto da pilha de jogar jogos avançados e aproveitar interações com seus outros dis-
software. Posteriormente a responsabilidade do desenvolvimento positivos Apple. Para manter a segurança, estabilidade e compatibi-
foi transferida para Open Handset Alliance (OHA). lidade do seu computador, a Apple recomenda o uso da versão mais
Open Handset Alliance é um consórcio de grandes empresas recente do macOS compatível com o seu Mac.
com objetivo de popularizar e melhorar os dispositivos moveis. O O macOS Ventura inclui muitos novos recursos e melhorias. Por
Google ´ e um dos membros do consorcio, continua responsável por exemplo, o aplicativo Mail agora possui uma busca mais precisa e
controlar importantes etapas do desenvolvimento do sistema como completa, com sugestões antes mesmo de você começar a digitar.
a gerencia do produto e a engenharia de processos. A arquitetura Também há novos recursos na caixa de correio, como a capacidade
do Sistema Operacional Android e composta por cinco camadas: de cancelar o envio de mensagens, agendar envios e adicionar links.
• Applications: a primeira camada e a mais perto do usuário é O Spotlight também foi aprimorado, com uma busca de ima-
a dos aplicativos. Ela e composta pelos aplicativos nativos do Siste- gens melhorada que permite encontrar imagens no Fotos, Mensa-
ma Operacional Android como cliente de e-mail, programa de SMS, gens, Notas e Finder diretamente pelo Spotlight. Os resultados da
calendário, mapas, navegador etc. ´ busca também estão mais detalhados e agora incluem ações rápi-
• Applications Frameworks: nesta camada encontramos os das para ajustar um alarme, criar um Foco, encontrar o nome de
componentes pelo gerenciamento das Activitys, gerenciamento das uma música com o Shazam e acessar um atalho.
Views, gerenciamento de Janelas, Provedores de Conteúdo, etc. Es- O Safari também recebeu melhorias, incluindo acesso mais
tes componentes são manipulados pelos desenvolvedores durante seguro com Chaves-senha, desempenho aprimorado e Grupos de
o desenvolvimento. Abas Compartilhadas para compartilhar abas e favoritos com outras
• Runtime: a camada responsável pela execução dos aplicati- pessoas. Esses são apenas alguns exemplos dos muitos novos recur-
vos. Os aplicativos são escritos na linguagem Java, quando compi- sos e melhorias incluídos no macOS Ventura.
ladas eles geram bytescodes Dalvik ao contrário de bytecodes JVM Além dos novos recursos e melhorias mencionados anterior-
porque o sistema n ´ ao possui Máquina Virtual Java (JVM). No An- mente, o macOS Ventura também inclui atualizações de segurança
droid está presente a Máquina Virtual Dalvik ´ (DVM) desenvolvida e desempenho para manter seu Mac seguro e funcionando sem
para dispositivos moveis, ela é uma versão otimizada da JVM por problemas. A Apple também oferece suporte contínuo para o siste-
possuir menos instruções. ˜ ma operacional, com atualizações regulares para corrigir problemas
• Libraries: nesta camada encontramos diversas bibliotecas e adicionar novos recursos.
como a biblioteca C padrão, SQLite (Banco de Dados), OpenGL (Ren- É possível atualizar o MACOS através da opção “Atualização de
derização 3D), etc. Software” nas Preferências do Sistema do seu Mac. É importante
• Kernel: a última camada e a de mais baixo nível e do kernel. verificar se o seu Mac é compatível com a versão mais recente do
O kernel atua como uma camada de abstração entre hardware e macOS antes de tentar atualizá-lo.
as camadas superiores, permitindo acesso a recursos como áudio,
vídeo e protocolos de rede. KERNEL E FIRMWARE

iOS Kernel é o núcleo de um sistema operacional, que gerencia


iOS e a abreviatura para iPhone Operation System sendo desen- os recursos do hardware, os processos, a memória e as comuni-
volvido pela Apple. O sistema foi baseado no Sistema Operacional cações entre os programashttps://euquerosabertudo.com/meio-
MAC OS X e projetado para atender as necessidades de aparelhos -ambiente/qual-a-diferena-entre-kernel-e-firmware.htmlhttps://
moveis desenvolvidos pela Apple. O sistema realiza uma abstração tecnoblog.net/responde/o-que-e-firmware/. O kernel é respon-
entre a comunicação do hardware com o aplicativo. A arquitetura sável por executar as instruções básicas do software de alto ní-
do iOS é composta por quatro camadas: vel, como aplicativos e interfaces gráficas. O kernel é um software
• CocoaTouch: camada equivalente a camada de frameworks que pode ser modificado pelo usuário, dependendo da distribui-
do Android. Esta camada fornece ferramentas e infraestrutura para ção do sistema operacional. Por exemplo, o Linux é o kernel de
implementar eventos e aplicações para a interface do iPhone. vários sistemas operacionais, como Ubuntu, Debian e Fedora.
• Media: a camada responsável por fornecer recursos áudio
e vídeos. A tecnologia mais avançada para experiência multimídia Firmware é um software instalado diretamente no hardware,
e são encontradas bibliotecas como: OpenGLES, QuartzCore, etc. que contém as instruções específicas para o funcionamento de um
• Core Services: a camada que fornece os serviços fundamen- determinado dispositivohttps://euquerosabertudo.com/meio-am-
tais do sistema como AdressBook, Core Location, CFNNetwork, Se- biente/qual-a-diferena-entre-kernel-e-firmware.htmlhttps://bing.
curity, SQLite etc. com/search?q=diferen%C3%A7a+entre+kernel+e+firmware&for-
• Core OS: nesta camada que se encontra o kernel do sistema. m=SKPBOT. O firmware é geralmente fixo e não pode ser modifi-
Além do kernel, encontramos os drivers e as interfaces básicas do cado pelo usuário, a menos que seja atualizado de forma ativa. O
sistema. firmware controla as operações de baixo nível do hardware, como
o boot, o reconhecimento de periféricos e a configuração de pa-
râmetros. O firmware é um software que faz parte do hardware e
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define o seu comportamento. Por exemplo, a BIOS é o firmware finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-
que inicializa o computador e permite que o kernel seja carregado. no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
computador de origem.
A diferença entre eles é que o kernel é o software que faz a Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
ponte entre o hardware e o software de alto nível, enquanto o fir- redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
mware é o software que faz parte do hardware e define o seu com- Internet.
portamento. O kernel é o coração do sistema operacional, enquan- O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
to o firmware é o cérebro do dispositivo. para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
externo.
CONCEITOS BÁSICOS DE REDES DE COMPUTADORES: EN-
DEREÇO IP, URL, INTERNET E INTRANET; NOÇÕES BÁSICAS TCP / IP
DE NAVEGAÇÃO E BUSCA NA INTERNET E NA DEEP WEB Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
Internet nas literaturas como sendo:
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados - O protocolo principal da Internet;
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- - O protocolo padrão da Internet;
bos submarinos, canais de satélite, etc9. Ela nasceu em 1969, nos - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa ao funcionamento da Internet e seus serviços.
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
instituições possuíam internet. porte dos pacotes).
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a Domínio
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
Conectando-se à Internet – 74.125.234.180.
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio http://www.empresa.com.br, em que:
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). reço pertence à web.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
World Wide Web viço.
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu com: indica que é comercial.
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- br: indica que o endereço é no Brasil.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de URL
forma simples e fácil de acessar. Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples ou uma rede corporativa, uma intranet.
e agradável. Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
minho/recurso.
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- HTTP
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-

9 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
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Hipertexto – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do


São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
Impressão de páginas recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
Para imprimir uma página da Internet, basta clicar no botão de – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
impressão do navegador. O navegador irá então abrir uma janela le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
de impressão, onde o usuário poderá configurar as opções de im- mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
pressão. no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações.
Navegadores – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
ções da internet na tela do computador do usuário. rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
Além de também serem conhecidos como browser ou web apagado, caso o usuário queira.
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
tados à internet. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site navegador de internet.
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
internauta. um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer outros.
página ou site na rede. – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que no navegador.
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
gador e os servidores. Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
Funcionalidades de um Navegador de Internet nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. virtual da Internet.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de Internet Explorer
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
site na internet. atualizadas no Edge.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter- deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar Principais recursos do Internet Explorer:
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
página na web. permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. através de ícones.
– Gerenciador de downloads integrado.
– Mais estabilidade e segurança.

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– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos vacidade.
implementados nos sites mais modernos. – Disponível em desktop e mobile.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é Google Chorme
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
oferecem funcionalidades adicionais. sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala- compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
vra-chave digitando-a na barra de endereços. convidativo à navegação simplificada.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer10.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.

Principais recursos do Google Chrome:


– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
Outras características do Edge são: – Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
– Experiência de navegação com alto desempenho. TPS).
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- – Disponível em desktop e mobile.
quer lugar conectado à internet.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. Opera
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
Firefox Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média. de da experiência do usuário.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
Algumas características de destaque do Firefox são: – Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. (3G ou 4G).
– Não exige um hardware poderoso para rodar. – Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- páginas bancárias e de vendas on-line.
sos. – Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.

10 https://bit.ly/2WITu4N
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Safari Extranet
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar.

Quando alguma informação dessa intranet é aberta a clientes


ou fornecedores dessa empresa, essa rede passa a ser chamada de
O Safari também se destaca em: extranet. Se sua empresa tem uma intranet e seu fornecedor tam-
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- bém e ambas essas redes privadas compartilham uma rede entre si,
tivo Apple (iOS). para facilitar pedidos, pagamentos e o que mais precisarem, essa
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- rede compartilhada é conhecida como extranet. Ainda, se sua em-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. presa abre uma parte de sua rede para contato com o cliente, ou
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas permite uma interface de acesso dos fornecedores essa rede com
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam- ele é chamada de extranet.
pos de informação. Tecnicamente, os sistemas que permitem isso são os mesmos
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja da intranet, com a diferença que aqui é necessário um acesso à in-
da Apple (Windows e Linux). ternet. A diferença básica entre intranet e extranet está em quem
– Disponível em desktops e mobile. gerencia a rede. O funcionamento é o mesmo e a arquitetura da
rede é a mesma. Só que em uma intranet, quem gerencia é só uma
Intranet empresa, enquanto que em uma extranet, os gerentes são as várias
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta empresas que compartilham a rede.
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de A extranet seria uma extensão da intranet. Funciona igualmen-
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, te como a intranet, porém sua principal característica é a possibili-
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores dade de acesso via internet, ou seja, de qualquer lugar do mundo
internos11. você pode acessar os dados de sua empresa. A ideia de uma ex-
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à tranet é melhorar a comunicação entre os funcionários e parceiros
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para além de acumular uma base de conhecimento que possa ajudar os
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação funcionários a criar novas soluções.
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. Algumas pessoas consideram a extranet como uma “intranet
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem que saiu da empresa”. É uma intranet que se estende aos clientes e
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, fornecedores, e que pode ser acessada de fora da empresa, contu-
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as do permanece restrita ao público de interesse da organização.
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso. Comparativo entre as Tecnologias
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
significativo em termos de segurança.

11 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/
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Sites de busca

Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informações na
rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as informações da internet para buscar as informações desejadas. São exemplos de
sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.

Formas de acesso

GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br

Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.

Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.

Atualmente o site de busca mais utilizado é o Google vejamos mais detalhes:

1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google.com.br;


2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos encontrar;
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a palavra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa;
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados.

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Acesso a loja de aplicativos, no caso


PLAY do celular temos a Play Store onde
encontramos aplicativos;
NOTICIAS Acesso a notícias;
MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
CONTATOS Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na
DRIVE
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
a pesquisa. Acesso a agenda. É um local onde
AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
Outras funções do site de pesquisa do google etc.;
TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;
Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
na sua conta google. Conforme
usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de
Menu do Google à direita, conforme a imagem acima um blog. Blog é um site que permite
BLOGGUER a atualização rápida através de
GMAIL Acesso ao E-mail do Google; postagens, isso deve-se a sua estrutura
extremamente flexível de uso;
Acesso a barra de pesquisa imagens,
neste caso o buscador irá atuar somente Acesso a uma plataforma Google, onde
na procura de imagens, podemos digitar HANGOUTS podemos conectar pessoas através de
IMAGENS vídeo conferencia e mensagens, etc.
uma palavra-chave, ou até mesmo colar
uma imagem na barra para iniciar a
pesquisa; A Google está frequentemente atualizando esse menu, visto a
adequação de aplicativos ao contexto atual.
Acesso a informações de cadastro,
CONTA
nome, celular, etc.; DEEP WEB E DARK WEB12
PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas
O termo “deep web” (“web profunda”) tornou-se um termo
Acesso a informações de endereço e
geral para se referir a todo um conjunto de sites e servidores de
MAPS localização. No caso do celular funciona
internet. Explicar o termo, portanto, não é mais tão simples.
como um GPS;
Originalmente, a “deep web” eram os sites “invisíveis” - pági-
YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS; nas que, por qualquer motivo, não apareciam em mecanismos de
busca, especialmente no Google. Eram páginas que, para serem en-
12 http://g1.globo.com/tecnologia/blog/seguranca-digital/post/deep-web-o-que-e-
-e-como-funciona-g1-explica.html
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contradas, necessitavam do uso de diversos mecanismos de busca Deep Web13


em conjunto, além de ferramentas adicionais e ferramentas de pes-
quisa individuais de cada site. A deep web é uma parte da Internet que não é indexada pelos
O termo se popularizou com uma definição mais compacta motores de busca, o que significa que se você quiser acessar esses
para se referir aos sites que necessitam do uso de programas es- sites, você deve ir diretamente a eles em vez de pesquisar. A deep
pecíficos para serem acessados. O mais popular entre eles é o Tor, web é enorme, precisamente porque o conteúdo da Internet é mui-
mas existem outros softwares, como Freenet e I2P. O emprego do to grande para os motores de busca cobrirem tudo, e embora este
termo “deep web” é incorreto neste contexto - o termo certo seria conteúdo seja, de alguma forma, “secreto” não é totalmente ruim.
“dark web” (web escura).
Porém, como esses sites precisavam de ferramentas especiais Que Tipo de Conteúdo Há na Deep Web?
para serem acessados, eles não apareciam em mecanismos de Como a “deep web” se refere a qualquer conteúdo fora dos
pesquisa e, assim, as duas definições não eram incompatíveis. No mecanismos de pesquisa, a definição é bastante ampla. Existe mui-
entanto, com o passar do tempo, parte desses sites de acesso ex- to conteúdo legítimo disponível na web e que nem sempre pode ser
clusivo via Tor foi disponibilizada (via “pontes de acesso”) na web encontrado com uma pesquisa em mecanismos de pesquisa geral.
normal - que não necessita de software especial. Com isso, o conte- Um exemplo disso são decisões judiciais, que muitas vezes exigem
údo que antes era dessa web “inacessível” foi parar até mesmo no pesquisas diretas nos tribunais onde tramitaram.
Google. Acessar esse conteúdo, portanto, é tão fácil quanto acessar A deep web também pode consistir de sites com conteúdo pes-
qualquer outro site. soal, páginas cujos donos decidiram não incluir em mecanismos de
É muito difícil saber com certeza se o termo deep web está sen- pesquisa por qualquer motivo, páginas que nunca receberam links
do usado para se referir a um canal de acesso via Tor ou a páginas de outros sites (porque só foram compartilhadas por e-mail, por
e serviços de acesso realmente limitado e restrito, independente- exemplo) e também espaços para a troca de conteúdo ilícito, como
mente da tecnologia. pirataria. Como esses sites muitas vezes fornecem arquivos gran-
Acessamos a Internet todos os dias, mas não dominamos todas des para download, não é sempre prático manter esse conteúdo na
as partes dela. Ao verificar o e-mail, redes sociais e fazer compras “dark web”, onde as velocidades costumam ser menores.
online, você está usando o que é conhecido como “superfície” – Há sites que servem para denunciar casos de violência domés-
surface – da web, ou seja, sites são indexados pelos motores de tica, opressão do governo, queixas anônimas e privadas, entre ou-
busca como Google ou Yahoo. Mas, e a parte que não é peneirada tras questões. Ela também é usada ​​pelos governos para operações
por esses buscadores? secretas do FBI, empresas e grandes corporações.
Os motores de busca só podem acessar 0,03% da internet. O
restante é conhecido como deep web e, dentro desta, há a dark Dark Web
web – ou dark net. Embora muitas vezes confundidos, são conceitos
diferentes. A dark web é uma parte não indexada e restrita da deep web.
Para acessar, é necessário um software e autenticação. Esta parte
Por que Alguns Sites Ficam Fora dos Mecanismos de Busca? da web é realmente mais escondida e possui um enorme mercado
ilegal: drogas, pornografia infantil, venda de órgãos humanos e tor-
Os mecanismos de busca, como o Google, precisam, em pri- tura. Lá você pode contratar hackers e assassinos.
meiro lugar, encontrar um site. Isso normalmente ocorre com links. Geralmente, na dark web, é necessário que você ofereça algum
Quando uma página que o Google já conhece coloca um “link” para conteúdo antes de entrar, pois isso diminui as chances de denúncia.
outra página, o Google segue esse link e passa a incluir essa página Depois de ter acesso, você pode adquirir bens e serviços ilegais. O
em sua busca (um processo chamado de “indexação”). motor de busca mais comum desta web é chamado TOR e um dos
Porém, mesmo que haja um link para a página, ela pode ainda “mercados” de maior sucesso é Silk Road, onde produtos e servi-
bloquear mecanismos de pesquisa. Isso pode ser feito via rede (blo- ços são comprados com bitcoins – dinheiro digital – em completo
queando os endereços IP da rede dos mecanismos de pesquisa) ou anonimato.
utilizando mecanismos oferecidos pelos próprios sites de busca que
permitem a um site indicar qual conteúdo pode ser indexado. Um Que Tipo de Conteúdo Há na Dark Web?
site pode facilmente determinar que a indexação de suas páginas A dark web, por fornecer mecanismos de anonimato, é atraen-
é proibida e, nesse caso, elas não aparecerão nos mecanismos de te para ativistas políticos, hacktivistas e criminosos virtuais, além
busca mais comuns, que honram essas configurações. pessoas que buscam compartilhar conteúdo que foi censurado.
Alguns conteúdos exigem buscas específicas. As decisões Judi- Com ações policiais que derrubaram sites de abuso sexual infantil
ciais, por exemplo, só podem ser encontradas por alguém que sabe da web comum, parte desse conteúdo também passou a ser dispo-
um número de processo ou a OAB de um advogado para pesquisar nibilizado pela dark web.
nos sites dos tribunais. Os mecanismos de pesquisa não têm essas A dark web também é notória por oferecer lojas virtuais de
informações e não “sabem” preencher o formulário. Por isso, esse mercadorias proibidas ou de difícil acesso, inclusive drogas (lícitas
conteúdo tende a ficar fora do alcance. e ilícitas) e armas.
Certos conteúdos também não podem ser indexados por causa Como a dark web também serve como meio anônimo para
do formato em que estão armazenados. Um conteúdo pode existir acesso à web comum, ela pode ser usada para burlar bloqueios de
na web como um arquivo de áudio ou vídeo que o mecanismo de rede (como os que existem na China). Em outras palavras, nem todo
busca não consegue transcrever para texto. Nesse caso, o conteúdo
também não vai ser encontrado, a não ser que você saiba especifi-
camente o nome do arquivo ou título do arquivo multimídia. 13 http://www.jornalciencia.com/qual-e-a-diferenca-entre-a-deep-web-e-dark-web/
Editora
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130
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mundo que utiliza a tecnologia da dark web pode estar interessado Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
nos conteúdos que estão presentes nela, mas sim no anonimato tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
que ela fornece para o acesso a qualquer conteúdo. do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:
Por Que a Dark Web Necessita de Programas Específicos?
A internet só funciona graças a um grande acordo que existe na maria@apostilassolucao.com.br
web: todos os sites, navegadores e sistemas operacionais “falam”
um conjunto de “línguas” em comum. Esses são os “protocolos de Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio
rede”. eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
A dark web estabelece uma camada de protocolo nova que o Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
computador não conhece. E, com isso, automaticamente esses sites preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
se tornam incomunicáveis. to de regras para o uso desses serviços.
O objetivo dessa camada adicional é normalmente a garantia
do anonimato dos usuários. Os detalhes técnicos variam em cada CORREIO ELETRÔNICO
protocolo, mas a maioria estabelece uma série de intermediários Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor-
em cada conexão. Certos participantes da rede (que podem ser to- reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
dos ou só alguns) tornam-se intermediários das conexões dos de- protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio
mais usuários e, com isso, qualquer visita ou acesso fica em nome e recebimento de mensagens15. Estas mensagens são armazenadas
desses usuários e não em nome do verdadeiro internauta. no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
É Possível Quebrar o Anonimato da Dark Web? e extração de cópias das mensagens.
De modo geral, sim. Mas as técnicas exigem certos recursos
tecnológicos avançados e, às vezes, um pouco de sorte. Funcionamento básico de correio eletrônico
Uma delas é conseguir controlar um grande número de siste- Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
mas intermediários na rede. Se o número de sistemas controlados gramas funcionando em uma máquina servidora:
for grande o bastante, o interessado pode conseguir fazer alguma li- – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
gação entre o usuário e o conteúdo acessado. Essa é uma operação transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
de médio prazo, já que é preciso monitorar os acessos por um bom sagens.
tempo até que as ligações possam ser feitas sem depender da sorte. – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
Outro meio, que vem sendo bastante empregado pelo FBI, é ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
a instalação de programas espiões. A autoridade policial faz isso correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
após conseguir uma autorização da justiça para tomar o controle de gens.
um serviço disponibilizado na rede anônima (a identificação deste
depende de outros métodos, como o mencionado acima ou então Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
cooperação de um delator). Uma vez podendo controlar o site, um e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
código especial é colocado na página para tentar contaminar os e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
usuários com vírus e relatar as informações ao FBI. Isso, no entanto, mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
depende de vulnerabilidades no software do possível investigado, o sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
que nem sempre pode ser fácil de explorar. de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
Essa técnica foi utilizada em um site com imagens de pornogra- o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
fia infantil, por exemplo. O FBI foi criticado por temporariamente nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
ter mantido o site no ar em vez de retirá-lo imediatamente, mas a nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
Justiça americana entendeu que a medida foi necessária para co- enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
lher mais informações sobre os visitantes da página. natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
NOÇÕES BÁSICAS DE ENVIO DE MENSAGENS POR COR- dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
REIO ELETRÔNICO ABORDANDO OS CONCEITOS DE CAIXA SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
DE ENTRADA, CAIXA DE SAÍDA, SPAM, RASCUNHOS, LIXEI- naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
RA, ASSUNTO, REMETENTE, DESTINATÁRIO, CÓPIA OCUL- ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
TA, ANEXOS e-mail do destinatário.

Ações no correio eletrônico


E-MAIL Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
sagem atualmente14. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
e-mail, não importando a distância ou a localização.
14 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 15 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
Avan%E7ado.pdf -webmail-e-mozilla-thunderbird/
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– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

16

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.

16 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

17

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

CONCEITO DE REDE NEURAL E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO FERRAMENTA DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Inteligência artificial é a capacidade da execução de uma determinada tarefa por uma máquina conforme esperado. É a capacidade de
reagir adequadamente a uma nova situação confirmando assim a aprendizagem da máquina.

17 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
Editora
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As redes neurais têm sido aplicadas em diversas áreas, como


reconhecimento de padrões, processamento de linguagem natural,
visão computacional, robótica, finanças, entre outras. Elas têm sido
especialmente bem-sucedidas em tarefas que envolvem grandes
quantidades de dados e padrões complexos.
Embora as redes neurais artificiais sejam muito poderosas,
elas também apresentam algumas limitações. Elas podem exigir
muitos dados de treinamento para alcançar um bom desempenho e
podem ser suscetíveis a overfitting, o que significa que elas podem
se tornar muito especializadas nos dados de treinamento e não
generalizar bem para novos dados.
Além disso, as redes neurais podem ser muito complexas e
difíceis de interpretar, o que pode dificultar a identificação de erros
A inteligência artificial é fruto de vários algoritmos e funções ou a explicação de como a rede chegou a uma determinada saída.
programadas, redes neurais (sistemas de computação com nós in- Em resumo, as redes neurais artificiais são um poderoso modelo
terconectados que funcionam como os neurônios do cérebro hu- computacional inspirado no cérebro humano que pode ser usado
mano), antecipando assim as possíveis ações da máquina. Neste para resolver uma ampla variedade de problemas complexos. No
contexto temos a aprendizagem da máquina, isto é, montamos um entanto, elas também apresentam algumas limitações e requerem
conjunto de dados em que estão as respostas, ações e questões. um cuidadoso projeto e treinamento para garantir que produzam
resultados precisos e confiáveis.
Fases da Aplicação da AI
1 - Aprendizagem da máqui- CONCEITO DE COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPU-
na TING)
2 - Raciocínio
3 - Resolução do problema Quando se fala em computação nas nuvens, fala-se na possibi-
lidade de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela inter-
Componentes da inteligência artificial (AI) net18. Ou seja, não é preciso instalar aplicativos no seu computador
• Deep Learning: aprendizado de máquina que se baseia em para tudo, pois pode acessar diferentes serviços on-line para fazer o
um conjunto de algoritmos que buscam modelas abstrações de alto que precisa, já que os dados não se encontram em um computador
nível de dados, utilizando um grafo profundo composto por várias específico, mas sim em uma rede.
camadas de processamento. Uma vez devidamente conectado ao serviço on-line, é possível
• Machine Learning: é um sistema que pode modificar o com- desfrutar suas ferramentas e salvar todo o trabalho que for feito
portamento da máquina automaticamente, tendo como base a sua para acessá-lo depois de qualquer lugar — é justamente por isso
própria experiência, sendo mínima a interferência humana. Essa que o seu computador estará nas nuvens, pois você poderá acessar
modificação diz respeito ao estabelecimento de regras lógicas para os aplicativos a partir de qualquer computador que tenha acesso à
melhorar seu desempenho e tomar decisões acertadas dentro dos internet.
contextos de sua utilização. Basta pensar que, a partir de uma conexão com a internet, você
pode acessar um servidor capaz de executar o aplicativo desejado,
REDES NEURAIS que pode ser desde um processador de textos até mesmo um jogo
Redes neurais artificiais são um tipo de modelo computacional ou um pesado editor de vídeos. Enquanto os servidores executam
que se inspira na estrutura e funcionamento do cérebro humano um programa ou acessam uma determinada informação, o seu
para resolver problemas complexos. Elas são compostas por várias computador precisa apenas do monitor e dos periféricos para que
unidades de processamento, chamadas de neurônios artificiais, que você interaja.
estão interconectados por meio de conexões ponderadas.
Cada neurônio artificial recebe um conjunto de entradas, Vantagens:
realiza um processamento e produz uma saída. A saída de um – Não necessidade de ter uma máquina potente, uma vez que
neurônio é então enviada para outros neurônios da rede, que por tudo é executado em servidores remotos.
sua vez produzem suas próprias saídas. Esse processo se repete até – Possibilidade de acessar dados, arquivos e aplicativos a partir
que a saída final da rede seja produzida. de qualquer lugar, bastando uma conexão com a internet para tal
As redes neurais são capazes de aprender a partir de exemplos, — ou seja, não é necessário manter conteúdos importantes em um
ajustando os pesos das conexões entre os neurônios para minimizar único computador.
o erro entre a saída prevista pela rede e a saída esperada. Esse
processo de ajuste de pesos é realizado por meio de algoritmos de
aprendizagem supervisionada, não supervisionada ou por reforço.

18 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que-
-e-computacao-em-nuvens-.htm
Editora
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Desvantagens: iCloud
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu- O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um
rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em um passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails,
ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à von- dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente
tade com isso. a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo
– Como há a necessidade de acessar servidores remotos, é pri- como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS.
mordial que a conexão com a internet seja estável e rápida, princi- De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita.
palmente quando se trata de streaming e jogos. Existem planos pagos para maior capacidade de armazena-
mento também.
Exemplos de computação em nuvem
Dropbox
O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu-
vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com
segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe-
rando espaço no PC ou smartphone.

No entanto, a grande vantagem do iCloud é que ele possui um


sistema muito bem integrado aos seus aparelhos, como o iPhone.
A ferramenta “buscar meu iPhone”, por exemplo, possibilita que
o usuário encontre e bloqueie o aparelho remotamente, além de
poder contar com os contatos e outras informações do dispositivo
caso você o tenha perdido.

Google Drive
Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca-
pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá-
Além de servir como ferramenta de backup, o Dropbox tam- rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São
bém é uma forma eficiente de ter os arquivos importantes sempre 15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
acessíveis. Deste modo, o usuário consegue abrir suas mídias e do- gens, etc.
cumentos onde quer que esteja, desde que tenha acesso à Internet.

OneDrive
O OneDrive, que já foi chamado de SkyDrive, é o serviço de ar-
mazenamento na nuvem da Microsoft e oferece inicialmente 15 GB
de espaço para os usuários19. Mas é possível conseguir ainda mais
espaço gratuitamente indicando amigos e aproveitando diversas
promoções que a empresa lança regularmente.
Para conseguir espaço ainda maior, o aplicativo oferece planos
pagos com capacidades variadas também.
Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser-
viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo
que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira
encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca
para procurar palavras e expressões.
Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas
edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.

Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e Tipos de implantação de nuvem
PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço, Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de
o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis- nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os servi-
pensada a necessidade de realizar o download para só então poder ços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de TI20.
modificar o conteúdo do arquivo. Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:

19 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-
-principais-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/ 20 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
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– Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su-
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor SaaS (software como serviço)
de nuvem contratado pela organização. O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de sof-
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em tware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo sinaturas.
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são cente.
mantidos em uma rede privada. Além de realizarem manutenções, como atualizações de sof-
– Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- tware e aplicação de patch de segurança.
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o Com o software como serviço, os usuários da sua equipe po-
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu- dem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um na-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar vegador da web em seu telefone, tablet ou PC.
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
empresa.
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE
Tipos de serviços de nuvem INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS
A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
em quatro categorias amplas:
– IaaS (infraestrutura como serviço); Pasta
– PaaS (plataforma como serviço); São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama-
– Sem servidor; nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
– SaaS (software como serviço). pastas (subpastas)21.

Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha


da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre
o outro.

IaaS (infraestrutura como serviço)


A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem.
Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de servi-
ços cloud, pagando somente pelo seu uso. Arquivo
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS É a representação de dados/informações no computador os
(infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
máquinas virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas opera- fica o tipo de dado que ele representa.
cionais.
Extensões de arquivos
PaaS (plataforma como serviço)
PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que for- EXTENSÃO TIPO
necem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste,
fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software. .jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desen- .xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
volvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a mui-
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
to mais rápida.
Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou .txt Texto sem formatação
ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, ar- .mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
mazenamento, rede e bancos de dados necessários para desenvol-
vimento. .mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
Computação sem servidor .ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se
na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento .exe Executável
contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso. .msl, ... Instalador
O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planeja-
mento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e
sua equipe. 21 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/
aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
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Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft22.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

22 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
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Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

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Arquivos ocultos Tipos de armazenamento em nuvem


São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de
Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alte- nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os ser-
ração, poderá danificar o Sistema Operacional. viços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows TI25.
Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco. Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:
• Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur-
ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STO- sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento
RAGE) via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su-
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor
de nuvem contratado pela organização.
O armazenamento de dados na nuvem é quando guardamos • Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em
informações na internet através de um provedor de serviços na nu- nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo
vem que gerencia o armazenamento dos dados23. estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou
Com este serviço, são eliminados custos com infraestrutura de seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra-
armazenamento físico de dados. Além disso, pode-se acessar do- estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são
cumentos em qualquer lugar ou dispositivo (todos sincronizados). mantidos em uma rede privada.
Estes provedores de armazenamento cobram um valor propor- • Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi-
cional ao tamanho da necessidade, mantendo os dados seguros. ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o
Você pode acessar seus dados na nuvem através de protoco- compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu-
los como o SOAP (Simple Object Access Protocol), protocolo desti- vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar
nado à circulação de informações estruturadas entre plataformas a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
distribuídas e descentralizadas ou usando uma API (Application empresa.
Programming Interface, traduzindo, Interface de Programação de
Aplicações) que integra os sistemas que tem linguagens diferentes Software para armazenamento em nuvem
de maneira rápida e segura. Software de armazenamento cloud são sites, alguns deles vin-
culados a provedores de e-mail e aplicações de escritório, como
Benefícios do armazenamento na nuvem o Google Drive (Google), o One Drive (Microsoft) e o Dropbox. A
- Diminuição do custo de hardware para armazenamento, só é maioria dos sites disponibiliza o serviço gratuitamente e o usuário
pago o que realmente necessita e ainda é fácil e rápido aumentar o paga apenas se contratar planos para expandir a capacidade.
espaço caso necessite;
- As empresas pagam pela capacidade de armazenamento que
realmente precisam24; NOÇÕES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E DOS CONCEI-
- Implantação rápida e fácil; TOS DE DISPONIBILIDADE, INTEGRIDADE, CONFIDENCIA-
- Possibilidade de expandir ou diminuir o espaço por sazonali- LIDADE E AUTENTICIDADE DA INFORMAÇÃO; NOÇÕES DE
dade; VÍRUS, WORMS, PRAGAS VIRTUAIS, ANTIVÍRUS, PROXY,
- Quem contrata gerencia a nuvem diretamente; VPN E FIREWALL. CRIPTOGRAFIA DE ARQUIVOS E PAS-
- A empresa contratada cuida da manutenção do sistema, ba- TAS
ckup e replicação dos dados, aquisição de dispositivos para arma-
zenamentos extras;
- É uma ferramenta de gestão de dados, pois, estes são arma- SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
zenados de forma organizada. Com uma conexão estável, o acesso Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
e compartilhamento é fácil e rápido. de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
Desvantagens zação26.
- O acesso depende exclusivamente da internet, portanto, a co- É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corpo-
nexão deve ser de qualidade; ração, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
- Companhias de grande porte precisam ter políticas de segu- Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
rança para preservar a integridade dos arquivos; ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
- Geralmente, os servidores estão no exterior, o que sujeita qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro-
seus dados à legislação local. blemas.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares27:
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí-
vel somente a pessoas autorizadas.

23 https://centraldefavoritos.com.br/2018/12/31/armazenamento-de- 25 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
-dados-na-nuvem-cloud-storage/ 26 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
24 http://www.infortrendbrasil.com.br/cloud-storage/ 27 https://bit.ly/2E5beRr
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– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
de modo permanente a elas. • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e a terceiros.
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- Mecanismos de segurança
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
nal da área trabalha no dia a dia. Ele pode ser aplicado de duas formas:
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
uma delas. vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares de encriptação, que transformam as informações em códigos que
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
da informação, ainda que sem intenção no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
explorada por uma ameaça. ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. Criptografia
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
ça da informação. uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
informação29.
Tipos de ataques Tem duas maneiras de criptografar informações:
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles28: • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
ção, fraude, reprodução, bloqueio). chave secreta para poder ler a mensagem.
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
tação, monitoramento, análise de pacotes). Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
Política de Segurança da Informação ser descriptografada pela chave privada.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
da organização através de regras de alto nível que representam os poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
de formação e periodicidade de troca. ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- ma alteração de informação invalida o documento.
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
ção e frequência de execução. soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
28 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 29 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.30

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser31.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS E ANTIVÍRUS


Códigos maliciosos (Malware)
Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador32. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.

30 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
31 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
32 https://cartilha.cert.br/malware/
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Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver Bot e botnet


e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au- com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
Spam, respectivamente). bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
liciosos existentes. instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
Vírus Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
preciso que um programa já infectado seja executado. executadas pelos bots.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
pelo uso de pen-drives. por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- de informações de um grande número de computadores, envio de
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em xies instalados nos zumbis).
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- Spyware
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
este arquivo, fazendo com que seja executado. des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
escrito em formato HTML. informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). autorizado.
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Worm – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- pelo usuário no teclado do computador.
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
computador. sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas mouse é clicado.
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em gandas.
computadores.
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos Backdoor
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem- a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
penho de redes e a utilização de computadores. criados ou modificados para este fim.

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Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
no computador para invadi-lo. isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- vidência.
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção os dias são criados vírus novos.
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
Cavalo de troia (Trojan) ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- contaminação.
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
sem o conhecimento do usuário. namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. gas. Entre as principais estão:
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- – Avast;
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados – AVG;
no computador. – Norton;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – Avira;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – Kaspersky;
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, – McAffe.
também executem ações maliciosas.
Filtro anti-spam
Rootkit Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite tados, que geralmente são enviados para um grande número de
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código pessoas.
malicioso em um computador comprometido. Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- anonimato que tanto os protege.
mos de proteção. Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
Ransomware
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- Anti-malwares
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan- Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
restabelecer o acesso ao usuário33. dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
de ferramentas deste tipo.
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que PROCEDIMENTOS DE BACKUP
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
segurança. Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dis-
positivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na
Antivírus nuvem ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou ou-
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- tros motivos e assim possa restaurá-los (recuperá-los)34.
car o computador. Backups são extremamente importantes, pois permitem35:
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- 34 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. -backup/
33 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 35 https://cartilha.cert.br/mecanismos/
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• Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que


sejam recuperados em situações como falha de disco rígido, atua- SISTEMA EPROTOCOLO: INTERFACE, CONSULTA DE PRO-
lização malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substitui- TOCOLO, ASSINATURA ELETRÔNICA
ção acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/atacantes e
furto/perda de dispositivos.
• Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão — Sistema e protocolo
antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um tex- – Sistema: refere-se a um conjunto de elementos interconecta-
to editado ou a imagem original de uma foto manipulada. dos e interdependentes que trabalham juntos para atingir um obje-
tivo comum. No contexto empresarial e governamental, um sistema
Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de ba- pode se referir a uma estrutura organizacional, um conjunto de pro-
ckup e recuperação integradas e também há a opção de instalar cessos ou uma combinação de hardware e software.
programas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramen- – Protocolo: é um conjunto de regras e convenções que defi-
tas, basta que você tome algumas decisões, como: ne a forma como os dados são trocados entre dispositivos em uma
• Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD, rede ou sistema. Em um contexto mais amplo, um protocolo pode
DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou externo) se referir a procedimentos e normas que orientam a comunicação
ou armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha de- e interação entre partes.
pende do programa de backup que está sendo usado e de ques-
tões como capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade. Interface
Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades de A interface de um sistema refere-se à interação entre o usuá-
dados, um pen-drive pode ser indicado para dados constantemen- rio e o sistema. Ela inclui elementos visuais, como menus, botões
te modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado para e telas, que permitem aos usuários interagirem com o sistema de
grandes volumes que devam perdurar. forma intuitiva. Uma boa interface é projetada para ser amigável e
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que eficiente, facilitando a compreensão e o uso por parte do usuário.
tenham importância para você devem ser copiados. Arquivos de
programas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam Consulta de protocolo
ser copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar A consulta de protocolo refere-se à capacidade de os usuários
espaço inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Mui- verificar o status ou detalhes de um protocolo específico dentro de
tos programas de backup já possuem listas de arquivos e diretórios um sistema. Isso pode incluir informações sobre o andamento de
recomendados, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias um processo, datas importantes, responsáveis envolvidos e outros
listas. detalhes relevantes. Geralmente, é uma funcionalidade crucial em
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com sistemas de gestão de documentos e processos.
que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequente-
mente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que Assinatura eletrônica
aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente ou A assinatura eletrônica é um método digital de indicar o con-
mensalmente. sentimento ou a aprovação de um documento. Pode assumir di-
versas formas, como uma imagem digitalizada de uma assinatura
Tipos de backup manuscrita, um código PIN, uma senha ou mesmo tecnologias mais
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, avançadas, como biometria. As assinaturas eletrônicas são utiliza-
independente de backups anteriores. Conforma a quantidade de das para autenticar a identidade do signatário e garantir a integri-
dados ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos dade do documento.
copiados.
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e al- Importância da assinatura eletrônica
terados desde o último backup completo (normal) ou incremental, – Agiliza processos: a assinatura eletrônica elimina a neces-
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e sidade de documentos físicos, reduzindo o tempo necessário para
ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup. obtenção de assinaturas e aprovações.
Ele marca os arquivos copiados. – Segurança: as tecnologias de assinatura eletrônica são proje-
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incre- tadas para garantir a autenticidade e integridade dos documentos,
mental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados proporcionando um nível de segurança comparável ou superior às
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em assinaturas manuscritas.
diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo e – Sustentabilidade: reduz o uso de papel e os impactos am-
um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador, bientais associados à impressão e armazenamento físico de docu-
alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o incre- mentos.
mental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em
relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na manipula-
ção de dados. Ele não marca os arquivos copiados.

• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja


ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia a
dia e que raramente são alterados.

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um processo, datas importantes, responsáveis envolvidos e outros


SISTEMA PARANÁ INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - PIA: CADAS- detalhes relevantes. Geralmente, é uma funcionalidade crucial em
TRO, BUSCA DE SERVIÇOS sistemas de gestão de documentos e processos.

Assinatura Eletrônica:
— PIA - Paraná Sistema de Inteligência Artificial A assinatura eletrônica é um método digital de indicar o con-
O PIA do governo do Paraná é um sistema que dispõe de mais sentimento ou a aprovação de um documento. Pode assumir di-
de 350 serviços ao cidadão, estes são distribuídos nas seguintes ca- versas formas, como uma imagem digitalizada de uma assinatura
tegorias: manuscrita, um código PIN, uma senha ou mesmo tecnologias mais
– Administração; avançadas, como biometria. As assinaturas eletrônicas são utiliza-
– Comunicação; das para autenticar a identidade do signatário e garantir a integri-
– Direitos; dade do documento
– Economia e Finanças;
– Indústria - Comércio e Serviços; Importância da Assinatura Eletrônica
– Saúde; Agiliza processos: a assinatura eletrônica elimina a necessida-
– Transporte e Trânsito; de de documentos físicos, reduzindo o tempo necessário para ob-
– Agropecuária; tenção de assinaturas e aprovações.
– Cultura e Lazer; Segurança: as tecnologias de assinatura eletrônica são proje-
– Cidadania; tadas para garantir a autenticidade e integridade dos documentos,
– Direitos do Consumidor; proporcionando um nível de segurança comparável ou superior às
– Educação; assinaturas manuscritas.
– Inovação; Sustentabilidade: reduz o uso de papel e os impactos ambien-
– Segurança; tais associados à impressão e armazenamento físico de documen-
– Desenvolvimento Urbano; tos.
– Documentos;
– Habitação; — Funcionalidades essenciais
– Meio Ambiente;
– Trabalho. Cadastro
O cadastro em um sistema de inteligência artificial geralmen-
Para acessar o PIA utilizamos o seguinte acesso da internet: ht- te envolve a coleta e armazenamento de informações de usuários.
tps://pia.paas.pr.gov.br/guia. Isso pode incluir dados pessoais, preferências, histórico de uso e
outras informações relevantes para personalizar a interação do usu-
— Noções essenciais ário com o sistema.
Sistema e Protocolo Busca de serviços:
– Sistema: refere-se a um conjunto de elementos interconecta- A busca de serviços em um sistema de inteligência artificial
dos e interdependentes que trabalham juntos para atingir um obje- refere-se à capacidade do sistema de oferecer ou direcionar usu-
tivo comum. No contexto empresarial e governamental, um sistema ários para serviços específicos com base em suas necessidades.
pode se referir a uma estrutura organizacional, um conjunto de pro- Pode envolver algoritmos de busca avançados, processamento de
cessos ou uma combinação de hardware e software. linguagem natural e aprendizado de máquina para compreender as
– Protocolo: é um conjunto de regras e convenções que defi- consultas dos usuários e fornecer respostas relevantes.
ne a forma como os dados são trocados entre dispositivos em uma
rede ou sistema. Em um contexto mais amplo, um protocolo pode — Possíveis funcionalidades
se referir a procedimentos e normas que orientam a comunicação Personalização: o sistema pode adaptar-se às preferências e
e interação entre partes. necessidades individuais dos usuários com base nas informações
cadastradas.
Interface Recomendações: utilização de algoritmos para sugerir serviços
A interface de um sistema refere-se à interação entre o usuá- ou conteúdos com base no perfil do usuário.
rio e o sistema. Ela inclui elementos visuais, como menus, botões Integração de Serviços: oferecimento de uma gama de serviços
e telas, que permitem aos usuários interagirem com o sistema de integrados, possibilitando aos usuários acessar diversas funcionali-
forma intuitiva. Uma boa interface é projetada para ser amigável e dades em um só lugar.
eficiente, facilitando a compreensão e o uso por parte do usuário. — Considerações adicionais
Segurança: sistemas de inteligência artificial frequentemente
Consulta de Protocolo incluem medidas robustas de segurança para proteger dados sen-
A consulta de protocolo refere-se à capacidade de os usuários síveis dos usuários.
verificar o status ou detalhes de um protocolo específico dentro de Atualizações Contínuas: sistemas desse tipo geralmente pas-
um sistema. Isso pode incluir informações sobre o andamento de sam por atualizações frequentes para melhorar a precisão e eficácia
das funcionalidades oferecidas.

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— Tela principal de acesso ao site do PIA

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O PIA é um sistema eficiente e protocolos bem definidos são essenciais para a organização e automação de processos.
A interface amigável facilita a interação do usuário, enquanto a consulta de protocolo permite o acompanhamento de documentos
ou processos.
A assinatura eletrônica, por sua vez, oferece agilidade, segurança e sustentabilidade nos processos que exigem aprovações ou valida-
ções.

SINESP CIDADÃO: OBJETIVO, CADASTRO, ACESSO COM A CONTA GOV.BR, CONSULTAS POR DESAPARECIDOS, PROCURADOS,
VEÍCULOS E MANDADOS

O SINESP Cidadão é uma plataforma online que oferece serviços de consulta de informações relacionadas à segurança pública no
Brasil.
Abaixo, vou abordar alguns aspectos sobre o SINESP Cidadão, incluindo seus objetivos, o processo de cadastro, o acesso com a conta
Gov.br e as principais consultas disponíveis.

— SINESP cidadão

Objetivo
O SINESP Cidadão tem como objetivo proporcionar à população acesso a informações relacionadas à segurança pública de forma
transparente e ágil.
Ele permite que os cidadãos consultem dados sobre desaparecidos, procurados, veículos e mandados de forma centralizada, visando
a colaboração e a participação da sociedade na segurança coletiva.

Cadastro
O cadastro no SINESP Cidadão geralmente é simples e gratuito. Os usuários podem criar uma conta fornecendo informações básicas,
como nome, CPF, e-mail e senha.
Esse cadastro é fundamental para garantir a segurança e a individualização do acesso às informações disponíveis na plataforma.

Acesso com a Conta Gov.br


A Conta Gov.br é uma iniciativa do governo brasileiro que oferece uma identidade digital única para acessar diversos serviços públicos
online.
No caso do SINESP Cidadão, o acesso por meio da Conta Gov.br visa facilitar a autenticação e garantir a segurança dos dados do usu-
ário.

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Consultas Disponíveis
1. Desaparecidos: permite consultar informações sobre pessoas desaparecidas, fornecendo dados relevantes para auxiliar nas buscas
e no processo de localização.
2. Procurados: possibilita consultar informações sobre pessoas procuradas pelas autoridades, contribuindo para ações de segurança
e investigação.
3. Veículos: permite verificar informações sobre veículos, incluindo a situação legal, histórico de multas e outras informações perti-
nentes.
4. Mandados: oferece a possibilidade de consultar mandados de prisão emitidos pelas autoridades judiciais, auxiliando na identifica-
ção e localização de pessoas procuradas pela justiça.

Essas funcionalidades visam fornecer informações relevantes à população e, ao mesmo tempo, estimular a participação dos cidadãos
na colaboração com as forças de segurança.

Importância
– Transparência: proporciona transparência nas ações de segurança pública, permitindo que os cidadãos tenham acesso a informa-
ções relevantes.
– Colaboração Cidadã: estimula a colaboração da sociedade na solução de casos, como desaparecimentos e procurados.
– Segurança Pública: facilita o acesso a informações que podem contribuir para a segurança pública e a prevenção de crimes.
As informações sobre o SINESP Cidadão podem ser atualizadas, e é sempre recomendável verificar fontes oficiais para obter detalhes
específicos e atualizados sobre a plataforma.
Acesso ao SINEP pelo portal gov.br: https://www.gov.br/pt-br

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6. (IESES - 2022 - Prefeitura de Palhoça - SC - Professor de Anos


QUESTÕES Finais) Para se realizar pesquisas na internet, habitualmente recor-
re-se a sites de busca. Um site de busca é um tipo de sistema online
encarregado de pesquisar arquivos armazenados em servidores da
1. (CÂMARA DE SÃO JOÃO DE MERITI/RJ - ANALISTA LEGIS- Internet. São sites de busca, EXCETO:
LATIVO - FUNRIO/2018) No sistema operacional Linux, o diretório Alternativas
onde se encontram os arquivos de configuração e aplicativos do sis- (A) Yahoo.
tema tais como Apache é conhecido como: (B) Bing.
(A) /etc (C) Tinder.
(B) /lib (D) Google.
(C) /Bin
(D) /sys 7. (QUADRIX – CFO-DF) - Julgue o item que se segue acerca de
(E) /cfg engenharia de software e inteligência computacional.
São exemplos de técnicas de inteligência computacional os al-
2. (CONCURSO: CESPE - ANALISTA DE SISTEMAS - 2021) Qual é goritmos genéticos, as redes neurais e a lógica nebulosa (fuzzy).
a linguagem de programação principal utilizada para desenvolver ( ) CERTO
aplicativos no macOS? ( ) ERRADO
(A) Java
(B) C++ 8. (UFAL - Analista de Tecnologia da Informação - COPEVE-
(C) Swift UFAL/2016) A Web Profunda (do inglês, Deep Web) permite que
(D) Python usuários naveguem em sites e acessem conteúdos de forma anô-
nima. A Deep Web é organizada através de redes totalmente inde-
3. (IPE SAÚDE - ANALISTA DE GESTÃO EM SAÚDE - pendentes entre si, tais como Onion (TOR), I2P, Freenet, Loky, Clos,
FUNDATEC/2022) O recurso do Windows 10 que, quando acionado, Osiris etc. Nesse contexto, dadas as seguintes afirmativas,
mantém o computador ligado com baixo consumo de energia e com I. Tor é um browser web que permite navegar na rede TOR.
o monitor desligado é chamado: II. Para navegar na rede TOR, pode-se utilizar quaisquer brow-
(A) Suspender. sers web, tais como Firefox e Chrome, configurando propriedades
(B) Repousar. de proxy.
(C) Desligar. III. Existe a possibilidade de trafegar dados na rede TOR de for-
(D) Reiniciar. ma criptografada.
(E) Desconectar. Verifica-se que está(ão) correta(s):
4. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - (A) I, apenas.
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: (B) II, apenas.
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). (C) I e III, apenas.
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. (D) II e III, apenas.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. (E) I, II e III.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.
9. (PREFEITURA DE EDÉIA/GO - TÉCNICO DE ENFERMAGEM -
5. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI- ITAME/2020) Em relação a arquivos e pastas no sistema operacio-
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web nal Windows é correto afirmar:
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem (A) a extensão da Pasta no Windows é .EXE;
corrente, e não são porque (B) arquivos com extensão .xlsx são próprio do Power Point;
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági- (C) a estrutura de uma Pasta pode ser composta com Pastas e
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de Subpastas;
acesso a um computador. (D) arquivos com extensão .docx podem ser abertos pelo sof-
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- tware PAINT.
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço
especial de acesso ao Google.
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial,
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun-
cionam dentro da internet.
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu-
tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico.
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan-
to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
especial ao Google.

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10. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO 14. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - ANALISTA JURÍDICO - IE-
AMBIENTAL - COTEC/2020) Acerca do Windows Explorer, analise as SES/2019) Qual o tipo de backup que deve ser realizado para fazer
seguintes afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as a cópia apenas das alterações relativas ao último backup?
falsas. (A) Diferencial.
( ) - A partir da versão do Windows 10 em diante, a ferramenta (B) Completo.
Windows Explorer passou a se chamar Navegador de Arquivos. (C) Incremental.
( ) - É considerada uma das ferramentas mais importantes do (D) Analógico.
Sistema Operacional Windows.
( ) - Existem basicamente três formas de acessá-lo: no Menu 15. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM IN-
Iniciar, acionando as teclas do Windows + a letra E ou clicando FORMÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comumente
no ícone com o desenho de uma pasta, localizada na Barra de utilizados para proteger os sistemas de ameaças e potenciais sof-
Tarefas. twares malintencionados (conhecidos por malwares). Alguns usu-
( ) - Tem recebido novos incrementos a cada nova versão, pas- ários de computadores chegam a instalar mais de um antivírus na
sando a oferecer também suporte a novos recursos, como re- mesma máquina para sua proteção. Verifique o que pode ocorrer
produção de áudio e vídeo. no caso da instalação de mais de um antivírus:
( ) - Trata-se de uma espécie de pasta utilizada somente para I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sendo
movimentar os arquivos do computador. uma possível ameaça.
A sequência CORRETA das afirmações é II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na CPU
(A) F, V, F, V, F. do computador.
(B) V, F, F, V, V. III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do nível
(C) F, V, V, V, F. de segurança.
(D) F, V, F, F, V. IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com que
vulnerabilidades se apresentem.
11. (PREFEITURA DE SANTA LUZIA/MG - ARQUIVISTA - Estão CORRETAS as afirmativas:
IBGP/2018) Sobre as operações de manipulação de pastas e arqui- (A) I, II e IV, apenas.
vos no Windows 7, assinale V para afirmativas verdadeiras e F para (B) I, III e IV, apenas.
as falsas. (C) II e III, apenas.
( ) A operação “mover pasta para” equivale à sequência de ope- (D) II e IV, apenas.
rações “copiar” e “colar”. (E) II, III e IV, apenas.
( ) A sequência de operações “recortar” e “colar” transfere um
arquivo de pasta. 16. (PREFEITURA DE TOLEDO/PR - ASSISTENTE EM ADMINIS-
( ) A sequência de operações “copiar” e “colar” duplica um ar- TRAÇÃO - PREFEITURA DE TOLEDO/PR/2020) Programas antivírus
quivo em outra pasta. tem uma importância um tanto quanto fundamental para os usuá-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: rios. As principais funções dessa ferramenta são, EXCETO:
(A) F F F. (A) Atuar para identificação e eliminação da maior quantidade
(B) F V V. de vírus possível.
(C) V F V. (B) Verificar continuamente os discos rígidos, HDs externos e
(D) V V F. mídias removíveis.
(C) Trabalhar sincronizado com outro antivírus para aumentar
12. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - INS- o nível de segurança.
TITUTO UNIFIL/2020) Considerando os conceitos de segurança da (D) Ao encontrar um problema o software em questão avisa o
informação e os cuidados que as organizações e particulares devem usuário.
ter para proteger as suas informações, assinale a alternativa que (E) A utilização de uma versão paga oferece ao usuário mais
não identifica corretamente um tipo de backup. segurança.
(A) Backup Incremental.
(B) Backup Excepcional. 17. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
(C) Backup Diferencial. SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso que
(D) Backup Completo ou Full. é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos. Tal
como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias
13. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO - de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos
ESES/2019) As cópias de segurança (backup) são imprescindíveis de informática.
nas organizações. Elas podem ser armazenadas de diversas formas. As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de com-
O tipo de backup onde cópias são feitas apenas dos arquivos que putador, exceto o que se apresenta na alternativa:
foram modificados desde a última interação é denominado: (A) Vírus de boot.
(A) Backup diferencial. (B) Crackers.
(B) Backup cumulativo. (C) Cavalo de troia.
(C) Backup completo. (D) Time Bomb.
(D) Backup incremental.

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18. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019) IV- Nuvem híbrida (hybrid cloud): a infraestrutura é uma com-
Para que a segurança da informação seja efetiva, é necessário que posição de duas ou mais nuvens (privada, comunidade ou pública)
os serviços disponibilizados e as comunicações realizadas garantam que continuam a ser entidades públicas, porém, conectadas através
alguns requisitos básicos de segurança. Sobre esses requisitos, assi- de tecnologia proprietária ou padronizada.
nalar a alternativa CORRETA: Está correto o contido:
(A) Repúdio de ações realizadas, integridade, monitoramento (A) Apenas na opção I.
e irretratabilidade. (B) Apenas na opção II.
(B) Protocolos abertos, publicidade de informação, incidentes (C)Apenas nas opções II e III.
e segurança física. (D) Nas opções I, II e III.
(C) Confidencialidade, integridade, disponibilidade e autentica-
ção. 22. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
(D) Indisponibilidade, acessibilidade, repúdio de ações realiza- SOS/2018) O modelo de computação em nuvem é composto por
das e planejamento. algumas características essenciais, dentre elas:
I- Serviço sob-demanda: as funcionalidades computacionais
19. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM são providas automaticamente sem a interação humana com o pro-
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - OBJETIVA/2019) Em vedor do serviço.
conformidade com a Cartilha de Segurança para Internet, quanto II- Amplo acesso aos serviços: os recursos computacionais es-
a alguns cuidados que se deve tomar ao usar redes, independente- tão disponíveis através da Internet e são acessados via mecanismos
mente da tecnologia, analisar os itens abaixo: padronizados para que possam ser utilizados por dispositivos mó-
I. Manter o computador atualizado, com as versões mais recen- veis e portáteis, computadores, etc.
tes e com todas as atualizações aplicadas. III- Resource pooling: os recursos computacionais (físicos ou
II. Utilizar e manter atualizados mecanismos de segurança, virtuais) do provedor são utilizados para servir a múltiplos usuários,
como programa antimalware e firewall pessoal. sendo alocados e realocados dinamicamente conforme a demanda
III. Ser cuidadoso ao elaborar e ao usar suas senhas. do usuário. Nesse cenário, o usuário do serviço não tem a noção da
Estão CORRETOS: localização exata do recurso, mas deve ser capaz de definir a locali-
(A) Somente os itens I e II. zação em um nível mais alto (país, estado, região).
(B) Somente os itens I e III. Está correto o contido:
(C) Somente os itens II e III. (A) Apenas na opção I.
(D) Todos os itens. (B) Apenas na opção II.
(C) Apenas nas opções II e III.
20. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - UNI- (D) Nas opções I, II e III.
FIL/2020) Devido aos riscos e a sua importância, a segurança da
informação é um tópico que se tornou um objetivo constante para 23. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO -
as organizações. Contudo, para que ele possa ser reforçado nas IESES/2019) Dentre as utilidades dos serviços de cloud storage (ar-
empresas, é preciso atenção aos três pilares que sustentam a se- mazenagem na nuvem), assinale a alternativa INCORRETA:
gurança das informações em um ambiente informatizado. Assinale (A) Acessar arquivos quando estiver sem acesso à internet.
a alternativa que não representa um dos pilares de segurança da (B) Compartilhar arquivos com os pares.
informação. (C) Acessar arquivos quando não se está no local do seu com-
(A) Confidencialidade. putador, como por exemplo fora do escritório ou em viagens.
(B) Integridade. (D) Fazer backup de dados.
(C) Disponibilidade.
(D) Imparcialidade. 24. (PREFEITURA DE SÃO/SC - ANALISTA JURÍDICO - IE-
SES/2019) O armazenamento em cloud ou armazenamento na
21. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR- nuvem, tornou-se bastante popular nos últimos anos. Sobre ele, é
SOS/2018) São considerados modelos de implantação de compu- INCORRETO afirmar que:
tação em nuvem: (A) Possui restrições de local no acesso dos dados. Podendo ser
I- Nuvem privada (private clouds): compreende uma infraes- acessado somente na rede interna da empresa.
trutura de nuvem operada publicamente por uma organização. Os (B) Armazena dados na Internet por meio de um provedor de
serviços são oferecidos para serem utilizados internamente pela computação na nuvem, que gerencia e opera o armazenamen-
própria organização, não estando disponíveis publicamente para to físico de dados como serviço.
uso geral. (C) É útil pois nem sempre é fácil estimar a quantidade de ar-
II- Nuvem comunidade (community cloud): fornece uma in- mazenamento que sua você precisará.
fraestrutura compartilhada por uma comunidade de organizações (D) Com o armazenamento na nuvem, não é necessário adqui-
com interesses em comum. rir hardware.
III- Nuvem pública (public cloud): a nuvem é disponibilizada
publicamente através do modelo pay-per-use. Tipicamente, são
oferecidas por companhias que possuem grandes capacidades de
armazenamento e processamento.

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25. (CONSÓRCIO DO TRAIRÍ/RN - AGENTE ADMINISTRATIVO


- FUNCERN/2018) Perder arquivos de HD e pen drive é muito co- GABARITO
mum, nos dias de hoje, para evitar a perda de dados importantes,
algumas pessoas utilizarem o serviço de armazenamento na nu-
vem. São exemplos de armazenamento em nuvem: 1 A
(A) One Drive e Google Talk.
2 C
(B) Telegram e Dropbox.
(C) Google Drive e One Drive. 3 A
(D) Linkedin e Dropbox. 4 B
26. O que caracteriza a interface de um sistema? 5 C
(A) O conjunto de regras e convenções que define a comunica- 6 C
ção entre dispositivos.
(B) Os procedimentos e normas que orientam a interação entre 7 CERTO
partes. 8 D
(C) A interação entre o usuário e o sistema, incluindo elemen-
9 C
tos visuais como menus e botões.
(D) A capacidade de verificar o status de um protocolo. 10 C
(E) O método digital de indicar consentimento em um docu- 11 B
mento.
12 B
27. Qual é a principal função da consulta de protocolo em um 13 D
sistema?
(A) Definir as regras de comunicação entre dispositivos. 14 C
(B) Autenticar a identidade do usuário. 15 A
(C) Permitir a verificação do status ou detalhes de um protocolo
16 C
específico.
(D) Garantir a integridade de um documento. 17 B
(E) Estabelecer normas para a interação entre partes. 18 C
28. O que o acrônimo “PIA” representa no contexto do “Siste- 19 D
ma Paraná Inteligência Artificial”? 20 D
(A) Plano Integrado de Ações
21 C
(B) Paraná Inteligência Avançada
(C) Programa de Inovação e Automação 22 D
(D) Projeto de Inteligência Artificial 23 A
(E) Paraná Inovação Avançada
24 A
29. Qual é uma possível finalidade do “Sistema Paraná Inteli- 25 C
gência Artificial - PIA”?
(A) Prover serviços de busca de informações online. 26 C
(B) Oferecer cadastro e acesso personalizado aos cidadãos. 27 C
(C) Desenvolver sistemas de segurança pública.
28 D
(D) Promover a integração de serviços de transporte.
(E) Criar uma rede social exclusiva para os residentes do Para- 29 B
ná. 30 C
30. Qual é o principal objetivo do SINESP Cidadão?
(A) Desenvolver sistemas de inteligência artificial.
ANOTAÇÕES
(B) Oferecer serviços de busca de informações online. ______________________________________________________
(C) Proporcionar à população acesso a informações de seguran-
ça pública de forma transparente. ______________________________________________________
(D) Criar uma rede social exclusiva para os residentes do Pa-
raná. ______________________________________________________
(E) Integrar serviços de transporte no estado do Paraná.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VII - subsídio: retribuição pecuniária pelo efetivo exercício do


LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N° 258/2023 (QUADRO cargo, fixado em parcela única, correspondente à classe ou à classe/
PRÓPRIO DOS PERITOS OFICIAIS DO PARANÁ) nível fixada em lei;
VIII - perfil profissiográfico: descrição das funções do cargo,
contendo tarefas genéricas, específicas e especializadas, requisitos
LEI COMPLEMENTAR 258 - 14 DE JULHO DE 2023 de escolaridade, exigências físicas, psicológicas, profissionais, legais
e demais condições necessárias para o desempenho das atividades
Dispõe sobre a estruturação das carreiras da Polícia Científica da Polícia Científica;
do Estado do Paraná, e dá outras providências. IX - interstício: prazo mínimo exigido em um mesmo nível para
poder concorrer à nova promoção.
A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu
sanciono a seguinte lei complementar: CAPÍTULO III
DAS CARREIRAS POLICIAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 3º São carreiras policiais:
I - Carreira de Perito Oficial de Natureza Criminal, composta
Art. 1º O Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Estado do Para- pelos cargos de Perito Oficial Criminal 40h e Perito Oficial Criminal
ná - QPPO é composto por servidores da Polícia Científica do Paraná 20h, em quatro classes e onze níveis - I a XI;
- PCP, que exercem atividade policial, com risco de vida, incumbi- II - Carreira de Técnico de Perícia Oficial de Natureza Criminal,
dos de exercer com exclusividade as perícias oficiais de natureza composta pelo cargo de Técnico de Perícia Oficial, em classe única
criminal, além de outras atividades técnicas congêneres, bem como e onze níveis - I a XI.
atividades relacionadas ao ensino, pesquisa, ciência, tecnologia e §1º As carreiras de que tratam os incisos I e II do caput deste
inovação em ciências forenses. artigo são essenciais e típicas de Estado, destinando-se ao exercício
de atividade policial civil, com risco à vida, sendo-lhes impostas re-
CAPÍTULO II gime jurídico próprio.
DAS CONCEITUAÇÕES §2º Os cargos integrantes das carreiras do QPPO são de nature-
za técnico-científica, acumuláveis na forma da alínea “b” do inciso
Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar considera-se: XVI do art. 37 da Constituição Federal e da alínea “b” do inciso XVI
I - carreira: agrupamento de cargos em níveis e/ou classes es- do art. 27 da Constituição do Estado do Paraná.
calonados que refletem o crescimento profissional do servidor, com Art. 4º O quantitativo de cargos do Quadro Próprio dos Peritos
amplitude salarial; Oficiais - QPPO fica fixado conforme o Anexo I desta Lei Comple-
II - cargo: unidade funcional básica da estrutura organizacional, mentar.
de caráter genérico, de mesmo grau de complexidade/responsabi- Art. 5º Ao cargo de Perito Oficial Criminal incumbe, respeitan-
lidade, relacionado ao desempenho de tarefas da área de atuação do sua livre convicção motivada nos atos periciais:
estatal, criado por lei, com denominação própria e quantidade fixa- I - a exclusividade na realização de perícias oficiais de natureza
da na forma do Anexo I desta Lei Complementar, com pagamento criminal no âmbito do Estado do Paraná;
pelo erário e provimento mediante aprovação em concurso público II - a direção, chefia e gestão das unidades policiais científicas; e
de provas ou provas e títulos; III - a coordenação das demais atribuições necessárias à realiza-
III - classe: escalonamento hierárquico de desenvolvimento ção das atividades da Polícia Científica.
profissional de um cargo, com idênticas atribuições e responsabi- Parágrafo único. O Perito Oficial Criminal exerce funções típicas
lidades; de Estado, sendo o ingresso realizado mediante concurso público
IV - nível: escalonamento remuneratório de desenvolvimento de provas ou de provas e títulos com formação específica definida
profissional do cargo, dentro da mesma classe, com idênticas atri- no edital de concurso público, vedada a exigência genérica de qual-
buições e responsabilidades; quer área de graduação.
V - provimento: ato de designação de uma pessoa para inves- Art. 6º O cargo de Técnico de Perícia Oficial é técnico-científico,
tidura em cargo público, atendidos os requisitos previstos em lei; sendo o ingresso realizado mediante concurso público de provas ou
VI - promoção: passagem do servidor público estável e em efe- de provas e títulos, exigido ensino médio completo e curso técnico
tivo exercício de uma classe ou classe/nível para outra imediata- estabelecido em edital de concurso público.
mente superior, dentro do mesmo cargo; Art. 7º A descrição básica das atividades dos cargos de Perito
Oficial Criminal e Técnico de Perícia Oficial está fixada na forma do
Anexo V desta Lei Complementar.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. O perfil profissiográfico dos cargos constantes VIII - comprovação de escolaridade prevista no Anexo I desta
do caput deste artigo será publicado, no prazo de 180 (cento e oi- Lei Complementar, além dos demais requisitos essenciais de cada
tenta) dias úteis da publicação desta Lei Complementar, mediante carreira previstos nesta Lei Complementar ou no perfil profissiográ-
ato conjunto entre a Secretaria de Estado da Segurança Pública - fico do cargo; e
SESP e a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência IX - demais requisitos vinculados ao exercício do cargo previs-
- SEAP, ouvido previamente o Conselho da Polícia Científica. tos em legislação atinente, assim como no próprio perfil profissio-
Art. 8º São Peritos Oficiais nos termos do Código de Processo gráfico, e contemplados no edital de regulamentação do concurso,
Penal, Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, os Peritos que é o procedimento único de seleção, sem prejuízo das demais
Oficiais Criminais, tendo como seus agentes os Técnicos de Perícia condições gerais constantes do art. 22 da Lei nº 6.174, de 16 de
Oficial. novembro de 1970.
Art. 9º É inerente aos servidores das carreiras previstas nesta Parágrafo único. O edital de regulamentação do concurso po-
Lei Complementar a residência na área de abrangência da Unidade derá prever, mediante requerimento devidamente fundamentado
de Execução Técnico-Científica de lotação do policial científico, sal- da Direção-Geral, aprovado pelo Conselho da Polícia Científica, va-
vo expressa autorização do Conselho da Polícia Científica. gas específicas com exigência de outras categorias ou tipos de ha-
Parágrafo único. O Conselho da Polícia Científica poderá fixar bilitação além da prevista no inciso III deste artigo, incluindo outros
prazo para que os servidores se adequem ao previsto neste artigo. tipos de veículos automotores, aeronaves ou embarcações.

CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DO PROVIMENTO DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 10. Os cargos das carreiras previstas nesta Lei Complemen- Art. 12. Os concursos públicos serão planejados e organizados
tar são providos por: por comissão designada pelo Conselho da Polícia Científica e terão
I - nomeação; validade máxima de dois anos, prorrogáveis por igual período, con-
II - reintegração; tados da data da publicação da homologação da classificação final
III - reversão. no Diário Oficial do Estado e reger-se-ão por instruções especiais
Art. 11. O provimento nas carreiras do Quadro Próprio dos Pe- que estabelecerão, de acordo com a natureza do cargo, as etapas e
ritos Oficiais do Estado do Paraná - QPPO se dará sempre na classe regras do certame, em especial:
e nível inicial do respectivo cargo, atendidos os seguintes requisitos I - tipo e conteúdo das provas e categorias dos títulos;
para a investidura: II - forma de julgamento e a valoração das provas;
I - existência de vaga no cargo de ingresso; III - critérios de aprovação de todas as fases ou etapas e de
II - aprovação em concurso público de provas ou provas e títu- classificação para fins de nomeação;
los; IV - condições para provimento de cargo referente à:
III - apresentação de Carteira Nacional de Habilitação ou per- a) capacidade física e mental e a forma de sua apuração;
missão para dirigir veículos automotores na categoria mínima “B”, b) boa conduta social, reputação e idoneidade, e a forma de
regular e dentro do prazo de validade; sua apuração;
IV - aptidão em exame de inspeção de saúde, de caráter eli- c) saúde adequada ao exercício de atividade policial.
minatório, que compreenderá a apresentação de exames médicos, §1º A inspeção de saúde, imprescindível para atestar as condi-
toxicológicos, entre outros necessários para avaliar as condições ções de saúde adequada ao exercício de atividade policial científica,
físicas do candidato para o desempenho adequado das atividades será realizada:
inerentes ao cargo público; I - pela Polícia Científica do Paraná; ou
V - exame de aptidão física, de caráter eliminatório; II - pela Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional - DIMS, do
VI - aptidão em avaliação psicológica, de caráter eliminatório, Estado do Paraná; ou
consistente na análise objetiva e padronizada de características III - por junta médica legalmente constituída, ou instituição que
cognitivas, emocionais, de personalidade e motivacionais dos can- esta indicar, sendo necessária, neste caso, a devida homologação
didatos, podendo ser aplicada coletivamente, mediante utilização pela unidade responsável.
de testes, questionários ou inventários aprovados pelo Conselho §2º Os candidatos que optarem em concorrer às vagas reser-
Federal de Psicologia e realizados por psicólogos registrados no vadas no certame, se houver, independentemente da categoria de
Conselho Regional de Psicologia, realizada pelo órgão oficial com- concorrência, deverão se submeter à inspeção por banca de verifi-
petente ou mediante contratação de serviços especializados, sendo cação específica, que aferirá e deliberará acerca da condição decla-
necessário, nesse caso, a devida homologação pela unidade respon- rada e a especificidade do serviço de natureza policial.
sável; §3º O Conselho da Polícia Científica deverá regulamentar, em
VII - comprovação de boa conduta e idoneidade moral, me- até 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Com-
diante investigação de conduta social, reputação e idoneidade, de plementar, a forma, o modo e as condições específicas em que se
caráter eliminatório, realizado de forma sigilosa por intermédio de realizará cada banca de verificação.
investigação por órgão técnico vinculado à Secretaria de Estado da §4º A Fundação de Apoio à Atividade de Segurança Pública po-
Segurança Pública - SESP, objetivando averiguar os fatos atuais e derá ser incumbida da execução do concurso público mediante a
pregressos relativos ao candidato em seus aspectos social, moral, formalização de contrato de gestão.
profissional e escolar quanto à compatibilidade para o exercício do
cargo público pleiteado;

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 13. Na fase de investigação de conduta social, reputação e Parágrafo único. Se a posse não se der dentro do prazo previsto
idoneidade, garantido o recurso cabível, será eliminado o candidato no caput deste artigo, será a nomeação tornada sem efeito.
condenado em processo criminal, ação de improbidade administra- Art. 22. O servidor empossado deverá entrar em exercício no
tiva ou, ainda, em processo administrativo que se verifique, neste prazo de até quinze dias, a contar da data da posse, podendo ser
último caso, conduta de indiscutível e excepcional gravidade. prorrogado uma vez, por igual período, mediante requerimento do
§1º Será eliminado o candidato que estiver respondendo ou interessado e a juízo da autoridade competente.
sendo investigado em processo criminal, ação de improbidade ad- §1º O servidor policial científico removido terá o prazo de até
ministrativa, procedimentos administrativos ou inquéritos policiais três dias para entrar em exercício em unidade situada no mesmo
pela prática de condutas de indiscutível e excepcional gravidade. município ou de até oito dias quando se tratar de município diverso.
§2º Poderá ainda ser eliminado do certame, o candidato que §2º Nos casos de término de licença para tratar de interesses
apresentar conduta moral ou social incompatível com o cargo, ou particulares, reintegração e reversão, o prazo para entrar em exer-
comportamentos conflitantes com o desempenho da função poli- cício será de até três dias.
cial, ou que preste informação falsa ou omita dados da banca exa- §3º A Polícia Científica regulamentará os procedimentos neces-
minadora. sários para comunicação do início do exercício, bem como as res-
Art. 14. A apuração da conduta ilibada na vida pública e privada pectivas alterações.
será constante em todas as etapas do concurso e se estenderá até a
data da posse, sendo tornada sem efeito a nomeação do candidato CAPÍTULO VII
considerado inidôneo, garantido o contraditório e a ampla defesa. DO CURSO DE FORMAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Art. 15. O resultado final, depois de aprovado pela Comissão de
Concurso, será remetido ao Conselho da Polícia Científica para fins Art. 23. Os policiais científicos nomeados, ao entrarem em exer-
de homologação. cício, serão matriculados no curso de formação técnico-científico.
Art. 16. A nomeação obedecerá rigorosamente à ordem de Parágrafo único. Enquanto aguarda o início do curso previsto
classificação final no concurso público. no caput deste artigo, o policial científico poderá ser designado
Art. 17. Tratando-se de concurso com distribuição de vagas por para atuar em qualquer unidade para realização de treinamento e
região, o servidor deverá permanecer pelo período mínimo de três apoio nas atividades administrativas da Polícia Científica.
anos em unidades localizadas dentro da região ou unidade para a Art. 24. A Academia de Ciências Forenses submeterá ao Conse-
qual fez o concurso. lho da Polícia Científica o regulamento para a realização do curso de
formação técnico-científico contendo:
CAPÍTULO VI I - critérios de avaliação para aprovação em cada disciplina e
DA POSSE E EXERCÍCIO no curso;
II - frequência mínima para aprovação em cada disciplina e no
Art. 18. Posse é o ato que completa a investidura, que se dará curso;
pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as III - critérios para avaliação na disciplina de condicionamento
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes físico;
ao cargo ocupado. IV - descrição básica do plano de ensino;
Art. 19. A posse será solene, cujo termo será assinado pelo V - outras informações necessárias para a execução.
nomeado, perante o Diretor-Geral, após prestado o compromisso Art. 25. O regulamento previsto no art. 24 desta Lei Comple-
policial científico a ser definido pelo Conselho da Polícia Científica. mentar será publicado em forma de deliberação do Conselho da
§1º No ato da posse, o servidor policial empossado deverá Polícia Científica.
apresentar declaração dos bens e valores que constituem o seu pa- Art. 26. A primeira lotação do servidor obedecerá rigorosamen-
trimônio individual ou conjugal. te a ordem final de classificação obtida no curso de formação técni-
§2º O servidor policial, após o ato da posse, tomará ciência da co-científico para cada área de formação.
portaria da sua matrícula no curso de formação técnico-científico §1º Os aprovados serão convocados para escolherem, de acor-
da Academia de Ciências Forenses. do com a ordem de classificação, o seu primeiro local de lotação,
§3º A primeira lotação do servidor somente ocorrerá após a dentre as unidades e áreas de formação definidas pela Direção
aprovação no curso de formação técnico-científico da Academia de Operacional como prioritárias para provimento imediato.
Ciências Forenses, obedecendo obrigatoriamente a ordem de clas- §2º Os reprovados não farão jus à escolha da lotação inicial e a
sificação e a critérios técnicos. reprovação será levada a seus assentamentos funcionais e compu-
Art. 20. Ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo sem tará negativamente na avaliação do estágio probatório.
declarar que não exerce outro cargo, emprego ou função pública da §3º Os reprovados deverão realizar provas semestralmente até
União, dos estados, dos municípios, de autarquias, empresas públi- o final do período de estágio probatório, a fim de avaliar sua apti-
cas, sociedades de economia mista ou fundações instituídas pelo dão e proficiência para o desempenho da função, e seus resultados
Poder Público, ou sem provar que solicitou exoneração ou dispensa serão levados em conta na composição das avaliações de desempe-
do cargo ou função que ocupava em quaisquer dessas entidades, nho do estágio probatório.
admitindo-se as exceções previstas na Constituição da República §4º Os reprovados deverão responder Procedimento Adminis-
Federativa do Brasil. trativo Disciplinar junto à Corregedoria da Polícia Científica a fim de
Art. 21. A posse deverá ocorrer no prazo de até trinta dias da apurar indícios da prática de desídia ou de outra infração adminis-
publicação oficial do ato de provimento, podendo ser prorrogado trativa por parte do servidor.
uma vez, por igual período, mediante requerimento do interessado
e a juízo da autoridade competente.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 27. Os integrantes das carreiras previstas nesta Lei Com- II - transgredir norma disciplinar, declarada em procedimento
plementar deverão indenizar o erário com as despesas efetuadas disciplinar que tramitará na Corregedoria da Polícia Científica, nos
pelo Estado do Paraná na preparação, formação, adaptação ou com termos do regulamento aprovado pelo Conselho da Polícia Cientí-
a realização de cursos, quando requererem exoneração com menos fica;
de três anos de serviço no cargo. III - não atingir o mínimo da frequência estabelecida;
Parágrafo único. A forma de pagamento e de cálculo do valor IV - não atingir desempenho adequado, conforme regulamen-
a ser indenizado serão regulamentados por ato do Chefe do Poder to, nos critérios estabelecidos para avaliação da assiduidade, disci-
Executivo. plina e eficiência.
Art. 28. O registro de frequência no curso de formação integra- Parágrafo único. O servidor que discorde da aplicação da pena-
rá os assentamentos funcionais do servidor para todos os efeitos, lidade prevista no caput deste artigo, poderá apresentar recurso ao
devendo ser registradas todas as faltas, justificadas ou não. Conselho da Polícia Científica no prazo de cinco dias úteis a partir
da ciência da avaliação.
CAPÍTULO VIII Art. 31. A estabilidade funcional do policial científico, levada a
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO efeito em procedimento administrativo, será declarada por ato do
Conselho da Polícia Científica, após a aprovação na avaliação espe-
Art. 29. O estágio probatório será de três anos de efetivo exer- cial de desempenho, assegurada a ampla defesa e o contraditório
cício no cargo, sendo obrigatória avaliação especial de desempenho no caso de conclusão pela inaptidão do avaliado e consequente
como condição para aquisição da estabilidade, conforme prevê o exoneração do cargo.
§4º do art. 36 da Constituição Estadual do Paraná e o §4º do art. 41 Art. 32. Em caso de doenças preexistentes conhecidas pelo
da Constituição Federal. servidor, mas não informada na avaliação admissional, e que o in-
§1º O Conselho da Polícia Científica regulamentará, no prazo capacitem para a função exercida, será instaurado processo admi-
de 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Com- nistrativo disciplinar, nos termos da legislação vigente, respeitados
plementar, os critérios para a avaliação de desempenho para o es- os princípios do contraditório e da ampla defesa.
tágio probatório, considerando obrigatoriamente a assiduidade, a
disciplina, a eficiência do servidor e o seu desempenho no curso CAPÍTULO IX
de formação técnico-científico e, em caso de reprovação no curso DO REGIME DE TRABALHO
de formação técnico-científico, nas provas semestrais de aptidão e
proficiência. Art. 33. A jornada de trabalho dos servidores policiais científi-
§2º No decorrer do período do estágio probatório, o policial cos, facultada a fixação de escala e turnos de trabalho e a possibili-
científico deverá ser submetido a, no mínimo, três avaliações de dade de conjugação de regimes em face da necessidade do serviço,
desempenho, sendo necessária a realização de pelo menos uma é:
avaliação em cada ano. I - Perito Oficial Criminal 40h e Técnico de Perícia Oficial: qua-
§3º Suspendem o prazo do estágio probatório: renta horas semanais;
I - cessão ou disposição funcional, com ou sem ônus para a ori- II - Perito Oficial Criminal 20h: vinte horas semanais.
gem; §1º Os servidores policiais regidos por esta Lei Complementar
II - mobilização para outro ente federativo; possuem regime especial de trabalho, podendo ser convocados, in-
III - pena de suspensão; dependente de escala ou previsão, a qualquer tempo, ainda que
IV - afastamento por decisão judicial; fora do horário de expediente, em situações excepcionais por in-
V - licença para acompanhar o cônjuge ou o companheiro; teresse da administração, garantida a compensação de jornada,
VI - licença para participar de curso de formação decorrente de conforme regulamentação própria através de instrução normativa
aprovação em concurso para outro cargo na administração pública; a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, aprovada pelo
VII - afastamento não remunerado ou que, por sua natureza, Conselho da Polícia Científica, ou indenização da carga horária ex-
não possibilite avaliar o efetivo desempenho do servidor; cedente conforme regulamento a ser editado pelo Chefe do Poder
VIII - designação para cargo comissionado em órgão não per- Executivo.
tencente à Polícia Científica do Paraná - PCP; §2º Atividades que exijam, por força de condições de trabalho,
IX - afastamento para exercer mandato em sindicato ou asso- desempenho diferente da jornada normal ou que prestem serviços
ciação de classe. aos sábados, domingos e feriados, adotarão as regras já estabele-
§4º O policial científico que tiver o estágio probatório suspenso cidas pelo Governo do Estado, ou regulamentação própria através
terá o prazo de avaliação de desempenho prorrogado pelo número de instrução normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia
de dias em que esteve afastado do cargo. Científica, aprovada pelo Conselho da Polícia Científica.
§5º As avaliações de desempenho previstas no §1º deste artigo §3º Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do
poderão contemplar avaliações de aptidão física. trabalho exceder o limite legal, seja para fazer face a motivo de for-
Art. 30. Terá cometido falta grave, a ser considerada na ava- ça maior, para atender à realização ou conclusão de serviços inadi-
liação do estágio probatório, sem prejuízo da aplicação de outras áveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, garan-
sanções disciplinares, o policial científico que, durante o curso de tida a compensação de jornada, conforme regulamentação própria
formação técnico-científico: através de instrução normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da
I - for reprovado em quaisquer das disciplinas; Polícia Científica, aprovada pelo Conselho da Polícia Científica.
§4º Poderá ser adotado regime de sobreaviso, que consiste na
permanência do servidor fora de seu ambiente de trabalho aguar-
dando convocação, que será contado à razão de 1/3 (um terço)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

da hora normal de trabalho enquanto não houver acionamento e da Polícia Científica ou do Sistema de Justiça e Segurança Pública,
como hora normal de trabalho enquanto permanecer no local de mediante indicação de servidores da Polícia Científica ocupantes de
trabalho, nos termos, forma e limites previstos em instrução nor- cargos de direção e aprovação do Conselho da Polícia Científica.
mativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, apro- §1º Será concedida anualmente uma comenda.
vada pelo Conselho da Polícia Científica. §2º A indicação ao Conselho da Polícia Científica deverá, obri-
§5º É vedada a realização de mais de 48 (quarenta e oito) horas gatoriamente, vir acompanhada da comprovação do notório desta-
por semana em regime de sobreaviso, que equivalem a 16 (dezes- que ou comprovação da destacada contribuição para o engrande-
seis) horas presenciais. cimento da Polícia Científica ou do Sistema de Justiça e Segurança
Art. 34. Em todas as unidades da Polícia Científica haverá con- Pública.
trole de frequência e atividades, conforme estabelecido em instru- Art. 41. Todas as medalhas, moedas e comendas deverão ser
ção normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, registradas em livro próprio e catalogadas pelo Museu Paranaense
aprovada pelo Conselho da Polícia Científica. de Ciências Forenses.
Art. 42. Os modelos da Medalha, Moeda e Comenda serão de-
CAPÍTULO X finidos em ato do Diretor-Geral da Polícia Científica aprovado pelo
DAS HONRARIAS Conselho da Polícia Científica.

Art. 35. Define-se honraria como sendo o reconhecimento do CAPÍTULO XI


Estado pelos bons serviços prestados pelo servidor policial. DA REMUNERAÇÃO
Art. 36. Institui, no âmbito da Polícia Científica do Paraná:
I - a Medalha de Mérito da Polícia Científica; Art. 43. O sistema remuneratório dos policiais científicos é es-
II - a Moeda da Polícia Científica; e tabelecido por meio de subsídio, fixado na forma dos Anexos II e III
III - a Comenda Verdade, Ciência e Justiça. desta Lei Complementar, vedado o acréscimo de quaisquer outras
Art. 37. A medalha, moeda e comenda, conferidas a servidores verbas, salvo as estabelecidas nesta Lei Complementar.
e a cidadãos, serão concedidas e entregues pela Direção-Geral, em Parágrafo único. Nenhuma redução remuneratória, de proven-
solenidade oficial, tendo por período de aferição 1º de janeiro a 31 tos ou pensão, poderá advir em consequência desta Lei Comple-
de dezembro do ano anterior à condecoração. mentar.
Parágrafo único. Na mesma oportunidade, serão entregues os Art. 44. O subsídio não exclui o direito à percepção de:
certificados correspondentes à medalha, moeda ou comenda con- I - décimo terceiro vencimento, na forma do inciso IV do art. 34
cedida. da Constituição do Estado do Paraná;
Art. 38. A Medalha de Mérito da Polícia Científica poderá ser II - adicional de férias, na forma do inciso X do art. 34 da Cons-
concedida a qualquer cidadão, servidor da Polícia Científica ou não, tituição do Estado do Paraná;
que tenha obtido notório destaque nas ciências forenses ou tenha III - diária, na forma da legislação em vigor;
prestado relevante contribuição à Polícia Científica, mediante indi- IV - indenização por morte ou invalidez, nos termos da Lei nº
cação de servidores da Polícia Científica, ocupantes de cargos de 14.268, de 22 de dezembro de 2003, e seus regulamentos aplicá-
chefia ou direção e aprovação do Conselho da Polícia Científica. veis;
§1º A Medalha de Mérito da Polícia Científica compreenderá as V - retribuição pelo exercício de funções de direção, chefia e as-
seguintes categorias: sessoramento em órgãos da administração pública, na modalidade
I - Mérito Científico; de cargo em comissão, função gratificada ou assemelhadas;
II - Mérito de Ensino; VI - verba transitória pelo exercício de ensino em instituições
III - Mérito de Profissional; públicas, na forma da legislação em vigor;
IV - Mérito do Sistema de Justiça e Segurança Pública; VII - ajuda de custo por remoção;
V - Mérito do Colaborador Emérito. VIII - auxílio-doença, auxílio-funeral e indenização por funeral,
§2º Será concedida anualmente uma medalha por categoria. na forma da legislação vigente;
§3º Excepcionalmente, em caso de destacado tema, por deli- IX - abono de permanência, na forma da legislação vigente;
beração do Conselho da Polícia Científica, poderá ser criada outra X - diária especial por atividade extrajornada voluntária, nos
categoria de medalha. termos da Lei nº 19.130, de 25 de setembro de 2017;
Art. 39. A Moeda da Polícia Científica poderá ser concedida a XI - substituições, nos casos de afastamentos legais dos titula-
qualquer cidadão, servidor da Polícia Científica ou não, como sím- res das funções;
bolo do reconhecimento dos laços fraternais com a Polícia Cientí- XII - auxílio-alimentação;
fica e relevantes serviços em prol das ciências forenses, mediante XIII - gratificação pelo exercício de encargos de membro de
indicação de servidores da Polícia Científica, ocupantes de cargos banca examinadora de concurso - GEEBE;
de chefia ou direção e aprovação do Conselho da Polícia Científica. XIV - parcela complementar, na forma desta Lei Complementar;
§1º Serão concedidas anualmente vinte moedas. XV - gratificação pela participação como membro de órgão de
§2º Excepcionalmente, em caso de destacado tema, por deli- deliberação coletiva;
beração do Conselho da Polícia Científica poderá ser criada outra XVI - indenização por invalidez permanente, total ou parcial,
categoria de moeda comemorativa. prevista na Lei nº 14.268, de 2003;
Art. 40. A Comenda Verdade, Ciência e Justiça será concedida XVII - bolsas e auxílios à pesquisa e ao desenvolvimento científi-
a qualquer cidadão, servidor da Polícia Científica ou não, que tenha co, tecnológico e inovação na forma da legislação em vigor;
obtido notório destaque nacional ou internacional nas ciências fo- XVIII - demais verbas de caráter indenizatório instituídas por
renses, contribuído de forma destacada para o engrandecimento lei.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§1º As verbas previstas nos incisos V, VI, XI, XIII e XIV deste arti- SEÇÃO I
go estão sujeitas à incidência do teto remuneratório. DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
§2º As verbas descritas neste artigo não serão incorporadas
aos proventos de aposentadoria e pensão, à exceção da parcela Art. 53. A avaliação de desempenho para promoção deverá
complementar. considerar a avaliação de competências individuais necessárias
§3º Está compreendido no subsídio do servidor policial cien- para o desempenho do exercício do cargo de policial científico, ob-
tífico o adicional de insalubridade, periculosidade e risco de vida. servado o princípio da impessoalidade.
Art. 45. Ao policial científico nomeado para o exercício de car- §1º O Conselho da Polícia Científica expedirá, no prazo de 180
go em comissão é facultado optar pelo vencimento desse cargo ou (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Complementar,
pela percepção do vencimento e demais vantagens do seu cargo regulamento acerca da avaliação de desempenho prevista neste ar-
efetivo, acrescido de gratificação fixa correspondente a 70% (seten- tigo.
ta por cento) do valor do símbolo do cargo em comissão respectivo. §2º Na avaliação de desempenho, realizada anualmente, serão
Parágrafo único. O policial científico investido em Função de analisadas as seguintes competências:
Gestão Pública - FGP, Função Privativa Policial - FPP ou assemelha- I - urbanidade;
das perceberá o valor do vencimento do cargo efetivo acrescido da II - dedicação;
remuneração da função para a qual foi designado. III - disciplina;
Art. 46. O policial científico, ao ser investido no cargo de Minis- IV - iniciativa;
tro de Estado, Secretário de Estado, do Distrito Federal e de prefei- V - idoneidade;
tura, poderá optar por uma das remunerações discriminadas no art. VI - responsabilidade;
159A da Lei nº 6.174, de 1970. VII - conhecimento técnico-profissional;
Art. 47. O subsídio para os policiais científicos será estruturado VIII - resistência física;
em classes e níveis ou em classe única e níveis, na forma dos Anexos IX - autoaperfeiçoamento;
II e III desta Lei Complementar. X - comunicação;
Art. 48. O subsídio será objeto de revisão geral anual nos mes- XI - perfil inovador;
mos moldes e índices dos demais servidores do Poder Executivo, XII - cultura geral;
ressalvada a previsão de medidas mitigatórias de impacto financei- XIII - gestão e controle;
ro expressamente previstas nesta Lei Complementar. XIV - discrição;
Art. 49. O subsídio, os proventos e as pensões obedecerão ao XV - estabilidade emocional;
teto remuneratório previsto no inciso XI do art. 27 da Constituição XVII - liderança;
do Estado do Paraná. XVIII - tirocínio;
XIX - persistência e coragem;
CAPÍTULO XII XX - postura profissional;
DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA XXI - assiduidade, colaboração, produtividade e eficiência;
XXII - visão sistêmica e sociabilidade;
Art. 50. A promoção é a passagem do servidor policial científico XXIII - tato e zelo.
estável e em efetivo exercício de uma classe para outra superior, §3º A avaliação do servidor ao final do interstício estabelecido
dentro do mesmo cargo, ou de um nível para outro, dentro de uma para promoção será apurada pela média aritmética dos resultados
mesma classe, atendidos os requisitos previstos em lei. obtidos nas duas últimas avaliações anuais.
Art. 51. As promoções dependerão de comprovação da dispo- §4º No caso de disposição funcional, nomeação para cargo em
nibilidade orçamentária e financeira e serão devidas após a publica- comissão e designação para função gratificada ou privativa policial,
ção do ato de concessão do Chefe do Poder Executivo. bem como o afastamento para exercício de mandato sindical, em
Art. 52. O policial científico ativo e estável poderá concorrer entidade de classe ou mandato eletivo, será dispensada a avaliação
à promoção, dentro do mesmo cargo, para o nível ou classe/nível de competências individuais prevista neste artigo, mantendo-se as
salarial imediatamente superior, devendo observar os seguintes re- demais exigências previstas nesta Lei Complementar.
quisitos:
I - obtenção de conceito global satisfatório em processo de SEÇÃO II
avaliação de desempenho, na forma disciplinada pelo Conselho da DAS DEMAIS EXIGÊNCIAS PARA PROMOÇÃO
Polícia Científica;
II - interstício mínimo de dois anos de efetivo exercício no nível; Art. 54. Conforme a classe/nível ou nível, a promoção dos ser-
III - demais exigências relacionadas à modalidade de promoção vidores integrantes das carreiras previstas nesta Lei Complementar,
pretendida, nos termos desta Lei Complementar. dar-se-á por meio da Aquisição da Estabilidade, da Capacitação, e
Parágrafo único. O transcurso do prazo mínimo previsto para da Titulação da seguinte forma:
promoção habilita o servidor a pleitear o desenvolvimento funcio- I - a Promoção por Aquisição da Estabilidade será aplicada ex-
nal, mas não lhe confere o direito subjetivo de obtê-lo, o que de- clusivamente para o ingresso no nível II do respectivo cargo, e pode
penderá do preenchimento dos demais requisitos previstos nesta ocorrer com a publicação do ato de Declaração de Aquisição da Es-
Lei Complementar. tabilidade;
II - a Promoção por Capacitação ocorrerá na carreira de Técnico
de Perícia Oficial de Natureza Criminal para o ingresso nos níveis III,
IV, V, VII, VIII, IX e XI, de maneira subsequente, após dois anos de
efetivo exercício em cada nível, e mediante apresentação de certi-
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ficados de cursos de capacitação, via requerimento protocolado, e §2º A inabilitação em dois processos de promoção seguidos
obedecendo a conclusão de cursos correlatos com a área de atua- ensejará no seu encaminhamento à Divisão de Medicina e Saúde
ção ou de desempenho do cargo, com somatório mínimo de 160 Ocupacional - DIMS, a fim de que seja avaliada a condição do servi-
(cento e sessenta) horas; dor continuar exercendo a função policial.
III - a Promoção por Capacitação ocorrerá na carreira de Peri- Art. 59. A titulação utilizada para a investidura no cargo, para
to Oficial de Natureza Criminal para o ingresso nos níveis III, IV, V, promoções anteriores ou realizada por ocasião do curso de forma-
VII, VIII, IX e XI, de maneira subsequente, após dois anos de efetivo ção técnico-científico não poderá ser utilizada para fins da promo-
exercício em cada nível, e mediante apresentação de certificados de ção prevista nesta Lei Complementar.
cursos de capacitação, via requerimento protocolado, e obedecen- Art. 60. Não poderá ser restringida a participação do policial
do a conclusão de cursos correlatos com a área de atuação ou de científico em cursos imprescindíveis para a promoção quando esti-
desempenho do cargo, com somatório mínimo de duzentas horas; ver em disponibilidade remunerada, mandato em sindicato ou enti-
IV - a Promoção por Titulação ocorrerá na carreira de Técnico dade de classe ou no exercício de mandato eletivo.
de Perícia Oficial de Natureza Criminal para os níveis VI e X, após Art. 61. É garantida a promoção Post-mortem para classe ou
dois anos de efetivo exercício nos níveis anteriores e mediante a classe/nível imediatamente superior quando o servidor policial
aprovação em curso de aperfeiçoamento profissional específico re- científico falecer no exercício de atividade policial, mediante a aná-
alizado pela Academia de Ciências Forenses ou pela Fundação de lise do Conselho da Polícia Científica, dispensados os demais requi-
Apoio à Atividade de Segurança Pública, com carga horária mínima sitos presentes nesta Lei Complementar, observada a disponibilida-
de 360 (trezentos e sessenta) horas e aproveitamento não inferior de orçamentária e financeira.
a nota 7,0 (sete); Art. 62. As promoções previstas nesta Lei Complementar so-
V - a Promoção por Titulação ocorrerá na carreira de Perito mente poderão ocorrer após comprovada a disponibilidade orça-
Oficial de Natureza Criminal para os níveis VI e X, após dois anos mentaria e financeira, e somente serão devidas após a publicação
de efetivo exercício nos níveis anteriores e mediante a aprovação do ato de concessão pelo Chefe do Poder Executivo em Diário Ofi-
em curso de aperfeiçoamento profissional específico realizado pela cial do Estado, sendo os efeitos financeiros e funcionais devidos a
Academia de Ciências Forenses ou pela Fundação de Apoio à Ativi- partir desta data.
dade de Segurança Pública, com carga horária mínima de 360 (tre-
zentos e sessenta) horas e aproveitamento não inferior a nota 7,0 SEÇÃO III
(sete). DO PROCESSO DE PROMOÇÃO
Art. 55. Os cursos de aperfeiçoamento profissional necessários
à promoção por Titulação deverão observar a complexidade das Art. 63. O processo de promoção se inicia com a habilitação dos
atribuições dos cargos e os graus de responsabilidade de cada clas- servidores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei Comple-
se e/ou nível. mentar, seguindo a seguinte procedimento:
Parágrafo único. Caso a Academia de Ciências Forenses ou a I - a instrução do processo de promoção ficará a cargo do servi-
Fundação de Apoio à Atividade de Segurança Pública não forneçam dor e do Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da Polícia Científica;
os cursos necessários para fins de promoção por titulação, serão II - a comprovação do critério de tempo efetivo de exercício no
aceitos diplomas e certificados expedidos por outros estabeleci- nível dar-se-á pelos registros funcionais oficiais do Grupo Auxiliar
mentos de ensino legalmente reconhecidos com carga horária mí- de Recursos Humanos da Polícia Científica, através da emissão de
nima de 360 (trezentos e sessenta) horas, nos termos de regula- Relatório Histórico Funcional oficial do Governo do Estado do Pa-
mento da Academia de Ciências Forenses, aprovado pelo Conselho raná;
da Polícia Científica. III - a verificação da habilitação dos critérios para promoção
Art. 56. Os certificados utilizados para fins de promoção deve- dar-se-á através da Comissão de Avaliação de Requisitos para Pro-
rão estar vinculados ao Plano de Capacitação e Titulação, a ser ins- moção - CARP.
tituído por ato da Academia de Ciências Forenses, no prazo de 180 Art. 64. A CARP é a responsável pela análise do cumprimen-
(cento e oitenta) dias úteis após a publicação desta Lei Complemen- to de todos os requisitos para promoção dos servidores do QPPO,
tar, e restarão sem eficácia para efeito de quaisquer modalidades podendo requisitar as informações que julgar necessárias para o
de desenvolvimento ulterior. cumprimento do seu mister a todos os setores da Polícia Científica.
Art. 57 , Observada a disponibilidade orçamentária e financei- §1º A CARP avaliará se o certificado de curso apresentado tem
ra, poderá o Conselho da Polícia Científica determinar a realização correlação com a área de atuação ou de desempenho do cargo.
de exames toxicológicos em todos os servidores aptos. §2º O Conselho da Polícia Científica é instância recursal máxi-
Parágrafo único. Em caso de resultado positivo no exame toxi- ma com relação às deliberações da CARP, bem como para resolver
cológico em prova e contraprova, o servidor será inabilitado para o casos omissos.
desenvolvimento na carreira, devendo habilitar-se somente para o Art. 65. O Conselho da Polícia Científica designará, por delibe-
próximo concurso de promoção. ração, a CARP, composta por cinco titulares e até cinco suplentes,
Art. 58. O Conselho da Polícia Científica regulamentará a forma todos membros das carreiras do QPPO, sendo o presidente neces-
de realização dos exames toxicológicos previstos no art. 57 desta Lei sariamente ocupante da carreira de Perito Oficial de Natureza Cri-
Complementar, definindo os prazos para a sua realização, os tipos minal.
de exames e as substâncias a serem detectadas. §1º O servidor que discordar da não aceitação de algum do-
§1º A recusa por parte do servidor na realização do exame to- cumento por parte da Comissão de Avaliação de Requisitos para
xicológico equivalerá ao resultado positivo em prova e contraprova, Promoção poderá apresentar recurso por escrito à CARP no pra-
inabilitando-o para o desenvolvimento na carreira.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

zo de cinco dias corridos, contados da data em que tomou ciência SEÇÃO V


do ocorrido, indicando os motivos pelos quais o mesmo deverá ser RESSARCIMENTO POR PRETERIÇÃO
aceito.
§2º Caso a CARP mantenha sua posição de indeferimento do Art. 68. Será garantido o ressarcimento por preterição ao poli-
documento apresentado, encaminhará ao Conselho da Polícia Cien- cial científico que tenha sido excluído indevidamente do processo
tífica, que terá vinte dias corridos para analisá-lo, indicando a deci- de promoção, bem como aquele que tiver sido excluído e poste-
são quanto à sua aceitação. riormente venha a ser absolvido ou tenha reconhecida prescrição
Art. 66. A CARP reunir-se-á ordinariamente uma vez por quadri- da pretensão punitiva no procedimento ou processo que resultou
mestre, a fim de evitar o atraso na realização das promoções. na exclusão, inclusive nos casos de acolhimento de pleito revisional
§1º Poderão ser realizadas reuniões extraordinárias da CARP disciplinar ou de revisão criminal.
por convocação do presidente, do Diretor-Geral ou do Conselho da §1º O ressarcimento por preterição deverá abranger todas as
Polícia Científica. promoções a que teria direito o servidor se inexistisse o impedi-
§2º A CARP publicará no Diário Oficial do Estado a lista com os mento previsto nesta Lei Complementar, preenchidos os demais re-
servidores aptos à promoção. quisitos, devendo ser considerado promovido o servidor nas mes-
§3º O Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da Polícia Científica mas datas dos atos que implementaram as promoções aos demais
instruirá o processo com a lista dos servidores aptos e encaminhará servidores, abrangendo a retificação de todos os assentos funcio-
para os setores competentes. nais e o pagamento de todos os valores retroativos.
§2º Deferido o pedido de ressarcimento, as devidas retificações
SEÇÃO IV funcionais deverão ser realizadas até o início da abertura do proces-
DA VEDAÇÃO À PROMOÇÃO so de promoção subsequente ao ato de reconhecimento.
§3º O pedido de ressarcimento decairá em um ano, contado do
Art. 67. Não será promovido o policial científico que, na data de trânsito em julgado da decisão judicial ou administrativa que absol-
abertura do processo de promoção: ver, determinar arquivamento, reconhecer a prescrição da preten-
I - registre cinco ou mais faltas não abonadas nos últimos doze são punitiva ou acolher pleito revisional disciplinar ou da revisão
meses; criminal do policial científico, o que ocorrer por último.
II - responda a procedimento administrativo cujos fatos se re- §4º É vedado o reconhecimento do direito ao ressarcimento
vistam de excepcional gravidade e que sejam puníveis com pena de por preterição pelo reconhecimento da prescrição da pretensão
suspensão igual ou superior a sessenta dias ou demissão; executória da pena.
III - responda a ação de improbidade administrativa, inquérito §5º A concessão prevista no caput deste artigo somente poderá
policial ou ação penal, cujos fatos se revistam de excepcional gra- ocorrer após comprovada a disponibilidade orçamentaria e finan-
vidade; ceira e somente será devida após a publicação do ato de concessão.
IV - tenha sido denunciado ou figure como réu em ação penal
pela prática de fatos que se revistam de excepcional gravidade, ve- CAPÍTULO XIII
dada a exclusão nos casos de infrações penais de menor potencial DA MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL
ofensivo;
V - registre em seus assentos funcionais punição administrativa Art. 69. A lotação é o ato administrativo que consiste na de-
de advertência ou repreensão nos 180 (cento e oitenta) dias ante- signação de servidores do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais para
riores à data de abertura do processo de promoção; exercício de suas funções em unidades de execução técnico-cientí-
VI - registre em seus assentos funcionais punição administrati- ficas.
va de suspensão de até trinta dias nos dois anos anteriores à data §1º Os policiais científicos terão lotação na Polícia Científica do
de abertura do processo de promoção; Paraná - PCP.
VII - registre em seus assentos funcionais punição administra- §2º A primeira lotação do servidor somente ocorrerá após a
tiva de suspensão superior a trinta dias nos três anos anteriores à conclusão do curso de formação técnico-científico da Academia de
data de abertura do processo de promoção; Ciências Forenses.
VIII - condenação criminal, com trânsito em julgado, não rea- Art. 70. Remoção é o deslocamento do servidor ex officio ou
bilitada. a pedido, no âmbito da Polícia Científica, com ou sem mudança de
§1º As normas complementares constarão em ato do Conselho localidade, e tem como objetivo principal atender à necessidade do
da Polícia Científica, em especial no que diz respeito ao direito de serviço e assegurar o efetivo de pessoal necessário à eficiência ope-
recurso no processo de promoção, assegurando-se o contraditório racional e administrativa.
e ampla defesa. Art. 71. Ocorrerá a remoção:
§2º A existência de procedimentos administrativos e criminais I - ex officio, no interesse da administração;
com acordo de não persecução homologado ou, ainda, de termo II - a pedido, independentemente do interesse da administra-
de ajustamento de conduta formalizado pelo servidor, não repre- ção;
sentarão óbice à promoção, salvo a persistência de outra vedação III - a pedido, a critério da administração.
prevista neste artigo, ainda que pelo mesmo fato. §1º A remoção a pedido, independentemente do interesse da
administração se dará para acompanhamento de cônjuge ou com-
panheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos
Poderes da União e do Estado do Paraná, que foi deslocado no in-
teresse da administração, bem como por motivo de saúde do ser-

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

vidor, cônjuge, companheiro, dependente, tutelado ou curatelado §5º Na remoção para acompanhar cônjuge ou companheiro,
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, a indenização por remoção será paga ao policial científico apenas
condicionada à comprovação por junta médica oficial. após comprovação de que o cônjuge ou companheiro não recebeu
§2º Não se aplica o disposto no §1º deste artigo em caso de verba com a mesma natureza ou finalidade, independentemente
lotação ou provimento inicial tanto do servidor quanto do cônjuge do nome ou designação dada, por qualquer dos Poderes da União,
ou companheiro. dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a que este estiver
§3º As modalidades e procedimentos para a remoção serão re- vinculado.
gulamentados por ato do Conselho da Polícia Científica, devendo §6º O policial científico ficará obrigado a restituir integralmente
necessariamente ser observados critérios técnicos. a ajuda de custo por remoção recebida, no prazo de dez dias úteis,
§4º A remoção ex officio dos Técnicos de Perícia Oficial somen- quando, injustificadamente, não se apresentar na nova unidade, ou
te se dará por ato fundamentado da autoridade competente e me- ainda, pedir exoneração antes de completar noventa dias de exer-
diante aprovação do Conselho da Polícia Científica, considerando cício na nova unidade.
sempre o interesse público. Art. 74. A ajuda de custo por remoção não será paga ao servi-
§5º A remoção ex officio dos Peritos Oficiais Criminais somente dor recém-admitido, cuja primeira lotação, realizada após a aprova-
se dará por ato fundamentado da autoridade competente, observa- ção no curso de formação técnico-científico, seja em local diferente
da a aprovação por 2/3 (dois terços) do Conselho da Polícia Científi- daquele que reside, bem como se os comprovantes de endereço de
ca, considerando sempre o interesse público. origem e de destino estejam fora da área de abrangência da unida-
§6º É vedada a remoção ex officio quando se tratar de policial de de execução técnico-científica de lotação de origem e de destino
científica gestante ou lactante, até o sexto mês após o nascimento. do policial científico removido.
§7º A remoção por permuta, quando ambas forem a pedido,
enseja na impossibilidade da concessão de novo pedido de remo- CAPÍTULO XIV
ção pelo período de três anos após a sua efetivação. DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS
§8º A remoção deverá ser precedida de declaração de dispo-
nibilidade orçamentária e financeira para que haja imediato paga- Art. 75. O policial científico efetivo poderá se afastar, além das
mento da respectiva ajuda de custo, nos termos da Lei Complemen- hipóteses previstas no Estatuto dos Servidores Públicos do Estado,
tar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000. para participar de curso de formação decorrente de aprovação em
Art. 72. A remoção dar-se-á entre unidades de execução técni- concurso para outro cargo na administração pública, independente-
co-científicas da Polícia Científica. mente do ente, ainda que em estágio probatório.
Parágrafo único. A designação para atuação em seções internas §1º O afastamento de que trata o caput deste artigo não será
das unidades de execução técnico-científicas da Polícia Científica é remunerado.
de responsabilidade do chefe da respectiva unidade. §2º O afastamento não perdurará por tempo superior a seis
meses contínuos e só poderá ser concedido novamente, depois de
SEÇÃO ÚNICA decorridos dois anos do término do anterior.
DA AJUDA DE CUSTO POR REMOÇÃO §3º A regulamentação do afastamento previsto no caput deste
artigo ocorrerá por ato do Chefe do Poder Executivo.
Art. 73. Será concedida ajuda de custo para a compensação das Art. 76. O exercício concomitante da função policial, pela sua
despesas do Policial Científico que, em virtude de remoção, por in- natureza, é incompatível com o exercício de mandato eletivo, ex-
teresse da administração pública ou a pedido, mude de domicílio ceto no caso de mandato em legislativo municipal, nos termos da
para exercer as suas atribuições em caráter permanente em outro Constituição Estadual.
município.
§1º A ajuda de custo por remoção compreende as despesas SEÇÃO I
do policial científico e de sua família com combustível ou passagem DA LICENÇA REMUNERADA PARA PARTICIPAÇÃO EM
e do transporte de bagagens e de bens pessoais no valor de uma CURSOS
remuneração mensal, sendo dispensada a apresentação de com-
provante de gastos. Art. 77. Sem prejuízo da licença capacitação prevista na Lei
§2º O pagamento será devido após a apresentação, via proto- Complementar nº 217, de 22 de outubro de 2019, será concedido
colo, de documentos que demonstrem a efetiva mudança de resi- afastamento remunerado ao policial científico estável, no interesse
dência da área de abrangência da sede de origem para a área de e a critério da administração pública para participar de cursos de
abrangência da sede para o qual foi designado. pós-graduação, aperfeiçoamento ou atualização, bem como qual-
§3º A ajuda de custo por remoção somente será paga uma vez quer seminário, programa, congresso, palestra, elaboração de tese
a cada intervalo mínimo de dois anos, salvo nos casos de remoção ou dissertação, estágio técnico supervisionado ou outra atividade
por interesse da administração pública, desde que devidamente de estudo, no país ou no exterior, realizado fora da sede de sua
justificada a necessidade pelo Diretor-Geral, sob pena de respon- lotação, que vise melhor aproveitamento no seu cargo.
sabilidade. §1º É competente o Conselho da Polícia Científica para regu-
§4º A ajuda de custo por remoção não será paga no caso de re- lamentar e conceder o afastamento previsto neste artigo, ouvida
moção para municípios limítrofes, bem como quando a distância for a Academia de Ciências Forenses com relação à aplicabilidade do
inferior a 50 km (cinquenta quilômetros), ou quando for requerido curso com a atividade desempenhada pelo servidor, salvo quando a
pelo servidor e autorizado pelo Conselho da Polícia Científica que atividade for realizada no exterior, ocasião em que o requerimento
este permaneça residindo na origem. será remetido pelo órgão colegiado ao Chefe do Poder Executivo.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§2º O período de afastamento do policial científico não pode- nado à possibilidade e à realização das necessárias compensações
rá exceder a seis meses, excetuando-se os casos de cursos a nível a perfazerem a carga horária normal de trabalho, observado o in-
de mestrado, doutorado ou pós-doutorado, em que o afastamento teresse público e a manutenção do adequado funcionamento da
poderá se estender até três anos a critério exclusivo da autoridade unidade de lotação.
concedente e respeitada a duração regular do curso. §1º Será deferido horário especial somente por uma vez para
§3º Realizando-se o curso na mesma localidade da lotação do a realização de um curso técnico pós-médio, um de graduação, um
servidor, ou em outra de fácil acesso, poderá ser concedido horário de especialização, um de mestrado, um de doutorado e um de pós-
especial de trabalho pelo tempo necessário à frequência regular ao -doutorado, observado o período de regular duração de cada um
curso, devendo cumprir carga horária integral durante o período de deles, incluídos os realizados com afastamento em período anterior
recesso ou férias da instituição de ensino. à publicação desta Lei Complementar.
§4º O policial científico beneficiário de horário especial por §2º O policial científico beneficiário de horário especial por
mais de trinta dias não terá direito ao recebimento de cargo comis- mais de trinta dias não terá direito ao recebimento de cargo comis-
sionado, função gratificada, função privativa-policial ou remunera- sionado, função gratificada, função privativa-policial ou remunera-
ção por trabalho fora do horário normal de expediente. ção por trabalho fora do horário normal de expediente.
§5º Será deferido o afastamento somente por uma única vez §3º O Conselho da Polícia Científica detém a competência para
para a realização de um curso de especialização, um de mestrado, regulamentar e deliberar acerca dos pedidos de horários especiais,
um de doutorado e um de pós-doutorado, observado o período de ouvida a Academia de Ciências Forenses com relação à aplicabilida-
regular duração de cada um deles, incluídos os realizados com afas- de do curso com a atividade desempenhada pelo servidor.
tamento em período anterior à publicação desta Lei Complementar.
§6º Em se tratando de curso em localidade diversa da sua lota- SEÇÃO III
ção ou no exterior, os afastamentos para realização de programas DA DISPOSIÇÃO FUNCIONAL
de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores
titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade que Art. 79. A disposição funcional do servidor do QPPO será con-
adquiriram estabilidade há pelo menos três anos para mestrado e cedida mediante anuência da Direção-Geral para exercer atribuição
quatro anos para doutorado, que não tenham se afastado por licen- inerente à do seu cargo efetivo, salvo para exercício de cargo em
ça para tratar de assuntos particulares, para gozo de licença capa- comissão, o que não se prolongará por mais de oito anos consecu-
citação ou com fundamento neste artigo nos dois anos anteriores à tivos.
data da solicitação de afastamento.
§7º No mesmo caso do §6º deste artigo, os afastamentos para CAPÍTULO XV
realização de programas de pós-doutorado somente serão conce- DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS
didos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo ór-
gão ou entidade que adquiriram estabilidade há pelo menos quatro Art. 80. As prerrogativas do servidor policial são irrenunciáveis,
anos e que não tenham se afastado por licença para tratar de assun- inerentes ao respectivo cargo e destinam-se a assegurar o desem-
tos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos penho das suas funções.
anteriores à data da solicitação de afastamento §1º São direitos e prerrogativas comuns aos policiais científi-
§8º Os policiais científicos que obtiverem a licença remunerada cos:
prevista neste artigo deverão, após o seu retorno, permanecer no I - estabilidade, após a confirmação no cargo na forma da lei;
exercício de suas funções por um período correspondente ao dobro II - irredutibilidade de subsídio;
do afastamento, bem como poderão ser convocados pela Academia III - acesso livre, inclusive armado, em locais privados e órgãos
de Ciências Forenses para ministrar aulas, cursos ou palestras para públicos onde for requisitada a realização de exames periciais ou
disseminação do aprendizado, incidindo a recusa na obrigatorieda- onde seja necessária a realização de outras atividades correlatas à
de de indenizar o erário no valor das remunerações pagas durante sua atividade na Polícia Científica;
o período de capacitação. IV - posse e uso da insígnia e da carteira de identificação fun-
§9º Caso o policial científico não obtenha o título ou grau que cional, com fé pública, válida em todo o território nacional, inclusive
justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto como documento de identidade civil;
no §8º deste artigo, salvo se comprovada força maior ou caso for- V - prioridade de atendimento em entidades privadas e órgãos
tuito, aferido em procedimento administrativo com contraditório. públicos quando em serviço;
§10 Dispensa as formalidades previstas neste artigo quando o VI - comunicação imediata da sua prisão ao seu chefe imediato
afastamento em território nacional for por prazo igual ou inferior a e ao representante de sua categoria profissional;
trinta dias, bem como nos casos de eventos promovidos, por qual- VII - quando privado de liberdade, ser alocado em ala reser-
quer período, pelo Governador do Estado do Paraná, ocasiões em vada, por ordem e à disposição do juízo competente, observado o
que a concessão será decidida pelo Diretor-Geral. previsto na Lei nº 20.339, de 14 de outubro de 2020;
VIII - assistência médica-ambulatorial e hospitalar, em todo o
SEÇÃO II Estado do Paraná, inclusive aos seus dependentes e pensionistas;
DO SERVIDOR POLICIAL ESTUDANTE IX - porte de armas, mesmo quando na inatividade;
X - direito de petição;
Art. 78. O policial científico que for estudante em curso técnico XI - horário especial ao servidor portador de deficiência ou que
pós-médio, de graduação ou pós-graduação, desde que ministrados tenha dependente com deficiência;
na localidade da lotação, poderá solicitar a realização de horário
especial de trabalho que possibilite a frequência ao curso, condicio-
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

XII - auxílio médico-hospitalar consistente na assistência mé- §3º São, ainda, considerados no exercício de função estrita-
dica contínua, normal e especializada, bem como farmacológica, mente policial, os servidores nomeados ou designados para exercer
quando ferido ou acidentado em serviço, em decorrência dele ou cargo ou função:
de sua condição como policial científico, bem como nos casos de I - nos Órgãos de assessoramento e apoio direto ao Governador
doença profissional, mediante o ressarcimento de despesas não co- do Estado;
bertas pelo Sistema de Assistência à Saúde do Estado do Paraná e II - como Secretário de Estado ou de Governo;
imprescindíveis para a sua plena recuperação; III - como Secretários Municipais, em atividades relacionadas à
XIII - auxílio-doença, auxílio e ressarcimento funeral, nos ter- segurança pública;
mos da Lei nº 6.174, de 1970; IV - nos órgãos do poder executivo, judiciário, legislativo, Mi-
XIV - indenização por morte ou invalidez permanente, parcial nistério Público e Tribunal de Contas, em atividades relacionadas à
ou total, nos termos da Lei nº 14.268, de 2003; segurança pública;
XV - assistência e tratamento psicológico e psiquiátrico; V - nos órgãos de regime especial que desempenhem ativida-
XVI - quando afastado para desempenho de mandato eletivo des de apoio à segurança pública;
em sindicato, federação ou confederação representante dos servi- VI - em fundações e autarquias que desempenhem atividades
dores do QPPO ou em associação de classe de nível nacional repre- de apoio à segurança pública.
sentativa dos Peritos Oficiais, o direito de promoção na carreira e Art. 83. Ao servidor policial científico eleito dirigente de sindi-
retorno à lotação de origem, conforme disposto no §2º do art. 37 cato representativo de servidores do QPPO ou de associação nacio-
da Constituição do Estado do Paraná; nal representativa dos Peritos Oficiais de Natureza Criminal, afasta-
XVII - sempre que necessário, auxílio e colaboração das auto- do legalmente do cargo, é reconhecido o período de afastamento
ridades públicas para o exercício de suas atribuições, respeitada a como exercício de função estritamente policial.
legislação de cada órgão ou categoria requisitados;
XVIII - acesso a documentos e informações necessários ao exer- CAPÍTULO XVII
cício da atividade pericial, respeitada a hierarquia administrativa; DA HIERARQUIA POLICIAL
XIX - ao perito oficial criminal é garantida a autonomia técnica,
científica e funcional na realização dos exames e laudos periciais, Art. 84. A hierarquia policial científica se alicerça na ordenação
nos termos da Lei Federal nº 12.030, de 17 de setembro de 2009, da autoridade, nas diferentes carreiras e classes que compõem o
desde que obedecidos os procedimentos operacionais padrão e organismo da Polícia Científica.
demais normas e regulamentações adotadas pela Polícia Científica. Art. 85. A disciplina policial se fundamenta na subordinação
§2º As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei Comple- hierárquica e funcional, no cumprimento das leis, regulamentos,
mentar não excluem as que sejam estabelecidas em outros instru- procedimentos operacionais padrão, instruções normativas, ordens
mentos legais. e normas de serviço.
Parágrafo único. A hierarquia da função, conforme previsto em
CAPÍTULO XVI lei orgânica e regimento interno, prevalece sobre a hierarquia do
DO TEMPO DE SERVIÇO POLICIAL cargo, nos casos disciplinados nesta Lei Complementar.
Art. 86. Os servidores policiais científicos de classe mais eleva-
Art. 81. Aplicam-se aos servidores policiais científicos as nor- da têm precedência hierárquica sobre os de classe inferior de mes-
mas gerais previstas na Lei nº 6.174, de 1970, no que se refere ao ma carreira, quando em exercício na mesma unidade ou prestarem
tempo de serviço, além das disposições específicas deste Capítulo. serviço em equipe.
Art. 82. Será considerado, para todos os fins, como efetivo exer- §1º Havendo igualdade na classe, quando nenhum for ocupan-
cício de função estritamente policial, o servidor policial científico te de Função Privativa Policial ou Função de Gestão, terá preferên-
que exercer o cargo: cia:
I - em qualquer função no organograma da Secretaria de Esta- I - o mais antigo na classe e nível, ou quando a antiguidade for
do de Segurança Pública - SESP; a mesma, o que registrar mais tempo de serviço na carreira policial
II - de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das For- científica, e assim sucessivamente até o mais idoso;
ças Armadas ou de outra força policial, no país ou no exterior; II - o servidor policial científico do serviço ativo sobre o inativo.
III - de instrutor ou aluno de estabelecimentos oficiais federais §2º Os servidores policiais integrantes das carreiras do QPPO e
ou estaduais de ensino e, particularmente, os de interesse para a demais servidores em exercício em unidades policiais científicas são
Polícia Científica, na forma regulamentada pelo Conselho da Polícia subordinados aos Peritos Oficiais Criminais.
Científica. §3º Os Peritos Oficiais Criminais se subordinam administrativa
§1º São considerados também no exercício de função estrita- e operacionalmente, conforme previsto neste artigo e no art. 85
mente policial os policiais científicos colocados à disposição de ou- desta Lei Complementar, garantida a autonomia técnica e científica
tra instituição do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP. na realização dos exames periciais.
§2º São considerados no exercício da função de natureza es-
tritamente policial ou de interesse policial, os servidores policiais CAPÍTULO XVIII
científicos colocados à disposição do Governo Federal, Estadual ou DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Municipal, para exercerem cargos ou funções considerados de in-
teresse policial científico, na forma disciplinada pelo Conselho da Art. 87. Os cargos do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais efe-
Polícia Científica. tivos, vagos ou ocupados, ficam transformados da seguinte forma:

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - o cargo de Perito Oficial, funções de Odontolegista, Perito §1º O enquadramento do aposentado ou gerador de pensão
Criminal, Químico Legal e Toxicologista, no cargo de Perito Oficial será realizado pela Paranaprevidência, por intermédio de suas uni-
Criminal 40h; dades administrativas competentes.
II - o cargo de Perito Oficial, função de Médico Legista, no cargo §2º O cálculo do subsídio, dos proventos da aposentadoria e
de Perito Oficial Criminal 20h; pensão deve observar o teto remuneratório previsto no inciso XI do
III - o cargo de Agente Auxiliar de Perícia Oficial das funções de art. 27 da Constituição do Estado do Paraná.
Auxiliar de Necropsia e Auxiliar de Perícia, no cargo de Técnico de §3º A contagem de tempo de efetivo exercício no nível, para
Perícia Oficial. fins de promoção, em decorrência do enquadramento, iniciar-se-á
§1º A carreira de Perito Oficial de Natureza Criminal absorverá a partir da vigência desta Lei Complementar, salvo quando em es-
os direitos, deveres, prerrogativas e atribuições da atual carreira de tágio probatório.
Perícia Oficial. Art. 91. Os valores dos subsídios dos policiais científicos disci-
§2º A carreira de Técnico de Perícia Oficial de Natureza Criminal plinados nesta Lei Complementar relativos aos anos de 2023, 2024,
absorverá os direitos, deveres, prerrogativas e atribuições da atual 2025 e 2026:
carreira de Auxiliar de Perícia Oficial. I - da carreira de Perito Oficial de Natureza Criminal, são aque-
Art. 88. Os atuais servidores ativos, aposentados e geradores les previstos nas Tabelas do Anexo II desta Lei Complementar;
de pensão integrantes do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais serão II - da carreira de Técnico de Perícia Oficial de Natureza Crimi-
enquadrados na forma prevista no Anexo IV desta Lei Complemen- nal, são aqueles previstos na Tabela do Anexo III desta Lei Comple-
tar, com efeitos funcionais e financeiros a partir de 1º de agosto de mentar.
2023. Parágrafo único. Nos anos de 2023 a 2026, os valores de subsí-
§1º Para garantir que os aposentados, os quais receberão a dio constante das Tabelas dos Anexos II e III desta Lei Complemen-
nova designação da carreira, e geradores de pensão tenham seus tar serão implementados no dia 1º de agosto dos respectivos anos.
direitos previdenciários integralmente observados, proceder-se-á Art. 92. Os efeitos desta Lei Complementar restarão condicio-
ao enquadramento do servidor aposentado ou do gerador da pen- nados à previsão orçamentária, à disponibilidade financeira e ao
são pelos mesmos critérios aplicáveis aos servidores ativos, desde cumprimento das restrições da Lei Complementar Federal nº 101,
que sujeitos à paridade. de 2000.
§2º Se do reenquadramento previsto nesta Lei Complementar §1º Como medidas compensatórias e mitigatórias do impacto
resultar retorno do Perito Oficial Criminal para classe policial infe- financeiro, estabelece-se:
rior à que ocupava quando Perito Oficial, será ele alocado no nível I - efetivar a cobrança pela realização de atos periciais, prevista
inicial da classe que integrava no dia imediatamente anterior à en- na Lei nº 20.998, de 30 de março de 2022;
trada em vigor desta Lei Complementar, salvo quando estiver em II - a redução em 50% (cinquenta por cento) do gasto mensal
estágio probatório ou na inatividade. com diária extrajornada prevista na Lei nº 19.130, de 2017, no âm-
§3º O policial científico, em estágio probatório na data de en- bito da Polícia Científica, até 31 de dezembro de 2026;
trada em vigor desta Lei Complementar, será enquadrado no nível III - a suspensão do direito à percepção de bônus pecuniário
inicial da carreira correspondente, restando afastada a regra pre- previsto na Lei nº 14.171, de 5 de novembro de 2003, até 31 de
vista no §2º deste artigo, garantida a irredutibilidade de subsídio. dezembro de 2026;
§4º Os Técnicos de Perícia Oficial que se encontrem em está- IV - a suspensão de promoções até 31 de dezembro de 2026,
gio probatório na data da publicação desta Lei Complementar se- exceto a decorrente de aquisição de estabilidade, bem como para
rão reenquadrados no nível II, sujeitos a um pedágio do dobro do os Técnicos de Perícia Oficial ativos que tenham ingressado no
tempo necessário para a próxima promoção, não lhes aplicando a QPPO em concurso realizado antes da publicação da Lei nº 14.678,
promoção por aquisição de estabilidade, porém sendo-lhes veda- de 6 de abril de 2005, que poderão participar de processo de pro-
do concorrer à promoção para o nível subsequente caso não sejam moção para o nível imediatamente superior ao que se encontram
aprovados. nos meses de agosto dos anos de 2024, 2025 e 2026, desde que não
§5º Se do reenquadramento resultar a alocação de servidor contemplem qualquer vedação à promoção, ficando dispensado o
ativo, já aprovado em estágio probatório até a data da publicação requisito temporal de interstício mínimo de efetivo exercício no ní-
desta Lei Complementar, no nível inicial, será ele reenquadrado no vel e reduzido na metade o quantitativo de avaliação desempenho
nível imediatamente subsequente, mediante requerimento do po- necessário para evolução na carreira, sem prejuízo do preenchi-
licial científico. mento dos demais requisitos previstos nesta Lei Complementar, em
Art. 89. Caso o novo valor percebido pelo servidor ativo, apo- especial os constantes dos incisos I e III do art. 52 desta Lei Com-
sentado e gerador de pensão enquadrado seja inferior à atual re- plementar.
muneração, este fará jus à parcela complementar correspondente §2º Na tabela remuneratória que entrará em vigor em 1º de
à diferença remuneratória como completivo constitucional, pessoal agosto de 2023, constantes desta Lei Complementar, já se encontra
e nominalmente identificado, de natureza provisória, a qual poderá incorporado o índice restante da revisão geral anual prevista na Lei
ser integralmente absorvida pelo subsídio em razão de promoção nº 18.493, de 24 de junho de 2015, bem como o previsto para o
na carreira. ano de 2023.
Parágrafo único. A parcela complementar prevista neste artigo §3º Somente a partir do exercício de 2027, o subsídio dos servi-
estará sujeita a reajuste e revisão geral anual. dores policiais científicos será objeto de revisão geral anual conce-
Art. 90. O enquadramento dos servidores ativos será realizado dida aos demais servidores estaduais.
mediante ato conjunto da Secretaria de Estado da Segurança Públi-
ca - SESP e Secretaria de Estado da Administração e da Previdência
- SEAP.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§4º A suspensão das promoções prevista no §1º deste artigo não suspende a contagem de tempo para percepção do direito, sendo
possível, inclusive, o trâmite do protocolo com o pedido de promoção, sobrestando somente a publicação do ato de concessão.
Art. 93. São aplicáveis aos servidores do QPPO as disposições da Lei nº 6.174, de 1970, respeitadas as normas especiais da Polícia
Científica.
Art. 94. Ato do Chefe do Poder Executivo regulamentará os casos omissos para fiel execução desta Lei Complementar, ouvidas previa-
mente a Direção-Geral da Polícia Científica, a Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP e a Secretaria de Estado da Administração
e da Previdência - SEAP.
Art. 95. O Conselho da Polícia Científica regulamentará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Comple-
mentar, a distribuição dos cargos policiais científicos no âmbito das unidades da Polícia Científica.
Art. 96. Atendido o interesse público, observada a especificidade das atribuições da Polícia Científica, admitir-se-á a prestação de
serviço voluntário, na forma da legislação específica, sendo vedada, em qualquer caso, a atuação na atividade-fim de Perícia Oficial de
Natureza Criminal.
Art. 97. Lei ordinária poderá dispor sobre verbas e valores dos subsídios dos servidores policiais científicos.
Art. 98. Para fins previdenciários e de aquisição e porte de armas de fogo, os integrantes do QPPO são considerados policiais civis do
Estado do Paraná.
Art. 99. Autoriza o Chefe do Poder Executivo a realizar as movimentações orçamentárias e financeiras que se fizerem necessárias em
razão da aplicação desta Lei Complementar.
Art. 100. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de agosto de 2023.
Art. 101. Revoga a Lei nº 18.008, de 7 de abril de 2014.
Palácio do Governo, em 14 de julho de 2023.

ANEXO I - ESTRUTURA E QUANTIDADE DE VAGAS CARREIRA: PERÍCIA OFICIAL DE NATUREZA CRIMINAL

NÚMERO
CARGO CÓD. EXIGÊNCIA PARA INGRESSO CLASSE
DE CARGOS
NÍVEL XI

NÍVEL X
NÍVEL IX

NÍVEL VIII
REQUISITOS PREVISTOS NESTA LEI,
PERITO OFICIAL CRIMINAL GRADUAÇÃO OU GRADUAÇÃO E NÍVEL VII

40h (Carga horária 40 PO40 TITULAÇÃO EXIGIDA EM EDITAL NÍVEL VI 726
horas semanais) ESPECÍFICO DE CONCURSO; CAR- NÍVEL V
TEIRA NACIONAL DE
4ª NÍVEL IV
NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
NÍVEL XI

NÍVEL X
NÍVEL IX

NÍVEL VIII
REQUISITOS PREVISTOS NESTA LEI,
PERITO OFICIAL CRIMINAL GRADUAÇÃO OU GRADUAÇÃO E NÍVEL VII

20h (Carga horária 20 PO20 TITULAÇÃO EXIGIDA EM EDITAL NÍVEL VI 301
horas semanais) ESPECÍFICO DE CONCURSO; CAR- NÍVEL V
TEIRA NACIONAL DE
NÍVEL IV
4ª NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
TOTAL DE VAGAS NA CARREIRA: 1027

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CARREIRA: TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL

NÚMERO
CLASSE
CARGO CÓD. EXIGÊNCIA PARA INGRESSO DE CAR-
ÚNICA
GOS
NÍVEL XI
NÍVEL X
NÍVEL IX
NÍVEL VIII
ENSINO MÉDIO COMPLETO E CUR- NÍVEL VII
TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL SO TÉCNICO ESTABELECIDO EM
TP40 NÍVEL VI 451
(Carga horária 40 horas semanais) EDITAL ESPECÍFICO DE CONCURSO;
CARTEIRA NACIONAL DE NÍVEL V
NÍVEL IV
NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
TOTAL DE VAGAS NA CARREIRA: 451

TOTAL DE VAGAS DO QPPO: 1478

ANEXO II - TABELA DE SUBSÍDIO DOS PERITOS OFICIAIS DE NATUREZA CRIMINAL

CARGO CLASSE 2023 2024 2025 2026


R$ R$
NÍVEL XI R$ 32.769,97 R$ 41.845,48
35.552,23 38.570,72

R$ R$
NÍVEL X R$ 31.567,44 R$ 39.900,75
33.867,39 36.760,50
R$ R$
NÍVEL IX R$ 30.367,04 R$ 38.064,40
32.742,21 35.303,15

R$ R$
NÍVEL VIII R$ 29.165,58 R$ 36.278,22
31.366,24 33.732,94
R$ R$
NÍVEL VII R$ 27.964,17 R$ 34.592,22
30.018,85 32.224,50

PERITO OFICIAL CRIMINAL 40h R$ R$
NÍVEL VI R$ 26.762,70 R$ 32.984,58
(Carga horária 40 horas semanais) 28.693,94 30.764,55
R$ R$
NÍVEL V R$ 25.561,26 R$ 31.451,65
27.390,67 29.351,01
R$ R$
NÍVEL IV R$ 24.359,79 R$ 29.989,96
26.108,04 27.981,77
R$ R$
4ª NÍVEL III R$ 23.215,55 R$ 28.596,20
24.886,02 26.676,69
R$ R$
NÍVEL II R$ 22.125,80 R$ 27.279,64
23.725,33 25.440,49
R$ R$
NÍVEL I R$ 21.087,93 R$ 26.000,00
22.612,42 24.247,12

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CARGO CLASSE 2023 2024 2025 2026


R$ R$
NÍVEL XI R$ 25.560,58 R$ 29.291,84
26.664,17 27.770,92

R$ R$
NÍVEL X R$ 23.359,91 R$ 27.930,53
24.384,52 25.732,35
R$ R$
NÍVEL IX R$ 21.256,93 R$ 26.645,08
22.919,55 24.712,21

R$ R$
NÍVEL VIII R$ 20.415,91 R$ 25.394,75
21.956,37 23.613,06
R$ R$
NÍVEL VII R$ 19.574,92 R$ 24.214,55
21.013,20 22.557,15
PERITO OFICIAL 3ª
R$ R$
CRIMINAL 20h (Carga horária 20 NÍVEL VI R$ 18.733,89 R$ 23.089,21
20.085,76 21.535,19
horas semanais)
R$ R$
NÍVEL V R$ 17.892,88 R$ 22.016,16
19.173,47 20.545,71
R$ R$
NÍVEL IV R$ 17.051,85 R$ 20.992,97
18.275,63 19.587,24
R$ R$
4ª NÍVEL III R$ 16.250,89 R$ 20.017,34
17.420,21 18.673,68
R$ R$
NÍVEL II R$ 15.488,06 R$ 19.095,75
16.607,73 17.808,34
R$ R$
NÍVEL I R$ 14.761,55 R$ 18.200,00
15.828,69 16.972,98

ANEXO III - TABELA DE SUBSÍDIO DOS TÉCNICOS DE PERÍCIA OFICIAL DE NATUREZA CRIMINAL

CLASSE 2023 2024 2025 2026


CARGO
ÚNICA
NÍVEL XI R$ 11.579,50 R$ R$ R$ 16.751,66
13.038,58 14.756,75
NÍVEL X R$ 10.942,54 R$ R$ R$ 15.464,00
12.247,71 13.744,59
NÍVEL IX R$ 10.553,24 R$ R$ R$ 13.886,29
11.547,98 12.654,43
NÍVEL VIII R$ 10.000,74 R$ R$ R$ 12.836,23
10.854,35 11.796,18
NÍVEL VII R$ 9.515,82 R$ R$ R$ 11.558,48
10.149,38 10.829,07
TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL (Car- NÍVEL VI R$ 9.086,50 R$ R$ R$ 10.699,30
ga horária 40 horas semanais) 9.592,83 10.129,78
NÍVEL V R$ 8.473,82 R$ R$ 9.404,72 R$ 9.908,66
8.926,90
NÍVEL IV R$ 8.061,46 R$ R$ 8.791,19 R$ 9.180,78
8.418,32
NÍVEL III R$ 7.653,08 R$ R$ 8.214,02 R$ 8.491,38
7.928,37
NÍVEL II R$ 7.082,68 R$ R$ 7.677,33 R$ 7.883,75
7.372,77
NÍVEL I R$ 6.483,88 R$ R$ 7.149,20 R$ 7.508,33
6.808,03

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ANEXO IV - TABELA DE REENQUADRAMENTO POR REMUNERAÇÃO

PERITO OFICIAL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL XI
VI VII VII
2ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL XI
IV V VI
3ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL X
III IV V
4ª CLASSE NÍVEL II NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL IX
III IV

AGENTE AUXILIAR DE PERÍCIA OFICIAL


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL XI
IV V VI
2ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL X
III IV V
3ª CLASSE NÍVEL II NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL VIII
III IV
4ª CLASSE NÍVEL II NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL VIII
II III

ANEXO V - DESCRIÇÃO BÁSICA DAS ATIVIDADES

PERITO OFICIAL CRIMINAL 40h e 20h


Exercício de funções de Direção, Chefia, Assessoramento, Técnico-científicas, Forenses e Operacionais incluindo a condução de ve-
ículos oficiais, operação de equipamentos, exames de corpo de delito, vestígios, evidências, locais de crime, laboratórios, documentos,
pessoas vivas, cadáveres, ossadas, vísceras, partes do corpo humano, fluídos, matéria orgânica, substâncias, armas de fogo, munições,
explosivos, material bélico, produtos perigosos, instrumentos de crime e todas as atividades administrativas, técnico-científicas e ope-
racionais necessárias à instrução processual e à preservação da cadeia de custódia dos vestígios, e as preconizadas no art. 1° desta Lei
Complementar e na Lei nº 21.117, de 30 de junho de 2022 e no Perfil Profissiográfico do Cargo. Realizar procedimentos de interesse
policial científico e de segurança pública, através do planejamento, programação, organização, direção, coordenação e controle das
atividades de polícia científica. Atuar, quando convocado, no Conselho da Polícia Científica e na representação da Polícia Científica.
Administrar atividades de interesse da segurança pública, bem como recursos humanos, financeiros, entre outros necessários para
o funcionamento da Polícia Científica. Promover entendimentos com organismos públicos e privados, entidades representativas da
comunidade, sociais, econômicas, de ensino, religiosas, filantrópicas, assistenciais e outras sediadas na área de atuação da unidade,
com vistas ao desenvolvimento, programação ou coordenação de esforços tendentes a execução da ordem, paz e tranquilidade comu-
nitárias, bem como o progresso das ciências forenses. Realizar a avaliação periódica de seus subordinados. Cumprir e fazer cumprir as
escalas de serviço e convocações extraordinárias. Elaborar a escala de serviço das equipes para os turnos regulamentares. Prestar as
informações solicitadas pelo Ministério Público e Poder Judiciário. Manter atualizados os registros patrimoniais dos bens e documen-
tos que se encontram sob sua responsabilidade. Portar armas e equipamentos de proteção individual, operando-os de acordo com as
normas regulamentares. Cumprir as normas regulamentares para o uso de vestimentas, equipamentos, veículos, armas, bem como
toda aquela relacionada à atividade policial e correcional, inclusive no que diz respeito à atuação na vida privada. Agir com sobriedade
em serviço e fora dele. Atuar com urbanidade, cortesia, serenidade, utilizando-se o uso progressivo da força em situações em que haja
necessidade. Coordenar, gerir e atuar em atividade de inteligência, integridade, controle interno, ouvidoria e corregedoria. Colaborar
e prestar apoio a outros órgãos de acordo com convênios, acordos, congêneres ou por força de lei. Cumprir obrigações administra-
tivas necessárias para o funcionamento da Polícia Científica, na própria unidade ou em outros órgãos, inclusive mediante a gestão e
fiscalização de contratos, atesto de notas, entre outros. Acautelar objetos e valores. Zelar pela conservação e limpeza das instalações
externas e internas da unidade. Participar de grupos de trabalho, missões e operações policiais. Conduzir veículos oficiais e viaturas, in-
clusive de emergência, observado, neste último caso, a habilitação específica. Desempenhar outras tarefas compatíveis com a função.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL Parágrafo único. A Polícia Científica do Paraná passa a incorpo-
rar as atribuições do Instituto Médico-Legal e do Instituto de Crimi-
Exercício de funções Administrativas, Técnico-científicas, Fo- nalística, ora extintos, passando a ser o órgão responsável pelo seu
renses e Operacionais incluindo executar, sob a coordenação e a exercício quando disciplinadas em outras legislações.
supervisão do Perito Oficial Criminal, as atividades de cadeia de
custódia do vestígio, condução de veículos oficiais, recolhimen- TÍTULO I
to e transporte de corpos, vestígios, materiais, equipamentos e DA CARACTERIZAÇÃO E DOS PRINCÍPIOS
equipe pericial, auxilio nos exames de corpo de delito, vestígios,
evidências, locais de crime, laboratórios, documentos, pessoas CAPÍTULO I
vivas, cadáveres, ossadas, vísceras, partes do corpo humano, ma- DA CARACTERIZAÇÃO
téria orgânica, substâncias, armas de fogo, munições, explosivos,
material bélico, produtos perigosos, instrumentos de crime e to- Art. 2º A Polícia Científica do Paraná, órgão central de perícia
das as atividades de apoio necessárias à instrução processual, à oficial de natureza criminal, unidade de execução programática da
manutenção da cadeia de custódia dos vestígios, e as preconi- Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP, integrante opera-
zadas no art. 1° desta Lei Complementar e na Lei nº 21.117, de cional do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP nos termos da
30 de junho de 2022 e no Perfil Profissiográfico do Cargo. Cum- Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018, tem como finalidade
prir ordens superiores. Atuar em regime de plantão para reali- exercer com exclusividade as Perícias Oficiais de Natureza Criminal
zação de atividades inerentes à Polícia Científica. Cooperar com e as atividades de ensino, pesquisa, tecnologia e inovação técni-
outras autoridades e instituições. Cadastrar, operar e anotar em co-científicas de ciências forenses que forem legalmente atribuídas
sistemas informatizados ou em fichas informações relevantes e em todo o Estado do Paraná, ressalvada a competência da União.
necessárias para atividade policial científica. Conservar o patri- §1º Equivalem-se, para fins desta Lei, as seguintes expressões:
mônio público. Apoiar outros integrantes da segurança pública. I - Polícia Científica do Paraná;
Portar armas e equipamentos de proteção individual, operando- II - Polícia Científica;
-os de acordo com as normas regulamentares. Cumprir as nor- III - Órgão Central de Perícia Oficial de Natureza Criminal do
mas regulamentares para o uso de vestimentas, equipamentos, Paraná;
veículos, armas, bem como toda aquela relacionada à atividade IV - Perícia Oficial do Estado do Paraná;
policial e correcional, inclusive no que diz respeito à atuação na V - PCP.
vida privada. Agir com sobriedade em serviço e fora dele. Guar- §2º A realização de Perícias Oficiais no âmbito da Polícia Cientí-
dar sigilo. Inspecionar, zelar e conduzir viaturas. Atuar com urba- fica do Paraná destinar-se-á exclusivamente para o atendimento de
nidade, cortesia, serenidade, utilizando-se o uso progressivo da requisições visando à instrução de inquéritos policiais e processos
força em situações em que haja necessidade. Cumprir as normas criminais.
regulamentares relacionadas a deveres e disciplina. Atender as §3º Exames periciais em processos administrativo, cível ou tra-
convocações com agilidade. Cumprir obrigações administrativas balhista somente serão realizados quando do interesse da adminis-
necessárias para o funcionamento da Polícia Científica, na pró- tração pública previsto em regulamentação da Direção-Geral da Po-
pria unidade ou em outros órgãos, inclusive mediante a gestão e lícia Científica, ouvido o Conselho da Polícia Científica, que definirá
fiscalização de contratos, atesto de notas, entre outros. Acaute- quais atos demandarão o recolhimento de taxas ou preço público
lar objetos e valores. Participar de grupos de trabalho, missões e nos termos da legislação específica.
operações policiais. Conduzir veículos oficiais e viaturas, inclusive §4º O atendimento a requisições no âmbito criminal, incluindo
de emergência, observado, neste último caso, a habilitação espe- as realizadas entre seções internas da Polícia Científica, terá priori-
cífica. Zelar pela conservação e limpeza das instalações externas dade absoluta sobre as demais.
e internas da unidade. Assegurar a implantação e cumprimento Art. 3º Atribui à Polícia Científica do Paraná a condição de Insti-
das instruções e normas técnicas relacionadas aos equipamentos. tuição Científica e Tecnológica e de Inovação do Estado do Paraná,
Desempenhar outras tarefas compatíveis com a função. nos termos do inciso VI do art. 2º da Lei nº 20.541, de 20 de abril
de 2021.
Parágrafo único. A Polícia Científica poderá constituir, integrar e
LEI ESTADUAL 21.117/2022 (LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA coordenar redes integradas de laboratórios forenses.
CIENTÍFICA DO PARANÁ)
CAPÍTULO II
LEI 21.117 - 30 DE JUNHO DE 2022 DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES

Institui a Lei Orgânica da Polícia Científica do Paraná e dá ou- Art. 4º São princípios institucionais da Polícia Científica do Pa-
tras providências. raná:
I - ciência aplicada à justiça;
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu san- II - autonomia técnico-científica;
ciono a seguinte lei: III - imparcialidade;
IV - impessoalidade;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a organização básica, garantias, V - transparência e direito à informação;
direitos, deveres e funcionamento da Polícia Científica do Paraná, VI - publicidade;
conforme preconiza o art. 50 da Constituição Estadual. VII - supremacia do interesse público;
VIII - eficiência;
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IX - sustentabilidade; TÍTULO II
X - legalidade; DA ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA CIENTÍFICA
XI - moralidade;
XII - integridade e direito ao controle social; CAPÍTULO I
XIII - lealdade; DA ESTRUTURA BÁSICA
XIV - atuação em rede;
XV - profissionalismo; Art. 6º A Polícia Científica tem a seguinte estrutura organiza-
XVI - discrição e preservação do sigilo necessário à efetividade cional:
da justiça e à preservação da integridade e intimidade da pessoa; I - Nível de Direção:
XVII - dignidade da pessoa humana e respeito às pessoas. a) Diretor-Geral;
Art. 5º São diretrizes norteadoras da atividade de Polícia Cien- b) Diretor Operacional;
tífica do Paraná: c) Diretor Administrativo;
I - a busca da verdade e justiça pela ciência; d) Conselho da Polícia Científica;
II - o planejamento estratégico e sistêmico; e) Corregedoria da Polícia Científica;
III - o Sistema Único de Segurança Pública - SUSP; II - Nível de Assessoramento:
IV - a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social - a) Gabinete;
PNSPDS; b) Assessoria Técnica;
V - o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - SNC- c) Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional;
TI; III - Nível de Apoio Especializado:
VI - o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura - a) Diretoria de Administração:
SNPCT; 1. Divisão Administrativa:
VII - a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas - 1.1. Grupo Auxiliar de Recursos Humanos - GARH;
PNBPD; 1.2. Grupo Auxiliar Administrativo - GAA;
VIII - as Políticas Nacional e Estadual sobre Drogas, Proteção 1.3. Grupo Auxiliar Orçamentário, Financeiro e Contábil Seto-
e Defesa dos Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente, do rial - GAOFS;
Meio Ambiente e dos Direitos Difusos e Coletivos; 2. Divisão de Tecnologia;
IX - o Sistema Brasileiro e Estadual de Inteligência; b) Academia de Ciências Forenses;
X - o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica e normas c) Museu Paranaense de Ciências Forenses;
do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais; IV - Nível de Execução: Diretoria de Operações:
XI - a Política de Segurança Cibernética, Orgânica e Institucional a) Divisão Operacional;
da Polícia Científica; b) Divisão de Custódia de Vestígios.
XII - a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos - RIBPG, V - Nível de Atuação Regional: Unidades de Execução Técnico-
o Sistema Nacional de Análise Balística - SINAB e o Banco Nacional -científicas.
Multibiométrico; Art. 7º O detalhamento da estrutura organizacional da Polícia
XIII - a gestão e zelo da Cadeia de Custódia de Vestígios; Científica e das respectivas atribuições serão definidas por Resolu-
XIV - a cooperação e integração com o sistema de justiça e se- ção do Secretário de Estado da Segurança Pública em Regimento
gurança pública; Interno da Polícia Científica após manifestação da Secretaria de Es-
XV - a cooperação, integração e interface com órgãos públicos e tado do Planejamento e Projetos Estruturantes.
instituições responsáveis pelas áreas de Controle, Educação, Saúde,
Meio Ambiente, Cultura, Justiça, Ciência, Tecnologia e Inovação; CAPÍTULO II
XVI - a adesão aos programas nacionais e estaduais de integri- DO NÍVEL DE DIREÇÃO
dade, auditoria e combate a corrupção;
XVII - a acreditação, certificação, proficiência, metrologia, quali- Art. 8º O nível de Direção da Polícia Científica será composto
dade e o uso de normas técnico-científicas e procedimentos opera- pelo Diretor-Geral, Diretor Administrativo, Diretor Operacional,
cionais padrão relacionados à área de atuação da Polícia Científica; Conselho da Polícia Científica e Corregedoria da Polícia Científica.
XVIII - a atuação junto às Academias e Sociedades Nacionais e Parágrafo único. O Diretor-Geral da Polícia Científica indicará ao
Internacionais de Ciências Forenses; Secretário de Estado de Segurança Pública, o Diretor Administrati-
XIX - o Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes vo e o Diretor Operacional, mediante escolha, em caráter privativo,
de Feminicídio; dentre os peritos oficiais da ativa pertencentes ao Quadro Próprio
XX - a Política de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná a serem nomea-
da Polícia Científica e das Ciências Forenses, observada a legislação dos pelo Chefe do Poder Executivo.
vigente.
SEÇÃO I
DO DIRETOR-GERAL

Art. 9º O Diretor-Geral exercerá a Direção-Geral da Polícia Cien-


tífica, mediante nomeação pelo Chefe do Poder Executivo, dentre
os indicados em lista tríplice pelo Secretário de Estado da Segurança
Pública.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral é privativo de perito b) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
oficial da ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
da Polícia Científica do Paraná. tentabilidade e aprimoramento da gestão das atividades adminis-
Art. 10. São atribuições do Diretor-Geral da Polícia Científica: trativas no âmbito da Polícia Científica;
I - exercer: V - coordenar, controlar e supervisionar a gestão dos proces-
a) a direção, a coordenação, o controle e a supervisão das ati- sos de avaliação do desempenho na Polícia Científica, por meio do
vidades estratégicas, institucionais e operacionais da Polícia Cien- acompanhamento e controle de indicadores de efetividade, eficiên-
tífica; cia, eficácia, economicidade, execução e excelência;
b) a função de presidente do Conselho da Polícia Científica; VI - exercer as atribuições funcionais que lhe forem delegadas
II - expedir atos normativos visando ao aprimoramento, ao de- pelo Diretor-Geral;
senvolvimento, à efetividade e à eficiência das competências insti- VII - gerir os riscos e corrigir as irregularidades da atividade ad-
tucionais; ministrativa, conforme o Plano de Integridade;
III - propor: VIII - praticar os demais atos necessários à administração da
a) a criação e extinção de cargos e de unidades no âmbito da Polícia Científica, nos termos da lei.
Polícia Científica, observados os dispositivos legais aplicáveis;
b) medidas e procedimentos de caráter pericial reclamadas SEÇÃO III
pelo interesse público; DO DIRETOR DE OPERAÇÕES
c) ao Secretário de Estado da Segurança Pública, indicações
para cargos de provimento em comissão e funções privativas-poli- Art. 12. São atribuições do Diretor de Operações:
ciais no âmbito da Polícia Científica, a serem nomeados pelo Chefe I - exercer a coordenação, o controle e a supervisão das ativi-
do Poder Executivo; dades operacionais, de laboratório e de perícia no âmbito da Polícia
IV - praticar atos e decidir sobre questões relativas ao funciona- Científica;
mento das unidades, à administração geral e à execução orçamen- II - promover a integração e a cooperação entre as unidades da
tária da Polícia Científica; Polícia Científica e destas com órgãos federais, estaduais e munici-
V - assessorar o Secretário de Estado da Segurança Pública em pais de Segurança Pública visando a implementação de operações
assuntos relacionados à perícia oficial, em atendimento às deman- interdepartamentais e a participação da Polícia Científica em ope-
das do Governador do Estado; rações interagências;
VI - delegar atribuições a seus subordinados, de acordo com a III - conduzir o processo de gestão de risco das operações sob
legislação vigente; sua responsabilidade;
VII - realizar indicações para o provimento dos cargos de Dire- IV - realizar:
tor Administrativo e Diretor Operacional ao Secretário de Estado da a) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
Segurança Pública, a serem nomeados por ato do Chefe do Poder cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
Executivo; tentabilidade e aprimoramento das atividades operacionais e de
VIII - determinar medidas de correição por meio da Correge- perícia no âmbito da Polícia Científica;
doria; b) a coordenação, controle e supervisão das funções e das uni-
IX - compor o Conselho Estadual de Segurança Pública, previsto dades subordinadas;
na Lei Federal nº 13.675, de 2018; c) a supervisão, coordenação e controle das funções de atendi-
X - receber os relatórios de monitoramento relacionados às ati- mento e despacho de ocorrência;
vidades de controle interno e auditorias, e o Plano de Integridade d) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
da Polícia Científica, tomando as medidas necessárias para gestão cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
dos riscos e correção de irregularidades; tentabilidade e aprimoramento das atividades operacionais no âm-
XI - desempenhar outras atividades compatíveis com o cargo, bito da Polícia Científica;
por determinação superior ou previstas em lei. V - exercer as atribuições funcionais que lhe forem delegadas
pelo Diretor-Geral e as disciplinadas em regulamento próprio;
SEÇÃO II VI - gerir os riscos e corrigir as irregularidades da atividade ope-
DO DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO racional, conforme o Plano de Integridade;
VII - praticar os demais atos necessários à administração da Po-
Art. 11. São atribuições do Diretor de Administração: lícia Científica, nos termos da lei.
I - coordenar, planejar, organizar, controlar as atividades, pla-
nos, programas, políticas e diretrizes das áreas administrativas da SEÇÃO IV
Polícia Científica; DO CONSELHO DA POLÍCIA CIENTÍFICA
II - gerir, planejar, propor e coordenar a gestão de recursos hu-
manos, financeiros, orçamentários, patrimoniais, tecnológicos e Art. 13. Ao Conselho da Polícia Científica, órgão colegiado deli-
administrativos; berativo da Polícia Científica, compete:
III - elaborar proposta orçamentária anual e plurianual da Polí- I - a elaboração e aprovação das normas para as carreiras do
cia Científica, submetendo-as à apreciação do Secretário de Estado Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Estado do Paraná - QPPO;
da Segurança Pública; II - a deliberação:
IV - realizar: a) sobre matéria relevante, concernente aos atributos, funções,
a) a coordenação, controle e supervisão das funções e das uni- princípios e conduta funcional do servidor efetivo ou de qualquer
dades subordinadas; outro servidor que esteja prestando serviço na Polícia Científica;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

b) sobre promoções e progressões dos servidores das carreiras §1º No desempenho de sua finalidade, cabe à Corregedoria as
QPPO, observada a legislação vigente; seguintes atribuições:
c) quanto à efetivação de remoção de servidores das carreiras I - a orientação, vigilância e disciplina das atividades funcionais
do QPPO, no interesse do serviço; e administrativas da Polícia Científica do Paraná;
d) no âmbito da PCP, quanto a pedidos de disposição funcio- II - a elaboração, proposição e supervisão da política corre-
nal dos servidores integrantes das carreiras do QPPO para outros cional, bem como a execução dos serviços de correição e outras
órgãos e entidades do Poder Executivo, para outros Poderes ou es- inspeções nos procedimentos de competência da Polícia Científica,
feras de Governo; sem prejuízo do controle atribuído às demais unidades da Polícia
III - a determinação da verificação de incapacidade física, men- Científica;
tal ou moral de servidores das carreiras do QPPO; III - a fiscalização da atuação dos servidores no desempenho de
IV - a validação de regulamentações para o cumprimento de suas atividades quando relacionadas à Polícia Científica ou exerci-
leis relacionadas ao campo de atuação da Polícia Científica; das nas dependências de suas unidades, desenvolvendo ações para
V - a instituição de comissão dentre os membros do Conselho o acompanhamento e monitoramento demandados pelos órgãos e
para apurar transgressão disciplinar ou prática de infração penal entidades de controle externo;
pelo Diretor-Geral e Corregedor, na forma do respectivo regimento; IV - a realização de inspeções e de controle de qualidade e pro-
VI - a condução do processo de destituição do Diretor-Geral, dutividade no âmbito da Polícia Científica, promovendo o sanea-
Corregedor e demais membros do próprio Conselho da Polícia Cien- mento das irregularidades técnicas e administrativas identificadas;
tífica, conforme definido em ato do Chefe do Poder Executivo; V - a mediação, arbitragem e conciliação de conflitos no âmbito
VII - a designação de servidores para compor a Comissão de da Polícia Científica, após infrutífera resolução pela chefia imediata;
Concurso para ingresso nas carreiras do QPPO; VI - o processamento e análise de solicitações e informações
VIII - a solicitação ao Corregedor de informações sobre a con- recebidas que tratem da atuação da Polícia Científica, mantendo
duta e atuação funcional dos servidores e a sugestão para realiza- articulação permanente com o Núcleo de Integridade e compliance
ção de correições e visitas de inspeção para a verificação de eventu- Setorial da SESP;
ais irregularidades nos seus serviços; VII - a deliberação sobre o porte e uso de material bélico;
IX - a atuação como órgão moderador na solução de eventuais VIII - a proposição ao Diretor-Geral da criação de Grupos Espe-
conflitos relacionados exclusivamente com as carreiras do QPPO; ciais de Atuação Pericial;
X - atuar como revisor em sede recursal das decisões da Dire- IX - a instauração de ofício, mediante denúncia ou solicitação,
ção-Geral e da Corregedoria relacionados exclusivamente com as de processo competente sobre ato ou matéria que considere pas-
carreiras do QPPO. sível de configurar, em tese, infração a princípio ou norma de ética
§1º O Conselho da Polícia Científica terá a seguinte composi- profissional, ou, ainda, violação disciplinar e funcional;
ção: X - a aplicação de sanções administrativas na forma da lei.
I - o Diretor-Geral da PCP, que o presidirá; §2º O Corregedor da Polícia Científica será escolhido, mediante
II - o Diretor Administrativo; lista tríplice composta por integrantes da carreira de Perito Oficial
III - o Diretor Operacional; da ativa do último nível da carreira do Quadro Próprio dos Peritos
IV - o Corregedor da Polícia Científica; Oficiais da Polícia Científica do Paraná, apresentada pelo Secretário
V - o Diretor da Academia de Ciências Forenses; de Estado da Segurança Pública e nomeado pelo Governador do
VI - o Diretor do Museu de Ciências Forenses; Estado.
VII - um Perito Oficial indicado pelo Secretário de Estado da §3º O Corregedor será nomeado para mandato de três anos,
Segurança Pública; admitida recondução por igual período.
VIII - um Perito Oficial indicado pelo Sindicato dos Peritos Ofi-
ciais e Auxiliares de Perícia - SINPOAPAR. CAPÍTULO III
§2º O funcionamento do Conselho será estabelecido em regi- DO NÍVEL DE ASSESSORAMENTO
mento interno proposto pelo Conselho, a ser aprovado por resolu-
ção do Secretário de Estado da Segurança Pública e posteriormente SEÇÃO I
publicado em Diário Oficial, observada a legislação estadual apli- GABINETE
cável.
§3º Os atos normativos elaborados e expedidos pelo Conselho Art. 15. Ao Gabinete da Polícia Científica do Paraná compete:
da Polícia Científica serão vinculantes e para fins de padronização I - a administração geral do Gabinete e assistência abrangente
institucional, com publicação obrigatória na imprensa oficial do Es- ao Diretor-Geral no desempenho de suas atribuições e no atendi-
tado. mento de seus compromissos;
II - o estudo, instrução e elaboração de minutas do expediente
SEÇÃO V e da correspondência do Diretor-Geral, bem como, o encaminha-
DA CORREGEDORIA mento da correspondência oficial recebida, recomendando priori-
dades para assuntos urgentes;
Art. 14. A Corregedoria é o órgão técnico com autonomia e III - a coordenação da agenda de compromissos e a programa-
atuação em todo o Estado, cuja finalidade é assegurar a correta ção de audiências e recepção de pessoas que se dirijam ao Diretor-
aplicação da lei, padronizar os procedimentos de Polícia Científica e -Geral;
de processos e procedimentos administrativos, realizar correições, IV - o desempenho de outras tarefas compatíveis com a posição
fiscalizações e garantir a preservação dos princípios da ética, condu- e as determinadas pelo Diretor-Geral.
ta, hierarquia e disciplina no âmbito da Polícia Científica do Paraná.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. O cargo de Chefe de Gabinete é privativo de XI - a interação sistemática com institutos do subsistema de in-
perito oficial da ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos teligência de segurança pública e, eventualmente, com Institutos
Oficiais da Polícia Científica do Paraná. públicos ou privados, com vistas à obtenção de conhecimentos re-
lacionados com a segurança pública;
SEÇÃO II XII - a produção de conhecimentos sobre segurança pública
ASSESSORIA TÉCNICA que subsidiem decisões nas esferas dos governos municipal, esta-
dual e federal;
Art. 16. À Assessoria Técnica compete: XIII - a manutenção e atualização de banco de dados com a
I - o assessoramento técnico abrangente ao Diretor-Geral sob finalidade de atender ao planejamento, tomada de decisões ou
a forma de estudos, pesquisas, pareceres técnicos, avaliações, ex- acompanhamento de ações planejadas, exclusivamente, dedicados
posições de motivos, análises, atos normativos, minutas e materiais à segurança pública;
especializados; XIV - a adoção de medidas de segurança que visem à prevenção
II - a integração com a Assessoria Técnica da SESP para a articu- e à obstrução de ações adversas de qualquer natureza, no âmbito
lação com os serviços jurídicos do Estado; da Polícia Científica e da atividade de inteligência;
III - o relacionamento institucional com a imprensa; XV - a coleta, busca, processamento e difusão de dados e in-
IV - a orientação e a elaboração do planejamento a ser executa- formações referentes às organizações criminosas, atividades terro-
do no âmbito da Polícia Científica; e ristas e outras relacionadas com o Subsistema de Inteligência de
V - a realização de outras atividades correlatas. Segurança Pública.
Parágrafo único. A Assessoria Técnica se articulará com os ór- Parágrafo único. O cargo de Chefe do Núcleo de Inteligência e
gãos atinentes às matérias que lhe forem submetidas e com a Se- Segurança Institucional é privativo de perito oficial da ativa, perten-
cretaria de Estado da Segurança Pública de forma a resguardar o cente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do
padrão estabelecido pelo Poder Executivo Estadual. Paraná.

SEÇÃO III CAPÍTULO IV


DO NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA E SEGURANÇA DO NÍVEL DE APOIO ESPECIALIZADO
INSTITUCIONAL
SEÇÃO I
Art. 17. O Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional é a DA DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO
unidade responsável pela obtenção, análise e produção de conheci-
mento de inteligência e segurança institucional da Polícia Científica, Art. 18. À Diretoria Administrativa compete o planejamento,
cabendo-lhe as seguintes atribuições: a coordenação, a execução e a supervisão das atividades relacio-
I - a realização do diagnóstico situacional da segurança institu- nadas a gestão de recursos humanos, financeiros, orçamentários,
cional da Polícia Científica do Paraná; patrimoniais, tecnológicos e administrativos necessários ao pleno
II - a elaboração, a implementação e o monitoramento da funcionamento da Polícia Científica do Paraná visando ao alcance
Política de Segurança Institucional da Polícia Cientifica do Paraná de seus objetivos institucionais.
e Plano de Ação Preventivo e de Resposta a Incidente abordando Parágrafo único. Integram a Diretoria Administrativa as seguin-
segurança cibernética, segurança de documentação, segurança de tes unidades:
vestígio e cadeia de custódia, segurança contra incêndio, segurança I - Divisão Administrativa;
pessoal dos servidores, segurança de áreas e instalações; II - Divisão de Tecnologia.
III - a detecção de falhas de segurança, relatando-as ao Diretor-
-Geral para a adoção de providências; SUBSEÇÃO I
IV - a elaboração de planos, normas e campanhas de segurança DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA
institucional;
V - o zelo pela cadeia de custódia dos vestígios e segurança ins- Art. 19. A Divisão Administrativa é unidade subordinada ao
titucional; Diretor Administrativo, encarregada da gestão em nível tático das
VI - a especificação do material bélico de uso institucional e de atividades administrativas na Polícia Científica, provendo os meios
equipamentos de proteção individual a serem utilizados na Polícia administrativos necessários ao desempenho de todas as ações da
Científica; Polícia Científica, cabendo-lhe as seguintes atividades:
VII - a difusão de informações e conhecimentos de inteligência; I - a coordenação, supervisão e gestão das atividades de natu-
VIII - a integração de bancos de dados com instituições de in- reza administrativa, financeira, orçamentária e de recursos huma-
teresse; nos da Polícia Científica, de acordo com as diretrizes estabelecidas
IX - a identificação, acompanhamento e avaliação de ameaças pelo Diretor de Administração e aprovadas pelo Diretor-Geral;
reais ou potenciais afetos a sua área de atuação em conformidade II - a execução:
com a Política e o Plano Estadual de Inteligência de Segurança Pú- a) das atividades relacionadas à gestão de recursos humanos,
blica; incluindo registros funcionais, promoção da capacitação e avaliação
X - a solicitação de conhecimentos aos institutos do subsiste- de desempenho dos servidores;
ma de inteligência, dedicados à segurança pública e seus possíveis
desdobramentos;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

b) dos processos de avaliação do desempenho na Polícia Cien- SEÇÃO II


tífica, por meio do acompanhamento do cumprimento das metas DA ACADEMIA DE CIÊNCIAS FORENSES
qualitativas e quantitativas de produtividade e do controle de indi-
cadores de efetividade, eficiência, eficácia, economicidade, execu- Art. 21. A Academia de Ciências Forenses é o órgão de ensino,
ção e excelência; pesquisa, desenvolvimento, doutrina, publicação científica, certi-
III - a organização, provimento, supervisão e controle da infra- ficação, proficiência, metrologia, inovação e tecnologia da Polícia
estrutura administrativa necessária à execução das atividades das Científica, cabendo-lhe as seguintes atribuições:
Unidades da Polícia Científica; I - a formação técnica, científica e profissional, bem como a ca-
IV - a proposição e execução de instruções normativas, orien- pacitação continuada dos servidores da PCP, admitida a celebração
tações técnicas e protocolos de atuação no âmbito da Polícia Cien- de convênios;
tífica objetivando o desenvolvimento, sustentabilidade e aprimo- II - a proposição de doutrina na área de ciências forenses, po-
ramento das atividades de natureza administrativa necessárias à líticas públicas de segurança, cooperação internacional, organiza-
realização das ações finalísticas da PCP; ções e gestão;
V - a elaboração do orçamento da PCP, bem como a supervisão III - a realização de treinamento, aperfeiçoamento e especia-
e monitoramento da execução orçamentária; lização, objetivando a capacitação técnico-profissional e científica
VI - a apresentação de relatórios periódicos sobre as atividades dos servidores;
desenvolvidas sob sua responsabilidade; IV - o desenvolvimento da produção doutrinária e uniformida-
VII - o desempenho de outras atividades correlatas. de de procedimentos técnicos, científicos, didáticos e pedagógicos;
Parágrafo único. A chefia da Divisão Administrativa é exercida V - o intercâmbio com as congêneres federal, do Distrito Fede-
por Chefe de Divisão, cargo privativo de perito oficial da ativa, per- ral e estaduais, bem como com instituições de ensino e pesquisa,
tencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica nacionais e estrangeiras, visando ao aprimoramento das atividades
do Paraná. e dos métodos pedagógicos utilizados;
VI - a produção, apoio e difusão de conhecimentos acadêmicos
SUBSEÇÃO II de interesse das ciências forenses;
DA DIVISÃO DE TECNOLOGIA VII - a promoção de provas de certificação e proficiência em
ciências forenses;
Art. 20. A Divisão de Tecnologia é a unidade subordinada ao VIII - a certificação, acreditação e metrologia de laboratórios e
Diretor Administrativo encarregada da elaboração de projetos, equipamentos;
implantação, racionalização e definição de processos, incluindo IX - o desenvolvimento de soluções técnico-científicas no âmbi-
desenvolvimento, inovação, pesquisa e integração de tecnologias, to da Polícia Científica por meio de laboratório próprio;
cabendo-lhe as seguintes atividades: X - a coordenação do instrumento oficial de publicação científi-
I - a elaboração, racionalização e implantação de processos tec- ca de matérias de interesse e afetas ao campo de atuação da Polícia
nológicos para desenvolvimento das atividades da Polícia Científica; Científica;
II - o assessoramento à direção na definição do planejamento XI - a criação de comissões permanentes e laboratórios de en-
de processos de trabalho envolvendo o emprego de tecnologia e sino, pesquisa, desenvolvimento, metrologia, inovação e tecnologia
para aquisição de ferramentas e equipamentos tecnológicos; no âmbito da Academia de Ciências Forenses.
III - o gerenciamento dos sistemas informatizados, serviços, §1º O cargo de Diretor da Academia de Ciências Forenses é pri-
contratos e equipes de tecnologia da Polícia Científica; vativo de perito oficial da ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos
IV - a promoção da otimização de processos de trabalho, por Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná.
meio do emprego de tecnologia, no âmbito da Polícia Científica; §2º É permitida a remuneração por atividade de docência e
V - o planejamento estratégico, tático e operacional de tecnolo- recebimento de bolsas aos integrantes do corpo docente da Acade-
gia, formulando objetivos de curto, médio e longo prazos, e deter- mia de Ciências Forenses nos termos da legislação aplicável.
minando prioridades, de acordo com as diretrizes organizacionais
estabelecidas pelo Diretor-Geral da PCP; SEÇÃO III
VI - a manutenção da segurança cibernética da Polícia Cientí- DO MUSEU PARANAENSE DE CIÊNCIAS FORENSES
fica;
VII - o armazenamento, gerenciamento e provimento dos da- Art. 22. O Museu Paranaense de Ciências Forenses tem como
dos corporativos, garantindo integridade, disponibilidade, confiabi- finalidades:
lidade, segurança, acesso e manutenção; I - resgatar e preservar a história da Polícia Científica, por meio
VIII - a gestão e supervisão do cumprimento da Lei Federal nº da preservação de seu patrimônio histórico-cultural-ambiental, ma-
13.709, de 14 de agosto de 2018 - Lei Geral de Proteção de Dados terial e imaterial;
Pessoais - LGPD, e Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de II - buscar a democratização do acesso, uso e produção de bens
2011 - Lei de Acesso à Informação, no âmbito da Polícia Científica. históricos, científicos e culturais para o progresso das ciências fo-
Parágrafo único. A chefia da Divisão de Tecnologia é exercida renses e a promoção da dignidade da pessoa;
por Chefe de Divisão, cargo privativo de perito oficial da ativa, per- III - estimular a utilização do patrimônio científico e cultural da
tencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica PCP como recurso educacional na produção de conhecimentos no
do Paraná. campo das ciências forenses, constituindo-se em espaço vivo, dinâ-
mico e integrado à comunidade.
Art. 23. As atribuições do Museu Paranaense de Ciências Fo-
renses são:
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - o planejamento, implementação e acompanhamento das SUBSEÇÃO I


ações de preservação do patrimônio científico, histórico, cultural e DA DIVISÃO OPERACIONAL
ambiental da Polícia Científica e a elaboração do Plano Diretor do
Museu; Art. 25. A Divisão Operacional é a unidade subordinada ao Di-
II - a gestão e curadoria do acervo e patrimônio histórico-cul- retor de Operações encarregada da gestão em nível tático das ati-
tural-ambiental da Polícia Científica e dos setores da Secretaria de vidades operacionais na Polícia Científica, cabendo-lhe as seguintes
Estado da Segurança Pública relacionados às atividades da PCP, ze- atribuições:
lando por sua segurança e conservação, assim constituídos: I - a coordenação da execução das atividades operacionais, de
a) acervos mobiliários; laboratório e de perícia no âmbito da Polícia Científica, de acordo
b) veículos; com as diretrizes estabelecidas pelo Diretor de Operações e aprova-
c) equipamentos forenses; das pelo Diretor-Geral;
d) ferramentas forenses; II - a implementação de ações para a integração e a cooperação
e) vestígios e documentos periciais; entre as Unidades da Polícia Científica e destas com órgãos federais,
f) acervo arquitetônico da perícia oficial; estaduais e municipais de Segurança Pública visando à implemen-
g) acervo imaterial da cultura pericial; tação de operações interdepartamentais e a participação da Polícia
h) acervo de formação e educação em ciências forenses; Científica em operações interagências;
III - a realização de montagem de peças, painéis e fotografias, III - a organização, supervisão e o controle:
bem como dos respectivos registros, em que deverão constar o his- a) da execução dos protocolos de ações operacionais integra-
tórico do caso e a razão que motivou a sua conservação; das, zelando pela observância e cumprimento das normas e orien-
IV - o zelo, sob responsabilidade direta, pelo material exposto, tações estabelecidas pelo Diretor de Operações;
respondendo pela falta ou má conservação do mesmo; b) do processo de gestão de risco das operações sob a respon-
V - a disponibilização à sociedade do acesso ao acervo biblio- sabilidade da Divisão;
gráfico e documental existente na Polícia Científica, com o objetivo IV - a orientação e o controle do cumprimento de instruções
de propiciar a ampliação do conhecimento; normativas, orientações técnicas e protocolos de atuação objeti-
VI - a utilização do patrimônio histórico, científico e cultural afe- vando o desenvolvimento, sustentabilidade e aprimoramento das
to às atividades da Polícia Científica, como recurso educacional, na atividades operacionais e de investigação no âmbito da Polícia Cien-
produção de conhecimentos; tífica;
VII - a seleção e exposição de peças anatômicas a serem uti- V - a realização das funções de atendimento e despacho de
lizadas no Museu, bem como a documentação das investigações ocorrência;
Médico-Legais e de Criminalística, para demonstrar como a ciência VI - a elaboração de estimativa de consumo de recursos pelas
forense presta serviços à justiça; Unidades, a fim de subsidiar os processos de compras, providen-
VIII - a elaboração, em conjunto com a Divisão Administrativa, ciando os respectivos relatórios e termos de referência;
o programa permanente de capacitação dos servidores da Polícia VII - o monitoramento e controle de resposta a incidentes ope-
Científica para a educação patrimonial e disseminação de diversas racionais e conflito de competência entre unidades;
técnicas de tratamento e gestão de acervos museológicos. VIII - a organização, supervisão e controle da gestão de frotas
§1º O cargo de Diretor de Museu Paranaense de Ciências Fo- das Unidades da Polícia Científica.
renses é privativo de perito oficial, pertencente ao Quadro Próprio Parágrafo único. A chefia da Divisão Operacional é exercida por
dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná. Chefe de Divisão, cargo privativo de perito oficial da ativa, perten-
§2º As Unidades da Polícia Científica, integrantes do nível de cente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do
atuação regional da Polícia Científica, manterão junto à sua estrutu- Paraná.
ra organizacional os Centros Regionais de Memória, que passam a
constituir rede a ser coordenada pelo Museu Paranaense de Ciên- SUBSEÇÃO II
cias Forenses, a serem implantados segundo critérios estabelecidos DA DIVISÃO DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS
pelo Plano Diretor do Museu.
Art. 26. A Divisão de Custódia de Vestígios é a unidade subor-
CAPÍTULO V dinada ao Diretor de Operações encarregada dos serviços de pro-
DO NÍVEL DE EXECUÇÃO tocolo e custódia de vestígios na Polícia Científica, cabendo-lhe as
seguintes atribuições:
SEÇÃO I I - a elaboração de diretrizes de atuação para a área de custó-
DA DIRETORIA DE OPERAÇÕES dia de vestígios, visando à integração e padronização de ações em
todas as Unidades da Polícia Científica;
Art. 24. À Diretoria de Operações compete a coordenação, o II - a manutenção:
controle e a supervisão da execução das atividades operacionais, de a) de protocolo integrado da custódia de vestígios em todas
laboratório e de perícia no âmbito da Polícia Científica, visando ao unidades da Polícia Científica;
alcance de seus objetivos institucionais. b) de registro informatizado de documentos e vestígios que tra-
Parágrafo único. Integram a Diretoria de Operações as seguin- mitam na Polícia Científica;
tes unidades: c) de sistema de controle de acesso, vigilância, custódia e pre-
I - Divisão Operacional; servação de vestígios.
II - Divisão de Custódia de Vestígios. III - o recebimento, conferência, numeração e cadastramento
de documentos e vestígios;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV - o gerenciamento do ciclo de vida de vestígios e documen- §1º A chefia da Unidade é exercida por Chefe de Unidade, car-
tos desde seu recebimento até seu descarte; go privativo de perito oficial da ativa, pertencente ao Quadro Pró-
V - a custódia de vestígios nos termos da lei. prio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná.
Parágrafo único. A chefia da Divisão de Custódia de Vestígios §2º O funcionamento e serviços prestados por cada Unidade
é exercida por Chefe de Divisão, cargo privativo de perito oficial da será objeto de regulamentação própria proposta pelo Diretor de
ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Operações ao Diretor-Geral e aprovada por Resolução do Secretá-
Científica do Paraná. rio de Estado da Segurança Pública, observada a legislação estadual
aplicável.
CAPÍTULO VI
DO NÍVEL DE ATUAÇÃO REGIONAL TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO I
DAS UNIDADES DE EXECUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICAS Art. 28. Mantem uma função privativa-policial de Diretor-Geral
da Polícia Científica, símbolo FPP-1, na Polícia Científica do Paraná,
Art. 27. As Unidades de Execução Técnico-Científicas são uni- previsto no Anexo IV da Lei nº 17.172, de 24 de maio de 2012, que
dades operacionais subordinadas à Divisão Operacional e têm por passa a integrar o Anexo I desta Lei.
finalidade a realização de perícias oficiais de natureza criminal e de Art. 29. Altera a denominação das seguintes funções privati-
outras atividades técnico-científicas congêneres às atividades-fim vas-policiais no âmbito da Polícia Científica do Paraná, constantes
da Polícia Científica, na capital e no interior do Estado, cabendo-lhes no Anexo I da Lei nº 17.172, de 2012, que passa a vigorar na forma
as seguintes atribuições: do Anexo I desta Lei:
I - a execução das perícias oficiais de natureza criminal e de I - uma função privativa-policial de Diretor do IML, símbolo FPP-
outras atividades técnico-científicas congêneres às atividades-fim 2, para Diretor, mantido o mesmo símbolo;
da Polícia Científica; II - uma função privativa-policial de Diretor da Criminalística,
II - o cumprimento das diretrizes emanadas pelos órgãos de di- símbolo FPP-2, para Diretor, mantido o mesmo símbolo.
reção e das metas da atividade operacional estabelecidas; Art. 30. Cria no âmbito da Polícia Científica do Paraná as se-
III - o zelo pela manutenção do protocolo integrado e custódia guintes funções privativas-policiais, alterando o Anexo IV da Lei nº
de vestígios da respectiva Unidade em articulação com a Divisão de 17.172, de 2012, que passa a vigorar na forma do Anexo I desta Lei:
Custódia de Vestígios; I - uma função privativa policial de Corregedor, símbolo FPP-3;
IV - a organização, manutenção, controle e fiscalização do cum- II - uma função privativa policial de Diretor da Academia de Ci-
primento da carga horária e escala de plantão dos servidores que ências Forenses, símbolo FPP-4;
atuam na Unidade; III - uma função privativa policial de Diretor do Museu de Ciên-
V - a atuação de acordo com normatização dos fluxos adminis- cias Forenses, símbolo FPP-4;
trativos internos, no âmbito de sua Unidade, observando o regra- IV - quatro funções privativas policiais de Chefe de Divisão, sím-
mento estabelecido pelos órgãos de direção; bolo FPP-4;
VI - a execução da integração e cooperação com as demais Uni- V - três funções privativas policiais de Chefe de Grupo Auxiliar,
dades da Polícia Científica, outros órgãos públicos e sociedade civil, símbolo FPP-4;
visando à satisfação do interesse público; VI - uma função privativa policial de Chefe de Gabinete, sím-
VII - a execução e manutenção das normas de segurança orgâ- bolo FPP-4;
nica e institucional da Polícia Científica; VII - quatro funções privativas policial de Chefe do Núcleo, sím-
VIII - a execução das diretrizes das Divisões de Tecnologia, de bolo FPP-4;
Custódia de Vestígios, Administrativa e Operacional; VIII - quatro funções privativas policiais de Assessor, símbolo
IX - a manutenção e zelo do patrimônio da Unidade; FPP-5;
X - a manutenção e controle de insumos para atividade opera- IX - vinte funções privativas policiais de Chefe de Unidade de
cional da Unidade; Execução Técnico-Científica, símbolo FPP-5;
XI - a elaboração e fiscalização de plano de férias e licenças dos X - trinta e seis funções privativas policiais de Chefe de Seção ou
servidores da Unidade; Chefe Adjunto de Unidade, símbolo FPP-6.
XII - a produção de relatórios de frequência dos servidores da Parágrafo único. Aplicam-se às funções privativas-policiais cria-
Unidade; das por esta Lei, além das atribuições específicas das unidades nela
XIII - a adoção de providências para execução da manutenção previstas, as finalidades e condições gerais para o exercício nos ter-
de frotas; mos dos arts. 1º e 4º da Lei nº 17.172, de 2012.
XIV - a elaboração de termos de referência e instrução dos pro- Art. 31. O Anexo III da Lei nº 20.996, de 30 de março de 2022,
tocolos de compra dos bens necessários à Unidade, encaminhando- passa a vigorar na forma do Anexo II desta Lei.
-os à Divisão Operacional;
XV - a organização, coordenação e fiscalização dos serviços TÍTULO VI
prestados pela Unidade; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
XVI - normatização dos fluxos administrativos internos, no âm-
bito da Unidade, observando o regramento estabelecido pela dire- Art. 32. A Polícia Científica tem estrutura de recursos humanos
ção. definida em lei específica que define o Quadro Próprio dos Peritos
Oficiais - QPPO.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 33. Aos ocupantes de posições de chefia na Polícia Científica cabe a mitigação de riscos e correção das irregularidades relacio-
nadas às atividades sob a responsabilidade da unidade, conforme o Plano de Integridade da PCP e da Secretaria de Estado da Segurança
Pública.
Art. 34. Os nomes Instituto de Criminalística do Paraná, Instituto Médico Legal do Paraná, Laboratório de Polícia Técnico-Científica
do Paraná e suas variações são patrimônio histórico-cultural imaterial da Polícia Científica sendo preservados pelo Museu Paranaense de
Ciências Forenses da Polícia Científica.
Art. 35. A Polícia Científica do Paraná tem o prazo de sessenta dias, a contar da publicação desta Lei, para encaminhar a proposta de
Regimento Interno à Secretaria de Estado da Segurança Pública, que providenciará o início do trâmite legal requerido pela matéria.
Art. 36. Esta Lei entra em vigor:
I - em 1º de junho de 2022, com relação ao art. 32 desta Lei.
II - na data de sua publicação, com relação aos demais artigos.
Palácio do Governo, em 30 de junho de 2022.

ANEXO I
QUADRO DE FUNÇÕES PRIVATIVAS POLICIAIS INTEGRANTES DA ESTRUTURAORGANIZACIONAL DA POLÍCIA CIENTÍFICA

Símbolo Natureza Denominação Nível de atuação Quantidade


FPP-1 Direção Diretor-Geral Direção Superior 1
FPP-2 Direção Diretor Direção Superior 2
FPP-3 Direção Corregedor Direção Superior 1
Diretor da Academia de
FPP-4 Direção Apoio Especializado 1
Ciências Forenses
Diretor do Museu Parana-
FPP-4 Direção Apoio Especializado 1
ense de Ciências Forenses
Apoio Especializado ou
FPP-4 Chefia Chefe de Divisão 4
Execução
Apoio Especializado ou
FPP-4 Chefia Chefe de Grupo Auxiliar 3
Execução
FPP-4 Chefia Chefe de Gabinete Assessoramento 1
FPP-4 Chefia Chefe do Núcleo Assessoramento 4
Assessora-
FPP-5 Assessor Técnico Assessoramento 4
mento
Chefe de Unidade de Exe-
FPP-5 Chefia Atuação Regional 20
cução Técnico- Científica
Chefe de Seção ou Chefe Apoio Especializado, Exe-
FPP-6 Chefia 36
Adjunto de Unidade cução ou Atuação Regional
Total 78

ANEXO II
FUNÇÃO POLICIAL PRIVATIVA DE CONFIANÇA DEPARTAMENTO DE POLÍCIA CÍVIL

SIMBOLOGIA DENOMINAÇÃO ATRIBUIÇÃO UNIDADE ORGANIZACIONAL DE ALOCAÇÃO QUANTIDADE


FPP1 DELEGADO-GERAL DIREÇÃO DEPARTAMENTO DA POLÍCIA CIVIL 1
DELEGADO-GERAL
FPP2 DIREÇÃO DEPARTAMENTO DA POLÍCIA CIVIL 1
ADJUNTO
CORREGEDOR- GE-
FPP3 RAL DA POLÍCIA DIREÇÃO DEPARTAMENTO DA POLÍCIA CIVIL 1
CIVIL
FPP4 COORDENADOR CHEFIA COORDENAÇÃO DE INFORMÁTICA 1
FPP4 DIRETOR DIREÇÃO ESCOLA SUPERIOR DE POLÍCIA CIVIL 1
FPP4 CHEFE CHEFIA GRUPO AUXILIAR DE RECURSOS HUMANOS 1

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

FPP4 CHEFE CHEFIA GRUPO AUXILIAR FINANCEIRO 1


FPP4 CHEFE CHEFIA GRUPO AUXILIAR DE PLANEJAMENTO 1
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA DIE - DIVISÃO DE INFRAESTRUTURA 1
AIPC - AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
CIVIL
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA DPE - DIVISÃO DE POLÍCIA ESPECIALIZADA 1
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA DPCAP - DIVISÃO POLICIAL DA CAPITAL 1
DCCP - DIVISÃO DE CRIMES CONTRA O PATRI-
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
MÔNIO
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA DPI - DIVISÃO POLICIAL DO INTERIOR 1
DPMETRO - DIVISÃO DE POLÍCIA METROPO-
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
LITANA
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA DIC - DIVISÃO DE INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS 1
DENARC - DIVISÃO ESTADUAL DE NARCÓTI-
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
COS
TIGRE - TÁTICO INTEGRADO DE GRUPOS DE
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
REPRESSÃO ESPECIAL
COPE - CENTRO DE OPERAÇÕES POLICIAIS
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
ESPECIAIS
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO DO PARANÁ 1
DHPP - DIVISÃO DE HOMICÍDIOS E PROTEÇÃO
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
À PESSOA
DECCOR - DIVISÃO ESTADUAL DE COMBATE À
FPP4 CHEFE DE DIVISÃO CHEFIA 1
CORRUPÇÃO
FPP5 ASSESSOR TÉCNICO ASSESSORAMENTO SECRETARIA EXECUTIVA 1
FPP5 ASSESSOR TÉCNICO ASSESSORAMENTO ASSESSORIA 8
CHEFE DE SUBDI-
FPP5 CHEFIA SUBDIVISÃO POLICIAL 22
VISÃO
CHEFE DE CARTÓ-
RIO CENTRAL DE
FPP8 CHEFIA SUDDIVISÃO POLICIAL 22
SEDE DE SUBDIVI-
SÃO POLICIAL
CHEFE DAS EQUI-
PES DE INVESTI-
FPP8 GAÇÃO DE SEDE CHEFIA SUBDIVISÃO POLICIAL 22
DE SUBDIVISÃO
POLICIAL
INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO DO ESTADO
FPP8 ASSESSOR TÉCNICO ASSESSORAMENTO 2
DO PARANÁ
TOTAL 99

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - Classe é o agrupamento de cargos da mesma denominação e


LEI ESTADUAL 6174/1970 (ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLI- com iguais atribuições e responsabilidades;
CO DO PARANÁ) II - Série de Classes é o conjunto de classes da mesma nature-
za de trabalho, dispostas hierarquicamente, de acordo com o grau
de complexidade ou dificuldade das atribuições e com o nível de
LEI Nº 6174 - 16 DE NOVEMBRO DE 1970 responsabilidade, constituindo a linha natural de promoção do fun-
cionário;
A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu III - Grupo Ocupacional é o conjunto de séries de classes ou
sanciono a seguinte lei: classes que dizem respeito a atividades profissionais correlatas ou
afins, quanto à natureza dos respectivos trabalhos ou ao ramo de
TÍTULO I conhecimentos aplicados em seu desempenho;
IV - Serviço é a justaposição de grupos ocupacionais, tendo em
CAPÍTULO ÚNICO vista a similaridade ou a conexidade das respectivas atividades pro-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES fissionais.
Art. 11. As atribuições, responsabilidades e características per-
Art. 1º. O presente Estatuto estabelece o regime jurídico dos tinentes a cada classe são especificadas em regulamento.
funcionários civís do Poder Executivo do Estado do Paraná. Parágrafo único. As especificações para cada classe compre-
Art. 2º. Funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo endem, além de outros, os seguintes elementos: denominação,
público, que percebe dos cofres estaduais vencimentos ou remune- código, descrição sintética das atribuições e responsabilidades,
ração pelos serviços prestados. exemplos típicos de tarefas, características especiais, qualificações
exigidas, forma de recrutamento, linhas de promoção e de acesso.
TÍTULO II
DOS CARGOS E DA FUNÇÃO GRATIFICADA SEÇÃO III
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
CAPÍTULO I
DOS CARGOS Art. 12. Os cargos de provimento em comissão se destinam a
atender encargos de direção, de chefia, de consulta ou de assesso-
SEÇÃO I ramento.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES §1º. Os cargos de que trata este artigo são providos através de
livre escolha do Chefe do Poder Executivo, por pessoas que reúnam
Art. 3º. Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades as condições necessárias à investidura no serviço público e compe-
cometidas a um funcionário, identificando-se pelas características tência profissional.
de criação por lei, denominação própria, número certo e pagamen- §2º. A escolha dos ocupantes de cargos em comissão poderá
to pelos cofres do Estado. recair, ou não, em funcionários do Estado.
Art. 4º. Os cargos públicos do Poder Executivo do Estado do Pa- §3º. No caso de recair a escolha em funcionário de órgão públi-
raná são acessíveis a todos os brasileiros, preenchidas as condições co não subordinado ao Governo Estadual, o ato de nomeação será
prescritas em lei e regulamento. precedido da necessária autorização da autoridade competente.
Art. 5º. A nomeação em caráter efetivo para cargo público exi- §4º. Sempre que o interesse da Administração o exigir, o Chefe
ge aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e do Poder Executivo poderá dispensar os requisitos relativos à habili-
títulos, salvo as exceções legais. tação profissional legalmente indicada em cada caso, salvo quando
Art. 6º. É vedada a atribuição, ao funcionário, de encargos ou por lei for exigida habilitação de nível técnico-científico.
serviços diferentes das tarefas próprias do seu cargo, como tal defi- §5º. A posse em cargo em comissão determina o concomitante
nidas em lei ou regulamento, ressalvado o caso de readaptação por afastamento do funcionário do cargo efetivo de que for titular, res-
redução da capacidade física e deficiência de saúde, na forma do salvados os casos de acumulação legal comprovada.
art. 120, inciso I. Art. 13. As atribuições e responsabilidades dos cargos em co-
Art. 7º. Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de pro- missão são definidas nas leis próprias ou nos regulamentos das res-
vimento de comissão. pectivas repartições.
SEÇÃO II CAPÍTULO II
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DO QUADRO DE PESSOAL
Art. 8º. Os cargos de provimento efetivo se dispõem em classes Art. 14. O Quadro compreende:
singulares ou séries de classes. I - Parte Permanente;
Parágrafo único. Declarados extintos ao vagarem, os cargos de II - Parte Suplementar.
provimento efetivo não precisam conformar-se ao disposto neste §1°. A Parte Permanente é integrada pelos cargos de provimen-
artigo. to efetivo e em comissão, considerados essenciais à Administração.
Art. 9º. As classes e séries de classes integram grupos ocupacio- §2º. A Parte Suplementar agrupa os cargos automaticamente
nais, que se compõem em Serviços. suprimidos, quando vagarem, assim estabelecidos em lei.
Art. 10. Para os efeitos desta lei:

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§3º. A lotação numérica dos órgãos da Administração Direta, TÍTULO III


a ser atendida com o pessoal integrante do Quadro, é regulada por DO PROVIMENTO DOS CARGOS
Decreto executivo.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO III DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
DA FUNÇÃO GRATIFICADA
Art. 18. Os cargos públicos são providos por:
Art. 15. A função gratificada é vantagem acessória ao venci- I - nomeação;
mento do funcionário, não constitui emprego e é atribuída pelo II - promoção;
exercício de encargos de chefia, assessoramento, secretariado e ou- III - acesso;
tros para cujo desempenho não se justifique que a criação de cargo IV - transferência;
em comissão. V - readmissão;
§1º. Desde que haja recursos orçamentários para esse fim, o VI - reintegração;
Poder Executivo poderá criar funções gratificadas, para atribuições VII - aproveitamento;
previstas em regulamento próprio, onde se estabelecerá a compe- VIII - reversão;
tência para designar os servidores para exercê-las. IX - readaptação.
§2º. A dispensa da função gratificada cabe à autoridade com- Art. 19. A primeira investidura em cargo de provimento efeti-
petente para a respectiva designação. vo dependerá de habilitação em concurso público de provas ou de
§3º. A designação para função gratificada vigora a partir da provas e títulos, asseguradas as mesmas oportunidades para todos,
data da publicação do respectivo ato, competindo à autoridade a observados os casos previstos em lei, em que a investidura dependa
que se subordinará o funcionário designado dar-lhe exercício ime- também de habilitação em curso mantido por instituição oficial do
diato. Estado.
Art. 15A. O servidor ocupante de cargo efetivo, o militar ou o Parágrafo único. Vetado ... .
empregado permanente de qualquer dos Poderes da União, dos Art. 20. Excetuados os casos de acumulação previstos em lei e
Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal investido no cargo verificados pelo órgão competente, não poderá o funcionário, sem
de Secretário de Estado poderá optar por uma das remunerações a prejuízo do seu cargo, ser provido em outro cargo efetivo.
seguir discriminadas: (Incluído pela Lei 21388 de 05/04/2023) Art. 21. Compete ao Chefe do Poder Executivo prover, por de-
I - a remuneração do cargo efetivo ou do subsídio do respec- creto, os cargos públicos estaduais, na conformidade da Constitui-
tivo cargo de Secretário de Estado; (Incluído pela Lei 21388 de ção e das leis em vigor.
05/04/2023) Art. 22. Pode ser provido em cargo público somente quem sa-
II - a diferença entre o subsídio do respectivo cargo de Secre- tisfizer os requisitos seguintes:
tário de Estado e a remuneração do cargo efetivo, do posto ou gra- I - ser brasileiro;
duação, ou do emprego; (Incluído pela Lei 21388 de 05/04/2023) II - ser maior de dezoito anos;
III - a remuneração do cargo efetivo, do posto ou graduação, ou III - haver cumprido as obrigações e os encargos militares pre-
do emprego, acrescida do percentual de 70% (setenta por cento) do vistos em lei;
respectivo cargo de Secretário de Estado. (Incluído pela Lei 21388 IV - estar em pleno gozo dos direitos políticos;
de 05/04/2023) V - ter boa conduta;
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo aos ser- VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
vidores ocupantes de cargo efetivo, ao militar ou ao empregado VII - possuir aptidão para o exercício do cargo;
permanente de outros entes federados que possuam legislação VIII - ter satisfeito as condições especiais previstas para deter-
funcional específica que regulamente a matéria. (Incluído pela Lei minados cargos.
21388 de 05/04/2023) Art. 23. Sob pena de responsabilidade da autoridade que der
Art. 16. O Chefe do Poder Executivo Estadual é a autoridade posse, o ato de provimento deverá conter as seguintes indicações:
competente para regulamentar e classificar as funções gratificadas, I - existência de vaga, com os elementos capazes de identificá-
com base, entre outros, nos princípios de hierarquia funcional, ana- -la;
logia das funções, importância, vulto e complexidade das respecti- II - em caso de acumulação de cargos, referência ao ato ou pro-
vas atribuições. cesso em que foi autorizada.
§1º. Na regulamentação determinar-se-á a correlação funda-
mental entre as atribuições do cargo efetivo e as da função gratifi- CAPITULO II
cada, para cujo exercício for designado o funcionário. DA NOMEAÇÃO
§2º. Sempre que o interesse público o exigir, o Chefe do Poder
Executivo poderá dispensar, em cada caso e temporariamente, a Art. 24. A nomeação será feita:
correlação a que alude o parágrafo anterior. I - em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na
Art. 17. As gratificações de função têm os valores fixados em Constituição;
lei. II - em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação para clas-
se singular ou para classe inicial de série de classes;
III - em comissão, quando se tratar de cargo que, em virtude de
lei, assim deva ser provido; (vide Decreto 724 de 27/02/2019) (vide
Decreto 2759 de 19/09/2019)

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV - em substituição, no impedimento legal de ocupante de car- dos Estados, dos Municípios, de autarquias, empresas públicas, so-
go em comissão. ciedades de economia mista ou fundações instituidas pelo Poder
Art. 25. A nomeação observará o número de vagas existentes, Público, ou sem provar que solicitou exoneração ou dispensa do
obedecerá rigorosamente à ordem de classificação no concurso e cargo ou função que ocupava em qualquer dessas entidades.
será feita para a respectiva classe singular ou classe inicial da série Art. 36. São competentes para dar posse:
de classes, atendido o requisito de aprovação em exame de saúde, I - O Chefe do Poder Executivo, às autoridades que lhe sejam
ressalvados os casos de incapacidade física parcial, que, de acordo diretamente subordinadas;
com a lei, não impeçam o exercício do cargo. II - O Secretário de Estado, aos nomeados para cargos em co-
Art. 26. Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato missão, até o nível departamental, inclusive;
ou omissão pelos quais for responsável o nomeado, a posse não se III - Os Diretores, aos funcionários que lhes forem subordina-
verificar no prazo estabelecido no art. 41. dos.
Art. 37. A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um ter-
CAPÍTULO III mo, no qual o nomeado prestará o compromisso de desempenhar
DO CONCURSO com lealdade e exação os deveres do cargo e cumprir fielmente a
Constituição, as leis e regulamentos, envidando esforços em bem
Art. 27. A realização de concurso para provimento de cargos do do Estado e do regime.
Quadro Único caberá ao órgão central do Pessoal do Estado. Parágrafo único. O termo será assinado pelo nomeado e pela
Art. 28. Os concursos são de provas ou de provas e títulos. autoridade que lhe der posse.
Art. 29. O concurso de que trata o art. 5º., será realizado para Art. 38. No ato da posse, será apresentada declaração, pelo
o provimento de cargos vagos nas classes iniciais das séries de clas- funcionário empossado, dos bens e valores que constituem o seu
ses ou nas classes singulares que não estejam sujeitas a regime de patrimônio, nos termos da regulamentação própria.
provimento por acesso. Art. 39. Poderá haver posse por procuração, com poderes ex-
Art. 30. Das instruções para o concurso constarão: o limite de pressos, quando se tratar de funcionário ausente do País, em mis-
idade dos candidatos, que não poderá exceder de quarenta e cinco são do Governo, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da autorida-
anos completos; o número de vagas a serem providas, distribuídas de competente.
por especialização; o prazo de validade do concurso, de dois anos, Art. 40. A autoridade que der posse verificará, sob pena de
prorrogável a juízo do Chefe do Poder Executivo. responsabilidade, se foram satisfeitas as condições legais para esse
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 12689 de 18/10/1999) fim.
Art. 31. Encerradas as inscrições, legalmente processadas, para Parágrafo único. Nenhum funcionário poderá tomar posse sem
concurso destinado ao provimento de qualquer cargo, não se abri- exibir o título de nomeação.
rão novas antes de sua realização. Art. 41. A posse terá lugar no prazo de trinta dias da publicação,
Art. 32. Independe de limite de idade a inscrição em concurso no órgão oficial de divulgação, do ato de provimento.
de funcionário do Estado, da Administração direta ou indireta quan- §1º. A requerimento do interessado ou de seu representante
do o provimento do cargo objeto do concurso não vier a ensejar legal, o prazo para a posse poderá ser prorrogado ou revalidado
acumulação com cargo já ocupado pelo candidato. pela autoridade competente, até o máximo de trinta dias, a contar
Art. 33. O ocupante interino de cargo será inscrito ex-officio no do término do prazo de que trata este artigo.
primeiro concurso que se realizar, devendo satisfazer as formalida- §2º. O prazo inicial para o funcionário em férias ou em licença,
des da inscrição. exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares, será
Parágrafo único. Homologado o concurso, serão exonerados contado da data em que o funcionário voltar ao serviço.
todos os interinos. §3º. Se a posse não se der dentro do prazo inicial e da prorro-
gação ou da revalidação, desde que concedidas, será a nomeação
CAPÍTULO IV tornada sem efeito, por decreto.
DA POSSE
CAPÍTULO V
Art. 34. Posse é o ato que completa a investidura em cargo pú- DA FIANÇA
blico.
Parágrafo único. Independem de posse os casos de promoção, Art. 42. O funcionário nomeado para cargo cujo provimento
acesso, reintegração e designação para função gratificada. dependa da prestação de fiança não poderá entrar em exercício
Art. 35. São requisitos para a posse, além dos exigidos pelo art. sem prévia satisfação dessa exigência.
22: §1º. A fiança poderá ser prestada em:
I - habilitação prévia em concurso público, nos casos de provi- I - dinheiro;
mento efetivo em cargo inicial; II - título da dívida pública;
II - cumprimento das condições especiais previstas em lei ou III - apólice de seguro de fidelidade funcional, emitida por insti-
regulamento para determinados cargos ou séries de classes. tuição oficial ou legalmente autorizada para esse fim.
§1º. A prova das condições a que se referem os incisos I e II, do §2º. Não se admitirá o levantamento da fiança antes de toma-
art. 22 e inciso I, deste artigo, não será exigida nos casos dos incisos das as contas do funcionário.
IV, V, VII, VIII e IX, do art. 18.
§2º. Salvo menção expressa do regime de acumulação no ato
de posse, ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo, sem
declarar que não exerce outro cargo ou função pública da União,
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CAPÍTULO VI Art. 49. O número de dias que o funcionário gastar em viagem


DO ESTÁGIO PROBATÓRIO para entrar em exercício será considerado, para todos os efeitos,
como de efetivo exercício.
Art. 43. Estágio probatório é o período de dois anos de efeti- Art. 50. O funcionário terá exercício na unidade administrativa
vo exercício, a contar da data do início deste, durante o qual são em que for lotado.
apurados os requisitos necessários à confirmação do funcionário no §1º. Nenhum funcionário poderá ter exercício em unidade ad-
cargo efetivo para o qual foi nomeado. ministrativa diferente daquela em que estiver lotado, salvo os casos
§1º. Os requisitos de que trata este artigo são os seguintes: previstos neste Estatuto ou prévia autorização do Chefe do Poder
I - idoneidade moral; Executivo.
II - assiduidade; §2º. Na hipótese do parágrafo anterior, o afastamento do fun-
III - disciplina; cionário só será permitido para fim determinado e por prazo certo.
IV - eficiência. Art. 51. Entende-se por lotação o número de servidores, por
§2º. Para efeito do estágio probatório será contada a interini- categoria funcional, que devem ter exercício em cada unidade ad-
dade no mesmo cargo, desde que não tenha havido interrupção. ministrativa.
§3º. Quando funcionário em estágio probatório não preencher Art. 52. O afastamento do funcionário só se verifica nos casos
qualquer dos requisitos enumerados no §1º. deste artigo, caberá ao previstos neste Estatuto.
seu chefe imediato, sob pena de responsabilidade, iniciar o proces- §1º. O afastamento do servidor não se prolongará por mais
so competente, dando ciência do fato ao interessado. de oito anos consecutivos, salvo quando: (Redação dada pela Lei
§4º. O processo referido no parágrafo anterior se conformará 20198 de 30/04/2020)
ao que dispuser a regulamentação própria. I - para o exercício de cargo de direção ou em comissão nos
§5º. Na ausência da iniciativa do Chefe imediato do estagiário Governos da União, dos Estados ou dos Municípios; (Incluído pela
de que trata o §3º., deste artigo, será este automaticamente con- Lei 20198 de 30/04/2020)
firmado no cargo. II- quando posto à disposição da Presidência da República; (In-
cluído pela Lei 20198 de 30/04/2020)
CAPÍTULO VII III- para exercício de cargo eletivo no âmbito federal, estadual
DO EXERCÍCIO ou municipal, casos em que poderá permanecer afastado duran-
te o tempo em que perdurar a comissão ou a requisição ou du-
SEÇÃO I rante o prazo do respectivo mandato; (Incluído pela Lei 20198 de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 30/04/2020)
IV- para servir a organismo internacional, do qual o Brasil parti-
Art. 44. O início, a interrupção e o reinício do exercício serão cipe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei 20198 de 30/04/2020)
registrados no assentamento individual do funcionário. §2º. Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Estado, para
Parágrafo único. O início do exercício e as alterações que neste estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os
ocorrerem serão comunicados pelo Chefe da repartição ou serviço cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do Chefe
em que estiver lotado o funcionário ao órgão competente. do Poder Executivo.
Art. 45. Ao Chefe da unidade administrativa para a qual for de- §3º. Preso preventivamente, pronunciado por crime comum ou
signado o funcionário compete dar-lhe exercício. denunciado por crime funcional, ou, ainda, condenado por crime
Art. 46. O exercício do cargo ou da função terá início no prazo inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, o funcionário
de trinta dias contados da data: será afastado do exercício, até decisão final passada em julgado.
I - da publicação oficial do ato, no caso de reintegração, remo- §4º. Durante o afastamento, o funcionário perderá um terço
ção e transferência; do vencimento ou remuneração, tendo direito à diferença, se for, a
II - da posse, nos demais casos. final, absolvido.
§1º. Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados, §5º. No caso de condenação, se esta não for de natureza que
por solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente, determine a demissão do funcionário, continuará o mesmo afasta-
desde que a prorrogação não exceda de trinta dias. do do exercício, nos termos do disposto pelo Art. 160.
§2º. O funcionário removido ou transferido, quando licenciado, §6º. O afastamento previsto no inciso IV do §1º deste artigo
terá quinze dias de prazo para entrar em exercício, a partir do tér- dar-se-á com perda integral da remuneração, mediante autorização
mino da licença. do Chefe do Poder Executivo, até 31 de dezembro do respectivo
§3º. O funcionário removido ou transferido para repartição si- ano, e o pedido de prorrogação deve ser protocolado com ante-
tuada na mesma sede, terá oito dias de prazo para entrar em exer- cedência, mínima, de sessenta dias do encerramento do ano civil.
cício. (Incluído pela Lei 20198 de 30/04/2020)
Art. 47. A promoção não interrompe o exercício, que é contado
na nova classe a partir da data da publicação do ato que promover SEÇÃO II
o funcionário. DO REGIME DE TRABALHO
Art. 48. Será demitido o funcionário que não entrar em exercí-
cio no prazo de trinta dias e aquele que interromper o exercício por Art. 53. O Chefe do Poder Executivo determinará, por decreto,
igual prazo, ressalvados os casos que encontrem amparo em outras quando não discriminados em lei ou regulamento:
disposições deste Estatuto. I - para as repartições, horários de trabalho normal;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - para cada cargo, o mínimo de horas exigíveis por semana, §2º. A disposição deste artigo não se aplica aos titulares de
especialmente se sua natureza acarreta prestação de serviços à noi- cargos que, pela sua natureza, exigem tempo integral e dedicação
te, sábados, domingos e feriados; exclusiva, especialmente os da Polícia Militar do Estado, do Minis-
III - o regime de trabalho em turnos, quando for aconselhável, tério Público, da magistratura, bem como os de conselheiro, audi-
indicando o número certo de horas de trabalho exigível por sema- tor e procurador do Tribunal de Contas. (Incluído pela Lei 6188 de
na, respeitada a legislação em vigor; 29/03/1971)
IV - quais os funcionários que, em virtude das atribuições que Art. 57. O regime de trabalho, a que se refere o artigo anterior,
desempenham, não estão obrigados a “ponto”. poderá ser aplicado em caráter obrigatório, a critério do Chefe do
§1º. O horário de trabalho normal, estabelecido para todos os Poder Executivo, tendo em vista a essencialidade, complexidade e
serviços estaduais, ou para determinados órgãos, cargos ou fun- responsabilidade de determinadas funções, cargos ou atribuições,
ções, não poderá exceder a quarenta horas, nem ser inferior a trinta bem como as condições e a natureza do trabalho das unidades ad-
e duas horas e meia semanais. ministrativas correspondentes.
§2º. Excetua-se do limite mínimo fixado no parágrafo anterior, Art. 58. Considera-se regime de tempo integral o exercício da
o regime de trabalho expressamente estabelecido em lei para os atividade funcional sob dedicação exclusiva, ficando o funcionário
funcionários que operem com Raios X e substâncias radioativas, proibido de exercer cumulativamente outro cargo, função ou ativi-
próximos às fontes de irradiação, e outros abrangidos por legislação dade particular de caráter profissional ou público de qualquer na-
federal específica. tureza.
§3º. Não haverá expediente aos sábados nos órgãos da Admi- Parágrafo único. Não se compreendem na proibição deste ar-
nistração direta e indireta do Estado, exceção daqueles que, pela tigo:
sua natureza especial de segurança, ensino, saúde e imprensa, I - o exercício em um órgão de deliberação coletiva, desde que
sejam imprescindíveis à comunidade. (Incluído pela Lei 6291 de relacionado com o cargo exercido em tempo integral;
22/06/1972) II - as atividades que, sem caráter de emprego, se destinam
Art. 54. A frequência ao serviço será apurada: à difusão e aplicação de ideias e conhecimentos, excluídas as que
I - através de “ponto”; prejudiquem ou impossibilitem a execução das tarefas inerentes ao
II - pela forma determinada pelo Chefe do Poder Executivo, regime de tempo integral;
quanto a funcionários não obrigados a “ponto”. III - a prestação de assistência não remunerada a outros servi-
Parágrafo único. “Ponto” é o controle diário do comparecimen- ços, visando à aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos,
to e da permanência do funcionário no serviço, devendo, registrar quando solicitada através da repartição a que pertence o funcio-
todos os elementos necessários à apuração da frequência, prefe- nário.
rentemente por meios mecânicos. Art. 59. O funcionário que se achar legalmente acumulando e
Art. 55. Nos dias úteis, só por determinação do Chefe do Poder for colocado em regime de tempo integral em razão de um dos car-
Executivo podem deixar de funcionar as repartições estaduais ou gos, será automaticamente afastado de outro, com perda de ven-
ser suspensos os seus trabalhos. cimentos e demais vantagens financeiras, a partir da data em que
Parágrafo único. nos casos especiais, em que se deva, por mo- assinar o competente termo de compromisso.
tivo de segurança ou forca maior, suspender os trabalhos da repar- §1º. Na hipótese prevista neste artigo e quando o funcionário
tição, essa medida será determinada pelo Secretário do Estado ou ocupar cargo de provimento em comissão, em razão do qual tenha
Diretor de Departamento autônomo, ad referendum do Chefe do sido submetido ao regime de tempo integral e dedicação exclusi-
Poder Executivo. va, ficará automaticamente afastado do cargo ou cargos que vinha
exercendo antes daquela investidura, com perda dos respectivos
SEÇÃO III vencimentos e demais vantagens financeiras, sem prejuízo de con-
DO REGIME DE TEMPO INTEGRAL E DEDICAÇÃO tagem de tempo.
EXCLUSIVA §2º. Cessada a sujeição do funcionário ao regime de tempo
integral e dedicação exclusiva, reassumirá ele, automaticamente,
Art. 56. O regime de tempo integral e dedicação exclusiva po- o cargo ou cargos, dos quais houver sido afastado, observadas as
derá ser aplicado, no interesse da Administração e ressalvado o di- disposições legais sobre a reassunção do exercício.
reito de opção, na forma que a lei dispuser: Art. 60. Pelo exercício de cargo em regime de tempo integral e
I - aos que exerçam atividades de pesquisas; dedicação exclusiva, perceberá o funcionário gratificação mensal in-
II - aos que exerçam atividades científicas; divisível, fixada por Decreto, nos termos do disposto pelo Art. 177,
III - aos que exerçam atividades de natureza técnica; desta Lei.
IV - a ocupante de cargo ou função que envolva responsabilida- Parágrafo único. O funcionário que ocupar mais de um cargo,
de de direção, chefia ou assessoramento; mediante acumulação legalmente permitida, e estiver submetido
V - ao conjunto de funcionários de determinadas unidades ao regime de tempo integral e dedicação exclusiva, poderá, ao pas-
administrativas ou de setôres das mesmas, quando a natureza do sar à inatividade, optar pela situação que mais lhe convier, observa-
trabalho o exigir. do o disposto neste artigo, sendo vedada a acumulação dos benefí-
§1º. Em casos excepcionais, devidamente justificados, o regime cios em ambos os cargos, a qualquer título.
de tempo integral e dedicação exclusiva poderá ser aplicado, indivi- Art. 61. O regime de tempo integral obriga a um mínimo de
dualmente, a qualquer funcionário que esteja incluído numa das hi- quarenta e duas horas e meia semanais de trabalho, sem prejuízo
póteses indicadas neste artigo, mediante proposta do dirigente da de permanecer o funcionário à disposição do órgão em que estiver
unidade administrativa. (Renumerado pela Lei 6188 de 29/03/1971) em exercício, sempre que as necessidades do serviço assim o exi-
girem.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 62. O funcionário colocado em regime de tempo integral o interesse da administração e a hipótese de motivo de saúde, uma
e dedicação exclusiva assinará termo de compromisso, em que vez comprovadas, por junta médica oficial, as razões apresentadas
declare vincular-se ao regime, obrigando-se a cumprir os horários pelo interessado.
ao mesmo inerentes, fazendo jus aos seus benefícios somente en- Art. 69. A remoção por permuta será processada a pedido es-
quanto nele permanecer. crito de ambos os interessados e de acordo com as demais disposi-
Parágrafo único. Verificada em processo administrativo a infrin- ções deste Capítulo.
gência do compromisso decorrente do regime de tempo integral e
dedicação exclusiva, o funcionário ficará sujeito à pena de demis- CAPÍTULO IX
são, sem prejuízo da responsabilidade criminal e civil. DA SUBSTITUIÇÃO

SEÇÃO IV Art. 70. Haverá substituição nos casos de impedimento legal ou


DO DESVIO DE FUNÇÃO afastamento do titular de cargo em comissão ou função gratificada.
Parágrafo único. A regulamentação estabelecerá as autorida-
Art. 63. Nenhum servidor poderá desempenhar atribuições di- des competentes para designar substitutos de titulares de cargos
versas das pertinentes à classe a que pertence, salvo se se tratar em comissão ou função gratificada.
de função gratificada, de cargo em comissão ou no caso de subs- Art. 71. A substituição será automática ou dependerá de ato da
tituição. administração.
§1º. Em caso de necessidade imperiosa de serviço, poderão §1º. A substituição automática é a feita por funcionário previa-
ser cometidos ao servidor, mediante prévia autorização do órgão mente designado substituto do titular e será remunerado por todo
competente, por prazo não superior a seis meses, atribuições não o período, sempre que exceder de dez dias.
compreendidas na especificação de seu cargo. §2º. A substituição que depender de ato da administração será
§2º. Cessados os motivos de desvio de função ou decorrido o sempre remunerada.
prazo do parágrafo anterior, deverá o servidor retornar às ocupa- §3º. A substituição perdurará durante todo o afastamento do
ções que competem à sua classe. substituído, salvo no caso de nomeação ou designação de outro
Art. 64. Apurado que o servidor tenha sido desviado de função, ocupante para o cargo ou função, objeto da substituição, ou, ainda,
com inobservância dos preceitos da lei, o órgão de administração no caso de nova designação de substituto.
de pessoal organizará processo próprio e proporá as medidas e san- Art. 72. Durante o tempo de substituição remunerada, o subs-
ções cabíveis, inclusive à autoridade que houver permitido. tituto receberá o vencimento ou gratificação do cargo ou função,
§1º. O desempenho, pelo servidor, de atribuição diversa da ressalvado o caso de opção e vedada a percepção cumulativa de
pertinente à classe a que pertencer, não poderá, em caso algum, vencimentos, gratificações ou vantagens.
acarretar a sua reclassificação ou readaptação. Art. 73. Em caso de vacância, e até o seu provimento, poderá
§2º. Apurado o desvio de função não permitido por lei, será ser designado, pela autoridade competente, na forma da regula-
aplicada ao servidor, quando for o caso, a penalidade de suspensão, mentação própria, um responsável pelo expediente do cargo ou
sem vencimento, até que retorne às ocupações que competem à função.
sua classe, sem prejuízo das demais cominações legais que coube- Parágrafo único. Ao responsável pelo expediente se aplicam as
rem. disposições do art. 72, referentes à percepção do vencimento ou
gratificação do cargo ou função pelo qual responder.
CAPÍTULO VIII
DA REMOÇÃO CAPÍTULO X

Art. 65. Remoção é o deslocamento do funcionário de um para DA PROMOÇÃO


outro órgão, ou unidade administrativa, e processar-se-á ex-offício
ou a pedido do funcionário. Art. 74. Promoção é a elevação do funcionário à classe imedia-
Parágrafo único. A remoção respeitará a lotação dos órgãos ou tamente superior àquela a que pertence, dentro da mesma série
unidades administrativas interessados e será realizada, no âmbito de classes, obedecidos os critérios de merecimento e antiguidade,
de cada um, pelos respectivos chefes, cabendo ao Chefe do Poder alternadamente.
Executivo efetuá-la de uma para outra Secretaria ou órgão que lhe Art. 75. Não poderá haver promoção de funcionário interino,
seja diretamente subordinado. em estágio probatório, ou em disponibilidade.
Art. 66. A remoção em qualquer caso dependerá da existência Parágrafo único. Não haverá também promoção para classe em
de claros na lotação. que houver cargo excedente.
Art. 67. Ao funcionário será assegurado o direito de remoção Art. 76. Merecimento é a demonstração, por parte do funcio-
para cargo equivalente, no lugar de residência do cônjuge, se este nário, durante a sua permanência na classe, de fiel cumprimento
também for servidor público. dos seus deveres e de eficiência no exercício do cargo, apurada na
Parágrafo único. Na impossibilidade de ocorrer a remoção, apli- forma regulamentar, bem como da posse de qualificações e apti-
car-se-á o disposto no art. 245. dão necessárias ao desempenho das atribuições da classe imedia-
Art. 68. O interino não poderá ser removido, nem ter exercí- tamente superior.
cio em repartição ou serviço sediado em outra localidade que não Parágrafo único. Da apuração do merecimento será dado co-
aquela para a qual foi inicialmente nomeado ou lotado, ressalvados nhecimento ao funcionário.
Art. 77. A antiguidade será determinada pelo tempo de efetivo
exercício na classe, apurado em dias.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§1º. Havendo fusão de classes, a antiguidade abrangerá o efe- CAPÍTULO XI


tivo exercício na classe anterior. DO ACESSO
§2º. O tempo de exercício interino, continuado ou não, será
contado como antiguidade de classe, para efeito de promoção, Art. 88. Acesso é o ingresso do funcionário da classe final de
quando o funcionário for nomeado em virtude de concurso para o uma série de classes na classe inicial de outra de formação profis-
mesmo cargo. sional afim, porém de escalão superior, pelos critérios de mereci-
Art. 78. Poderão concorrer à promoção por merecimento so- mento e antiguidade, alternadamente, observadas estritamente as
mente os funcionários colocados, por ordem de antiguidade, nos linhas de correlação definidas em Lei atendidos o requisito de habi-
dois primeiros terços da lista, ressalvada a hipótese de mais vagas litação profissional e o interstício na classe.
do que candidatos, quando poderão ser promovidos os integrantes Parágrafo único. Entende-se por série de classes auxiliar aquela
do terceiro terço. da qual for facultado acesso a outra, de atividade correlata, tarefas
§1º. A promoção por merecimento recairá no funcionário esco- mais complexas, maior grau de responsabilidade e vencimento su-
lhido pelo Chefe do Poder Executivo, dentre os que figurem na lista perior, entendendo-se esta como série de classes principal.
previamente organizada pelo órgão competente. Art. 89. Será de dois anos de efetivo exercício na classe o in-
§2º. A lista será organizada para cada classe, e da mesma cons- terstício para o funcionário concorrer ao acesso, reduzindo-se para
tarão os nomes dos funcionários de maior merecimento, em núme- trezentos e sessenta e cinco dias quando não houver funcionário
ro triplo ao das vagas a serem providas por este critério. que possua aquele tempo.
Art. 79. As promoções serão realizadas de seis em seis meses, Art. 90. Para o acesso à série de classes cujo ingresso dependa
desde que verificada a existência de vagas. de apresentação de tese, este título será obrigatoriamente exigido;
§1º. Não decretada no prazo legal, a promoção produzirá seus para o acesso à série de classes, cujo exercício dependa de habilita-
efeitos a partir do último dia do respectivo semestre. ção profissional específica, fica o candidato obrigado a apresentar
§2º. Para todos os efeitos, será considerado promovido o fun- o respectivo diploma ou certificado de habilitação em curso exigido
cionário que vier a falecer ou for aposentado sem que tenha sido pela legislação vigente.
decretada, no prazo legal, a promoção que lhe cabia por antiguida- Art. 91. Aplicam-se ao provimento por acesso as regras e de-
de. mais condições relativas à promoção.
Art. 80. Será de dois anos de efetivo exercício na classe o inters- Art. 92. O funcionário provido por acesso perceberá na nova
tício para promoção. classe o vencimento correspondente e terá reiniciada a contagem
Parágrafo único. Se não houver funcionário com o requisito in- do seu tempo de serviço, para efeito de promoção.
dicado neste artigo, poderá, seja por antiguidade seja por mereci- Art. 93. O acesso se processará de seis em seis meses, ime-
mento, concorrer à promoção o que contar pelo menos trezentos e diatamente após à época fixada para as promoções, sempre que
sessenta e cinco dias de efetivo exercício na classe. houver vagas e candidatos com interstício.
Art. 81. O funcionário promovido passará, na classe superior, a Parágrafo único. Se o acesso não se verificar na época própria,
contar novo interstício para efeito de nova promoção. os direitos dele decorrentes retroagirão ao último dia do prazo para
Art. 82. O funcionário submetido a processo disciplinar poderá esse fim fixado, desde que o servidor permaneça em atividade.
ser promovido, mas a promoção, se pelo critério de merecimento, Art. 94. Não poderá ser preenchida interinamente a vaga desti-
ficará sem efeito no caso de o processo resultar em penalidade. nada a provimento por acesso.
Art. 83. Havendo empate na classificação por antiguidade, Art. 95. O processo de provimento por acesso será organizado
terá preferência o funcionário de maior tempo de serviço no Esta- por Comissão de Acesso, instituída por Lei.
do; continuando o empate, terá preferência, sucessivamente, o de
maior tempo de serviço público, o de maior prole e o mais idoso. CAPÍTULO XII
Parágrafo único. No caso de promoção da classe inicial, o pri- DA TRANSFERÊNCIA
meiro desempate será determinado pela classificação obtida em
concurso. Art. 96. Transferência é a passagem do funcionário de uma clas-
Art. 84. O funcionário em exercício de mandato eletivo somen- se para outra, de igual nível de vencimento, mediante comprovação
te por antiguidade poderá ser promovido. prévia de habilitação, por meio de provas, e cumprido o necessário
Art. 85. Será declarado sem efeito o ato que houver decreta- interstício.
do indevidamente a promoção, em benefício daquele a quem de Art. 97. A transferência far-se-á:
direito cabia. I - a pedido do funcionário, atendida a conveniência do serviço;
§1º. O funcionário promovido indevidamente não ficará obri- II - ex-offício, no interesse da administração.
gado a restituir o que a mais houver recebido. §1º. Em hipótese alguma será permitida a transferência ex-offí-
§2º. O funcionário ao qual cabia a promoção será indenizado cio para outro cargo de vencimentos básicos diferentes.
da diferença de vencimento a que tiver direito. §2º. As transferências não poderão exceder de um terço das va-
Art. 86. O processo de promoção ficará a cargo de Comissão de gas de cada classe e só poderão ser efetuadas após a época prevista
Promoção instituída por Lei. para promoção e acesso.
Art. 87. O critério a que obedecer a promoção deverá vir ex- §3º. A transferência ex-offício não interromperá a contagem de
presso no decreto respectivo. tempo de serviço para efeito de promoção e acesso.
Art. 98. Caberá a transferência, atendidas as demais disposi-
ções previstas neste capítulo:
I - de um cargo para outro, de igual denominação;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - de cargo integrante de uma série de classes para outro de Art. 108. Reintegrado judicialmente o funcionário, quem lhe
série diferente; ocupava o lugar será exonerado ou será reconduzido ao cargo an-
III - de cargo integrante de uma série de classes para cargo de teriormente ocupado, sem direito, em ambos os casos, a qualquer
classe singular; indenização.
IV - de cargo de classe singular para cargo integrante de série Art. 109. O funcionário reintegrado será submetido a inspeção
de classes; médica e aposentado, quando julgado incapaz, no cargo em que
V - de cargo de classe singular para outro de classe singular houver sido reintegrado.
diferente.
Art. 99. O funcionário interino ou em estágio probatório não CAPÍTULO XV
poderá ser transferido. DO APROVEITAMENTO
Art. 100. É de dois anos o interstício obrigatório na classe, para
transferência. Art. 110. Aproveitamento é o retorno do funcionário em dispo-
Art. 101. A transferência por permuta, a pedido, será processa- nibilidade ao exercício de cargo público.
da a requerimento firmado por ambos os interessados e de acordo Art. 111. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário es-
com o prescrito neste Capítulo. tável em cargo de natureza e vencimento ou remuneração compatí-
Art. 102. Compete ao Chefe do Poder Executivo proferir deci- veis com os do anteriormente ocupado.
são final nos pedidos ou propostas de transferência, após o pronun- Parágrafo único. O aproveitamento dependerá de prova de ca-
ciamento conclusivo do órgão central de pessoal do Estado. pacidade, mediante inspeção médica.
Art. 112. Na ocorrência de vaga nos quadros do pessoal do Es-
CAPÍTULO XIII tado, o aproveitamento terá precedência sobre as demais formas
DA READMISSÃO de provimento.
§1º. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá pre-
Art. 103. Readmissão é o reingresso no serviço público estadu- ferência o de maior tempo de disponibilidade, e, em caso de empa-
al, sem ressarcimento de vencimentos e vantagens, do funcionário te, o de maior tempo de serviço público estadual.
exonerado ou demitido, depois de apurado em processo, quanto ao §2º. O aproveitamento far-se-á a pedido ou ex-offício, respeita-
segundo caso, que não subsistem os motivos que determinaram a da sempre a habilitação profissional.
demissão. §3º. Se o aproveitamento se der em cargo de vencimento in-
Parágrafo único. A readmissão dependerá de prova de capa- ferior ao provento da disponibilidade, terá o funcionário direito à
cidade, mediante inspeção médica, e da existência de vaga, a ser diferença.
provida pelo critério de merecimento. Art. 113. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
Art. 104. A readmissão far-se-á de preferência no cargo ante- disponibilidade do funcionário se este, cientificado expressamente
riormente ocupado pelo funcionário. do ato de aproveitamento, não tomar posse no prazo legal, com
Parágrafo único. A readmissão poderá efetivar-se em cargo de perda de todos os direitos de sua anterior situação, salvo caso de
vencimento ou remuneração equivalente ao anteriormente ocupa- doença comprovada em inspeção médica.
do pelo funcionário, atendido o requisito de habilitação profissio- Parágrafo único. Provada a inspeção médica a incapacidade de-
nal. finitiva, será decretada a aposentadoria, e para o cálculo do tempo
Art. 105. O tempo de serviço público estadual do readmitido, desta será levado em conta o período da disponibilidade.
anterior à sua exoneração ou demissão, será contado para todos os
efeitos legais. CAPITULO XVI
DA REVERSÃO
CAPÍTULO XIV
DA REINTEGRAÇÃO Art. 114. Reversão é o reingresso no serviço Público do funcio-
nário aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposenta-
Art. 106. A reintegração, que decorrerá de decisão administra- doria.
tiva ou judiciária, é o reingresso do funcionário no serviço público, Art. 115. A reversão far-se-á ex-offício ou a pedido, de prefe-
com ressarcimento dos vencimentos e vantagens do cargo. rência no mesmo cargo ou naquele em que se tenha transformado,
Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar a ou em cargo de vencimento ou remuneração equivalente ao do an-
reintegração será proferida em pedido de reconsideração, em re- teriormente ocupado, atendido o requisito de habilitação profissio-
curso ou em revisão de processo. nal.
Art. 107. A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu- §1º. Para que a reversão possa efetivar-se, é necessário que o
pado; se este houver sido transformado, no resultante da transfor- aposentado:
mação, e, se extinto, em cargo de nível de vencimento equivalente, a) não haja completado cinquenta e cinco anos de idade;
comprovada pelo órgão competente a habilitação do funcionário. b) não conte mais de vinte e cinco anos de tempo de serviço e
Parágrafo único. Não sendo possível fazer a reintegração pela de inatividade computados em conjunto;
forma prescrita neste artigo, será o ex-funcionário posto em dis- c) seja julgado apto em inspeção de saúde;
ponibilidade no cargo que exercia, cabendo-lhe a retribuição que d) tenha o seu retorno à atividade considerado como de inte-
percebia na data do afastamento. resse do serviço público, a juízo da Administração.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§2º. A reversão, a pedido, em cargo que a Lei determinar seja d) acumulação legal, desde que, no ato de provimento, conste
preenchido por promoção ou acesso, pelo critério de merecimento, esta circunstância.
somente será feita quando ficar comprovado inexistir funcionário VIII - falecimento.
habilitado ao seu preenchimento. Art. 124. Dar-se-á a exoneração:
Art. 116. A reversão do funcionário aposentado dará direito, I - a pedido;
em caso de nova aposentadoria, à contagem do tempo em que es- II - ex-offício:
teve aposentado. a) quando se tratar de cargo em comissão ou provido interina-
Art. 117. O funcionário que reverter não será aposentado nova- mente;
mente, sem que tenham decorrido cinco anos de efetivo exercício, b) quando não satisfeitas as condições de estágio probatório.
salvo se a aposentadoria for por motivo de saúde. Art. 125. A vaga ocorrerá na data:
Art. 118. Será tornada sem efeito a reversão do funcionário que I - da publicação do ato de promoção, acesso, transferência,
não tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais. readaptação, aposentadoria, exoneração ou demissão do ocupante
do cargo;
CAPÍTULO XVII II - da posse em outro cargo, observado o disposto no inciso
DA READAPTAÇÃO VII, do art. 123;
III - do falecimento do ocupante do cargo;
Art. 119. Readaptação é o provimento do funcionário em cargo IV - da vigência do ato que criar o cargo e conceder dotação
mais compatível com a sua capacidade física ou intelectual e voca- para o seu provimento ou do que determinar esta última medida,
ção, podendo ser realizada ex-offício ou a pedido do interessado. se o cargo estiver criado;
Art. 120. A readaptação verificar-se-á: V - da vigência do ato que extinguir cargo, cuja dotação permita
I - quando ficar comprovada a modificação do estado físico ou o preenchimento de cargo vago.
das condições de saúde do funcionário, que lhe diminua a eficiência Parágrafo único. Verificada a vaga, serão consideradas abertas,
para a função; na mesma data, todas as que decorrerem do seu preenchimento.
II - quando o nível de desenvolvimento mental do funcionário Art. 126. Tratando-se de função gratificada, dar-se-á a vacância
não mais corresponder às exigências da função; por dispensa, a pedido ou ex-offício, ou por destituição.
III - quando a função atribuída ao funcionário não correspon- Art. 127. A demissão é aplicada como penalidade.
der aos seus pendores vocacionais;
IV - quando se apurar que o funcionário não possui a habilita- TÍTULO V
ção profissional exigida em lei para o cargo que ocupa; DOS DIREITOS, VANTAGENS E CONCESSÕES
V - vetado ...
Art. 121. O processo de readaptação baseado nos incisos I e II, CAPÍTULO I
do artigo anterior, será iniciado mediante laudo firmado por junta DO TEMPO DE SERVIÇO
médica oficial do órgão competente.
Art. 122. A readaptação não acarretará redução de vencimento Art. 128. Será considerado de efetivo exercício o afastamento
e vantagens legais efetivamente percebidos, assegurando-se sem- em virtude de:
pre a diferença a que o servidor fizer jus, quando for o caso de rea- I - férias;
daptação em cargo de nível inferior. II - casamento, até oito dias;
§1º. O cargo indicado sendo do mesmo nível de vencimentos, a III - luto por falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão,
readaptação far-se-á mediante o instituto da transferência. até oito dias;
§2º. A readaptação por transferência não dependerá da satis- IV - trânsito;
fação de condições de habilitação prevista no art. 96, e será feita V - convocação para o serviço militar;
mediante proposta do Secretário de Estado ou do Diretor do Depar- VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
tamento Autônomo. VII - exercício de função do governo ou administração em qual-
quer parte do território estadual, por nomeação do Chefe do Poder
TÍTULO IV Executivo;
CAPÍTULO ÚNICO VIII - exercício de cargo ou função do governo ou administra-
DA VACÂNCIA DOS CARGOS ção, por designação do Presidente da República ou através de man-
dato eletivo, na administração pública federal, estadual e munici-
Art. 123. A vacância do cargo decorrerá de: pal, inclusive autarquias sociedades de economia mista, empresas
I - Exoneração; públicas e fundações instituídas pelo Poder Público;
II - demissão; IX - missão ou estudo no exterior ou em qualquer parte do ter-
III - promoção e acesso; ritório nacional, quando o afastamento houver sido autorizado pelo
IV - transferência; Chefe do Poder Executivo;
V - readaptação; X - exercício de mandato legislativo da União, dos Estados e dos
VI - aposentadoria; Municípios;
VII - nomeação para outro cargo, ressalvados os seguintes ca- XI - licença especial;(Revogado pela Lei Complementar 217 de
sos: 22/10/2019)
a) substituição; XII - licença para tratamento de saúde;
b) cargo de governo ou de direção;
c) cargo em comissão;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

XIII - licença a funcionário que sofrer acidente no trabalho ou §2º. Se o mandato for de vereador, o funcionário pode licen-
for atacado de doença profissional, na forma dos parágrafos 1º., 2º., ciar-se com perda de vencimento ou obter horário especial para
3º. e 4º., deste artigo; frequência às sessões da Câmara, com opção de vencimentos, se o
XIV - licença maternidade, inclusive para fins de estágio pro- mandato for remunerado.
batório, salvo se houver disposição contrária em lei específica de Art. 132. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
carreira;(Redação dada pela Lei 18187 de 06/08/2014) §1º. O número de dias será convertido em anos, considerado o
XV - faltas até o máximo de três durante o mês, por motivo de ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
doença comprovada na forma regulamentar; §2º. Feita a conversão, os dias restantes até cento e oitenta e
XVI - licença para o trato de interesses particulares, desde que dois não serão computados, arredondando-se para um ano quando
estas licenças não ultrapassem de noventa dias durante um quin- excederem esse número, nos casos de cálculo para efeito de apo-
quênio; sentadoria e disponibilidade.
XVII - licença por motivo de doença em pessoas da família: côn- Art. 133. É vedada a acumulação de tempo de serviço presta-
juge, filhos, pai, mãe ou irmão, até noventa dias num quinquênio; do, concorrente ou simultaneamente, em dois ou mais cargos ou
XVIII - licença compulsória; funções da União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios, Mu-
XIX - faltas não justificadas, não excedentes de sessenta dias, nicípios, Autarquias, Emprêsas Públicas, Sociedades de Economia
durante um quinquênio. Mista, Fundações instituídas pelo Poder Público e Instituições de
XX - (Incluído pela Lei 20541 de 20/04/2021) caráter privado que hajam sido convertidas em estabelecimentos
§1º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) de serviço público.
§2º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) Art. 134. vetado ...
§3º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993)
§4º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) CAPÍTULO II
§5º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) DA ESTABILIDADE
Art. 129. Computar-se-á, para todos os efeitos legais:
I - o tempo de serviço prestado ao Estado do Paraná, desde que Art. 135. Estabilidade é a situação adquirida pelo funcionário
remunerado; efetivo, após o transcurso do período de estágio probatório, que lhe
II - o período de férias não gozadas na administração estadual, garante a permanência no cargo, dele só podendo ser demitido em
contado em dobro. virtude de sentença judicial ou de decisão em processo administra-
III - vetado ... tivo, em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.
IV - vetado ... Parágrafo único. A estabilidade diz respeito ao serviço público
Parágrafo único. vetado ... e não ao cargo ou função.
Art. 130. Para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade Art. 136. São estáveis, após dois anos de exercício, os funcioná-
será computado integralmente: rios, nomeados por concurso.
I - o tempo de serviço público federal, municipal e estadual Art. 137. O funcionário somente perderá o cargo:
prestado aos demais Estados da Federação; I - quando vitalício, em virtude de sentença judiciária;
II - o período de serviço ativo nas forcas Armadas, prestado II - quando estável, em virtude de sentença judiciária ou pro-
durante a paz, computado pelo dobro o tempo em operação de cesso administrativo, que haja concluído pela sua demissão, depois
guerra; de lhe haver sido assegurada ampla defesa;
III - o tempo de serviço prestado em empresa pública, socie- III - Em estágio probatório, quando nele não confirmado em
dade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público decorrência do processo de que tratam os parágrafos 3º. e 4º. do
estadual; art. 43, ou mediante inquérito administrativo.
IV - o período de trabalho prestado a instituição de caráter pri-
vado, que tiver sido transformada em estabelecimento de serviço CAPÍTULO III
público; DA APOSENTADORIA
V - o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade
ou aposentado; Art. 138. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
VI - vetado ... I - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Parágrafo único. O tempo de serviço a que alude este artigo II - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
será computado à vista de certidões passadas pelo órgão compe- III - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
tente e na forma da regulamentação própria. §1º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Art. 131. Durante o exercício de mandato eletivo federal ou §2º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
estadual, o funcionário fica afastado do exercício do cargo, e so- §3º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
mente por antiguidade pode ser promovido ou provido por acesso, §4º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para essa promoção, §5º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
acesso e aposentadoria. §6º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
§1º. Se o mandato for de prefeito, o funcionário é licenciado §7º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
com opção de vencimento e sem prejuízo dos demais direitos as- Art. 139. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
segurados em lei. Parágrafo único. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Art. 140. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
I - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
II - vetado ...
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III - (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) §3º. As férias não poderão ser fracionadas, salvo nos casos em
§1º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) que as mesmas devam ser suspensas por justificada exigência do
§2º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) serviço. (Incluído pela Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) Art. 150. O funcionário que, por imperiosa necessidade do ser-
§4º. vetado ... viço, deixar de gozar férias, a requerimento seu, terá computado o
Art. 141. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) respectivo período em dobro, para todos os efeitos legais. (Redação
Art. 142. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) dada pela Lei 6742 de 03/12/1975)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 7357 de 17/07/1980) §1º. A necessidade de serviço será definida pelo órgão compe-
Art. 143. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) tente de pessoal, dentro do ano civil do gozo das férias, mediante
§1º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) prévia exposição de motivos do chefe imediato. (Redação dada pela
§2º. vetado ... Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. vetado ... §2º. O funcionário que não desejar o benefício deste artigo, po-
Art. 144. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) derá gozar as férias em outra época, num limite de 2 (dois) períodos
Art. 145. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) por ano. (Redação dada pela Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. Os direitos assegurados por este artigo, inclusive por seu
CAPÍTULO IV parágrafo segundo, prescrevem em 2 (dois) anos, a contar do pri-
DA DISPONIBILIDADE meiro dia do ano seguinte em que as férias normais forem deixadas
de gozar. (Incluído pela Lei 6742 de 03/12/1975)
Art. 146. Disponibilidade é o afastamento do funcionário efeti- Art. 151. Durante as férias, o funcionário terá direito a todas as
vo em virtude de extinção do cargo, ou da declaração de sua des- vantagens, como se estivesse em exercício.
necessidade. Art. 152. O chefe da repartição organizará, no mês de dezem-
Art. 147. O funcionário ficará em disponibilidade remunerada: bro, a escala de férias para o ano seguinte, que poderá alterar de
I - quando, dispondo de estabilidade no serviço, houver sido acordo com as conveniências do serviço, avisados os funcionários
extinto o cargo de que era titular; interessados, sempre que possível, com antecedência mínima de
II - quando, tendo sido reintegrado, não for possível, na forma dez dias.
deste Estatuto, sua recondução no cargo de que era detentor. Parágrafo único. Os funcionários que exerçam função de chefia
§1º. O funcionário em disponibilidade será obrigatoriamente e direção não serão compreendidos na escala.
aproveitado na primeira vaga que ocorrer, que não se destine a pro- Art. 153. O funcionário promovido, removido ou transferido,
moção por antiguidade, atendidas as condições de habilitação pro- quando em gozo de férias, não será obrigado a interrompê-las.
fissional e equivalência de vencimentos ou remuneração. Art. 154. Ao entrar em férias o funcionário comunicará ao che-
§2º. Restabelecido o cargo, ainda que modificada a sua deno- fe imediato o seu endereço eventual, sendo-lhe facultado gozá-las
minação, será obrigatoriamente aproveitado nele, se já não o tiver onde lhe aprouver.
sido em outro, o funcionário posto em disponibilidade quando da Art. 155. Á Família do funcionário que falecer em gozo de fé-
sua extinção. rias, será pago o vencimento ou remuneração relativo à todo o pe-
§3º. A disponibilidade no cargo efetivo não exclui a nomeação ríodo sem prejuízo do disposto no art. 205.
para cargo em comissão, com direito a opção.
§4º. Enquanto não vagar cargo nas condições previstas para o CAPÍTULO VI
aproveitamento do funcionário em disponibilidade, nem se verifi- DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
car a hipótese a que alude o parágrafo anterior, poderá o Chefe do
Poder Executivo atribuir-lhe, em caráter temporário, funções com- Art. 156. Vencimento é a retribuição pelo efetivo exercício do
patíveis com o cargo que ocupava. cargo, correspondente ao símbolo, ou nível fixado em lei.
§5º. O funcionário colocado em disponibilidade poderá ser Art. 157. Remuneração é a retribuição pelo efetivo exercício do
aposentado, a pedido. cargo, correspondente ao vencimento mais as vantagens financei-
Art. 148. O período relativo à disponibilidade é considerado ras asseguradas por lei.
como de exercício somente para efeito de aposentadoria e gratifi- Art. 158. Perderá o vencimento ou remuneração do cargo efe-
cação adicional. tivo o funcionário:
I - nomeado para cargo em comissão, ressalvado o direito de
CAPÍTULO V opção e o de acumulação legal;
DAS FÉRIAS II - em exercício de mandato eletivo da União, dos Estados e
dos Municípios, ressalvados os casos de opção;
Art. 149. O funcionário gozará trinta dias consecutivos de férias III - à disposição de outro Poder, ou de órgão público, de admi-
por ano, de acordo com a escala para este fim organizada, pelo che- nistração direta ou indireta, inclusive sociedade de economia mista,
fe da unidade administrativa a que estiver subordinado e comunica- da União, ou de qualquer outra unidade da Federação, ou designa-
da ao órgão competente. do para servir em qualquer dêsses órgãos ou entidades, salvo quan-
§1º. É vedado levar à conta das férias qualquer falta ao traba- do se tratar de requisição da Presidência da República ou, a juízo do
lho. Chefe do Poder Executivo, de interesse do Estado do Paraná;
§2º. Somente depois do primeiro ano de exercício, adquirirá o IV - em missão ou estudo, na forma do inciso IX do art. 128,
funcionário direito a férias. quando exceder o período de dois anos.

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Art. 159. Ao servidor com vínculo efetivo nomeado para o exer- Parágrafo único. Não se considera justificado número maior de
cício de cargo de provimento em comissão é facultado optar pelo faltas, embora em sequencia que abranja dois meses consecutivos.
subsídio desse cargo ou pela percepção do vencimento e demais
vantagens do seu cargo efetivo acrescido de gratificação fixa cor- CAPÍTULO VII
respondente a 90% (noventa por cento) do valor do subsídio do DA CONSIGNAÇÃO
cargo em comissão respectivo. (Redação dada pela Lei 21851 de
15/12/2023) Art. 165. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Parágrafo único. vetado ... I - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
§2º O servidor com vínculo efetivo investido em Função Comis- II - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
sionada Executiva - FCE, função de confiança específica, típica ou III - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
outra congênere, perceberá o valor do vencimento do cargo efetivo Art. 166. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
acrescido do subsídio da função para a qual for designado. (Incluído I - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
pela Lei 21851 de 15/12/2023) II - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Art. 159A. O servidor ocupante de cargo efetivo, o militar ou III - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
o empregado permanente de qualquer dos Poderes da União, dos IV - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal investido no cargo V - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
de Secretário de Estado poderá optar por uma das remunerações a Art. 167. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
seguir discriminadas: (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) Parágrafo único. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
I - a remuneração do cargo efetivo ou do subsídio do cargo po- Art. 168. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
lítico; (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) Parágrafo único. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
II - a diferença entre a remuneração do cargo em comissão e a
remuneração do cargo efetivo, do posto ou graduação, ou do em- CAPÍTULO VIII
prego; (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) DAS VANTAGENS
III - a remuneração do cargo efetivo, do posto ou graduação, ou
do emprego, acrescida do percentual de 70% (setenta por cento) do SEÇÃO I
respectivo cargo de Secretário de Estado. (Incluído pela Lei 21352 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de 01/01/2023)
Art. 160. O funcionário perderá: Art. 169. Além do vencimento ou remuneração, poderá o ser-
I - o vencimento ou remuneração do dia se não comparecer ao vidor perceber as seguintes vantagens pecuniárias: (Redação dada
serviço, salvo motivo previsto em lei ou moléstia comprovada, de pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
acordo com as disposições deste Estatuto; I - adicionais;
II - um terço do vencimento ou remuneração do dia, quando II - gratificações;
comparecer ao serviço com atraso máximo de uma hora, ou quan- III - ajuda de custo;
do se retirar antes de findo o período de trabalho; IV - diárias; (Redação dada pela Lei Complementar 104 de
III - um terço do vencimento ou remuneração, durante o afas- 07/07/2004)
tamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por crime V - salário família; (Redação dada pela Lei Complementar 104
comum, denúncia por crime funcional, condenação recorrível por de 07/07/2004)
crime inafiançável ou processo no qual não haja pronúncia, com VI - auxílio para diferença de caixa;
direito à diferença, se absolvido; VII - auxílio doença.
IV - dois terços do vencimento ou remuneração durante o perí-
odo de afastamento em virtude de condenação por sentença defi- SEÇÃO II
nitiva, a pena que não resulte em demissão. DOS ADICIONAIS
Art. 161. Nenhum servidor poderá perceber vencimento básico
inferior ao maior salário mínimo em vigor para o Estado do Paraná. Art. 170. O funcionário efetivo ou interino terá acréscimo aos
Art. 162. O Vencimento, a remuneração e proventos não so- vencimentos de cinco em cinco anos de exercício, cinco por cento
frerão descontos além dos previstos em lei nem serão objeto de até completar vinte e cinco por cento, por serviço público efetivo
arresto, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar de: prestado ao Estado do Paraná. (vide Lei 8371 de 14/10/1986)
I - prestação de alimentos determinada judicialmente; Parágrafo único. A incorporação do acréscimo será imediata,
II - reposição ou indenização devida à Fazenda Estadual. inclusive para efeito de aposentadoria e disponibilidade, e será
Art. 163. As reposições e indenizações à Fazenda Estadual se- computada igualmente sobre as alterações dos vencimentos do
rão descontadas em parcelas mensais, não excedentes da quinta cargo efetivo, somados ao anteriormente deferido.
parte do vencimento ou remuneração. Art. 171. Ao completar trinta anos de exercício o funcionário
§1º. Nos casos de comprovada má-fe, a reposição deve ser feita terá direito ao acréscimo aos vencimentos de cinco por cento por
de uma só vez, sem prejuízo das penalidades cabíveis. ano excedente, até o máximo de vinte e cinco por cento.
§2º. Quando o servidor for exonerado, dispensado ou demiti- §1º. A incorporação desses acréscimos será também imediata,
do, a quantia devida será inscrita na Dívida Ativa. inclusive para efeito de aposentadoria e disponibilidade e computa-
Art. 164. Podem ser justificadas pelo chefe da repartição, me- da igualmente sobre as alterações dos vencimentos.
diante apresentação de atestado médico particular, as faltas corres- §2º. No cálculo, para efeito de pagamento do adicional referido
pondentes até três dias por mês. neste artigo, será respeitada sempre a soma do vencimento acres-
cido do anteriormente deferido.
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SEÇÃO III lidade, complexidade e responsabilidade de determinadas funções


DAS GRATIFICAÇÕES ou atribuições, bem como as condições e a natureza do trabalho
das unidades administrativas correspondentes.
Art. 172. Conceder-se-á gratificação: (vide Lei 7122 de Art. 178. A gratificação mencionada no inciso VIII, do art. 172,
26/04/1979) (vide Lei 16745 de 29/12/2010) (vide Lei 16748 de se destina aos servidores aos quais forem atribuídos encargos de
29/12/2010) assessoramento direto ao Chefe do Poder Executivo e outros defini-
I - de função; dos em lei ou regulamento.
II - pela prestação de serviço extraordinário; Art. 179. A gratificação pela realização de trabalho relevante,
III - pela prestação de serviço em regime de tempo integral e técnico ou científico, será arbitrada sempre após sua conclusão,
dedicação exclusiva; pelo Chefe do Poder Executivo.
IV - pela representação de gabinete; (vide Lei 6402 de Art. 180. A designação de funcionário para serviços ou estudos
22/05/1973) fora do Estado, só poderá ser feita pelo Chefe do Poder Executivo,
V - pela execução de trabalho de natureza especial, com ris- que arbitrará a gratificação, levando em conta seu vencimento, a
co de vida; (Redação dada pela Lei 10692 de 27/12/1993) (vide Lei natureza e duração certa ou presumível do trabalho, e as condições
19130 de 25/09/2017) locais, salvo se lei ou regulamento já dispuser a respeito.
VI - pela realização de trabalho relevante, técnico ou científico; Art. 181. As gratificações que tratam os incisos I, II, III, IV e V, do
VII - pela participação em órgão de deliberação coletiva; artigo 172, serão mantidas nos casos de afastamento previstos nos
VIII - pelo exercício de encargos especiais; itens I, II, III, VI, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVII e XVIII, do artigo 128, sendo
IX - pelo exercício: que, nos casos de gratificação pela prestação de serviço extraordi-
a) de encargo de auxiliar ou membro de banca ou comissão nário, ou em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, o cál-
examinadora de concurso ou de prova de habilitação; culo para a concessão será no valor correspondente a um doze avos
b) de encargo de auxiliar ou professor de curso regularmente do percebido nos últimos doze meses de efetivo exercício. (Redação
instituído, se realizado o trabalho além das horas de expediente a dada pela Lei 6742 de 03/12/1975)
que está sujeito o funcionário. Parágrafo único. As gratificações previstas pelos incisos II, III e
X - pelo exercício em determinadas zonas ou locais. (vide Lei IV, do artigo 172, serão automaticamente canceladas nos afasta-
9937 de 20/04/1992) (vide Lei 11714 de 07/05/1997) (vide Lei mentos que perdurarem por mais de 90 (noventa) dias. (Incluído
19130 de 25/09/2017) pela Lei 6742 de 03/12/1975)
XI - de insalubridade ou periculosidade. (Incluído pela Lei 10692
de 27/12/1993) (vide Lei 19130 de 25/09/2017) SEÇÃO IV
§1º. vetado ... DA AJUDA DE CUSTO
§2º. As vantagens pecuniárias atribuídas ao funcionário não so-
frerão descontos, além dos previstos em lei. Art. 182. A ajuda de custo é a compensação de despesas de
Art. 173. Observadas as disposições desta Seção a atribuição viagem e instalação, concedida ao funcionário que em virtude de
das gratificações previstas no art. 172 reger-se-á por regulamenta- remoção, nomeação para cargo em comissão ou designação para
ção própria. função gratificada, serviço ou estudo, passe a ter exercício em nova
Art. 174. A gratificação de função é a que corresponde ao exer- sede.
cício de função gratificada existente nos quadros de pessoal do Es- §1°. A ajuda de custo é arbitrada pelo Secretário de Estado ou
tado. Diretor de Departamento Autônomo, em importância não exceden-
Art. 175. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário te de três meses e não inferior a um mês de vencimento levando-se
se destina a remunerar os serviços prestados fora do período nor- em conta as condições de vida na nova sede, a distância, o tempo
mal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no desempenho de viagem e os recursos orçamentários disponíveis. (Renumerado
das atribuições do seu cargo. pela Lei Complementar 231 de 17/12/2020)
Art. 176. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário §2°. A ajuda de custo de que trata o §1.º deste artigo, no âm-
deverá ser: bito do Poder Executivo, será fixada pelo Secretário de Estado ou
I - previamente arbitrada pelo chefe da repartição; (vide Lei autoridade máxima da autarquia, inclusive as Instituições Estaduais
16745 de 29/12/2010) (vide Lei 16748 de 29/12/2010) de Ensino Superior, e limitada a cinco salários-mínimos nacionais.
II - paga por hora de trabalho, prorrogado ou antecipado. (Incluído pela Lei Complementar 231 de 17/12/2020)
§1º. A gratificação a que se refere este artigo não poderá exce- Art. 183. No caso de designação para serviço ou estudo no ex-
der a cinquenta por cento ( 50%) do vencimento mensal do funcio- terior, a ajuda de custo é arbitrada pelo Chefe do Poder Executivo.
nário, acrescido dos adicionais que estiver percebendo. Art. 184. Não se concederá ajuda de custo:
§2º. No caso do inciso II, a gratificação será paga por hora de I - ao funcionário qu em virtude de mandato eletivo, deixar ou
trabalho antecipado ou prorrogado, na mesma razão percebida pelo reassumir o exercício do cargo;
funcionário, em cada hora do período normal, salvo quando a pror- II - ao funcionário posto à disposição de entidade de direito
rogação ou antecipação for apenas de uma hora e tiver ocorrido público;
somente duas vezes no mês, caso em que não será ela remunerada. III - aos funcionário removidos por permuta.
Art. 177. Pelo exercício do cargo em regime de tempo integral Art. 185. O funcionário restituirá a ajuda de custo:
e dedicação exclusiva, conceder-se-á ao funcionário gratificação es- I - quando não se transportar para o local da missão;
pecial que será fixada entre os limites de cinquenta e cem por cento II - quando, antes de terminada a incumbência, regressar, pedir
dos vencimentos vetado ... que perceber, tendo em vista a essencia- exoneração ou abandonar o serviço.

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§1º. A restituição é da exclusiva responsabilidade pessoal e po- II - ao servidor removido, durante o período de trânsito; (Inclu-
derá ser feita parceladamente. ído pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
§2º. Não haverá obrigação de restituir: III - quando o deslocamento do servidor constitui exigência
a) quando o regresso do funcionário for determinado ex-offício permanente do cargo ou função; (Incluído pela Lei Complementar
ou decorrer de doença comprovada ou de motivo de forca maior; 104 de 07/07/2004)
b) quando o pedido de exoneração for apresentado noventa IV - ao servidor que, lotado em município sede de região me-
dias após a designação da missão. tropolitana regularmente instituída, se deslocar a municípios limí-
Art. 186. A ajuda de custo poderá ser paga ao funcionário: me- trofes do respectivo município, salvo se o prazo de permanência for
tade adiantadamente, no local da repartição de que foi desligado; superior a seis horas. (Redação dada pela Lei Complementar 183 de
e o restante, após haver entrado em exercício na nova repartição 12/01/2015)
ou serviço. §4º. Não se aplica o disposto neste artigo ao servidor que se
Parágrafo único. O funcionário, sempre que o preferir, poderá deslocar para fora do país ou estiver servindo no estrangeiro. (Re-
receber, integralmente, a ajuda de custo, já na sede da nova repar- dação dada pela Lei Complementar 72 de 13/12/1993)
tição ou serviço. §5º. (Revogado pela Lei Complementar 72 de 13/12/1993)
Art. 187. vetado ... Art. 190. As indenizações das despesas de alimentação e pou-
Art. 188. Além da ajuda de custo que couber, poderá ser con- sada serão arbitradas e concedidas dentro dos limites de créditos
cedido transporte ao funcionário e sua família, compreendendo orçamentários e de acordo com a regulamentação a ser estabeleci-
passagem e bagagem, excluído, quando a esta, qualquer excesso de da pelo Chefe do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei Comple-
peso sujeito a pagamento. mentar 104 de 07/07/2004)
§1º. Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que I - (Revogado pela Lei 9972 de 21/05/1992)
acompanhe o funcionário. II - (Revogado pela Lei 9972 de 21/05/1992)
§2º. Para obtenção das passagens, o funcionário apresenta- Parágrafo único. Os valores das indenizações das despesas com
rá ao chefe da repartição ou serviço de onde for desligado, uma alimentação e pousada serão fixados por ato do Chefe do Poder Exe-
relação das pessoas que o acompanharão na viagem, indicando o cutivo. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
nome, idade e o grau de parentesco. Art. 191. O servidor civil e militar da administração direta ou
§3º. Verificado que os nomes das pessoas indicadas constam autárquica do Poder Executivo, que indevidamente, receber inde-
da declaração de família, registrados no assentamento individual, a nizações das despesas com alimentação e pousada, será obrigado a
repartição ou serviço requisitará as passagens, encaminhando a re- restituir, de uma só vez, a importância recebida, ficando, ainda, su-
lação à repartição ou serviço em que o funcionário vai ter exercício, jeito à punição disciplinar, respeitada a legislação própria. (Redação
para devida fiscalização. dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
§4º. A repartição ou serviço requisitará igualmente despacho Art. 192. Será punido com pena de suspensão e, na reincidên-
da bagagem, cuja importância não poderá exceder a um sexto da cia, com a de demissão, o servidor civil e militar que, indevidamen-
ajuda de custo. te, conceder diária com o objetivo de remunerar outros serviços
§5º. O funcionário será obrigado a repor a importância corres- ou encargos, ficando, ainda, obrigado à reposição da importância
pondente ao transporte irregularmente requisitado, além de sofrer correspondente. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de
a pena disciplinar que couber. 07/07/2004)
Art. 193. No caso de falecimento do servidor, que ocorrer, du-
SEÇÃO V rante o período de deslocamento fora da sede, em objeto de ser-
DAS DIÁRIAS viço, seus herdeiros não restituirão a diária, concedida a título de
(REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR 104 DE indenização das despesas com alimentação e pousada. (Redação
07/07/2004) dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
Art. 194. O servidor que receber diárias e não se afastar da
Art. 189. Ao servidor que, no desempenho de suas atribuições, sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmen-
se deslocar da respectiva sede em caráter eventual ou transitório te, no prazo de 2 (dois) dias. (Redação dada pela Lei Complementar
para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a 104 de 07/07/2004)
diárias, a título de indenização das parcelas de despesas extraordi- Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
nárias com pousada e alimentação, conforme dispuser em regula- prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
mento. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. (Incluído
§1º. Entende-se por sede, para os efeitos desta seção, a cidade, pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
vila ou localidade, onde o servidor tiver exercício. (Redação dada
pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) SEÇÃO VI
§2º. A diária será concedida por dia de afastamento, observa- DO SALÁRIO-FAMÍLIA
das as condições de custeio da viagem, mediante cálculo de dura-
ção presumível do deslocamento do servidor e será paga adiantada- Art. 195. O salário-família é o auxílio pecuniário especial, con-
mente. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) cedido pelo Estado, ao funcionário ativo, inativo ou em disponibi-
§3º. Não se aplica o disposto neste artigo: (Redação dada pela lidade, como contribuição ao custeio das despesas de manutenção
Lei Complementar 104 de 07/07/2004) de sua família.
I - ao servidor que estiver servindo no estrangeiro; (Incluído Parágrafo único A cada dependente relacionado no artigo se-
pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) guinte, corresponderá uma cota de salário-família.

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Art. 196. Conceder-se-á salário-família, ao funcionário pelos CAPÍTULO IX


dependentes: DO AUXÍLIO FUNERAL
I - esposa que não exerça atividade remunerada;
II - filho menor de vinte e um anos e filha enquanto solteira, Art. 205. Ao cônjuge, ou na falta deste, à pessoa que provar
sem renda própria; ter feito despesas em virtude do falecimento do funcionário, será
III - filho inválido, de qualquer idade, comprovadamente inca- concedido, a título de funeral, a importância correspondente a um
paz para exercer qualquer atividade remunerada; mês de remuneração ou provento.
IV - filho estudante, que frequentar curso secundário ou supe- §1º. a despesa correrá pela dotação própria, não podendo, por
rior, em estabelecimento de ensino oficial ou particular e que não esse motivo, novo ocupante entrar em exercício antes do transcur-
exerça atividade lucrativa, até a idade de vinte e quatro anos; so de trinta dias.
V - outros dependentes assim previstos em lei. §2°. O pagamento será efetuado à vista da apresentação do
Parágrafo único. Compreende-se neste artigo o filho de qual- atestado de óbito pelo cônjuge ou pessoa a cujas expensas houver
quer condição, o enteado, o adotivo, o legitimado e o que, median- sido efetuado o funeral, ou procurador legalmente habilitado.
te autorização judicial, viva sob a guarda e sustento do funcionário. Art. 206. Em caso de acumulação legal de cargos do Estado,
Art. 197. Quando pai e mãe forem funcionários do Estado e o auxílio funeral corresponderá ao pagamento do cargo de maior
viverem em comum, o salário-família será concedido ao pai; se não vencimento do funcionário falecido.
viverem em comum, ao que tiver os dependentes sob sua guarda; Art. 207. Será concedido transporte ou meios para mudança, à
e, se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição dos depen- família do funcionário, quando este falecer fora do Estado, no de-
dentes. sempenho do cargo ou de serviço.
Art. 198. Equiparam-se ao pai e à mãe os representantes legais
dos incapazes e as pessoas a cuja guarda e manutenção estiverem CAPÍTULO X
confiados, por autorização judicial, os beneficiários. DAS LICENÇAS
Art. 199. O salário-família não está sujeito a qualquer imposto
ou taxa, nem servirá de base para qualquer contribuição ainda que SEÇÃO I
de finalidade assistencial. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 200. A habilitação para a concessão do salário-família obe-
decerá a regulamentação própria. Art. 208. Conceder-se-á licença ao funcionário efetivo ou em
comissão:
SEÇÃO VII I - para tratamento de saúde;
DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA II - quando acometido de doença das especificadas no art. 232;
III - quando acidentado no exercício de suas atribuições;
Art. 201. Ao funcionário que, no desempenho de suas atribui- IV - para repouso à gestante;
ções, lidar com numerário do Estado, será concedido um auxílio fi- V - por motivo de doença em pessoa da família;
nanceiro mensal correspondente a cinco por cento do valor do res- VI - quando convocado para serviço militar;
pectivo símbolo ou nível de vencimento, vetado ... ara compensar VII - para o trato de interesses particulares;
diferença de caixa. VIII - à funcionária casada, por motivo de afastamento do côn-
Parágrafo único. O auxílio só será concedido dentro dos limites juge, funcionário civil ou militar ou servidor de autarquia, empresa
da dotação orçamentária e na forma da regulamentação própria. pública, de sociedade economia mista ou fundação instituída pelo
SEÇÃO VIII Poder Público;
DO AUXÍLIO-DOENÇA IX - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
Art. 202. Após cada período da vinte e quatro meses consecuti- X - para concorrer a cargo eletivo;
vos da licença para tratamento de saúde, o funcionário terá direito XI - para frequência a curso de aperfeiçoamento ou especiali-
a um mês de vencimento, a título de auxílio doença. zação.
Parágrafo único. Quando se tratar de licença concedida por XII - para constituir empresa ou colaborar com empresa cujos
motivo de acidente no trabalho ou doença profissional assim, con- objetivos envolvam a aplicação de inovação que tenha por base
ceituados nos parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º, do art. 128, o funcionário criação de cuja autoria tenha participado, nos termos da Lei Estadu-
fará jus ao auxilio - doença de que trata este artigo, após cada perí- al de Inovação, suas correlatas e sucessoras; (Redação dada pela Lei
odo de doze meses consecutivos de licença. 20541 de 20/04/2021)
Art. 203. O auxílio - doença será pago em folha, a requerimento XIII - prestação de assessoria ao setor público ou privado no
do interessado. desenvolvimento de inovações, por interesse das ICTs públicas pa-
Art. 204. Ocorrendo o falecimento do funcionário o auxílio - ranaenses; (Redação dada pela Lei 20541 de 20/04/2021)
doença a que fez jus até a data do falecimento, será pago de acordo XIV - para realizar atividades previstas em instrumentos de co-
com as normas que forem estabelecidas em decreto. operação firmados pelo Estado com órgãos e entidades públicos e
privados, com a finalidade de executar projetos de pesquisa, de de-
senvolvimento científico e tecnológico e de inovação. (Incluído pela
Lei 20541 de 20/04/2021)
Art. 209. O funcionário interino poderá gozar as licenças previs-
tas nos incisos I, II, III, IV, V e VI do artigo anterior.
Art. 210. São competentes para conceder as licenças:

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I - O Secretário de Estado ou Diretor de Departamento autô- §1º. Em ambos os casos, é indispensável a inspeção médica,
nomo às autoridades e servidores que lhe sejam imediatamente que será realizada no órgão próprio e, quando necessário, no local
subordinados; onde encontrar-se o funcionário.
II - O Diretor do Departamento Administrativo, aos demais ser- §2°. Para a licença até noventa dias, a inspeção deve ser feita
vidores da respectiva repartição. por médico oficial, admitindo-se, quando assim não seja possível,
Parágrafo único. As autoridades indicadas neste artigo poderão atestado passado por médico particular, com firma reconhecida.
delegar competência aos dirigentes dos órgãos que lhe sejam dire- §3º. Na hipótese do parágrafo anterior, o laudo só produzirá
tamente subordinados. efeito depois de homologado pelo órgão médico estadual compe-
Art. 211. A licença dependente de inspeção médica é concedi- tente.
da pelo prazo indicado no respectivo laudo ou atestado. §4º. Quando não for homologado o laudo, o servidor será obri-
Parágrafo único. Findo o prazo, o funcionário poderá subme- gado a reassumir o exercício do cargo, sendo considerado como
ter-se a nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua volta ao faltas ao trabalho, nos termos do inciso I, do artigo 160, os dias em
serviço, pela prorrogação da licença, pela aposentadoria, ou pela que deixou de comparecer ao serviço, por haver alegado doença.
readaptação na forma do artigo seguinte: (Redação dada pela Lei 10692 de 27/12/1993)
Art. 212. Verificando-se, como resultado da inspeção médica Art. 222. Verificando-se, em qualquer tempo, ter sido gracio-
feita pelo órgão competente, redução da capacidade física do fun- so o atestado médico ou o laudo da Junta Médica, a autoridade
cionário ou estado de saúde que impossibilite ou desaconselhe o competente promoverá a punição dos responsáveis, incorrendo o
exercício das funções inerentes a seu cargo, e desde que não se con- funcionário a quem aproveitar a fraude na pena de suspensão e,
figure a necessidade de aposentadoria nem de licença para trata- na reincidência, na de demissão, sem prejuízo da ação penal que
mento de saúde, poderá o funcionário ser readaptado em funções couber.
diferentes das que lhe cabem, na forma do disposto nos arts. 119, Art. 223. O funcionário não poderá permanecer em licença
120, 121, e 122, sem que essa readaptação lhe acarrete qualquer para tratamento de saúde por prazo superior a vinte e quatro me-
prejuízo. ses, exceto nos casos considerados recuperáveis, em que a critério
Art. 213. O tempo necessário à inspeção médica será sempre da Junta Médica, esse prazo poderá ser prorrogado.
considerado como de licença. Parágrafo único. Expirado o prazo do presente artigo, o funcio-
Art. 214. Terminada a licença, o funcionário reassumirá imedia- nário será submetido a nova inspeção e aposentado se julgado de-
tamente o exercício, ressalvado o caso do §1º, do art. 215. finitivamente inválido para o serviço público em geral e não puder
Art. 215. A licença para tratamento de saúde pode ser prorro- ser readaptado na forma do art. 212.
gada a pedido ou ex-offício. Art. 224. Em casos de doenças graves, contagiosas ou não, que
§1º. O pedido deve ser apresentado antes de findo o prazo da imponham cuidados permanentes, poderá a Junta Médica, se con-
licença; se indeferido, conta-se como de licença o período compre- siderar o doente irrecuperável, determinar, como resultado da ins-
endido entre a data do término e a do conhecimento oficial do des- peção, a imediata aposentadoria.
pacho denegatório. Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, a inspe-
§2°. Quando o pedido de prorrogação for apresentado depois ção será feita por uma Junta de, pelo menos, três médicos.
de findo o prazo da licença, não se conta como de licença o perío- Art. 225. No processamento das licenças para tratamento de
do compreendido entre o dia de seu término e o do conhecimento saúde, será observado o devido sigilo sobre os laudos e atestados
oficial do despacho. médicos.
Art. 216. O funcionário não pode permanecer em licença por Art. 226. No curso de licença para tratamento de saúde, o fun-
prazo superior a vinte e quatro meses, ressalvados os casos previs- cionário abster-se-á de atividade remuneradas, sob pena de inter-
tos no art. 223, e nos incisos VI e VIII, do art. 208. rupção da licença, com perda total do vencimento ou remuneração,
Art. 217. Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o até que reassuma o cargo.
funcionário é submetido à inspeção médica e aposentado, se for Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda de vencimen-
considerado definitivamente inválido para o serviço público. tos ou remuneração de que trata este artigo serão considerados,
Art. 218. O funcionário que se encontrar fora do Estado deve, como licença sem vencimento, na forma do inciso VII do art. 208.
para fins de prorrogação ou concessão de licença, dirigir-se à autori- Art. 227. Licenciado para tratamento de saúde, acidente no
dade competente a que esteja diretamente subordinado, juntando exercício de suas atribuições ou doença profissional o funcionário
o laudo médico do serviço oficial do lugar onde se encontrar, indi- recebe integralmente o vencimento ou a remuneração e demais
cando ainda sua residência. vantagens inerentes ao cargo.
Art. 219. A licença a que se refere o art. 208, inciso X, é conce- Art. 228. O funcionário acidentado no exercício de suas atribui-
dida na forma estabelecida pela legislação eleitoral. ções, ou acometido de doença profissional, tem direito, ex-offício
Art. 220. O funcionário em gozo da licença comunicará ao seu ou a requerimento, a licença para o respectivo tratamento.
chefe imediato o local onde poderá ser encontrado. §1º. Entende-se por doença profissional a que se deva atribuir,
como ralação de causa e efeito, às condições inerentes ao serviço
SEÇÃO II ou fatos nele ocorridos.
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE §2°. Acidente é o evento danoso que tenha como causa, me-
diata ou imediata, o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
Art. 221. A licença para tratamento de saúde é concedida ex-o- §3º. Considera-se também acidente a agressão sofrida e não
ffício ou a pedido do funcionário ou de seu representante, quando provocada pelo funcionário no exercício de suas atribuições ou em
não possa ele fazê-lo. razão delas.

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§4º. A comprovação do acidente, indispensável para a conces- II - (Revogado pela Lei 12404 de 30/12/1998)
são da licença, deve ser feita em processo regular, no prazo de oito §1º. A concessão da licença depende de inspeção médica do
dias, prorrogáveis por igual prazo. órgão pericial oficial do Estado, na forma prevista no art. 211. (Re-
Art. 229. O funcionário não poderá recusar a inspeção médica, dação dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
sob pena de suspensão de pagamento de vencimento ou remune- §2°. A licença de que trata este artigo, é concedida com venci-
ração, até que se realize a inspeção. mento ou remuneração, até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
Art. 230. Considerado apto, em inspeção médica, o funcionário compreendidos no período de 24 (vinte e quatro) meses. (Redação
reassumirá o exercício, sob pena de serem computados como faltas dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
os dias de ausência. §3º. Ultrapassado o período de 90 (noventa) dias, consecuti-
Art. 231. No curso da licença, poderá o funcionário requerer vos ou não, a licença de que trata este artigo poderá ser concedi-
inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir o exer- da com os seguintes descontos: (Redação dada pela Lei 12404 de
cício ou com direito à aposentadoria. 30/12/1998)
I - de 50% (cinquenta por cento) do vencimento, quando exce-
SEÇÃO III der de 90 (noventa) dias até 180 (cento e oitenta) dias; (Redação
DA LICENÇA COMPULSÓRIA dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
II - sem vencimento ou remuneração, quando exceder de 180
Art. 232. O funcionário atacado de tuberculose ativa, alienação (cento e oitenta) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias, limite da
mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia, cardiopatia licença. (Redação dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
grave, doença de Parkinson, incompatíveis com o trabalho, e ou- III - (Revogado pela Lei 12404 de 30/12/1998)
tras moléstias que a lei indicar na base da medicina especializada, §4º. Em caso do inciso II do parágrafo anterior, só poderá ser
conforme apurado em inspeção médica será compulsoriamente li- concedida nova licença, transcorridos 2 (dois) anos do término da
cenciado com direito à percepção do vencimento ou remuneração licença anterior. (Incluído pela Lei 12404 de 30/12/1998)
e demais vantagens inerentes ao cargo. §5º. No curso de licença por motivo de doença em pessoa da
Art. 233. Há também licença compulsória por interdição decla- família, o funcionário abster-se-á de quaisquer atividades remune-
rada pala autoridade sanitária competente, por motivo de doença radas, sob pena de interrupção da licença, com perda total do ven-
de pessoa co-habitante da residência do funcionário. cimento ou remuneração, até que reassuma o cargo. (Incluído pela
Art. 234. Para verificação das moléstias indicadas no artigo an- Lei 12404 de 30/12/1998)
terior, a inspeção médica é feita obrigatoriamente por Junta Oficial
de três membros, podendo o funcionário pedir outra junta e novos SEÇÃO VI
exames de laboratório, caso não se conforme com o laudo. DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
Art. 235. A licença é convertida em aposentadoria, na forma do
art. 217, antes do prazo estabelecido, quando assim opinar a Junta Art. 238. Ao funcionário que for convocado para o serviço mi-
Médica, por considerar definitiva, para o serviço público em geral, a litar ou aos outros encargos de segurança nacional, será concedida
invalidez do funcionário. licença com vencimento ou remuneração, descontada mensalmen-
te a importância que receber na qualidade de incorporado, salvo se
SEÇÃO IV optar pelas vantagens do serviço militar.
DA LICENÇA À GESTANTE §1º. A licença será concedida à vista de documento oficial que
prove a incorporação.
Art. 236. À funcionária gestante é concedida, mediante inspe- §2°. Ao funcionário desincorporado conceder-se-á prazo não
ção médica, licença por três meses, com percepção do vencimento excedente de trinta dias, para que reassuma o exercício, sem per-
ou remuneração e demais vantagens legais. da de vencimento ou remuneração, e, se a ausência exceder esse
§1º. Salvo prescrição médica em contrário, a licença será con- prazo, será decretada a demissão por abandono de cargo, na forma
cedida a partir do início do oitavo mês de gestação. da lei.
§2°. Quando houver necessidade de preservar a saúde do re- Art. 239. Ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas
cém-nascido, a licença poderá ser prorrogada por três meses. será concedida licença, com vencimento ou remuneração integral,
§3º. A funcionária gestante, quando em serviço de natureza durante os estágios não remunerados previstos pelos regulamentos
braçal, terá direito a ser aproveitada em função compatível com o militares.
seu estado, a contar do quinto mês de gestação, sem prejuízo do Parágrafo único. No caso de estágio remunerado, assegurar-se-
direito à licença de que trata este artigo. -lhe-á direito de opção.

SEÇÃO V SEÇÃO VII


DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA DA LICENÇA PARA O TRATO DE INTERESSES PARTICULARES
FAMÍLIA
Art. 240. Depois de estável, o funcionário poderá obter licença,
Art. 237. O funcionário pode obter licença por motivo de do- sem vencimento, para o trato de interesses particulares.
ença em pessoa da família, na condição de cônjuge, filho, pai, mãe §1º. O funcionário aguardará em exercício a concessão da li-
ou irmão, desde que prove ser indispensável a sua assistência pes- cença.
soal, incompatível com o exercício do cargo. (Redação dada pela Lei §2°. A licença não perdurará por tempo superior a dois anos
12404 de 30/12/1998) contínuos e, só poderá ser concedida nova, depois de decorridos
I - (Revogado pela Lei 12404 de 30/12/1998) dois anos do término da anterior.
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Art. 241. Não será concedida licença para trato de interesses SEÇÃO X
particulares quando inconveniente para o serviço, nem o funcioná- DA LICENÇA PARA FREQUÊNCIA A CURSO DE
rio nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o exercício. APERFEIÇOAMENTO OU ESPECIALIZAÇÃO
Art. 242. O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir da
licença para o trato de interesses particulares. Art. 251. Será concedida licença ao funcionário matriculado em
Art. 243. Em caso de comprovado interesse público, a licença curso de aperfeiçoamento ou especialização a realizar-se fora da ci-
de que trata esta Seção poderá ser cassada pela autoridade compe- dade onde o servidor exercer suas funções.
tente, devendo o funcionário ser expressamente notificado do fato. §1º. O aperfeiçoamento ou a especialização deverão visar o
Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, o funcio- melhor aproveitamento do funcionário no serviço público.
nário deverá apresentar-se ao serviço no prazo de trinta dias, a par- §2°. No caso de acumulação de cargos e visando o curso o me-
tir da notificação, findos os quais, a sua ausência será computada lhor aproveitamento do servidor à apenas um deles, o outro órgão
como falta ao trabalho. concederá a licença com exclusão do benefício de que trata o artigo
Art. 244. Ao funcionário interino ou em comissão não se conce- 182.
derá, nessa qualidade, licença para trato de interesses particulares. §3º. Realizando-se o curso na mesma localidade da lotação
Parágrafo único. Não se concederá, igualmente, licença para do servidor, ou em outra de fácil acesso, em lugar da licença será
o trato de interesses particulares, ao funcionário que, a qualquer concedida simples dispensa do expediente pelo tempo necessário à
título, esteja ainda obrigado a indenização ou devolução aos cofres frequência regular do curso.
públicos.
CAPÍTULO XI
SEÇÃO VIII DO FUNCIONÁRIO ESTUDANTE
DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM SERVIDOR
Art. 252. Ao Funcionário, matriculado em estabelecimento de
Art. 245. A funcionária casada com servidor público, civil ou ensino, será concedido, sempre que possível, por ato expresso do
militar, no caso de não ser possível a remoção na forma do art. 67, Secretário de Estado ou diretor de órgão autônomo, horário espe-
terá direito à licença sem vencimento, quando o marido for man- cial de trabalho, que possibilite frequência regular às aulas, me-
dado servir, independentemente de solicitação em outro ponto do diante comprovação por parte do interessado, do horário das aulas,
Estado, do Território Nacional ou no Exterior. para efeito de reposição obrigatória.
Parágrafo único. A licença é concedida mediante pedido devi-
damente instruído, que deverá ser renovado de dois em dois anos. CAPÍTULO XII
Art. 246. Independentemente do regresso do marido, a funcio- DO TREINAMENTO
nária poderá reassumir o exercício a qualquer tempo.
Art. 253. O Estado manterá, através do órgão competente, cur-
SEÇÃO IX sos de treinamento para os servidores civis do Poder Executivo.
DA LICENÇA ESPECIAL Art. 254. Constituem-se, dentre outros, objetivos dos cursos de
treinamento:
Art. 247. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) I - fornecer ao servidor elementos gerais de instrução;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de II - ministrar técnicas específicas de administração, particular-
22/10/2019) mente nos setores de planejamento administrativo; lançamento e
Art. 248. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) arrecadação de tributo; elaboração e execução de orçamentos; ad-
Art. 249. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) ministração de pessoal; administração de material; organização e
I - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) métodos; relações públicas e problemas de chefia.
II - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) III - ministrar aulas de preparação para concursos.
III - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
IV - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) TÍTULO VI
V - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA
VI - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
VII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) CAPÍTULO I
VIII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) DISPOSIÇÕES GERAIS
IX - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
X - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) Art. 255. O Estado prestará assistência ao funcionário e à sua
XI - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) família.
XII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) Art. 256. Entre as formas de assistência incluem-se:
XIII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) I - Assistência médica, dentária, hospitalar e alimentar, além
XIV - (Redação dada pela Lei 12676 de 14/09/1999) (Revogado de outras julgadas necessárias, inclusive em sanatórios e creches;
pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) II - previdência, seguro e assistência judiciária;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de III - financiamento para aquisição de imóvel destinado à resi-
22/10/2019) dência do funcionário;
Art. 250. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) IV - Cooperativas de consumo e de crédito;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de V - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional;
22/10/2019)
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VI - centros de aperfeiçoamento moral, social e cultural, dos TÍTULO VII


funcionários e suas famílias, fora das horas de trabalho.
Art. 257. A assistência, sob qualquer forma, será prestada por CAPÍTULO ÚNICO
intermédio de instituições próprias, criadas por Lei, às quais seja DO DIREITO DE PETIÇÃO
filiado obrigatoriamente o funcionário, com contribuição paritária
do Estado. Art. 261. É assegurado ao funcionário:
Parágrafo único. A Assistência, em determinadas formas, quan- I - o direito de requerer ou representar;
do julgado conveniente, poderá excepcionalmente ser prestada II - o direito de pedir reconsideração, de ato ou decisão proferi-
através da entidade da classe, mediante convênio e concessão de da em primeiro despacho conclusivo.
auxílio financeiro destinado especificamente a tal fim. Art. 262. Para exercício dos direitos assegurados no artigo an-
Art. 258. A pensão aos beneficiários do funcionário falecido é terior, observar-se-á.
atendida por instituição de previdência social. I - o requerimento ou representação é dirigido à autoridade
Parágrafo único. As pensões ou pecúlios devidos à família do competente para decidí-lo e encaminhado por intermédio daquela
servidor, as primeiras fixadas sempre em quantum não inferior a a que esteja imediatamente subordinado o requerente;
cinquenta por cento (50%) do valor da remuneração que servia de II - o pedido de reconsideração é dirigido à autoridade que haja
base ao desconto previdenciário na data do falecimento, serão re- expedido o ato ou proferido a primeira decisão e não pode ser re-
ajustados sempre que forem majorados os vencimentos do pesso- novado.
al da atividade, de modo a assegurar aos beneficiários vantagens §1º. A decisão final do requerimento ou representação deve
proporcionais aos vencimentos atualizados da categoria funcional a ser dada no prazo máximo de sessenta dias, e o pedido de recon-
que pertencia o servidor falecido. sideração no de trinta dias, ambos os prazos contados da data do
Art. 259. Os planos de serviços assistenciais de que trata este recebimento das petições, na repartição em que tenha sede a auto-
Capitulo constituem matéria de leis especiais. ridade competente para a decisão.
Parágrafo único. vetado... . §2°. Proferida a decisão, é ela imediatamente publicada no ór-
gão oficial, sob pena de responsabilidade do servidor com o encar-
CAPÍTULO II go da publicação.
DA PENSÃO ESPECIAL Art. 263. Cabe recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
Art. 260. Fica assegurado à viúva e aos filhos do servidor esta- II - das decisões sobre recursos sucessivamente interpostos.
dual, sem prejuízo da pensão devida normalmente pelo órgão pre- §1º. O recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior
videnciário, o direito de perceberem, mensalmente, uma pensão à que tenha expedido o ato ou tenha proferido a decisão, observa-
especial: (Redação dada pela Lei 7421 de 17/12/1980) dos o prazo e condições estabelecidos para a decisão final de re-
I - correspondente à diferença entre a pensão concedida pelo querimento ou representação, constantes dos §§1º e 2º, do artigo
Instituto de Previdência do Estado e a 60% (sessenta por cento) da anterior.
renumeração do mês anterior ao falecimento, quando este ocor- §2°. O encaminhamento do recurso é sempre feito por inter-
rer com o funcionário em atividade; ou (Incluído pela Lei 7421 de médio da autoridade a que esteja imediatamente subordinado o
17/12/1980) recorrente.
II - correspondente a 50% (cinquenta por cento) da remunera- Art. 264. O pedido de reconsideração e o recurso não têm efei-
ção do mês anterior ao do falecimento do funcionário, quando este to suspensivo; o que for provido retroagirá, nos seus efeitos, à data
ocorrer em consequência de acidente em serviço, não devendo, a do ato impugnado.
soma desta pensão com a deferida pelo órgão previdenciário, ultra- Art. 265. O direito de pleitear na esfera administrativa prescre-
passar a 100% (cem por cento) da remuneração. (Incluído pela Lei verá.
7421 de 17/12/1980) I - em cinco anos, quanto aos atos de que decorram demissão,
III - nas mesmas condições da estabelecida no inciso II, quando aposentadoria ou sua cassação e disponibilidade;
se tratar de falecimento de funcionário portador de doença pro- II - em cento e vinte dias, nos demais casos.
fissional já constatada em perícia médica, ou que por esse moti- Art. 266. Os prazos de prescrição contar-se-ão da data da pu-
vo tenha sido aposentado. (Incluído pela Lei Complementar 38 de blicação, no órgão oficial, do ato impugnado ou, quando este for
29/10/1987) de natureza reservada, da data da ciência do interessado, a qual
§1º. A pensão que acompanhará os aumentos de vencimentos deverá constar do processo respectivo.
e suas alterações, será paga: Art. 267. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca-
a) metade à viúva do servidor; bíveis, interrompem a prescrição até duas vezes, recomeçando-se a
b) metade aos filhos varões, até atingirem a maioridade e sem contagem do prazo a partir da data da publicação oficial do despa-
limite de idade desde que sofram de moléstia que os impossibilite cho denegatório ou restritivo do pedido.
de trabalhar, e às filhas solteiras, ainda que maiores. Art. 268. São improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Ca-
§2°. Perderão o direito à pensão prevista neste artigo, a viúva pítulo.
do servidor que contrair novas núpcias, os filhos e filhas que se ca- Art. 269. A instância administrativa poderá ser renovada:
sarem e os filhos que atingirem a maioridade ou possuam recursos I - quando se tratar de ato manifestamente ilegal;
próprios, para a sua subsistência. II - quando o ato impugnado tenha tido como pressuposto de-
poimento ou documento cuja falsidade venha a ser comprovada.
III - se, após a expedição do ato, surgir elemento novo de prova,
que autorize a revisão do processo.
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Art. 270. As certidões sobre matéria de pessoal serão forneci- V - Lealdade e respeito às instituições constitucionais e admi-
das pelo órgão competente, de acordo com elementos e registros nistrativas a que servir;
existentes, obedecidas as normas constitucionais. VI - Observância das normas legais e regulamentares;
Art. 271. Ao funcionário interessado ou a seu representante le- VII - Obediência às ordens superiores, exceto quando manifes-
gal será dada vista do processo administrativo, quando autorizado tamente ilegais;
pela autoridade competente. VIII - Levar ao conhecimento de autoridade superior irregulari-
dades de que tiver ciência em razão do cargo ou função;
TÍTULO VIII IX - Zelar pela economia e conservação do material que lhe for
DO REGIME DISCIPLINAR confiado;
X - Providenciar para que esteja sempre em ordem, no assenta-
CAPÍTULO I mento individual, sua declaração de família;
DA ACUMULAÇÃO XI - Atender prontamente às requisições para defesa da Fazen-
da Pública e à expedição de certidões para defesa de direito;
Art. 272. É vedada a acumulação remunerada, exceto: XII - Guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de na-
I - a de um cargo de Juiz e um de professor; tureza reservada de que tenha conhecimento em razão do cargo
II - a de dois cargos de professor; ou função;
III - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; XIII - Apresentar-se decentemente trajado em serviço ou com
IV - a de dois cargos privativos de médico. uniforme que for destinado para cada caso;
§1º. Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permiti- XIV - Proceder na vida pública e privada de forma a dignificar
da quando haja correlação de matéria e compatibilidade de horário. sempre a função pública;
§2°. A proibição de acumular se estende a cargos, funções ou XV - Submeter-se a inspeção médica que for determinada pela
empregos em autarquias, empresas públicas e sociedade de eco- autoridade competente;
nomia mista. XVI - Frequentar cursos legalmente instituídos para aperfeiçoa-
§3º. A proibição de acumular proventos não se aplica aos apo- mento ou especialização;
sentados, quando no exercício de mandato eletivo, cargo em co- XVII - Comparecer à repartição às horas de trabalho ordinário
missão ou ao contrato para prestação de serviços técnicos ou es- e às de extraordinário, quando convocado, executando os serviços
pecializados. que lhe competirem.
Art. 273. Verificada, em processo administrativo, acumulação
proibida, e provada boa-fé, o funcionário será obrigado a optar por CAPÍTULO III
um dos cargos. DO APERFEIÇOAMENTO E DA ESPECIALIZAÇÃO
Parágrafo único. Provada má-fé, o funcionário perde todos os
cargos e restituirá o que tiver recebido indevidamente. Art. 280. É dever imanente do funcionário diligenciar para o
Art. 274. As acumulações serão objeto de estudo e parecer in- seu constante aperfeiçoamento profissional e cultural.
dividuais por parte do órgão, para esse fim criado. Art. 281. O funcionário tem por dever frequentar, salvo moti-
Art. 275. É vedado o exercício gratuito de função ou cargo re- vos relevantes que o impeçam, cursos de treinamento funcional,
munerado. especialização ou aperfeiçoamento profissional para o qual seja ex-
Art. 276. O funcionário não pode exercer, simultaneamente, pressamente designado ou convocado.
mais de uma função gratificada, bem como receber cumulativa- Art. 282. Para que o funcionário possa ampliar sua capacidade
mente, vantagens pecuniárias da mesma natureza, salvo as exce- profissional, o Estado promoverá cursos de aperfeiçoamento, con-
ções estabelecidas em lei. ferências, congressos, publicações de trabalhos referentes ao servi-
Art. 277. Não se compreendem na proibição de acumular, nem ço público e viagens de estudo.
estão sujeitas a quaisquer limites, a percepção: §1º. O Estado pode conceder facilidades, inclusive financeiras,
I - conjunta, de pensões civis ou militares; supletivas, ao funcionário que por iniciativa própria, tenha obtido
II - de pensões com vencimento, remuneração ou salário; bolsa de estudo ou inscrição em cursos fora do Estado ou no ex-
III - de pensões com proventos de disponibilidade, aposenta- terior, desde que a modalidade de que trate seja correlata à sua
doria ou reforma; formação e atividade profissional no serviço público estadual.
IV - de proventos resultantes de cargos legalmente acumulá- §2°. Para os fins deste artigo, será concedida ao funcionário a
veis; licença de que trata o art. 251.
V - de proventos com vencimento ou remuneração, nos casos Art. 283. O Estado manterá em caráter permanente, no orça-
de acumulação legal. mento de cada exercício, dotação suficiente destinada a garantir a
Art. 278. (Revogado pela Lei 18875 de 27/09/2016) consecução dos objetivos dispostos neste Capítulo.
Art. 284. Os diplomas, certificados de aproveitamento, atesta-
CAPÍTULO II dos de frequência, fornecidos pelo órgão responsável pela admi-
DOS DEVERES nistração de cursos e bolsa de estudos, influem como títulos nos
concursos em geral e nas promoções e acessos de classe em que
Art. 279. São deveres do funcionário: esteja interessado o seu portador.
I - Assiduidade; Parágrafo único. O regulamento caracterizará a valorização
II - Pontualidade; de cada espécie de títulos, apreçando mais os obtidos mediante a
III - Urbanidade; prestação de provas de conhecimentos e considerando, inclusive, o
IV - Discrição; conceito das instituições expedidoras do título.
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CAPÍTULO IV Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições do


DAS PROIBIÇÕES item VII deste artigo a participação do funcionário em Cooperativas
e Associações de classe, na qualidade de dirigente ou associado,
Art. 285. Ao funcionário é proibido: tampouco a participação em pessoa jurídica de direito privado, de-
I - exercer cumulativamente dois ou mais cargos ou funções pú- dicada ao desenvolvimento e exploração de atividades de pesquisa,
blicas, salvo as exceções permitidas em lei; desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, incentiva-
II - referir-se de modo depreciativo em informação, parecer ou das nos termos da Lei Estadual de Inovação. (Redação dada pela Lei
despacho, às autoridades e atos da administração pública, federal 20541 de 20/04/2021)
ou estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do
ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; CAPÍTULO V
III - retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização da DA RESPONSABILIDADE
autoridade competente, qualquer documento de órgão estadual,
com o fim de criar direito ou obrigação ou de alterar a verdade dos Art. 286. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcio-
fatos; nário responde civil, penal e administrativamente.
IV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimen- Art. 287. A responsabilidade civil decorre de procedimento do-
to da dignidade do cargo ou função; loso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual ou
V - promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer cir- de terceiros.
cular ou subscrever lista de donativos, no recinto de serviço; §1º. A indenização de prejuízo à Fazenda Estadual no que ex-
VI - coagir ou aliciar subordinados com o objetivo de natureza ceder os limites da fiança, poderá ser liquidada mediante desconto
partidária; em prestações mensais não excedentes da quinta parte do venci-
VII - enquanto na atividade, participar de diretoria, gerência, mento ou remuneração, à falta de outros bens que respondam pela
administração, Conselho Técnico ou Administrativo de empresa ou indenização.
sociedade comercial ou industrial: §2°. Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
a) contratante ou concessionária de serviço público estadual; funcionário perante a Fazenda Estadual em ação regressiva propos-
b) fornecedora de equipamento ou material de qualquer natu- ta depois de transitar em julgado a decisão de última instância que
reza ou espécie, a qualquer órgão estadual; houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.
VIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; Art. 288. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos ór- venções imputados ao funcionário nessa qualidade.
gãos estaduais, salvo quando se tratar da percepção de vencimen- Art. 289. A responsabilidade administrativa resulta de atos pra-
to, remuneração, provento ou vantagens de parente, consanguíneo ticados ou omissões ocorridas no desempenho do cargo ou função.
ou afim, até segundo grau; Art. 290. As cominações civis, penais e disciplinares poderão
X - receber propinas, comissões, presentes e vantagens de cumular-se, sendo uma e outras independentes entre si, bem assim
qualquer espécie, em razão do cargo ou função; as instâncias civil, penal e administrativa.
XI - revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que te-
nha ciência, em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de CAPÍTULO VI
depoimento em processo judicial, policial ou administrativo; DAS PENALIDADES
XII - cometer a pessoa estranha ao serviço do Estado, salvo nos
casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir Art. 291. São penas disciplinares:
ou a seus subordinados; I - advertência;
XIII - censurar pela imprensa ou por qualquer outro órgão de II - repreensão;
divulgação pública as autoridades constituídas, podendo, porém, III - suspensão;
fazê-lo em trabalhos assinados, apreciando atos dessas autoridades IV - multa;
sob o ponto de vista doutrinário, com ânimo construtivo; V - destituição de função;
XIV - entreter-se nos locais e horas de trabalho, em palestras, VI - demissão;
leituras ou outras atividades estranhas ao serviço; VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
XV - deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada; Art. 292. Na aplicação das penas disciplinares serão considera-
XVI - atender pessoas estranhas ao serviço, no local do traba- das a natureza e a gravidade de infração, os danos que dela provie-
lho, para o trato de assuntos particulares; rem para o serviço público e os antecedentes funcionais do servidor.
XVII - empregar materiais e bens do Estado em serviço parti- Art. 293. São cabíveis penas disciplinares:
cular, ou, sem autorização superior, retirar objetos de órgãos esta- I - a de advertência, aplicada verbalmente em caso de mera
duais; negligência;
XVIII - aceitar representações de Estados estrangeiros; II - a de repreensão, aplicada por escrito, em caso de desobedi-
XIX - incitar greves ou aderir a elas; ência ou falta de cumprimento dos deveres e reincidência em falta
XX - exercer comércio entre os colegas de trabalho. que tenha resultado na pena de advertência;
XXI - valer-se de sua qualidade de funcionário para melhor III - a de suspensão, que não excederá de noventa dias, aplicada
desempenhar atividade estranha às suas funções ou para lograr em caso de falta grave, de infração às proibições, e de reincidência
qualquer proveito, direta ou indiretamente, por si ou por interposta em falta que tenha resultado em pena de repreensão;
pessoa.
XXII - violar prerrogativas e direitos dos advogados no exercício
de sua função. (Incluído pela Lei 21752 de 21/11/2023)
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IV - a de destituição de função, aplicada em caso de falta de §3º. Nos casos dos itens II e III, sempre que a imposição de pena
exação no cumprimento do dever, de benevolência ou negligência depender da instauração de processo administrativo, a competên-
contributiva para falta de apuração, no devido tempo, de infração cia para decidir é do Secretário de Estado respectivo ou do chefe do
perpetrada por outrem; órgão diretamente subordinado ao chefe do Poder Executivo.
V - a de demissão, aplicada nos casos de: Art. 297. O funcionário que deixar de atender, sem causa justi-
a) crime contra a administração pública; ficada, a qualquer exigência, para cujo cumprimento seja marcado
b) abandono do cargo; prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou re-
c) incontinência pública e escandalosa, vício de jogos proibidos muneração, até que satisfaça essa exigência.
e embriaguez habitual; Art. 298. Além da pena judicial que couber, serão considerados
d) ofensa física em serviço, contra servidor ou particular, salvo como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de atender
em legítima defesa; à convocação do júri e outros serviços, obrigatórios por lei, sem mo-
e) insubordinação grave em serviço; tivo justificado.
f) aplicação irregular dos dinheiros públicos; Art. 299. Deverão constar do assentamento individual todas as
g) revelação de segredo que se conheça em razão do cargo ou penas impostas ao funcionário, inclusive as decorrentes da falta de
função; comparecimento às sessões do júri para que for sorteado.
h) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio do Es- Art. 300. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade se
tado; ficar provado que o inativo:
i) corrupção passiva, nos termos da Lei penal; I - praticou falta grave no exercício do cargo ou função;
j) transgressão a qualquer das proibições previstas no item II, II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
do art. 285, quando de natureza grave a se comprovada má-fé; III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia
k) e nos demais casos expressos neste Estatuto. autorização do Presidente da República;
§1º. Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, IV - praticou usura em qualquer de suas formas;
sem justa causa, por trinta dias consecutivos. V - perdeu a nacionalidade brasileira.
§2°. Será ainda demitido o funcionário que, durante o período Parágrafo único. Será igualmente cassada a disponibilidade ao
de doze meses, faltar ao serviço sessenta dias interpoladamente, funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercício do cargo ou
sem causa justificada. função em que for aproveitado.
§3º. Entender-se-á por ausência ao serviço, com justa causa, Art. 301. Prescreverá:
não somente aquela autorizada na forma da legislação vigente, I - em dois anos, a falta sujeita às penas de repreensão ou sus-
como a que assim for considerada após a devida comprovação em pensão;
inquérito administrativo, caso em que as faltas serão justificadas II - em cinco anos, a falta sujeita: (Redação dada pela Lei 13640
apenas para fins disciplinares. de 25/06/2002)
§4º. O funcionário suspenso perderá todas as vantagens decor- a) a pena de demissão ou destituição de função; (Redação dada
rentes do exercício do cargo. pela Lei 13640 de 25/06/2002)
§5º. Quando houver conveniência para o serviço, a pena de b) a cassação da aposentadoria ou disponibilidade. (Redação
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta dada pela Lei 13640 de 25/06/2002)
por cento por dia de vencimento ou remuneração, obrigado, neste III - vetado... .
caso o funcionário a permanecer no serviço. §1º. Interrompem-se os prazos prescricionais previstos no
Art. 294. O ato de demissão mencionará sempre o dispositivo caput e incisos I e II deste artigo: (Redação dada pela Lei 13640 de
legal em que se enquadre. 25/06/2002)
Art. 295. É punido o funcionário que se recusar a inspeção mé- a) pela instauração de Sindicância; (Incluído pela Lei 13640 de
dica ou a seguir tratamento adequado, com a pena de suspensão, 25/06/2002)
no primeiro caso, e com o cancelamento da licença, no segundo. b) pela instauração de Processo Administrativo; (Incluído pela
Parágrafo único. A suspensão ou o cancelamento cessam desde Lei 13640 de 25/06/2002)
que seja efetuada a inspeção, ou iniciado o tratamento. c) pela interposição de Recurso Administrativo com efeito sus-
Art. 296. São competentes para aplicação das penalidades dis- pensivo; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
ciplinares: d) pela decisão final proferida no Processo Administrativo; (In-
I - O Chefe do Poder Executivo, em qualquer caso e, privati- cluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
vamente, nos casos de demissão ou cassação da aposentadoria e e) pela interposição de Pedido de Revisão da decisão proferida
disponibilidade; no Processo Administrativo; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
II - os Secretários de Estado e demais Chefes de órgãos dire- f) pela decisão final proferida no Pedido de Revisão de que tra-
tamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo, em todos os ta a letra anterior; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
casos, salvo nos de competência privativa deste; g) pela propositura de ação na esfera jurisdicional, que tenha
III - os Chefes de unidades administrativas em geral no caso das por pretensão a anulação ou revisão do ato administrativo que apli-
penalidades de advertência, repreensão, suspensão até trinta dias cou a sanção ao servidor. (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
e multa correspondente. §2º. Fica suspenso o curso do prazo prescricional enquanto não
§1º. A mesma autoridade que aplicar a penalidade, ou autori- sobrevier decisão judicial transitada em julgado no processo ao qual
dade superior, poderá torná-la sem efeito. se refere a letra “g”, do §1º. (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
§2°. A aplicação da pena de destituição de função caberá à au-
toridade que houver feito a designação do funcionário.

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CAPÍTULO VII CAPÍTULO II


DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO DA SINDICÂNCIA
PREVENTIVA
Art. 307. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 302. Cabe a prisão administrativa do responsável por di- Art. 308. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
nheiro e valores pertencentes à Fazenda Estadual, ou que se acha- §1º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
rem sob a guarda desta, no caso de alcance ou omissão em efetuar §2°. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
as entradas nos devidos prazos. Art. 309. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
§1º. A autoridade que ordenar a prisão comunicará imediata- Art. 310. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
mente o fato à autoridade judiciária competente e providenciará Art. 311. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
no sentido de ser realizado, com urgência, o processo de tomada Art. 312. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
de contas. I - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
§2°. A prisão administrativa não excederá de noventa dias. II - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 303. Cabe ordenar, sempre fundamentadamente e por es- Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
crito, a prisão administrativa: Art. 313. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
I - aos Secretários de Estado;
II - aos diretores de repartições diretamente subordinados ao CAPÍTULO III
Chefe do Poder Executivo. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
III - nos casos urgentes, aos demais chefes de serviços a que
estejam subordinados os servidores. Art. 314. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 304. A suspensão preventiva do exercício do cargo ou fun- Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
ção até trinta dias será ordenada pelas autoridades mencionadas Art. 315. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
no artigo anterior, desde que o afastamento do funcionário seja ne- §1º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
cessário, para que este não venha influir na apuração da falta. §2°. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
§1º. A suspensão preventiva é medida acautelatória e não §3º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
constitui pena. Art. 316. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
§2°. Sòmente os Secretários de Estado e os dirigentes de órgãos Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
diretamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo são compe- Art. 317. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
tentes para prorrogar o prazo da suspensão já ordenada, o qual não Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
excederá da noventa dias, incluídos nestes o prazo inicial; findo o Art. 318. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
prazo de suspensão, cessarão os respectivos efeitos, ainda que o Art. 319. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
processo administrativo correspondente não esteja concluído. Art. 320. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 305. O funcionário terá direito: §1º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
I - à contagem do tempo de serviço público relativo ao período §2°. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
em que tenha estado prêso ou suspenso, quando do processo não §3º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
houver resultado pena disciplinar ou esta se limitar a advertência Art. 321. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
ou repreensão; Art. 322. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
II - à contagem do período de afastamento que exceder do pra- §1º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
zo de suspensão disciplinar efetivamente aplicada; §2°. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
III - à contagem do período de prisão administrativa ou suspen- Art. 323. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
são preventiva e ao pagamento do vencimento ou remuneração e Art. 324. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
de todas as vantagens do exercício, desde que reconhecida a sua Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
inocência. Art. 325. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 326. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
TÍTULO IX Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E SUA REVISÃO Art. 327. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 328. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
CAPÍTULO I Art. 329. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADE Art. 330. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Art. 306. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 331. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 332. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
I - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
II - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 333. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
III - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 334. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)
IV - (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021)

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CAPÍTULO IV Art. 352. Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou polí-


DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO tica, nenhum servidor poderá ser privado de qualquer de seus di-
reitos, nem sofrer alteração em sua vida funcional, salvo se invocar
Art. 335. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) para eximir-se de obrigação legal.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 353. Mediante seleção e concurso adequado poderão ser
Art. 336. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) admitidos funcionários de capacidade física reduzida, para cargos
Art. 337. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) especificados em lei e regulamentos.
Art. 338. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 354. O Poder Executivo expedirá os atos complementares
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) necessários à plena execução das disposições da presente Lei.
Art. 339. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Parágrafo único. Até que sejam expedidos os atos de que trata
§1º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) este artigo, continuará em vigor regulamentação existente, exclu-
§2°. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) ídas as disposições que conflitem com as da presente Lei, modifi-
§3º. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) quem-nas ou, de qualquer forma, impeçam o seu integral cumpri-
Art. 340. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) mento.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) Art. 355. Consideram-se pertencentes à família do funcionário,
Art. 341. (Revogado pela Lei 20656 de 03/08/2021) além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que comprovadamente
vivam a suas expensas e constem de seu assentamento individual.
TÍTULO X Art. 356. O pagamento do salário-família, na forma prevista
DISPOSIÇÕES FINAIS pelo art. 196 e seu parágrafo único, é extensivo ao cônjuge e demais
dependentes do servidor falecido anteriormente à vigência desta
Art. 342. A Associação dos Servidores Públicos do Paraná, enti- Lei, não se computando parcelas atrasadas. (Redação dada pela Lei
dade de Direito Privado, com sede na Capital do Estado, é reconhe- 6325 de 27/10/1972)
cida como órgão oficial de representação da classe. Art. 357. Os prazos previstos nesta Lei e na sua regulamentação
§1º. vetado... . serão contados por dias corridos.
§2°. O Presidente do órgão a que se refere este artigo, durante Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia inicial, pror-
o seu mandato, fica dispensado do expediente em sua repartição, rogando-se o vencimento que incidir em domingo ou feriado, para
sem prejuízo dos vencimentos e vantagens do cargo de que for ocu- o primeiro dia útil seguinte.
pante na administração estadual. Art. 358. Os órgãos de pessoal fornecerão ao funcionário uma
Art. 343. vetado... . caderneta da qual constem os elementos da sua identificação e
Art. 344. vetado... . onde somente se registrarão os atos e fatos de sua vida funcional.
Parágrafo único. vetado... . Parágrafo único. A caderneta valerá como prova de identidade,
Art. 345. O dia 28 de Outubro será consagrado ao Servidor Pú- para todos os efeitos, inclusive para o recebimento do vencimento,
blico do Estado do Paraná. em caso de transferência ou remoção, e será gratuita.
Parágrafo único. O “Dia do Servidor Público” deverá ser assina- Art. 359. Os funcionários públicos, no exercício de suas atri-
lado com solenidades que propiciem a confraternização do funcio- buições, não estão sujeitos à ação penal por ofensa irrogada em
nalismo, realizadas sob o patrocínio da entidade da classe, vetado... informações, pareceres ou quaisquer outros escritos de natureza
. administrativa, que, para este fim, são equiparadas às alegações
Art. 346. vetado ao funcionário trabalhar sob ordens do côn- produzidas em juízo.
juge ou parente até segundo grau, salvo em função de estrita con- Parágrafo único. Ao chefe imediato do funcionário cabe man-
fiança e até o número de dois, ou quando não houver na localidade dar riscar a requerimento do interessado, as palavras julgadas ofen-
outra unidade administrativa onde ele possa ter exercício. sivas.
Art. 347. O Chefe do Poder Executivo, em regulamentação pró- Art. 360. O regime deste Estatuto é aplicável, no que couber,
pria, mediante decreto, poderá estabelecer sistema de rodízio para aos servidores da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do
o exercício de funções de Chefia de setores distritais ou regionais, a Tribunal de Contas, do Ministério Público e das Autarquias do Esta-
fim de que tais exercícios, na mesma função, não ultrapasse o prazo do do Paraná.
de 3 (três) anos. Art. 361. Fica o Poder Executivo autorizado a promover, me-
Art. 348. O estrangeiro pode, em caráter excepcional, exercer diante concurso de provas ou de provas e títulos, a readaptação
encargos de pesquisa, tendo em vista as peculiaridades científicas dos servidores públicos que, a data da publicação da presente Lei,
de seu conhecimento e a relevância de sua atuação, tudo sob ar- estiverem desviados das funções correspondentes às respectivas
bítrio do Chefe do Poder Executivo, em cada caso e respeitada a séries de classes.
legislação federal. Art. 362. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação
Art. 349. (Revogado pela Lei Complementar 108 de 18/05/2005) revogadas a Lei nº 293, de 24 de novembro de 1.949, e demais dis-
§1º.(Revogado pela Lei Complementar 108 de 18/05/2005) posições em contrário.
§2°. (Revogado pela Lei Complementar 108 de 18/05/2005) PALÁCIO DO GOVERNO EM CURITIBA, em 16 de novembro de
§3º. (Revogado pela Lei Complementar 108 de 18/05/2005) 1970.
Art. 350. A situação de pessoal contratado não confere direito,
nem expectativa de direito de efetivação no serviço público esta-
dual.
Art. 351. Nenhuma taxa ou imposto estadual gravará os atos ou
títulos referentes ao funcionário.
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VII - Assinatura Eletrônica: é a assinatura realizada mediante


LEI ESTADUAL N° 20.656/2021 (PROCESSOS ADMINISTRA- utilização de login e senha previamente fornecidos pela Adminis-
TIVOS) tração;
VIII - Ato de Ofício: ato expedido por autoridade competente
sem a necessidade de iniciativa ou participação de terceiros;
LEI 20656- 03 DE AGOSTO DE 2021 IX - Audiência Pública: é um instrumento de apoio ao processo
decisório da Administração Pública, com o objetivo de promover o
Estabelece normas gerais e procedimentos especiais sobre atos diálogo entre os atores sociais, com o escopo de buscar soluções de
e processos administrativos que não tenham disciplina legal especí- questões que contenham interesse público relevante;
fica, no âmbito do Estado do Paraná. X - Autoridade: é o servidor ou agente público dotado de poder
de decisão no âmbito da sua competência;
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu san- XI - Autoridade Máxima: é a maior autoridade do órgão ou en-
ciono a seguinte lei: tidade, sendo:
a) no Poder Executivo Estadual, o Governador do Estado do Pa-
TÍTULO I raná;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES b) no Poder Legislativo Estadual, o Presidente da Assembleia
Legislativa do Estado do Paraná;
Art. 1º Este Código estabelece normas gerais e procedimentos c) no Poder Judiciário, o Presidente do Tribunal de Justiça do
especiais sobre atos e processos administrativos que não tenham Estado do Paraná;
disciplina legal específica, no âmbito do Estado do Paraná, visando, d) no Ministério Público Estadual, o Procurador-Geral de Jus-
em especial, à proteção dos direitos fundamentais dos administra- tiça;
dos e o melhor cumprimento dos fins da Administração. e) no Tribunal de Contas do Estado do Paraná, o Presidente;
§1º Subordinam-se às normas deste Código: f) na Defensoria Pública Estadual, o Defensor-Público Geral;
I - os órgãos da Administração Direta; g) nas autarquias, nas fundações públicas, nas sociedades de
II - as autarquias, inclusive as em regime especial e as funda- economia mista, nas empresas públicas e demais entidades priva-
ções públicas; das controladas direta ou indiretamente pelo Estado do Paraná, o
III - os fundos especiais; Diretor Presidente ou equivalente;
IV - as sociedades de economia mista, empresas públicas e de- XII - Autoridade Superior: a definida em lei ou ato administrati-
mais entidades de direito privado, controladas direta ou indireta- vo, ou a que receba delegação de competência para prática de atos
mente pelo Estado do Paraná; em nome da pessoa jurídica;
V - os Poderes Legislativo e Judiciário do Estado do Paraná, XIII - Comunicação: é a manifestação à autoridade competente
quando no desempenho de função administrativa; de ocorrência de fato que afete à Administração Pública;
VI - o Ministério Público; XIV - Consulta Pública: processo que objetiva a manifestação
VII - a Defensoria Pública; do administrado para auxiliar a Administração Pública em temas
VIII - o Tribunal de Contas do Estado; relevantes, em especial na elaboração de atos administrativos e po-
IX - as pessoas que exploram serviço público estadual por de- líticas públicas;
legação ou outorga. XV - Meio Eletrônico: qualquer forma de armazenamento ou
§2º As normas deste código aplicam-se subsidiariamente aos tráfego de documentos e arquivos digitais;
atos e processos administrativos com disciplina específica neste có- XVI - Proposição: é o instrumento que objetiva submeter deter-
digo ou em outro ato normativo. minado assunto à apreciação ou exame de algo a uma autoridade
§3º As normas da Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de competente;
2015 - Código de Processo Civil, aplicam-se supletivamente nos ca- XVII - Revelia: é a conduta pela qual o indiciado, regularmente
sos de omissão deste Código. notificado, não se manifesta, no prazo legal;
Art. 2º Para os fins deste Código considera-se: XVIII - Revelia: é a conduta pela qual o indiciado, regularmente
I - Administração: órgão, entidade ou unidade administrativa notificado, não se manifesta, no prazo legal;
pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; XIX - Reclamação: é a oposição expressa a atos da Administra-
II - Administração Direta: conjunto de órgãos integrantes da es- ção que afetem direitos ou interesses do administrado de forma a
trutura administrativa da Governadoria do Estado e das Secretarias; causar-lhe lesões de ordem pessoal ou patrimonial;
III - Administração Indireta: entidades elencadas no Anexo I da XX - Sítio Oficial: endereço eletrônico da rede mundial de com-
Lei nº 19.848, de 3 de maio de 2019; putadores no qual a Administração disponibiliza suas informações
IV - Administração Pública: administração direta e indireta do e serviços;
Estado, abrangendo, inclusive, os Poderes Judiciário e Legislativo, XXI - Transmissão Eletrônica: toda forma de comunicação a dis-
o Tribunal de Contas, o Ministério Público e a Defensoria Pública, tância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmen-
quando no exercício de funções administrativas. te a rede mundial de computadores;
V - Agente Público: pessoa que exerce, mesmo que transito- XXII - Trânsito em Julgado Administrativo: decisão administra-
riamente, com ou sem remuneração, cargo, função ou emprego tiva tornada definitiva que ocorre com o esgotamento dos recursos
público; disponíveis, o termo do prazo para recurso, no caso da não interpo-
VI - Assinatura Digital: é a assinatura vinculada a certificado di- sição da peça recursal, ou com sua interposição intempestiva;
gital emitido por autoridade certificadora credenciada;

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XXIII - Sistema Digital: conjunto de rotinas e procedimentos in- TÍTULO II


formatizados criados para produzir efeitos de tramitação processu- DOS DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS
al a partir de operações nele realizadas.
Art. 3º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos CAPÍTULO I
princípios da legalidade, impessoalidade, imparcialidade, publicida- DOS DIREITOS
de, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mora-
lidade, probidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, Art. 4º O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
interesse público, celeridade, boa-fé e eficiência. ministração Pública, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegu-
§1º Nos processos administrativos serão observados, entre ou- rados:
tros, os critérios de: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
I - atuação conforme a lei e o direito; deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
II - atendimento ao interesse público, vedada a renúncia total suas obrigações;
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
III - objetividade no atendimento do interesse público; que tenha a condição de interessado, ter acesso aos autos, obter
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e cópias de documentos neles contidos, conhecer as decisões profe-
boa-fé, vedada a promoção pessoal de agente ou autoridade; ridas e recorrer das decisões que lhe sejam desfavoráveis, ressalva-
V - divulgação oficial dos atos administrativos, nos termos da dos os casos de sigilo;
lei; III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita- IV - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
mente necessárias ao atendimento do interesse público; são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter- V - peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder e para a
minarem a decisão; defesa de direitos, independente de pagamento de taxas.
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia dos Art. 5º Terão prioridade na tramitação, na ordem abaixo discri-
direitos dos postulantes e dos destinatários do processo; minada, em qualquer órgão ou instância, os processos administrati-
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- vos em que figure como parte ou interessado:
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- I - pessoa com idade igual ou superior a oitenta anos;
nistrados; II - pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos;
X - garantia dos direitos fundamentais previstos na Constituição III - pessoa com deficiência, física ou mental;
da República; IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
as previstas em lei e as necessárias à reprodução de documentos; te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju- losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
ízo da atuação dos interessados. doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
XIII - observância das prerrogativas e direitos dos advogados no síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave,
exercício de sua função. (Incluído pela Lei 21752 de 21/11/2023) atestada por laudo médico emitido por profissional devidamente
§2º As normas deste Código serão interpretadas e aplicadas a habilitado, com ou sem um diagnóstico definitivo, havendo funda-
partir das seguintes premissas: dos indícios de sua existência, mesmo que a doença tenha sido con-
I - a decisão que decretar a invalidade de ato, contrato, ajuste traída após o início do processo. (Redação dada pela Lei 21490 de
ou processo deverá indicar de modo expresso suas consequências 24/05/2023)
jurídicas e administrativas; §1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
II - em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
ato, contrato, ajuste, ou processo, serão consideradas as circuns- tiva competente, que determinará as providências a serem cum-
tâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado pridas.
a ação do agente; §2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação
III - a revisão quanto à validade de ato, contrato, ajuste, ou própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
processo cuja produção já se houver completado levará em conta §3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte
as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou
mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situa- companheiro em união estável.
ções plenamente constituídas; §4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo ór-
IV - o agente público responderá pessoalmente por suas deci- gão ou entidade e deverá ser imediatamente concedida diante da
sões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro; prova da condição de beneficiário.
V - as autoridades públicas devem atuar para aumentar a segu-
rança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regu- CAPÍTULO II
lamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. DOS DEVERES

Art. 6º São deveres do administrado perante a Administração


Pública, sem prejuízo de outros previstos em lei ou contrato:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
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III - não agir de modo temerário; Art. 11. Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
rar para o esclarecimento dos fatos; dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
V - não produzir provas nem praticar atos inúteis, desnecessá- Art. 12. São inválidos os atos administrativos que desatendam
rios ou protelatórios; os pressupostos legais e regulamentares de sua edição, ou os prin-
VI - não usar do processo para conseguir objetivo ilegal; cípios orientadores da Administração Pública, especialmente nos
VII - não opor resistência injustificada ao andamento do pro- casos de:
cesso; I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que
VIII - não provocar incidentes manifestamente infundados. emane;
Art. 7º É defeso ao administrado, a seus procuradores e a qual- II - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
quer pessoa que participe do processo empregar expressões inju- III - ilicitude do objeto;
riosas nos escritos apresentados, cabendo à autoridade administra- IV - inexistência ou impertinência do motivo de fato ou de di-
tiva, de ofício ou a requerimento do ofendido mandar riscá-las. reito;
§1º Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defe- V - desvio de poder ou de finalidade.
sa oral, a autoridade advertirá o administrado para que não as use, Art. 13. São legitimados como interessados no processo admi-
sob pena de lhe ser cassada a palavra. nistrativo:
§2º A requerimento do ofendido, a autoridade administrativa I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expres- direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
sões injuriosas ou ofensivas e disponibilizará à parte interessada. presentação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
TÍTULO III ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
NORMAS GERAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS III - a pessoa física, organização ou associação, quanto a direitos
ADMINISTRATIVOS e interesses individuais homogêneos, coletivos e difusos;
IV - a entidade de classe, no tocante a direito e interesse de
CAPÍTULO I seus associados.
DO INÍCIO DO PROCESSO §1º A atuação no processo administrativo, nos casos de organi-
zações, associações e entidades de classes, referidas nos incisos III
Art. 8º Todo assunto submetido ao conhecimento da Adminis- e IV deste artigo, dependerá de comprovação de pertinência temá-
tração Pública será preferencialmente instrumentalizado pela via tica por parte das pessoas neles indicadas.
de processo administrativo. §2º Será admitida a intervenção de terceiro no processo, por
Art. 9º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício, a decisão de autoridade competente para o seu julgamento, quando
requerimento, por proposição ou comunicação do administrado. comprovado seu interesse.
Parágrafo único. A Administração não iniciará qualquer atuação §3º É facultada a constituição de advogado para defesa dos in-
material relacionada com a esfera jurídica dos particulares sem a teresses do interessado, salvo quando obrigatória a representação,
prévia expedição do ato administrativo que lhe sirva de fundamen- por força de lei.
to, salvo na hipótese de expressa previsão legal. Art. 14. São capazes, para fins de processo administrativo, os
Art. 10. A provocação do interessado, salvo casos previstos em maiores de dezoito anos, ressalvada disposição legal em contrário.
lei em que for admitida solicitação oral, deve ser formulada por es-
crito e indicando cumulativamente, no mínimo: CAPÍTULO III
I - órgão, entidade ou autoridade administrativa a que se dirige; DA COMPETÊNCIA
II - identificação do interessado ou de quem o represente, as-
sim como de seu advogado, caso constituído; Art. 15. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
municações; delegação e avocação legalmente admitidos.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus Art. 16. Um órgão administrativo e seu titular poderá, se não
fundamentos; houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
§1º É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi- mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
mento de documentos. tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial,
§2º Constatada a ausência de algum dos dados do requerimen- mediante a justificativa expressa para tanto.
to inicial pela autoridade competente para o julgamento ou para Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
a instrução do processo, será determinado o suprimento da falta delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
pelo requerente, concedendo-se, para tanto, o prazo não inferior presidentes.
a 24 (vinte e quatro) horas nem superior a quinze dias, sob pena Art. 17. Não podem ser objeto de delegação:
de arquivamento, salvo se a continuação do feito for de interesse I - a edição de atos de caráter normativo;
público. II - a decisão de recursos administrativos;
§3º Será indeferido o requerimento inicial quando forem re- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
novados pedidos já examinados, ressalvado o disposto no art. 85 dade;
desta Lei. IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização
expressa e na forma por ela determinada;
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V - a totalidade da competência do órgão; §2º A notificação é condição de validade do processo adminis-


VI - as competências essenciais do órgão, que justifiquem a sua trativo, sendo que o comparecimento espontâneo do notificado
existência. supre a sua falta.
Art. 18. Os atos de delegação e sua revogação deverão ser mo- §3º Comparecendo o notificado apenas para arguir nulidade da
tivados e publicados em Diário Oficial. notificação, e caso esta venha a ser declarada nula pela autoridade
§1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes competente, considerar-se-á realizada na data em que o interessa-
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- do for intimado da declaração de nulidade.
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva §4º Se o notificado não souber ou não puder assinar, ou se
de exercício da atribuição delegada. recusar a receber a notificação, o servidor público certificará nos
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au- autos o fato, dando-a por realizada.
toridade delegante. Art. 25. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interessa-
§3º A delegação poderá ser admitida por meio de convênios, do, principalmente:
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres. I - dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de
§4º As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex- fazer alguma coisa;
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pela auto- II - das decisões que resultem imposição de deveres, ônus, san-
ridade delegante. ções, restrição ao exercício de direitos;
Art. 19. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos III - de atividades de seu interesse.
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de Parágrafo único. Havendo advogado constituído, e em não se
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. tratando de hipótese de intimação pessoal, as intimações serão di-
Art. 20. Inexistindo competência legal específica, o processo rigidas exclusivamente ao referido procurador.
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo
grau hierárquico para decidir. administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
de decisão ou a efetivação de diligências.
CAPÍTULO IV §1º A intimação deverá conter:
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO I - a identificação do intimado e o nome do órgão ou da entida-
de administrativa;
Art. 21. Os atos do processo administrativo não dependem de II - a finalidade da intimação;
forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir. III - a data, a hora e o local em que deve comparecer;
Parágrafo único. Os atos do processo devem ser produzidos por IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a representar;
assinatura da autoridade responsável. V - a informação da continuidade do processo independente-
Art. 22. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, mente do seu comparecimento;
no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar VI - a indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
o processo. §2º A intimação observará a antecedência mínima de cinco
§1º Serão concluídos depois do horário normal os atos já ini- dias quanto à data de comparecimento.
ciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do processo ou §3º Aplica-se à intimação, no que couber, o disposto no art. 24
cause dano ao interessado ou à Administração. desta Lei.
§2º A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em Art. 27. Os atos de comunicação serão realizados, preferencial-
qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do mente, na seguinte ordem:
prazo. I - mediante mensagem enviada por meio de correio eletrôni-
Art. 23. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou co, com confirmação de leitura;
autoridade responsável pelo processo e os dos administrados que II - mediante remessa do feito, por via eletrônica, à caixa de
dele participem devem ser praticados no prazo de quinze dias, salvo processos do interessado;
motivo de força maior. III - mediante remessa por via postal, com aviso de recebimen-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado to;
até o dobro, mediante comprovada justificação. IV - pessoalmente, mediante aposição de data e assinatura do
destinatário no instrumento ou expediente, ou através de lavratura
CAPÍTULO V de termo em livro próprio, se houver;
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS V - por edital publicado em Diário Oficial.
§1º Com exceção das microempresas e das empresas de peque-
Art. 24. Notificação é o ato pelo qual a Administração convoca no porte, as empresas públicas e privadas, assim como os agentes
o interessado para integrar o processo administrativo, a fim de que públicos, são obrigados a manter cadastro nos sistemas de processo
apresente manifestação sobre os fatos descritos pela autoridade em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de notificações e
competente. intimações, as quais serão efetuadas por esse meio.
§1º A notificação deverá conter a descrição dos fatos e a indi- §2º Os advogados constituídos também deverão manter cadas-
cação dos dispositivos legais supostamente violados, e será acom- tro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de
panhada de cópia do documento inaugural do processo administra- recebimento de notificações e intimações, as quais serão efetuadas
tivo, assinalando prazo para manifestação. por esse meio.
§3º Consideram-se efetivados os atos de comunicação:

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - quando por via eletrônica, nos termos do disposto no art. Art. 34. Consideram-se realizados os atos processuais por meio
35 desta Lei. eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema, que fornecerá o
II - quando por via postal, na data de juntada aos autos do aviso respectivo protocolo eletrônico, gerando confirmação da prática do
de recebimento; ato.
III - quando pessoal, na data da aposição da ciência no instru- Parágrafo único. Quando a manifestação for enviada para aten-
mento ou expediente; ou na data do registro da recusa em assinar der prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmiti-
o ato de comunicação; das até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.
IV - quando por edital, três dias após sua publicação. Art. 35. Os atos de comunicação dirigidos ao interessado cre-
§4º Considera-se pessoal a intimação realizada por meio ele- denciado serão realizados por meio eletrônico, considerando-se
trônico aos interessados cadastrados mencionados no §1º deste realizados no dia útil seguinte à consulta ao teor da notificação ou
artigo. intimação, ou ao da entrada do protocolado na caixa de processos
Art. 28. Os atos de comunicação serão obrigatoriamente pes- do agente público responsável pela prática do ato.
soais quando: §1º Inexistindo confirmação de leitura em até dez dias contí-
I - o processo envolver interesse de incapaz; nuos contados da data do envio, considerar-se-á automaticamente
II - o destinatário da comunicação residir em local não atendido realizado o ato na data do término deste prazo.
pela entrega domiciliar de correspondência, ou não for cadastrado §2º Nos casos urgentes em que a comunicação realizada na
no sistema de processo eletrônico; forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou
Art. 29. O ato de comunicação será realizado por edital: for evidenciada tentativa de burla ao sistema, o ato processual será
I - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que o realizado por outro meio que atinja sua finalidade, conforme deter-
notificado ou o postulante se encontrar; minado pela autoridade competente.
II - quando houver fundada suspeita de ocultação para frustrar Art. 36. Todas as comunicações oficiais, que transitem entre ór-
o recebimento do ato de comunicação; gãos da Administração, serão feitas por meio eletrônico, nos termos
III - nos demais casos expressos em lei. do regulamento.
§1º São requisitos para a notificação e intimação por edital:
I - declaração formal da autoridade competente acerca das cir- SEÇÃO II
cunstâncias previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; DA PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS POR OUTROS MEIOS
II - fixação do edital na sede da repartição onde tramita o pro-
cesso; Art. 37. É permitida a prática de atos processuais que depen-
III - publicação do edital em Diário Oficial, com juntada aos au- dam de manifestação escrita mediante a utilização de sistema de
tos de cópia do ato publicado. transmissão de dados e imagens, na forma prevista em regulamen-
§2º Os atos de comunicação serão nulos quando feitos sem ob- to.
servância das prescrições legais, mas o comparecimento do admi- Art. 38. A Administração realizará, preferencialmente, por sis-
nistrado supre sua falta ou irregularidade. tema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de trans-
Art. 30. O desatendimento dos atos de comunicação não im- missão de sons e imagens em tempo real, interrogatório, depoi-
porta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a mento, reunião de órgão colegiado ou audiência pública, dentre
direito pelo administrado. outros atos processuais.
Art. 31. No prosseguimento do processo, será garantido direi-
to ao contraditório e à ampla defesa ao interessado, podendo este SEÇÃO III
atuar no processo a qualquer tempo, recebendo-o no estado em DO SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO
que se encontrar, observado que nenhum ato será repetido em ra-
zão de sua inércia. Art. 39. A Administração deverá manter sistema eletrônico
para os processos administrativos por meio de autos total ou par-
CAPÍTULO VI cialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de
DA AUTUAÇÃO E DA DOCUMENTAÇÃO computadores e o acesso por meio de redes internas e externas.
Art. 40. O envio de manifestações de qualquer natureza em
Art. 32. Os processos administrativos serão autuados e nume- formato digital pode ser feito diretamente pelo interessado, seu
rados respeitando a ordem lógica e cronológica de inserção dos do- representante ou advogado constituído, sem necessidade da par-
cumentos. ticipação do órgão administrativo, hipótese em que o recebimento
dar-se-á de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de
CAPÍTULO VII protocolo.
DO USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO VIII
DA INSTRUÇÃO
SEÇÃO I
DOS ATOS PROCESSUAIS ELETRÔNICOS Art. 41. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
Art. 33. A prática de atos processuais por meio eletrônico será de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces-
admitida mediante uso de assinatura eletrônica ou digital. so.
Parágrafo único. Os atos de instrução que exijam a atuação dos
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 42. São inadmissíveis no processo administrativo as provas Art. 53. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao
obtidas por meios ilícitos. interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
Art. 43. A Administração Pública não conhecerá requerimentos não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
ou requisições de informações, documentos ou providências que: tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
I - não contenham a devida especificação do objeto do proces- Art. 54. Os interessados já qualificados no processo serão inti-
so a que se destinam; mados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima
II - não sejam da competência do órgão requisitado. de cinco dias, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 44. Quando a matéria do processo envolver assunto de in- Art. 55. Encerrada a instrução, o interessado, seu representan-
teresse público, o órgão competente poderá, mediante despacho te ou advogado constituído, terá o direito de manifestar-se no prazo
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de máximo de quinze dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para Art. 56. Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao in-
a parte interessada. teresse público ou à segurança de bens, pessoas e serviços, a Ad-
§1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação ministração Pública poderá, motivadamente, adotar providências
pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos- acauteladoras já previstas em lei ou em atos normativos infralegais.
sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale- Art. 57. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
gações escritas. ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
§2º A participação à consulta pública não confere, por si, a con- o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
dição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem,
Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a na forma da lei.
todas as alegações substancialmente iguais. Art. 58. O órgão de instrução que não for competente para emi-
Art. 45. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- conteúdo das fases do processo e formulará proposta de decisão,
blica para debates sobre a matéria do processo. objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
Art. 46. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re- competente.
levante, poderão estabelecer outros meios de participação de ad- Art. 59. A proposta de decisão conterá sugestão da sanção a ser
ministrados, diretamente ou por meio de organizações e associa- aplicada, se for o caso.
ções legalmente reconhecidas.
Art. 47. Os resultados da consulta, da audiência pública e de CAPÍTULO IX
outros meios de participação de administrados deverão ser apre- DO INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL
sentados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 48. Quando necessária à instrução do processo, a audi- Art. 60. O incidente de falsidade documental pode ser instau-
ência de outros órgãos ou entidades administrativas, poderá ser rado em qualquer fase do processo administrativo, de ofício ou a
realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou pedido do interessado, a quem caberá suscitá-lo na defesa ou no
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva prazo de quinze dias, contados da intimação da juntada do docu-
ata, a ser juntada aos autos. mento reputado ilegítimo aos autos.
Art. 49. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- Parágrafo único. A arguição de falsidade documental estará su-
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a jeita ao exame de admissibilidade pela autoridade processante, a
instrução do processo e do disposto no art. 50 desta Lei. qual sustará o processo até a decisão final acerca da falsidade ou
Art. 50. Quando o interessado declarar que fatos e dados es- autenticidade do documento.
tão registrados em documentos existentes no próprio órgão res- Art. 61. Quando o incidente for promovido pelo interessado,
ponsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão seu requerimento será dirigido à autoridade competente para a ins-
competente para a instrução promoverá, de ofício, a obtenção dos trução, e deverá trazer os motivos pelos quais argui a falsidade do
documentos ou das respectivas cópias, ou justificará a impossibili- documento.
dade de fazê-lo. Art. 62. Admitido incidente de falsidade documental, a parte
Art. 51. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da que produziu o documento será intimada para, no prazo de quinze
tomada de decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili- dias, manifestar-se e apresentar prova acerca da veracidade do do-
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria cumento questionado, podendo ser determinado o exame pericial,
objeto do processo. se for o caso.
§1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na Art. 63. A decisão que resolver o incidente declarará a falsidade
motivação do relatório e da decisão. ou autenticidade do documento.
§2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun- Parágrafo único. Se for declarada a falsidade do documento,
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam a autoridade processante determinará a instauração de processo
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. administrativo destinado a apurar a responsabilidade da parte que
Art. 52. Quando necessária a prestação de informações ou a juntou documento falso e imporá a penalidade cabível, sem prejuí-
apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão ex- zo do dever de representar ao Ministério Público.
pedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, for-
ma e condições de atendimento.

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CAPÍTULO X §1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia


DO DEVER DE DECIDIR atinge somente quem a tenha formulado.
§2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
Art. 64. A Administração tem o dever de explicitamente emitir não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla- considerar que o interesse público assim o exige.
mações, em matéria de sua competência. Art. 69. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
Parágrafo único. A decisão administrativa deverá ser proferida so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
devidamente justificada, mencionando-se os precedentes judiciais impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
e administrativos estaduais já consolidados Art. 70. A propositura de ação judicial com vistas a discutir di-
Art. 65. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad- reito ou interesse em debate na esfera Administrativa importa em
ministração tem o prazo de até quinze dias para decidir, admitida a renúncia ao poder de peticionar ou recorrer na referida esfera e
prorrogação, expressamente motivada, por iguais e sucessivos perí- desistência de recurso acaso interposto, salvo quando se tratar de
odos, até o limite máximo de sessenta dias. processo para apuração de responsabilidade.
Art. 66. Quando a decisão proferida em um determinado pro-
cesso administrativo se caracterizar como extensível a outros casos CAPÍTULO XIII
similares, poderá a autoridade máxima do Poder, após manifesta- DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
ção da Procuradoria Geral do Estado, mediante ato devidamente
motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa, com a devida Art. 71. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
publicação em Diário Oficial. do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo pode- conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
rá ser revisto a qualquer tempo, de ofício ou por provocação, me- Art. 72. O direito da Administração de anular os atos adminis-
diante edição de novo ato. trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em cinco anos, contados da data da ciência do ato pela Ad-
CAPÍTULO XI ministração, salvo comprovada má-fé ou flagrante inconstituciona-
DA MOTIVAÇÃO lidade.
Parágrafo único. Sem prejuízo da ponderação de outros fato-
Art. 67. Os atos administrativos deverão ser motivados, com res, considera-se de má-fé o indivíduo que, analisadas as circuns-
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: tâncias do caso:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; fato incontroverso;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção II - alterar a verdade dos fatos;
pública; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici- IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
tatório; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato
V - decidam recursos administrativos; do processo;
VI - decorram de reexame de ofício; VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protela-
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; tório.
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida- Art. 73. Em decisão na qual se evidencie não acarretar lesão ao
ção de ato administrativo; interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresenta-
IX - acatem ou recusem a produção de provas requeridas pelos rem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Admi-
interessados; nistração, nos seguintes casos:
X - extingam o processo. I - vícios de competência, mediante ratificação da autoridade
§1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, poden- competente para a prática do ato, e não se trate de competência
do consistir em declaração de concordância com fundamentos de indelegável;
decisões, que, neste caso, serão partes integrantes do ato. II - vícios de forma, desde que estes possam ser supridos de
§2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode modo eficaz e que não se trate de forma essencial à validade do ato,
ser utilizado meio mecânico ou eletrônico que reproduza os funda- prevista expressamente em lei como a única possível para aquele
mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia ato administrativo;
dos interessados. III - vício de objeto ou conteúdo, quando plúrimo, mediante
§3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis- conversão ou reforma, quando a vontade administrativa se preor-
sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo denar a mais de uma providência administrativa no mesmo ato, po-
escrito. dendo ser suprimida ou alterada alguma providência e aproveitado
o ato quanto às demais providências, não atingidas por qualquer
CAPÍTULO XII vício;
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO IV - quando se constatar que a invalidação do ato trará mais
prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme
Art. 68. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, decisão plenamente motivada.
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
nunciar a direitos disponíveis.
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CAPÍTULO XIV III - por quem não seja legitimado;


DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA RECONSIDERAÇÃO IV - após exaurida a esfera administrativa.
§1º Na hipótese do inciso II do art. 82 desta Lei, será indicada
Art. 74. Das decisões administrativas finais cabe recurso em ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o pra-
face de razões de legalidade e de mérito. zo para recurso.
§1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, §2º O não conhecimento do recurso não retira da Administra-
a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias a partir do seu ção o dever de anulação de ofício do ato ilegal, respeitado o prazo
recebimento, o encaminhará à autoridade superior. decadencial de que trata este Código.
§2º Não sendo encaminhado o recurso ao órgão ou autoridade Art. 83. O órgão competente para decidir o recurso, poderá
no prazo previsto no §1º deste artigo, o interessado poderá interpor confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente a de-
reclamação à autoridade imediatamente superior para adoção das cisão recorrida, se a matéria for de sua competência, e, no caso
providências cabíveis, em face do retardo ou negativa de seguimen- de decorrer em gravame à situação do recorrente, este deverá ser
to, por qualquer meio, inclusive eletrônico, desde que documen- cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
tado. Art. 84. São irrecorríveis na esfera administrativa os atos de
§3º Não havendo justo motivo, a autoridade que der causa ao mero expediente ou preparatórios de decisões e as decisões inter-
atraso será responsabilizada administrativamente, sem prejuízo das locutórias.
sanções civis e criminais aplicáveis. Art. 85. Contra decisões tomadas originariamente pela autori-
§4º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra- dade máxima do órgão ou entidade da Administração Pública, cabe-
tivo independe de custas. rá pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado.
Art. 75. O recurso administrativo tramitará no máximo por duas §1º O pedido de reconsideração de que trata o caput deste ar-
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. tigo será sempre dirigido à autoridade que houver proferido a de-
Art. 76. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: cisão.
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro- §2º O pedido de reconsideração de que trata o caput deste ar-
cesso; tigo deverá ser apresentado no prazo de quinze dias contados da
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente ciência da decisão.
afetados pela decisão recorrida; §3º O pedido de reconsideração não suspende o curso do pro-
III - as organizações e associações representativas, no tocante a cesso ou a aplicação da pena, não podendo, entretanto, o seu julga-
direitos e interesses coletivos e individuais homogêneos; mento resultar agravamento da pena.
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses Art. 86. Se o recorrente alegar violação de enunciado de Sú-
difusos. mula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, o órgão competente
Parágrafo único. A interposição de recurso por parte de orga- para decidir o recurso explicitará as razões da sua aplicabilidade ou
nizações, associações e entidades de classes, dependerá de com- inaplicabilidade.
provação de pertinência temática por parte das pessoas neles in- Art. 87. Caberá, salvo disposição em contrário em lei específica,
dicadas. recurso administrativo de decisão originária proferida:
Art. 77. A petição de recurso observará os seguintes requisitos: I - por Secretário de Estado, ao Governador;
I - ser dirigida à autoridade recorrida e protocolada no órgão a II - por órgão decisório colegiado ou unipessoal, ao Titular da
que esta pertencer; Pasta;
II - trazer a indicação do nome, qualificação e endereço do re- III - por órgão decisório colegiado ou unipessoal do Poder Judi-
corrente; ciário, ao Presidente do Tribunal de Justiça;
III - conter a exposição clara e completa das razões da incon- IV - por órgão decisório colegiado ou unipessoal do Ministério
formidade. Público, ao Procurador-Geral de Justiça;
Art. 78. Conhecer-se-á do recurso tempestivo erroneamente V - por órgão decisório colegiado ou unipessoal do Tribunal de
designado, quando de seu conteúdo resultar induvidosa a impug- Contas do Estado, ao seu Presidente;
nação do ato. VI - por órgão decisório colegiado ou unipessoal da Assembleia
Art. 79. Salvo disposição legal específica, é de quinze dias o Legislativa, ao seu Presidente;
prazo para interposição de recurso administrativo dirigido contra VII - por órgão decisório colegiado ou unipessoal da Defensoria
decisão final, contados a partir da ciência ou divulgação oficial da Pública, ao Defensor Público-Geral;
decisão recorrida. VIII - por órgão decisório colegiado ou unipessoal das entida-
Art. 80. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem des integrantes da Administração Indireta, à respectiva autoridade
efeito suspensivo. máxima.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
incerta reparação decorrente da execução da decisão, a autoridade CAPÍTULO XV
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedi- DOS PRAZOS
do, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 81. Interposto o recurso, o órgão competente, para dele Art. 88. Os prazos começam a correr a partir da data da notifi-
conhecer, deverá intimar os demais interessados para que, no prazo cação ou intimação, excluindo-se da contagem o dia do começo e
de quinze dias, apresentem alegações. incluindo-se o do vencimento.
Art. 82. O recurso não será conhecido quando interposto: §1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
I - fora do prazo; guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
II - perante órgão incompetente; ou este for encerrado antes da hora normal.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§2º Na contagem de prazo em dias, computar-se-ão somente Art. 94. São circunstâncias que sempre agravam a penalidade,
os dias úteis. quando não constituem ou qualificam a infração:
§3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a I - reincidência nas infrações;
data; se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque- II - ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de danos a
le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. bens, pessoas e serviços;
§4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a mi- III - ter o infrator cometido a infração:
nuto. a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo torpe;
§5º Só se iniciam e vencem os prazos em dia de expediente no b) coagindo outrem para a execução material da infração;
órgão ou entidade. c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
§6º Os prazos concedidos aos particulares poderão ser devolvi- pública ou o meio ambiente;
dos, mediante requerimento do interessado, quando óbices injusti- d) causando danos à propriedade alheia;
ficados causados pela Administração resultarem na impossibilidade e) à noite;
de atendimento do prazo fixado. f) mediante fraude ou abuso de confiança;
§7º Nos casos de notificação ou intimação por meio de Diário g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autori-
Oficial, considera-se data da publicação o primeiro dia útil seguinte zação;
ao da disponibilização da informação no referido Diário. h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcial-
Art. 89. Salvo previsão legal ou motivo de força maior compro- mente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais.
vado, os prazos processuais não se interrompem nem se suspen- Art. 95. A ação punitiva da Administração Pública Estadual
dem. prescreve:
I - em dois anos, a falta sujeita às penas de advertência, repre-
TÍTULO IV ensão e suspensão;
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS ESPECIAIS II - em cinco anos, a falta sujeita:
a) à pena de demissão ou destituição de função ou de cargo
CAPÍTULO I em comissão;
DA SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO b) à cassação da aposentadoria ou disponibilidade.
DISCIPLINAR §1º Interrompe-se a prescrição:
I - pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por meio
SEÇÃO I de edital;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato.
§2º Suspende o curso do prazo prescricional:
Art. 90. Este Capítulo estabelece normas sobre Sindicância e I - durante o período de cumprimento de termo de ajuste de
Processo Administrativo Disciplinar - PAD no âmbito dos órgãos e conduta disciplinar firmado com o servidor de que trata este Có-
entidades mencionados no §1º do art. 1º desta Lei. digo;
Art. 91. A exoneração ou a mudança de situação funcional do II - durante o sobrestamento do Processo Administrativo Dis-
servidor não impedem a instauração de processo administrativo ciplinar;
disciplinar e eventual punição por infrações cometidas no exercício III - enquanto não proferida decisão judicial da qual dependa o
das atribuições do cargo originárias. prosseguimento do processo administrativo disciplinar;
Art. 92. Sem prejuízo das circunstâncias atenuantes e agravan- IV - em razão de ordem judicial que suspenda o curso da Sindi-
tes previstas em legislação específica, para imposição e gradação de cância ou do Processo Administrativo Disciplinar.
sanções administrativas, a autoridade competente observará: §3º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
I - proporcionalidade entre a sanção e a gravidade da infração; infrações disciplinares capituladas também como crime.
II - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração §4º Incide a prescrição no processo administrativo disciplinar
e suas consequências; paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou des-
III - os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da pacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requeri-
legislação violada; mento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsa-
IV - a reincidência, assim compreendida a repetição de infração bilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
de igual natureza após aplicação de sanção anterior; Art. 96. É vedada a exoneração a pedido, bem como a conces-
V - a situação econômica do infrator, em especial sua capaci- são de aposentadoria voluntária, a servidor que esteja respondendo
dade de geração de rendas e seu patrimônio, no caso de aplicação a processo administrativo disciplinar, e, se aplicada pena, somente
de multa; após o seu cumprimento.
VI - circunstâncias gerais agravantes ou atenuantes da infração. §1º O disposto no caput deste artigo se aplica também quando
Art. 93. São circunstâncias que sempre atenuam a penalidade: da instauração de processo de ajustamento de conduta disciplinar,
I - a ausência de dolo; até o completo cumprimento das condições estipuladas.
II - o baixo grau de instrução ou escolaridade do infrator; §2º Excetuam-se da regra prevista no caput deste artigo os
III - a reparação espontânea do dano, ou sua limitação signifi- casos de exoneração a pedido formulado por servidor que estiver
cativa; respondendo processo administrativo disciplinar por abandono de
IV - a comunicação prévia e eficaz, pelo infrator, do risco de cargo público, inassiduidade habitual ou acúmulo ilegal de cargos.
danos a bens, pessoas e serviços; Art. 97. No caso de envolvimento de servidores requisitados ou
V - a colaboração com os agentes encarregados da vigilância e cedidos que não estejam sujeitos ao regime disciplinar deste Códi-
da fiscalização da atividade. go, cópia dos autos da sindicância ou do processo, após concluídos,
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

deverão ser remetidos para os órgãos ou entidades a que estejam §2º Atendendo a denúncia ou representação os requisitos de
vinculados para fins de adoção das providências cabíveis de acordo admissibilidade, a autoridade determinará a imediata apuração dos
com a respectiva legislação. fatos, mediante verificação preliminar, Sindicância ou PAD.

SEÇÃO II SEÇÃO III


DO DEVER DE COMUNICAR E APURAR IRREGULARIDADES DO AFASTAMENTO PREVENTIVO DO SERVIDOR
ENVOLVIDO E DAS RESTRIÇÕES AO AFASTAMENTO DO
SUBSEÇÃO I SERVIDOR INDICIADO
DA COMUNICAÇÃO E APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES
Art. 103. Para assegurar a produção de provas e a integrida-
Art. 98. O servidor que, em razão do cargo, tiver conhecimento de da Sindicância ou do Processo Administrativo Disciplinar, a au-
de irregularidade no serviço público, deve levá-la ao conhecimento toridade instauradora poderá determinar o afastamento cautelar
da autoridade superior, para adoção das providências cabíveis, sob de servidor que possa influir na apuração das irregularidades, com
pena de responsabilização. direito à remuneração, pelo prazo de até trinta dias contínuos, ob-
Art. 99. São competentes para instaurar Sindicância e Proces- servado o disposto em lei específica.
so Administrativo Disciplinar, o Controlador-Geral do Estado, bem Parágrafo único. Sendo insuficiente o prazo de que trata este
como as autoridades máximas e superiores dos órgãos, entidades e artigo, a autoridade competente poderá, por solicitação do pre-
Poderes elencados no §1º do art. 1º desta Lei. sidente da comissão, prorrogar o afastamento por até trinta dias
Parágrafo único. Quando o servidor, ao tempo do fato apura- contínuos, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não con-
do, exercer funções em órgão da Administração diverso do de sua cluído o processo.
lotação original, a apuração dos fatos se dará no referido órgão, por Art. 104. A concessão ao servidor indiciado de licença ou qual-
servidores ali lotados. quer outra forma de afastamento do serviço, será precedida, obri-
Art. 100. A autoridade máxima ou superior, bem como o Con- gatoriamente, de manifestação da autoridade instauradora do Pro-
trolador-Geral do Estado, quando tiverem ciência ou notícia de ir- cesso Administrativo Disciplinar.
regularidade no serviço público estadual, ou de faltas funcionais, Parágrafo único. A manifestação de que trata o caput, sobre
são obrigados, sob pena de se tornar responsável solidário, a adotar a conveniência e oportunidade da concessão, deverá ser realizada
uma das seguintes medidas: em prazo não superior a três dias.
I - efetuar verificação preliminar, mediante auditoria ou rela- Art. 105. É vedada a exoneração a pedido, bem como a con-
tórios do setor envolvido, quando não houver razoáveis indícios de cessão de aposentadoria voluntária, a servidor que esteja sujeito à
irregularidade, para depois deliberar sobre a instauração de sindi- sindicância ou respondendo a Processo Administrativo Disciplinar
cância ou processo administrativo; e, se aplicada pena, somente após o seu cumprimento.
II - instaurar sindicância, quando houver indício da irregularida- Parágrafo único. Excetuam-se da regra prevista no caput des-
de e/ou da autoria; te artigo os casos de exoneração a pedido formulado por servidor
III - instaurar Processo Administrativo Disciplinar, quando, ante- que estiver respondendo a Processo Administrativo Disciplinar por
cedido ou não de sindicância, houver definição da existência do fato abandono de cargo público, inassiduidade habitual ou acúmulo ile-
irregular, for determinada a sua possível autoria e houver a indica- gal de cargos.
ção do possível dispositivo legal infringido. Art. 106. Durante o afastamento preventivo o servidor:
I - terá direito à contagem do tempo de serviço público relativo
SUBSEÇÃO II ao período de afastamento, quando não resultar pena disciplinar ou
DAS DENÚNCIAS E REPRESENTAÇÕES esta se limitar à repreensão;
II - não perceberá vantagens, quotas de produtividade e demais
Art. 101. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de gratificações relacionadas ao efetivo exercício, observado o dispos-
apuração, desde que contenham informações sobre indícios de ir- to em lei específica;
regularidade e/ou autoria. III - perceberá, retroativamente, as vantagens, quotas de pro-
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar infração dutividade e gratificações relacionadas ao efetivo exercício, reco-
disciplinar, a denúncia será arquivada motivadamente. nhecida a sua inocência ao final do processo administrativo disci-
Art. 102. A representação em razão de ilegalidade, omissão ou plinar.
abuso de poder deverá:
I - conter a identificação do representante e do representado e SEÇÃO IV
a indicação precisa do fato que, por ação ou omissão do represen- DAS COMISSÕES PROCESSANTES
tado, em razão do cargo, constitui ilegalidade, omissão ou abuso
de poder; SUBSEÇÃO I
II - vir acompanhada das provas que o representante dispuser DOS DEVERES E PRERROGATIVAS DAS COMISSÕES
ou da indicação das que tenha conhecimento; PROCESSANTES
III - indicar as testemunhas, se houver.
§1º Quando a representação for genérica ou não indicar ele- Art. 107. O Processo Administrativo Disciplinar será conduzido
mentos suficientes, poderá ser devolvida ao representante para por comissão composta de três membros, sendo pelo menos dois
que preste os esclarecimentos adicionais indispensáveis à defesa deles servidores efetivos e estáveis pertencentes ao quadro perma-
do representado e à decisão da autoridade competente.

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nente da Administração Pública, preferencialmente lotados no ór- I - designar, dentre os membros da Comissão, aquele que exer-
gão da Administração responsável pelo Processo, designados pela cerá a função de secretário, colhendo dele o compromisso de de-
autoridade instauradora, que indicará dentre eles, o seu presidente. sempenhar bem e fielmente as suas atribuições;
§1º A Comissão Processante, permanente ou especial, será II - Solicitar designação de servidor não integrante da Comis-
composta por um Presidente, um Secretário e um Vogal. são, para o exercício de atividade específica na instrução proces-
§2º A designação de funcionário de outro órgão para integrar sual, após prévia concordância da chefia imediata, respeitados os
Comissão deverá ser precedida de autorização da autoridade a que casos de suspeições e impedimentos deste Código;
o mesmo estiver subordinado. III - coordenar os trabalhos da Comissão, orientando o secretá-
§3º O membro da comissão não poderá ser hierarquicamente rio, o vogal e os auxiliares no exercício de suas funções;
inferior ao indiciado. IV - proceder a estudo prévio do processo encaminhado à Co-
Art. 108. A designação de servidor para integrar Comissão missão, promovendo a complementação de documentos e agenda-
constitui encargo de natureza obrigatória, exceto nos casos de sus- mento das audiências;
peições e impedimentos legalmente admitidos. V - verificar e corrigir as irregularidades processuais acaso exis-
tentes, saneando o processo;
SUBSEÇÃO II VI - exarar despachos de expediente e prolatar decisões inter-
DOS IMPEDIMENTOS E DAS SUSPEIÇÕES locutórias;
VII - promover a intimação de servidores, de testemunhas e de
Art. 109. É impedido de atuar em Sindicância ou Processo Ad- defensores;
ministrativo Disciplinar o servidor ou autoridade que: VIII - encaminhar notificação ao indiciado;
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria, ou na solução IX - dirigir as audiências, auxiliado pelo secretário e pelo vo-
do processo; gal, ouvindo o indiciado e as testemunhas e concedendo a pala-
II - tenha, de algum modo, participado na relação ou no fato vra, primeiramente, aos membros de Comissão e, posteriormente
que deu causa à instauração da Sindicância ou do Processo Admi- ao defensor, para que apresentem as perguntas a serem efetuadas
nistrativo Disciplinar; ao denunciante, representante, vítima, indiciado, testemunha ou
III - tenha participado ou venha a participar da Sindicância ou informante e ao perito;
do Processo Administrativo Disciplinar como perito, testemunha ou X - oficiar à autoridade competente requisitando a presença
representante; do servidor, quando este for policial militar, policial civil ou agente
IV - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- penitenciário, bem como para solicitar o encaminhamento de cópia
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro; de documento, inclusive de inquérito policial e de peças de proces-
V - seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro so administrativo ou judicial;
grau de qualquer dos interessados; XI - verificar a regularidade da assistência do indiciado por ad-
VI - encontrar-se envolvido em Sindicância ou Processo Admi- vogado constituído ou defensor dativo, juntando aos autos os ins-
nistrativo Disciplinar; trumentos de mandato ou designação;
VII - ter sofrido punição disciplinar e encontrar-se em período XII - deferir ou indeferir, fundamentadamente, produção de
de reabilitação; prova;
VIII - estar respondendo a processo criminal; XIII - coordenar a elaboração do relatório final a ser encaminha-
IX - ter sido condenado em processo penal. do à autoridade julgadora;
Art. 110. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- XIV - cumprir diligências complementares requeridas pela au-
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se toridade julgadora ou justificar a impossibilidade de seu cumpri-
de atuar. mento.
Art. 111. São circunstâncias configuradoras de suspeição para XV - Oficiar à Procuradoria Geral do Estado, a fim de que seja
os membros da Comissão Processante em relação aos interessados: requerido em Juízo, acesso a provas protegidas por sigilo, tais como
I - amizade íntima com ele ou parentes seus, até o terceiro grau; interceptações telefônicas ou de comunicações realizadas por
II - inimizade capital com ele ou parentes seus, até o terceiro quaisquer outros meios, dados bancários e fiscais e declarações de
grau; imposto de renda, quando necessárias;
III - compromissos pessoais ou comerciais com o denunciante, Art. 114. Compete ao vogal da Comissão:
como devedor ou credor, quando tratar-se de pessoas estranhas ao I - examinar os processos, elaborando estudo prévio e sugerin-
serviço público; do ao presidente a documentação a ser inicialmente solicitada e as
IV - amizade ou inimizade pessoal ou familiar, até o terceiro pessoas a serem convocadas;
grau, mútua e recíproca com o advogado do indiciado; II - prestar suporte administrativo necessário à Comissão Pro-
V - tiver aplicado ao denunciante, ao envolvido ou ao indiciado cessante, objetivando colher informações necessárias à instrução
penalidades decorrentes de Sindicância ou Processo Administrativo do processo;
Disciplinar; III - acompanhar, atentamente, as oitivas de modo a elaborar
VI - tiver participado da Comissão Sindicante que originou o perguntas que auxiliem a esclarecer o fato em apuração;
Processo Administrativo Disciplinar. IV - auxiliar o presidente e o secretário no exercício de suas
Art. 112. Poderá ser arguida por qualquer interessado a suspei- funções.
ção de autoridade ou servidor integrante da Comissão Processante. Art. 115. Compete ao Secretário da Comissão:
Parágrafo único. A arguição de suspeição será decidida pela Co- I - reduzir a termo declarações, depoimentos, informações e
missão Processante, no prazo de cinco dias contínuos. promover acareações;
Art. 113. Compete ao Presidente da Comissão: II - receber e expedir documentos, mediante protocolo;
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III - autuar o processo e ordenar, cronologicamente, a docu- SUBSEÇÃO II


mentação, carimbando, numerando e rubricando todas as folhas; DA AUTUAÇÃO
IV - promover a juntada ou desentranhamento de documentos,
mediante despacho do Presidente da Comissão; Art. 124. A autuação da Sindicância será efetuada, obedecen-
V - zelar pela boa apresentação e ordem do processo; do-se a seguinte ordem:
VI - auxiliar no controle do andamento dos trabalhos internos I - ato Administrativo inaugural da Autoridade, instaurando o
da Comissão, agendando audiências e providências futuras; processo e designando os servidores para compor à Comissão Sin-
VII - participar das audiências, registrando, no termo, o que lhe dicante;
for ditado pelo Presidente; II - publicação do Ato Administrativo inaugural;
VIII - efetuar perguntas que auxiliem no esclarecimento do fato III - ato Administrativo do Presidente da Comissão, designando
em apuração; o Secretário e sua assinatura no Termo de Compromisso;
IX - cumprir os despachos exarados pelo Presidente; IV - ata de Abertura;
X - encaminhar ao Presidente, com a antecedência necessária, V - histórico funcional dos possíveis envolvidos;
os autos do processo com audiência a realizar. VI - documentação que originou a sindicância;
XI - auxiliar o Presidente e o Vogal no exercício de suas funções. VII - depoimentos, Declarações e Documentos juntados;
VIII - declarações do(s) possível(eis) envolvidos;
SEÇÃO V IX - inquirição de testemunhas, e produção de outros elemen-
DA SINDICÂNCIA tos probatórios, se for o caso;
X - relatório da Comissão e encaminhamento à Autoridade Ins-
SUBSEÇÃO I tauradora.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
SUBSEÇÃO III
Art. 116. A sindicância destina-se a apurar indícios de autoria DO RELATÓRIO DE SINDICÂNCIA
e materialidade de irregularidade praticada no serviço público, de-
vendo ser instruída com brevidade, clareza e exatidão. Art. 125. O Relatório da Sindicância deverá ser estruturado da
Art. 117. A sindicância, dependendo da gravidade da irregulari- seguinte forma:
dade e a critério da autoridade instauradora, poderá ser conduzida I - histórico: relato acerca da denúncia dos fatos apurados;
por uma comissão de dois ou três servidores, devendo ser iniciada II - legislação: Indicação dos dispositivos legais que subsidiaram
e concluída, em quinze dias. a atuação da comissão;
Parágrafo único. Não se aplicam à sindicância os demais prazos III - provas: enumeração das medidas tomadas pela Comissão
contidos na parte geral deste Código. para a elucidação do fato, as provas coletadas pela Comissão e as
Art. 118. O ato administrativo inaugural da Sindicância deverá provas apresentadas pelos interessados, se houver;
conter apenas o fato, indicar o órgão onde ocorreu e os integrantes IV - conclusão: a Comissão, mediante parecer devidamente
da Comissão designada. motivado e fundamentado poderá sugerir:
Art. 119. A sindicância deverá apurar se as irregularidades pra- a) arquivamento, por falta de objetivo a perseguir, no caso de
ticadas indicam responsabilidade administrativa, civil e penal dos conclusão pela inexistência de irregularidade ou de impossibilidade
servidores envolvidos. de identificar o autor da irregularidade administrativa;
Art. 120. Os possíveis envolvidos nos fatos em apuração serão b) arquivamento, por falta de objetivo a perseguir na esfera
notificados para comparecerem perante a Comissão Sindicante, administrativa, e encaminhamento de cópia à Procuradoria-Geral
com o objetivo de prestar declarações. do Estado ou à Procuradoria da Autarquia ou Fundação, para perse-
Art. 121. A vítima e o denunciante ou representante, por terem cução judicial de responsabilidade ou improbidade administrativa;
interesse no resultado da apuração, prestarão declarações. c) arquivamento, por falta de objetivo a perseguir na esfera ad-
Art. 122. O depoimento só deverá ser tomado das pessoas que ministrativa, e remessa de cópia autenticada ao Ministério Público,
podem atuar como testemunha. quando o fato em apuração estiver tipificado como ilícito penal ou
§1º Não são obrigados a prestar depoimento, o ascendente ou improbidade administrativa;
descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o ex-cônjuge, o irmão d) instauração de Processo Administrativo Disciplinar, nos ca-
e o pai, a mãe, ou o filho do envolvido no fato em apuração, poden- sos previstos neste Código;
do, entretanto, quando absolutamente necessário ao esclarecimen- e) implementação de medidas visando ao aperfeiçoamento
to do fato, serem ouvidos como informantes. dos serviços públicos e inibição de nova ocorrência das mesmas ir-
§2º Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: regularidades em apuração.
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar se-
gredo;
II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu
cônjuge, ascendente ou descendente, ou amigo íntimo;
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antece-
dente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial ime-
diato.
Art. 123. Os autos da Sindicância serão apensados aos autos do
Processo Administrativo Disciplinar como peça informativa.

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SEÇÃO VI XIII - relatório da Comissão e encaminhamento à Autoridade


DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Instauradora.

SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA INSTAURAÇÃO

Art. 126. O Processo Administrativo Disciplinar é o instrumento Art. 132. O ato administrativo instaurador do Processo Admi-
destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração prati- nistrativo Disciplinar conterá:
cada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as I - a identificação do indiciado pelo nome e documentos pes-
atribuições do cargo em que se encontre investido. soais;
Art. 127. O Processo Administrativo Disciplinar obedecerá ao II - a descrição sumária dos fatos imputados ao indiciado;
princípio do contraditório, assegurando-se ao indiciado ampla de- III - a indicação dos dispositivos legais em tese violados e das
fesa. sanções passíveis de serem aplicadas;
Parágrafo único. Da decisão proferida em processo administra- IV - a designação dos nomes que integram a Comissão Proces-
tivo disciplinar não caberá recurso, salvo, no prazo de cinco dias, sante e a indicação de seu presidente;
para suprir contradição, omissão ou obscuridade. Art. 133. O ato administrativo de Instauração deverá ser publi-
Art. 128. A exoneração de cargo em comissão não impede a cado em Diário Oficial.
instauração ou continuidade do Processo Administrativo Disciplinar, Parágrafo único. Quando o suposto ato a ser apurado puder
tampouco eventual punição por infrações cometidas no exercício expor a honra, a intimidade, a vida privada ou a imagem de servido-
no cargo. res ou terceiros, a autoridade instauradora deverá, motivadamente,
Art. 129. A Autoridade instauradora dará conhecimento à Pro- dispensar a publicação em Diário Oficial dos elementos que permi-
curadoria Geral do Estado, ao Ministério Público e ao Tribunal de tam sua identificação.
Contas competentes da instauração de processo administrativo Art. 134. Os trabalhos da Comissão somente poderão ser inicia-
para apurar a prática de infração que também constitua ato de im- dos a partir da data de publicação do ato administrativo designador,
probidade administrativa de que trata a Lei Federal nº 8.429, de 2 sob pena de nulidade dos atos anteriormente praticados.
de junho de 1992. §1º Os trabalhos da Comissão terão início em até três dias a
Art. 130. Havendo indícios de responsabilidade civil, a Comis- partir da data de publicação do ato administrativo designador.
são encaminhará à procuradoria do órgão da Administração Indire- §2º A autoridade que designou a comissão poderá substituir,
ta ou à Procuradoria-Geral do Estado, para análise e providências justificadamente, qualquer dos seus integrantes mediante publica-
cabíveis no âmbito de sua competência. ção do respectivo ato em Diário Oficial, sem interrupção ou suspen-
Art. 131. O Processo Administrativo Disciplinar se desenvolve são do prazo para conclusão dos trabalhos.
nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que designar a Comis- SUBSEÇÃO III
são Processante; DO DESPACHO DE INDICIAMENTO
II - indiciamento pela Comissão Processante;
III - defesa; Art. 135. O ato de indiciamento será elaborado pela Comissão
IV - instrução; Processante e conterá a descrição pormenorizada da irregularidade
V - relatório; cometida, em tese, e o dispositivo legal infringido, delimitando o
VI - julgamento. alcance das acusações.
Parágrafo único. A autuação do Processo Administrativo Disci- §1º A Comissão Processante deve se ater aos fatos ali descritos,
plinar observará a seguinte ordem: podendo, entretanto, antes da decisão final da autoridade compe-
I - ato administrativo inaugural da Autoridade, instaurando o tente, requerer a esta o aditamento do ato administrativo instau-
processo e designando os servidores para compor a Comissão Pro- rador, quando do surgimento de fatos novos durante a instrução
cessante permanente ou especial; probatória e/ou novos envolvidos no decorrer das apurações.
II - publicação do ato administrativo inaugural; §2º Na hipótese de surgimento de novos envolvidos no de-
III - ato administrativo do Presidente da Comissão, designando correr das apurações, a autoridade poderá decidir motivadamente
o Secretário e sua assinatura no Termo de Compromisso; pelo desmembramento dos processos administrativos disciplinares.
IV - ata de abertura; §3º O ato de aditamento do ato administrativo instaurador, de-
V - Informações existentes na Administração Pública a respeito vidamente identificado pelo número do Protocolo Geral do Estado
do(s) indiciado(s); atribuído ao expediente, deverá ser publicado em Diário Oficial e no
VI - documentação que originou o Processo Administrativo sítio eletrônico do órgão ou entidade processante.
para Apuração de Responsabilidade; §4º Aditado o ato administrativo instaurador, a Comissão Pro-
VII - despacho de indiciamento; cessante procederá ao aditamento do termo de indiciamento, sen-
VIII - notificação do(s) indiciado(s); do o indiciado intimado para, em quinze dias, querendo, apresentar
IX - defesa, se houver; defesa complementar e arrolar até três testemunhas.
X - produção de provas e inquirição de testemunhas, se for o §5º Na hipótese dos aditamentos acarretarem o indiciamento
caso; de novo servidor, este será notificado nos termos deste Código.
XI - notificação do interessado, para apresentação de razões
finais de defesa;
XII - juntada das razões finais;
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SUBSEÇÃO IV Parágrafo único. Quando os indiciados ou seus representantes


DA NOTIFICAÇÃO E DA DEFESA PRÉVIA divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, po-
derá ser promovida a acareação entre eles.
Art. 136. Instaurado o Processo Administrativo Disciplinar e for- Art. 146. Ao indiciado ou seu representante será perguntado
malizado o termo de indiciamento, o indiciado será notificado para sobre o seu nome, número e tipo do documento de identidade,
a apresentação de defesa prévia, no prazo de quinze dias. naturalidade, estado civil, data de nascimento, filiação, residência,
Parágrafo único. Na defesa prévia, o indiciado apresentar as telefone de contato, profissão e lugar onde exerce a sua atividade,
provas de que dispuser, requerer perícias e diligências e arrolar, no e, depois de cientificado da acusação, será interrogado sobre os fa-
máximo, oito testemunhas. tos e circunstâncias que constituem o objeto do processo e sobre a
Art. 137. Se o indiciado, regularmente notificado, não compa- imputação que lhe é feita.
recer para exercer o direito de acompanhar o Processo Adminis- Art. 147. Consignar-se-ão as perguntas que o indiciado deixar
trativo, será considerado revel, devendo constar advertência nesse de responder e as razões que invocar para tanto.
sentido na notificação. Parágrafo único. O silêncio do indiciado ou seu representan-
Parágrafo único. No Processo Administrativo Disciplinar, ao in- te não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a
dicado revel, bem como nos casos de notificação ficta, será nome- formação do convencimento da autoridade julgadora.
ado defensor dativo, escolhido dentre os servidores públicos que Art. 148. O defensor do indiciado assistirá ao interrogatório,
componham a mesma carreira daquele. sendo-lhe vedado interferir ou influir, de qualquer modo, nas per-
guntas dos membros da Comissão e nas respostas do indiciado.
SUBSEÇÃO V Parágrafo único. Esgotados os questionamentos da Comissão
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ao indiciado, será concedida a palavra ao seu defensor para, que-
DISCIPLINAR rendo, em continuação ao interrogatório, promover as perguntas
que entender pertinentes.
Art. 138. Durante a instrução, a Comissão promoverá a tomada Art. 149. Sempre que o indiciado desejar algum esclarecimen-
de declarações e depoimentos, acareações, investigações e diligên- to, propor quesito para perícia ou que seja realizada diligência, de-
cias cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando verá solicitar por escrito ao presidente da Comissão, que, em deci-
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elu- são fundamentada, deferirá ou indeferirá o pedido.
cidação dos fatos. Art. 150. Ao interrogatório aplicam-se, no que couber, as dispo-
Parágrafo único. À Comissão Processante também compete sições relativas ao depoimento das testemunhas.
elucidar se o fato tido como irregular causou dano ao patrimônio
público e, em caso positivo, qual foi o valor deste dano. SUBSEÇÃO VII
Art. 139. As oitivas serão registradas em: DA INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS
I - Termo de Declarações: quando a pessoa a ser ouvida estiver
na condição de denunciante, vítima ou indiciado; Art. 151. Gozam dos seguintes privilégios, em razão de situação
II - Termo de Depoimento: quando a pessoa estiver na condição especial:
de testemunha; I - as pessoas impossibilitadas de comparecer, por enfermida-
III - Termo de Informação: quando a pessoa não possa ser le- de ou outra dificuldade impeditiva de locomoção, serão inquiridas
galmente considerada como testemunha, mas deva ser ouvida para onde estiverem;
esclarecer o fato em apuração. II - poderão ajustar previamente com o Presidente da Comissão
Art. 140. Nenhum ato da instrução poderá ser praticado sem a o dia, o local e a hora em que serão ouvidas as autoridades elenca-
prévia comunicação do indiciado. das no inciso XI do art. 2º desta Lei;
Art. 141. O indiciado é obrigado a comunicar ao Presidente de III - os bombeiros militares, os policiais militares e civis, e os
Comissão qualquer alteração do endereço onde devam ser intima- agentes penitenciários deverão ser requisitados, mediante ofício,
dos. ao seu superior hierárquico, o qual se incumbirá de encaminhar a
Art. 142. O Presidente da Comissão poderá, motivadamente, Intimação do dia e hora da audiência a cada um de seus subordi-
denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protela- nados.
tórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Art. 152. As testemunhas serão intimadas a depor com ante-
Art. 143. Será indeferido, motivadamente, pelo Presidente da cedência mínima de três dias quanto à data de comparecimento,
Comissão, pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato mediante comunicação expedida pelo presidente da Comissão, com
independer de conhecimento especial de perito, for desnecessária a indicação do local, dia e hora para serem ouvidas, devendo-se ou-
em vista de outras provas ou a verificação for ineficaz. vir, em primeiro lugar, as testemunhas arroladas pelo denunciante
ou vítima, se houver, pela Comissão e, posteriormente, aquelas que
SUBSEÇÃO VI forem arroladas pelo indiciado.
DO INTERROGATÓRIO DO INDICIADO Art. 153. A intimação de testemunhas para depor deve:
I - sempre que possível, ser entregue direta e pessoalmente ao
Art. 144. O interrogatório deverá ser previamente preparado destinatário;
de modo a se obter clareza, objetividade e celeridade. II - ser individual, ainda que diversas testemunhas residam no
Art. 145. Se houver mais de um indiciado, cada um deles será mesmo local ou trabalhem na mesma repartição ou seção;
interrogado separadamente e sem a presença dos demais. III - ser encaminhada ao responsável legal quando a testemu-
nha for menor de dezoito anos, com a advertência de que deverá
comparecer acompanhado de seu responsável.
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Art. 154. O indiciado deverá ser obrigatoriamente comunicado III - indeferimento da contradita e oitiva da pessoa na quali-
da intimação das testemunhas para que possa exercer o direito de dade de testemunha, quando do cotejo das razões da contradita e
acompanhar os depoimentos, sendo que sua ausência não é causa das respostas da pessoa aos questionamentos apresentados pelo
para o cancelamento ou adiamento daquele ato. presidente da Comissão não for possível concluir que a testemunha
Parágrafo único. A ausência do indiciado à tomada de depoi- é suspeita.
mento da testemunha, quando devidamente comunicados nos Art. 162. Se ficar comprovado no processo que alguma teste-
termos do caput, não é causa para cancelamento ou adiamento munha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, o presidente
daquele ato. da Comissão remeterá cópia do depoimento à autoridade julgadora
Art. 155. A testemunha, quando servidor público, não poderá para exame e decisão.
eximir-se da obrigação de depor, podendo recusar-se a fazê-lo o as- Art. 163. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
cendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o irmão, termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo
o pai, a mãe, ou filho do indiciado. permitidas breves consultas a apontamentos.
Parágrafo único. A ausência da testemunha será considerada Parágrafo único. Na redução a termo do depoimento, o pre-
falta ao trabalho e, quando não for legalmente justificada, deve- sidente da Comissão deverá cingir-se, tanto quanto possível, às
rá ensejar o desconto da remuneração correspondente ao dia não expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as
trabalhado. suas frases.
Art. 156. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, Art. 164. Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Parágrafo único. Sendo necessário, o Presidente da Comissão Art. 165. A Comissão empregará, ao longo de toda a arguição,
poderá admitir sejam prestadas declarações, independentemente tom neutro, não lhe sendo lícito usar de meios que revelem coação,
de compromisso, por pessoas menores, impedidas ou suspeitas. intimidação ou invectiva.
Art. 157. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato que: Parágrafo único. As perguntas devem ser formuladas com pre-
I - deva guardar sigilo em virtude de função, ministério, ofício cisão e habilidade, podendo, em certos casos, serem reformuladas,
ou profissão; para que se possa avaliar a segurança das alegações do depoente.
II - acarreta grave dano a si próprio, bem como ao seu cônjuge Art. 166. Concluídos os questionamentos da Comissão, o Presi-
ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em dente franqueará ao indiciado a oportunidade de formular quesitos
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. a serem respondidos pela testemunha.
Art. 158. A testemunha prestará depoimento do que lhe for Parágrafo único. Ao final do depoimento, o presidente da Co-
perguntado e do que souber a respeito dos fatos objeto do Proces- missão franqueará a palavra ao depoente.
so Administrativo Disciplinar, devendo declarar seu nome, data de Art. 167. O depoimento será assinado ao final, bem como ru-
nascimento, estado civil, residência, profissão, se é parente, e em bricadas todas as suas folhas, pela testemunha, pelo presidente da
que grau, do indiciado, explicando sempre as razões de sua ciência Comissão, pelo vogal, pelo secretário, pelo indiciado e seu defensor.
ou as circunstâncias pelas quais se possa avaliar sua credibilidade. §1º Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
Art. 159. As testemunhas serão inquiridas de modo que umas o presidente pedirá ao secretário que leia o termo, em voz alta, e
não ouçam os depoimentos das outras. colha a sua impressão digital.
Parágrafo único. Se nem todas as testemunhas intimadas pu- §2º Tratando-se de processo eletrônico, será admitido que a
derem ser ouvidas no mesmo dia, o Presidente da Comissão expe- assinatura do termo seja realizada por meio de certificação digital.
dirá nova intimação, com indicação do local, dia e hora para serem §3º O depoimento gravado em vídeo dispensa as assinaturas
ouvidas. de que tratam o caput deste artigo.
Art. 160. Não será permitido que a testemunha manifeste suas Art. 168. O depoimento gravado em vídeo dispensa as assina-
apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do turas de que tratam o caput deste artigo.
fato.
Art. 161. O presidente da Comissão, antes de dar início à in- SUBSEÇÃO VIII
quirição advertirá o depoente de que se faltar com a verdade esta- DAS DILIGÊNCIAS E PERÍCIAS
rá incurso em crime de falso testemunho tipificado no art. 342 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), Art. 169. A Comissão, para colher elementos ou esclarecer dú-
bem como perguntará se encontra-se em algumas das hipóteses de vidas poderá:
suspeição ou impedimento previstas neste Código, especialmente I - realizar diligências, cujos resultados deverão ser reduzidos
se é amigo íntimo ou inimigo capital do indiciado. a termo;
Parágrafo único. O indiciado poderá contraditar a testemunha II - solicitar à autoridade instauradora a realização de perícia
antes do início da audiência, cabendo ao presidente da Comissão, ou de assessoria técnica, formulando previamente os quesitos ou
registrar no próprio Termo as razões e provas da contradita apre- temas que devam ser respondidos ou desenvolvidos, quando o as-
sentada e a decisão proferida, a qual poderá ser: sunto demandar conhecimentos especializados.
I - deferimento da contradita e dispensa da testemunha, quan- Art. 170. A escolha dos peritos e dos assessores técnicos deverá
do ocorrer as hipóteses de impedimento e suspeição. recair, preferencialmente, entre servidores públicos, salvo se, em
II - deferimento da contradita e oitiva da pessoa, na qualidade função da matéria, esse procedimento for inviável.
de Informante, dispensando-lhe de compromisso. Art. 171. Indicado o perito ou assessor técnico, será editado
o respectivo ato administrativo de designação pelo presidente da
Comissão e providenciada a comunicação ao indicado para a apre-
sentação de quesitos, no prazo de quinze dias.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 172. Os peritos e assessores elaborarão laudo ou relatório SUBSEÇÃO XII


em que, além das respostas dadas aos quesitos e temas apresenta- DO RELATÓRIO
dos pela Comissão e pelo defensor, poderão estender-se em outras
considerações que julgarem adequadas ao caso. Art. 181. Recebidas as razões finais de defesa, a Comissão ela-
§1º A Comissão poderá dispensar a realização da prova pericial borará relatório minucioso onde mencionará os fatos imputados,
quando existir laudo técnico anterior, produzido em Sindicância, em os dispositivos legais e regulamentares infringidos, as penas a que
Processo Administrativo Disciplinar ou em Processo Judicial, sufi- estaria sujeito o indiciado, as peças principais dos autos, analisará
ciente para a elucidação dos fatos. as manifestações da defesa e indicará as provas em que se baseou
§2º Sendo o laudo técnico anterior suficiente para a elucida- para formar sua convicção, fazendo referência às folhas do processo
ção apenas parcial dos fatos, a Comissão poderá determinar a re- onde se encontram.
alização de prova pericial relativamente aos fatos que faltarem ser Art. 182. O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência
esclarecidos. ou à responsabilidade do indiciado e informará, quando for o caso,
se houve falta capitulada como crime e se houve danos aos cofres
SUBSEÇÃO IX públicos, sugerindo à autoridade julgadora a remessa de cópia do
DA ACAREAÇÃO processo ao setor competente para inscrição em dívida ativa e co-
brança.
Art. 173. A acareação será admitida entre indiciados, entre Parágrafo único. Havendo danos aos cofres públicos o relatório
indiciado e testemunha e entre testemunhas, sempre que divergi- deverá sugerir à autoridade julgadora a adoção de medidas para o
rem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. ressarcimento dos danos mediante desconto em folha de pagamen-
Art. 174. Constatada a divergência, o presidente da Comissão to ou a remessa de cópia do processo ao setor competente para
notificará as pessoas cujas afirmações sejam divergentes, indicando inscrição em dívida ativa e cobrança.
local, dia e hora para a competente acareação. Art. 183. O relatório poderá, ainda, propor o arquivamento do
Art. 175. O Termo de Acareação deverá conter referências so- processo por insuficiência de provas, por não ter sido possível apu-
bre as afirmações anteriores dos acareados e se foram ou não con- rar a autoria ou por falecimento do indiciado quando pessoa física,
firmadas. sem prejuízo da eventual responsabilidade civil.
Art. 176. Os acareados serão reinquiridos, para que expliquem Art. 184. O relatório poderá conter sugestões sobre medidas
os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação, que podem ser adotadas pela Administração, objetivando evitar a
que será assinado pelos acareados, pelos integrantes da Comissão repetição de fatos ou irregularidades semelhantes aos apurados no
e pelo defensor. Processo Administrativo Disciplinar.
Art. 177. Se ausente algum dos intimados para a acareação, ao Art. 185. O Processo Administrativo Disciplinar, com o relatório
que estiver presente dar-se-á a conhecer os pontos de divergência, da Comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua ins-
consignando-se o que explicar ou observar. tauração, para julgamento.
Art. 186. Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposi-
SUBSEÇÃO X ção da autoridade responsável pela instauração do processo para a
DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL apuração de responsabilidade, para prestação de qualquer esclare-
cimento julgado necessário, dissolvendo-se imediatamente após a
Art. 178. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do in- data em que for proferido o julgamento.
diciado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo SUBSEÇÃO XIII
menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processa- DO JULGAMENTO
do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe-
dição do laudo pericial. Art. 187. A autoridade julgadora formará sua convicção me-
diante livre apreciação das provas.
SUBSEÇÃO XI §1º A autoridade julgadora não acatará o relatório da Comissão
DO SOBRESTAMENTO E DAS RAZÕES FINAIS quando contrário às provas dos autos, devendo motivar a decisão.
§2º As conclusões oferecidas no relatório da Comissão não vin-
Art. 179. O andamento do processo ou de uma diligência pode- culam a autoridade julgadora, que poderá, em despacho motivado,
rá ser interrompido até a solução do fato que impede o andamento agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o indiciado de
do processo, ficando o prazo prescricional sujeito ao contido no in- responsabilidade.
ciso II do §2º do art. 95 desta Lei. §3º A decisão proferida e os atos dela decorrentes deverão ser
§1º O sobrestamento será proposto pela Comissão e autoriza- publicados em Diário Oficial, no prazo de oito dias, e no sítio eletrô-
do pela autoridade instauradora do Processo Administrativo. nico do órgão processante.
§2º O indiciado será intimado do sobrestamento. Art. 188. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da au-
Art. 180. O prazo para apresentação de razões finais de defesa toridade instauradora, o processo será encaminhado à autoridade
será de quinze dias. competente, desde que se tenha obedecido ao princípio do contra-
ditório e assegurado ao indiciado a ampla defesa.
Art. 189. Quando for verificada a ocorrência de prejuízo aos
cofres públicos, a autoridade instauradora encaminhará cópia dos
autos ao setor competente para inscrição em dívida ativa.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 190. Cópias dos ofícios remetidos aos órgãos competentes §2º A autoridade administrativa competente dará início às pro-
para promover as ações penais e cíveis cabíveis deverão ser junta- vidências administrativas no prazo de cinco dias, a contar da data:
das ao Processo Administrativo Disciplinar a ser mantido arquivado I - em que deveria ter sido apresentada a prestação de contas;
no órgão onde foi procedido o julgamento. II - do conhecimento das hipóteses previstas nos incisos I e II do
art. 192 desta Lei;
CAPÍTULO II III - do recebimento da comunicação de determinação do Tribu-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE nal de Contas do Estado; ou
RESPONSABILIDADE IV - do recebimento de recomendação da Controladoria Geral
do Estado.
Art. 191. Aplicam-se as disposições do capítulo anterior ao §3º As providências administrativas deverão ser concluídas no
processo administrativo para apuração de responsabilidade de que prazo improrrogável de sessenta dias, contados da data dos fatos
trata a Lei nº 15.608, de 16 de agosto de 2007, naquilo que não previstos no §2º deste artigo.
conflitarem com suas disposições específicas. §4º A autoridade administrativa designará comissão para ado-
ção das providências previstas no caput deste artigo, obedecidas,
CAPÍTULO III no que couber, as regras aplicáveis à comissão processante.
DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL §5º O responsável pelo controle interno controlará os prazos
previstos nos §§2º e 3º deste artigo.
SEÇÃO I §6º A ausência de adoção das providências de que trata o caput
DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO deste artigo caracteriza grave infração à norma legal, sujeitando a
autoridade administrativa omissa à responsabilização solidária e às
Art. 192. A tomada de contas especial é o procedimento devi- sanções cabíveis.
damente formalizado por órgão ou entidade competente, que visa Art. 195. Competem à comissão processante todos os atos
à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação necessários à instrução das providências administrativas, especial-
do dano, quando constatada: mente:
I - omissão do dever de prestar contas; I - reunir provas e realizar diligências necessárias à comprova-
II - não comprovação da aplicação dos recursos repassados ção dos fatos e identificação dos responsáveis, tais como documen-
pelo Estado na forma prevista no inciso VI do art. 1º da Lei Com- tos, comprovantes de despesas, comunicações, pareceres e depoi-
plementar nº 113, de 15 de dezembro de 2005, da ocorrência de mentos;
desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, ou ainda, II - apurar o dano detalhando o valor original, o valor atualizado
da prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que acompanhado de memória de cálculo, indicando o fator de atua-
resulte dano ao erário. lização e a sua base legal e, se for o caso, os valores das parcelas
Art. 193. No caso de omissão no dever de prestar contas de recolhidas e a data do recolhimento, com os respectivos acréscimos
uma ou mais parcelas, todas as eventuais prestações de contas de legais;
parcelas repassadas pelo concedente deverão ser objeto de aná- III - qualificar os responsáveis;
lise conjunta nas providências administrativas preliminares ou no IV - emitir notificação aos supostos responsáveis, para que, em
procedimento de tomada de contas especial, conforme o caso, e até quinze dias:
deverão, juntamente com o processo de concessão dos recursos, a) realize a reposição do bem ou a indenização do valor integral
compor os autos para encaminhamento ao Tribunal de Contas. do débito imputado por meio de depósito identificado na conta de
arrecadação do órgão ou da entidade, anexando o respectivo com-
SEÇÃO II provante;
DAS PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS PRELIMINARES À b) comprove a adoção de medidas saneadoras da irregularida-
INSTAURAÇÃO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL de ou ilegalidade que resultaram em ressarcimento ao erário;
V - emitir relatório conclusivo das providências administrativas
Art. 194. A autoridade administrativa competente deverá ado- com os elementos obtidos;
tar as providências administrativas preliminares à instauração da VI - dar ciência do relatório conclusivo das providências admi-
Tomada de Contas Especial, quando constatada qualquer das hipó- nistrativas aos responsáveis e, quando se tratar de recursos con-
teses previstas nos incisos I e II do art. 192 desta Lei, com vistas à cedidos a título de subvenção, auxílio e contribuição, também ao
equalização não litigiosa das situações descritas nos referidos dis- órgão ou à entidade beneficiária na pessoa do seu atual dirigente; e
positivos. VII - encaminhar os autos à autoridade administrativa compe-
§1º Considera-se autoridade administrativa competente: tente, para o pronunciamento de que trata o art. 196 desta Lei.
I - o Secretário de Estado, nas entidades integrantes da Admi- Art. 196. A autoridade administrativa competente emitirá pro-
nistração Direta; nunciamento por meio do qual atestará ciência em relação aos
II - o Diretor-Presidente ou equivalente, nas autarquias, nas fatos apurados, indicará as medidas a serem adotadas para o sa-
fundações públicas, nas sociedades de economia mista, nas em- neamento das deficiências e irregularidades e, quando for o caso,
presas públicas e demais entidades privadas controladas direta ou determinará a instauração de tomada de contas especial.
indiretamente pelo Estado do Paraná;
III - a Autoridade Máxima, no Poder Legislativo, no Poder Judi-
ciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas e na Defensoria
Pública.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

SEÇÃO III Art. 200. Encerrado o processo de Tomada de Contas Especial,


DO PROCEDIMENTO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL a Administração terá quinze dias para diligenciar no sentido de:
I - reposição do bem ou indenização do valor integral do débito
SUBSEÇÃO I imputado por meio de depósito identificado na conta de arrecada-
DA INSTAURAÇÃO ção do órgão ou da entidade, anexando o respectivo comprovante;
II - comprovação da adoção de medidas saneadoras da irregu-
Art. 197. Esgotadas as providências administrativas prelimina- laridade ou ilegalidade que resultaram em ressarcimento ao erário.
res sem a apresentação da prestação de contas, sem a restituição
de recurso repassado e não aplicado, ou sem a reparação do dano SUBSEÇÃO III
ao erário, a autoridade administrativa, sob pena de responsabilida- DA REMESSA DO FEITO AO TRIBUNAL DE CONTAS DO
de solidária, deverá providenciar, no prazo de trinta dias, a instaura- ESTADO DO PARANÁ
ção de tomada de contas especial.
§1º Considera-se instaurada a tomada de contas especial a par- Art. 201. Esgotadas todas as medidas ao alcance da autoridade
tir da publicação do ato de instauração e designação da comissão administrativa e do órgão do controle interno, visando ao ressarci-
de tomada de contas especial, contendo os seguintes elementos: mento do erário, a Tomada de Contas Especial será encaminhada ao
I - fato ensejador da tomada de contas especial, em descrição Tribunal de Contas do Estado do Paraná para julgamento.
sucinta e clara;
II - número do processo preexistente ou previamente constitu- CAPÍTULO IV
ído especificamente para a finalidade; DO AJUSTAMENTO DE CONDUTA
III - número da decisão do Tribunal de Contas do Estado que
ensejou a instauração da tomada de contas especial; Art. 202. Como medida alternativa à instauração de Processo
IV - número do documento emitido pela Controladoria Geral do Administrativo para apuração de responsabilidade ou aplicação de
Estado quando for recomendada ou determinada a instauração da sanção se já instaurado, poderá ser firmado Termo de Ajustamento
tomada de contas; de Conduta – TAC com o agente interessado.
V - nome e matrícula dos membros da comissão que instruirá a Art. 203. Por meio do TAC, o agente interessado assume a res-
tomada de contas especial; ponsabilidade pela irregularidade a que deu causa e comprome-
§2º A comissão designada deve dar conhecimento da abertura te-se a ajustar sua conduta e a observar os deveres e proibições
da tomada de contas especial ao Tribunal de Contas e ao responsá- previstos na legislação vigente.
vel pelo controle interno. Art. 204. O ajustamento de conduta, recomendado pela Admi-
§3º O responsável pelo controle interno dará ciência imediata nistração ou requerido pelo próprio interessado à autoridade supe-
à Controladoria Geral do Estado ou órgão equivalente, por meio de rior do órgão ou entidade, pode ser formalizado antes ou durante a
Relatório de Controle Interno Específico, quando constatar a omis- sindicância ou o Processo Administrativo para apuração de respon-
são da autoridade administrativa em instaurar a tomada de contas sabilidade.
especial no prazo previsto no caput deste artigo. §1º Em procedimentos em curso, o requerimento de TAC pode-
rá ser feito pelo interessado à autoridade instauradora até quinze
SUBSEÇÃO II dias após o recebimento da notificação de sua condição de indi-
DOS PRAZOS E PROCEDIMENTOS ciado.
§2º O requerimento de celebração de TAC feito pelo interessa-
Art. 198. O procedimento de tomada de contas especial deverá do poderá ser indeferido com base em juízo de admissibilidade an-
ser concluído em até quatro meses, contados da data de sua ins- terior que tenha concluído pelo não cabimento de TAC em relação à
tauração, devendo a comissão processante observar os seguintes irregularidade a ser apurada.
prazos: Art. 205. São requisitos de admissibilidade do requerimento ou
I - quinze dias para apresentação de defesa e juntada de docu- da recomendação de celebração de TAC:
mentos; I - demonstração de que os fatos são puníveis com sanções de
II - quinze dias para produção complementar de provas e sane- advertência, repreensão ou suspensão, em se tratando de agente
amento do feito; público, ou advertência, multa ou suspensão temporária de partici-
III - quinze dias para esclarecimentos complementares, quando pação em licitação, em se tratando de agentes submetidos à Lei nº
solicitados pela comissão; 15.608, de 2007;
IV - quinze dias para emissão de relatório conclusivo da tomada II - não ter o interessado gozado de benefício de TAC nos últi-
de contas especial e ciência do relatório à autoridade administrativa mos dois anos;
competente. III - Não possuir o interessado registro válido de penalidade dis-
Parágrafo único. Os prazos previstos nos incisos I a IV do caput ciplinar sanção prevista na Lei nº 15.608, de 2007, em seus assen-
deste artigo poderão ser prorrogados, a critério da comissão pro- tamentos funcionais;
cessante, não ultrapassado o prazo máximo de que trata o caput IV - Não se encontrar o agente público em estágio probatório.
deste artigo. Parágrafo único. Não poderá ser celebrado TAC nas hipóteses
Art. 199. A autoridade administrativa competente, no prazo de em que haja indício de crime ou improbidade administrativa.
quinze dias, emitirá pronunciamento definitivo sobre os fatos apu- Art. 206. São legitimados para propor TAC:
rados, a identificação dos responsáveis e a quantificação do dano. I - as autoridades responsáveis pela instauração de sindicância
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput deste artigo po- ou processo administrativo disciplinar, de ofício;
derá ser prorrogado, fundamentadamente.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - a comissão responsável pela condução do procedimento IX - os efeitos legais do termo.


disciplinar; Parágrafo único. O prazo de cumprimento do termo de Ajusta-
III - o agente público interessado. mento de Conduta não poderá ser superior a dois anos e seu des-
Parágrafo único. As autoridades descritas nos incisos I e II do cumprimento configurará inobservância de dever funcional.
caput deste artigo poderão determinar a investigação preliminar, Art. 211. O acompanhamento da execução do TAC será feito
que consistirá na coleta simplificada de informações que permitam pelo órgão ou entidade da Administração responsável pela sua ela-
concluir pela conveniência da medida, nos casos em que haja ne- boração.
cessidade de apurar se estão presentes as condições que autorizem Art. 212. O TAC, quando celebrado junto a agente público, será
a formalização do TAC. registrado nos seus assentamentos funcionais, cancelando-se esse
Art. 207. A recomendação ou o requerimento para celebração registro após o decurso de dois anos a partir da data estabelecida
do TAC, dirigido à autoridade superior, deverá conter, necessaria- para o término de sua vigência.
mente: Parágrafo único. Declarado o cumprimento das condições do
I - a qualificação completa das partes; TAC pela chefia imediata do agente público, não será instaurado
II - a descrição pormenorizada dos fatos ou das condutas e os procedimento disciplinar pelos mesmos fatos objeto do ajuste.
fundamentos que motivaram a sua proposição; Art. 213. A celebração do TAC deverá ser informada à Con-
III - a proposta concreta e detalhada para a correção das práti- troladoria Geral do Estado e inserida na ferramenta de tecnologia
cas apontadas, especificando-se as obrigações de pagar, de fazer ou utilizada pela CGE no prazo de trinta dias, a contar da data de sua
não fazer a serem assumidas, e de ressarcir os prejuízos financeiros, celebração.
caso estes tenham ocorrido; Parágrafo único. Compete aos órgãos e entidades manter re-
IV - o cronograma de execução e de implementação das medi- gistro atualizado sobre o cumprimento das condições estabelecidas
das propostas, com metas a serem atingidas; no TAC.
V - a vigência do termo de compromisso. Art. 214. Após a celebração do TAC, será publicado extrato no
Art. 208. Cabe à autoridade superior do órgão ou entidade fir- Diário Oficial do Estado contendo:
mar o TAC, ouvidas, previamente, as unidades técnicas competen- I - o número do processo;
tes. II - o nome do agente público celebrante;
Parágrafo único. A autoridade que conceder irregularmente o III - a descrição genérica do fato; e
ajustamento disciplinar será responsabilizada na forma da legisla- IV - as condições de cumprimento do acordo e a cláusula penal
ção vigente, e o TAC declarado nulo, com a consequente instauração estipulada.
de processo administrativo disciplinar em relação aos envolvidos. §1º A celebração do TAC será comunicada à chefia imediata do
Art. 209. Os processos administrativos de TAC deverão ser ins- agente público, com o envio de cópia do termo, para acompanha-
truídos, no mínimo, com: mento do seu efetivo cumprimento.
I - estudos que levaram à apresentação da minuta do TAC; §2º Declarado o cumprimento das condições do TAC pela che-
II - manifestação conclusiva dos órgãos técnicos do órgão ou fia imediata do agente público, não será instaurado procedimento
entidade responsável pelo TAC; disciplinar pelos mesmos fatos objeto do ajuste.
III - manifestação conclusiva da autoridade superior do órgão Art. 215. Durante período de cumprimento do TAC não corre
ou entidade, sobre a conveniência de ser firmado o TAC. prazo prescricional.
Art. 210. São requisitos essenciais da minuta de TAC: Art. 216. A celebração do TAC suspenderá o processo adminis-
I - qualificação do(s) envolvido(s); trativo.
II - autoria e materialidade da infração, demonstradas de forma Art. 217. O TAC não inibe, limita ou veda quaisquer providên-
inconteste; cias ou medidas de controle e fiscalização, bem como aplicação de
III - objeto e fundamentos de fato e de direito para a sua efe- sanção decorrente de outros fatos, por parte do órgão ou entidade
tivação; pública estadual na qual se efetivou.
IV - descrição das obrigações assumidas, compreendendo, de Art. 218. Sem prejuízo da aplicação das penalidades estipula-
acordo com o caso concreto, dentre outros: das no TAC, o descumprimento do termo acarretará no prossegui-
a) reparação do dano causado; mento do Processo Administrativo.
b) retratação do interessado; Art. 219. O descumprimento do disposto no TAC sujeita o com-
c) participação em cursos visando a correta compreensão dos promissado ao pagamento de multa ou outra penalidade, fixada no
seus deveres e proibições ou a melhoria da qualidade do serviço próprio TAC, a ser aplicada pelo órgão ou entidade responsável pelo
desempenhado; termo, sem prejuízo de outras cominações civis, penais e adminis-
d) cumprimento de metas de desempenho; trativas previstas em lei.
e) sujeição a controles específicos relativos à conduta irregular §1º A multa de que trata o caput deste artigo será fixada levan-
praticada; do-se em consideração a gravidade e natureza da infração, a van-
V - o prazo e o modo para o cumprimento das obrigações; tagem auferida, a extensão do dano causado à Administração e a
VI - a forma de fiscalização da sua observância; condição econômica do compromissado.
VII - a fixação do valor da multa ou outra penalidade a ser apli- §2º O produto da arrecadação da multa reverterá à Fazenda
cada no caso de descumprimento total ou parcial do termo de com- Estadual.
promisso; Art. 220. Na hipótese de atraso ou descumprimento das obriga-
VIII - declaração de ciência do compromissário de que o des- ções contidas no TAC, a autoridade superior do órgão ou entidade
cumprimento integral ou parcial das obrigações assumidas implica- responsável deverá:
rá imediata aplicação das penalidades descritas no termo;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - intimar o compromissado para, no prazo de quinze dias, pa- XI - art. 316;


gar a multa prevista no termo, ou apresentar defesa sobre os moti- XII - art. 317;
vos do seu descumprimento; XIII - art. 318;
II - emitir Certificado de Descumprimento, caso não apresen- XIV - art. 319;
tadas ou consideradas improcedentes as alegações da intimada, XV - art. 320;
informando que será dada continuidade a todos os procedimentos XVI - art. 321;
sancionatórios relacionados com o compromissado, sem prejuízo XVII - art. 322;
de outras providências administrativas cabíveis; XVIII - art. 323;
III - comunicar ao compromissado quanto à emissão de Certifi- XVIX - art. 324;
cado de Descumprimento, fixando-lhe prazo de dez dias, contados XX - art.325;
da data de assinatura do Aviso de Recebimento correspondente, XXI - art. 326;
para o pagamento do valor da multa prevista no TAC, sob pena de XXII - art. 327;
inscrição em dívida ativa. XXIII - art. 328;
Parágrafo único. O Certificado de Descumprimento do TAC é XXIV - art. 329;
o instrumento pelo qual a Administração caracteriza o inadimple- XXV - art. 330;
mento do compromisso celebrado TAC e terá eficácia de título exe- XXVI - art. 331;
cutivo extrajudicial, na forma da Lei. XXVII - art. 332;
Art. 221. O descumprimento do TAC impedirá a celebração de XXVIII - art. 333;
novo termo, sobre qualquer objeto, no prazo de cinco anos, con- XXIX - art. 334;
tados da data da emissão do Certificado de Descumprimento do XXX - art. 335;
termo inadimplido. XXXI - art. 336;
Art. 222. Decreto do Chefe do Poder Executivo regulamentará XXXII - art. 337;
outras restrições à celebração de Termo de Ajustamento de Condu- XXXIII - art. 338;
ta, bem como matérias não tratadas neste Código. XXXIV - art. 339;
XXXV - art. 340, e
TÍTULO IV XXXVI - art. 341.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Palácio do Governo, em 3 de agosto de 2021.

Art. 223. O Governador do Estado poderá, por decreto, editar


enunciado vinculante para tornar obrigatória a aplicação de decisão ARTIGO 50 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO PARANÁ
judicial definitiva, cujo conteúdo seja extensível a situações simila-
res, mediante solicitação devidamente motivada do Procurador-Ge-
TÍTULO II
ral do Estado.
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§1º O enunciado vinculante poderá ser revisto pelo Governa-
(...)
dor a qualquer tempo, respeitados os direitos adquiridos
CAPÍTULO IV
§2º A edição, revisão ou revogação do enunciado vinculante
DA SEGURANÇA PÚBLICA
previsto neste artigo dependerá de manifestação prévia do Procu-
rador-Geral do Estado.
(...)
Art. 224. As disposições de natureza processual desta Lei não
Art. 50. A Polícia Científica, com estrutura própria, incumbida
se aplicam, desde logo, aos procedimentos em curso, mas apenas
das perícias de criminalística e médico-legais e de outras atividades
aos procedimentos iniciados após sua vigência.
técnicas congêneres, será dirigida por perito oficial de carreira da
Art. 225. A critério do Chefe do Poder Executivo poderá ser sus-
classe mais elevada, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
penso o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre
Constitucional 10 de 16/10/2001) (vide Lei 13386 de 21/12/2001)
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
(vide Lei 14678 de 06/04/2005) (vide ADIN 2616)
Parágrafo único. Durante a suspensão do prazo não se realiza-
§1º A função policial científica fundamenta-se na hierarquia e
rão audiências nem julgamentos em órgãos colegiados
disciplina. (Incluído pela Emenda Constitucional 10 de 16/10/2001)
Art. 226. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias con-
A Emenda Constitucional 10, de 16/10/2001, foi declarada inconsti-
tínuos após a data de sua publicação.
tucional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Ação Direta de
Art. 227. Revoga os seguintes dispositivos da Lei nº 6.174, de
Inconstitucionalidade nº 2.616.
20 de novembro de 1970.
§2º O Conselho da Polícia Científica é órgão consultivo, nor-
I - art. 306;
mativo e deliberativo, para fins de controle do ingresso, ascensão
II - art. 307;
funcional, hierarquia e regime disciplinar das carreiras policiais
III - art. 308;
científicas. (Incluído pela Emenda Constitucional 10 de 16/10/2001)
IV - art. 309;
A Emenda Constitucional 10, de 16/10/2001, foi declarada inconsti-
V - art. 310;
tucional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Ação Direta de
VI - art. 311;
Inconstitucionalidade nº 2.616.
VII - art. 312;
§3º Os cargos da Polícia Científica serão providos mediante
VIII - art. 313;
concurso público de provas e títulos, observando o disposto na
IX - art. 314;
legislação especifica. (Incluído pela Emenda Constitucional 10 de
X - art. 315;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

16/10/2001) A Emenda Constitucional 10, de 16/10/2001, foi de- CAPÍTULO I


clarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.616.
(...) Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública
(Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
(PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da
LEI FEDERAL N° 12030/09 (LEI DA PERÍCIA OFICIAL) incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação
conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de seguran-
ça pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal
LEI Nº 12.030, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009.
e dos Municípios, em articulação com a sociedade.
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilida-
Dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências.
de de todos, compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Munícipios, no âmbito das competências e atribuições legais
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
de cada um.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO II
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais para as perícias ofi-
DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
ciais de natureza criminal.
DEFESA SOCIAL (PNSPDS)
Art. 2º No exercício da atividade de perícia oficial de nature-
za criminal, é assegurado autonomia técnica, científica e funcional,
SEÇÃO I
exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para
DA COMPETÊNCIA PARA ESTABELECIMENTO DAS
o provimento dos cargo de perito oficial.
POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Art. 3º Em razão do exercício das atividades de perícia oficial
de natureza criminal, os peritos de natureza criminal estão sujeitos
Art. 3º Compete à União estabelecer a Política Nacional de Se-
a regime especial de trabalho, observada a legislação específica de
gurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito
cada ente a que se encontrem vinculados.
Federal e aos Municípios estabelecer suas respectivas políticas, ob-
Art. 4º (VETADO)
servadas as diretrizes da política nacional, especialmente para aná-
Art. 5º Observado o disposto na legislação específica de cada
lise e enfrentamento dos riscos à harmonia da convivência social,
ente a que o perito se encontra vinculado, são peritos de nature-
com destaque às situações de emergência e aos crimes interesta-
za criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos
duais e transnacionais.
odontolegistas com formação superior específica detalhada em re-
gulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área
SEÇÃO II
de atuação profissional.
DOS PRINCÍPIOS
Art. 6º Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de
sua publicação.
Art. 4º São princípios da PNSPDS:
Brasília, 17 de setembro de 2009; 188o da Independência e
I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e garantias
121º da República.
individuais e coletivos;
II - proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais de
segurança pública;
LEI FEDERAL Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. (LEI DO
III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fun-
SUSP)
damentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa hu-
mana;
LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. IV - eficiência na prevenção e no controle das infrações penais;
V - eficiência na repressão e na apuração das infrações penais;
Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos respon- VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos em situa-
sáveis pela segurança pública, nos termos do §7º do art. 144 da ções de emergência e desastres que afetam a vida, o patrimônio e
Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pública e o meio ambiente;
Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Públi- VII - participação e controle social;
ca (Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, VIII - resolução pacífica de conflitos;
a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº 11.530, de 24 IX - uso comedido e proporcional da força pelos agentes da se-
de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei nº 12.681, de 4 de gurança pública, pautado nos documentos internacionais de prote-
julho de 2012. ção aos direitos humanos de que o Brasil seja signatário; (Redação
dada pela Lei nº 14.751, de 2023)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- X - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: XI - publicidade das informações não sigilosas;
XII - promoção da produção de conhecimento sobre segurança
pública;
XIII - otimização dos recursos materiais, humanos e financeiros
das instituições;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

XIV - simplicidade, informalidade, economia procedimental e XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e projetos
celeridade no serviço prestado à sociedade; com foco na promoção da cultura de paz, na segurança comunitária
XV - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; e na integração das políticas de segurança com as políticas sociais
XVI - transparência, responsabilização e prestação de contas. existentes em outros órgãos e entidades não pertencentes ao siste-
Art. 4º-A. A lei do ente federado deverá conter como critério ma de segurança pública;
para ingresso na instituição ser aprovado em exame de saúde e exa- XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos;
me toxicológico com larga janela de detecção. (Incluído pela Lei nº XXI - deontologia policial e de bombeiro militar comuns, respei-
14.751, de 2023) tados os regimes jurídicos e as peculiaridades de cada instituição;
Parágrafo único. Além dos exames do caput deste artigo, o re- XXII - unidade de registro de ocorrência policial;
gulamento desta Lei estabelecerá as regras do exame toxicológico XXIII - uso de sistema integrado de informações e dados ele-
aleatório. (Incluído pela Lei nº 14.751, de 2023) trônicos;
XXIV – (VETADO);
SEÇÃO III XXV - incentivo à designação de servidores da carreira para os
DAS DIRETRIZES cargos de chefia, levando em consideração a graduação, a capaci-
tação, o mérito e a experiência do servidor na atividade policial es-
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS: pecífica;
I - atendimento imediato ao cidadão; XXVI - celebração de termo de parceria e protocolos com agên-
II - planejamento estratégico e sistêmico; cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações.
III - fortalecimento das ações de prevenção e resolução pacífica
de conflitos, priorizando políticas de redução da letalidade violenta, SEÇÃO IV
com ênfase para os grupos vulneráveis; DOS OBJETIVOS
IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios em ações de segurança pública e políticas Art. 6º São objetivos da PNSPDS:
transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da dig- I - fomentar a integração em ações estratégicas e operacionais,
nidade da pessoa humana; em atividades de inteligência de segurança pública e em gerencia-
V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti- mento de crises e incidentes;
tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução, II - apoiar as ações de manutenção da ordem pública e da inco-
monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti- lumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e de bens
vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios e direitos;
com base nas melhores práticas; III - incentivar medidas para a modernização de equipamentos,
VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro- da investigação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos
fissionais de segurança pública, em consonância com a matriz cur- órgãos e das instituições de segurança pública;
ricular nacional; IV - estimular e apoiar a realização de ações de prevenção à vio-
VII - fortalecimento das instituições de segurança pública por lência e à criminalidade, com prioridade para aquelas relacionadas
meio de investimentos e do desenvolvimento de projetos estrutu- à letalidade da população jovem negra, das mulheres e de outros
rantes e de inovação tecnológica; grupos vulneráveis;
VIII - sistematização e compartilhamento das informações de V - promover a participação social nos Conselhos de segurança
segurança pública, prisionais e sobre drogas, em âmbito nacional; pública;
IX - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos em VI - estimular a produção e a publicação de estudos e diagnósti-
áreas de interesse da segurança pública; cos para a formulação e a avaliação de políticas públicas;
X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pesso- VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de segurança
as em situação de vulnerabilidade; pública;
XI - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia e VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e
de equipamentos de interesse da segurança pública; fiscalização para a repressão aos crimes transfronteiriços;
XII - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com IX - estimular o intercâmbio de informações de inteligência de
foco na resolução de problemas; segurança pública com instituições estrangeiras congêneres;
XIII - modernização do sistema e da legislação de acordo com X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi-
a evolução social; ca, prisionais e sobre drogas;
XIV - participação social nas questões de segurança pública; XI - estimular a padronização da formação, da capacitação e
XV - integração entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judici- da qualificação dos profissionais de segurança pública, respeitadas
ário no aprimoramento e na aplicação da legislação penal; as especificidades e as diversidades regionais, em consonância com
XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público e esta Política, nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal;
da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumpri-
alcançar os objetivos desta Política; mento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à
XVII - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social prisão;
dos egressos do sistema prisional; XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimen-
XVIII - (VETADO); to de pena restritiva de liberdade em relação à gravidade dos cri-
mes cometidos;
XIV - (VETADO);

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

XV - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional
ambientes de encarceramento; (Sievap);
XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre a políti- d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re-
ca de enfrentamento às drogas e de redução de danos relacionados naesp);
aos seus usuários e aos grupos sociais com os quais convivem; e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissionais
XVII - fomentar ações permanentes para o combate ao crime de Segurança Pública (Pró-Vida);
organizado e à corrupção; III - (VETADO);
XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avalia- IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jo-
ção das ações implementadas; vens;
XIX - promover uma relação colaborativa entre os órgãos de se- V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção e con-
gurança pública e os integrantes do sistema judiciário para a cons- trole de atos ilícitos contra a Administração Pública e referentes a
trução das estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
ao alcance das metas estabelecidas; VI – o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violên-
XX - estimular a concessão de medidas protetivas em favor de cia contra a Mulher, nas ações pertinentes às políticas de segurança,
pessoas em situação de vulnerabilidade; implementadas em conjunto com os órgãos e instâncias estaduais,
XXI - estimular a criação de mecanismos de proteção dos agen- municipais e do Distrito Federal responsáveis pela rede de preven-
tes públicos que compõem o sistema nacional de segurança pública ção e de atendimento das mulheres em situação de violência. (In-
e de seus familiares; cluído pela Lei nº 14.330, de 2022)
XXII - estimular e incentivar a elaboração, a execução e o moni-
toramento de ações nas áreas de valorização profissional, de saúde, CAPÍTULO III
de qualidade de vida e de segurança dos servidores que compõem DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA
o sistema nacional de segurança pública;
XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade violenta; SEÇÃO I
XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de crimes he- DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA
diondos e de homicídios;
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas de fogo e Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública
munições, com vistas à redução da violência armada; (Susp), que tem como órgão central o Ministério Extraordinário da
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão aos crimes Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que trata o art.
cibernéticos. 144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas
Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for- guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e ope-
mulação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, racionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma
documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os indicado- cooperativa, sistêmica e harmônica. (Vide ADPF 995)
res e as ações para o alcance desses objetivos. §1º São integrantes estratégicos do Susp:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por
SEÇÃO V intermédio dos respectivos Poderes Executivos;
DAS ESTRATÉGIAS II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três
entes federados.
Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias que garan- §2º São integrantes operacionais do Susp:
tam integração, coordenação e cooperação federativa, interopera- I - polícia federal;
bilidade, liderança situacional, modernização da gestão das institui- II - polícia rodoviária federal;
ções de segurança pública, valorização e proteção dos profissionais, III – (VETADO);
complementaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico IV - polícias civis;
dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação V - polícias militares;
continuada dos resultados e garantia da regularidade orçamentária VI - corpos de bombeiros militares;
para execução de planos e programas de segurança pública. VII - guardas municipais;
VIII - órgãos do sistema penitenciário;
SEÇÃO VI IX - (VETADO);
DOS MEIOS E INSTRUMENTOS X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identi-
ficação;
Art. 8º São meios e instrumentos para a implementação da XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp);
PNSPDS: XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres;
I - os planos de segurança pública e defesa social; XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec);
II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Seguran- XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad);
ça Pública e Defesa Social, que inclui: XV - agentes de trânsito;
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das Po- XVI - guarda portuária.
líticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped); XVII - polícia legislativa, prevista no §3º do art. 27, no inciso IV
b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do caput do art. 51 e no inciso XIII do caput do art. 52 da Constitui-
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material ção Federal. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp); (Redação dada pela Lei §3º (VETADO).
nº 13.756, de 2018)
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§4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão respon- II - as atividades periciais serão aferidas mediante critérios téc-
sáveis pela implementação dos respectivos programas, ações e pro- nicos emitidos pelo órgão responsável pela coordenação das perí-
jetos de segurança pública, com liberdade de organização e funcio- cias oficiais, considerando os laudos periciais e o resultado na pro-
namento, respeitado o disposto nesta Lei. dução qualificada das provas relevantes à instrução criminal;
III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação da or-
SEÇÃO II dem pública serão aferidas, entre outros fatores, pela maior ou me-
DO FUNCIONAMENTO nor incidência de infrações penais e administrativas em determina-
da área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos integrantes IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares serão afe-
do Susp dar-se-ão nos limites das respectivas competências, por ridas, entre outros fatores, pelas ações de prevenção, preparação
meio de: para emergências e desastres, índices de tempo de resposta aos
I - operações com planejamento e execução integrados; desastres e de recuperação de locais atingidos, considerando-se
II - estratégias comuns para atuação na prevenção e no contro- áreas determinadas;
le qualificado de infrações penais; V - a eficiência do sistema prisional será aferida com base nos
III - aceitação mútua de registro de ocorrência policial; seguintes fatores, entre outros:
IV - compartilhamento de informações, inclusive com o Sistema a) o número de vagas ofertadas no sistema;
Brasileiro de Inteligência (Sisbin); b) a relação existente entre o número de presos e a quantidade
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos; de vagas ofertadas;
VI - integração das informações e dos dados de segurança pú- c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
blica por meio do Sinesp. d) a quantidade de presos condenados atendidos de acordo
§1º O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da com os parâmetros estabelecidos pelos incisos do caput deste arti-
Segurança Pública. go, com observância de critérios objetivos e transparentes.
§2º As operações combinadas, planejadas e desencadeadas §1º A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de tra-
em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de inteligência ou balho físico e de equipamentos, bem como de efetivo.
mistas, e contar com a participação de órgãos integrantes do Susp §2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste artigo de-
e, nos limites de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos verá distinguir as autorias definidas em razão de prisão em flagrante
dos sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não necessa- das autorias resultantes de diligências investigatórias.
riamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, res-
e defesa social, especialmente quando se tratar de enfrentamento ponsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as
a organizações criminosas. atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as
§3º O planejamento e a coordenação das operações referidas seguintes ações:
no §2º deste artigo serão exercidos conjuntamente pelos partici- I - apoiar os programas de aparelhamento e modernização dos
pantes. órgãos de segurança pública e defesa social do País;
§4º O compartilhamento de informações será feito preferen- II - implementar, manter e expandir, observadas as restrições
cialmente por meio eletrônico, com acesso recíproco aos bancos de previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Nacional de Informações
dados, nos termos estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social;
Segurança Pública. III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e operacio-
§5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos para nais entre os órgãos policiais federais, estaduais, distrital e as guar-
qualificação dos profissionais de segurança pública e defesa social das municipais;
dar-se-á, entre outras formas, pela reciprocidade na abertura de IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional dos
vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos es- institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação,
tratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de cada garantindo-lhes condições plenas para o exercício de suas funções;
instituição, e observada, sempre que possível, a matriz curricular V - promover a qualificação profissional dos integrantes da se-
nacional. gurança pública e defesa social, especialmente nas dimensões ope-
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fi- racional, ética e técnico-científica;
xará, anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e
competências, visando à prevenção e à repressão das infrações pe- informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização;
nais e administrativas e à prevenção dos desastres, e utilizará indi- VII - coordenar as atividades de inteligência da segurança públi-
cadores públicos que demonstrem de forma objetiva os resultados ca e defesa social integradas ao Sisbin;
pretendidos. VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar os seguin- Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da
tes parâmetros: Segurança Pública:
I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das infra- I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado e seguro
ções penais serão aferidas, entre outros fatores, pelos índices de que permita o intercâmbio de informações entre os integrantes do
elucidação dos delitos, a partir dos registros de ocorrências poli- Susp;
ciais, especialmente os de crimes dolosos com resultado em morte II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tecnológica
e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e cumprimento e a segurança dos processos, das redes e dos sistemas;
de mandados de prisão de condenados a crimes com penas de re- III - estabelecer cronograma para adequação dos integrantes
clusão, e pela recuperação do produto de crime em determinada do Susp às normas e aos procedimentos de funcionamento do Sis-
circunscrição; tema.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal III - o resultado célere na apuração das denúncias em tramita-
e os Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas e ção nas respectivas corregedorias;
operacionais necessárias à implementação do Susp. IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão pela po-
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias pulação por ele atendida.
urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e hidrovias fe- §5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as políticas
derais, estaduais, distrital ou municipais, portos e aeroportos, no públicas de segurança pública e defesa social, com vistas à preven-
âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o ção e à repressão da violência e da criminalidade.
órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado §6º A organização, o funcionamento e as demais competências
o sigilo das investigações policiais. dos Conselhos serão regulamentados por ato do Poder Executivo,
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de nos limites estabelecidos por esta Lei.
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fun- §7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Segurança
do Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição Pública e Defesa Social, que contarão também com representantes
constitucional dos órgãos que integram o Susp, os aspectos geográ- da sociedade civil organizada e de representantes dos trabalhado-
ficos, populacionais e socioeconômicos dos entes federados, bem res, poderão ser descentralizados ou congregados por região para
como o estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados. melhor atuação e intercâmbio comunitário.
Parágrafo único. Entre os critérios de aplicação dos recursos do
FNSP serão incluídos metas e resultados relativos à prevenção e ao SEÇÃO II
combate à violência contra a mulher. (Incluído pela Lei nº 14.316, DOS CONSELHEIROS
de 2022) Produção de efeitos
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os órgãos inte- Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
grantes do Susp terão por objetivo a eficácia de suas atividades e I - representantes de cada órgão ou entidade integrante do
obedecerão a critérios técnicos de qualidade, modernidade, efici- Susp;
ência e resistência, observadas as normas de licitação e contratos. II - representante do Poder Judiciário;
Parágrafo único. (VETADO). III - representante do Ministério Público;
IV - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
CAPÍTULO IV V - representante da Defensoria Pública;
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA VI - representantes de entidades e organizações da sociedade
SOCIAL cuja finalidade esteja relacionada com políticas de segurança públi-
ca e defesa social;
SEÇÃO I VII - representantes de entidades de profissionais de segurança
DA COMPOSIÇÃO pública.
§1º Os representantes das entidades e organizações referidas
Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela formação de nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão eleitos por meio de
Conselhos permanentes a serem criados na forma do art. 21 desta processo aberto a todas as entidades e organizações cuja finalidade
Lei. seja relacionada com as políticas de segurança pública, conforme
Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa convocação pública e critérios objetivos previamente definidos pe-
Social, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos los Conselhos.
Municípios, mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos, §2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que substituirá o
encaminhadas aos respectivos Poderes Legislativos. titular em sua ausência.
§1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, §3º Os mandatos eletivos dos membros referidos nos incisos
com atribuições, funcionamento e composição estabelecidos em VI e VII do caput deste artigo e a designação dos demais membros
regulamento, terá a participação de representantes da União, dos terão a duração de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. ou reeleição.
§2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social con- §4º Na ausência de representantes dos órgãos ou entidades
gregarão representantes com poder de decisão dentro de suas referidos no caput deste artigo, aplica-se o disposto no §7º do art.
estruturas governamentais e terão natureza de colegiado, com 20 desta Lei.
competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social
das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as CAPÍTULO V
instâncias decisórias e as normas de organização da Administração DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA PÚBLICA
Pública. E DEFESA SOCIAL
§3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social exerce-
rão o acompanhamento das instituições referidas no §2º do art. 9º SEÇÃO I
desta Lei e poderão recomendar providências legais às autoridades DOS PLANOS
competentes.
§4º O acompanhamento de que trata o §3º deste artigo consi- Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública
derará, entre outros, os seguintes aspectos: e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público,
I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito pela in- com a finalidade de:
tegridade física e moral dos seus integrantes; I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas
II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; sobre segurança pública e defesa social;

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II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos ar-
Pública e Defesa Social; ticulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e
III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a defini- com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de
ção de metas e a avaliação dos resultados das políticas de seguran- desastres;
ça pública e defesa social; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da vio-
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança lência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos
interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos. diversos níveis de ensino;
§1º As políticas públicas de segurança não se restringem aos VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos
integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto social egressos do sistema prisional, promovendo programas que priori-
amplo, com abrangência de outras áreas do serviço público, como zem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional;
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as fi- VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e
nalidades de cada área do serviço público. projetos das políticas de segurança pública e defesa social;
§2º O Plano de que trata o caput deste artigo terá duração de VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de
10 (dez) anos a contar de sua publicação. segurança pública e defesa social;
§3º As ações de prevenção à criminalidade devem ser consi- IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por
deradas prioritárias na elaboração do Plano de que trata o caput agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pes-
deste artigo. quisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fe-
§4º A União, por intermédio do Ministério Extraordinário da nômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
Segurança Pública, deverá elaborar os objetivos, as ações estraté- públicos de cada unidade da Federação;
gicas, as metas, as prioridades, os indicadores e as formas de fi- X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos inte-
nanciamento e gestão das Políticas de Segurança Pública e Defesa grantes do Susp;
Social. XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segu-
§5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com rança pública e defesa social;
base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, elabo- XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que me-
rar e implantar seus planos correspondentes em até 2 (dois) anos a didas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor
partir da publicação do documento nacional, sob pena de não po- das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na
derem receber recursos da União para a execução de programas ou iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situ-
ações de segurança pública e defesa social. ação de risco social e criminal.
§6º O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo
das Políticas e dos Planos de segurança pública e defesa social. SEÇÃO III
Art. 23. A União, em articulação com os Estados, o Distrito DAS METAS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS
Federal e os Municípios, realizará avaliações anuais sobre a imple- POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
mentação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
com o objetivo de verificar o cumprimento das metas estabelecidas Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente, metas de
e elaborar recomendações aos gestores e operadores das políticas excelência no âmbito das respectivas competências, visando à pre-
públicas. venção e à repressão de infrações penais e administrativas e à pre-
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano Nacional de venção de desastres, que tenham como finalidade:
Segurança Pública e Defesa Social realizar-se-á no segundo ano de I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar as
vigência desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo Federal acompa- atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coope-
nhá-la. ração com as unidades da Federação;
II - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
SEÇÃO II tegrada;
DAS DIRETRIZES GERAIS III - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu-
cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades;
Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes di- IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio-
retrizes na elaboração e na execução dos planos: nal;
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, enti- V - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais
dades privadas, corporações policiais e organismos internacionais, de segurança pública e defesa social;
a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segu- VI - apoiar e promover o sistema habitacional para os profissio-
rança pública e defesa social; nais de segurança pública e defesa social.
II - realizar a integração de programas, ações, atividades e pro-
jetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, SEÇÃO IV
planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, pre- DA COOPERAÇÃO, DA INTEGRAÇÃO E DO
vidência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da FUNCIONAMENTO HARMÔNICO DOS MEMBROS DO SUSP
criminalidade e à prevenção de desastres;
III - viabilizar ampla participação social na formulação, na im- Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema Nacional de
plementação e na avaliação das políticas de segurança pública e Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança Pública e
defesa social; Defesa Social (Sinaped), com os seguintes objetivos:

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - contribuir para organização e integração dos membros do I - a realização da autoavaliação dos gestores e das corpora-
Susp, dos projetos das políticas de segurança pública e defesa social ções;
e dos respectivos diagnósticos, planos de ação, resultados e avalia- II - a avaliação institucional externa, contemplando a análise
ções; global e integrada das instalações físicas, relações institucionais,
II - assegurar o conhecimento sobre os programas, ações e compromisso social, atividades e finalidades das corporações;
atividades e promover a melhora da qualidade da gestão dos pro- III - a análise global e integrada dos diagnósticos, estruturas,
gramas, ações, atividades e projetos de segurança pública e defesa compromissos, finalidades e resultados das políticas de segurança
social; pública e defesa social;
III - garantir que as políticas de segurança pública e defesa so- IV - o caráter público de todos os procedimentos, dados e resul-
cial abranjam, no mínimo, o adequado diagnóstico, a gestão e os re- tados dos processos de avaliação.
sultados das políticas e dos programas de prevenção e de controle Art. 32. A avaliação dos objetivos e das metas do Plano Nacio-
da violência, com o objetivo de verificar: nal de Segurança Pública e Defesa Social será coordenada por co-
a) a compatibilidade da forma de processamento do planeja- missão permanente e realizada por comissões temporárias, essas
mento orçamentário e de sua execução com as necessidades do compostas, no mínimo, por 3 (três) membros, na forma do regula-
respectivo sistema de segurança pública e defesa social; mento próprio.
b) a eficácia da utilização dos recursos públicos; Parágrafo único. É vedado à comissão permanente designar
c) a manutenção do fluxo financeiro, consideradas as necessi- avaliadores que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
dades operacionais dos programas, as normas de referência e as avaliados, caso:
condições previstas nos instrumentos jurídicos celebrados entre os I - tenham relação de parentesco até terceiro grau com titulares
entes federados, os órgãos gestores e os integrantes do Susp; ou servidores dos órgãos gestores avaliados;
d) a implementação dos demais compromissos assumidos por II - estejam respondendo a processo criminal ou administrativo.
ocasião da celebração dos instrumentos jurídicos relativos à efetiva-
ção das políticas de segurança pública e defesa social; CAPÍTULO VI
e) a articulação interinstitucional e intersetorial das políticas. DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social, será elaborado relatório com o histórico e a SEÇÃO I
caracterização do trabalho, as recomendações e os prazos para que DO CONTROLE INTERNO
elas sejam cumpridas, além de outros elementos a serem definidos
em regulamento. Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autonomia no
§1º Os resultados da avaliação das políticas serão utilizados exercício de suas competências, caberá o gerenciamento e a reali-
para: zação dos processos e procedimentos de apuração de responsabili-
I - planejar as metas e eleger as prioridades para execução e dade funcional, por meio de sindicância e processo administrativo
financiamento; disciplinar, e a proposição de subsídios para o aperfeiçoamento das
II - reestruturar ou ampliar os programas de prevenção e con- atividades dos órgãos de segurança pública e defesa social.
trole;
III - adequar os objetivos e a natureza dos programas, ações e SEÇÃO II
projetos; DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA ATIVIDADE
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas à correção POLICIAL
de problemas constatados na avaliação;
V - aumentar o financiamento para fortalecer o sistema de se- Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
gurança pública e defesa social; deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia e inde-
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do Susp. pendência no exercício de suas atribuições.
§2º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos res- Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento e trata-
pectivos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social. mento de representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa
Art. 28. As autoridades, os gestores, as entidades e os órgãos sobre as ações e atividades dos profissionais e membros integran-
envolvidos com a segurança pública e defesa social têm o dever de tes do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para
colaborar com o processo de avaliação, facilitando o acesso às suas as providências legais e a resposta ao requerente.
instalações, à documentação e a todos os elementos necessários ao
seu efetivo cumprimento. SEÇÃO III
Art. 29. O processo de avaliação das políticas de segurança pú- DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E
blica e defesa social deverá contar com a participação de represen- INFORMAÇÕES
tantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos de Segurança Públi- Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de Informações de Se-
ca e Defesa Social, observados os parâmetros estabelecidos nesta gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni-
Lei. ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a
Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as avaliações do finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e informações para
respectivo ente federado. auxiliar na formulação, implementação, execução, acompanhamen-
Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodologia a ser emprega- to e avaliação das políticas relacionadas com:
da: I - segurança pública e defesa social;
II - sistema prisional e execução penal;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

III - rastreabilidade de armas e munições; CAPÍTULO VII


IV - banco de dados de perfil genético e digitais; DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL
V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas. EM SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Art. 36. O Sinesp tem por objetivos:
I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, inte- SEÇÃO I
gração e interpretação de dados e informações relativos às políticas DO SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO
de segurança pública e defesa social; PROFISSIONAL (SIEVAP)
II - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras in-
formações para auxiliar na formulação, implementação, execução, Art. 38. É instituído o Sistema Integrado de Educação e Valori-
monitoramento e avaliação de políticas públicas; zação Profissional (Sievap), com a finalidade de:
III - promover a integração das redes e sistemas de dados e I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar as
informações de segurança pública e defesa social, criminais, do sis- atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coope-
tema prisional e sobre drogas; ração com as unidades da Federação;
IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e infor- II - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu-
mações, conforme os padrões definidos pelo conselho gestor. cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades;
V - produzir dados sobre a qualidade de vida e a saúde dos III - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
profissionais de segurança pública e defesa social; (Incluído pela Lei tegrada;
nº 14.531, de 2023) IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio-
VI - produzir dados sobre a vitimização dos profissionais de se- nal.
gurança pública e defesa social, inclusive fora do horário de traba- §1º O Sievap é constituído, entre outros, pelos seguintes pro-
lho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) gramas:
VII - produzir dados sobre os profissionais de segurança pública I - matriz curricular nacional;
e defesa social com deficiência em decorrência de vitimização na II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re-
atividade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) naesp);
VIII - produzir dados sobre os profissionais de segurança públi- III - Rede Nacional de Educação a Distância em Segurança Públi-
ca e defesa social que sejam dependentes químicos em decorrência ca (Rede EaD-Senasp);
da atividade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) IV - programa nacional de qualidade de vida para segurança
IX - produzir dados sobre transtornos mentais e comportamen- pública e defesa social.
to suicida dos profissionais de segurança pública e defesa social. §2º Os órgãos integrantes do Susp terão acesso às ações de
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) educação do Sievap, conforme política definida pelo Ministério Ex-
Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões de integridade, traordinário da Segurança Pública.
disponibilidade, confidencialidade, confiabilidade e tempestividade Art. 39. A matriz curricular nacional constitui-se em referen-
dos sistemas informatizados do governo federal. cial teórico, metodológico e avaliativo para as ações de educação
Art. 37. Integram o Sinesp todos os entes federados, por inter- aos profissionais de segurança pública e defesa social e deverá ser
médio de órgãos criados ou designados para esse fim. observada nas atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento,
§1º Os dados e as informações de que trata esta Lei deverão atualização, capacitação e especialização na área de segurança pú-
ser padronizados e categorizados e serão fornecidos e atualizados blica e defesa social, nas modalidades presencial e a distância, res-
pelos integrantes do Sinesp. peitados o regime jurídico e as peculiaridades de cada instituição.
§2º O integrante que deixar de fornecer ou atualizar seus da- §1º A matriz curricular é pautada nos direitos humanos, nos
dos e informações no Sinesp poderá não receber recursos nem princípios da andragogia e nas teorias que enfocam o processo de
celebrar parcerias com a União para financiamento de programas, construção do conhecimento.
projetos ou ações de segurança pública e defesa social e do sistema §2º Os programas de educação deverão estar em consonância
prisional, na forma do regulamento. com os princípios da matriz curricular nacional.
§3º O Ministério Extraordinário da Segurança Pública é autori- Art. 40. A Renaesp, integrada por instituições de ensino supe-
zado a celebrar convênios com órgãos do Poder Executivo que não rior, observadas as normas de licitação e contratos, tem como ob-
integrem o Susp, com o Poder Judiciário e com o Ministério Públi- jetivo:
co, para compatibilização de sistemas de informação e integração I - promover cursos de graduação, extensão e pós-graduação
de dados, ressalvadas as vedações constitucionais de sigilo e desde em segurança pública e defesa social;
que o objeto fundamental dos acordos seja a prevenção e a repres- II - fomentar a integração entre as ações dos profissionais, em
são da violência. conformidade com as políticas nacionais de segurança pública e de-
§4º A omissão no fornecimento das informações legais implica fesa social;
responsabilidade administrativa do agente público. III - promover a compreensão do fenômeno da violência;
IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e a educação para
a paz;
V - articular o conhecimento prático dos profissionais de segu-
rança pública e defesa social com os conhecimentos acadêmicos;
VI - difundir e reforçar a construção de cultura de segurança
pública e defesa social fundada nos paradigmas da contemporanei-
dade, da inteligência, da informação e do exercício de atribuições
estratégicas, técnicas e científicas;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VII - incentivar produção técnico-científica que contribua para II - atendimento e escuta multidisciplinar e de proximidade; (In-
as atividades desenvolvidas pelo Susp. cluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual destinada aos pro- III - discrição e respeito à intimidade nos atendimentos; (Incluí-
fissionais de segurança pública e defesa social e tem como objetivo do pela Lei nº 14.531, de 2023)
viabilizar o acesso aos processos de aprendizagem, independente- IV - integração e intersetorialidade das ações; (Incluído pela Lei
mente das limitações geográficas e sociais existentes, com o pro- nº 14.531, de 2023)
pósito de democratizar a educação em segurança pública e defesa V - ações baseadas em evidências científicas; (Incluído pela Lei
social. nº 14.531, de 2023)
VI - atendimento não compulsório; (Incluído pela Lei nº 14.531,
SEÇÃO II de 2023)
DO PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA PARA VII - respeito à dignidade humana; (Incluído pela Lei nº 14.531,
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA (PRÓ-VIDA) de 2023)
VIII - ações de sensibilização dos agentes; (Incluído pela Lei nº
Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profis- 14.531, de 2023)
sionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem por objetivo elaborar, IX - articulação com a rede de saúde pública e outros parceiros;
implementar, apoiar, monitorar e avaliar, entre outros, os projetos (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
de programas de atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos X - realização de ações diversificadas ou cumprimento de disci-
profissionais de segurança pública e defesa social, bem como a inte- plinas curriculares específicas durante os cursos de formação; (In-
gração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos que compõem cluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
o Susp. XI - desenvolvimento de ações integradas de assistência social
§1º O Pró-Vida desenvolverá durante todo o ano ações direcio- e promoção da saúde mental de forma preventiva e inclusiva para a
nadas à saúde biopsicossocial, à saúde ocupacional e à segurança família; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
do trabalho e mecanismos de proteção e de valorização dos profis- XII - melhoria da infraestrutura das unidades; (Incluído pela Lei
sionais de segurança pública e defesa social. (Incluído pela Lei nº nº 14.531, de 2023)
14.531, de 2023) XIII - incentivo ao estabelecimento de carga horária de trabalho
§2º O Pró-Vida publicará, anualmente, as informações de que humanizada; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
tratam os incisos V, VI, VII, VIII e IX do caput do art. 36 desta Lei, de XIV - incentivo ao estabelecimento de política remuneratória
todo o território nacional, conforme regulamentação a ser editada condizente com a responsabilidade do trabalho policial; (Incluído
pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) pela Lei nº 14.531, de 2023)
§3º O Pró-Vida também deverá desenvolver ações de preven- XV - incentivo à gestão administrativa humanizada. (Incluído
ção e de enfrentamento a todas as formas de violência sofrida pelos pela Lei nº 14.531, de 2023)
profissionais de segurança pública e defesa social, a fim de promo- §3º As políticas e as ações de prevenção institucional da vio-
ver uma cultura de respeito aos seus direitos humanos. (Incluído lência autoprovocada, nos termos dos §§1º e 2º deste artigo, serão
pela Lei nº 14.531, de 2023) executadas por meio de estratégias de prevenção primária, secun-
§4º A implementação das ações de que trata o §1º deste artigo dária e terciária. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
será pactuada, nos termos dos respectivos planos de segurança pú- §4º A prevenção primária referida no §3º deste artigo destina-
blica, entre: (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) -se a todos os profissionais da segurança pública e defesa social e
I - a União; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) deve ser executada por meio de estratégias como: (Incluído pela Lei
II - os Estados; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) nº 14.531, de 2023)
III - o Distrito Federal; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) I - estímulo ao convívio social, proporcionando a aproximação
IV - os Municípios. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) da família de seu local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
Art. 42-A. O Pró-Vida produzirá diretrizes direcionadas à pre- 2023)
venção da violência autoprovocada e do suicídio. (Incluído pela Lei II - promoção da qualidade de vida do profissional de segurança
nº 14.531, de 2023) pública e defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§1º O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgará, no III - elaboração e/ou divulgação de programas de conscienti-
âmbito do Pró-Vida, em conjunto com a Rede Nacional de Quali- zação, de informação e de sensibilização sobre o suicídio; (Incluído
dade de Vida para os Profissionais de Segurança Pública (Rede pela Lei nº 14.531, de 2023)
Pró-Vida), diretrizes de prevenção e de atendimento dos casos de IV - realização de ciclos de palestras e de campanhas que sen-
emergência psiquiátrica que envolvam violência autoprovocada e sibilizem e relacionem qualidade de vida e ambiente de trabalho;
comportamento suicida dos profissionais de segurança pública e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
defesa social, a ser adaptadas aos contextos e às competências de V - abordagem do tema referente a saúde mental em todos os
cada órgão. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) níveis de formação e de qualificação profissional; (Incluído pela Lei
§2º As políticas e as ações de prevenção da violência autopro- nº 14.531, de 2023)
vocada e do comportamento suicida dos profissionais de segurança VI - capacitação dos profissionais de segurança pública e defesa
pública e defesa social desenvolvidas pelas instituições de seguran- social no que se refere à identificação e ao encaminhamento dos
ça pública e defesa social deverão observar, no momento da pactu- casos de risco; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
ação de que trata o §4º do art. 42 desta Lei, as seguintes diretrizes: VII - criação de espaços de escuta destinados a ouvir o profis-
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) sional de segurança pública e defesa social, para que ele se sinta
I - perspectiva multiprofissional na abordagem; (Incluído pela seguro a expor suas questões. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Lei nº 14.531, de 2023)
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§5º A prevenção secundária referida no §3º deste artigo desti- II - valorização da participação dos profissionais de segurança
na-se aos profissionais de segurança pública e defesa social que já pública e defesa social nos processos de formulação das políticas
se encontram em situação de risco de prática de violência autopro- públicas relacionadas com a área; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
vocada, por meio de estratégias como: (Incluído pela Lei nº 14.531, 2023)
de 2023) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - criação de programas de atenção para o uso e abuso de álco- IV - acesso a equipamentos de proteção individual e coletiva,
ol e outras drogas; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) em quantidade e qualidade adequadas, garantindo a instrução e o
II - organização de rede de cuidado como fluxo assistencial que treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos
permita o diagnóstico precoce dos profissionais de segurança públi- e a sua reposição permanente, considerados o desgaste e os prazos
ca e defesa social em situação de risco, com o envolvimento de todo de validade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
o corpo da instituição, de modo a sinalizar a mudança de compor- V - zelo pela adequação, pela manutenção e pela permanente
tamento ou a preocupação com o colega de trabalho; (Incluído pela renovação de todos os veículos utilizados no exercício profissional,
Lei nº 14.531, de 2023) bem como garantia de instalações dignas em todas as instituições,
III - incorporação da notificação dos casos de ideação e de ten- com ênfase nas condições de segurança, de higiene, de saúde e de
tativa de suicídio no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológi- ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
ca, resguardada a identidade do profissional; (Incluído pela Lei nº VI - adoção de orientações, de medidas e de práticas concre-
14.531, de 2023) tas direcionadas à prevenção, à identificação e ao enfrentamento
IV - acompanhamento psicológico regular; (Incluído pela Lei nº de qualquer modalidade de discriminação; (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
V - acompanhamento psicológico para profissionais de segu- VII - salvaguarda do respeito integral aos direitos constitucio-
rança pública e defesa social que tenham se envolvido em ocor- nais das profissionais de segurança pública, consideradas as especi-
rência de risco e em experiências traumáticas; (Incluído pela Lei nº ficidades relativas à gestação e à amamentação, bem como as exi-
14.531, de 2023) gências permanentes de cuidado com os filhos que sejam crianças
VI - acompanhamento psicológico para profissionais de segu- e adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamen-
rança pública e defesa social que estejam presos ou respondendo a tos individuais específicos sempre que necessário; (Incluído pela Lei
processos administrativos ou judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.531, nº 14.531, de 2023)
de 2023) VIII - estímulo e valorização do conhecimento e da vivência dos
§6º A prevenção terciária referida no §3º deste artigo destina- profissionais de segurança pública e defesa social idosos, impulsio-
-se aos cuidados dos profissionais de segurança pública e defesa nando a criação de espaços institucionais para transmissão de expe-
social que tenham comunicado ideação suicida ou que tenham his- riências, bem como a formação de equipes de trabalho compostas
tórico de violência autoprovocada, por meio de estratégias como: de profissionais de diferentes faixas etárias para exercitar a integra-
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) ção intergeracional; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - aproximação da família para envolvimento e acompanha- IX - estabelecimento de rotinas e de serviços internos que con-
mento no processo de tratamento; (Incluído pela Lei nº 14.531, de templem a preparação para o período de aposentadoria dos profis-
2023) sionais de segurança pública e defesa social, de forma a estimular
II - enfrentamento a toda forma de isolamento ou de desqua- o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase
lificação ou a qualquer forma de violência eventualmente sofrida de serviço ativo; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
pelo profissional em seu ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº X - incentivo à acessibilidade e à empregabilidade das pessoas
14.531, de 2023) com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de se-
III - restrição do porte e uso de arma de fogo; (Incluído pela Lei gurança pública, assegurada a reserva constitucional de vagas nos
nº 14.531, de 2023) concursos públicos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
IV - acompanhamento psicológico e, sempre que for o caso, XI - promoção do aperfeiçoamento profissional e da formação
médico, regular; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) continuada como direitos do profissional de segurança pública e de-
V - outras ações de apoio institucional ao profissional. (Incluído fesa social, estabelecendo como objetivo a universalização da gra-
pela Lei nº 14.531, de 2023) duação universitária; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§7º O disposto neste artigo aplica-se aos integrantes das carrei- XII - utilização dos dados sobre os processos disciplinares e ad-
ras policiais previstas no §3º do art. 27, no inciso IV do caput do art. ministrativos movidos contra profissionais de segurança pública e
51 e no inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição Federal, con- defesa social para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e
forme regulamentação das respectivas Casas Legislativas. (Incluído inadequações na gestão de recursos humanos; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
Art. 42-B. Os mecanismos de proteção de que trata o §1º do XIII - garantia a assistência jurídica para fins de recebimento de
art. 42 desta Lei quanto à proteção, à promoção e à defesa dos di- seguro, de pensão, de auxílio ou de outro direito de familiares, em
reitos humanos dos profissionais de segurança pública e defesa so- caso de morte do profissional de segurança pública e defesa social;
cial observarão: (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - adequação das leis e dos regulamentos disciplinares que ver- XIV - amparo aos profissionais de segurança pública e defesa
sam sobre direitos e deveres dos profissionais de segurança pública social que tenham sido vitimados ou que tenham ficado com defici-
e defesa social à Constituição Federal e aos instrumentos interna- ência ou sequela; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
cionais de direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)

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XV - critérios de promoção estabelecidos na legislação do res- XIII - a garantia de que todos os atos decisórios de superiores
pectivo ente federado, sendo a promoção por merecimento com hierárquicos que disponham sobre punições, escalas, lotação e
critérios objetivos previamente definidos, de acesso universal e em transferências sejam devidamente motivados, fundamentados e
percentual da antiguidade. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) publicados; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 42-C. As ações de saúde ocupacional e de segurança no tra- XIV - a regulamentação da jornada de trabalho dos profissio-
balho de que trata o §1º do art. 42 desta Lei observarão: (Incluído nais de segurança pública e defesa social, de forma a garantir o
pela Lei nº 14.531, de 2023) exercício do direito à convivência familiar e comunitária; e (Incluído
I - a atuação preventiva em relação aos acidentes ou doenças pela Lei nº 14.531, de 2023)
relacionados aos processos laborais por meio de mapeamento de XV - a adoção de Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
riscos inerentes à atividade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) tes e de Assédio (Cipa) com composição paritária de representação
II - o aprofundamento e a sistematização dos conhecimentos dos profissionais e da direção das instituições. (Incluído pela Lei nº
epidemiológicos de doenças ocupacionais entre profissionais de 14.531, de 2023)
segurança pública e defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de Art. 42-D. São objeto da atenção especial das diretrizes de
2023) saúde ocupacional e de segurança no trabalho dos profissionais de
III - a mitigação dos riscos e dos danos à saúde e à segurança; segurança pública e defesa social: (Incluído pela Lei nº 14.531, de
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
IV - a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de I - as jornadas de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
segurança pública e defesa social, para prevenir ou evitar a morte 2023)
prematura do profissional ou a incapacidade total ou parcial para o II - a proteção à maternidade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
V - a criação de dispositivos de transmissão e de formação em III - o trabalho noturno; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
temas referentes a segurança, a saúde e a higiene, com periodici- IV - os equipamentos de proteção individual; (Incluído pela Lei
dade regular, por meio de eventos de sensibilização, de palestras nº 14.531, de 2023)
e de inclusão de disciplinas nos cursos regulares das instituições; V - o trabalho em ambiente de risco e/ou insalubre; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) pela Lei nº 14.531, de 2023)
VI - a adoção de orientações, de medidas e de práticas concre- VI - a higiene de alojamentos, de banheiros e de unidades de
tas direcionadas à prevenção, à identificação e ao enfrentamento conforto e descanso para os profissionais; (Incluído pela Lei nº
de qualquer discriminação nas instituições de segurança pública e 14.531, de 2023)
defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) VII - a política remuneratória com negociação coletiva para re-
VII - a implementação de paradigmas de acessibilidade e de composição do poder aquisitivo da remuneração, com a participa-
empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e ção de entidades representativas; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de
equipamentos do sistema de segurança pública e defesa social, as- 2023)
segurada a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos; VIII - segurança no processo de trabalho. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
VIII - a promoção de reabilitação e a reintegração dos profissio- Art. 42-E. As ações de saúde biopsicossocial de que trata o §1º
nais ao trabalho, em casos de lesões, de traumas, de deficiências do art. 42 desta Lei observarão as seguintes diretrizes: (Incluído
ou de doenças ocupacionais, em decorrência do exercício de suas pela Lei nº 14.531, de 2023)
atividades; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) I - a realização de avaliação em saúde multidisciplinar perió-
IX - a viabilidade de mecanismos de readaptação dos profissio- dica, consideradas as especificidades das atividades realizadas por
nais de segurança pública e defesa social e de deslocamento para cada profissional, incluídos exames clínicos e laboratoriais; (Incluído
novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao afasta- pela Lei nº 14.531, de 2023)
mento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de II - o acesso ao atendimento em saúde mental, de forma a via-
trabalho e de ferimento ou sequela; (Incluído pela Lei nº 14.531, bilizar o enfrentamento da depressão, do estresse e de outras alte-
de 2023) rações psíquicas; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
X - a garantia aos profissionais de segurança pública e defesa III - o desenvolvimento de programas de acompanhamento e
social de acesso ágil e permanente a toda informação necessária de tratamento dos profissionais envolvidos em ações com resultado
para o correto desempenho de suas funções, especialmente quanto letal ou com alto nível de estresse; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
à legislação a ser observada; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
XI - a erradicação de todas as formas de punição que envolvam IV - a implementação de políticas de prevenção, de apoio e de
maus-tratos ou tratamento cruel, desumano ou degradante contra tratamento do alcoolismo, do tabagismo ou de outras formas de
os profissionais de segurança pública e defesa social tanto no coti- drogadição e de dependência química; (Incluído pela Lei nº 14.531,
diano funcional quanto em atividades de formação e treinamento; de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) V - o desenvolvimento de programas de prevenção do suicídio,
XII - o combate ao assédio sexual e moral nas instituições, por por meio de atendimento psiquiátrico, de núcleos terapêuticos de
meio de veiculação de campanhas internas de educação e de ga- apoio e de divulgação de informações sobre o assunto; (Incluído
rantia de canais para o recebimento e a apuração de denúncias; pela Lei nº 14.531, de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) VI - o estímulo à prática regular de exercícios físicos, garantindo
a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de ati-
vidade física como parte da jornada semanal de trabalho; (Incluído
pela Lei nº 14.531, de 2023)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VII - a implementação de política que permita o cômputo das Brasília, 11 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º
horas presenciais em audiência judicial ou policial em decorrência da República.
da atividade; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
VIII - a elaboração de cartilhas direcionadas à reeducação ali-
mentar como forma de diminuição de condições de risco à saúde LEI Nº 20.866 - 09 DE DEZEMBRO DE 2021 (POLÍTICA ESTA-
e como fator de bem-estar profissional e de autoestima. (Incluído DUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO PA-
pela Lei nº 14.531, de 2023) RANÁ)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS LEI 20866 - 09 DE DEZEMBRO DE 2021

Art. 43. Os documentos de identificação funcional dos profis- Institui, no âmbito do Estado do Paraná, a Política Estadual de
sionais da área de segurança pública e defesa social serão padro- Segurança Pública e Defesa Social e dá outras providências.
nizados mediante ato do Ministro de Estado Extraordinário da Se-
gurança Pública e terão fé pública e validade em todo o território Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu san-
nacional. ciono a seguinte lei:
Art. 44. (VETADO).
Art. 45. Deverão ser realizadas conferências a cada 5 (cinco) CAPÍTULO I
anos para debater as diretrizes dos planos nacional, estaduais e mu- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nicipais de segurança pública e defesa social.
Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de Art. 1º Esta Lei institui a Política Estadual de Segurança Pública
1994 , passa a vigorar com as seguintes alterações: e Defesa Social (PESPDS), com a finalidade de preservação da or-
“Art. 3º ........................................................................ dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por
...................................................................................... meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos
§1º (VETADO). órgãos de segurança pública e defesa social do Estado, da União e
...................................................................................... dos Municípios, em articulação com a sociedade, observada a Políti-
§4º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de In- ca Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS).
formações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas I - Segurança pública: a garantia que o Estado proporciona à so-
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no Siste- ciedade, a fim de assegurar a Ordem Pública, com base no eficiente
ma não poderão receber recursos do Funpen. funcionamento dos órgãos do Estado;
............................................................................” (NR) II - Defesa social: o conjunto de atividades desenvolvidas com
Art. 47. O inciso II do §3º e o §5º do art. 4º da Lei nº 10.201, de a finalidade de restringir as vulnerabilidades e mitigar as ameaças à
14 de fevereiro de 2001 , passam a vigorar com a seguinte redação: sociedade, visando à tranquilidade social.
“Art. 4º ..........................................................................
........................................................................................ CAPÍTULO II
§3º ................................................................................ DA POLÍTICA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
........................................................................................ DEFESA SOCIAL (PESPDS)
II - os integrantes do Sistema Nacional de Informações de Segu-
rança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, SEÇÃO I
de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que cumpri- DOS PRINCÍPIOS
rem os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o forneci-
mento de dados e informações ao Sistema; Art. 2º São princípios da PESPDS:
....................................................................................... I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e garantias
§5º (VETADO) individuais e coletivos;
.............................................................................” (NR) II - proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais de
Art. 48. O §2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de outubro de segurança pública e defesa social;
2007 , passa a vigorar com a seguinte redação: III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fun-
“Art. 9º .......................................................................... damentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa hu-
........................................................................................ mana;
§2º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de In- IV - eficiência:
formações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de a) na prevenção, resolução pacífica de conflitos e no controle
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas das infrações penais;
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou de atualizar seus dados e in- b) na repressão e na apuração das infrações penais;
formações no Sistema não poderão receber recursos do Pronasci.” c) na prevenção e na redução de riscos de incêndios, assim
(NR) como na resposta a situações emergenciais que afetam a vida, o
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº 12.681, de 4 de patrimônio e o meio ambiente;
julho de 2012. V - participação e controle social;
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias VI - uso seletivo ou diferenciado da força;
de sua publicação oficial. VII - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VIII - publicidade das informações não sigilosas; XVI - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social
IX - promoção do ensino, pesquisa, desenvolvimento, inovação dos egressos do sistema prisional;
e tecnologia sobre ciências forenses, policiais, segurança pública e XVII - incentivo:
defesa social; a) ao desenvolvimento de programas e projetos com foco na
X - otimização dos recursos materiais, humanos e financeiros promoção da cultura de paz, na segurança comunitária e na inte-
das instituições; gração das políticas de segurança com as políticas sociais existentes
XI - simplicidade, informalidade, economia procedimental e ce- em outros órgãos e entidades não pertencentes ao sistema de se-
leridade no serviço prestado à sociedade; gurança pública;
XII - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; b) à designação de servidores de carreira para os cargos de che-
XIII - transparência, responsabilização e prestação de contas. fia, levando em consideração o posto/graduação, a capacitação, o
mérito e a experiência do servidor civil ou militar estadual na ativi-
SEÇÃO II dade policial específica;
DAS DIRETRIZES c) às ciências forenses e o aprimoramento das ações de produ-
ção da prova técnico-científica.
Art. 3º São diretrizes da PESPDS: XVIII - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos;
I - planejamento estratégico permanente e sistêmico com o XIX - promoção da integração de tecnologias, dados e informa-
monitoramento e a avaliação das ações e resultados; ções coletados e geridos pelos sistemas de informação estaduais e
II - atendimento imediato ao cidadão; os providos pelos órgãos congêneres de outros Estados e dos siste-
III - fortalecimento: mas nacionais, garantindo a preservação do sigilo, o uso exclusivo
a) das ações de prevenção e resolução pacífica de conflitos, das informações para a segurança pública e a geração de controles
priorizando políticas de redução da letalidade violenta, com ênfase de auditoria;
para os grupos vulneráveis; XX - celebração de termo de parceria e protocolos com agên-
b) das instituições de segurança pública por meio de investi- cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações;
mentos e do desenvolvimento de projetos estruturantes e de ino- XXI - aprimoramento das ações de prevenção de incêndios e
vação tecnológica; outros sinistros, promovendo integração interinstitucional e com a
IV - atuação integrada entre as Secretarias de Estado, a União sociedade com foco principal na preservação da vida e incolumida-
e os Municípios em ações de defesa social e políticas transversais de física das pessoas, bem como do meio ambiente e do patrimô-
para a preservação da vida, do meio ambiente, do patrimônio e da nio.
dignidade da pessoa humana;
V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti- SEÇÃO III
tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução, DOS OBJETIVOS
monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti-
vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios Art. 4º São objetivos da PESPDS:
com base nas melhores práticas; I - contribuir para a redução e o combate à criminalidade vio-
VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro- lenta contra a vida, atuando na salvaguarda da vida, do meio am-
fissionais de segurança pública e defesa social, em consonância com biente, do patrimônio e na proteção dos bens jurídicos coletivos,
a matriz curricular nacional, com as diretrizes do Sistema Estadual fortalecendo os vínculos estabelecidos com a sociedade, promo-
de Ensino e do Ministério da Educação, naquilo que seja comum aos vendo os direitos fundamentais do cidadão;
cargos e no que seja próprio de cada carreira; II - fortalecer:
VII - sistematização e compartilhamento das informações de a) a gestão estratégica institucional no que concerne ao proces-
segurança pública, prisionais, de rastreabilidade de armas e muni- so de integração dos Sistemas de Segurança Pública e Defesa Social,
ções, de material genético, de biometria e de drogas; de Justiça Criminal do Estado e órgãos do âmbito federal;
VIII - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos b) os mecanismos de investigação de crimes hediondos e de
em áreas de interesse da segurança pública; homicídios;
IX - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pes- c) as ações de fiscalização e rastreabilidade de armas de fogo e
soas em situação de vulnerabilidade; munições, com vistas à redução da violência armada;
X - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia e d) as ações de prevenção e repressão aos crimes cibernéticos;
de equipamentos de interesse da segurança pública; e) as ações de prevenção a incêndios e outras emergências;
XI - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com f) as ações de proteção às áreas rurais;
foco na resolução de problemas; g) as ações visando à redução de morte e lesões no trânsito;
XII - modernização do sistema e da legislação de acordo com a III - aprimorar a política de gestão de pessoas, com ações nas
evolução social; áreas de valorização profissional, de saúde, de qualidade de vida e
XIII - participação social nas questões de segurança pública e de segurança dos profissionais de segurança pública e defesa social;
defesa social; IV - incentivar:
XIV - integração entre os Poderes no aprimoramento e na apli- a) medidas para a modernização de equipamentos, da investi-
cação da legislação penal; gação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos órgãos e
XV - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público e das instituições de segurança pública;
da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para b) medidas para modernização do combate a incêndios, dos
alcançar os objetivos desta Política; salvamentos e da resposta a outras emergências e desastres;

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c) as ciências forenses e o aprimoramento das ações de produ- Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for-
ção da prova técnico-científica; mulação do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
V - estimular e ampliar as ações de prevenção, controle e fisca- (PESP), documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os
lização para a repressão à violência e à criminalidade, notadamente indicadores e as ações para o alcance desses objetivos.
contra os crimes violentos letais intencionais;
VI - ampliar e fortalecer as instâncias e os mecanismos de SEÇÃO IV
transparência, de participação e controle público, por meio de di- DAS ESTRATÉGIAS
vulgação de dados e informações criminais de forma dinâmica e
ampliada para a população; Art. 5º São estratégias da Política Estadual de Segurança Públi-
VII - estimular: ca e Defesa Social:
a) a produção e publicação de estudos e diagnósticos para sub- I - integração, participação e cooperação federativa com as ins-
sidiar a formulação e a avaliação de políticas públicas; tituições que compõe o Sistema de Segurança Pública e Defesa So-
b) estimular o intercâmbio de informações de inteligência de cial do Estado do Paraná;
segurança pública com instituições estrangeiras congêneres; II - interoperabilidade dos sistemas de segurança pública e de-
c) o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a ex- fesa social;
tensão relativas às ciências forenses, policiais, à segurança pública e III - modernização da gestão das instituições de segurança pú-
à defesa social dentro das academias e escolas de polícia; blica e defesa social;
d) o desenvolvimento da rede de internacionalização da educa- IV - valorização e proteção dos profissionais das áreas de segu-
ção de segurança pública e defesa social, propiciando o intercâmbio rança pública e defesa social;
de conhecimentos e boas práticas no âmbito nacional e internacio- V - diagnóstico dos problemas a serem enfrentados;
nal; VI - avaliação contínua das metas e dos resultados;
e) a concessão de medidas protetivas em favor de pessoas em VII - garantia da regularidade orçamentária para a execução de
situação de vulnerabilidade; planos e programas de segurança pública e defesa social;
f) a criação de mecanismos de proteção dos agentes públicos VIII - formação contínua e de qualidade para os profissionais de
que compõem o sistema de segurança pública e de seus familiares; segurança pública e defesa social;
VIII - promover: IX - incentivo à pesquisa, desenvolvimento, inovação, ciência e
a) a interoperabilidade dos sistemas de segurança pública; tecnologia aplicadas à segurança pública e defesa social.
b) uma relação colaborativa entre os órgãos de segurança pú-
blica e os integrantes do sistema judiciário para a construção das SEÇÃO V
estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias ao alcance DOS MEIOS E INSTRUMENTOS
das metas estabelecidas;
IX - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e fisca- Art. 6º São meios e instrumentos da Política Estadual de Segu-
lização para a repressão aos crimes transfronteiriços; rança Pública e Defesa Social:
X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi- I - o Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (PESP)
ca, prisionais, de rastreabilidade de armas e munições, de material e de Aplicação dos Recursos do Fundo Estadual de Segurança Pú-
genético, de biometria, de drogas e de defesa social entre os órgãos blica;
de segurança pública e o sistema de Justiça; II - o Sistema Estadual de Informações de Segurança Pública,
XI - fomentar: Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
a) o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medi- Genético, de Biometria e de Drogas;
das restritivas de direito e de penas alternativas à prisão; III - os fundos de financiamento da segurança pública e defesa
b) o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimento de pena social, asseguradas as transferências obrigatórias de recursos fundo
restritiva de liberdade em relação à gravidade dos crimes cometi- a fundo;
dos; IV - os demais fundos e planos em andamento no Estado refe-
c) a utilização das tecnologias de informação e comunicação rentes às áreas de segurança pública e defesa social.
para a ampliação da capacidade formativa no ensino policial, no Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes dos
contexto da atualização profissional e formação continuada; fundos já existentes no Estado continua obedecendo às regras defi-
d) ações permanentes para o combate ao crime organizado e nidas em suas respectivas leis de criação.
à corrupção;
e) medidas de Proteção e Assistência às Vítimas e a Testemu- CAPÍTULO III
nhas; DA FORMULAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE SEGURANÇA
XII - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros PÚBLICA E DEFESA SOCIAL (PESP)
ambientes de encarceramento;
XII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avaliação Art. 7º O Estado do Paraná instituirá o Plano Estadual de Se-
das ações de segurança pública e defesa social; gurança Pública e Defesa Social (PESP) destinado a propor ações
XIV - ampliar a capacidade de resposta a emergências e desas- e projetos e a articular as políticas públicas da área com a União,
tres; demais Estados Federados e Municípios.
XV - reduzir os índices de tempo de resposta a emergências e Parágrafo único. O Plano Estadual referido no caput deste arti-
desastres; go, com duração de dez anos, será elaborado pela Secretaria de Es-
XVI - outros objetivos previstos em legislação específica. tado de Segurança Pública (SESP) mediante a promoção de consulta
pública à sociedade e aos especialistas, com aprovação do Conselho
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, e submetido ao Che- Art. 13. As metas de redução da criminalidade e da violência e
fe do Poder Executivo Estadual para encaminhamento, por meio de da excelência nas áreas de segurança pública e defesa social deve-
Projeto de Lei, à Assembleia Legislativa. rão estar contidas no Plano Estadual, observadas as metas fixadas
Art. 8º O PESP tem por finalidade: no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
I - propor ações estratégicas de prevenção à criminalidade e à Art. 14. Anualmente, por ocasião da aferição de que trata o art.
violência; 12 desta Lei, será elaborado relatório contendo as recomendações
II - sugerir metas de redução da criminalidade e da violência; aos gestores e operadores que executam as políticas de segurança
III - promover a melhoria da qualidade da gestão das políticas pública e defesa social.
públicas:
a) das áreas de segurança pública e defesa social; CAPÍTULO V
b) para a prevenção de incêndios e o atendimento a emergên- DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E
cias e desastres; INFORMAÇÕES
IV - assegurar a produção do conhecimento sobre diagnóstico,
definição de metas e avaliação dos resultados das políticas públicas Art. 15. Institui, no âmbito da SESP, o Sistema Estadual de Infor-
nas áreas de segurança pública e defesa social. mações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Ar-
Art. 9º A SESP elaborará indicadores, ações estratégicas, me- mas e Munições, de Material Genético, de Biometria e de Drogas, a
tas, prioridades e formas de financiamento e gestão das políticas ser regulamentado, com a finalidade de armazenar, tratar e integrar
de segurança pública e defesa social, os quais deverão constar do os dados e informações estaduais, de outros Estados da federação
Plano Estadual. e do Sistema Nacional obtidos mediante Acordos de Cooperação,
Art. 10. O Plano Estadual deverá ser reavaliado anualmente, com vistas à análise, formulação, implementação, execução, acom-
de forma a verificar o cumprimento deste, adequar suas metas e panhamento e avaliação das seguintes políticas públicas:
elaborar recomendações aos gestores e operadores que executam I - segurança pública e defesa social;
as políticas de segurança pública e defesa social. II - sistema prisional, execução penal e assistência socioeduca-
tiva;
CAPÍTULO IV III - enfrentamento ao tráfico de armas e drogas ilícitas e outros
DA INSTITUIÇÃO DE METAS PARA ACOMPANHAMENTO crimes;
E AVALIAÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE SEGURANÇA IV - fortalecimento da rede integrada de perfis genéticos.
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Art. 16. O Sistema Estadual de Informações de Segurança Públi-
ca, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Art. 11. As metas deverão ser fixadas anualmente pela SESP, Genético, de Biometria e de Drogas tem por objetivo:
com vistas à prevenção e à repressão das infrações penais e admi- I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, inte-
nistrativas. gração e interpretação dos dados e informações das políticas públi-
Art. 12. A aferição anual das metas deverá observar aos seguin- cas de que trata o art.15 desta Lei;
tes parâmetros de avaliação: II - promover a integração e o compartilhamento das redes e
I - das atividades: sistemas de dados e informações sobre segurança pública e defesa
a) de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, que social, sistema prisional e execução penal, enfrentamento ao tráfico
serão aferidas, dentre outros fatores, pela maior ou menor incidên- de armas e drogas ilícitas e outros crimes;
cia de infrações penais e administrativas em determinada área, ob- III - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras in-
servando os parâmetros estabelecidos no âmbito nacional; formações para auxiliar na formulação, implementação, execução,
b) de polícia judiciária, que serão aferidas, dentre outros fa- acompanhamento e avaliação das políticas públicas de que trata
tores, pela apuração de infrações penais, pelos índices de eluci- esta Lei;
dação dos delitos, verificados a partir dos registros de ocorrências IV - garantir a interoperabilidade do sistema de dados e infor-
policiais, pela identificação e prisão dos autores dos crimes e pelo mações.
cumprimento de mandados de prisão relevantes à investigação e à Parágrafo único. O Sistema Estadual de Informações de Segu-
instrução criminal; rança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições,
c) do Corpo de Bombeiros Militar, que serão aferidas pelas de Material Genético, de Biometria e de Drogas adotará os padrões
ações de prevenção de incêndios e índices de tempo de resposta a e critérios de segurança da informação do Estado, visando garantir a
emergências e desastres; integridade, disponibilidade, confidencialidade e autenticidade das
d) periciais, que serão aferidas, dentre outros fatores, pelos informações.
critérios técnicos periciais, observados os laudos periciais e o resul-
tado na produção qualificada das provas relevantes à investigação CAPÍTULO VI
e à instrução criminal; DA CAPACITAÇÃO, VALORIZAÇÃO, ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
e) de ensino, que serão aferidas, dentre outros fatores, pela E DE SAÚDE DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
quantidade e qualidade da produção científica dos docentes, dis-
centes e egressos destas instituições de ensino, bem como pelo ín- SEÇÃO I
dice de aproveitamento dos discentes nos cursos; DA CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
III - da eficiência do sistema prisional que será aferida, dentre
outros fatores, pelo aumento do número de vagas do sistema pri- Art. 17. A valorização profissional é instrumento de reconheci-
sional e do número de presos exercendo atividades laboral e edu- mento do trabalho desenvolvido pelos profissionais dos órgãos de
cacional; segurança pública e defesa social, sendo implementada por meio
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de programas, projetos e ações voltados para coordenar, super- Palácio do Governo, em 9 de dezembro de 2021.
visionar e executar as atividades de educação gerencial, técnica e
operacional, atendendo aos seguintes objetivos
I - contribuir, por meio de formação e capacitação, para o aper- LEI ESTADUAL Nº 21.640/2023 (CÓDIGO DE ÉTICA DA POLÍ-
feiçoamento técnico e científico dos profissionais de segurança CIA CIENTÍFICA DO PARANÁ)
pública e defesa social, possibilitando mudanças institucionais sob
novos parâmetros de atuação profissional;
II - primar pela qualidade do ensino em Segurança Pública e LEI 21640 - 25 DE SETEMBRO DE 2023
Defesa Social, promovendo integração por meio da capacitação
qualificada e continuada, fomentando a participação em cursos, se- Institui o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica do Pa-
minários, congressos e outros eventos ofertados por instituições de raná.
ensino superior ou ensino policial;
III - estimular e valorizar o desempenho profissional dos ser- A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu
vidores civis e militares estaduais na área de segurança pública e sanciono a seguinte lei:
defesa social;
IV - elaborar e implementar programa motivacional, visando ao TÍTULO I
reconhecimento de mérito e à valorização dos profissionais de se- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
gurança pública e defesa social.
Art. 1º Institui o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica
SEÇÃO II do Paraná.
DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E DE SAÚDE NO TRABALHO Art. 2º São destinatários desta Lei:
I - os servidores do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais - QPPO;
Art. 18. A atenção psicossocial e de saúde no trabalho desti- II - os agentes públicos que atuem na Polícia Científica do Pa-
na-se a dar suporte às atividades dos integrantes que compõem o raná, os servidores efetivos, os ocupantes de cargos em comissão,
sistema estadual de segurança pública e defesa social, sendo im- os funcionários ou empregados cedidos por outros órgãos públicos,
plementada por meio de programas, projetos e ações que visem à além daqueles que, por força de lei, contrato ou qualquer outro ato
prevenção à saúde, voltados à melhoria na qualidade de vida dos jurídico, independentemente da sua função ou posição hierárquica,
profissionais de segurança pública e defesa social, atendendo aos prestem serviços para a Polícia Científica de natureza permanente,
seguintes objetivos: temporária, excepcional ou eventual, ainda que não remunerados,
I - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais inclusive os servidores em gozo de licença ou em período de afas-
de segurança pública e defesa social; tamento.
II - promover a atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos
profissionais de segurança pública e defesa social; TÍTULO II
III - criar ambiente de trabalho focado na construção de um DO CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA
clima organizacional favorável para motivação da iniciativa dos pro-
fissionais de segurança pública e defesa social para a busca da ex- CAPÍTULO I
celência do resultado, bem-estar, segurança jurídica, qualidade da DISPOSIÇÕES GERAIS
saúde física e emocional e apoio a seus familiares;
IV - implementar campanhas educativas, palestras e seminá- Art. 3º A ética e a conduta dos agentes públicos da Polícia Cien-
rios, bem como a realização de pesquisas, dirigidas aos profissionais tífica do Paraná, previstos no art. 2º desta Lei, reger-se-ão por este
de segurança pública e defesa social. Código.
Art. 19. Autoriza a promoção do sistema habitacional destina- Art. 4º Os editais de licitação e os contratos administrativos de
do aos profissionais das áreas de segurança pública e defesa social. prestação de serviço no âmbito da Polícia Científica do Paraná deve-
rão observar o presente Código de Ética e Conduta.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS CAPÍTULO II
DA CARACTERIZAÇÃO
Art. 20. A cada cinco anos deverá ser realizada Conferência
para debater as diretrizes e os objetivos do Plano Estadual. Art. 5º A Polícia Científica do Paraná, órgão central de perícia
Art. 21. O Estado do Paraná, por intermédio da SESP, deverá ela- oficial de natureza criminal, unidade de execução programática da
borar relatório anual a ser encaminhado à União, contendo ações e Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP, integrante opera-
projetos que requeiram auxílio financeiro para sua implementação. cional do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP, nos termos da
Art. 23. Autoriza o Poder Executivo a regulamentar o disposto Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018, tem como finalidade
nesta Lei, no que couber, fixando as normas complementares ne- exercer com exclusividade as perícias oficiais de natureza criminal
cessárias à consecução dos objetivos pretendidos. e as atividades de ensino, pesquisa, tecnologia e inovação técni-
Art. 24. As ações decorrentes da presente política pública de- co-científicas de ciências forenses que forem legalmente atribuídas
verão ser realizadas de forma integrada com as demais políticas de em todo o Estado do Paraná, ressalvada a competência da União.
Estado visando ampliar os resultados e alcançar os objetivos estra- Parágrafo único. Equivalem-se, para fins desta Lei, as seguintes
tégicos. expressões:
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. I - Polícia Científica do Paraná;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - Polícia Científica; V - o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - SNC-


III - Órgão Central de Perícia Oficial de Natureza Criminal do TI;
Paraná; VI - o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura -
IV - Perícia Oficial do Estado do Paraná; e SNPCT;
V - PCP. VII - a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas -
Art. 6º O Código de Ética e Conduta enuncia os fundamentos PNBPD;
éticos e relaciona direitos, deveres, vedações e sanções a serem VIII - as Políticas Nacional e Estadual sobre Drogas, Proteção
consideradas no âmbito da Polícia Científica. e Defesa dos Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente, do
Meio Ambiente e dos Direitos Difusos e Coletivos;
CAPÍTULO III IX - o Sistema Brasileiro e Estadual de Inteligência;
DOS OBJETIVOS X - o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica e normas
do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais;
Art. 7º São objetivos gerais do Código de Ética e Conduta: XI - a Política de Segurança Cibernética, Orgânica e Institucional
I - tornar explícitos os princípios e as normas éticas e disciplina- da Polícia Científica;
res que regem a conduta dos servidores públicos e colaboradores, XII - a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos - RIBPG,
bem como a ação institucional, fornecendo parâmetros para que a o Sistema Nacional de Análise Balística - SINAB e o Banco Nacional
sociedade possa aferir a integridade e a lisura das ações da Polícia Multibiométrico;
Científica para o cumprimento de seus objetivos institucionais; XIII - a gestão e zelo da Cadeia de Custódia de Vestígios;
II - assegurar aos seus servidores públicos e colaboradores a XIV - a cooperação e integração com o sistema de justiça e se-
preservação de sua imagem e de sua reputação, quando sua condu- gurança pública;
ta estiver de acordo com as normas éticas e disciplinares estabele- XV - a cooperação, integração e interface com órgãos públicos e
cidas neste Código; instituições responsáveis pelas áreas de controle, educação, saúde,
III - auxiliar o servidor público na execução de ações e tomadas meio ambiente, cultura, justiça, ciência, tecnologia e inovação;
de decisão, quando diante de questões éticas e disciplinares que XVI - a adesão aos programas nacionais e estaduais de integri-
possam se apresentar. dade, auditoria e combate à corrupção;
XVII - a acreditação, certificação, proficiência, metrologia, quali-
CAPÍTULO IV dade e o uso de normas técnico-científicas e procedimentos opera-
DOS PRINCÍPIOS cionais padrão relacionados à área de atuação da Polícia Científica;
XVIII - a atuação junto às Academias e Sociedades Nacionais e
Art. 8º São princípios institucionais da Polícia Científica: Internacionais de Ciências Forenses;
I - ciência aplicada à justiça; XIX - o Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes
II - autonomia técnico-científica; de Feminicídio;
III - imparcialidade; XX - a Política de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural
IV - impessoalidade; da Polícia Científica e das Ciências Forenses, observada a legislação
V - transparência e direito à informação; vigente.
VI - publicidade;
VII - supremacia do interesse público; CAPÍTULO VI
VIII - eficiência; DOS DIREITOS
IX - sustentabilidade;
X - legalidade; Art. 10. São reconhecidos os direitos inerentes ao exercício das
XI - moralidade; atividades na Polícia Científica:
XII - integridade e direito ao controle social; I - o exercício da atividade de perícia oficial de natureza crimi-
XIII - lealdade; nal, assegurada autonomia técnica, científica e funcional, realizada
XIV - atuação em rede; exclusivamente por Peritos Oficiais;
XV - profissionalismo; II - a representação institucional em atividades no interesse da
XVI - discrição e preservação do sigilo necessário à efetividade Polícia Científica;
da justiça e à preservação da integridade e intimidade da pessoa; III - a livre associação e organização em associações de classe e
XVII - dignidade humana e respeito às pessoas. entidade sindical;
IV - a livre associação e não submissão, independente da área
CAPÍTULO V de formação, a conselhos de classe profissional;
DAS DIRETRIZES V - a participação:
a) em treinamento adequado, tanto para atividades-fim quanto
Art. 9º São diretrizes norteadoras da atividade da Polícia Cien- para atividades-meio, homologado e autorizado pela Academia de
tífica: Ciências Forenses da Polícia Científica, mediante autorização da Di-
I - a busca da verdade e justiça pela ciência; visão Operacional, observado o interesse público e desde que não
II - o planejamento estratégico e sistêmico; prejudique o funcionamento da unidade de lotação do servidor;
III - o Sistema Único de Segurança Pública - SUSP; b) em eventos científicos de áreas de interesse da perícia oficial
IV - a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social - de natureza criminal, homologados e autorizados pela Academia de
PNSPDS; Ciências Forenses da Polícia Científica, mediante autorização da Di-

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

visão Operacional, observado o interesse público caso implique em VII - frequentar, sempre que convocado, cursos de aperfeiço-
custo ao erário e desde que não prejudique o funcionamento da amento, capacitação e especialização, em especial os promovidos
unidade de lotação do servidor; ou organizados pela Academia de Ciências Forenses da Polícia Cien-
c) em ações institucionais de valorização profissional, de saúde, tífica ou outras instituições ligadas à segurança pública e ciências
de qualidade de vida e segurança dos servidores mediante autori- forenses;
zação da Divisão Administrativa, observado o interesse público e VIII - resguardar o sigilo profissional;
institucional; IX - colaborar com as autoridades constituídas, dentro dos limi-
d) em atividades político-partidárias em caráter estritamen- tes de suas atribuições e competência;
te pessoal, fora de seus horários e locais de trabalho quando não X - cumprir as metas de produtividade e eficiência previstas em
conflitarem com os princípios éticos, suspeições e impedimentos regulamento do órgão, resguardados os casos de impossibilidades
previstos na legislação; técnicas e materiais;
VI - o respeito às diversidades culturais, de raça, etnia, gênero, XI - orientar o exercício das atividades pelos preceitos do de-
credo e expressão de sexualidade; senvolvimento sustentável;
VII - a proteção dos direitos humanos, o respeito aos direitos XII - preservar e defender os direitos do policial científico;
fundamentais e a promoção da cidadania e da dignidade da pessoa XIII - zelar:
humana; a) pela adequada alocação e pelo uso correto, seguro e eficien-
VIII - a ter suas horas de repouso, férias, licenças e afastamen- te de todas as instalações, bens e recursos do órgão e pela plena
tos médicos respeitados; gestão documental sob sua guarda e responsabilidade;
IX - o provimento de meios e condições de trabalho adequados; b) pela manutenção da cadeia de custódia dos vestígios;
X - de somente ter suas férias, licenças e afastamentos cassa- c) pela correta e segura utilização dos sistemas e ferramentas
dos por ato administrativo devidamente motivado; tecnológicas oficiais de comunicação, gestão de documentos, lau-
XI - a análise de seus pedidos administrativos de forma isonô- dos e informações da Polícia Científica;
mica; d) pelo patrimônio histórico e cultural da Polícia Científica;
XII - de exercer livremente, dentro ou fora do órgão, a cultura, XIV - observar:
o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento, a tecnologia e a inovação a) os princípios da economicidade, razoabilidade e responsabi-
em ciências forenses; lidade socioambiental na operação e manutenção das instalações,
XIII - de expor e publicar trabalho científico forense autorizado bens e recursos do órgão;
pela Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica; b) as normas de conduta ética e disciplinar no ambiente de tra-
XIV - o exercício de atribuições correspondentes ao cargo a que balho ou fora dele, inclusive em mídias sociais, ao utilizar o nome
pertence; ou símbolos da Polícia Científica, uniforme ou qualquer material
XV - as assistências médico-hospitalar, de saúde ocupacional e que possa identificá-lo como seu representante, visando sempre à
judiciária, quando ferido, acidentado ou submetido a processo em preservação da imagem do órgão;
razão do exercício do cargo ou função; XV - apoiar e contribuir para o desenvolvimento contínuo das
XVI - de portar equipamentos de segurança, proteção, balísti- práticas seguras em todas as suas tarefas e de seus colegas;
cos, munições e armas, respeitadas as normas de segurança institu- XVI - apoiar diretrizes, programas, projetos, planos, campanhas
cional e legislação vigente, mesmo quando em inatividade; e ações institucionais;
XVII - os direitos previstos nas Leis nº 20.656, de 3 de agosto XVII - participar de treinamentos sobre rotinas e procedimen-
de 2021, e nº 6.174, de 16 de novembro de 1970, ou outras que tos de segurança e saúde, principalmente quanto a atividades ou
venham substituí-las. situações de risco;
XVIII - seguir os Procedimentos Operacionais Padrão adotados
CAPÍTULO VII pelo órgão;
DOS DEVERES XIX - submeter-se à inspeção médica ou psicossocial sempre
que for determinado pela autoridade competente;
Art. 11. São deveres inerentes ao exercício das atividades na XX - tratar com urbanidade os gestores, ordenadores, destina-
Polícia Científica: tários, beneficiários e colaboradores de seus serviços;
I - contribuir: XXI - respeitar a cadeia hierárquica institucional;
a) para o progresso das ciências forenses; XXII - comparecer ao trabalho e a convocações oficiais trajado
b) com a gestão da Polícia Científica; adequadamente ou utilizando uniforme e equipamentos de prote-
II - zelar pela integridade, reputação e imagem da Polícia Cien- ção individual, quando for o caso;
tífica; XXIII - comparecer às horas de trabalho executando os serviços
III - atuar com imparcialidade e impessoalidade nos atos peri- que lhe competirem.
ciais;
IV - manter em dia suas obrigações perante o órgão; CAPÍTULO VIII
V - manter-se informado sobre as normas e métodos científicos DAS VEDAÇÕES
que regulamentam o exercício das atividades do órgão;
VI - manter a dignidade, o decoro, o zelo, a probidade, o res- Art. 12. É vedado aos servidores do QPPO e aos agentes públi-
peito à hierarquia, a dedicação, a cortesia, a assiduidade, a pontu- cos em atividade na Polícia Científica:
alidade, a presteza, a cooperação e a disciplina no exercício da sua I - revelar fato ou informação relativa aos trabalhos periciais,
função; sem justa causa, divulgando ou propiciando sua divulgação;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - trabalhar sem observar os Procedimentos Operacionais Pa- CAPÍTULO II


drão e demais normas adotadas pelo órgão; DAS SANÇÕES
III - descumprir, negligenciar ou procrastinar, injustificadamen-
te, a execução de tarefas que lhe são confiadas; Art. 14. São sanções ético-disciplinares:
IV - descumprir normas de segurança orgânica e institucional; I - advertência, aplicada em particular e verbalmente;
V - utilizar indevidamente as prerrogativas legais inerentes ao II - repreensão, aplicada em particular e por escrito;
cargo; III - suspensão, que não poderá exceder noventa dias;
VI - obstruir o andamento de procedimentos disciplinares; IV - multa, quando derivada da conversão prevista no §2º do
VII - propor ou aceitar remuneração para realizar atividade cuja art. 20 desta Lei;
obrigação seja de ofício; V - destituição de cargo em comissão, função comissionada,
VIII - usar de artifício ou expediente enganoso visando retardar gratificada ou privativa policial;
ou impedir exercício de direito do servidor; VI - demissão, nos casos previstos nesta Lei, na Lei nº 6.174, de
IX - descuidar das medidas de segurança e saúde no exercício 1970, ou na Lei Federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou
das atribuições; outras que venham a substituí-las;
X - impor, sem motivo e justa causa, ritmo de trabalho excessi- VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
vo ou exercer pressão psicológica ou outra forma de assédio moral §1º A cassação de aposentadoria ou disponibilidade, prevista
sobre os agentes públicos; no inciso VII do caput deste artigo, é aplicada em substituição à de-
XI - intervir em trabalho de outro agente público sem a devida missão caso o servidor seja aposentado ou esteja em disponibili-
autorização, salvo no estrito cumprimento do dever legal; dade.
XII - rasurar, adulterar, extraviar, reter ou suprimir documentos, §2º A sanção prevista no inciso V do caput deste artigo implica:
registros, cadastros e sistemas de informação, físicos ou digitais, da I - no caso de servidor do QPPO: no impedimento de nova no-
Polícia Científica, ou apropriar-se deles; meação em cargo em comissão, função comissionada, gratificada
XIII - expor servidores, sem necessidade, a perigo que possa ou privativa policial no prazo de dois anos.
causar lesão ou dano à saúde, individual ou coletiva, ou ao patri- II - no caso de servidor cedido: requisitado ou contratado, no
mônio; retorno ao órgão de origem, bem como na solicitação de substitui-
XIV - divulgar e/ou fomentar fatos, intrigas, boatos, imagens ou ção do prestador de serviço à empresa contratada, acompanhada
áudios que possam causar constrangimento ou dano à imagem do da comunicação das razões que motivaram tal ato, impedindo o seu
servidor ou do órgão; retorno à Polícia Científica pelo prazo de dois anos.
XV - adotar medidas de retaliação a quem, de boa-fé, apresen-
tar à Ouvidoria opinião, questionamento, preocupação ou denúncia CAPÍTULO III
sobre irregularidades; DAS INFRAÇÕES ÉTICO-DISCIPLINARES
XVI - utilizar instalações, recursos, indumentária oficial ou sím-
bolos da Polícia Científica para fins particulares; Art. 15. Constitui-se infração ético-disciplinar:
XVII - dar, ceder, emprestar ou permitir: I - divulgar e/ou fomentar fatos, intrigas, boatos, imagens ou
a) o uso de seu conjunto documental oficial ou parte dele a áudios que possam causar constrangimento ou dano à imagem do
terceiros; servidor ou do órgão - sanção: advertência a repreensão;
b) o uso de indumentária oficial ou símbolos da Polícia Científi- II - procrastinar o cumprimento de ordem legal de superior hie-
ca a terceiros, exceto quando autorizado pela Direção-Geral; rárquico - sanção: advertência a repreensão;
XVIII - fazer uso indevido de arma de fogo, munição ou outro III - entreter-se nos locais e horas de trabalho em atividades
material bélico, bem como de equipamentos de proteção e segu- estranhas ao serviço - sanção: advertência a repreensão;
rança; IV - atender pessoas estranhas ao serviço, no local de trabalho,
XIX - atender pessoas estranhas ao serviço, no local de traba- para o trato de assuntos particulares - sanção: advertência a repre-
lho, para o trato de assuntos particulares. ensão;
V - atribuir a outrem o desempenho de encargos que lhe com-
TÍTULO III petirem, quando não houver autorização para delegação - sanção:
DAS SANÇÕES E INFRAÇÕES advertência a repreensão;
VI - permutar o serviço em desacordo com a regulamentação -
CAPÍTULO I sanção: advertência a repreensão;
DA CARACTERIZAÇÃO VII - retirar, sem prévia autorização da autoridade competente,
qualquer documento oficial ou bem patrimonial do órgão - sanção:
Art. 13. Caracteriza-se infração ética e disciplinar, no âmbito da advertência a repreensão;
Polícia Científica, as condutas previstas nesta Lei, praticadas com VIII - utilizar dados, que não sejam públicos, da Polícia Científi-
dolo ou culpa, no exercício das atribuições ou quando guardem com ca, em pesquisa científica sem autorização - sanção: advertência a
elas alguma relação, mesmo que indireta, afetando negativamente repreensão;
o órgão. IX - faltar ou chegar atrasado a serviço para o qual tenha sido
designado, sem comunicar com antecedência à autoridade a quem
estiver subordinado, salvo por motivo plenamente justificável - san-
ção: advertência a repreensão;
X - dar, ceder, emprestar ou permitir:

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a) o uso de indumentária oficial de uso exclusivo de policiais XXIII - modificar, alterar ou, de qualquer modo, prejudicar os
científicos a quem não exerça o cargo sem autorização da Direção- locais suscetíveis a exames periciais - sanção: advertência a suspen-
-Geral - sanção: advertência a repreensão; são de até trinta dias;
b) o uso de seu conjunto documental oficial ou parte dele a XXIV - faltar com a verdade no desempenho de suas atribuições
terceiros - sanção: repreensão a suspensão de até dez dias; profissionais - sanção: advertência a suspensão de até trinta dias;
XI - deixar de ostentar, quando exigido para o serviço, ou exi- XXV - danificar bens que estiverem sob sua guarda ou carga,
bir sem necessidade conjunto documental - sanção: advertência a confiados em razão da função, exceto quando imprescindível para
repreensão; a realização da atividade pericial - sanção: advertência a suspensão
XII - deixar de comunicar à autoridade competente informação de até trinta dias;
que tiver e que possa prejudicar o bom andamento das funções pe- XXVI - prejudicar servidor nas realizações de atos ou fatos ati-
riciais, tão logo tenha conhecimento - sanção: advertência a repre- nentes à promoção - sanção: advertência a suspensão de até trinta
ensão; dias;
XIII - deixar de cumprir ordem legal de superior hierárquico - XVII - emitir documento em nome do órgão sem a prévia auto-
sanção: repreensão a suspensão de até trinta dias; rização da Direção-Geral - sanção: advertência a suspensão de até
XIV - deixar de utilizar os Procedimentos Operacionais Padrão trinta dias;
e demais normas adotadas pelo órgão na realização dos trabalhos XXVIII - comparecer a qualquer ato de serviço com a capaci-
periciais, incluindo as relativas à cadeia de custódia, causando pre- dade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
juízo à realização do exame pericial ou à persecução penal - sanção: outra substância psicoativa que determine dependência, ou fazer o
repreensão a suspensão de até noventa dias; uso dessas substâncias no exercício de suas funções - sanção: repre-
XV - omitir-se no zelo com os bens que estejam sob sua guar- ensão a suspensão de até trinta dias;
da ou carga, confiados em razão da função - sanção: advertência a XXIX - realizar:
repreensão; a) conduta vedada pelo art. 12 desta Lei ou proibida pela Lei
XVI - agir em desacordo com os deveres previstos no art. 11 nº 6.174, de 1970, ou Lei Federal nº 8.112, de 1990, ou outras que
desta Lei, na Lei nº 6.174, de 1970, na Lei Federal nº 8.112, de 1990, venham a substituí-las, que não esteja tipificada como infração nes-
ou outras que venham a substituí-las, e cuja conduta não esteja tipi- ta Lei - sanção: repreensão a suspensão de até noventa dias, salvo
ficada como infração nesta Lei - sanção: advertência a repreensão; para os casos em que houver previsão expressa de demissão;
XVII - concorrer de forma ilícita para a defesa dos interesses b) assédio moral vertical ascendente, contra superior hierár-
de pessoas que tenham relação com os exames periciais - sanção: quico, com o intuito de prejudicar ações de gestão ou destituí-lo da
advertência a suspensão de até trinta dias; função - sanção: repreensão a suspensão de até trinta dias;
XVIII - praticar: XXX - modificar ou ocultar a verdade, com vistas a favorecer
a) assédio ou violência, moral ou sexual, no ambiente laboral ou prejudicar servidor da classe policial científica, seja modificando,
ou externamente, no desempenho de suas funções ou se valendo alterando ou fraudando, por qualquer outro meio, as disposições
da posição hierárquica - sanção: suspensão de dez dias a demissão; desta Lei, em razão de ser membro do Conselho da Polícia Científi-
b) ato que concorra para comprometer a imagem do órgão ou ca, da Corregedoria da Polícia Científica ou de Comissão de Avalia-
a função policial científica - sanção: advertência a suspensão de até ção - sanção: advertência a suspensão de até noventa dias;
trinta dias; XXXI - dificultar ou não levar ao conhecimento de autoridade
c) violência física no ambiente de trabalho - sanção: repreensão hierárquica superior competente ofício, petição ou requisição que
a suspensão de até trinta dias, ou suspensão a demissão em caso de tiver recebido, se não estiver em sua alçada resolvê-los - sanção:
reincidência de violência que resulte em lesão corporal leve; repreensão a suspensão de até dez dias;
d) violência física que resulte em lesão corporal grave ou gra- XXXII - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado,
víssima no ambiente de trabalho - sanção: suspensão de sessenta sem comunicar com antecedência a autoridade a quem estiver su-
dias a demissão; bordinado, salvo por motivo plenamente justificável - sanção: ad-
e) crime ou contravenção tipificados pela legislação brasileira, vertência a suspensão de até trinta dias;
no exercício ou em razão da função de policial científico - sanção: XXXIII - simular doença para ausentar-se do trabalho - sanção:
repreensão a suspensão de até noventa dias; repreensão a suspensão de até trinta dias;
XIX - recusar-se, sem motivo justificado, a assumir ou aceitar XXXIV - impor, sem motivo ou justa causa, ritmo de trabalho
encargos que lhe forem atribuídos em razão de cargo ou função - excessivo, exercer pressão psicológica ou praticar outras condutas
sanção: advertência a suspensão de até trinta dias; que configurem assédio moral no trabalho - sanção: repreensão a
XX - revelar informação sigilosa ou ensejar a divulgação de do- suspensão de até trinta dias;
cumentos de peças oficiais, que sejam conhecidos em razão do car- XXXV - proceder de forma desidiosa - sanção: repreensão a sus-
go ou função, sem autorização expressa da autoridade competente pensão de até noventa dias;
- sanção: advertência a suspensão de até trinta dias; XXXVI - cobrar a qualquer pretexto, taxas e emolumentos não
XXI - fazer uso indevido da arma de fogo - sanção: advertência previstos em lei ou de modo diverso da prescrição legal - sanção:
a suspensão de até trinta dias; repreensão a suspensão de até noventa dias;
XXII - fazer uso do cargo, da indumentária oficial, de equipa- XXXVII - promover, dar causa, concorrer ou participar de falsa
mentos, de sistemas ou dos símbolos da Polícia Científica fora do perícia - sanção: suspensão de até noventa dias, ou demissão em
exercício da função sem autorização da Direção-Geral - sanção: ad- caso de não retratação;
vertência a suspensão de até trinta dias; XXXVIII - modificar, em proveito próprio ou de terceiros, o obje-
to de prova que estiver sob seu exame, custódia ou guarda - sanção:
suspensão de trinta dias a demissão;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

XXXIX - exigir ou receber propinas, comissões ou auferir vanta- I - o afastamento preventivo do servidor, por até noventa dias,
gens, proveitos pessoais de qualquer espécie ou sob qualquer pre- prorrogáveis uma única vez por igual período;
texto, em razão do cargo ou função - sanção: suspensão de trinta II - a designação do servidor para o exercício de atividades es-
dias a demissão; pecíficas, podendo restringir acesso a determinados locais e em de-
XL - fraudar, alterar ou inserir informações falsas em laudos e terminados horários, até decisão final do procedimento;
relatórios periciais, sistemas, dados ou documentos de gerencia- III - o recolhimento de carteira funcional, distintivo e arma ins-
mento de laudos e arquivos, controle de acesso, cadeia de custódia, titucional;
segurança ou ponto a fim de obter vantagem indevida para si ou IV - a proibição do porte de armas, até decisão final do proce-
para outrem ou a fim de causar dano à instituição ou a terceiros - dimento;
sanção: suspensão de trinta dias a demissão; V - o comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser esta-
XLI - ausentar-se do serviço, sem justa causa, por trinta dias belecida, para tomar ciência dos atos do procedimento.
consecutivos, ou por sessenta dias não consecutivos durante o perí- §1º O Conselho da Polícia Científica reapreciará a decisão do
odo de doze meses, sem causa justificada - sanção: demissão; Corregedor na primeira reunião ordinária subsequente, podendo
XLII - ser condenado criminalmente, com trânsito em julgado, homologá-la, modificá-la ou revogá-la, sendo o Corregedor impe-
à pena privativa de liberdade superior a quatro anos - sanção: de- dido de votar.
missão. §2º O presidente da sindicância ou do processo administrativo
Parágrafo único. A amplitude das sanções previstas nas con- disciplinar poderá requerer ao Corregedor a aplicação das medidas
dutas tipificadas neste artigo seguirá a gradação da menor para a previstas nos incisos deste artigo, bem como sua alteração ou re-
maior, considerando-se como menos gravosa a de advertência e a vogação.
mais gravosa a de demissão. §3º O período de afastamento preventivo computar-se-á como
de efetivo exercício.
CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES ÉTICO-DISCIPLINARES CAPÍTULO V
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
Art. 16. Caberá à Corregedoria da Polícia Científica a apuração
das infrações ético-disciplinares, que aplicará as normas gerais e Art. 19. Na aplicação das sanções serão considerados:
procedimentos especiais sobre atos e processos administrativos I - repercussão pública do fato;
previstos na Lei nº 20.656, de 2021, ou outra que venha a substi- II - danos decorrentes da infração ao serviço público;
tuí-la. III - causas de justificação;
§1º Da decisão final do Corregedor caberá recurso ao Conselho IV - circunstâncias atenuantes;
da Polícia Científica, estando o Corregedor impedido de votar. V - circunstâncias agravantes.
§2º Quando o Conselho da Polícia Científica indeferir atenua- §1º São causas de justificação:
ção na pena de demissão por erro formal no processo administra- I - motivo de força maior devidamente comprovado;
tivo caberá recurso ao Secretário de Estado da Segurança Pública. II - ter sido cometida a infração na prática de ação meritória, no
§3º Cabe ao Conselho da Polícia Científica a instituição de co- interesse do serviço, da ordem ou da segurança pública;
missão dentre os membros do Conselho para apurar transgressão III - não ser exigível, naquela situação fática, conduta diversa
disciplinar ou prática de infração penal pelo Diretor-Geral e pelo do agente público.
Corregedor, ficando o investigado impedido de votar durante a de- §2º São circunstâncias atenuantes:
liberação em plenário. I - boa conduta profissional e comprometimento com o inte-
§4º Ato do Chefe do Poder Executivo determinará a instauração resse público;
de processo no âmbito do Conselho da Polícia Científica, visando II - relevância dos serviços prestados à Polícia Científica, que
à destituição do Diretor-Geral, Corregedor e demais membros do tenham dignificado o nome do órgão;
próprio Conselho da Polícia Científica, ficando o investigado impe- III - ter sido cometida a infração:
dido de votar durante a deliberação em plenário. a) em defesa de direitos próprios ou de terceiros, ou para evitar
Art. 17. Sempre que possível, será firmado Termo de Ajusta- mal maior;
mento de Conduta - TAC como medida alternativa à instauração de b) sob assédio ou temor hierárquico devidamente comprova-
sindicância ou processo administrativo disciplinar. do;
Parágrafo único. A assunção de responsabilidade por parte do IV - reparação do dano.
servidor no TAC não implica em confissão para finalidades alheias à §3º São circunstâncias agravantes:
apuração administrativa, tendo o objetivo de assegurar a aplicação I - má conduta profissional comprovada por sanções aplicadas
das penalidades previstas no termo, no caso de descumprimento há no máximo cinco anos;
integral ou parcial das obrigações assumidas. II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais infrações;
Art. 18. Determinada a instauração de sindicância, processo ad- III - ter sido praticada a infração:
ministrativo disciplinar ou durante a apuração preliminar, ou haven- a) por duas ou mais pessoas ou em público;
do, durante seu curso, conveniência para a instrução do processo, b) com premeditação, com abuso de autoridade hierárquica ou
bem como havendo necessidade de preservar a integridade física funcional ou com uso de materiais ou sistemas de informação aos
do servidor ou de demais servidores, poderá o Corregedor, por des- quais tenha acesso em razão do cargo ou função;
pacho fundamentado, ordenar, isolada ou cumulativamente, as se- IV - reincidência.
guintes providências:

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Art. 20. Nos casos de reincidência, a sanção aplicada poderá Art. 29. A Polícia Científica não admite retaliações ou punições
ser majorada a de grau imediatamente superior, mesmo que não contra os agentes públicos que apresentem críticas, sugestões ou
conste no rol de sanções aplicáveis. reclamações através da Ouvidoria.
§1º Ao servidor efetivo que ocupe cargo em comissão, função Art. 30. Aos ocupantes de posições de direção e chefia na Polí-
comissionada, gratificada ou privativa policial, a suspensão poderá cia Científica cabe a mitigação de riscos e a busca pela correção das
ser majorada à destituição de cargo em comissão, função comissio- não conformidades relacionadas às atividades sob a responsabilida-
nada, gratificada ou privativa policial. de da unidade, conforme o Plano de Integridade da Polícia Científi-
§2º Quando houver conveniência para o serviço, a suspensão ca e da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por Art. 31. O processo de pedido de exoneração de servidor que
cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor possua laudos não concluídos ficará sobrestado até a devida con-
obrigado a permanecer em serviço. clusão e encaminhamento dos laudos à autoridade requisitante.
Art. 21. As sanções a seguir não ensejarão reincidência após o Parágrafo único. Será instaurada de ofício apuração de respon-
decurso do prazo respectivo: sabilidade da chefia imediata e do servidor para o qual se imponha
I - advertência: um ano; a condição prevista no caput deste artigo, com o objetivo de averi-
II - repreensão: dois anos; guar se houve falha no acompanhamento e no cumprimento das
III - suspensão: quatro anos; obrigações legais.
IV - perda de cargo em comissão, função comissionada, gratifi-
cada ou privativa policial: cinco anos. TÍTULO IV
Parágrafo único. Os prazos previstos nos incisos do caput des- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
te artigo serão contados a partir do término do cumprimento da
sanção anteriormente imposta até a data do cometimento da nova Art. 32. É responsabilidade dos agentes públicos da Polícia
infração. Científica do Paraná, previstos no art. 2º desta Lei, observar o dis-
Art. 22. A demissão de cargo em comissão exercido por não posto neste Código e estimular o seu cumprimento integral.
ocupante de cargo efetivo será sugerida ao Chefe do Poder Executi- Parágrafo único. Os agentes previstos no caput deste artigo
vo nos casos de infração sujeita às sanções de suspensão superior a prestarão compromisso de acatamento e observância do disposto
trinta dias ou demissão. neste Código em formulário próprio, que ficará arquivado em seus
Art. 23. O Corregedor terá competência para aplicação das san- assentamentos funcionais.
ções previstas nos incisos I a III do art. 14 desta Lei, limitada a sus- Art. 33. Não se aplica aos servidores do QPPO, independente
pensão por até trinta dias. da área de graduação, a submissão a conselhos de classe profissio-
Parágrafo único. Demais sanções serão aplicadas conforme art. nal.
296 da Lei nº 6.174, de 1970. Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 24. Cópia da decisão definitiva que resultar em sanção a Palácio do Governo, em 25 de setembro de 2023.
detentor de cargo efetivo ou cargo em comissão será juntada aos
assentamentos funcionais do servidor.
Parágrafo único. Em se tratando de prestador de serviços sem QUESTÕES
vínculo direto ou formal com o órgão, a cópia da decisão definitiva
será remetida à Direção-Geral para adoção das providências cabí-
veis. 1. IBFC - 2021 - IAP - PR
Art. 25. O sigilo das informações, bem como o direito à honra Acerca do disposto no Estatuto dos Servidores do Estado do
e à preservação da imagem dos envolvidos, serão assegurados em Paraná (Lei n° 6.174/1970), analise as afirmativas abaixo:
todas as fases dos procedimentos apuratórios. I. Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades co-
metidas a um funcionário, identificando-se pelas características de
CAPÍTULO VI criação por lei, denominação própria, número certo e pagamento
DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES pelos cofres do Estado.
II. Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimen-
Art. 26. Será admitida a utilização de todas as ferramentas tec- to de comissão.
nológicas e de gestão disponíveis para realizar a apuração das infra- III. Para a nomeação de cargo de provimento em comissão é
ções ético-disciplinares previstas neste Código de Ética e Conduta. necessária a aprovação prévia em concurso público de provas ou de
Art. 27. Eventuais omissões, contradições ou obscuridades, provas e títulos e ser funcionário público do Estado.
bem como orientações sobre questões ético-disciplinares poderão Assinale a alternativa correta:
ser sanadas por deliberação do Conselho da Polícia Científica, me- (A) As afirmativas I, II e III estão corretas
diante consulta formal encaminhada pela Corregedoria da Polícia (B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
Científica. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
Art. 28. As pesquisas científicas realizadas por servidores da Po- (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
lícia Científica ou por pesquisadores externos nas dependências ou (E) Apenas a afirmativa II está correta
utilizando dados não públicos da Polícia Científica deverão ter auto-
rização prévia da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científi-
ca ou da instituição de ensino vinculada à pesquisa, com anuência
da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica.

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2. IBFC - 2021 - SEAP-PR (D) apenas técnica e funcional.


Conforme dispõe o Estatuto dos Servidores do Estado do Para- (E) apenas científica e funcional.
ná (Lei n° 6.174/1970), assinale a alternativa que apresente incor-
retamente um dos requisitos para o provimento em cargos público: 6. CESPE - 2018 - PC-MA - Odontolegista
(A) Possuir aptidão para o exercício do cargo De acordo com a Lei Federal n.º 12.030/2009, que dispõe sobre
(B) Ter satisfeito as condições especiais previstas para determi- as perícias oficiais de natureza criminal, ao perito é garantido o di-
nados cargo reito de tomar decisões livremente, desde que atento aos preceitos
(C) Haver cumprido as obrigações e os encargos militares pre- éticos, morais e intelectuais da profissão, bem como à limitação de
vistos em lei fundo, de seguir seu papel social. Esse direito corresponde ao prin-
(D) Ser brasileiro cípio da autonomia
(E) Ter porte de arma de fogo (A) funcional.
(B) hierárquica.
3. IBFC - 2021 - SEAP-PR (C) administrativa.
De acordo com o disposto no Estatuto dos Servidores do Estado (D) técnica.
do Paraná (Lei n°. 6.174/1970), assinale a alternativa que apresente (E) científica.
corretamente a definição de função gratificada:
(A) É o conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas 7. IBFC - 2023 - IAPEN - AC - Agente de Polícia Penal
a um funcionário, identificando–se pelas características de cria- O Decreto nº 9.489/2018 regulamenta, no âmbito da União, a
ção por lei, denominação própria, número certo e pagamento Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, para estabelecer normas,
pelos cofres do Estado estrutura e procedimentos para a execução da Política Nacional de
(B) É o conjunto de classes da mesma natureza de trabalho, Segurança Pública e Defesa Social. De acordo com o mencionado
dispostas hierarquicamente, de acordo com o grau de comple- decreto, analise as afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro
xidade ou dificuldade das atribuições e com o nível de respon- (V) ou Falso (F).
sabilidade, constituindo a linha natural de promoção do fun- ( ) A elaboração do Plano Nacional de Segurança Pública e
cionário Defesa Social terá fase de consulta pública, efetuada por meio ele-
(C) É vantagem acessória ao vencimento do funcionário, não trônico, sob a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança
constitui emprego e é atribuída pelo exercício de encargos de Pública.
chefia, assessoramento, secretariado e outros para cujo desem- ( ) Aos órgãos de correição dos integrantes operacionais do
penho não se justifique que a criação de cargo em comissão
Sistema Único de Segurança Pública, no exercício de suas compe-
(D) É o agrupamento de cargos da mesma denominação e com
tências, caberão o gerenciamento e a realização dos procedimentos
iguais atribuições e responsabilidades
de apuração de responsabilidade funcional, por meio de sindicância
(E) É a justaposição de grupos ocupacionais, tendo em vista a
e processo administrativo disciplinar, e a proposição de subsídios
similaridade ou a conexidade das respectivas atividades pro-
fissionais para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de segurança
pública e defesa social.
4. INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Médico Legista ( ) Caberá ao Ministério das Relações Exteriores instituir me-
A Lei n° 12.030/2009 dispõe sobre as perícias oficiais. Acerca canismos de registro, acompanhamento e avaliação, em âmbito na-
dessa lei, assinale a alternativa correta. cional, dos órgãos de correição, e poderá, para tanto, solicitar aos
(A) Estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natu- órgãos de correição.
reza criminal e civil. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
(B) No exercício da atividade de perícia oficial de natureza cri- cima para baixo.
minal, é assegurada autonomia técnica, científica, funcional e (A) V - V - V
administrativa. (B) V - F - V
(C) Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de (C) F - F - V
natureza criminal, os peritos de natureza criminal não estão su- (D) V - V - F
jeitos a regime especial de trabalho.
(D) São peritos de natureza criminal apenas os peritos crimi- 8. IBFC - 2023 - IAPEN - AC - Agente de Polícia Penal
nais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com for- A Lei nº 13.675/2018 disciplina a organização e o funcionamen-
mação superior específica detalhada em regulamento. to dos órgãos responsáveis pela segurança pública e traz outras dis-
(E) No exercício da atividade de perícia oficial de natureza cri- posições. Com relação à Política Nacional de Segurança Pública e
minal, não é exigido concurso público, com formação acadê- Defesa Social (PNSPDS), assinale a alternativa que apresenta incor-
mica específica, para o provimento do cargo de perito oficial. retamente um dos princípios da PNSPDS.
(A) Uso comedido e proporcional da força
5. CESPE / CEBRASPE - 2022 - POLITEC - RO - Perito Criminal - (B) Sigilo das informações
Área 15 - Engenharia Agrônoma/Agronomia (C) Promoção da produção de conhecimento sobre segurança
Ao perito oficial criminal concursado, é assegurada autonomia pública
(A) técnica, científica e funcional. (D) Simplicidade, informalidade, economia procedimental e ce-
(B) apenas técnica. leridade no serviço prestado à sociedade
(C) apenas funcional.
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9. ADM&TEC - 2020 - Prefeitura de Gravatá - PE - Procurador


Analise as afirmativas a seguir:
ANOTAÇÕES
I. Incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da violên-
cia e de prevenção de desastres exclusivamente nos conteúdos cur- ___________________________________________
riculares da Educação Básica é uma das diretrizes para a elaboração ___________________________________________
e a execução de planos de segurança prevista no artigo 24 da Lei nº ___________________________________________
13.675, de 2018. ___________________________________________
II. Realizar a integração de programas, de ações, de atividades
e de projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas ___________________________________________
de saúde, de planejamento familiar, de educação, do trabalho, da ___________________________________________
assistência social, da previdência social, da cultura, do desporto e ___________________________________________
do lazer, visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de
___________________________________________
desastres, é uma das diretrizes para a elaboração e a execução de
planos de segurança prevista no artigo 24 da Lei nº 13.675, de 2018. ___________________________________________
Marque a alternativa CORRETA: ___________________________________________
(A) As duas afirmativas são verdadeiras. ___________________________________________
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. ___________________________________________
(D) As duas afirmativas são falsas. ___________________________________________
___________________________________________
10. FURB - 2023 - Prefeitura de Timbó - SC - Agente de Segu-
___________________________________________
rança Educacional
A lei n.º 13.675/18 institui o Sistema Único de Segurança Pú- ___________________________________________
blica (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa ___________________________________________
Social (PNSPDS). De acordo com o Art. 4º da referida lei, são princí- ___________________________________________
pios da PNSPDS:
I.Simplicidade, informalidade, economia procedimental e cele-
___________________________________________
ridade no serviço prestado à sociedade. ___________________________________________
II.Publicidade das informações não sigilosas. ___________________________________________
III.Uso comedido e proporcional da força. IV.Proteção da vida, ___________________________________________
do patrimônio e do meio ambiente.
É correto o que se afirma em:
___________________________________________
(A) I, II, III e IV. ___________________________________________
(B) II e IV, apenas. ___________________________________________
(C) IV, apenas.
(D) I, II e III, apenas.
___________________________________________
(E) I e III, apenas. ___________________________________________
___________________________________________
GABARITO
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
1 B ___________________________________________
2 E ___________________________________________
3 C ___________________________________________
4 D ___________________________________________
5 A ___________________________________________
6 A ___________________________________________
7 D ___________________________________________
8 B
___________________________________________
___________________________________________
9 C
___________________________________________
10 A
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
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Noções de Criminalística
e Medicina Legal
Levantamentos dos locais de crime contra a pessoa e contra
CONCEITO DE VESTÍGIO, EVIDÊNCIA E PROVA o patrimônio

Crimes contra a Pessoa


Vestígio, para a ciência e interesse Forense é classificado como Definição: recebem essa classificação os crimes que de ime-
objeto ou material relacionado à infração penal. diato a personalidade humana. Tais crimes injuriam recursos físicos
A cadeia de custódia compreende o rastreamento de vestígios. ou bens morais profundamente identificados com o ente humano,
Para o Código de Processo Penal o vestígio é todo objeto ou como a vida, a liberdade e a honra a do indivíduo e sua integridade
material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se corporal (intangibilidade corpórea).
relaciona à infração penal. Ex. sangue na cena do crime.
Principal vestígio: a presença de manchas de sangue, em cros-
Vestígios e indícios encontrados nos locais de crime ta ou estado líquido ou na forma é o principal vestígio associativo
Definição de vestígios: quaisquer objetos, sinais ou marcas que em um cenário criminal em que, hipoteticamente, tenha ocorrido
possam estar relacionados ao fato investigado. Todos os vestígios homicídio. A tipificação do formato da mancha tem importância
encontrados na cena do delito, num primeiro momento, são rele- substancial para o entendimento da dinâmica empregada no ato
vantes para elucidação dos fatos. criminoso.
Agente provocador: revelado pela existência de vestígios, são — morfologia da mancha: manchas por escorrimento, por pro-
o que causou ou contribuiu para a ocorrência; o vestígio em si pode jeção, limpeza, impregnação pode esclarecer o método de ação do
se tratar do resultado da ação do agente provocador. delinquente, objeto ou vítima, no decurso de um exame de local
de crime.      
Classificação dos vestígios — testes de confirmação: na determinação desse tipo teste
• Vestígio verdadeiro: trata-se de uma depuração completa do luminol é o mais comumente usados, mas existem outros, o tes-
dos elementos localizados na cena do crime, constituindo-se verda- te da fenolftaleína, da leucobase e da benzidina.  
deiros apenas aqueles que foram gerados diretamente pelo agente
de autoria do delito e, ainda, resultantes diretos das ações da prá- Crimes contra a dignidade sexual: nessas ocorrências, o es-
tica criminal. perma é um vestígio crucial a ser verificado pelo perito criminal,
• Vestígio Ilusório: qualquer componente encontrado no local e é por meio dos métodos chamados Soro antiesperma e Prova
do crime que não tenha relação direta às ações dos infratores, e sua de Corin-Stockis que umas das provas de análise desse indício se
produção não tenha ocorrido propositalmente. materializa.
• Vestígio forjado: ao contrário do vestígio ilusório, há uma in- — outros vestígios: dependendo da natureza do crime, podem
tenção na produção desse tipo de vestígio. ser localizados saliva, vômitos, urina, matéria fecal, pelos, fibras, sa-
liva, colostro, etc.
Definição de Indícios: de acordo com o CPP, artigo no 239, indí-
cio é a “circunstância conhecida e provada que, tendo relação com Conceito e objeto da prova: corresponde a todo componente
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou ou substância por meio do qual se diligencia revelar a veracidade e
outras circunstâncias”. a existência da devida ocorrência. Tem como objetivo, no decorrer
Indícios X evidências: embora as definições que o CPP apre- do processo, influenciar na persuasão e convencimento do julgador.
senta a respeito desses dois conceitos serem muito semelhantes, o
termo indício foi estabelecido para a fase processual, logo, para eta- Tipos de prova
pa pós-perícia, ou seja, a designação indício abrange não somente Prova confessional: trata-se do chamado meio de prova, sendo
os componentes materiais de que se dedica a perícia, mas também um recurso a serviço do magistrado, para que este alcance a vera-
aborda elementos de natureza subjetiva – característicos do âmbi- cidade das ocorrências. Os fatos constituem a finalidade da prova
to da polícia judiciária. confessional, que não admite argumentos relacionados às regras de
experiência e ao direito.
Prova testemunhal: é a prova obtida em face ao depoimento
prestado em juízo, por indivíduos que tenham conhecimento do
fato dependente de sentença judicial (litigioso). O juiz pode ou não
admitir esse tipo de prova, na decisão de saneamento. Em geral, a
prova testemunhal é compreendida como deferida quando solicita-
da de antemão pelo juiz, que estabelece a audiência de instrução e
o julgamento.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA E MEDICINA LEGAL

Prova documental: no artigo n0 408 do Novo Código de Proces- • Acondicionamento (o vestígio é embalado de forma individu-
so Civil estabelece que a assinatura de documento particular con- alizada, com anotação da data, hora e nome de quem fez a coleta e
siste em prova documental para o signatário. Em outras palavras, o acondicionamento);
resulta na presunção legal de veracidade em relação a quem que • Transporte (garantindo a manutenção das características ori-
assinou. Essa presunção é, ainda assim, circunstancial, podendo ser ginais e o controle da posse);
pleiteada em juízo. • Recebimento (com informações);
Prova pericial: é o tipo de prova produzida pelo perito, e cons- • Processamento (exame pericial com laudo do perito);
ta Código Penal Civil nos artigos 464 e 480, sendo regulamentada • Armazenamento (guardado para realização de contraperícia,
como meio de prova proposto a sanar uma contestação de cunho descartado ou transportado);
técnico que venha a surgir no decorrer do processo. • Descarte (liberação do vestígio). Quando pertinente, necessi-
ta de autorização judicial.
Formas da prova A coleta dos vestígios é feita por perito oficial, em regra, e ele
Forma direta: remete ao próprio objeto de litígio (fato proban- quem encaminha para a Central de Custódia.
do). Abrange a prova testemunhal, a confissão do réu e o exame de Importante saber que é proibida a entrada em locais isolados
corpo de delito, entre outros. bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime an-
Forma indireta: permite-se chegar ao fato probando ou às cir- tes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada
cunstâncias que se pretende provar, por meio da construção de um como fraude processual a sua realização.
raciocínio, uma lógica ou por uma associação de casualidade. É a A fase externa da cadeia de custódia é marcada pelo transporte
esfera das presunções e dos indícios. Exemplo: um recibo de paga- do local de coleta até a chegada ao laboratório. Já a fase interna
mento não consiste no negócio jurídico de litígio, todavia, por meio consiste no procedimento interno no laboratório, até o descarte
dele, será possível chegar ao fato probando. das amostras.

CONCEITO E DEFINIÇÕES DE CADEIA DE CUSTÓDIA; NO- CLASSIFICAÇÃO DOS VESTÍGIOS EM MICROVESTÍGIOS,


ÇÕES DA FASE EXTERNA E INTERNA DA CADEIA DE CUSTÓ- MACROVESTÍGIOS, TRANSITÓRIOS, PERMANENTES, LA-
DIA DOS VESTÍGIOS TENTES, PERCEPITÍVEIS, VERDADEIROS, ILUSÓRIOS, FOR-
JADOS, HUMANOS, NÃO-HUMANOS, ABSOLUTOS E RELA-
TIVOS
Conceitos
Cadeia de custódia significa documentar a história cronológica
da evidência, quem foram os responsáveis por seu manuseio, ga- A área da criminalística é um campo multidisciplinar que en-
rantir a inviolabilidade do material, lacrar as evidências, restringir volve a aplicação de conhecimentos de diversas áreas da ciência
acesso, tudo isso visando à perda da confiança do elemento pro- para a investigação de crimes e o esclarecimento de fatos ocorridos
batório. em cenários criminais. Dentro desse vasto domínio de estudo, uma
É o caminho que deve ser percorrido pela prova até a sua aná- das atividades essenciais é a classificação e análise dos vestígios
lise pelo magistrado, sendo certo que qualquer interferência inde- encontrados nos locais de crime. Esses vestígios podem variar em
vida durante esse trâmite processual pode resultar na sua impres- natureza e características, desempenhando papéis distintos na re-
tabilidade. Preservar a fonte de prova garante a validade da prova. construção dos eventos.
Assim, caso questionado, qual a consequência da quebra da Os vestígios podem ser categorizados de várias maneiras, le-
cadeia de custódia (break on the chain of custody)? Deve ser a proi- vando em consideração diferentes aspectos de sua natureza e com-
bição de valoração probatória com a consequente exclusão dela e portamento. Um critério comum de classificação é baseado em sua
de toda a derivada. dimensão física, distinguindo entre microvestígios e macrovestí-
gios. Os microvestígios são aqueles que requerem a utilização de
Etapas técnicas especializadas para sua identificação e coleta, como fibras
O período determinado para a cadeia de custódia vai do re- de tecido, resíduos de pólvora e traços de DNA. Já os macrovestígios
conhecimento do elemento de prova (na preservação do local do são visíveis a olho nu e podem incluir objetos, manchas de sangue
crime ou detectada a existência do vestígio pela polícia ou peritos) e impressões digitais.
até o seu descarte. Outra maneira de classificar os vestígios é com base em sua
durabilidade e persistência ao longo do tempo. Os vestígios transi-
Fase Interna/Fase Externa/Rastreabilidade tórios são aqueles que tendem a desaparecer rapidamente, como
As etapas da cadeia de custódia vêm expressas no art. 158-B marcas deixadas pela passagem de pessoas ou veículos em locais
(rastreamento do vestígio): externos. Por outro lado, os vestígios permanentes são aqueles que
• Reconhecimento do vestígio, elemento potencial para a pro- permanecem intactos por longos períodos, como impressões digi-
dução de prova; tais em superfícies sólidas ou marcas de ferramentas em objetos
• Isolamento (evitar que se altere); metálicos.
• Fixação (descrição detalhada do vestígio como se encontra no Além disso, os vestígios podem ser classificados de acordo com
local do crime ou no corpo de delito - eventuais imagens precisam sua capacidade de serem percebidos ou identificados pelos senti-
estar descritas no laudo pericial); dos humanos. Os vestígios latentes são aqueles que não são ime-
• Coleta (para análise pericial); diatamente visíveis e requerem técnicas especiais, como revelação

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
MATÉRIA E MEDICINA LEGAL

química ou iluminação forense, para serem detectados. Por outro nhas podem ter observado partes importantes do evento. A coleta
lado, os vestígios perceptíveis são facilmente identificáveis a olho de evidências nesses locais pode ajudar a reconstruir a sequência
nu, como manchas de sangue ou impressões de sapatos. de eventos e identificar possíveis suspeitos.
Em termos de sua autenticidade e confiabilidade como evidên- Por fim, o local de crime relacionado é aquele que não está
cia forense, os vestígios podem ser classificados como verdadeiros, diretamente ligado ao evento criminoso, mas que pode fornecer
ilusórios ou forjados. Os vestígios verdadeiros são aqueles que re- insights adicionais para a investigação. Isso pode incluir residências
fletem com precisão os eventos que ocorreram no local do crime, de suspeitos, locais de trabalho, veículos e outros locais frequenta-
fornecendo informações valiosas para a investigação. Já os vestígios dos pelos envolvidos no crime. Embora as evidências coletadas nes-
ilusórios são falsos ou enganosos, podendo ser o resultado de con- ses locais possam não ser diretamente incriminadoras, elas podem
taminação, manipulação ou falsificação deliberada. Por fim, os ves- ajudar a traçar perfis comportamentais e estabelecer conexões en-
tígios forjados são aqueles criados intencionalmente para induzir a tre os indivíduos envolvidos.
erro ou manipular o curso da investigação. A classificação do local de crime em imediato, mediato e rela-
Outra dimensão importante na classificação dos vestígios é sua cionado é essencial para uma investigação criminal eficaz. Ao com-
origem, distinguindo entre vestígios humanos e não-humanos. Os preender as características e a importância de cada tipo de local, os
vestígios humanos são aqueles associados diretamente a indivídu- investigadores podem direcionar seus esforços de coleta de evidên-
os, como impressões digitais, cabelos e fluidos corporais. Por outro cias de maneira estratégica, maximizando suas chances de resolver
lado, os vestígios não-humanos são aqueles que não têm origem o caso e levar os responsáveis à justiça.
biológica humana, como fibras têxteis, fragmentos de vidro e traços
de substâncias químicas.
Finalmente, os vestígios podem ser classificados como abso- TRAUMATOLOGIA FORENSE: ESTUDO DOS INSTRUMEN-
lutos ou relativos, dependendo de sua importância probatória e TOS PERFURANTES, CORTANTES, PERFURO-CORTANTES,
sua relação com os elementos do crime. Os vestígios absolutos são CONTUNDENTES, CORTO-CONTUNDENTES, PERFURO
aqueles que estão diretamente ligados aos elementos essenciais CONTUNDENTES E LESÕES CORRESPONDENTES; AGEN-
do crime, como a presença de DNA em uma cena de estupro. Por TES FÍSICOS NÃO-MECÂNICOS: LESÕES CAUSADAS POR
outro lado, os vestígios relativos são aqueles que podem fornecer TEMPERATURA, ELETRICIDADE, PRESSÃO ATMOSFÉRICA,
informações adicionais, mas não são essenciais para a prova do cri- EXPLOSÕES E DAS ENERGIAS IONIZANTES E NÃO-IO-
me, como impressões digitais em um objeto encontrado próximo NIZANTES
ao local do crime.
A classificação dos vestígios em uma cena de crime é uma ativi-
dade complexa e multidimensional, que requer conhecimentos es- — Conceitos de trauma e de lesão
pecializados e técnicas específicas de investigação forense. Ao com- A traumatologia tem como objeto de estudo o trauma, que
preender as diferentes categorias e características dos vestígios, os pode ser compreendido como o modo de ação dos agentes vulne-
peritos criminais podem coletar, analisar e interpretar as evidências rantes e as consequentes lesões.
de maneira eficaz, contribuindo para a resolução de casos e a admi- A traumatologia está ligada com as energias de ordem mecâni-
nistração da justiça. ca, que são aquelas que tendem a mudar o estado de repouso ou de
movimento de um corpo, totalmente ou parcialmente.
As energias causam danos, e podem ser:
CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME EM MEDIATO, IME- • Energia mecânica
DIATO E RELACIONADO • Energia química
• Energia física
• Energia biodinâmica
A classificação do local de crime é um aspecto fundamental da
investigação criminal, pois ajuda a determinar a abordagem ade-
O trauma é o resultado da ação vulnerante que possui energia
quada para a coleta e análise de evidências. Os locais de crime po-
capaz de produzir a lesão.
dem ser classificados de várias maneiras, levando em consideração
Já a lesão advém do instrumento, e com este não se confunde.
sua relação com o crime em si e o tempo decorrido desde a ocor-
A lesão pode ser incisa, contusa, perfuroincisa, perfurocontusa, en-
rência do evento. As três principais categorias de locais de crime
tre outras.
são: imediato, mediato e relacionado.
A lesão depende do instrumento utilizado. Por exemplo, um
O local de crime imediato é aquele onde o crime efetivamente
instrumento cortante (ex. navalha) gera uma lesão incisa.
ocorreu. É o ponto focal da investigação, onde as autoridades po-
Esse conhecimento é essencial para desvendar um crime. Por
liciais e os peritos criminais se concentram para coletar evidências
exemplo, foi cobrado na PC/AC 2017 a seguinte questão:
físicas, como impressões digitais, amostras de DNA, armas do crime
A perícia médico-legal em um cadáver indica uma lesão na ca-
e outros vestígios deixados pelos perpetradores. A preservação da
beça, com característica estrelada na pele, forte impregnação de
integridade desse local é crucial para garantir a admissibilidade das
fumaça e detritos granulares provenientes da incombustão da pól-
evidências em um eventual processo judicial.
vora no conduto produzido através da massa encefálica. Nesta, foi
Em contrapartida, o local de crime mediato é aquele que possui
encontrado um objeto metálico, totalmente feito de chumbo, em
uma relação secundária com o crime, mas que ainda contém in-
forma ogival. Na lateral deste objeto foi identificada a presença de
formações relevantes para a investigação. Por exemplo, pode ser o
estriações. Com base nesses dados, pode-se dizer:
local onde os suspeitos foram vistos antes ou depois do crime, onde
objetos relacionados ao crime foram descartados ou onde testemu-
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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA E MEDICINA LEGAL

O cadáver possui lesão provocada por projétil de arma de fogo comum, tendo havido disparo com o cano da arma encostado na
cabeça. O projétil deixa uma lesão na entrada (orifício de entrada) e outra, na saída, cada qual com suas características específicas. Ao
compreender o tipo de lesão fica fácil descobrir outros aspectos do crime.

— Consequências jurídicas dos traumas


A partir da traumatologia as lesões geradas sobre o corpo humano são compreendidas. Assim, existem consequências no aspecto
diagnóstico, prognóstico, legal etc.
A perícia é embasada a partir do conhecimento sobre o trauma e as lesões ocorridas. A busca da verdade no processo penal exige
conhecimento técnico. Nesse sentido, a partir do trauma é possível reconhecer o tipo de lesão no corpo da vítima, que foi causada por
uma energia.
Perceba, sem saber acerca do trauma não é viável apurar como ocorreu, por exemplo, a morte de uma vítima.

— Avaliação da idade lesional e da reação vital


As manchas causadas pela equimose possuem um padrão de tonalidade até seu desaparecimento, conforme estudos de Le Grand du
Salle:
• No 1º dia é VERMELHA
• No 2º e 3º dia é VIOLÁCEA
• Do 4º ao 6º dia é AZUL
• Do 7º ao 11º dia é VERDE
• No 12º dia é AMARELA
• Desaparece do 15º ao 20º dia

Essa regra não é absoluta, assim, existem exceções ao espectro equimótico:


• Conjuntiva ocular: Em virtude de ser muito oxigenada. Fica vermelha até curar.
• Escroto: Vermelho até curar.
• Couro cabeludo: Vermelho escuro.

A arma de fogo causa efeito primário e secundário:


Primário Secundário
Ocorre exclusivamente pela ação mecânica do projétil e Decorre da ação explosiva contra o alvo. Só ocorre em tiros a
independente da distância do disparo. curta distância.
• Orla de escoriação ou contusão: a epiderme é arrancada. A Ex. queimaduras, zona de esfumaçamento, zona de tatuagem
derme é esticada. O diâmetro de entrada é menor que o calibre (produzida por pólvora incombusta ou parcialmente comburida).
do projétil. Não dá para afirmar qual é o calibre da arma.
• Orla de enxugo ou limpadura: auréola escura em volta do
orifício de entrada. Em regra, é observada na roupa da vítima.
• Orla equimótica: ao redor do orifício. Caracteriza a reação vital
na ferida. Só aparece em vivos.

— Classificação dos agentes traumáticos e vulnerantes


Os agentes vulnerantes transmitem energia. Ou seja, o agente vulnerante ao transferir energia ao corpo fere esse corpo. O agente
vulnerante pode ser físico, químico, biológico etc. Por exemplo, o agente vulnerante físico mecânico divide-se em contundente, cortante,
perfurante, misto.

INSTRUMENTO LESÃO AÇÃO EXEMPLO


Perfurante Punctória ou puntiforme Pressão Agulha
Cortante Incisa Deslizamento Navalha
Contundente Contusa Pressão, percussão, arrastamento e tração Pau
Perfurocortante Perfuroincisa Pressão e deslizamento Faca
Perfurocontundente Perfurocontusa Pressão e penetração Projétil de arma de fogo
Cortocontundente Cortocontusa Pressão e esmagamento Machado, dente

Os meios mecânicos que causam lesões (traumas) podem ser:


• externos (instrumentos cortantes, perfurantes, contundentes, pérfuro-cortantes, corto-contundentes, pérfuro-contundentes, como
agentes causadores de lesões).
• internos (o esforço).
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Por fim, vale saber que as feridas causadas pelos meios • Lesões corporais gravíssimas: assim como as lesões graves,
(agentes) mecânicos são: as lesões gravíssimas prejudicam a saúde ou a integridade física de
— incisas outrem, e são descritas no Código Penal, artigo 129, conforme a
— punctórias seguir:
— contusas – enfermidade incurável;
— pérfuro-incisas – incapacitação permanente para o trabalho;
— corto-contusas (foice, acão, dentada, unhas) – deformidade permanente;
— pérfuro-contusas. – inutilização ou perda de funções, sentido ou membro;
– aborto.
As lesões causadas pelo esforço são, em linhas gerais, rupturas
de músculos, entorses, luxações, hérnia, aneurisma, enfisema, rup- • Lesões corporais seguidas de morte: são as lesões que acon-
turas de estômago/intestino. tecem sem intenção de ferir gravemente a vítima, porém, levam à
morte; são também denominadas de crime preterdoloso ou prete-
— Energia de ordem física rintencional, quando a ação resulta em dano de gravidade maior do
São as energias que produzem lesões no corpo, provocando que o esperado. As condutas provenientes desse tipo de lesão re-
alterações no seu estado físico. As principais energias desse tipo sultam em dois tipos de crime: o homicídio culposo e a lesão corpo-
são: ral dolosa. O agente da ação (agressor), pretende lesionar, porém,
– Temperatura: queimadura, frio, termonose a lesão acaba sendo demasiado grave, e resulta na morte da vítima.
– Eletricidade: eletroplessão (óbito decorrente de descarga
elétrica) fulminação, e fulguração A medicina legal é uma área multidisciplinar que envolve a
– Pressão atmosférica: conhecidas por mal dos mergulhadores/ aplicação de conhecimentos médicos e jurídicos na investigação
escafandristas; mal dos aviadores ou das montanhas de casos que envolvem questões legais. Dentre as várias áreas
que compõem a medicina legal, uma delas é a energia de ordem
— Energia de ordem mecânica mecânica.
Essas energias atuam de forma mecânica sobre o corpo, modi- A energia de ordem mecânica pode ser definida como a
ficando integral ou parcialmente, seu estado de movimento ou de energia que está relacionada ao movimento e às forças envolvidas
repouso.   nesse movimento. Na medicina legal, essa energia é de grande
importância, uma vez que ela pode estar relacionada a casos de
Tipos de ferida e instrumento utilizado: lesões corporais, acidentes de trânsito, agressões físicas, entre
– Ferida contusa: instrumento contundente (ferramenta com outros.
superfície variável, que pode ser impelida na pele da vítima; a ferida Um exemplo de lesão corporal relacionada à energia de ordem
contusa também pode ser provocada por movimento de arrasto, mecânica é a fratura óssea. Essa lesão pode ser causada por um
com golpe aplicado pela unha ofensor) impacto direto, como uma pancada, ou por um esforço repetitivo,
– Ferida punctória ou puntiforme: instrumento perfurante (fer- como no caso de atletas que sofrem de estresse muscular. Além
ramenta pontiaguda e utilizada por penetração) disso, a energia de ordem mecânica também pode estar relacionada
– Ferida em fisa/corte: instrumento cortante (ferramenta do- a lesões internas, como traumatismos cranianos, que podem ser
tada de aresta/gume amolado, utilizada a partir de deslizamento, causados por um impacto na cabeça.
produzindo incisão) No caso de acidentes de trânsito, a energia de ordem mecânica
também é de grande importância. Colisões entre veículos ou entre
— Lesões corporais: leve, grave e gravíssima e seguida de veículos e pedestres podem causar lesões graves, como fraturas,
morte traumatismos cranianos e lesões na coluna vertebral. Além disso,
a análise da energia envolvida no acidente pode ser utilizada para
• Lesões corporais leves: são as lesões que prejudicam a saú- determinar a velocidade dos veículos envolvidos, o que pode ser de
de ou a integridade física de outrem e que, em geral, não levam a grande importância na investigação do caso.
complicações fisiológicas graves; os danos desse tipo de lesão são A energia de ordem mecânica também pode estar relacionada
externos/superficiais (pele, músculos superficiais, vasos venosos e a agressões físicas. Nesses casos, a energia do golpe pode causar
arteriais de pequeno calibre, tela subcutânea). Em geral, são feridas lesões graves, como hematomas, fraturas e traumatismos
contusas, hematomas, equimoses, escoriações, grande parte dos cranianos. Além disso, a análise da energia envolvida no golpe pode
casos de luxações, torcicolos traumáticos, edemas e entorses. As le- ser utilizada para determinar o instrumento utilizado na agressão, o
sões classificadas como leves consistem em alterações patológicas que pode ser de grande importância na investigação do caso.
resultantes de sinais frequentes, convulsões e choques nervosos.     Em resumo, a energia de ordem mecânica é de grande
importância na medicina legal, uma vez que ela está relacionada a
• Lesões corporais graves: pertencem a esta categoria as le- casos de lesões corporais, acidentes de trânsito, agressões físicas,
sões que levam a vítima à incapacitação absoluta, ou seja, impossi- entre outros. A análise da energia envolvida nos casos pode ser
bilidade exercer quaisquer ocupações usuais por período superior utilizada para determinar a velocidade dos veículos envolvidos, o
a 30 dias. As situações de lesão grave são aquelas que envolvem: instrumento utilizado na agressão, entre outras informações que
– risco de vida; podem ser de grande importância na investigação do caso.
– antecipação de parto;
– debilidade temporária de sentido, função ou membro.

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Dentro do contexto das energias de ordem mecânica na análise da energia envolvida nas reações químicas pode ser utilizada
medicina legal, existem diversos instrumentos que podem causar para determinar a causa de intoxicações e identificar a presença de
lesões corporais em caso de agressão física. Alguns exemplos desses substâncias químicas em fluidos biológicos.
instrumentos são:
– Armas de fogo: As armas de fogo são capazes de causar lesões — Cáusticos e venenos
graves, como perfurações e lesões nos órgãos internos. Além disso, Os cáusticos e venenos são exemplos de substâncias que
a energia envolvida no disparo pode ser utilizada para determinar a podem causar danos graves ao organismo humano devido à energia
distância entre o atirador e a vítima. química que possuem.
– Armas brancas: As armas brancas, como facas e punhais, – Os cáusticos são substâncias químicas que possuem pH ácido
também são capazes de causar lesões graves, como cortes ou básico extremo e que, ao entrar em contato com a pele ou
profundos e perfurações. A análise da energia envolvida no golpe mucosas, podem causar queimaduras químicas graves. Exemplos
pode ser utilizada para determinar a força empregada pelo agressor. de cáusticos incluem ácidos sulfúrico e clorídrico, além de bases
– Objetos contundentes: Objetos contundentes, como bastões, como hidróxido de sódio e potássio. A energia química envolvida
pedras e martelos, são capazes de causar lesões graves, como nesses compostos é capaz de reagir com as células do organismo,
fraturas e traumatismos cranianos. A análise da energia envolvida destruindo-as e causando lesões graves.
no golpe pode ser utilizada para determinar a força empregada pelo – Já os venenos são substâncias que possuem a capacidade
agressor e o tipo de objeto utilizado na agressão. de causar danos graves ao organismo humano quando ingeridos,
– Veículos: Acidentes de trânsito envolvendo veículos podem inalados ou absorvidos pela pele. Eles podem ser encontrados em
causar lesões graves, como fraturas, traumatismos cranianos e produtos químicos, plantas, animais e medicamentos. Os venenos
lesões na coluna vertebral. A análise da energia envolvida no podem atuar no organismo por meio de diferentes mecanismos,
acidente pode ser utilizada para determinar a velocidade dos como a interferência na atividade enzimática, a destruição das
veículos envolvidos e a gravidade da colisão. células e a alteração na absorção de nutrientes, entre outros. A
energia química envolvida nesses compostos é capaz de alterar o
– Ferramentas: Ferramentas como martelos, chaves de fenda funcionamento normal das células do organismo humano, levando
e serras podem ser utilizadas em agressões e causar lesões graves. a danos que podem ser irreversíveis.
A análise da energia envolvida no golpe pode ser utilizada para
determinar a força empregada pelo agressor e o tipo de objeto A análise da energia química envolvida na reação com cáusticos
utilizado na agressão. e venenos pode ser realizada na medicina legal com o objetivo de
determinar a quantidade de substância presente no organismo
Em casos de agressões físicas, é importante que sejam e os seus efeitos no organismo humano. Essa análise pode ser
realizadas perícias para determinar a natureza e a gravidade das feita em fluidos biológicos, como o sangue e a urina, e ajuda a
lesões, bem como a identificação do instrumento utilizado na identificar a causa da intoxicação. Além disso, a análise da energia
agressão. A análise da energia envolvida nos casos pode fornecer química envolvida nessas substâncias pode fornecer informações
informações importantes para a investigação, como a distância importantes para a investigação em casos de crimes e acidentes
entre o agressor e a vítima, a força empregada pelo agressor e o envolvendo cáusticos e venenos.
tipo de instrumento utilizado na agressão. Em resumo, a energia química presente em cáusticos e venenos
pode causar danos graves ao organismo humano, sendo importante
A energia química é uma forma de energia presente nas a análise dessa energia na medicina legal para determinar a causa
substâncias químicas e que pode ser liberada através de reações da intoxicação e os efeitos dessas substâncias no organismo.
químicas. Na medicina legal, a energia química pode estar
relacionada com intoxicações por substâncias químicas, como — Energia de ordem física
drogas, venenos e produtos químicos. São as energias que produzem lesões no corpo, provocando
As intoxicações por substâncias químicas podem causar diversos alterações no seu estado físico. As principais energias desse tipo
efeitos no organismo, como alterações no sistema nervoso central, são:
lesões nos órgãos internos e até mesmo a morte. A análise da energia – Temperatura: queimadura, frio, termonose
envolvida nessas reações químicas pode ser utilizada para determinar – Eletricidade: eletroplessão (óbito decorrente de descarga
a quantidade de substância ingerida e a gravidade da intoxicação. elétrica) fulminação, e fulguração
Além disso, a análise da energia química envolvida nas reações – Pressão atmosférica: conhecidas por mal dos mergulhadores/
pode ser utilizada para identificar a presença de substâncias escafandristas; mal dos aviadores ou das montanhas
químicas em fluidos biológicos, como sangue e urina, e determinar
a causa da intoxicação. É uma área da medicina legal que estuda traumas causados por
É importante ressaltar que a energia química também pode ser asfixia que impedem a passagem do ar através das vias respiratórias
utilizada para fins terapêuticos, como é o caso dos medicamentos. A e, desta forma, alteram a composição bioquímica do sangue.
análise da energia envolvida nas reações químicas dos medicamentos
pode ser utilizada para determinar a dosagem adequada para cada
paciente, evitando intoxicações e efeitos adversos.
Em resumo, a energia química é uma forma de energia presente
nas substâncias químicas que pode ter efeitos tanto terapêuticos
quanto nocivos para o organismo humano. Na medicina legal, a

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Neste contexto existem agentes: Tais alterações ao nível da microcirculação periférica, encon-
• Mecânicos tradas em alguns tecidos em anoxia, têm por finalidade manter o
• Físicos fluxo cerebral e coronário. Esta síndrome no momento é traduzida
• Químicos por uma inadequação da perfusão hística, sendo o sistema circula-
• Físico-químicos tório incapaz de aportar as substâncias necessárias para o normal
metabolismo celular, assim como para eliminar os produtos resul-
Classificação das asfixias tantes do mesmo, o que leva obrigatoriamente a uma disfunção da
• Asfixias por Intoxicação; membrana celular, alterações do metabolismo com anaerobiose e
• Asfixia por Rarefação; acidose láctica, e eventual morte celular.
• Asfixia por Sufocação Direta e Indireta;
• Asfixia por Afogamento; • Classificação do Choque
• Asfixia por Enforcamento; Na classificação do choque, deve-se levar em conta o primacial
• Asfixia por Estrangulamento; tipo de distúrbio hemodinâmico que se responsabiliza pela instala-
• Asfixia por Esganadura; ção e manutenção da síndrome. Antigamente, classificava-se o cho-
• Asfixia por Soterramento; que, de acordo com sua etiologia, em: hipovolêmico, cardiogênico,
• Asfixia por Confinamento. bacterêmico, neurogênico, endócrino e obstrutivo.
Hoje, a classificação fundamenta-se em conceito fisiopatológi-
Sinais anatomopatológicos internos co e nas alterações hemodinâmicas. Deixou-se de lado a etiologia,
• Equimoses Vicerais: São chamadas de manchas de Tardieu visto que um mesmo choque pode sofrer profundas modificações
(petéquias). em termos hemodinâmicos.
• Congestão poliviceral: Aumento da pressão do sangue sobre Assim, na moderna classificação, existem os seguintes: choque
as veias cavas superior e inferior causando impacto em diversos ór- cardiogênico, choque obstrutivo, choque hipovolêmico e choque
gãos do corpo humano. periférico.

Sinais anatomopatológicos externos Choque cardiogênico


• Manchas de hipóstase: São manchas que ocorrem de ao acu- Caracteriza-se por uma deficiência aguda no bombeamento do
mulo de sangue. coração e a decadência do rendimento cardíaco. Pode ser devido a
• Cianose: sinais de cianose relacionam-se à congestão da face lesões orgânicas ou funcionais do coração ou por perturbação fun-
e do pescoço podendo ser acompanhada de manchas (petéquias). cional deste em virtude de afecções de outros órgãos ou sistemas.
• Equimose: possuem formatos de petéquias e são causas pelo As causas mais comuns nesse tipo de choque são: infarto do
aumento da pressão; miocárdio, arritmias, falência miocárdica aguda, miocardite ou hi-
• Espuma: É uma espuma exteriorizada pela boca; poxia (por insuficiência respiratória de intercorrência clínica ou aci-
• Escoriações ungueais: É a constrição do pescoço; dental), depressão do sistema nervoso central e distúrbio do equilí-
• Procidência da língua: Neste caso a língua é projetada para brio acidobásico e eletrolítico.
fora da boca.
Choque obstrutivo
Energias de Ordem Biodinâmica É decorrente de bloqueio da circulação de volta ao coração,
As energias de ordem biodinâmica são todas ocorrências ou quer por bloqueio intracardíaco, quer por bloqueio das vias de saí-
fenômenos, de origem externa ou interna ao corpo humano, que da do órgão central da circulação sanguínea.
desencadeiam respostas orgânicas culminando em mecanismos fi- Vê-se esse tipo de choque nas compressões das veias cavas, no
siopatológicos intrínsecos potencialmente letais. tamponamento cardíaco, na deslocação do mediastino, nas trom-
Nessa forma de energia estudam-se a síndrome conhecida por boses intracardíacas, nos tumores intracardíacos, na embolia pul-
choque, a síndrome da falência múltipla de órgãos e a coagulação monar e nos aneurismas dissecantes.
intravascular disseminada.
Choque hipovolêmico
Choque É o mais comum dos choques, sendo proveniente da violenta
O choque é representado pela resposta orgânica a um agente redução do volume sanguíneo sob a forma de perda de sangue to-
agressor, através de um mecanismo de defesa destinado a proteger- tal, de plasma ou líquidos extracelulares, produzindo uma situação
-se dos efeitos nocivos do trauma. Este mecanismo de compensa- circulatória incapaz de manter o equilíbrio celular e podendo levar
ção tem como finalidade primeira o restabelecimento temporário à morte. Dessarte, pode ele ser hemorrágico, plasmogênico ou hi-
da pressão arterial a fim de manter o fluxo sanguíneo nos tecidos dropênico.
mais nobres. Surge nas grandes hemorragias, nos processos de grandes su-
Imediatamente, os resultados desse traumatismo já vão in- purações e nas desidratações agudas, ocasionando em consequên-
fluenciar a suprarrenal, que atende com o aumento da secreção de cia a diminuição do volume intravascular real. É mais comum nas
corticoides e adrenalina, e por uma ação sobre o sistema nervoso grandes hemorragias, e a resposta a essa situação varia de acordo
simpático, com a liberação de grande quantidade de noradrenalina com a idade (quanto mais jovem mais grave é o quadro), com a
nas funções mioneurais. Essas substâncias, quando liberadas, atu- velocidade da perda sanguínea (fator muito importante), estados
arão sobre a microcirculação periférica, desencadeando a vasodi- de desnutrição, anemia, desidratação e, segundo alguns autores, o
latação dos esfíncteres arteriolares e, também, dos esfíncteres das sexo (acreditam que a mulher resiste mais ao choque em face das
vênulas pós-capilares. perdas cíclicas de sangue).
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Choque periférico fusões de sangue, queimaduras graves, grandes e demoradas cirur-


É resultante da alteração na distribuição do sangue circulante, gias, superdoses de drogas, reanimação cardiorrespiratória tardia,
ou seja, na perturbação da circulação periférica à altura, sobretudo, diabetes, uso excessivo de corticoides, entre outras.
dos capilares e das vênulas (microcirculação). É também conhecido Clinicamente os pacientes apresentam hipotensão arterial,
como choque microvasogênico. insuficiência respiratória aguda, insuficiência cardíaca congestiva,
Pode ser originado de duas maneiras: por resistência periférica arritmias. Enfim, sua característica é a alteração acentuada das fun-
aumentada ou por resistência periférica diminuída. ções de vários setores importantes da economia orgânica, sempre
em doentes graves, de enfermidades agudas e sem condição de
Diagnóstico manter a homeostase sem ajuda artificial.
Para a caracterização do estado de choque, além da cuidadosa Diferente desta síndrome é a síndrome da resposta inflama-
análise clínica, é necessária uma boa avaliação bioquímica e hemo- tória sistêmica (SIRS), que substituiu o antigo termo septicemia.
dinâmica. As capitais alterações do choque são as seguintes: Enquanto a síndrome da falência múltipla de órgãos se revela por
• Pressão arterial: O declínio da pressão arterial é o sinal clíni- uma disfunção multiorgânica com graves alterações da bioquímica,
co mais relevante, embora nos estados iniciais de choque a pressão o que apresenta a SIRS é tão só um quadro infeccioso gravíssimo
arterial possa estar normal. caracterizado por temperatura alta, frequência cardíaca superior a
• Pulso arterial: O aumento de frequência do pulso arterial 90 batimentos por minuto (bpm), taquipneia com mais de 20 respi-
periférico é sinal absoluto na síndrome de choque e é produto da rações por minuto e leucocitose alta.
atividade adrenérgica emanada da liberação das catecolaminas. A
fraqueza do pulso tem como causa a diminuição do débito cardíaco Coagulação intravascular disseminada
ou da hipovolemia presente. É conhecida também por coagulopatia de consumo e se carac-
• Pele e mucosas: Palidez e cianose dos lábios, lóbulos das ore- teriza por uma perturbação sistêmica, do tipo trombo-hemorrágico,
lhas e ápice do nariz. sempre por antecedentes patológicos do sistema sanguíneo e de-
• Sudorese fria na fronte: A palidez deve-se à intensa vaso- sencadeada por complicações secundárias.
constrição e a cianose, à lentidão do fluxo sanguíneo nessas regi- Sua consequência inicial é a formação de microtrombos na
ões. Um dado influente é o esvaziamento do sangue, bem nítido nas microcirculação e a estimulação de fenômenos fibrinolíticos. Uma
veias do dorso do pé. das patologias preexistentes que pode facilitar o surgimento desta
• Pressão venosa central: Essa é a pressão existente nas gran- síndrome é a anemia falciforme, e os fatores desencadeantes mais
des veias do retorno do hemicoração direito. A queda dessa pres- comuns são estresse físico, politraumatismo, asfixia, choque térmi-
são é um elemento básico na propedêutica do choque. co, fadigas, infecções, variações de altitudes, entre outros.
• Alterações neurológicas: Depressão do estado de consciên- A anatomia patológica deve valorizar, de preferência, coração,
cia, sonolência, apatia, inquietação e sensação de mal-estar são os pulmões, rins, glândulas suprarrenais, fígado e cérebro. Por isso, é
sintomas que, de ordinário, aparecem nessa esfera. sempre recomendável que, diante de tal síndrome, a perícia, além
• Alterações da função respiratória: A insuficiência da circu- de considerar as diversas concausas relevantes, não deixe de consi-
lação cerebral deprime os centros respiratórios, e, desse modo, a derar as circunstâncias em que se verificou o óbito, principalmente
respiração torna-se mais superficial e carente. quando dos casos que antecederam práticas de violência e maus-
• Diminuição do volume urinário: Com a baixa pressão arte- -tratos à vítima.
rial, cai a filtração glomerular, reduzindo o volume da urina. Este é o
mais precoce sinal de hipovolemia. Energias de Ordem Mistas
• Alterações bioquímicas e biofísicas do sangue: A acidose é As energias de ordem mista, também conhecidas como ener-
o achado mais importante dessas alterações. A medida da pressão gias de ordem bioquímica e biodinâmica, compreendem determi-
parcial de O² e de CO² (pO² e pCO²) no sangue arterial exerce grande nados grupos de ação produtores de lesões corporais ou de morte
significação a respeito. analisados na causalidade de dano. Além do seu interesse nas de-
Há ainda hipocloremia, hiponatremia, hiperpotassemia e que- mandas criminais e civis, o tema desperta muito a atenção do capí-
da da reserva alcalina. Nos casos de morte, a necropsia quase sem- tulo das doenças profissionais e dos acidentes de trabalho.
pre é negativa. Nesta modalidade de energia, enquadram-se a fadiga, algumas
Raramente, são vistas pequenas lesões macroscópicas ou mi- doenças parasitárias e todas as formas de sevícias.
croscópicas suscetíveis de nortear o perito no diagnóstico do cho-
que. Fadiga
Define-se a fadiga como um complexo de fenômenos biofísicos
Síndrome da falência múltipla de órgãos e bioquímicos acompanhados por uma característica desagradável
A síndrome da falência múltipla de órgãos ou síndrome da dis- e penosa sensação local e geral ocorrendo quando o organismo é
função multiorgânica (MODS) é um quadro nosológico de conheci- obrigado a um trabalho que, por intensidade, duração e rapidez, é
mento mais ou menos recente, estudado a partir da sistematização de molde a romper o equilíbrio entre as funções anabólicas e cata-
e da organização da medicina intensiva, caracterizada fundamental- bólicas e alterar-lhe os processos normais.
mente pela deterioração funcional progressiva de diversos órgãos Duas são as formas de fadiga: a aguda e a crônica. A primeira
em pacientes graves e de ocorrências agudas. é provocada pelo excesso de atividade física. Em princípio, não se
Antes, dava-se como origem dessa síndrome a sucessão de deve confundi-la com o simples cansaço.
infecções multiorgânicas. Esta pode ser uma de suas causas mais A segunda se caracteriza pelo esgotamento físico ou mental,
importantes, mas também pode ser originada de outras como aspi- permanente ou progressivo, conhecida também por estafa ou es-
ração brônquica, hipotensão arterial prolongada, sucessivas trans- tresse.
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As alterações físicas da fadiga aguda se manifestam através São os helmintos – tênias, bacteriocéfalos, áscaris, filárias, tri-
de perturbações cardiovasculares – taquicardia, palpitações e des- quinas e tricocéfalos – os maiores responsáveis por esse tipo de
compasso da pressão arterial; respiratórias – polipneia, respiração energia. Responsáveis o são, também, algumas doenças produzidas
superficial e modificações do ritmo respiratório; nervosas – esgota- por protozoários e bactérias.
mento do sistema nervoso central. A diferença entre os parasitas e os germes da infecção pren-
A síndrome de fadiga crônica na sua forma de estresse, “síndro- de-se ao fato de que os primeiros, embora espoliem o hospedeiro,
me de esgotamento psicossomático”, é motivada pela soma de per- tendem a poupá-lo; os segundos, todavia, são inteiramente perni-
turbações somáticas e psíquicas e provocada por diversos agentes ciosos.
agressivos ou opressores. As bactérias e protozoários, em geral, agridem violentamente
Tem por características: o doente, além de apresentarem uma sintomatologia mais grave
(1) perturbações cardiovasculares: taquicardia, palpitações e e mais gritante. Outra nota é que os parasitas inclinam-se a loca-
descompasso da pressão arterial; lizar-se, enquanto os agentes da infecção, haja vista sua migração
(2) perturbações respiratórias: polipneia, respiração superficial constante, lançam suas toxinas por todo o organismo.
e modificações do ritmo respiratório; Na perícia das doenças advindas de parasitoses, mais relevante
(3) perturbações nervosas: insônia, sono agitado, ansiedade, que a etiologia do mal é o estudo genérico do paciente, levando-se
dificuldade de concentração, alteração da atenção e da memória, em conta o depauperamento, a anemia e os demais sintomas dessa
abulia e depressão. forma de agressão.
As doenças parasitárias, apesar de esporadicamente, podem
Nas formas mais graves: alterações da conduta, manifestações ser objeto de análise médico-legal, principalmente quando vistas
obsessivas, desvio do curso da inteligência e agravamento do juízo sob o ângulo das doenças profissionais.
crítico. Tais sintomas são, quase sempre, consequências de intenso
trabalho intelectual. Sevícias
É importante fazer distinção entre o dano psíquico (caracteri- Em virtude das várias tipicidades de sevícias: mecânica, bioquí-
zado por uma deterioração das funções psíquicas, de forma súbita mica ou biodinâmica, mais próprio é vê-las no âmbito das energias
e inesperada, surgida após uma ação deliberada ou culposa de al- de ordem mista.
guém e que traz para a vítima um prejuízo material ou moral, em Raramente as sevícias mostram apenas uma forma de energia:
face da limitação de suas atividades habituais ou laborativas) e o lesões corporais (mecânica); choque (biodinâmica); inanição (bio-
transtorno mental (chamado ainda por alguns de doença mental, química). No entanto, mesmo isolando-se um tipo de ação, a vítima
ainda que tenha como elemento definidor a alteração das funções não deixa de apresentar grave comprometimento da emotividade,
psíquicas, sua origem é de causa natural). levada pelo terror, medo, revolta, ódio ou submissão.
A perícia deve ser conduzida no sentido de registrar todas essas A perícia deve seguir o itinerário das alterações físicas e psíqui-
alterações somáticas e psíquicas por meio do exame clínico minu- cas, avaliando não só determinadas lesões isoladas, mas, sobretu-
cioso e das provas laboratoriais pertinentes; de estabelecer o nexo do, suas repercussões na economia geral.
causal: considerar a possível existência de um dano anterior; e de A natureza jurídica das sevícias é de caráter exclusivamente do-
avaliar a possibilidade de uma simulação ou metassimulação. loso. Entre elas, destacam-se a síndrome da criança maltratada, a
A fadiga pode ser de caráter culposo, doloso ou acidental. Ge- síndrome do ancião maltratado e a tortura.
ralmente, o maior interesse reside nas questões de interesse tra-
balhista. Síndrome da criança maltratada
Ultimamente, vêm-se tornando cada vez mais frequentes a se-
Síndrome do Burn-out vícia e os maus-tratos a crianças, que vão desde a prisão e o isola-
Há também a chamada “síndrome do burn-out” ou “síndrome mento em ambientes insalubres até os espancamentos brutais se-
do esgotamento profissional” que surge no final da vida laborativa, guidos de morte. Esse conjunto de lesões e agressões é conhecido
principalmente das ocupações liberais, e se manifesta por depres- pela denominação de síndrome da criança maltratada, síndrome
são, apatia, esgotamento físico, retraimento, atitude negativa para de Silverman (“battered child syndrome”) ou síndrome de Caf ey-
si mesmo, cansaço emocional e falta de perspectiva que levam a -Kamp.
uma perda de motivação e tendência de sentimentos de inadequa- As formas mais comuns de maus-tratos são:
ção e fracasso. a) por omissão – carência física (falta de alimentação e de pro-
Caracteriza-se por três manifestações típicas: teção) e carência afetiva (falta de carinho);
(1) esgotamento emocional, b) por ação – maus-tratos físicos, abuso sexual e maus-tratos
(2) despersonalização; psíquicos.
(3) sensação de fim da realização pessoal.
Síndrome do ancião maltratado
Essa síndrome é mais observada em profissões relacionadas O ambiente familiar é o lugar de maior evidência desses maus-
com contato interpessoal mais ativo e frequente, como médicos, -tratos, pois grande parte das pessoas idosas vive ali. Mas não quer
psicanalistas, professores, enfermeiros, assistentes sociais, ou entre dizer que noutros lugares como hospitais, creches de velhos, asilos
aqueles que interagem de forma mais pessoal em suas atividades. e casas especiais de abrigo não se venham a verificar tais excessos.

Doenças parasitárias
É irrefutável a nocividade de certas doenças parasitárias, prin-
cipalmente no que atine à sua ação espoliativa e tóxica.
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Os maus-tratos mais comuns são por abuso e negligência, ou


seja, por ação, por omissão ou por cuidados inadequados. No en- TANATOLOGIA FORENSE: SINAIS DE MORTE; LESÕES VI-
tanto, didaticamente, classificamos os maus-tratos em anciãos em: TAIS E PÓS-MORTAIS; CRONOTANATOGNOSE E FENÔME-
maus-tratos físicos, maus-tratos psíquicos e maus-tratos econômi- NOS CADAVÉRICOS; TIPOS DE ASFIXIAS - ENFORCAMEN-
cos. TO, ESTRANGULAMENTO, ESGANADURA, SUFOCAÇÃO,
Os maus-tratos físicos são sempre caracterizados por feri- SOTERRAMENTO, AFOGAMENTO, CONFINAMENTO, GA-
mentos repetidos e pouco justificáveis, queimaduras, fraturas, es- SES INERTES E OUTRAS
coriações e equimoses. Os maus-tratos psíquicos pelas agressões
verbais, “dano do silêncio”, ameaças, reprovações, desprezo e isola-
mento. E os maus-tratos econômicos pela privação dos alimentos, A tanatologia vem do grego tanathos (morte) tem como raiz
supressão dos bens e pelo mau uso de suas disponibilidades. o Indo-europeu dhwen, “dissipar-se, extinguir-se” + logia (estudo),
Em regra, os sintomas e sinais apresentados são semelhantes MORTE: do latim “mors, mortis”, de “mori” (morrer) e cadáver: do
aos de uma doença crônica, cabendo estabelecer a diferença entre latim “caro data vermis” (carne dada aos vermes). Temos então
os maus-tratos e essas patologias. Um fato muito importante nesta Tanatologia a área da medicina legal que se ocupa da morte e os
avaliação é o do estado psíquico do paciente, principalmente no fenômenos a ela relacionados.
que se refere à aparência de terror e medo que eles possam apre- A conceituação da morte é extremamente dificultosa, assim
sentar. como, em algumas oportunidades, o diagnóstico da realidade de
Sobre o aspecto físico é muito importante verificar os locais das morte.
lesões, como, por exemplo, os pulsos e tornozelos, por onde esses Há 460 a .C., Hipócrates definia o quadro de morte: “Testa
pacientes muitas vezes são imobilizados ao leito. enrugada e árida, olhos cavos, nariz saliente cercado de coloração
escura, têmporas endurecidas, epiderme seca e lívida, pelos das
Tortura narinas e cílios encobertos por uma espécie de poeira, córneas de
A Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, que regulamenta o inciso um branco fosco, pálpebras semi-cerradas e fisionomia nitidamente
XLIII do artigo 5º da Constituição do Brasil de 1988, define tortura irreconhecível”. Durante muitos anos definiu-se morte como a
como o sofrimento físico ou mental causado a alguém com empre- cessação da circulação (morte circulatória) e da respiração (morte
go de violência ou grave ameaça, com o fim de obter informação, respiratória).
declaração ou confissão de vítima ou de terceira pessoa, outrossim, Até recentemente aceitava-se conceituar a morte como o
para provocar ação ou omissão de natureza criminosa ou então em cessar total e permanente das funções vitais. Atualmente, este
razão de discriminação racial ou religiosa. conceito foi ampliado a partir do conhecimento de que a morte não
Referida lei não especifica quem são seus autores, dando a en- é um puro e simples cessar das funções vitais, mas sim uma gama
tender assim que qualquer pessoa agindo daquela forma responde- de processos que se desencadeiam durante um período de tempo,
rá por tal delito. Todavia, há quem considere como autor do crime comprometendo diferentes órgãos.
de tortura apenas os agentes públicos investidos em suas funções e Atualmente prevalecem dois conceitos de morte: a morte
que se utilizam disso para obter informações, castigar, intimidar ou cerebral, indicada pela cessação da atividade elétrica do cérebro
fazer confessar algo. e a morte circulatória, indicada por parada cardíaca irreversível às
E por maus-tratos, procedimentos cruéis ou desumanos que manobras de ressuscitação e outras técnicas.
mesmo não tendo um propósito específico, manifestam o desejo A Organização Mundial de Saúde (OMS) define morte como:
de degradar, humilhar ou provocar sofrimentos à vítima. Tanto a Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o nascimento
tortura quanto os maus-tratos devem merecer a mesma investiga- sem possibilidade de ressuscitamento. Como a morte se apresenta
ção e a mesma punição. como um processo (dinâmico) e não como um evento (estático),
É um constrangimento enumerar os tipos de prática de tortura quando se coloca a questão: “Quando ocorreu a morte?” a resposta
existentes. É cabível, no entanto, afirmar que tais procedimentos é dada quando se consegue definir o momento em que o processo
não só têm como meta causar sofrimento físico mais insuportável de morte atingiu o seu ponto irreversível
possível ou a privação das necessidades mais imediatas, mas so-
bretudo causar humilhação. A intenção do torturador é sempre a Modalidades do Evento Morte:
mesma: usar os meios de tortura como “método” de interrogatório – Morte anatômica: É o cessamento total e permanente de
e facilitar a humilhação. todas as grandes funções do organismo entre si e com o meio
Os meios mais usados como maus-tratos aos detentos são: fí- ambiente.
sicos (violência efetiva), morais (intimidações, hostilidades, amea- – Morte histológica: Não sendo a morte um momento,
ças), sexuais (cumplicidade com a violência sexual) e omissivos (ne- compreende-se ser a morte histológica um processo decorrente
gligência de higiene, alimentação e condições ambientais). da anterior, em que os tecidos e as células dos órgãos e sistemas
morrem paulatinamente.
Referências Bibliográficas – Morte aparente: estados patológicos do organismo simulam
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina legal. 11ª ed. - Rio de a morte, podendo durar horas, sendo possível a recuperação pelo
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. emprego imediato e adequado de socorro médico. O adjetivo
“aparente” nos parece aqui adequadamente aplicado, pois o
indivíduo assemelha-se incrivelmente ao morto, mas está vivo, por
débil persistência da circulação. O estado de morte aparente poderá

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durar horas. É possível a recuperação de indivíduo em estado de De modo geral, admite-se em nosso meio o abaixamento da
morte aparente pelo emprego de socorro médico imediato e temperatura em 0,5°C nas três primeiras horas, depois 1°C por
adequado. hora, e que o equilíbrio térmico com o meio ambiente se faz em
– Morte relativa: estado em que ocorre parada efetiva e torno de 20 horas nas crianças, e de 24 à 26 horas nos adultos.
duradoura das funções circulatórias, respiratórias e nervosas, Os livores, alterações de coloração, variam da palidez a manchas
associada à cianose e palidez marmórea, porém acontecendo a vinhosas. São observados nas regiões de declive, devido ao acúmulo
reanimação com manobras terapêuticas. (deposição) sanguíneo por atração gravitacional. Aparecem ½ hora
– Morte intermédia: É admitida apenas por alguns autores. após a parada cardíaca, podendo mudar de posição quando ocorrer
é a que precede a absoluta e sucede a relativa, como verdadeiro mudança na posição do corpo. Após 12 horas não mudam mais de
estágio inicial da morte definitiva. Experiências fora do corpo são posição, fenômeno denominado de fixação.
relatadas neste tipo de morte. A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma
hora após a parada cardíaca, progredindo para o pescoço, tronco
– Morte absoluta ou morte real: estado que se caracteriza e extremidades, ou seja, de cima para baixo (da cabeça para os
pelo desaparecimento definitivo de toda atividade biológica do pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal observação é
organismo, podendo-se dizer que parece uma decomposição. Fim denominada Lei de Nysten. O tempo de evolução é variável.
da vida e início da decomposição.
Fenômenos Transformativos
— Tanotognose Microscopicamente, horas após a parada cardíaca, ocorre
É a parte da Tanatologia Forense que estuda o diagnóstico da um processo de auto-destruição celular denominado autólise,
realidade da morte. Esse diagnóstico será tanto mais difícil quanto caracterizada por auto-digestão determinada por enzimas presentes
mais próximo ao momento da morte. Acontece antes do surgimento nos lisossomos, uma das organelas citoplasmáticas.
dos fenômenos transformativos do cadáver. Então, o perito Macroscopicamente, o primeiro sinal de putrefação é o
observará dois tipos de fenômenos cadavéricos: os abióticos, avitais aparecimento da mancha verde abdominal na região inguinal
ou vitais negativos, imediatos e consecutivos, os transformativos, direita (porção direita, inferior do abdome). Tal mancha é originada
destrutivos ou conservadores. pela produção bacteriana de hidreto de enxofre que, por sua vez,
determina a formação de sulfohemoglobina, ou seja, na morte o
Fenômenos abióticos imediatos ou avitais ou vitais negativos: enxofre “ocupa” o lugar do oxigênio ou do dióxido de carbono na
Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos órgãos hemoglobina.
e estruturas, como o pulmão e o encéfalo, surgem os sinais A mancha aparece de 16 a 24 horas após a parada cardíaca,
abióticos imediatos ou precoces. Tais sinais são considerados de progride para as outras regiões abdominais e depois para o corpo
probabilidade, ou seja, indicam a possibilidade de morte e são todo, caracterizando a fase cromática da putrefação. Nos afogados
denominados por alguns autores como período de morte aparente, a mancha verde pode aparecer no tórax.
por outros são chamados de morte intermediária. Os fenômenos transformativos compreendem os destrutivos
1 – Perda da consciência; (autólise, putrefação e maceração) e os conservadores
2 – Abolição do tônus muscular com imobilidade; (mumificação e saponificação). Resultam de alterações somáticas
3 – Perda da sensibilidade; tardias tão intensas que a vida se torna absolutamente impossível.
4 – Relaxamento dos esfíncteres; São, portanto, sinais de certeza da realidade de morte.
5 – Cessação da respiração;
6 – Cessação dos batimentos cardíacos; Fenômenos destrutivos
7 – Ausência de pulso;
8 – Fácies hipocráticas; • Autólise
9 – Pálpebras parcialmente cerradas. Após a morte cessam com a circulação as trocas nutritivas
intracelulares, determinando lise dos tecidos seguida de acidificação,
Fenômenos consecutivos por aumento da concentração iônica de hidrogênio e conseqüente
Algum tempo depois aparecem os sinais abióticos mediatos, diminuição do pH. A vida só é possível em meio neutro; assim, por
tardios ou consecutivos, indicativos de certeza da morte. Tais sinais diminuta que seja a acidez, será a vida impossível, iniciando-se os
constituem uma tríade – livor, rigor e algor –, ou seja, alterações de fenômenos intra e extracelulares de decomposição.
coloração, rigidez e de temperatura, indicativos de certeza da morte
(morte real). • Putrefação
1 – Resfriamento paulatino do corpo; É uma forma de transformação cadavérica destrutiva, que
2 – Rigidez cadavérica; se inicia, logo após a autólise, pela ação de micróbios aeróbios,
3 – Espasmo cadavérico; anaeróbios e facultativos em geral, sobre o ceco, porção inicial
4 – Manchas de hipóstase e livores cadavéricos; do grosso intestino muito próximo a parede abdominal; o sinal
5 – Dessecamento: decréscimo de peso, pergarninhamento da mais precoce da putrefação é a mancha verde abdominal, a qual,
pele e das mucosas dos lábios; modificações dos globos oculares; posteriormente, se difunde por todo o tronco, cabeça e membros, a
mancha da esclerótica; turvação da córnea transparente; perda da tonalidade verde-enegrecida conferindo ao morto aspecto bastante
tensão do globo ocular; formação da tela viscosa. escuro. Os fetos e os recém-nascidos constituem exceção;neles a
putrefação invade o cadáver por todas as cavidades naturais do
corpo, especialmente pelas vias respiratórias.

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Na dependência de fatores intrínsecos e de fatores, a marcha sobre os outros, os ligamentos intervertebrais relaxam e a coluna
da putrefação, se faz em quatro períodos: vertebral torna-se mais flexível e, no feto morto, a coluna adquire
1º – Período de coloração: Tonalidade verde-enegrecida dos acentuada cifose, pela pressão uterina.
tegumentos, originada pela combinação do hidrogênio sulfurado
nascente com a hemoglobina, formando a sulfometemoglobina, Fenômenos conservadores
surge, em nosso meio, entre 18 e 24 horas após a morte, durando,
em média, 7 dias. • Mumificação
2° – Período gasoso: Os gases internos da putrefação É a dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Há de ser
migram para a periferia provocando o aparecimento na superfície rápida e acentuada a desidratação.
corporal de flictenas contendo líquido leucocitário hemoglobínico. A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto, em regiões
Confere ao cadáver a postura de boxeador e aspecto gigantesco, de clima quente e seco e de arejamento intensivo suficiente para
especialmente na face, no tronco, no pênis e bolsas escrotais. A impedir ação microbiana, provocadora dos fenômenos putrefatívos.
compressão do útero grávido produz o parto de putrefação. As Assim podem ser encontradas múmias naturais, sem caixão. A
órbitas esvaziam-se, a língua exterioriza-se, o pericrânio fica nu. mumificação por processo artificial foi praticada historicamente
O ânus se entreabre evertendo a mucosa retal. A força viva dos pelos egípcios e pelos incas, por embalsamamento, após intensa
gases de putrefação inflando intensamente o cadáver pode fender dessecação corporal.
a parede abdominal com estalo. O odor característico da putrefação As múmias têm aspecto característico: peso corporal reduzido
se deve ao aparecimento do gás sulfídrico. Esse período dura em em até 70%, pele de tonalidade cinzenta-escura, coriácea, ressoando
média duas semanas. à percussão, rosto com vagos traços fisionômicos e unhas e dentes
conservados.
3° – Período coliquativo: A coliquação é a dissolução pútrida
das partes moles do cadáver pela ação conjunta das bactérias e da • Saponificação
fauna necrófaga. O odor é fétido e o corpo perde gradativamente É um processo transformativo de conservação em que o
a sua forma. Pode durar um ou vários meses, terminando pela cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o sabão ou cera
esqueletização. (adipocera), às vezes quebradiça, e tonalidade amarelo-escura,
4º – Período de esqueletização: A ação do meio ambiente exalando odor de queijo rançoso; as condições exigidas para o
e da fauna cadavérica destrói os resíduos tissulares, inclusive surgimento da saponificação cadavérica são: solo argiloso e úmido,
os ligamentos articulares, expondo os ossos e deixando-os que permite a embebição e dificulta, sobremaneira, a aeração, e
completamente livres de seus próprios ligamentos, os cabelos e um estágio regularmente avançado de putrefação.
os dentes resistem muito tempo à destruição. Os ossos também A saponificação atinge comumente segmentos limitados
resistem anos a fio, porém terminam por perder progressivamente do cadáver; pode, entretanto, raramente, comprometê-lo em
a sua estrutura habitual, tornando-se mais leves e frágeis. sua totalidade. Tal processo, embora factível de individualidade,
habitualmente se manifesta em cadáveres inumados coletivamente
• Maceração em valas comuns de grandes dimensões.
Ocorre quando os restos mortais ficam imersos em meio
líquido, sendo caracterizada por putrefação atípica, enrugamento • Outros tipos
tecidual e exsanguinação (saída do sangue pela pele desnuda). São conhecidos outros fenômenos conservativos como:
São conhecidas duas formas: – Refrigeração: em ambientes muito frios.
– Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos que – Corificação: desidratação tegumentar com aspecto de couro
permanecem, após a morte, em lagos, rios e mares. submetido a tratamento industrial.
– Asséptica: observada na morte e permanência do feto intra- – Fossilização: fenômeno conservativo de longa duração.
útero. – Petrificação: substituição progressiva das estruturas biológicas
por minerais, dando um aspecto de pedra com manutenção da
É um fenômeno de transformação destrutiva em que a pele morfologia dos restos mortais.
do cadáver, que se encontra em meio contaminado, se torna
enrugada e amolecida e facilmente destacável em grandes retalhos, — Tipos de Morte
com diminuição de consistência inicial, achatamento do ventre Quanto ao modo, as mortes são classificadas em naturais,
e liberação dos ossos de suas partes de sustentação, dando a violentas ou suspeitas. Alguns autores incluem outros tipos, como a
impressão de estarem soltos; ocorre quando o cadáver ficou imerso morte reflexa (“congestão”), determinada por mecanismo inibitório,
em líquido, como os afogados, feto retido no útero materno. como nos casos de afogados brancos, estudados em Asfixiologia. As
Compreende três graus: no primeiro grau, a maceração está mortes violentas são divididas em acidentais, homicidas e suicidas.
representada pelo surgimento lento, nos três primeiros dias, de Quanto ao tempo, as mortes são classificadas em:
flictenas contendo serosidade sanguinolenta. No segundo grau, a – Súbita: aquela que não é precedida de nenhum quadro, que
ruptura das flictenas confere ao líquido amniótico cor vermelho- é inesperada.
pardacenta, e a separação da pele de quase toda a superfície – Agônica: aquela precedida de período de sobre-vida. Neste
corporal, a partir do oitavo dia, dá ao feto aspecto sanguinolento. No item cabe lembrar das situações de sobrevivência, em que o
terceiro grau, destaca-se o couro cabeludo, à maneira de escalpo, indivíduo realiza atos conscientes e elaborados no período de
do submerso ou do feto retido intrauterinamente, e, em torno do sobre-vida; Por exemplo, após ter sido atingido mortalmente com
15° dia post mortem, os ossos da abóbada craniana cavalgam uns um tiro no coração, o indivíduo tem tempo para reagir e ferir ou

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matar o desafeto; ou então o suicida que, após ter dado um tiro na Rigidez cadavérica
cabeça, escreve bilhete de despedida (situações não usuais, mas Pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo Nysten-
possíveis). Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca
e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2
O diagnóstico diferencial entre as formas “súbita” e “agônica” a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6 horas; nos membros
é possível com provas especiais, denominadas docimásticas, que inferiores, 6 a 8 horas post mortem. A rigidez cadavérica desaparece
estudam as células, tecidos e substâncias presentes no organismo, progressivamente seguindo a mesma ordem de seu aparecimento,
como glicogênio e adrenalina. cedendo lugar à flacidez muscular, após 36 a 48 horas de
Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá fornecer permanência do óbito.
“Declaração de Óbito”, documento que contém o Atestado de Óbito
e que originará a Certidão de Óbito. Livores
Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica (doença Podem surgir 30 minutos após a morte, mas surgem
ou evento que deu início à cadeia de eventos que culminou com a habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se definitivamente no
morte), há necessidade de autópsia pelos Serviços de Verificação de período de 8 a 12 horas após a morte.
Óbitos e, nas mortes violentas, as autópsias devem ser realizadas
pelos Institutos Médico-Legais. Mancha verde abdominal
Influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge entre
• Morte natural 18 a 24 horas, estendendo-se progressivainente por todo o corpo
É aquela que sobrevém por causas patológicas ou doenças, do 3.° ao 5.° dia após a morte
como malformação na vida uterina.
Gases de putrefação
• Morte suspeita O gás sulfidrico, surge entre 9 a 12 horas após o óbito. Da
É aquela que ocorre em pessoas de aparente boa saúde, de mesma forma que a mancha verde abdominal, significa putrefação.
forma inesperada, sem causa evidente e com sinais de violência
definidos ou indefinidos, deixando dúvida quanto à natureza Decréscimo de peso
jurídica, daí a necessidade da perícia e investigação. Tem valor relativo por sofrer importantes variações
determinadas pelo próprio corpo ou pelo meio ambiente. Aceita-
• Morte súbita se, no entanto, nos recém-natos e nas crianças uma perda em geral
É aquela que acontece de forma inesperada e imprevista, em de 8g/kg de peso nas primeiras 24 horas após o falecimento.
segundos ou minutos.
• Morte agônica Crioscopia do sangue
É aquela em que a extinção desarmônica das funções vitais O ponto crioscópico ou ponto de congelação do sangue é
ocorre em tempo longo e neste caso, os livores hipostáticos de -0,55°C a -0,57°C. A crioscopia tem valor para afirmar a causa
formam-se mais lentamente. jurídica da morte na asfixia-submersão e indicar a natureza do meio
líquido em que ela ocorreu.
• Morte reflexa Cristais do sangue putrefato
É aquela em que se faz presente a tensão emocional, ou seja, São os chamados cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde,
uma irritação nervosa (excitação) de origem externa, exercida em lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e agrupadas,
certas regiões, provoca, por via reflexa, a parada definitiva das incolores, que adquirem coloração azul pelo ferrocianeto de
funções circulatórias e respiratórias. potássio, e castanha, pelo iodo, passíveis de ser encontradas a
partir do 3.° dia no sangue putrefato.
— Cronotanatognose
É a parte da Tanatologia que estuda a data aproximada da Fauna cadavérica
morte. Com efeito, os fenômenos cadavéricos, não obedecendo O seu estudo em relação ao cadáver exposto ao ar livre tem
ao rigorismo em sua marcha evolutiva, que difere conforme os relativo valor conclusivo na determinação da tanatocronognose,
diferentes corpos e com a causa mortis e influência de fatores embora os obreiros ou legionários da morte surjam, com certa
extrínsecos, como as condições do terreno e da temperatura seqüência e regularidade, nas diferentes fases putrefativas
e humidade ambiental, possibilitam estabelecer o diagnóstico adiantadas do cadáver, as turmas precedentes preparando terreno
da data da morte tão exatamente quanto possível, porém não para as legiões sucessoras, representadas por um grupo de oito.
com certeza absoluta. O seu estudo importa no que diz respeito São elas:
à responsabilidade criminal e aos processos civis ligados à 1ª Legião: aparece entre o 8.º e o 15.º dia;
sobrevivência e de interesse sucessório. A cronotanatognose 2ª Legião: surge com o odor cadavérico, cerca de 15 à 20 dias;
baseia-se num conjunto de fenômenos, a saber: 3ª Legião: aparece 3 a 6 meses após a morte;
4ª Legião: encontrada 10 meses após o óbito;
Resfriamento do cadáver 5ª Legião: é encontrada nos cadáveres dos que morreram há
Em nosso meio é de 0,5°e nas três primeiras horas; a mais de 10 meses;
seguir, o decréscimo de temperatura é de 1°e por hora, até o 6ª Legião: desseca todos os humores que ainda restam no
restabelecimento do equilíbrio térmico com o meio ambiente. cadáver, 10 à 12 meses;
7ª Legião: aparece entre 1 e 2 anos e destrói os ligamentos e
tendões deixando os ossos livres.
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8ª Legião: consome, cerca de 3 anos após a morte, todos os Todos os dias, os serviços médico-legais são confrontados com
resquícios orgânicos porventura deixados pelas precedentes.1 a “morte súbita de causa indeterminada” na sequência de mortes
de indivíduos com antecedentes patológicos relevantes, de doenças
Premoriência crónicas com agudizações potencialmente letais, de doenças
Há situações que podem ser identificadas como a perda do neoplásicas em fases terminais, de doenças infecto-contagiosas em
direito sucessório, um delas é a chamada premoriência, ou seja, fase terminal, no decurso de internamentos hospitalares de dias ou
a morte do herdeiro antes do falecimento do autor da herança, semanas por doença de causa natural.
exemplo, morrendo o filho antes do pai, não há que se falar em Este tipo de prática, leva a que os serviços médico-legais
direito sucessório, pois o pré-morto está excluído da sucessão. acabem por ser confrontados por uma percentagem de “morte
Segundo Maria Berenice, na sucessão legítima, somente os súbita de causa indeterminada” que ronda os 40% do total das
descendentes do herdeiro pré-morto é que herdam, mas por direito autópsias realizadas, o que como é óbvio não deveria acontecer.
de representação do pré-morto. É evidente que a maior parte desta percentagem não
Na sucessão testamentária, o falecimento do beneficiado antes do corresponde efetivamente à verdadeira situação médico-legal de
testador não gera direito de representação, o legado caduca. Havendo morte súbita, talvez nem 5% deste total corresponda a casos com
outros herdeiros instituídos com relação ao mesmo bem, a morte de um verdadeiro interesse médico-legal.
transfere o seu quinhão aos demais, ocorrendo o direito de acrescer. Se
não houver a nomeação de substitutos, o quinhão retorna a legítima. Questões médico-legais a responder pela autópsia em casos de
Por fim, a premoriência é o evento determinante da época da morte súbita:
morte de uma pessoa, que é anterior a o autor da herança. – Causa da morte;
– Morte natural ou violenta;
Comoriência – Se morte violenta:
Quando acontece o falecimento, no mesmo evento de dois – Suicídio;
ou mais parentes ou de pessoas vinculadas por liame sucessório, – Homicídio;
a falta de precisão sobre o momento da morte de cada um pode – Acidente.
trazer sérias complicações e dificultar a transmissão da herança aos
herdeiros. Principais causas de morte súbita por aparelhos e sistemas
A comoriência é a presunção de morte simultânea entre duas no adulto
ou mais pessoas.
De acordo com Maria Berenice, não havendo a possibilidade • Morte súbita com origem no sistema cardiovascular
de saber quem é o herdeiro de quem, a lei presume que a morte É a causa de morte súbita mais frequente no mundo ocidental.
ocorreu simultaneamente, desaparecendo o vínculo sucessório Em cerca de 25% dos casos, a morte súbita é a primeira manifestação
entre ambos, assim, um não herda do outro e os bens de cada um de doença cardiovascular.
passam aos seus respectivos herdeiros. Normalmente durante a autópsia dispensa-se uma atenção
Conforme Maria Berenice cita Carvalho dos Santos, sustentado especial ao coração e ao estudo das artérias coronárias. Muitas
que, ocorrendo o falecimentos mesmo de lugares diversos, se existir destas mortes revelam doença coronária de pelo menos dois vasos.
mútuo direito sucessório entre os mortos, não havendo meios de se Nem sempre o diagnóstico macroscópico de enfarte agudo de
verificar quem faleceu primeiro, é possível por analogia reconhecer miocárdio é fácil (menos de 25% para alguns autores) e até o exame
a comoriência.2 histológico pode não dar grandes informações.
— Morte Súbita Dado que o tempo decorrido entre o início dos sintomas
É a morte inesperada que acontece em pessoa considerada e a morte por vezes é muito curto, não permite um conjunto de
saudável ou tida como tal, e pela forma como ocorre levanta alterações a nível celular que possibilite um diagnóstico histológico.
suspeita de poder tratar-se de uma morte violenta. Algumas das alterações do ritmo cardíaco podem ser
Na maioria dos casos, no fim da autópsia chega-se à conclusão potencialmente mortais muito rapidamente se não forem
que estas mortes súbitas são mortes de causa natural, por prontamente revertidas (Ex. fibrilação ventricular). Nestes casos
processos patológicos mais ou menos insidiosos que nunca levaram os achados de autópsia são muito escassos, inespecíficos e há uma
a vítima ao médico ou a referenciar queixas objetivas ou subjetivas dificuldade no diagnóstico.
a familiares e amigos. Estes, colhidos pelo inesperado da situação, e Principais causas de morte no adulto:
perante a perda de um ente querido, colocam por vezes a hipótese – Doença coronária/enfarte;
de se tratar de uma morte violenta e daí que muitas destas mortes – Cardiomiopatias;
acabam por serem submetidas a autópsia médico-legal. – Miocardites;
Infelizmente, muitos médicos, alguns por desconhecimento – Aneurisma dissecante da aorta;
do conceito médico-legal de morte súbita, outros por um medo – Arritmias.
atávico inexplicável de atribuir a causa de morte mais provável
face aos elementos clínicos e circunstânciais disponíveis, acabam Principais causas de morte súbita com origem no sistema
por escrever no certificado de óbito “morte súbita de causa nervoso central :
indeterminada”. – Acidentes vasculares;
– Meningites;
1 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogspot.com.br – Estado de mal epiléptico.
2 Por Ricardo K. Foitzik

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Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema a fornecer o atestado de óbito, pois se “suspeita” de alguma coisa
respiratório: tem a obrigação de pessoalmente avisar a autoridade policial do
– Tromboembolia pulmonar; quê suspeita.
– Estado de mal asmático; – No mesmo caso, situam-se pacientes de consultório e am-
– Hemoptise; bulatório hospitalar ou posto de saúde. Ninguém melhor do que
– Aspiração de corpo estranho; o médico assistente para formular as hipóteses de “causa mortis”.
– Pneumotórax espontâneo. Não é porque o paciente não se encontra hospitalizado que o médi-
co poderá classificar a morte como de causa suspeita.
Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema Suspeita de quê ?
digestivo: – O paciente chega a um Pronto-Socorro em tempo de serem
– Hematemeses (ruptura de varizes esofágicas, úlceras); verificadas as queixas e de se fazer um diagnóstico clínico ou atra-
– Pancreatite aguda necro-hemorrágica; vés de exames complementares, um infarto agudo do miocárdio,
– Peritonite; por exemplo. O médico assistente é o único profissional que poderá
– Enfarte intestinal. atestar a veracidade dos fatos e é quem deverá fornecer o atestado
de óbito, mesmo que o paciente tenha poucos minutos ou horas
Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema de hospital. Um infarto do miocárdio recente tem grande proba-
endócrino bilidade de não ser macroscopicamente observado e ter um fácil
– Diabetes - bioquímica do humor vítreo ( glicose > 200 mg/dl); diagnóstico clínico (gráfico mais laboratorial).4
– Insuficiência suprarrenal aguda (Sindrome de Waterhouse-
Friederichesen)3. Diagnose Diferencial Das Lesões “Ante” E “Post Mortem”
O legisperito esclarecerá à Justiça se as lesões encontradas
— Morte Suspeita foram causadas:
As mortes de causa suspeita compreendem parte da morte vio- A – Bem antes da morte;
lenta, até que se prove em contrário, trazendo para a sua compre- B – Imediatamente antes da morte;
ensão a dúvida quanto ao nexo causal. Para que exista a suspeição C – Logo após a morte;
deve haver uma pergunta: suspeita de quê? Ou seja, para que haja D – Certo tempo após a morte.
a suspeição, há que existir o interesse ativo de quem suspeita, vin-
culado a uma justificativa. É o caso do familiar ou de terceiros que – Lesões Intra-Vitam: São lesões que ocorrem no corpo
conhecem desvios do contexto social e comportamental do faleci- humano durante a vida, com características específicas como:
do, ou mesmo suspeitam de peculiaridades durante um tratamento infiltração da malha tecidual, coagulação, presença abundante de
médico e até de ação de terceiros. Em qualquer destes casos, o ci- leucócitos e etc.
dadão que protagoniza a suspeição tem a obrigação de comunicar – Lesões Post-Mortem: São lesões que ocorrem após a morte,
a uma autoridade policial ou ao Ministério Público, que solicitarão, não possuem reação vital.
pelos procedimentos habituais, a perícia médico-legal.
A morte de causa suspeita é bem diferente da morte por causa As lesões adquiridas quando a pessoa estava viva (in vitam)
desconhecida, mesmo que súbita. Esta é um tipo de morte natural devem ser diferenciadas daquelas que adquiridas depois da morte
que não compõe o rol de possibilidades com natureza jurídica para (post mortem), principalmente para estimar a causa da morte.
classificação como morte suspeita. A “causa mortis” para ser conhe- A reação vital será o elemento diferencial entre as lesões
cida, merecerá avaliação necroscópica clínica e anátomo-patológica intra vitam e post mortem e consiste em um conjunto de sinais
para a sua verificação e conclusão, porém nunca uma perícia médi- macroscópicos, microscópicos e químicos tissulares (histoquímicos,
co-legal. A perícia oficial é desnecessária e somente será solicitada enzimáticos e bioquímicos) e que ocorrem somente quando as
pela autoridade policial, nestes casos, por intuição ocasional, por lesões forma provocadas com a vítima estando viva e não após a
desconhecimento de causa em sua função ou por falta de mecanis- sua morte (Vanrell, 2007).
mo administrativo institucional municipal de Serviço de Verificação Utilizando-se como referência Vanrell (2007), resumi-se a
de Óbitos. seguir os sinais característicos de lesões ante mortem:
É importante que todo médico entenda que quando enganado
em sua boa fé, tendo ele exarado a Declaração de Óbito e, após, Sinais macroscópicos
surgir a descoberta de alguma causa violenta, ele, médico, não terá 1 – Hemorragia: A hemorragia interna proveniente de lesão
culpa por ter sido enganado. Até dentro de hospitais isto pode acon- produzida no vivo aloja-se no interior do corpo sob forma de
tecer, conforme casos recentemente estampados em noticiário. grandes coleções hemáticas. No morto, a coleção hemática interna
O médico, quando responsável pelo paciente que falece, não é sempre de reduzidíssima dimensão ou inexistente, e o sangue
deverá gratuitamente alegar suspeição distância, ou criar suspeita acaba não coagulando.
sem fundamentação. 2 – Retração dos tecidos: Os ferimentos incisos e os
Exemplos contumazes podem ser citados: cortocontundentes mostram as margens afastadas, devido à
– Médico assiste há muitos meses paciente com doença crô- retração dos tecidos, o que não ocorre nos feitos no cadáver, pois
nica ou incurável, como neoplasias, vindo o doente a óbito longe neste os músculos perdem a contratilidade.
das vistas do médico, geralmente no domicílio. O médico assistente, 3 – Escoriações: A presença de crosta recobrindo as escoriações
conhecedor de todo o histórico do paciente, não poderá se furtar significa lesão intra vitam. Dessarte, pergaminhamento da pele
escoriada é sinal seguro de lesão pos mortem.
3 Fonte: www.medicina.med.up.pt 4 Fonte: www.portalmedico.org.br
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4 – Equimoses: Sobrevém de repente no vivo após o Provas bioquímicas


traumatismo, e se apagam lenta e paulatinamente. No cadáver não Análise quantitativa da presença de histamina ou serotonina
ocorrem essas contínuas variações de tonalidades cromáticas. presentes em traumas teciduais, no entanto, só são reconhecíveis
5 – Reações inflamatórias: Manifestadas pelos quatro sintomas se realizadas até uma hora antes da morte e estão presentes no
cardinais – dor, tumor, rubor e calor. Desse modo, é a inflamação importante corpo até 5 dias após a morte.6
elemento afirmativo de que a lesão foi produzida bem antes da morte.
6 – Embolias: São acidentes cujas principais manifestações CRONOTANATOLOGIA
dependem do órgão em que ocorrem. Chama-se embolia à
obliteração súbita de um vaso, especialmente uma artéria, por Chama-se tanatocronodiagnose, cronotanatognose ou diag-
coágulo ou por um corpo estranho líquido, sólido ou gasoso, nóstico cronológico da morte o espaço de tempo verificado em di-
chamado êmbolo. versas fases do cadáver e o momento em que se verificou o óbito.
7 – Consolidação das fraturas: O tempo de consolidação de Quanto maior é esse espaço, mais dificultosa será a perícia.
uma fratura varia conforme o osso. Amiúde demanda 1 ou 2 meses. Assim, a cronotanatologia estuda a data aproximada da morte,
8 – Eritema: simples e fugaz afluxo de sangue na pele, e as tendo como parâmetro fenômenos abióticos e bióticos. Tais fenô-
flictenas contendo líquido límpido ou citrino, leucócitos, cloreto de menos sofrem influência dos intemperes (chuva, calor, frio, umi-
sódio e albuminas (sinal de Chambert), e o retículo vasculocutâneo dade, etc.), fauna cadavérica e condições específicas inerentes à
afirmam queimaduras intra vitam. No cadáver não se forma nenhum morte.
desses sinais vitais. E as bolhas porventura existentes assestam-se Será necessário juntar todos os fenômenos de modo a estudá-
em áreas edemaciadas contendo gás e, às vezes, líquido desprovido -los quase como uma síndrome, “a síndrome da morte”, cuja análise
de albuminas e de glóbulos brancos. levaria a um valor aproximado.
9 – O cogumelo de espuma traduz fenômeno vital, pois só se A importância desse estudo está não apenas nas soluções de
forma nos afogados que reagiram à proximidade da morte cedo questões civis ligadas à premoriência7, no interesse na sucessão,
foram retirados do meio líquido. mas também em determinar-se a responsabilidade criminal.
10 – A diluição do sangue e a presença de líquido nos pulmões A estimativa do tempo de morte é estudada no conjunto dos
e no estômago, nos asfixiados por submersão, de substâncias fenômenos descritos a seguir:
sólidas no interior da traquéia e dos brônquios, no soterramento,
de fuligem nas vias respiratórias e monóxido de carbono no sangue Esfriamento do cadáver
dos que respiraram no foco de incêndio, de aeração pulmonar e Na análise desse fenômeno, não devem ser esquecidas as va-
conteúdo lácteo no tubo digestivo de recém-nascido são sinais riadas condições do cadáver e do meio ambiente. Mesmo assim,
certos de reação vital.5 ele é o mais importante na determinação do tempo aproximado de
morte nas primeiras horas após o falecimento.
Provas microscópicas Depois da morte, a tendência da temperatura do corpo é apro-
– Prova de Verderau: Determinação de leucócitos/hemácias no ximar-se da temperatura do ambiente, porém esta marcha depen-
foco da lesão e em qualquer uma outra parte do corpo afastada derá de diversos fatores, entre os quais a idade, a causa mortis, a
dele. compleição física de cada indivíduo, etc.
– Prova histológica: Verificação microscópica da presença de Em nosso meio (clima temperado – 20 a 30°C), as observações
um infiltrado ou exsudato leucocitário em volta de lesão. registram que, em cada uma das três primeiras horas, a queda da
temperatura do corpo é em torno de 0,5°C e, da quarta hora em
Avaliação histopatológica: diante, o decréscimo é em redor de 1,0°C até equilibrar-se com a
4-8 horas: infiltração de leucócitos neutrófilos temperatura do meio ambiente. Isto até cerca de 12 h após a morte.
polimorfonucleares. Estes índices coincidem com os estudos de Marshall-Hoare, confor-
12 horas: presença de monócitos. me demonstrado abaixo.
48 horas: máximo de exsudação (em traumatismos assépticos).
30 dia: crescimento epitelial, proliferação de fibroblastos e
neoformação vascular (capilares de neoformação).
40 a 50 dia: aparecimento de fibras colágenas.
70 dia: tecido fibroso cicatricial (nas lesões de pequena
extensão).

Prova histoquímicas enzimáticas


Aumento de algumas enzimas como a fosfatase alcalina,
fosfatase ácida, aminopeptidade, esterase e ATP-ase podem auxiliar
na estimativa da idade em horas da lesão, variando de 1 a 8 horas. 6 Fonte: www.portaleducacao.com.br
7 Se duas ou mais pessoas morrem na mesma ocasião, não se
podendo provar quem faleceu primeiro, presume-se, pela legislação
civil brasileira, que elas tiveram mortes simultâneas. A isso chama-se
comoriência. Todavia, havendo condições de provar que uma delas
faleceu momentos antes, dá-se o nome de premoriência, pode haver,
por exemplo, sensíveis modificações na ordem da sucessão, variando
5 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogspot.com.br de acordo com a cronologia dessas mortes.
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Curva cadavérica do resfriamento (Marshall-Hoare) Gases da putrefação


Brouardel, perfurando o abdome dos cadáveres com trocarte e
aproximando a chama de uma vela, observou:
• No 1º dia: gases não inflamáveis;
• Do 2º ao 4] dia: gases inflamáveis;
• Do 5º dia em diante: gases não inflamáveis.

Justificou que no 1º dia estão em atividade as bactérias aeró-


bias produtoras de gás carbônico. Do 2º ao 4º dia, surgem, além
das bactérias aeróbias, as facultativas, de cuja ação se formam o
hidrogênio e os hidrocarbonetos, de capacidade inflamável.
Finalmente, do 5º dia em diante, se produzem o azoto, o hidro-
gênio e amônias compostas não inflamáveis.

Perda de peso
A perda de peso no cadáver sofre múltiplas variações, quer
por influência do próprio corpo, quer pelas modificações do meio
ambiente. Por isso, este fenômeno apresenta-se com valor muito
relativo.
Todavia, na prática, tem-se verificado um erro até de 2 h, E ainda mais, seria necessário saber previamente, e com preci-
variando inclusive se o cadáver está vestido ou não, se está são, o peso real do indivíduo no momento exato da morte.
submerso em águas paradas ou correntes, ou se está exposto em
ambiente refrigerado. Mancha verde abdominal
Pode-se dizer que, nas primeiras 24 h post mortem, a combi- A mancha verde abdominal quase sempre se localiza na fos-
nação do estudo da concentração do potássio no humor vítreo e a sa ilíaca direita, sendo atribuída à sulfoxi-hemoglobina. Justifica-se
oscilação da temperatura retal são os elementos mais importantes esta região devido ao ceco ser o segmento intestinal de maior pro-
na estimativa do tempo de morte. porção, mais distendido e mais próximo à parede abdominal e, ain-
da, pela maior concentração gasosa nesta parte do intestino.
Livores de hipóstase Em média surge entre 24 e 36 h depois da morte, sendo muito
Na morte, o sangue, pela gravidade, vai-se depositar nas partes mais precoce nas regiões de clima quente. Já se observou seu apa-
de declive, e daí surgem as manchas de hipóstase ou livores cadavé- recimento até 18 h depois do óbito.
ricos. O surgimento deste fenômeno varia, no entanto, com certas Essa mancha verde se estende a todo o corpo depois do 3º
condições, como na desnutrição, nas anemias agudas, entre outras, ao 5º dia e sua tonalidade se acentua cada vez mais, dando uma
não havendo, assim, uma cronologia exata. coloração verde-enegrecida ao corpo, com presença de vesículas
Em geral, essas manchas surgem em média 2 a 3 h depois da contendo líquido hemoglobínico, e, pelo destacamento de amplos
morte, fixando-se definitivamente em torno das 12 h post mortem. retalhos de epiderme, surgem os desenhos vasculares em forma ar-
Nesse espaço de tempo, com a mudança de decúbito, esses livores borescente, conhecidos como “circulação póstuma de Brouardel”.
podem mudar de posição.
Relatos de experiência observam que o aparecimento dos livo- Cristais no sangue putrefeito
res de hipóstase é mais precoce, surgindo não raro na primeira hora São conhecidas por cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde as
depois da morte, em forma de pequenas manchas na face posterior formações que surgem depois do 3º dia de morte no sangue putre-
do pescoço, e sua fixação total em torno das 8 h. feito, em forma de lâminas cristaloides, fragmentadas, agrupadas,
cruzadas e incolores, adotando, no entanto, a tonalidade castanha
Rigidez cadavérica pelo iodo e azulada pelo ferrocianeto de potássio.
A rigidez cadavérica é um fenômeno cujo aparecimento pode
ser tardio ou extremamente precoce. Em geral surge na mandíbula Crioscopia do sangue
e nuca da 1ª a 2ª h depois do óbito; da 2ª a 4ª h nos membros su- O ponto de congelação do sangue ou ponto crioscópico afas-
periores; da 4ª a 6ª h nos músculos torácicos e abdominais e, final- ta-se à medida que evolui o tempo de morte, devido à difusão no
mente, entre a 6ªa e a 8ª h post mortem nos membros inferiores. sangue, nos vasos, bem como ao desagregamento das moléculas
A flacidez muscular, pelo desaparecimento do rigor mortis, albuminoides.
aparece progressivamente na mesma sequência, iniciando-se, por- A crioscopia normal do sangue é de 20,57°C. Este resultado
tanto, pela mandíbula e pela nuca (lei de Nysten), surgindo em tor- corresponde ao tempo decorrente desde a morte até a primeira
no de 36 a 48 h depois da morte. Esse fenômeno sempre existe. determinação da crioscopia no sangue do cadáver.
Antes daquele tempo, a rigidez pode ser desfeita pela manipu-
lação dos segmentos do cadáver, e daí em diante ela não se refaz. Crescimento dos pelos da barba
Baltazard preconizou a possibilidade de determinar a data da
morte pelo crescimento dos pelos da barba, desde que fosse co-
nhecida a hora em que o indivíduo se barbeou pela última vez. Para
tanto, seria necessária, ainda, a utilização dos pelos das bochechas,
onde geralmente a navalha corta melhor.
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Sabendo-se que os pelos da barba crescem 0,021 mm/h, bas- Estimativa do tempo de morte pela restauração da pressão
taria dividir o comprimento encontrado depois da morte por esta intraocular (tonometria ocular)
cifra. Assim, por exemplo, se encontrado post mortem um compri- Este fenômeno admitia a possibilidade de estimar, em cadáve-
mento da barba de 0,126 mm, poder-se-ia dizer, que o indivíduo res, o tempo decorrido após a morte através do volume de líqui-
havia morrido 6 h após ter-se barbeado pela última vez. dos eliminados pelo esvaziamento pós-mortal dos globos oculares,
É claro que este método representa apenas mais um esforço quando do interesse médico-legal. Esse método é indicado para as
no sentido de uma contribuição ao estudo da cronotanatognose, primeiras 24 h.
sabendo-se perfeitamente das dificuldades e das incertezas que tal A tentativa de explicação é difícil enquanto se desconhecer o
método pode representar. mecanismo tanatológico do esvaziamento do globo ocular, mere-
cendo ser estudada a ação de outras variáveis do cadáver e do meio
Conteúdo estomacal ambiente. Quando associado a outros procedimentos cronotana-
O fenômeno da digestão varia de acordo com cada indivíduo tognósticos, o presente método poderá aumentar a precisão da
e, ainda, conforme o tipo e a quantidade dos alimentos. Sabe-se avaliação.
também que a digestão de uma alimentação pesada em geral se faz Em média, para cada 4 h após a morte, o globo ocular absorve
no estômago em torno de 5 a 7 h; uma refeição média de 3 a 4 h; e 0,1 ml do líquido introduzido, ou seja, 0,02 ml/h, perfazendo um
uma leve de uma e meia a 2 h. total de 0,4 ml nas primeiras 24 h.
No caso de se encontrarem alimentos plenamente reconhecí-
veis em seus diversos tipos específicos, ou seja, em uma fase inicial Concentração pós-mortal do potássio no humor vítreo
de digestão, pode-se afirmar que a pessoa faleceu 1 a 2 h depois da Este fenômeno refere-se ao diagnóstico cronológico da morte,
sua última refeição. Se os alimentos se encontram em fase final de no limite das primeiras 20 h, baseado na concentração iônica do po-
digestão, opta-se por um tempo de 4 a 7 h. tássio, como elemento participativo do processo autolítico. Na sua
E se, finalmente, encontra-se o estômago vazio, vamos declarar investigação leva-se em conta a análise quantitativa do potássio,
que o indivíduo morreu depois de 7 h da última refeição realizada. mediante o método de fotometria de chama, existente no humor
Drogas e álcool podem comprometer o esvaziamento gástrico. vítreo do cadáver humano, coadjuvado à medida da temperatura
Doenças como úlceras pépticas e diabetes também retardam a retal como método associativo.
digestibilidade. Por outro lado, medicamentos à base de diazepam A sua aplicação estaria mais reservada aos casos de determina-
ou metocloropramida ou laxativos aceleram-na. ção da premoriência, em sinistros de aviação ou de outro qualquer
São dados grosseiros, mas que, associados aos outros fenô- meio de transporte, por interesse no direito sucessório, ou na in-
menos, podem conduzir a uma margem aproximada do tempo de vestigação criminal quando a avaliação do tempo de morte possa
morte. esclarecer algumas circunstâncias e uma possível autoria.

Conteúdo vesical Fenômenos da sobrevivência


O estudo do conteúdo vesical é um critério que pode tornar-se Levando em conta que alguns elementos orgânicos vão per-
útil em certas circunstâncias, principalmente nos casos de mortes dendo pouco a pouco suas propriedades vitais, podem-se utilizar
noturnas e quando se tem uma ideia mais ou menos precisa da hora tais fenômenos nos primeiros momentos após a morte para se esti-
a que o indivíduo se recolheu. Assim, uma bexiga vazia induz à hipó- mar seu tempo decorrido.
tese de morte nas primeiras duas horas.
Bexiga cheia, de quatro a oito horas. E bexiga repleta pode in- Fauna cadavérica (biotanatologia)
dicar permanência prolongada em estado de inconsciência, o que A entomologia médico-legal, parte da biotanatologia, trata do
pode sugerir coma, envenenamento ou efeito de soníferos. estudo e da aplicação dos conhecimentos dos ciclos vitais e a da es-
trutura das populações dos insetos e dos outros artrópodes relacio-
Fundo de olho nados com o interesse pericial, principalmente no que diz respeito
Com a paralisação da circulação dos vasos da retina, observam- ao diagnóstico da estimativa do tempo de morte. Essas evidências
-se a fragmentação da coluna sanguínea, o aparecimento do anel entomológicas são um dos elementos mais importantes na estima-
isquêmico perivascular e o desaparecimento dos vasos sanguíneos tiva do intervalo post mortem.
começando pelas arteríolas, vênulas, artérias até as veias. Este estudo poderá ser feito em relação aos cadáveres expos-
tos ao ar livre e aos cadáveres inumados; no entanto, apenas na
Líquido cefalorraquidiano primeira condição reside a importância da determinação da crono-
Schourup idealizou um método para determinação do tempo logia da morte.
decorrido de morte, baseado em uma fórmula, na qual integram Embora Mégnin desse um valor quase matemático à fauna ca-
a temperatura corporal e três elementos constitutivos do líquido davérica na cronologia da morte, pode-se afirmar que estes resul-
cefalorraquidiano: os ácidos aminados, o nitrogênio não proteico e tados têm apenas valor aproximado, fornecendo dados mais reais,
o ácido láctico. quanto mais próxima estiver a hora da morte.
No entanto, alguns autores mostram-se desanimados com esse
método pelas seguintes razões: os cadáveres de mortes violentas Flora cadavérica
quase sempre apresentam sangue no LCR; a dificuldade de obter-se Outro aspecto interessante da biotanatologia médico-legal que
o líquido encontrando-se o cadáver em decúbito lateral, e quando pode ter aplicação no diagnóstico da estimativa do tempo de mor-
o cadáver é colocado em posição vertical é difícil a punção lombar te, mas pouco divulgado entre nós, é o que se refere à flora cadavé-
ser positiva; os resultados obtidos em práticas experimentais não rica, encontrada na superfície dos cadáveres exumados.
correspondem com a realidade.
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O problema mais complexo a esclarecer no estudo da flora ca- Sinais Precoces


davérica, em relação ao tempo aproximado de morte, está na falta Surgem algumas horas após a morte e incluem:
de elementos cronológicos, como os da fauna cadavérica, capazes – Pálido cadavérico: a pele fica pálida devido à falta de
de propiciar características sequenciais nos cadáveres abandona- circulação.
dos, expostos ao ar livre ou inumados em ataúdes, na terra ou em – Resfriamento do corpo: conhecido como “algor mortis”,
mausoléus, que possam apontar com clareza e segurança o tempo refere-se à queda gradual da temperatura corporal até se igualar à
post mortem. temperatura ambiente.
– Rigor mortis: endurecimento dos músculos que ocorre entre
Calendário da morte 2 a 6 horas após a morte, começando geralmente pela mandíbula e
Com os fenômenos cadavéricos estudados acima, pode-se su- pescoço e progredindo para os membros.
gerir um calendário da morte: – Livores mortais: são manchas avermelhadas ou arroxeadas
• Corpo flácido, quente e sem livores: menos de 2 h; que surgem na parte inferior do corpo devido à ação da gravidade
• Rigidez da nuca e mandíbula, esboço de livores e esvaziamen- sobre o sangue parado.
to das papilas oculares no fundo de olho: de 2 a 4 h;
• Rigidez dos membros superiores, da nuca e da mandíbula, Sinais Tardios
livores relativamente acentuados e anel isquêmico de 1/2 do diâ- Estes surgem vários dias após a morte e incluem:
metro papilar no fundo de olho: de 4 a 6 h; Autólise: decomposição das células e tecidos pelo próprio
• Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, não surgimen- organismo.
to da mancha verde abdominal e desaparecimento das artérias do Putrefação: decomposição causada por bactérias, que resulta
fundo de olho: mais de 8 e menos de 16 h; em mudanças de cor, cheiro e consistência do corpo.
• Rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, e Mumificação: desidratação e endurecimento dos tecidos,
reforço da fragmentação venosa e desaparecimento das artérias do ocorrendo em ambientes secos.
fundo de olho: mais de 16 e menos de 24 h; Esqueletização: a decomposição avançada onde apenas os
• Presença de mancha verde abdominal, início de flacidez e ossos permanecem.
papilas e máculas não localizáveis no fundo de olho: de 24 a 48 h;
• Extensão da mancha verde abdominal e fundo de olho reco- — Importância em contextos diversos
nhecível só na periferia: de 48 a 72 h; A tanatognose é crucial para médicos, profissionais de
• Fundo de olho irreconhecível: de 72 a 96 h; emergência, legistas e investigadores criminais. Em cenários de
• Desaparecimento das partes moles do corpo e presença de acidentes ou crimes, a determinação precisa do momento da
insetos: de 2 a 3 anos; morte pode ser crucial para a reconstrução dos eventos. Além
• Esqueletização completa: mais de 3 anos. disso, em situações médicas onde se considera a retirada de órgãos
para transplante, é imperativo que a morte seja determinada com
Referências Bibliográficas precisão para evitar dilemas éticos e legais.
Deste modo, entendemos a tanatognose como um campo
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina legal. 11ª ed. - Rio de interdisciplinar que envolve conhecimentos de anatomia, fisiologia,
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. bioquímica, microbiologia e até mesmo entomologia (no caso de
cadáveres em decomposição avançada). É um aspecto fundamental
TANATOGNOSE da medicina legal, fornecendo o conhecimento necessário para
compreender os complexos processos biológicos e químicos que
A Tanatognose é um ramo da medicina legal que se dedica ao ocorrem após a morte, com aplicações práticas e implicações
estudo dos sinais de morte, ajudando a determinar se um indivíduo profundas em diversas áreas da sociedade.
está realmente morto e, se possível, elucidar as circunstâncias
ou a causa da morte. O termo tem suas raízes etimológicas no
grego, com “tanatos” significando “morte” e “gnose” significando
“conhecimento”. O objetivo da tanatognose é fornecer critérios
científicos confiáveis para estabelecer o momento e as circunstâncias
da morte, informações cruciais em diversos contextos, como
investigações criminais, procedimentos médicos e questões éticas.

— Sinais de morte
Os sinais de morte podem ser categorizados em três grupos:
imediatos, precoces e tardios.

Sinais Imediatos
Incluem a cessação das funções cardiorrespiratórias e cerebrais.
Na prática clínica, a ausência de pulso, a cessação da respiração e a
ausência de atividade cerebral confirmada por métodos diagnósticos
como eletroencefalograma são indícios imediatos de morte.

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— Causa jurídica da morte: morte natural, morte violenta, — Necessidade da necrópsia médico-legal
morte suspeita e morte súbita A necropsia médico-legal consiste em um exame necroscópico,
Neste ponto vale memorizar o seguinte quadro: realizado por peritos, que tem como escopo atender solicitações da
justiça. Por exemplo, é ordenada pelo delegado de polícia ou juiz,
Morte Morte em determinadas situações.
Morte Natural Morte Súbita O que justifica a necrópsia?
Violenta Suspeita
• morte violenta
Também • morte suspeita
conhecida • morte de pessoa não identificada
como Ocorre
A agressão
morte por de forma Ademais, é importante diferenciar o exame perinecroscópico
provoca É natural,
antecedentes duvidosa. do exame de necropsia:
a morte. de maneira
patológicos. Ou seja, não 1. O exame perinecroscópico consiste no exame externo do ca-
Origina-se de que não há
É oriunda de existe certeza dáver, feito pelo perito criminal, ainda no local de crime.
ação externa. tempo para
um estado de ter sido de 2. O exame perinecroscópico não deve ser confundido com o
Ex. homicídio, atendimento
mórbido causa natural exame de necropsia, que é aquele realizado pelo perito médico-le-
suicídio, médico.
adquirido ou de causa gista, normalmente nas instalações do Instituto de Medicina Legal
acidente.
ou de uma violenta. (IML).
perturbação O art. 162 traz o exame necroscópico:
congênita. Art. 162.  A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julga-
É curioso que a morte violenta nem sempre é criminosa, uma vez rem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
que, basta não se originar de patologias para receber essa titulação. auto.
Parágrafo único.  Nos casos de morte violenta, bastará o sim-
— Declaração de óbito ples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal
A lei de registros públicos (6015/73) determina que: que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
Art. 77. Nenhum sepultamento será feito sem certidão do ofi- causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
cial de registro do lugar do falecimento ou do lugar de residência verificação de alguma circunstância relevante.
do de cujus, quando o falecimento ocorrer em local diverso do seu Tanto o exame necroscópico quanto a exumação ocorrem em
domicílio, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista crimes que envolvam a morte. O exemplo clássico de tais procedi-
do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, mentos é quando o cadáver já foi submetido ao exame necroscópi-
de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado co, mas surgirem dúvidas sobre o primeiro exame – neste caso, exu-
a morte.   ma-se o corpo para compreender melhor alguns aspectos do crime.

No entanto, durante a triste realidade da pandemia causada — Exumação


pelo Coronavírus foi alterado tal entendimento. O Conselho Nacio- Art. 163.   Em caso de exumação para exame cadavérico, a
nal de Justiça e o Ministério da Saúde editaram a Portaria Conjun- autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente
ta nº 1, de 30 de março de 2020, que estabelece procedimentos marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto
excepcionais para sepultamento e cremação de corpos durante a circunstanciado.
situação de pandemia. Parágrafo único.   O administrador de cemitério público ou
Art. 1º Autorizar os estabelecimentos de saúde, na hipótese de particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência.
ausência de familiares ou pessoas conhecidas do obituado ou em No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de
razão de exigência de saúde pública, a encaminhar à coordenação encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a
cemiterial do município, para o sepultamento ou cremação, os cor- autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
pos sem prévia lavratura do registro civil de óbito. do auto.

Criminalmente, a certidão de óbito é importante para declarar — Infortunística


extinta a punibilidade do agente: Infortunística consiste na ciência que junta o conhecimento
Art. 62.  No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da jurídico (Direito Constitucional, Previdenciário, Trabalhista, Civil e
certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará Penal), com a matéria técnico-especializada de Segurança e Saúde
extinta a punibilidade. no Trabalho e da Medicina Legal
O objeto de estudo da Infortunística são causas/consequências
Ademais, a jurisprudência entende que diante de certidão de de acidentes de trabalho (ex. doenças ocupacionais).
óbito falsa eventual arquivamento do inquérito policial não faz coi-
sa julgada material. Assim, cabe a reabertura das investigações.

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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
MATÉRIA E MEDICINA LEGAL

— Sulcos intercapilares: também chamados de sucos intercris-


FORMAS PRIMÁRIAS DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA POR tais, constituem nos espaços de separação das linhas impressas do
IMPRESSÕES PAPILARES, ARCADA DENTÁRIA E GENÉTICA datilograma.
— Cristais papilares: são as linhas impressas do datilograma.
— Poros: pequenos orifícios notáveis nas linhas impressas do
Conceito e divisão datilograma. (MANUAL DE PAPILOSCOPIA DO INI, 1987)
Papiloscopia é a ciência que se utiliza das papilas dérmicas de-
dica para identificação humana. O termo papiloscopia é produto Classificação das impressões digitais (tipos fundamentais e ti-
da junção grego-latina dos vocábulos papilla, que significa papila, pos especiais): de acordo com o Sistema de Vucetich, uma impres-
e scopêin, que significa examinar. Papilas são pequenas proeminên- são digital se apresenta em 3 sistemas de linhas, sendo eles:  
cias neuro-vasculares, localizadas na superfície (porção externa) da — Sistema Basal (ou basilar): conjunto de linhas paralelas ao
derme, sendo que seus vértices estão reproduzidos pelas saliên- sulco que separa a segunda e a terceira falanges.  
cias notáveis na epiderme. Em síntese, a papiloscopia se dedica à — Sistema marginal: conjunto de linhas das bordas de impres-
identificação humana por meio das impressões digitais, plantares e são
palmares. Em decorrência disso, essa ciência se divide da seguinte — Sistema central (ou nuclear): conjunto de linhas entre os
forma:    dois anteriores.
• Datiloscopia: identificação via impressões digitais.     
• Quiroscopia: identificação via impressões palmares (palmas Com base nesses sistemas, as impressões são classificadas em
das mãos)   4 parâmetros distintos (tipos fundamentais)
• Podoscopia: identificação via impressões plantares (plantas 1. Arco: ausência de delta
dos pés). 2. Presilha interna: apresenta um delta, à direita do observador
3. Presilha externa: apresenta um delta, à esquerda do obser-
Postulação da papiloscopia: perenidade, imutabilidade, varia- vador
bilidade e classificabilidade 4. Verticilo: apresenta um delta de cada lado
— Perenidade: de acordo com esse princípio, as impressões
papilares aparecem na fase de desenvolvimento embrionário e per- Classificação conforme os tipos especiais:
sistem até mesmo depois da morte • Polidactilia: quando há incidência de mais de 5 dedos na mão.
— Imutabilidade: aqui, as impressões papilares não sofrem al- • Ectrodactilia: ausência congênita de um ou mais dedos na
teração no decorrer a vida   mão.
— Variabilidade: o contorno das impressões papilares sofre va- • Sindactilia: caracteriza-se pela união de dois ou mais dedos
riações de indivíduo para indivíduo na mão.
— Classificabilidade: esse princípio proporciona a classificação • Cicatriz: quando não é possível indicar o tipo fundamental da
dos desenhos digitais para o arquivamento. impressão em razão da deformidade.
• Amputação: ausência da falange distal, exceto nos casos de
Dactiloscopia   anomalias congênitas.
A datiloscopia é uma das especialidades da papiloscopia que se
dedica ao exame das impressões digitais. Levantamento papiloscópico em local de crime
Os vestígios de impressões papilares revelados e levantados
Desenho digital: segundo o criminalista Juan Vucetich (1858- nos locais de crimes são lándula indispensáveis para elucidar a au-
1925), desenho digital é o conjunto de cristas papilares e sulcos in- toria de um crime com base nos pilares papiloscopia: perenidade,
terpapilares da falangeta. Os desenhos digitais não são compostos imutabilidade e variabilidade. Com esse intuito, os especialistas fa-
por linhas contínuas. Durante o curso das cristas papilares, estas zem uso de reveladores de impressões papilares, isto é, de produtos
apresentam acidentes moderadamente ponderáveis, sendo que químicos criados especialmente manifestarem reação aos agentes
disposição e formação no desenho digital lhe outorgam a individua- expelidos pelas lándulas sebáceas e sudoríparas encontradas nos
lidade. Tais acidentes recebem o nome de figuras características.   dedos e nas mãos dos seres humanos.
— Cadeia de custódia: a preservação das evidências papilares
Impressão digital: define-se desta forma o depósito de mate- e a garantia da legalidade da evidência material dentro do processo
riais orgânicos deixado em uma superfície no momento do entre penal dependem, estritamente, da cadeia de custódia.  
os dedos com a superfície de um objeto. O suor e a oleosidade das — Análise: a partir do confronto entre impressões coletadas
mãos contribuem para uma impressão digital seja revelada mais fa- nos locais de crimes e as fichas de identificação constantes nos
cilmente. Nos locais de crimes, as impressões digitais (ou papilares) arquivos datiloscópicos dos Institutos de Identificação, o pode se
podem se apresentar sob os aspectos visível, latente e modelado. basear ou pontos característicos extraídos do papilograma das pe-
ças examinadas, para obter a confirmação se o suspeito é ou não o
Componentes de uma impressão digital: a impressão digital é autor de determinado crime.  
composta por linhas brancas que correspondem aos sulcos inter- — Laudo papiloscópico: trata-se da prova objetiva da infração
papilares e linhas negras que representam as cristas papilares. Os penal e sua finalidade é fornecer às autoridades envolvidas na per-
poros são pontos brancos notados sobre as linhas negras.   secução criminal os dados técnicos e científicos que subsidiem o es-
clarecimento do crime, assim como e autoria e, em última instância,
a aplicação da sentença condenatória ao réu.

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Pontos característicos e o confronto papiloscópico Estudos têm mostrado que a formação das impressões digitais
Pontos característicos são os elementos anatômicos observá- é determinada por múltiplos genes, sendo que a maioria deles é
veis nas linhas papilares (e que sobressaem à crista). São conside- herdada dos pais. No entanto, fatores ambientais também podem
rados acidentes anatômicos, que atribuem diferenças, individuali- influenciar a formação das impressões papiloscópicas, como por
zando, assim, cada dedo de uma pessoa. Podem ser definidos, em exemplo, a pressão exercida pelo líquido amniótico durante a
poucas palavras, como sinais individualizantes encontrados nas li- gestação.
nhas papilares e nas pontas dos dedos, nas plantas dos pés e nas As impressões papiloscópicas são formadas por padrões
palmas das mãos; apesar do passar do tempo, são imutáveis em distintos de cristas papilares, que podem ser classificados em
tipo número, localização e tipo. Os Pontos Característicos são o fun- três tipos básicos: arco, presilha e verticilo. Cada pessoa tem uma
damento sólido da identidade do datilograma.   combinação única desses padrões, o que torna as impressões
— Confronto: certos pontos característicos se apresentam com digitais um recurso valioso para a identificação individual.
maior frequência, enquanto outros são raros. No Brasil, para se de- Em resumo, as impressões papiloscópicas são formadas durante
terminar um a identidade, deve-se fazer a marcação de no mínimo 12 o desenvolvimento embrionário, e sua formação é influenciada
pontos idênticos e coincidentes no confronto de dois datilogramas. por fatores genéticos e ambientais. Essas impressões são únicas
Poroscopia: é a ciência que se dedica à identificação humana para cada pessoa e têm um papel fundamental na identificação
por meio dos poros presentes nas cristas papilares. Atua a partir individual.
das impressões deixadas pelos poros sudoríparos nas impressões
dactiloscópicas.
BALÍSTICA FORENSE: CONCEITO DE BALÍSTICA INTERNA,
EXTERNA E TERMINAL

A balística forense é uma área especializada da ciência forense


que se concentra na análise de evidências relacionadas a armas de
fogo e munições em investigações criminais. Essa disciplina abran-
ge uma série de conceitos e técnicas que ajudam os investigadores
a entenderem como armas de fogo são utilizadas em crimes e a
identificar possíveis suspeitos. Uma das principais divisões da balís-
tica forense é a classificação das etapas do processo balístico, que
incluem balística interna, externa e terminal.
A balística interna refere-se ao estudo do comportamento das
armas de fogo no momento do disparo. Isso inclui a análise do fun-
cionamento interno das armas, como o mecanismo de disparo, o
carregamento da munição e a propulsão do projétil. Além disso, a
balística interna examina questões como a pressão gerada pela ex-
plosão da pólvora dentro do cartucho e a velocidade inicial do pro-
jétil ao deixar a arma. Essas informações são cruciais para determi-
nar características como calibre da arma, tipo de munição utilizada
e potencial de dano causado pelo disparo.
Já a balística externa envolve o estudo do trajeto do projétil
desde o momento em que ele deixa a arma até o ponto de impacto.
Isso inclui a análise da trajetória do projétil, influenciada por fatores
como a força e a direção do vento, a distância entre a arma e o alvo,
e o ângulo de disparo. Além disso, a balística externa examina os
As impressões papiloscópicas são um importante recurso para efeitos da gravidade e da resistência do ar sobre o projétil durante
a identificação de indivíduos. Elas são únicas para cada pessoa, e seu percurso. Essas informações são fundamentais para reconstruir
por isso são amplamente utilizadas em investigações criminais, bem a cena do crime e determinar a posição do atirador, a distância do
como em outros contextos que exigem a identificação precisa de disparo e outros detalhes importantes para a investigação.
indivíduos. Mas, você sabia que as impressões papiloscópicas têm Por fim, a balística terminal concentra-se nos efeitos do projétil
uma origem embrionária e genética? quando ele atinge o alvo. Isso inclui a análise dos danos causados
ao alvo, como ferimentos causados em tecidos humanos, danos em
A formação das impressões digitais começa nas primeiras objetos materiais e características dos vestígios deixados pelo pro-
semanas de gestação, durante o desenvolvimento embrionário. jétil. Além disso, a balística terminal estuda os padrões de deforma-
As cristas papilares, que são as saliências na superfície da pele, ção e fragmentação do projétil, que podem fornecer pistas sobre o
formam as impressões digitais e começam a se desenvolver na pele tipo de arma e munição utilizados. Essas informações são essenciais
do embrião, essa formação é influenciada por uma série de fatores para determinar a causa da morte em casos de homicídio e para
genéticos. estabelecer a relação entre uma arma de fogo e um determinado
crime.

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A balística forense desempenha um papel crucial na investiga- Luzes:


ção de crimes envolvendo armas de fogo, fornecendo insights va- • Luz Branca: Equilibrada e neutra, ideal para a maioria das
liosos sobre o funcionamento das armas, o trajeto dos projéteis e situações de fotografia.
os efeitos dos disparos. Ao compreender os conceitos de balística Temperatura de Cor: Medida em Kelvin, determina a cor da luz
interna, externa e terminal, os investigadores podem coletar e ana- (quente, neutra ou fria).
lisar evidências de maneira eficaz, contribuindo para a resolução de • Luz Ultravioleta (UV): Pode afetar a qualidade das imagens,
casos e a administração da justiça. especialmente em ambientes externos.
Equipamentos Auxiliares:
• Tripés: Utilizados para estabilizar a câmera e evitar tremores.
NOÇÕES DE FOTOGRAFIA: CONCEITOS (LENTES, VELOCI- • Filtros: Colocados na frente da lente para alterar características
DADE, OBTURADOR, DIAFRAGMA, DISTÂNCIA FOCAL, ÂN- como saturação, contraste e temperatura de cor.
GULO DE VISÃO, FOCO, EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA), TIPOS • Softboxes: Criam uma luz suave e difusa para retratos e outras
DE LENTE, TIPOS DE CÂMERA, TIPOS DE FLASH, TIPOS DE situações de iluminação.
ARMAZENAMENTO DE CÂMERAS DIGITAIS, LUZES (BRAN-
CA, TEMPERATURA, UV), EQUIPAMENTOS; USO, RE- Uso, Recorte e Tratamento:
CORTE, TRATAMENTO • Uso: Compreensão dos conceitos básicos e prática constante
são essenciais para aprimorar suas habilidades fotográficas.
• Recorte: Ajuste do enquadramento da imagem para destacar
Conceitos Fundamentais: elementos específicos.
• Lentes: Componente óptico da câmera responsável por focar • Tratamento: Edição de fotos para correção de cores,
a luz no sensor ou filme. contraste, nitidez e outros aspectos, utilizando softwares como
• Velocidade do Obturador: Controla o tempo de exposição do Adobe Photoshop e Lightroom.
sensor ou filme à luz.
• Diafragma: Regula a quantidade de luz que entra na câmera
através da abertura da lente. ESCANER 3D: CONCEITO, SENSOR LIDAR (LIGHT DETEC-
• Distância Focal: Distância entre o plano da lente e o ponto TION AND RANGING)
focal.
• Ângulo de Visão: Extensão angular da cena capturada pela
lente. O scanner 3D é uma tecnologia avançada que revolucionou
• Foco: Ajuste da nitidez da imagem. a forma como capturamos e reproduzimos o mundo ao nosso
• Exposição Fotográfica: Combinação de velocidade do redor. Essa técnica, que utiliza o sensor LiDAR (Light Detection
obturador, abertura do diafragma e sensibilidade do sensor/filme and Ranging), permite a digitalização tridimensional de objetos e
para criar uma imagem bem iluminada. ambientes com alta precisão e detalhamento.

Tipos de Lente: Conceito e Funcionamento:


• Lente Grande Angular: Captura uma grande porção da cena, O scanner 3D é um dispositivo que utiliza o sensor LiDAR para
ideal para paisagens e arquitetura. emitir pulsos de luz laser em direção a um objeto ou ambiente.
• Lente Telefoto: Permite a aproximação de objetos distantes, Esses pulsos de luz são refletidos de volta para o scanner, onde
útil para fotografia de esportes e vida selvagem. são capturados e processados para criar uma representação
• Lente Macro: Projetada para capturar detalhes em pequenos tridimensional do objeto ou espaço escaneado. O sensor LiDAR é
objetos, como insetos e flores. essencial nesse processo, pois é capaz de medir a distância entre o
scanner e os pontos de reflexão da luz com grande precisão.
Tipos de Câmera:
• Câmeras DSLR (Digital Single-Lens Reflex): Possuem um Sensor LIDAR:
espelho que reflete a imagem para o visor óptico. O LIDAR é um sensor que utiliza a tecnologia de laser para
• Câmeras Mirrorless: Não possuem espelho, permitindo medir distâncias com base no tempo que a luz leva para viajar até
designs mais compactos e leves. o objeto e retornar ao sensor. Esse sensor emite pulsos de laser em
• Câmeras Compactas: São portáteis e fáceis de usar, adequadas direção ao objeto alvo e mede o tempo que leva para a luz refletida
para fotógrafos amadores. retornar ao sensor. Com base nesse tempo e na velocidade da luz,
o sensor LiDAR calcula a distância até o objeto com alta precisão.
Tipos de Flash:
• Flash Embutido: Integrado à câmera, fornece iluminação Aplicações do Scanner 3D:
direta. O scanner 3D tem uma ampla gama de aplicações em diversas
• Flash Externo: Desacoplado da câmera, permite uma áreas, incluindo:
iluminação mais versátil e criativa. • Engenharia: No projeto e modelagem de produtos e
estruturas complexas.
Tipos de Armazenamento de Câmeras Digitais: • Arquitetura: Para digitalização e criação de modelos
• Cartões de Memória: Como SD, SDHC, SDXC, CompactFlash, tridimensionais de edifícios e espaços urbanos.
entre outros.

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• Medicina: Na criação de próteses personalizadas e na (C) Os peritos registrarão, no Laudo, as alterações do estado
digitalização de órgãos e tecidos para diagnóstico e planejamento das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas
cirúrgico. alterações na dinâmica dos fatos.
• Indústria: No controle de qualidade de peças e componentes, (D) Segundo Zbindert, a prova material se manifesta na coleta
na inspeção de equipamentos e na documentação de instalações e análise dos vestígios, bem como do que é ou pode ser trans-
industriais. formado em sensorialmente perceptível e que serve à elucida-
• Arqueologia e preservação do patrimônio cultural: Na ção do fato que está sendo investigado. Por esse motivo, há a
digitalização de artefatos históricos e sítios arqueológicos para hierarquia de provas no Sistema Processual Penal pátrio, sendo
preservação e estudo. que o Laudo de Perícia Criminal – por ser uma peça técnico-
Vantagens do Scanner 3D: -científica – encontra-se no ápice. O juiz, visando a estabele-
• Alta precisão: Capaz de capturar detalhes minuciosos com cer a própria convicção, está adstrito ao constante no Laudo.
precisão milimétrica. Dessa forma, na Lei, observa-se que a prova material assume
• Rapidez: Permite digitalizar objetos e ambientes em questão um relevo destacado em relação as demais (por exemplo, tes-
de minutos ou até mesmo segundos. temunhal, confissão), ganhando uma consistência definitiva e
• Não invasivo: Não danifica os objetos escaneados e não irrefutável nos tribunais.
requer contato físico com eles. (E) Dos diversos conceitos de Local de Crime, infere-se que,
• Versatilidade: Pode ser utilizado em uma ampla variedade de por ser um local, se constitui tão somente da região onde o
aplicações e setores industriais. fato foi constatado (por exemplo, local em que foi encontrado
um cadáver; ponto da via pública em que um veículo assumiu
Desafios e Limitações: a posição de repouso; local onde uma mancha de sangue foi
Apesar de suas vantagens, o scanner 3D também apresenta produzida etc.), não existindo local de crime mediato, apenas
alguns desafios e limitações, como: imediato.
• Custo: Os scanners 3D e os sensores LiDAR podem ser
equipamentos caros, o que pode limitar seu acesso em alguns 2-FGV - 2022 - SEAD-AP - Técnico Pericial
casos. Em relação à cadeia de custódia, associe as etapas de rastrea-
• Tamanho e peso: Alguns modelos de scanners 3D podem ser mento do vestígio às respectivas definições.
grandes e pesados, dificultando sua mobilidade e uso em ambientes I. Reconhecimento
restritos. II. Isolamento
• Condições ambientais: Algumas condições ambientais, como III. Descarte
chuva intensa ou nevoeiro, podem interferir na precisão do sensor ( ) procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
LiDAR. a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autoriza-
ção judicial.
O scanner 3D, com seu sensor LiDAR, é uma ferramenta ( ) ato de distinguir um elemento como de potencial interesse
poderosa que tem revolucionado inúmeras áreas, desde engenharia para a produção da prova pericial.
e arquitetura até medicina e arqueologia. Sua capacidade de ( ) ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
capturar modelos tridimensionais detalhados e precisos em tempo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado
real oferece inúmeras possibilidades de aplicação e promete aos vestígios e local de crime.
continuar impulsionando a inovação e o progresso em diversos Assinale a opção que apresenta a relação correta, na ordem
setores. apresentada.
(A) 1 – 2 – 3
(B) 1 – 3 – 2
QUESTÕES (C) 2 – 3 – 1
(D) 2 – 1 – 3
(E) 3 – 1 – 2
1-IADES - 2019 - PC-DF - Perito Criminal
Em relação ao Local de Crime, aos ditames inscritos no Código
3-FGV - 2022
de Processo Penal brasileiro e à prova material, assinale a alterna-
Considerando o regramento legal brasileiro previsto no Código
tiva correta.
de Processo Penal atinente à cadeia de custódia, assinale a afirma-
(A) O Código de Processo Penal, no artigo 6º , estabelece que,
tiva incorreta.
logo que tiver conhecimento da infração penal, qualquer poli-
(A) O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do
cial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos
altere o estado das coisas, até a chegada da autoridade policial.
quais seja detectada a existência de vestígio.
Esta deverá apreender, de imediato, os objetos que tiverem re-
(B) A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestí-
lação com o fato, repassando aos (às) peritos(as) criminais so-
gio nas seguintes etapas: reconhecimento, isolamento, fixação,
mente o que tiver interesse pericial evidente.
coleta, acondicionamento, transporte, recebimento, processa-
(B) O exame de local de crime é de responsabilidade da au-
mento, armazenamento e descarte.
toridade policial e dos respectivos agentes, cabendo ao perito
(C) A coleta dos vestígios deverá ser realizada obrigatoriamente
criminal auxiliar na preservação do local.
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para
a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
ção de exames complementares.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
MATÉRIA E MEDICINA LEGAL

(D) A etapa de “fixação” da cadeia de custódia está definida em (C) relatório médico-legal / histórico
lei como a descrição detalhada do vestígio conforme se encon- (D) parecer médico-legal / discussão
tra no local de crime ou no corpo de delito e a sua posição na (E) parecer externo circunstanciado / conclusão
área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filma-
gens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo 7-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento. Para a realização de uma necropsia, é importante inicialmente
(E) A definição de “vestígio”, segundo a legislação processual classificar o tipo de morte e saber quando e como realizar o proce-
brasileira, é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, dimento. Considerando essa temática e assuntos correlacionados,
constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. julgue o item a seguir.
Morte violenta é aquela resultante de fatores externos, aciden-
4-INSTITUTO AOCP - 2023 tais ou intencionais, não relacionados com a curva vital.
Um dos vestígios de interesse forense é o pelo humano. Con- ( ) CERTO
sidere que, em um local de estupro, o Perito Criminal designado ( ) ERRADO
ao atendimento do local coletou pelos com raiz (bulbo) e outros
sem raiz do autor do crime. Diante da situação narrada, assinale a 8-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
alternativa correta. Para a realização de uma necropsia, é importante inicialmente
(A) Não há material genético em pelo sem bulbo. classificar o tipo de morte e saber quando e como realizar o proce-
(B) Os pelos sem raiz podem conter material genético de linha- dimento. Considerando essa temática e assuntos correlacionados,
gem materna, dada a presença de DNA mitocondrial. julgue o item a seguir.
(C) O pelo com raiz apresenta os mesmos resultados do pelo O exame de corpo delito (necropsia) deve ser realizado durante
sem raiz para fins forenses. o dia, para evitar os efeitos da luz artificial.
(D) Um único pelo fornece material genético insuficiente para ( ) CERTO
identificação. ( ) ERRADO
(E) O material genético nuclear do autor está concentrado na
haste do pelo humano. 9-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
No que se refere à asfixiologia e à tanatologia forenses, à ne-
5-CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Técnico em Perícia cropsia e a causas jurídicas de morte, julgue o item a seguir.
Considerando-se os diferentes tipos de asfixia por constrição
externa do pescoço, é correto afirmar que, no enforcamento, o sul-
co é tipicamente oblíquo, ao passo que, no estrangulamento, ele é
horizontalizado.
( ) CERTO
( ) ERRADO

10-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista


No que se refere à asfixiologia e à tanatologia forenses, à ne-
cropsia e a causas jurídicas de morte, julgue o item a seguir.
Ao fazer um desenho esquemático da cena de um crime, o pe- A marcha da rigidez obedece à distribuição craniocaudal, ou
rito responsável identificou a localização dos vestígios segundo a seja, começa na cabeça e termina no pé, desfazendo-se da mesma
classificação do local de crime. A esse respeito, assinale a opção que forma, e a musculatura cardíaca tem rigidez instalada anteriormen-
contém a correta identificação das letras A, B, C e D. te às demais partes do corpo.
(A) A – local relacionado; B – local mediato; C – local imediato; ( ) CERTO
D – local adjacente ( ) ERRADO
(B) A – local imediato; B – local mediato; C – local relacionado;
D – local adjacente 11-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
(C) A – corpo; B – local mediato; C – local relacionado; D – local Um dos objetivos da tanatologia médico-legal é estabelecer
imediato o diagnóstico da causa jurídica da morte, na busca de determinar
(D) A – local imediato; B – local relacionado; C – local mediato; as hipóteses de homicídio, suicídio ou acidente. A respeito desse
D – local adjacente tema, julgue o item subsequente.
(E) A – corpo; B – local imediato; C – local mediato; D – local Na análise da causa jurídica da morte, deve-se considerar a lo-
relacionado calização das lesões; as lesões por luta, por exemplo, ficam mais
dispersas, sendo mais comuns na face, no pescoço, no tórax e no
6-IBFC - 2022 abdome.
O ______ é um documento utilizado para dirimir dúvidas na ( ) CERTO
interpretação dos achados de uma perícia, sendo solicitado a uma ( ) ERRADO
pessoa de renome. Sua parte mais importante é a ______.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
as lacunas.
(A) atestado médico-científico / conclusão
(B) parecer médico especializado / exposição circunstanciada
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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA E MEDICINA LEGAL

12-INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - Perito Criminal 15-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal -
Sobre o levantamento papiloscópico, assinale a alternativa cor- A respeito dos diferentes sistemas sensores de imageamento,
reta. julgue o item a seguir.
(A) Poeira e bolhas na fita adesiva empregada no levantamento Os sensores de light detection and ranging (LiDAR) podem ser
de uma impressão papilar coletada contribuem para a melho- utilizados para gerar modelos digitais de terreno, entre outros pro-
ria da qualidade da impressão quando do confronto. dutos
(B) Por não serem visíveis e carecerem de revelação, as impres- ( ) CERTO
sões papilares modeladas podem ser consideradas latentes. ( ) ERRADO
(C) A revelação mediante vapor de cianoacrilato é recomen-
dada quando a impressão papilar foi impressa em sangue, vez
que tal composto se adere e realça a cor das linhas. GABARITO
(D) Todo e qualquer objeto e todas as superfícies que, na ava-
liação do perito criminal responsável pelo exame pericial te-
nham sido tocados ou manipulados, são materiais questiona- 1 C
dos e possíveis objetos de perícia de revelação de impressões 2 E
papilares.
(E) O necessário contraste entre a impressão papilar latente 3 C
e o meio no qual se encontra deve necessariamente ocorrer 4 B
mediante a aplicação de pós de revelação, de cores e funções
variadas, de acordo com a superfície. 5 E
6 D
13-: IDECAN - 2022 - PC-BA - Perito Técnico de Polícia Civil
7 CERTO
Balística, por definição, é a ciência (ramo de Mecânica aplicada)
que trata da propulsão, do movimento e do impacto de projéteis. A 8 ERRADO
cerca do tema, assinale a alternativo correta: 9 CERTO
(A) Divisão acadêmica de Balística Forense consiste em Balística
Interna (que estuda o movimento dos projéteis no ar), Balística 10 CERTO
Externa (que abrange o estudo das armas) e a Balística Termi- 11 CERTO
nal (que estuda os efeitos do projétil a partir de seu impacto
no alvo). 12 D
(B) O tamanho e a forma dos grânulos de pólvora não interfe- 13 E
rem na velocidade de queima da carga propelente de um car-
14 CERTO
tucho.
(C) Durante deslocamento do projétil, a gravidade e a resistên- 15 CERTO
cia do ar exercem pouca ou nenhuma influência em sua traje-
tória. ANOTAÇÕES
(D) O potencial lesivo do projétil independe da energia cinética
a ele associada. ______________________________________________________
(E) Entende-se por projéteis qualquer sólido pesado que se
______________________________________________________
move no espaço, abandonado a sí mesmo após haver recebido
um impulso. ______________________________________________________
14-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia ______________________________________________________
No que se refere a fotografia, julgue o item subsequente.
O tamanho do pixel é determinado pela resolução da imagem. ______________________________________________________
Logo, não basta considerar somente a quantidade de megapixels de
uma imagem, é necessário levar em conta a quantidade de pixels ______________________________________________________
por polegada. Se houver duas imagens de igual tamanho, porém,
com quantidade de pixels por polegada diferente, a melhor reso- ______________________________________________________
lução será daquela que apresentar maior quantidade de pixels por
______________________________________________________
polegada.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
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