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Direção geral: Guilherme Luz HISTÓRIA

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Tiago Ledesma Mariano
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Renato Tresolavy e Thais Ginicolo Cabral
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Katia Kimie Kunimura (edição de arte),
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e Mariana Pinheiro Munhato (estag.)
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Maxi : ensino fundamental 2 : história : 6º ao 9º


ano : cadernos 1 a 4 : professor / obra coletiva :
responsável Thais Ginicolo Cabral. -- 1. ed. --
São Paulo : Maxiprint, 2019.

Bibliografia.

1. História (Ensino fundamental) I. Cabral, Thais


Ginicolo.

18-14780 CDD-372.89

Índices para catálogo sistemático:


1. História : Ensino fundamental 372.89
Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CEB-8/7964

2019
ISBN 978 85 7837 881 3 (PR)
Código da obra 627350
1a edição
1a impressão
MANUAL DO
PROFESSOR
• História

Parte geral
Apresentação .......................................................................................................... 4
O planejamento escolar e a autonomia do professor ........................................ 9
A Base Nacional Comum Curricular ....................................................................10
Referências ............................................................................................................11

Parte específica
A BNCC e a História ..............................................................................................12
Objetivos ................................................................................................................12
Sugestão de aulas .................................................................................................13
Comentários das unidades ..................................................................................16
Sugestões de leitura ............................................................................................21
Sugestões de sites ................................................................................................21
Referências ............................................................................................................22
Parte geral
Apresentação ao aprendizado, percebendo o papel do indivíduo nas
transformações dos processos histórico, político e éti-

Proposta pedagógica co para o exercício pleno da cidadania, o que amplia as


possibilidades de sucesso acadêmico.
Tendo em vista que o processo de ensino-aprendi-
Com o propósito de orientar a escola para sua me-
zagem se dá pela interação permanente entre razão e
lhor utilização, o material didático impresso do Sistema
emoção, teoria e prática, o Sistema de Ensino apresen-
Maxi de Ensino Fundamental – Anos Finais é dividido
ta como proposta pedagógica práticas de sala de aula
em quatro Cadernos por ano de acordo com as seguin-
que privilegiam a construção significativa de conheci-
tes áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática,
mentos (o saber cognitivo) e favorece um espaço maior
Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Em Lingua-
para o trabalho com a afetividade: a Pedagogia Afetiva,
gens, temos as disciplinas Língua Portuguesa, Arte e
que desenvolve aspectos socioculturais e emocionais.
Língua Inglesa; em Ciências Humanas, temos História
Acreditamos que as competências socioemocionais
e Geografia, além de Matemática e Ciências, que levam
(ou não cognitivas) são indissociáveis das cognitivas e
o mesmo nome das respectivas áreas.
importantíssimas no processo de desenvolvimento da
O Manual do Professor serve como apoio pedagógi-
aprendizagem, destinando-se a trabalhar nos alunos o
co e traz sugestões para o planejamento de aulas, mas
controle consciente das emoções, o estabelecimento
pode ser utilizado com total autonomia. Esperamos
de relações sociais saudáveis, a resolução de proble-
que este material possa acompanhar você e os alunos
mas interpessoais, além de outras habilidades.
neste ano escolar e que durante essa trajetória ocor-
Com base nessa proposta, o material do Ensino ram experiências de aprendizagem bem-sucedidas.
Fundamental – Anos Finais foi elaborado por uma
equipe de professores e especialistas em Educação A Pedagogia Afetiva
que conhecem a realidade e as necessidades dessa Partindo do pressuposto de que o vínculo de afe-
faixa etária e dão prioridade ao acompanhamento dos to é fundamental para o processo de aprendizagem e
alunos nos campos afetivo, socioemocional e cogniti- construção de uma relação de qualidade entre alunos
vo. Outros pontos de destaque da obra são a atenção e professores, foi realizada uma vasta revisão da lite-
às produções culturais do universo juvenil, a valoriza- ratura sobre a Pedagogia Afetiva, em que foram revisi-
ção do entusiasmo do jovem para aprender, o esta- tadas as habilidades e competências socioemocionais,
belecimento de limites e o cuidado com as questões as descobertas trazidas pela Neurociência e teorias de
disciplinares; também o contato com obras de grandes ensino-aprendizagem (correntes educacionais).

artistas brasileiros e estrangeiros e com o desenvolvi- Assim, nossa proposta tem como base os seguintes
mento da tecnologia, além de total alinhamento com a campos:
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). I. Habilidades socioemocionais e valores
Nesse cenário, destacamos a importância da atua- II. Contribuições dos estudos da Neurociência
ção do professor, a quem cabe desempenhar, com afe- III. Correntes educacionais
to e responsabilidade, ricas mediações de aprendiza- A tabela da página seguinte traz a correlação en-
gem e criar uma cultura de altas expectativas, além de tre habilidades socioemocionais e valores. Com base
4
incentivar a participação ativa e engajada dos alunos, nela você poderá criar atividades que desenvolvam os
que, motivados, costumam responder positivamente dois aspectos.

História
Correlação entre habilidades socioemocionais e
Habilidades socioemocionais Valores do Sistema Maxi de Ensino
valores do Sistema Maxi de Ensino

Capacidade de gerenciar as emoções de maneira


equilibrada e independente do meio externo, de
Autonomia emocional Valores éticos da autonomia pessoas e situações, promovendo a melhoria da
expressão afetiva em suas inter-relações em diversas
dimensões.

Capacidade de comunicar-se de maneira clara, assertiva


e com intencionalidade positiva. É uma forma de
Valorização da diversidade de ideias expressão da afetividade. Críticas construtivas são
Comunicação e das manifestações artísticas e realizadas por meio de observações, e não de avaliações
culturais pessoais, evitando-se as críticas generalistas, que
podem desencadear a defesa imediata sem análise ou
a autocrítica.

Capacidade de admitir erros, enganos e equívocos como


Solidariedade e respeito ao bem
Flexibilidade experimentos ricos para aprendizado pessoal, além de
comum
considerar o ponto de vista alheio e aceitar mudanças.

Capacidade de analisar e avaliar cenários e situações,


comparar informações divergentes e desenvolver visão
Direitos e deveres da cidadania, do pessoal e posicionamento com base nesses dados,
Pensamento crítico
exercício da criticidade reconhecendo direitos e deveres pessoais e coletivos,
além de praticar a crítica reflexiva, buscando agir
positivamente.

Capacidade de cumprir combinados com esforço


e persistência mesmo diante de obstáculos.
Responsabilidade Responsabilidade
Demonstração de firmeza, organização e clareza na
realização do que é proposto.

Capacidade de observar o mundo e de agir para mudá-lo,


compreendendo sistêmicas das quais faz parte e levando
Solidariedade e respeito ao bem
Solidariedade em conta as necessidades das pessoas, contribuindo
comum
para seu bem-estar, com o despendimento de tempo e
de recursos pessoais e/ou materiais.

A seguir, são apresentadas duas situações para e expresse suas emoções, justificando seu ponto de
auxiliar na tarefa prática. Observe que elas remetem vista, seguem algumas orientações:
a conceitos importantes – interação e mediação. As • Elaborar um projeto de aulas que reflita as neces-
atividades podem ser realizadas em qualquer uma sidades e os desejos dos estudantes, seguido por
das disciplinas que compõem o currículo. (Uma reu- uma reflexão mediada pelo professor sobre as
nião de professores em que sejam compartilhados as ações necessárias para alcançá-los e os limites que
práticas e os resultados do trabalho com os alunos precisam ser estabelecidos.
pode ser um excelente recurso de troca e formação
• Desenvolver um painel com as conquistas signi-
do grupo.)
ficativas do grupo de alunos, usando textos, ima-
1. Valor e habilidade socioemocional: gens e vídeos produzidos por eles.
autonomia • Com base em um problema resultante de uma ação
Para a formação de um aluno autônomo, que consi- individual ou coletiva, apresentar um plano para
ga comunicar assertivamente desejos e insatisfações, enfrentá-lo e colocá-lo em prática.
5
que seja capaz de ouvir atentamente e com respeito co- • Listar aspectos necessários para tomar decisões
legas e professores, que esteja atento ao próprio corpo éticas.

História
2. Valor e habilidade socioemocional: A prática da atenção plena é passível de ser rea-
responsabilidade lizada em sala de aula e consiste na manutenção do
foco na respiração e na observação do ritmo de ins-
Para a formação de um aluno responsável, capaz de
piração e expiração, com o objetivo de perceber os
cumprir com persistência combinados e propósitos, de-
momentos em que a atenção se dispersa e, assim,
monstrando firmeza, organização e clareza na realização
recuperá-la.
dos objetivos aos quais se propõe, seguem as orientações:
Para fazer esse exercício em sala, seguem algumas
• Apresentar características de pessoas responsáveis. orientações:
• Incentivar um comportamento respeitoso consigo • Solicitar aos alunos que se sentem confortavel-
mesmo e com o próximo em eventos coletivos, seja mente na cadeira, apoiando os pés no chão e colo-
em um trabalho em grupo, seja em uma apresenta- cando as palmas das mãos abertas sobre as coxas.
ção para público externo.
• Explicar a eles que o exercício que farão a seguir,
• Analisar situações em que é necessário resistir à
de acordo com os comandos dados por você, tem
frustração e desenvolver um plano com mais de uma
como objetivo recuperar a atenção e o foco, benefi-
opção de solução.
ciando a consciência do momento presente. Infor-
Com relação às contribuições da Neurociência, desta- mar que não se deve dormir durante a prática.
camos a importância do trabalho com as funções executivas
• Pedir ao grupo que preste atenção às badaladas
(habilidades cognitivas necessárias para o controle e a re-
suaves que você fará usando um instrumento
gulação de nossos pensamentos, emoções e ações). Essas
como uma tigela de metal, um sino ou um objeto de
funções, quando exercitadas intencionalmente, por meio de
bronze. Combinar um tempo de 10 minutos inicial-
atividades e jogos, ampliam as possibilidades de êxito.
mente e pedir que a turma não seja interrompida
Quatro categorias compõem esse conjunto de habilida- nesse período.
des – o controle inibitório, a memória de trabalho, a flexibi-
• Solicitar aos alunos que fechem os olhos e acom-
lidade cognitiva e a atenção.
panhem o número de batidas que você dará, com
Estudos indicam os benefícios resultantes da prática
delicadeza, usando o objeto metálico. As batidas
da respiração plena (ou mindfulness), que pode ser com-
deverão ser realizadas em um intervalo de tempo
preendida como “estado mental particular que une atenção
regular. Empregando um tom de voz baixo, pedir
focada no presente, consciência aberta e memória de si”1.
que contem o número de batidas, que pode variar
Mindfulness pode também ser entendido como um conceito
de 30 a 50. Nesse caso, o importante não é o nú-
que vai além da meditação e que se traduz em um estado mero, mas o fato de os alunos terem de se deter
de consciência no qual se está atento à experiência do mo- em uma atividade que necessita de foco.
mento. O exercício da atenção plena ajuda a desenvolver a
• Um minuto ou dois após as batidas terminarem,
habilidade de interromper a elaboração cognitiva de emo-
solicitar que os alunos iniciem o processo de
ções negativas, a reduzir os sintomas de ansiedade, possi-
“despertar” abrindo lentamente os olhos para a
bilitando mais criatividade, aumento da resistência emocio-
retomada das atividades. Ao final das sessões,
nal e maior aproveitamento do que se faz.
você pode pedir a eles que compartilhem a expe-
riência que tiveram no decorrer do exercício.

Por fim, ressaltamos as correntes educacionais, que


partem do pressuposto de que os alunos aprendem por
meio de um rico processo de construção de conhecimen-
tos, como o de interação e o de mediação, resultado de
interações planejadas pelo educador e realizadas entre
6 os estudantes.

1
LEAHY, R. Regulação emocional em psicoterapia. Porto Alegre: Artmed, 2013.

História
Explorados por Feuerstein (2002)2, a partir de sua re- Saiba mais
lação com o fazer educativo, os conceitos de intenciona-
Curiosidades ou sugestões de livros que complemen-
lidade, sentimento de competência, significado e meta-
tam o assunto que está sendo estudado na Unidade.
cognição deverão ser praticados. Provavelmente, alguns
deles já são utilizados em sua prática pedagógica. Elabo- Conectando saberes
rar uma lista relacionando esses conceitos às correspon- A proposta deste recurso é estabelecer relações in-
dentes ações planejadas pode compor um rico quadro de terdisciplinares entre os conteúdos.
estratégias que integrarão o seu plano de intervenções
pedagógicas.
Glossário
O Sistema Maxi de Ensino acredita que, por meio de Definição de termos importantes da Unidade.
mediações de qualidade, o professor pode construir com Biografia
os alunos um caminho de aprendizagem significativa, que
Informações sobre personalidades importantes.
considera as crianças e os jovens protagonistas de seu
processo, desenvolvendo a consciência de seus direitos e Jogo rápido
deveres, em busca da excelência acadêmica e da autono- Atividades breves, sugeridas ao longo da teoria, para
mia cognitivo-afetiva. avaliar o aprendizado do aluno quanto aos conceitos
estudados na Unidade (avaliação diagnóstica).
Apresentação de boxes
e seções É verdade?
A divisão das disciplinas do Sistema Maxi de Ensino Este recurso traz uma afirmação, que pode ser ver-
no Ensino Fundamental – Anos Finais é feita em Unida- dadeira ou falsa, relacionada ao conteúdo que está sendo
des, sendo cada uma dessas Unidades dividida em três estudado. Para que o aluno justifique a resposta dada, ele
grandes blocos: teoria, sistematização e síntese. deve fazer uma pesquisa ou conversar com os colegas, por
Com relação à teoria, elaboramos diversos boxes e exemplo.
seções cuja finalidade é motivar e incentivar a participa- Para que serve?
ção dos alunos na construção do conhecimento.
A proposta deste recurso é estabelecer uma relação
No tocante à sistematização, disponibilizamos ativi-
do que está sendo estudado com o cotidiano dos alu-
dades variadas que têm como objetivo levar os alunos nos, facilitando a contextualização de conteúdos.
a apropriar-se do conteúdo trabalhado na Unidade. Em
cada uma das atividades é indicado para o professor o Você no Brasil
grau de dificuldade por meio dos ícones a seguir. Seção disponível uma vez por Caderno em todas as
disciplinas. A proposta é valorizar uma região do Brasil
relacionando-a a um tema abordado na Unidade sobre
questões históricas, culturais, sociais, ambientais, so-
Nível fácil Nível médio Nível difícil
bre o mundo do trabalho, entre outras.
Por fim, com a síntese pretendemos facilitar os estudos
por meio de um esquema visual do que foi abordado nas Investigando o assunto
aulas. Confira, a seguir, todos os boxes e seções do material. Sugestões de pesquisas, com material simples, a
serem desenvolvidas na sala de aula, na escola ou no
Mundo digital
laboratório.
Sugestões de sites, objetos educacionais digitais
(OEDs) ou vídeos, por meio de um QR Code, para que os Raio-X da obra
alunos desenvolvam o hábito de utilizar esse meio para Tem como proposta a análise de uma obra de arte,
o aprimoramento de seus conhecimentos e a ampliação com destaque para pontos relevantes que guiam o
de seus horizontes. olhar dos alunos.
7
2
DAS ROS, S. Z. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein: o processo de mudança em adultos com história de deficiência. São Paulo:
Plexus, 2002.

História
Atividades e Tarefa para serem respondidas por escrito e/ou oralmente,
individuais e/ou em grupo. Por meio de diversas estra-
A seção de atividades, apresentada depois da teoria, é
tégias de leitura (localização de informações, inferên-
dividida na subseção de tarefa, com o intuito de dividir o que
cias, extrapolações, etc.), as questões deverão explorar
deve ser feito em sala de aula e o que deve ser feito em casa.
o sentido global e específico do texto, suas principais
Maxi desafio características e a linguagem do gênero em estudo.
Disponível apenas para 8 e 9 anos, esta seção su-
o o
Ampliando a leitura
gere atividades do Exame Nacional do Ensino Médio
Seção facultativa, na qual é trabalhado um texto com-
(Enem) ou de vestibulares para que os alunos se apro-
plementar, conforme a necessidade do estudo desenvol-
priem das características dessas avaliações.
vido. Como o título da seção informa, a ideia é ampliar o
Você aprendeu trabalho com a leitura de textos, podendo comportar tanto
Seção de resumo, atraente do ponto de vista visual, com um trabalho de ampliação do mesmo gênero quanto com
formato de esquema ou mapa conceitual, para que os alu- um texto de outro gênero.
nos revejam os principais tópicos estudados na Unidade. Explorando a linguagem
Para finalizar Esta subseção traz reflexões relacionadas aos as-
Disponível no final do Caderno, em cada disciplina, pectos estilísticos, linguísticos e semânticos dos estu-
esta seção sugere atividades para avaliação dos prin- dos da linguagem, podendo apresentar questões rela-
cipais conteúdos estudados em todas as Unidades do tivas às variedades linguísticas, com a possibilidade de
Caderno. É apresentada em uma página frente e verso o aluno recorrer aos conhecimentos acumulados sobre
para que os alunos realizem as atividades, recortem a a língua, além de explorar novas possibilidades em di-
página (há uma linha na lateral com essa indicação) e ferentes contextos. Além disso, considera os recursos
a entreguem para avaliação do professor. (Acompanha gramaticais sob a luz da expressividade e das funções
uma autoavaliação.) sociais representadas nos textos. Não é uma seção fixa
As disciplinas Língua Portuguesa e Língua Inglesa e será trabalhada de acordo com os recursos oferecidos
apresentam os boxes e as seções listados anterior- pelo texto da unidade. Localiza-se na seção Interagindo
mente e também algumas especificidades. São elas: com o(s) texto(s).

Praticando a oralidade
Língua Portuguesa
Esta seção propõe, aos alunos, trabalhar a oralidade
Lendo o texto e relacioná-la com a escrita. Nela, poderão ser realiza-
Esta seção tem como objetivo apresentar um ou das, por exemplo, atividades de apresentações em pú-
mais texto(s) para os alunos, a fim de que leiam e inter- blico para o desenvolvimento da fala, da espontaneida-
pretem esse(s) texto(s) e reflitam sobre as informações de e do respeito aos turnos de fala. Essa seção pode ser
nele(s) presentes. Além disso, possibilita o estudo de substituída pela seção Discutindo o assunto.
diferentes gêneros textuais.
Discutindo o assunto
Comparando textos Esta seção pode aparecer em qualquer momento da
Seção facultativa, que tem como foco explorar a re- unidade e tem como objetivo promover uma discussão oral
lação entre textos, permitindo desenvolver um estudo a respeito de um tema, de um gênero textual e/ou de qual-
de comparação entre dois textos do mesmo gênero, ou quer assunto pertinente aos estudos que estão sendo (ou
do mesmo assunto e, ainda, explorar a relação entre um que serão) desenvolvidos. Essa seção pode ser substituída
novo texto, que pode ser do mesmo gênero da Unidade pela seção Praticando a oralidade.
ou não, e o texto da seção Lendo o(s) texto(s).
Trabalhando a língua
Interagindo com o(s) texto(s) Esta seção aparece em todas as unidades e propicia
8
Esta seção sempre aparecerá após a seção Lendo a ampliação do conhecimento a respeito dos aspectos
o(s) texto(s) e tem como objetivo apresentar questões estilísticos, linguísticos e semânticos dos estudos da

História
linguagem, podendo apresentar questões relativas às encontra-se o referencial teórico que norteia os pres-
variedades linguísticas, bem como às possibilidades supostos e as intenções do fazer pedagógico, além do
de uso da língua em situações reais de uso, explo- planejamento de ensino, que trata das ações de todos
rando os recursos gramaticais dentro de um contexto os educadores – professores, coordenadores e demais
social e dinâmico. Atendendo aos preceitos da BNCC, funcionários envolvidos na elaboração da proposta
esta seção efetiva um estudo que vai da gramática à educativa. Esse planejamento organiza, ainda, a dinâ-
análise linguística. mica escolar, desde o espaço físico destinado às diver-
sas atividades, passando pela distribuição das aulas
Produzindo textos
entre os diferentes segmentos, até a regulamentação
Esta seção oferece aos alunos a oportunidade de do sistema de avaliação. Anualmente, ele é avaliado e
produzir textos conforme o gênero estudado em cada reorganizado e pode sofrer modificações para o próxi-
Unidade. Para isso, antes de eles iniciarem a produção, mo ano letivo.
são retomadas as principais características do gênero O planejamento da aula, as sequências didáticas e
em questão, seguidas de orientações que auxiliam os o projeto constam do planejamento de ensino e con-
alunos a produzir seus textos. sistem em modalidades organizativas que sistematizam
o trabalho de ensino-aprendizagem, cuja importância é
Língua Inglesa destacada por possibilitarem ao educador, além de pla-
Atividades propostas ao longo da teoria cujo objeti- nejar e antecipar intervenções de qualidade com o seu
vo é levar os alunos a participar ativamente da constru- grupo de alunos, envolvê-los coletivamente na previsão
ção dos conteúdos. das produções e dos compromissos assumidos entre
Ao longo do material, há ícones de áudio e con- ambas as partes.
versação, devidamente sinalizados no Livro do Aluno. Nos projetos, por exemplo, professor e grupo têm a
No caso dos áudios, disponíveis no Portal do Sistema possibilidade de compartilhar o planejamento da tarefa
Maxi de Ensino, há orientação para o tipo de atividade e sua distribuição ao longo do tempo previsto, discutir o
proposta: listening ou listening and reading. O ícone de cronograma, ajustar as etapas, dividir as responsabilida-
conversação indica uma atividade de speaking, sugeri- des e o formato do produto final.
da para ser realizada em duplas, grupos ou como apre- Nas sequências didáticas, a ordenação do trabalho,
sentação para a turma. no decorrer do período combinado, exige dos alunos
organização para sua realização, que pode variar em
função de sua rotina pessoal, de seu ritmo, de suas
Ícone de áudio Ícone de conversação facilidades ou dificuldades. Assim, alguns necessi-
tarão de mais auxílio e supervisão para as tarefas, e
outros demonstrarão mais facilidade em se organizar,
O planejamento escolar e de modo que fiquem com tempo disponível para ati-

a autonomia do professor vidades recreativas. O importante nesse exercício é a


possibilidade da prática de diferentes formas de orga-
Planejar faz parte da ação humana. A todo momen- nização para posterior eleição da mais eficaz para cada
to as pessoas fazem escolhas e tomam decisões que, um dos estudantes.
quando devidamente planejadas, lhes permitem ante- O plano de aula bem elaborado, com atividades
cipar ações para alcançar propósitos. previstas, pensadas e organizadas pelo educador,
Na escola, o planejamento nasce com base no esta- permite-lhe um maior exercício da criatividade e a
belecimento de metas e objetivos definidos pelos gesto- possibilidade de experimentar novas saídas, fazer
res, docentes e demais educadores, cabendo aos profes- acertos e mudar algumas rotas, dependendo da res-
sores a seleção dos objetivos de aprendizagem e objetos posta do grupo. Somente com um traçado previsto é
de conhecimento com os quais trabalharão. possível sair dele quando se fizer necessário e exer- 9
O planejamento escolar acontece em diferentes ní- citar a reflexão sobre as melhores escolhas para cada
veis de organização. No projeto político-pedagógico, turma ou aluno.

História
O Sistema Maxi de Ensino ressalta a possibilidade de rem desenvolvidos pelos alunos, como pensamento
o educador realizar mediações de qualidade, o que signi- científico, crítico e criativo, capacidade de argumen-
fica dizer, por exemplo, que é necessário prever a partici- tação, autonomia e resiliência.
pação ativa do aluno, levando-o a se perceber como al- • Aprendizagem ativa: cada conhecimento está liga-
guém capaz de aprender, revestindo a aprendizagem de do a uma habilidade que permite ao aluno aplicá-
significado e compromisso. Do mesmo modo, do ponto -lo a um fim. Há habilidades envolvendo processos
de vista do aluno, destacam-se o protagonismo, a cons- cognitivos mais sofisticados e ativos, como investi-
ciência de seus direitos e deveres, a postura intelectual-
gar, analisar e criar, em contraposição a outros mais
mente curiosa e as expectativas de alto desempenho e
passivos e simples, como lembrar e identificar. Isso
excelência acadêmica.
favorece o protagonismo do aluno dentro e fora de
Pode-se concluir, portanto, que, para alcançar o
sala de aula.
que espera dos alunos, é necessário que o educador
• Campo de experiências: constitui um arranjo curricu-
se comprometa fortemente com o exercício rigoroso
lar que acolhe as situações e as experiências concre-
do planejamento. A autonomia que o professor exer-
tas da vida cotidiana dos alunos e seus saberes, en-
cita no cotidiano escolar, a partir de um plano de aula
trelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte
bem elaborado e executado, é incentivo para que os
do patrimônio cultural.
alunos também se entreguem ao cumprimento de
suas tarefas com empenho e responsabilidade, en- • Progressão na aprendizagem: a progressão das
volvendo-se cada vez mais com a construção do seu aprendizagens organizada ano a ano deixa mais
papel de estudantes. claro o que se espera que o aluno aprenda e fa-
Assim, afirmar que a construção da autonomia do vorece o desenvolvimento de habilidades mais
aluno está diretamente ligada ao aprimoramento da complexas, principalmente no Ensino Fundamen-
autonomia do professor implica reconhecer o planeja- tal – Anos Finais.
mento da ação pedagógica como instrumento impres- A implementação da BNCC promove a igualdade e a
cindível na perspectiva de construção de um ambien- equidade nacional, ou seja, o direito de aprendizagem de
te de estudo favorável à aprendizagem, alicerçado em todos os alunos em todas as regiões do Brasil, seja em
relações de respeito, equidade, confiança e cooperação escolas públicas, seja em escolas privadas.
entre seus protagonistas – alunos e professores. Cabe destacar que a Base é diferente do currículo: ela
é a referência obrigatória para a elaboração dos currícu-
los nos estados e municípios, na rede federal e nas esco-
A Base Nacional Comum las particulares. No entanto, nada impede que as escolas
Curricular e redes de ensino diversifiquem os currículos, acrescen-
tando conteúdos e competências.
Pela primeira vez na história do Brasil, a Base Na-
O material do Sistema Maxi de Ensino utilizou como
cional Comum Curricular vai definir as aprendizagens
essenciais a que todos os alunos têm direito na Edu- referência para a produção de conteúdos a versão final
cação Básica. Trata-se de um documento de caráter da BNCC, homologada em dezembro de 2017 pelo Mi-
normativo que define o conjunto orgânico e progres- nistério da Educação (MEC). Também podemos identifi-
sivo de aprendizagens indispensáveis que todos os car, ao longo do material, alguns itens comuns, como a
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e mo- área do conhecimento vinculada à disciplina, a unidade
dalidades da Educação Básica, de modo que tenham temática que será trabalhada em cada Caderno, bem
assegurados seus direitos de aprendizagem e desen- como habilidades trabalhadas em cada Unidade. Na par-
volvimento, em conformidade com os preceitos do te específica deste Manual, há um breve texto sobre cada
Plano Nacional de Educação (PNE). disciplina e a BNCC.
Algumas das principais mudanças que a BNCC traz são: Convidamos todos os professores a fazer a leitura
10
• Dez competências gerais norteadoras que contem- completa desse documento disponível no link <http://base
plam aspectos cognitivos, sociais e pessoais a se- nacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 26 mar. 2018.

História
Ensino Fundamental

Áreas do conhecimento

Linguagens Matemática Ciências da Natureza Ciências Humanas

Língua Portuguesa Matemática Ciências Geografia

Arte História

Educação Física

Língua Inglesa

Áreas do conhecimento da BNCC.

Ensino Fundamental

Áreas do conhecimento

Competências específicas de área

Áreas do conhecimento

Competências específicas de componente

Anos Iniciais Anos Finais

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades

Competências gerais da BNCC.

Referências
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola <www.uepg.br/formped/disciplinas/Organizacao
reflexiva. São Paulo: Cortez, 2011. Trabalho/DIDATICA.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2018.

BNCC. Disponível em: <http://basenacionalcomum. LEAHY, R. Regulação emocional em psicoterapia. Porto


mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc Alegre: Artmed, 2013.
-20dez-site.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2018.
NÓVOA, A. Para uma formação de professores construída
DAS ROS, S. Z. Pedagogia e mediação em Reuven
dentro da profissão. Revista de Educação, Lisboa, 350,
Feuerstein: o processo de mudança em adultos com
2009.
história de deficiência. São Paulo: Plexus, 2002.
(Org.). Profissão professor. Porto: Porto Editora,
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do
currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um 2014.
caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998. PERRENOUD, P.; THURLER, M. G. As competências para
11
LARCHERT, J. M. O planejamento pedagógico e a ensinar no século XXI: a formação dos professores e o
organização do trabalho docente. Disponível em: desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

História
Parte específica
A BNCC e a História tências específicas da área de Ciências Humanas, nosso
conjunto de cadernos garantirá aos alunos as compe-
A velocidade da vida contemporânea, da moderni- tências específicas da disciplina de História.
dade, faz com que tudo envelheça muito rapidamente
e pareça sem valor para as novas gerações. Diante do
domínio do tempo presente, o passado é desqualificado Habilidades da BNCC
como experiência digna de conhecimento e interesse e contempladas no Caderno 1
condenado ao esquecimento. O presente parece liber- • (EF06HI01) Identificar diferentes formas de com-
tar-se do passado e adquirir existência própria. preensão da noção de tempo e de periodização dos
De acordo com o historiador Marc Bloch, “a incom- processos históricos (continuidades e rupturas).
preensão do presente nasce da ignorância do passado”.
• (EF06HI02) Identificar a gênese da produção do sa-
Mas, para ele, de nada adianta conhecermos o passado,
ber histórico e analisar o significado das fontes que
se nada sabemos do presente. Em outras palavras, não
originaram determinadas formas de registro em
se pode perder de vista o compromisso com os pro- sociedades e épocas distintas.
blemas e as indagações do tempo presente. Por essa
• (EF06HI03) Identificar as hipóteses científicas so-
razão, o historiador, em seu trabalho de investigação,
bre o surgimento da espécie humana e sua his-
deve utilizar o método do duplo movimento: conhecer
toricidade e analisar os significados dos mitos de
o passado por meio do presente e conhecer o presente
fundação.
por meio do passado.
• (EF06HI04) Conhecer as teorias sobre a origem do
Isso significa refletir sobre o cotidiano de outras
homem americano.
épocas, os elementos da vida material que o compõem,
as representações dos campos cultural, artístico e reli- • (EF06HI05) Descrever modificações da natureza
gioso, sem perder de vista a esfera política, econômica e da paisagem realizadas por diferentes tipos de
e institucional. Se assim não fosse, correríamos o risco sociedade, com destaque para os povos indígenas
de escrever uma história fragmentada e descontextua- originários e povos africanos, e discutir a natureza e
lizada, ou repetir uma coleção de textos sobre história, a lógica das transformações ocorridas.
mas que não se efetivam em um sistema comprometi- • (EF06HI06) Identificar geograficamente as rotas de
do com o processo de ensino aprendizagem. povoamento no território americano.
A perspectiva multifocal da nossa proposta justifica
a escolha dos conteúdos e da abordagem. No interior de
cada unidade, temos como prioridade selecionar temas
Objetivos
que procuram representar a diversidade das experiên- Os objetivos do ensino de História pretendem aten-
cias humanas, as relações que existem entre elas, as der tanto à necessidade de desenvolver competências
permanências e rupturas que o tempo provocou duran- intelectuais quanto à tarefa de formar cidadãos para
tes a história da humanidade, além de focar em um tra- uma vida solidária e democrática.
balho colaborativo entre as diversas disciplinas que se
1. Reconhecer que diferentes sujeitos têm percepções
conectam com o saber histórico.
diferenciadas da realidade, estejam eles inseridos
Outro fator de análise importante é a preocupação
no mesmo tempo e espaço ou em tempos e espa-
em selecionar as fontes bibliográficas em que será ba-
ços diferentes.
seado todo o material didático, já que, para analisar e
compreender o passado, os desafios e as dúvidas do 2. Selecionar e descrever registros de memória produ-
tempo presente estão em constante transformação. zidos em diferentes tempos e espaços, bem como
12
Considerados esses pressupostos, e em articulação diferentes linguagens, reconhecendo e valorizando
com as competências gerais da BNCC e com as compe- seus significados em suas culturas de origem.

História
3. Estabelecer relações entre sujeitos e entre sujeitos
e objetos, e seus significados em diferentes contex- Sugestão de aulas
tos, sociedades e épocas. Professor, o grande desafio da disciplina de Histó-
4. Colocar em sequência, no tempo e no espaço, acon- ria é mostrar aos alunos que se trata de uma discipli-
tecimentos históricos e processos de transforma- na instigante, rica em conteúdo. Ela prioriza, dentro e
ção e manutenção das estruturas sociais, políticas, fora da sala de aula, conceitos imprescindíveis para que
econômicas e culturais, bem como criticar os signifi- eles tenham autonomia de pensamento pautada na
cados das lógicas de organização cronológica. formação histórica, a qual os auxiliará em sua vivência
5. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e como cidadãos.
proposições em relação a documentos, interpretações As fontes de informação histórica, tais como icono-
e contextos históricos específicos, recorrendo a dife- gráficas (mapas históricos, pinturas, fotografias), ob-
rentes linguagens, exercitando a empatia, o diálogo, a jetos da cultura material, fontes orais e escritas, grá-
resolução de conflitos, a cooperação e o respeito. ficos e tabelas e “lugares da memória” (museus, sítios
arqueológicos, monumentos), oportunizam o ensino
6. Identificar interpretações que expressem visões de
e a aprendizagem de História. Favorecem também a
diferentes sujeitos, culturas e povos com relação ao
construção de saberes sobre a diversidade cultural,
mesmo contexto histórico e posicionar-se critica-
a compreensão de que existem diferentes maneiras
mente com base em princípios éticos democráticos,
de pensar, ver e agir, cada qual refletindo a época e
inclusivos, sustentáveis e solidários.
o local de vivência do indivíduo. Portanto, no ensino
7. Descrever, comparar e analisar processos históricos e
da História, os questionamentos se evidenciam nas
mecanismos de ruptura e transformação social, polí-
diferentes organizações teóricas e procedimentos
tica, econômica e cultural.
metodológicos.
8. Analisar e compreender o movimento de popula- Para além dos conteúdos selecionados, são os
ções e mercadorias no tempo e no espaço e seus modos de agir, de ensinar e de se relacionar com os
significados históricos, levando em conta o respeito alunos que contribuem para a apropriação e o desen-
e a solidariedade com as diferentes populações. volvimento da noção de historicidade das ações dos
9. Compreender e problematizar os conceitos e pro- homens, da realidade social e dos processos históri-
cedimentos próprios à produção do conhecimento cos, da compreensão do tempo e do espaço e das in-
historiográfico. formações históricas.

Quantidade
Unidade Aulas Estratégias
de aulas

1 • Definir História, mostrar seus objetivos e como trabalha o historiador.

• Trabalhar com as unidades de medida temporais, destacando


conceitos.
2 • Determinar tempo de, no máximo, 15 minutos.
1. História
• Propor aos alunos que resolvam as atividades 2 e 3 em sala. Ver
e suas 7
orientação para a linha do tempo.
interpretações

• Explorar o conhecimento prévio dos alunos e comentar sobre o


3
tempo em diferentes culturas.
CADERNO 1

• Solicitar aos alunos que realizem a atividade de fixação com base no 13


4
que foi apresentado.

História
Quantidade
Unidade Aulas Estratégias
de aulas

• Propor aos alunos que realizem as questões 1, 2, 3 e 4 da seção


5
Atividades.

• Tarefa. Realizar a correção coletiva das atividades desta seção em sala de


aula, destacando os pontos significativos do trabalho de observação das
1. História fontes históricas.
e suas 7 6 • Propor a realização da atividade bingo dos artefatos.
interpretações • Esta atividade trabalha com coordenadas; portanto, desafie os alunos
a descobrir sozinhos como podemos usar a Geografia nas aulas de
História.

• Realizar a atividade com os alunos para sintetizar os conceitos


7
trabalhados em sala.

• Trabalho com cartografia: ensinar os alunos a trabalhar com mapas.


1
Propor as atividades 1 e 2 da seção Jogo rápido.

• Atividade de observação: incentivar os alunos a destacar as mudanças do


2
homem do passado.

• Atividade de observação: auxiliar os alunos na localização no mapa de


pontos indicados e propor a eles a observação da imagem da atividade
3 da seção Tarefa para realizar a linha do tempo com os hominídeos.
3 Com base no conteúdo trabalhado, relacionar os objetos aos respectivos
pares. Destacar os períodos que estão nas imagens e as ferramentas.
Os alunos deverm recortar e montar os períodos a que pertencem os
homens ali representados.
2. Registros
da História:
7
entendendo o • Fazer com os alunos uma leitura do texto que trata das informações do
passado 4 período Neolítico. Explorar a imagem para que os alunos possam elaborar
mentalmente as respostas e depois registrá-las.

• Atividade individual para os alunos refletirem sobre como era o período e


quais mudanças e transformações aconteceram até os dias de hoje.
5 • Para auxiliar os alunos na elaboração textual, conversar com eles sobre
os momentos em que os grupos humanos do período poderiam ter
dificuldades. Mostrar-lhes que o texto deve ter uma coerência textual.

• Nesta atividade, os alunos devem realizar leitura do texto proposto na


seção Você no Brasil e, em seguida, realizar a reprodução de elementos
significativos na pintura rupestre. Construir um mural com as “pinturas
CADERNO 1

6
rupestres” feitas pelos alunos.
14 • Apresentação para a turma do mural com o trabalho final, explicitando o
que apreenderam a respeito do conceito de pintura rupestre.

História
Quantidade
Unidade Aulas Estratégias
de aulas

• Realizar com os alunos a leitura e interpretação do texto sobre o


Paleolítico e aplicar as atividades correspondentes a esse assunto.
• Tarefa sobre cartografia com as rotas migratórias e
preenchimento de quadros com os respectivos períodos em que
2. Registros
foram desenvolvidas as atividades.
da História:
7 7 • Síntese: conceituar a Pré-História e os primeiros seres humanos
entendendo o
do passado. Propor a escrita de um pequeno texto com as
passado
informações da unidade.
• Explicar aos alunos como ocorreu a invenção da escrita.
• Dar exemplos e explicar as principais características da
agricultura e da sedentarização.

• Quadro de artefatos – interpretar coordenadas com os conceitos


1
de cultura material.

• As questões c, d, e, f, g e h envolvem a observação e


2 interpretação cartográfica e o trabalho com coordenadas, como
na atividade da unidade anterior.

3. Quem foram • Interpretar a cultura material e propor um trabalho com as


3
os primeiros atividades relacionadas ao assunto.
5
habitantes do
Brasil?
• Explicar aos alunos o que terão de fazer nas atividades da
seção Tarefa.
• Interpretar questões relacionadas à Arqueologia, aos artefatos,
aos sítios arqueológicos (ver orientações) e aos conceitos
4e5
específicos do conteúdo abordado. Fazer a correção coletiva.
• Trabalhar a ocupação do território.
• Solicitar descrição dos vestígios deixados pelos grupos humanos
pré-históricos.

• Explicar o conceito de mito.


• Explorar os mitos de criação indígena e africana e, se possível,
1
apresentar outros textos sobre mitologia chinesa, indiana, etc.
• Realizar com os alunos a atividade Jogo rápido em sala de aula.

• Trabalhar as transformações culturais, da natureza e do


4. Mitos e 2 ambiente relacionando as etnias indígenas apresentadas na
saberes: unidade: Kamaiurá, Yanomami, Kaingang, Xavante.
indígenas e 5
africanos no • Trabalhar as transformações culturais, da natureza e
Brasil 3e4 do ambiente relacionando as etnias africanas e os seus
descendentes nascidos no Brasil.

• Solicitar aos alunos a realização das atividades propostas ao final


CADERNO 1

da unidade.
5
• Revisar o conteúdo da unidade com as atividades da seção Para 15
finalizar.

História
Realize devolutivas resumidas do que foi comen-
Comentários das tado sobre o conteúdo, de tal forma que elas possam
unidades ser anotadas em formato de esquema, assinalando as
principais semelhanças e diferenças nas contribuições
dos alunos.
Unidade 1
Para facilitar o trabalho, elaboramos um resumo
Discutindo o assunto com cada elemento abordado nas unidades e explica-
Eis que se inicia mais uma etapa de conhecimento mos como o professor pode ampliar os conteúdos.
para os educandos: o Ensino Fundamental – Anos Fi- Mapas: este recurso permite a leitura, interpreta-
nais. Esta unidade dá continuidade ao Ensino Funda- ção, elaboração e organização da informação históri-
mental – Anos Iniciais, que enfatiza a compreensão do ca e representa a organização espacial, contribuindo
eu, do nós e do outro, no sentido de pertencimento a para que os alunos entendam que o evento ocorreu
um grupo compreendido no tempo e no espaço. Des- em um local específico e, assim, desenvolvam a noção
sa forma, preparamos este caderno com o objetivo de de espaço. Os mapas atuais, complementados com as
aproximar os alunos do conhecimento temporal e es- informações fornecidas por atlas históricos ou escri-
pacial, considerando a mobilidade das populações. A tos de tempos passados, são recursos importantes
interação entre o eu, o nós e o outro com o espaço ao porque auxiliam os alunos a visualizar tanto os cená-
longo do tempo é a base das atividades aqui elaboradas rios da História, de forma sintética, como as mudanças
para que sejam identificadas a ordem dos eventos e a ocorridas no espaço.
sua temporalidade. Assim, sempre que trabalhar com mapas, condu-
Os conceitos de ordenamento cronológico e as unida- za os alunos à reflexão por meio de questionamentos,
des compostas por eventos temporários, como o século como: “Onde aconteceu? Quais são as características
ou o milênio, são difíceis de entender por serem muito do espaço geográfico em questão? Que fatores naturais
abstratas. Por isso, o trabalho com linhas do tempo é ou sociais influenciaram esse acontecimento?”.
imprescindível, pois permite aos alunos a aproximação Uma carta cartográfica é uma representação, um
com o passado e com a história de forma mais concre- desenho. Dessa forma, inicie a leitura do mapa identifi-
ta. Isso os auxiliará na construção do conhecimento e na cando seu título para saber que tipo de informação re-
relação de causa e consequência em um contexto histó- presenta (se é um mapa histórico, político, físico, climá-
rico. Ou seja, os alunos podem compreender as condi- tico). A observação da legenda também é fundamental.
ções de vida de determinados povos ou sociedades e as Nela constam referências e simbologias utilizadas para
transformações tecnológicas, sociais, políticas e econô- explicar as informações do mapa. Instigue os alunos a
micas em diferentes períodos históricos. discutir com os colegas as informações que podem ser
As atividades com mapas, imagens e textos foram obtidas no mapa, a relacioná-las com outras informa-
elaboradas com o intuito de favorecer a construção co- ções e a interpretar a orientação por meio da rosa dos
letiva dos significados temporais e espaciais e o exercí- ventos. A análise da escala também é importante.
cio da competência leitora. Seu uso oportuniza verificar Iconografia e obras de arte: englobam pinturas, es-
a capacidade de identificação, análise, interpretação culturas, fotografias e criações publicitárias. São recur-
das informações representadas nesses suportes, bem sos fundamentais para que os alunos compreendam a
como a construção coletiva do saber, ao debater dife- maneira como os objetos, as pessoas e os ambientes
rentes temas os colegas. mudam ao longo do tempo. A leitura e descrição desses
Em todas as unidades há propostas de questões recursos ajudam a entender a vida cotidiana no espaço
abertas, que podem provocar uma variedade de res- e em tempos diferentes.
postas e, assim, permitir a análise, a comparação e o Fontes escritas: é essencial que os alunos leiam e
aprofundamento dos problemas tratados. Essas ati- contrastem fragmentos de documentos oficiais, crôni-
16 vidades também permitem ao professor a exploração cas, charges, tirinhas, biografias e obras literárias, entre
do raciocínio de diferentes formas, levantando novos outros, para que gradualmente adquiram conceitos e
questionamentos. interpretações das informações históricas.

História
Para que os alunos identifiquem as principais ideias acontecimentos cronologicamente em uma sequência
sobre o desenvolvimento de um evento, de um fato his- linear. As linhas do tempo facilitam aos alunos a iden-
tórico ou até mesmo de uma obra de arte, uma fotogra- tificação de fatos, processos e períodos e a percepção
fia, ou um fôlder, é recomendável que eles questionem: de que as mudanças e permanências influenciam o que
“Por quê? Como aconteceu? (para saber a causalidade) acontece no presente e no futuro de cada indivíduo e
Quando? (para verificação da temporalidade, contextu- da humanidade, bem como o fato de que ele faz parte
alização) Onde? (localização espacial) Quem participou? dessa história. Assim, o trabalho com a linha do tempo
(reconhecer os sujeitos da história) O que mudou de é importante, visto que auxilia no entendimento da si-
um tempo para o outro? E o que não mudou? (relação multaneidade temporal e serve para que os alunos se
passado-presente de mudança e permanência)”. É de- sintam inseridos na história.
sejável que, ao analisar as fontes, os alunos sejam ca- O uso de uma linha do tempo permite questionar:
pazes de avaliar a veracidade delas. É preciso destacar “Quanto tempo durou? Como podemos saber o que
a eles que uma fotografia, uma obra de arte, um mapa aconteceu antes e depois desses fatos? O que aconte-
e as fontes orais são representações, ou seja, criações ceu ao mesmo tempo?“.
de uma pessoa que, de acordo com seu ponto de vista, Por fim, saber questionar as fontes é importante. En-
fotografou um evento ou desenhou um mapa. Assim, tretanto, esse trabalho pode se perder caso não haja in-
identificar quem foi o autor, o fotógrafo, o artista faz terpretação dos dados e inferência por parte dos alunos.
parte do estudo da História. Na prática da sala de aula, a problemática acerca
Fontes orais: os mitos, as lendas, as tradições trans- de um objeto pode ser construída por meio de ques-
mitidas de geração para geração ajudam a recuperar os tionamentos que explorem as representações que fa-
testemunhos (experiências) de diversos protagonistas zem parte do universo dos alunos, a fim de que eles
por meio de entrevista. Esses materiais permitem expan- encontrem significados nos conteúdos que aprendem.
dir o conhecimento histórico, fornecendo informações que Dessa maneira, pode-se conseguir dos alunos uma ati-
fazem parte da memória coletiva que não está incluída tude ativa na resolução das atividades. É preciso bus-
nos textos impressos. Recuperam-se, assim, elementos car a explicação na multiplicidade, na pluralidade e no
próprios, a identidade e a compreensão da História por encadeamento de causalidade, sem preocupação com
meio de uma abordagem intercultural, ao avaliar formas a determinação finalista causa-consequência.
de pensar de diferentes pessoas em culturas diferentes. Muito mais que as determinações causais, é impor-
O testemunho pode ser de familiares ou pessoas da co- tante levar os alunos à compreensão das mudanças e
munidade. Contudo, é de extrema importância que, para permanências, das continuidades e descontinuidades.
o desenvolvimento de entrevistas, haja auxílio do profes- Esses conceitos exigem, por parte do professor, uma
sor na elaboração das perguntas e, posteriormente, no grande atenção aos diferentes ritmos dos diferentes
processamento de informação para a elaboração de um elementos que compõem um processo histórico, bem
como as complexas inter-relações que interferem na
texto final com as inferências dos alunos.
compreensão dos processos de mudança social.
Esquemas e mapas conceituais: o uso desses re-
Sugerimos iniciar a unidade explorando os conhe-
cursos no ensino da História é útil porque são repre-
cimentos prévios dos alunos sobre o assunto com
sentações gráficas que facilitam a compreensão ou a
esta atividade.
expressão de ideias complexas; destacam os eventos
e as relações de uma época ou de um processo histó- 1. Leve para sala de aula imagens dos documentos a
rico; promovem a capacidade de sintetizar eventos e seguir.
processos. Além disso, servem como referência para A. Certidão de nascimento
avaliação, porque mostram o conhecimento dos alunos B. Certidão de casamento
sobre um tema ou evento. Ao apresentar a informação C. Certidão de óbito
em diagramas, os alunos conseguem organizar e pon-
tuar suas ideias, o que torna mais fácil para eles explicar b) Escreva o que informa a:
um evento ou processo histórico. • certidão de nascimento;
17
Linha do tempo: ao trabalhar com esse recurso, é • certidão de casamento;
importante destacar o marco utilizado para colocar os • certidão de óbito.

História
Certidão de nascimento: informa a data de nasci- b) Qual dos significados anotados anteriormente
mento da pessoa; o nome dos pais; o local e a hora você acha que mais se aproxima do significado
de nascimento; e as testemunhas do registro. de História, como a estudamos?
Certidão de casamento: contém a data e o local em Espera-se que os alunos apontem o último item.
que a pessoa nasceu; a filiação da pessoa; a data
em que mudou de estado civil (de solteiro para ca-
Unidade 2
sado); o nome adotado após o casamento; o nome Essa unidade aborda a questão da origem da hu-
dos cônjuges. manidade: quem foram os primeiros grupos humanos
e como eles viviam.
Certidão de óbito: apresenta o sexo, a cor, a pro-
fissão, o estado civil e a idade; a data de nasci- Ao trabalhar com a cultura material, é importante
explicar aos alunos que, assim como um documento es-
mento; o endereço em que morava na data do
crito, as fontes arqueológicas – como objetos de pedra,
falecimento; a data, a hora e o local de faleci-
artefatos cerâmicos, restos de alimentação, fogueiras
mento; a causa da morte; quem a pessoa deixou
ou vestígios de habitações – também precisam ser
como descendente (cônjuge e filhos) e o local do
analisadas e interpretadas. A fim de extrair informações
sepultamento.
dessas fontes, é preciso fazer uso de ferramentas in-
c) Esses documentos são importantes para a his- terpretativas, e a principal delas é a evidência material.
tória da pessoa? Em caso afirmativo, explique Ressalte a eles que esses artefatos, que sobreviveram
por quê. como restos fossilizados, encontrados em diferentes
Espera-se que os alunos respondam que sim, vis- partes do planeta, nos permitem conhecer alguns dos
to que são registros que comprovam oficialmente antepassados dos seres humanos.
que a pessoa nasceu, sua filiação, local de origem; Atividade de observação
seu estado civil; e seu atestado de morte.
Para montar a linha do tempo proposta na seção
d) Documentos como esses são importantes para a Tarefa, oriente os alunos a recortar as imagens que re-
História? Explique com suas palavras. presentam crânios e que se encontram no material de
Professor, é possível que os alunos encontrem apoio. O objetivo é que eles identifiquem os períodos
certa dificuldade para responder a essa questão. pelos desenhos dos crânios e, em seguida, montem
Se esse for o caso de sua turma, conduza-os a uma linha do tempo de acordo com as mudanças ocor-
perceber que esses documentos são fontes mui- ridas com os homens do passado; para isso, eles devem
to importantes para a História principalmente colar a cartela nos mapas correspondentes, a fim de in-
dicar sua localização. Isso lhes possibilitará identificar
quando se trata de personagens históricos, isto é,
as mudanças que aconteceram de uma etapa para ou-
de pessoas que tiveram algum destaque na His-
tra. Ficaria assim: na frente os homens, e na parte de
tória da cidade/país, uma vez que são fontes de
trás os mapas.
pesquisa. Informe-os também que a importância
das fontes será estudada durante a unidade. Unidade 3
2. Pense na palavra história. Para comprovar a existência do tigre-dente-de-
a) Que possíveis significados ela pode ter? Assinale -sabre, compartilhe com os alunos a notícia a seguir.

o(s) caso(s) para os quais esse termo pode ser Tigres dente-de-sabre, no Brasil
empregado. há 1,5 milhão de anos
( x ) Como referência a uma narrativa, como len- A descoberta do desenho de um tigre dente-de-
da, romance, piada. -sabre num canyon da Chapada Diamantina, na
Bahia, completa a pesquisa da paleontóloga Maria
( x ) Como referência aos eventos relacionados a
Beltrão, do Departamento de Arqueologia do Museu
uma pessoa ao longo do tempo. Nacional da Quinta da Boa Vista. O tigre viveu na
18
( x ) Aos fatos e acontecimentos de uma socieda- era do Pleistoceno, período quaternário, que ocorreu
de ao longo do tempo. entre 1,5 milhão a 11 mil anos atrás, confirmando que,
História
no Brasil, o homem conviveu com animais comuns batedores produzindo pequenas lascas. Algumas des-
à África e à América do Norte e que a simbologia sas lascas eram selecionadas, podendo ser retocadas
sobre eles é semelhante nos três continentes. na “lâmina” a fim de se tornarem mais afiadas.
SILVA, Beatriz Coelho. Tigres dente-de-sabre, no Brasil há 1,5 milhão
de anos. Estadão, 21 ago. 2003. Disponível em: <http://politica. Ocupação do território
estadao.com.br/noticias/geral,tigres-dente-de-sabre-no-brasil-ha-1-5-
milhao-de-anos,20030821p35977>. Acesso em: 5 jan. 2018. Atualmente, há três teorias sobre as migrações para
o povoamenteo da América: Teoria Australiana, da Po-
Para complementar o trabalho referente à Pré-His- linésia e do estreito de Bering. Elas foram elaboradas
tória no Brasil, assista com os alunos ao vídeo Pré-his- a partir da datação de fósseis, os quais determinam,
tória brasileira: um tempo a ser descoberto, produzido aproximadamente, as possíveis migrações dos huma-
pelo Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro, nos no continente.
disponível em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosda- De acordo com as divisões temporais, os primeiros
reportagem/episodio/pre-historia-brasileira-um-tem- homens a ocupar o território que hoje chamanos de
po-a-ser-descoberto>. Brasil (o Homo sapiens sapiens) são denominados de
Os conceitos de Arqueologia, sítio arqueológico e ar- Paleoíndios, culturas que ocuparam a América antes
tefato não fazem parte do dia a dia dos alunos. Assim, de 10 000 A.P. Os vestígios de sua existência no Brasil
uma sugestão para que esse trabalho fique mais diver- datam de cerca de 12 000 até 50 000 anos (datação
tido é organizar os alunos em grupos e entregar a eles passível de muitas discussões e interrogações) e foram
um envelope contendo algumas palavras relacionadas a encontrados em sítios arqueológicos de lagoa Santa
esses conceitos. Em seguida, cada grupo deve montar os (MG) e Boqueirão da Pedra Furada (PI).
conceitos de acordo com os respectivos significados.
Vestígios deixados pelos grupos
Seguem exemplos de algumas palavras que podem
humanos, pré-históricos brasileiros
ser colocadas dentro dos envelopes para que os alunos
construam seus conceitos. Os primeiros habitantes do Brasil deixaram uma
variedade de cultura material, como pinturas nas ca-
Quebra-coquinhos: pedra geralmente arredon-
vernas, fósseis de animais pré-históricos, pontas de
dada e achatada contendo uma concavidade em uma
das faces ou simplesmente tendo sinal de desgaste. flechas, machados, urnas funerárias, vasos, estátuas e

Era utilizada como uma espécie de bigorna. Para tan- diversos artefatos feitos de cerâmica.
to, colocavam-se sob essa pedra coquinhos, frutas, etc. Regiões habitadas
Com outro artefato feito de pedra de ponta arredon-
As descobertas arqueológicas apontam grupos hu-
dada (chamado de batedor), batia-se sobre o “quebra- manos que viveram em regiões da Amazônia, do Piauí,
-coquinho”, como se fosse um martelo, ou uma mão de do litoral (principalmente dos estados de São Paulo,
pilão, para abrir os coquinhos, frutas, conchas, etc.; ou Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e da re-
simplesmente utilizavam esse objeto para esmagar e gião de Lagoa Santa (interior de Minas Gerais).
triturar vegetais. Por vezes, esses artefatos podiam ter
outros formatos, mas servindo ao mesmo fim. Unidade 4
Batedores: instrumentos de pedra utilizados para Nessa unidade, optamos por trabalhar com ques-
bater “quebra-coquinhos”. Geralmente seu formato tões relacionadas às sociedades indígenas e aos povos
contempla uma parte superior mais larga, diminuindo africanos no Brasil, pela urgência do debate que se im-
a parte inferior até chegar na ponta arredondada que prime em nossa sociedade. Aspectos sobre o reconhe-
recebia o impacto. Esses instrumentos podiam ser cimento dessas culturas como integrantes da nação
modelados por meio de polimento, de forma a torna- brasileira precisam ser trabalhadas em sala de aula.
rem-se mais anatômicos e eficientes, ou simplesmente Além da urgência do debate, outro fato que ampara
selecionavam-se pedras nos rios e praias, cuja forma essa opção é a obrigatoriedade do cumprimento da Lei
natural era adequada para esse trabalho. n. 10.639/2003, que 19
Lascas: instrumentos de corte produzidos com vá- [...] estabelece a obrigatoriedade do ensino da his-
rias matérias-primas. Os seixos eram quebrados com tória e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas
História
públicas e privadas do ensino fundamental e mé- leiras e sobre as relacionadas aos africanos e seus des-
dio; o Parecer do CNE/CP 03/2004 que aprovou as cendentes brasileiros.
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Assim, na unidade 4, o objetivo é levar os alunos a
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e compreender que os períodos da história são definidos
Cultura Afro-Brasileiras e Africanas; e a Resolução de acordo com características marcadas por mudanças
CNE/CP 01/2004, que detalha os direitos e as obri- profundas que afetam múltiplas dimensões históricas,
gações dos entes federados ante a implementação da inclusive com consequências vivenciadas atualmente.
lei compõem um conjunto de dispositivos legais consi- Seguindo essa linha de pensamento, procura-se mos-
derados como indutores de uma política educacional trar, na unidade, como se deu a história das populações
voltada para a afirmação da diversidade cultural e indígenas e dos africanos e seus descentes no Brasil.
da concretização de uma educação das relações étni- Esses povos passaram por transformações durante os
co-raciais nas escolas, desencadeada a partir dos anos
períodos de convivência entre eles e entre diferentes
2000. É nesse mesmo contexto que foi aprovado, em
culturas de pessoas que estiveram no Brasil, sofren-
2009, o Plano Nacional das Diretrizes Curriculares
do influência desses grupos sociais. Esse momento é
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Ra-
significativo e muito importante para os alunos enten-
ciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Bra-
derem que a história das populações indígenas e dos
sileira e Africana (BRASIL, 2009).
africanos no Brasil não ficou no passado. Esses grupos
E da Lei n. 11.645/2008, parágrafo 1, do artigo 26-A
estão presentes em nosso cotidiano.
da lei 11.645/08:
Como embasamento teórico para preparar suas au-
[...]
las, oferecemos a seguir uma lista de referências biblio-
§ 1º_ O conteúdo programático a que se refere este
gráficas e de material de apoio. Você, professor, pode
artigo incluirá diversos aspectos da história e da cul-
tura que caracterizam a formação da população bra- utilizá-las para organizar situações interessantes em
sileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como sala de aula, favorecendo a investigação, interação e a
o estudo da história da África e dos africanos, a luta socialização das aprendizagens.
dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura Sugestões de leitura sobre a temática da história e
negra e indígena brasileira e o negro e o índio na cultura indígena:
formação da sociedade nacional, resgatando as suas • A temática indígena na escola.
contribuições nas áreas social, econômica e política, Disponível em: <www.pineb.ffch.ufba.br/downlo-
pertinentes à história do Brasil (BRASIL, 2008). ads/1244392794A_Tematica_Indigena_na_Es-
Para saber mais sobre a questão dos direitos huma- cola_Aracy.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
nos e o ensino da cultura afro-brasileira em sala de aula,
• A presença indígena na formação do Brasil.
acesse o documento Diretrizes Curriculares Nacionais
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/ima-
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o En-
ges/0015/001545/154566por.pdf>. Acesso em:
sino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Dispo-
29 jan. 2018.
nível em: <www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/
uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Et- • Quebrando preconceitos: subsídios para o ensino das
nico-Raciais.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018. culturas e história dos povos indígenas. Esse livro

A história das populações indígenas é pouco traba- apresenta vários planos de aula e como as discus-

lhada em materiais didáticos. Quando citadas, estão no sões devem ser orientadas para a temática.

capítulo da Pré-História e generalizam conceitos, bem Disponível em: <http://indiosnonordeste.com.


como ocultam elementos peculiares pertencentes à br/wp-content/uploads/2014/06/Quebrando-
cultura e presentes em diversas regiões do nosso país. -preconceitos.-subs%C3%ADdios-sobre-a-tem%-
Portanto, esse trabalho oferece um acréscimo didático C3%A1tica-ind%C3%ADgena-e-o-ensino_Celia-
ao professor interessado em desenvolver, junto a seus -Collet.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
20
alunos, outro olhar acerca dos debates que ocorrem nas • Artesanato: este livro é bilíngue (português/tupi),
Ciências Humanas sobre as questões indígenas brasi- e é interessante mostrá-lo para os alunos com as

História
informações de que ele dispõe. É mais um material o tema preconceito, e a forma como podemos aprender
de apoio do que referencial teórico. a olhar o outro despido de críticas, ou seja, ignorando
Disponível em: <http://lemad.fflch.usp.br/sites/ fatores físicos, religiosos, políticos, entre outros. Pro-
lemad.fflch.usp.br/files/ARTESANATO_0.pdf>. cure chamar a atenção dos alunos para o modo como
Acesso em: 29 jan. 2018. a mídia trata desse tema; promova um debate, desta-
Sugestões de leitura sobre a temática da história e cando a legislação que devemos cumprir e questione se
cultura africana: é necessário haver uma lei para respeitar o outro e por
• No link do museu Afro Brasil, encontram-se suges- quê.
tões de aulas e material de apoio com bibliografias,
glossários, enfim, um material excelente.
Disponível em: <http://www.museuafrobrasil.
Sugestões de leitura
org.br/docs/default-source/publica%C3%A7%- GONÇALVES, Marcia de A.; ROCHA, Helenice Ap. de B.;
C3%B5es/africa_em_artes.pdf>. Acesso em: RESNIK, Luís; MONTEIRO, Ana M. F. da C. (Org.) Qual o
9 abr. 2018. valor da história hoje? Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.
• Livro Sete Novelos. Nessa obra, as ilustrações são MAGALHÃES, Marcelo de Souza (Org). Ensino de
bem vivas e vale a pena projetar partes dele para História: MONTEIRO, Ana Maria Ferreira da Costa;
discussão. Será um bom momento para questio- GASPARELLO, Arlette Medeiros. Ensino de história:
nar o porquê do nome Sete novelos, instigar os
sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Ed. Mauad
alunos a descobrir a história do livro e a debater
X: FAPERJ, 2007.
questões sobre temas diários, como autodetermi-
nação, trabalho coletivo, responsabilidade e cria- MONTEIRO, Ana Maria Ferreira da Costa. Professores
tividade, princípios que fazem parte dessa obra. de História: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro: Ed.
Sugerimos que o livro seja lido pelo professor Mauad X, 2007.
antes de ser utilizado em sala de aula. Podem-se NADAI, Elza; BITTENCOURT, Circe. Repensando a
elencar algumas passagens para contar aos alu-
noção de tempo histórico no ensino. In: PINSKY, Jaime.
nos sobre a cultura africana.
O ensino de História e a criação do fato. 14. ed. São
Outra possibilidade é a leitura coletiva dessa obra, Paulo: Contexto, 2014. p. 93-120.
usando um projetor. Esse tipo de leitura estimula os
PACHECO, Ricardo de Aguiar. Alfabetização
alunos a ouvir e se concentrar, principalmente os do
humanística: o ensino de história nas séries iniciais.
Ensino Fundamental. O professor pode explorar aspec-
In: BARBOSA, Maria Carmen Silveira et al. A infância
tos do livro com questões mais específicas, realizando
no ensino fundamental de 9 anos. Porto Alegre: Penso,
uma primeira leitura mesclada com perguntas; após as
2012. p. 81-88.
atividades, fazer uma leitura completa, finalizando todo
o conteúdo apresentado no texto e esclarecendo as no- ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; RIBEIRO,
vas informações. E, ao longo da leitura, podem-se for- Jaime; CIAMBARELLA, Alessandra (Org.). Ensino de
História: usos do passado, memória e mídia. Rio de
mular questões como:
Janeiro: Ed. FGV, 2014.
• Conhecem o autor desse livro?
• Pelo título, será que conseguimos identificar a te-
mática do texto? Sugestões de sites
• Qual região do continente você acha que o livro
FUNARTE - Fundação Nacional das Artes. Disponível
descreve? Por quê?
em: <http://funarte.gov.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018.
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/Francis-
INSTITUTO Histórico e Geográfico Brasileiro. Disponível
maire/os-sete-novelos>. Acesso em: 14 fev. 2018.
em: <https://ihgb.org.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018.
Texto sobre racismo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 21
Ao trabalhar o texto sobre racismo, presente no final Nacional. Disponível em: <http://iphan.gov.br>. Acesso
da unidade, instigue a reflexão dos alunos relacionando em: 4 abr. 2018.

História
MUSEU Histórico Nacional. Disponível em: <http://mhn. HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Rio de Janeiro:
museus.gov.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018. Paz e Terra, 1970.
MUSEU Imperial. Disponível em: <http://museuimperial. HUE, Sheila Moura. Delícias do descobrimento: a
gov.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018. gastronomia brasileira no século XVI. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008.
Referências INSTITUTO Socioambiental. Disponível em: <https://
socioambiental.org>. Acesso em: 31 mar. 2018.
BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula.
São Paulo: Contexto, 2001. JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico.
Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, 2001.
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museudoindio.gov.br>. Acesso em: 31 mar. 2018. LOPES, Reinaldo José. 1499: o Brasil antes de Cabral.
Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017.
CAIMI, Flávia. Por que os alunos (não) aprendem
História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e MARCONDES, Mariana Mazzini et al. Dossiê mulheres
formação de professores de História. In: Tempo. Rio de negras: retrato das condições das mulheres negras
Janeiro, n. 21, v. 11, jul. 2006. no Brasil. Brasília: Ipea, 2013. Disponível em: <http://

CHARTIER, Roger. A História cultural: entre práticas e www.ipea.gov.br/igualdaderacial/images/stories/pdf/

representações. 2. ed. Portugal: DIFEL, 2002. livro_dossie_mulheres_negras.pdf>. Acesso em: 14


fev. 2018.
CIAMPI, Helenice. A História pensada e ensinada: da
geração das certezas à geração das incertezas. São MONTEIRO, Ana Maria. Professores de História: entre
Paulo: EDUC, FAPESP, 2000. saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.

CONTRERAS, José. A autonomia de professores. São MUNANGA, Kabengele. Estratégias de combate à


Paulo: Cortez, 2002. discriminação racial (Org.). São Paulo: Edusp: Estação
Ciência, 1996.
FONSECA, S. G. Caminhos da História ensinada. São
Paulo: Papirus, 1993. . Negritude: usos e sentidos. São Paulo. Ática, 1986.
p. 62
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Papirus. 2008. . Superando o racismo na escola. [Brasília]: Ministério
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Alfabetização e Diversidade (SECAD), 2005.
professores no Brasil: 10 anos de embate entre
projetos de formação. Educação e sociedade. v. 23 nº. PROUS, André. Arqueologia brasileira. Brasília:
80, Campinas, 2002. Universidade de Brasília, 1992.

GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros: a Pré-
O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, -História do nosso país. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2000. 2006.

Anotações

22

História
A compreensão das relações entre passado e presente é a base para a produção do conhecimento
histórico e para o ofício do historiador; cabe também a esse profissional saber articular os conceitos
temporais de sucessão, duração

História e suas
e simultaneidade histórica. Por
UNIDADE isso, é importante que os alunos

1
saibam o que é um documento
e uma fonte histórica a fim de

interpretações compreenderem a História como


uma narrativa.

Habilidades
da BNCC
Desafios da História
(EF06HI01) Identificar
diferentes formas O que é História? Por que a estudamos?
de compreensão da
É possível que você, como tantas pessoas, já tenha se feito essa pergunta. A
noção de tempo e
de periodização dos resposta a ela está em seu entorno!
processos históricos Tudo o que está ao nosso redor tem uma história. Os objetos, os monumentos,
(continuidades e as cidades, seus colegas, sua família, você! O mundo é dinâmico e todos os dias, a
rupturas).
cada instante, acontece algo. Com base nisso, podemos afirmar que a História está
(EF06HI02) Identificar
a gênese da produção em constante transformação e que nós somos sujeitos históricos. Isso significa que
do saber e analisar participamos dessa construção, deixando nossas marcas no tempo e no espaço.
o significado das História é, portanto, a ciência que estuda as transformações realizadas pelos
fontes que originaram
determinadas formas seres humanos ao longo do tempo e no espaço. Um dos objetivos de seu estudo é
de registros em compreender o funcionamento das sociedades.
sociedades e épocas E como obtemos tantas informações das populações que viveram no passado?
distintas.
A resposta a essa pergunta está na origem da própria palavra. Para os gregos,
o termo “história” significava “pesquisar” e “investigar” os fatos passados, os su-
Sociedades
cessos e fracassos dos homens que nos antecederam, a fim de não deixar morrer
União de pessoas
que compartilham a memória de um povo. E assim é até hoje.
instituições, E, para conhecermos a memória de um povo, precisamos ter acesso a fontes
normas, modos
de agir, formas
documentais, que podem ser variadas. São exemplos de fontes históricas pesqui-
de se organizar, sadas pelos historiadores os documentos oficiais, os livros, as fotografias, as car-
ou seja, pessoas tas privadas, os relatos escritos, os testemunhos escritos, objetos, vestígios ar-
que interagem de
forma semelhante. queológicos, registros visuais, tradições culturais (festas, celebrações, comidas),
relatos orais transmitidos de geração a outra, entre outros. É por meio dessas fon-
Saiba mais tes que o passado pode ser estudado e compreendido. Por isso, é importante que
Na Antiguidade, esses documentos sejam sempre conservados.
as pessoas
recebiam o nome
de acordo com a
localidade em que Biografia
nasciam. Uma
Repina Valeriya/Shutterstock

Herótodo
delas é Heródoto
Heródoto de Halicarnasso (484 a.C.-420 a.C.) foi um estudio-
de Halicarnasso.
so grego reconhecido pela escrita de relatos sobre os povos da
Ele nasceu na
Antiguidade que visitou no Egito, na Fenícia, na Trácia, no norte da
cidade grega de
África e, claro, na Grécia. Para tratar dos acontecimentos dessas
Halicarnasso,
localizada na Cária, sociedades, ele usava métodos investigativos; por isso, ele é con-
446 siderado o primeiro historiador.
nas proximidades
do Mar Egeu.

História
As fontes históricas podem ser divididas em materiais e imateriais. As fontes
materiais são concretas, como vestígios arqueológicos, objetos variados (sapatos,
porcelanas, brinquedos, etc.), monumentos, fotografias, documentos (RG, CPF, cer-
tidões), obras literárias, entre outras. Já as fontes imateriais se referem aos sabe-
res, conhecimentos transmitidos de um tempo passado, por exemplo as lendas, as
danças, as histórias e testemunhos orais.
Essas fontes são divididas em primárias e secundárias.
• Fontes primárias: pertencem a uma época, a um período histórico, como uma
moeda, uma espada, um diário privado, um anel de noivado.
• Fontes secundárias: são aquelas elaboradas com base nas fontes primárias,
em tempos posteriores, como a descrição de uma moeda que encontramos
Autenticidade
em um livro.
Qualidade
Podemos comparar as fontes a peças de um quebra-cabeças, que é montado
atribuída a algo
pelo historiador. Mas ele não faz a pesquisa de forma aleatória, isto é, sem uma re- que é comprovado
gra. Antes de iniciá-la, geralmente, ele tem algumas perguntas para as quais busca como verdadeiro,
resposta. E para obtê-las, ele segue alguns critérios. Isso porque toda pesquisa his- sem imitação,
original.
tórica requer atenção, pois para um mesmo fato pode haver várias interpretações.
Assim, o primeiro passo dado pelo historiador é verificar a autenticidade da Cultura
fonte, isto é, se ela é confiável, se não é uma fonte falsa. Em seguida, inicia sua Chamamos de
investigação, procurando dados para serem estudados. Por exemplo: vamos su- cultura a forma
por que o historiador queira saber como era o modo de vida de uma população como as pessoas
que viveu na Grécia antiga. Por meio das fontes encontradas, ele procurará saber: veem e vivenciam
o mundo. A cultura
como vivia essa população, o que comiam as pessoas que a compunham, como de um povo
moravam, quais eram suas crenças, como construíam suas casas, como era a or- compreende a
ganização política e econômica, entre outras informações. prática religiosa,
a língua falada
Com base nos dados selecionados, o historiador elabora suas hipóteses e busca
pela comunidade,
as respostas e informações que respondam às perguntas que o impulsionaram à a música, a
pesquisa, por exemplo: “Quem elaborou esse documento? Por que foi elaborado? arquitetura, entre
Para que finalidade? Comparando com nosso contexto atual, o uso inicial foi mu- outras expressões.
dado?” E assim por diante.
Solicite aos alunos uma breve pesquisa sobre a história de algum elemen-
As ciências auxiliares da História to que lhes seja próximo, como a escola, o bairro, a família ou mesmo a
rua onde moram ou aquela em que está situada a escola. O objetivo é
A História não é uma ciência exata que os alunos percebam a estrutura de pesquisa utilizada pelo historiador.

e completa por si só. Para desenvolver


seu trabalho de pesquisa, o historiador
Pascal Pochard-Casabianca/AFP

busca auxílio em ciências como a Ar-


queologia, a Antropologia, a Paleonto-
logia e a Paleografia.
Vamos conhecer a seguir um pouco
sobre essas ciências.
A Arqueologia é uma ciência e, por
meio dela, são estudadas diversas
culturas, desde o surgimento da es-
pécie humana até o momento presente.
Antes do trabalho de campo (em que
há sondagens, escavações e registros di- Nos sítios arqueológicos são realizadas escavações em busca de vestígios 447
da presença humana. Consiste no trabalho de campo dos arqueólogos. Eles
versos), é feita a identificação dos sítios.
dividem o sítio em quadras para organizar o trabalho de pesquisa.

História
Fósseis
Após o estudo em campo, inicia-se o trabalho em laboratório. É realizada uma
análise documental dos vestígios encontrados, em que são verificados os dados
São restos de
seres orgânicos, complementares, como datação, e, por último, a publicação dos resultados dos es-
vegetais ou tudos e pesquisas.
animais, que foram Por meio dos estudos arqueológicos, portanto, são analisadas as transforma-
preservados ao
ções ocorridas no meio ambiente, tendo como base os vestígios deixados pelos se-
longo dos anos por
congelamento, ou res humanos. A cultura material é um elemento importante para compreendermos
enterrados no solo. o funcionamento das sociedades e das ações humanas.
A Paleontologia é a ciência pela qual se estudam e se interpretam as formas de
Vestígios
vida remotas (muito antigas), investigando-se os fósseis. O objetivo principal des-
Sinais que
sa ciência é reconstruir a composição física que esses organismos extintos tinham
restaram de
algo que foi quando vivos, não apenas em relação aos esqueletos, mas também em relação às
destruído ou que partes orgânicas desaparecidas durante o processo de fossilização.
desapareceu.
Cientistas conseguiram extrair com sucesso DNA dos macrofósseis encontra-
dos na Sibéria com mais de 47 mil anos, e de besouros de até 188 anos, preser-
vados no Museu de História Natural em Copenhague. Por manter os espécimes,
Conectando
o método tem grande potencial para pesquisas feitas com DNA antigo. O uso
saberes
de espécies históricas, mantidas em museus, tem importantes aplicações em es-
Você já deve ter
ouvido falar que
tudos genéticos de populações, uma vez que podem revelar antigas estruturas
o petróleo é uma genéticas. Macrofósseis de insetos oferecem a oportunidade de estudar climas e
fonte combustível ecossistemas de milhares de anos atrás.
não renovável. Sabe
THOMSEN, Philip Francis. et al. Non-Destructive Sampling of Ancient Insect DNA. In: PLoS ONE. 2009.
por que ele não se Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0005048>. Acesso em: 2 jan. 2018.
renova? Porque
o petróleo é um As pessoas são estudadas por meio de uma ciência denominada Antropologia.
combustível de
Por se tratar de um amplo campo de pesquisa, o conhecimento antropológico geral-
origem fóssil, obtido
pelo acúmulo de mente é organizado em áreas, as quais indicam os aspectos que são contemplados
matéria orgânica em nos estudos, sejam eles biológicos, sejam sociais ou culturais. Um exemplo é a cha-
camadas profundas mada Antropologia Física ou Antropologia Biológica, pela qual se estudam aspectos
do solo. Esse é um
genéticos e biológicos dos seres humanos.
tema abordado
na disciplina de
Geografia, e você

Sumaia Vilela/Agência Brasil


o estudará com
mais detalhes ainda Maxi_EF2_6_1_HIS_CA_F005
neste ano.

448 Imagem da festa de São João, em Salvador. Na sociedade brasileira, é uma tradição participar das
festas juninas. Faz parte da cultura do Brasil, sobretudo, na região Nordeste. As manifestações
culturais de um povo são objeto de estudo da Antropologia.

História
A Paleografia é uma ciência que pode ser definida como estudo dos escritos Pergaminhos
antigos. O paleógrafo é, portanto, o profissional que tem a função de decodificar
Materiais
sistemas de escritas. Em outras palavras, esse profissional atua na identificação, preparados com
compreensão e tradução de representações gráficas para uma forma de escrita pele de ovelha
possível de ser lida pelas pessoas (como o historiador), a fim de que consigam ter para que se possa
escrever neles.
acesso às informações contidas em documentos como pergaminhos, códices,
papiros, entre outros. Códices

Textos escritos
Tempo e História a mão em
Você sabia que o tempo não é medido da mesma forma por todas as socieda- pergaminho ou
des? Isto é, cada grupo cultural, cada grupo social se relaciona com o tempo de gravados em
madeira.
forma distinta, de acordo com sua necessidade.
Em outras palavras, o tempo é uma construção cultural. Por exemplo, uma pes- Papirus
soa que vive na cidade percebe e conta o tempo de maneira diferente de outra que Folhas
vive numa tribo indígena que nunca teve contato com o mundo urbano. confeccionadas
Há, assim, uma variedade de significados na construção do conceito de tempo. com as hastes da
erva papiro usadas
Uma dessas construções refere-se à contagem do tempo, medido em segundos, na Antiguidade
minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos e milênios, e organizado em para se escrever.
calendários, chamado de tempo cronológico.
O tempo cronológico é importante em nosso dia a dia. É por meio dele que orga-
nizamos todas as nossas atividades. Em nossa cultura, fazemos isso com o auxílio
do relógio. Algumas culturas fazem isso pela observação da posição do Sol.
Como a História trabalha com o tempo?

O historiador estuda o passado com base no presente e, ao interpretar os Mundo digital


fatos históricos, é influenciado pelo contexto em que vive. A História não é, O Brasil e o mundo
portanto, uma ciência exata. Nela não existe verdade absoluta, de modo que abrigam milhares
ela depende sempre da interpretação do historiador. de museus
com diferentes
temáticas. Sabia
Vimos que o historiador trabalha com interpretações de fatos passados. Logo, que eles estão a um
para esse profissional, o tempo é um elemento muito importante, visto que sua clique de você? Não
perca tempo e viaje
tarefa é situar os fatos e organizá-los no tempo. Para tanto, costuma-se dividir os pela Pré-História
estudos históricos em tempo cronológico e tempo histórico. brasileira por meio
Com o intuito de situar os fatos históricos e organizar sua narrativa, o historia- de um tour virtual.
dor usa o tempo cronológico. Essa contagem do tempo o ajuda a entender quando
um fato ocorreu. O tempo histórico pertence aos acontecimentos e às mudanças
nas sociedades, refere-se à vida humana tanto individual como coletiva. É o tempo
vivido, fruto das ações, relações e da forma de pensar dos homens, que vão se
transformando ao longo do tempo.
Para abordar o tempo, mais especificamente as noções de duração, sucessão e
simultaneidade, podem-se usar como referência populações que se instalaram em
determinados locais em diferentes momentos históricos, explicar como isso acon-
teceu, como viviam e de onde vieram. Também é relevante confrontar informações
sobre as atividades econômicas que realizavam em diferentes períodos com dados 449
de outras sociedades, bem como caracterizar períodos específicos, em que as ex-
periências individuais também possam ser inseridas nessa história coletiva.
História
Como a medição de Para se visualizarem os acontecimentos de forma cronológica, pode-se fazer
tempo é um assunto
muito teórico e denso, uma representação gráfica, na qual é apresentada uma divisão de medidas de tem-
aproveitar a ilustração po, como no exemplo a seguir.
para perguntar aos
alunos se eles sabem
por que o mês pode Formas de medir o tempo
variar de duração, com
28, 29, 30 ou 31 dias.
Aguçar a curiosidade
deles e, assim, levantar
o conhecimento prévio
que têm sobre o 100%
assunto para prosseguir
com a explicação sobre 1 milênio tem
calendários e contagem 1 século tem
do tempo. 1000 anos 100 anos (10
(10 séculos) décadas)
75%
1 década tem
1 ano tem 12 meses 10 anos

50%
1 mês tem 28, 29,
30 ou 31 dias
20%
1 semana tem 7 dias

5%
1 dia tem 24 horas

Jogo rápido

Até agora, conhecemos um pouco sobre a História, o processo de como estudá-


-la, por que estudá-la e as ciências que auxiliam em sua pesquisa. Veja o que você
aprendeu até agora, respondendo às questões.
1 O que são fontes históricas?

São documentos autênticos de determinada época, que podem ser oficiais (CPF, RG, certidão de

nascimento) ou não oficiais (livros, fotografias, cartas privadas, relatos orais ou escritos), que carregam

em si informação para os historiadores interpretarem e escreverem a História.

2 Faça a associação correta, indicando TC para tempo cronológico e TH para tempo


histórico.
TC Acordar, tomar banho, ir à escola, almoçar, estudar, jantar, dormir.

TH Era Vargas.

TH Pré-História.
450 TC Ajuda a entender quando determinado fato histórico aconteceu.

TH Tem como referencial as modificações que as sociedades promovem em sua organização.

História
3 A linha do tempo é um gráfico que situa, de forma resumida, acontecimentos e
ações humanas ocorridos ao longo de determinado tempo. Geralmente é repre-
sentada em linha reta. Inicia-se com um marco, um fato importante, e desenvol-
ve-se como um processo, pois as datas são nela organizadas de forma cronoló-
gica, de acordo com as sucessões dos acontecimentos.
Agora é a sua vez de criar uma linha do tempo. Escreva a sua biografia, ou seja,
um resumo da história de sua vida, que se inicia com o seu nascimento e termina
no dia de hoje. Pode ser um relato sobre os aniversários. Defina dez fatos para
apresentar e mãos à obra.

Professor, desenvolver essa atividade em sala de aula. O tema da linha do tempo é a biografia do
aluno e, para isso, ele deve elencar 10 fatos importantes de sua vida. O objetivo é levar os alunos
a compreender a organização e sucessão dos fatos. Informá-los de que, quanto maior a diferença
de tempo entre um acontecimento e outro, maior será o espaço deixado na linha, ou seja, um
ano não pode ter o mesmo espaço de um século ou um mês. Para facilitar o trabalho, sugerir a
eles a utilização de uma régua.

4 Pesquise em livros, jornais e revistas o que estava acontecendo em outros países


no dia de seu nascimento. Liste em seu caderno, pelo menos, três acontecimen-
tos. Apresente o resultado de sua pesquisa em uma linha paralela. Compare os
eventos e perceba como eles acontecem ao mesmo tempo na História.

Aprendendo a contar os séculos


Os séculos são representados por números romanos. Por exemplo, o 21 é re- Conectando
presentado por XXI. saberes
Um século é o período de cem anos. Assim, o século I inicia no ano 1 e vai até Os séculos são
escritos em
o ano 100, o século II vai do ano 101 até o ano 200, e assim por diante. Mas como
números romanos.
saber a qual século pertence determinado ano? Por exemplo, a que século pertence Você conheceu esse
o ano de 1889? Para descobrir, siga a regra a seguir. conteúdo nos anos
iniciais na disciplina
1. O ano termina com dois zeros. de Matemática
Quando isso acontece, o século corresponde ao(s) primeiro(s) algarismo(s) que e o estudará
novamente no
estiver(em) à esquerda desse número. Exemplo: ano 400 a.C. – está inserido no caderno 1 do 6°_
século IV a.C., pois, cortando os dois zeros, encontramos o número 4. ano.

2. O ano não termina em 00.


Quando o ano não termina com zeros, eliminam-se os dois dígitos da direita e
451
somam-se os dígitos da esquerda com 1. Para ficar mais fácil de entender, vamos
tomar como exemplo o ano 1889 d.C.
História
• Eliminamos os dígitos da esquerda (8 e 9). Teremos: 18
• Somamos esses dígitos com 1: 18 + 1 = 19.
• Em seguida, transformamos esse numeral em romano: 19 = XIX.
• Logo, o ano de 1889 pertence ao século XIX.

E o ano 734 d.C., a que século pertence?


• Eliminamos os dígitos da direita: 3 e 4.
• Somamos o dígito 7 com 1: 7 + 1 = 8.
• Transformamos 8 em numeral romano: VIII.
Logo, o ano 734 d.C. está inserido no século VIII d.C.
Conectando
saberes A organização do tempo nas diferentes culturas
Uma das formas Você sabe o que é um calendário e a importância desse instrumento?
de organizar os O calendário é um sistema usado para marcar a passagem do tempo, que pode
calendários é por
meio de critérios ser dividido em dias, semanas, meses e anos. Para entender sua importância, pense,
astronômicos. por exemplo, na utilidade que ele tem em sua vida: os dias em que você tem ou não tem
A Astronomia aula, o período de férias, o dia de seu aniversário, o de seus colegas, e assim por diante.
realiza estudos de
observação do céu, São várias as sociedades humanas que se organizam com base em um calendá-
o ciclo das estações rio, concebendo o tempo de forma específica. Os calendários também podem ser
e da natureza, isto
diferentes, com utilidades variadas. Um exemplo de seu uso é auxiliar no planeja-
é, do cosmos, no
qual o homem está mento do cotidiano das sociedades, marcando o momento do plantio e da colheita
inserido e do qual é dos alimentos, os períodos de chuvas e secas.
participante. Você
terá a oportunidade Calendário anual
de se aprofundar
nesse assunto O calendário tuyuka é baseado na observação astronômica, da passagem
na disciplina de das diversas constelações, como descritas e nomeadas pelos tuyuka. A este ciclo
Ciências, no 6°_ ano. anual está associado o regime de chuvas e estiagens e a variação do nível das
águas dos rios. As alternâncias neste regime são denominadas de acordo com a
posição das constelações. Os Tuyuka assinalam
a existência de treze enchentes e oito estiagens.
A designação da maior parte delas combina o
nome e a palavra “verão” (k¡ma) ou “inverno”
A

(pue). A duração de cada uma delas é variável,


/IS
as
Aim

sendo que uma ou outra pode mesmo deixar de


ocorrer em determinado ano, conforme o verão
seja mais forte ou as chuvas mais prolongadas.
Atualmente os Tuyuka usam tanto o seu
calendário astronômico quanto o ocidental e
católico para organizar suas atividades anuais,
buscando correspondências. No final de junho,
por exemplo, foi adotado o “verão de São João”,
chamado em tuyuka sã ñu k¡ma.
452 Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/povo/
tuyuka/2372>.
Acesso em: 26 mar. 2018.

História
O nosso calendário é cristão. Isso porque ele tem como marco o ano do nascimen-
to de Cristo, que é considerado o ano 1 (conforme podemos ver na linha do tempo
abaixo). Ele é o mais usado atualmente e também é chamado de calendário gregoria-
no, porque foi instituído pelo papa Gregório XIII, em 1582. Ressaltamos que esse ca-
lendário não foi criado pelo papa Gregório; trata-se de uma modificação do calendário
juliano estabelecido pelo governante romano Júlio César (100 a.C.-44 a.C.), em 46 a.C.
Veja como ficou a estrutura do calendário gregoriano, representado pela linha
do tempo, após a modificação feita pelo papa Gregório.

Solomnikov/Shutterstock
Corel

Anos
2000 a.C. Ano I 2000 d.C.
I III V VII IX XI XIII XV XVII XIX XXI
Séculos
II IV VI VIII X XII XIV XVI XVIII XX

O tempo cronológico da História, para a maioria das sociedades, divide-se em


Saiba mais
duas partes fundamentais: os acontecimentos históricos antes e depois do nasci-
mento de Cristo, que se convencionou um grande marco para a humanidade. O calendário
gregoriano
A expressão antes de Cristo – representada pela sigla a.C. – é utilizada para foi criado por
marcar o início cronológico dos acontecimentos. Antes do ano 1, ou seja, antes do Gregório XIII para
nascimento de Jesus Cristo, os anos são contados de forma decrescente e levam a corrigir algumas
imperfeições do
indicação a.C. (antes de Cristo). Depois do ano 1, a contagem é feita de forma cres-
calendário juliano.
cente e o ano é acompanhado da sigla d.C. – depois de Cristo. Atualmente, ele é
Acima, utilizamos como marcador temporal da linha do tempo o nascimento composto de 365
de Cristo. Como seria uma linha do tempo baseada em acontecimentos do Brasil? dias, distribuído
em 12 meses, que
Qual seria o marco? E onde sua história pessoal entraria nessa linha do tempo?
alternam entre
Professor, praticar com os alunos a criação de uma linha do tempo.
31 e 30 dias e 28
dias no caso do
mês de fevereiro.
É verdade?
Para ajustar nosso
Quem não gosta das festas de fim de ano? A virada do ano geralmente é acompanhada de muita calendário com
alegria. A beleza dos fogos de artifício encanta a todos. Por isso, no mundo inteiro, o ano termina no os movimentos
dia 31 de dezembro e começa no dia 1°_ de janeiro, até mesmo no calendário chinês. da Terra, a cada
Verdade ou mito? quatro anos, é
acrescido um
Mito. O calendário chinês é lunissolar, ou seja, baseia-se no Sol e na Lua para organizar a contagem dos
dia ao mês de
anos. Inicia sempre na Lua Nova, entre os dias 21 de janeiro e 21 de fevereiro, dependendo de quando
fevereiro, que fica
com 29 dias, e
ocorre a Lua Nova do primeiro mês lunar. Os chineses comemoram a virada do ano por 15 dias durante o o ano com 366
dias, chamado de
Festival da Primavera. Por uma questão de administração e economia, desde 1912 os chineses bissexto.

oficializaram o calendário gregoriano no país.

453

História
Há uma forte relação entre os calendários e as religiões. Os egípcios, por exem-
Saiba mais
plo, usavam um calendário baseado na Lua. Depois, passaram a fazer uso de um
O historiador, calendário que correspondia quase exatamente às estações. Dividiram o ano em
geralmente,
encontra as
12 meses de 30 dias cada, com cinco dias extras no final.
fontes históricas
guardadas

Sompol/Shutterstock
em arquivos,
bibliotecas,
museus ou
coleções
particulares.
Conheça a página
do Arquivo
Nacional.

Conheça também
a página da
Biblioteca Nacional

Antigo calendário egípcio gravado na parede de pedra do Templo de Karnak, Luxor, Egito.

O calendário judaico tem início com um evento importante para os judeus, o


Êxodo, que marca a saída dos hebreus do Egito antigo.
O calendário muçulmano, por sua vez, marca seu início com base na Hégira, a
fuga do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina.

G.
Erich Lessing/Album/Fotoarena/Museu de Israel, Jerusalem, Israel.

Da
gli
O
rti/D
e Ago
stini/Getty Images

Calendário
judaico. Calendário asteca.

Os astecas mediam o tempo por meio de um sistema de calendário triplo interli-


gado com os movimentos dos corpos celestes. Esse calendário fornecia uma lista de
454 importantes festas religiosas e datas sagradas. Além disso, tanto os dias individuais
como os períodos de dias estavam associados aos deuses, o que demonstra a vi-
são asteca de que o tempo e a vida diária eram inseparáveis das crenças religiosas.
História
Atividades

1 Estudamos até agora vários conteúdos relacionados à disciplina de História. De acordo com seus co-
nhecimentos, preencha o quadro abaixo com o que se pede.

Minha definição de História Os objetos de estudo da História Como trabalha o historiador

Resposta pessoal. Uso de fontes históricas (imagens, obje-


Identificar o conhecimento empírico dos tos e documentos) para trabalhar novos O historiador utiliza fontes históricas pri-
alunos como ponto de partida para a com- conceitos, priorizando a familiarização márias e secundárias.
preensão do conceito de História. dos alunos com o tema.

2 Selecione cinco acontecimentos da sua história que considere importantes e explique a razão dessa
escolha.
Resposta pessoal.

Professor, esta atividade pretende avaliar se os alunos compreenderam a importância das fontes históricas. Portanto, avaliar se as

respostas dadas contêm este viés.

3 Usando como marco inicial o ano de 1500, ano em que os colonizadores portugueses chegaram ao
Brasil, faça uma linha do tempo destacando o ano de fundação de sua cidade, de seu estado, o ano de
nascimento de alguns de seus familiares e o seu.

Resposta pessoal.
Professor, esta atividade pretende avaliar se os alunos compreenderam a organização dos fatos em uma linha do tempo.

455

História
4 A história pode ser relatada de diferentes formas. Se você fosse escrever a história de sua cidade, que
recursos você usaria para a sua pesquisa? Cite pelo menos cinco fontes que se podem consultar para
registrar a história de sua cidade.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem documentos como certidão de nascimento e de óbito, fotografias, peças de

roupas, objetos de uso pessoal e coletivo, jornais, brinquedos, livros, músicas, histórias contadas pelos moradores mais antigos,

nome de logradouros públicos (ruas, praças, parques).

5 Alguns objetos pertencentes a uma família que viveu antes da chegada dos portugueses ao Brasil, ou
seja, antes de 1500, e que fazem parte da sua história, foram encontrados em determinado local. Quais
poderiam ser esses objetos? Resposta: A.
a) Pratos e canecas confeccionados em cerâmica, machadinhas.
b) Tênis e cartas.
c) Cadernos de receitas veganas.
d) Automóveis e telefone celular.
6 Qual das alternativas a seguir apresenta apenas exemplos de fontes escritas? Resposta: D.

a) Brinquedos, documentos e móveis.


b) Pinturas, utensílios domésticos e certidões de nascimento.
c) Revistas, livros e vestimentas.
d) Diários, jornais e leis.

Tarefa
1 Identifique e relacione as imagens com o tipo de fonte histórica correspondente.
(1) Fontes materiais (2) Fontes imateriais

1 2 1
sheff/Shutterstock

olegganko/Shutterstock

Dmitry Pichugin/Shutterstock

2 1
Quick Shot/Shutterstock
Wikipedia/Wikimedia Commons

456

História
2 A seguir está reproduzido um documento histórico. Analise-o e, depois, faça o que se pede.

Biblioteca Digital Luso Brasileira/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

Rio de Janeiro (RJ): Typ. Imp. e


Const. de J. Villenneuve, 1855.

a) Identifique e escreva o local e a data de produção (escrita) da fonte.


Rio de Janeiro, 8 de março de 1855.

b) A que acontecimento o documento se refere?


O documento refere-se à fuga de uma pessoa escravizada.

c) Escreva outras informações que podem ser encontradas no documento.


Informações de profissões, estado de saúde, descrição física, entre outras. Professor, instigar os alunos a perceber todas as

informações presentes no documento.

d) Qual é a data da fuga em questão?


A data da fuga foi 12 de junho de 1854.

e) É um documento manuscrito ou impresso?


É um documento impresso.

f) Pelo conteúdo do documento, podemos saber o local de nascimento de Marcellino? Se sim, escreva onde
ele nasceu.
Espera-se que o aluno responda afirmativamente, pois no documento consta que ele é pernambucano. Logo, nasceu em

Pernambuco.

g) Que informações esse documento apresenta sobre o período histórico em que foi escrito?
Este documento apresenta informações sobre o contexto histórico social do Brasil no século XIX, período em que era uma sociedade

escravista. Além disso, revela como os escravizados africanos eram tratados, apresenta uma forma de resistência à escravidão (a fuga),

conta como se vestiam e que tipo de atividade poderiam exercer. 457

História
3 Agora você vai aprender brincando.
a) Para realizar esta atividade, descarte a cartela de bingo ao final deste caderno.
Bingo dos artefatos
Material
• Folha quadriculada contendo as coordenadas;
• 16 cartões com figuras de artefatos.
Procedimentos
• Descarte a folha com as coordenadas e os 16 cartões que se encontram ao final deste caderno.
• O professor sorteará um cartão. Caso você tenha o cartão mencionado, coloque-o no lugar correspondente
a ele. Por exemplo: caso ele mencione a figura 1(B) e você tenha esse cartão, você deve posicioná-lo na folha
quadriculada.

• Vence o aluno que primeiro preencher o cartão.


b) Terminada a rodada, classifique os objetos por atributos: material (rocha, madeira, cerâmica, osso), tamanho,
cor, decoração ou função.
c) Se você estivesse investigando a sociedade do passado, à qual esses objetos pertenceram, que perguntas po-
deriam ser feitas sobre esses objetos?

Você aprendeu

Chegamos ao final da unidade e trabalhamos vários conteúdos que o auxiliarão a compreender a im-
portância de estudar História. É hora de relembrá-los! Para isso, leia os esquemas a seguir e verifique
se você precisa rever algum deles para completar as lacunas.

HISTÓRIA
Estudo de fatos realizados pelo ser humano que nos auxilia
a compreender o funcionamento das sociedades humanas ao
longo do tempo e do espaço.

Objeto de estudo O historiador busca em suas Estudar história


Fontes documentais diversifi- pesquisas É uma atividade complexa,
cadas e testemunhos do pas- • Interpretar e compreender os pois analisa fatos, nomes, lu-
sado deixados pelas popula- acontecimentos, os proces- gares e datas.
ções. Podem ser: sos e as mudanças históricas
• materiais – livros, jornais, car- no tempo e no espaço.
tas, etc. • Analisar suas mudanças e
• imateriais – lendas e contos permanências para encon-
orais, etc.
trar a Relação do passado

458 com o presente .

História
Registros da História: UNIDADE

entendendo o passado
Professor, iniciar a unidade explorando os conhecimentos prévios dos alunos sobre o conteúdo por meio
de perguntas como: “O que são pinturas rupestres? Como vocês imaginam que viviam os primeiros grupos
2
Objetivos e
humanos da história?” É interessante registrar as ideias deles na lousa, por meio de mapa conceitual ou textos.
Observe estas imagens. O que elas representam? Escreva o que você sabe a habilidades
respeito do conteúdo a que elas se referem. (EF06HI03) Identificar
as hipóteses
científicas sobre
o surgimento da
tock
vector/Shutters

espécie humana e
sua historicidade
e analisar os
Fotos: Macro

significados dos mitos


de fundação.
(EF06HI04) Conhecer
as teorias sobre a
origem do homem
americano.
(EF06HI05) Descrever
modificações da
natureza e da
paisagem realizadas
por diferentes tipos
de sociedade, com
destaque para os
povos indígenas
originários e povos
africanos, e discutir
Como eram, viviam e de onde vieram os a natureza e a lógica
primeiros seres humanos? das transformações
ocorridas.
É possível que você já tenha ficado curioso a respeito da origem da vida na terra (EF06HI06) Identificar
e tenha refletido sobre questões como: “Qual a origem da humanidade? Quem fo- geograficamente as
ram os primeiros seres humanos que habitaram nosso planeta? Como eles viviam? rotas de povoamento
O que faziam para sobreviver?” no território
americano.
Para responder a todas essas questões e entender a nossa origem, vamos via-
jar no tempo, há milhões de anos no passado.

É verdade?
O ancestral dos seres humanos são os macacos. Assim afirmou o naturalista inglês Charles
Darwin no século XIX.
Verdade ou mito?

Verdade. No século XIX, Charles Darwin defendeu a teoria de que os seres humanos teriam um ancestral

comum com os macacos. Atualmente, a Paleoantropologia, ciência que estuda a evolução humana, em

parceria com estudiosos da Biologia, Antropologia, Arqueologia e Geologia, pesquisa essa relação. Sabe-se 459

que há elementos comuns entre o chimpanzé e o ser humano. Contudo, não há nada que comprove essa teoria.

História
Philippe Plailly/Eurelios/SPL/Latinstock

Os seres humanos, desde o surgimento até hoje, têm passado por transformações físicas e comportamentais. Atualmente, estamos
nos adaptando ao mundo da tecnologia digital, entre outras inovações.

Artefatos No mundo contemporâneo, não nos ocorre pensar que um dia o ser humano
Em Arqueologia, pudesse ter sido fisicamente diferente. Mas foi. E sua maneira de pensar e reagir
artefatos são também. Essas mudanças e adaptações acontecem há milhões de anos.
quaisquer objetos
modificados As características físicas e psíquicas atuais apresentadas pelo ser humano se
pelo homem desenvolveram após um processo de constante adaptação ao meio ambiente. Os
que forneçam primeiros seres humanos passaram por mudanças muito importantes. Entre elas
evidências sobre
atividades e a
estão o desenvolvimento da postura ereta (vertical, com a cabeça levantada) e o
vida de grupos andar bípede (a capacidade de se deslocar sobre os dois pés), o que lhes permitiu
humanos. andar com as mãos livres.
Pré-História Essas mudanças físicas sugerem que a espécie chamada de Homo sapiens ad-
Período da quiriu características muito parecidas com as do ser humano atual. Eles desen-
humanidade volveram a capacidade de fabricar objetos e ferramentas, isto é, criar objetos que
anterior ao não conseguiam encontrar na natureza. A principal evidência material disso são os
desenvolvimento
artefatos fossilizados, encontrados em diferentes partes do planeta e provenien-
da escrita.
tes da Pré-História, os quais permitem conhecer alguns hábitos dos primeiros
seres humanos.
Conectando
Nesse longo período de mudanças físicas que deram origem à nossa espé-
saberes
cie, simultaneamente aconteceram transformações geológicas e climáticas em
As chamadas
glaciações
nosso planeta.
consistem em
um longo período A Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico
em que ocorreu
A Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico vai de cerca de 2,5 milhões de anos até
uma queda de
temperatura global, cerca de 10 mil anos atrás. Durante esse intervalo de tempo, houve realizações e
o que originou a avanços tecnológicos importantes para a espécie humana.
expansão do gelo
polar. Você estudará
Nesse período, o frio era intenso, em razão do Período Glacial, também cha-
460 as eras geológicas mado de glaciações. O gelo cobria até um terço da superfície terrestre, trazendo
na disciplina de mudanças na vegetação e na fauna, o que exigiu adaptação dos grupos humanos
Geografia.
para sobreviver.
História
Nessas condições ambientais, o homem do Paleolítico aprendeu a controlar o
fogo. Essa prática tornou-se fundamental, pois possibilitou o cozimento de ali-
mentos, o aquecimento em dias de frio, a iluminação à noite e a proteção contra o
ataque de animais. Além disso, permitiu aos grupos humanos se reunirem em tor-
no das fogueiras para se aquecerem. Esses momentos ao redor do fogo tornaram-
-se importantes, pois começaram a ser reservados pelos humanos para se alimen-
tarem, tomarem decisões sobre as caçadas, realizarem suas cerimônias e registra-
rem os acontecimentos do dia a dia.
Subsistência
A população do Paleolítico era formada por caçadores e coletores nômades, ou
seja, que mudavam de lugar periodicamente em busca de caça, pesca e frutos silves- Conjunto de
fatores essenciais
tres para sua subsistência. Nesse período, o crescimento populacional era baixo.
para a manutenção
Andava-se em bando, geralmente em grupos de 25 a 40 pessoas. Vivia-se em abri- da vida.
gos rochosos, cavernas e usava-se peles de animais para se proteger do frio.
Acredita-se que as sociedades paleolíticas viam na natureza elementos sobre-
naturais. Essa hipótese é feita com base em pinturas rupestres que apresentam
registros desses seres míticos nas paredes das cavernas. Outros registros encon-
trados são de representações de caça, uma atividade importante para esses ho-
mens, uma vez que retiravam dela ali-
mento, peles e couros para suas roupas
Mundo digital

Granger/Bridgeman Images/Easypix
e ossos para fazer ferramentas.
Com os ossos obtidos das caças, es- Quer fazer uma
“viagem” ao
ses grupos humanos confeccionavam passado? Acesse
objetos de pedras cortantes – por isso, o passeio virtual
o Paleolítico é também conhecido como pelas cavernas de
Idade da Pedra Lascada. Esses instru- Lascaux, na França.
Em 1940, quatro
mentos eram utilizados para diversas
jovens descobriram
atividades cotidianas, como cortar, ras- a existência de
par, macerar, perfurar. Com eles, podiam Artefatos do período Paleolítico, preservados no arte rupestre nesta
construir machados e outros objetos. Museu de Arqueologia da Catalunha, Espanha. caverna francesa,
o que possibilitou
Australopithecus Homo habilis Homo erectus Homo sapiens o conhecimento
sobre a arte
pré-histórica e
da origem dos
primeiros seres
humanos.

461
Exemplos de transformações culturais ocorridas na Pré-História. Essas transformações referem-se ao
desenvolvimento de técnicas e à aquisição de conhecimento pelos seres humanos.

História
Saiba mais
De onde vieram os primeiros seres humanos?
Quando se iniciou o
Para essa pergunta há algumas teorias que sugerem respostas sobre a origem
deslocamento pelo dos primeiros grupos humanos e suas migrações. O povoamento dos continentes –
estreito de Bering, principalmente do americano, onde se localiza o Brasil – é um debate que ainda
a Terra estava no não tem uma resposta certa. Pesquisadores dessa temática ainda têm mais per-
final do Período
guntas que respostas referentes à evolução de nossa espécie, chamada por eles
Pleistoceno –
correspondente a de Homo sapiens sapiens.
uma era geológica. Uma das hipóteses levantadas por eles é de que os primeiros grupos humanos
Nesse período, surgiram na África entre, aproximadamente, 200 mil e 100 mil anos. Do continente
entre o Alasca
africano, teria se iniciado a dispersão territorial, ocupando outros continentes. Es-
e o estreito de
Bering formou-se ses grupos teriam se adaptado ao clima e aos recursos naturais das novas regiões.
um corredor de Um desses deslocamentos seguiu a direção que os levou ao estreito de
terra congelada Bering. Por onde passaram, os primeiros seres humanos deixaram vestígios
chamado Beríngia.
(como restos de fogueiras e ossos de animais consumidos na alimentação) e al-
Isso aconteceu em
consequência do guns grupos fixaram residência ao longo do caminho. É com esses vestígios que
rebaixamento do os estudiosos tentam montar o quebra-cabeça sobre a origem e as características
nível do mar, numa que tinham essas pessoas quando chegaram à América.
era glacial em que
Além do estreito de Bering, teriam os primeiros grupos humanos percorrido ou-
a água era retida
em grande volume tra rota? Se sim, quando isso aconteceu?
na forma de gelo. Essas perguntas fazem parte do debate sobre o surgimento do homem ameri-
cano. Afinal, quando ele teria chegado ao continente?
A teoria mais aceita pelos pesquisadores da Pré-História é o modelo conheci-
do como Clovis-primeiro (Clovis-first). Esse nome se deve a um sítio arqueológico
descoberto em 1939, na cidade de Clovis, no estado do Novo México, nos Estados
Unidos. Nesse local, foram encontrados artefatos de pedra lascada, datados de,
aproximadamente, 11,4 mil anos, com destaque para as pontas de flecha e de lança.
Segundo os defensores desse modelo de cultura, objetos como esses teriam dado
origem a todas as demais formas de fabricação de artefatos de pedra no continente.
Estudos afirmam que o modelo de cultura Clovis-primeiro era formado por ca-
çadores de grandes animais (megafauna), tais como mamutes e mastodontes, os
quais eram abatidos por pontas de pedra lascada bastante afiadas.

AuntSpray/Shutterstock
Representação de mamutes, animais
integrantes da megafauna pré-histórica.
Esses animais gigantes são da mesma família
dos elefantes. Viveram em regiões frias, por
isso tinham o corpo coberto por pelos. Estão
extintos há mais de 5 600 anos.

462

História
Depois desse modelo, novas descobertas arqueológicas aconteceram. Estas
demonstraram presença humana mais remota (antiga) em algumas regiões fora da
América do Norte, trazendo outros debates sobre a origem do homem em nosso
continente. Entre elas estão os vestígios arqueológicos encontrados no sítio Monte
Verde, no sul do Chile, nas décadas de 1970 e 1980, pelo arqueólogo Tom Dillehay,
os quais sugerem presença humana há 12 300 anos.
Na década de 1990, os estudos da pesquisadora Anna Roosevelt desenvolvi-
dos em Pedra Pintada – sítio localizado no Parque Estadual de Monte Alegre, no
Pará – indicaram a ocupação humana da Floresta Amazônica por volta de 11 300
anos atrás. Os resultados obtidos nesse local levaram a pesquisadora a apresentar
outro modelo teórico de explicação para a ocupação da América. Esse modelo, que
foi chamado de Clóvis em contexto, contraria a hipótese do modelo Clovis-primei-
ro; isto é, ele não teria sido a mais antiga ocupação no continente da qual derivam
todas as demais populações americanas.

Andre Dib/Pulsar Imagens


Pedra Furada, Parque
Atualmente, estudiosos brasileiros continuam questionando essas datações, Nacional Serra da
entre eles, a arqueóloga Niède Guidon. Eles sugerem que seja aceita a datação do Capivara, Piauí.
sítio arqueológico do Boqueirão da Pedra Furada, localizado no Parque Nacional
Serra da Capivara, no Piauí, como o local onde estão os vestígios mais antigos dei-
xados pelo homem nas Américas. Datações feitas com base em carvões originados
de fogueiras e pedras lascadas indicam que nessa área houve uma ocupação hu-
mana que remonta há cerca de 60 mil anos.

Biografia
Niède Guidon
Marcus Leoni/Folhapress

Niède Guidon (1933) é uma arqueóloga brasileira que se dedica


aos estudos da Pré-História brasileira. Desde 1973, pesquisa
a região de São Raimundo Nonato, no Piauí. Seus trabalhos de
preservação cultural e ambiental nessa localidade culminaram
na criação, em 1979, do Parque Nacional Serra da Capivara.
Niède defende a teoria de que os homens chegaram à América
há cerca de 100 mil anos, atravessando o Atlântico. Nessa épo-
ca, o nível do oceano estava 140 metros mais baixo, facilitando 463
a travessia pela existência de ilhas ao longo do trajeto.

História
Arqueologia em Minas Gerais
O antropólogo, físico e arqueólogo Walter Alves Neves
e sua equipe também apresentam modelos distintos de
ocupação da América, sugerindo a existência de duas on-
das migratórias ocorridas em períodos diferentes.
Walter Neves analisou a morfologia de um crânio
Ismar Ingber/Pulsar Imagens

encontrado em Lagoa Santa, Minas Gerais. Ele lhe deu o


nome de Luzia, pois se descobriu que o crânio era de uma
mulher. Luzia tem cerca de 12 mil anos! O crânio e outros
ossos do corpo dela, descobertos em 1975, ajudaram os
estudiosos da atualidade a propor novas teorias sobre a
ocupação humana no nosso continente.
A análise milimétrica O modelo dos dois componentes biológicos, defendido
da morfologia do crânio por Neves, compreende duas grandes migrações. A pri-
de Luzia possibilitou
a reconstituição meira, ocorrida há 14 mil anos, foi realizada por indivíduos
computadorizada com características negroides, morfologia parecida com a
de seu rosto. Pela de Luzia. Essas características são encontradas nos atuais
trajetória das migrações
para a América, os
povos africanos e nos aborígenes australianos. Por algu-
pesquisadores criaram ma razão, esses indivíduos foram extintos ou absorvidos
suposições sobre o por outras culturas.
cabelo crespo e a cor de
pele de Luzia.
A segunda migração, pouco mais recente, ocorrida há
11 mil anos, foi realizada por indivíduos com aparência asi-
ática, ou seja, morfologia do povo mongol. Esse grupo do-
minou o território brasileiro, originando os povos indígenas.

Morfologia Sítios arqueológicos em Minas Gerais

Morfo, em grego,
significa forma.
Então, morfologia
é o estudo
da forma, da
aparência externa.

Montes Claros

Teófilo
Otoni
Diamantina

Uberlândia
Governador Valadares

Lagoa Santa

Uberaba Belo Horizonte

Pains

Minas Gerais abriga


Juiz de Fora
inúmeros sítios
N
arqueológicos. Os vestígios Pouso Alegre

464 encontrados nessa região Bacia hidrográfica O L


Divisa municipal OCEANO
comprovam a ocupação há S
ATLÂNTICO
cerca de 12 mil anos. Sítio 0 90 km

História
Os atuais estudos de Walter Neves tiveram como base a análise de

Reprodução/Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, MG.


crânios encontrados por Peter Lund.
Na década de 1830, o naturalista dinamarquês iniciou os trabalhos em
Lagoa Santa e na Gruta da Lapinha, ambas em Minas Gerais. Sua coleção é
composta por cerca de 30 esqueletos humanos que estão preservados em
Copenhague, na Dinamarca. Mais de um século depois, Neves e seu com-
panheiro de pesquisas, o arqueólogo argentino Hector Pucciarelli, uniram
essas informações e o resultado foi a teoria do modelo dos dois compo-
nentes biológicos.
Por alguns anos, a região de Minas Gerais ficou esquecida pelos arqueó-
logos. Depois do trabalho de Peter Lund no século XIX, somente na década
de 1920 o engenheiro mineiro Cassio Lanari retomou as pesquisas no local.
Em seguida, estudiosos dos Estados Unidos e da França estiveram na re- Peter Lund.

gião entre as décadas de 1950 e 1970.


Nos arredores de Lagoa Santa e da Gruta da Lapinha, também foram encontra-
dos fósseis de animais da megafauna, como a preguiça-gigante. Esse animal viveu
há cerca de 10 mil anos. Isso significa que dividiu espaço com o povo de Luzia.

Marcos Amend/Pulsar Imagens

Lagoa Santa, Minas


Gerais, MG, Brasil.

Para que serve?

Como é feita a datação nos fósseis por cabono-14?


O carbono-14, C14 ou radiocarbono, é a técnica usada pelos arqueólogos
para determinar a antiguidade dos restos orgânicos. Carbono 14 é a substân-
cia presente em todos os organismos vivos, a qual começa a diminuir com a
morte. A partir de um dado predefinido sobre a velocidade da degeneração
com C14 encontrado no fóssil, os cientistas podem estabelecer quanto tempo
faz que um animal ou planta morreu. 465
SCHEEL-YBERT, Rita. Considerações sobre o método de datação pelo carbono-14 e alguns comentários sobre a
datação de sambaquis. In: Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, n. 9. 1999. p. 297-301.

História
Prováveis rotas 18 mil anos

migratórias para 15 mil anos


10 mil anos

a América
EUROPA
povos
Ha-Dene

Uma migração
ÁSIA
Uma única leva de humanos deixa a
Sibéria e entra no Alasca. Indivíduos ancestral comum
de tipos físicos distintos, alguns
mais africanos, outros mais asiáticos,
compõem o grupo.

ÁFRICA

120 mil anos atrás

Austrália
estreito de Bering
40 mil anos atrás

esquimós

Duas migrações
paleoíndios
Migrantes de feições africanas cruzam
Bering e lá se estabelecem. Mais tarde,
uma nova leva de grupos humanos, com
AMÉRICAS traços asiáticos, penetra nas Américas e
Entre 9 500 e se torna a etnia dominante.
9 000 anos atrás

Pelo Atlântico
O homem chega ao Nordeste brasileiro
12 mil anos vindo da África, navegando de ilha
em ilha em uma época em que o mar
estava mais baixo. A ideia é defendida
por Niède Guidon.

Descobertas feitas por Walter Neves revelaram que os indígenas americanos


apresentam semelhanças morfológicas (isto é, na forma e estrutura) com os mem-
bros das populações norte-asiáticas, como os atuais chineses. Após a descoberta
de Luzia, Neves desenvolveu a teoria de que a chegada do homem ao continente
466 americano teria se dado em dois momentos distintos. Esse estudioso chegou a
essa conclusão ao considerar que o desenvolvimento das características físicas

História
Época Espécie Instrumentos Utilidade

• Golpeia de
percutor
forma eficaz.

• Corta lenha.

• Quebra ossos.

• Serve como
arma.
Paleolítico Homo hábilis
Inferior

• Arranca tubér-
culos e despe-
daça animais.

ponta de flecha
Homo erectus

• Flecha: arma
eficaz para caçar.
ponta de
flecha • Raspador: cortar
Paleolítico
peles.
Médio
núcleo lâmina de • Perfurador:
perfurador
preparado de sílex
Homo sapiens costurar peles.
sílex
Neanderthal

• Arpão: instru-
arpão de osso
mento de pesca.

Paleolítico • Agulha: costura.


Superior • Propulsor: maior
ponta de agulha de
flecha de osso propulsor de madeira alcance de tiro
Homo sapiens sílex em caça.
sapiens

asiáticas são mais recentes que Luzia. Neves propõe que a entrada do primeiro
grupo não mongoloide, ou seja, com morfologia africana e aborígene australiana,
aconteceu há cerca de 14 mil anos, seguida das migrações asiáticas ocorridas há
11 mil anos.
As teorias dos pesquisadores brasileiros não são as únicas que tentam explicar a 467
chegada do homem à América. Elas são apenas as mais recentes e são tão importan-
tes como as explicações anteriores.
História
Jogo rápido
Observe o infográfico Prováveis rotas migratórias para a América e realize as seguin-
tes atividades.

1 Qual é a teoria mais aceita para o povoamento da América? Resposta: a.

a) O povoamento do continente africano.


b) A trajetória do Homo sapiens para a Europa.
c) A chegada dos humanos na América pelo estreito de Bering.
d) A ocupação da Ásia pelo Homo sapiens.
2 De acordo com o infográfico, qual é a teoria de colonização da América do Sul?
a) Teoria do estreito de Bering, em que o homem passa pela América do Norte e chega à
América do Sul.
b) Teoria Polinésia.
c) Teoria Australiana.
d) Teoria de Clóvis. Resposta: a.

Idade da Pedra Polida ou Neolítico


Na Idade da Pedra Polida ou Neolítico, o desenvolvimento de utensílios, como
machados e arados simples, e a aquisição de conhecimento, principalmente sobre
o meio ambiente, favoreceram as transformações culturais. O início do processo
de sedentarização dos grupos humanos também é uma característica importante
desse período. Nesse processo, os grupos nômades, que se deslocavam periodica-
mente, começaram a se fixar nas regiões.
Mas o que causou essas transformações? Uma causa pode ser apontada: a mu-
dança climática. A alteração do clima afeta diretamente a obtenção de alimento, di-
minuindo a quantidade de produtos coletados e de animais para caça. Alguns gru-
pos que habitavam as montanhas desceram para os vales em busca de alimentos.
A necessidade de se alimentar impulsionou vários grupos humanos do Neolítico a
transformar a natureza. Começaram as tentativas de produzir frutos, grãos e raízes
até então coletados. Era o início da agricultura. Outra atividade iniciada foi a domes-
ticação de pequenos animais animais, criados para se obterem leite, carne, lã e peles.
Será que essas transformações aconteceram de forma rápida e igual para todos
os grupos humanos? O processo de transformação da economia de subsistência
(isto é, apenas para o sustento) – feita com base na coleta e na caça – para uma
economia mais estável – por meio da criação de animais e do cultivo de alimentos
Excedentes
– levou milhares de anos. Por razões ambientais, o desenvolvimento da agricultura
O que sobra. No aconteceu de maneiras diferentes em cada continente.
caso da agricultura,
A agricultura gerou a produção de excedentes de alimentos. Esse aumento de
a produção de
alimentos era alimentos fez com que, ao longo do tempo, a população aumentasse, o que moti-
468 maior do que o vou a fixação de residência (sedentarismo). Assim, a população começou a se orga-
consumo pelos nizar em aldeias, construindo os primeiros assentamentos. Nelas, cada membro se
indivíduos.
especializava em um trabalho.
História
O homem do Neolítico descobriu que podia aproveitar melhor a matéria-prima e
aprimorou a confecção de ferramentas. Desenvolveu o lascamento em formato de
lâminas e a pedra polida, aumentando a variedade de instrumentos. A atividade de
polir pedras consiste em lascá-las até ganharem a forma de um objeto pontiagudo.
A partir daí, as pedras são lixadas com areia até chegar ao artefato final. Geralmen-
te, os utensílios confeccionados eram lâminas de machado, pilões e ferramentas
associadas ao consumo de alimentos vegetais. Todos levam tempo para ser cons-
truídos, porém sua durabilidade é maior.
Os grupos humanos do Neolítico se organizaram em aldeias, inventaram a roda,
o arado e produziram tecidos. Com o passar do tempo, essas aldeias aumentaram.
Esse fato favoreceu aos agricultores as trocas de sua produção agrícola excedente
por ferramentas, utensílios e outros produtos de interesse para o próprio uso – era
o início das atividades comerciais. Tal afirmação é feita com base em pesquisas ar-
queológicas atuais que apontam a possibilidade de um intercâmbio desses artefatos.
As fontes que proporcionaram o levantamento dessa hipótese são algumas dessas
criações que foram encontradas em lugares bem distantes dos locais de origem.
Além da produção de alimentos, a sedentarização impulsionou a produção ar-
tística e artesanal. As sociedades neolíticas fabricaram uma variedade de cerâmi-
cas, teares têxteis, ferramentas e ornamentos, que se destinavam tanto para o
consumo do grupo quanto para a troca com outras populações.

A produção de cerâmica na Pré-História consistia na confecção de artefatos


com argila fresca, moldada à mão. Depois, as peças eram colocadas para secar
dentro de um buraco sob o qual havia uma cavidade para a passagem do calor
do fogo, que era aceso em uma abertura inferior. Essa escavação era coberta
com folhas para que houvesse a queima e o endurecimento da argila, a fim de
evitar a quebra das peças. Havia um tipo de forno para a secagem dos objetos de
argila. Esses utensílios permitiram o aumento de consumo dos alimentos, uma
vez que eles eram preparados e armazenados após o cozimento.

No final do Neolítico, houve também outro avanço importante: o uso de instru-


mentos com materiais mais resistentes, como metais, ouro e cobre, que eram des-
469
tinados à confecção de ornamentos, facas, flechas e agulhas. Foi o momento de
transição da Idade da Pedra para a Idade dos Metais.
História
Você no Brasil
PIAUÍ - Conhecendo o Patrimônio
Arqueológico Brasileiro
Piauí
Unidade temática:
História: tempo, espaço e formas de registros.
dovla982/Shutterstock

Objeto do conhecimento:
Formas de registro da História e da produção do conhecimento histórico.
Habilidade:
Identificar a gênese da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes
que originaram determinadas formas de registro em sociedades e épocas distintas.

A bandeira do Piauí
tem as mesmas Você já ouviu falar do Parque Nacional Serra da Capivara? Ele é considerado pa-
cores da bandeira trimônio mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
nacional para Ciência e a Cultura). Localiza-se na proximidade de São Raimundo Nonato, municí-
representar sua
pio do Piauí. Essa área da região Nordeste brasileira apresenta relevo formado por
integração ao
Estado brasileiro. chapadas e vales onde há sítios arqueológicos, exemplos de arte rupestre, além de
A estrela branca é outras evidências da presença dos seres humanos pré-históricos.
Antares, a mesma Tudo isso faz parte do nosso patrimônio, o qual é dividido em material e imate-
que representa o
rial. Entre os patrimônios materiais, estão os vestígios arqueológicos.
Piauí na bandeira
do Brasil. A área arqueológica da Serra da Capivara é estudada por uma equipe interdisci-
plinar de pesquisadores desde 1973. Ao longo desse tempo, foi coletada uma varie-
dade de vestígios arqueológicos, ampliando o acervo sobre a Pré-História brasileira.
Pode-se dizer que a área arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara con-
centra a maior quantidade de abrigos pintados sob rocha do continente americano.
É comum, principalmente no Brasil, a arte rupestre ser a única evidência da pre-
sença humana e da identificação dos sítios arqueológicos. Há registros rupestres em
locais sem condições de serem habitados. Também existem situações em que as
placas de pedras pintadas se desprenderam das paredes dos abrigos e caíram em
Marcos Amend/Shutterstock

camadas arqueológicas, permitindo afirmar que a prática da arte rupestre na região


semiárida brasileira existiu há aproximadamente 12 mil anos.

470

História
Além das pinturas, outros vestígios arqueológicos encontrados na região permitem conhecermos
como era o dia a dia dos primeiros grupos humanos brasileiros. A Fundação Museu do Homem Ame-
ricano (FUMDHAM) é a instituição responsável pela fiscalização, proteção, identificação, restauração e
preservação desses sítios.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

Haroldo Palo Jr/kino.com.br


Toca da mandioca. Exemplo de pintura rupestre.

A Arqueologia brasileira classifica seus sítios arqueológicos em pré-históricos – que contêm evi-
dências da presença humana antes da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 d.C., como grutas,
aldeias, oficinas líticas – e sítios históricos – que abrigam vestígios após o chamado processo de colo-
nização, como fortes, engenhos, quilombos, etc. Professor, no trabalho com conteúdos relacionados à Arqueologia pré-
-histórica, usar o conceito “antes de 1500” como ponto de referência
Trabalho em grupo para se contar os anos. Lembre-se de que essa datação é convenção para
explicar a ocupação indígena antes de 1500, ou seja, antes da chegada
Mural de pintura rupestre dos europeus. Aplicar o conceito de geração como medida de tempo e de
século como unidade de medida de tempo histórico.
Materiais Informar aos alunos que pinturas rupestres são um conjunto de
representações gráficas realizadas pelos homens do passado com
• Papel pardo (kraft) retangular (100 cm × 60 cm); pigmentos extraídos da natureza para registrar suas caçadas, seus
rituais religiosos, enfim, seu dia a dia. Se possível, conversar com o
• Tinta vermelha, preta, marrom, amarela e preta; professor de Artes sobre sugestões e dicas para os alunos fazerem
os pigmentos que serão utilizados nas pinturas rupestres para a
• Cotonete; confecção do mural.

• Borra de café usado ou saquinho de chá para envelhecer o papel.


1 Com a orientação do professor, siga estes procedimentos:
I. Reúnam-se em grupos.
II. Rasguem as bordas do papel pardo de forma desigual, para que pareça uma parede de caverna. Em
seguida, adicionem, com o cotonete, a borra de café ou chá para dar ao papel um efeito de enve-
lhecido.
III. Imaginem-se como homens que viveram na Pré-História e que desejam registrar um aconteci-
mento importante do dia, como suas caçadas, a localização dos alimentos, um ritual a seus deuses
e assim por diante. Usem a imaginação para esse registro e façam os desenhos rupestres na pare-
de da caverna que vocês construíram.
2 Apresente para a turma o que foi produzido. Discutam as semelhanças e diferenças entre os desenhos 471
de cada grupo. Que palavras poderiam ser usadas para descrever as ilustrações? Por que as ilustrações
foram feitas? Que mensagens poderiam transmitir?
História
Atividades

1 Observe a imagem atentamente e, depois, faça o que se pede.

a) Com base na imagem, elabore um texto que relate os acontecimentos e as cenas representados.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno escreva sobre as cenas do cotidiano, como a fabricação de cestos de palha, o trabalho

de armazenagem de grãos, a produção de utensílios em pedra e a criação de animais.

b) Qual é o local representado na cena? Que período é retratado?


Trata-se de uma aldeia. A cena retratada é da Pré-História, durante o período Neolítico.

c) De acordo com a imagem, caracterize a forma como viviam os grupos humanos e como estava organizada a
sociedade do período em questão. Descreva-a.
As respostas devem ser explicativas, como: os homens do Neolítico viviam em aldeia.

Professor, explicar aos alunos que, quanto maior a produção, maior a quantidade excedente de produtos. Comentar também que,

com isso, o comércio surgiu e as pessoas passaram a trocar o excedente por outros produtos. A produção de excedentes também

aumentou a disponibilidade de alimentos e, com esta, a expectativa de vida. Para preservar a segurança alimentar, os grupos

começaram a se instalar em lugares cultivados, passando de nômades para sedentários, estabelecendo assim os primeiros

assentamentos humanos.

472

História
2 Quais as principais diferenças entre os primeiros seres humanos do período Paleolítico e os grupos
do Neolítico?
Os grupos humanos das sociedades do Neolítico, diferentemente dos seres humanos do Paleolítico, não precisavam procurar

constantemente alimentos, pois já dominavam a técnica do plantio, produziam os alimentos no próprio campo e criavam animais

para obter leite, carne, lã e peles. Eles também utilizavam ferramentas usadas na agricultura, como foices ou machados para cortar.

Além disso, usavam animais para o trabalho na agricultura.

3 Observe a imagem ao lado e explique a técnica nela representada para se fazer cerâmica.
A cerâmica pré-histórica era moldada à mão, sem o uso do torno;

também se usava o calor do fogo para que ela ficasse dura e não

quebrasse com facilidade. Eles faziam rolinhos com as mãos

e iam modelando a argila, que depois era colocada sobre uma

base para que pudesse ser trabalhada e ganhasse a forma

desejada. Finalizada e decorada, a peça era queimada para que

não quebrasse.

4 Preencha o quadro com dados comparativos entre a sociedade do Neolítico e a atual.

Formas de vida Diferenças Semelhanças

Os alimentos consumidos por nós são praticamen-


Nas sociedades da Pré-História, os grupos huma-
te iguais, porém a forma como são consumidos e
Alimentação nos precisavam sair em busca de seu alimento,
adquiridos, não; na atualidade, geralmente, são ad-
como plantas, tubérculos, vegetais e animais.
quiridos nas feiras e em supermercados.

Geralmente, confeccionavam suas vestes com o


Boa parte das vestimentas usadas atualmente são
Vestimenta couro dos animais que caçavam ou as teciam com
industrializadas.
fios de algodão usando teares.

Ferramentas elaboradas com distintos materiais


Pedra polida: machadinhas, pontas de flecha, entre
Ferramentas outros.
para realizar atividades diversificadas, como tipos
variados de facas, até mesmo elétricas.
473

História
5 No período chamado pedra polida (Neolítico), houve avanços significativos, como o desenvolvimento
da agricultura e a domesticação dos primeiros animais. Esse período compreende, aproximadamente,
de 8000 a.C. até 4000 a.C. Com o desenvolvimento da agricultura e a sedentarização das comunidades,
desenvolveram-se as primeiras aldeias. Os grupos humanos dessas sociedades não precisavam pro-
curar constantemente alimentos, pois conheciam a técnica do plantio, e os alimentos eram produzidos
no campo; criavam, também, animais para obter leite, carne, lã e peles. Usavam ferramentas e animais
na agricultura.

As peças de cerâmica eram produzidas para armazenar, cozinhar e transportar alimentos ou líquidos;
como consequência disso, houve o primeiro intercâmbio comercial, transportando-se o excedente da
agricultura. Esse fato possibilitou o aprimoramento das técnicas da fabricação das cerâmicas mode-
ladas à mão: descobriram que, se postas na fogueira, as peças tinham maior durabilidade; além disso,
desenvolveram a tecelagem para a confecção de tecidos feitos com a lã dos animais. Considerando
todas essas informações sobre o Período Neolítico, responda às questões a seguir.
a) Quais as consequências da descoberta da agricultura e da domesticação de animais?
Uma das consequências da descoberta da agricultura foi a sedentarização das comunidades e o aparecimento das primeiras

aldeias. Isso porque eles não precisavam procurar constantemente alimentos, pois conheciam a técnica do plantio e os alimentos

eram produzidos no campo, além disso, criavam animais para obter leite, carne, lã e peles.

b) Que novos instrumentos foram utilizados na agricultura?


Utensílios como foices ou machados para cortar.

6 Vimos, nesta unidade, que estudos sobre a Pré-História também foram realizados no Brasil. Com base
nesse tema, resolva os exercícios.
a) Quem foi Peter Lund? Que atividade exerceu no Brasil?
Peter Lund foi o naturalista dinamarquês que, na década de 1840, iniciou o trabalho de escavações arqueológicas na região de

Lagoa Santa, em Minas Gerais.

b) Quem é Walter Neves?


Walter Neves é um antropólogo, físico e arqueólogo brasileiro.

c) Comente a relação entre Peter Lund, Walter Neves e Luzia.


Na década de 1970, Walter Neves retomou o trabalho de Peter Lund, realizando escavações em Lagoa Santa. Assim, encontrou o

474 crânio e outros ossos de Luzia, considerada um dos mais antigos seres humanos do Brasil.

História
Tarefa
1 Observe o mapa sobre as possíveis rotas do povoamento do continente americano. Elabore um texto
sobre esse conteúdo.

Movimentos migratórios: o ser humano chega à América


0º 180º

OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico

OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer

OCEANO
PACÍFICO
Equador

OCEANO
ÍNDICO

Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich

Prováveis rotas do ser humano para a América O L


Provável região do surgimento da espécie humana S
Fósseis humanos mais antigos do continente 0 2 400 km

Fonte: <www.klickeducacao.com.br/simulados/simulados_mostra/0,7562,POR-12682-44-114-2006,00.html>. Acesso em: 28 jan. 2018.

Atividade textual. O aluno deverá pesquisar as três teorias mais aceitas para responder à questão.

475

História
2 Escreva o nome dos objetos do período Neolítico representados no quadro.

Editorial/Alamy/Fotoarena

G. DAgli Orti/De Agostini/Getty Images;


Editorial/Alamy/Fotoarena;
Javier Trueba/MSF/SPL/Latinstock
Cerâmica: Neolítico Tear: Neolítico Instrumentos de pedra polida: Neolítico

3 Observe a imagem. De acordo com o que ela retrata e com base no que estudou, que mudanças pode-
mos identificar nos homens do passado?

Encyclopaedia Britannica/UIG/Getty Images

Espera-se que os alunos observem e comentem as transformações físicas e comportamentais vivenciadas pelos primeiros

seres humanos na Pré-História.

4 Para fazer esta atividade, destaque o material disponível ao final deste caderno. Faça uma linha do tem-
476
po de acordo com o período a que corresponde cada um desses indivíduos e, com base nos mapas,
localize-os geograficamente. Para construí-la, recorte os encartes com as informações correpondentes.
História
5 Complete os quadros com as características do homem do Paleolítico.

6 Com base nos conhecimentos que você adquiriu sobre a Pré-História, pode-se afirmar que os primei-
ros seres humanos não se comunicavam? Comente sua resposta.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o fato de os seres humanos pré-históricos não terem desenvolvido a escrita

não significa que eles não se comunicavam. A arte rupestre é uma forma de comunicação. Com base nesses registros, podemos

estudar sobre o cotidiano dos indivíduos pré-históricos.

477

História
Você aprendeu

Chegamos ao final da unidade e trabalhamos vários conteúdos sobre o período da Pré-História. Agora é
hora de relembrá-los. Para isso, leia os esquemas a seguir e verifique se você precisa rever algum deles.

PRÉ-HISTÓRIA
Período que faz parte da história da humanidade. Rece-
be essa denominação por corresponder ao período em
que não há documentação escrita.

Idade da Pedra Lascada ou Idade da Pedra Polida ou


Migrações
Paleolítico Neolítico

100 mil anos: o homem che- População: formada por ca- População: sedentários e
gou ao Nordeste brasileiro çadores e coletores nômades agrícolas começaram a se fi-
vindo da África. Vinha nave- que andavam em bando, ge- xar nas regiões.
gando de ilha em ilha numa ralmente em grupos de 25 a
época em que o mar estava 40 pessoas.
mais baixo. Essa ideia foi de- Moradia: a população co-
fendida por Niède Guidon. meçou a se organizar em al-
deias, construindo os primei-
Moradia: os humanos dessa
ros assentamentos.
época viviam em abrigos ro-
18 mil anos: uma única leva chosos, cavernas e usavam
de humanos deixou a Sibéria peles de animais para se pro-
Instrumentos: os utensílios
e entrou no Alasca. Indivídu- teger do frio.
confeccionados eram lâmi-
os de tipos físicos distintos,
nas de machados, pilões e
alguns mais africanos, outros
almoxarifes, ferramentas as-
mais asiáticos, compunham Instrumentos: com os os-
sociadas ao consumo de ali-
o grupo. sos obtidos das caças, esses
mentos vegetais que leva-
grupos humanos confeccio-
vam tempo para ser constru-
navam objetos de pedras
Entre 10 e 15 mil anos: mi- ídas, porém com durabilidade
cortantes. Esses instrumen-
grantes de feições africanas maior.
tos eram utilizados para di-
cruzaram o estreito de Bering versas atividades cotidianas,
e aqui se estabeleceram. Mais como cortar, raspar, macerar,
tarde, uma nova leva de colo- perfurar. Com eles, podiam
nizadores, com traços asiáti- construir machados e outros
cos, penetrou nas Américas e instrumentos.
se tornou a dominante.
478

História
Quem foram os UNIDADE
primeiros habitantes
do Brasil? 3
Objetivos e
habilidades
Povoamento da América e (EF06HI05) Descrever
modificações da
Pré-História do Brasil natureza e da
paisagem realizadas
por diferentes tipos
Reprodução/Coleção particular

de sociedade, com
destaque para os
povos indígenas
originários e povos
africanos, e discutir
a natureza e a lógica
das transformações
ocorridas.

O gliptodonte habitava a América do Sul até aproximadamente 10 mil anos atrás, quando entrou em
extinção. Era um animal de grande porte, com quase 4 metros de comprimento. A obra de Heinrich
Harder, de 1920, representa paleoíndios caçando um gliptodonte.

Lembra-se das teorias sobre o povoamento da América? Vimos na unidade passa-


da que, por meio da datação de fósseis, foi possível determinar hipóteses de como e
quando ocorreram as migrações dos seres humanos no continente americano.
Mundo digital
Agora, veremos como os primeiros grupos humanos ocuparam o território hoje
denominado de Brasil. Quem eram esses seres humanos? Conheça o maior
e mais antigo
Vestígios encontrados em sítios arqueológicos de Lagoa Santa, em Minas Ge-
museu do Brasil:
rais, e Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, revelam que esses grupos humanos o Museu Nacional
pertenciam à espécie Homo sapiens sapiens. De acordo com a análise feita dos ves- da Universidade
tígios arqueológicos, como ossadas e crânios de seres humanos, revelou-se que do Rio de Janeiro.
a ocupação do Brasil ocorreu por volta de 11 mil anos até 50 mil anos atrás. Pri- Faça uma visita
meiramente, houve um grupo com as características de Luzia. Contudo, o grupo virtual no site dele
para conhecer mais
dominante, que permaneceu, foi o dos paleoíndios, pertencentes à segunda grande
sobre fósseis e a
migração. Receberam a denominação de paleoíndios pelas características seme- história da vida na
lhantes às dos indígenas atuais. Contudo, há outra teoria que defende a presença Terra.
de seres humanos no Brasil anterior a 50 mil anos.
Mas qual teria sido a origem desses seres humanos? De onde vieram?
Como vimos na unidade 2, os estudos arqueológicos apontam que a origem
da humanidade foi na África. Segundo as teorias desenvolvidas até o momento,
teria sido desse continente que os primeiros seres humanos saíram à procura de 479
alimentos. Nessa busca, teriam caminhado primeiramente até a Ásia e a Europa,
depois, seguido para a Oceania e, por último, para a América.
História
Por causa dessas migrações, os estudiosos entendem que a Pré-História
não foi um período em que o desenvolvimento de grupos humanos aconteceu
de forma simultânea, isto é, ao mesmo tempo, em todo o mundo. A agricultura
e a metalurgia, por exemplo, teriam surgido primeiramente na Ásia e Europa e,
depois, na América.

Em suas migrações, esses caçadores-coletores


percorriam grandes distâncias. Eles realizavam suas
Palê Zuppani/Pulsar Imagens

viagens em bando e costumavam usar abrigos ro-


chosos para se proteger do frio e de animais. Confor-
me também vimos na unidade anterior, os primeiros
grupos humanos desenvolveram técnicas mais apri-
moradas para a criação de instrumentos de pedra. A
fabricação desses instrumentos pode ser considera-
da uma revolução tecnológica. Os instrumentos
que fabricavam eram usados para diversas finalida-
des. Os machados e as lanças, por exemplo, eram
usados para a caça.
Artefatos de pedra
polida do Período
Neolítico, cerca de 8
Para que serve?
mil anos, encontrados
no Brasil. O formato Revolução tecnológica
dessas lâminas de
As experiências humanas resultam em transformações culturais. Conhecer as ações dos seres hu-
machado comprova
manos ao longo do tempo e em diferentes espaços é um dos objetivos da História. Acontecimentos
o conhecimento de
como o domínio do fogo e sua utilização, o desenvolvimento da escrita e de práticas para cultivo
técnicas de polimento
de alimentos na agricultura são exemplos de avanços tecnológicos na Pré-História. Compreender
de diferentes tipos de
materiais e de pedras. esses processos auxilia os seres humanos de hoje a conhecer a origem de alguns hábitos, como a
Estudos indicam que presença do milho na alimentação dos indígenas. Sabe-se que esses alimento não é nativo do Bra-
esses instrumentos sil. Os paleoíndios, em suas migrações, trouxeram do México as sementes desse vegetal há cerca
foram criados de 8 mil anos. Domesticar a plantação de milho, ou seja, adaptar seu cultivo ao solo brasileiro, é uma
para finalidades prática que requer conhecimento de técnicas agrícolas. Isso significa que tecnologia não é um termo
cerimoniais, algum ligado somente a equipamentos eletrônicos, de modo que é possível afirmar que, na Pré-História,
tipo de ritual. houve uma revolução tecnológica.

Os grupos humanos de um período mais recente


Rômulo Fialdini/Tempo Composto/ Museu Nacional/Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.

(chamados pelos arqueólogos de ceramistas) en-


contraram diferentes tipos de rochas, como o sílex,
que foi muito utilizado para elaborar os instrumen-
tos. As ferramentas feitas de sílex não eram lasca-
das e depois abandonadas, como acontecia com as
ferramentas confeccionadas até então, cujo mate-
rial era o quartzo. Com o sílex, eles produziram fer-
ramentas sofisticadas, e, por isso, tinham interesse
em guardá-las O sílex é uma rocha muito dura, de
grande durabilidade e cores variadas.
Almofariz, utensílio utilizado para moer pequenas quantidades de
480 ingredientes, com representações de figuras humanas. Sem data, Pedra
Polida, Ilha de São João, Rio Trombetas, Pará; 25,7 cm × 1,5 cm –,
Museu Nacional.

História
Condições climáticas no território que hoje
corresponde ao Brasil
O modo de vida dos grupos humanos depende das condições do ambiente. Se,
nos dias atuais, o desequilíbrio ambiental influencia a vida da população mundial,
imagine como isso afetou a rotina dos homens pré-históricos. É válido lembrar
que os primeiros grupos humanos eram caçadores-coletores. Assim, as alterações
climáticas interferiam diretamente na quantidade de produtos necessários para o
consumo e a sobrevivência desses seres humanos.
Há 10 mil anos, o território que hoje corresponde ao Brasil era mais frio e apresenta-
va uma extensa planície costeira. As paisagens eram diferentes, as florestas tropicais
eram menores e existiam paisagens com mais araucárias, caatinga, pampa e cerrado.
Gradativamente, uma mudança climática global afetou o meio ambiente brasi-
leiro. A temperatura aumentou, as florestas se expandiram e as áreas abertas di-
minuíram. Com o degelo, ocorreu o aumento das bacias hidrográficas, o mar subiu Conectando
saberes
a níveis próximos aos atuais, trazendo consequências para a megafauna que aqui
Você aprenderá
existia. Aos poucos, o habitat natural desses animais gigantes foi alterado, ocasio-
sobre as
nando sua extinção. relações entre os
componentes físico-
-naturais, ou seja,
clima, vegetação e
É verdade?
relevo, na disciplina
A megafauna do Brasil durante a Pré-História era composta por animais como preguiça-gigante, de Geografia.
mastodontes, toxodontes, que serviam de presas para o tigre-dente-de-sabre e dos paleoíndios.
Pode-se, então, afirmar que havia tigre-dente-de-sabre no Brasil. Verdade ou mito?

É verdade. Favor consultar o Manual do Professor.

Caçadores-coletores Para que serve?


Em Arqueologia,
Como vimos na unidade anterior, as fontes materiais e a cultura material são
são usadas
importantes para o estudo da Pré-História. algumas siglas,
No Brasil, foram encontrados vários sítios arqueológicos desse período históri- como A.P. (antes
do presente), que
co, ricos em fontes materiais. Entre os mais importantes estão o do Parque Nacio-
se refere a um
nal da Serra da Capivara, na região de São Raimundo Nonato, no Piauí; a caverna marco utilizado
da Pedra Pintada, no município de Pacaraíma, em Roraima, e na região de Lagoa por essa ciência.
Santa, no Estado de Minas Gerais. Foi escolhida a data
de 1°_ de janeiro de
A cultura material encontrada nesses sítios constituem-se de materiais feitos 1950 como ponto
de pedra, restos de dieta alimentar, sepultamentos humanos, restos de habitação, de partida para
entre outros, que revelam o modo de viver dos grupos humanos do período. Uma essa escala de
tempo. Ele difere
das informações obtidas por meio desses vestígios é de que os grupos humanos do marco histórico,
ocuparam parte do território brasileiro entre 7 000 e 10 000 mil A.P. o Anno Domini (ano
Os estudos dessas evidências sugerem que os paleoíndios eram nômades e, do Senhor), que
considera o ano 1
por isso, dependiam das condições geográficas e ambientais para sua subsistên- como o nascimento
cia. Assim, eles procuravam locais onde houvesse relevo, hidrografia, fauna e flora de Jesus Cristo. 481
que pudessem abastecê-los e abrigá-los. Revelam, ainda, que andavam em bando,
caçavam, pescavam, usavam abrigos sobre rochas para se proteger.
História
Etnia Em cada região, existiam grupos humanos pertencentes a etnias diferentes, os
quais exploravam os espaços territoriais de acordo com suas necessidades. Quan-
As etnias são
estudadas pela do um grupo saía, os lugares eram frequentemente reocupados por grupos de ou-
etnografia, tras etnias, que procuravam as mesmas condições naturais para se instalar.
que é o estudo Também há evidências de que alguns grupos humanos pré-históricos conhe-
descritivo da
cultura dos povos,
ciam a construção de moradias feitas com madeira, terra, pedra e folhas vegetais
como língua, para a cobertura. Outro tipo de moradia eram as grutas. Em algumas delas, loca-
religião, hábitos lizadas em diferentes regiões do Brasil, foram encontrados cemitérios e pinturas
e manifestações rupestres. Os registros rupestres apresentam informações sobre o modo de vida
materiais de suas
atividades.
dos primeiros habitantes das terras que hoje são brasileiras.
Quando não encontravam abrigos naturais, escavavam casas subterrâneas. Nas
Professor, enfatizar regiões que podiam ser inundadas, as construções eram feitas em cima de aterros.
que, por causa dessa Muitos grupos formavam aldeias com acampamentos de acordo com os meses
particularidade,
é importante o do ano (ciclo sazonal) para a exploração de determinados produtos, demonstrando
conhecimento de como
esses grupos humanos
que se preocupavam com o espaço.
utilizavam os espaços e Os grupos chamados sambaquieiros deixaram a maior quantidade e diversida-
como se relacionavam,
bem como sua de de testemunhos de sua permanência no território brasileiro. A cultura humana
origem cultural e sua
adaptação.
que pertencia a eles ficou preservada nos sambaquis.
Mas o que são sambaquis? Antigamente, alguns grupos humanos habitavam as
regiões litorâneas do Brasil. Eles permaneciam em um mesmo lugar e acumulavam
conchas, moluscos, ossos de animais (especialmente de peixes, mamíferos, aves e
répteis), restos de caranguejo, ouriço, sementes e coquinhos. Com esses materiais,
os sambaquieiros erguiam morros que chegavam até 25 metros de altura.
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Sambaqui é uma palavra de origem tupi formada pela expressões tamba A Geologia utiliza a estratigrafia para estudar as
(conchas) + ki (amontoado), cujo significado é “amontoados de conchas”. Os camadas do subsolo, ou seja, os estratos. Cada
mariscos – comuns na região litorânea do Oceano Atlântico – faziam parte estrato apresenta uma periodização e pode conter
da alimentação desses povos. Os trabalhos arqueológicos realizados nos evidências de vida animal, vegetal e humana.
sambaquis indicam que a maioria dos sambaquieiros jogava os moluscos Quanto mais profunda a camada, mais antiga
diretamente nas fogueiras para abrir suas conchas. Após o consumo deste ela é. A imagem apresenta um recorte de terreno
alimento, as conchas eram descartadas e acumuladas em pilhas. A grande com vestígios arqueológicos. Cada camada está
quantidade consumida de moluscos formou, ao longo do tempo, pequenas identificada com uma letra.
montanhas, os chamados sambaquis. Na imagem, a estratificação das
camadas de um sambaqui no litoral de Santa Catarina.

482 Com relação à finalidade dos sambaquis, os estudiosos propõem várias hipó-
teses. Entre elas, a de que integravam espaço de habitações temporárias. Os ves-
tígios que comprovariam essa teoria são artefatos, pedaços de matérias-primas,
História
marcas de fogueiras e de sepulturas. Outros pesquisado-

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens


res defendem que serviam apenas de depósitos de restos
alimentares. Vestígios de fogueiras e de alimentos indi-
cam que eles preparavam suas refeições e jogavam o que
delas sobrava no próprio sambaqui.
Por meio de algumas teorias é defendida a ideia de que
os sambaquis eram locais de morada e, para isso, apoiam-
-se em uma cultura material relacionada à vida cotidiana
ou a cemitérios (alguns grupos humanos tinham o hábito
Ponta de flecha
de enterrar os mortos nesses lugares).
(sílex) do acervo do
Geralmente, nos locais onde são encontrados enterramentos funerários, a cul- Museu Histórico
tura material é composta de lâminas de machado, colares de conchas com pingen- Padre Carlos Weiss,
Londrina (PR). Para
tes confeccionados com dente de porco-do-mato, entre outros objetos. Encon-
produzir instrumentos
tram-se também nesses sítios esqueletos de homens, mulheres e crianças. como esse, os
grupos humanos
que habitaram as
A cultura material, assim como as fontes visuais e orais, revelam muito so- terras que hoje são
bre o passado. Nesse sentido, podemos perceber as continuidades e desconti- brasileiras utilizavam
os lascamentos de
nuidades dos objetos e seus diferentes usos ao longo do tempo, uma vez que uma pedra com outra a
constituem rico material de pesquisa. fim de afiar as rochas,
formando, por exemplo,
uma ponta de lança ou
uma ferramenta afiada

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens


para cortar.

Saiba mais
A Lei n. 3 924,
de 26 de julho de
1961, protege
monumentos
arqueológicos e
pré-históricos.
Você pode acessar
este documento
completo pela
internet.

Esqueleto humano encontrado em um sambaqui, em Santa Catarina.

Os artefatos encontrados em sambaquis permitiram aos pesquisadores conhe-


cer o cotidiano e as habilidades dos povos que habitavam originalmente as terras que
hoje são brasileiras. Eram caçadores-coletores e controlavam o litoral. No milênio 483
anterior à chegada dos europeus, dividiam-se em diversos grupos, entre eles Tupi-
-guarani, no litoral atlântico, e os povos da Amazônia.
História
Arqueologia no Brasil

484

GUARINELLO, Norberto. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo: Atual, 1994. (A vida no tempo do índio).

História
Ceramistas

Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo


Entre os vestígios encontrados pelos pesquisa-
dores no território em que hoje se localizam as terras
brasileiras, estão os restos de cerâmicas. Esses obje-
tos foram encontrados, sobretudo, na região da Ama-
zônia, nos sambaquis do litoral paraense e também
na região de Santarém, no Pará, e datam por volta de
7000 anos.
Tais descobertas e a localização de outras evi-
dências, como utensílios feitos de pedra e madeira,
indicam que os grupos humanos desse período eram
sedentários, isto é, não eram nômades como os gru-
pos do período anterior (os caçadores-coletores).
Além de fabricar as cerâmicas, os grupos humanos
dessas regiões praticavam a agricultura, plantando Exemplo de cerâmica marajoara utilizada como urna
mandioca, batata-doce e outros tubérculos. funerária para enterrar seus mortos.

Os instrumentos criados pelos grupos ceramistas


eram bem elaborados e feitos de materiais mais du-

Fabio Colombini/Museu de História Natural, Nova York, EUA.


ráveis que os usados pelos caçadores-coletores. Al-
guns exemplos são os machados de pedra polida e ar-
tefatos de sílex para a prática da agricultura baseada
na coivara. Pesquisadores estudam a relação entre
a sedentarização, a agricultura e o desenvolvimento
da cerâmica, uma vez que esse utensílio possibilitava
preparar os alimentos, bem como armazená-los, di-
ferentemente das práticas dos caçadores-coletores,
que consumiam os alimentos imediatamente, antes
que estragassem.
Os vestígios cerâmicos geralmente são encon-
trados em forma de cacos, recolhidos e levados para
o laboratório, onde são estudados e reconstituídos Tanguita usada pelas mulheres do povo marajoara.
Feita em cerâmica e presa ao corpo por fios, fazia parte
para descobrir sua forma, função, técnica e seu uso.
do vestuário feminino.
A reconstituição dos restos de cerâmicas encon-
trados nos sítios arqueológicos brasileiros indica que as peças apresentavam va-
riados formatos e decoração, características da identidade étnica ou linguística do
grupo humano que a produziu. Coivara

A cerâmica Marajoara, por exemplo, é conhecida pela complexidade estética, Método que
com forma, decoração e função variadas. As urnas funerárias feitas de cerâmi- consiste em
derrubar a mata
ca são elementos de destaque nessa cultura. Apresentam forma de humano e/ou
nativa e, após
animal, com pintura policrômica e motivos geométricos. Esses grupos fabrica- secagem da
vam, ainda, outros artefatos, como tangas, cujas faces externas eram decoradas vegetação, atear
com desenhos fomando linhas e triângulos. fogo às árvores
para abrir espaço.
Já as cerâmicas da cultura Santarém – localizadas na região de Tapajós – apre-
sentam pinturas com muitos elementos geométricos. Os grupos humanos da cul- Policrômica
485
tura Santarém também utilizavam o formato de humanos ou animais na confecc- Arte feita com
ção da cerâmicas; além desses artefatos, fabricavam vasos, cachimbos e estátuas. várias cores.

História
A cultura Tupi-guarani – localizada na região de São Paulo – também é ceramis-
ta e tem seus objetos decorados com pinturas policrômicas.
Os povos tupi-guarani são naturais da região Amazônica e se expandiram ocu-
pando os valões da bacia do Paraná e de quase toda a costa brasileira entre os
séculos X e XI há, aproximadamente, 10 mil anos. Em séculos mais recentes, foram
os primeiros povos a entrar em contato com os portugueses.

Romulo Fialdini/Tempo Composto/Museu Nacional da


Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rj.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Vaso antropomorfo
(com forma humana)
de cerâmica utilizado
em cerimônias dos
povos de Santarém.
Representa a figura
de uma mulher
sentada, com
pinturas geométricas
em preto e vermelho.

Cerâmica tupi-guarani utilizada como urna funerária para


sepultamento de mortos.

Subtribo Subtribo
Fase Açutuba Subtradição
Grupo Tupinambá da Tupinambá
(Tradição Pocó) Guarani
Amazônia Litoral

Família linguística
Arawak? Tupi-Guarani Tupi-Guarani Tupi?
relacionada

Médio Solimões ao Rios Tocantins, Xingu, Centro-sul da América


Localização e Litoral brasileiro
baixo Amazonas Tapajós e interflúvios do Sul
cronologia 300-1600 d.C.
1000 a.C.-300 d.C. 200-1600 d.C. 300-1600 d.C.

Tigelas de consumo
Fernando Ozorio de Almeida/Acervo do cedente

Panelas de preparo

486
ALMEIDA, Fernando Ozorio de. Aspectos da arqueologia brasileira. Estudos avançados, v. 29, n. 83, São Paulo, jan./abr. 2015. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000100087>. Acesso em: 28 jan. 2018 (Adaptado).

História
Atividades
O trabalho do arqueólogo não termina com a escavação. Depois de escavar, ele continua tentando montar
o quebra-cabeça sobre as sociedades que está pesquisando.

1 Agora você fará o papel de auxiliar de arqueólogo: ajude esse profissional em seu trabalho, fazendo o
que se pede. Realizar esta atividade, prefencialmente, em sala de aula.

a) No espaço 1A, identifique o tipo de artefato representado. Qual sua utilidade?


Machadinha. Arma usada para defesa, para a caça de animais, para construções.

b) Identifique e escreva o período em que esse artefato foi confeccionado. De que material foi feito?
Pelo estilo do artefato (machadinha), ele foi criado no Período Neolítico, por isso foi feito em pedra polida. A machadinha é feita

de pedra.

c) Na linha 2D, qual é o artefato representado? Qual sua finalidade? Hoje usamos esse tipo de artefato?
É um machado, utilizado para caçar animais de grande porte. Espera-se que os alunos respondam afirmativamente à ultima

pergunta, mas que indiquem que utilizamos esse artefato para a construção e não para caçar.

d) Nesse quadro, há uma representação rupestre. Informe a coordenada em que ela se encontra.
Coordenada 4B.

e) Localize a coordenada que apresenta uma urna funerária, artefato em que se enterravam os mortos. 487

Na coordenada 1B.

História
f) O objeto usado como colar encontra-se em qual coordenada?
Na coordenada 4D.

g) O quadro representa um alimento muito comum nas sociedades indígenas. Qual é esse alimento? Em que
coordenada ele se localiza?
É o milho. Coordenada 3A.

h) Na coordenada 3B, qual é o objeto representado?


Pote de cerâmica.

2 No passado, assim como na atualidade, as pessoas costu-

Adilson B. Liporage/Opção Brasil Imagens


mavam usar argila para fazer utensílios para usar no dia a dia,
como panelas, vasos, pratos, entre outros objetos. Em traba-
lho de pesquisas em campo, arqueólogos encontraram po-
tes completos ou pedaços quebrados desses objetos usados
por povos antigos que viveram no território brasileiro. Esses
fragmentos podem nos dar muitas informações a respeito
de como viviam as pessoas possuidoras de tais objetos.
Imagine-se como um pesquisador arqueológico, observe o
pote representado nesta imagem e responda à questão.

Qual a utilidade desse objeto? De que material é feito?


Sugestão de resposta: Trata-se de uma urna funerária ou de um recipiente

usado para preparar alimentos. Provavelmente é feito de argila.

3 O que são sambaquis?


São sítios arqueológicos formados por pilhas de conchas de moluscos consumidos na alimentação de grupos humanos que

habitavam a região litorânea do Brasil. Os sambaquis também eram utilizados para enterrar os mortos.

Tarefa
1 Nesta unidade você estudou como era o modo de vida dos grupos humanos pré-históricos que viveram
nas terras que hoje correspondem ao Brasil. Que tal você escrever uma história em quadrinhos con-
tando a vida desses caçadores-coletores? Use seus conhecimentos e sua imaginação e mãos à obra!
488 Escreva-a em folha à parte. Em dia agendado pelo professor, apresente o seu trabalho à turma.
Professor, incentivar os alunos a imaginar como eram esses grupos humanos, como viviam, o que comiam, o que vestiam,
quais foram as descobertas que fizeram e a organizar esses conhecimentos em uma história em quadrinhos. Conversar com
o professor de Língua Portuguesa para que a atividade seja desenvolvida de forma interdisciplinar.

História
2 Complete o quadro com as informações que se pedem.

Caçadores-coletores Agricultores

Alimentação Caçavam, pescavam e comiam frutos silvestres. Plantavam para sua subsistência.

Moradia Nômades ou sedentários. Sedentários.

Instrumentos de Instrumentos feitos em pedra, esculpidos com


Usavam instrumentos de pedra.
trabalho técnicas elaboradas.

Utensílios Usavam instrumentos de pedra. Fabricavam cerâmica.

3 Construa uma linha do tempo indicando com datas quando ocorreu a ocupação do Brasil e a época em
que viveram os caçadores-coletores, os ceramistas e você.

Professor, na construção da linha, os alunos devem indicar a idade no final; antes do nascimento do aluno, situariam-se os
sedentários e, antes deles, os caçadores-coletores. Exemplo: caçadores e coletores, sedentários e o aluno na linha.

A.N D.N

caçadores ceramistas 1500 os alunos

Descobrimento
do Brasil

4 Defina os seguintes termos.


a) Arqueologia.
Ciência que estuda diversas culturas, desde o surgimento da espécie humana até o momento presente.

Para tanto, faz uso dos conhecimentos de todas as áreas. Nessas pesquisas, analisam-se as transformações ocorridas no

meio ambiente e registram-se os vestígios deixados pelo homem por meio da cultura material, um elemento importante para

compreendermos o funcionamento das sociedades e das ações humanas.

b) Sítio arqueológico.
Local onde encontramos o que restou de cultura material do passado e que conseguiu sobreviver à passagem

do tempo.

c) Artefatos.
Evidências de cultura material deixadas pelos homens do passado. Um exemplo são os machados de pedra polida. 489

História
Você aprendeu
Chegamos ao final da unidade e trabalhamos vários conteúdos sobre os grupos humanos do período da
Pré-História nas terras em que hoje se localiza o Brasil. É hora de relembrá-los! Para isso, leia os esquemas
a seguir e verifique se você precisa rever algum deles.

Pré-História brasileira

Ocupação do território

Grupos que ocuparam o território


Quando ocuparam esse território?
De acordo com as divisões temporais, os gru-
Os vestígios no Brasil datam de, aproximadamen-
pos humanos a ocupar o território que hoje
te, 12000 até 50000 anos (datação que ainda
chamamos de Brasil (o Homo sapiens sapiens)
gera com muitas discussões e interrogações).
são denominados de paleoíndios.

Regiões habitadas

Que regiões habitaram?


As descobertas arqueológicas apontam grupos humanos que viveram em regiões da Amazônia, Lagoa
Santa, em Minas Gerais, Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, no litoral, principalmente dos estados de
São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Vestígios deixados pelos grupos humanos pré-históricos brasileiros

Os primeiros habitantes do Brasil deixaram uma variedade de cultura material, como pinturas nas ca-
vernas, fósseis de animais pré-históricos, ponta de flechas, machados, urnas funerárias, vasos, está-
490 tuas e uma grande variedade de cerâmicas.

História
FALTA A UNIDADE 4

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