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POLÍCIA CIENTÍFICA - PR
CÓD: SL-166JN-24
7908433249436
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de variados gêneros................................................................................................... 9
2. Domínio da norma culta do português contemporâneo, sob os seguintes aspectos: coesão e coerência textual.................... 12
3. Estruturação da frase e períodos complexos.............................................................................................................................. 14
4. Uso do vocabulário apropriado.................................................................................................................................................. 16
5. Pontuação................................................................................................................................................................................... 17
6. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 19
7. Emprego de pronomes............................................................................................................................................................... 20
8. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 22
9. Acentuação................................................................................................................................................................................. 23
10. Comunicação Escrita Oficial do Estado do Paraná: Processo de elaboração textual, Princípios Orientadores da Redação Ofi-
cial, Hierarquia e Subordinação, Revisão, Conceito e Estrutura de Ofício, Decreto, Despacho, Correio-eletrônico, Instrução
Normativa, Memorando, Ordem de Serviço, Parecer, Portaria, Requerimento, Relatório, Resolução; Documentos de Compe-
tência Privativa; Sistemática da Lei............................................................................................................................................. 24
Direito Aplicado
1. Capítulo II - Do exame de corpo de delito, da cadeia de custódia e das perícias em geral – Do Código de Processo Penal...... 45
2. Capítulo VI - Dos peritos e intérpretes – Do Código de Processo Penal...................................................................................... 51
3. Capítulo III - Dos crimes contra a administração da justiça – Falsa Perícia, Falso Testemunho, Fraude Processual, Exploração
de Prestígio- Do Código Penal..................................................................................................................................................... 51
4. Título VI - Das medidas de segurança – Perícia Médica - Do Código Penal................................................................................. 53
5. Capítulo VII – da administração pública – Da Constituição Federal............................................................................................ 54
6. Título II – do condenado e do internado – Da Lei de Execução Penal........................................................................................ 60
7. Capítulo VII – das diposições gerais – Da Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996.......................................................................... 65
8. Capítulo XVII – das medidas administrativas – Artigo 279 e capítulo XIX - dos crimes de trânsito – Artigo 312 – Do Código de
Trânsito Brasileiro....................................................................................................................................................................... 66
9. Lei dos crimes de abuso de autoridade - lei nº 13.869, De 5 de setembro de 2019................................................................... 71
Editora
Informática
1. Noções básicas dos sistemas operacionais: conceito, Linux, Windows, Android, macOS e iOS, diferença entre Kernel e Fir-
mware......................................................................................................................................................................................... 109
2. Conceitos básicos de Redes de computadores: endereço IP, URL, internet e intranet; Noções básicas de navegação e busca
na internet e na Deep Web......................................................................................................................................................... 124
3. Noções básicas de envio de mensagens por correio eletrônico abordando os conceitos de caixa de entrada, caixa de saída,
spam, rascunhos, lixeira, assunto, remetente, destinatário, cópia oculta, anexos..................................................................... 131
4. Conceito de Rede neural e inteligência artificial como ferramenta de perguntas e respostas .................................................. 133
5. Conceito de Computação na nuvem (cloud computing)............................................................................................................. 134
6. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas................................................ 136
7. Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)................................................................................................................ 139
8. Noções de Segurança da informação e dos conceitos de Disponibilidade, Integridade, Confidencialidade e Autenticidade da
informação; Noções de vírus, Worms, pragas virtuais, antivírus, proxy, VPN e firewall. criptografia de arquivos e pastas....... 139
9. Procedimentos de backup.......................................................................................................................................................... 143
10. Sistema eprotocolo: interface, consulta de protocolo, assinatura eletrônica............................................................................. 144
11. Sistema Paraná Inteligência Artificial - PIA: cadastro, busca de serviços.................................................................................... 145
12. SINESP Cidadão: Objetivo, cadastro, acesso com a Conta gov.br, consultas por desaparecidos, procurados, veículos e manda-
dos.............................................................................................................................................................................................. 147
Legislação Especial
1. Lei Complementar Estadual n° 258/2023 (Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Paraná)....................................................... 153
2. Lei Estadual 21.117/2022 (Lei Orgânica da Polícia Científica do Paraná).................................................................................... 169
3. Lei Estadual 6174/1970 (Estatuto do Servidor Público do Paraná)............................................................................................. 179
4. Lei Estadual n° 20.656/2021 (Processos Administrativos).......................................................................................................... 203
5. Artigo 50 da Constituição Estadual do Paraná............................................................................................................................ 222
6. Lei Federal n° 12030/09 (Lei da Perícia Oficial)........................................................................................................................... 223
7. Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018. (Lei do SUSP)................................................................................................... 223
8. Lei nº 20.866 - 09 de dezembro de 2021 (Política Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Paraná).......................... 234
9. Lei Estadual nº 21.640/2023 (Código de Ética da Polícia Científica do Paraná).......................................................................... 238
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Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
severas.
evento.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
cluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores.
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual):
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
afirmativa correta.
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.
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a solução para o seu concurso!
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CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.
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Elementos da organização textual: segmentação, encadea- Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
mento e ordenação. ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
sintática diferente.
A segmentação é a divisão do texto em pequenas partes para
melhorar a compreensão. A encadeamento é a ligação dessas par- Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
tes, criando uma lógica e coesão no texto. A ordenação é a dispo- compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
sição dessas partes de forma a transmitir uma mensagem clara e compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
coerente. Juntos, esses elementos ajudam a criar uma estrutura Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
eficiente para o texto. duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
ESTRUTURAÇÃO DA FRASE E PERÍODOS COMPLEXOS noticiário”.
Período
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. apresenta apenas um verbo.
Vejamos: – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo — Análise Sintática
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou estrutura de um período e das orações que compõem um período.
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a seguir as especificidades de cada tipo.
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá respectivos exemplos a seguir:
ser compreendida pelo interlocutor. Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
Oração sobre o sujeito).
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O respectivos casos:
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fred fez um lindo discurso.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Um lindo discurso Fred fez.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não “Fez um lindo discurso, Fred.”
contém verbo.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
como oração. concordância verbal.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
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– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
tempo). apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou que o suspeito era realmente o culpado.”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega queria que isso acontecesse.”
de escola.” – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
– Sujeito: “jovem apaixonado” obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam é que meus pais são saudáveis.”
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma felizes que pulamos de alegria.”
informação já completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” para que nós chegássemos a casa em segurança.”
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento espero por você.»
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a estivesse cansado, concluiu a maratona.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
apelo. Observe: como se ainda vivesse no interior.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
me exercito, mais tenho disposição.”
— Estudo da relação entre as orações – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
Os períodos compostos são formados por várias orações. passou no concurso, mudou-se para o interior.”
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
subordinação. enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas USO DO VOCABULÁRIO APROPRIADO
individualmente porque apresentam sentidos completos.
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala.
doces.” As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não contextos.
preparei os doces.” A adequação vocabular trata das corretas situações em que
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos
preparo os doces.” momento em que determinadas linguagens devem ser usada.
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situa-
logo, passou no exame.” ção informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em
porque estudou bastante.” que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho
por exemplo.
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Reticências Aspas
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
sintaticamente: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
“Quem sabe um dia...” arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: “A reunião será feita ‘online’.”
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
ainda.” 2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o Assis)
objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar). CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
“— Vou partir em breve. verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
— Vá com Deus!” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
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– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
no singular ou no plural: esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” singular:
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
do que ocorreria.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, de crianças acompanhadas.”
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou Concordância nominal com menos: a palavra menos
permanece na 3a pessoa do singular: permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo – “Menos problema /menos problemas.”
concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
gênero e número com o substantivo quando exercem função de
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do adjetivo:
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
ou por verbos transitivos indiretos: – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presente
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo CASO RETO CASO OBLÍQUO
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais: Eu Me, mim, comigo.
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
Nós Nós, conosco.
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o Vós Vós, convosco.
substantivo deve estar no plural: Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
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Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.
Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.
Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.
Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
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Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
ORTOGRAFIA
— Definições
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere às
práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia são: o
emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); os sinais de
pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e decorrentes dessas funções, entre outros.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos. Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais aberto),
circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
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Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → vôo – voo; zôo – zoo.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax. portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
tônus. grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
quórum, quóruns. “para”.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos. Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito. COMUNICAÇÃO ESCRITA OFICIAL DO ESTADO DO PARANÁ:
PROCESSO DE ELABORAÇÃO TEXTUAL, PRINCÍPIOS ORIEN-
Ditongos e Hiatos TADORES DA REDAÇÃO OFICIAL, HIERARQUIA E SUBOR-
Acentuam-se: DINAÇÃO, REVISÃO, CONCEITO E ESTRUTURA DE OFÍCIO,
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, DECRETO, DESPACHO, CORREIO-ELETRÔNICO, INSTRUÇÃO
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, NORMATIVA, MEMORANDO, ORDEM DE SERVIÇO, PARE-
mausoléu, sóis, véus. CER, PORTARIA, REQUERIMENTO, RELATÓRIO, RESOLU-
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de ÇÃO; DOCUMENTOS DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA;
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí SISTEMÁTICA DA LEI
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega- Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto
Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
toda administração pública, claro está que devem igualmente nor- comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór-
tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce-
que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa- assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili- a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato- b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla- soal;
reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in- verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de alcançada a necessária impessoalidade.
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
análise pormenorizada de cada uma delas. costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
A Impessoalidade mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
a) alguém que comunique, si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
b) algo a ser comunicado, e ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
c) alguém que receba essa comunicação. exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
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dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar
com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se
de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias
uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul- de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao
to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre-
e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci- não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em
os cidadãos. todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de-
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- concorrem:
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- restrita, como a gíria e o jargão;
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, cindível uniformidade dos textos;
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. ticos que nada lhe acrescentam.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. É pela correta observação dessas características que se redige
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
Formalidade e Padronização texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi- ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
nual, exige que se atente para todas as características da redação “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- As comunicações oficiais
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
normas específicas para cada tipo de expediente. guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
Concisão e Clareza tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com
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a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação cargos de natureza especial;
do signatário. Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
Pronomes de Tratamento
b) do Poder Legislativo:
Breve História dos Pronomes de Tratamento Deputados Federais e Senadores;
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem Ministro do Tribunal de Contas da União;
larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após Deputados Estaduais e Distritais;
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
“como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de c) do Poder Judiciário:
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de Ministros dos Tribunais Superiores;
tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um Membros de Tribunais;
atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e Juízes;
não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com Auditores da Justiça Militar.
o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de tivo:
tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede-
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes ral.
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
des civis, militares e eclesiásticas. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
seguido do cargo respectivo:
Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Senador,
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senhor Juiz,
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, Senhor Ministro,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra- Senhor Governador,
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos A Sua Excelência o Senhor
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- Fulano de Tal
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- Ministro de Estado da Justiça
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero 70.064-900 – Brasília. DF
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- A Sua Excelência o Senhor
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- Senador Fulano de Tal
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Senado Federal
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. 70.165-900 – Brasília. DF
No envelope, deve constar do endereçamento: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au-
Ao Senhor toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de-
Fulano de Tal vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das
Rua ABC, nº 123 Relações Exteriores.
70.123 – Curitiba. PR
Identificação do Signatário
Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em- Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor tura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em (espaço para assinatura)
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem NOME
concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por Chefe da Secretária-geral da Presidência da República
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese- (espaço para assinatura)
jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma NOME
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu- Ministro de Estado da Justiça
nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
vocativo: Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me-
Magnífico Reitor, nos a última frase anterior ao fecho.
(...)
O Padrão Ofício
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi-
hierarquia eclesiástica, são: nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca- que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de
tivo correspondente é: cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
Santíssimo Padre, lhanças.
(...)
Partes do documento no Padrão Ofício
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: partes:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, o expede:
(...) Exemplos:
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores mento à direita:
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos Exemplo:
e demais religiosos. 13
Brasília, 15 de março de 1991.
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade c) assunto: resumo do teor do documento
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos Exemplos:
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
das as modalidades de comunicação oficial: a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- dereço.
pública:
Respeitosamente, e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
ferior: – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
Atenciosamente, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
-me informar que”, empregue a forma direta;
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LÍNGUA PORTUGUESA
– Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen- documento;
tada a posição recomendada sobre o assunto. j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos e ilustrações;
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
a estrutura é a seguinte: m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que Rich Text nos documentos de texto;
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos veitamento de trechos para casos análogos;
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
segundo a seguinte fórmula: documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca- produtividade ano 2002”
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- Aviso e Ofício
dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento, — Definição e Finalidade
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica-
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ” dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
– Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero no caso do ofício, também com particulares.
encaminhamento.
— Forma e Estrutura
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
g) assinatura do autor da comunicação; e Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- Excelentíssimo Senhor Presidente da República
tário). Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Forma de diagramação Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte tes informações do remetente:
forma de apresentação: – Nome do órgão ou setor;
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo – Endereço postal;
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – telefone E endereço de correio eletrônico.
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Memorando
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página; — Definição e Finalidade
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
espelho”); de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
cia da margem esquerda; posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
mo, 3,0 cm de largura; a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
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LÍNGUA PORTUGUESA
plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
memorando. medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
— Forma e Estrutura Mencionar:
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão - Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio- - Se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
nado pelo cargo que ocupa. - Outras possibilidades de resolução do problema.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche- 4. Custos
fe para Assuntos Jurídicos Mencionar:
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
Exposição de Motivos mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
— Definição e Finalidade especial ou suplementar;
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da - Valor a ser despendido em moeda corrente;
República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto; 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
b) propor alguma medida; ou se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Se o problema configura calamidade pública;
República por um Ministro de Estado. - Por que é indispensável a vigência imediata;
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi- - Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os nham sido previstos;
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi- - Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
nisterial. prevista.
— Forma e Estrutura 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do da proposta possa vir a tê-lo)
padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a 7. Alterações propostas
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex- Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro-
posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
medida ou submeta projeto de ato normativo. a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada resolver;
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
apontar: na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da cutivo (v. 10.4.3.).
medida ou do ato normativo proposto; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de 2002. motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o
ou órgão equivalente) nº de 200. problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
(nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever- Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração, exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem
o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. de encaminhamento ao Congresso.
Ressalte-se que: b) encaminhamento de medida provisória.
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
comentários a serem ali incluídos. pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
c) indicação de autoridades.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di-
modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
no Diário Oficial da União, no todo ou em parte. devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
Mensagem te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
— Definição e Finalidade autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
guintes finalidades: ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- administrativo.
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- forma de livro.
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames ção.
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
positivismo não é positivo para ninguém. Se não houver frustração 3. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas”, disse Judiciária-
ele à BBC Mundo. Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atri- torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isol-
bui isso às redes sociais, “que nos obrigam a comparar nossas vidas da pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas,
com as vidas perfeitas que vemos online”. (...) “Se houvesse mais em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão
honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misterio-
para experimentar todos os tipos de emoções. Somos humanos e sa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os
devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de
estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo.” ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxi- Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os
co “nos últimos anos”, mas principalmente durante a pandemia. (...) amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música.
“Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e
descem e tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O pro- por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século,
blema é quando não as queremos sentir porque nos tornamos mais têm partilhado o fascínio de Wagner por ela.
dóceis perante uma ‘onda’ que se aproxima”. (...) A resposta à primeira pergunta é que a composição ce-
Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade lebrava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner.
de Michigan, nos EUA, acredita que a melhor maneira de validar as Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de forma
emoções é “apenas ouvi-las”. “Quando alguém compartilha senti- não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era a mulher
mentos negativos com você, em vez de correr para fazer essa pes- do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era um homem
soa se sentir melhor ou pensar mais positivamente (“Tudo vai ficar casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e indomáveis que
bem”), tente levar um segundo para refletir sobre seu desconforto por vezes conseguem se sobrepor à vontade própria e que, na au-
ou medo e faça o possível para ouvir”, aconselha a especialista. (...) sência de explicações mais adequadas, têm sido atribuídas à magia
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer “não pense nisso, ou ao destino. A resposta à segunda questão é um desafio ainda
seja positivo”, diga “me diz o que você está sentindo, eu te escuto”. mais atraente.
Em vez de falar “poderia ser pior”, diga “sinto muito que está pas- Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-
sando por isso”. Em vez de “não se preocupe, seja feliz”, diga “estou bros capazes de impor comportamentos que podemos ser capazes
aqui para você”. (...) “Tudo bem olhar para o copo meio cheio, mas ou não de eliminar por meio da chamada força de vontade. Um
aceitando que pode haver situações em que o copo está meio va- exemplo elementar é a substância química oxitocina. No caso dos
zio e, a partir daí, assumir a responsabilidade de como construímos mamíferos, incluindo os seres humanos, essa substância é produzi-
nossas vidas”. da tanto no cérebro como no corpo. De modo geral, influencia toda
Para Baker, o que devemos lembrar é que “todas as nossas uma série de comportamentos, facilita as interações sociais e induz
emoções são autênticas e reais, e todas elas são válidas”. a ligação entre os parceiros amorosos.
Adaptado de: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174. Não há dúvida de que os seres humanos estão constante-
Acesso em: 28 dez. 2021. mente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto tenham
aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que
A função da linguagem predominante no texto é podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que o filtro de
(A) referencial, visto que se propõe a informar o leitor a res- amor não trouxe bons resultados para o Tristão e Isolda de Wagner.
peito da positividade tóxica e seus efeitos na vida das pessoas, Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram uma morte de-
sobretudo, mediante pareceres de especialistas. soladora.
(B) emotiva, pois a autora expressa sua visão, ainda que de (Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São Paulo:
modo sutil, acerca da severidade do problema exposto, em es- Companhia das Letras, edição digital)
pecial, no que tange à saúde mental.
(C) conativa, já que procura persuadir os leitores quanto à gra- A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das pai-
vidade dos efeitos do positivismo extremo com relação à saúde xões.
física e mental da população.
(D) fática, por centrar-se na comunicação entre autor e leitor, No contexto em que se encontra, o segmento sublinhado aci-
principal interessado em termos de conhecimento sobre o ma exerce a mesma função sintática do que está também sublinha-
tema “positividade tóxica ou positivismo extremo”.
do em:
(E) metalinguística, uma vez que evidencia o uso de uma lin-
(A) Wagner era um homem casado.
guagem científica ao apresentar diversos posicionamentos téc-
(B) O enredo gira em torno da transformação da relação entre
nicos para tratar do assunto “positividade tóxica”.
os dois protagonistas.
(C) Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-
bros
(D) o que o atraiu para essa história
(E) Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção
letal.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa
Administrativa- Atenção: Para responder à questão, leia a crônica em apelar para os bombeiros a fim de demolir o metrô tão rapi-
“Tatu”, de Carlos Drummond de Andrade. damente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O
O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que tatu tem razões de sobra para não confiar no homem e no luar do
o pé do homem pisou e trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa Corcovado.
de outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do ple- Não é fábula. Eu compreendo o tatu.
nilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos. São Paulo:
a claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições Companhia das Letras, 2013)
de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia,
quando saio precisamente para caçar? Como prover a minha sub- No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu,
sistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos, um sentimento de
como entre homens, e de noite não me dão folga? (A) empatia.
Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do in- (B) desconfiança.
terior das placas de sua couraça, em termos de português, é porque (C) superioridade.
o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além (D) soberba.
de não acreditar em audiência civilizada para seus queixumes. A (E) desdém.
armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não
há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu. 5. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área
Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de Administrativa-
prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só dele sabidas, capturar Melancolia e criatividade
vivo um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Es- Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má
tava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem, essa ou- fama. O melancólico é costumeiramente tomado como um ser de-
tra cor que as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua. sanimado, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que con-
Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como vém evitar. Mas é uma fama injusta: há grandes melancólicos que
quem diz, diante de um motivo de prazer: “Daqui a pouco eu vou fazem grande arte com sua melancolia, e assim preenchem a vida
trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê da gente, como uma espécie de contrabando da tristeza que a arte
de inimigos maiores. Sem pressentir que o mais temível deles anda- transforma em beleza. “Pra fazer um samba com beleza é preciso
va por perto, em horas impróprias à deambulação de um professor um bocado de tristeza”, já defendeu o poeta Vinícius de Moraes, na
universitário. letra de um conhecido samba seu.
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madru- Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre
gada? anima a literatura, a música, a pintura, o cinema, as artes todas.
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando Anima, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um bom
todos roncam. filme melancólico, revisitar um belo poema desesperançado, ouvir
Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou seja: os artis-
feitio manso, mas o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir tas melancólicos fazem de sua melancolia a matéria-prima de uma
qualquer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho. obra-prima. Sorte deles, nossa e da própria melancolia, que é as-
Achou logo um cipó bem forte, pedindo para ser usado na caça; sim resgatada do escuro do inferno para a nitidez da forma artística
e jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com bem iluminada.
perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde, Confira: seria possível haver uma história da arte que
nas profundas camadas do ser, e só permite que venha aflorar em deixasse de falar das grandes obras melancólicas? Por certo se per-
noite de lua cheia!). deria a parte melhor do nosso humanismo criativo, que sabe fazer
Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O de uma dor um objeto aberto ao nosso reconhecimento prazero-
coitado nem teve tempo de cravar as garras no laçador. Quando so. Charles Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou essa figura huma-
agiu, já este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E ou- na inesquecível da complexa composição de fracasso, melancolia,
tra. Era fácil para o tatu arrebentar o cipó com a força que a natu- riso, esperteza e esperança. O vagabundo sem destino, que vive a
reza depositou em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu apanhar da vida, ganhou de seu criador o condão de emocionar o
meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sere- mundo não com feitos gloriosos, mas com a resistente poesia que o
no narrador mentiu, sei lá. Talvez o tenha comprado numa dessas faz enfrentar a vida munido da força interior de um melancólico dis-
casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na posto a trilhar com determinação seu caminho, ainda que no rumo
rua, a um vendedor de ocasião, quando tudo se vende, desde o a um horizonte incerto.
mico à alma, se o PM não ronda perto. (Humberto Couto Villares, a publicar)
Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um
tatu que não se acomodou ao palmo de terra nos fundos da casa e No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para
tratou de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira, (A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fra-
e lá faz greve de fome. De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite casso humano.
perdeu para ele seu encanto luminoso. A ideia de levá-lo para o (B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar
zoológico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor seus altos objetivos.
reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se revela profundamente (C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor
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em franca alegria. (Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasilei-
(D) personificar a complexa conjunção entre força poética e ro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019)
marginalidade social.
(E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi)
comprometido com nada. sinônimo de igualdade está flexionado nos mesmos tempo e modo
que o sublinhado em:
6. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecno- (A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com gran-
logia da Informação- de naturalidade
A independência política em 1822 não trouxe muitas novida- (B) Três longos rios resumiriam a nação
des em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro, (C) O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um es-
qual seja: estruturar e justificar uma nova nação. trangeiro
A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto His- (D) A independência política em 1822 não trouxe muitas novi-
tórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio dades
de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma (E) a água que corria representava o futuro desse país
história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas pro-
posições, trabalhos e argumentos. 7. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB, ências Jurídicas- Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador
basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá orga- francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão.
nizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se O preço da justiça
dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: “Como se Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como
deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os
história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e
fundamental, para a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, matem um homem em grande aparato.
e com grande naturalidade, de “História do Brasil”. Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de ou-
A singularidade da competição também ficou associada a seu tra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para
resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar, massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circuns-
nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido na- tância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe
turalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É
importância, embora novato no que dizia respeito à história em preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a
que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e po- preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda
vos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominio-
herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pe- sa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um
quenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país momento”.
a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém
aqui existentes. a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passa-
A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência gem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os
de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo com- dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de
plicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pân-
continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país. tanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto
Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em
estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os pedaços sobre uma roda de carroça.
indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por (VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São
meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)
nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas;
outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro, Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado po-
mais diminuto, alimentado pelos negros. sicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos (A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homi-
cídio
juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era (e
(B) matem um homem / em grande aparato
nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de
(C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o pú-
“inventar” uma história não só particular (uma monarquia tropical
blico
e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria re-
(D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
presentava o futuro desse país constituído por um grande rio cau- (E) servir ao público / preservar uma região da inundação
daloso no qual desaguavam os demais pequenos afluentes.
É possível dizer que começava a ganhar força então a la-
dainha das três raças formadoras da nação, que continuaria encon-
trando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.
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8. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental rinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o
e Médio - Língua Portuguesa- temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de
Ai de ti, Ipanema que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas com ele na alma.
mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copacabana, porque eu já fiz o si- Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pe-
nal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não viste; sada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem
porém minha voz te abalará até as entranhas.” Era uma exortação (“Falta só uma semana, seu Adelino”).
bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e hiperbólica. “En- Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar
tão quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o
na verdade não haverá terreno algum.” palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os
Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
degradação e da dissolução moral de um bairro prestes a ser tra- Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino
gado pelo pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em meio às veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele,
abjeções e ao vício: “E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino,
vasa fétida das marés cobrirá tua face”. calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspira-
A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada, ção não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada.
inofensiva e pura, era então, como Ipanema seria depois, a síntese A freguesa resolveu colaborar:
mítica do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma me- − Que tal um fígado acebolado?
tonímia. − Acabou, madame − atalhou o garçom.
No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não contami- − Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
nado ainda pelos plenos pecados, eram tempos idílicos e pastorais, − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a
a era da inocência, da bossa nova, dos anos dourados de JK, de Gar- cabeça.
rincha. Digo eu agora: Ai de ti, Ipanema, que perdeste a inocência − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com fei-
e o sossego, e tomaste o lugar de Copacabana, e não percebeste os jão-branco, farofa e arroz…
sinais que não são mais simbólicos: o emissário submarino se rom- − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma car-
pendo, as águas poluídas, as valas negras, as agressões, os assaltos, nezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço
o medo e a morte. − ponderou.
(Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. Rio de A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167) − Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau
a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e
Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale dos termos exortação e Da cozinha veio a informação:
condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga, − Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
(A) a tonalidade grave de uma invectiva. − Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
(B) a informalidade de um discurso emocional. Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes
(C) o coloquialismo de um lírico confessional. de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o
(D) a retórica argumentativa dos clássicos. apetite de seu Adelino:
(E) a força épica de uma celebração. − Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
9. FGV - 2022 - TJ-MS - Analista Judiciário - Área Fim- A lin- O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou
guagem tem múltiplas funções; a frase abaixo em que a função da o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio.
linguagem empregada é a de abordar a própria linguagem (meta- Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpe-
linguagem) é: lou-o:
(A) Para salvar seu crédito, você deve esconder a sua ruína; − Como é, está bom?
(B) Colhe as rosas enquanto estão vivas; amanhã, já não esta- Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
rão como hoje; − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá
(C) Em geral, logo que uma coisa se torna útil deixa de ser bela; nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer:
(D) Se você tiver que ser atropelado por um carro, é melhor que está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insos-
seja por uma Ferrari; sa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
(E) O não produz inimigos; o sim, falsos amigos. A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso
Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando:
10. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administra- − Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate,
tivo da Assistência Social- Atenção: Leia a crônica para responder pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e
à questão ainda acrescentam um ovo…
O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhan-
fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “fa- do, desta vez em sorriso aberto:
cilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias impor- − Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas,
tantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigar- daquelas… Um santo, santíssimo prato!
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Mas, encarando o concreto: 12. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! - Área Judiciária
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom O meu ofício
filme de espionagem para o senhor se consolar. O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo.
Não tinha, infelizmente. Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Pau- que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra-
lo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru-
O termo sublinhado em a fregueses mais antigos oferece, an- mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes
tes do menu, o jornal do dia “facilitado” exerce a mesma função em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín-
sintática do termo sublinhado em: gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
(A) O garçom estendeu-lhe o menu e esperou uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
(B) seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
(C) Vez por outra, indaga se a comida está boa surda como uma náusea dentro de mim.
(D) Uma noite dessas, o movimento era pequeno Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
(E) seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
11. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
- Área Judiciária- sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
A chama é bela nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do ou furtadas aqui e ali.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
fixos como um programa televisivo. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente atônita, estupefata.
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
obriga a imaginar coisas sem nome...
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- observadas em:
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é falta a espontaneidade dos bons escritos.
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
Record, 2021, p. 54-55) (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
forma do plural para integrar corretamente a frase: tora, do que os que a levaram a imaginar histórias
(A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as
crianças o espetáculo da lareira. 13. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
(B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáfo- tação - Infraestrutura de TI- Atenção: Para responder à questão, leia
ras que o fazem representar nossas paixões. o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis.
(C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demorada- Nunca pude entender a conversação que tive com uma
mente em suas luzes que podem enceguecê-los. senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite
(D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as proprieda- de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo,
des do brilho físico e as do estatuto metafórico. preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
(E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
para o eterno espetáculo que suas chamas constituem. neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas
primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-
-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses
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antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa asso- 14. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário
bradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, - Área Administrativa-
alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra Crimes ditos “passionais”
e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gen- A história da humanidade registra poucos casos de mulhe-
te estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe-
ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo
teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente,
fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque-
vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por
eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam-
amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o
casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele
existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar.
acabou achando que era muito direito. O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que
verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa-
grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e pas- fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos
sivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, per- que das provas dos autos.
doava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que
anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os
mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso
recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vesti- têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus-
do e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acor- tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo
dar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, do que com o verdadeiro sentimento de honra.
eu levaria outra, a terceira ficava em casa. A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo-
— Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? per- ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas
guntou-me a mãe de Conceição. decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais.
— Leio, D. Inácia. A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artag- (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São
nan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas
quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor É inteiramente regular a pontuação do seguinte período:
que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. (A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se
(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: considere passional um crime movido pelo rancor, e pelo ódio.
Companhia das Letras, 1988) (B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses cri-
mes em que, a paixão alegada, vale como uma atenuante.
*comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado (C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mu-
lheres, aos poucos, têm garantido seus direitos fundamentais.
Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a supressão de (D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que es-
um verbo em: tão na raiz mesma, dos crimes hediondos apresentados como
(A) A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas passionais.
escravas. (E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional,
(B) Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu acaba por convencer o júri, inocentando assim um frio crimi-
levaria outra, a terceira ficava em casa. noso.
(C) A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de mi- 15. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
nhas primas. ências Jurídicas Considere o texto abaixo para responder à questão.
(D) Nunca pude entender a conversação que tive com uma se- [Viver a pressa]
nhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva
(E) Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Sena- e calculista do mundo do trabalho e aquilo que somos e fazemos
do, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. nas horas em que estamos fora dele.
O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão
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epidêmica como a peste em outros tempos: a frequência do acesso (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Com-
a um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival. panhia das Letras, 2016, p. 106)
Mais de um quinto dos usuários da internet desistem de um vídeo
caso ele demore mais que cinco segundos para carregar. No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a con-
Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia cordância na frase:
em que toda essa pressa deixe de ser uma obsessão? Será que a (A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo
adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima aca- menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se
bará por esvaziar até mesmo a consciência dessa nossa degradação distribuir.
descontrolada? (B) À medida que se recomporem as condições iniciais do pro-
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: cesso, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um
Companhia das Letras, 2016, p. 88) de seus ideais.
(C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição
Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período: das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas in-
(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, justiças.
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também (D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribui-
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de ção de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. desejam fazer.
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, (E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunida-
que contamina não apenas o tempo do trabalho mas, também, des, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de referendo.
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará.
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, 17. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas também tação - Sistemas da Informação-
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de 1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narrado-
que, se assim continuar nossa civilização, se degradará. res dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado
(D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas, também vitrines interativas de hoje é a própria personalidade.
o tempo, de outras ocupações, o autor mostra seu temor de 2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos,
(E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes.
o tempo de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de 3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da inte-
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. met são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumen-
tos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer
16. FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas
Legislativo- Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expres-
abaixo. são. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio,
Distribuição justa por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência
das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme
qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os
a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, es- de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas des-
forços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela tes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profun- 4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário,
da falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero dessa autocriação.
ou religiosa? 5. As diversas versões dessas personalidades que performam
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas cos-
infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um tumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que
papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer ou- hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artis-
tra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um ta romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma
mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e
vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envene- os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo
na os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a
ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade
seu leque de escolhas possíveis na vida prática e eleger seus proje- que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo
tos, apostas e sonhos de realização. que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, co-
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20. FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Médio- A concordân- II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
cia, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
que se encontra em: III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
(A) Falta e ausência têm em quaizquer seres humanos. tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
(B) Não hão falta e ausência em uma série de individuos. IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
(C) Não existem falta e ausência como sentimentos humanos. pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
(D) Todos nós nos sentimos em falta para com o outro as vezes. -Geral.
(E) Não haviam falta e ausência em nós quando eramos crian- V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
ças. -ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
-Executiva, tenente-coronel.
21. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA – Assinale a alternativa CORRETA:
2019) (A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto (B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti- (C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
nado ao presidente do Congresso Nacional é (D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(A) Senhor Presidente. (E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente. 25. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
(D) Excelentíssimo Presidente. Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
(E) Excelentíssimo Senhor. Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
mentem esses usos.
22. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 ) 1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi- Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm 2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
se quer dizer. mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
(A) Dois-pontos. de desferir os golpes.
(B) Ponto-e-vírgula. INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
(C) Ponto-de-interrogação. da vírgula em cada frase.
(D) Ponto-de-exclamação. ( ) Para destacar deslocamento de termos.
( ) Para separar adjuntos adverbiais.
23. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- ( ) Para indicar um aposto.
AOCP – 2018) A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder (A) 1 – 2 – 3.
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda- (B) 2 – 1 – 3.
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, (C) 3 – 1 – 2.
os itens a seguir. (D) 3 – 2 – 1.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa. GABARITO
Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
1 D
natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 2 A
Poderes da União. 3 D
( ) CERTO
( ) ERRADO 4 A
5 D
24. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 ) 6 E
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial.
Conforme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor 7 A
em 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras 8 A
grafadas conforme o Acordo.
9 E
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador. 10 E
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11 D ___________________________________________
12 B ___________________________________________
13 D
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___________________________________________
14 E
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15 A
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16 C
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17 E ___________________________________________
18 D ___________________________________________
19 D ___________________________________________
20 C ___________________________________________
21 B ___________________________________________
22 B ___________________________________________
23 CERTO ___________________________________________
24 E ___________________________________________
25 C
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ANOTAÇÕES ___________________________________________
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DIREITO APLICADO
— Testemunhas
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA A testemunha deve ser qualificada e prometer dizer a verdade.
DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL – DO CÓDIGO DE O depoimento deve ser prestado oralmente, com exceção a consul-
PROCESSO PENAL ta a breves apontamentos escritos. Ex. lembrar data etc.
O CPP adota o “cross examination”, ou seja, as perguntas são
feitas diretamente para as testemunhas. Todavia, o juiz não permi-
Prova é o conjunto de elementos que visam à formação do tirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo
convencimento do juiz. Em regra, a prova é produzida durante o quando inseparáveis da narrativa do fato.
processo, sob o manto do contraditório e ampla defesa. O que é O cônjuge, ascendentes, descendente e irmão do acusado
produzido durante o inquérito policial é denominado de elementos (CADI) podem se recusar a testemunhar, salvo quando não for pos-
de informação. sível por outro modo obter a prova do fato e suas circunstâncias.
A prova é direito subjetivo das partes. Não precisam ser pro- Ademais, determinadas pessoas são proibidas de depor, em razão
vados: do sigilo profissional (ex. padre). Exceção: Se forem desobrigadas
– Fatos axiomáticos; pela parte interessada e quiserem dar o seu testemunho.
– Fatos notórios;
– Presunções legais; Quem não presta o compromisso de dizer a verdade?
– Fatos inúteis. – Doentes mentais;
Atente-se que, mesmo que um fato seja incontroverso precisa – Menores de 14 anos;
ser objeto de prova, pois não existe revelia no processo criminal. – CADI.
Vale conhecer um pouco sobre as principais provas do CPP:
Busca e Apreensão
— Interrogatório do acusado – Razões que autorizam a busca domiciliar: prender crimino-
O interrogatório exige entrevista prévia e reservada com de- sos, apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
fensor, qualificação do acusado e cientificação do inteiro teor da apreender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apre-
acusação. O acusado deve ser informado sobre o direito ao silêncio ender armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas,
e interrogado na presença de seu defensor. vítimas, elementos de convicção no geral;
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o – A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
investigado, durante a busca e apreensão em sua residência, sem – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
que tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia con- morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem
sulta a seu advogado e sem que ele tenha sido comunicado sobre na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador,
seu direito ao silêncio e de não produzir provas contra si mesmo. ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a por-
Isso consiste em violação ao direito ao silêncio e à não autoincri- ta. Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada
minação. a entrada. Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver
— Confissão presente;
A confissão é divisível e reatratável, de maneira que o juiz anali- – Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada
sará de acordo com o exame das provas em seu conjunto. suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri-
— Ofendido são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na
O ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstân- posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
cias da infração. A jurisprudência, inclusive, admite a condução co- corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de
ercitiva do ofendido. busca domiciliar;
Para a sua proteção, O ofendido é comunicado sobre o ingresso – A busca pessoal dispensa mandado judicial;
e saída do acusado da prisão, dia da audiência, resultado da senten- – A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor-
ça/acórdão etc. Inclusive, na audiência o ofendido tem um espaço tar retardamento ou prejuízo da diligência.
separado dos demais. O juiz sempre busca tomar as providências
necessárias para a preservação da intimidade do ofendido.
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DIREITO APLICADO
Perícia
O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custódia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e exa-
minadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, documenta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter a história
cronológica de uma evidência.
A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a conse-
quente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a fonte de prova garante a validade da prova.
Definição e conceitos
A perícia pode ser conceituada como um exame técnico que se destina a elucidar fato, estado ou situação, com vistas à investigação
criminal e provimento da justiça.
O art. 158 do CPP exige o exame de corpo de delito (perícia) sempre que a infração deixar vestígios. Exemplo: lesões, estupro etc.
Ademais, o CPP confere prioridade aos crimes que envolvam:
• Violência doméstica e familiar contra mulher;
• Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Vale lembrar que a confissão do acusado não supre o exame, todavia, outras provas podem auxiliar na investigação, como, por exem-
plo, a prova testemunhal.
Requisição
De acordo com o art. 184 do CPP o juiz e a autoridade policial (delegado de polícia) possuem discricionariedade para negar perícias
requeridas pelas partes. Ex. o delegado ou o juiz entendem que a perícia não é necessária para o esclarecimento da verdade.
Por outro lado, nos casos de crimes que deixam vestígios o exame de corpo de delito é obrigatório.
O art. 6º do CPP exemplifica alguns atos que o delegado pode adotar assim que tiver conhecimento de infração penal. Dentre tais
possibilidades encontra-se a de determinar que se proceda o exame de corpo de delito ou qualquer outra perícia.
As partes podem requerer a oitiva do perito, com antecedência mínima de 10 dias. Ademais, o perito pode apresentar as respostas
em laudo complementar.
A função dos peritos é elaborar o laudo pericial e responder aos quesitos formulados. O laudo pericial será elaborado no prazo máxi-
mo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Algumas curiosidades são pertinentes saber:
• A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito (em regra);
• Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver;
• O juiz pode discordar do laudo.
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DIREITO APLICADO
O art. 168 do CPP traz a perícia em caso de lesões corporais. não diz respeito apenas a um ser humano sem vida, mas a tudo que
Como o Código Penal exige saber o tempo de incapacidade para as possa estar envolvido com o delito, como um fio de cabelo, uma
ocupações habituais para poder classificar o tipo de lesão ocasio- mancha, uma planta, uma janela quebrada, uma porta arrombada
nada, o CPP impõe exame complementar em 30 dias, contados da etc. Em outras palavras, “corpo de delito” é o local do crime com to-
data do crime. Ex. João bate em Paulo, é feito o exame de corpo de dos os seus vestígios; “exame de corpo de delito” é o laudo técnico
delito; 30 dias depois é feito o exame complementar que verifica a que os peritos fazem nesse determinado local, analisando-se todos
ocorrência de incapacidade para as ocupações habituais da vítima os referidos vestígios.
por mais de 30 dias, indicando que trata-se de lesão grave. Em segundo lugar, logo ao tratar deste meio de prova espécie,
Outros casos, também, exigem exame complementar. Por fica claro que a confissão do acusado, antes considerada a “rainha
exemplo, o primeiro exame pericial ter sido incompleto. Ademais, das provas”, hoje não mais possui esse “status”, haja vista uma am-
diante de impossibilidade, a prova testemunhal supre o exame. pla gama de vícios que podem maculá-la, como a coação e a assun-
O art. 162 traz o exame necroscópico: ção de culpa meramente para livrar alguém de um processo-crime.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois Quando o exame for encerrado, o perito colherá o material e
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, guardará com cuidado os projéteis, armas, alimentos e tudo mais
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão que disser respeito ao crime e que possam ser averiguados com a
no auto. análise da impressão digital.
Os objetos serão levados para o laboratório, pesados, medidos,
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples e examinados pelos profissionais especializados.
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que Caso o exame seja realizado no local do crime, com a obtenção
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa das provas, o cadáver será levado ao médico-legista, já que o local
da morte e não houver necessidade de exame interno para a verifi- do crime é de competência do perito criminal, enquanto o cadáver
cação de alguma circunstância relevante. é de competência do médico-legista.
E, o art. 163 traz o exame de exumação:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a auto- O exame do corpo de delito interno relaciona-se com a aber-
ridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca- tura do cadáver, porém será dispensada essa abertura em alguns
dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. casos como:
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou par- - morte natural
ticular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. - quando a morte é violenta, mas não há crime a apurar - ex.:
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de queda da escada, suicídio
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a au- - quando a análise externa for suficiente para saber o motivo da
toridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará morte. Exemplo: cadáver carbonizado.
do auto.
Tanto o exame necroscópico quanto a exumação ocorrem em Perícia
crimes que envolvam a morte. O exemplo clássico de tais procedi- O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custó-
mentos é quando o cadáver já foi submetido ao exame necroscópi- dia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e
co, mas surgirem dúvidas sobre o primeiro exame – neste caso, exu- examinadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, docu-
ma-se o corpo para compreender melhor alguns aspectos do crime. menta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter
a história cronológica de uma evidência.
O exame do corpo de delito é um conjunto de elementos ma- A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the
teriais ou a existência de vestígios que denotam a prática de um chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a con-
crime. Trata-se de laudo técnico que os peritos fazem nesse deter- sequente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a
minado local, analisando-se todos os referidos vestígios. fonte de prova garante a validade da prova.
O corpo de delito é, em essência, o próprio fato criminal, sobre
cuja análise é realizada a perícia criminal a fim de determinar fato- — Meios de Prova e Meios de Obtenção de Prova em Espécie
res como autoria, temporalidade, extensão de danos, etc., através
do exame de corpo de delito.
Meio de Prova Meio de Obtenção de Prova
A finalidade do exame de corpo de delito é comprovar a exis-
tência dos elementos do fato típico dos delitos “FACTI PERMANEN- Procedimento realizado para
Corresponde à prova em si.
TIS” (delitos praticados com vestígios). se chegar à prova.
Quando a infração deixar vestígios (o chamado “delito não tran-
seunte”), o exame de corpo de delito se torna indispensável, não Busca e Apreensão
podendo supri-lo a confissão do acusado. Vale lembrar, contudo, – Razões que autorizam a busca domiciliar: prender crimino-
que não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem sos, apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a apreender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apre-
falta (art. 167, CPP). ender armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas,
Muitos confundem o “corpo de delito” com o “exame de cor- vítimas, elementos de convicção no geral;
po de delito”. Explico. Dá-se o nome de “corpo de delito” ao local – A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
do crime com todos os vestígios materiais deixados pela infração – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
penal. Trata-se dos elementos corpóreos sensíveis aos sentidos hu- morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem
manos, ou seja, aquilo que se pode ver, tocar, etc. Contudo, “corpo”, na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador,
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DIREITO APLICADO
ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a por- II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas,
ta. Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacio-
a entrada. Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser nado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964,
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver de 2019)
presente; III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se en-
– Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada contra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na
suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri- croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produ-
são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na zido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam nº 13.964, de 2019)
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à aná-
busca domiciliar; lise pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído
– A busca pessoal dispensa mandado judicial; pela Lei nº 13.964, de 2019)
– A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor- V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada
tar retardamento ou prejuízo da diligência. vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo
com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
Segue em Anexo o disposto no Código Processual Penal rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a
coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para
o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos,
TÍTULO VII temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de
DA PROVA suas características originais, bem como o controle de sua posse;
(...) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO II VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do ves-
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE tígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações re-
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL ferentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.964, DE 2019) relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio,
código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, proto-
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável colo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo Lei nº 13.964, de 2019)
a confissão do acusado. VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas caracterís-
de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído ticas biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
dada pela Lei nº 13.721, de 2018) sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.721, de 2018) IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com condições adequadas, do material a ser processado, guardado para
deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) realização de contra perícia, descartado ou transportado, com vin-
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos culação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº
os procedimentos utilizados para manter e documentar a história 13.964, de 2019)
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante
até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferen-
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais cialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário
seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
de 2019) ção de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de 2019)
potencial interesse para a produção da prova pericial fica respon- § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou pro-
sável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cesso devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, central de perícia oficial de natureza criminal responsável por de-
constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluí- talhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964,
do pela Lei nº 13.964, de 2019) de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remo-
do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de ção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por
2019) parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processu-
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de po- al a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tencial interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio
Lei nº 13.964, de 2019) será determinado pela natureza do material. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
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DIREITO APLICADO
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com § 3° Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação
a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) 11.690, de 2008)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar § 4° O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo
suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos
de resistência adequado e espaço para registro de informações so- peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído
bre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai pro- § 5° Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
ceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
pela Lei nº 13.964, de 2019) I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e
ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do res- os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
ponsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as
referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2019) 2008)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar parece-
novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) res em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestí- § 6° Havendo requerimento das partes, o material probatório
gios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do
de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
de 2019) perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de proto- sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
colo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais § 7° Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma
e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distri- área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação
buição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
condições ambientais que não interfiram nas características do ves- técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
tígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descre-
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio de- verão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos que-
verão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocor- sitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
rência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo má-
13.964, de 2019) ximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos ex-
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armaze- cepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº
nado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a 8.862, de 28.3.1994)
hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qual-
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas quer dia e a qualquer hora.
as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julga-
ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) rem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser auto.
devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluí- Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o sim-
do pela Lei nº 13.964, de 2019) ples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
ou condições de armazenar determinado material, deverá a autori- causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
dade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do verificação de alguma circunstância relevante.
referido material em local diverso, mediante requerimento do dire- Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a auto-
tor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluí- ridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca-
do pela Lei nº 13.964, de 2019) dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou par-
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. ticular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de
§ 1° Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a au-
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior toridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habili- do auto.
tação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição
pela Lei nº 11.690, de 2008) em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, to-
§ 2° Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem das as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
e fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº dação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
11.690, de 2008)
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DIREITO APLICADO
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas foto- que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente re-
gráficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. conhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exu- houver dúvida;
mado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identifi- III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exa-
cação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de me, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos
testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser
no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. retirados;
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e auten- IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
ticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escre-
identificação do cadáver. va o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
suprir-lhe a falta. Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pe- para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a
ricial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar eficiência.
por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos
a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, até o ato da diligência.
ou de seu defensor. Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos
§ 1° No exame complementar, os peritos terão presente o auto far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação pri-
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. vada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
§ 2° Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito deprecante.
no art. 129, § 1°, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decor- Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão trans-
ra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. critos na precatória.
§ 3° A falta de exame complementar poderá ser suprida pela Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela au-
prova testemunhal. toridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido pra- assinado pelos peritos.
ticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para Art. 179. No caso do § 1° do art. 159, o escrivão lavrará o auto
que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame,
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esque- também pela autoridade.
mas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo,
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas
do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências folhas por todos os peritos.
dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consig-
de 28.3.1994) nadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de ou-
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão ma- tro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade
terial suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade pode-
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou rá mandar proceder a novo exame por outros peritos.
microfotográficas, desenhos ou esquemas. Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimen- de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária
to de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o lau-
peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instru- do. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
mentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se
praticado. proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coi- Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo
sas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-
procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos au- -se-á o disposto no art. 19.
tos e dos que resultarem de diligências. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando
o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado não for necessária ao esclarecimento da verdade.
para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu
valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do
fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por
comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será
intimada para o ato, se for encontrada;
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DIREITO APLICADO
– Fraude processual;
CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES – DO CÓDIGO – Favorecimento pessoal;
DE PROCESSO PENAL – Favorecimento real;
– Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança;
– Evasão mediante violência contra a pessoa;
TÍTULO VIII – Arrebatamento de preso;
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E – Motim de presos;
DEFENSOR DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA – Patrocínio infiel;
(...) – Patrocínio simultâneo ou tergiversação;
CAPÍTULO VI – Sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
DOS PERITOS E INTÉRPRETES – Exploração de prestígio;
– Violência ou fraude em arrematação judicial;
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à – Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
disciplina judiciária. de direitos.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a Ademais, tanto no falso testemunho como na falsa perícia: O
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
salvo escusa atendível. ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem É importante saber diferenciar o favorecimento real do favore-
justa causa, provada imediatamente: cimento pessoal:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; – Exemplo de favorecimento real: um amigo do criminoso guar-
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; da em sua casa o proveito do crime (um objeto furtado).
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja – Exemplo de favorecimento pessoal: um amigo do criminoso
feita, nos prazos estabelecidos. esconde o foragido em sua casa. Se quem presta o auxílio é ascen-
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa dente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. pena.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada Por fim, vale diferenciar patrocínio infiel de patrocínio simultâ-
nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal; neo ou tergiversação:
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opina-
do anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. Patrocínio infiel Patrocínio simultâneo ou
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o Art. 355 - Trair, na tergiversação
disposto sobre suspeição dos juízes. qualidade de advogado Parágrafo único - Incorre
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados ou procurador, o dever na pena deste artigo o
aos peritos. profissional, prejudicando advogado ou procurador
interesse, cujo patrocínio, em judicial que defende na
juízo, lhe é confiado: mesma causa, simultânea
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Pena - detenção, de seis ou sucessivamente, partes
DA JUSTIÇA – FALSA PERÍCIA, FALSO TESTEMUNHO, FRAU- meses a três anos, e multa. contrárias.
DE PROCESSUAL, EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO- DO CÓDI-
GO PENAL DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
TÍTULO XI
De acordo com o STJ, a inépcia da denúncia de corrupção ativa DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
não induz, por si só, o trancamento da ação penal de corrupção
passiva. Os dois crimes estão em tipos penais autônomos, e um não (...)
pressupõe o outro. CAPÍTULO III
Ademais, o CP elenca os crimes praticados por particular contra DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
a Administração Pública Estrangeira: Corrupção ativa em transação
comercial internacional; Tráfico de influência em transação comer- Reingresso de estrangeiro expulso
cial internacional. E, também, estabelece os crimes contra a Admi- Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que
nistração da Justiça: dele foi expulso:
– Reingresso de estrangeiro expulso; Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
– Denunciação caluniosa; expulsão após o cumprimento da pena.
– Comunicação falsa de crime ou contravenção;
– Auto-acusação falsa; Denunciação caluniosa
– Falso Testemunho ou falsa perícia; Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de pro-
– Coação no Curso do Processo; cedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo
– Exercício arbitrário das próprias razões; administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi-
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DIREITO APLICADO
dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração Exercício arbitrário das próprias razões
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:(Redação Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pre-
dada pela Lei nº 14.110, de 2020) tensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve pena correspondente à violência.
de anonimato ou de nome suposto. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá- procede mediante queixa.
tica de contravenção. Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que
se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou conven-
Comunicação falsa de crime ou de contravenção ção:
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter veri-
ficado: Fraude processual
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
Auto-acusação falsa com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
ou praticado por outrem: Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se
em dobro.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade Favorecimento pessoal
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Re- § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
dação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri- § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
me é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da administração pública Favorecimento real
direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro- de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do cri-
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a me:
verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer ou- Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facili-
tra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intér- tar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rá-
prete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em de- dio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional.
poimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada Lei nº 12.012, de 2009).
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um Exercício arbitrário ou abuso de poder
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência)
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda- Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Coação no curso do processo Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em dois a seis anos.
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se tam-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena bém a pena correspondente à violência.
correspondente à violência. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou
metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. o internado.
(Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021) § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano,
ou multa.
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c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
saúde, com profissões regulamentadas; prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
ou indiretamente, pelo poder público; de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- possibilite o acesso a informações privilegiadas.
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
caso, definir as áreas de sua atuação; dispor sobre:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- I - o prazo de duração do contrato;
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, III - a remuneração do pessoal.”
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
obrigações. remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, exoneração.
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
de autoridades ou servidores públicos. Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
da lei. subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
dos serviços; a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- Constitucional nº 103, de 2019)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
e XXXIII; de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
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§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
nº 109, de 2021) prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
guintes disposições: Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; caso, o disposto no art. 37, XI.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
ção; empregos públicos.
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não provenientes da economia com despesas correntes em cada
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência produtividade.
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de ori- § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
gem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
Servidores Públicos temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
Distrito Federal ou aos Municípios. mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
SEÇÃO II social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
DOS SERVIDORES PÚBLICOS nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
ta, das autarquias e das fundações públicas. são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão conselho de política de administração e remuneração de II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
deres. e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
componentes do sistema remuneratório observará: se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
cargos componentes de cada carreira; idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
II - os requisitos para a investidura; tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
III - as peculiaridades dos cargos. demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores de 2019)
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
convênios ou contratos entre os entes federados. ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
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§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos
social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
Constitucional nº 103, de 2019) de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 103, de 2019)
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos correspondente regime de previdência complementar.
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições na forma da lei.
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
Constitucional nº 103, de 2019) superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente que tenha completado as exigências para a aposentadoria
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
critérios estabelecidos em lei. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar
de tempo de contribuição fictício. de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
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§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela religiosos.
Lei nº 13.163, de 2015) § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a partici-
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal par de atividade religiosa.
incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização
de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às pre- SEÇÃO VIII
sas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de inicia-
ção ou de aperfeiçoamento técnico. Art. 25. A assistência ao egresso consiste: (Regulamento)
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
adequado à sua condição. II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação,
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convê- em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
nio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
ofereçam cursos especializados. prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assis-
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada tente social, o empenho na obtenção de emprego.
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: (Regu-
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. lamento)
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da
Lei nº 13.163, de 2015) saída do estabelecimento;
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído II - o liberado condicional, durante o período de prova.
pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o para a obtenção de trabalho. (Regulamento)
número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
de 2015) CAPÍTULO III
III - a implementação de cursos profissionais em nível de ini- DO TRABALHO
ciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) SEÇÃO I
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e con-
de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) dição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
SEÇÃO VI precauções relativas à segurança e à higiene.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Conso-
lidação das Leis do Trabalho.
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante pré-
e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. via tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: mínimo.
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os pro- a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que de-
blemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; terminados judicialmente e não reparados por outros meios;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das b) à assistência à família;
saídas temporárias; c) a pequenas despesas pessoais;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
recreação; manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem preju-
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumpri- ízo da destinação prevista nas letras anteriores.
mento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a
liberdade; parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Pou-
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da pança, que será entregue ao condenado quando posto em liberda-
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; de.
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à co-
do internado e da vítima. munidade não serão remuneradas.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obriga-
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a parti- do ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
cipação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obri-
como a posse de livros de instrução religiosa. gatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
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Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV po- VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefô-
derão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do di- nico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
retor do estabelecimento. presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466,
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de 2007)
de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de con- perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
fiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambu- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que cou-
latorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e ber, ao preso provisório.
acompanhar o tratamento. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o par- direitos que:
ticular serão resolvidas pelo Juiz da execução. I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
SEÇÃO III imposta;
DA DISCIPLINA III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
SUBSEÇÃO I Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
DISPOSIÇÕES GERAIS falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina
internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar di-
obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no ferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei
desempenho do trabalho. nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repe-
privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório. tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
anterior previsão legal ou regulamentar. II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei nº
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade 13.964, de 2019)
física e moral do condenado. III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem re-
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. alizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; (Redação
pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que
as disposições regulamentares. não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que esti- V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu
ver sujeito o condenado. defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em con-
ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, trário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
SUBSEÇÃO II VII - participação em audiências judiciais preferencialmente
DAS FALTAS DISCIPLINARES por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e § 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado
graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros:
as respectivas sanções. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspon- I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do es-
dente à falta consumada. tabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964,
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de de 2019)
liberdade que: II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, asso-
ou a disciplina; ciação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática
II - fugir; de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
integridade física de outrem; § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em orga-
IV - provocar acidente de trabalho; nização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação,
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO
o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento
em estabelecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a dis-
de 2019) ciplina e de sua dedicação ao trabalho.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar Art. 56. São recompensas:
diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos I - o elogio;
de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei II - a concessão de regalias.
nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabele-
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a seguran- cerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
ça do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) SUBSEÇÃO IV
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal
e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em
duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências
e os resultados do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Re-
13.964, de 2019) dação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime discipli- Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções pre-
nar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e exter- vistas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei
na, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar nº 10.792, de 2003)
contato do preso com membros de sua organização criminosa, as- Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não
sociação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (Incluído poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime dis-
pela Lei nº 13.964, de 2019) ciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz
gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autoriza- da execução.
ção judicial, fiscalizada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) SUBSEÇÃO V
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar dife- DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
renciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do
caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegu-
vezes por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, rado o direito de defesa.
de 2019) Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isola-
SUBSEÇÃO III mento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão
DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da discipli-
na e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz compe-
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: tente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
I - advertência verbal; Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventi-
II - repreensão; va no regime disciplinar diferenciado será computado no período
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo úni- de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº
co); 10.792, de 2003)
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o
disposto no artigo 88 desta Lei. CAPÍTULO VII – DAS DIPOSIÇÕES GERAIS – DA LEI Nº 9.279
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela DE 14 DE MAIO DE 1996
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por
LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996
prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação
Regula direitos e obrigações relativos à propriedade indus-
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
trial.
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disci-
(...)
plinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo
diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (In-
cluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis-
ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da
defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 2003)
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DIREITO APLICADO
rior a 15 (quinze) dias, será assinalado ao condutor para regularizar Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerân-
a situação, o qual será considerado notificado para essa finalidade cia quando a infração for apurada por meio de aparelho de medi-
na mesma ocasião. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021) ção, observada a legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº
§ 9º-B. O disposto no § 9º-A deste artigo não se aplica às in- 12.760, de 2012)
frações previstas no inciso V do caput do art. 230 e no inciso VIII Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em sinis-
do caput do art. 231 deste Código. (Incluído pela Lei nº 14.229, de tro de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá
2021) ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento
§ 9º-C. Não efetuada a regularização no prazo referido no § que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo
9º-A deste artigo, será feito registro de restrição administrativa no Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância
Renavam por órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados psicoativa que determine dependência. (Redação dada pela Lei nº
ou do Distrito Federal, o qual será retirado após comprovada a re- 14.599, de 2023)
gularização. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021) § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 9º-D. O descumprimento da obrigação estabelecida no § 9º-A § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser carac-
deste artigo resultará em recolhimento do veículo ao depósito, apli- terizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indi-
cando-se, nesse caso, o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº quem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
14.229, de 2021) psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
correspondente ao período integral, contado em dias, em que efeti- § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas
vamente o veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recu-
(seis) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) sar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não subme-
contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) tendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o res- ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além
pectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem
instituída em lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) obrigatória.
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimen- Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial,
to comprovar, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplican-
foi indevido ou que houve abuso no período de retenção em depósi- do-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no
to, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias art. 210.
pagas por força deste artigo, segundo os mesmos critérios da de- Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática
volução de multas indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) do crime de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em de-
previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inautentici- cisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento
dade ou adulteração. de habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando: nº 13.804, de 2019)
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; § 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação,
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na for-
no prazo de trinta dias. ma deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anu- § 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos
al dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, crimes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer
quando: fase da investigação ou da ação penal, se houver necessidade para a
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a re-
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; querimento do Ministério Público ou ainda mediante representação
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão
puder ser sanada no local. da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condi- proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
ção para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às Art. 279. Em caso de sinistro com vítima envolvendo veículo
expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicá- equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo, so-
vel. mente o perito oficial encarregado do levantamento pericial pode-
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao rá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. (Redação
disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de re- Art. 279-A. O veículo em estado de abandono ou sinistrado po-
moção e estada. derá ser removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue competente do Sistema Nacional de Trânsito independentemente
ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previs- da existência de infração à legislação de trânsito, nos termos da
tas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.599, de
2023)
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DIREITO APLICADO
§ 1º A remoção do veículo sinistrado será realizada quando não Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal,
houver responsável por ele no local do sinistro. (Redação dada pela havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o
Lei nº 14.599, de 2023) juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Minis-
§ 2º Aplicam-se à remoção de veículo em estado de abandono tério Público ou ainda mediante representação da autoridade poli-
ou sinistrado as disposições constantes do art. 328, sem prejuízo cial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou
das demais disposições deste Código. (Redação dada pela Lei nº da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
14.599, de 2023) obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a
(...) medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO XIX Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proi-
DOS CRIMES DE TRÂNSITO bição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comu-
nicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito
SEÇÃO I - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
DISPOSIÇÕES GERAIS réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos auto- neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis-
motores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705,
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setem- de 2008)
bro de 1995, no que couber. Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pa-
§ 1° Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa gamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus
o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do
de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo úni- art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resul-
co pela Lei nº 11.705, de 2008) tante do crime.
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi- § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do
coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, prejuízo demonstrado no processo.
de 2008) § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com- do Código Penal.
petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade será descontado.
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penali-
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida dades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a
para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído infração:
pela Lei nº 11.705, de 2008) I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com gran-
§ 2° Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser de risco de grave dano patrimonial a terceiros;
instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul-
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) teradas;
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigên- III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili-
cia) tação;
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de
art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código categoria diferente da do veículo;
Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às cir- V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe-
cunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 13.546, ciais com o transporte de passageiros ou de carga;
de 2017) (Vigência) VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi-
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos
isolada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação nas especificações do fabricante;
dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se ob- destinada a pedestres.
ter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.304, de
a duração de dois meses a cinco anos. 2022) (Vigência)
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será Art. 299. (VETADO)
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho- Art. 300. (VETADO)
ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trân-
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a sito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, es- (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
tiver recolhido a estabelecimento prisional.
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CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
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I - a situação de violência; ou; (Incluído pela Lei nº 14.321, de I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran-
2022) quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento II - (VETADO);
ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In- 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
cluído pela Lei nº 14.321, de 2022) § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro,
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti- ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in-
de 2022) vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluí- criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
do pela Lei nº 14.321, de 2022) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con-
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante duta com o intuito de:
sua detenção ou prisão: I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. cesso praticado no curso de diligência;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon- II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa-
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- ou do processo.
mo falsa identidade, cargo ou função. Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio-
Art. 17. (VETADO). nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu-
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: ração:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de plei- pena correspondente à violência.
to de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên- va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir so- mento de sua ilicitude.
bre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o Art. 26. (VETADO).
seja. Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
vada do preso com seu advogado: alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre- ADIN 6240)
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni- ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem rela-
caso de audiência realizada por videoconferência. ção com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado
espaço de confinamento: ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de
idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
te). Parágrafo único. (VETADO).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação inocente:
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procras-
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
artigo, quem: 6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO APLICADO
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au-
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de
forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
do fiscalizado. liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri-
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces- são temporária ou da decretação da prisão preventiva.
so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob- Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa
tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências a vigorar com a seguinte redação:
em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunica-
sigilo seja imprescindível: ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu- ou com objetivos não autorizados em lei:
sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti-
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público go com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou pri- Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
vilégio indevido. Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte
Art. 34. (VETADO). art. 227-A:
Art. 35. (VETADO). “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va- (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons- servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à
tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: ocorrência de reincidência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: acrescida do seguinte art. 7º-B:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de Lei:
concluídas as apurações e formalizada a acusação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965,
e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de
CAPÍTULO VII 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
DO PROCEDIMENTO Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei 131o da República.
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a
Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei
passa a vigorar com a seguinte redação: nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de
“Art.2º ........................................................................................ dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
............... dezembro de 1940 (Código Penal)
....................................................................................................
.................... O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí- cional decreta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5o do art.
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da Lei no
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. 13.869, de 5 de setembro de 2019:
....................................................................................................
.....................
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DIREITO APLICADO
“CAPÍTULO III de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
DA AÇÃO PENAL car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
caso de audiência realizada por videoconferência.’
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública ‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
incondicionada. ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não inocente:
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em to- ‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
dos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto- ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
mar a ação como parte principal. infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe- em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
recimento da denúncia.” sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
“CAPÍTULO VI ‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
DOS CRIMES E DAS PENAS de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
concluídas as apurações e formalizada a acusação:
‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
ta desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. “CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- DISPOSIÇÕES FINAIS
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; ....................................................................................................
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou ...................
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- acrescida do seguinte art. 7º-B:
festamente cabível.’ ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: Lei:
.................................................................................................... Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
.....................
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Brasília, 27 de setembro de 2019; 198° da Independência e
.................................................................................................... 131° da República.
....................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- QUESTÕES
dar segredo ou resguardar sigilo:
....................................................................................................
..................... 1-IBFC - 2022
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com Ainda no que se refere à preservação do local de crime, assina-
o interrogatório: le a alternativa incorreta.
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou (A) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, no
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado que concerne aos procedimentos referentes aos vestígios e
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.’ evidências, deverá isolar a área de ocorrência do evento crimi-
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao noso, não permitindo a alteração das coisas, assim, como do
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante cadáver, se houver
sua detenção ou prisão: (B) A polícia militar exerce sua missão constitucional de polícia
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. judiciária, e, nesse sentido, destaca-se dentre suas atribuições,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon- a promoção do devido isolamento do local de crime, assim
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de como de sua preservação
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- (C) Os vestígios constituem-se em qualquer marca, objeto ou
mo falsa identidade, cargo ou função.’ sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado
‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- (D) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, de-
vada do preso com seu advogado: verá evitar que qualquer pessoa tenha contato com os vestí-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. gios, assim como para com os instrumentos do crime, resguar-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre- dando-os, a fim de serem oportunamente analisados pelos
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva- profissionais de perícia
damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes (E) A existência do vestígio pressupõe a existência de um agen-
te provocador e de um suporte adequado para a sua ocorrência
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14-IBFC - 2023 11 D
De acordo com a Lei nº 13.869/2019 que dispõe sobre os cri-
mes de abuso de autoridade, analise as afirmativas a seguir e dê 12 D
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). 13 C
( ) As condutas descritas na Lei nº 13.869/2019 constituem
14 D
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo 15 B
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
( ) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
fatos e provas não configura abuso de autoridade. ANOTAÇÕES
( ) A perda do cargo, do mandato ou da função pública são
efeitos automáticos da condenação. ___________________________________________
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de ___________________________________________
cima para baixo.
(A) V - V - V ___________________________________________
(B) V - F - V ___________________________________________
(C) F - F - V ___________________________________________
(D) V - V - F
___________________________________________
15-IBFC - 2023 ___________________________________________
Com relação à Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de ___________________________________________
Abuso de Autoridade), assinale a alternativa incorreta. ___________________________________________
(A) As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade ___________________________________________
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou ___________________________________________
a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal ___________________________________________
(B) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fa-
tos e provas configura abuso de autoridade ___________________________________________
(C) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer ___________________________________________
agente público, servidor ou não, da administração direta, in- ___________________________________________
direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território ___________________________________________
(D) Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo ___________________________________________
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu- ___________________________________________
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
___________________________________________
go, emprego ou função em órgão ou entidade da administra- ___________________________________________
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da ___________________________________________
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de ___________________________________________
Território
___________________________________________
___________________________________________
GABARITO ___________________________________________
___________________________________________
1 B ___________________________________________
2 A ___________________________________________
3 C ___________________________________________
4 B ___________________________________________
5 D
___________________________________________
___________________________________________
6 D
___________________________________________
7 E
___________________________________________
8 C
___________________________________________
9 D ___________________________________________
10 E ___________________________________________
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Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou
ESTRUTURAS LÓGICAS mais proposições através de conectivos.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira A água do mar é feita de água e sal
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo A bolacha de água e sal é feita de água e sal
uma nova (como são duas, uma terceira) opção). Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
de bolacha)
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos. de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, Quanto mais buraco, menos queijo
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES Então quanto mais queijo, menos queijo?
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL): PROPOSIÇÕES
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de SIMPLES E COMPOSTAS, TABELAS-VERDADE, EQUIVALÊN-
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo CIAS, LEIS DE DE MORGAN, DIAGRAMAS LÓGICOS
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, PROPOSIÇÃO
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
falsas. mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) respeito de determinados conceitos ou entes.
Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano Valores lógicos
Logo Sócrates é mortal São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
Inferências: Argumentar através da dedução proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
Se Carlos for professor, haverá aula os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso Com isso temos alguns aximos da lógica:
contrário, então Carlos não é professor – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
específica verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
Roraima fica no Brasil existindo um terceiro caso.
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores,
que são: V ou F.”
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma
parte específica e chegando ao todo
Classificação de uma proposição
Todo professor usa jaleco
Elas podem ser:
Todo médico usa jaleco
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
Então todo professor é médico
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
– Fez Sol ontem?
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de
televisão.
sofismo1.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
resultados falsos. Por exemplo:
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC,
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.
Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.
TABELA VERDADE
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.
EQUIVALÊNCIA
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:
Resposta: B.
LEIS DE MORGAN
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
NEGAÇÃO transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
DIAGRAMAS LÓGICOS
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento podem ser formadas por proposições categóricas.
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
TODO
A
AéB
NENHUM
E
AéB Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
Existe pelo menos um elemento que não são B (enquanto que, no “Algum A é
pertence a A, então não pertence a B, e B”, a atenção estava sobre os que eram B,
vice-versa. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B
Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
Existe pelo menos um elemento co-
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
mum aos conjuntos A e B.
(A) existem cinemas que não são teatros.
Podemos ainda representar das seguin-
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
tes formas:
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
ALGUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
I (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
AéB
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.
Resposta: E
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas representações possíveis:
letras A, E, I e O.
Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- dos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
pardo. Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
Resolução: -se a sua negação.
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum). dos e Nenhum, que também são universais.
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Posso montar então seis lanches diferentes. Mas teria que
montar toda vez esta árvore? A resposta é: não!
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Tenho 4 letras possíveis de escolher para a primeira casa. a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
Escolhida essa primeira letra, me sobram 3 letras para isso, e assim b) Descreva o espaço amostral.
sucessivamente. Logo teríamos o cálculo:
Solução
4 . 3 . 2 . 1 = 24 a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades.
Uma outra maneira que podemos escrever esta expressão
numérica é como 4! 2x2x2=8
Esta operação, sinalizada através de um ponto de exclamação
(!) chama-se fatorial. Vejamos como é simples a operação: b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1
3! = 3 . 2 . 1 Definição
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
O fatorial então nada mais é que pegar um número e multiplicá- n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
lo por um número a menos que o anterior até chegar no número 1.
Podemos generalizar como: n! = n . (n-1) . (n-2) . … . 1
PROBABILIDADE
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível, Note que
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.
Espaço Amostral
Exemplo
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E. Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
cima, tem-se: é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
E={1,2,3,4,5,6}
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
seja vermelha.
Solução
São complementares.
Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não vazio. Tem-se:
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4
Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o evento B, definido por:
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Um conteúdo matemático comum de ser associado com a temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos
estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas primeiro
devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencar um
conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma “lei”
(conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda, furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses objetos
pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento. Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B, C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas (a,
b, c, …).
Fonte: autor
Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não
pertencem.
Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando seus elementos da seguinte forma:
A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.
Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos são
alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e obter um subconjunto com frutas amarelas.
Fonte: Autor
Editora
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do G = conjunto dos números pares
conjunto D. F= conjunto dos números menores que 10
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro G ∩ F = {2; 4; 6; 8}
Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X,
mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá
fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada.
Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao
conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto
(quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.
Fonte: autor
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Conjunto dos números irracionais - números que não podem Números ímpares
ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em Números não divisíveis por 2
dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …} Para sabermos se um número é par ou ímpar, basta vermos o
último algarismo deste número. Se ele for 2; 4; 6; 8 ou 0, ele será
Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos par. Agora, caso seja 1; 3; 5; 7 ou 9, será ímpar.
números racionais e dos números irracionais.
ℝ=𝕀∪ℚ O número 752 é par pois seu último algarismo é 2.
O número 35791 é ímpar pois seu último algarismo é 1
Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos O número 1189784321324687411324756 é par pois seu último
conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação algarismo é 6.
por diagrama destes conjuntos todos:
Números primos
Números que possuem apenas dois divisores, 1 e ele mesmo
dividir 121 por 2, então copiamos o número embaixo. Por fim, após 13 Tridecágono
decompor o número, multiplicamos os valores. Assim, MMC(8; 242)
= 2 x 2 x 2 x 11 x 11 = 968. … …
20 Icoságono
MDC: Máximo Divisor Comum: maior número que divide
ambos os números Três conceitos importantes e centrais em geometria são o de
Para achar o MDC entre dois números, o jeito mais simples é perímetro, área e volume.
montar quais são seus divisores:
O perímetro é a soma de todos os lados de uma figura
mdc(25;80) = geométrica.
25 = 1; 5; 25 Por exemplo, qual o perímetro de um quadrado de lado 3?
80 = 1; 2; 4; 5; 8; 10; 20; 40; 80 Como o quadrado tem quatro lados e todos eles são iguais, temos
então que o perímetro será 3 + 3 + 3+ 3 = 4 x 3 = 12.
O maior número que aparece em ambos é o número 5, assim,
o mdc(25;80)=5 Já a área é quanto a figura ocupa de espaço bidimensional.
Cada figura possui uma equação específica para seu cálculo de área,
— Média como vemos na tabela a seguir:
Existem vários tipos de cálculos de média, onde vemos qual
característica queremos extrair da análise estatística, no entanto,
alguns são mais úteis para certas ocasiões do que outras. Nome Área
A média mais comumente usada é a média aritmética, onde a Quadrado (lado)²
característica preservada é justamente a soma.
Retângulo base x altura
Na média aritmética iremos somar todos os termos e então Losango (Diagonal maior x diagonal menor)/2
dividir pelo número de elementos somados.
Paralelogramo base x altura
Exemplo: a média entre 5; 7; 12 e 3 será a soma destes valores: Trapézio [(Base maior x base menor) x altura] / 2
5 + 7 + 12 + 3 = 27 Círculo π.raio² = πr²
Dividido pelo número de elementos: 4
Volume é o equivalente à área para três dimensões, ou seja,
Assim, a média será 27/4 = 6,75
volume é o quanto uma figura ocupa de espaço tridimensional.
Novamente, cada figura irá possuir uma equação específica para
— Geometria
calcular seu respectivo volume:
Formas de polígono
Nome Volume
Número de Cubo (lado)³
Nome
lados Paralelepípedo base x altura x largura
3 Triângulo Pirâmide Área da base x altura/3
Quadrado (se forem todos os lados iguais) Cone Área da base x altura/3
4 Retângulo (se os lados forem dois a dois iguais)
Quadrilátero (independe do tamanho dos lados3) Esfera 4.π.r²
5 Pentágono — Matrizes
6 Hexágono Uma matriz é como se fosse uma tabela simplificada, apenas
considerando números.
7 Heptágono
Por exemplo: a tabela a seguir diz sobre vendas em reais de
8 Octógono dois vendedores A e B
9 Eneágono
10 Decágono Vendedor/mês A B
12 Dodecágono Fevereiro 75 80
Março 85 75
3 Note que todo quadrado é um retângulo (pois tem os lados dois a
dois iguais), mas nem todo retângulo é um quadrado. Da mesma for-
ma, todo quadrado e todo retângulo são quadriláteros, mas nem todo
quadrilátero é um quadrado ou retângulo.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Podemos transcrever esta tabela na seguinte matriz Nesse sentido, Aristóteles e Santo Tomás ensinam que temos
apenas dois meios de adquirir conhecimento científico: o Silogismo,
que parte de verdades universais, e a Indução, que parte de dados
singulares. Nosso conhecimento depende formalmente dos primei-
ros princípios evidentes por si mesmos e, materialmente, tem sua
origem na realidade singular e concreta percebida pelos sentidos.
O elemento da matriz podemos denominar de , onde
i seriam as linhas e j as colunas. Desta forma, nossa matriz no O método indutivo, ou raciocínio indutivo
exemplo acima seria uma matriz 3x2 e o elemento seria 80, Parte da observação e análise de fatos concretos e específicos
assim como o seria o 100. para chegar a uma conclusão geral, norma, regra, lei ou princípio.
Em outras palavras, esse processo mental busca a verdade partindo
de dados particulares conhecidos em direção a princípios de ordem
MÉTODO CIENTÍFICO, INDUTIVO, DEDUTIVO, HIPOTÉTI- geral desconhecidos, indo do efeito para a causa. Trata-se de um
CO-DEDUTIVO, DIALÉTICO, ESTATÍSTICO, COMPARATIVO, raciocínio a posteriori.
EXPERIMENTAL Para ilustrar, considere o exemplo da substituição dos bondes
pelos ônibus elétricos no Rio de Janeiro durante o século XX, por
volta de 1918. Esse caso específico levanta debates sobre a melhor
solução para o transporte coletivo, e as opiniões públicas se divi-
Em termos simples, método é a maneira mais eficaz de realizar
dem quanto à medida. Nesse contexto, um repórter ou um asses-
as coisas. Quando dizemos que alguém não tem método de traba-
sor técnico interessados em elucidar a questão sairiam às ruas para
lho, queremos dizer que os métodos usados para realizar uma ta-
coletar dados concretos, exemplos, testemunhos e fatos relevantes
refa não são os mais adequados nem eficientes; como resultado, a
que comprovassem a viabilidade ou não da medida proposta pelas
pessoa perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz e refaz o tra-
autoridades. Esses fatos incluiriam informações como o número de
balho sem conseguir alcançar seus objetivos de forma satisfatória.
passageiros transportados pelos bondes e pelos ônibus elétricos, a
Etimologicamente, a palavra “método” (do grego “meta”, que
frequência de viagens, o tempo de espera nas filas, e as condições
significa “através de”, e “odos”, que significa “caminho”) se refere
de conforto oferecidas por cada meio de transporte.
ao caminho pelo qual se chega a um fim ou objetivo. Na perspectiva
Ao analisar e confrontar esses fatos, os observadores poderiam
da lógica, método é o conjunto de meios ou processos utilizados
chegar a uma conclusão sobre a melhor solução para o problema
pelo pensamento humano para investigar, descobrir e comprovar
em questão. Se os dados observados fossem representativos, ade-
a verdade. Método implica, portanto, uma direção ou um rumo se-
quados e confiáveis, a conclusão resultante representaria a melhor
guido regularmente nas operações mentais.
solução para o caso. Assim, um assessor técnico poderia, com base
Existem dois tipos principais de operações mentais na busca
nos fatos apurados, declarar que “os ônibus elétricos são a solução
pela verdade, ou seja, dois métodos fundamentais de raciocínio:
para o grave problema dos transportes urbanos nesta cidade”. Agin-
– Indução (que parte do particular para o geral): este método
do dessa forma, os observadores estariam empregando o método
mostra como uma conclusão é derivada da experiência sensorial,
indutivo, partindo de fatos particulares ou específicos para chegar a
ou seja, como a conclusão é extraída dos fatos observados, seguin-
uma conclusão geral ou generalização. Essa abordagem pressupõe
do uma abordagem indutiva.
que a verdade, representada pela conclusão, é a melhor solução
– Dedução (que parte do geral para o particular): este método
possível.
mostra como uma conclusão é derivada de verdades universais já
conhecidas, seguindo uma abordagem dedutiva ou silogística.
Testemunho autorizado
Nem sempre é viável examinar todos os fatos diretamente, pes-
soalmente, em tempo real. Outros indivíduos podem já tê-lo feito
em circunstâncias adequadas, com diferentes propósitos e visando
diferentes conclusões. Nesse sentido, o estudante pode aproveitar
os resultados dessas pesquisas, combinando-os com os de suas pró-
prias investigações.
A ciência não é uma empreitada exclusivamente individual,
mas sim o resultado de um esforço coletivo que se acumula ao
longo do tempo, através de várias gerações, agregando pesquisas
e conclusões parciais, temporárias ou definitivas. Ao nos basear-
mos em afirmações dignas de crédito feitas por outros pesquisa-
dores durante nossa busca pela verdade, estamos aplicando o que
se conhece como métodos de autoridade. Contudo, é crucial que o
pesquisador não se submeta servilmente ou cegamente ao teste-
munho de outrem, mas sim que o acolha com um espírito crítico.
Dessa forma, o método de autoridade se torna um processo de in-
vestigação da verdade essencial para o progresso da ciência.
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Analogia
Uma analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais abrangente.
– As semelhanças são apenas imaginárias.
– Busca-se explicar o desconhecido através do conhecido, o estranho através do familiar.
– Possui um grande valor didático.
– Sua estrutura gramatical inclui expressões típicas de comparação, como “como”, “semelhante a”, “parecido com”.
Exemplo: o Sol é consideravelmente maior do que a Terra e está tão quente que se assemelha a uma enorme bola incandescente, irra-
diando luz e calor pelo espaço. Aqui na Terra, não conseguiríamos subsistir por muito tempo sem a luz e o calor provenientes do sol, apesar
de termos a capacidade de gerar luz e calor por nós mesmos. Podemos, de fato, acender uma fogueira para obter luz e calor. Entretanto, a
madeira que usamos para isso provém das árvores, as quais dependem da luz solar para crescerem. Assim, se temos lenha, é porque a luz
do sol possibilitou o crescimento das florestas.
Apesar de ser uma comparação em termos de forma, na essência é uma analogia.
Busca-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola incandescente).
A semelhança é apenas parcial, visto que existem outras enormes diferenças entre o Sol e uma bola de fogo.
Comparação
As semelhanças são mais palpáveis e reais.
Expressa-se através de formas verbais específicas, como “parecer”, “lembrar”, “dar uma ideia”, “assemelhar-se”.
Utiliza-se conectivos de comparação, como “como”, “quanto”, “do que”, “tal qual”.
Exemplo: Esta casa se assemelha a um forno, de tão quente que está.
Definição de silogismo
Um silogismo é uma forma de raciocínio na qual, a partir de uma premissa maior e uma premissa menor, chegamos a uma conclusão.
O silogismo representa uma maneira de raciocinar dedutiva, ou seja, parte da observação de casos gerais para formular uma conclu-
são de caráter particular. É algo bastante comum em nosso dia a dia: constantemente tiramos conclusões a partir de generalizações, mas
o fazemos de maneira tão natural que muitas vezes nem percebemos.
Método Hipotético-Dedutivo
Este método combina elementos do raciocínio indutivo e dedutivo. Começa com a formulação de hipóteses específicas que são então
testadas empiricamente para verificar sua validade. Se a hipótese for confirmada pelos dados experimentais, ela pode ser aceita proviso-
riamente como uma explicação plausível para o fenômeno em questão.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
Método científico
O método científico é considerado o pai de todos os métodos, como já revelava o pensador René Descartes em sua obra “Discurso
sobre o Método” (1635). Descartes apresenta as ideias gerais sobre o método, que influenciam diretamente todos os métodos particulares
aplicáveis nas ciências, bem como o método geral aplicável a todas as áreas do conhecimento. O pensador compreende que duas variáveis
são essenciais no método, as quais se tornam parte integrante da metodologia científica: análise e síntese.
Na metodologia científica, a análise e a síntese caminham passo a passo. Enquanto na análise o problema complexo é desdobrado em
partes mais simples, na síntese ocorre o inverso: os resultados parciais obtidos nas partes mais simples são combinados para se obter a
solução do problema complexo.
Assim, o pesquisador, por meio do método, tem a possibilidade de compreender simultaneamente tanto o todo quanto suas partes.
Esses métodos utilizados na realização da pesquisa científica são classificados como método dedutivo e método indutivo.
Método hipotético-dedutivo
Se baseia na elaboração e teste de hipóteses, que são possibilidades admitidas independentemente de serem verdadeiras ou falsas,
a partir das quais é possível deduzir um conjunto de consequências. Essas hipóteses são fundamentais para projetos científicos, desde
seminários até trabalhos de conclusão de curso.
Karl Popper, em suas críticas ao método indutivo, propôs o método hipotético-dedutivo como uma alternativa. Popper argumentava
que o método indutivo não era justificável, pois extrapolava de alguns casos para todos, exigindo uma observação infinita. Ele destacava a
diferença entre afirmar que “todos os seres humanos são mortais” e afirmar que “quase todos” ou “alguns” são mortais. Popper defendia
que o método científico parte de um problema para oferecer uma solução provisória, sujeita a críticas e testes para eliminar erros.
As etapas do método hipotético-dedutivo incluem: colocação do problema, formulação de hipóteses, dedução de consequências
observáveis, teste da hipótese e corroboração. Mario Bunge descreve cinco etapas: colocação do problema, construção de um modelo
teórico, dedução de consequências particulares, teste das hipóteses e adição das conclusões na teoria.
Em resumo, o método hipotético-dedutivo envolve três momentos investigativos: surgimento do problema, proposição de soluções
(hipóteses) baseadas em teorias, e teste das hipóteses para refutação ou confirmação. O processo de falseamento ocorre quando uma hi-
pótese não é confirmada pelos testes, levando à formulação de novas hipóteses e reformulação do problema. Se a hipótese é confirmada,
ela é corroborada.
Método Dialético
O método dialético, segundo o pensador Hegel (1770-1831), representa a conciliação dos opostos tanto no mundo material quanto
no intelectual. Nesse método, há a afirmação ou tese, a negação ou antítese, e a negação da negação, que resulta na síntese. O processo
dialético envolve o conflito entre a tese e a antítese, que culmina na síntese, uma nova situação que incorpora elementos dos dois opostos.
Essa síntese, por sua vez, torna-se uma nova tese que se contrapõe a uma nova antítese, gerando um ciclo contínuo de desenvolvimento.
A partir do movimento do raciocínio dialético, as conclusões são derivadas do confronto de ideias, em uma abordagem que não vê
a realidade como algo estático, mas sim em constante transformação, identificando processos, conflitos e contradições na análise de um
problema de pesquisa. Todos os métodos científicos, incluindo o dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético, convergem em torno
desses três elementos fundamentais.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
A metodologia científica, conforme destacado por Córdova e Silveira (2006), é essencial para o desenvolvimento adequado da pes-
quisa científica, pois esta é considerada a atividade central da Ciência. A pesquisa científica, em suas diversas formas - como monografias,
artigos, TCCs, papers, seminários, projetos, Iniciação Científica, entre outras - permite a investigação e a compreensão de diferentes re-
alidades, sejam elas exatas, sociais, humanas, biológicas, ou tecnológicas, por meio de uma abordagem intensa, metódica e sistemática,
com o objetivo de descobrir e interpretar.
Método Estatístico
O método estatístico é uma abordagem metodológica que engloba a coleta, análise e interpretação meticulosa de dados com o ob-
jetivo de estruturar e organizar as diferentes etapas de um levantamento, classificação de dados, documentos e informações precisas no
estudo de fenômenos naturais, econômicos e sociais. Sua função principal é a representação e explicação de observações quantitativas
e numéricas relacionadas a fatores provenientes das ciências sociais, considerando padrões culturais, comportamentais e condições am-
bientais, climáticas, físicas, psicológicas e econômicas.
As aplicações do método estatístico abrangem todas as áreas da ciência, especialmente as necessidades do estado e a formulação de
políticas públicas. Ele fornece dados demográficos e econômicos essenciais para diversas finalidades. Exemplos de pesquisas comuns e
recorrentes, obtidas por meio de métodos estatísticos, incluem aquelas realizadas periodicamente pelo IBGE, institutos particulares como
o IBOPE, além de levantamentos sobre o índice de criminalidade, inflação e o produto interno bruto (PIB).
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Além disso, o método estatístico é definido como aquele que ingeriu o medicamento X, enquanto o outro grupo recebeu um pla-
considera todas as causas presentes, variando-as devido à impos- cebo de amido, quatro vezes ao dia, durante um período de dois
sibilidade de mantê-las constantes, registrando essas variações e meses.
buscando determinar as influências de cada uma delas. – Etapa 5 - análise: após a conclusão do experimento, analisa-
mos os resultados obtidos. No caso do exemplo fornecido:
Método experimental Entre os 500 pacientes que receberam o medicamento, 350
O método científico de origem experimental pode ser compre- relataram uma diminuição nos casos de artrite dentro do período
endido como um conjunto de técnicas destinadas ao processo de determinado.
investigação de fenômenos e à produção de novos conhecimentos, Apenas 65 dos 500 pacientes que receberam o placebo relata-
ou à correção e integração de conhecimentos prévios. ram melhora no quadro.
Este tipo de pesquisa científica é frequentemente empregado Esses dados revelam um efeito significativo do medicamento.
para a observação sistemática, realização de medições, experimen- No entanto, para uma análise mais aprofundada, é necessária uma
tação, formulação de testes e modificação de hipóteses científicas. análise estatística para entender como esse efeito ocorreu.
Uma variedade de áreas se utiliza do método experimental, in- – Etapa 6 - conclusão: com base na análise do experimento,
cluindo biologia, química, física, geologia e muitas outras áreas da podemos chegar a duas possíveis conclusões: os resultados confir-
ciência. mam a previsão feita ou contradizem a previsão inicial.
Isso significa que podemos rejeitar a previsão de que o medica-
Etapas do método experimental mento teria algum efeito, ou podemos concluir que a previsão esta-
Aqui estão as etapas fundamentais do Método Científico Ex- va incorreta, levando à rejeição da hipótese inicial do pesquisador.
perimental: – Etapa 7 - resultados: na etapa de resultados, o pesquisador
– Etapa 1 - observações: as observações feitas em um estu- compartilha suas descobertas em revistas ou livros científicos, onde
do com método experimental devem ser sempre objetivas e nunca são discutidas as implicações teóricas do experimento realizado.
subjetivas. Isso significa evitar ao máximo a subjetividade, ou seja, A divulgação da pesquisa é uma parte essencial do método
evitar trazer crenças pessoais para dentro do campo científico ex- científico experimental, pois permite que outros pesquisadores
perimental. Neste tipo de pesquisa, trabalha-se apenas com fatos e e estudiosos examinem os resultados e possam contribuir para o
resultados palpáveis. avanço do conhecimento em determinadas áreas.
– Etapa 2 - hipótese: o pesquisador que está desenvolvendo
um estudo experimental precisa compreender que suas observa-
ções constituem a base do passado ou do presente da pesquisa. HIPÓTESES, TEORIAS; INFERÊNCIAS
Todo cientista busca a capacidade de prever eventos futuros, e para
isso, ele deve usar todo seu raciocínio e criar situações hipotéti-
cas que possam levar a determinados resultados. A formulação da Hipóteses
hipótese representa um dos passos primordiais no estudo experi- Uma hipótese é uma suposição ou proposição que é feita com
mental e envolve um raciocínio indutivo. base em observações preliminares, experiências anteriores ou ra-
É crucial entender que uma hipótese deve sugerir uma relação ciocínio dedutivo. As hipóteses são formuladas para testar uma ex-
de causa e efeito, na qual o pesquisador postula que sua hipótese plicação potencial para um fenômeno observado e fornecer uma
resultará em um certo desfecho. base para investigações posteriores.
No contexto do exemplo que estamos discutindo neste contex- Elas são frequentemente formuladas como declarações testá-
to, podemos considerar a hipótese de que o medicamento X aliviará veis que podem ser confirmadas ou refutadas por meio de evidên-
a artrite reumatoide. Entretanto, somente por meio da experimen- cias empíricas. No método científico, as hipóteses são submetidas a
tação será possível determinar se essa hipótese é verdadeira ou testes rigorosos para determinar sua validade e se elas podem ser
falsa. aceitas como explicação para um fenômeno observado.
– Etapa 3 - previsão: uma vez elaborada a hipótese provisó-
ria do estudo, ela não pode ser imediatamente considerada como Teorias
verdadeira. É necessário fazer uma previsão sobre os resultados do Uma teoria é uma explicação abrangente e bem fundamentada
estudo. para um conjunto de fenômenos observados. Ao contrário do uso
Essa previsão geralmente precisa ser abrangente e aplicável de coloquial da palavra “teoria” (que pode significar uma mera espe-
forma consistente ao longo do tempo e do espaço. culação), na ciência uma teoria é um conjunto de princípios e leis
Os pesquisadores, na maioria das vezes, não conseguem testar que explicam de forma consistente um conjunto de observações.
todas as possíveis situações nas quais sua hipótese pode ser aplica- As teorias científicas são suportadas por uma ampla gama de
da, daí a importância de definir um escopo específico. evidências experimentais e são capazes de prever novos resultados
– Etapa 4 - experimentação: além disso, é essencial que o ou fenômenos. Elas são dinâmicas e podem ser modificadas ou refi-
pesquisador possua habilidades sensoriais para coletar dados. Ge- nadas com base em novas evidências ou descobertas.
ralmente, o pesquisador planeja o experimento com base em sua
previsão. Inferências
No exemplo de experimento que estamos considerando, havia Inferências lógicas referem-se ao processo de dedução ou ra-
100 pacientes entre 50 e 75 anos de idade, selecionados aleato- ciocínio que leva a conclusões com base em premissas conhecidas
riamente para formar dois grupos de 500 pessoas cada. Um grupo ou aceitas. A lógica formal fornece um conjunto de regras e princí-
pios para raciocinar de forma válida, garantindo que as conclusões
sejam logicamente consistentes com as premissas.
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As inferências lógicas podem ser indutivas, onde se extrai uma No pensamento lateral, o pensamento horizontal, ou criativo, é
conclusão geral a partir de observações específicas, ou dedutivas, utilizado para explorar diversas soluções possíveis para o problema.
onde se chega a uma conclusão específica a partir de premissas ge- Isso envolve criar conexões com outros desafios, temas ou assuntos
rais. Elas são essenciais tanto na formulação de hipóteses e teorias que, à primeira vista, não parecem estar diretamente relacionados
científicas quanto na resolução de problemas em diversas áreas do ao problema principal.
conhecimento. Após essa etapa criativa, entra em cena o pensamento vertical,
ou crítico, para avaliar a validade das ideias levantadas e, finalmen-
te, estruturá-las para a solução do problema.
PENSAMENTO LATERAL, PENSAMENTO VERTICAL Por sua natureza, o pensamento lateral é considerado flexível,
pois aborda o problema de diferentes perspectivas, gerando novas
ideias e insights sem perder de vista a solução real do desafio.
As leis formais do pensamento são princípios fundamentais Nas escolas, o pensamento lateral é amplamente praticado em
para o raciocínio logicamente válido, estabelecidos pelos lógicos disciplinas como robótica e programação, que buscam integrar vá-
para determinar o conhecimento verdadeiro. Esses princípios são: rias áreas de conhecimento de maneira horizontal para atingir um
– Princípio da identidade: este princípio afirma que um ele- objetivo comum, como a construção de um protótipo com aplica-
mento é sempre idêntico a si mesmo. Em outras palavras, toda coi- ção prática.
sa é o que é.
– Princípio da (não-) contradição: esse princípio estabelece
que um elemento não pode, sob o mesmo aspecto, ser e não-ser RETRODUÇÃO; ABDUÇÃO
ao mesmo tempo. Portanto, uma coisa não pode ter e não ter uma
determinada propriedade simultaneamente.
– Princípio do terceiro excluído: de acordo com esse princípio, A abdução, também conhecida como retrodução, é um con-
uma noção é considerada verdadeira ou falsa; não há meio-termo ceito crucial na etapa inicial de criação de teorias, as quais poste-
entre a afirmação e a negação. Assim, apenas duas possibilidades riormente podem ser organizadas por meio da dedução e testadas
existem, e entre dois juízos contraditórios, um é verdadeiro e o ou- empiricamente por meio da indução controlada. Uma das contri-
tro é falso. buições significativas do filósofo americano Charles S. Peirce à ló-
– Princípio da razão suficiente: esta lei, elaborada por Leibniz gica reside em seus estudos sobre abdução, definida de forma sim-
em sua obra La Monadologia, estipula que nenhum fato pode ser ples como o processo de identificar um padrão ou característica em
considerado verdadeiro ou existente sem uma razão suficiente para um fenômeno observado e, a partir disso, formular uma hipótese
ser dessa maneira e não de outra. Em outras palavras, tudo deve ter explicativa (Peirce, 1958).
uma explicação adequada para ser verdadeiro ou existente. Mark Blaug caracteriza a abdução como um tipo de raciocínio
distinto da indução e da dedução, sendo responsável pela geração
Pensamento vertical de ideias na ciência. Por exemplo, na clássica discussão sobre “to-
O pensamento vertical, também conhecido como pensamento dos os cisnes são brancos”, ao observarmos apenas cisnes brancos,
convergente, é aquele que se concentra na busca pela solução cor- não podemos deduzir que todos os cisnes são brancos (indução).
reta de um problema. Em geral, é associado ao pensamento crítico. No entanto, é razoável formular uma teoria que sugira que há algo
No pensamento vertical, é aplicada a lógica - um processo pas- no DNA dos cisnes que os torna brancos (abdução). O processo de
so a passo para chegar à solução desejada. Nas escolas, esse tipo abdução difere da generalização da observação, pois busca cons-
de pensamento é exercitado em testes de múltipla escolha e em truir uma teoria ou hipótese para explicar e, às vezes, prever as ob-
disciplinas como matemática. servações. De acordo com Peirce, um raciocínio abdutivo segue a
Apesar de ser essencial para nossa maneira de pensar e intera- seguinte estrutura:
gir com o mundo (pois soluções lógicas são necessárias para muitos i) Um fato surpreendente C é observado.
problemas), o pensamento vertical também pode ser inflexível. Em ii) Mas se A fosse verdadeiro, C seria uma questão corriqueira.
seu extremo, isso pode levar a uma abordagem que se apega a uma iii) Portanto, há uma razão para suspeitar que A seja verdadei-
única maneira de resolver problemas, sem considerar outras alter- ro. (CP 5.189)
nativas.
Um dos exemplos mais marcantes de abdução na história da
Pensamento lateral ciência está no estudo dos movimentos planetários. O astrônomo
O pensamento lateral, conhecido como “pensar fora da caixa”, Johannes Kepler observou que várias órbitas dos planetas pareciam
é uma abordagem que combina tanto o pensamento vertical quan- elípticas e, a partir disso, formulou uma de suas teorias mais impor-
to o horizontal. Seu objetivo é resolver problemas de maneira direta tantes, as “leis de Kepler”, para explicar o movimento dos planetas
e indireta. (Hoover, 1994, p.301). Como enfatiza Peirce, o progresso científi-
Essa forma de pensar parte da premissa de que problemas e co depende da observação de fatos por mentes dotadas das ideias
desafios complexos demandam uma variedade de soluções, todas adequadas. Ao identificar regularidades nos fenômenos estudados,
filtradas pela lógica. o cientista realiza um tipo de julgamento intuitivo, que serve como
base para a formulação das hipóteses necessárias ao avanço da pes-
quisa.
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É o típico raciocínio utilizado por Sherlock Holmes. Quando de vista lógico esse movimento corresponde a uma retrodução. O
algo peculiar é observado, surge a necessidade de uma explicação salto retrodutivo é criativo, ou seja, produz hipóteses a partir das
para essa surpresa ou anomalia. Então, constrói-se uma hipótese. observações empíricas.
Se essa hipótese fosse verdadeira, o fato observado poderia ser ex-
plicado. Essa é a estrutura de uma retrodução. Um exemplo adicio-
nal seria: VIÉS DE PESQUISA: VIÉS COGNITIVO, VIÉS CONTEXTUAL,
i) O gramado está molhado, VIÉS DE AMOSTRAGEM, VIÉS DE RESPOSTA, VIÉS DE NÃO-
ii) Uma chuva ontem à noite poderia explicar o gramado mo- -RESPOSTA, VIÉS DE ENTREVISTADOR, VIÉS DE PESQUISA-
lhado, DOR, VIÉS DE CONFIRMAÇÃO
iii) Logo, é possível que tenha chovido ontem à noite.
Retrodução, segundo Peirce, é o processo de formulação de Um dos maiores desafios em qualquer estudo é mitigar a pre-
hipóteses científicas. É um processo permeado por insights e intui- sença dos diversos tipos de viés de pesquisa. O problema é que
ções, elementos não conscientes do cientista, mas que são funda- muitas pessoas desconhecem a existência desses vieses, o que as
mentais para a construção de novas teorias, sendo denominados impede de corrigir esses erros e aprimorar a qualidade de sua pes-
por ele como “o sopro dos Deuses”. Como observa Hands (2001: quisa.
224), “a abdução é o cerne de toda intuição... é uma noção de in- Para solucionar esse impasse, vamos apresentar os principais
ferência relativamente flexível”. Ou ainda, conforme Chong Ho Yu tipos de viés de pesquisa e fornecer orientações sobre como evi-
(2005: 7), “o julgamento intuitivo feito por um intelectual difere da- tá-los.
quele feito por um estudante do ensino médio”.
— Viés de Pesquisa
Estrutura lógica da retrodução Viés de pesquisa refere-se aos erros que ocorrem durante a ela-
No exemplo utilizado por Peirce, retirado da Stanford Encyclo- boração do questionário ou durante a condução da pesquisa. Esses
pedia of Philosophy (Burch 2001), podemos observar a lógica da erros podem influenciar os entrevistados a selecionarem respostas
retrodução: que não representam fielmente suas opiniões sobre determinado
1. (dedução) O silogismo AAA-1 (Barbara): todos M são P, to- assunto, comprometendo, assim, a confiabilidade dos resultados.
dos S são M, portanto todos S são P é um exemplo de dedução. Embora todas as pesquisas possam ser afetadas por algum tipo
Agora, vamos fazer uma ligação desse silogismo com um problema de viés, é possível reduzir sua ocorrência e aprimorar a qualidade
de amostragem. Suponhamos que “ser M” signifique pertencer a do estudo. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é familiari-
uma dada população, como uma bola em uma população de bolas zar-se com os diferentes tipos de viés de pesquisa.
em uma urna. Suponhamos que “P” seja uma característica de um Ao abordar esses aspectos, você estará mais bem equipado
membro dessa população, como ser vermelho. Por fim, suponha- para conduzir uma pesquisa de alta qualidade, minimizando a dis-
mos que “ser S” signifique ser membro de uma amostra aleatória torção dos resultados e promovendo uma análise mais precisa e
retirada da população. Assim, o silogismo ficaria: todas as bolas em confiável.
uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma amostra aleatória
particular são retiradas dessa urna, portanto todas as bolas dessa 5 Tipos de Viés de Pesquisa
amostra particular são vermelhas. Conheça os 5 tipos de vieses que podem prejudicar os resulta-
2. (indução) Agora, vejamos o que acontece se trocarmos a dos e análise da sua pesquisa.
premissa principal pela conclusã: Todos S são P, todos S são M, logo
todos M são P. Esse é um silogismo inválido AAA-3. Vamos conside- 1) Viés de Amostragem: este viés ocorre quando há erros na
rar esse argumento em termos do problema de amostragem: todas seleção da amostra de respondentes para a pesquisa, comprome-
as bolas em uma amostra particular são vermelhas, todas as bolas tendo os resultados. Para evitá-lo, é essencial:
dessa amostra aleatória particular são retiradas de uma urna, logo – Compreender as questões centrais do estudo;
todas as bolas dessa urna são vermelhas. Encontramos assim um – Definir objetivos específicos;
argumento que liga a amostra à população, para Peirce, o principal – Utilizar ferramentas de pesquisa que minimizem a falta de
significado da indução. respostas;
3. (retrodução) Por fim, vejamos o que acontece se trocarmos – Planejar eficientemente a aplicação do questionário.
a premissa menor pela conclusão: Todos M são P, todos S são P,
logo todos S são M. Esse é também um silogismo inválido AAA-2. 2) Viés de Resposta: este tipo de viés surge quando os entrevis-
Vejamos esse resultado em termos da teoria de amostragem: To- tados fornecem respostas que não refletem suas verdadeiras cren-
das as bolas em uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma ças. Para evitar esse problema:
amostra aleatória particular são vermelhas, logo todas as bolas – Utilize ferramentas que auxiliem na elaboração de perguntas
dessa amostra aleatória particular são retiradas dessa urna. O que lógicas;
temos aqui não é um argumento que vai da população para a amos- – Formule perguntas simples e diretas;
tra (dedução), nem da amostra para a população (indução), é um – Ofereça opções de resposta claras e objetivas;
argumento provável, distinto de ambas, que Peirce nomeou retro- – Garanta o anonimato dos respondentes.
dução. No caso, o fato das bolas serem vermelhas faz com que seja
provável que elas pertençam a uma dada urna, mas não há nenhu-
ma garantia a esse respeito. A construção de hipóteses a partir da
observação de dados e regularidades é a base da ciência e do ponto
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3) Viés de Não-Resposta: ocorre quando parte da amostra não Entre os vieses cognitivos mais comuns, destacam-se:
responde ao questionário, afetando a representatividade dos resul- – Viés de confirmação: tendência de buscar e interpretar infor-
tados. Para mitigá-lo: mações que confirmem nossas crenças pré-existentes. Por exem-
– Estabeleça prazos flexíveis para a resposta ao questionário; plo, ao ter uma opinião formada sobre um assunto, tendemos a dar
– Envie lembretes aos respondentes; mais atenção às informações que a reforçam.
– Utilize diferentes plataformas de envio da pesquisa. – Viés de atribuição: consiste em atribuir as causas de eventos
4) Viés do Entrevistador: este viés surge quando o entrevis- a características individuais ou ações das pessoas envolvidas. Por
tador influencia nas respostas dos entrevistados. Para evitar essa exemplo, atribuir o sucesso no vestibular à inteligência ou ao esfor-
influência: ço de alguém.
– Treine os entrevistadores para serem imparciais; – Viés de seleção de informação: inclinação para buscar e pro-
– Utilize tecnologia para auditar as entrevistas e garantir a neu- cessar informações que se alinham com nossas visões preconcebi-
tralidade do processo. das. Por exemplo, ao analisar um tema, tendemos a ignorar fatos
que contradigam nosso ponto de vista.
5) Viés do Pesquisador: relacionado à interpretação tenden- – Viés de memória: tendência de lembrar com mais frequência
ciosa dos resultados pelo pesquisador, este viés pode distorcer a informações que nos interessam ou são relevantes para nós. Por
análise dos dados. Para preveni-lo: exemplo, ao estudar para uma prova, lembramos mais facilmente
– Mantenha uma postura neutra durante a análise dos resul- das informações consideradas importantes.
tados; – Viés de autoconceito: propensão a avaliar nosso próprio
– Utilize ferramentas de análise de dados que forneçam relató- comportamento de forma mais positiva do que o dos outros. Por
rios completos e imparciais. exemplo, ao cometer um erro, tendemos a minimizar nossa respon-
sabilidade e culpar terceiros.
Ao adotar essas medidas preventivas, é possível minimizar a – Viés de expectativas: ter expectativas irrealistas sobre deter-
ocorrência dos vieses de pesquisa e melhorar a qualidade dos re- minadas situações ou resultados. Por exemplo, acreditar que alcan-
sultados obtidos, garantindo uma análise mais precisa e confiável. çar um objetivo será mais fácil ou rápido do que na realidade.
– Viés de julgamento: formação de opiniões e julgamentos
Viés cognitivo com base em informações parciais ou incompletas. Por exemplo,
Diante de uma decisão importante, nós, como seres racionais, ao debater um tema, formamos opiniões baseadas em informações
naturalmente buscamos ponderar e encontrar a melhor opção. não totalmente verídicas.
Acreditamos que todas as nossas ações até aquele momento foram Reconhecer esses vieses cognitivos é fundamental para tomar
calculadas e decididas por nós mesmos. No entanto, nem sempre decisões mais conscientes e precisas em diferentes aspectos da
é o caso. vida.
O que acontece é que nosso cérebro opera com algo chamado
heurística. A heurística é um processo pelo qual utilizamos nosso Viés de confirmação
repertório cultural e social para perceber o mundo e tomar deci- Viés de confirmação, também conhecido como viés confirma-
sões. É através desse processo que formamos nossas crenças sobre tório ou tendência de confirmação, refere-se à propensão de lem-
o mundo. brar, interpretar ou buscar informações de maneira a confirmar
A heurística pode ser classificada em dois tipos: uma mais rápi- crenças ou hipóteses pré-existentes.
da, de pensamento intuitivo, e outra mais lenta, com maior análise Este fenômeno é uma característica intrínseca do funciona-
e ponderação. Quando recebemos uma nova informação, ela passa mento do cérebro humano: tendemos a buscar informações que
por esse filtro da heurística, que pode resultar em viés cognitivo. sustentem nossas convicções prévias. Ao invés de avaliar impar-
O viés cognitivo é um desvio racional, uma espécie de “erro” cialmente as evidências e chegar a uma conclusão, muitas vezes já
de julgamento dos processos mentais inconscientes. Isso aconte- possuímos uma conclusão pré-concebida e buscamos informações
ce quando nos deixamos influenciar por sentimentos, experiências que a justifiquem. Durante esse processo, é comum ignorarmos ou
passadas, expectativas e até mesmo preconceitos. minimizarmos informações que contradigam nossas conclusões.
Esses vieses cognitivos podem distorcer nossa interpretação de Este comportamento não ocorre de forma consciente, sendo
informações, levando-nos a tomar decisões com base em opiniões uma característica inerente ao comportamento humano. No entan-
incompletas ou incorretas. Isso pode ter um grande impacto sobre to, mesmo os cientistas, sendo também humanos, estão sujeitos a
os resultados das nossas decisões, desde as mais simples até as esse viés. Se não adotarem medidas para mitigá-lo, existe o risco de
mais complexas. publicarem opiniões como se fossem fatos.
Por isso, é crucial compreender como somos afetados pelos Um estudo conduzido pelo Dr. John Ioannidis, intitulado “Why
vieses cognitivos e aprender a reconhecer seu poder de distorcer Most Published Research Findings Are False”, apresentou evidên-
nossos julgamentos. Somente então poderemos tomar decisões de cias significativas do viés de confirmação entre cientistas profissio-
forma mais consciente e precisa. nais. Ao analisar 49 das mais conceituadas descobertas de pesquisa
No cotidiano, estamos constantemente expostos a uma miría- na área médica, foram identificadas 45 intervenções inicialmente
de de informações, sugestões, ideias e comportamentos diversos. consideradas eficazes. No entanto, estudos subsequentes com
É natural que nossas percepções e reações sejam influenciadas por amostras maiores revelaram que 7 dessas intervenções foram con-
esses estímulos ao longo do dia. traditadas e outras 7 tiveram efeitos menores do que os inicialmen-
te publicados. Os demais 31 estudos ainda não haviam sido contes-
tados ou não puderam ser replicados.
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Não estamos completamente desamparados diante do viés de confirmação. Segundo Cassie Kozyrkov, em um artigo publicado, pode-
mos adotar comportamentos para contornar essa prática.
– Não se apegue rigidamente às suas opiniões pré-estabelecidas: embora seja difícil, é essencial não considerar suas opiniões como
verdades absolutas, mesmo que se baseiem em dados. É importante estar aberto a absorver novas informações e admitir o erro, se ne-
cessário.
– Enfoque na tomada de decisão, não na opinião: quando se trata de tomar decisões, é crucial definir quais informações são neces-
sárias para orientar a escolha, antes mesmo de formar uma opinião. A ênfase deve estar na decisão em si, não na opinião prévia.
– Concentre-se no que você pode controlar: se uma ação está fora do seu controle, como o distanciamento social, por exemplo, sua
opinião sobre o assunto é irrelevante. É fundamental seguir as medidas estabelecidas, independentemente das opiniões pessoais.
– Altere a ordem de abordagem das informações: planejar a decisão antes de buscar informações é o melhor antídoto contra o viés
de confirmação. Estabelecer regras para cada possível decisão reduz o risco de favorecer informações que confirmem nossas opiniões.
É fundamental seguir essas boas práticas ao trabalhar com Analytics para evitar o viés de confirmação e obter os melhores resultados
para embasar as decisões empresariais. O verdadeiro valor dos dados está intrinsecamente ligado às etapas analíticas do processo, que
incluem a busca por informações que possam desafiar nossas hipóteses.
Caso contrário, estaremos apenas buscando confirmar nossas crenças pessoais, em vez de explorar o verdadeiro potencial da ciência
de dados. Portanto, é crucial estar ciente de nossos próprios vieses e evitar que influenciem nossas análises.
Viés contextual
O viés contextual é um fenômeno intrínseco à interpretação humana e à tomada de decisões, onde o contexto influencia significativa-
mente a maneira como percebemos e compreendemos informações. Ele pode ocorrer em várias esferas da vida, desde situações cotidia-
nas até discussões acadêmicas e políticas.
Na interpretação de textos ou discursos, por exemplo, o viés contextual refere-se à tendência de atribuir significados ou inferências
com base no contexto em que as informações são apresentadas, em vez de analisar objetivamente o conteúdo em si. Isso pode levar a
interpretações distorcidas ou tendenciosas, especialmente quando o contexto é ambíguo ou suscetível a interpretações conflitantes.
Em termos mais amplos, o viés contextual também se manifesta em questões sociais, culturais e políticas. Nesses casos, nossas expe-
riências passadas, crenças pessoais e ambiente social moldam nossas percepções e opiniões. Por exemplo, nossas visões sobre questões
como igualdade de gênero, diversidade racial ou políticas econômicas podem ser profundamente influenciadas pelo contexto em que
fomos criados, pelas pessoas com as quais interagimos e pelas informações que consumimos.
Além disso, o viés contextual pode ser exacerbado pela disseminação de informações nas mídias sociais e na era digital. As bolhas de
filtro algorítmicas tendem a nos expor a conteúdos que confirmam nossas visões existentes, reforçando assim nossos viéses contextuais e
dificultando a exposição a perspectivas alternativas.
Para mitigar o viés contextual, é crucial desenvolver habilidades de pensamento crítico e estar consciente de nossas próprias inclina-
ções e preconceitos. Isso envolve questionar ativamente o contexto em que recebemos informações, buscar uma variedade de fontes e
perspectivas, e estar aberto ao diálogo e à reflexão. Além disso, promover a diversidade e a inclusão em ambientes sociais e de trabalho
pode ajudar a reduzir os efeitos prejudiciais do viés contextual, ao expor-nos a uma gama mais ampla de experiências e pontos de vista.
Aplicação prática
Um dos procedimentos mais cruciais na perícia criminal é conhecido como levantamento técnico pericial. Quando o foco inicial de um
exame é o local do crime, é chamado de “levantamento do local do crime”. Este método tem como objetivo garantir que os vestígios pre-
sentes no local sejam devidamente identificados, reconhecidos e registrados em suas posições e situações relativas ao evento criminoso
investigado, antes de sua coleta, acondicionamento, transporte, análise e armazenamento.
Para os especialistas, estamos descrevendo as etapas do levantamento técnico pericial que são comuns à chamada cadeia de custó-
dia, conforme estabelecido na Portaria SENASP no 82/2014. Nota-se que tal normativa menciona a busca, o reconhecimento, a fixação, a
coleta, o acondicionamento, o transporte e o recebimento como etapas da fase externa da cadeia de custódia, iniciada pela preservação
do local do crime. É importante observar que reconhecer um vestígio nem sempre é uma tarefa fácil, apesar de ser simplesmente o “ato
de identificar um elemento como potencialmente relevante para a produção da prova pericial”.
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QUESTÕES
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4. (IBGE – 2022) De acordo com a proposição lógica a frase “Se (D) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
o coordenador realizou a previsão orçamentária, então o trabalho (E) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia
foi realizado com sucesso” é equivalente a frase:
(A) Se o coordenador não realizou a previsão orçamentária, en- 10. (PUC – RS) Sejam p e q duas proposições. A negação de p ^
tão o trabalho não foi realizado com sucesso. q equivale a:
(B) O coordenador realizou a previsão orçamentária e o traba- (A) ¬p v ¬q
lho foi realizado com sucesso. (B) ¬p ^ ¬q
(C) O coordenador realizou a previsão orçamentária ou o traba- (C) ¬p v q
lho foi realizado com sucesso. (D) ¬p ^ q
(D) Se o trabalho não foi realizado com sucesso, então o coor- (E) p ^ ¬q
denador não realizou a previsão orçamentária.
(E) Se o trabalho foi realizado com sucesso, então o coordena- 11. Assinale a alternativa que exibe a quantidade de linhas que
dor realizou a previsão orçamentária. uma proposição composta com 4 proposições simples pode possuir
em uma tabela verdade:
5. (MPU – 1996) Se Ana não é advogada, então Sandra é secre- (A) 16 linhas
tária. Se Ana é advogada, então Paula não é professora. Ora, Paula (B) 32 linhas
é professora. Portanto: (C) 64 linhas
(A) Ana é advogada (D) 128 linhas
(B) Sandra é secretária (E) 256 linhas
(C) Ana é advogada, ou Paula não é professora
(D) Ana é advogada, e Paula é professora 12. Suponha que a seguinte afirmação seja verdadeira:
(E) Ana não é advogada e Sandra não é secretária “Nenhum farmacêutico não gosta de química”.
A estudante Mariana deduz as seguintes implicações sobre
6. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai a esta afirmação:
Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís com- I. Se Luciano é farmacêutico, então ele gosta de química.
pra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: II. Se José gosta de química, então ele é farmacêutico.
(A) Celso compra um carro e Ana não vai à África III. Se Fernando não é farmacêutico, então ele não gosta de
(B) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro química.
(C) Ana não vai à África e Luís compra um livro IV. Se Pietro não gosta de química, então ele não é farmacêu-
(D) Ana vai à África ou Luís compra um livro tico.
(E) Ana vai à África e Rui não vai a Roma Considerando as implicações deduzidas por Mariana, está cor-
reto o que se afirma apenas em
7. Ou A = B, ou B = C, mas não ambos. Se B = D, então A = D. Alternativas
Ora, B = D. Logo: (A) I e III.
(A) B v C (B) I e IV.
(B) B v A (C) II e III.
(C) C = A (D) II e IV.
(D) C = D
(E) D v A 13. Em uma escola de ensino fundamental, a professora ques-
tionou cinco crianças sobre o sumiço do livro de um dos colegas.
8. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para a Quando foram questionadas, as crianças responderam:
ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrência de D. Sabe- - Foi a criança E, respondeu a criança A. - Não fui eu, respon-
-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e sufi- deu a criança B. - A criança B está falando a verdade, respondeu a
ciente para a ocorrência de A Assim quando C ocorre, criança C. - Foi a criança A, respondeu a criança D. - A criança D está
(A) D ocorre e B não ocorre
mentindo, respondeu a criança E.
(B) D não ocorre ou A não ocorre
Sabe-se que foi uma destas cinco crianças que escondeu o livro
(C) B e A ocorrem
do colega e que uma delas está mentindo. Sendo assim, quem es-
(D) Nem B nem D ocorrem
condeu o livro do colega foi:
(E) B não ocorre ou A não ocorre
Alternativas
(A) a criança B.
9. Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática. Se
(B) a criança C.
Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina. Ora, Luís es-
(C) a criança D.
tuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo, segue-se necessa-
(D) a criança E.
riamente que:
(A) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
(B) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
(C) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medi-
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14. (Prefeitura de Itapeva – 2021) Considere a proposição: 19. (SEMECE – CE 2020) Considere p o número total de ana-
“Se algum esquilo é capaz de voar, então existem esquilos que gramas da palavra SAPEZAL, e q apenas o número de anagramas
não voam.” que possuem todas as consoantes juntas.A razão p/q é igual a:
Equivalente a anterior, a proposição a seguir está incompleta. (A) 7/2
“Nenhum esquilo é capaz de voar ou ____________.” (B) 70/3
Diante do exposto, assinale a alternativa que preenche a lacuna (C) 35/4
corretamente segundo a teoria lógica matemática. (D) 24/5
(A) esquilos correm
(B) esquilos tem asas 20. (PREFEITURA DE UBERABA – 2019) Os números de tele-
(C) existem esquilos que não voam fones fixos em Minas Gerais possuem oito algarismos. Sabe-se que
(D) nenhum esquilo voa esses números não podem começar com zero, sendo assim, assina-
(E) esquilos não voam le a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o número máximo
de telefones que podem ser instalados no estado.
15. (IBFC – 2020) Uma empresa é especialista na fabricação de (A) 1.000.000.
três tipos de produtos, eles aqui serão chamados de tipo A, tipo B e (B) 9.000.000.
tipo C. Considere que “Algum B é C”, que “Algum A é B” e (C) 90.000.000.
“Nenhum C é A” e assinale a alternativa correta. (D) 100.000.000.
(A) “Algum produto do tipo A é também do tipo C” é uma afir-
mação correta. 21. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada
(B) “Algum produto do tipo C não é do tipo B” é uma afirmação um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1
falsa. a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
(C) “Algum produto do tipo B não é do tipo A” é uma afirmação cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto
correta. dos números obtidos seja um número ímpar é de:
(D) “Todo produto do tipo A não é do tipo C” é uma afirmação (A) 1/4.
falsa. (B) 1/3.
(E) “Nenhum produto do tipo B é do tipo C” é uma afirmação (C) 1/2.
correta. (D) 2/3.
(E) 3/4.
16. (BANCO DO BRASIL – 2008) Se a proposição “Algum banco
lucra mais no Brasil que nos EUA” tiver valor lógico V, a proposição 22. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
“Se todos os bancos lucram mais nos EUA que no Brasil, então os MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre
correntistas tem melhores serviços lá do que aqui” será F. homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
( ) CERTO sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão?
( ) ERRADO (A) 20
(B) 24
17. (TRT-6 2006) As afirmações seguintes são resultados de (C) 28
uma pesquisa feita entre os funcionários de certa empresa. (D) 32
Todo indivíduo que fuma tem bronquite.
Todo indivíduo que tem bronquite costuma faltar ao trabalho. 23. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017)
Relativamente a esses resultados, é correto concluir que: Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
(A) Existem funcionários fumantes que não faltam ao trabalho. nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10?
(B) Todo funcionário que tem bronquite é fumante. (A) 1/18
(C) Todo funcionário fumante costuma faltar ao trabalho. (B) 1/36
(D) É possível que exista algum funcionário que tenha bronqui- (C) 1/6
te e não falte habitualmente ao trabalho. (D) 1/12
(E) É possível que exista algum funcionário que seja fumante e (E) ¼
não tenha bronquite
24. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – PERITO CRIMINAL –
18. (UNESC – 2020) Marco Aurélio recebeu a seguinte tarefa: IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número múltiplo de 5
com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5 ele tem que escrever a maior de uma urna que contém 40 bolas numeradas de 1 a 40, é:
quantidade de números ímpares de três algarismos distintos. Quan- (A) 0,2
tos números ímpares de três algarismos distintos Marco Aurélio (B) 0,4
poderá formar? (C) 0,6
(A) 48 (D) 0,7
(B) 55 (E) 0,8
(C) 60
(D) 75
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ANOTAÇÕES
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Versões do Windows 10
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada
para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para
PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home,
os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque-
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, su-
porte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem. Área de Trabalho do Windows 10.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, Fonte: https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/
o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte,
e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em Aero Glass (Efeito Vidro)
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produ- Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, pa-
tividade. recendo um vidro.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10
Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessida-
des do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os
dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smar-
tphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores
que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas ele-
trônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10
Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
Efeito Aero Glass.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-e-
desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
feito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
Microsoft.
1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/
SlideDemo-4147.pdf
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Paint 3D.
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INFORMÁTICA
Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web. Use
a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para
visualizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.
Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.
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INFORMÁTICA
Windows Hello.
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).
One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.
One Drive.
Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).
• Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.
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INFORMÁTICA
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e segu-
rança > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.
Windows Defender.
Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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INFORMÁTICA
Prompt de comando.4
• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.
4 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
5 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
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INFORMÁTICA
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- Os Comandos Básicos do Linux
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
plano) e você nem percebe. do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- dos o bash e o sh.
ras de 32 bits. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
no mesmo computador. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
(TCP/IP). légios de administrador.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
de arquivo1ºdt. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
para arquivo oculto. crição.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
Linux é a barra normal “/”. cal: exibe um calendário.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
está executando para dar prioridade a outro. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. quer outro, digite apenas cd.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que função “desfazer”).
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é usuário.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de Cd..: “volta uma pasta”.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
(RAM). chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- retórios.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). # chown usuário arquivo
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # chown usuário diretório
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos da pasta, basta dar o comando:
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum # ls -l /
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #.
Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições quivos.
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
pelo símbolo: $. cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
Distribuições do Linux concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu, concurso 2.txt.
Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa- cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro- ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo- racteres ou por posição de campo.
sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
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INFORMÁTICA
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.
Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.
Observe:
Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.
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INFORMÁTICA
• Detalhando as Permissões
Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os arquivos
do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode ficar ar-
mazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
6 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
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INFORMÁTICA
/ – diretório raiz, armazena todos os outros. /usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis- bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
tema. mas.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa- /usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
ção) do sistema. /usr/man – manuais on-line.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas /var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.
você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis- Teclas de Atalhos
tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den- Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
tro do diretório /media. Ctrl + A: selecionar tudo.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/ Ctrl + P: imprimir o documento.
dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
hardware. Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.
se fossem o arquivo de registro do Windows.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root Atalhos de Teclado com o Gnome
tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
próprias pastas. Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Alt + F4: fechar a janela atual.
tem32 do Windows. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os modo gráfico).
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente Atalhos de Terminal
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
dentro desse diretório. comandos usados.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem- Ctrl + U: excluir a linha atual.
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, SISTEMAS OPERACIONAIS MÓVEIS
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc. Um sistema computacional moderno e composto de vários
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação componentes: um ou vários processadores, disco rígido, impres-
padrão do GNU/Linux. soras, teclado, monitor etc.7. Sistemas operacionais são softwares
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em complexos e responsáveis pelo gerenciamento dos componentes
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos fundamentais para funcionamento de um computador. Além de ge-
ativos. renciar, ele fornece uma interface gráfica que torna mais fácil a vida
/root – diretório local do superusuário (root). do usuário por facilitar sua interação com hardware.
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos Os Sistemas Operacionais são classificados em vários tipos:
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, Servidor, Grande Porte, Embarcado, Tempo Real, etc.8. Além desses
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não tipos citados pode se incluir os Sistemas Operacionais para Dispo-
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em sitivos moveis.
/tmp podem ser apagados. Eles recebem essa classificação por executarem em aparelhos
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- como smartphones e tablets. Esses sistemas não podem ser compa-
tenção de hardware e software. rados com sistemas embarcados.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- Sistemas embarcados são mais simples e desenvolvidos para
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical um objetivo em particular. Os dispositivos móveis oferecem novas
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap formas de interação com o usuário (sensores, GPS, acelerômetro,
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- teclados virtuais, widgets, etc.) tornando seu desenvolvimento
sos para o Linux. completamente diferente de projetar aplicações para computado-
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados res. Os principais sistemas operacionais moveis são: Android, iOS,
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel- Symbian, Windows Mobile e BlackBerry.
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
do /srv.
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
ída ao diretório proc. 7 MENDONÇA, V. R. L., BITTAR, T. J., DIAS, M. S. Um estudo dos Siste-
/tmp – arquivos temporários. mas Operacionais Android e iOS para o desenvolvimento de aplicati-
vos. Catalao – GO.
8 (Tanenbaum 2008).
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Android MAC OS
O Android e um Sistema Operacional Móvel Open Source de-
senvolvido inicialmente pela Google e possui uma arquitetura ba- O macOS é um sistema operacional desenvolvido e distribu-
seada no kernel Linux para o controle das principais tarefas do sis- ído pela Apple Inc. para seus computadores Mac. A versão mais
tema como segurança, gerenciamento de memória, gerenciamento recente do macOS é o macOS Ventura, que traz novas maneiras de
de processos, pilha de rede e modelo de driver. O kernel atua como trabalhar, compartilhar e colaborar em seus aplicativos favoritos,
uma camada de abstração entre o hardware e o resto da pilha de jogar jogos avançados e aproveitar interações com seus outros dis-
software. Posteriormente a responsabilidade do desenvolvimento positivos Apple. Para manter a segurança, estabilidade e compatibi-
foi transferida para Open Handset Alliance (OHA). lidade do seu computador, a Apple recomenda o uso da versão mais
Open Handset Alliance é um consórcio de grandes empresas recente do macOS compatível com o seu Mac.
com objetivo de popularizar e melhorar os dispositivos moveis. O O macOS Ventura inclui muitos novos recursos e melhorias. Por
Google ´ e um dos membros do consorcio, continua responsável por exemplo, o aplicativo Mail agora possui uma busca mais precisa e
controlar importantes etapas do desenvolvimento do sistema como completa, com sugestões antes mesmo de você começar a digitar.
a gerencia do produto e a engenharia de processos. A arquitetura Também há novos recursos na caixa de correio, como a capacidade
do Sistema Operacional Android e composta por cinco camadas: de cancelar o envio de mensagens, agendar envios e adicionar links.
• Applications: a primeira camada e a mais perto do usuário é O Spotlight também foi aprimorado, com uma busca de ima-
a dos aplicativos. Ela e composta pelos aplicativos nativos do Siste- gens melhorada que permite encontrar imagens no Fotos, Mensa-
ma Operacional Android como cliente de e-mail, programa de SMS, gens, Notas e Finder diretamente pelo Spotlight. Os resultados da
calendário, mapas, navegador etc. ´ busca também estão mais detalhados e agora incluem ações rápi-
• Applications Frameworks: nesta camada encontramos os das para ajustar um alarme, criar um Foco, encontrar o nome de
componentes pelo gerenciamento das Activitys, gerenciamento das uma música com o Shazam e acessar um atalho.
Views, gerenciamento de Janelas, Provedores de Conteúdo, etc. Es- O Safari também recebeu melhorias, incluindo acesso mais
tes componentes são manipulados pelos desenvolvedores durante seguro com Chaves-senha, desempenho aprimorado e Grupos de
o desenvolvimento. Abas Compartilhadas para compartilhar abas e favoritos com outras
• Runtime: a camada responsável pela execução dos aplicati- pessoas. Esses são apenas alguns exemplos dos muitos novos recur-
vos. Os aplicativos são escritos na linguagem Java, quando compi- sos e melhorias incluídos no macOS Ventura.
ladas eles geram bytescodes Dalvik ao contrário de bytecodes JVM Além dos novos recursos e melhorias mencionados anterior-
porque o sistema n ´ ao possui Máquina Virtual Java (JVM). No An- mente, o macOS Ventura também inclui atualizações de segurança
droid está presente a Máquina Virtual Dalvik ´ (DVM) desenvolvida e desempenho para manter seu Mac seguro e funcionando sem
para dispositivos moveis, ela é uma versão otimizada da JVM por problemas. A Apple também oferece suporte contínuo para o siste-
possuir menos instruções. ˜ ma operacional, com atualizações regulares para corrigir problemas
• Libraries: nesta camada encontramos diversas bibliotecas e adicionar novos recursos.
como a biblioteca C padrão, SQLite (Banco de Dados), OpenGL (Ren- É possível atualizar o MACOS através da opção “Atualização de
derização 3D), etc. Software” nas Preferências do Sistema do seu Mac. É importante
• Kernel: a última camada e a de mais baixo nível e do kernel. verificar se o seu Mac é compatível com a versão mais recente do
O kernel atua como uma camada de abstração entre hardware e macOS antes de tentar atualizá-lo.
as camadas superiores, permitindo acesso a recursos como áudio,
vídeo e protocolos de rede. KERNEL E FIRMWARE
define o seu comportamento. Por exemplo, a BIOS é o firmware finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-
que inicializa o computador e permite que o kernel seja carregado. no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
computador de origem.
A diferença entre eles é que o kernel é o software que faz a Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
ponte entre o hardware e o software de alto nível, enquanto o fir- redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
mware é o software que faz parte do hardware e define o seu com- Internet.
portamento. O kernel é o coração do sistema operacional, enquan- O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
to o firmware é o cérebro do dispositivo. para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
externo.
CONCEITOS BÁSICOS DE REDES DE COMPUTADORES: EN-
DEREÇO IP, URL, INTERNET E INTRANET; NOÇÕES BÁSICAS TCP / IP
DE NAVEGAÇÃO E BUSCA NA INTERNET E NA DEEP WEB Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
Internet nas literaturas como sendo:
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados - O protocolo principal da Internet;
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- - O protocolo padrão da Internet;
bos submarinos, canais de satélite, etc9. Ela nasceu em 1969, nos - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa ao funcionamento da Internet e seus serviços.
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
instituições possuíam internet. porte dos pacotes).
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a Domínio
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
Conectando-se à Internet – 74.125.234.180.
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio http://www.empresa.com.br, em que:
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). reço pertence à web.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
World Wide Web viço.
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu com: indica que é comercial.
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- br: indica que o endereço é no Brasil.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de URL
forma simples e fácil de acessar. Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples ou uma rede corporativa, uma intranet.
e agradável. Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
minho/recurso.
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- HTTP
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
9 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos vacidade.
implementados nos sites mais modernos. – Disponível em desktop e mobile.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é Google Chorme
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
oferecem funcionalidades adicionais. sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala- compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
vra-chave digitando-a na barra de endereços. convidativo à navegação simplificada.
Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer10.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
10 https://bit.ly/2WITu4N
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INFORMÁTICA
Safari Extranet
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar.
11 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/
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INFORMÁTICA
Sites de busca
Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informações na
rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as informações da internet para buscar as informações desejadas. São exemplos de
sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.
Formas de acesso
GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br
Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.
Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.
Editora
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INFORMÁTICA
mundo que utiliza a tecnologia da dark web pode estar interessado Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
nos conteúdos que estão presentes nela, mas sim no anonimato tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
que ela fornece para o acesso a qualquer conteúdo. do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:
Por Que a Dark Web Necessita de Programas Específicos?
A internet só funciona graças a um grande acordo que existe na maria@apostilassolucao.com.br
web: todos os sites, navegadores e sistemas operacionais “falam”
um conjunto de “línguas” em comum. Esses são os “protocolos de Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio
rede”. eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
A dark web estabelece uma camada de protocolo nova que o Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
computador não conhece. E, com isso, automaticamente esses sites preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
se tornam incomunicáveis. to de regras para o uso desses serviços.
O objetivo dessa camada adicional é normalmente a garantia
do anonimato dos usuários. Os detalhes técnicos variam em cada CORREIO ELETRÔNICO
protocolo, mas a maioria estabelece uma série de intermediários Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor-
em cada conexão. Certos participantes da rede (que podem ser to- reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
dos ou só alguns) tornam-se intermediários das conexões dos de- protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio
mais usuários e, com isso, qualquer visita ou acesso fica em nome e recebimento de mensagens15. Estas mensagens são armazenadas
desses usuários e não em nome do verdadeiro internauta. no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
É Possível Quebrar o Anonimato da Dark Web? e extração de cópias das mensagens.
De modo geral, sim. Mas as técnicas exigem certos recursos
tecnológicos avançados e, às vezes, um pouco de sorte. Funcionamento básico de correio eletrônico
Uma delas é conseguir controlar um grande número de siste- Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
mas intermediários na rede. Se o número de sistemas controlados gramas funcionando em uma máquina servidora:
for grande o bastante, o interessado pode conseguir fazer alguma li- – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
gação entre o usuário e o conteúdo acessado. Essa é uma operação transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
de médio prazo, já que é preciso monitorar os acessos por um bom sagens.
tempo até que as ligações possam ser feitas sem depender da sorte. – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
Outro meio, que vem sendo bastante empregado pelo FBI, é ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
a instalação de programas espiões. A autoridade policial faz isso correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
após conseguir uma autorização da justiça para tomar o controle de gens.
um serviço disponibilizado na rede anônima (a identificação deste
depende de outros métodos, como o mencionado acima ou então Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
cooperação de um delator). Uma vez podendo controlar o site, um e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
código especial é colocado na página para tentar contaminar os e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
usuários com vírus e relatar as informações ao FBI. Isso, no entanto, mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
depende de vulnerabilidades no software do possível investigado, o sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
que nem sempre pode ser fácil de explorar. de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
Essa técnica foi utilizada em um site com imagens de pornogra- o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
fia infantil, por exemplo. O FBI foi criticado por temporariamente nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
ter mantido o site no ar em vez de retirá-lo imediatamente, mas a nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
Justiça americana entendeu que a medida foi necessária para co- enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
lher mais informações sobre os visitantes da página. natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
NOÇÕES BÁSICAS DE ENVIO DE MENSAGENS POR COR- dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
REIO ELETRÔNICO ABORDANDO OS CONCEITOS DE CAIXA SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
DE ENTRADA, CAIXA DE SAÍDA, SPAM, RASCUNHOS, LIXEI- naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
RA, ASSUNTO, REMETENTE, DESTINATÁRIO, CÓPIA OCUL- ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
TA, ANEXOS e-mail do destinatário.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.
16
Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
16 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
Editora
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INFORMÁTICA
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).
Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.
17
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Inteligência artificial é a capacidade da execução de uma determinada tarefa por uma máquina conforme esperado. É a capacidade de
reagir adequadamente a uma nova situação confirmando assim a aprendizagem da máquina.
17 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
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INFORMÁTICA
18 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que-
-e-computacao-em-nuvens-.htm
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INFORMÁTICA
Desvantagens: iCloud
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu- O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um
rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em um passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails,
ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à von- dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente
tade com isso. a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo
– Como há a necessidade de acessar servidores remotos, é pri- como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS.
mordial que a conexão com a internet seja estável e rápida, princi- De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita.
palmente quando se trata de streaming e jogos. Existem planos pagos para maior capacidade de armazena-
mento também.
Exemplos de computação em nuvem
Dropbox
O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu-
vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com
segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe-
rando espaço no PC ou smartphone.
Google Drive
Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca-
pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá-
Além de servir como ferramenta de backup, o Dropbox tam- rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São
bém é uma forma eficiente de ter os arquivos importantes sempre 15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
acessíveis. Deste modo, o usuário consegue abrir suas mídias e do- gens, etc.
cumentos onde quer que esteja, desde que tenha acesso à Internet.
OneDrive
O OneDrive, que já foi chamado de SkyDrive, é o serviço de ar-
mazenamento na nuvem da Microsoft e oferece inicialmente 15 GB
de espaço para os usuários19. Mas é possível conseguir ainda mais
espaço gratuitamente indicando amigos e aproveitando diversas
promoções que a empresa lança regularmente.
Para conseguir espaço ainda maior, o aplicativo oferece planos
pagos com capacidades variadas também.
Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser-
viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo
que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira
encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca
para procurar palavras e expressões.
Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas
edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.
Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e Tipos de implantação de nuvem
PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço, Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de
o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis- nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os servi-
pensada a necessidade de realizar o download para só então poder ços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de TI20.
modificar o conteúdo do arquivo. Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:
19 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-
-principais-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/ 20 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
Editora
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INFORMÁTICA
– Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su-
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor SaaS (software como serviço)
de nuvem contratado pela organização. O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de sof-
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em tware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo sinaturas.
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são cente.
mantidos em uma rede privada. Além de realizarem manutenções, como atualizações de sof-
– Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- tware e aplicação de patch de segurança.
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o Com o software como serviço, os usuários da sua equipe po-
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu- dem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um na-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar vegador da web em seu telefone, tablet ou PC.
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
empresa.
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE
Tipos de serviços de nuvem INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS
A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
em quatro categorias amplas:
– IaaS (infraestrutura como serviço); Pasta
– PaaS (plataforma como serviço); São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama-
– Sem servidor; nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
– SaaS (software como serviço). pastas (subpastas)21.
Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.
Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft22.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.
22 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
23 https://centraldefavoritos.com.br/2018/12/31/armazenamento-de- 25 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
-dados-na-nuvem-cloud-storage/ 26 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
24 http://www.infortrendbrasil.com.br/cloud-storage/ 27 https://bit.ly/2E5beRr
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
de modo permanente a elas. • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e a terceiros.
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- Mecanismos de segurança
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
nal da área trabalha no dia a dia. Ele pode ser aplicado de duas formas:
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
uma delas. vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares de encriptação, que transformam as informações em códigos que
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
da informação, ainda que sem intenção no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
explorada por uma ameaça. ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. Criptografia
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
ça da informação. uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
informação29.
Tipos de ataques Tem duas maneiras de criptografar informações:
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles28: • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
ção, fraude, reprodução, bloqueio). chave secreta para poder ler a mensagem.
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
tação, monitoramento, análise de pacotes). Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
Política de Segurança da Informação ser descriptografada pela chave privada.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
da organização através de regras de alto nível que representam os poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
de formação e periodicidade de troca. ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- ma alteração de informação invalida o documento.
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
ção e frequência de execução. soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
28 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 29 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.
Representação de um firewall.30
Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
30 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
31 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
32 https://cartilha.cert.br/malware/
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Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
no computador para invadi-lo. isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- vidência.
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção os dias são criados vírus novos.
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
Cavalo de troia (Trojan) ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- contaminação.
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
sem o conhecimento do usuário. namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. gas. Entre as principais estão:
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- – Avast;
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados – AVG;
no computador. – Norton;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – Avira;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – Kaspersky;
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, – McAffe.
também executem ações maliciosas.
Filtro anti-spam
Rootkit Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite tados, que geralmente são enviados para um grande número de
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código pessoas.
malicioso em um computador comprometido. Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- anonimato que tanto os protege.
mos de proteção. Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
Ransomware
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- Anti-malwares
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan- Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
restabelecer o acesso ao usuário33. dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
de ferramentas deste tipo.
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que PROCEDIMENTOS DE BACKUP
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
segurança. Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dis-
positivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na
Antivírus nuvem ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou ou-
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- tros motivos e assim possa restaurá-los (recuperá-los)34.
car o computador. Backups são extremamente importantes, pois permitem35:
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- 34 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. -backup/
33 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 35 https://cartilha.cert.br/mecanismos/
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Assinatura Eletrônica:
— PIA - Paraná Sistema de Inteligência Artificial A assinatura eletrônica é um método digital de indicar o con-
O PIA do governo do Paraná é um sistema que dispõe de mais sentimento ou a aprovação de um documento. Pode assumir di-
de 350 serviços ao cidadão, estes são distribuídos nas seguintes ca- versas formas, como uma imagem digitalizada de uma assinatura
tegorias: manuscrita, um código PIN, uma senha ou mesmo tecnologias mais
– Administração; avançadas, como biometria. As assinaturas eletrônicas são utiliza-
– Comunicação; das para autenticar a identidade do signatário e garantir a integri-
– Direitos; dade do documento
– Economia e Finanças;
– Indústria - Comércio e Serviços; Importância da Assinatura Eletrônica
– Saúde; Agiliza processos: a assinatura eletrônica elimina a necessida-
– Transporte e Trânsito; de de documentos físicos, reduzindo o tempo necessário para ob-
– Agropecuária; tenção de assinaturas e aprovações.
– Cultura e Lazer; Segurança: as tecnologias de assinatura eletrônica são proje-
– Cidadania; tadas para garantir a autenticidade e integridade dos documentos,
– Direitos do Consumidor; proporcionando um nível de segurança comparável ou superior às
– Educação; assinaturas manuscritas.
– Inovação; Sustentabilidade: reduz o uso de papel e os impactos ambien-
– Segurança; tais associados à impressão e armazenamento físico de documen-
– Desenvolvimento Urbano; tos.
– Documentos;
– Habitação; — Funcionalidades essenciais
– Meio Ambiente;
– Trabalho. Cadastro
O cadastro em um sistema de inteligência artificial geralmen-
Para acessar o PIA utilizamos o seguinte acesso da internet: ht- te envolve a coleta e armazenamento de informações de usuários.
tps://pia.paas.pr.gov.br/guia. Isso pode incluir dados pessoais, preferências, histórico de uso e
outras informações relevantes para personalizar a interação do usu-
— Noções essenciais ário com o sistema.
Sistema e Protocolo Busca de serviços:
– Sistema: refere-se a um conjunto de elementos interconecta- A busca de serviços em um sistema de inteligência artificial
dos e interdependentes que trabalham juntos para atingir um obje- refere-se à capacidade do sistema de oferecer ou direcionar usu-
tivo comum. No contexto empresarial e governamental, um sistema ários para serviços específicos com base em suas necessidades.
pode se referir a uma estrutura organizacional, um conjunto de pro- Pode envolver algoritmos de busca avançados, processamento de
cessos ou uma combinação de hardware e software. linguagem natural e aprendizado de máquina para compreender as
– Protocolo: é um conjunto de regras e convenções que defi- consultas dos usuários e fornecer respostas relevantes.
ne a forma como os dados são trocados entre dispositivos em uma
rede ou sistema. Em um contexto mais amplo, um protocolo pode — Possíveis funcionalidades
se referir a procedimentos e normas que orientam a comunicação Personalização: o sistema pode adaptar-se às preferências e
e interação entre partes. necessidades individuais dos usuários com base nas informações
cadastradas.
Interface Recomendações: utilização de algoritmos para sugerir serviços
A interface de um sistema refere-se à interação entre o usuá- ou conteúdos com base no perfil do usuário.
rio e o sistema. Ela inclui elementos visuais, como menus, botões Integração de Serviços: oferecimento de uma gama de serviços
e telas, que permitem aos usuários interagirem com o sistema de integrados, possibilitando aos usuários acessar diversas funcionali-
forma intuitiva. Uma boa interface é projetada para ser amigável e dades em um só lugar.
eficiente, facilitando a compreensão e o uso por parte do usuário. — Considerações adicionais
Segurança: sistemas de inteligência artificial frequentemente
Consulta de Protocolo incluem medidas robustas de segurança para proteger dados sen-
A consulta de protocolo refere-se à capacidade de os usuários síveis dos usuários.
verificar o status ou detalhes de um protocolo específico dentro de Atualizações Contínuas: sistemas desse tipo geralmente pas-
um sistema. Isso pode incluir informações sobre o andamento de sam por atualizações frequentes para melhorar a precisão e eficácia
das funcionalidades oferecidas.
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O PIA é um sistema eficiente e protocolos bem definidos são essenciais para a organização e automação de processos.
A interface amigável facilita a interação do usuário, enquanto a consulta de protocolo permite o acompanhamento de documentos
ou processos.
A assinatura eletrônica, por sua vez, oferece agilidade, segurança e sustentabilidade nos processos que exigem aprovações ou valida-
ções.
SINESP CIDADÃO: OBJETIVO, CADASTRO, ACESSO COM A CONTA GOV.BR, CONSULTAS POR DESAPARECIDOS, PROCURADOS,
VEÍCULOS E MANDADOS
O SINESP Cidadão é uma plataforma online que oferece serviços de consulta de informações relacionadas à segurança pública no
Brasil.
Abaixo, vou abordar alguns aspectos sobre o SINESP Cidadão, incluindo seus objetivos, o processo de cadastro, o acesso com a conta
Gov.br e as principais consultas disponíveis.
— SINESP cidadão
Objetivo
O SINESP Cidadão tem como objetivo proporcionar à população acesso a informações relacionadas à segurança pública de forma
transparente e ágil.
Ele permite que os cidadãos consultem dados sobre desaparecidos, procurados, veículos e mandados de forma centralizada, visando
a colaboração e a participação da sociedade na segurança coletiva.
Cadastro
O cadastro no SINESP Cidadão geralmente é simples e gratuito. Os usuários podem criar uma conta fornecendo informações básicas,
como nome, CPF, e-mail e senha.
Esse cadastro é fundamental para garantir a segurança e a individualização do acesso às informações disponíveis na plataforma.
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Consultas Disponíveis
1. Desaparecidos: permite consultar informações sobre pessoas desaparecidas, fornecendo dados relevantes para auxiliar nas buscas
e no processo de localização.
2. Procurados: possibilita consultar informações sobre pessoas procuradas pelas autoridades, contribuindo para ações de segurança
e investigação.
3. Veículos: permite verificar informações sobre veículos, incluindo a situação legal, histórico de multas e outras informações perti-
nentes.
4. Mandados: oferece a possibilidade de consultar mandados de prisão emitidos pelas autoridades judiciais, auxiliando na identifica-
ção e localização de pessoas procuradas pela justiça.
Essas funcionalidades visam fornecer informações relevantes à população e, ao mesmo tempo, estimular a participação dos cidadãos
na colaboração com as forças de segurança.
Importância
– Transparência: proporciona transparência nas ações de segurança pública, permitindo que os cidadãos tenham acesso a informa-
ções relevantes.
– Colaboração Cidadã: estimula a colaboração da sociedade na solução de casos, como desaparecimentos e procurados.
– Segurança Pública: facilita o acesso a informações que podem contribuir para a segurança pública e a prevenção de crimes.
As informações sobre o SINESP Cidadão podem ser atualizadas, e é sempre recomendável verificar fontes oficiais para obter detalhes
específicos e atualizados sobre a plataforma.
Acesso ao SINEP pelo portal gov.br: https://www.gov.br/pt-br
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10. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO 14. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - ANALISTA JURÍDICO - IE-
AMBIENTAL - COTEC/2020) Acerca do Windows Explorer, analise as SES/2019) Qual o tipo de backup que deve ser realizado para fazer
seguintes afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as a cópia apenas das alterações relativas ao último backup?
falsas. (A) Diferencial.
( ) - A partir da versão do Windows 10 em diante, a ferramenta (B) Completo.
Windows Explorer passou a se chamar Navegador de Arquivos. (C) Incremental.
( ) - É considerada uma das ferramentas mais importantes do (D) Analógico.
Sistema Operacional Windows.
( ) - Existem basicamente três formas de acessá-lo: no Menu 15. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM IN-
Iniciar, acionando as teclas do Windows + a letra E ou clicando FORMÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comumente
no ícone com o desenho de uma pasta, localizada na Barra de utilizados para proteger os sistemas de ameaças e potenciais sof-
Tarefas. twares malintencionados (conhecidos por malwares). Alguns usu-
( ) - Tem recebido novos incrementos a cada nova versão, pas- ários de computadores chegam a instalar mais de um antivírus na
sando a oferecer também suporte a novos recursos, como re- mesma máquina para sua proteção. Verifique o que pode ocorrer
produção de áudio e vídeo. no caso da instalação de mais de um antivírus:
( ) - Trata-se de uma espécie de pasta utilizada somente para I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sendo
movimentar os arquivos do computador. uma possível ameaça.
A sequência CORRETA das afirmações é II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na CPU
(A) F, V, F, V, F. do computador.
(B) V, F, F, V, V. III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do nível
(C) F, V, V, V, F. de segurança.
(D) F, V, F, F, V. IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com que
vulnerabilidades se apresentem.
11. (PREFEITURA DE SANTA LUZIA/MG - ARQUIVISTA - Estão CORRETAS as afirmativas:
IBGP/2018) Sobre as operações de manipulação de pastas e arqui- (A) I, II e IV, apenas.
vos no Windows 7, assinale V para afirmativas verdadeiras e F para (B) I, III e IV, apenas.
as falsas. (C) II e III, apenas.
( ) A operação “mover pasta para” equivale à sequência de ope- (D) II e IV, apenas.
rações “copiar” e “colar”. (E) II, III e IV, apenas.
( ) A sequência de operações “recortar” e “colar” transfere um
arquivo de pasta. 16. (PREFEITURA DE TOLEDO/PR - ASSISTENTE EM ADMINIS-
( ) A sequência de operações “copiar” e “colar” duplica um ar- TRAÇÃO - PREFEITURA DE TOLEDO/PR/2020) Programas antivírus
quivo em outra pasta. tem uma importância um tanto quanto fundamental para os usuá-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: rios. As principais funções dessa ferramenta são, EXCETO:
(A) F F F. (A) Atuar para identificação e eliminação da maior quantidade
(B) F V V. de vírus possível.
(C) V F V. (B) Verificar continuamente os discos rígidos, HDs externos e
(D) V V F. mídias removíveis.
(C) Trabalhar sincronizado com outro antivírus para aumentar
12. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - INS- o nível de segurança.
TITUTO UNIFIL/2020) Considerando os conceitos de segurança da (D) Ao encontrar um problema o software em questão avisa o
informação e os cuidados que as organizações e particulares devem usuário.
ter para proteger as suas informações, assinale a alternativa que (E) A utilização de uma versão paga oferece ao usuário mais
não identifica corretamente um tipo de backup. segurança.
(A) Backup Incremental.
(B) Backup Excepcional. 17. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
(C) Backup Diferencial. SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso que
(D) Backup Completo ou Full. é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos. Tal
como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias
13. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO - de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos
ESES/2019) As cópias de segurança (backup) são imprescindíveis de informática.
nas organizações. Elas podem ser armazenadas de diversas formas. As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de com-
O tipo de backup onde cópias são feitas apenas dos arquivos que putador, exceto o que se apresenta na alternativa:
foram modificados desde a última interação é denominado: (A) Vírus de boot.
(A) Backup diferencial. (B) Crackers.
(B) Backup cumulativo. (C) Cavalo de troia.
(C) Backup completo. (D) Time Bomb.
(D) Backup incremental.
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18. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019) IV- Nuvem híbrida (hybrid cloud): a infraestrutura é uma com-
Para que a segurança da informação seja efetiva, é necessário que posição de duas ou mais nuvens (privada, comunidade ou pública)
os serviços disponibilizados e as comunicações realizadas garantam que continuam a ser entidades públicas, porém, conectadas através
alguns requisitos básicos de segurança. Sobre esses requisitos, assi- de tecnologia proprietária ou padronizada.
nalar a alternativa CORRETA: Está correto o contido:
(A) Repúdio de ações realizadas, integridade, monitoramento (A) Apenas na opção I.
e irretratabilidade. (B) Apenas na opção II.
(B) Protocolos abertos, publicidade de informação, incidentes (C)Apenas nas opções II e III.
e segurança física. (D) Nas opções I, II e III.
(C) Confidencialidade, integridade, disponibilidade e autentica-
ção. 22. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
(D) Indisponibilidade, acessibilidade, repúdio de ações realiza- SOS/2018) O modelo de computação em nuvem é composto por
das e planejamento. algumas características essenciais, dentre elas:
I- Serviço sob-demanda: as funcionalidades computacionais
19. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM são providas automaticamente sem a interação humana com o pro-
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - OBJETIVA/2019) Em vedor do serviço.
conformidade com a Cartilha de Segurança para Internet, quanto II- Amplo acesso aos serviços: os recursos computacionais es-
a alguns cuidados que se deve tomar ao usar redes, independente- tão disponíveis através da Internet e são acessados via mecanismos
mente da tecnologia, analisar os itens abaixo: padronizados para que possam ser utilizados por dispositivos mó-
I. Manter o computador atualizado, com as versões mais recen- veis e portáteis, computadores, etc.
tes e com todas as atualizações aplicadas. III- Resource pooling: os recursos computacionais (físicos ou
II. Utilizar e manter atualizados mecanismos de segurança, virtuais) do provedor são utilizados para servir a múltiplos usuários,
como programa antimalware e firewall pessoal. sendo alocados e realocados dinamicamente conforme a demanda
III. Ser cuidadoso ao elaborar e ao usar suas senhas. do usuário. Nesse cenário, o usuário do serviço não tem a noção da
Estão CORRETOS: localização exata do recurso, mas deve ser capaz de definir a locali-
(A) Somente os itens I e II. zação em um nível mais alto (país, estado, região).
(B) Somente os itens I e III. Está correto o contido:
(C) Somente os itens II e III. (A) Apenas na opção I.
(D) Todos os itens. (B) Apenas na opção II.
(C) Apenas nas opções II e III.
20. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - UNI- (D) Nas opções I, II e III.
FIL/2020) Devido aos riscos e a sua importância, a segurança da
informação é um tópico que se tornou um objetivo constante para 23. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO -
as organizações. Contudo, para que ele possa ser reforçado nas IESES/2019) Dentre as utilidades dos serviços de cloud storage (ar-
empresas, é preciso atenção aos três pilares que sustentam a se- mazenagem na nuvem), assinale a alternativa INCORRETA:
gurança das informações em um ambiente informatizado. Assinale (A) Acessar arquivos quando estiver sem acesso à internet.
a alternativa que não representa um dos pilares de segurança da (B) Compartilhar arquivos com os pares.
informação. (C) Acessar arquivos quando não se está no local do seu com-
(A) Confidencialidade. putador, como por exemplo fora do escritório ou em viagens.
(B) Integridade. (D) Fazer backup de dados.
(C) Disponibilidade.
(D) Imparcialidade. 24. (PREFEITURA DE SÃO/SC - ANALISTA JURÍDICO - IE-
SES/2019) O armazenamento em cloud ou armazenamento na
21. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR- nuvem, tornou-se bastante popular nos últimos anos. Sobre ele, é
SOS/2018) São considerados modelos de implantação de compu- INCORRETO afirmar que:
tação em nuvem: (A) Possui restrições de local no acesso dos dados. Podendo ser
I- Nuvem privada (private clouds): compreende uma infraes- acessado somente na rede interna da empresa.
trutura de nuvem operada publicamente por uma organização. Os (B) Armazena dados na Internet por meio de um provedor de
serviços são oferecidos para serem utilizados internamente pela computação na nuvem, que gerencia e opera o armazenamen-
própria organização, não estando disponíveis publicamente para to físico de dados como serviço.
uso geral. (C) É útil pois nem sempre é fácil estimar a quantidade de ar-
II- Nuvem comunidade (community cloud): fornece uma in- mazenamento que sua você precisará.
fraestrutura compartilhada por uma comunidade de organizações (D) Com o armazenamento na nuvem, não é necessário adqui-
com interesses em comum. rir hardware.
III- Nuvem pública (public cloud): a nuvem é disponibilizada
publicamente através do modelo pay-per-use. Tipicamente, são
oferecidas por companhias que possuem grandes capacidades de
armazenamento e processamento.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. O perfil profissiográfico dos cargos constantes VIII - comprovação de escolaridade prevista no Anexo I desta
do caput deste artigo será publicado, no prazo de 180 (cento e oi- Lei Complementar, além dos demais requisitos essenciais de cada
tenta) dias úteis da publicação desta Lei Complementar, mediante carreira previstos nesta Lei Complementar ou no perfil profissiográ-
ato conjunto entre a Secretaria de Estado da Segurança Pública - fico do cargo; e
SESP e a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência IX - demais requisitos vinculados ao exercício do cargo previs-
- SEAP, ouvido previamente o Conselho da Polícia Científica. tos em legislação atinente, assim como no próprio perfil profissio-
Art. 8º São Peritos Oficiais nos termos do Código de Processo gráfico, e contemplados no edital de regulamentação do concurso,
Penal, Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, os Peritos que é o procedimento único de seleção, sem prejuízo das demais
Oficiais Criminais, tendo como seus agentes os Técnicos de Perícia condições gerais constantes do art. 22 da Lei nº 6.174, de 16 de
Oficial. novembro de 1970.
Art. 9º É inerente aos servidores das carreiras previstas nesta Parágrafo único. O edital de regulamentação do concurso po-
Lei Complementar a residência na área de abrangência da Unidade derá prever, mediante requerimento devidamente fundamentado
de Execução Técnico-Científica de lotação do policial científico, sal- da Direção-Geral, aprovado pelo Conselho da Polícia Científica, va-
vo expressa autorização do Conselho da Polícia Científica. gas específicas com exigência de outras categorias ou tipos de ha-
Parágrafo único. O Conselho da Polícia Científica poderá fixar bilitação além da prevista no inciso III deste artigo, incluindo outros
prazo para que os servidores se adequem ao previsto neste artigo. tipos de veículos automotores, aeronaves ou embarcações.
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DO PROVIMENTO DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 10. Os cargos das carreiras previstas nesta Lei Complemen- Art. 12. Os concursos públicos serão planejados e organizados
tar são providos por: por comissão designada pelo Conselho da Polícia Científica e terão
I - nomeação; validade máxima de dois anos, prorrogáveis por igual período, con-
II - reintegração; tados da data da publicação da homologação da classificação final
III - reversão. no Diário Oficial do Estado e reger-se-ão por instruções especiais
Art. 11. O provimento nas carreiras do Quadro Próprio dos Pe- que estabelecerão, de acordo com a natureza do cargo, as etapas e
ritos Oficiais do Estado do Paraná - QPPO se dará sempre na classe regras do certame, em especial:
e nível inicial do respectivo cargo, atendidos os seguintes requisitos I - tipo e conteúdo das provas e categorias dos títulos;
para a investidura: II - forma de julgamento e a valoração das provas;
I - existência de vaga no cargo de ingresso; III - critérios de aprovação de todas as fases ou etapas e de
II - aprovação em concurso público de provas ou provas e títu- classificação para fins de nomeação;
los; IV - condições para provimento de cargo referente à:
III - apresentação de Carteira Nacional de Habilitação ou per- a) capacidade física e mental e a forma de sua apuração;
missão para dirigir veículos automotores na categoria mínima “B”, b) boa conduta social, reputação e idoneidade, e a forma de
regular e dentro do prazo de validade; sua apuração;
IV - aptidão em exame de inspeção de saúde, de caráter eli- c) saúde adequada ao exercício de atividade policial.
minatório, que compreenderá a apresentação de exames médicos, §1º A inspeção de saúde, imprescindível para atestar as condi-
toxicológicos, entre outros necessários para avaliar as condições ções de saúde adequada ao exercício de atividade policial científica,
físicas do candidato para o desempenho adequado das atividades será realizada:
inerentes ao cargo público; I - pela Polícia Científica do Paraná; ou
V - exame de aptidão física, de caráter eliminatório; II - pela Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional - DIMS, do
VI - aptidão em avaliação psicológica, de caráter eliminatório, Estado do Paraná; ou
consistente na análise objetiva e padronizada de características III - por junta médica legalmente constituída, ou instituição que
cognitivas, emocionais, de personalidade e motivacionais dos can- esta indicar, sendo necessária, neste caso, a devida homologação
didatos, podendo ser aplicada coletivamente, mediante utilização pela unidade responsável.
de testes, questionários ou inventários aprovados pelo Conselho §2º Os candidatos que optarem em concorrer às vagas reser-
Federal de Psicologia e realizados por psicólogos registrados no vadas no certame, se houver, independentemente da categoria de
Conselho Regional de Psicologia, realizada pelo órgão oficial com- concorrência, deverão se submeter à inspeção por banca de verifi-
petente ou mediante contratação de serviços especializados, sendo cação específica, que aferirá e deliberará acerca da condição decla-
necessário, nesse caso, a devida homologação pela unidade respon- rada e a especificidade do serviço de natureza policial.
sável; §3º O Conselho da Polícia Científica deverá regulamentar, em
VII - comprovação de boa conduta e idoneidade moral, me- até 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Com-
diante investigação de conduta social, reputação e idoneidade, de plementar, a forma, o modo e as condições específicas em que se
caráter eliminatório, realizado de forma sigilosa por intermédio de realizará cada banca de verificação.
investigação por órgão técnico vinculado à Secretaria de Estado da §4º A Fundação de Apoio à Atividade de Segurança Pública po-
Segurança Pública - SESP, objetivando averiguar os fatos atuais e derá ser incumbida da execução do concurso público mediante a
pregressos relativos ao candidato em seus aspectos social, moral, formalização de contrato de gestão.
profissional e escolar quanto à compatibilidade para o exercício do
cargo público pleiteado;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 13. Na fase de investigação de conduta social, reputação e Parágrafo único. Se a posse não se der dentro do prazo previsto
idoneidade, garantido o recurso cabível, será eliminado o candidato no caput deste artigo, será a nomeação tornada sem efeito.
condenado em processo criminal, ação de improbidade administra- Art. 22. O servidor empossado deverá entrar em exercício no
tiva ou, ainda, em processo administrativo que se verifique, neste prazo de até quinze dias, a contar da data da posse, podendo ser
último caso, conduta de indiscutível e excepcional gravidade. prorrogado uma vez, por igual período, mediante requerimento do
§1º Será eliminado o candidato que estiver respondendo ou interessado e a juízo da autoridade competente.
sendo investigado em processo criminal, ação de improbidade ad- §1º O servidor policial científico removido terá o prazo de até
ministrativa, procedimentos administrativos ou inquéritos policiais três dias para entrar em exercício em unidade situada no mesmo
pela prática de condutas de indiscutível e excepcional gravidade. município ou de até oito dias quando se tratar de município diverso.
§2º Poderá ainda ser eliminado do certame, o candidato que §2º Nos casos de término de licença para tratar de interesses
apresentar conduta moral ou social incompatível com o cargo, ou particulares, reintegração e reversão, o prazo para entrar em exer-
comportamentos conflitantes com o desempenho da função poli- cício será de até três dias.
cial, ou que preste informação falsa ou omita dados da banca exa- §3º A Polícia Científica regulamentará os procedimentos neces-
minadora. sários para comunicação do início do exercício, bem como as res-
Art. 14. A apuração da conduta ilibada na vida pública e privada pectivas alterações.
será constante em todas as etapas do concurso e se estenderá até a
data da posse, sendo tornada sem efeito a nomeação do candidato CAPÍTULO VII
considerado inidôneo, garantido o contraditório e a ampla defesa. DO CURSO DE FORMAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Art. 15. O resultado final, depois de aprovado pela Comissão de
Concurso, será remetido ao Conselho da Polícia Científica para fins Art. 23. Os policiais científicos nomeados, ao entrarem em exer-
de homologação. cício, serão matriculados no curso de formação técnico-científico.
Art. 16. A nomeação obedecerá rigorosamente à ordem de Parágrafo único. Enquanto aguarda o início do curso previsto
classificação final no concurso público. no caput deste artigo, o policial científico poderá ser designado
Art. 17. Tratando-se de concurso com distribuição de vagas por para atuar em qualquer unidade para realização de treinamento e
região, o servidor deverá permanecer pelo período mínimo de três apoio nas atividades administrativas da Polícia Científica.
anos em unidades localizadas dentro da região ou unidade para a Art. 24. A Academia de Ciências Forenses submeterá ao Conse-
qual fez o concurso. lho da Polícia Científica o regulamento para a realização do curso de
formação técnico-científico contendo:
CAPÍTULO VI I - critérios de avaliação para aprovação em cada disciplina e
DA POSSE E EXERCÍCIO no curso;
II - frequência mínima para aprovação em cada disciplina e no
Art. 18. Posse é o ato que completa a investidura, que se dará curso;
pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as III - critérios para avaliação na disciplina de condicionamento
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes físico;
ao cargo ocupado. IV - descrição básica do plano de ensino;
Art. 19. A posse será solene, cujo termo será assinado pelo V - outras informações necessárias para a execução.
nomeado, perante o Diretor-Geral, após prestado o compromisso Art. 25. O regulamento previsto no art. 24 desta Lei Comple-
policial científico a ser definido pelo Conselho da Polícia Científica. mentar será publicado em forma de deliberação do Conselho da
§1º No ato da posse, o servidor policial empossado deverá Polícia Científica.
apresentar declaração dos bens e valores que constituem o seu pa- Art. 26. A primeira lotação do servidor obedecerá rigorosamen-
trimônio individual ou conjugal. te a ordem final de classificação obtida no curso de formação técni-
§2º O servidor policial, após o ato da posse, tomará ciência da co-científico para cada área de formação.
portaria da sua matrícula no curso de formação técnico-científico §1º Os aprovados serão convocados para escolherem, de acor-
da Academia de Ciências Forenses. do com a ordem de classificação, o seu primeiro local de lotação,
§3º A primeira lotação do servidor somente ocorrerá após a dentre as unidades e áreas de formação definidas pela Direção
aprovação no curso de formação técnico-científico da Academia de Operacional como prioritárias para provimento imediato.
Ciências Forenses, obedecendo obrigatoriamente a ordem de clas- §2º Os reprovados não farão jus à escolha da lotação inicial e a
sificação e a critérios técnicos. reprovação será levada a seus assentamentos funcionais e compu-
Art. 20. Ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo sem tará negativamente na avaliação do estágio probatório.
declarar que não exerce outro cargo, emprego ou função pública da §3º Os reprovados deverão realizar provas semestralmente até
União, dos estados, dos municípios, de autarquias, empresas públi- o final do período de estágio probatório, a fim de avaliar sua apti-
cas, sociedades de economia mista ou fundações instituídas pelo dão e proficiência para o desempenho da função, e seus resultados
Poder Público, ou sem provar que solicitou exoneração ou dispensa serão levados em conta na composição das avaliações de desempe-
do cargo ou função que ocupava em quaisquer dessas entidades, nho do estágio probatório.
admitindo-se as exceções previstas na Constituição da República §4º Os reprovados deverão responder Procedimento Adminis-
Federativa do Brasil. trativo Disciplinar junto à Corregedoria da Polícia Científica a fim de
Art. 21. A posse deverá ocorrer no prazo de até trinta dias da apurar indícios da prática de desídia ou de outra infração adminis-
publicação oficial do ato de provimento, podendo ser prorrogado trativa por parte do servidor.
uma vez, por igual período, mediante requerimento do interessado
e a juízo da autoridade competente.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 27. Os integrantes das carreiras previstas nesta Lei Com- II - transgredir norma disciplinar, declarada em procedimento
plementar deverão indenizar o erário com as despesas efetuadas disciplinar que tramitará na Corregedoria da Polícia Científica, nos
pelo Estado do Paraná na preparação, formação, adaptação ou com termos do regulamento aprovado pelo Conselho da Polícia Cientí-
a realização de cursos, quando requererem exoneração com menos fica;
de três anos de serviço no cargo. III - não atingir o mínimo da frequência estabelecida;
Parágrafo único. A forma de pagamento e de cálculo do valor IV - não atingir desempenho adequado, conforme regulamen-
a ser indenizado serão regulamentados por ato do Chefe do Poder to, nos critérios estabelecidos para avaliação da assiduidade, disci-
Executivo. plina e eficiência.
Art. 28. O registro de frequência no curso de formação integra- Parágrafo único. O servidor que discorde da aplicação da pena-
rá os assentamentos funcionais do servidor para todos os efeitos, lidade prevista no caput deste artigo, poderá apresentar recurso ao
devendo ser registradas todas as faltas, justificadas ou não. Conselho da Polícia Científica no prazo de cinco dias úteis a partir
da ciência da avaliação.
CAPÍTULO VIII Art. 31. A estabilidade funcional do policial científico, levada a
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO efeito em procedimento administrativo, será declarada por ato do
Conselho da Polícia Científica, após a aprovação na avaliação espe-
Art. 29. O estágio probatório será de três anos de efetivo exer- cial de desempenho, assegurada a ampla defesa e o contraditório
cício no cargo, sendo obrigatória avaliação especial de desempenho no caso de conclusão pela inaptidão do avaliado e consequente
como condição para aquisição da estabilidade, conforme prevê o exoneração do cargo.
§4º do art. 36 da Constituição Estadual do Paraná e o §4º do art. 41 Art. 32. Em caso de doenças preexistentes conhecidas pelo
da Constituição Federal. servidor, mas não informada na avaliação admissional, e que o in-
§1º O Conselho da Polícia Científica regulamentará, no prazo capacitem para a função exercida, será instaurado processo admi-
de 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Com- nistrativo disciplinar, nos termos da legislação vigente, respeitados
plementar, os critérios para a avaliação de desempenho para o es- os princípios do contraditório e da ampla defesa.
tágio probatório, considerando obrigatoriamente a assiduidade, a
disciplina, a eficiência do servidor e o seu desempenho no curso CAPÍTULO IX
de formação técnico-científico e, em caso de reprovação no curso DO REGIME DE TRABALHO
de formação técnico-científico, nas provas semestrais de aptidão e
proficiência. Art. 33. A jornada de trabalho dos servidores policiais científi-
§2º No decorrer do período do estágio probatório, o policial cos, facultada a fixação de escala e turnos de trabalho e a possibili-
científico deverá ser submetido a, no mínimo, três avaliações de dade de conjugação de regimes em face da necessidade do serviço,
desempenho, sendo necessária a realização de pelo menos uma é:
avaliação em cada ano. I - Perito Oficial Criminal 40h e Técnico de Perícia Oficial: qua-
§3º Suspendem o prazo do estágio probatório: renta horas semanais;
I - cessão ou disposição funcional, com ou sem ônus para a ori- II - Perito Oficial Criminal 20h: vinte horas semanais.
gem; §1º Os servidores policiais regidos por esta Lei Complementar
II - mobilização para outro ente federativo; possuem regime especial de trabalho, podendo ser convocados, in-
III - pena de suspensão; dependente de escala ou previsão, a qualquer tempo, ainda que
IV - afastamento por decisão judicial; fora do horário de expediente, em situações excepcionais por in-
V - licença para acompanhar o cônjuge ou o companheiro; teresse da administração, garantida a compensação de jornada,
VI - licença para participar de curso de formação decorrente de conforme regulamentação própria através de instrução normativa
aprovação em concurso para outro cargo na administração pública; a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, aprovada pelo
VII - afastamento não remunerado ou que, por sua natureza, Conselho da Polícia Científica, ou indenização da carga horária ex-
não possibilite avaliar o efetivo desempenho do servidor; cedente conforme regulamento a ser editado pelo Chefe do Poder
VIII - designação para cargo comissionado em órgão não per- Executivo.
tencente à Polícia Científica do Paraná - PCP; §2º Atividades que exijam, por força de condições de trabalho,
IX - afastamento para exercer mandato em sindicato ou asso- desempenho diferente da jornada normal ou que prestem serviços
ciação de classe. aos sábados, domingos e feriados, adotarão as regras já estabele-
§4º O policial científico que tiver o estágio probatório suspenso cidas pelo Governo do Estado, ou regulamentação própria através
terá o prazo de avaliação de desempenho prorrogado pelo número de instrução normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia
de dias em que esteve afastado do cargo. Científica, aprovada pelo Conselho da Polícia Científica.
§5º As avaliações de desempenho previstas no §1º deste artigo §3º Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do
poderão contemplar avaliações de aptidão física. trabalho exceder o limite legal, seja para fazer face a motivo de for-
Art. 30. Terá cometido falta grave, a ser considerada na ava- ça maior, para atender à realização ou conclusão de serviços inadi-
liação do estágio probatório, sem prejuízo da aplicação de outras áveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, garan-
sanções disciplinares, o policial científico que, durante o curso de tida a compensação de jornada, conforme regulamentação própria
formação técnico-científico: através de instrução normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da
I - for reprovado em quaisquer das disciplinas; Polícia Científica, aprovada pelo Conselho da Polícia Científica.
§4º Poderá ser adotado regime de sobreaviso, que consiste na
permanência do servidor fora de seu ambiente de trabalho aguar-
dando convocação, que será contado à razão de 1/3 (um terço)
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da hora normal de trabalho enquanto não houver acionamento e da Polícia Científica ou do Sistema de Justiça e Segurança Pública,
como hora normal de trabalho enquanto permanecer no local de mediante indicação de servidores da Polícia Científica ocupantes de
trabalho, nos termos, forma e limites previstos em instrução nor- cargos de direção e aprovação do Conselho da Polícia Científica.
mativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, apro- §1º Será concedida anualmente uma comenda.
vada pelo Conselho da Polícia Científica. §2º A indicação ao Conselho da Polícia Científica deverá, obri-
§5º É vedada a realização de mais de 48 (quarenta e oito) horas gatoriamente, vir acompanhada da comprovação do notório desta-
por semana em regime de sobreaviso, que equivalem a 16 (dezes- que ou comprovação da destacada contribuição para o engrande-
seis) horas presenciais. cimento da Polícia Científica ou do Sistema de Justiça e Segurança
Art. 34. Em todas as unidades da Polícia Científica haverá con- Pública.
trole de frequência e atividades, conforme estabelecido em instru- Art. 41. Todas as medalhas, moedas e comendas deverão ser
ção normativa a ser exarada pelo Diretor-Geral da Polícia Científica, registradas em livro próprio e catalogadas pelo Museu Paranaense
aprovada pelo Conselho da Polícia Científica. de Ciências Forenses.
Art. 42. Os modelos da Medalha, Moeda e Comenda serão de-
CAPÍTULO X finidos em ato do Diretor-Geral da Polícia Científica aprovado pelo
DAS HONRARIAS Conselho da Polícia Científica.
§1º As verbas previstas nos incisos V, VI, XI, XIII e XIV deste arti- SEÇÃO I
go estão sujeitas à incidência do teto remuneratório. DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
§2º As verbas descritas neste artigo não serão incorporadas
aos proventos de aposentadoria e pensão, à exceção da parcela Art. 53. A avaliação de desempenho para promoção deverá
complementar. considerar a avaliação de competências individuais necessárias
§3º Está compreendido no subsídio do servidor policial cien- para o desempenho do exercício do cargo de policial científico, ob-
tífico o adicional de insalubridade, periculosidade e risco de vida. servado o princípio da impessoalidade.
Art. 45. Ao policial científico nomeado para o exercício de car- §1º O Conselho da Polícia Científica expedirá, no prazo de 180
go em comissão é facultado optar pelo vencimento desse cargo ou (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Complementar,
pela percepção do vencimento e demais vantagens do seu cargo regulamento acerca da avaliação de desempenho prevista neste ar-
efetivo, acrescido de gratificação fixa correspondente a 70% (seten- tigo.
ta por cento) do valor do símbolo do cargo em comissão respectivo. §2º Na avaliação de desempenho, realizada anualmente, serão
Parágrafo único. O policial científico investido em Função de analisadas as seguintes competências:
Gestão Pública - FGP, Função Privativa Policial - FPP ou assemelha- I - urbanidade;
das perceberá o valor do vencimento do cargo efetivo acrescido da II - dedicação;
remuneração da função para a qual foi designado. III - disciplina;
Art. 46. O policial científico, ao ser investido no cargo de Minis- IV - iniciativa;
tro de Estado, Secretário de Estado, do Distrito Federal e de prefei- V - idoneidade;
tura, poderá optar por uma das remunerações discriminadas no art. VI - responsabilidade;
159A da Lei nº 6.174, de 1970. VII - conhecimento técnico-profissional;
Art. 47. O subsídio para os policiais científicos será estruturado VIII - resistência física;
em classes e níveis ou em classe única e níveis, na forma dos Anexos IX - autoaperfeiçoamento;
II e III desta Lei Complementar. X - comunicação;
Art. 48. O subsídio será objeto de revisão geral anual nos mes- XI - perfil inovador;
mos moldes e índices dos demais servidores do Poder Executivo, XII - cultura geral;
ressalvada a previsão de medidas mitigatórias de impacto financei- XIII - gestão e controle;
ro expressamente previstas nesta Lei Complementar. XIV - discrição;
Art. 49. O subsídio, os proventos e as pensões obedecerão ao XV - estabilidade emocional;
teto remuneratório previsto no inciso XI do art. 27 da Constituição XVII - liderança;
do Estado do Paraná. XVIII - tirocínio;
XIX - persistência e coragem;
CAPÍTULO XII XX - postura profissional;
DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA XXI - assiduidade, colaboração, produtividade e eficiência;
XXII - visão sistêmica e sociabilidade;
Art. 50. A promoção é a passagem do servidor policial científico XXIII - tato e zelo.
estável e em efetivo exercício de uma classe para outra superior, §3º A avaliação do servidor ao final do interstício estabelecido
dentro do mesmo cargo, ou de um nível para outro, dentro de uma para promoção será apurada pela média aritmética dos resultados
mesma classe, atendidos os requisitos previstos em lei. obtidos nas duas últimas avaliações anuais.
Art. 51. As promoções dependerão de comprovação da dispo- §4º No caso de disposição funcional, nomeação para cargo em
nibilidade orçamentária e financeira e serão devidas após a publica- comissão e designação para função gratificada ou privativa policial,
ção do ato de concessão do Chefe do Poder Executivo. bem como o afastamento para exercício de mandato sindical, em
Art. 52. O policial científico ativo e estável poderá concorrer entidade de classe ou mandato eletivo, será dispensada a avaliação
à promoção, dentro do mesmo cargo, para o nível ou classe/nível de competências individuais prevista neste artigo, mantendo-se as
salarial imediatamente superior, devendo observar os seguintes re- demais exigências previstas nesta Lei Complementar.
quisitos:
I - obtenção de conceito global satisfatório em processo de SEÇÃO II
avaliação de desempenho, na forma disciplinada pelo Conselho da DAS DEMAIS EXIGÊNCIAS PARA PROMOÇÃO
Polícia Científica;
II - interstício mínimo de dois anos de efetivo exercício no nível; Art. 54. Conforme a classe/nível ou nível, a promoção dos ser-
III - demais exigências relacionadas à modalidade de promoção vidores integrantes das carreiras previstas nesta Lei Complementar,
pretendida, nos termos desta Lei Complementar. dar-se-á por meio da Aquisição da Estabilidade, da Capacitação, e
Parágrafo único. O transcurso do prazo mínimo previsto para da Titulação da seguinte forma:
promoção habilita o servidor a pleitear o desenvolvimento funcio- I - a Promoção por Aquisição da Estabilidade será aplicada ex-
nal, mas não lhe confere o direito subjetivo de obtê-lo, o que de- clusivamente para o ingresso no nível II do respectivo cargo, e pode
penderá do preenchimento dos demais requisitos previstos nesta ocorrer com a publicação do ato de Declaração de Aquisição da Es-
Lei Complementar. tabilidade;
II - a Promoção por Capacitação ocorrerá na carreira de Técnico
de Perícia Oficial de Natureza Criminal para o ingresso nos níveis III,
IV, V, VII, VIII, IX e XI, de maneira subsequente, após dois anos de
efetivo exercício em cada nível, e mediante apresentação de certi-
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ficados de cursos de capacitação, via requerimento protocolado, e §2º A inabilitação em dois processos de promoção seguidos
obedecendo a conclusão de cursos correlatos com a área de atua- ensejará no seu encaminhamento à Divisão de Medicina e Saúde
ção ou de desempenho do cargo, com somatório mínimo de 160 Ocupacional - DIMS, a fim de que seja avaliada a condição do servi-
(cento e sessenta) horas; dor continuar exercendo a função policial.
III - a Promoção por Capacitação ocorrerá na carreira de Peri- Art. 59. A titulação utilizada para a investidura no cargo, para
to Oficial de Natureza Criminal para o ingresso nos níveis III, IV, V, promoções anteriores ou realizada por ocasião do curso de forma-
VII, VIII, IX e XI, de maneira subsequente, após dois anos de efetivo ção técnico-científico não poderá ser utilizada para fins da promo-
exercício em cada nível, e mediante apresentação de certificados de ção prevista nesta Lei Complementar.
cursos de capacitação, via requerimento protocolado, e obedecen- Art. 60. Não poderá ser restringida a participação do policial
do a conclusão de cursos correlatos com a área de atuação ou de científico em cursos imprescindíveis para a promoção quando esti-
desempenho do cargo, com somatório mínimo de duzentas horas; ver em disponibilidade remunerada, mandato em sindicato ou enti-
IV - a Promoção por Titulação ocorrerá na carreira de Técnico dade de classe ou no exercício de mandato eletivo.
de Perícia Oficial de Natureza Criminal para os níveis VI e X, após Art. 61. É garantida a promoção Post-mortem para classe ou
dois anos de efetivo exercício nos níveis anteriores e mediante a classe/nível imediatamente superior quando o servidor policial
aprovação em curso de aperfeiçoamento profissional específico re- científico falecer no exercício de atividade policial, mediante a aná-
alizado pela Academia de Ciências Forenses ou pela Fundação de lise do Conselho da Polícia Científica, dispensados os demais requi-
Apoio à Atividade de Segurança Pública, com carga horária mínima sitos presentes nesta Lei Complementar, observada a disponibilida-
de 360 (trezentos e sessenta) horas e aproveitamento não inferior de orçamentária e financeira.
a nota 7,0 (sete); Art. 62. As promoções previstas nesta Lei Complementar so-
V - a Promoção por Titulação ocorrerá na carreira de Perito mente poderão ocorrer após comprovada a disponibilidade orça-
Oficial de Natureza Criminal para os níveis VI e X, após dois anos mentaria e financeira, e somente serão devidas após a publicação
de efetivo exercício nos níveis anteriores e mediante a aprovação do ato de concessão pelo Chefe do Poder Executivo em Diário Ofi-
em curso de aperfeiçoamento profissional específico realizado pela cial do Estado, sendo os efeitos financeiros e funcionais devidos a
Academia de Ciências Forenses ou pela Fundação de Apoio à Ativi- partir desta data.
dade de Segurança Pública, com carga horária mínima de 360 (tre-
zentos e sessenta) horas e aproveitamento não inferior a nota 7,0 SEÇÃO III
(sete). DO PROCESSO DE PROMOÇÃO
Art. 55. Os cursos de aperfeiçoamento profissional necessários
à promoção por Titulação deverão observar a complexidade das Art. 63. O processo de promoção se inicia com a habilitação dos
atribuições dos cargos e os graus de responsabilidade de cada clas- servidores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei Comple-
se e/ou nível. mentar, seguindo a seguinte procedimento:
Parágrafo único. Caso a Academia de Ciências Forenses ou a I - a instrução do processo de promoção ficará a cargo do servi-
Fundação de Apoio à Atividade de Segurança Pública não forneçam dor e do Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da Polícia Científica;
os cursos necessários para fins de promoção por titulação, serão II - a comprovação do critério de tempo efetivo de exercício no
aceitos diplomas e certificados expedidos por outros estabeleci- nível dar-se-á pelos registros funcionais oficiais do Grupo Auxiliar
mentos de ensino legalmente reconhecidos com carga horária mí- de Recursos Humanos da Polícia Científica, através da emissão de
nima de 360 (trezentos e sessenta) horas, nos termos de regula- Relatório Histórico Funcional oficial do Governo do Estado do Pa-
mento da Academia de Ciências Forenses, aprovado pelo Conselho raná;
da Polícia Científica. III - a verificação da habilitação dos critérios para promoção
Art. 56. Os certificados utilizados para fins de promoção deve- dar-se-á através da Comissão de Avaliação de Requisitos para Pro-
rão estar vinculados ao Plano de Capacitação e Titulação, a ser ins- moção - CARP.
tituído por ato da Academia de Ciências Forenses, no prazo de 180 Art. 64. A CARP é a responsável pela análise do cumprimen-
(cento e oitenta) dias úteis após a publicação desta Lei Complemen- to de todos os requisitos para promoção dos servidores do QPPO,
tar, e restarão sem eficácia para efeito de quaisquer modalidades podendo requisitar as informações que julgar necessárias para o
de desenvolvimento ulterior. cumprimento do seu mister a todos os setores da Polícia Científica.
Art. 57 , Observada a disponibilidade orçamentária e financei- §1º A CARP avaliará se o certificado de curso apresentado tem
ra, poderá o Conselho da Polícia Científica determinar a realização correlação com a área de atuação ou de desempenho do cargo.
de exames toxicológicos em todos os servidores aptos. §2º O Conselho da Polícia Científica é instância recursal máxi-
Parágrafo único. Em caso de resultado positivo no exame toxi- ma com relação às deliberações da CARP, bem como para resolver
cológico em prova e contraprova, o servidor será inabilitado para o casos omissos.
desenvolvimento na carreira, devendo habilitar-se somente para o Art. 65. O Conselho da Polícia Científica designará, por delibe-
próximo concurso de promoção. ração, a CARP, composta por cinco titulares e até cinco suplentes,
Art. 58. O Conselho da Polícia Científica regulamentará a forma todos membros das carreiras do QPPO, sendo o presidente neces-
de realização dos exames toxicológicos previstos no art. 57 desta Lei sariamente ocupante da carreira de Perito Oficial de Natureza Cri-
Complementar, definindo os prazos para a sua realização, os tipos minal.
de exames e as substâncias a serem detectadas. §1º O servidor que discordar da não aceitação de algum do-
§1º A recusa por parte do servidor na realização do exame to- cumento por parte da Comissão de Avaliação de Requisitos para
xicológico equivalerá ao resultado positivo em prova e contraprova, Promoção poderá apresentar recurso por escrito à CARP no pra-
inabilitando-o para o desenvolvimento na carreira.
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vidor, cônjuge, companheiro, dependente, tutelado ou curatelado §5º Na remoção para acompanhar cônjuge ou companheiro,
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, a indenização por remoção será paga ao policial científico apenas
condicionada à comprovação por junta médica oficial. após comprovação de que o cônjuge ou companheiro não recebeu
§2º Não se aplica o disposto no §1º deste artigo em caso de verba com a mesma natureza ou finalidade, independentemente
lotação ou provimento inicial tanto do servidor quanto do cônjuge do nome ou designação dada, por qualquer dos Poderes da União,
ou companheiro. dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a que este estiver
§3º As modalidades e procedimentos para a remoção serão re- vinculado.
gulamentados por ato do Conselho da Polícia Científica, devendo §6º O policial científico ficará obrigado a restituir integralmente
necessariamente ser observados critérios técnicos. a ajuda de custo por remoção recebida, no prazo de dez dias úteis,
§4º A remoção ex officio dos Técnicos de Perícia Oficial somen- quando, injustificadamente, não se apresentar na nova unidade, ou
te se dará por ato fundamentado da autoridade competente e me- ainda, pedir exoneração antes de completar noventa dias de exer-
diante aprovação do Conselho da Polícia Científica, considerando cício na nova unidade.
sempre o interesse público. Art. 74. A ajuda de custo por remoção não será paga ao servi-
§5º A remoção ex officio dos Peritos Oficiais Criminais somente dor recém-admitido, cuja primeira lotação, realizada após a aprova-
se dará por ato fundamentado da autoridade competente, observa- ção no curso de formação técnico-científico, seja em local diferente
da a aprovação por 2/3 (dois terços) do Conselho da Polícia Científi- daquele que reside, bem como se os comprovantes de endereço de
ca, considerando sempre o interesse público. origem e de destino estejam fora da área de abrangência da unida-
§6º É vedada a remoção ex officio quando se tratar de policial de de execução técnico-científica de lotação de origem e de destino
científica gestante ou lactante, até o sexto mês após o nascimento. do policial científico removido.
§7º A remoção por permuta, quando ambas forem a pedido,
enseja na impossibilidade da concessão de novo pedido de remo- CAPÍTULO XIV
ção pelo período de três anos após a sua efetivação. DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS
§8º A remoção deverá ser precedida de declaração de dispo-
nibilidade orçamentária e financeira para que haja imediato paga- Art. 75. O policial científico efetivo poderá se afastar, além das
mento da respectiva ajuda de custo, nos termos da Lei Complemen- hipóteses previstas no Estatuto dos Servidores Públicos do Estado,
tar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000. para participar de curso de formação decorrente de aprovação em
Art. 72. A remoção dar-se-á entre unidades de execução técni- concurso para outro cargo na administração pública, independente-
co-científicas da Polícia Científica. mente do ente, ainda que em estágio probatório.
Parágrafo único. A designação para atuação em seções internas §1º O afastamento de que trata o caput deste artigo não será
das unidades de execução técnico-científicas da Polícia Científica é remunerado.
de responsabilidade do chefe da respectiva unidade. §2º O afastamento não perdurará por tempo superior a seis
meses contínuos e só poderá ser concedido novamente, depois de
SEÇÃO ÚNICA decorridos dois anos do término do anterior.
DA AJUDA DE CUSTO POR REMOÇÃO §3º A regulamentação do afastamento previsto no caput deste
artigo ocorrerá por ato do Chefe do Poder Executivo.
Art. 73. Será concedida ajuda de custo para a compensação das Art. 76. O exercício concomitante da função policial, pela sua
despesas do Policial Científico que, em virtude de remoção, por in- natureza, é incompatível com o exercício de mandato eletivo, ex-
teresse da administração pública ou a pedido, mude de domicílio ceto no caso de mandato em legislativo municipal, nos termos da
para exercer as suas atribuições em caráter permanente em outro Constituição Estadual.
município.
§1º A ajuda de custo por remoção compreende as despesas SEÇÃO I
do policial científico e de sua família com combustível ou passagem DA LICENÇA REMUNERADA PARA PARTICIPAÇÃO EM
e do transporte de bagagens e de bens pessoais no valor de uma CURSOS
remuneração mensal, sendo dispensada a apresentação de com-
provante de gastos. Art. 77. Sem prejuízo da licença capacitação prevista na Lei
§2º O pagamento será devido após a apresentação, via proto- Complementar nº 217, de 22 de outubro de 2019, será concedido
colo, de documentos que demonstrem a efetiva mudança de resi- afastamento remunerado ao policial científico estável, no interesse
dência da área de abrangência da sede de origem para a área de e a critério da administração pública para participar de cursos de
abrangência da sede para o qual foi designado. pós-graduação, aperfeiçoamento ou atualização, bem como qual-
§3º A ajuda de custo por remoção somente será paga uma vez quer seminário, programa, congresso, palestra, elaboração de tese
a cada intervalo mínimo de dois anos, salvo nos casos de remoção ou dissertação, estágio técnico supervisionado ou outra atividade
por interesse da administração pública, desde que devidamente de estudo, no país ou no exterior, realizado fora da sede de sua
justificada a necessidade pelo Diretor-Geral, sob pena de respon- lotação, que vise melhor aproveitamento no seu cargo.
sabilidade. §1º É competente o Conselho da Polícia Científica para regu-
§4º A ajuda de custo por remoção não será paga no caso de re- lamentar e conceder o afastamento previsto neste artigo, ouvida
moção para municípios limítrofes, bem como quando a distância for a Academia de Ciências Forenses com relação à aplicabilidade do
inferior a 50 km (cinquenta quilômetros), ou quando for requerido curso com a atividade desempenhada pelo servidor, salvo quando a
pelo servidor e autorizado pelo Conselho da Polícia Científica que atividade for realizada no exterior, ocasião em que o requerimento
este permaneça residindo na origem. será remetido pelo órgão colegiado ao Chefe do Poder Executivo.
Editora
161
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§2º O período de afastamento do policial científico não pode- nado à possibilidade e à realização das necessárias compensações
rá exceder a seis meses, excetuando-se os casos de cursos a nível a perfazerem a carga horária normal de trabalho, observado o in-
de mestrado, doutorado ou pós-doutorado, em que o afastamento teresse público e a manutenção do adequado funcionamento da
poderá se estender até três anos a critério exclusivo da autoridade unidade de lotação.
concedente e respeitada a duração regular do curso. §1º Será deferido horário especial somente por uma vez para
§3º Realizando-se o curso na mesma localidade da lotação do a realização de um curso técnico pós-médio, um de graduação, um
servidor, ou em outra de fácil acesso, poderá ser concedido horário de especialização, um de mestrado, um de doutorado e um de pós-
especial de trabalho pelo tempo necessário à frequência regular ao -doutorado, observado o período de regular duração de cada um
curso, devendo cumprir carga horária integral durante o período de deles, incluídos os realizados com afastamento em período anterior
recesso ou férias da instituição de ensino. à publicação desta Lei Complementar.
§4º O policial científico beneficiário de horário especial por §2º O policial científico beneficiário de horário especial por
mais de trinta dias não terá direito ao recebimento de cargo comis- mais de trinta dias não terá direito ao recebimento de cargo comis-
sionado, função gratificada, função privativa-policial ou remunera- sionado, função gratificada, função privativa-policial ou remunera-
ção por trabalho fora do horário normal de expediente. ção por trabalho fora do horário normal de expediente.
§5º Será deferido o afastamento somente por uma única vez §3º O Conselho da Polícia Científica detém a competência para
para a realização de um curso de especialização, um de mestrado, regulamentar e deliberar acerca dos pedidos de horários especiais,
um de doutorado e um de pós-doutorado, observado o período de ouvida a Academia de Ciências Forenses com relação à aplicabilida-
regular duração de cada um deles, incluídos os realizados com afas- de do curso com a atividade desempenhada pelo servidor.
tamento em período anterior à publicação desta Lei Complementar.
§6º Em se tratando de curso em localidade diversa da sua lota- SEÇÃO III
ção ou no exterior, os afastamentos para realização de programas DA DISPOSIÇÃO FUNCIONAL
de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores
titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade que Art. 79. A disposição funcional do servidor do QPPO será con-
adquiriram estabilidade há pelo menos três anos para mestrado e cedida mediante anuência da Direção-Geral para exercer atribuição
quatro anos para doutorado, que não tenham se afastado por licen- inerente à do seu cargo efetivo, salvo para exercício de cargo em
ça para tratar de assuntos particulares, para gozo de licença capa- comissão, o que não se prolongará por mais de oito anos consecu-
citação ou com fundamento neste artigo nos dois anos anteriores à tivos.
data da solicitação de afastamento.
§7º No mesmo caso do §6º deste artigo, os afastamentos para CAPÍTULO XV
realização de programas de pós-doutorado somente serão conce- DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS
didos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo ór-
gão ou entidade que adquiriram estabilidade há pelo menos quatro Art. 80. As prerrogativas do servidor policial são irrenunciáveis,
anos e que não tenham se afastado por licença para tratar de assun- inerentes ao respectivo cargo e destinam-se a assegurar o desem-
tos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos penho das suas funções.
anteriores à data da solicitação de afastamento §1º São direitos e prerrogativas comuns aos policiais científi-
§8º Os policiais científicos que obtiverem a licença remunerada cos:
prevista neste artigo deverão, após o seu retorno, permanecer no I - estabilidade, após a confirmação no cargo na forma da lei;
exercício de suas funções por um período correspondente ao dobro II - irredutibilidade de subsídio;
do afastamento, bem como poderão ser convocados pela Academia III - acesso livre, inclusive armado, em locais privados e órgãos
de Ciências Forenses para ministrar aulas, cursos ou palestras para públicos onde for requisitada a realização de exames periciais ou
disseminação do aprendizado, incidindo a recusa na obrigatorieda- onde seja necessária a realização de outras atividades correlatas à
de de indenizar o erário no valor das remunerações pagas durante sua atividade na Polícia Científica;
o período de capacitação. IV - posse e uso da insígnia e da carteira de identificação fun-
§9º Caso o policial científico não obtenha o título ou grau que cional, com fé pública, válida em todo o território nacional, inclusive
justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto como documento de identidade civil;
no §8º deste artigo, salvo se comprovada força maior ou caso for- V - prioridade de atendimento em entidades privadas e órgãos
tuito, aferido em procedimento administrativo com contraditório. públicos quando em serviço;
§10 Dispensa as formalidades previstas neste artigo quando o VI - comunicação imediata da sua prisão ao seu chefe imediato
afastamento em território nacional for por prazo igual ou inferior a e ao representante de sua categoria profissional;
trinta dias, bem como nos casos de eventos promovidos, por qual- VII - quando privado de liberdade, ser alocado em ala reser-
quer período, pelo Governador do Estado do Paraná, ocasiões em vada, por ordem e à disposição do juízo competente, observado o
que a concessão será decidida pelo Diretor-Geral. previsto na Lei nº 20.339, de 14 de outubro de 2020;
VIII - assistência médica-ambulatorial e hospitalar, em todo o
SEÇÃO II Estado do Paraná, inclusive aos seus dependentes e pensionistas;
DO SERVIDOR POLICIAL ESTUDANTE IX - porte de armas, mesmo quando na inatividade;
X - direito de petição;
Art. 78. O policial científico que for estudante em curso técnico XI - horário especial ao servidor portador de deficiência ou que
pós-médio, de graduação ou pós-graduação, desde que ministrados tenha dependente com deficiência;
na localidade da lotação, poderá solicitar a realização de horário
especial de trabalho que possibilite a frequência ao curso, condicio-
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
XII - auxílio médico-hospitalar consistente na assistência mé- §3º São, ainda, considerados no exercício de função estrita-
dica contínua, normal e especializada, bem como farmacológica, mente policial, os servidores nomeados ou designados para exercer
quando ferido ou acidentado em serviço, em decorrência dele ou cargo ou função:
de sua condição como policial científico, bem como nos casos de I - nos Órgãos de assessoramento e apoio direto ao Governador
doença profissional, mediante o ressarcimento de despesas não co- do Estado;
bertas pelo Sistema de Assistência à Saúde do Estado do Paraná e II - como Secretário de Estado ou de Governo;
imprescindíveis para a sua plena recuperação; III - como Secretários Municipais, em atividades relacionadas à
XIII - auxílio-doença, auxílio e ressarcimento funeral, nos ter- segurança pública;
mos da Lei nº 6.174, de 1970; IV - nos órgãos do poder executivo, judiciário, legislativo, Mi-
XIV - indenização por morte ou invalidez permanente, parcial nistério Público e Tribunal de Contas, em atividades relacionadas à
ou total, nos termos da Lei nº 14.268, de 2003; segurança pública;
XV - assistência e tratamento psicológico e psiquiátrico; V - nos órgãos de regime especial que desempenhem ativida-
XVI - quando afastado para desempenho de mandato eletivo des de apoio à segurança pública;
em sindicato, federação ou confederação representante dos servi- VI - em fundações e autarquias que desempenhem atividades
dores do QPPO ou em associação de classe de nível nacional repre- de apoio à segurança pública.
sentativa dos Peritos Oficiais, o direito de promoção na carreira e Art. 83. Ao servidor policial científico eleito dirigente de sindi-
retorno à lotação de origem, conforme disposto no §2º do art. 37 cato representativo de servidores do QPPO ou de associação nacio-
da Constituição do Estado do Paraná; nal representativa dos Peritos Oficiais de Natureza Criminal, afasta-
XVII - sempre que necessário, auxílio e colaboração das auto- do legalmente do cargo, é reconhecido o período de afastamento
ridades públicas para o exercício de suas atribuições, respeitada a como exercício de função estritamente policial.
legislação de cada órgão ou categoria requisitados;
XVIII - acesso a documentos e informações necessários ao exer- CAPÍTULO XVII
cício da atividade pericial, respeitada a hierarquia administrativa; DA HIERARQUIA POLICIAL
XIX - ao perito oficial criminal é garantida a autonomia técnica,
científica e funcional na realização dos exames e laudos periciais, Art. 84. A hierarquia policial científica se alicerça na ordenação
nos termos da Lei Federal nº 12.030, de 17 de setembro de 2009, da autoridade, nas diferentes carreiras e classes que compõem o
desde que obedecidos os procedimentos operacionais padrão e organismo da Polícia Científica.
demais normas e regulamentações adotadas pela Polícia Científica. Art. 85. A disciplina policial se fundamenta na subordinação
§2º As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei Comple- hierárquica e funcional, no cumprimento das leis, regulamentos,
mentar não excluem as que sejam estabelecidas em outros instru- procedimentos operacionais padrão, instruções normativas, ordens
mentos legais. e normas de serviço.
Parágrafo único. A hierarquia da função, conforme previsto em
CAPÍTULO XVI lei orgânica e regimento interno, prevalece sobre a hierarquia do
DO TEMPO DE SERVIÇO POLICIAL cargo, nos casos disciplinados nesta Lei Complementar.
Art. 86. Os servidores policiais científicos de classe mais eleva-
Art. 81. Aplicam-se aos servidores policiais científicos as nor- da têm precedência hierárquica sobre os de classe inferior de mes-
mas gerais previstas na Lei nº 6.174, de 1970, no que se refere ao ma carreira, quando em exercício na mesma unidade ou prestarem
tempo de serviço, além das disposições específicas deste Capítulo. serviço em equipe.
Art. 82. Será considerado, para todos os fins, como efetivo exer- §1º Havendo igualdade na classe, quando nenhum for ocupan-
cício de função estritamente policial, o servidor policial científico te de Função Privativa Policial ou Função de Gestão, terá preferên-
que exercer o cargo: cia:
I - em qualquer função no organograma da Secretaria de Esta- I - o mais antigo na classe e nível, ou quando a antiguidade for
do de Segurança Pública - SESP; a mesma, o que registrar mais tempo de serviço na carreira policial
II - de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das For- científica, e assim sucessivamente até o mais idoso;
ças Armadas ou de outra força policial, no país ou no exterior; II - o servidor policial científico do serviço ativo sobre o inativo.
III - de instrutor ou aluno de estabelecimentos oficiais federais §2º Os servidores policiais integrantes das carreiras do QPPO e
ou estaduais de ensino e, particularmente, os de interesse para a demais servidores em exercício em unidades policiais científicas são
Polícia Científica, na forma regulamentada pelo Conselho da Polícia subordinados aos Peritos Oficiais Criminais.
Científica. §3º Os Peritos Oficiais Criminais se subordinam administrativa
§1º São considerados também no exercício de função estrita- e operacionalmente, conforme previsto neste artigo e no art. 85
mente policial os policiais científicos colocados à disposição de ou- desta Lei Complementar, garantida a autonomia técnica e científica
tra instituição do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP. na realização dos exames periciais.
§2º São considerados no exercício da função de natureza es-
tritamente policial ou de interesse policial, os servidores policiais CAPÍTULO XVIII
científicos colocados à disposição do Governo Federal, Estadual ou DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Municipal, para exercerem cargos ou funções considerados de in-
teresse policial científico, na forma disciplinada pelo Conselho da Art. 87. Os cargos do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais efe-
Polícia Científica. tivos, vagos ou ocupados, ficam transformados da seguinte forma:
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163
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
I - o cargo de Perito Oficial, funções de Odontolegista, Perito §1º O enquadramento do aposentado ou gerador de pensão
Criminal, Químico Legal e Toxicologista, no cargo de Perito Oficial será realizado pela Paranaprevidência, por intermédio de suas uni-
Criminal 40h; dades administrativas competentes.
II - o cargo de Perito Oficial, função de Médico Legista, no cargo §2º O cálculo do subsídio, dos proventos da aposentadoria e
de Perito Oficial Criminal 20h; pensão deve observar o teto remuneratório previsto no inciso XI do
III - o cargo de Agente Auxiliar de Perícia Oficial das funções de art. 27 da Constituição do Estado do Paraná.
Auxiliar de Necropsia e Auxiliar de Perícia, no cargo de Técnico de §3º A contagem de tempo de efetivo exercício no nível, para
Perícia Oficial. fins de promoção, em decorrência do enquadramento, iniciar-se-á
§1º A carreira de Perito Oficial de Natureza Criminal absorverá a partir da vigência desta Lei Complementar, salvo quando em es-
os direitos, deveres, prerrogativas e atribuições da atual carreira de tágio probatório.
Perícia Oficial. Art. 91. Os valores dos subsídios dos policiais científicos disci-
§2º A carreira de Técnico de Perícia Oficial de Natureza Criminal plinados nesta Lei Complementar relativos aos anos de 2023, 2024,
absorverá os direitos, deveres, prerrogativas e atribuições da atual 2025 e 2026:
carreira de Auxiliar de Perícia Oficial. I - da carreira de Perito Oficial de Natureza Criminal, são aque-
Art. 88. Os atuais servidores ativos, aposentados e geradores les previstos nas Tabelas do Anexo II desta Lei Complementar;
de pensão integrantes do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais serão II - da carreira de Técnico de Perícia Oficial de Natureza Crimi-
enquadrados na forma prevista no Anexo IV desta Lei Complemen- nal, são aqueles previstos na Tabela do Anexo III desta Lei Comple-
tar, com efeitos funcionais e financeiros a partir de 1º de agosto de mentar.
2023. Parágrafo único. Nos anos de 2023 a 2026, os valores de subsí-
§1º Para garantir que os aposentados, os quais receberão a dio constante das Tabelas dos Anexos II e III desta Lei Complemen-
nova designação da carreira, e geradores de pensão tenham seus tar serão implementados no dia 1º de agosto dos respectivos anos.
direitos previdenciários integralmente observados, proceder-se-á Art. 92. Os efeitos desta Lei Complementar restarão condicio-
ao enquadramento do servidor aposentado ou do gerador da pen- nados à previsão orçamentária, à disponibilidade financeira e ao
são pelos mesmos critérios aplicáveis aos servidores ativos, desde cumprimento das restrições da Lei Complementar Federal nº 101,
que sujeitos à paridade. de 2000.
§2º Se do reenquadramento previsto nesta Lei Complementar §1º Como medidas compensatórias e mitigatórias do impacto
resultar retorno do Perito Oficial Criminal para classe policial infe- financeiro, estabelece-se:
rior à que ocupava quando Perito Oficial, será ele alocado no nível I - efetivar a cobrança pela realização de atos periciais, prevista
inicial da classe que integrava no dia imediatamente anterior à en- na Lei nº 20.998, de 30 de março de 2022;
trada em vigor desta Lei Complementar, salvo quando estiver em II - a redução em 50% (cinquenta por cento) do gasto mensal
estágio probatório ou na inatividade. com diária extrajornada prevista na Lei nº 19.130, de 2017, no âm-
§3º O policial científico, em estágio probatório na data de en- bito da Polícia Científica, até 31 de dezembro de 2026;
trada em vigor desta Lei Complementar, será enquadrado no nível III - a suspensão do direito à percepção de bônus pecuniário
inicial da carreira correspondente, restando afastada a regra pre- previsto na Lei nº 14.171, de 5 de novembro de 2003, até 31 de
vista no §2º deste artigo, garantida a irredutibilidade de subsídio. dezembro de 2026;
§4º Os Técnicos de Perícia Oficial que se encontrem em está- IV - a suspensão de promoções até 31 de dezembro de 2026,
gio probatório na data da publicação desta Lei Complementar se- exceto a decorrente de aquisição de estabilidade, bem como para
rão reenquadrados no nível II, sujeitos a um pedágio do dobro do os Técnicos de Perícia Oficial ativos que tenham ingressado no
tempo necessário para a próxima promoção, não lhes aplicando a QPPO em concurso realizado antes da publicação da Lei nº 14.678,
promoção por aquisição de estabilidade, porém sendo-lhes veda- de 6 de abril de 2005, que poderão participar de processo de pro-
do concorrer à promoção para o nível subsequente caso não sejam moção para o nível imediatamente superior ao que se encontram
aprovados. nos meses de agosto dos anos de 2024, 2025 e 2026, desde que não
§5º Se do reenquadramento resultar a alocação de servidor contemplem qualquer vedação à promoção, ficando dispensado o
ativo, já aprovado em estágio probatório até a data da publicação requisito temporal de interstício mínimo de efetivo exercício no ní-
desta Lei Complementar, no nível inicial, será ele reenquadrado no vel e reduzido na metade o quantitativo de avaliação desempenho
nível imediatamente subsequente, mediante requerimento do po- necessário para evolução na carreira, sem prejuízo do preenchi-
licial científico. mento dos demais requisitos previstos nesta Lei Complementar, em
Art. 89. Caso o novo valor percebido pelo servidor ativo, apo- especial os constantes dos incisos I e III do art. 52 desta Lei Com-
sentado e gerador de pensão enquadrado seja inferior à atual re- plementar.
muneração, este fará jus à parcela complementar correspondente §2º Na tabela remuneratória que entrará em vigor em 1º de
à diferença remuneratória como completivo constitucional, pessoal agosto de 2023, constantes desta Lei Complementar, já se encontra
e nominalmente identificado, de natureza provisória, a qual poderá incorporado o índice restante da revisão geral anual prevista na Lei
ser integralmente absorvida pelo subsídio em razão de promoção nº 18.493, de 24 de junho de 2015, bem como o previsto para o
na carreira. ano de 2023.
Parágrafo único. A parcela complementar prevista neste artigo §3º Somente a partir do exercício de 2027, o subsídio dos servi-
estará sujeita a reajuste e revisão geral anual. dores policiais científicos será objeto de revisão geral anual conce-
Art. 90. O enquadramento dos servidores ativos será realizado dida aos demais servidores estaduais.
mediante ato conjunto da Secretaria de Estado da Segurança Públi-
ca - SESP e Secretaria de Estado da Administração e da Previdência
- SEAP.
Editora
164
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§4º A suspensão das promoções prevista no §1º deste artigo não suspende a contagem de tempo para percepção do direito, sendo
possível, inclusive, o trâmite do protocolo com o pedido de promoção, sobrestando somente a publicação do ato de concessão.
Art. 93. São aplicáveis aos servidores do QPPO as disposições da Lei nº 6.174, de 1970, respeitadas as normas especiais da Polícia
Científica.
Art. 94. Ato do Chefe do Poder Executivo regulamentará os casos omissos para fiel execução desta Lei Complementar, ouvidas previa-
mente a Direção-Geral da Polícia Científica, a Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP e a Secretaria de Estado da Administração
e da Previdência - SEAP.
Art. 95. O Conselho da Polícia Científica regulamentará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias úteis da publicação desta Lei Comple-
mentar, a distribuição dos cargos policiais científicos no âmbito das unidades da Polícia Científica.
Art. 96. Atendido o interesse público, observada a especificidade das atribuições da Polícia Científica, admitir-se-á a prestação de
serviço voluntário, na forma da legislação específica, sendo vedada, em qualquer caso, a atuação na atividade-fim de Perícia Oficial de
Natureza Criminal.
Art. 97. Lei ordinária poderá dispor sobre verbas e valores dos subsídios dos servidores policiais científicos.
Art. 98. Para fins previdenciários e de aquisição e porte de armas de fogo, os integrantes do QPPO são considerados policiais civis do
Estado do Paraná.
Art. 99. Autoriza o Chefe do Poder Executivo a realizar as movimentações orçamentárias e financeiras que se fizerem necessárias em
razão da aplicação desta Lei Complementar.
Art. 100. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de agosto de 2023.
Art. 101. Revoga a Lei nº 18.008, de 7 de abril de 2014.
Palácio do Governo, em 14 de julho de 2023.
NÚMERO
CARGO CÓD. EXIGÊNCIA PARA INGRESSO CLASSE
DE CARGOS
NÍVEL XI
1ª
NÍVEL X
NÍVEL IX
2ª
NÍVEL VIII
REQUISITOS PREVISTOS NESTA LEI,
PERITO OFICIAL CRIMINAL GRADUAÇÃO OU GRADUAÇÃO E NÍVEL VII
3ª
40h (Carga horária 40 PO40 TITULAÇÃO EXIGIDA EM EDITAL NÍVEL VI 726
horas semanais) ESPECÍFICO DE CONCURSO; CAR- NÍVEL V
TEIRA NACIONAL DE
4ª NÍVEL IV
NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
NÍVEL XI
1ª
NÍVEL X
NÍVEL IX
2ª
NÍVEL VIII
REQUISITOS PREVISTOS NESTA LEI,
PERITO OFICIAL CRIMINAL GRADUAÇÃO OU GRADUAÇÃO E NÍVEL VII
3ª
20h (Carga horária 20 PO20 TITULAÇÃO EXIGIDA EM EDITAL NÍVEL VI 301
horas semanais) ESPECÍFICO DE CONCURSO; CAR- NÍVEL V
TEIRA NACIONAL DE
NÍVEL IV
4ª NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
TOTAL DE VAGAS NA CARREIRA: 1027
Editora
165
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
NÚMERO
CLASSE
CARGO CÓD. EXIGÊNCIA PARA INGRESSO DE CAR-
ÚNICA
GOS
NÍVEL XI
NÍVEL X
NÍVEL IX
NÍVEL VIII
ENSINO MÉDIO COMPLETO E CUR- NÍVEL VII
TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL SO TÉCNICO ESTABELECIDO EM
TP40 NÍVEL VI 451
(Carga horária 40 horas semanais) EDITAL ESPECÍFICO DE CONCURSO;
CARTEIRA NACIONAL DE NÍVEL V
NÍVEL IV
NÍVEL III
NÍVEL II
NÍVEL I
TOTAL DE VAGAS NA CARREIRA: 451
Editora
166
166
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
ANEXO III - TABELA DE SUBSÍDIO DOS TÉCNICOS DE PERÍCIA OFICIAL DE NATUREZA CRIMINAL
Editora
167
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
PERITO OFICIAL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL XI
VI VII VII
2ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL XI
IV V VI
3ª CLASSE NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL X
III IV V
4ª CLASSE NÍVEL II NÍVEL NÍVEL NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍ- NÍVEL IX
III IV
Editora
168
168
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
TÉCNICO DE PERÍCIA OFICIAL Parágrafo único. A Polícia Científica do Paraná passa a incorpo-
rar as atribuições do Instituto Médico-Legal e do Instituto de Crimi-
Exercício de funções Administrativas, Técnico-científicas, Fo- nalística, ora extintos, passando a ser o órgão responsável pelo seu
renses e Operacionais incluindo executar, sob a coordenação e a exercício quando disciplinadas em outras legislações.
supervisão do Perito Oficial Criminal, as atividades de cadeia de
custódia do vestígio, condução de veículos oficiais, recolhimen- TÍTULO I
to e transporte de corpos, vestígios, materiais, equipamentos e DA CARACTERIZAÇÃO E DOS PRINCÍPIOS
equipe pericial, auxilio nos exames de corpo de delito, vestígios,
evidências, locais de crime, laboratórios, documentos, pessoas CAPÍTULO I
vivas, cadáveres, ossadas, vísceras, partes do corpo humano, ma- DA CARACTERIZAÇÃO
téria orgânica, substâncias, armas de fogo, munições, explosivos,
material bélico, produtos perigosos, instrumentos de crime e to- Art. 2º A Polícia Científica do Paraná, órgão central de perícia
das as atividades de apoio necessárias à instrução processual, à oficial de natureza criminal, unidade de execução programática da
manutenção da cadeia de custódia dos vestígios, e as preconi- Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP, integrante opera-
zadas no art. 1° desta Lei Complementar e na Lei nº 21.117, de cional do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP nos termos da
30 de junho de 2022 e no Perfil Profissiográfico do Cargo. Cum- Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018, tem como finalidade
prir ordens superiores. Atuar em regime de plantão para reali- exercer com exclusividade as Perícias Oficiais de Natureza Criminal
zação de atividades inerentes à Polícia Científica. Cooperar com e as atividades de ensino, pesquisa, tecnologia e inovação técni-
outras autoridades e instituições. Cadastrar, operar e anotar em co-científicas de ciências forenses que forem legalmente atribuídas
sistemas informatizados ou em fichas informações relevantes e em todo o Estado do Paraná, ressalvada a competência da União.
necessárias para atividade policial científica. Conservar o patri- §1º Equivalem-se, para fins desta Lei, as seguintes expressões:
mônio público. Apoiar outros integrantes da segurança pública. I - Polícia Científica do Paraná;
Portar armas e equipamentos de proteção individual, operando- II - Polícia Científica;
-os de acordo com as normas regulamentares. Cumprir as nor- III - Órgão Central de Perícia Oficial de Natureza Criminal do
mas regulamentares para o uso de vestimentas, equipamentos, Paraná;
veículos, armas, bem como toda aquela relacionada à atividade IV - Perícia Oficial do Estado do Paraná;
policial e correcional, inclusive no que diz respeito à atuação na V - PCP.
vida privada. Agir com sobriedade em serviço e fora dele. Guar- §2º A realização de Perícias Oficiais no âmbito da Polícia Cientí-
dar sigilo. Inspecionar, zelar e conduzir viaturas. Atuar com urba- fica do Paraná destinar-se-á exclusivamente para o atendimento de
nidade, cortesia, serenidade, utilizando-se o uso progressivo da requisições visando à instrução de inquéritos policiais e processos
força em situações em que haja necessidade. Cumprir as normas criminais.
regulamentares relacionadas a deveres e disciplina. Atender as §3º Exames periciais em processos administrativo, cível ou tra-
convocações com agilidade. Cumprir obrigações administrativas balhista somente serão realizados quando do interesse da adminis-
necessárias para o funcionamento da Polícia Científica, na pró- tração pública previsto em regulamentação da Direção-Geral da Po-
pria unidade ou em outros órgãos, inclusive mediante a gestão e lícia Científica, ouvido o Conselho da Polícia Científica, que definirá
fiscalização de contratos, atesto de notas, entre outros. Acaute- quais atos demandarão o recolhimento de taxas ou preço público
lar objetos e valores. Participar de grupos de trabalho, missões e nos termos da legislação específica.
operações policiais. Conduzir veículos oficiais e viaturas, inclusive §4º O atendimento a requisições no âmbito criminal, incluindo
de emergência, observado, neste último caso, a habilitação espe- as realizadas entre seções internas da Polícia Científica, terá priori-
cífica. Zelar pela conservação e limpeza das instalações externas dade absoluta sobre as demais.
e internas da unidade. Assegurar a implantação e cumprimento Art. 3º Atribui à Polícia Científica do Paraná a condição de Insti-
das instruções e normas técnicas relacionadas aos equipamentos. tuição Científica e Tecnológica e de Inovação do Estado do Paraná,
Desempenhar outras tarefas compatíveis com a função. nos termos do inciso VI do art. 2º da Lei nº 20.541, de 20 de abril
de 2021.
Parágrafo único. A Polícia Científica poderá constituir, integrar e
LEI ESTADUAL 21.117/2022 (LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA coordenar redes integradas de laboratórios forenses.
CIENTÍFICA DO PARANÁ)
CAPÍTULO II
LEI 21.117 - 30 DE JUNHO DE 2022 DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES
Institui a Lei Orgânica da Polícia Científica do Paraná e dá ou- Art. 4º São princípios institucionais da Polícia Científica do Pa-
tras providências. raná:
I - ciência aplicada à justiça;
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu san- II - autonomia técnico-científica;
ciono a seguinte lei: III - imparcialidade;
IV - impessoalidade;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a organização básica, garantias, V - transparência e direito à informação;
direitos, deveres e funcionamento da Polícia Científica do Paraná, VI - publicidade;
conforme preconiza o art. 50 da Constituição Estadual. VII - supremacia do interesse público;
VIII - eficiência;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
IX - sustentabilidade; TÍTULO II
X - legalidade; DA ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA CIENTÍFICA
XI - moralidade;
XII - integridade e direito ao controle social; CAPÍTULO I
XIII - lealdade; DA ESTRUTURA BÁSICA
XIV - atuação em rede;
XV - profissionalismo; Art. 6º A Polícia Científica tem a seguinte estrutura organiza-
XVI - discrição e preservação do sigilo necessário à efetividade cional:
da justiça e à preservação da integridade e intimidade da pessoa; I - Nível de Direção:
XVII - dignidade da pessoa humana e respeito às pessoas. a) Diretor-Geral;
Art. 5º São diretrizes norteadoras da atividade de Polícia Cien- b) Diretor Operacional;
tífica do Paraná: c) Diretor Administrativo;
I - a busca da verdade e justiça pela ciência; d) Conselho da Polícia Científica;
II - o planejamento estratégico e sistêmico; e) Corregedoria da Polícia Científica;
III - o Sistema Único de Segurança Pública - SUSP; II - Nível de Assessoramento:
IV - a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social - a) Gabinete;
PNSPDS; b) Assessoria Técnica;
V - o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - SNC- c) Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional;
TI; III - Nível de Apoio Especializado:
VI - o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura - a) Diretoria de Administração:
SNPCT; 1. Divisão Administrativa:
VII - a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas - 1.1. Grupo Auxiliar de Recursos Humanos - GARH;
PNBPD; 1.2. Grupo Auxiliar Administrativo - GAA;
VIII - as Políticas Nacional e Estadual sobre Drogas, Proteção 1.3. Grupo Auxiliar Orçamentário, Financeiro e Contábil Seto-
e Defesa dos Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente, do rial - GAOFS;
Meio Ambiente e dos Direitos Difusos e Coletivos; 2. Divisão de Tecnologia;
IX - o Sistema Brasileiro e Estadual de Inteligência; b) Academia de Ciências Forenses;
X - o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica e normas c) Museu Paranaense de Ciências Forenses;
do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais; IV - Nível de Execução: Diretoria de Operações:
XI - a Política de Segurança Cibernética, Orgânica e Institucional a) Divisão Operacional;
da Polícia Científica; b) Divisão de Custódia de Vestígios.
XII - a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos - RIBPG, V - Nível de Atuação Regional: Unidades de Execução Técnico-
o Sistema Nacional de Análise Balística - SINAB e o Banco Nacional -científicas.
Multibiométrico; Art. 7º O detalhamento da estrutura organizacional da Polícia
XIII - a gestão e zelo da Cadeia de Custódia de Vestígios; Científica e das respectivas atribuições serão definidas por Resolu-
XIV - a cooperação e integração com o sistema de justiça e se- ção do Secretário de Estado da Segurança Pública em Regimento
gurança pública; Interno da Polícia Científica após manifestação da Secretaria de Es-
XV - a cooperação, integração e interface com órgãos públicos e tado do Planejamento e Projetos Estruturantes.
instituições responsáveis pelas áreas de Controle, Educação, Saúde,
Meio Ambiente, Cultura, Justiça, Ciência, Tecnologia e Inovação; CAPÍTULO II
XVI - a adesão aos programas nacionais e estaduais de integri- DO NÍVEL DE DIREÇÃO
dade, auditoria e combate a corrupção;
XVII - a acreditação, certificação, proficiência, metrologia, quali- Art. 8º O nível de Direção da Polícia Científica será composto
dade e o uso de normas técnico-científicas e procedimentos opera- pelo Diretor-Geral, Diretor Administrativo, Diretor Operacional,
cionais padrão relacionados à área de atuação da Polícia Científica; Conselho da Polícia Científica e Corregedoria da Polícia Científica.
XVIII - a atuação junto às Academias e Sociedades Nacionais e Parágrafo único. O Diretor-Geral da Polícia Científica indicará ao
Internacionais de Ciências Forenses; Secretário de Estado de Segurança Pública, o Diretor Administrati-
XIX - o Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes vo e o Diretor Operacional, mediante escolha, em caráter privativo,
de Feminicídio; dentre os peritos oficiais da ativa pertencentes ao Quadro Próprio
XX - a Política de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná a serem nomea-
da Polícia Científica e das Ciências Forenses, observada a legislação dos pelo Chefe do Poder Executivo.
vigente.
SEÇÃO I
DO DIRETOR-GERAL
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral é privativo de perito b) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
oficial da ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
da Polícia Científica do Paraná. tentabilidade e aprimoramento da gestão das atividades adminis-
Art. 10. São atribuições do Diretor-Geral da Polícia Científica: trativas no âmbito da Polícia Científica;
I - exercer: V - coordenar, controlar e supervisionar a gestão dos proces-
a) a direção, a coordenação, o controle e a supervisão das ati- sos de avaliação do desempenho na Polícia Científica, por meio do
vidades estratégicas, institucionais e operacionais da Polícia Cien- acompanhamento e controle de indicadores de efetividade, eficiên-
tífica; cia, eficácia, economicidade, execução e excelência;
b) a função de presidente do Conselho da Polícia Científica; VI - exercer as atribuições funcionais que lhe forem delegadas
II - expedir atos normativos visando ao aprimoramento, ao de- pelo Diretor-Geral;
senvolvimento, à efetividade e à eficiência das competências insti- VII - gerir os riscos e corrigir as irregularidades da atividade ad-
tucionais; ministrativa, conforme o Plano de Integridade;
III - propor: VIII - praticar os demais atos necessários à administração da
a) a criação e extinção de cargos e de unidades no âmbito da Polícia Científica, nos termos da lei.
Polícia Científica, observados os dispositivos legais aplicáveis;
b) medidas e procedimentos de caráter pericial reclamadas SEÇÃO III
pelo interesse público; DO DIRETOR DE OPERAÇÕES
c) ao Secretário de Estado da Segurança Pública, indicações
para cargos de provimento em comissão e funções privativas-poli- Art. 12. São atribuições do Diretor de Operações:
ciais no âmbito da Polícia Científica, a serem nomeados pelo Chefe I - exercer a coordenação, o controle e a supervisão das ativi-
do Poder Executivo; dades operacionais, de laboratório e de perícia no âmbito da Polícia
IV - praticar atos e decidir sobre questões relativas ao funciona- Científica;
mento das unidades, à administração geral e à execução orçamen- II - promover a integração e a cooperação entre as unidades da
tária da Polícia Científica; Polícia Científica e destas com órgãos federais, estaduais e munici-
V - assessorar o Secretário de Estado da Segurança Pública em pais de Segurança Pública visando a implementação de operações
assuntos relacionados à perícia oficial, em atendimento às deman- interdepartamentais e a participação da Polícia Científica em ope-
das do Governador do Estado; rações interagências;
VI - delegar atribuições a seus subordinados, de acordo com a III - conduzir o processo de gestão de risco das operações sob
legislação vigente; sua responsabilidade;
VII - realizar indicações para o provimento dos cargos de Dire- IV - realizar:
tor Administrativo e Diretor Operacional ao Secretário de Estado da a) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
Segurança Pública, a serem nomeados por ato do Chefe do Poder cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
Executivo; tentabilidade e aprimoramento das atividades operacionais e de
VIII - determinar medidas de correição por meio da Correge- perícia no âmbito da Polícia Científica;
doria; b) a coordenação, controle e supervisão das funções e das uni-
IX - compor o Conselho Estadual de Segurança Pública, previsto dades subordinadas;
na Lei Federal nº 13.675, de 2018; c) a supervisão, coordenação e controle das funções de atendi-
X - receber os relatórios de monitoramento relacionados às ati- mento e despacho de ocorrência;
vidades de controle interno e auditorias, e o Plano de Integridade d) estudos e expedir instruções normativas, orientações técni-
da Polícia Científica, tomando as medidas necessárias para gestão cas e protocolos de atuação objetivando o desenvolvimento, sus-
dos riscos e correção de irregularidades; tentabilidade e aprimoramento das atividades operacionais no âm-
XI - desempenhar outras atividades compatíveis com o cargo, bito da Polícia Científica;
por determinação superior ou previstas em lei. V - exercer as atribuições funcionais que lhe forem delegadas
pelo Diretor-Geral e as disciplinadas em regulamento próprio;
SEÇÃO II VI - gerir os riscos e corrigir as irregularidades da atividade ope-
DO DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO racional, conforme o Plano de Integridade;
VII - praticar os demais atos necessários à administração da Po-
Art. 11. São atribuições do Diretor de Administração: lícia Científica, nos termos da lei.
I - coordenar, planejar, organizar, controlar as atividades, pla-
nos, programas, políticas e diretrizes das áreas administrativas da SEÇÃO IV
Polícia Científica; DO CONSELHO DA POLÍCIA CIENTÍFICA
II - gerir, planejar, propor e coordenar a gestão de recursos hu-
manos, financeiros, orçamentários, patrimoniais, tecnológicos e Art. 13. Ao Conselho da Polícia Científica, órgão colegiado deli-
administrativos; berativo da Polícia Científica, compete:
III - elaborar proposta orçamentária anual e plurianual da Polí- I - a elaboração e aprovação das normas para as carreiras do
cia Científica, submetendo-as à apreciação do Secretário de Estado Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Estado do Paraná - QPPO;
da Segurança Pública; II - a deliberação:
IV - realizar: a) sobre matéria relevante, concernente aos atributos, funções,
a) a coordenação, controle e supervisão das funções e das uni- princípios e conduta funcional do servidor efetivo ou de qualquer
dades subordinadas; outro servidor que esteja prestando serviço na Polícia Científica;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
b) sobre promoções e progressões dos servidores das carreiras §1º No desempenho de sua finalidade, cabe à Corregedoria as
QPPO, observada a legislação vigente; seguintes atribuições:
c) quanto à efetivação de remoção de servidores das carreiras I - a orientação, vigilância e disciplina das atividades funcionais
do QPPO, no interesse do serviço; e administrativas da Polícia Científica do Paraná;
d) no âmbito da PCP, quanto a pedidos de disposição funcio- II - a elaboração, proposição e supervisão da política corre-
nal dos servidores integrantes das carreiras do QPPO para outros cional, bem como a execução dos serviços de correição e outras
órgãos e entidades do Poder Executivo, para outros Poderes ou es- inspeções nos procedimentos de competência da Polícia Científica,
feras de Governo; sem prejuízo do controle atribuído às demais unidades da Polícia
III - a determinação da verificação de incapacidade física, men- Científica;
tal ou moral de servidores das carreiras do QPPO; III - a fiscalização da atuação dos servidores no desempenho de
IV - a validação de regulamentações para o cumprimento de suas atividades quando relacionadas à Polícia Científica ou exerci-
leis relacionadas ao campo de atuação da Polícia Científica; das nas dependências de suas unidades, desenvolvendo ações para
V - a instituição de comissão dentre os membros do Conselho o acompanhamento e monitoramento demandados pelos órgãos e
para apurar transgressão disciplinar ou prática de infração penal entidades de controle externo;
pelo Diretor-Geral e Corregedor, na forma do respectivo regimento; IV - a realização de inspeções e de controle de qualidade e pro-
VI - a condução do processo de destituição do Diretor-Geral, dutividade no âmbito da Polícia Científica, promovendo o sanea-
Corregedor e demais membros do próprio Conselho da Polícia Cien- mento das irregularidades técnicas e administrativas identificadas;
tífica, conforme definido em ato do Chefe do Poder Executivo; V - a mediação, arbitragem e conciliação de conflitos no âmbito
VII - a designação de servidores para compor a Comissão de da Polícia Científica, após infrutífera resolução pela chefia imediata;
Concurso para ingresso nas carreiras do QPPO; VI - o processamento e análise de solicitações e informações
VIII - a solicitação ao Corregedor de informações sobre a con- recebidas que tratem da atuação da Polícia Científica, mantendo
duta e atuação funcional dos servidores e a sugestão para realiza- articulação permanente com o Núcleo de Integridade e compliance
ção de correições e visitas de inspeção para a verificação de eventu- Setorial da SESP;
ais irregularidades nos seus serviços; VII - a deliberação sobre o porte e uso de material bélico;
IX - a atuação como órgão moderador na solução de eventuais VIII - a proposição ao Diretor-Geral da criação de Grupos Espe-
conflitos relacionados exclusivamente com as carreiras do QPPO; ciais de Atuação Pericial;
X - atuar como revisor em sede recursal das decisões da Dire- IX - a instauração de ofício, mediante denúncia ou solicitação,
ção-Geral e da Corregedoria relacionados exclusivamente com as de processo competente sobre ato ou matéria que considere pas-
carreiras do QPPO. sível de configurar, em tese, infração a princípio ou norma de ética
§1º O Conselho da Polícia Científica terá a seguinte composi- profissional, ou, ainda, violação disciplinar e funcional;
ção: X - a aplicação de sanções administrativas na forma da lei.
I - o Diretor-Geral da PCP, que o presidirá; §2º O Corregedor da Polícia Científica será escolhido, mediante
II - o Diretor Administrativo; lista tríplice composta por integrantes da carreira de Perito Oficial
III - o Diretor Operacional; da ativa do último nível da carreira do Quadro Próprio dos Peritos
IV - o Corregedor da Polícia Científica; Oficiais da Polícia Científica do Paraná, apresentada pelo Secretário
V - o Diretor da Academia de Ciências Forenses; de Estado da Segurança Pública e nomeado pelo Governador do
VI - o Diretor do Museu de Ciências Forenses; Estado.
VII - um Perito Oficial indicado pelo Secretário de Estado da §3º O Corregedor será nomeado para mandato de três anos,
Segurança Pública; admitida recondução por igual período.
VIII - um Perito Oficial indicado pelo Sindicato dos Peritos Ofi-
ciais e Auxiliares de Perícia - SINPOAPAR. CAPÍTULO III
§2º O funcionamento do Conselho será estabelecido em regi- DO NÍVEL DE ASSESSORAMENTO
mento interno proposto pelo Conselho, a ser aprovado por resolu-
ção do Secretário de Estado da Segurança Pública e posteriormente SEÇÃO I
publicado em Diário Oficial, observada a legislação estadual apli- GABINETE
cável.
§3º Os atos normativos elaborados e expedidos pelo Conselho Art. 15. Ao Gabinete da Polícia Científica do Paraná compete:
da Polícia Científica serão vinculantes e para fins de padronização I - a administração geral do Gabinete e assistência abrangente
institucional, com publicação obrigatória na imprensa oficial do Es- ao Diretor-Geral no desempenho de suas atribuições e no atendi-
tado. mento de seus compromissos;
II - o estudo, instrução e elaboração de minutas do expediente
SEÇÃO V e da correspondência do Diretor-Geral, bem como, o encaminha-
DA CORREGEDORIA mento da correspondência oficial recebida, recomendando priori-
dades para assuntos urgentes;
Art. 14. A Corregedoria é o órgão técnico com autonomia e III - a coordenação da agenda de compromissos e a programa-
atuação em todo o Estado, cuja finalidade é assegurar a correta ção de audiências e recepção de pessoas que se dirijam ao Diretor-
aplicação da lei, padronizar os procedimentos de Polícia Científica e -Geral;
de processos e procedimentos administrativos, realizar correições, IV - o desempenho de outras tarefas compatíveis com a posição
fiscalizações e garantir a preservação dos princípios da ética, condu- e as determinadas pelo Diretor-Geral.
ta, hierarquia e disciplina no âmbito da Polícia Científica do Paraná.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. O cargo de Chefe de Gabinete é privativo de XI - a interação sistemática com institutos do subsistema de in-
perito oficial da ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos teligência de segurança pública e, eventualmente, com Institutos
Oficiais da Polícia Científica do Paraná. públicos ou privados, com vistas à obtenção de conhecimentos re-
lacionados com a segurança pública;
SEÇÃO II XII - a produção de conhecimentos sobre segurança pública
ASSESSORIA TÉCNICA que subsidiem decisões nas esferas dos governos municipal, esta-
dual e federal;
Art. 16. À Assessoria Técnica compete: XIII - a manutenção e atualização de banco de dados com a
I - o assessoramento técnico abrangente ao Diretor-Geral sob finalidade de atender ao planejamento, tomada de decisões ou
a forma de estudos, pesquisas, pareceres técnicos, avaliações, ex- acompanhamento de ações planejadas, exclusivamente, dedicados
posições de motivos, análises, atos normativos, minutas e materiais à segurança pública;
especializados; XIV - a adoção de medidas de segurança que visem à prevenção
II - a integração com a Assessoria Técnica da SESP para a articu- e à obstrução de ações adversas de qualquer natureza, no âmbito
lação com os serviços jurídicos do Estado; da Polícia Científica e da atividade de inteligência;
III - o relacionamento institucional com a imprensa; XV - a coleta, busca, processamento e difusão de dados e in-
IV - a orientação e a elaboração do planejamento a ser executa- formações referentes às organizações criminosas, atividades terro-
do no âmbito da Polícia Científica; e ristas e outras relacionadas com o Subsistema de Inteligência de
V - a realização de outras atividades correlatas. Segurança Pública.
Parágrafo único. A Assessoria Técnica se articulará com os ór- Parágrafo único. O cargo de Chefe do Núcleo de Inteligência e
gãos atinentes às matérias que lhe forem submetidas e com a Se- Segurança Institucional é privativo de perito oficial da ativa, perten-
cretaria de Estado da Segurança Pública de forma a resguardar o cente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do
padrão estabelecido pelo Poder Executivo Estadual. Paraná.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
IV - o gerenciamento do ciclo de vida de vestígios e documen- §1º A chefia da Unidade é exercida por Chefe de Unidade, car-
tos desde seu recebimento até seu descarte; go privativo de perito oficial da ativa, pertencente ao Quadro Pró-
V - a custódia de vestígios nos termos da lei. prio dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná.
Parágrafo único. A chefia da Divisão de Custódia de Vestígios §2º O funcionamento e serviços prestados por cada Unidade
é exercida por Chefe de Divisão, cargo privativo de perito oficial da será objeto de regulamentação própria proposta pelo Diretor de
ativa, pertencente ao Quadro Próprio dos Peritos Oficiais da Polícia Operações ao Diretor-Geral e aprovada por Resolução do Secretá-
Científica do Paraná. rio de Estado da Segurança Pública, observada a legislação estadual
aplicável.
CAPÍTULO VI
DO NÍVEL DE ATUAÇÃO REGIONAL TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO I
DAS UNIDADES DE EXECUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICAS Art. 28. Mantem uma função privativa-policial de Diretor-Geral
da Polícia Científica, símbolo FPP-1, na Polícia Científica do Paraná,
Art. 27. As Unidades de Execução Técnico-Científicas são uni- previsto no Anexo IV da Lei nº 17.172, de 24 de maio de 2012, que
dades operacionais subordinadas à Divisão Operacional e têm por passa a integrar o Anexo I desta Lei.
finalidade a realização de perícias oficiais de natureza criminal e de Art. 29. Altera a denominação das seguintes funções privati-
outras atividades técnico-científicas congêneres às atividades-fim vas-policiais no âmbito da Polícia Científica do Paraná, constantes
da Polícia Científica, na capital e no interior do Estado, cabendo-lhes no Anexo I da Lei nº 17.172, de 2012, que passa a vigorar na forma
as seguintes atribuições: do Anexo I desta Lei:
I - a execução das perícias oficiais de natureza criminal e de I - uma função privativa-policial de Diretor do IML, símbolo FPP-
outras atividades técnico-científicas congêneres às atividades-fim 2, para Diretor, mantido o mesmo símbolo;
da Polícia Científica; II - uma função privativa-policial de Diretor da Criminalística,
II - o cumprimento das diretrizes emanadas pelos órgãos de di- símbolo FPP-2, para Diretor, mantido o mesmo símbolo.
reção e das metas da atividade operacional estabelecidas; Art. 30. Cria no âmbito da Polícia Científica do Paraná as se-
III - o zelo pela manutenção do protocolo integrado e custódia guintes funções privativas-policiais, alterando o Anexo IV da Lei nº
de vestígios da respectiva Unidade em articulação com a Divisão de 17.172, de 2012, que passa a vigorar na forma do Anexo I desta Lei:
Custódia de Vestígios; I - uma função privativa policial de Corregedor, símbolo FPP-3;
IV - a organização, manutenção, controle e fiscalização do cum- II - uma função privativa policial de Diretor da Academia de Ci-
primento da carga horária e escala de plantão dos servidores que ências Forenses, símbolo FPP-4;
atuam na Unidade; III - uma função privativa policial de Diretor do Museu de Ciên-
V - a atuação de acordo com normatização dos fluxos adminis- cias Forenses, símbolo FPP-4;
trativos internos, no âmbito de sua Unidade, observando o regra- IV - quatro funções privativas policiais de Chefe de Divisão, sím-
mento estabelecido pelos órgãos de direção; bolo FPP-4;
VI - a execução da integração e cooperação com as demais Uni- V - três funções privativas policiais de Chefe de Grupo Auxiliar,
dades da Polícia Científica, outros órgãos públicos e sociedade civil, símbolo FPP-4;
visando à satisfação do interesse público; VI - uma função privativa policial de Chefe de Gabinete, sím-
VII - a execução e manutenção das normas de segurança orgâ- bolo FPP-4;
nica e institucional da Polícia Científica; VII - quatro funções privativas policial de Chefe do Núcleo, sím-
VIII - a execução das diretrizes das Divisões de Tecnologia, de bolo FPP-4;
Custódia de Vestígios, Administrativa e Operacional; VIII - quatro funções privativas policiais de Assessor, símbolo
IX - a manutenção e zelo do patrimônio da Unidade; FPP-5;
X - a manutenção e controle de insumos para atividade opera- IX - vinte funções privativas policiais de Chefe de Unidade de
cional da Unidade; Execução Técnico-Científica, símbolo FPP-5;
XI - a elaboração e fiscalização de plano de férias e licenças dos X - trinta e seis funções privativas policiais de Chefe de Seção ou
servidores da Unidade; Chefe Adjunto de Unidade, símbolo FPP-6.
XII - a produção de relatórios de frequência dos servidores da Parágrafo único. Aplicam-se às funções privativas-policiais cria-
Unidade; das por esta Lei, além das atribuições específicas das unidades nela
XIII - a adoção de providências para execução da manutenção previstas, as finalidades e condições gerais para o exercício nos ter-
de frotas; mos dos arts. 1º e 4º da Lei nº 17.172, de 2012.
XIV - a elaboração de termos de referência e instrução dos pro- Art. 31. O Anexo III da Lei nº 20.996, de 30 de março de 2022,
tocolos de compra dos bens necessários à Unidade, encaminhando- passa a vigorar na forma do Anexo II desta Lei.
-os à Divisão Operacional;
XV - a organização, coordenação e fiscalização dos serviços TÍTULO VI
prestados pela Unidade; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
XVI - normatização dos fluxos administrativos internos, no âm-
bito da Unidade, observando o regramento estabelecido pela dire- Art. 32. A Polícia Científica tem estrutura de recursos humanos
ção. definida em lei específica que define o Quadro Próprio dos Peritos
Oficiais - QPPO.
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Art. 33. Aos ocupantes de posições de chefia na Polícia Científica cabe a mitigação de riscos e correção das irregularidades relacio-
nadas às atividades sob a responsabilidade da unidade, conforme o Plano de Integridade da PCP e da Secretaria de Estado da Segurança
Pública.
Art. 34. Os nomes Instituto de Criminalística do Paraná, Instituto Médico Legal do Paraná, Laboratório de Polícia Técnico-Científica
do Paraná e suas variações são patrimônio histórico-cultural imaterial da Polícia Científica sendo preservados pelo Museu Paranaense de
Ciências Forenses da Polícia Científica.
Art. 35. A Polícia Científica do Paraná tem o prazo de sessenta dias, a contar da publicação desta Lei, para encaminhar a proposta de
Regimento Interno à Secretaria de Estado da Segurança Pública, que providenciará o início do trâmite legal requerido pela matéria.
Art. 36. Esta Lei entra em vigor:
I - em 1º de junho de 2022, com relação ao art. 32 desta Lei.
II - na data de sua publicação, com relação aos demais artigos.
Palácio do Governo, em 30 de junho de 2022.
ANEXO I
QUADRO DE FUNÇÕES PRIVATIVAS POLICIAIS INTEGRANTES DA ESTRUTURAORGANIZACIONAL DA POLÍCIA CIENTÍFICA
ANEXO II
FUNÇÃO POLICIAL PRIVATIVA DE CONFIANÇA DEPARTAMENTO DE POLÍCIA CÍVIL
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IV - em substituição, no impedimento legal de ocupante de car- dos Estados, dos Municípios, de autarquias, empresas públicas, so-
go em comissão. ciedades de economia mista ou fundações instituidas pelo Poder
Art. 25. A nomeação observará o número de vagas existentes, Público, ou sem provar que solicitou exoneração ou dispensa do
obedecerá rigorosamente à ordem de classificação no concurso e cargo ou função que ocupava em qualquer dessas entidades.
será feita para a respectiva classe singular ou classe inicial da série Art. 36. São competentes para dar posse:
de classes, atendido o requisito de aprovação em exame de saúde, I - O Chefe do Poder Executivo, às autoridades que lhe sejam
ressalvados os casos de incapacidade física parcial, que, de acordo diretamente subordinadas;
com a lei, não impeçam o exercício do cargo. II - O Secretário de Estado, aos nomeados para cargos em co-
Art. 26. Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato missão, até o nível departamental, inclusive;
ou omissão pelos quais for responsável o nomeado, a posse não se III - Os Diretores, aos funcionários que lhes forem subordina-
verificar no prazo estabelecido no art. 41. dos.
Art. 37. A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um ter-
CAPÍTULO III mo, no qual o nomeado prestará o compromisso de desempenhar
DO CONCURSO com lealdade e exação os deveres do cargo e cumprir fielmente a
Constituição, as leis e regulamentos, envidando esforços em bem
Art. 27. A realização de concurso para provimento de cargos do do Estado e do regime.
Quadro Único caberá ao órgão central do Pessoal do Estado. Parágrafo único. O termo será assinado pelo nomeado e pela
Art. 28. Os concursos são de provas ou de provas e títulos. autoridade que lhe der posse.
Art. 29. O concurso de que trata o art. 5º., será realizado para Art. 38. No ato da posse, será apresentada declaração, pelo
o provimento de cargos vagos nas classes iniciais das séries de clas- funcionário empossado, dos bens e valores que constituem o seu
ses ou nas classes singulares que não estejam sujeitas a regime de patrimônio, nos termos da regulamentação própria.
provimento por acesso. Art. 39. Poderá haver posse por procuração, com poderes ex-
Art. 30. Das instruções para o concurso constarão: o limite de pressos, quando se tratar de funcionário ausente do País, em mis-
idade dos candidatos, que não poderá exceder de quarenta e cinco são do Governo, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da autorida-
anos completos; o número de vagas a serem providas, distribuídas de competente.
por especialização; o prazo de validade do concurso, de dois anos, Art. 40. A autoridade que der posse verificará, sob pena de
prorrogável a juízo do Chefe do Poder Executivo. responsabilidade, se foram satisfeitas as condições legais para esse
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 12689 de 18/10/1999) fim.
Art. 31. Encerradas as inscrições, legalmente processadas, para Parágrafo único. Nenhum funcionário poderá tomar posse sem
concurso destinado ao provimento de qualquer cargo, não se abri- exibir o título de nomeação.
rão novas antes de sua realização. Art. 41. A posse terá lugar no prazo de trinta dias da publicação,
Art. 32. Independe de limite de idade a inscrição em concurso no órgão oficial de divulgação, do ato de provimento.
de funcionário do Estado, da Administração direta ou indireta quan- §1º. A requerimento do interessado ou de seu representante
do o provimento do cargo objeto do concurso não vier a ensejar legal, o prazo para a posse poderá ser prorrogado ou revalidado
acumulação com cargo já ocupado pelo candidato. pela autoridade competente, até o máximo de trinta dias, a contar
Art. 33. O ocupante interino de cargo será inscrito ex-officio no do término do prazo de que trata este artigo.
primeiro concurso que se realizar, devendo satisfazer as formalida- §2º. O prazo inicial para o funcionário em férias ou em licença,
des da inscrição. exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares, será
Parágrafo único. Homologado o concurso, serão exonerados contado da data em que o funcionário voltar ao serviço.
todos os interinos. §3º. Se a posse não se der dentro do prazo inicial e da prorro-
gação ou da revalidação, desde que concedidas, será a nomeação
CAPÍTULO IV tornada sem efeito, por decreto.
DA POSSE
CAPÍTULO V
Art. 34. Posse é o ato que completa a investidura em cargo pú- DA FIANÇA
blico.
Parágrafo único. Independem de posse os casos de promoção, Art. 42. O funcionário nomeado para cargo cujo provimento
acesso, reintegração e designação para função gratificada. dependa da prestação de fiança não poderá entrar em exercício
Art. 35. São requisitos para a posse, além dos exigidos pelo art. sem prévia satisfação dessa exigência.
22: §1º. A fiança poderá ser prestada em:
I - habilitação prévia em concurso público, nos casos de provi- I - dinheiro;
mento efetivo em cargo inicial; II - título da dívida pública;
II - cumprimento das condições especiais previstas em lei ou III - apólice de seguro de fidelidade funcional, emitida por insti-
regulamento para determinados cargos ou séries de classes. tuição oficial ou legalmente autorizada para esse fim.
§1º. A prova das condições a que se referem os incisos I e II, do §2º. Não se admitirá o levantamento da fiança antes de toma-
art. 22 e inciso I, deste artigo, não será exigida nos casos dos incisos das as contas do funcionário.
IV, V, VII, VIII e IX, do art. 18.
§2º. Salvo menção expressa do regime de acumulação no ato
de posse, ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo, sem
declarar que não exerce outro cargo ou função pública da União,
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II - para cada cargo, o mínimo de horas exigíveis por semana, §2º. A disposição deste artigo não se aplica aos titulares de
especialmente se sua natureza acarreta prestação de serviços à noi- cargos que, pela sua natureza, exigem tempo integral e dedicação
te, sábados, domingos e feriados; exclusiva, especialmente os da Polícia Militar do Estado, do Minis-
III - o regime de trabalho em turnos, quando for aconselhável, tério Público, da magistratura, bem como os de conselheiro, audi-
indicando o número certo de horas de trabalho exigível por sema- tor e procurador do Tribunal de Contas. (Incluído pela Lei 6188 de
na, respeitada a legislação em vigor; 29/03/1971)
IV - quais os funcionários que, em virtude das atribuições que Art. 57. O regime de trabalho, a que se refere o artigo anterior,
desempenham, não estão obrigados a “ponto”. poderá ser aplicado em caráter obrigatório, a critério do Chefe do
§1º. O horário de trabalho normal, estabelecido para todos os Poder Executivo, tendo em vista a essencialidade, complexidade e
serviços estaduais, ou para determinados órgãos, cargos ou fun- responsabilidade de determinadas funções, cargos ou atribuições,
ções, não poderá exceder a quarenta horas, nem ser inferior a trinta bem como as condições e a natureza do trabalho das unidades ad-
e duas horas e meia semanais. ministrativas correspondentes.
§2º. Excetua-se do limite mínimo fixado no parágrafo anterior, Art. 58. Considera-se regime de tempo integral o exercício da
o regime de trabalho expressamente estabelecido em lei para os atividade funcional sob dedicação exclusiva, ficando o funcionário
funcionários que operem com Raios X e substâncias radioativas, proibido de exercer cumulativamente outro cargo, função ou ativi-
próximos às fontes de irradiação, e outros abrangidos por legislação dade particular de caráter profissional ou público de qualquer na-
federal específica. tureza.
§3º. Não haverá expediente aos sábados nos órgãos da Admi- Parágrafo único. Não se compreendem na proibição deste ar-
nistração direta e indireta do Estado, exceção daqueles que, pela tigo:
sua natureza especial de segurança, ensino, saúde e imprensa, I - o exercício em um órgão de deliberação coletiva, desde que
sejam imprescindíveis à comunidade. (Incluído pela Lei 6291 de relacionado com o cargo exercido em tempo integral;
22/06/1972) II - as atividades que, sem caráter de emprego, se destinam
Art. 54. A frequência ao serviço será apurada: à difusão e aplicação de ideias e conhecimentos, excluídas as que
I - através de “ponto”; prejudiquem ou impossibilitem a execução das tarefas inerentes ao
II - pela forma determinada pelo Chefe do Poder Executivo, regime de tempo integral;
quanto a funcionários não obrigados a “ponto”. III - a prestação de assistência não remunerada a outros servi-
Parágrafo único. “Ponto” é o controle diário do comparecimen- ços, visando à aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos,
to e da permanência do funcionário no serviço, devendo, registrar quando solicitada através da repartição a que pertence o funcio-
todos os elementos necessários à apuração da frequência, prefe- nário.
rentemente por meios mecânicos. Art. 59. O funcionário que se achar legalmente acumulando e
Art. 55. Nos dias úteis, só por determinação do Chefe do Poder for colocado em regime de tempo integral em razão de um dos car-
Executivo podem deixar de funcionar as repartições estaduais ou gos, será automaticamente afastado de outro, com perda de ven-
ser suspensos os seus trabalhos. cimentos e demais vantagens financeiras, a partir da data em que
Parágrafo único. nos casos especiais, em que se deva, por mo- assinar o competente termo de compromisso.
tivo de segurança ou forca maior, suspender os trabalhos da repar- §1º. Na hipótese prevista neste artigo e quando o funcionário
tição, essa medida será determinada pelo Secretário do Estado ou ocupar cargo de provimento em comissão, em razão do qual tenha
Diretor de Departamento autônomo, ad referendum do Chefe do sido submetido ao regime de tempo integral e dedicação exclusi-
Poder Executivo. va, ficará automaticamente afastado do cargo ou cargos que vinha
exercendo antes daquela investidura, com perda dos respectivos
SEÇÃO III vencimentos e demais vantagens financeiras, sem prejuízo de con-
DO REGIME DE TEMPO INTEGRAL E DEDICAÇÃO tagem de tempo.
EXCLUSIVA §2º. Cessada a sujeição do funcionário ao regime de tempo
integral e dedicação exclusiva, reassumirá ele, automaticamente,
Art. 56. O regime de tempo integral e dedicação exclusiva po- o cargo ou cargos, dos quais houver sido afastado, observadas as
derá ser aplicado, no interesse da Administração e ressalvado o di- disposições legais sobre a reassunção do exercício.
reito de opção, na forma que a lei dispuser: Art. 60. Pelo exercício de cargo em regime de tempo integral e
I - aos que exerçam atividades de pesquisas; dedicação exclusiva, perceberá o funcionário gratificação mensal in-
II - aos que exerçam atividades científicas; divisível, fixada por Decreto, nos termos do disposto pelo Art. 177,
III - aos que exerçam atividades de natureza técnica; desta Lei.
IV - a ocupante de cargo ou função que envolva responsabilida- Parágrafo único. O funcionário que ocupar mais de um cargo,
de de direção, chefia ou assessoramento; mediante acumulação legalmente permitida, e estiver submetido
V - ao conjunto de funcionários de determinadas unidades ao regime de tempo integral e dedicação exclusiva, poderá, ao pas-
administrativas ou de setôres das mesmas, quando a natureza do sar à inatividade, optar pela situação que mais lhe convier, observa-
trabalho o exigir. do o disposto neste artigo, sendo vedada a acumulação dos benefí-
§1º. Em casos excepcionais, devidamente justificados, o regime cios em ambos os cargos, a qualquer título.
de tempo integral e dedicação exclusiva poderá ser aplicado, indivi- Art. 61. O regime de tempo integral obriga a um mínimo de
dualmente, a qualquer funcionário que esteja incluído numa das hi- quarenta e duas horas e meia semanais de trabalho, sem prejuízo
póteses indicadas neste artigo, mediante proposta do dirigente da de permanecer o funcionário à disposição do órgão em que estiver
unidade administrativa. (Renumerado pela Lei 6188 de 29/03/1971) em exercício, sempre que as necessidades do serviço assim o exi-
girem.
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Art. 62. O funcionário colocado em regime de tempo integral o interesse da administração e a hipótese de motivo de saúde, uma
e dedicação exclusiva assinará termo de compromisso, em que vez comprovadas, por junta médica oficial, as razões apresentadas
declare vincular-se ao regime, obrigando-se a cumprir os horários pelo interessado.
ao mesmo inerentes, fazendo jus aos seus benefícios somente en- Art. 69. A remoção por permuta será processada a pedido es-
quanto nele permanecer. crito de ambos os interessados e de acordo com as demais disposi-
Parágrafo único. Verificada em processo administrativo a infrin- ções deste Capítulo.
gência do compromisso decorrente do regime de tempo integral e
dedicação exclusiva, o funcionário ficará sujeito à pena de demis- CAPÍTULO IX
são, sem prejuízo da responsabilidade criminal e civil. DA SUBSTITUIÇÃO
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II - de cargo integrante de uma série de classes para outro de Art. 108. Reintegrado judicialmente o funcionário, quem lhe
série diferente; ocupava o lugar será exonerado ou será reconduzido ao cargo an-
III - de cargo integrante de uma série de classes para cargo de teriormente ocupado, sem direito, em ambos os casos, a qualquer
classe singular; indenização.
IV - de cargo de classe singular para cargo integrante de série Art. 109. O funcionário reintegrado será submetido a inspeção
de classes; médica e aposentado, quando julgado incapaz, no cargo em que
V - de cargo de classe singular para outro de classe singular houver sido reintegrado.
diferente.
Art. 99. O funcionário interino ou em estágio probatório não CAPÍTULO XV
poderá ser transferido. DO APROVEITAMENTO
Art. 100. É de dois anos o interstício obrigatório na classe, para
transferência. Art. 110. Aproveitamento é o retorno do funcionário em dispo-
Art. 101. A transferência por permuta, a pedido, será processa- nibilidade ao exercício de cargo público.
da a requerimento firmado por ambos os interessados e de acordo Art. 111. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário es-
com o prescrito neste Capítulo. tável em cargo de natureza e vencimento ou remuneração compatí-
Art. 102. Compete ao Chefe do Poder Executivo proferir deci- veis com os do anteriormente ocupado.
são final nos pedidos ou propostas de transferência, após o pronun- Parágrafo único. O aproveitamento dependerá de prova de ca-
ciamento conclusivo do órgão central de pessoal do Estado. pacidade, mediante inspeção médica.
Art. 112. Na ocorrência de vaga nos quadros do pessoal do Es-
CAPÍTULO XIII tado, o aproveitamento terá precedência sobre as demais formas
DA READMISSÃO de provimento.
§1º. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá pre-
Art. 103. Readmissão é o reingresso no serviço público estadu- ferência o de maior tempo de disponibilidade, e, em caso de empa-
al, sem ressarcimento de vencimentos e vantagens, do funcionário te, o de maior tempo de serviço público estadual.
exonerado ou demitido, depois de apurado em processo, quanto ao §2º. O aproveitamento far-se-á a pedido ou ex-offício, respeita-
segundo caso, que não subsistem os motivos que determinaram a da sempre a habilitação profissional.
demissão. §3º. Se o aproveitamento se der em cargo de vencimento in-
Parágrafo único. A readmissão dependerá de prova de capa- ferior ao provento da disponibilidade, terá o funcionário direito à
cidade, mediante inspeção médica, e da existência de vaga, a ser diferença.
provida pelo critério de merecimento. Art. 113. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
Art. 104. A readmissão far-se-á de preferência no cargo ante- disponibilidade do funcionário se este, cientificado expressamente
riormente ocupado pelo funcionário. do ato de aproveitamento, não tomar posse no prazo legal, com
Parágrafo único. A readmissão poderá efetivar-se em cargo de perda de todos os direitos de sua anterior situação, salvo caso de
vencimento ou remuneração equivalente ao anteriormente ocupa- doença comprovada em inspeção médica.
do pelo funcionário, atendido o requisito de habilitação profissio- Parágrafo único. Provada a inspeção médica a incapacidade de-
nal. finitiva, será decretada a aposentadoria, e para o cálculo do tempo
Art. 105. O tempo de serviço público estadual do readmitido, desta será levado em conta o período da disponibilidade.
anterior à sua exoneração ou demissão, será contado para todos os
efeitos legais. CAPITULO XVI
DA REVERSÃO
CAPÍTULO XIV
DA REINTEGRAÇÃO Art. 114. Reversão é o reingresso no serviço Público do funcio-
nário aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposenta-
Art. 106. A reintegração, que decorrerá de decisão administra- doria.
tiva ou judiciária, é o reingresso do funcionário no serviço público, Art. 115. A reversão far-se-á ex-offício ou a pedido, de prefe-
com ressarcimento dos vencimentos e vantagens do cargo. rência no mesmo cargo ou naquele em que se tenha transformado,
Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar a ou em cargo de vencimento ou remuneração equivalente ao do an-
reintegração será proferida em pedido de reconsideração, em re- teriormente ocupado, atendido o requisito de habilitação profissio-
curso ou em revisão de processo. nal.
Art. 107. A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu- §1º. Para que a reversão possa efetivar-se, é necessário que o
pado; se este houver sido transformado, no resultante da transfor- aposentado:
mação, e, se extinto, em cargo de nível de vencimento equivalente, a) não haja completado cinquenta e cinco anos de idade;
comprovada pelo órgão competente a habilitação do funcionário. b) não conte mais de vinte e cinco anos de tempo de serviço e
Parágrafo único. Não sendo possível fazer a reintegração pela de inatividade computados em conjunto;
forma prescrita neste artigo, será o ex-funcionário posto em dis- c) seja julgado apto em inspeção de saúde;
ponibilidade no cargo que exercia, cabendo-lhe a retribuição que d) tenha o seu retorno à atividade considerado como de inte-
percebia na data do afastamento. resse do serviço público, a juízo da Administração.
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§2º. A reversão, a pedido, em cargo que a Lei determinar seja d) acumulação legal, desde que, no ato de provimento, conste
preenchido por promoção ou acesso, pelo critério de merecimento, esta circunstância.
somente será feita quando ficar comprovado inexistir funcionário VIII - falecimento.
habilitado ao seu preenchimento. Art. 124. Dar-se-á a exoneração:
Art. 116. A reversão do funcionário aposentado dará direito, I - a pedido;
em caso de nova aposentadoria, à contagem do tempo em que es- II - ex-offício:
teve aposentado. a) quando se tratar de cargo em comissão ou provido interina-
Art. 117. O funcionário que reverter não será aposentado nova- mente;
mente, sem que tenham decorrido cinco anos de efetivo exercício, b) quando não satisfeitas as condições de estágio probatório.
salvo se a aposentadoria for por motivo de saúde. Art. 125. A vaga ocorrerá na data:
Art. 118. Será tornada sem efeito a reversão do funcionário que I - da publicação do ato de promoção, acesso, transferência,
não tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais. readaptação, aposentadoria, exoneração ou demissão do ocupante
do cargo;
CAPÍTULO XVII II - da posse em outro cargo, observado o disposto no inciso
DA READAPTAÇÃO VII, do art. 123;
III - do falecimento do ocupante do cargo;
Art. 119. Readaptação é o provimento do funcionário em cargo IV - da vigência do ato que criar o cargo e conceder dotação
mais compatível com a sua capacidade física ou intelectual e voca- para o seu provimento ou do que determinar esta última medida,
ção, podendo ser realizada ex-offício ou a pedido do interessado. se o cargo estiver criado;
Art. 120. A readaptação verificar-se-á: V - da vigência do ato que extinguir cargo, cuja dotação permita
I - quando ficar comprovada a modificação do estado físico ou o preenchimento de cargo vago.
das condições de saúde do funcionário, que lhe diminua a eficiência Parágrafo único. Verificada a vaga, serão consideradas abertas,
para a função; na mesma data, todas as que decorrerem do seu preenchimento.
II - quando o nível de desenvolvimento mental do funcionário Art. 126. Tratando-se de função gratificada, dar-se-á a vacância
não mais corresponder às exigências da função; por dispensa, a pedido ou ex-offício, ou por destituição.
III - quando a função atribuída ao funcionário não correspon- Art. 127. A demissão é aplicada como penalidade.
der aos seus pendores vocacionais;
IV - quando se apurar que o funcionário não possui a habilita- TÍTULO V
ção profissional exigida em lei para o cargo que ocupa; DOS DIREITOS, VANTAGENS E CONCESSÕES
V - vetado ...
Art. 121. O processo de readaptação baseado nos incisos I e II, CAPÍTULO I
do artigo anterior, será iniciado mediante laudo firmado por junta DO TEMPO DE SERVIÇO
médica oficial do órgão competente.
Art. 122. A readaptação não acarretará redução de vencimento Art. 128. Será considerado de efetivo exercício o afastamento
e vantagens legais efetivamente percebidos, assegurando-se sem- em virtude de:
pre a diferença a que o servidor fizer jus, quando for o caso de rea- I - férias;
daptação em cargo de nível inferior. II - casamento, até oito dias;
§1º. O cargo indicado sendo do mesmo nível de vencimentos, a III - luto por falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão,
readaptação far-se-á mediante o instituto da transferência. até oito dias;
§2º. A readaptação por transferência não dependerá da satis- IV - trânsito;
fação de condições de habilitação prevista no art. 96, e será feita V - convocação para o serviço militar;
mediante proposta do Secretário de Estado ou do Diretor do Depar- VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
tamento Autônomo. VII - exercício de função do governo ou administração em qual-
quer parte do território estadual, por nomeação do Chefe do Poder
TÍTULO IV Executivo;
CAPÍTULO ÚNICO VIII - exercício de cargo ou função do governo ou administra-
DA VACÂNCIA DOS CARGOS ção, por designação do Presidente da República ou através de man-
dato eletivo, na administração pública federal, estadual e munici-
Art. 123. A vacância do cargo decorrerá de: pal, inclusive autarquias sociedades de economia mista, empresas
I - Exoneração; públicas e fundações instituídas pelo Poder Público;
II - demissão; IX - missão ou estudo no exterior ou em qualquer parte do ter-
III - promoção e acesso; ritório nacional, quando o afastamento houver sido autorizado pelo
IV - transferência; Chefe do Poder Executivo;
V - readaptação; X - exercício de mandato legislativo da União, dos Estados e dos
VI - aposentadoria; Municípios;
VII - nomeação para outro cargo, ressalvados os seguintes ca- XI - licença especial;(Revogado pela Lei Complementar 217 de
sos: 22/10/2019)
a) substituição; XII - licença para tratamento de saúde;
b) cargo de governo ou de direção;
c) cargo em comissão;
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XIII - licença a funcionário que sofrer acidente no trabalho ou §2º. Se o mandato for de vereador, o funcionário pode licen-
for atacado de doença profissional, na forma dos parágrafos 1º., 2º., ciar-se com perda de vencimento ou obter horário especial para
3º. e 4º., deste artigo; frequência às sessões da Câmara, com opção de vencimentos, se o
XIV - licença maternidade, inclusive para fins de estágio pro- mandato for remunerado.
batório, salvo se houver disposição contrária em lei específica de Art. 132. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
carreira;(Redação dada pela Lei 18187 de 06/08/2014) §1º. O número de dias será convertido em anos, considerado o
XV - faltas até o máximo de três durante o mês, por motivo de ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
doença comprovada na forma regulamentar; §2º. Feita a conversão, os dias restantes até cento e oitenta e
XVI - licença para o trato de interesses particulares, desde que dois não serão computados, arredondando-se para um ano quando
estas licenças não ultrapassem de noventa dias durante um quin- excederem esse número, nos casos de cálculo para efeito de apo-
quênio; sentadoria e disponibilidade.
XVII - licença por motivo de doença em pessoas da família: côn- Art. 133. É vedada a acumulação de tempo de serviço presta-
juge, filhos, pai, mãe ou irmão, até noventa dias num quinquênio; do, concorrente ou simultaneamente, em dois ou mais cargos ou
XVIII - licença compulsória; funções da União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios, Mu-
XIX - faltas não justificadas, não excedentes de sessenta dias, nicípios, Autarquias, Emprêsas Públicas, Sociedades de Economia
durante um quinquênio. Mista, Fundações instituídas pelo Poder Público e Instituições de
XX - (Incluído pela Lei 20541 de 20/04/2021) caráter privado que hajam sido convertidas em estabelecimentos
§1º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) de serviço público.
§2º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) Art. 134. vetado ...
§3º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993)
§4º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) CAPÍTULO II
§5º. (Revogado pela Lei 10692 de 27/12/1993) DA ESTABILIDADE
Art. 129. Computar-se-á, para todos os efeitos legais:
I - o tempo de serviço prestado ao Estado do Paraná, desde que Art. 135. Estabilidade é a situação adquirida pelo funcionário
remunerado; efetivo, após o transcurso do período de estágio probatório, que lhe
II - o período de férias não gozadas na administração estadual, garante a permanência no cargo, dele só podendo ser demitido em
contado em dobro. virtude de sentença judicial ou de decisão em processo administra-
III - vetado ... tivo, em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.
IV - vetado ... Parágrafo único. A estabilidade diz respeito ao serviço público
Parágrafo único. vetado ... e não ao cargo ou função.
Art. 130. Para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade Art. 136. São estáveis, após dois anos de exercício, os funcioná-
será computado integralmente: rios, nomeados por concurso.
I - o tempo de serviço público federal, municipal e estadual Art. 137. O funcionário somente perderá o cargo:
prestado aos demais Estados da Federação; I - quando vitalício, em virtude de sentença judiciária;
II - o período de serviço ativo nas forcas Armadas, prestado II - quando estável, em virtude de sentença judiciária ou pro-
durante a paz, computado pelo dobro o tempo em operação de cesso administrativo, que haja concluído pela sua demissão, depois
guerra; de lhe haver sido assegurada ampla defesa;
III - o tempo de serviço prestado em empresa pública, socie- III - Em estágio probatório, quando nele não confirmado em
dade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público decorrência do processo de que tratam os parágrafos 3º. e 4º. do
estadual; art. 43, ou mediante inquérito administrativo.
IV - o período de trabalho prestado a instituição de caráter pri-
vado, que tiver sido transformada em estabelecimento de serviço CAPÍTULO III
público; DA APOSENTADORIA
V - o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade
ou aposentado; Art. 138. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
VI - vetado ... I - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Parágrafo único. O tempo de serviço a que alude este artigo II - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
será computado à vista de certidões passadas pelo órgão compe- III - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
tente e na forma da regulamentação própria. §1º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Art. 131. Durante o exercício de mandato eletivo federal ou §2º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
estadual, o funcionário fica afastado do exercício do cargo, e so- §3º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
mente por antiguidade pode ser promovido ou provido por acesso, §4º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para essa promoção, §5º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
acesso e aposentadoria. §6º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
§1º. Se o mandato for de prefeito, o funcionário é licenciado §7º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
com opção de vencimento e sem prejuízo dos demais direitos as- Art. 139. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
segurados em lei. Parágrafo único. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
Art. 140. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
I - (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999)
II - vetado ...
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III - (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) §3º. As férias não poderão ser fracionadas, salvo nos casos em
§1º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) que as mesmas devam ser suspensas por justificada exigência do
§2º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) serviço. (Incluído pela Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. (Revogado pela Lei 9937 de 20/04/1992) Art. 150. O funcionário que, por imperiosa necessidade do ser-
§4º. vetado ... viço, deixar de gozar férias, a requerimento seu, terá computado o
Art. 141. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) respectivo período em dobro, para todos os efeitos legais. (Redação
Art. 142. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) dada pela Lei 6742 de 03/12/1975)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 7357 de 17/07/1980) §1º. A necessidade de serviço será definida pelo órgão compe-
Art. 143. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) tente de pessoal, dentro do ano civil do gozo das férias, mediante
§1º. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) prévia exposição de motivos do chefe imediato. (Redação dada pela
§2º. vetado ... Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. vetado ... §2º. O funcionário que não desejar o benefício deste artigo, po-
Art. 144. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) derá gozar as férias em outra época, num limite de 2 (dois) períodos
Art. 145. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) por ano. (Redação dada pela Lei 6742 de 03/12/1975)
§3º. Os direitos assegurados por este artigo, inclusive por seu
CAPÍTULO IV parágrafo segundo, prescrevem em 2 (dois) anos, a contar do pri-
DA DISPONIBILIDADE meiro dia do ano seguinte em que as férias normais forem deixadas
de gozar. (Incluído pela Lei 6742 de 03/12/1975)
Art. 146. Disponibilidade é o afastamento do funcionário efeti- Art. 151. Durante as férias, o funcionário terá direito a todas as
vo em virtude de extinção do cargo, ou da declaração de sua des- vantagens, como se estivesse em exercício.
necessidade. Art. 152. O chefe da repartição organizará, no mês de dezem-
Art. 147. O funcionário ficará em disponibilidade remunerada: bro, a escala de férias para o ano seguinte, que poderá alterar de
I - quando, dispondo de estabilidade no serviço, houver sido acordo com as conveniências do serviço, avisados os funcionários
extinto o cargo de que era titular; interessados, sempre que possível, com antecedência mínima de
II - quando, tendo sido reintegrado, não for possível, na forma dez dias.
deste Estatuto, sua recondução no cargo de que era detentor. Parágrafo único. Os funcionários que exerçam função de chefia
§1º. O funcionário em disponibilidade será obrigatoriamente e direção não serão compreendidos na escala.
aproveitado na primeira vaga que ocorrer, que não se destine a pro- Art. 153. O funcionário promovido, removido ou transferido,
moção por antiguidade, atendidas as condições de habilitação pro- quando em gozo de férias, não será obrigado a interrompê-las.
fissional e equivalência de vencimentos ou remuneração. Art. 154. Ao entrar em férias o funcionário comunicará ao che-
§2º. Restabelecido o cargo, ainda que modificada a sua deno- fe imediato o seu endereço eventual, sendo-lhe facultado gozá-las
minação, será obrigatoriamente aproveitado nele, se já não o tiver onde lhe aprouver.
sido em outro, o funcionário posto em disponibilidade quando da Art. 155. Á Família do funcionário que falecer em gozo de fé-
sua extinção. rias, será pago o vencimento ou remuneração relativo à todo o pe-
§3º. A disponibilidade no cargo efetivo não exclui a nomeação ríodo sem prejuízo do disposto no art. 205.
para cargo em comissão, com direito a opção.
§4º. Enquanto não vagar cargo nas condições previstas para o CAPÍTULO VI
aproveitamento do funcionário em disponibilidade, nem se verifi- DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
car a hipótese a que alude o parágrafo anterior, poderá o Chefe do
Poder Executivo atribuir-lhe, em caráter temporário, funções com- Art. 156. Vencimento é a retribuição pelo efetivo exercício do
patíveis com o cargo que ocupava. cargo, correspondente ao símbolo, ou nível fixado em lei.
§5º. O funcionário colocado em disponibilidade poderá ser Art. 157. Remuneração é a retribuição pelo efetivo exercício do
aposentado, a pedido. cargo, correspondente ao vencimento mais as vantagens financei-
Art. 148. O período relativo à disponibilidade é considerado ras asseguradas por lei.
como de exercício somente para efeito de aposentadoria e gratifi- Art. 158. Perderá o vencimento ou remuneração do cargo efe-
cação adicional. tivo o funcionário:
I - nomeado para cargo em comissão, ressalvado o direito de
CAPÍTULO V opção e o de acumulação legal;
DAS FÉRIAS II - em exercício de mandato eletivo da União, dos Estados e
dos Municípios, ressalvados os casos de opção;
Art. 149. O funcionário gozará trinta dias consecutivos de férias III - à disposição de outro Poder, ou de órgão público, de admi-
por ano, de acordo com a escala para este fim organizada, pelo che- nistração direta ou indireta, inclusive sociedade de economia mista,
fe da unidade administrativa a que estiver subordinado e comunica- da União, ou de qualquer outra unidade da Federação, ou designa-
da ao órgão competente. do para servir em qualquer dêsses órgãos ou entidades, salvo quan-
§1º. É vedado levar à conta das férias qualquer falta ao traba- do se tratar de requisição da Presidência da República ou, a juízo do
lho. Chefe do Poder Executivo, de interesse do Estado do Paraná;
§2º. Somente depois do primeiro ano de exercício, adquirirá o IV - em missão ou estudo, na forma do inciso IX do art. 128,
funcionário direito a férias. quando exceder o período de dois anos.
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Art. 159. Ao servidor com vínculo efetivo nomeado para o exer- Parágrafo único. Não se considera justificado número maior de
cício de cargo de provimento em comissão é facultado optar pelo faltas, embora em sequencia que abranja dois meses consecutivos.
subsídio desse cargo ou pela percepção do vencimento e demais
vantagens do seu cargo efetivo acrescido de gratificação fixa cor- CAPÍTULO VII
respondente a 90% (noventa por cento) do valor do subsídio do DA CONSIGNAÇÃO
cargo em comissão respectivo. (Redação dada pela Lei 21851 de
15/12/2023) Art. 165. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Parágrafo único. vetado ... I - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
§2º O servidor com vínculo efetivo investido em Função Comis- II - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
sionada Executiva - FCE, função de confiança específica, típica ou III - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
outra congênere, perceberá o valor do vencimento do cargo efetivo Art. 166. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
acrescido do subsídio da função para a qual for designado. (Incluído I - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
pela Lei 21851 de 15/12/2023) II - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Art. 159A. O servidor ocupante de cargo efetivo, o militar ou III - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
o empregado permanente de qualquer dos Poderes da União, dos IV - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal investido no cargo V - (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
de Secretário de Estado poderá optar por uma das remunerações a Art. 167. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
seguir discriminadas: (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) Parágrafo único. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
I - a remuneração do cargo efetivo ou do subsídio do cargo po- Art. 168. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
lítico; (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) Parágrafo único. (Revogado pela Lei 13740 de 24/07/2002)
II - a diferença entre a remuneração do cargo em comissão e a
remuneração do cargo efetivo, do posto ou graduação, ou do em- CAPÍTULO VIII
prego; (Incluído pela Lei 21352 de 01/01/2023) DAS VANTAGENS
III - a remuneração do cargo efetivo, do posto ou graduação, ou
do emprego, acrescida do percentual de 70% (setenta por cento) do SEÇÃO I
respectivo cargo de Secretário de Estado. (Incluído pela Lei 21352 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de 01/01/2023)
Art. 160. O funcionário perderá: Art. 169. Além do vencimento ou remuneração, poderá o ser-
I - o vencimento ou remuneração do dia se não comparecer ao vidor perceber as seguintes vantagens pecuniárias: (Redação dada
serviço, salvo motivo previsto em lei ou moléstia comprovada, de pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
acordo com as disposições deste Estatuto; I - adicionais;
II - um terço do vencimento ou remuneração do dia, quando II - gratificações;
comparecer ao serviço com atraso máximo de uma hora, ou quan- III - ajuda de custo;
do se retirar antes de findo o período de trabalho; IV - diárias; (Redação dada pela Lei Complementar 104 de
III - um terço do vencimento ou remuneração, durante o afas- 07/07/2004)
tamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por crime V - salário família; (Redação dada pela Lei Complementar 104
comum, denúncia por crime funcional, condenação recorrível por de 07/07/2004)
crime inafiançável ou processo no qual não haja pronúncia, com VI - auxílio para diferença de caixa;
direito à diferença, se absolvido; VII - auxílio doença.
IV - dois terços do vencimento ou remuneração durante o perí-
odo de afastamento em virtude de condenação por sentença defi- SEÇÃO II
nitiva, a pena que não resulte em demissão. DOS ADICIONAIS
Art. 161. Nenhum servidor poderá perceber vencimento básico
inferior ao maior salário mínimo em vigor para o Estado do Paraná. Art. 170. O funcionário efetivo ou interino terá acréscimo aos
Art. 162. O Vencimento, a remuneração e proventos não so- vencimentos de cinco em cinco anos de exercício, cinco por cento
frerão descontos além dos previstos em lei nem serão objeto de até completar vinte e cinco por cento, por serviço público efetivo
arresto, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar de: prestado ao Estado do Paraná. (vide Lei 8371 de 14/10/1986)
I - prestação de alimentos determinada judicialmente; Parágrafo único. A incorporação do acréscimo será imediata,
II - reposição ou indenização devida à Fazenda Estadual. inclusive para efeito de aposentadoria e disponibilidade, e será
Art. 163. As reposições e indenizações à Fazenda Estadual se- computada igualmente sobre as alterações dos vencimentos do
rão descontadas em parcelas mensais, não excedentes da quinta cargo efetivo, somados ao anteriormente deferido.
parte do vencimento ou remuneração. Art. 171. Ao completar trinta anos de exercício o funcionário
§1º. Nos casos de comprovada má-fe, a reposição deve ser feita terá direito ao acréscimo aos vencimentos de cinco por cento por
de uma só vez, sem prejuízo das penalidades cabíveis. ano excedente, até o máximo de vinte e cinco por cento.
§2º. Quando o servidor for exonerado, dispensado ou demiti- §1º. A incorporação desses acréscimos será também imediata,
do, a quantia devida será inscrita na Dívida Ativa. inclusive para efeito de aposentadoria e disponibilidade e computa-
Art. 164. Podem ser justificadas pelo chefe da repartição, me- da igualmente sobre as alterações dos vencimentos.
diante apresentação de atestado médico particular, as faltas corres- §2º. No cálculo, para efeito de pagamento do adicional referido
pondentes até três dias por mês. neste artigo, será respeitada sempre a soma do vencimento acres-
cido do anteriormente deferido.
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§1º. A restituição é da exclusiva responsabilidade pessoal e po- II - ao servidor removido, durante o período de trânsito; (Inclu-
derá ser feita parceladamente. ído pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
§2º. Não haverá obrigação de restituir: III - quando o deslocamento do servidor constitui exigência
a) quando o regresso do funcionário for determinado ex-offício permanente do cargo ou função; (Incluído pela Lei Complementar
ou decorrer de doença comprovada ou de motivo de forca maior; 104 de 07/07/2004)
b) quando o pedido de exoneração for apresentado noventa IV - ao servidor que, lotado em município sede de região me-
dias após a designação da missão. tropolitana regularmente instituída, se deslocar a municípios limí-
Art. 186. A ajuda de custo poderá ser paga ao funcionário: me- trofes do respectivo município, salvo se o prazo de permanência for
tade adiantadamente, no local da repartição de que foi desligado; superior a seis horas. (Redação dada pela Lei Complementar 183 de
e o restante, após haver entrado em exercício na nova repartição 12/01/2015)
ou serviço. §4º. Não se aplica o disposto neste artigo ao servidor que se
Parágrafo único. O funcionário, sempre que o preferir, poderá deslocar para fora do país ou estiver servindo no estrangeiro. (Re-
receber, integralmente, a ajuda de custo, já na sede da nova repar- dação dada pela Lei Complementar 72 de 13/12/1993)
tição ou serviço. §5º. (Revogado pela Lei Complementar 72 de 13/12/1993)
Art. 187. vetado ... Art. 190. As indenizações das despesas de alimentação e pou-
Art. 188. Além da ajuda de custo que couber, poderá ser con- sada serão arbitradas e concedidas dentro dos limites de créditos
cedido transporte ao funcionário e sua família, compreendendo orçamentários e de acordo com a regulamentação a ser estabeleci-
passagem e bagagem, excluído, quando a esta, qualquer excesso de da pelo Chefe do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei Comple-
peso sujeito a pagamento. mentar 104 de 07/07/2004)
§1º. Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que I - (Revogado pela Lei 9972 de 21/05/1992)
acompanhe o funcionário. II - (Revogado pela Lei 9972 de 21/05/1992)
§2º. Para obtenção das passagens, o funcionário apresenta- Parágrafo único. Os valores das indenizações das despesas com
rá ao chefe da repartição ou serviço de onde for desligado, uma alimentação e pousada serão fixados por ato do Chefe do Poder Exe-
relação das pessoas que o acompanharão na viagem, indicando o cutivo. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
nome, idade e o grau de parentesco. Art. 191. O servidor civil e militar da administração direta ou
§3º. Verificado que os nomes das pessoas indicadas constam autárquica do Poder Executivo, que indevidamente, receber inde-
da declaração de família, registrados no assentamento individual, a nizações das despesas com alimentação e pousada, será obrigado a
repartição ou serviço requisitará as passagens, encaminhando a re- restituir, de uma só vez, a importância recebida, ficando, ainda, su-
lação à repartição ou serviço em que o funcionário vai ter exercício, jeito à punição disciplinar, respeitada a legislação própria. (Redação
para devida fiscalização. dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
§4º. A repartição ou serviço requisitará igualmente despacho Art. 192. Será punido com pena de suspensão e, na reincidên-
da bagagem, cuja importância não poderá exceder a um sexto da cia, com a de demissão, o servidor civil e militar que, indevidamen-
ajuda de custo. te, conceder diária com o objetivo de remunerar outros serviços
§5º. O funcionário será obrigado a repor a importância corres- ou encargos, ficando, ainda, obrigado à reposição da importância
pondente ao transporte irregularmente requisitado, além de sofrer correspondente. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de
a pena disciplinar que couber. 07/07/2004)
Art. 193. No caso de falecimento do servidor, que ocorrer, du-
SEÇÃO V rante o período de deslocamento fora da sede, em objeto de ser-
DAS DIÁRIAS viço, seus herdeiros não restituirão a diária, concedida a título de
(REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR 104 DE indenização das despesas com alimentação e pousada. (Redação
07/07/2004) dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
Art. 194. O servidor que receber diárias e não se afastar da
Art. 189. Ao servidor que, no desempenho de suas atribuições, sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmen-
se deslocar da respectiva sede em caráter eventual ou transitório te, no prazo de 2 (dois) dias. (Redação dada pela Lei Complementar
para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a 104 de 07/07/2004)
diárias, a título de indenização das parcelas de despesas extraordi- Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
nárias com pousada e alimentação, conforme dispuser em regula- prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
mento. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. (Incluído
§1º. Entende-se por sede, para os efeitos desta seção, a cidade, pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004)
vila ou localidade, onde o servidor tiver exercício. (Redação dada
pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) SEÇÃO VI
§2º. A diária será concedida por dia de afastamento, observa- DO SALÁRIO-FAMÍLIA
das as condições de custeio da viagem, mediante cálculo de dura-
ção presumível do deslocamento do servidor e será paga adiantada- Art. 195. O salário-família é o auxílio pecuniário especial, con-
mente. (Redação dada pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) cedido pelo Estado, ao funcionário ativo, inativo ou em disponibi-
§3º. Não se aplica o disposto neste artigo: (Redação dada pela lidade, como contribuição ao custeio das despesas de manutenção
Lei Complementar 104 de 07/07/2004) de sua família.
I - ao servidor que estiver servindo no estrangeiro; (Incluído Parágrafo único A cada dependente relacionado no artigo se-
pela Lei Complementar 104 de 07/07/2004) guinte, corresponderá uma cota de salário-família.
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I - O Secretário de Estado ou Diretor de Departamento autô- §1º. Em ambos os casos, é indispensável a inspeção médica,
nomo às autoridades e servidores que lhe sejam imediatamente que será realizada no órgão próprio e, quando necessário, no local
subordinados; onde encontrar-se o funcionário.
II - O Diretor do Departamento Administrativo, aos demais ser- §2°. Para a licença até noventa dias, a inspeção deve ser feita
vidores da respectiva repartição. por médico oficial, admitindo-se, quando assim não seja possível,
Parágrafo único. As autoridades indicadas neste artigo poderão atestado passado por médico particular, com firma reconhecida.
delegar competência aos dirigentes dos órgãos que lhe sejam dire- §3º. Na hipótese do parágrafo anterior, o laudo só produzirá
tamente subordinados. efeito depois de homologado pelo órgão médico estadual compe-
Art. 211. A licença dependente de inspeção médica é concedi- tente.
da pelo prazo indicado no respectivo laudo ou atestado. §4º. Quando não for homologado o laudo, o servidor será obri-
Parágrafo único. Findo o prazo, o funcionário poderá subme- gado a reassumir o exercício do cargo, sendo considerado como
ter-se a nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua volta ao faltas ao trabalho, nos termos do inciso I, do artigo 160, os dias em
serviço, pela prorrogação da licença, pela aposentadoria, ou pela que deixou de comparecer ao serviço, por haver alegado doença.
readaptação na forma do artigo seguinte: (Redação dada pela Lei 10692 de 27/12/1993)
Art. 212. Verificando-se, como resultado da inspeção médica Art. 222. Verificando-se, em qualquer tempo, ter sido gracio-
feita pelo órgão competente, redução da capacidade física do fun- so o atestado médico ou o laudo da Junta Médica, a autoridade
cionário ou estado de saúde que impossibilite ou desaconselhe o competente promoverá a punição dos responsáveis, incorrendo o
exercício das funções inerentes a seu cargo, e desde que não se con- funcionário a quem aproveitar a fraude na pena de suspensão e,
figure a necessidade de aposentadoria nem de licença para trata- na reincidência, na de demissão, sem prejuízo da ação penal que
mento de saúde, poderá o funcionário ser readaptado em funções couber.
diferentes das que lhe cabem, na forma do disposto nos arts. 119, Art. 223. O funcionário não poderá permanecer em licença
120, 121, e 122, sem que essa readaptação lhe acarrete qualquer para tratamento de saúde por prazo superior a vinte e quatro me-
prejuízo. ses, exceto nos casos considerados recuperáveis, em que a critério
Art. 213. O tempo necessário à inspeção médica será sempre da Junta Médica, esse prazo poderá ser prorrogado.
considerado como de licença. Parágrafo único. Expirado o prazo do presente artigo, o funcio-
Art. 214. Terminada a licença, o funcionário reassumirá imedia- nário será submetido a nova inspeção e aposentado se julgado de-
tamente o exercício, ressalvado o caso do §1º, do art. 215. finitivamente inválido para o serviço público em geral e não puder
Art. 215. A licença para tratamento de saúde pode ser prorro- ser readaptado na forma do art. 212.
gada a pedido ou ex-offício. Art. 224. Em casos de doenças graves, contagiosas ou não, que
§1º. O pedido deve ser apresentado antes de findo o prazo da imponham cuidados permanentes, poderá a Junta Médica, se con-
licença; se indeferido, conta-se como de licença o período compre- siderar o doente irrecuperável, determinar, como resultado da ins-
endido entre a data do término e a do conhecimento oficial do des- peção, a imediata aposentadoria.
pacho denegatório. Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, a inspe-
§2°. Quando o pedido de prorrogação for apresentado depois ção será feita por uma Junta de, pelo menos, três médicos.
de findo o prazo da licença, não se conta como de licença o perío- Art. 225. No processamento das licenças para tratamento de
do compreendido entre o dia de seu término e o do conhecimento saúde, será observado o devido sigilo sobre os laudos e atestados
oficial do despacho. médicos.
Art. 216. O funcionário não pode permanecer em licença por Art. 226. No curso de licença para tratamento de saúde, o fun-
prazo superior a vinte e quatro meses, ressalvados os casos previs- cionário abster-se-á de atividade remuneradas, sob pena de inter-
tos no art. 223, e nos incisos VI e VIII, do art. 208. rupção da licença, com perda total do vencimento ou remuneração,
Art. 217. Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o até que reassuma o cargo.
funcionário é submetido à inspeção médica e aposentado, se for Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda de vencimen-
considerado definitivamente inválido para o serviço público. tos ou remuneração de que trata este artigo serão considerados,
Art. 218. O funcionário que se encontrar fora do Estado deve, como licença sem vencimento, na forma do inciso VII do art. 208.
para fins de prorrogação ou concessão de licença, dirigir-se à autori- Art. 227. Licenciado para tratamento de saúde, acidente no
dade competente a que esteja diretamente subordinado, juntando exercício de suas atribuições ou doença profissional o funcionário
o laudo médico do serviço oficial do lugar onde se encontrar, indi- recebe integralmente o vencimento ou a remuneração e demais
cando ainda sua residência. vantagens inerentes ao cargo.
Art. 219. A licença a que se refere o art. 208, inciso X, é conce- Art. 228. O funcionário acidentado no exercício de suas atribui-
dida na forma estabelecida pela legislação eleitoral. ções, ou acometido de doença profissional, tem direito, ex-offício
Art. 220. O funcionário em gozo da licença comunicará ao seu ou a requerimento, a licença para o respectivo tratamento.
chefe imediato o local onde poderá ser encontrado. §1º. Entende-se por doença profissional a que se deva atribuir,
como ralação de causa e efeito, às condições inerentes ao serviço
SEÇÃO II ou fatos nele ocorridos.
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE §2°. Acidente é o evento danoso que tenha como causa, me-
diata ou imediata, o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
Art. 221. A licença para tratamento de saúde é concedida ex-o- §3º. Considera-se também acidente a agressão sofrida e não
ffício ou a pedido do funcionário ou de seu representante, quando provocada pelo funcionário no exercício de suas atribuições ou em
não possa ele fazê-lo. razão delas.
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§4º. A comprovação do acidente, indispensável para a conces- II - (Revogado pela Lei 12404 de 30/12/1998)
são da licença, deve ser feita em processo regular, no prazo de oito §1º. A concessão da licença depende de inspeção médica do
dias, prorrogáveis por igual prazo. órgão pericial oficial do Estado, na forma prevista no art. 211. (Re-
Art. 229. O funcionário não poderá recusar a inspeção médica, dação dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
sob pena de suspensão de pagamento de vencimento ou remune- §2°. A licença de que trata este artigo, é concedida com venci-
ração, até que se realize a inspeção. mento ou remuneração, até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
Art. 230. Considerado apto, em inspeção médica, o funcionário compreendidos no período de 24 (vinte e quatro) meses. (Redação
reassumirá o exercício, sob pena de serem computados como faltas dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
os dias de ausência. §3º. Ultrapassado o período de 90 (noventa) dias, consecuti-
Art. 231. No curso da licença, poderá o funcionário requerer vos ou não, a licença de que trata este artigo poderá ser concedi-
inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir o exer- da com os seguintes descontos: (Redação dada pela Lei 12404 de
cício ou com direito à aposentadoria. 30/12/1998)
I - de 50% (cinquenta por cento) do vencimento, quando exce-
SEÇÃO III der de 90 (noventa) dias até 180 (cento e oitenta) dias; (Redação
DA LICENÇA COMPULSÓRIA dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
II - sem vencimento ou remuneração, quando exceder de 180
Art. 232. O funcionário atacado de tuberculose ativa, alienação (cento e oitenta) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias, limite da
mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia, cardiopatia licença. (Redação dada pela Lei 12404 de 30/12/1998)
grave, doença de Parkinson, incompatíveis com o trabalho, e ou- III - (Revogado pela Lei 12404 de 30/12/1998)
tras moléstias que a lei indicar na base da medicina especializada, §4º. Em caso do inciso II do parágrafo anterior, só poderá ser
conforme apurado em inspeção médica será compulsoriamente li- concedida nova licença, transcorridos 2 (dois) anos do término da
cenciado com direito à percepção do vencimento ou remuneração licença anterior. (Incluído pela Lei 12404 de 30/12/1998)
e demais vantagens inerentes ao cargo. §5º. No curso de licença por motivo de doença em pessoa da
Art. 233. Há também licença compulsória por interdição decla- família, o funcionário abster-se-á de quaisquer atividades remune-
rada pala autoridade sanitária competente, por motivo de doença radas, sob pena de interrupção da licença, com perda total do ven-
de pessoa co-habitante da residência do funcionário. cimento ou remuneração, até que reassuma o cargo. (Incluído pela
Art. 234. Para verificação das moléstias indicadas no artigo an- Lei 12404 de 30/12/1998)
terior, a inspeção médica é feita obrigatoriamente por Junta Oficial
de três membros, podendo o funcionário pedir outra junta e novos SEÇÃO VI
exames de laboratório, caso não se conforme com o laudo. DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
Art. 235. A licença é convertida em aposentadoria, na forma do
art. 217, antes do prazo estabelecido, quando assim opinar a Junta Art. 238. Ao funcionário que for convocado para o serviço mi-
Médica, por considerar definitiva, para o serviço público em geral, a litar ou aos outros encargos de segurança nacional, será concedida
invalidez do funcionário. licença com vencimento ou remuneração, descontada mensalmen-
te a importância que receber na qualidade de incorporado, salvo se
SEÇÃO IV optar pelas vantagens do serviço militar.
DA LICENÇA À GESTANTE §1º. A licença será concedida à vista de documento oficial que
prove a incorporação.
Art. 236. À funcionária gestante é concedida, mediante inspe- §2°. Ao funcionário desincorporado conceder-se-á prazo não
ção médica, licença por três meses, com percepção do vencimento excedente de trinta dias, para que reassuma o exercício, sem per-
ou remuneração e demais vantagens legais. da de vencimento ou remuneração, e, se a ausência exceder esse
§1º. Salvo prescrição médica em contrário, a licença será con- prazo, será decretada a demissão por abandono de cargo, na forma
cedida a partir do início do oitavo mês de gestação. da lei.
§2°. Quando houver necessidade de preservar a saúde do re- Art. 239. Ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas
cém-nascido, a licença poderá ser prorrogada por três meses. será concedida licença, com vencimento ou remuneração integral,
§3º. A funcionária gestante, quando em serviço de natureza durante os estágios não remunerados previstos pelos regulamentos
braçal, terá direito a ser aproveitada em função compatível com o militares.
seu estado, a contar do quinto mês de gestação, sem prejuízo do Parágrafo único. No caso de estágio remunerado, assegurar-se-
direito à licença de que trata este artigo. -lhe-á direito de opção.
Art. 241. Não será concedida licença para trato de interesses SEÇÃO X
particulares quando inconveniente para o serviço, nem o funcioná- DA LICENÇA PARA FREQUÊNCIA A CURSO DE
rio nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o exercício. APERFEIÇOAMENTO OU ESPECIALIZAÇÃO
Art. 242. O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir da
licença para o trato de interesses particulares. Art. 251. Será concedida licença ao funcionário matriculado em
Art. 243. Em caso de comprovado interesse público, a licença curso de aperfeiçoamento ou especialização a realizar-se fora da ci-
de que trata esta Seção poderá ser cassada pela autoridade compe- dade onde o servidor exercer suas funções.
tente, devendo o funcionário ser expressamente notificado do fato. §1º. O aperfeiçoamento ou a especialização deverão visar o
Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, o funcio- melhor aproveitamento do funcionário no serviço público.
nário deverá apresentar-se ao serviço no prazo de trinta dias, a par- §2°. No caso de acumulação de cargos e visando o curso o me-
tir da notificação, findos os quais, a sua ausência será computada lhor aproveitamento do servidor à apenas um deles, o outro órgão
como falta ao trabalho. concederá a licença com exclusão do benefício de que trata o artigo
Art. 244. Ao funcionário interino ou em comissão não se conce- 182.
derá, nessa qualidade, licença para trato de interesses particulares. §3º. Realizando-se o curso na mesma localidade da lotação
Parágrafo único. Não se concederá, igualmente, licença para do servidor, ou em outra de fácil acesso, em lugar da licença será
o trato de interesses particulares, ao funcionário que, a qualquer concedida simples dispensa do expediente pelo tempo necessário à
título, esteja ainda obrigado a indenização ou devolução aos cofres frequência regular do curso.
públicos.
CAPÍTULO XI
SEÇÃO VIII DO FUNCIONÁRIO ESTUDANTE
DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM SERVIDOR
Art. 252. Ao Funcionário, matriculado em estabelecimento de
Art. 245. A funcionária casada com servidor público, civil ou ensino, será concedido, sempre que possível, por ato expresso do
militar, no caso de não ser possível a remoção na forma do art. 67, Secretário de Estado ou diretor de órgão autônomo, horário espe-
terá direito à licença sem vencimento, quando o marido for man- cial de trabalho, que possibilite frequência regular às aulas, me-
dado servir, independentemente de solicitação em outro ponto do diante comprovação por parte do interessado, do horário das aulas,
Estado, do Território Nacional ou no Exterior. para efeito de reposição obrigatória.
Parágrafo único. A licença é concedida mediante pedido devi-
damente instruído, que deverá ser renovado de dois em dois anos. CAPÍTULO XII
Art. 246. Independentemente do regresso do marido, a funcio- DO TREINAMENTO
nária poderá reassumir o exercício a qualquer tempo.
Art. 253. O Estado manterá, através do órgão competente, cur-
SEÇÃO IX sos de treinamento para os servidores civis do Poder Executivo.
DA LICENÇA ESPECIAL Art. 254. Constituem-se, dentre outros, objetivos dos cursos de
treinamento:
Art. 247. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) I - fornecer ao servidor elementos gerais de instrução;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de II - ministrar técnicas específicas de administração, particular-
22/10/2019) mente nos setores de planejamento administrativo; lançamento e
Art. 248. (Revogado pela Lei 12556 de 25/05/1999) arrecadação de tributo; elaboração e execução de orçamentos; ad-
Art. 249. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) ministração de pessoal; administração de material; organização e
I - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) métodos; relações públicas e problemas de chefia.
II - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) III - ministrar aulas de preparação para concursos.
III - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
IV - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) TÍTULO VI
V - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA
VI - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
VII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) CAPÍTULO I
VIII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) DISPOSIÇÕES GERAIS
IX - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019)
X - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) Art. 255. O Estado prestará assistência ao funcionário e à sua
XI - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) família.
XII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) Art. 256. Entre as formas de assistência incluem-se:
XIII - (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) I - Assistência médica, dentária, hospitalar e alimentar, além
XIV - (Redação dada pela Lei 12676 de 14/09/1999) (Revogado de outras julgadas necessárias, inclusive em sanatórios e creches;
pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) II - previdência, seguro e assistência judiciária;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de III - financiamento para aquisição de imóvel destinado à resi-
22/10/2019) dência do funcionário;
Art. 250. (Revogado pela Lei Complementar 217 de 22/10/2019) IV - Cooperativas de consumo e de crédito;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei Complementar 217 de V - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional;
22/10/2019)
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Art. 270. As certidões sobre matéria de pessoal serão forneci- V - Lealdade e respeito às instituições constitucionais e admi-
das pelo órgão competente, de acordo com elementos e registros nistrativas a que servir;
existentes, obedecidas as normas constitucionais. VI - Observância das normas legais e regulamentares;
Art. 271. Ao funcionário interessado ou a seu representante le- VII - Obediência às ordens superiores, exceto quando manifes-
gal será dada vista do processo administrativo, quando autorizado tamente ilegais;
pela autoridade competente. VIII - Levar ao conhecimento de autoridade superior irregulari-
dades de que tiver ciência em razão do cargo ou função;
TÍTULO VIII IX - Zelar pela economia e conservação do material que lhe for
DO REGIME DISCIPLINAR confiado;
X - Providenciar para que esteja sempre em ordem, no assenta-
CAPÍTULO I mento individual, sua declaração de família;
DA ACUMULAÇÃO XI - Atender prontamente às requisições para defesa da Fazen-
da Pública e à expedição de certidões para defesa de direito;
Art. 272. É vedada a acumulação remunerada, exceto: XII - Guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de na-
I - a de um cargo de Juiz e um de professor; tureza reservada de que tenha conhecimento em razão do cargo
II - a de dois cargos de professor; ou função;
III - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; XIII - Apresentar-se decentemente trajado em serviço ou com
IV - a de dois cargos privativos de médico. uniforme que for destinado para cada caso;
§1º. Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permiti- XIV - Proceder na vida pública e privada de forma a dignificar
da quando haja correlação de matéria e compatibilidade de horário. sempre a função pública;
§2°. A proibição de acumular se estende a cargos, funções ou XV - Submeter-se a inspeção médica que for determinada pela
empregos em autarquias, empresas públicas e sociedade de eco- autoridade competente;
nomia mista. XVI - Frequentar cursos legalmente instituídos para aperfeiçoa-
§3º. A proibição de acumular proventos não se aplica aos apo- mento ou especialização;
sentados, quando no exercício de mandato eletivo, cargo em co- XVII - Comparecer à repartição às horas de trabalho ordinário
missão ou ao contrato para prestação de serviços técnicos ou es- e às de extraordinário, quando convocado, executando os serviços
pecializados. que lhe competirem.
Art. 273. Verificada, em processo administrativo, acumulação
proibida, e provada boa-fé, o funcionário será obrigado a optar por CAPÍTULO III
um dos cargos. DO APERFEIÇOAMENTO E DA ESPECIALIZAÇÃO
Parágrafo único. Provada má-fé, o funcionário perde todos os
cargos e restituirá o que tiver recebido indevidamente. Art. 280. É dever imanente do funcionário diligenciar para o
Art. 274. As acumulações serão objeto de estudo e parecer in- seu constante aperfeiçoamento profissional e cultural.
dividuais por parte do órgão, para esse fim criado. Art. 281. O funcionário tem por dever frequentar, salvo moti-
Art. 275. É vedado o exercício gratuito de função ou cargo re- vos relevantes que o impeçam, cursos de treinamento funcional,
munerado. especialização ou aperfeiçoamento profissional para o qual seja ex-
Art. 276. O funcionário não pode exercer, simultaneamente, pressamente designado ou convocado.
mais de uma função gratificada, bem como receber cumulativa- Art. 282. Para que o funcionário possa ampliar sua capacidade
mente, vantagens pecuniárias da mesma natureza, salvo as exce- profissional, o Estado promoverá cursos de aperfeiçoamento, con-
ções estabelecidas em lei. ferências, congressos, publicações de trabalhos referentes ao servi-
Art. 277. Não se compreendem na proibição de acumular, nem ço público e viagens de estudo.
estão sujeitas a quaisquer limites, a percepção: §1º. O Estado pode conceder facilidades, inclusive financeiras,
I - conjunta, de pensões civis ou militares; supletivas, ao funcionário que por iniciativa própria, tenha obtido
II - de pensões com vencimento, remuneração ou salário; bolsa de estudo ou inscrição em cursos fora do Estado ou no ex-
III - de pensões com proventos de disponibilidade, aposenta- terior, desde que a modalidade de que trate seja correlata à sua
doria ou reforma; formação e atividade profissional no serviço público estadual.
IV - de proventos resultantes de cargos legalmente acumulá- §2°. Para os fins deste artigo, será concedida ao funcionário a
veis; licença de que trata o art. 251.
V - de proventos com vencimento ou remuneração, nos casos Art. 283. O Estado manterá em caráter permanente, no orça-
de acumulação legal. mento de cada exercício, dotação suficiente destinada a garantir a
Art. 278. (Revogado pela Lei 18875 de 27/09/2016) consecução dos objetivos dispostos neste Capítulo.
Art. 284. Os diplomas, certificados de aproveitamento, atesta-
CAPÍTULO II dos de frequência, fornecidos pelo órgão responsável pela admi-
DOS DEVERES nistração de cursos e bolsa de estudos, influem como títulos nos
concursos em geral e nas promoções e acessos de classe em que
Art. 279. São deveres do funcionário: esteja interessado o seu portador.
I - Assiduidade; Parágrafo único. O regulamento caracterizará a valorização
II - Pontualidade; de cada espécie de títulos, apreçando mais os obtidos mediante a
III - Urbanidade; prestação de provas de conhecimentos e considerando, inclusive, o
IV - Discrição; conceito das instituições expedidoras do título.
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IV - a de destituição de função, aplicada em caso de falta de §3º. Nos casos dos itens II e III, sempre que a imposição de pena
exação no cumprimento do dever, de benevolência ou negligência depender da instauração de processo administrativo, a competên-
contributiva para falta de apuração, no devido tempo, de infração cia para decidir é do Secretário de Estado respectivo ou do chefe do
perpetrada por outrem; órgão diretamente subordinado ao chefe do Poder Executivo.
V - a de demissão, aplicada nos casos de: Art. 297. O funcionário que deixar de atender, sem causa justi-
a) crime contra a administração pública; ficada, a qualquer exigência, para cujo cumprimento seja marcado
b) abandono do cargo; prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou re-
c) incontinência pública e escandalosa, vício de jogos proibidos muneração, até que satisfaça essa exigência.
e embriaguez habitual; Art. 298. Além da pena judicial que couber, serão considerados
d) ofensa física em serviço, contra servidor ou particular, salvo como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de atender
em legítima defesa; à convocação do júri e outros serviços, obrigatórios por lei, sem mo-
e) insubordinação grave em serviço; tivo justificado.
f) aplicação irregular dos dinheiros públicos; Art. 299. Deverão constar do assentamento individual todas as
g) revelação de segredo que se conheça em razão do cargo ou penas impostas ao funcionário, inclusive as decorrentes da falta de
função; comparecimento às sessões do júri para que for sorteado.
h) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio do Es- Art. 300. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade se
tado; ficar provado que o inativo:
i) corrupção passiva, nos termos da Lei penal; I - praticou falta grave no exercício do cargo ou função;
j) transgressão a qualquer das proibições previstas no item II, II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
do art. 285, quando de natureza grave a se comprovada má-fé; III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia
k) e nos demais casos expressos neste Estatuto. autorização do Presidente da República;
§1º. Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, IV - praticou usura em qualquer de suas formas;
sem justa causa, por trinta dias consecutivos. V - perdeu a nacionalidade brasileira.
§2°. Será ainda demitido o funcionário que, durante o período Parágrafo único. Será igualmente cassada a disponibilidade ao
de doze meses, faltar ao serviço sessenta dias interpoladamente, funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercício do cargo ou
sem causa justificada. função em que for aproveitado.
§3º. Entender-se-á por ausência ao serviço, com justa causa, Art. 301. Prescreverá:
não somente aquela autorizada na forma da legislação vigente, I - em dois anos, a falta sujeita às penas de repreensão ou sus-
como a que assim for considerada após a devida comprovação em pensão;
inquérito administrativo, caso em que as faltas serão justificadas II - em cinco anos, a falta sujeita: (Redação dada pela Lei 13640
apenas para fins disciplinares. de 25/06/2002)
§4º. O funcionário suspenso perderá todas as vantagens decor- a) a pena de demissão ou destituição de função; (Redação dada
rentes do exercício do cargo. pela Lei 13640 de 25/06/2002)
§5º. Quando houver conveniência para o serviço, a pena de b) a cassação da aposentadoria ou disponibilidade. (Redação
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta dada pela Lei 13640 de 25/06/2002)
por cento por dia de vencimento ou remuneração, obrigado, neste III - vetado... .
caso o funcionário a permanecer no serviço. §1º. Interrompem-se os prazos prescricionais previstos no
Art. 294. O ato de demissão mencionará sempre o dispositivo caput e incisos I e II deste artigo: (Redação dada pela Lei 13640 de
legal em que se enquadre. 25/06/2002)
Art. 295. É punido o funcionário que se recusar a inspeção mé- a) pela instauração de Sindicância; (Incluído pela Lei 13640 de
dica ou a seguir tratamento adequado, com a pena de suspensão, 25/06/2002)
no primeiro caso, e com o cancelamento da licença, no segundo. b) pela instauração de Processo Administrativo; (Incluído pela
Parágrafo único. A suspensão ou o cancelamento cessam desde Lei 13640 de 25/06/2002)
que seja efetuada a inspeção, ou iniciado o tratamento. c) pela interposição de Recurso Administrativo com efeito sus-
Art. 296. São competentes para aplicação das penalidades dis- pensivo; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
ciplinares: d) pela decisão final proferida no Processo Administrativo; (In-
I - O Chefe do Poder Executivo, em qualquer caso e, privati- cluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
vamente, nos casos de demissão ou cassação da aposentadoria e e) pela interposição de Pedido de Revisão da decisão proferida
disponibilidade; no Processo Administrativo; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
II - os Secretários de Estado e demais Chefes de órgãos dire- f) pela decisão final proferida no Pedido de Revisão de que tra-
tamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo, em todos os ta a letra anterior; (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
casos, salvo nos de competência privativa deste; g) pela propositura de ação na esfera jurisdicional, que tenha
III - os Chefes de unidades administrativas em geral no caso das por pretensão a anulação ou revisão do ato administrativo que apli-
penalidades de advertência, repreensão, suspensão até trinta dias cou a sanção ao servidor. (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
e multa correspondente. §2º. Fica suspenso o curso do prazo prescricional enquanto não
§1º. A mesma autoridade que aplicar a penalidade, ou autori- sobrevier decisão judicial transitada em julgado no processo ao qual
dade superior, poderá torná-la sem efeito. se refere a letra “g”, do §1º. (Incluído pela Lei 13640 de 25/06/2002)
§2°. A aplicação da pena de destituição de função caberá à au-
toridade que houver feito a designação do funcionário.
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III - não agir de modo temerário; Art. 11. Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
rar para o esclarecimento dos fatos; dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
V - não produzir provas nem praticar atos inúteis, desnecessá- Art. 12. São inválidos os atos administrativos que desatendam
rios ou protelatórios; os pressupostos legais e regulamentares de sua edição, ou os prin-
VI - não usar do processo para conseguir objetivo ilegal; cípios orientadores da Administração Pública, especialmente nos
VII - não opor resistência injustificada ao andamento do pro- casos de:
cesso; I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que
VIII - não provocar incidentes manifestamente infundados. emane;
Art. 7º É defeso ao administrado, a seus procuradores e a qual- II - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
quer pessoa que participe do processo empregar expressões inju- III - ilicitude do objeto;
riosas nos escritos apresentados, cabendo à autoridade administra- IV - inexistência ou impertinência do motivo de fato ou de di-
tiva, de ofício ou a requerimento do ofendido mandar riscá-las. reito;
§1º Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defe- V - desvio de poder ou de finalidade.
sa oral, a autoridade advertirá o administrado para que não as use, Art. 13. São legitimados como interessados no processo admi-
sob pena de lhe ser cassada a palavra. nistrativo:
§2º A requerimento do ofendido, a autoridade administrativa I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expres- direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
sões injuriosas ou ofensivas e disponibilizará à parte interessada. presentação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
TÍTULO III ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
NORMAS GERAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS III - a pessoa física, organização ou associação, quanto a direitos
ADMINISTRATIVOS e interesses individuais homogêneos, coletivos e difusos;
IV - a entidade de classe, no tocante a direito e interesse de
CAPÍTULO I seus associados.
DO INÍCIO DO PROCESSO §1º A atuação no processo administrativo, nos casos de organi-
zações, associações e entidades de classes, referidas nos incisos III
Art. 8º Todo assunto submetido ao conhecimento da Adminis- e IV deste artigo, dependerá de comprovação de pertinência temá-
tração Pública será preferencialmente instrumentalizado pela via tica por parte das pessoas neles indicadas.
de processo administrativo. §2º Será admitida a intervenção de terceiro no processo, por
Art. 9º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício, a decisão de autoridade competente para o seu julgamento, quando
requerimento, por proposição ou comunicação do administrado. comprovado seu interesse.
Parágrafo único. A Administração não iniciará qualquer atuação §3º É facultada a constituição de advogado para defesa dos in-
material relacionada com a esfera jurídica dos particulares sem a teresses do interessado, salvo quando obrigatória a representação,
prévia expedição do ato administrativo que lhe sirva de fundamen- por força de lei.
to, salvo na hipótese de expressa previsão legal. Art. 14. São capazes, para fins de processo administrativo, os
Art. 10. A provocação do interessado, salvo casos previstos em maiores de dezoito anos, ressalvada disposição legal em contrário.
lei em que for admitida solicitação oral, deve ser formulada por es-
crito e indicando cumulativamente, no mínimo: CAPÍTULO III
I - órgão, entidade ou autoridade administrativa a que se dirige; DA COMPETÊNCIA
II - identificação do interessado ou de quem o represente, as-
sim como de seu advogado, caso constituído; Art. 15. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
municações; delegação e avocação legalmente admitidos.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus Art. 16. Um órgão administrativo e seu titular poderá, se não
fundamentos; houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
§1º É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi- mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
mento de documentos. tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial,
§2º Constatada a ausência de algum dos dados do requerimen- mediante a justificativa expressa para tanto.
to inicial pela autoridade competente para o julgamento ou para Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
a instrução do processo, será determinado o suprimento da falta delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
pelo requerente, concedendo-se, para tanto, o prazo não inferior presidentes.
a 24 (vinte e quatro) horas nem superior a quinze dias, sob pena Art. 17. Não podem ser objeto de delegação:
de arquivamento, salvo se a continuação do feito for de interesse I - a edição de atos de caráter normativo;
público. II - a decisão de recursos administrativos;
§3º Será indeferido o requerimento inicial quando forem re- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
novados pedidos já examinados, ressalvado o disposto no art. 85 dade;
desta Lei. IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização
expressa e na forma por ela determinada;
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I - quando por via eletrônica, nos termos do disposto no art. Art. 34. Consideram-se realizados os atos processuais por meio
35 desta Lei. eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema, que fornecerá o
II - quando por via postal, na data de juntada aos autos do aviso respectivo protocolo eletrônico, gerando confirmação da prática do
de recebimento; ato.
III - quando pessoal, na data da aposição da ciência no instru- Parágrafo único. Quando a manifestação for enviada para aten-
mento ou expediente; ou na data do registro da recusa em assinar der prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmiti-
o ato de comunicação; das até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.
IV - quando por edital, três dias após sua publicação. Art. 35. Os atos de comunicação dirigidos ao interessado cre-
§4º Considera-se pessoal a intimação realizada por meio ele- denciado serão realizados por meio eletrônico, considerando-se
trônico aos interessados cadastrados mencionados no §1º deste realizados no dia útil seguinte à consulta ao teor da notificação ou
artigo. intimação, ou ao da entrada do protocolado na caixa de processos
Art. 28. Os atos de comunicação serão obrigatoriamente pes- do agente público responsável pela prática do ato.
soais quando: §1º Inexistindo confirmação de leitura em até dez dias contí-
I - o processo envolver interesse de incapaz; nuos contados da data do envio, considerar-se-á automaticamente
II - o destinatário da comunicação residir em local não atendido realizado o ato na data do término deste prazo.
pela entrega domiciliar de correspondência, ou não for cadastrado §2º Nos casos urgentes em que a comunicação realizada na
no sistema de processo eletrônico; forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou
Art. 29. O ato de comunicação será realizado por edital: for evidenciada tentativa de burla ao sistema, o ato processual será
I - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que o realizado por outro meio que atinja sua finalidade, conforme deter-
notificado ou o postulante se encontrar; minado pela autoridade competente.
II - quando houver fundada suspeita de ocultação para frustrar Art. 36. Todas as comunicações oficiais, que transitem entre ór-
o recebimento do ato de comunicação; gãos da Administração, serão feitas por meio eletrônico, nos termos
III - nos demais casos expressos em lei. do regulamento.
§1º São requisitos para a notificação e intimação por edital:
I - declaração formal da autoridade competente acerca das cir- SEÇÃO II
cunstâncias previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; DA PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS POR OUTROS MEIOS
II - fixação do edital na sede da repartição onde tramita o pro-
cesso; Art. 37. É permitida a prática de atos processuais que depen-
III - publicação do edital em Diário Oficial, com juntada aos au- dam de manifestação escrita mediante a utilização de sistema de
tos de cópia do ato publicado. transmissão de dados e imagens, na forma prevista em regulamen-
§2º Os atos de comunicação serão nulos quando feitos sem ob- to.
servância das prescrições legais, mas o comparecimento do admi- Art. 38. A Administração realizará, preferencialmente, por sis-
nistrado supre sua falta ou irregularidade. tema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de trans-
Art. 30. O desatendimento dos atos de comunicação não im- missão de sons e imagens em tempo real, interrogatório, depoi-
porta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a mento, reunião de órgão colegiado ou audiência pública, dentre
direito pelo administrado. outros atos processuais.
Art. 31. No prosseguimento do processo, será garantido direi-
to ao contraditório e à ampla defesa ao interessado, podendo este SEÇÃO III
atuar no processo a qualquer tempo, recebendo-o no estado em DO SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO
que se encontrar, observado que nenhum ato será repetido em ra-
zão de sua inércia. Art. 39. A Administração deverá manter sistema eletrônico
para os processos administrativos por meio de autos total ou par-
CAPÍTULO VI cialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de
DA AUTUAÇÃO E DA DOCUMENTAÇÃO computadores e o acesso por meio de redes internas e externas.
Art. 40. O envio de manifestações de qualquer natureza em
Art. 32. Os processos administrativos serão autuados e nume- formato digital pode ser feito diretamente pelo interessado, seu
rados respeitando a ordem lógica e cronológica de inserção dos do- representante ou advogado constituído, sem necessidade da par-
cumentos. ticipação do órgão administrativo, hipótese em que o recebimento
dar-se-á de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de
CAPÍTULO VII protocolo.
DO USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO VIII
DA INSTRUÇÃO
SEÇÃO I
DOS ATOS PROCESSUAIS ELETRÔNICOS Art. 41. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
Art. 33. A prática de atos processuais por meio eletrônico será de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces-
admitida mediante uso de assinatura eletrônica ou digital. so.
Parágrafo único. Os atos de instrução que exijam a atuação dos
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 42. São inadmissíveis no processo administrativo as provas Art. 53. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao
obtidas por meios ilícitos. interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
Art. 43. A Administração Pública não conhecerá requerimentos não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
ou requisições de informações, documentos ou providências que: tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
I - não contenham a devida especificação do objeto do proces- Art. 54. Os interessados já qualificados no processo serão inti-
so a que se destinam; mados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima
II - não sejam da competência do órgão requisitado. de cinco dias, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 44. Quando a matéria do processo envolver assunto de in- Art. 55. Encerrada a instrução, o interessado, seu representan-
teresse público, o órgão competente poderá, mediante despacho te ou advogado constituído, terá o direito de manifestar-se no prazo
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de máximo de quinze dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para Art. 56. Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao in-
a parte interessada. teresse público ou à segurança de bens, pessoas e serviços, a Ad-
§1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação ministração Pública poderá, motivadamente, adotar providências
pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos- acauteladoras já previstas em lei ou em atos normativos infralegais.
sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale- Art. 57. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
gações escritas. ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
§2º A participação à consulta pública não confere, por si, a con- o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
dição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem,
Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a na forma da lei.
todas as alegações substancialmente iguais. Art. 58. O órgão de instrução que não for competente para emi-
Art. 45. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- conteúdo das fases do processo e formulará proposta de decisão,
blica para debates sobre a matéria do processo. objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
Art. 46. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re- competente.
levante, poderão estabelecer outros meios de participação de ad- Art. 59. A proposta de decisão conterá sugestão da sanção a ser
ministrados, diretamente ou por meio de organizações e associa- aplicada, se for o caso.
ções legalmente reconhecidas.
Art. 47. Os resultados da consulta, da audiência pública e de CAPÍTULO IX
outros meios de participação de administrados deverão ser apre- DO INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL
sentados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 48. Quando necessária à instrução do processo, a audi- Art. 60. O incidente de falsidade documental pode ser instau-
ência de outros órgãos ou entidades administrativas, poderá ser rado em qualquer fase do processo administrativo, de ofício ou a
realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou pedido do interessado, a quem caberá suscitá-lo na defesa ou no
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva prazo de quinze dias, contados da intimação da juntada do docu-
ata, a ser juntada aos autos. mento reputado ilegítimo aos autos.
Art. 49. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- Parágrafo único. A arguição de falsidade documental estará su-
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a jeita ao exame de admissibilidade pela autoridade processante, a
instrução do processo e do disposto no art. 50 desta Lei. qual sustará o processo até a decisão final acerca da falsidade ou
Art. 50. Quando o interessado declarar que fatos e dados es- autenticidade do documento.
tão registrados em documentos existentes no próprio órgão res- Art. 61. Quando o incidente for promovido pelo interessado,
ponsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão seu requerimento será dirigido à autoridade competente para a ins-
competente para a instrução promoverá, de ofício, a obtenção dos trução, e deverá trazer os motivos pelos quais argui a falsidade do
documentos ou das respectivas cópias, ou justificará a impossibili- documento.
dade de fazê-lo. Art. 62. Admitido incidente de falsidade documental, a parte
Art. 51. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da que produziu o documento será intimada para, no prazo de quinze
tomada de decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili- dias, manifestar-se e apresentar prova acerca da veracidade do do-
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria cumento questionado, podendo ser determinado o exame pericial,
objeto do processo. se for o caso.
§1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na Art. 63. A decisão que resolver o incidente declarará a falsidade
motivação do relatório e da decisão. ou autenticidade do documento.
§2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun- Parágrafo único. Se for declarada a falsidade do documento,
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam a autoridade processante determinará a instauração de processo
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. administrativo destinado a apurar a responsabilidade da parte que
Art. 52. Quando necessária a prestação de informações ou a juntou documento falso e imporá a penalidade cabível, sem prejuí-
apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão ex- zo do dever de representar ao Ministério Público.
pedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, for-
ma e condições de atendimento.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§2º Na contagem de prazo em dias, computar-se-ão somente Art. 94. São circunstâncias que sempre agravam a penalidade,
os dias úteis. quando não constituem ou qualificam a infração:
§3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a I - reincidência nas infrações;
data; se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque- II - ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de danos a
le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. bens, pessoas e serviços;
§4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a mi- III - ter o infrator cometido a infração:
nuto. a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo torpe;
§5º Só se iniciam e vencem os prazos em dia de expediente no b) coagindo outrem para a execução material da infração;
órgão ou entidade. c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
§6º Os prazos concedidos aos particulares poderão ser devolvi- pública ou o meio ambiente;
dos, mediante requerimento do interessado, quando óbices injusti- d) causando danos à propriedade alheia;
ficados causados pela Administração resultarem na impossibilidade e) à noite;
de atendimento do prazo fixado. f) mediante fraude ou abuso de confiança;
§7º Nos casos de notificação ou intimação por meio de Diário g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autori-
Oficial, considera-se data da publicação o primeiro dia útil seguinte zação;
ao da disponibilização da informação no referido Diário. h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcial-
Art. 89. Salvo previsão legal ou motivo de força maior compro- mente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais.
vado, os prazos processuais não se interrompem nem se suspen- Art. 95. A ação punitiva da Administração Pública Estadual
dem. prescreve:
I - em dois anos, a falta sujeita às penas de advertência, repre-
TÍTULO IV ensão e suspensão;
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS ESPECIAIS II - em cinco anos, a falta sujeita:
a) à pena de demissão ou destituição de função ou de cargo
CAPÍTULO I em comissão;
DA SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO b) à cassação da aposentadoria ou disponibilidade.
DISCIPLINAR §1º Interrompe-se a prescrição:
I - pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por meio
SEÇÃO I de edital;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato.
§2º Suspende o curso do prazo prescricional:
Art. 90. Este Capítulo estabelece normas sobre Sindicância e I - durante o período de cumprimento de termo de ajuste de
Processo Administrativo Disciplinar - PAD no âmbito dos órgãos e conduta disciplinar firmado com o servidor de que trata este Có-
entidades mencionados no §1º do art. 1º desta Lei. digo;
Art. 91. A exoneração ou a mudança de situação funcional do II - durante o sobrestamento do Processo Administrativo Dis-
servidor não impedem a instauração de processo administrativo ciplinar;
disciplinar e eventual punição por infrações cometidas no exercício III - enquanto não proferida decisão judicial da qual dependa o
das atribuições do cargo originárias. prosseguimento do processo administrativo disciplinar;
Art. 92. Sem prejuízo das circunstâncias atenuantes e agravan- IV - em razão de ordem judicial que suspenda o curso da Sindi-
tes previstas em legislação específica, para imposição e gradação de cância ou do Processo Administrativo Disciplinar.
sanções administrativas, a autoridade competente observará: §3º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
I - proporcionalidade entre a sanção e a gravidade da infração; infrações disciplinares capituladas também como crime.
II - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração §4º Incide a prescrição no processo administrativo disciplinar
e suas consequências; paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou des-
III - os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da pacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requeri-
legislação violada; mento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsa-
IV - a reincidência, assim compreendida a repetição de infração bilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
de igual natureza após aplicação de sanção anterior; Art. 96. É vedada a exoneração a pedido, bem como a conces-
V - a situação econômica do infrator, em especial sua capaci- são de aposentadoria voluntária, a servidor que esteja respondendo
dade de geração de rendas e seu patrimônio, no caso de aplicação a processo administrativo disciplinar, e, se aplicada pena, somente
de multa; após o seu cumprimento.
VI - circunstâncias gerais agravantes ou atenuantes da infração. §1º O disposto no caput deste artigo se aplica também quando
Art. 93. São circunstâncias que sempre atenuam a penalidade: da instauração de processo de ajustamento de conduta disciplinar,
I - a ausência de dolo; até o completo cumprimento das condições estipuladas.
II - o baixo grau de instrução ou escolaridade do infrator; §2º Excetuam-se da regra prevista no caput deste artigo os
III - a reparação espontânea do dano, ou sua limitação signifi- casos de exoneração a pedido formulado por servidor que estiver
cativa; respondendo processo administrativo disciplinar por abandono de
IV - a comunicação prévia e eficaz, pelo infrator, do risco de cargo público, inassiduidade habitual ou acúmulo ilegal de cargos.
danos a bens, pessoas e serviços; Art. 97. No caso de envolvimento de servidores requisitados ou
V - a colaboração com os agentes encarregados da vigilância e cedidos que não estejam sujeitos ao regime disciplinar deste Códi-
da fiscalização da atividade. go, cópia dos autos da sindicância ou do processo, após concluídos,
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
deverão ser remetidos para os órgãos ou entidades a que estejam §2º Atendendo a denúncia ou representação os requisitos de
vinculados para fins de adoção das providências cabíveis de acordo admissibilidade, a autoridade determinará a imediata apuração dos
com a respectiva legislação. fatos, mediante verificação preliminar, Sindicância ou PAD.
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nente da Administração Pública, preferencialmente lotados no ór- I - designar, dentre os membros da Comissão, aquele que exer-
gão da Administração responsável pelo Processo, designados pela cerá a função de secretário, colhendo dele o compromisso de de-
autoridade instauradora, que indicará dentre eles, o seu presidente. sempenhar bem e fielmente as suas atribuições;
§1º A Comissão Processante, permanente ou especial, será II - Solicitar designação de servidor não integrante da Comis-
composta por um Presidente, um Secretário e um Vogal. são, para o exercício de atividade específica na instrução proces-
§2º A designação de funcionário de outro órgão para integrar sual, após prévia concordância da chefia imediata, respeitados os
Comissão deverá ser precedida de autorização da autoridade a que casos de suspeições e impedimentos deste Código;
o mesmo estiver subordinado. III - coordenar os trabalhos da Comissão, orientando o secretá-
§3º O membro da comissão não poderá ser hierarquicamente rio, o vogal e os auxiliares no exercício de suas funções;
inferior ao indiciado. IV - proceder a estudo prévio do processo encaminhado à Co-
Art. 108. A designação de servidor para integrar Comissão missão, promovendo a complementação de documentos e agenda-
constitui encargo de natureza obrigatória, exceto nos casos de sus- mento das audiências;
peições e impedimentos legalmente admitidos. V - verificar e corrigir as irregularidades processuais acaso exis-
tentes, saneando o processo;
SUBSEÇÃO II VI - exarar despachos de expediente e prolatar decisões inter-
DOS IMPEDIMENTOS E DAS SUSPEIÇÕES locutórias;
VII - promover a intimação de servidores, de testemunhas e de
Art. 109. É impedido de atuar em Sindicância ou Processo Ad- defensores;
ministrativo Disciplinar o servidor ou autoridade que: VIII - encaminhar notificação ao indiciado;
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria, ou na solução IX - dirigir as audiências, auxiliado pelo secretário e pelo vo-
do processo; gal, ouvindo o indiciado e as testemunhas e concedendo a pala-
II - tenha, de algum modo, participado na relação ou no fato vra, primeiramente, aos membros de Comissão e, posteriormente
que deu causa à instauração da Sindicância ou do Processo Admi- ao defensor, para que apresentem as perguntas a serem efetuadas
nistrativo Disciplinar; ao denunciante, representante, vítima, indiciado, testemunha ou
III - tenha participado ou venha a participar da Sindicância ou informante e ao perito;
do Processo Administrativo Disciplinar como perito, testemunha ou X - oficiar à autoridade competente requisitando a presença
representante; do servidor, quando este for policial militar, policial civil ou agente
IV - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- penitenciário, bem como para solicitar o encaminhamento de cópia
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro; de documento, inclusive de inquérito policial e de peças de proces-
V - seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro so administrativo ou judicial;
grau de qualquer dos interessados; XI - verificar a regularidade da assistência do indiciado por ad-
VI - encontrar-se envolvido em Sindicância ou Processo Admi- vogado constituído ou defensor dativo, juntando aos autos os ins-
nistrativo Disciplinar; trumentos de mandato ou designação;
VII - ter sofrido punição disciplinar e encontrar-se em período XII - deferir ou indeferir, fundamentadamente, produção de
de reabilitação; prova;
VIII - estar respondendo a processo criminal; XIII - coordenar a elaboração do relatório final a ser encaminha-
IX - ter sido condenado em processo penal. do à autoridade julgadora;
Art. 110. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- XIV - cumprir diligências complementares requeridas pela au-
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se toridade julgadora ou justificar a impossibilidade de seu cumpri-
de atuar. mento.
Art. 111. São circunstâncias configuradoras de suspeição para XV - Oficiar à Procuradoria Geral do Estado, a fim de que seja
os membros da Comissão Processante em relação aos interessados: requerido em Juízo, acesso a provas protegidas por sigilo, tais como
I - amizade íntima com ele ou parentes seus, até o terceiro grau; interceptações telefônicas ou de comunicações realizadas por
II - inimizade capital com ele ou parentes seus, até o terceiro quaisquer outros meios, dados bancários e fiscais e declarações de
grau; imposto de renda, quando necessárias;
III - compromissos pessoais ou comerciais com o denunciante, Art. 114. Compete ao vogal da Comissão:
como devedor ou credor, quando tratar-se de pessoas estranhas ao I - examinar os processos, elaborando estudo prévio e sugerin-
serviço público; do ao presidente a documentação a ser inicialmente solicitada e as
IV - amizade ou inimizade pessoal ou familiar, até o terceiro pessoas a serem convocadas;
grau, mútua e recíproca com o advogado do indiciado; II - prestar suporte administrativo necessário à Comissão Pro-
V - tiver aplicado ao denunciante, ao envolvido ou ao indiciado cessante, objetivando colher informações necessárias à instrução
penalidades decorrentes de Sindicância ou Processo Administrativo do processo;
Disciplinar; III - acompanhar, atentamente, as oitivas de modo a elaborar
VI - tiver participado da Comissão Sindicante que originou o perguntas que auxiliem a esclarecer o fato em apuração;
Processo Administrativo Disciplinar. IV - auxiliar o presidente e o secretário no exercício de suas
Art. 112. Poderá ser arguida por qualquer interessado a suspei- funções.
ção de autoridade ou servidor integrante da Comissão Processante. Art. 115. Compete ao Secretário da Comissão:
Parágrafo único. A arguição de suspeição será decidida pela Co- I - reduzir a termo declarações, depoimentos, informações e
missão Processante, no prazo de cinco dias contínuos. promover acareações;
Art. 113. Compete ao Presidente da Comissão: II - receber e expedir documentos, mediante protocolo;
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SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA INSTAURAÇÃO
Art. 126. O Processo Administrativo Disciplinar é o instrumento Art. 132. O ato administrativo instaurador do Processo Admi-
destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração prati- nistrativo Disciplinar conterá:
cada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as I - a identificação do indiciado pelo nome e documentos pes-
atribuições do cargo em que se encontre investido. soais;
Art. 127. O Processo Administrativo Disciplinar obedecerá ao II - a descrição sumária dos fatos imputados ao indiciado;
princípio do contraditório, assegurando-se ao indiciado ampla de- III - a indicação dos dispositivos legais em tese violados e das
fesa. sanções passíveis de serem aplicadas;
Parágrafo único. Da decisão proferida em processo administra- IV - a designação dos nomes que integram a Comissão Proces-
tivo disciplinar não caberá recurso, salvo, no prazo de cinco dias, sante e a indicação de seu presidente;
para suprir contradição, omissão ou obscuridade. Art. 133. O ato administrativo de Instauração deverá ser publi-
Art. 128. A exoneração de cargo em comissão não impede a cado em Diário Oficial.
instauração ou continuidade do Processo Administrativo Disciplinar, Parágrafo único. Quando o suposto ato a ser apurado puder
tampouco eventual punição por infrações cometidas no exercício expor a honra, a intimidade, a vida privada ou a imagem de servido-
no cargo. res ou terceiros, a autoridade instauradora deverá, motivadamente,
Art. 129. A Autoridade instauradora dará conhecimento à Pro- dispensar a publicação em Diário Oficial dos elementos que permi-
curadoria Geral do Estado, ao Ministério Público e ao Tribunal de tam sua identificação.
Contas competentes da instauração de processo administrativo Art. 134. Os trabalhos da Comissão somente poderão ser inicia-
para apurar a prática de infração que também constitua ato de im- dos a partir da data de publicação do ato administrativo designador,
probidade administrativa de que trata a Lei Federal nº 8.429, de 2 sob pena de nulidade dos atos anteriormente praticados.
de junho de 1992. §1º Os trabalhos da Comissão terão início em até três dias a
Art. 130. Havendo indícios de responsabilidade civil, a Comis- partir da data de publicação do ato administrativo designador.
são encaminhará à procuradoria do órgão da Administração Indire- §2º A autoridade que designou a comissão poderá substituir,
ta ou à Procuradoria-Geral do Estado, para análise e providências justificadamente, qualquer dos seus integrantes mediante publica-
cabíveis no âmbito de sua competência. ção do respectivo ato em Diário Oficial, sem interrupção ou suspen-
Art. 131. O Processo Administrativo Disciplinar se desenvolve são do prazo para conclusão dos trabalhos.
nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que designar a Comis- SUBSEÇÃO III
são Processante; DO DESPACHO DE INDICIAMENTO
II - indiciamento pela Comissão Processante;
III - defesa; Art. 135. O ato de indiciamento será elaborado pela Comissão
IV - instrução; Processante e conterá a descrição pormenorizada da irregularidade
V - relatório; cometida, em tese, e o dispositivo legal infringido, delimitando o
VI - julgamento. alcance das acusações.
Parágrafo único. A autuação do Processo Administrativo Disci- §1º A Comissão Processante deve se ater aos fatos ali descritos,
plinar observará a seguinte ordem: podendo, entretanto, antes da decisão final da autoridade compe-
I - ato administrativo inaugural da Autoridade, instaurando o tente, requerer a esta o aditamento do ato administrativo instau-
processo e designando os servidores para compor a Comissão Pro- rador, quando do surgimento de fatos novos durante a instrução
cessante permanente ou especial; probatória e/ou novos envolvidos no decorrer das apurações.
II - publicação do ato administrativo inaugural; §2º Na hipótese de surgimento de novos envolvidos no de-
III - ato administrativo do Presidente da Comissão, designando correr das apurações, a autoridade poderá decidir motivadamente
o Secretário e sua assinatura no Termo de Compromisso; pelo desmembramento dos processos administrativos disciplinares.
IV - ata de abertura; §3º O ato de aditamento do ato administrativo instaurador, de-
V - Informações existentes na Administração Pública a respeito vidamente identificado pelo número do Protocolo Geral do Estado
do(s) indiciado(s); atribuído ao expediente, deverá ser publicado em Diário Oficial e no
VI - documentação que originou o Processo Administrativo sítio eletrônico do órgão ou entidade processante.
para Apuração de Responsabilidade; §4º Aditado o ato administrativo instaurador, a Comissão Pro-
VII - despacho de indiciamento; cessante procederá ao aditamento do termo de indiciamento, sen-
VIII - notificação do(s) indiciado(s); do o indiciado intimado para, em quinze dias, querendo, apresentar
IX - defesa, se houver; defesa complementar e arrolar até três testemunhas.
X - produção de provas e inquirição de testemunhas, se for o §5º Na hipótese dos aditamentos acarretarem o indiciamento
caso; de novo servidor, este será notificado nos termos deste Código.
XI - notificação do interessado, para apresentação de razões
finais de defesa;
XII - juntada das razões finais;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 154. O indiciado deverá ser obrigatoriamente comunicado III - indeferimento da contradita e oitiva da pessoa na quali-
da intimação das testemunhas para que possa exercer o direito de dade de testemunha, quando do cotejo das razões da contradita e
acompanhar os depoimentos, sendo que sua ausência não é causa das respostas da pessoa aos questionamentos apresentados pelo
para o cancelamento ou adiamento daquele ato. presidente da Comissão não for possível concluir que a testemunha
Parágrafo único. A ausência do indiciado à tomada de depoi- é suspeita.
mento da testemunha, quando devidamente comunicados nos Art. 162. Se ficar comprovado no processo que alguma teste-
termos do caput, não é causa para cancelamento ou adiamento munha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, o presidente
daquele ato. da Comissão remeterá cópia do depoimento à autoridade julgadora
Art. 155. A testemunha, quando servidor público, não poderá para exame e decisão.
eximir-se da obrigação de depor, podendo recusar-se a fazê-lo o as- Art. 163. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
cendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o irmão, termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo
o pai, a mãe, ou filho do indiciado. permitidas breves consultas a apontamentos.
Parágrafo único. A ausência da testemunha será considerada Parágrafo único. Na redução a termo do depoimento, o pre-
falta ao trabalho e, quando não for legalmente justificada, deve- sidente da Comissão deverá cingir-se, tanto quanto possível, às
rá ensejar o desconto da remuneração correspondente ao dia não expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as
trabalhado. suas frases.
Art. 156. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, Art. 164. Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Parágrafo único. Sendo necessário, o Presidente da Comissão Art. 165. A Comissão empregará, ao longo de toda a arguição,
poderá admitir sejam prestadas declarações, independentemente tom neutro, não lhe sendo lícito usar de meios que revelem coação,
de compromisso, por pessoas menores, impedidas ou suspeitas. intimidação ou invectiva.
Art. 157. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato que: Parágrafo único. As perguntas devem ser formuladas com pre-
I - deva guardar sigilo em virtude de função, ministério, ofício cisão e habilidade, podendo, em certos casos, serem reformuladas,
ou profissão; para que se possa avaliar a segurança das alegações do depoente.
II - acarreta grave dano a si próprio, bem como ao seu cônjuge Art. 166. Concluídos os questionamentos da Comissão, o Presi-
ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em dente franqueará ao indiciado a oportunidade de formular quesitos
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. a serem respondidos pela testemunha.
Art. 158. A testemunha prestará depoimento do que lhe for Parágrafo único. Ao final do depoimento, o presidente da Co-
perguntado e do que souber a respeito dos fatos objeto do Proces- missão franqueará a palavra ao depoente.
so Administrativo Disciplinar, devendo declarar seu nome, data de Art. 167. O depoimento será assinado ao final, bem como ru-
nascimento, estado civil, residência, profissão, se é parente, e em bricadas todas as suas folhas, pela testemunha, pelo presidente da
que grau, do indiciado, explicando sempre as razões de sua ciência Comissão, pelo vogal, pelo secretário, pelo indiciado e seu defensor.
ou as circunstâncias pelas quais se possa avaliar sua credibilidade. §1º Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
Art. 159. As testemunhas serão inquiridas de modo que umas o presidente pedirá ao secretário que leia o termo, em voz alta, e
não ouçam os depoimentos das outras. colha a sua impressão digital.
Parágrafo único. Se nem todas as testemunhas intimadas pu- §2º Tratando-se de processo eletrônico, será admitido que a
derem ser ouvidas no mesmo dia, o Presidente da Comissão expe- assinatura do termo seja realizada por meio de certificação digital.
dirá nova intimação, com indicação do local, dia e hora para serem §3º O depoimento gravado em vídeo dispensa as assinaturas
ouvidas. de que tratam o caput deste artigo.
Art. 160. Não será permitido que a testemunha manifeste suas Art. 168. O depoimento gravado em vídeo dispensa as assina-
apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do turas de que tratam o caput deste artigo.
fato.
Art. 161. O presidente da Comissão, antes de dar início à in- SUBSEÇÃO VIII
quirição advertirá o depoente de que se faltar com a verdade esta- DAS DILIGÊNCIAS E PERÍCIAS
rá incurso em crime de falso testemunho tipificado no art. 342 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), Art. 169. A Comissão, para colher elementos ou esclarecer dú-
bem como perguntará se encontra-se em algumas das hipóteses de vidas poderá:
suspeição ou impedimento previstas neste Código, especialmente I - realizar diligências, cujos resultados deverão ser reduzidos
se é amigo íntimo ou inimigo capital do indiciado. a termo;
Parágrafo único. O indiciado poderá contraditar a testemunha II - solicitar à autoridade instauradora a realização de perícia
antes do início da audiência, cabendo ao presidente da Comissão, ou de assessoria técnica, formulando previamente os quesitos ou
registrar no próprio Termo as razões e provas da contradita apre- temas que devam ser respondidos ou desenvolvidos, quando o as-
sentada e a decisão proferida, a qual poderá ser: sunto demandar conhecimentos especializados.
I - deferimento da contradita e dispensa da testemunha, quan- Art. 170. A escolha dos peritos e dos assessores técnicos deverá
do ocorrer as hipóteses de impedimento e suspeição. recair, preferencialmente, entre servidores públicos, salvo se, em
II - deferimento da contradita e oitiva da pessoa, na qualidade função da matéria, esse procedimento for inviável.
de Informante, dispensando-lhe de compromisso. Art. 171. Indicado o perito ou assessor técnico, será editado
o respectivo ato administrativo de designação pelo presidente da
Comissão e providenciada a comunicação ao indicado para a apre-
sentação de quesitos, no prazo de quinze dias.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 190. Cópias dos ofícios remetidos aos órgãos competentes §2º A autoridade administrativa competente dará início às pro-
para promover as ações penais e cíveis cabíveis deverão ser junta- vidências administrativas no prazo de cinco dias, a contar da data:
das ao Processo Administrativo Disciplinar a ser mantido arquivado I - em que deveria ter sido apresentada a prestação de contas;
no órgão onde foi procedido o julgamento. II - do conhecimento das hipóteses previstas nos incisos I e II do
art. 192 desta Lei;
CAPÍTULO II III - do recebimento da comunicação de determinação do Tribu-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE nal de Contas do Estado; ou
RESPONSABILIDADE IV - do recebimento de recomendação da Controladoria Geral
do Estado.
Art. 191. Aplicam-se as disposições do capítulo anterior ao §3º As providências administrativas deverão ser concluídas no
processo administrativo para apuração de responsabilidade de que prazo improrrogável de sessenta dias, contados da data dos fatos
trata a Lei nº 15.608, de 16 de agosto de 2007, naquilo que não previstos no §2º deste artigo.
conflitarem com suas disposições específicas. §4º A autoridade administrativa designará comissão para ado-
ção das providências previstas no caput deste artigo, obedecidas,
CAPÍTULO III no que couber, as regras aplicáveis à comissão processante.
DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL §5º O responsável pelo controle interno controlará os prazos
previstos nos §§2º e 3º deste artigo.
SEÇÃO I §6º A ausência de adoção das providências de que trata o caput
DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO deste artigo caracteriza grave infração à norma legal, sujeitando a
autoridade administrativa omissa à responsabilização solidária e às
Art. 192. A tomada de contas especial é o procedimento devi- sanções cabíveis.
damente formalizado por órgão ou entidade competente, que visa Art. 195. Competem à comissão processante todos os atos
à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação necessários à instrução das providências administrativas, especial-
do dano, quando constatada: mente:
I - omissão do dever de prestar contas; I - reunir provas e realizar diligências necessárias à comprova-
II - não comprovação da aplicação dos recursos repassados ção dos fatos e identificação dos responsáveis, tais como documen-
pelo Estado na forma prevista no inciso VI do art. 1º da Lei Com- tos, comprovantes de despesas, comunicações, pareceres e depoi-
plementar nº 113, de 15 de dezembro de 2005, da ocorrência de mentos;
desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, ou ainda, II - apurar o dano detalhando o valor original, o valor atualizado
da prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que acompanhado de memória de cálculo, indicando o fator de atua-
resulte dano ao erário. lização e a sua base legal e, se for o caso, os valores das parcelas
Art. 193. No caso de omissão no dever de prestar contas de recolhidas e a data do recolhimento, com os respectivos acréscimos
uma ou mais parcelas, todas as eventuais prestações de contas de legais;
parcelas repassadas pelo concedente deverão ser objeto de aná- III - qualificar os responsáveis;
lise conjunta nas providências administrativas preliminares ou no IV - emitir notificação aos supostos responsáveis, para que, em
procedimento de tomada de contas especial, conforme o caso, e até quinze dias:
deverão, juntamente com o processo de concessão dos recursos, a) realize a reposição do bem ou a indenização do valor integral
compor os autos para encaminhamento ao Tribunal de Contas. do débito imputado por meio de depósito identificado na conta de
arrecadação do órgão ou da entidade, anexando o respectivo com-
SEÇÃO II provante;
DAS PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS PRELIMINARES À b) comprove a adoção de medidas saneadoras da irregularida-
INSTAURAÇÃO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL de ou ilegalidade que resultaram em ressarcimento ao erário;
V - emitir relatório conclusivo das providências administrativas
Art. 194. A autoridade administrativa competente deverá ado- com os elementos obtidos;
tar as providências administrativas preliminares à instauração da VI - dar ciência do relatório conclusivo das providências admi-
Tomada de Contas Especial, quando constatada qualquer das hipó- nistrativas aos responsáveis e, quando se tratar de recursos con-
teses previstas nos incisos I e II do art. 192 desta Lei, com vistas à cedidos a título de subvenção, auxílio e contribuição, também ao
equalização não litigiosa das situações descritas nos referidos dis- órgão ou à entidade beneficiária na pessoa do seu atual dirigente; e
positivos. VII - encaminhar os autos à autoridade administrativa compe-
§1º Considera-se autoridade administrativa competente: tente, para o pronunciamento de que trata o art. 196 desta Lei.
I - o Secretário de Estado, nas entidades integrantes da Admi- Art. 196. A autoridade administrativa competente emitirá pro-
nistração Direta; nunciamento por meio do qual atestará ciência em relação aos
II - o Diretor-Presidente ou equivalente, nas autarquias, nas fatos apurados, indicará as medidas a serem adotadas para o sa-
fundações públicas, nas sociedades de economia mista, nas em- neamento das deficiências e irregularidades e, quando for o caso,
presas públicas e demais entidades privadas controladas direta ou determinará a instauração de tomada de contas especial.
indiretamente pelo Estado do Paraná;
III - a Autoridade Máxima, no Poder Legislativo, no Poder Judi-
ciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas e na Defensoria
Pública.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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XIV - simplicidade, informalidade, economia procedimental e XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e projetos
celeridade no serviço prestado à sociedade; com foco na promoção da cultura de paz, na segurança comunitária
XV - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; e na integração das políticas de segurança com as políticas sociais
XVI - transparência, responsabilização e prestação de contas. existentes em outros órgãos e entidades não pertencentes ao siste-
Art. 4º-A. A lei do ente federado deverá conter como critério ma de segurança pública;
para ingresso na instituição ser aprovado em exame de saúde e exa- XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos;
me toxicológico com larga janela de detecção. (Incluído pela Lei nº XXI - deontologia policial e de bombeiro militar comuns, respei-
14.751, de 2023) tados os regimes jurídicos e as peculiaridades de cada instituição;
Parágrafo único. Além dos exames do caput deste artigo, o re- XXII - unidade de registro de ocorrência policial;
gulamento desta Lei estabelecerá as regras do exame toxicológico XXIII - uso de sistema integrado de informações e dados ele-
aleatório. (Incluído pela Lei nº 14.751, de 2023) trônicos;
XXIV – (VETADO);
SEÇÃO III XXV - incentivo à designação de servidores da carreira para os
DAS DIRETRIZES cargos de chefia, levando em consideração a graduação, a capaci-
tação, o mérito e a experiência do servidor na atividade policial es-
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS: pecífica;
I - atendimento imediato ao cidadão; XXVI - celebração de termo de parceria e protocolos com agên-
II - planejamento estratégico e sistêmico; cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações.
III - fortalecimento das ações de prevenção e resolução pacífica
de conflitos, priorizando políticas de redução da letalidade violenta, SEÇÃO IV
com ênfase para os grupos vulneráveis; DOS OBJETIVOS
IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios em ações de segurança pública e políticas Art. 6º São objetivos da PNSPDS:
transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da dig- I - fomentar a integração em ações estratégicas e operacionais,
nidade da pessoa humana; em atividades de inteligência de segurança pública e em gerencia-
V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti- mento de crises e incidentes;
tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução, II - apoiar as ações de manutenção da ordem pública e da inco-
monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti- lumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e de bens
vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios e direitos;
com base nas melhores práticas; III - incentivar medidas para a modernização de equipamentos,
VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro- da investigação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos
fissionais de segurança pública, em consonância com a matriz cur- órgãos e das instituições de segurança pública;
ricular nacional; IV - estimular e apoiar a realização de ações de prevenção à vio-
VII - fortalecimento das instituições de segurança pública por lência e à criminalidade, com prioridade para aquelas relacionadas
meio de investimentos e do desenvolvimento de projetos estrutu- à letalidade da população jovem negra, das mulheres e de outros
rantes e de inovação tecnológica; grupos vulneráveis;
VIII - sistematização e compartilhamento das informações de V - promover a participação social nos Conselhos de segurança
segurança pública, prisionais e sobre drogas, em âmbito nacional; pública;
IX - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos em VI - estimular a produção e a publicação de estudos e diagnósti-
áreas de interesse da segurança pública; cos para a formulação e a avaliação de políticas públicas;
X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pesso- VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de segurança
as em situação de vulnerabilidade; pública;
XI - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia e VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e
de equipamentos de interesse da segurança pública; fiscalização para a repressão aos crimes transfronteiriços;
XII - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com IX - estimular o intercâmbio de informações de inteligência de
foco na resolução de problemas; segurança pública com instituições estrangeiras congêneres;
XIII - modernização do sistema e da legislação de acordo com X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi-
a evolução social; ca, prisionais e sobre drogas;
XIV - participação social nas questões de segurança pública; XI - estimular a padronização da formação, da capacitação e
XV - integração entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judici- da qualificação dos profissionais de segurança pública, respeitadas
ário no aprimoramento e na aplicação da legislação penal; as especificidades e as diversidades regionais, em consonância com
XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público e esta Política, nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal;
da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumpri-
alcançar os objetivos desta Política; mento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à
XVII - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social prisão;
dos egressos do sistema prisional; XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimen-
XVIII - (VETADO); to de pena restritiva de liberdade em relação à gravidade dos cri-
mes cometidos;
XIV - (VETADO);
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
XV - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional
ambientes de encarceramento; (Sievap);
XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre a políti- d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re-
ca de enfrentamento às drogas e de redução de danos relacionados naesp);
aos seus usuários e aos grupos sociais com os quais convivem; e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissionais
XVII - fomentar ações permanentes para o combate ao crime de Segurança Pública (Pró-Vida);
organizado e à corrupção; III - (VETADO);
XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avalia- IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jo-
ção das ações implementadas; vens;
XIX - promover uma relação colaborativa entre os órgãos de se- V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção e con-
gurança pública e os integrantes do sistema judiciário para a cons- trole de atos ilícitos contra a Administração Pública e referentes a
trução das estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
ao alcance das metas estabelecidas; VI – o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violên-
XX - estimular a concessão de medidas protetivas em favor de cia contra a Mulher, nas ações pertinentes às políticas de segurança,
pessoas em situação de vulnerabilidade; implementadas em conjunto com os órgãos e instâncias estaduais,
XXI - estimular a criação de mecanismos de proteção dos agen- municipais e do Distrito Federal responsáveis pela rede de preven-
tes públicos que compõem o sistema nacional de segurança pública ção e de atendimento das mulheres em situação de violência. (In-
e de seus familiares; cluído pela Lei nº 14.330, de 2022)
XXII - estimular e incentivar a elaboração, a execução e o moni-
toramento de ações nas áreas de valorização profissional, de saúde, CAPÍTULO III
de qualidade de vida e de segurança dos servidores que compõem DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA
o sistema nacional de segurança pública;
XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade violenta; SEÇÃO I
XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de crimes he- DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA
diondos e de homicídios;
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas de fogo e Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública
munições, com vistas à redução da violência armada; (Susp), que tem como órgão central o Ministério Extraordinário da
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão aos crimes Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que trata o art.
cibernéticos. 144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas
Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for- guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e ope-
mulação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, racionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma
documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os indicado- cooperativa, sistêmica e harmônica. (Vide ADPF 995)
res e as ações para o alcance desses objetivos. §1º São integrantes estratégicos do Susp:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por
SEÇÃO V intermédio dos respectivos Poderes Executivos;
DAS ESTRATÉGIAS II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três
entes federados.
Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias que garan- §2º São integrantes operacionais do Susp:
tam integração, coordenação e cooperação federativa, interopera- I - polícia federal;
bilidade, liderança situacional, modernização da gestão das institui- II - polícia rodoviária federal;
ções de segurança pública, valorização e proteção dos profissionais, III – (VETADO);
complementaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico IV - polícias civis;
dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação V - polícias militares;
continuada dos resultados e garantia da regularidade orçamentária VI - corpos de bombeiros militares;
para execução de planos e programas de segurança pública. VII - guardas municipais;
VIII - órgãos do sistema penitenciário;
SEÇÃO VI IX - (VETADO);
DOS MEIOS E INSTRUMENTOS X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identi-
ficação;
Art. 8º São meios e instrumentos para a implementação da XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp);
PNSPDS: XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres;
I - os planos de segurança pública e defesa social; XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec);
II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Seguran- XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad);
ça Pública e Defesa Social, que inclui: XV - agentes de trânsito;
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das Po- XVI - guarda portuária.
líticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped); XVII - polícia legislativa, prevista no §3º do art. 27, no inciso IV
b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do caput do art. 51 e no inciso XIII do caput do art. 52 da Constitui-
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material ção Federal. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp); (Redação dada pela Lei §3º (VETADO).
nº 13.756, de 2018)
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§4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão respon- II - as atividades periciais serão aferidas mediante critérios téc-
sáveis pela implementação dos respectivos programas, ações e pro- nicos emitidos pelo órgão responsável pela coordenação das perí-
jetos de segurança pública, com liberdade de organização e funcio- cias oficiais, considerando os laudos periciais e o resultado na pro-
namento, respeitado o disposto nesta Lei. dução qualificada das provas relevantes à instrução criminal;
III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação da or-
SEÇÃO II dem pública serão aferidas, entre outros fatores, pela maior ou me-
DO FUNCIONAMENTO nor incidência de infrações penais e administrativas em determina-
da área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos integrantes IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares serão afe-
do Susp dar-se-ão nos limites das respectivas competências, por ridas, entre outros fatores, pelas ações de prevenção, preparação
meio de: para emergências e desastres, índices de tempo de resposta aos
I - operações com planejamento e execução integrados; desastres e de recuperação de locais atingidos, considerando-se
II - estratégias comuns para atuação na prevenção e no contro- áreas determinadas;
le qualificado de infrações penais; V - a eficiência do sistema prisional será aferida com base nos
III - aceitação mútua de registro de ocorrência policial; seguintes fatores, entre outros:
IV - compartilhamento de informações, inclusive com o Sistema a) o número de vagas ofertadas no sistema;
Brasileiro de Inteligência (Sisbin); b) a relação existente entre o número de presos e a quantidade
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos; de vagas ofertadas;
VI - integração das informações e dos dados de segurança pú- c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
blica por meio do Sinesp. d) a quantidade de presos condenados atendidos de acordo
§1º O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da com os parâmetros estabelecidos pelos incisos do caput deste arti-
Segurança Pública. go, com observância de critérios objetivos e transparentes.
§2º As operações combinadas, planejadas e desencadeadas §1º A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de tra-
em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de inteligência ou balho físico e de equipamentos, bem como de efetivo.
mistas, e contar com a participação de órgãos integrantes do Susp §2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste artigo de-
e, nos limites de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos verá distinguir as autorias definidas em razão de prisão em flagrante
dos sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não necessa- das autorias resultantes de diligências investigatórias.
riamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, res-
e defesa social, especialmente quando se tratar de enfrentamento ponsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as
a organizações criminosas. atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as
§3º O planejamento e a coordenação das operações referidas seguintes ações:
no §2º deste artigo serão exercidos conjuntamente pelos partici- I - apoiar os programas de aparelhamento e modernização dos
pantes. órgãos de segurança pública e defesa social do País;
§4º O compartilhamento de informações será feito preferen- II - implementar, manter e expandir, observadas as restrições
cialmente por meio eletrônico, com acesso recíproco aos bancos de previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Nacional de Informações
dados, nos termos estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social;
Segurança Pública. III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e operacio-
§5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos para nais entre os órgãos policiais federais, estaduais, distrital e as guar-
qualificação dos profissionais de segurança pública e defesa social das municipais;
dar-se-á, entre outras formas, pela reciprocidade na abertura de IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional dos
vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos es- institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação,
tratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de cada garantindo-lhes condições plenas para o exercício de suas funções;
instituição, e observada, sempre que possível, a matriz curricular V - promover a qualificação profissional dos integrantes da se-
nacional. gurança pública e defesa social, especialmente nas dimensões ope-
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fi- racional, ética e técnico-científica;
xará, anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e
competências, visando à prevenção e à repressão das infrações pe- informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização;
nais e administrativas e à prevenção dos desastres, e utilizará indi- VII - coordenar as atividades de inteligência da segurança públi-
cadores públicos que demonstrem de forma objetiva os resultados ca e defesa social integradas ao Sisbin;
pretendidos. VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar os seguin- Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da
tes parâmetros: Segurança Pública:
I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das infra- I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado e seguro
ções penais serão aferidas, entre outros fatores, pelos índices de que permita o intercâmbio de informações entre os integrantes do
elucidação dos delitos, a partir dos registros de ocorrências poli- Susp;
ciais, especialmente os de crimes dolosos com resultado em morte II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tecnológica
e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e cumprimento e a segurança dos processos, das redes e dos sistemas;
de mandados de prisão de condenados a crimes com penas de re- III - estabelecer cronograma para adequação dos integrantes
clusão, e pela recuperação do produto de crime em determinada do Susp às normas e aos procedimentos de funcionamento do Sis-
circunscrição; tema.
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Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal III - o resultado célere na apuração das denúncias em tramita-
e os Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas e ção nas respectivas corregedorias;
operacionais necessárias à implementação do Susp. IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão pela po-
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias pulação por ele atendida.
urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e hidrovias fe- §5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as políticas
derais, estaduais, distrital ou municipais, portos e aeroportos, no públicas de segurança pública e defesa social, com vistas à preven-
âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o ção e à repressão da violência e da criminalidade.
órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado §6º A organização, o funcionamento e as demais competências
o sigilo das investigações policiais. dos Conselhos serão regulamentados por ato do Poder Executivo,
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de nos limites estabelecidos por esta Lei.
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fun- §7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Segurança
do Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição Pública e Defesa Social, que contarão também com representantes
constitucional dos órgãos que integram o Susp, os aspectos geográ- da sociedade civil organizada e de representantes dos trabalhado-
ficos, populacionais e socioeconômicos dos entes federados, bem res, poderão ser descentralizados ou congregados por região para
como o estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados. melhor atuação e intercâmbio comunitário.
Parágrafo único. Entre os critérios de aplicação dos recursos do
FNSP serão incluídos metas e resultados relativos à prevenção e ao SEÇÃO II
combate à violência contra a mulher. (Incluído pela Lei nº 14.316, DOS CONSELHEIROS
de 2022) Produção de efeitos
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os órgãos inte- Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
grantes do Susp terão por objetivo a eficácia de suas atividades e I - representantes de cada órgão ou entidade integrante do
obedecerão a critérios técnicos de qualidade, modernidade, efici- Susp;
ência e resistência, observadas as normas de licitação e contratos. II - representante do Poder Judiciário;
Parágrafo único. (VETADO). III - representante do Ministério Público;
IV - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
CAPÍTULO IV V - representante da Defensoria Pública;
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA VI - representantes de entidades e organizações da sociedade
SOCIAL cuja finalidade esteja relacionada com políticas de segurança públi-
ca e defesa social;
SEÇÃO I VII - representantes de entidades de profissionais de segurança
DA COMPOSIÇÃO pública.
§1º Os representantes das entidades e organizações referidas
Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela formação de nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão eleitos por meio de
Conselhos permanentes a serem criados na forma do art. 21 desta processo aberto a todas as entidades e organizações cuja finalidade
Lei. seja relacionada com as políticas de segurança pública, conforme
Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa convocação pública e critérios objetivos previamente definidos pe-
Social, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos los Conselhos.
Municípios, mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos, §2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que substituirá o
encaminhadas aos respectivos Poderes Legislativos. titular em sua ausência.
§1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, §3º Os mandatos eletivos dos membros referidos nos incisos
com atribuições, funcionamento e composição estabelecidos em VI e VII do caput deste artigo e a designação dos demais membros
regulamento, terá a participação de representantes da União, dos terão a duração de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. ou reeleição.
§2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social con- §4º Na ausência de representantes dos órgãos ou entidades
gregarão representantes com poder de decisão dentro de suas referidos no caput deste artigo, aplica-se o disposto no §7º do art.
estruturas governamentais e terão natureza de colegiado, com 20 desta Lei.
competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social
das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as CAPÍTULO V
instâncias decisórias e as normas de organização da Administração DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA PÚBLICA
Pública. E DEFESA SOCIAL
§3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social exerce-
rão o acompanhamento das instituições referidas no §2º do art. 9º SEÇÃO I
desta Lei e poderão recomendar providências legais às autoridades DOS PLANOS
competentes.
§4º O acompanhamento de que trata o §3º deste artigo consi- Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública
derará, entre outros, os seguintes aspectos: e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público,
I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito pela in- com a finalidade de:
tegridade física e moral dos seus integrantes; I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas
II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; sobre segurança pública e defesa social;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos ar-
Pública e Defesa Social; ticulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e
III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a defini- com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de
ção de metas e a avaliação dos resultados das políticas de seguran- desastres;
ça pública e defesa social; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da vio-
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança lência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos
interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos. diversos níveis de ensino;
§1º As políticas públicas de segurança não se restringem aos VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos
integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto social egressos do sistema prisional, promovendo programas que priori-
amplo, com abrangência de outras áreas do serviço público, como zem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional;
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as fi- VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e
nalidades de cada área do serviço público. projetos das políticas de segurança pública e defesa social;
§2º O Plano de que trata o caput deste artigo terá duração de VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de
10 (dez) anos a contar de sua publicação. segurança pública e defesa social;
§3º As ações de prevenção à criminalidade devem ser consi- IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por
deradas prioritárias na elaboração do Plano de que trata o caput agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pes-
deste artigo. quisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fe-
§4º A União, por intermédio do Ministério Extraordinário da nômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
Segurança Pública, deverá elaborar os objetivos, as ações estraté- públicos de cada unidade da Federação;
gicas, as metas, as prioridades, os indicadores e as formas de fi- X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos inte-
nanciamento e gestão das Políticas de Segurança Pública e Defesa grantes do Susp;
Social. XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segu-
§5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com rança pública e defesa social;
base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, elabo- XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que me-
rar e implantar seus planos correspondentes em até 2 (dois) anos a didas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor
partir da publicação do documento nacional, sob pena de não po- das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na
derem receber recursos da União para a execução de programas ou iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situ-
ações de segurança pública e defesa social. ação de risco social e criminal.
§6º O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo
das Políticas e dos Planos de segurança pública e defesa social. SEÇÃO III
Art. 23. A União, em articulação com os Estados, o Distrito DAS METAS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS
Federal e os Municípios, realizará avaliações anuais sobre a imple- POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
mentação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
com o objetivo de verificar o cumprimento das metas estabelecidas Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente, metas de
e elaborar recomendações aos gestores e operadores das políticas excelência no âmbito das respectivas competências, visando à pre-
públicas. venção e à repressão de infrações penais e administrativas e à pre-
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano Nacional de venção de desastres, que tenham como finalidade:
Segurança Pública e Defesa Social realizar-se-á no segundo ano de I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar as
vigência desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo Federal acompa- atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coope-
nhá-la. ração com as unidades da Federação;
II - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
SEÇÃO II tegrada;
DAS DIRETRIZES GERAIS III - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu-
cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades;
Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes di- IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio-
retrizes na elaboração e na execução dos planos: nal;
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, enti- V - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais
dades privadas, corporações policiais e organismos internacionais, de segurança pública e defesa social;
a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segu- VI - apoiar e promover o sistema habitacional para os profissio-
rança pública e defesa social; nais de segurança pública e defesa social.
II - realizar a integração de programas, ações, atividades e pro-
jetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, SEÇÃO IV
planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, pre- DA COOPERAÇÃO, DA INTEGRAÇÃO E DO
vidência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da FUNCIONAMENTO HARMÔNICO DOS MEMBROS DO SUSP
criminalidade e à prevenção de desastres;
III - viabilizar ampla participação social na formulação, na im- Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema Nacional de
plementação e na avaliação das políticas de segurança pública e Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança Pública e
defesa social; Defesa Social (Sinaped), com os seguintes objetivos:
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a solução para o seu concurso!
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I - contribuir para organização e integração dos membros do I - a realização da autoavaliação dos gestores e das corpora-
Susp, dos projetos das políticas de segurança pública e defesa social ções;
e dos respectivos diagnósticos, planos de ação, resultados e avalia- II - a avaliação institucional externa, contemplando a análise
ções; global e integrada das instalações físicas, relações institucionais,
II - assegurar o conhecimento sobre os programas, ações e compromisso social, atividades e finalidades das corporações;
atividades e promover a melhora da qualidade da gestão dos pro- III - a análise global e integrada dos diagnósticos, estruturas,
gramas, ações, atividades e projetos de segurança pública e defesa compromissos, finalidades e resultados das políticas de segurança
social; pública e defesa social;
III - garantir que as políticas de segurança pública e defesa so- IV - o caráter público de todos os procedimentos, dados e resul-
cial abranjam, no mínimo, o adequado diagnóstico, a gestão e os re- tados dos processos de avaliação.
sultados das políticas e dos programas de prevenção e de controle Art. 32. A avaliação dos objetivos e das metas do Plano Nacio-
da violência, com o objetivo de verificar: nal de Segurança Pública e Defesa Social será coordenada por co-
a) a compatibilidade da forma de processamento do planeja- missão permanente e realizada por comissões temporárias, essas
mento orçamentário e de sua execução com as necessidades do compostas, no mínimo, por 3 (três) membros, na forma do regula-
respectivo sistema de segurança pública e defesa social; mento próprio.
b) a eficácia da utilização dos recursos públicos; Parágrafo único. É vedado à comissão permanente designar
c) a manutenção do fluxo financeiro, consideradas as necessi- avaliadores que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
dades operacionais dos programas, as normas de referência e as avaliados, caso:
condições previstas nos instrumentos jurídicos celebrados entre os I - tenham relação de parentesco até terceiro grau com titulares
entes federados, os órgãos gestores e os integrantes do Susp; ou servidores dos órgãos gestores avaliados;
d) a implementação dos demais compromissos assumidos por II - estejam respondendo a processo criminal ou administrativo.
ocasião da celebração dos instrumentos jurídicos relativos à efetiva-
ção das políticas de segurança pública e defesa social; CAPÍTULO VI
e) a articulação interinstitucional e intersetorial das políticas. DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social, será elaborado relatório com o histórico e a SEÇÃO I
caracterização do trabalho, as recomendações e os prazos para que DO CONTROLE INTERNO
elas sejam cumpridas, além de outros elementos a serem definidos
em regulamento. Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autonomia no
§1º Os resultados da avaliação das políticas serão utilizados exercício de suas competências, caberá o gerenciamento e a reali-
para: zação dos processos e procedimentos de apuração de responsabili-
I - planejar as metas e eleger as prioridades para execução e dade funcional, por meio de sindicância e processo administrativo
financiamento; disciplinar, e a proposição de subsídios para o aperfeiçoamento das
II - reestruturar ou ampliar os programas de prevenção e con- atividades dos órgãos de segurança pública e defesa social.
trole;
III - adequar os objetivos e a natureza dos programas, ações e SEÇÃO II
projetos; DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA ATIVIDADE
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas à correção POLICIAL
de problemas constatados na avaliação;
V - aumentar o financiamento para fortalecer o sistema de se- Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
gurança pública e defesa social; deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia e inde-
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do Susp. pendência no exercício de suas atribuições.
§2º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos res- Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento e trata-
pectivos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social. mento de representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa
Art. 28. As autoridades, os gestores, as entidades e os órgãos sobre as ações e atividades dos profissionais e membros integran-
envolvidos com a segurança pública e defesa social têm o dever de tes do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para
colaborar com o processo de avaliação, facilitando o acesso às suas as providências legais e a resposta ao requerente.
instalações, à documentação e a todos os elementos necessários ao
seu efetivo cumprimento. SEÇÃO III
Art. 29. O processo de avaliação das políticas de segurança pú- DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E
blica e defesa social deverá contar com a participação de represen- INFORMAÇÕES
tantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos de Segurança Públi- Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de Informações de Se-
ca e Defesa Social, observados os parâmetros estabelecidos nesta gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni-
Lei. ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a
Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as avaliações do finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e informações para
respectivo ente federado. auxiliar na formulação, implementação, execução, acompanhamen-
Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodologia a ser emprega- to e avaliação das políticas relacionadas com:
da: I - segurança pública e defesa social;
II - sistema prisional e execução penal;
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VII - incentivar produção técnico-científica que contribua para II - atendimento e escuta multidisciplinar e de proximidade; (In-
as atividades desenvolvidas pelo Susp. cluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual destinada aos pro- III - discrição e respeito à intimidade nos atendimentos; (Incluí-
fissionais de segurança pública e defesa social e tem como objetivo do pela Lei nº 14.531, de 2023)
viabilizar o acesso aos processos de aprendizagem, independente- IV - integração e intersetorialidade das ações; (Incluído pela Lei
mente das limitações geográficas e sociais existentes, com o pro- nº 14.531, de 2023)
pósito de democratizar a educação em segurança pública e defesa V - ações baseadas em evidências científicas; (Incluído pela Lei
social. nº 14.531, de 2023)
VI - atendimento não compulsório; (Incluído pela Lei nº 14.531,
SEÇÃO II de 2023)
DO PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA PARA VII - respeito à dignidade humana; (Incluído pela Lei nº 14.531,
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA (PRÓ-VIDA) de 2023)
VIII - ações de sensibilização dos agentes; (Incluído pela Lei nº
Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profis- 14.531, de 2023)
sionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem por objetivo elaborar, IX - articulação com a rede de saúde pública e outros parceiros;
implementar, apoiar, monitorar e avaliar, entre outros, os projetos (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
de programas de atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos X - realização de ações diversificadas ou cumprimento de disci-
profissionais de segurança pública e defesa social, bem como a inte- plinas curriculares específicas durante os cursos de formação; (In-
gração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos que compõem cluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
o Susp. XI - desenvolvimento de ações integradas de assistência social
§1º O Pró-Vida desenvolverá durante todo o ano ações direcio- e promoção da saúde mental de forma preventiva e inclusiva para a
nadas à saúde biopsicossocial, à saúde ocupacional e à segurança família; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
do trabalho e mecanismos de proteção e de valorização dos profis- XII - melhoria da infraestrutura das unidades; (Incluído pela Lei
sionais de segurança pública e defesa social. (Incluído pela Lei nº nº 14.531, de 2023)
14.531, de 2023) XIII - incentivo ao estabelecimento de carga horária de trabalho
§2º O Pró-Vida publicará, anualmente, as informações de que humanizada; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
tratam os incisos V, VI, VII, VIII e IX do caput do art. 36 desta Lei, de XIV - incentivo ao estabelecimento de política remuneratória
todo o território nacional, conforme regulamentação a ser editada condizente com a responsabilidade do trabalho policial; (Incluído
pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) pela Lei nº 14.531, de 2023)
§3º O Pró-Vida também deverá desenvolver ações de preven- XV - incentivo à gestão administrativa humanizada. (Incluído
ção e de enfrentamento a todas as formas de violência sofrida pelos pela Lei nº 14.531, de 2023)
profissionais de segurança pública e defesa social, a fim de promo- §3º As políticas e as ações de prevenção institucional da vio-
ver uma cultura de respeito aos seus direitos humanos. (Incluído lência autoprovocada, nos termos dos §§1º e 2º deste artigo, serão
pela Lei nº 14.531, de 2023) executadas por meio de estratégias de prevenção primária, secun-
§4º A implementação das ações de que trata o §1º deste artigo dária e terciária. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
será pactuada, nos termos dos respectivos planos de segurança pú- §4º A prevenção primária referida no §3º deste artigo destina-
blica, entre: (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) -se a todos os profissionais da segurança pública e defesa social e
I - a União; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) deve ser executada por meio de estratégias como: (Incluído pela Lei
II - os Estados; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) nº 14.531, de 2023)
III - o Distrito Federal; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) I - estímulo ao convívio social, proporcionando a aproximação
IV - os Municípios. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) da família de seu local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
Art. 42-A. O Pró-Vida produzirá diretrizes direcionadas à pre- 2023)
venção da violência autoprovocada e do suicídio. (Incluído pela Lei II - promoção da qualidade de vida do profissional de segurança
nº 14.531, de 2023) pública e defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§1º O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgará, no III - elaboração e/ou divulgação de programas de conscienti-
âmbito do Pró-Vida, em conjunto com a Rede Nacional de Quali- zação, de informação e de sensibilização sobre o suicídio; (Incluído
dade de Vida para os Profissionais de Segurança Pública (Rede pela Lei nº 14.531, de 2023)
Pró-Vida), diretrizes de prevenção e de atendimento dos casos de IV - realização de ciclos de palestras e de campanhas que sen-
emergência psiquiátrica que envolvam violência autoprovocada e sibilizem e relacionem qualidade de vida e ambiente de trabalho;
comportamento suicida dos profissionais de segurança pública e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
defesa social, a ser adaptadas aos contextos e às competências de V - abordagem do tema referente a saúde mental em todos os
cada órgão. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) níveis de formação e de qualificação profissional; (Incluído pela Lei
§2º As políticas e as ações de prevenção da violência autopro- nº 14.531, de 2023)
vocada e do comportamento suicida dos profissionais de segurança VI - capacitação dos profissionais de segurança pública e defesa
pública e defesa social desenvolvidas pelas instituições de seguran- social no que se refere à identificação e ao encaminhamento dos
ça pública e defesa social deverão observar, no momento da pactu- casos de risco; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
ação de que trata o §4º do art. 42 desta Lei, as seguintes diretrizes: VII - criação de espaços de escuta destinados a ouvir o profis-
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) sional de segurança pública e defesa social, para que ele se sinta
I - perspectiva multiprofissional na abordagem; (Incluído pela seguro a expor suas questões. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Lei nº 14.531, de 2023)
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§5º A prevenção secundária referida no §3º deste artigo desti- II - valorização da participação dos profissionais de segurança
na-se aos profissionais de segurança pública e defesa social que já pública e defesa social nos processos de formulação das políticas
se encontram em situação de risco de prática de violência autopro- públicas relacionadas com a área; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
vocada, por meio de estratégias como: (Incluído pela Lei nº 14.531, 2023)
de 2023) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - criação de programas de atenção para o uso e abuso de álco- IV - acesso a equipamentos de proteção individual e coletiva,
ol e outras drogas; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) em quantidade e qualidade adequadas, garantindo a instrução e o
II - organização de rede de cuidado como fluxo assistencial que treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos
permita o diagnóstico precoce dos profissionais de segurança públi- e a sua reposição permanente, considerados o desgaste e os prazos
ca e defesa social em situação de risco, com o envolvimento de todo de validade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
o corpo da instituição, de modo a sinalizar a mudança de compor- V - zelo pela adequação, pela manutenção e pela permanente
tamento ou a preocupação com o colega de trabalho; (Incluído pela renovação de todos os veículos utilizados no exercício profissional,
Lei nº 14.531, de 2023) bem como garantia de instalações dignas em todas as instituições,
III - incorporação da notificação dos casos de ideação e de ten- com ênfase nas condições de segurança, de higiene, de saúde e de
tativa de suicídio no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológi- ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
ca, resguardada a identidade do profissional; (Incluído pela Lei nº VI - adoção de orientações, de medidas e de práticas concre-
14.531, de 2023) tas direcionadas à prevenção, à identificação e ao enfrentamento
IV - acompanhamento psicológico regular; (Incluído pela Lei nº de qualquer modalidade de discriminação; (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
V - acompanhamento psicológico para profissionais de segu- VII - salvaguarda do respeito integral aos direitos constitucio-
rança pública e defesa social que tenham se envolvido em ocor- nais das profissionais de segurança pública, consideradas as especi-
rência de risco e em experiências traumáticas; (Incluído pela Lei nº ficidades relativas à gestação e à amamentação, bem como as exi-
14.531, de 2023) gências permanentes de cuidado com os filhos que sejam crianças
VI - acompanhamento psicológico para profissionais de segu- e adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamen-
rança pública e defesa social que estejam presos ou respondendo a tos individuais específicos sempre que necessário; (Incluído pela Lei
processos administrativos ou judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.531, nº 14.531, de 2023)
de 2023) VIII - estímulo e valorização do conhecimento e da vivência dos
§6º A prevenção terciária referida no §3º deste artigo destina- profissionais de segurança pública e defesa social idosos, impulsio-
-se aos cuidados dos profissionais de segurança pública e defesa nando a criação de espaços institucionais para transmissão de expe-
social que tenham comunicado ideação suicida ou que tenham his- riências, bem como a formação de equipes de trabalho compostas
tórico de violência autoprovocada, por meio de estratégias como: de profissionais de diferentes faixas etárias para exercitar a integra-
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) ção intergeracional; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - aproximação da família para envolvimento e acompanha- IX - estabelecimento de rotinas e de serviços internos que con-
mento no processo de tratamento; (Incluído pela Lei nº 14.531, de templem a preparação para o período de aposentadoria dos profis-
2023) sionais de segurança pública e defesa social, de forma a estimular
II - enfrentamento a toda forma de isolamento ou de desqua- o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase
lificação ou a qualquer forma de violência eventualmente sofrida de serviço ativo; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
pelo profissional em seu ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº X - incentivo à acessibilidade e à empregabilidade das pessoas
14.531, de 2023) com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de se-
III - restrição do porte e uso de arma de fogo; (Incluído pela Lei gurança pública, assegurada a reserva constitucional de vagas nos
nº 14.531, de 2023) concursos públicos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
IV - acompanhamento psicológico e, sempre que for o caso, XI - promoção do aperfeiçoamento profissional e da formação
médico, regular; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) continuada como direitos do profissional de segurança pública e de-
V - outras ações de apoio institucional ao profissional. (Incluído fesa social, estabelecendo como objetivo a universalização da gra-
pela Lei nº 14.531, de 2023) duação universitária; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§7º O disposto neste artigo aplica-se aos integrantes das carrei- XII - utilização dos dados sobre os processos disciplinares e ad-
ras policiais previstas no §3º do art. 27, no inciso IV do caput do art. ministrativos movidos contra profissionais de segurança pública e
51 e no inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição Federal, con- defesa social para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e
forme regulamentação das respectivas Casas Legislativas. (Incluído inadequações na gestão de recursos humanos; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
Art. 42-B. Os mecanismos de proteção de que trata o §1º do XIII - garantia a assistência jurídica para fins de recebimento de
art. 42 desta Lei quanto à proteção, à promoção e à defesa dos di- seguro, de pensão, de auxílio ou de outro direito de familiares, em
reitos humanos dos profissionais de segurança pública e defesa so- caso de morte do profissional de segurança pública e defesa social;
cial observarão: (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - adequação das leis e dos regulamentos disciplinares que ver- XIV - amparo aos profissionais de segurança pública e defesa
sam sobre direitos e deveres dos profissionais de segurança pública social que tenham sido vitimados ou que tenham ficado com defici-
e defesa social à Constituição Federal e aos instrumentos interna- ência ou sequela; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
cionais de direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
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XV - critérios de promoção estabelecidos na legislação do res- XIII - a garantia de que todos os atos decisórios de superiores
pectivo ente federado, sendo a promoção por merecimento com hierárquicos que disponham sobre punições, escalas, lotação e
critérios objetivos previamente definidos, de acesso universal e em transferências sejam devidamente motivados, fundamentados e
percentual da antiguidade. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) publicados; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 42-C. As ações de saúde ocupacional e de segurança no tra- XIV - a regulamentação da jornada de trabalho dos profissio-
balho de que trata o §1º do art. 42 desta Lei observarão: (Incluído nais de segurança pública e defesa social, de forma a garantir o
pela Lei nº 14.531, de 2023) exercício do direito à convivência familiar e comunitária; e (Incluído
I - a atuação preventiva em relação aos acidentes ou doenças pela Lei nº 14.531, de 2023)
relacionados aos processos laborais por meio de mapeamento de XV - a adoção de Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
riscos inerentes à atividade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) tes e de Assédio (Cipa) com composição paritária de representação
II - o aprofundamento e a sistematização dos conhecimentos dos profissionais e da direção das instituições. (Incluído pela Lei nº
epidemiológicos de doenças ocupacionais entre profissionais de 14.531, de 2023)
segurança pública e defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de Art. 42-D. São objeto da atenção especial das diretrizes de
2023) saúde ocupacional e de segurança no trabalho dos profissionais de
III - a mitigação dos riscos e dos danos à saúde e à segurança; segurança pública e defesa social: (Incluído pela Lei nº 14.531, de
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
IV - a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de I - as jornadas de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
segurança pública e defesa social, para prevenir ou evitar a morte 2023)
prematura do profissional ou a incapacidade total ou parcial para o II - a proteção à maternidade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
V - a criação de dispositivos de transmissão e de formação em III - o trabalho noturno; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
temas referentes a segurança, a saúde e a higiene, com periodici- IV - os equipamentos de proteção individual; (Incluído pela Lei
dade regular, por meio de eventos de sensibilização, de palestras nº 14.531, de 2023)
e de inclusão de disciplinas nos cursos regulares das instituições; V - o trabalho em ambiente de risco e/ou insalubre; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) pela Lei nº 14.531, de 2023)
VI - a adoção de orientações, de medidas e de práticas concre- VI - a higiene de alojamentos, de banheiros e de unidades de
tas direcionadas à prevenção, à identificação e ao enfrentamento conforto e descanso para os profissionais; (Incluído pela Lei nº
de qualquer discriminação nas instituições de segurança pública e 14.531, de 2023)
defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) VII - a política remuneratória com negociação coletiva para re-
VII - a implementação de paradigmas de acessibilidade e de composição do poder aquisitivo da remuneração, com a participa-
empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e ção de entidades representativas; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de
equipamentos do sistema de segurança pública e defesa social, as- 2023)
segurada a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos; VIII - segurança no processo de trabalho. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
VIII - a promoção de reabilitação e a reintegração dos profissio- Art. 42-E. As ações de saúde biopsicossocial de que trata o §1º
nais ao trabalho, em casos de lesões, de traumas, de deficiências do art. 42 desta Lei observarão as seguintes diretrizes: (Incluído
ou de doenças ocupacionais, em decorrência do exercício de suas pela Lei nº 14.531, de 2023)
atividades; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) I - a realização de avaliação em saúde multidisciplinar perió-
IX - a viabilidade de mecanismos de readaptação dos profissio- dica, consideradas as especificidades das atividades realizadas por
nais de segurança pública e defesa social e de deslocamento para cada profissional, incluídos exames clínicos e laboratoriais; (Incluído
novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao afasta- pela Lei nº 14.531, de 2023)
mento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de II - o acesso ao atendimento em saúde mental, de forma a via-
trabalho e de ferimento ou sequela; (Incluído pela Lei nº 14.531, bilizar o enfrentamento da depressão, do estresse e de outras alte-
de 2023) rações psíquicas; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
X - a garantia aos profissionais de segurança pública e defesa III - o desenvolvimento de programas de acompanhamento e
social de acesso ágil e permanente a toda informação necessária de tratamento dos profissionais envolvidos em ações com resultado
para o correto desempenho de suas funções, especialmente quanto letal ou com alto nível de estresse; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
à legislação a ser observada; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 2023)
XI - a erradicação de todas as formas de punição que envolvam IV - a implementação de políticas de prevenção, de apoio e de
maus-tratos ou tratamento cruel, desumano ou degradante contra tratamento do alcoolismo, do tabagismo ou de outras formas de
os profissionais de segurança pública e defesa social tanto no coti- drogadição e de dependência química; (Incluído pela Lei nº 14.531,
diano funcional quanto em atividades de formação e treinamento; de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) V - o desenvolvimento de programas de prevenção do suicídio,
XII - o combate ao assédio sexual e moral nas instituições, por por meio de atendimento psiquiátrico, de núcleos terapêuticos de
meio de veiculação de campanhas internas de educação e de ga- apoio e de divulgação de informações sobre o assunto; (Incluído
rantia de canais para o recebimento e a apuração de denúncias; pela Lei nº 14.531, de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) VI - o estímulo à prática regular de exercícios físicos, garantindo
a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de ati-
vidade física como parte da jornada semanal de trabalho; (Incluído
pela Lei nº 14.531, de 2023)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
VII - a implementação de política que permita o cômputo das Brasília, 11 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º
horas presenciais em audiência judicial ou policial em decorrência da República.
da atividade; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
VIII - a elaboração de cartilhas direcionadas à reeducação ali-
mentar como forma de diminuição de condições de risco à saúde LEI Nº 20.866 - 09 DE DEZEMBRO DE 2021 (POLÍTICA ESTA-
e como fator de bem-estar profissional e de autoestima. (Incluído DUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO PA-
pela Lei nº 14.531, de 2023) RANÁ)
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS LEI 20866 - 09 DE DEZEMBRO DE 2021
Art. 43. Os documentos de identificação funcional dos profis- Institui, no âmbito do Estado do Paraná, a Política Estadual de
sionais da área de segurança pública e defesa social serão padro- Segurança Pública e Defesa Social e dá outras providências.
nizados mediante ato do Ministro de Estado Extraordinário da Se-
gurança Pública e terão fé pública e validade em todo o território Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu san-
nacional. ciono a seguinte lei:
Art. 44. (VETADO).
Art. 45. Deverão ser realizadas conferências a cada 5 (cinco) CAPÍTULO I
anos para debater as diretrizes dos planos nacional, estaduais e mu- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nicipais de segurança pública e defesa social.
Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de Art. 1º Esta Lei institui a Política Estadual de Segurança Pública
1994 , passa a vigorar com as seguintes alterações: e Defesa Social (PESPDS), com a finalidade de preservação da or-
“Art. 3º ........................................................................ dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por
...................................................................................... meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos
§1º (VETADO). órgãos de segurança pública e defesa social do Estado, da União e
...................................................................................... dos Municípios, em articulação com a sociedade, observada a Políti-
§4º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de In- ca Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS).
formações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas I - Segurança pública: a garantia que o Estado proporciona à so-
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no Siste- ciedade, a fim de assegurar a Ordem Pública, com base no eficiente
ma não poderão receber recursos do Funpen. funcionamento dos órgãos do Estado;
............................................................................” (NR) II - Defesa social: o conjunto de atividades desenvolvidas com
Art. 47. O inciso II do §3º e o §5º do art. 4º da Lei nº 10.201, de a finalidade de restringir as vulnerabilidades e mitigar as ameaças à
14 de fevereiro de 2001 , passam a vigorar com a seguinte redação: sociedade, visando à tranquilidade social.
“Art. 4º ..........................................................................
........................................................................................ CAPÍTULO II
§3º ................................................................................ DA POLÍTICA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
........................................................................................ DEFESA SOCIAL (PESPDS)
II - os integrantes do Sistema Nacional de Informações de Segu-
rança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, SEÇÃO I
de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que cumpri- DOS PRINCÍPIOS
rem os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o forneci-
mento de dados e informações ao Sistema; Art. 2º São princípios da PESPDS:
....................................................................................... I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e garantias
§5º (VETADO) individuais e coletivos;
.............................................................................” (NR) II - proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais de
Art. 48. O §2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de outubro de segurança pública e defesa social;
2007 , passa a vigorar com a seguinte redação: III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fun-
“Art. 9º .......................................................................... damentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa hu-
........................................................................................ mana;
§2º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de In- IV - eficiência:
formações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de a) na prevenção, resolução pacífica de conflitos e no controle
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas das infrações penais;
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou de atualizar seus dados e in- b) na repressão e na apuração das infrações penais;
formações no Sistema não poderão receber recursos do Pronasci.” c) na prevenção e na redução de riscos de incêndios, assim
(NR) como na resposta a situações emergenciais que afetam a vida, o
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº 12.681, de 4 de patrimônio e o meio ambiente;
julho de 2012. V - participação e controle social;
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias VI - uso seletivo ou diferenciado da força;
de sua publicação oficial. VII - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
VIII - publicidade das informações não sigilosas; XVI - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social
IX - promoção do ensino, pesquisa, desenvolvimento, inovação dos egressos do sistema prisional;
e tecnologia sobre ciências forenses, policiais, segurança pública e XVII - incentivo:
defesa social; a) ao desenvolvimento de programas e projetos com foco na
X - otimização dos recursos materiais, humanos e financeiros promoção da cultura de paz, na segurança comunitária e na inte-
das instituições; gração das políticas de segurança com as políticas sociais existentes
XI - simplicidade, informalidade, economia procedimental e ce- em outros órgãos e entidades não pertencentes ao sistema de se-
leridade no serviço prestado à sociedade; gurança pública;
XII - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; b) à designação de servidores de carreira para os cargos de che-
XIII - transparência, responsabilização e prestação de contas. fia, levando em consideração o posto/graduação, a capacitação, o
mérito e a experiência do servidor civil ou militar estadual na ativi-
SEÇÃO II dade policial específica;
DAS DIRETRIZES c) às ciências forenses e o aprimoramento das ações de produ-
ção da prova técnico-científica.
Art. 3º São diretrizes da PESPDS: XVIII - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos;
I - planejamento estratégico permanente e sistêmico com o XIX - promoção da integração de tecnologias, dados e informa-
monitoramento e a avaliação das ações e resultados; ções coletados e geridos pelos sistemas de informação estaduais e
II - atendimento imediato ao cidadão; os providos pelos órgãos congêneres de outros Estados e dos siste-
III - fortalecimento: mas nacionais, garantindo a preservação do sigilo, o uso exclusivo
a) das ações de prevenção e resolução pacífica de conflitos, das informações para a segurança pública e a geração de controles
priorizando políticas de redução da letalidade violenta, com ênfase de auditoria;
para os grupos vulneráveis; XX - celebração de termo de parceria e protocolos com agên-
b) das instituições de segurança pública por meio de investi- cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações;
mentos e do desenvolvimento de projetos estruturantes e de ino- XXI - aprimoramento das ações de prevenção de incêndios e
vação tecnológica; outros sinistros, promovendo integração interinstitucional e com a
IV - atuação integrada entre as Secretarias de Estado, a União sociedade com foco principal na preservação da vida e incolumida-
e os Municípios em ações de defesa social e políticas transversais de física das pessoas, bem como do meio ambiente e do patrimô-
para a preservação da vida, do meio ambiente, do patrimônio e da nio.
dignidade da pessoa humana;
V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti- SEÇÃO III
tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução, DOS OBJETIVOS
monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti-
vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios Art. 4º São objetivos da PESPDS:
com base nas melhores práticas; I - contribuir para a redução e o combate à criminalidade vio-
VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro- lenta contra a vida, atuando na salvaguarda da vida, do meio am-
fissionais de segurança pública e defesa social, em consonância com biente, do patrimônio e na proteção dos bens jurídicos coletivos,
a matriz curricular nacional, com as diretrizes do Sistema Estadual fortalecendo os vínculos estabelecidos com a sociedade, promo-
de Ensino e do Ministério da Educação, naquilo que seja comum aos vendo os direitos fundamentais do cidadão;
cargos e no que seja próprio de cada carreira; II - fortalecer:
VII - sistematização e compartilhamento das informações de a) a gestão estratégica institucional no que concerne ao proces-
segurança pública, prisionais, de rastreabilidade de armas e muni- so de integração dos Sistemas de Segurança Pública e Defesa Social,
ções, de material genético, de biometria e de drogas; de Justiça Criminal do Estado e órgãos do âmbito federal;
VIII - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos b) os mecanismos de investigação de crimes hediondos e de
em áreas de interesse da segurança pública; homicídios;
IX - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pes- c) as ações de fiscalização e rastreabilidade de armas de fogo e
soas em situação de vulnerabilidade; munições, com vistas à redução da violência armada;
X - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia e d) as ações de prevenção e repressão aos crimes cibernéticos;
de equipamentos de interesse da segurança pública; e) as ações de prevenção a incêndios e outras emergências;
XI - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com f) as ações de proteção às áreas rurais;
foco na resolução de problemas; g) as ações visando à redução de morte e lesões no trânsito;
XII - modernização do sistema e da legislação de acordo com a III - aprimorar a política de gestão de pessoas, com ações nas
evolução social; áreas de valorização profissional, de saúde, de qualidade de vida e
XIII - participação social nas questões de segurança pública e de segurança dos profissionais de segurança pública e defesa social;
defesa social; IV - incentivar:
XIV - integração entre os Poderes no aprimoramento e na apli- a) medidas para a modernização de equipamentos, da investi-
cação da legislação penal; gação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos órgãos e
XV - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público e das instituições de segurança pública;
da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para b) medidas para modernização do combate a incêndios, dos
alcançar os objetivos desta Política; salvamentos e da resposta a outras emergências e desastres;
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c) as ciências forenses e o aprimoramento das ações de produ- Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for-
ção da prova técnico-científica; mulação do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
V - estimular e ampliar as ações de prevenção, controle e fisca- (PESP), documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os
lização para a repressão à violência e à criminalidade, notadamente indicadores e as ações para o alcance desses objetivos.
contra os crimes violentos letais intencionais;
VI - ampliar e fortalecer as instâncias e os mecanismos de SEÇÃO IV
transparência, de participação e controle público, por meio de di- DAS ESTRATÉGIAS
vulgação de dados e informações criminais de forma dinâmica e
ampliada para a população; Art. 5º São estratégias da Política Estadual de Segurança Públi-
VII - estimular: ca e Defesa Social:
a) a produção e publicação de estudos e diagnósticos para sub- I - integração, participação e cooperação federativa com as ins-
sidiar a formulação e a avaliação de políticas públicas; tituições que compõe o Sistema de Segurança Pública e Defesa So-
b) estimular o intercâmbio de informações de inteligência de cial do Estado do Paraná;
segurança pública com instituições estrangeiras congêneres; II - interoperabilidade dos sistemas de segurança pública e de-
c) o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a ex- fesa social;
tensão relativas às ciências forenses, policiais, à segurança pública e III - modernização da gestão das instituições de segurança pú-
à defesa social dentro das academias e escolas de polícia; blica e defesa social;
d) o desenvolvimento da rede de internacionalização da educa- IV - valorização e proteção dos profissionais das áreas de segu-
ção de segurança pública e defesa social, propiciando o intercâmbio rança pública e defesa social;
de conhecimentos e boas práticas no âmbito nacional e internacio- V - diagnóstico dos problemas a serem enfrentados;
nal; VI - avaliação contínua das metas e dos resultados;
e) a concessão de medidas protetivas em favor de pessoas em VII - garantia da regularidade orçamentária para a execução de
situação de vulnerabilidade; planos e programas de segurança pública e defesa social;
f) a criação de mecanismos de proteção dos agentes públicos VIII - formação contínua e de qualidade para os profissionais de
que compõem o sistema de segurança pública e de seus familiares; segurança pública e defesa social;
VIII - promover: IX - incentivo à pesquisa, desenvolvimento, inovação, ciência e
a) a interoperabilidade dos sistemas de segurança pública; tecnologia aplicadas à segurança pública e defesa social.
b) uma relação colaborativa entre os órgãos de segurança pú-
blica e os integrantes do sistema judiciário para a construção das SEÇÃO V
estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias ao alcance DOS MEIOS E INSTRUMENTOS
das metas estabelecidas;
IX - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e fisca- Art. 6º São meios e instrumentos da Política Estadual de Segu-
lização para a repressão aos crimes transfronteiriços; rança Pública e Defesa Social:
X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi- I - o Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (PESP)
ca, prisionais, de rastreabilidade de armas e munições, de material e de Aplicação dos Recursos do Fundo Estadual de Segurança Pú-
genético, de biometria, de drogas e de defesa social entre os órgãos blica;
de segurança pública e o sistema de Justiça; II - o Sistema Estadual de Informações de Segurança Pública,
XI - fomentar: Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
a) o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medi- Genético, de Biometria e de Drogas;
das restritivas de direito e de penas alternativas à prisão; III - os fundos de financiamento da segurança pública e defesa
b) o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimento de pena social, asseguradas as transferências obrigatórias de recursos fundo
restritiva de liberdade em relação à gravidade dos crimes cometi- a fundo;
dos; IV - os demais fundos e planos em andamento no Estado refe-
c) a utilização das tecnologias de informação e comunicação rentes às áreas de segurança pública e defesa social.
para a ampliação da capacidade formativa no ensino policial, no Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes dos
contexto da atualização profissional e formação continuada; fundos já existentes no Estado continua obedecendo às regras defi-
d) ações permanentes para o combate ao crime organizado e nidas em suas respectivas leis de criação.
à corrupção;
e) medidas de Proteção e Assistência às Vítimas e a Testemu- CAPÍTULO III
nhas; DA FORMULAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE SEGURANÇA
XII - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros PÚBLICA E DEFESA SOCIAL (PESP)
ambientes de encarceramento;
XII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avaliação Art. 7º O Estado do Paraná instituirá o Plano Estadual de Se-
das ações de segurança pública e defesa social; gurança Pública e Defesa Social (PESP) destinado a propor ações
XIV - ampliar a capacidade de resposta a emergências e desas- e projetos e a articular as políticas públicas da área com a União,
tres; demais Estados Federados e Municípios.
XV - reduzir os índices de tempo de resposta a emergências e Parágrafo único. O Plano Estadual referido no caput deste arti-
desastres; go, com duração de dez anos, será elaborado pela Secretaria de Es-
XVI - outros objetivos previstos em legislação específica. tado de Segurança Pública (SESP) mediante a promoção de consulta
pública à sociedade e aos especialistas, com aprovação do Conselho
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, e submetido ao Che- Art. 13. As metas de redução da criminalidade e da violência e
fe do Poder Executivo Estadual para encaminhamento, por meio de da excelência nas áreas de segurança pública e defesa social deve-
Projeto de Lei, à Assembleia Legislativa. rão estar contidas no Plano Estadual, observadas as metas fixadas
Art. 8º O PESP tem por finalidade: no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
I - propor ações estratégicas de prevenção à criminalidade e à Art. 14. Anualmente, por ocasião da aferição de que trata o art.
violência; 12 desta Lei, será elaborado relatório contendo as recomendações
II - sugerir metas de redução da criminalidade e da violência; aos gestores e operadores que executam as políticas de segurança
III - promover a melhoria da qualidade da gestão das políticas pública e defesa social.
públicas:
a) das áreas de segurança pública e defesa social; CAPÍTULO V
b) para a prevenção de incêndios e o atendimento a emergên- DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E
cias e desastres; INFORMAÇÕES
IV - assegurar a produção do conhecimento sobre diagnóstico,
definição de metas e avaliação dos resultados das políticas públicas Art. 15. Institui, no âmbito da SESP, o Sistema Estadual de Infor-
nas áreas de segurança pública e defesa social. mações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Ar-
Art. 9º A SESP elaborará indicadores, ações estratégicas, me- mas e Munições, de Material Genético, de Biometria e de Drogas, a
tas, prioridades e formas de financiamento e gestão das políticas ser regulamentado, com a finalidade de armazenar, tratar e integrar
de segurança pública e defesa social, os quais deverão constar do os dados e informações estaduais, de outros Estados da federação
Plano Estadual. e do Sistema Nacional obtidos mediante Acordos de Cooperação,
Art. 10. O Plano Estadual deverá ser reavaliado anualmente, com vistas à análise, formulação, implementação, execução, acom-
de forma a verificar o cumprimento deste, adequar suas metas e panhamento e avaliação das seguintes políticas públicas:
elaborar recomendações aos gestores e operadores que executam I - segurança pública e defesa social;
as políticas de segurança pública e defesa social. II - sistema prisional, execução penal e assistência socioeduca-
tiva;
CAPÍTULO IV III - enfrentamento ao tráfico de armas e drogas ilícitas e outros
DA INSTITUIÇÃO DE METAS PARA ACOMPANHAMENTO crimes;
E AVALIAÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE SEGURANÇA IV - fortalecimento da rede integrada de perfis genéticos.
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Art. 16. O Sistema Estadual de Informações de Segurança Públi-
ca, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Art. 11. As metas deverão ser fixadas anualmente pela SESP, Genético, de Biometria e de Drogas tem por objetivo:
com vistas à prevenção e à repressão das infrações penais e admi- I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, inte-
nistrativas. gração e interpretação dos dados e informações das políticas públi-
Art. 12. A aferição anual das metas deverá observar aos seguin- cas de que trata o art.15 desta Lei;
tes parâmetros de avaliação: II - promover a integração e o compartilhamento das redes e
I - das atividades: sistemas de dados e informações sobre segurança pública e defesa
a) de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, que social, sistema prisional e execução penal, enfrentamento ao tráfico
serão aferidas, dentre outros fatores, pela maior ou menor incidên- de armas e drogas ilícitas e outros crimes;
cia de infrações penais e administrativas em determinada área, ob- III - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras in-
servando os parâmetros estabelecidos no âmbito nacional; formações para auxiliar na formulação, implementação, execução,
b) de polícia judiciária, que serão aferidas, dentre outros fa- acompanhamento e avaliação das políticas públicas de que trata
tores, pela apuração de infrações penais, pelos índices de eluci- esta Lei;
dação dos delitos, verificados a partir dos registros de ocorrências IV - garantir a interoperabilidade do sistema de dados e infor-
policiais, pela identificação e prisão dos autores dos crimes e pelo mações.
cumprimento de mandados de prisão relevantes à investigação e à Parágrafo único. O Sistema Estadual de Informações de Segu-
instrução criminal; rança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições,
c) do Corpo de Bombeiros Militar, que serão aferidas pelas de Material Genético, de Biometria e de Drogas adotará os padrões
ações de prevenção de incêndios e índices de tempo de resposta a e critérios de segurança da informação do Estado, visando garantir a
emergências e desastres; integridade, disponibilidade, confidencialidade e autenticidade das
d) periciais, que serão aferidas, dentre outros fatores, pelos informações.
critérios técnicos periciais, observados os laudos periciais e o resul-
tado na produção qualificada das provas relevantes à investigação CAPÍTULO VI
e à instrução criminal; DA CAPACITAÇÃO, VALORIZAÇÃO, ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
e) de ensino, que serão aferidas, dentre outros fatores, pela E DE SAÚDE DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
quantidade e qualidade da produção científica dos docentes, dis-
centes e egressos destas instituições de ensino, bem como pelo ín- SEÇÃO I
dice de aproveitamento dos discentes nos cursos; DA CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
III - da eficiência do sistema prisional que será aferida, dentre
outros fatores, pelo aumento do número de vagas do sistema pri- Art. 17. A valorização profissional é instrumento de reconheci-
sional e do número de presos exercendo atividades laboral e edu- mento do trabalho desenvolvido pelos profissionais dos órgãos de
cacional; segurança pública e defesa social, sendo implementada por meio
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a solução para o seu concurso!
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de programas, projetos e ações voltados para coordenar, super- Palácio do Governo, em 9 de dezembro de 2021.
visionar e executar as atividades de educação gerencial, técnica e
operacional, atendendo aos seguintes objetivos
I - contribuir, por meio de formação e capacitação, para o aper- LEI ESTADUAL Nº 21.640/2023 (CÓDIGO DE ÉTICA DA POLÍ-
feiçoamento técnico e científico dos profissionais de segurança CIA CIENTÍFICA DO PARANÁ)
pública e defesa social, possibilitando mudanças institucionais sob
novos parâmetros de atuação profissional;
II - primar pela qualidade do ensino em Segurança Pública e LEI 21640 - 25 DE SETEMBRO DE 2023
Defesa Social, promovendo integração por meio da capacitação
qualificada e continuada, fomentando a participação em cursos, se- Institui o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica do Pa-
minários, congressos e outros eventos ofertados por instituições de raná.
ensino superior ou ensino policial;
III - estimular e valorizar o desempenho profissional dos ser- A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu
vidores civis e militares estaduais na área de segurança pública e sanciono a seguinte lei:
defesa social;
IV - elaborar e implementar programa motivacional, visando ao TÍTULO I
reconhecimento de mérito e à valorização dos profissionais de se- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
gurança pública e defesa social.
Art. 1º Institui o Código de Ética e Conduta da Polícia Científica
SEÇÃO II do Paraná.
DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E DE SAÚDE NO TRABALHO Art. 2º São destinatários desta Lei:
I - os servidores do Quadro Próprio dos Peritos Oficiais - QPPO;
Art. 18. A atenção psicossocial e de saúde no trabalho desti- II - os agentes públicos que atuem na Polícia Científica do Pa-
na-se a dar suporte às atividades dos integrantes que compõem o raná, os servidores efetivos, os ocupantes de cargos em comissão,
sistema estadual de segurança pública e defesa social, sendo im- os funcionários ou empregados cedidos por outros órgãos públicos,
plementada por meio de programas, projetos e ações que visem à além daqueles que, por força de lei, contrato ou qualquer outro ato
prevenção à saúde, voltados à melhoria na qualidade de vida dos jurídico, independentemente da sua função ou posição hierárquica,
profissionais de segurança pública e defesa social, atendendo aos prestem serviços para a Polícia Científica de natureza permanente,
seguintes objetivos: temporária, excepcional ou eventual, ainda que não remunerados,
I - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais inclusive os servidores em gozo de licença ou em período de afas-
de segurança pública e defesa social; tamento.
II - promover a atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos
profissionais de segurança pública e defesa social; TÍTULO II
III - criar ambiente de trabalho focado na construção de um DO CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA
clima organizacional favorável para motivação da iniciativa dos pro-
fissionais de segurança pública e defesa social para a busca da ex- CAPÍTULO I
celência do resultado, bem-estar, segurança jurídica, qualidade da DISPOSIÇÕES GERAIS
saúde física e emocional e apoio a seus familiares;
IV - implementar campanhas educativas, palestras e seminá- Art. 3º A ética e a conduta dos agentes públicos da Polícia Cien-
rios, bem como a realização de pesquisas, dirigidas aos profissionais tífica do Paraná, previstos no art. 2º desta Lei, reger-se-ão por este
de segurança pública e defesa social. Código.
Art. 19. Autoriza a promoção do sistema habitacional destina- Art. 4º Os editais de licitação e os contratos administrativos de
do aos profissionais das áreas de segurança pública e defesa social. prestação de serviço no âmbito da Polícia Científica do Paraná deve-
rão observar o presente Código de Ética e Conduta.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS CAPÍTULO II
DA CARACTERIZAÇÃO
Art. 20. A cada cinco anos deverá ser realizada Conferência
para debater as diretrizes e os objetivos do Plano Estadual. Art. 5º A Polícia Científica do Paraná, órgão central de perícia
Art. 21. O Estado do Paraná, por intermédio da SESP, deverá ela- oficial de natureza criminal, unidade de execução programática da
borar relatório anual a ser encaminhado à União, contendo ações e Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP, integrante opera-
projetos que requeiram auxílio financeiro para sua implementação. cional do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP, nos termos da
Art. 23. Autoriza o Poder Executivo a regulamentar o disposto Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018, tem como finalidade
nesta Lei, no que couber, fixando as normas complementares ne- exercer com exclusividade as perícias oficiais de natureza criminal
cessárias à consecução dos objetivos pretendidos. e as atividades de ensino, pesquisa, tecnologia e inovação técni-
Art. 24. As ações decorrentes da presente política pública de- co-científicas de ciências forenses que forem legalmente atribuídas
verão ser realizadas de forma integrada com as demais políticas de em todo o Estado do Paraná, ressalvada a competência da União.
Estado visando ampliar os resultados e alcançar os objetivos estra- Parágrafo único. Equivalem-se, para fins desta Lei, as seguintes
tégicos. expressões:
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. I - Polícia Científica do Paraná;
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visão Operacional, observado o interesse público caso implique em VII - frequentar, sempre que convocado, cursos de aperfeiço-
custo ao erário e desde que não prejudique o funcionamento da amento, capacitação e especialização, em especial os promovidos
unidade de lotação do servidor; ou organizados pela Academia de Ciências Forenses da Polícia Cien-
c) em ações institucionais de valorização profissional, de saúde, tífica ou outras instituições ligadas à segurança pública e ciências
de qualidade de vida e segurança dos servidores mediante autori- forenses;
zação da Divisão Administrativa, observado o interesse público e VIII - resguardar o sigilo profissional;
institucional; IX - colaborar com as autoridades constituídas, dentro dos limi-
d) em atividades político-partidárias em caráter estritamen- tes de suas atribuições e competência;
te pessoal, fora de seus horários e locais de trabalho quando não X - cumprir as metas de produtividade e eficiência previstas em
conflitarem com os princípios éticos, suspeições e impedimentos regulamento do órgão, resguardados os casos de impossibilidades
previstos na legislação; técnicas e materiais;
VI - o respeito às diversidades culturais, de raça, etnia, gênero, XI - orientar o exercício das atividades pelos preceitos do de-
credo e expressão de sexualidade; senvolvimento sustentável;
VII - a proteção dos direitos humanos, o respeito aos direitos XII - preservar e defender os direitos do policial científico;
fundamentais e a promoção da cidadania e da dignidade da pessoa XIII - zelar:
humana; a) pela adequada alocação e pelo uso correto, seguro e eficien-
VIII - a ter suas horas de repouso, férias, licenças e afastamen- te de todas as instalações, bens e recursos do órgão e pela plena
tos médicos respeitados; gestão documental sob sua guarda e responsabilidade;
IX - o provimento de meios e condições de trabalho adequados; b) pela manutenção da cadeia de custódia dos vestígios;
X - de somente ter suas férias, licenças e afastamentos cassa- c) pela correta e segura utilização dos sistemas e ferramentas
dos por ato administrativo devidamente motivado; tecnológicas oficiais de comunicação, gestão de documentos, lau-
XI - a análise de seus pedidos administrativos de forma isonô- dos e informações da Polícia Científica;
mica; d) pelo patrimônio histórico e cultural da Polícia Científica;
XII - de exercer livremente, dentro ou fora do órgão, a cultura, XIV - observar:
o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento, a tecnologia e a inovação a) os princípios da economicidade, razoabilidade e responsabi-
em ciências forenses; lidade socioambiental na operação e manutenção das instalações,
XIII - de expor e publicar trabalho científico forense autorizado bens e recursos do órgão;
pela Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica; b) as normas de conduta ética e disciplinar no ambiente de tra-
XIV - o exercício de atribuições correspondentes ao cargo a que balho ou fora dele, inclusive em mídias sociais, ao utilizar o nome
pertence; ou símbolos da Polícia Científica, uniforme ou qualquer material
XV - as assistências médico-hospitalar, de saúde ocupacional e que possa identificá-lo como seu representante, visando sempre à
judiciária, quando ferido, acidentado ou submetido a processo em preservação da imagem do órgão;
razão do exercício do cargo ou função; XV - apoiar e contribuir para o desenvolvimento contínuo das
XVI - de portar equipamentos de segurança, proteção, balísti- práticas seguras em todas as suas tarefas e de seus colegas;
cos, munições e armas, respeitadas as normas de segurança institu- XVI - apoiar diretrizes, programas, projetos, planos, campanhas
cional e legislação vigente, mesmo quando em inatividade; e ações institucionais;
XVII - os direitos previstos nas Leis nº 20.656, de 3 de agosto XVII - participar de treinamentos sobre rotinas e procedimen-
de 2021, e nº 6.174, de 16 de novembro de 1970, ou outras que tos de segurança e saúde, principalmente quanto a atividades ou
venham substituí-las. situações de risco;
XVIII - seguir os Procedimentos Operacionais Padrão adotados
CAPÍTULO VII pelo órgão;
DOS DEVERES XIX - submeter-se à inspeção médica ou psicossocial sempre
que for determinado pela autoridade competente;
Art. 11. São deveres inerentes ao exercício das atividades na XX - tratar com urbanidade os gestores, ordenadores, destina-
Polícia Científica: tários, beneficiários e colaboradores de seus serviços;
I - contribuir: XXI - respeitar a cadeia hierárquica institucional;
a) para o progresso das ciências forenses; XXII - comparecer ao trabalho e a convocações oficiais trajado
b) com a gestão da Polícia Científica; adequadamente ou utilizando uniforme e equipamentos de prote-
II - zelar pela integridade, reputação e imagem da Polícia Cien- ção individual, quando for o caso;
tífica; XXIII - comparecer às horas de trabalho executando os serviços
III - atuar com imparcialidade e impessoalidade nos atos peri- que lhe competirem.
ciais;
IV - manter em dia suas obrigações perante o órgão; CAPÍTULO VIII
V - manter-se informado sobre as normas e métodos científicos DAS VEDAÇÕES
que regulamentam o exercício das atividades do órgão;
VI - manter a dignidade, o decoro, o zelo, a probidade, o res- Art. 12. É vedado aos servidores do QPPO e aos agentes públi-
peito à hierarquia, a dedicação, a cortesia, a assiduidade, a pontu- cos em atividade na Polícia Científica:
alidade, a presteza, a cooperação e a disciplina no exercício da sua I - revelar fato ou informação relativa aos trabalhos periciais,
função; sem justa causa, divulgando ou propiciando sua divulgação;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
a) o uso de indumentária oficial de uso exclusivo de policiais XXIII - modificar, alterar ou, de qualquer modo, prejudicar os
científicos a quem não exerça o cargo sem autorização da Direção- locais suscetíveis a exames periciais - sanção: advertência a suspen-
-Geral - sanção: advertência a repreensão; são de até trinta dias;
b) o uso de seu conjunto documental oficial ou parte dele a XXIV - faltar com a verdade no desempenho de suas atribuições
terceiros - sanção: repreensão a suspensão de até dez dias; profissionais - sanção: advertência a suspensão de até trinta dias;
XI - deixar de ostentar, quando exigido para o serviço, ou exi- XXV - danificar bens que estiverem sob sua guarda ou carga,
bir sem necessidade conjunto documental - sanção: advertência a confiados em razão da função, exceto quando imprescindível para
repreensão; a realização da atividade pericial - sanção: advertência a suspensão
XII - deixar de comunicar à autoridade competente informação de até trinta dias;
que tiver e que possa prejudicar o bom andamento das funções pe- XXVI - prejudicar servidor nas realizações de atos ou fatos ati-
riciais, tão logo tenha conhecimento - sanção: advertência a repre- nentes à promoção - sanção: advertência a suspensão de até trinta
ensão; dias;
XIII - deixar de cumprir ordem legal de superior hierárquico - XVII - emitir documento em nome do órgão sem a prévia auto-
sanção: repreensão a suspensão de até trinta dias; rização da Direção-Geral - sanção: advertência a suspensão de até
XIV - deixar de utilizar os Procedimentos Operacionais Padrão trinta dias;
e demais normas adotadas pelo órgão na realização dos trabalhos XXVIII - comparecer a qualquer ato de serviço com a capaci-
periciais, incluindo as relativas à cadeia de custódia, causando pre- dade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
juízo à realização do exame pericial ou à persecução penal - sanção: outra substância psicoativa que determine dependência, ou fazer o
repreensão a suspensão de até noventa dias; uso dessas substâncias no exercício de suas funções - sanção: repre-
XV - omitir-se no zelo com os bens que estejam sob sua guar- ensão a suspensão de até trinta dias;
da ou carga, confiados em razão da função - sanção: advertência a XXIX - realizar:
repreensão; a) conduta vedada pelo art. 12 desta Lei ou proibida pela Lei
XVI - agir em desacordo com os deveres previstos no art. 11 nº 6.174, de 1970, ou Lei Federal nº 8.112, de 1990, ou outras que
desta Lei, na Lei nº 6.174, de 1970, na Lei Federal nº 8.112, de 1990, venham a substituí-las, que não esteja tipificada como infração nes-
ou outras que venham a substituí-las, e cuja conduta não esteja tipi- ta Lei - sanção: repreensão a suspensão de até noventa dias, salvo
ficada como infração nesta Lei - sanção: advertência a repreensão; para os casos em que houver previsão expressa de demissão;
XVII - concorrer de forma ilícita para a defesa dos interesses b) assédio moral vertical ascendente, contra superior hierár-
de pessoas que tenham relação com os exames periciais - sanção: quico, com o intuito de prejudicar ações de gestão ou destituí-lo da
advertência a suspensão de até trinta dias; função - sanção: repreensão a suspensão de até trinta dias;
XVIII - praticar: XXX - modificar ou ocultar a verdade, com vistas a favorecer
a) assédio ou violência, moral ou sexual, no ambiente laboral ou prejudicar servidor da classe policial científica, seja modificando,
ou externamente, no desempenho de suas funções ou se valendo alterando ou fraudando, por qualquer outro meio, as disposições
da posição hierárquica - sanção: suspensão de dez dias a demissão; desta Lei, em razão de ser membro do Conselho da Polícia Científi-
b) ato que concorra para comprometer a imagem do órgão ou ca, da Corregedoria da Polícia Científica ou de Comissão de Avalia-
a função policial científica - sanção: advertência a suspensão de até ção - sanção: advertência a suspensão de até noventa dias;
trinta dias; XXXI - dificultar ou não levar ao conhecimento de autoridade
c) violência física no ambiente de trabalho - sanção: repreensão hierárquica superior competente ofício, petição ou requisição que
a suspensão de até trinta dias, ou suspensão a demissão em caso de tiver recebido, se não estiver em sua alçada resolvê-los - sanção:
reincidência de violência que resulte em lesão corporal leve; repreensão a suspensão de até dez dias;
d) violência física que resulte em lesão corporal grave ou gra- XXXII - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado,
víssima no ambiente de trabalho - sanção: suspensão de sessenta sem comunicar com antecedência a autoridade a quem estiver su-
dias a demissão; bordinado, salvo por motivo plenamente justificável - sanção: ad-
e) crime ou contravenção tipificados pela legislação brasileira, vertência a suspensão de até trinta dias;
no exercício ou em razão da função de policial científico - sanção: XXXIII - simular doença para ausentar-se do trabalho - sanção:
repreensão a suspensão de até noventa dias; repreensão a suspensão de até trinta dias;
XIX - recusar-se, sem motivo justificado, a assumir ou aceitar XXXIV - impor, sem motivo ou justa causa, ritmo de trabalho
encargos que lhe forem atribuídos em razão de cargo ou função - excessivo, exercer pressão psicológica ou praticar outras condutas
sanção: advertência a suspensão de até trinta dias; que configurem assédio moral no trabalho - sanção: repreensão a
XX - revelar informação sigilosa ou ensejar a divulgação de do- suspensão de até trinta dias;
cumentos de peças oficiais, que sejam conhecidos em razão do car- XXXV - proceder de forma desidiosa - sanção: repreensão a sus-
go ou função, sem autorização expressa da autoridade competente pensão de até noventa dias;
- sanção: advertência a suspensão de até trinta dias; XXXVI - cobrar a qualquer pretexto, taxas e emolumentos não
XXI - fazer uso indevido da arma de fogo - sanção: advertência previstos em lei ou de modo diverso da prescrição legal - sanção:
a suspensão de até trinta dias; repreensão a suspensão de até noventa dias;
XXII - fazer uso do cargo, da indumentária oficial, de equipa- XXXVII - promover, dar causa, concorrer ou participar de falsa
mentos, de sistemas ou dos símbolos da Polícia Científica fora do perícia - sanção: suspensão de até noventa dias, ou demissão em
exercício da função sem autorização da Direção-Geral - sanção: ad- caso de não retratação;
vertência a suspensão de até trinta dias; XXXVIII - modificar, em proveito próprio ou de terceiros, o obje-
to de prova que estiver sob seu exame, custódia ou guarda - sanção:
suspensão de trinta dias a demissão;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
XXXIX - exigir ou receber propinas, comissões ou auferir vanta- I - o afastamento preventivo do servidor, por até noventa dias,
gens, proveitos pessoais de qualquer espécie ou sob qualquer pre- prorrogáveis uma única vez por igual período;
texto, em razão do cargo ou função - sanção: suspensão de trinta II - a designação do servidor para o exercício de atividades es-
dias a demissão; pecíficas, podendo restringir acesso a determinados locais e em de-
XL - fraudar, alterar ou inserir informações falsas em laudos e terminados horários, até decisão final do procedimento;
relatórios periciais, sistemas, dados ou documentos de gerencia- III - o recolhimento de carteira funcional, distintivo e arma ins-
mento de laudos e arquivos, controle de acesso, cadeia de custódia, titucional;
segurança ou ponto a fim de obter vantagem indevida para si ou IV - a proibição do porte de armas, até decisão final do proce-
para outrem ou a fim de causar dano à instituição ou a terceiros - dimento;
sanção: suspensão de trinta dias a demissão; V - o comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser esta-
XLI - ausentar-se do serviço, sem justa causa, por trinta dias belecida, para tomar ciência dos atos do procedimento.
consecutivos, ou por sessenta dias não consecutivos durante o perí- §1º O Conselho da Polícia Científica reapreciará a decisão do
odo de doze meses, sem causa justificada - sanção: demissão; Corregedor na primeira reunião ordinária subsequente, podendo
XLII - ser condenado criminalmente, com trânsito em julgado, homologá-la, modificá-la ou revogá-la, sendo o Corregedor impe-
à pena privativa de liberdade superior a quatro anos - sanção: de- dido de votar.
missão. §2º O presidente da sindicância ou do processo administrativo
Parágrafo único. A amplitude das sanções previstas nas con- disciplinar poderá requerer ao Corregedor a aplicação das medidas
dutas tipificadas neste artigo seguirá a gradação da menor para a previstas nos incisos deste artigo, bem como sua alteração ou re-
maior, considerando-se como menos gravosa a de advertência e a vogação.
mais gravosa a de demissão. §3º O período de afastamento preventivo computar-se-á como
de efetivo exercício.
CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES ÉTICO-DISCIPLINARES CAPÍTULO V
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
Art. 16. Caberá à Corregedoria da Polícia Científica a apuração
das infrações ético-disciplinares, que aplicará as normas gerais e Art. 19. Na aplicação das sanções serão considerados:
procedimentos especiais sobre atos e processos administrativos I - repercussão pública do fato;
previstos na Lei nº 20.656, de 2021, ou outra que venha a substi- II - danos decorrentes da infração ao serviço público;
tuí-la. III - causas de justificação;
§1º Da decisão final do Corregedor caberá recurso ao Conselho IV - circunstâncias atenuantes;
da Polícia Científica, estando o Corregedor impedido de votar. V - circunstâncias agravantes.
§2º Quando o Conselho da Polícia Científica indeferir atenua- §1º São causas de justificação:
ção na pena de demissão por erro formal no processo administra- I - motivo de força maior devidamente comprovado;
tivo caberá recurso ao Secretário de Estado da Segurança Pública. II - ter sido cometida a infração na prática de ação meritória, no
§3º Cabe ao Conselho da Polícia Científica a instituição de co- interesse do serviço, da ordem ou da segurança pública;
missão dentre os membros do Conselho para apurar transgressão III - não ser exigível, naquela situação fática, conduta diversa
disciplinar ou prática de infração penal pelo Diretor-Geral e pelo do agente público.
Corregedor, ficando o investigado impedido de votar durante a de- §2º São circunstâncias atenuantes:
liberação em plenário. I - boa conduta profissional e comprometimento com o inte-
§4º Ato do Chefe do Poder Executivo determinará a instauração resse público;
de processo no âmbito do Conselho da Polícia Científica, visando II - relevância dos serviços prestados à Polícia Científica, que
à destituição do Diretor-Geral, Corregedor e demais membros do tenham dignificado o nome do órgão;
próprio Conselho da Polícia Científica, ficando o investigado impe- III - ter sido cometida a infração:
dido de votar durante a deliberação em plenário. a) em defesa de direitos próprios ou de terceiros, ou para evitar
Art. 17. Sempre que possível, será firmado Termo de Ajusta- mal maior;
mento de Conduta - TAC como medida alternativa à instauração de b) sob assédio ou temor hierárquico devidamente comprova-
sindicância ou processo administrativo disciplinar. do;
Parágrafo único. A assunção de responsabilidade por parte do IV - reparação do dano.
servidor no TAC não implica em confissão para finalidades alheias à §3º São circunstâncias agravantes:
apuração administrativa, tendo o objetivo de assegurar a aplicação I - má conduta profissional comprovada por sanções aplicadas
das penalidades previstas no termo, no caso de descumprimento há no máximo cinco anos;
integral ou parcial das obrigações assumidas. II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais infrações;
Art. 18. Determinada a instauração de sindicância, processo ad- III - ter sido praticada a infração:
ministrativo disciplinar ou durante a apuração preliminar, ou haven- a) por duas ou mais pessoas ou em público;
do, durante seu curso, conveniência para a instrução do processo, b) com premeditação, com abuso de autoridade hierárquica ou
bem como havendo necessidade de preservar a integridade física funcional ou com uso de materiais ou sistemas de informação aos
do servidor ou de demais servidores, poderá o Corregedor, por des- quais tenha acesso em razão do cargo ou função;
pacho fundamentado, ordenar, isolada ou cumulativamente, as se- IV - reincidência.
guintes providências:
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 20. Nos casos de reincidência, a sanção aplicada poderá Art. 29. A Polícia Científica não admite retaliações ou punições
ser majorada a de grau imediatamente superior, mesmo que não contra os agentes públicos que apresentem críticas, sugestões ou
conste no rol de sanções aplicáveis. reclamações através da Ouvidoria.
§1º Ao servidor efetivo que ocupe cargo em comissão, função Art. 30. Aos ocupantes de posições de direção e chefia na Polí-
comissionada, gratificada ou privativa policial, a suspensão poderá cia Científica cabe a mitigação de riscos e a busca pela correção das
ser majorada à destituição de cargo em comissão, função comissio- não conformidades relacionadas às atividades sob a responsabilida-
nada, gratificada ou privativa policial. de da unidade, conforme o Plano de Integridade da Polícia Científi-
§2º Quando houver conveniência para o serviço, a suspensão ca e da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por Art. 31. O processo de pedido de exoneração de servidor que
cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor possua laudos não concluídos ficará sobrestado até a devida con-
obrigado a permanecer em serviço. clusão e encaminhamento dos laudos à autoridade requisitante.
Art. 21. As sanções a seguir não ensejarão reincidência após o Parágrafo único. Será instaurada de ofício apuração de respon-
decurso do prazo respectivo: sabilidade da chefia imediata e do servidor para o qual se imponha
I - advertência: um ano; a condição prevista no caput deste artigo, com o objetivo de averi-
II - repreensão: dois anos; guar se houve falha no acompanhamento e no cumprimento das
III - suspensão: quatro anos; obrigações legais.
IV - perda de cargo em comissão, função comissionada, gratifi-
cada ou privativa policial: cinco anos. TÍTULO IV
Parágrafo único. Os prazos previstos nos incisos do caput des- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
te artigo serão contados a partir do término do cumprimento da
sanção anteriormente imposta até a data do cometimento da nova Art. 32. É responsabilidade dos agentes públicos da Polícia
infração. Científica do Paraná, previstos no art. 2º desta Lei, observar o dis-
Art. 22. A demissão de cargo em comissão exercido por não posto neste Código e estimular o seu cumprimento integral.
ocupante de cargo efetivo será sugerida ao Chefe do Poder Executi- Parágrafo único. Os agentes previstos no caput deste artigo
vo nos casos de infração sujeita às sanções de suspensão superior a prestarão compromisso de acatamento e observância do disposto
trinta dias ou demissão. neste Código em formulário próprio, que ficará arquivado em seus
Art. 23. O Corregedor terá competência para aplicação das san- assentamentos funcionais.
ções previstas nos incisos I a III do art. 14 desta Lei, limitada a sus- Art. 33. Não se aplica aos servidores do QPPO, independente
pensão por até trinta dias. da área de graduação, a submissão a conselhos de classe profissio-
Parágrafo único. Demais sanções serão aplicadas conforme art. nal.
296 da Lei nº 6.174, de 1970. Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 24. Cópia da decisão definitiva que resultar em sanção a Palácio do Governo, em 25 de setembro de 2023.
detentor de cargo efetivo ou cargo em comissão será juntada aos
assentamentos funcionais do servidor.
Parágrafo único. Em se tratando de prestador de serviços sem QUESTÕES
vínculo direto ou formal com o órgão, a cópia da decisão definitiva
será remetida à Direção-Geral para adoção das providências cabí-
veis. 1. IBFC - 2021 - IAP - PR
Art. 25. O sigilo das informações, bem como o direito à honra Acerca do disposto no Estatuto dos Servidores do Estado do
e à preservação da imagem dos envolvidos, serão assegurados em Paraná (Lei n° 6.174/1970), analise as afirmativas abaixo:
todas as fases dos procedimentos apuratórios. I. Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades co-
metidas a um funcionário, identificando-se pelas características de
CAPÍTULO VI criação por lei, denominação própria, número certo e pagamento
DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES pelos cofres do Estado.
II. Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimen-
Art. 26. Será admitida a utilização de todas as ferramentas tec- to de comissão.
nológicas e de gestão disponíveis para realizar a apuração das infra- III. Para a nomeação de cargo de provimento em comissão é
ções ético-disciplinares previstas neste Código de Ética e Conduta. necessária a aprovação prévia em concurso público de provas ou de
Art. 27. Eventuais omissões, contradições ou obscuridades, provas e títulos e ser funcionário público do Estado.
bem como orientações sobre questões ético-disciplinares poderão Assinale a alternativa correta:
ser sanadas por deliberação do Conselho da Polícia Científica, me- (A) As afirmativas I, II e III estão corretas
diante consulta formal encaminhada pela Corregedoria da Polícia (B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
Científica. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
Art. 28. As pesquisas científicas realizadas por servidores da Po- (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
lícia Científica ou por pesquisadores externos nas dependências ou (E) Apenas a afirmativa II está correta
utilizando dados não públicos da Polícia Científica deverão ter auto-
rização prévia da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científi-
ca ou da instituição de ensino vinculada à pesquisa, com anuência
da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Prova documental: no artigo n0 408 do Novo Código de Proces- • Acondicionamento (o vestígio é embalado de forma individu-
so Civil estabelece que a assinatura de documento particular con- alizada, com anotação da data, hora e nome de quem fez a coleta e
siste em prova documental para o signatário. Em outras palavras, o acondicionamento);
resulta na presunção legal de veracidade em relação a quem que • Transporte (garantindo a manutenção das características ori-
assinou. Essa presunção é, ainda assim, circunstancial, podendo ser ginais e o controle da posse);
pleiteada em juízo. • Recebimento (com informações);
Prova pericial: é o tipo de prova produzida pelo perito, e cons- • Processamento (exame pericial com laudo do perito);
ta Código Penal Civil nos artigos 464 e 480, sendo regulamentada • Armazenamento (guardado para realização de contraperícia,
como meio de prova proposto a sanar uma contestação de cunho descartado ou transportado);
técnico que venha a surgir no decorrer do processo. • Descarte (liberação do vestígio). Quando pertinente, necessi-
ta de autorização judicial.
Formas da prova A coleta dos vestígios é feita por perito oficial, em regra, e ele
Forma direta: remete ao próprio objeto de litígio (fato proban- quem encaminha para a Central de Custódia.
do). Abrange a prova testemunhal, a confissão do réu e o exame de Importante saber que é proibida a entrada em locais isolados
corpo de delito, entre outros. bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime an-
Forma indireta: permite-se chegar ao fato probando ou às cir- tes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada
cunstâncias que se pretende provar, por meio da construção de um como fraude processual a sua realização.
raciocínio, uma lógica ou por uma associação de casualidade. É a A fase externa da cadeia de custódia é marcada pelo transporte
esfera das presunções e dos indícios. Exemplo: um recibo de paga- do local de coleta até a chegada ao laboratório. Já a fase interna
mento não consiste no negócio jurídico de litígio, todavia, por meio consiste no procedimento interno no laboratório, até o descarte
dele, será possível chegar ao fato probando. das amostras.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
MATÉRIA E MEDICINA LEGAL
química ou iluminação forense, para serem detectados. Por outro nhas podem ter observado partes importantes do evento. A coleta
lado, os vestígios perceptíveis são facilmente identificáveis a olho de evidências nesses locais pode ajudar a reconstruir a sequência
nu, como manchas de sangue ou impressões de sapatos. de eventos e identificar possíveis suspeitos.
Em termos de sua autenticidade e confiabilidade como evidên- Por fim, o local de crime relacionado é aquele que não está
cia forense, os vestígios podem ser classificados como verdadeiros, diretamente ligado ao evento criminoso, mas que pode fornecer
ilusórios ou forjados. Os vestígios verdadeiros são aqueles que re- insights adicionais para a investigação. Isso pode incluir residências
fletem com precisão os eventos que ocorreram no local do crime, de suspeitos, locais de trabalho, veículos e outros locais frequenta-
fornecendo informações valiosas para a investigação. Já os vestígios dos pelos envolvidos no crime. Embora as evidências coletadas nes-
ilusórios são falsos ou enganosos, podendo ser o resultado de con- ses locais possam não ser diretamente incriminadoras, elas podem
taminação, manipulação ou falsificação deliberada. Por fim, os ves- ajudar a traçar perfis comportamentais e estabelecer conexões en-
tígios forjados são aqueles criados intencionalmente para induzir a tre os indivíduos envolvidos.
erro ou manipular o curso da investigação. A classificação do local de crime em imediato, mediato e rela-
Outra dimensão importante na classificação dos vestígios é sua cionado é essencial para uma investigação criminal eficaz. Ao com-
origem, distinguindo entre vestígios humanos e não-humanos. Os preender as características e a importância de cada tipo de local, os
vestígios humanos são aqueles associados diretamente a indivídu- investigadores podem direcionar seus esforços de coleta de evidên-
os, como impressões digitais, cabelos e fluidos corporais. Por outro cias de maneira estratégica, maximizando suas chances de resolver
lado, os vestígios não-humanos são aqueles que não têm origem o caso e levar os responsáveis à justiça.
biológica humana, como fibras têxteis, fragmentos de vidro e traços
de substâncias químicas.
Finalmente, os vestígios podem ser classificados como abso- TRAUMATOLOGIA FORENSE: ESTUDO DOS INSTRUMEN-
lutos ou relativos, dependendo de sua importância probatória e TOS PERFURANTES, CORTANTES, PERFURO-CORTANTES,
sua relação com os elementos do crime. Os vestígios absolutos são CONTUNDENTES, CORTO-CONTUNDENTES, PERFURO
aqueles que estão diretamente ligados aos elementos essenciais CONTUNDENTES E LESÕES CORRESPONDENTES; AGEN-
do crime, como a presença de DNA em uma cena de estupro. Por TES FÍSICOS NÃO-MECÂNICOS: LESÕES CAUSADAS POR
outro lado, os vestígios relativos são aqueles que podem fornecer TEMPERATURA, ELETRICIDADE, PRESSÃO ATMOSFÉRICA,
informações adicionais, mas não são essenciais para a prova do cri- EXPLOSÕES E DAS ENERGIAS IONIZANTES E NÃO-IO-
me, como impressões digitais em um objeto encontrado próximo NIZANTES
ao local do crime.
A classificação dos vestígios em uma cena de crime é uma ativi-
dade complexa e multidimensional, que requer conhecimentos es- — Conceitos de trauma e de lesão
pecializados e técnicas específicas de investigação forense. Ao com- A traumatologia tem como objeto de estudo o trauma, que
preender as diferentes categorias e características dos vestígios, os pode ser compreendido como o modo de ação dos agentes vulne-
peritos criminais podem coletar, analisar e interpretar as evidências rantes e as consequentes lesões.
de maneira eficaz, contribuindo para a resolução de casos e a admi- A traumatologia está ligada com as energias de ordem mecâni-
nistração da justiça. ca, que são aquelas que tendem a mudar o estado de repouso ou de
movimento de um corpo, totalmente ou parcialmente.
As energias causam danos, e podem ser:
CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME EM MEDIATO, IME- • Energia mecânica
DIATO E RELACIONADO • Energia química
• Energia física
• Energia biodinâmica
A classificação do local de crime é um aspecto fundamental da
investigação criminal, pois ajuda a determinar a abordagem ade-
O trauma é o resultado da ação vulnerante que possui energia
quada para a coleta e análise de evidências. Os locais de crime po-
capaz de produzir a lesão.
dem ser classificados de várias maneiras, levando em consideração
Já a lesão advém do instrumento, e com este não se confunde.
sua relação com o crime em si e o tempo decorrido desde a ocor-
A lesão pode ser incisa, contusa, perfuroincisa, perfurocontusa, en-
rência do evento. As três principais categorias de locais de crime
tre outras.
são: imediato, mediato e relacionado.
A lesão depende do instrumento utilizado. Por exemplo, um
O local de crime imediato é aquele onde o crime efetivamente
instrumento cortante (ex. navalha) gera uma lesão incisa.
ocorreu. É o ponto focal da investigação, onde as autoridades po-
Esse conhecimento é essencial para desvendar um crime. Por
liciais e os peritos criminais se concentram para coletar evidências
exemplo, foi cobrado na PC/AC 2017 a seguinte questão:
físicas, como impressões digitais, amostras de DNA, armas do crime
A perícia médico-legal em um cadáver indica uma lesão na ca-
e outros vestígios deixados pelos perpetradores. A preservação da
beça, com característica estrelada na pele, forte impregnação de
integridade desse local é crucial para garantir a admissibilidade das
fumaça e detritos granulares provenientes da incombustão da pól-
evidências em um eventual processo judicial.
vora no conduto produzido através da massa encefálica. Nesta, foi
Em contrapartida, o local de crime mediato é aquele que possui
encontrado um objeto metálico, totalmente feito de chumbo, em
uma relação secundária com o crime, mas que ainda contém in-
forma ogival. Na lateral deste objeto foi identificada a presença de
formações relevantes para a investigação. Por exemplo, pode ser o
estriações. Com base nesses dados, pode-se dizer:
local onde os suspeitos foram vistos antes ou depois do crime, onde
objetos relacionados ao crime foram descartados ou onde testemu-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA E MEDICINA LEGAL
O cadáver possui lesão provocada por projétil de arma de fogo comum, tendo havido disparo com o cano da arma encostado na
cabeça. O projétil deixa uma lesão na entrada (orifício de entrada) e outra, na saída, cada qual com suas características específicas. Ao
compreender o tipo de lesão fica fácil descobrir outros aspectos do crime.
Por fim, vale saber que as feridas causadas pelos meios • Lesões corporais gravíssimas: assim como as lesões graves,
(agentes) mecânicos são: as lesões gravíssimas prejudicam a saúde ou a integridade física de
— incisas outrem, e são descritas no Código Penal, artigo 129, conforme a
— punctórias seguir:
— contusas – enfermidade incurável;
— pérfuro-incisas – incapacitação permanente para o trabalho;
— corto-contusas (foice, acão, dentada, unhas) – deformidade permanente;
— pérfuro-contusas. – inutilização ou perda de funções, sentido ou membro;
– aborto.
As lesões causadas pelo esforço são, em linhas gerais, rupturas
de músculos, entorses, luxações, hérnia, aneurisma, enfisema, rup- • Lesões corporais seguidas de morte: são as lesões que acon-
turas de estômago/intestino. tecem sem intenção de ferir gravemente a vítima, porém, levam à
morte; são também denominadas de crime preterdoloso ou prete-
— Energia de ordem física rintencional, quando a ação resulta em dano de gravidade maior do
São as energias que produzem lesões no corpo, provocando que o esperado. As condutas provenientes desse tipo de lesão re-
alterações no seu estado físico. As principais energias desse tipo sultam em dois tipos de crime: o homicídio culposo e a lesão corpo-
são: ral dolosa. O agente da ação (agressor), pretende lesionar, porém,
– Temperatura: queimadura, frio, termonose a lesão acaba sendo demasiado grave, e resulta na morte da vítima.
– Eletricidade: eletroplessão (óbito decorrente de descarga
elétrica) fulminação, e fulguração A medicina legal é uma área multidisciplinar que envolve a
– Pressão atmosférica: conhecidas por mal dos mergulhadores/ aplicação de conhecimentos médicos e jurídicos na investigação
escafandristas; mal dos aviadores ou das montanhas de casos que envolvem questões legais. Dentre as várias áreas
que compõem a medicina legal, uma delas é a energia de ordem
— Energia de ordem mecânica mecânica.
Essas energias atuam de forma mecânica sobre o corpo, modi- A energia de ordem mecânica pode ser definida como a
ficando integral ou parcialmente, seu estado de movimento ou de energia que está relacionada ao movimento e às forças envolvidas
repouso. nesse movimento. Na medicina legal, essa energia é de grande
importância, uma vez que ela pode estar relacionada a casos de
Tipos de ferida e instrumento utilizado: lesões corporais, acidentes de trânsito, agressões físicas, entre
– Ferida contusa: instrumento contundente (ferramenta com outros.
superfície variável, que pode ser impelida na pele da vítima; a ferida Um exemplo de lesão corporal relacionada à energia de ordem
contusa também pode ser provocada por movimento de arrasto, mecânica é a fratura óssea. Essa lesão pode ser causada por um
com golpe aplicado pela unha ofensor) impacto direto, como uma pancada, ou por um esforço repetitivo,
– Ferida punctória ou puntiforme: instrumento perfurante (fer- como no caso de atletas que sofrem de estresse muscular. Além
ramenta pontiaguda e utilizada por penetração) disso, a energia de ordem mecânica também pode estar relacionada
– Ferida em fisa/corte: instrumento cortante (ferramenta do- a lesões internas, como traumatismos cranianos, que podem ser
tada de aresta/gume amolado, utilizada a partir de deslizamento, causados por um impacto na cabeça.
produzindo incisão) No caso de acidentes de trânsito, a energia de ordem mecânica
também é de grande importância. Colisões entre veículos ou entre
— Lesões corporais: leve, grave e gravíssima e seguida de veículos e pedestres podem causar lesões graves, como fraturas,
morte traumatismos cranianos e lesões na coluna vertebral. Além disso,
a análise da energia envolvida no acidente pode ser utilizada para
• Lesões corporais leves: são as lesões que prejudicam a saú- determinar a velocidade dos veículos envolvidos, o que pode ser de
de ou a integridade física de outrem e que, em geral, não levam a grande importância na investigação do caso.
complicações fisiológicas graves; os danos desse tipo de lesão são A energia de ordem mecânica também pode estar relacionada
externos/superficiais (pele, músculos superficiais, vasos venosos e a agressões físicas. Nesses casos, a energia do golpe pode causar
arteriais de pequeno calibre, tela subcutânea). Em geral, são feridas lesões graves, como hematomas, fraturas e traumatismos
contusas, hematomas, equimoses, escoriações, grande parte dos cranianos. Além disso, a análise da energia envolvida no golpe pode
casos de luxações, torcicolos traumáticos, edemas e entorses. As le- ser utilizada para determinar o instrumento utilizado na agressão, o
sões classificadas como leves consistem em alterações patológicas que pode ser de grande importância na investigação do caso.
resultantes de sinais frequentes, convulsões e choques nervosos. Em resumo, a energia de ordem mecânica é de grande
importância na medicina legal, uma vez que ela está relacionada a
• Lesões corporais graves: pertencem a esta categoria as le- casos de lesões corporais, acidentes de trânsito, agressões físicas,
sões que levam a vítima à incapacitação absoluta, ou seja, impossi- entre outros. A análise da energia envolvida nos casos pode ser
bilidade exercer quaisquer ocupações usuais por período superior utilizada para determinar a velocidade dos veículos envolvidos, o
a 30 dias. As situações de lesão grave são aquelas que envolvem: instrumento utilizado na agressão, entre outras informações que
– risco de vida; podem ser de grande importância na investigação do caso.
– antecipação de parto;
– debilidade temporária de sentido, função ou membro.
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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA E MEDICINA LEGAL
Dentro do contexto das energias de ordem mecânica na análise da energia envolvida nas reações químicas pode ser utilizada
medicina legal, existem diversos instrumentos que podem causar para determinar a causa de intoxicações e identificar a presença de
lesões corporais em caso de agressão física. Alguns exemplos desses substâncias químicas em fluidos biológicos.
instrumentos são:
– Armas de fogo: As armas de fogo são capazes de causar lesões — Cáusticos e venenos
graves, como perfurações e lesões nos órgãos internos. Além disso, Os cáusticos e venenos são exemplos de substâncias que
a energia envolvida no disparo pode ser utilizada para determinar a podem causar danos graves ao organismo humano devido à energia
distância entre o atirador e a vítima. química que possuem.
– Armas brancas: As armas brancas, como facas e punhais, – Os cáusticos são substâncias químicas que possuem pH ácido
também são capazes de causar lesões graves, como cortes ou básico extremo e que, ao entrar em contato com a pele ou
profundos e perfurações. A análise da energia envolvida no golpe mucosas, podem causar queimaduras químicas graves. Exemplos
pode ser utilizada para determinar a força empregada pelo agressor. de cáusticos incluem ácidos sulfúrico e clorídrico, além de bases
– Objetos contundentes: Objetos contundentes, como bastões, como hidróxido de sódio e potássio. A energia química envolvida
pedras e martelos, são capazes de causar lesões graves, como nesses compostos é capaz de reagir com as células do organismo,
fraturas e traumatismos cranianos. A análise da energia envolvida destruindo-as e causando lesões graves.
no golpe pode ser utilizada para determinar a força empregada pelo – Já os venenos são substâncias que possuem a capacidade
agressor e o tipo de objeto utilizado na agressão. de causar danos graves ao organismo humano quando ingeridos,
– Veículos: Acidentes de trânsito envolvendo veículos podem inalados ou absorvidos pela pele. Eles podem ser encontrados em
causar lesões graves, como fraturas, traumatismos cranianos e produtos químicos, plantas, animais e medicamentos. Os venenos
lesões na coluna vertebral. A análise da energia envolvida no podem atuar no organismo por meio de diferentes mecanismos,
acidente pode ser utilizada para determinar a velocidade dos como a interferência na atividade enzimática, a destruição das
veículos envolvidos e a gravidade da colisão. células e a alteração na absorção de nutrientes, entre outros. A
energia química envolvida nesses compostos é capaz de alterar o
– Ferramentas: Ferramentas como martelos, chaves de fenda funcionamento normal das células do organismo humano, levando
e serras podem ser utilizadas em agressões e causar lesões graves. a danos que podem ser irreversíveis.
A análise da energia envolvida no golpe pode ser utilizada para
determinar a força empregada pelo agressor e o tipo de objeto A análise da energia química envolvida na reação com cáusticos
utilizado na agressão. e venenos pode ser realizada na medicina legal com o objetivo de
determinar a quantidade de substância presente no organismo
Em casos de agressões físicas, é importante que sejam e os seus efeitos no organismo humano. Essa análise pode ser
realizadas perícias para determinar a natureza e a gravidade das feita em fluidos biológicos, como o sangue e a urina, e ajuda a
lesões, bem como a identificação do instrumento utilizado na identificar a causa da intoxicação. Além disso, a análise da energia
agressão. A análise da energia envolvida nos casos pode fornecer química envolvida nessas substâncias pode fornecer informações
informações importantes para a investigação, como a distância importantes para a investigação em casos de crimes e acidentes
entre o agressor e a vítima, a força empregada pelo agressor e o envolvendo cáusticos e venenos.
tipo de instrumento utilizado na agressão. Em resumo, a energia química presente em cáusticos e venenos
pode causar danos graves ao organismo humano, sendo importante
A energia química é uma forma de energia presente nas a análise dessa energia na medicina legal para determinar a causa
substâncias químicas e que pode ser liberada através de reações da intoxicação e os efeitos dessas substâncias no organismo.
químicas. Na medicina legal, a energia química pode estar
relacionada com intoxicações por substâncias químicas, como — Energia de ordem física
drogas, venenos e produtos químicos. São as energias que produzem lesões no corpo, provocando
As intoxicações por substâncias químicas podem causar diversos alterações no seu estado físico. As principais energias desse tipo
efeitos no organismo, como alterações no sistema nervoso central, são:
lesões nos órgãos internos e até mesmo a morte. A análise da energia – Temperatura: queimadura, frio, termonose
envolvida nessas reações químicas pode ser utilizada para determinar – Eletricidade: eletroplessão (óbito decorrente de descarga
a quantidade de substância ingerida e a gravidade da intoxicação. elétrica) fulminação, e fulguração
Além disso, a análise da energia química envolvida nas reações – Pressão atmosférica: conhecidas por mal dos mergulhadores/
pode ser utilizada para identificar a presença de substâncias escafandristas; mal dos aviadores ou das montanhas
químicas em fluidos biológicos, como sangue e urina, e determinar
a causa da intoxicação. É uma área da medicina legal que estuda traumas causados por
É importante ressaltar que a energia química também pode ser asfixia que impedem a passagem do ar através das vias respiratórias
utilizada para fins terapêuticos, como é o caso dos medicamentos. A e, desta forma, alteram a composição bioquímica do sangue.
análise da energia envolvida nas reações químicas dos medicamentos
pode ser utilizada para determinar a dosagem adequada para cada
paciente, evitando intoxicações e efeitos adversos.
Em resumo, a energia química é uma forma de energia presente
nas substâncias químicas que pode ter efeitos tanto terapêuticos
quanto nocivos para o organismo humano. Na medicina legal, a
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Neste contexto existem agentes: Tais alterações ao nível da microcirculação periférica, encon-
• Mecânicos tradas em alguns tecidos em anoxia, têm por finalidade manter o
• Físicos fluxo cerebral e coronário. Esta síndrome no momento é traduzida
• Químicos por uma inadequação da perfusão hística, sendo o sistema circula-
• Físico-químicos tório incapaz de aportar as substâncias necessárias para o normal
metabolismo celular, assim como para eliminar os produtos resul-
Classificação das asfixias tantes do mesmo, o que leva obrigatoriamente a uma disfunção da
• Asfixias por Intoxicação; membrana celular, alterações do metabolismo com anaerobiose e
• Asfixia por Rarefação; acidose láctica, e eventual morte celular.
• Asfixia por Sufocação Direta e Indireta;
• Asfixia por Afogamento; • Classificação do Choque
• Asfixia por Enforcamento; Na classificação do choque, deve-se levar em conta o primacial
• Asfixia por Estrangulamento; tipo de distúrbio hemodinâmico que se responsabiliza pela instala-
• Asfixia por Esganadura; ção e manutenção da síndrome. Antigamente, classificava-se o cho-
• Asfixia por Soterramento; que, de acordo com sua etiologia, em: hipovolêmico, cardiogênico,
• Asfixia por Confinamento. bacterêmico, neurogênico, endócrino e obstrutivo.
Hoje, a classificação fundamenta-se em conceito fisiopatológi-
Sinais anatomopatológicos internos co e nas alterações hemodinâmicas. Deixou-se de lado a etiologia,
• Equimoses Vicerais: São chamadas de manchas de Tardieu visto que um mesmo choque pode sofrer profundas modificações
(petéquias). em termos hemodinâmicos.
• Congestão poliviceral: Aumento da pressão do sangue sobre Assim, na moderna classificação, existem os seguintes: choque
as veias cavas superior e inferior causando impacto em diversos ór- cardiogênico, choque obstrutivo, choque hipovolêmico e choque
gãos do corpo humano. periférico.
As alterações físicas da fadiga aguda se manifestam através São os helmintos – tênias, bacteriocéfalos, áscaris, filárias, tri-
de perturbações cardiovasculares – taquicardia, palpitações e des- quinas e tricocéfalos – os maiores responsáveis por esse tipo de
compasso da pressão arterial; respiratórias – polipneia, respiração energia. Responsáveis o são, também, algumas doenças produzidas
superficial e modificações do ritmo respiratório; nervosas – esgota- por protozoários e bactérias.
mento do sistema nervoso central. A diferença entre os parasitas e os germes da infecção pren-
A síndrome de fadiga crônica na sua forma de estresse, “síndro- de-se ao fato de que os primeiros, embora espoliem o hospedeiro,
me de esgotamento psicossomático”, é motivada pela soma de per- tendem a poupá-lo; os segundos, todavia, são inteiramente perni-
turbações somáticas e psíquicas e provocada por diversos agentes ciosos.
agressivos ou opressores. As bactérias e protozoários, em geral, agridem violentamente
Tem por características: o doente, além de apresentarem uma sintomatologia mais grave
(1) perturbações cardiovasculares: taquicardia, palpitações e e mais gritante. Outra nota é que os parasitas inclinam-se a loca-
descompasso da pressão arterial; lizar-se, enquanto os agentes da infecção, haja vista sua migração
(2) perturbações respiratórias: polipneia, respiração superficial constante, lançam suas toxinas por todo o organismo.
e modificações do ritmo respiratório; Na perícia das doenças advindas de parasitoses, mais relevante
(3) perturbações nervosas: insônia, sono agitado, ansiedade, que a etiologia do mal é o estudo genérico do paciente, levando-se
dificuldade de concentração, alteração da atenção e da memória, em conta o depauperamento, a anemia e os demais sintomas dessa
abulia e depressão. forma de agressão.
As doenças parasitárias, apesar de esporadicamente, podem
Nas formas mais graves: alterações da conduta, manifestações ser objeto de análise médico-legal, principalmente quando vistas
obsessivas, desvio do curso da inteligência e agravamento do juízo sob o ângulo das doenças profissionais.
crítico. Tais sintomas são, quase sempre, consequências de intenso
trabalho intelectual. Sevícias
É importante fazer distinção entre o dano psíquico (caracteri- Em virtude das várias tipicidades de sevícias: mecânica, bioquí-
zado por uma deterioração das funções psíquicas, de forma súbita mica ou biodinâmica, mais próprio é vê-las no âmbito das energias
e inesperada, surgida após uma ação deliberada ou culposa de al- de ordem mista.
guém e que traz para a vítima um prejuízo material ou moral, em Raramente as sevícias mostram apenas uma forma de energia:
face da limitação de suas atividades habituais ou laborativas) e o lesões corporais (mecânica); choque (biodinâmica); inanição (bio-
transtorno mental (chamado ainda por alguns de doença mental, química). No entanto, mesmo isolando-se um tipo de ação, a vítima
ainda que tenha como elemento definidor a alteração das funções não deixa de apresentar grave comprometimento da emotividade,
psíquicas, sua origem é de causa natural). levada pelo terror, medo, revolta, ódio ou submissão.
A perícia deve ser conduzida no sentido de registrar todas essas A perícia deve seguir o itinerário das alterações físicas e psíqui-
alterações somáticas e psíquicas por meio do exame clínico minu- cas, avaliando não só determinadas lesões isoladas, mas, sobretu-
cioso e das provas laboratoriais pertinentes; de estabelecer o nexo do, suas repercussões na economia geral.
causal: considerar a possível existência de um dano anterior; e de A natureza jurídica das sevícias é de caráter exclusivamente do-
avaliar a possibilidade de uma simulação ou metassimulação. loso. Entre elas, destacam-se a síndrome da criança maltratada, a
A fadiga pode ser de caráter culposo, doloso ou acidental. Ge- síndrome do ancião maltratado e a tortura.
ralmente, o maior interesse reside nas questões de interesse tra-
balhista. Síndrome da criança maltratada
Ultimamente, vêm-se tornando cada vez mais frequentes a se-
Síndrome do Burn-out vícia e os maus-tratos a crianças, que vão desde a prisão e o isola-
Há também a chamada “síndrome do burn-out” ou “síndrome mento em ambientes insalubres até os espancamentos brutais se-
do esgotamento profissional” que surge no final da vida laborativa, guidos de morte. Esse conjunto de lesões e agressões é conhecido
principalmente das ocupações liberais, e se manifesta por depres- pela denominação de síndrome da criança maltratada, síndrome
são, apatia, esgotamento físico, retraimento, atitude negativa para de Silverman (“battered child syndrome”) ou síndrome de Caf ey-
si mesmo, cansaço emocional e falta de perspectiva que levam a -Kamp.
uma perda de motivação e tendência de sentimentos de inadequa- As formas mais comuns de maus-tratos são:
ção e fracasso. a) por omissão – carência física (falta de alimentação e de pro-
Caracteriza-se por três manifestações típicas: teção) e carência afetiva (falta de carinho);
(1) esgotamento emocional, b) por ação – maus-tratos físicos, abuso sexual e maus-tratos
(2) despersonalização; psíquicos.
(3) sensação de fim da realização pessoal.
Síndrome do ancião maltratado
Essa síndrome é mais observada em profissões relacionadas O ambiente familiar é o lugar de maior evidência desses maus-
com contato interpessoal mais ativo e frequente, como médicos, -tratos, pois grande parte das pessoas idosas vive ali. Mas não quer
psicanalistas, professores, enfermeiros, assistentes sociais, ou entre dizer que noutros lugares como hospitais, creches de velhos, asilos
aqueles que interagem de forma mais pessoal em suas atividades. e casas especiais de abrigo não se venham a verificar tais excessos.
Doenças parasitárias
É irrefutável a nocividade de certas doenças parasitárias, prin-
cipalmente no que atine à sua ação espoliativa e tóxica.
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durar horas. É possível a recuperação de indivíduo em estado de De modo geral, admite-se em nosso meio o abaixamento da
morte aparente pelo emprego de socorro médico imediato e temperatura em 0,5°C nas três primeiras horas, depois 1°C por
adequado. hora, e que o equilíbrio térmico com o meio ambiente se faz em
– Morte relativa: estado em que ocorre parada efetiva e torno de 20 horas nas crianças, e de 24 à 26 horas nos adultos.
duradoura das funções circulatórias, respiratórias e nervosas, Os livores, alterações de coloração, variam da palidez a manchas
associada à cianose e palidez marmórea, porém acontecendo a vinhosas. São observados nas regiões de declive, devido ao acúmulo
reanimação com manobras terapêuticas. (deposição) sanguíneo por atração gravitacional. Aparecem ½ hora
– Morte intermédia: É admitida apenas por alguns autores. após a parada cardíaca, podendo mudar de posição quando ocorrer
é a que precede a absoluta e sucede a relativa, como verdadeiro mudança na posição do corpo. Após 12 horas não mudam mais de
estágio inicial da morte definitiva. Experiências fora do corpo são posição, fenômeno denominado de fixação.
relatadas neste tipo de morte. A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma
hora após a parada cardíaca, progredindo para o pescoço, tronco
– Morte absoluta ou morte real: estado que se caracteriza e extremidades, ou seja, de cima para baixo (da cabeça para os
pelo desaparecimento definitivo de toda atividade biológica do pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal observação é
organismo, podendo-se dizer que parece uma decomposição. Fim denominada Lei de Nysten. O tempo de evolução é variável.
da vida e início da decomposição.
Fenômenos Transformativos
— Tanotognose Microscopicamente, horas após a parada cardíaca, ocorre
É a parte da Tanatologia Forense que estuda o diagnóstico da um processo de auto-destruição celular denominado autólise,
realidade da morte. Esse diagnóstico será tanto mais difícil quanto caracterizada por auto-digestão determinada por enzimas presentes
mais próximo ao momento da morte. Acontece antes do surgimento nos lisossomos, uma das organelas citoplasmáticas.
dos fenômenos transformativos do cadáver. Então, o perito Macroscopicamente, o primeiro sinal de putrefação é o
observará dois tipos de fenômenos cadavéricos: os abióticos, avitais aparecimento da mancha verde abdominal na região inguinal
ou vitais negativos, imediatos e consecutivos, os transformativos, direita (porção direita, inferior do abdome). Tal mancha é originada
destrutivos ou conservadores. pela produção bacteriana de hidreto de enxofre que, por sua vez,
determina a formação de sulfohemoglobina, ou seja, na morte o
Fenômenos abióticos imediatos ou avitais ou vitais negativos: enxofre “ocupa” o lugar do oxigênio ou do dióxido de carbono na
Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos órgãos hemoglobina.
e estruturas, como o pulmão e o encéfalo, surgem os sinais A mancha aparece de 16 a 24 horas após a parada cardíaca,
abióticos imediatos ou precoces. Tais sinais são considerados de progride para as outras regiões abdominais e depois para o corpo
probabilidade, ou seja, indicam a possibilidade de morte e são todo, caracterizando a fase cromática da putrefação. Nos afogados
denominados por alguns autores como período de morte aparente, a mancha verde pode aparecer no tórax.
por outros são chamados de morte intermediária. Os fenômenos transformativos compreendem os destrutivos
1 – Perda da consciência; (autólise, putrefação e maceração) e os conservadores
2 – Abolição do tônus muscular com imobilidade; (mumificação e saponificação). Resultam de alterações somáticas
3 – Perda da sensibilidade; tardias tão intensas que a vida se torna absolutamente impossível.
4 – Relaxamento dos esfíncteres; São, portanto, sinais de certeza da realidade de morte.
5 – Cessação da respiração;
6 – Cessação dos batimentos cardíacos; Fenômenos destrutivos
7 – Ausência de pulso;
8 – Fácies hipocráticas; • Autólise
9 – Pálpebras parcialmente cerradas. Após a morte cessam com a circulação as trocas nutritivas
intracelulares, determinando lise dos tecidos seguida de acidificação,
Fenômenos consecutivos por aumento da concentração iônica de hidrogênio e conseqüente
Algum tempo depois aparecem os sinais abióticos mediatos, diminuição do pH. A vida só é possível em meio neutro; assim, por
tardios ou consecutivos, indicativos de certeza da morte. Tais sinais diminuta que seja a acidez, será a vida impossível, iniciando-se os
constituem uma tríade – livor, rigor e algor –, ou seja, alterações de fenômenos intra e extracelulares de decomposição.
coloração, rigidez e de temperatura, indicativos de certeza da morte
(morte real). • Putrefação
1 – Resfriamento paulatino do corpo; É uma forma de transformação cadavérica destrutiva, que
2 – Rigidez cadavérica; se inicia, logo após a autólise, pela ação de micróbios aeróbios,
3 – Espasmo cadavérico; anaeróbios e facultativos em geral, sobre o ceco, porção inicial
4 – Manchas de hipóstase e livores cadavéricos; do grosso intestino muito próximo a parede abdominal; o sinal
5 – Dessecamento: decréscimo de peso, pergarninhamento da mais precoce da putrefação é a mancha verde abdominal, a qual,
pele e das mucosas dos lábios; modificações dos globos oculares; posteriormente, se difunde por todo o tronco, cabeça e membros, a
mancha da esclerótica; turvação da córnea transparente; perda da tonalidade verde-enegrecida conferindo ao morto aspecto bastante
tensão do globo ocular; formação da tela viscosa. escuro. Os fetos e os recém-nascidos constituem exceção;neles a
putrefação invade o cadáver por todas as cavidades naturais do
corpo, especialmente pelas vias respiratórias.
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Na dependência de fatores intrínsecos e de fatores, a marcha sobre os outros, os ligamentos intervertebrais relaxam e a coluna
da putrefação, se faz em quatro períodos: vertebral torna-se mais flexível e, no feto morto, a coluna adquire
1º – Período de coloração: Tonalidade verde-enegrecida dos acentuada cifose, pela pressão uterina.
tegumentos, originada pela combinação do hidrogênio sulfurado
nascente com a hemoglobina, formando a sulfometemoglobina, Fenômenos conservadores
surge, em nosso meio, entre 18 e 24 horas após a morte, durando,
em média, 7 dias. • Mumificação
2° – Período gasoso: Os gases internos da putrefação É a dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Há de ser
migram para a periferia provocando o aparecimento na superfície rápida e acentuada a desidratação.
corporal de flictenas contendo líquido leucocitário hemoglobínico. A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto, em regiões
Confere ao cadáver a postura de boxeador e aspecto gigantesco, de clima quente e seco e de arejamento intensivo suficiente para
especialmente na face, no tronco, no pênis e bolsas escrotais. A impedir ação microbiana, provocadora dos fenômenos putrefatívos.
compressão do útero grávido produz o parto de putrefação. As Assim podem ser encontradas múmias naturais, sem caixão. A
órbitas esvaziam-se, a língua exterioriza-se, o pericrânio fica nu. mumificação por processo artificial foi praticada historicamente
O ânus se entreabre evertendo a mucosa retal. A força viva dos pelos egípcios e pelos incas, por embalsamamento, após intensa
gases de putrefação inflando intensamente o cadáver pode fender dessecação corporal.
a parede abdominal com estalo. O odor característico da putrefação As múmias têm aspecto característico: peso corporal reduzido
se deve ao aparecimento do gás sulfídrico. Esse período dura em em até 70%, pele de tonalidade cinzenta-escura, coriácea, ressoando
média duas semanas. à percussão, rosto com vagos traços fisionômicos e unhas e dentes
conservados.
3° – Período coliquativo: A coliquação é a dissolução pútrida
das partes moles do cadáver pela ação conjunta das bactérias e da • Saponificação
fauna necrófaga. O odor é fétido e o corpo perde gradativamente É um processo transformativo de conservação em que o
a sua forma. Pode durar um ou vários meses, terminando pela cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o sabão ou cera
esqueletização. (adipocera), às vezes quebradiça, e tonalidade amarelo-escura,
4º – Período de esqueletização: A ação do meio ambiente exalando odor de queijo rançoso; as condições exigidas para o
e da fauna cadavérica destrói os resíduos tissulares, inclusive surgimento da saponificação cadavérica são: solo argiloso e úmido,
os ligamentos articulares, expondo os ossos e deixando-os que permite a embebição e dificulta, sobremaneira, a aeração, e
completamente livres de seus próprios ligamentos, os cabelos e um estágio regularmente avançado de putrefação.
os dentes resistem muito tempo à destruição. Os ossos também A saponificação atinge comumente segmentos limitados
resistem anos a fio, porém terminam por perder progressivamente do cadáver; pode, entretanto, raramente, comprometê-lo em
a sua estrutura habitual, tornando-se mais leves e frágeis. sua totalidade. Tal processo, embora factível de individualidade,
habitualmente se manifesta em cadáveres inumados coletivamente
• Maceração em valas comuns de grandes dimensões.
Ocorre quando os restos mortais ficam imersos em meio
líquido, sendo caracterizada por putrefação atípica, enrugamento • Outros tipos
tecidual e exsanguinação (saída do sangue pela pele desnuda). São conhecidos outros fenômenos conservativos como:
São conhecidas duas formas: – Refrigeração: em ambientes muito frios.
– Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos que – Corificação: desidratação tegumentar com aspecto de couro
permanecem, após a morte, em lagos, rios e mares. submetido a tratamento industrial.
– Asséptica: observada na morte e permanência do feto intra- – Fossilização: fenômeno conservativo de longa duração.
útero. – Petrificação: substituição progressiva das estruturas biológicas
por minerais, dando um aspecto de pedra com manutenção da
É um fenômeno de transformação destrutiva em que a pele morfologia dos restos mortais.
do cadáver, que se encontra em meio contaminado, se torna
enrugada e amolecida e facilmente destacável em grandes retalhos, — Tipos de Morte
com diminuição de consistência inicial, achatamento do ventre Quanto ao modo, as mortes são classificadas em naturais,
e liberação dos ossos de suas partes de sustentação, dando a violentas ou suspeitas. Alguns autores incluem outros tipos, como a
impressão de estarem soltos; ocorre quando o cadáver ficou imerso morte reflexa (“congestão”), determinada por mecanismo inibitório,
em líquido, como os afogados, feto retido no útero materno. como nos casos de afogados brancos, estudados em Asfixiologia. As
Compreende três graus: no primeiro grau, a maceração está mortes violentas são divididas em acidentais, homicidas e suicidas.
representada pelo surgimento lento, nos três primeiros dias, de Quanto ao tempo, as mortes são classificadas em:
flictenas contendo serosidade sanguinolenta. No segundo grau, a – Súbita: aquela que não é precedida de nenhum quadro, que
ruptura das flictenas confere ao líquido amniótico cor vermelho- é inesperada.
pardacenta, e a separação da pele de quase toda a superfície – Agônica: aquela precedida de período de sobre-vida. Neste
corporal, a partir do oitavo dia, dá ao feto aspecto sanguinolento. No item cabe lembrar das situações de sobrevivência, em que o
terceiro grau, destaca-se o couro cabeludo, à maneira de escalpo, indivíduo realiza atos conscientes e elaborados no período de
do submerso ou do feto retido intrauterinamente, e, em torno do sobre-vida; Por exemplo, após ter sido atingido mortalmente com
15° dia post mortem, os ossos da abóbada craniana cavalgam uns um tiro no coração, o indivíduo tem tempo para reagir e ferir ou
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matar o desafeto; ou então o suicida que, após ter dado um tiro na Rigidez cadavérica
cabeça, escreve bilhete de despedida (situações não usuais, mas Pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo Nysten-
possíveis). Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca
e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2
O diagnóstico diferencial entre as formas “súbita” e “agônica” a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6 horas; nos membros
é possível com provas especiais, denominadas docimásticas, que inferiores, 6 a 8 horas post mortem. A rigidez cadavérica desaparece
estudam as células, tecidos e substâncias presentes no organismo, progressivamente seguindo a mesma ordem de seu aparecimento,
como glicogênio e adrenalina. cedendo lugar à flacidez muscular, após 36 a 48 horas de
Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá fornecer permanência do óbito.
“Declaração de Óbito”, documento que contém o Atestado de Óbito
e que originará a Certidão de Óbito. Livores
Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica (doença Podem surgir 30 minutos após a morte, mas surgem
ou evento que deu início à cadeia de eventos que culminou com a habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se definitivamente no
morte), há necessidade de autópsia pelos Serviços de Verificação de período de 8 a 12 horas após a morte.
Óbitos e, nas mortes violentas, as autópsias devem ser realizadas
pelos Institutos Médico-Legais. Mancha verde abdominal
Influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge entre
• Morte natural 18 a 24 horas, estendendo-se progressivainente por todo o corpo
É aquela que sobrevém por causas patológicas ou doenças, do 3.° ao 5.° dia após a morte
como malformação na vida uterina.
Gases de putrefação
• Morte suspeita O gás sulfidrico, surge entre 9 a 12 horas após o óbito. Da
É aquela que ocorre em pessoas de aparente boa saúde, de mesma forma que a mancha verde abdominal, significa putrefação.
forma inesperada, sem causa evidente e com sinais de violência
definidos ou indefinidos, deixando dúvida quanto à natureza Decréscimo de peso
jurídica, daí a necessidade da perícia e investigação. Tem valor relativo por sofrer importantes variações
determinadas pelo próprio corpo ou pelo meio ambiente. Aceita-
• Morte súbita se, no entanto, nos recém-natos e nas crianças uma perda em geral
É aquela que acontece de forma inesperada e imprevista, em de 8g/kg de peso nas primeiras 24 horas após o falecimento.
segundos ou minutos.
• Morte agônica Crioscopia do sangue
É aquela em que a extinção desarmônica das funções vitais O ponto crioscópico ou ponto de congelação do sangue é
ocorre em tempo longo e neste caso, os livores hipostáticos de -0,55°C a -0,57°C. A crioscopia tem valor para afirmar a causa
formam-se mais lentamente. jurídica da morte na asfixia-submersão e indicar a natureza do meio
líquido em que ela ocorreu.
• Morte reflexa Cristais do sangue putrefato
É aquela em que se faz presente a tensão emocional, ou seja, São os chamados cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde,
uma irritação nervosa (excitação) de origem externa, exercida em lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e agrupadas,
certas regiões, provoca, por via reflexa, a parada definitiva das incolores, que adquirem coloração azul pelo ferrocianeto de
funções circulatórias e respiratórias. potássio, e castanha, pelo iodo, passíveis de ser encontradas a
partir do 3.° dia no sangue putrefato.
— Cronotanatognose
É a parte da Tanatologia que estuda a data aproximada da Fauna cadavérica
morte. Com efeito, os fenômenos cadavéricos, não obedecendo O seu estudo em relação ao cadáver exposto ao ar livre tem
ao rigorismo em sua marcha evolutiva, que difere conforme os relativo valor conclusivo na determinação da tanatocronognose,
diferentes corpos e com a causa mortis e influência de fatores embora os obreiros ou legionários da morte surjam, com certa
extrínsecos, como as condições do terreno e da temperatura seqüência e regularidade, nas diferentes fases putrefativas
e humidade ambiental, possibilitam estabelecer o diagnóstico adiantadas do cadáver, as turmas precedentes preparando terreno
da data da morte tão exatamente quanto possível, porém não para as legiões sucessoras, representadas por um grupo de oito.
com certeza absoluta. O seu estudo importa no que diz respeito São elas:
à responsabilidade criminal e aos processos civis ligados à 1ª Legião: aparece entre o 8.º e o 15.º dia;
sobrevivência e de interesse sucessório. A cronotanatognose 2ª Legião: surge com o odor cadavérico, cerca de 15 à 20 dias;
baseia-se num conjunto de fenômenos, a saber: 3ª Legião: aparece 3 a 6 meses após a morte;
4ª Legião: encontrada 10 meses após o óbito;
Resfriamento do cadáver 5ª Legião: é encontrada nos cadáveres dos que morreram há
Em nosso meio é de 0,5°e nas três primeiras horas; a mais de 10 meses;
seguir, o decréscimo de temperatura é de 1°e por hora, até o 6ª Legião: desseca todos os humores que ainda restam no
restabelecimento do equilíbrio térmico com o meio ambiente. cadáver, 10 à 12 meses;
7ª Legião: aparece entre 1 e 2 anos e destrói os ligamentos e
tendões deixando os ossos livres.
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8ª Legião: consome, cerca de 3 anos após a morte, todos os Todos os dias, os serviços médico-legais são confrontados com
resquícios orgânicos porventura deixados pelas precedentes.1 a “morte súbita de causa indeterminada” na sequência de mortes
de indivíduos com antecedentes patológicos relevantes, de doenças
Premoriência crónicas com agudizações potencialmente letais, de doenças
Há situações que podem ser identificadas como a perda do neoplásicas em fases terminais, de doenças infecto-contagiosas em
direito sucessório, um delas é a chamada premoriência, ou seja, fase terminal, no decurso de internamentos hospitalares de dias ou
a morte do herdeiro antes do falecimento do autor da herança, semanas por doença de causa natural.
exemplo, morrendo o filho antes do pai, não há que se falar em Este tipo de prática, leva a que os serviços médico-legais
direito sucessório, pois o pré-morto está excluído da sucessão. acabem por ser confrontados por uma percentagem de “morte
Segundo Maria Berenice, na sucessão legítima, somente os súbita de causa indeterminada” que ronda os 40% do total das
descendentes do herdeiro pré-morto é que herdam, mas por direito autópsias realizadas, o que como é óbvio não deveria acontecer.
de representação do pré-morto. É evidente que a maior parte desta percentagem não
Na sucessão testamentária, o falecimento do beneficiado antes do corresponde efetivamente à verdadeira situação médico-legal de
testador não gera direito de representação, o legado caduca. Havendo morte súbita, talvez nem 5% deste total corresponda a casos com
outros herdeiros instituídos com relação ao mesmo bem, a morte de um verdadeiro interesse médico-legal.
transfere o seu quinhão aos demais, ocorrendo o direito de acrescer. Se
não houver a nomeação de substitutos, o quinhão retorna a legítima. Questões médico-legais a responder pela autópsia em casos de
Por fim, a premoriência é o evento determinante da época da morte súbita:
morte de uma pessoa, que é anterior a o autor da herança. – Causa da morte;
– Morte natural ou violenta;
Comoriência – Se morte violenta:
Quando acontece o falecimento, no mesmo evento de dois – Suicídio;
ou mais parentes ou de pessoas vinculadas por liame sucessório, – Homicídio;
a falta de precisão sobre o momento da morte de cada um pode – Acidente.
trazer sérias complicações e dificultar a transmissão da herança aos
herdeiros. Principais causas de morte súbita por aparelhos e sistemas
A comoriência é a presunção de morte simultânea entre duas no adulto
ou mais pessoas.
De acordo com Maria Berenice, não havendo a possibilidade • Morte súbita com origem no sistema cardiovascular
de saber quem é o herdeiro de quem, a lei presume que a morte É a causa de morte súbita mais frequente no mundo ocidental.
ocorreu simultaneamente, desaparecendo o vínculo sucessório Em cerca de 25% dos casos, a morte súbita é a primeira manifestação
entre ambos, assim, um não herda do outro e os bens de cada um de doença cardiovascular.
passam aos seus respectivos herdeiros. Normalmente durante a autópsia dispensa-se uma atenção
Conforme Maria Berenice cita Carvalho dos Santos, sustentado especial ao coração e ao estudo das artérias coronárias. Muitas
que, ocorrendo o falecimentos mesmo de lugares diversos, se existir destas mortes revelam doença coronária de pelo menos dois vasos.
mútuo direito sucessório entre os mortos, não havendo meios de se Nem sempre o diagnóstico macroscópico de enfarte agudo de
verificar quem faleceu primeiro, é possível por analogia reconhecer miocárdio é fácil (menos de 25% para alguns autores) e até o exame
a comoriência.2 histológico pode não dar grandes informações.
— Morte Súbita Dado que o tempo decorrido entre o início dos sintomas
É a morte inesperada que acontece em pessoa considerada e a morte por vezes é muito curto, não permite um conjunto de
saudável ou tida como tal, e pela forma como ocorre levanta alterações a nível celular que possibilite um diagnóstico histológico.
suspeita de poder tratar-se de uma morte violenta. Algumas das alterações do ritmo cardíaco podem ser
Na maioria dos casos, no fim da autópsia chega-se à conclusão potencialmente mortais muito rapidamente se não forem
que estas mortes súbitas são mortes de causa natural, por prontamente revertidas (Ex. fibrilação ventricular). Nestes casos
processos patológicos mais ou menos insidiosos que nunca levaram os achados de autópsia são muito escassos, inespecíficos e há uma
a vítima ao médico ou a referenciar queixas objetivas ou subjetivas dificuldade no diagnóstico.
a familiares e amigos. Estes, colhidos pelo inesperado da situação, e Principais causas de morte no adulto:
perante a perda de um ente querido, colocam por vezes a hipótese – Doença coronária/enfarte;
de se tratar de uma morte violenta e daí que muitas destas mortes – Cardiomiopatias;
acabam por serem submetidas a autópsia médico-legal. – Miocardites;
Infelizmente, muitos médicos, alguns por desconhecimento – Aneurisma dissecante da aorta;
do conceito médico-legal de morte súbita, outros por um medo – Arritmias.
atávico inexplicável de atribuir a causa de morte mais provável
face aos elementos clínicos e circunstânciais disponíveis, acabam Principais causas de morte súbita com origem no sistema
por escrever no certificado de óbito “morte súbita de causa nervoso central :
indeterminada”. – Acidentes vasculares;
– Meningites;
1 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogspot.com.br – Estado de mal epiléptico.
2 Por Ricardo K. Foitzik
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Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema a fornecer o atestado de óbito, pois se “suspeita” de alguma coisa
respiratório: tem a obrigação de pessoalmente avisar a autoridade policial do
– Tromboembolia pulmonar; quê suspeita.
– Estado de mal asmático; – No mesmo caso, situam-se pacientes de consultório e am-
– Hemoptise; bulatório hospitalar ou posto de saúde. Ninguém melhor do que
– Aspiração de corpo estranho; o médico assistente para formular as hipóteses de “causa mortis”.
– Pneumotórax espontâneo. Não é porque o paciente não se encontra hospitalizado que o médi-
co poderá classificar a morte como de causa suspeita.
Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema Suspeita de quê ?
digestivo: – O paciente chega a um Pronto-Socorro em tempo de serem
– Hematemeses (ruptura de varizes esofágicas, úlceras); verificadas as queixas e de se fazer um diagnóstico clínico ou atra-
– Pancreatite aguda necro-hemorrágica; vés de exames complementares, um infarto agudo do miocárdio,
– Peritonite; por exemplo. O médico assistente é o único profissional que poderá
– Enfarte intestinal. atestar a veracidade dos fatos e é quem deverá fornecer o atestado
de óbito, mesmo que o paciente tenha poucos minutos ou horas
Principais causas de morte morte súbita com origem no sistema de hospital. Um infarto do miocárdio recente tem grande proba-
endócrino bilidade de não ser macroscopicamente observado e ter um fácil
– Diabetes - bioquímica do humor vítreo ( glicose > 200 mg/dl); diagnóstico clínico (gráfico mais laboratorial).4
– Insuficiência suprarrenal aguda (Sindrome de Waterhouse-
Friederichesen)3. Diagnose Diferencial Das Lesões “Ante” E “Post Mortem”
O legisperito esclarecerá à Justiça se as lesões encontradas
— Morte Suspeita foram causadas:
As mortes de causa suspeita compreendem parte da morte vio- A – Bem antes da morte;
lenta, até que se prove em contrário, trazendo para a sua compre- B – Imediatamente antes da morte;
ensão a dúvida quanto ao nexo causal. Para que exista a suspeição C – Logo após a morte;
deve haver uma pergunta: suspeita de quê? Ou seja, para que haja D – Certo tempo após a morte.
a suspeição, há que existir o interesse ativo de quem suspeita, vin-
culado a uma justificativa. É o caso do familiar ou de terceiros que – Lesões Intra-Vitam: São lesões que ocorrem no corpo
conhecem desvios do contexto social e comportamental do faleci- humano durante a vida, com características específicas como:
do, ou mesmo suspeitam de peculiaridades durante um tratamento infiltração da malha tecidual, coagulação, presença abundante de
médico e até de ação de terceiros. Em qualquer destes casos, o ci- leucócitos e etc.
dadão que protagoniza a suspeição tem a obrigação de comunicar – Lesões Post-Mortem: São lesões que ocorrem após a morte,
a uma autoridade policial ou ao Ministério Público, que solicitarão, não possuem reação vital.
pelos procedimentos habituais, a perícia médico-legal.
A morte de causa suspeita é bem diferente da morte por causa As lesões adquiridas quando a pessoa estava viva (in vitam)
desconhecida, mesmo que súbita. Esta é um tipo de morte natural devem ser diferenciadas daquelas que adquiridas depois da morte
que não compõe o rol de possibilidades com natureza jurídica para (post mortem), principalmente para estimar a causa da morte.
classificação como morte suspeita. A “causa mortis” para ser conhe- A reação vital será o elemento diferencial entre as lesões
cida, merecerá avaliação necroscópica clínica e anátomo-patológica intra vitam e post mortem e consiste em um conjunto de sinais
para a sua verificação e conclusão, porém nunca uma perícia médi- macroscópicos, microscópicos e químicos tissulares (histoquímicos,
co-legal. A perícia oficial é desnecessária e somente será solicitada enzimáticos e bioquímicos) e que ocorrem somente quando as
pela autoridade policial, nestes casos, por intuição ocasional, por lesões forma provocadas com a vítima estando viva e não após a
desconhecimento de causa em sua função ou por falta de mecanis- sua morte (Vanrell, 2007).
mo administrativo institucional municipal de Serviço de Verificação Utilizando-se como referência Vanrell (2007), resumi-se a
de Óbitos. seguir os sinais característicos de lesões ante mortem:
É importante que todo médico entenda que quando enganado
em sua boa fé, tendo ele exarado a Declaração de Óbito e, após, Sinais macroscópicos
surgir a descoberta de alguma causa violenta, ele, médico, não terá 1 – Hemorragia: A hemorragia interna proveniente de lesão
culpa por ter sido enganado. Até dentro de hospitais isto pode acon- produzida no vivo aloja-se no interior do corpo sob forma de
tecer, conforme casos recentemente estampados em noticiário. grandes coleções hemáticas. No morto, a coleção hemática interna
O médico, quando responsável pelo paciente que falece, não é sempre de reduzidíssima dimensão ou inexistente, e o sangue
deverá gratuitamente alegar suspeição distância, ou criar suspeita acaba não coagulando.
sem fundamentação. 2 – Retração dos tecidos: Os ferimentos incisos e os
Exemplos contumazes podem ser citados: cortocontundentes mostram as margens afastadas, devido à
– Médico assiste há muitos meses paciente com doença crô- retração dos tecidos, o que não ocorre nos feitos no cadáver, pois
nica ou incurável, como neoplasias, vindo o doente a óbito longe neste os músculos perdem a contratilidade.
das vistas do médico, geralmente no domicílio. O médico assistente, 3 – Escoriações: A presença de crosta recobrindo as escoriações
conhecedor de todo o histórico do paciente, não poderá se furtar significa lesão intra vitam. Dessarte, pergaminhamento da pele
escoriada é sinal seguro de lesão pos mortem.
3 Fonte: www.medicina.med.up.pt 4 Fonte: www.portalmedico.org.br
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Perda de peso
A perda de peso no cadáver sofre múltiplas variações, quer
por influência do próprio corpo, quer pelas modificações do meio
ambiente. Por isso, este fenômeno apresenta-se com valor muito
relativo.
Todavia, na prática, tem-se verificado um erro até de 2 h, E ainda mais, seria necessário saber previamente, e com preci-
variando inclusive se o cadáver está vestido ou não, se está são, o peso real do indivíduo no momento exato da morte.
submerso em águas paradas ou correntes, ou se está exposto em
ambiente refrigerado. Mancha verde abdominal
Pode-se dizer que, nas primeiras 24 h post mortem, a combi- A mancha verde abdominal quase sempre se localiza na fos-
nação do estudo da concentração do potássio no humor vítreo e a sa ilíaca direita, sendo atribuída à sulfoxi-hemoglobina. Justifica-se
oscilação da temperatura retal são os elementos mais importantes esta região devido ao ceco ser o segmento intestinal de maior pro-
na estimativa do tempo de morte. porção, mais distendido e mais próximo à parede abdominal e, ain-
da, pela maior concentração gasosa nesta parte do intestino.
Livores de hipóstase Em média surge entre 24 e 36 h depois da morte, sendo muito
Na morte, o sangue, pela gravidade, vai-se depositar nas partes mais precoce nas regiões de clima quente. Já se observou seu apa-
de declive, e daí surgem as manchas de hipóstase ou livores cadavé- recimento até 18 h depois do óbito.
ricos. O surgimento deste fenômeno varia, no entanto, com certas Essa mancha verde se estende a todo o corpo depois do 3º
condições, como na desnutrição, nas anemias agudas, entre outras, ao 5º dia e sua tonalidade se acentua cada vez mais, dando uma
não havendo, assim, uma cronologia exata. coloração verde-enegrecida ao corpo, com presença de vesículas
Em geral, essas manchas surgem em média 2 a 3 h depois da contendo líquido hemoglobínico, e, pelo destacamento de amplos
morte, fixando-se definitivamente em torno das 12 h post mortem. retalhos de epiderme, surgem os desenhos vasculares em forma ar-
Nesse espaço de tempo, com a mudança de decúbito, esses livores borescente, conhecidos como “circulação póstuma de Brouardel”.
podem mudar de posição.
Relatos de experiência observam que o aparecimento dos livo- Cristais no sangue putrefeito
res de hipóstase é mais precoce, surgindo não raro na primeira hora São conhecidas por cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde as
depois da morte, em forma de pequenas manchas na face posterior formações que surgem depois do 3º dia de morte no sangue putre-
do pescoço, e sua fixação total em torno das 8 h. feito, em forma de lâminas cristaloides, fragmentadas, agrupadas,
cruzadas e incolores, adotando, no entanto, a tonalidade castanha
Rigidez cadavérica pelo iodo e azulada pelo ferrocianeto de potássio.
A rigidez cadavérica é um fenômeno cujo aparecimento pode
ser tardio ou extremamente precoce. Em geral surge na mandíbula Crioscopia do sangue
e nuca da 1ª a 2ª h depois do óbito; da 2ª a 4ª h nos membros su- O ponto de congelação do sangue ou ponto crioscópico afas-
periores; da 4ª a 6ª h nos músculos torácicos e abdominais e, final- ta-se à medida que evolui o tempo de morte, devido à difusão no
mente, entre a 6ªa e a 8ª h post mortem nos membros inferiores. sangue, nos vasos, bem como ao desagregamento das moléculas
A flacidez muscular, pelo desaparecimento do rigor mortis, albuminoides.
aparece progressivamente na mesma sequência, iniciando-se, por- A crioscopia normal do sangue é de 20,57°C. Este resultado
tanto, pela mandíbula e pela nuca (lei de Nysten), surgindo em tor- corresponde ao tempo decorrente desde a morte até a primeira
no de 36 a 48 h depois da morte. Esse fenômeno sempre existe. determinação da crioscopia no sangue do cadáver.
Antes daquele tempo, a rigidez pode ser desfeita pela manipu-
lação dos segmentos do cadáver, e daí em diante ela não se refaz. Crescimento dos pelos da barba
Baltazard preconizou a possibilidade de determinar a data da
morte pelo crescimento dos pelos da barba, desde que fosse co-
nhecida a hora em que o indivíduo se barbeou pela última vez. Para
tanto, seria necessária, ainda, a utilização dos pelos das bochechas,
onde geralmente a navalha corta melhor.
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Sabendo-se que os pelos da barba crescem 0,021 mm/h, bas- Estimativa do tempo de morte pela restauração da pressão
taria dividir o comprimento encontrado depois da morte por esta intraocular (tonometria ocular)
cifra. Assim, por exemplo, se encontrado post mortem um compri- Este fenômeno admitia a possibilidade de estimar, em cadáve-
mento da barba de 0,126 mm, poder-se-ia dizer, que o indivíduo res, o tempo decorrido após a morte através do volume de líqui-
havia morrido 6 h após ter-se barbeado pela última vez. dos eliminados pelo esvaziamento pós-mortal dos globos oculares,
É claro que este método representa apenas mais um esforço quando do interesse médico-legal. Esse método é indicado para as
no sentido de uma contribuição ao estudo da cronotanatognose, primeiras 24 h.
sabendo-se perfeitamente das dificuldades e das incertezas que tal A tentativa de explicação é difícil enquanto se desconhecer o
método pode representar. mecanismo tanatológico do esvaziamento do globo ocular, mere-
cendo ser estudada a ação de outras variáveis do cadáver e do meio
Conteúdo estomacal ambiente. Quando associado a outros procedimentos cronotana-
O fenômeno da digestão varia de acordo com cada indivíduo tognósticos, o presente método poderá aumentar a precisão da
e, ainda, conforme o tipo e a quantidade dos alimentos. Sabe-se avaliação.
também que a digestão de uma alimentação pesada em geral se faz Em média, para cada 4 h após a morte, o globo ocular absorve
no estômago em torno de 5 a 7 h; uma refeição média de 3 a 4 h; e 0,1 ml do líquido introduzido, ou seja, 0,02 ml/h, perfazendo um
uma leve de uma e meia a 2 h. total de 0,4 ml nas primeiras 24 h.
No caso de se encontrarem alimentos plenamente reconhecí-
veis em seus diversos tipos específicos, ou seja, em uma fase inicial Concentração pós-mortal do potássio no humor vítreo
de digestão, pode-se afirmar que a pessoa faleceu 1 a 2 h depois da Este fenômeno refere-se ao diagnóstico cronológico da morte,
sua última refeição. Se os alimentos se encontram em fase final de no limite das primeiras 20 h, baseado na concentração iônica do po-
digestão, opta-se por um tempo de 4 a 7 h. tássio, como elemento participativo do processo autolítico. Na sua
E se, finalmente, encontra-se o estômago vazio, vamos declarar investigação leva-se em conta a análise quantitativa do potássio,
que o indivíduo morreu depois de 7 h da última refeição realizada. mediante o método de fotometria de chama, existente no humor
Drogas e álcool podem comprometer o esvaziamento gástrico. vítreo do cadáver humano, coadjuvado à medida da temperatura
Doenças como úlceras pépticas e diabetes também retardam a retal como método associativo.
digestibilidade. Por outro lado, medicamentos à base de diazepam A sua aplicação estaria mais reservada aos casos de determina-
ou metocloropramida ou laxativos aceleram-na. ção da premoriência, em sinistros de aviação ou de outro qualquer
São dados grosseiros, mas que, associados aos outros fenô- meio de transporte, por interesse no direito sucessório, ou na in-
menos, podem conduzir a uma margem aproximada do tempo de vestigação criminal quando a avaliação do tempo de morte possa
morte. esclarecer algumas circunstâncias e uma possível autoria.
— Sinais de morte
Os sinais de morte podem ser categorizados em três grupos:
imediatos, precoces e tardios.
Sinais Imediatos
Incluem a cessação das funções cardiorrespiratórias e cerebrais.
Na prática clínica, a ausência de pulso, a cessação da respiração e a
ausência de atividade cerebral confirmada por métodos diagnósticos
como eletroencefalograma são indícios imediatos de morte.
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— Causa jurídica da morte: morte natural, morte violenta, — Necessidade da necrópsia médico-legal
morte suspeita e morte súbita A necropsia médico-legal consiste em um exame necroscópico,
Neste ponto vale memorizar o seguinte quadro: realizado por peritos, que tem como escopo atender solicitações da
justiça. Por exemplo, é ordenada pelo delegado de polícia ou juiz,
Morte Morte em determinadas situações.
Morte Natural Morte Súbita O que justifica a necrópsia?
Violenta Suspeita
• morte violenta
Também • morte suspeita
conhecida • morte de pessoa não identificada
como Ocorre
A agressão
morte por de forma Ademais, é importante diferenciar o exame perinecroscópico
provoca É natural,
antecedentes duvidosa. do exame de necropsia:
a morte. de maneira
patológicos. Ou seja, não 1. O exame perinecroscópico consiste no exame externo do ca-
Origina-se de que não há
É oriunda de existe certeza dáver, feito pelo perito criminal, ainda no local de crime.
ação externa. tempo para
um estado de ter sido de 2. O exame perinecroscópico não deve ser confundido com o
Ex. homicídio, atendimento
mórbido causa natural exame de necropsia, que é aquele realizado pelo perito médico-le-
suicídio, médico.
adquirido ou de causa gista, normalmente nas instalações do Instituto de Medicina Legal
acidente.
ou de uma violenta. (IML).
perturbação O art. 162 traz o exame necroscópico:
congênita. Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julga-
É curioso que a morte violenta nem sempre é criminosa, uma vez rem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
que, basta não se originar de patologias para receber essa titulação. auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o sim-
— Declaração de óbito ples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal
A lei de registros públicos (6015/73) determina que: que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
Art. 77. Nenhum sepultamento será feito sem certidão do ofi- causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
cial de registro do lugar do falecimento ou do lugar de residência verificação de alguma circunstância relevante.
do de cujus, quando o falecimento ocorrer em local diverso do seu Tanto o exame necroscópico quanto a exumação ocorrem em
domicílio, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista crimes que envolvam a morte. O exemplo clássico de tais procedi-
do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, mentos é quando o cadáver já foi submetido ao exame necroscópi-
de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado co, mas surgirem dúvidas sobre o primeiro exame – neste caso, exu-
a morte. ma-se o corpo para compreender melhor alguns aspectos do crime.
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Pontos característicos e o confronto papiloscópico Estudos têm mostrado que a formação das impressões digitais
Pontos característicos são os elementos anatômicos observá- é determinada por múltiplos genes, sendo que a maioria deles é
veis nas linhas papilares (e que sobressaem à crista). São conside- herdada dos pais. No entanto, fatores ambientais também podem
rados acidentes anatômicos, que atribuem diferenças, individuali- influenciar a formação das impressões papiloscópicas, como por
zando, assim, cada dedo de uma pessoa. Podem ser definidos, em exemplo, a pressão exercida pelo líquido amniótico durante a
poucas palavras, como sinais individualizantes encontrados nas li- gestação.
nhas papilares e nas pontas dos dedos, nas plantas dos pés e nas As impressões papiloscópicas são formadas por padrões
palmas das mãos; apesar do passar do tempo, são imutáveis em distintos de cristas papilares, que podem ser classificados em
tipo número, localização e tipo. Os Pontos Característicos são o fun- três tipos básicos: arco, presilha e verticilo. Cada pessoa tem uma
damento sólido da identidade do datilograma. combinação única desses padrões, o que torna as impressões
— Confronto: certos pontos característicos se apresentam com digitais um recurso valioso para a identificação individual.
maior frequência, enquanto outros são raros. No Brasil, para se de- Em resumo, as impressões papiloscópicas são formadas durante
terminar um a identidade, deve-se fazer a marcação de no mínimo 12 o desenvolvimento embrionário, e sua formação é influenciada
pontos idênticos e coincidentes no confronto de dois datilogramas. por fatores genéticos e ambientais. Essas impressões são únicas
Poroscopia: é a ciência que se dedica à identificação humana para cada pessoa e têm um papel fundamental na identificação
por meio dos poros presentes nas cristas papilares. Atua a partir individual.
das impressões deixadas pelos poros sudoríparos nas impressões
dactiloscópicas.
BALÍSTICA FORENSE: CONCEITO DE BALÍSTICA INTERNA,
EXTERNA E TERMINAL
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• Medicina: Na criação de próteses personalizadas e na (C) Os peritos registrarão, no Laudo, as alterações do estado
digitalização de órgãos e tecidos para diagnóstico e planejamento das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas
cirúrgico. alterações na dinâmica dos fatos.
• Indústria: No controle de qualidade de peças e componentes, (D) Segundo Zbindert, a prova material se manifesta na coleta
na inspeção de equipamentos e na documentação de instalações e análise dos vestígios, bem como do que é ou pode ser trans-
industriais. formado em sensorialmente perceptível e que serve à elucida-
• Arqueologia e preservação do patrimônio cultural: Na ção do fato que está sendo investigado. Por esse motivo, há a
digitalização de artefatos históricos e sítios arqueológicos para hierarquia de provas no Sistema Processual Penal pátrio, sendo
preservação e estudo. que o Laudo de Perícia Criminal – por ser uma peça técnico-
Vantagens do Scanner 3D: -científica – encontra-se no ápice. O juiz, visando a estabele-
• Alta precisão: Capaz de capturar detalhes minuciosos com cer a própria convicção, está adstrito ao constante no Laudo.
precisão milimétrica. Dessa forma, na Lei, observa-se que a prova material assume
• Rapidez: Permite digitalizar objetos e ambientes em questão um relevo destacado em relação as demais (por exemplo, tes-
de minutos ou até mesmo segundos. temunhal, confissão), ganhando uma consistência definitiva e
• Não invasivo: Não danifica os objetos escaneados e não irrefutável nos tribunais.
requer contato físico com eles. (E) Dos diversos conceitos de Local de Crime, infere-se que,
• Versatilidade: Pode ser utilizado em uma ampla variedade de por ser um local, se constitui tão somente da região onde o
aplicações e setores industriais. fato foi constatado (por exemplo, local em que foi encontrado
um cadáver; ponto da via pública em que um veículo assumiu
Desafios e Limitações: a posição de repouso; local onde uma mancha de sangue foi
Apesar de suas vantagens, o scanner 3D também apresenta produzida etc.), não existindo local de crime mediato, apenas
alguns desafios e limitações, como: imediato.
• Custo: Os scanners 3D e os sensores LiDAR podem ser
equipamentos caros, o que pode limitar seu acesso em alguns 2-FGV - 2022 - SEAD-AP - Técnico Pericial
casos. Em relação à cadeia de custódia, associe as etapas de rastrea-
• Tamanho e peso: Alguns modelos de scanners 3D podem ser mento do vestígio às respectivas definições.
grandes e pesados, dificultando sua mobilidade e uso em ambientes I. Reconhecimento
restritos. II. Isolamento
• Condições ambientais: Algumas condições ambientais, como III. Descarte
chuva intensa ou nevoeiro, podem interferir na precisão do sensor ( ) procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
LiDAR. a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autoriza-
ção judicial.
O scanner 3D, com seu sensor LiDAR, é uma ferramenta ( ) ato de distinguir um elemento como de potencial interesse
poderosa que tem revolucionado inúmeras áreas, desde engenharia para a produção da prova pericial.
e arquitetura até medicina e arqueologia. Sua capacidade de ( ) ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
capturar modelos tridimensionais detalhados e precisos em tempo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado
real oferece inúmeras possibilidades de aplicação e promete aos vestígios e local de crime.
continuar impulsionando a inovação e o progresso em diversos Assinale a opção que apresenta a relação correta, na ordem
setores. apresentada.
(A) 1 – 2 – 3
(B) 1 – 3 – 2
QUESTÕES (C) 2 – 3 – 1
(D) 2 – 1 – 3
(E) 3 – 1 – 2
1-IADES - 2019 - PC-DF - Perito Criminal
Em relação ao Local de Crime, aos ditames inscritos no Código
3-FGV - 2022
de Processo Penal brasileiro e à prova material, assinale a alterna-
Considerando o regramento legal brasileiro previsto no Código
tiva correta.
de Processo Penal atinente à cadeia de custódia, assinale a afirma-
(A) O Código de Processo Penal, no artigo 6º , estabelece que,
tiva incorreta.
logo que tiver conhecimento da infração penal, qualquer poli-
(A) O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do
cial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos
altere o estado das coisas, até a chegada da autoridade policial.
quais seja detectada a existência de vestígio.
Esta deverá apreender, de imediato, os objetos que tiverem re-
(B) A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestí-
lação com o fato, repassando aos (às) peritos(as) criminais so-
gio nas seguintes etapas: reconhecimento, isolamento, fixação,
mente o que tiver interesse pericial evidente.
coleta, acondicionamento, transporte, recebimento, processa-
(B) O exame de local de crime é de responsabilidade da au-
mento, armazenamento e descarte.
toridade policial e dos respectivos agentes, cabendo ao perito
(C) A coleta dos vestígios deverá ser realizada obrigatoriamente
criminal auxiliar na preservação do local.
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para
a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
ção de exames complementares.
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NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
MATÉRIA E MEDICINA LEGAL
(D) A etapa de “fixação” da cadeia de custódia está definida em (C) relatório médico-legal / histórico
lei como a descrição detalhada do vestígio conforme se encon- (D) parecer médico-legal / discussão
tra no local de crime ou no corpo de delito e a sua posição na (E) parecer externo circunstanciado / conclusão
área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filma-
gens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo 7-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento. Para a realização de uma necropsia, é importante inicialmente
(E) A definição de “vestígio”, segundo a legislação processual classificar o tipo de morte e saber quando e como realizar o proce-
brasileira, é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, dimento. Considerando essa temática e assuntos correlacionados,
constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. julgue o item a seguir.
Morte violenta é aquela resultante de fatores externos, aciden-
4-INSTITUTO AOCP - 2023 tais ou intencionais, não relacionados com a curva vital.
Um dos vestígios de interesse forense é o pelo humano. Con- ( ) CERTO
sidere que, em um local de estupro, o Perito Criminal designado ( ) ERRADO
ao atendimento do local coletou pelos com raiz (bulbo) e outros
sem raiz do autor do crime. Diante da situação narrada, assinale a 8-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
alternativa correta. Para a realização de uma necropsia, é importante inicialmente
(A) Não há material genético em pelo sem bulbo. classificar o tipo de morte e saber quando e como realizar o proce-
(B) Os pelos sem raiz podem conter material genético de linha- dimento. Considerando essa temática e assuntos correlacionados,
gem materna, dada a presença de DNA mitocondrial. julgue o item a seguir.
(C) O pelo com raiz apresenta os mesmos resultados do pelo O exame de corpo delito (necropsia) deve ser realizado durante
sem raiz para fins forenses. o dia, para evitar os efeitos da luz artificial.
(D) Um único pelo fornece material genético insuficiente para ( ) CERTO
identificação. ( ) ERRADO
(E) O material genético nuclear do autor está concentrado na
haste do pelo humano. 9-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista
No que se refere à asfixiologia e à tanatologia forenses, à ne-
5-CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Técnico em Perícia cropsia e a causas jurídicas de morte, julgue o item a seguir.
Considerando-se os diferentes tipos de asfixia por constrição
externa do pescoço, é correto afirmar que, no enforcamento, o sul-
co é tipicamente oblíquo, ao passo que, no estrangulamento, ele é
horizontalizado.
( ) CERTO
( ) ERRADO
12-INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - Perito Criminal 15-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal -
Sobre o levantamento papiloscópico, assinale a alternativa cor- A respeito dos diferentes sistemas sensores de imageamento,
reta. julgue o item a seguir.
(A) Poeira e bolhas na fita adesiva empregada no levantamento Os sensores de light detection and ranging (LiDAR) podem ser
de uma impressão papilar coletada contribuem para a melho- utilizados para gerar modelos digitais de terreno, entre outros pro-
ria da qualidade da impressão quando do confronto. dutos
(B) Por não serem visíveis e carecerem de revelação, as impres- ( ) CERTO
sões papilares modeladas podem ser consideradas latentes. ( ) ERRADO
(C) A revelação mediante vapor de cianoacrilato é recomen-
dada quando a impressão papilar foi impressa em sangue, vez
que tal composto se adere e realça a cor das linhas. GABARITO
(D) Todo e qualquer objeto e todas as superfícies que, na ava-
liação do perito criminal responsável pelo exame pericial te-
nham sido tocados ou manipulados, são materiais questiona- 1 C
dos e possíveis objetos de perícia de revelação de impressões 2 E
papilares.
(E) O necessário contraste entre a impressão papilar latente 3 C
e o meio no qual se encontra deve necessariamente ocorrer 4 B
mediante a aplicação de pós de revelação, de cores e funções
variadas, de acordo com a superfície. 5 E
6 D
13-: IDECAN - 2022 - PC-BA - Perito Técnico de Polícia Civil
7 CERTO
Balística, por definição, é a ciência (ramo de Mecânica aplicada)
que trata da propulsão, do movimento e do impacto de projéteis. A 8 ERRADO
cerca do tema, assinale a alternativo correta: 9 CERTO
(A) Divisão acadêmica de Balística Forense consiste em Balística
Interna (que estuda o movimento dos projéteis no ar), Balística 10 CERTO
Externa (que abrange o estudo das armas) e a Balística Termi- 11 CERTO
nal (que estuda os efeitos do projétil a partir de seu impacto
no alvo). 12 D
(B) O tamanho e a forma dos grânulos de pólvora não interfe- 13 E
rem na velocidade de queima da carga propelente de um car-
14 CERTO
tucho.
(C) Durante deslocamento do projétil, a gravidade e a resistên- 15 CERTO
cia do ar exercem pouca ou nenhuma influência em sua traje-
tória. ANOTAÇÕES
(D) O potencial lesivo do projétil independe da energia cinética
a ele associada. ______________________________________________________
(E) Entende-se por projéteis qualquer sólido pesado que se
______________________________________________________
move no espaço, abandonado a sí mesmo após haver recebido
um impulso. ______________________________________________________
14-CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia ______________________________________________________
No que se refere a fotografia, julgue o item subsequente.
O tamanho do pixel é determinado pela resolução da imagem. ______________________________________________________
Logo, não basta considerar somente a quantidade de megapixels de
uma imagem, é necessário levar em conta a quantidade de pixels ______________________________________________________
por polegada. Se houver duas imagens de igual tamanho, porém,
com quantidade de pixels por polegada diferente, a melhor reso- ______________________________________________________
lução será daquela que apresentar maior quantidade de pixels por
______________________________________________________
polegada.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
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