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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Maxi : ensino fundamental 2 : português : 6º ao 9º


ano : cadernos 1 a 4 : professor / obra coletiva :
responsável Thais Ginicolo Cabral. -- 1. ed. --
São Paulo : Maxiprint, 2019.

Bibliografia.

1. Português (Ensino fundamental) I. Cabral, Thais


Ginicolo.

18-14778 CDD-372.6

Índices para catálogo sistemático:


1. Português : Ensino fundamental 372.6
Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CEB-8/7964

2019
ISBN 978 85 7837 879 0 (PR)
Código da obra 627348
1a edição
1a impressão
MANUAL DO
PROFESSOR
• Língua Portuguesa

Parte geral
Apresentação .......................................................................................................... 4
O planejamento escolar e a autonomia do professor ........................................ 9
A Base Nacional Comum Curricular ....................................................................10
Referências ............................................................................................................11

Parte específica
A BNCC e a Língua Portuguesa ...........................................................................12
Objetivos ................................................................................................................14
Sugestão de aulas .................................................................................................15
Comentários das atividades ................................................................................17
Sugestões de leitura .............................................................................................19
Referências ............................................................................................................20
Parte geral
Apresentação transformações dos processos histórico, político e éti-
co para o exercício pleno da cidadania, o que amplia as

Proposta pedagógica possibilidades de sucesso acadêmico.


Com o propósito de orientar a escola para sua me-
Tendo em vista que o processo de ensino-apren-
lhor utilização, o material didático impresso do Sistema
dizagem se dá pela interação permanente entre
Maxi de Ensino Fundamental – Anos Finais é dividido
razão e emoção, teoria e prática, o Sistema de
em quatro Cadernos por ano de acordo com as seguin-
Ensino apresenta como proposta pedagógica práticas
de sala de aula que privilegiam a construção tes áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática,

significativa de conhecimentos (o saber cognitivo) e Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Em Lingua-

favorece um espaço maior para o trabalho com a gens, temos as disciplinas Língua Portuguesa, Arte e

afetividade: a Pedagogia Afetiva, que desenvolve Língua Inglesa; em Ciências Humanas, temos História

aspectos socioculturais e emocionais. e Geografia, além de Matemática e Ciências, que levam

Acreditamos que as competências socioemocionais o mesmo nome das respectivas áreas.

(ou não cognitivas) são indissociáveis das cognitivas e O Manual do Professor serve como apoio pedagógi-
importantíssimas no processo de desenvolvimento da co e traz sugestões para o planejamento de aulas, mas
aprendizagem, destinando-se a trabalhar nos alunos o pode ser utilizado com total autonomia. Esperamos
controle consciente das emoções, o estabelecimento que este material possa acompanhar você e os alunos
de relações sociais saudáveis, a resolução de proble- neste ano escolar e que durante essa trajetória ocor-
mas interpessoais, além de outras habilidades. ram experiências de aprendizagem bem-sucedidas.
Com base nessa proposta, o material do Ensino
Fundamental – Anos Finais foi elaborado por uma
equipe de professores e especialistas em Educação
A Pedagogia Afetiva
que conhecem a realidade e as necessidades dessa Partindo do pressuposto de que o vínculo de afe-
faixa etária e dão prioridade ao acompanhamento dos to é fundamental para o processo de aprendizagem e
alunos nos campos afetivo, socioemocional e cogniti- construção de uma relação de qualidade entre alunos
vo. Outros pontos de destaque da obra são a atenção e professores, foi realizada uma vasta revisão da lite-
às produções culturais do universo juvenil, a valoriza- ratura sobre a Pedagogia Afetiva, em que foram revisi-
ção do entusiasmo do jovem para aprender, o esta- tadas as habilidades e competências socioemocionais,
belecimento de limites e o cuidado com as questões as descobertas trazidas pela Neurociência e teorias de
disciplinares; também o contato com obras de grandes ensino-aprendizagem (correntes educacionais).
artistas brasileiros e estrangeiros e com o desenvolvi- Assim, nossa proposta tem como base os seguintes
mento da tecnologia, além de total alinhamento com a campos:
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). I. Habilidades socioemocionais e valores
Nesse cenário, destacamos a importância da atua-
II. Contribuições dos estudos da Neurociência
ção do professor, a quem cabe desempenhar, com afe-
III. Correntes educacionais
to e responsabilidade, ricas mediações de aprendiza-
gem e criar uma cultura de altas expectativas, além de A tabela da página seguinte traz a correlação en-
incentivar a participação ativa e engajada dos alunos, tre habilidades socioemocionais e valores. Com base
4
que, motivados, costumam responder positivamente nela você poderá criar atividades que desenvolvam os
ao aprendizado, percebendo o papel do indivíduo nas dois aspectos.

Língua Portuguesa
Correlação entre habilidades socioemocionais e
Habilidades socioemocionais Valores do Sistema Maxi de Ensino
valores do Sistema Maxi de Ensino

Capacidade de gerenciar as emoções de maneira


equilibrada e independente do meio externo, de
Autonomia emocional Valores éticos da autonomia pessoas e situações, promovendo a melhoria da
expressão afetiva em suas inter-relações em diversas
dimensões.

Capacidade de comunicar-se de maneira clara, assertiva


e com intencionalidade positiva. É uma forma de
Valorização da diversidade de ideias expressão da afetividade. Críticas construtivas são
Comunicação e das manifestações artísticas e realizadas por meio de observações, e não de avaliações
culturais pessoais, evitando-se as críticas generalistas, que
podem desencadear a defesa imediata sem análise ou
a autocrítica.

Capacidade de admitir erros, enganos e equívocos como


Solidariedade e respeito ao bem
Flexibilidade experimentos ricos para aprendizado pessoal, além de
comum
considerar o ponto de vista alheio e aceitar mudanças.

Capacidade de analisar e avaliar cenários e situações,


comparar informações divergentes e desenvolver visão
Direitos e deveres da cidadania, do pessoal e posicionamento com base nesses dados,
Pensamento crítico
exercício da criticidade reconhecendo direitos e deveres pessoais e coletivos,
além de praticar a crítica reflexiva, buscando agir
positivamente.

Capacidade de cumprir combinados com esforço


e persistência mesmo diante de obstáculos.
Responsabilidade Responsabilidade
Demonstração de firmeza, organização e clareza na
realização do que é proposto.

Capacidade de observar o mundo e de agir para mudá-lo,


compreendendo sistêmicas das quais faz parte e levando
Solidariedade e respeito ao bem
Solidariedade em conta as necessidades das pessoas, contribuindo
comum
para seu bem-estar, com o despendimento de tempo e
de recursos pessoais e/ou materiais.

A seguir, são apresentadas duas situações para e expresse suas emoções, justificando seu ponto de
auxiliar na tarefa prática. Observe que elas remetem vista, seguem algumas orientações:
a conceitos importantes – interação e mediação. As • Elaborar um projeto de aulas que reflita as neces-
atividades podem ser realizadas em qualquer uma sidades e os desejos dos estudantes, seguido por
das disciplinas que compõem o currículo. (Uma reu- uma reflexão mediada pelo professor sobre as
nião de professores em que sejam compartilhados as ações necessárias para alcançá-los e os limites que
práticas e os resultados do trabalho com os alunos precisam ser estabelecidos.
pode ser um excelente recurso de troca e formação
• Desenvolver um painel com as conquistas signi-
do grupo.)
ficativas do grupo de alunos, usando textos, ima-
1. Valor e habilidade socioemocional: gens e vídeos produzidos por eles.
autonomia • Com base em um problema resultante de uma ação
Para a formação de um aluno autônomo, que consi- individual ou coletiva, apresentar um plano para
ga comunicar assertivamente desejos e insatisfações, enfrentá-lo e colocá-lo em prática.
5
que seja capaz de ouvir atentamente e com respeito co- • Listar aspectos necessários para tomar decisões
legas e professores, que esteja atento ao próprio corpo éticas.

Língua Portuguesa
2. Valor e habilidade socioemocional: A prática da atenção plena é passível de ser rea-
responsabilidade lizada em sala de aula e consiste na manutenção do
foco na respiração e na observação do ritmo de ins-
Para a formação de um aluno responsável, capaz de
piração e expiração, com o objetivo de perceber os
cumprir com persistência combinados e propósitos, de-
momentos em que a atenção se dispersa e, assim,
monstrando firmeza, organização e clareza na realização
recuperá-la.
dos objetivos aos quais se propõe, seguem as orientações:
Para fazer esse exercício em sala, seguem algumas
• Apresentar características de pessoas responsáveis. orientações:
• Incentivar um comportamento respeitoso consigo • Solicitar aos alunos que se sentem confortavel-
mesmo e com o próximo em eventos coletivos, seja mente na cadeira, apoiando os pés no chão e colo-
em um trabalho em grupo, seja em uma apresenta- cando as palmas das mãos abertas sobre as coxas.
ção para público externo.
• Explicar a eles que o exercício que farão a seguir,
• Analisar situações em que é necessário resistir à
de acordo com os comandos dados por você, tem
frustração e desenvolver um plano com mais de uma
como objetivo recuperar a atenção e o foco, benefi-
opção de solução.
ciando a consciência do momento presente. Infor-
Com relação às contribuições da Neurociência, desta- mar que não se deve dormir durante a prática.
camos a importância do trabalho com as funções executivas
• Pedir ao grupo que preste atenção às badaladas
(habilidades cognitivas necessárias para o controle e a re-
suaves que você fará usando um instrumento
gulação de nossos pensamentos, emoções e ações). Essas
como uma tigela de metal, um sino ou um objeto de
funções, quando exercitadas intencionalmente, por meio de
bronze. Combinar um tempo de 10 minutos inicial-
atividades e jogos, ampliam as possibilidades de êxito.
mente e pedir que a turma não seja interrompida
Quatro categorias compõem esse conjunto de habilida- nesse período.
des – o controle inibitório, a memória de trabalho, a flexibi-
• Solicitar aos alunos que fechem os olhos e acom-
lidade cognitiva e a atenção.
panhem o número de batidas que você dará, com
Estudos indicam os benefícios resultantes da prática
delicadeza, usando o objeto metálico. As batidas
da respiração plena (ou mindfulness), que pode ser com-
deverão ser realizadas em um intervalo de tempo
preendida como “estado mental particular que une atenção
regular. Empregando um tom de voz baixo, pedir
focada no presente, consciência aberta e memória de si”1.
que contem o número de batidas, que pode variar
Mindfulness pode também ser entendido como um conceito
de 30 a 50. Nesse caso, o importante não é o nú-
que vai além da meditação e que se traduz em um estado mero, mas o fato de os alunos terem de se deter
de consciência no qual se está atento à experiência do mo- em uma atividade que necessita de foco.
mento. O exercício da atenção plena ajuda a desenvolver a
• Um minuto ou dois após as batidas terminarem,
habilidade de interromper a elaboração cognitiva de emo-
solicitar que os alunos iniciem o processo de
ções negativas, a reduzir os sintomas de ansiedade, possi-
“despertar” abrindo lentamente os olhos para a
bilitando mais criatividade, aumento da resistência emocio-
retomada das atividades. Ao final das sessões,
nal e maior aproveitamento do que se faz.
você pode pedir a eles que compartilhem a expe-
riência que tiveram no decorrer do exercício.

Por fim, ressaltamos as correntes educacionais, que


partem do pressuposto de que os alunos aprendem por
meio de um rico processo de construção de conhecimen-
tos, como o de interação e o de mediação, resultado de
interações planejadas pelo educador e realizadas entre
6 os estudantes.

1
LEAHY, R. Regulação emocional em psicoterapia. Porto Alegre: Artmed, 2013.

Língua Portuguesa
Explorados por Feuerstein (2002)2, a partir de sua re- Saiba mais
lação com o fazer educativo, os conceitos de intenciona-
Curiosidades ou sugestões de livros que complemen-
lidade, sentimento de competência, significado e meta-
tam o assunto que está sendo estudado na Unidade.
cognição deverão ser praticados. Provavelmente, alguns
deles já são utilizados em sua prática pedagógica. Elabo- Conectando saberes
rar uma lista relacionando esses conceitos às correspon- A proposta deste recurso é estabelecer relações in-
dentes ações planejadas pode compor um rico quadro de terdisciplinares entre os conteúdos.
estratégias que integrarão o seu plano de intervenções
pedagógicas.
Glossário
O Sistema Maxi de Ensino acredita que, por meio de Definição de termos importantes da Unidade.
mediações de qualidade, o professor pode construir com Biografia
os alunos um caminho de aprendizagem significativa, que
Informações sobre personalidades importantes.
considera as crianças e os jovens protagonistas de seu
processo, desenvolvendo a consciência de seus direitos e Jogo rápido
deveres, em busca da excelência acadêmica e da autono- Atividades breves, sugeridas ao longo da teoria, para
mia cognitivo-afetiva. avaliar o aprendizado do aluno quanto aos conceitos
estudados na Unidade (avaliação diagnóstica).
Apresentação de boxes
e seções É verdade?
A divisão das disciplinas do Sistema Maxi de Ensino Este recurso traz uma afirmação, que pode ser ver-
no Ensino Fundamental – Anos Finais é feita em Unida- dadeira ou falsa, relacionada ao conteúdo que está sendo
des, sendo cada uma dessas Unidades dividida em três estudado. Para que o aluno justifique a resposta dada, ele
grandes blocos: teoria, sistematização e síntese. deve fazer uma pesquisa ou conversar com os colegas, por
Com relação à teoria, elaboramos diversos boxes e exemplo.
seções cuja finalidade é motivar e incentivar a participa- Para que serve?
ção dos alunos na construção do conhecimento.
A proposta deste recurso é estabelecer uma relação
No tocante à sistematização, disponibilizamos ativi-
do que está sendo estudado com o cotidiano dos alu-
dades variadas que têm como objetivo levar os alunos nos, facilitando a contextualização de conteúdos.
a apropriar-se do conteúdo trabalhado na Unidade. Em
cada uma das atividades é indicado para o professor o Você no Brasil
grau de dificuldade por meio dos ícones a seguir. Seção disponível uma vez por Caderno em todas as
disciplinas. A proposta é valorizar uma região do Brasil
relacionando-a a um tema abordado na Unidade sobre
questões históricas, culturais, sociais, ambientais, so-
Nível fácil Nível médio Nível difícil
bre o mundo do trabalho, entre outras.
Por fim, com a síntese pretendemos facilitar os estudos
por meio de um esquema visual do que foi abordado nas Investigando o assunto
aulas. Confira, a seguir, todos os boxes e seções do material. Sugestões de pesquisas, com material simples, a
serem desenvolvidas na sala de aula, na escola ou no
Mundo digital
laboratório.
Sugestões de sites, objetos educacionais digitais
(OEDs) ou vídeos, por meio de um QR Code, para que os Raio-X da obra
alunos desenvolvam o hábito de utilizar esse meio para Tem como proposta a análise de uma obra de arte,
o aprimoramento de seus conhecimentos e a ampliação com destaque para pontos relevantes que guiam o
de seus horizontes. olhar dos alunos.
7
2
DAS ROS, S. Z. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein: o processo de mudança em adultos com história de deficiência. São Paulo:
Plexus, 2002.

Língua Portuguesa
Atividades e Tarefa para serem respondidas por escrito e/ou oralmente,
individuais e/ou em grupo. Por meio de diversas estra-
A seção de atividades, apresentada depois da teoria, é
tégias de leitura (localização de informações, inferên-
dividida na subseção de tarefa, com o intuito de dividir o que
cias, extrapolações, etc.), as questões deverão explorar
deve ser feito em sala de aula e o que deve ser feito em casa.
o sentido global e específico do texto, suas principais
Maxi desafio características e a linguagem do gênero em estudo.
Disponível apenas para 8 e 9 anos, esta seção su-
o o
Ampliando a leitura
gere atividades do Exame Nacional do Ensino Médio
Seção facultativa, na qual é trabalhado um texto com-
(Enem) ou de vestibulares para que os alunos se apro-
plementar, conforme a necessidade do estudo desenvol-
priem das características dessas avaliações.
vido. Como o título da seção informa, a ideia é ampliar o
Você aprendeu trabalho com a leitura de textos, podendo comportar tanto
Seção de resumo, atraente do ponto de vista visual, com um trabalho de ampliação do mesmo gênero quanto com
formato de esquema ou mapa conceitual, para que os alu- um texto de outro gênero.
nos revejam os principais tópicos estudados na Unidade. Explorando a linguagem
Para finalizar Esta subseção traz reflexões relacionadas aos as-
Disponível no final do Caderno, em cada disciplina, pectos estilísticos, linguísticos e semânticos dos estu-
esta seção sugere atividades para avaliação dos prin- dos da linguagem, podendo apresentar questões rela-
cipais conteúdos estudados em todas as Unidades do tivas às variedades linguísticas, com a possibilidade de
Caderno. É apresentada em uma página frente e verso o aluno recorrer aos conhecimentos acumulados sobre
para que os alunos realizem as atividades, recortem a a língua, além de explorar novas possibilidades em di-
página (há uma linha na lateral com essa indicação) e ferentes contextos. Além disso, considera os recursos
a entreguem para avaliação do professor. (Acompanha gramaticais sob a luz da expressividade e das funções
uma autoavaliação.) sociais representadas nos textos. Não é uma seção fixa
As disciplinas Língua Portuguesa e Língua Inglesa e será trabalhada de acordo com os recursos oferecidos
apresentam os boxes e as seções listados anterior- pelo texto da unidade. Localiza-se na seção Interagindo
mente e também algumas especificidades. São elas: com o(s) texto(s).

Praticando a oralidade
Língua Portuguesa
Esta seção propõe, aos alunos, trabalhar a oralidade
Lendo o texto e relacioná-la com a escrita. Nela, poderão ser realiza-
Esta seção tem como objetivo apresentar um ou das, por exemplo, atividades de apresentações em pú-
mais texto(s) para os alunos, a fim de que leiam e inter- blico para o desenvolvimento da fala, da espontaneida-
pretem esse(s) texto(s) e reflitam sobre as informações de e do respeito aos turnos de fala. Essa seção pode ser
nele(s) presentes. Além disso, possibilita o estudo de substituída pela seção Discutindo o assunto.
diferentes gêneros textuais.
Discutindo o assunto
Comparando textos Esta seção pode aparecer em qualquer momento da
Seção facultativa, que tem como foco explorar a re- unidade e tem como objetivo promover uma discussão oral
lação entre textos, permitindo desenvolver um estudo a respeito de um tema, de um gênero textual e/ou de qual-
de comparação entre dois textos do mesmo gênero, ou quer assunto pertinente aos estudos que estão sendo (ou
do mesmo assunto e, ainda, explorar a relação entre um que serão) desenvolvidos. Essa seção pode ser substituída
novo texto, que pode ser do mesmo gênero da Unidade pela seção Praticando a oralidade.
ou não, e o texto da seção Lendo o(s) texto(s).
Trabalhando a língua
Interagindo com o(s) texto(s) Esta seção aparece em todas as unidades e propicia
8
Esta seção sempre aparecerá após a seção Lendo a ampliação do conhecimento a respeito dos aspectos
o(s) texto(s) e tem como objetivo apresentar questões estilísticos, linguísticos e semânticos dos estudos da

Língua Portuguesa
linguagem, podendo apresentar questões relativas às encontra-se o referencial teórico que norteia os pres-
variedades linguísticas, bem como às possibilidades supostos e as intenções do fazer pedagógico, além do
de uso da língua em situações reais de uso, explo- planejamento de ensino, que trata das ações de todos
rando os recursos gramaticais dentro de um contexto os educadores – professores, coordenadores e demais
social e dinâmico. Atendendo aos preceitos da BNCC, funcionários envolvidos na elaboração da proposta
esta seção efetiva um estudo que vai da gramática à educativa. Esse planejamento organiza, ainda, a dinâ-
análise linguística. mica escolar, desde o espaço físico destinado às diver-
sas atividades, passando pela distribuição das aulas
Produzindo textos
entre os diferentes segmentos, até a regulamentação
Esta seção oferece aos alunos a oportunidade de do sistema de avaliação. Anualmente, ele é avaliado e
produzir textos conforme o gênero estudado em cada reorganizado e pode sofrer modificações para o próxi-
Unidade. Para isso, antes de eles iniciarem a produção, mo ano letivo.
são retomadas as principais características do gênero O planejamento da aula, as sequências didáticas e
em questão, seguidas de orientações que auxiliam os o projeto constam do planejamento de ensino e con-
alunos a produzir seus textos. sistem em modalidades organizativas que sistematizam
o trabalho de ensino-aprendizagem, cuja importância é
Língua Inglesa destacada por possibilitarem ao educador, além de pla-
Atividades propostas ao longo da teoria cujo objeti- nejar e antecipar intervenções de qualidade com o seu
vo é levar os alunos a participar ativamente da constru- grupo de alunos, envolvê-los coletivamente na previsão
ção dos conteúdos. das produções e dos compromissos assumidos entre
Ao longo do material, há ícones de áudio e con- ambas as partes.
versação, devidamente sinalizados no Livro do Aluno. Nos projetos, por exemplo, professor e grupo têm a
No caso dos áudios, disponíveis no Portal do Sistema possibilidade de compartilhar o planejamento da tarefa
Maxi de Ensino, há orientação para o tipo de atividade e sua distribuição ao longo do tempo previsto, discutir o
proposta: listening ou listening and reading. O ícone de cronograma, ajustar as etapas, dividir as responsabilida-
conversação indica uma atividade de speaking, sugeri- des e o formato do produto final.
da para ser realizada em duplas, grupos ou como apre- Nas sequências didáticas, a ordenação do trabalho,
sentação para a turma. no decorrer do período combinado, exige dos alunos
organização para sua realização, que pode variar em
função de sua rotina pessoal, de seu ritmo, de suas
Ícone de áudio Ícone de conversação facilidades ou dificuldades. Assim, alguns necessi-
tarão de mais auxílio e supervisão para as tarefas, e
outros demonstrarão mais facilidade em se organizar,
O planejamento escolar e de modo que fiquem com tempo disponível para ati-

a autonomia do professor vidades recreativas. O importante nesse exercício é a


possibilidade da prática de diferentes formas de orga-
Planejar faz parte da ação humana. A todo momen- nização para posterior eleição da mais eficaz para cada
to as pessoas fazem escolhas e tomam decisões que, um dos estudantes.
quando devidamente planejadas, lhes permitem ante- O plano de aula bem elaborado, com atividades
cipar ações para alcançar propósitos. previstas, pensadas e organizadas pelo educador,
Na escola, o planejamento nasce com base no esta- permite-lhe um maior exercício da criatividade e a
belecimento de metas e objetivos definidos pelos gesto- possibilidade de experimentar novas saídas, fazer
res, docentes e demais educadores, cabendo aos profes- acertos e mudar algumas rotas, dependendo da res-
sores a seleção dos objetivos de aprendizagem e objetos posta do grupo. Somente com um traçado previsto é
de conhecimento com os quais trabalharão. possível sair dele quando se fizer necessário e exer- 9
O planejamento escolar acontece em diferentes ní- citar a reflexão sobre as melhores escolhas para cada
veis de organização. No projeto político-pedagógico, turma ou aluno.

Língua Portuguesa
O Sistema Maxi de Ensino ressalta a possibilidade de rem desenvolvidos pelos alunos, como pensamento
o educador realizar mediações de qualidade, o que signi- científico, crítico e criativo, capacidade de argumen-
fica dizer, por exemplo, que é necessário prever a partici- tação, autonomia e resiliência.
pação ativa do aluno, levando-o a se perceber como al- • Aprendizagem ativa: cada conhecimento está liga-
guém capaz de aprender, revestindo a aprendizagem de do a uma habilidade que permite ao aluno aplicá-
significado e compromisso. Do mesmo modo, do ponto -lo a um fim. Há habilidades envolvendo processos
de vista do aluno, destacam-se o protagonismo, a cons- cognitivos mais sofisticados e ativos, como investi-
ciência de seus direitos e deveres, a postura intelectual-
gar, analisar e criar, em contraposição a outros mais
mente curiosa e as expectativas de alto desempenho e
passivos e simples, como lembrar e identificar. Isso
excelência acadêmica.
favorece o protagonismo do aluno dentro e fora de
Pode-se concluir, portanto, que, para alcançar o
sala de aula.
que espera dos alunos, é necessário que o educador
• Campo de experiências: constitui um arranjo curricu-
se comprometa fortemente com o exercício rigoroso
lar que acolhe as situações e as experiências concre-
do planejamento. A autonomia que o professor exer-
tas da vida cotidiana dos alunos e seus saberes, en-
cita no cotidiano escolar, a partir de um plano de aula
trelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte
bem elaborado e executado, é incentivo para que os
do patrimônio cultural.
alunos também se entreguem ao cumprimento de
suas tarefas com empenho e responsabilidade, en- • Progressão na aprendizagem: a progressão das
volvendo-se cada vez mais com a construção do seu aprendizagens organizada ano a ano deixa mais
papel de estudantes. claro o que se espera que o aluno aprenda e fa-
Assim, afirmar que a construção da autonomia do vorece o desenvolvimento de habilidades mais
aluno está diretamente ligada ao aprimoramento da complexas, principalmente no Ensino Fundamen-
autonomia do professor implica reconhecer o planeja- tal – Anos Finais.
mento da ação pedagógica como instrumento impres- A implementação da BNCC promove a igualdade e a
cindível na perspectiva de construção de um ambien- equidade nacional, ou seja, o direito de aprendizagem de
te de estudo favorável à aprendizagem, alicerçado em todos os alunos em todas as regiões do Brasil, seja em
relações de respeito, equidade, confiança e cooperação escolas públicas, seja em escolas privadas.
entre seus protagonistas – alunos e professores. Cabe destacar que a Base é diferente do currículo: ela
é a referência obrigatória para a elaboração dos currícu-
los nos estados e municípios, na rede federal e nas esco-
A Base Nacional Comum las particulares. No entanto, nada impede que as escolas
Curricular e redes de ensino diversifiquem os currículos, acrescen-
tando conteúdos e competências.
Pela primeira vez na história do Brasil, a Base Na-
O material do Sistema Maxi de Ensino utilizou como
cional Comum Curricular vai definir as aprendizagens
essenciais a que todos os alunos têm direito na Edu- referência para a produção de conteúdos a versão final
cação Básica. Trata-se de um documento de caráter da BNCC, homologada em dezembro de 2017 pelo Mi-
normativo que define o conjunto orgânico e progres- nistério da Educação (MEC). Também podemos identifi-
sivo de aprendizagens indispensáveis que todos os car, ao longo do material, alguns itens comuns, como a
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e mo- área do conhecimento vinculada à disciplina, a unidade
dalidades da Educação Básica, de modo que tenham temática que será trabalhada em cada Caderno, bem
assegurados seus direitos de aprendizagem e desen- como habilidades trabalhadas em cada Unidade. Na par-
volvimento, em conformidade com os preceitos do te específica deste Manual, há um breve texto sobre cada
Plano Nacional de Educação (PNE). disciplina e a BNCC.
Algumas das principais mudanças que a BNCC traz são: Convidamos todos os professores a fazer a leitura
10
• Dez competências gerais norteadoras que contem- completa desse documento disponível no link <http://base
plam aspectos cognitivos, sociais e pessoais a se- nacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 26 mar. 2018.

Língua Portuguesa
Ensino Fundamental

Áreas do conhecimento

Linguagens Matemática Ciências da Natureza Ciências Humanas

Língua Portuguesa Matemática Ciências Geografia

Arte História

Educação Física

Língua Inglesa

Áreas do conhecimento da BNCC.

Ensino Fundamental

Áreas do conhecimento

Competências específicas de área

Áreas do conhecimento

Competências específicas de componente

Anos Iniciais Anos Finais

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades

Competências gerais da BNCC.

Referências
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola <www.uepg.br/formped/disciplinas/Organizacao
reflexiva. São Paulo: Cortez, 2011. Trabalho/DIDATICA.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2018.

BNCC. Disponível em: <http://basenacionalcomum. LEAHY, R. Regulação emocional em psicoterapia. Porto


mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc Alegre: Artmed, 2013.
-20dez-site.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2018.
NÓVOA, A. Para uma formação de professores construída
DAS ROS, S. Z. Pedagogia e mediação em Reuven
dentro da profissão. Revista de Educação, Lisboa, 350,
Feuerstein: o processo de mudança em adultos com
2009.
história de deficiência. São Paulo: Plexus, 2002.
(Org.). Profissão professor. Porto: Porto Editora,
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do
currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um 2014.
caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998. PERRENOUD, P.; THURLER, M. G. As competências para
11
LARCHERT, J. M. O planejamento pedagógico e a ensinar no século XXI: a formação dos professores e o
organização do trabalho docente. Disponível em: desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Língua Portuguesa
Parte específica
e mudar comportamentos e hábitos ou de gerar
A BNCC e a Língua uma mensagem de cunho político, cultural, social
Portuguesa ou ambiental.

• Conhecer informações pertinentes a respeito dos


No Ensino Fundamental – Anos Finais, a aprendiza-
autores literários abordados no material.
gem acontece de forma a dar continuidade às aprendi-
zagens desenvolvidas no Ensino Fundamental – Anos • Diferenciar monossílabos tônicos e átonos.
Iniciais, mantendo como base os seguintes campos de
• Distinguir as palavras primitivas e as derivadas.
atuação: campo jornalístico/midiático, campo de atuação
na vida pública, campo das práticas de estudo e pesquisa • Estudar a tonicidade das palavras e as regras de
e campo artístico-literário, em que se desenvolvem os acentuação gráfica.
eixos organizadores denominados leitura, produção de • Estudar os principais processos de formação das
textos, oralidade e análise linguística/semiótica. palavras e reconhecê-los – derivação prefixal, deri-
Dessa forma, as aprendizagens pretendidas e ins- vação sufixal, composição por justaposição e com-
trumentalizadas nos anos iniciais do Ensino Funda- posição por aglutinação.
mental são consolidadas e aprofundadas na segunda
• Explorar o radical e os afixos (prefixo e sufixo) em dife-
etapa do Ensino Fundamental, possibilitando a introdu-
rentes palavras, percebendo as alterações de sentido
ção de novas aprendizagens.
que esses morfemas proporcionam.
A Base Nacional Comum Curricular pontua habilida-
des, gerais e específicas, que devem ser desenvolvidas • Identificar vocabulário desconhecido, incluindo espe-
ao longo de cada ano. cializado e técnico, usando pistas de contexto, estru-
tura, ilustrações, bem como fontes externas ao texto,
Considerando a versão homologada em dezembro
como glossários, dicionários, materiais de referência,
de 2017, os campos de atuação, os eixos norteadores
enciclopédias (físicos ou eletrônicos).
da Língua Portuguesa e as habilidades serão apresen-
tados, a seguir, no intuito de evidenciar que requisitos • Inferir informações em textos.
foram atendidos ao longo de cada unidade.
• Justificar fatores determinantes de registro linguís-
Vale ressaltar que, em função das alterações da ver- tico (formal, informal), como: contexto, ambiente,
são 3 para a versão homologada, alguns conteúdos e tema, estado emocional do falante, grau de intimi-
habilidades foram acrescentados a fim de atender ao
dade entre os falantes.
processo de aprendizagem dos alunos de uma forma
consistente e integral. Nesses casos, não haverá indi- • Ler textos (impressos e eletrônicos) mais extensos
cação de código nas habilidades. São elas: e com vocabulário pouco usual, de gêneros textuais
diversos, silenciosamente e em voz alta, com cres-
• Analisar a estrutura composicional e a função social cente autonomia e fluência (padrão rítmico ade-
de cada gênero trabalhado.
quado e precisão).
• Analisar diferentes formas de tratar uma informa- • Produzir cartas, e-mails, posts para redes sociais ou
ção na comparação de textos que tratam do mes-
blogs, em situações/ interlocuções mais ou menos
mo tema, em função das condições em que ele foi
formais, refletindo sobre o endereçamento dos
produzido e daquelas em que será recebido.
textos e as escolhas linguísticas adequadas à inter-
• Analisar funções sociocomunicativas de diferentes locução proposta.
gêneros textuais.
12 • Reescrever o texto incorporando as alterações
• Avaliar, em textos, recursos verbais, não verbais feitas na revisão e obedecendo as convenções de
e multimodais utilizados com a finalidade de criar disposição gráfica, inclusão de título e de autoria.

Língua Portuguesa
• Reler e revisar o texto produzido com a ajuda • (EF67LP07) Identificar o uso de recursos persua-
do professor e a colaboração dos colegas, para sivos em textos argumentativos diversos (como a
corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acrés- elaboração do título, escolhas lexicais, construções
cimos, reformulações, correções de ortografia e metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes
pontuação. de informação) e perceber seus efeitos de sentido.
• Respeitar a variação linguística por características • (EF67LP16) Explorar e analisar espaços de recla-
sociais, regionais, urbanas e rurais da fala, rejeitan- mação de direitos e de envio de solicitações (tais
do preconceitos linguísticos. como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos pú-
• Selecionar e organizar informações explícitas e blicos, plataformas do consumidor, plataformas de
implícitas, para realizar ações e resolver pro- reclamação), bem como de textos pertencentes a
blemas. gêneros que circulam nesses espaços, reclamação
ou carta de reclamação, solicitação ou carta de so-
licitação, como forma de ampliar as possibilidades
Habilidades da BNCC de produção desses textos em casos que remetam
contempladas no Caderno 1 a reivindicações que envolvam a escola, a comuni-

Eixo Oralidade dade ou algum de seus membros como forma de se


engajar na busca de solução de problemas pesso-
• (EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provo- ais, dos outros e coletivos.
cados pela seleção lexical, topicalização de elemen-
tos e seleção e hierarquização de informações, uso • (EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produ-
de 3ª- pessoa, etc. ção, a forma de organização das cartas de solicitação
e de reclamação (datação, forma de início, apresen-
• (EF67LP07) Identificar o uso de recursos persua-
tação contextualizada do pedido ou da reclamação,
sivos em textos argumentativos diversos (como a
em geral, acompanhada de explicações, argumentos
elaboração do título, escolhas lexicais, construções
e/ou relatos do problema, fórmula de finalização
metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes
mais ou menos cordata, dependendo do tipo de car-
de informação) e perceber seus efeitos de sentido.
ta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas
• (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de relacionadas à argumentação, explicação ou relato
conclusões comuns relativas a problemas, temas de fatos, como forma de possibilitar a escrita fun-
ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou damentada de cartas como essas ou de postagens
de relevância social. em canais próprios de reclamações e solicitações em
• (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-ar- situações que envolvam questões relativas à escola,
gumentos coerentes, respeitando os turnos de à comunidade ou a algum dos seus membros.
fala, na participação em discussões sobre temas
• (EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/
controversos e/ou polêmicos.
ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou
• (EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na par- justificativa, de forma a poder analisar a pertinência
ticipação em conversações e em discussões ou da solicitação ou justificação.
atividades coletivas, na sala de aula e na escola e
• (EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes
formular perguntas coerentes e adequadas em
e questões definidos previamente, usando fontes
momentos oportunos em situações de aulas, apre-
indicadas e abertas.
sentação oral, seminário, etc.
• (EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e en-
Eixo Leitura tre estes e outras manifestações artísticas (como
• (EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provo- cinema, teatro, música, artes visuais e midiáticas),
cados pela seleção lexical, topicalização de elemen- referências explícitas ou implícitas a outros textos, 13
tos e seleção e hierarquização de informações, uso quanto aos temas, personagens e recursos literá-
de 3ª- pessoa etc. rios e semióticos.

Língua Portuguesa
Eixo Produção de textos
Objetivos
• (EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros,
Segundo a Base Nacional Comum Curricular, ao “[...]
considerando sua adequação ao contexto produ-
componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcio-
ção e circulação – os enunciadores envolvidos, os
nar aos estudantes experiências que contribuam para
objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao
a ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a
modo (escrito ou oral; imagem estática ou em mo-
participação significativa e crítica nas diversas práticas
vimento, etc.), à variedade linguística e/ou semió-
sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela es-
tica apropriada a esse contexto, à construção da
crita e por outras linguagens.” (BNCC, 2017, p. 65-66).
textualidade relacionada às propriedades textuais e
do gênero), utilizando estratégias de planejamen- Diante desse contexto, a língua é considerada em
suas duas dimensões: a oral e a escrita e, ao longo do
to, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e
Ensino Fundamental, o intuito é que crianças, adoles-
avaliação de textos, para, com a ajuda do professor
centes, jovens e adultos aprendam a ler, desenvolvam a
e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as
escuta, construam sentidos coerentes para textos orais
produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos,
e textos escritos, aprendam a escrever e a falar, produ-
reformulações, correções de concordância, orto-
zindo textos adequados aos diversos contextos de inte-
grafia, pontuação em textos e editando imagens,
ração e apropriem-se de conhecimentos e de recursos
arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos,
linguísticos que contribuam para o uso adequado da lín-
ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordena-
gua oral e da língua escrita na diversidade das situações
mentos, etc.
comunicativas de que participam ativamente.
• (EF67LP19) Realizar levantamento de questões,
Nesse cenário, o texto torna-se o centro das prá-
problemas que requeiram a denúncia de desres-
ticas de linguagem, logo, o ponto de partida da Língua
peito a direitos, reivindicações, reclamações, so-
Portuguesa, sendo abordado em todas as suas moda-
licitações que contemplem a comunidade escolar
lidades: verbal, visual, gestual e sonora, o que se deno-
ou algum de seus membros e examinar normas e
mina, na atualidade, multimodalidade de linguagens.
legislações.
Assim sendo, os campos de atuação e os diferentes
• (EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos rei- gêneros textuais tornam-se elementos imprescindíveis
vindicatórios ou propositivos sobre problemas que ao processo de ensino e de aprendizagem da língua e,
afetam a vida escolar ou da comunidade, justifi- para atender a essa multiplicidade de modalidades e
cando pontos de vista, reivindicações e detalhando usos da língua escrita e da língua oral, tendo sempre o
propostas (justificativa, objetivos, ações previstas, texto como base, os cinco eixos organizadores da Lín-
etc.), levando em conta seu contexto de produção e gua Portuguesa tornam-se essenciais para o processo
as características dos gêneros em questão. de aquisição da língua.

Eixo Análise Linguística/Semiótica A seguir, os objetivos gerais do Caderno 1 de Língua


Portuguesa são descritos.
• (EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre
palavras de uma série sinonímica. • Compreender que a carta é um gênero textual com
determinada estrutura e pode apresentar registro
• (EF67LP32) Escrever palavras com correção or-
formal e informal de linguagem, a fim de orientar
tográfica, obedecendo às convenções da língua
o aluno à produção escrita desse gênero.
escrita.
• Apresentar ao aluno a estrutura das palavras, mos-
• (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
trando que ela é formada por unidades mínimas
• (EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de significativas.
prefixos que expressam noção de negação.
14 • Explorar o radical e os afixos (prefixo e sufixo) em dife-
• (EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por rentes palavras, percebendo as alterações de sentido
acréscimo de afixos e palavras compostas. que esses morfemas proporcionam.

Língua Portuguesa
• Discutir o tema meio ambiente e sustentabilidade • Diferenciar monossílabos tônicos e átonos.
por meio de dois textos, um artigo de opinião e uma • Estudar a tonicidade das palavras e as regras de
carta de reclamação.
acentuação gráfica.
• Distinguir as palavras primitivas e as derivadas. • Produzir posts e e-mails para blogs em situações
• Estudar os principais processos de formação das mais ou menos formais, refletindo sobre o endere-
palavras e reconhecê-los – derivação prefixal, deri- çamento dos textos e as escolhas linguísticas ade-
vação sufixal, composição por justaposição e com- quadas à interlocução proposta.
posição por aglutinação.

• Produzir uma carta argumentativa de reclamação


com base nas características estudadas.
Sugestão de aulas
• Interpretar e entender os objetivos da carta de soli- Prezado professor, disponibilizamos, a seguir, uma
citação. sugestão de condução das aulas.

• Apresentar a semântica ao aluno por meio da si- Trata-se, apenas, de uma sugestão, que pode e deve
nonímia e da antonímia. ser adaptada de acordo com a realidade de sua escola e
de cada sala de aula.
• Analisar diferenças de sentido entre palavras de
uma série sinonímica. Cabe a cada professor identificar a melhor manei-
ra de condução das aulas, dos momentos de explicação,
• Formar antônimos com acréscimo de prefixos que
de resolução e de correção das atividades propostas. No
expressam noção de negação.
entanto, o intuito dessas sugestões é, somente, ajudar a
• Produzir uma carta argumentativa de solicitação organizar o seu planejamento e o andamento das aulas.
com base nas características estudadas.
Esperamos que essas sugestões sejam úteis ao seu
• Interpretar os gêneros digitais e-mail e post. planejamento e ao longo do ano letivo.
• Revisar os encontros vocálicos e a divisão silábica. Boas aulas!

Quantidade
Unidade Aulas Estratégias
de aulas

1, 2 e 3: leitura e interpretação dos Leitura silenciosa e em voz alta, discussão oral,


textos. execução e correção das atividades propostas.

4, 5 e 6: Trabalhando a língua – Análise considerando-se o contexto, abordagem


estrutura da palavra (morfema, dos conceitos com base em exemplificações,
Cartas radical e afixos). execução e correção das atividades propostas.
pessoais
12
e suas
linguagens Apresentação do gênero e de suas características
7, 8 e 9: produção escrita – carta
estruturais, planejamento e execução da escrita,
pessoal.
correção e revisão textual.
CADERNO 1

Sistematização e síntese da unidade, por meio


10, 11 e 12: Tarefa; Você aprendeu. da retomada de conceitos importantes e da
15
resolução e correção de atividades e da tarefa.

Língua Portuguesa
Quantidade
Unidade Aulas Estratégias
de aulas

1, 2 e 3: leitura e interpretação dos Leitura silenciosa e em voz alta, discussão oral,


textos. execução e correção das atividades propostas.

4, 5 e 6: Trabalhando a língua – Análise considerando-se o contexto, abordagem


formação das palavras (processos dos conceitos com base em exemplificações,
Manifestando de derivação e composição). execução e correção das atividades propostas.
aborrecimen-
12
tos: carta de
reclamação Apresentação do gênero e de suas características
7, 8 e 9: produção escrita – carta
estruturais, planejamento e execução da escrita,
de reclamação.
correção e revisão textual.

Sistematização e síntese da unidade, por meio


10, 11 e 12: Tarefa; Você aprendeu. da retomada de conceitos importantes e da
resolução e correção de atividades e da tarefa.

1, 2 e 3: leitura e interpretação dos Leitura silenciosa e em voz alta, discussão oral,


textos. execução e correção das atividades propostas.

Análise considerando-se o contexto, abordagem


4, 5 e 6: Trabalhando a língua –
dos conceitos com base em exemplificações,
Fazendo sinonímia e antonímia.
execução e correção das atividades propostas.
pedidos:
12
carta de
solicitação Apresentação dos gêneros e de suas
7, 8 e 9: produção escrita – carta
características estruturais, planejamento e
de solicitação.
execução da escrita, correção e revisão textual.

Sistematização e síntese da unidade, por meio


10, 11 e 12: Tarefa; Você aprendeu. da retomada de conceitos importantes e da
resolução e correção de atividades e da tarefa.

1, 2 e 3: leitura e interpretação dos Leitura silenciosa e em voz alta, discussão oral,


textos. execução e correção das atividades propostas.

Análise considerando-se o contexto, abordagem


4, 5 e 6: Trabalhando a língua –
dos conceitos com base em exemplificações,
Trocas acentuação gráfica.
execução e correção das atividades propostas.
práticas de
12
comunicação:
post e e-mail Apresentação do gênero e de suas características
7, 8 e 9:
estruturais, planejamento e execução da escrita,
produção escrita –post e e-mail.
correção e revisão textual.
CADERNO 1

Sistematização e síntese da unidade, por meio


10, 11 e 12: Tarefa; Você aprendeu;
16 da retomada de conceitos importantes e da
Para finalizar.
resolução e correção de atividades e da tarefa.

Língua Portuguesa
verificar em: COSTA, Sérgio R. Dicionário de gêneros textu-
Comentários das ais. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
atividades Explicar aos alunos que as cartas também são exce-
lentes materiais para pesquisas históricas, pois trazem
Unidade 1 – Cartas pessoais informações valiosas sobre o período em que foram es-
critas. Mencionar/apresentar a carta que Pero Vaz de
e suas linguagens
Caminha escreveu ao rei de Portugal relatando a che-
Textos 1 e 2 gada da esquadra de Cabral ao Brasil.
Conversar com os alunos sobre o que sabem da es- Discutindo o assunto
trutura de uma carta, que tipos de carta conhecem e
Conduzir a discussão, incentivando a reflexão sobre o
quais elementos não podem faltar nesse gênero textu-
fato de que a aparência não é o mais importante em uma
al. Esclarecer que, mesmo ganhando novos suportes e
pessoa, mas sim o seu caráter. Solicitar aos alunos que
aspectos, as correspondências continuam eficazes no
mencionem algumas virtudes/valores dos seres humanos.
que tange à comunicação humana. Apesar das inova-
ções tecnológicas que permitem a comunicação mais Explorando a linguagem
rápida, a carta não perdeu sua função e ainda é muito Entre os níveis de linguagem, é importante desta-
utilizada. Depois, apresentar a eles as informações a car o médio, o popular, o elevado e o técnico. O nível
seguir sobre a origem desse gênero textual. médio constitui a linguagem culta informal, bastante
Há indícios de que, no Egito antigo, os faraós já usada no cotidiano, que se caracteriza pelo emprego
dispunham de mensageiros andantes que prestavam das normas urbanas de prestígio e pela aproximação
o serviço de entrega de documentos. No Império Ro- com a norma-padrão da língua. O nível popular ca-
mano, por volta do século IV, as mensagens eram racteriza-se pelo uso da linguagem coloquial ou in-
entregues por pessoas que seguiam montadas em formal, que emprega estruturas simples, pode apre-
cavalos ou que andavam a pé, por isso até que a sentar desvios da norma-padrão e faz uso de gírias
mensagem fosse entregue podiam passar-se dias e até e expressões populares. O nível elevado e o técnico
meses. A partir do século XV, houve um aumento na caracterizam-se pelo uso de uma linguagem mais
quantidade de pessoas que dominavam a leitura e a bem cuidada do que a empregada nos outros níveis.
escrita. Com isso, o número de cartas também cresceu, Incluem-se, nesse caso, a linguagem culta, que revela
o que gerou mudanças no processo. No século XIX, bom conhecimento léxico e gramatical da norma-pa-
com a Revolução Industrial, foram criadas as redes drão, como no caso da linguagem empregada por um
ferroviárias, o que permitiu que o sistema postal fosse palestrante; e a linguagem literária, que apresenta
ampliado e se tornasse mais rápido, dando início aos características próprias de expressão e termos em-
trabalhos de correios. No Brasil, as cartas chegaram pregados em sentido figurado. O nível técnico carac-
no século XVI com os portugueses, que recebiam essas teriza-se pelo emprego de léxico próprio, ou seja, de
correspondências trazidas pelas embarcações. termos técnicos, com conceitos específicos.
TAVARES, Rosemeire A. A.; CONSELVAN, Tatiane B. Vontade de SARMENTO, Leila Lauar; TUFANO, Douglas. Portu-
saber português. 6º- ano. São Paulo: FTD, 2012. guês: literatura, gramática, produção de texto. Volume
único. São Paulo: Moderna, 2004.
Tipos de cartas
Além das cartas pessoais, de reclamação e de soli-
Exercícios 1, 2, 3 e 4
citação (que serão estudadas neste caderno), comentar
(Trabalhando a Língua)
com os alunos que há vários outros tipos de cartas, e São objetivos desses exercícios: conhecer o senti-
cada um tem sua estrutura e estilo próprios. Exemplos: do de pré-adolescência e pós-adolescência; instigar os
de leitor, de crédito, de alforria, de vinhos, de apresenta- alunos a identificar o processo de formação de palavras
ção, diplomática, de recomendação, de arrematação, de por prefixação e também a perceber os prefixos como 17
resposta, entre outras. No discurso jurídico e no discurso elementos linguisticamente produtivos, que permitem
religioso, há vários outros tipos de carta. Para consulta, a criação de novas palavras.

Língua Portuguesa
Produzindo textos • Diversos trabalhos sobre meio ambiente e susten-
Trabalhar com os alunos os procedimentos para se en- tabilidade estão disponíveis nesta revista. Disponível
viar uma carta. Explicar que é preciso utilizar um envelope, em: <http://grupouninter.com.br/revistameioam-
preenchê-lo com os dados do endereço do remetente e biente/>. Acesso em: 4 abr. 2018.
do destinatário e colar selos. Apresentar-lhes envelopes e
Discutindo o assunto
orientá-los no preenchimento correto das correspondên-
cias. Na frente do envelope, com os selos, devem constar Discutir os hábitos individuais e suas consequências
o nome e o endereço completo do destinatário, incluindo o na nossa vida e na vida das outras pessoas. Valorizar
Código de Endereçamento Postal (CEP). No verso, devem a opinião dos alunos e, caso algum ponto de vista seja
constar o nome e o endereço completo do remetente. contrário às ideias apresentadas pelo texto em estudo,
incentivá-los a refletir criticamente sobre elas, de modo
Unidade 2 – Manifestando
que possam rever o ponto de vista de maneira cons-
aborrecimentos: carta de
ciente e consentida.
reclamação
Produzindo textos
Texto 1
As informações sobre as principais origens da polui-
Conduzir a discussão de modo que os alunos entendam
que viver de modo sustentável é importante para uma vida ção industrial estão disponíveis no site <www.achetudo-
melhor tanto no presente quanto no futuro. Muitas vezes, eregiao.com.br/animais/poluicao_industrial.htm>. Nele,
achamos que nossas atitudes não trarão consequências você encontra muitas informações relevantes sobre o
para nós mesmos, mas não é bem assim que acontece. Por tema para discutir com os alunos antes da produção.
exemplo: se eu comprar um móvel feito com madeira extra-
ída ilegalmente de uma floresta, posso pensar que se trata Unidade 3 – Fazendo pedidos:
apenas de um móvel e que, se eu não comprar, outra pes- carta de solicitação
soa o comprará. Porém, na verdade, estamos incentivando
uma prática que destrói o meio ambiente. Se cada um fizer Interagindo com o texto (questão 6)
seu papel de se negar a colaborar com práticas que agridem
Apresentar aos alunos os argumentos por autori-
o planeta, as mudanças começarão a aparecer. As altera-
dade e a sua eficácia no poder de persuasão. Retomar
ções climáticas recentes estão intimamente relacionadas
a carta de Lutzenberger e comentar que ele também é
ao desmatamento, e isso afeta a todos.
Para ter acesso a mais informações sobre esse as- uma autoridade no assunto meio ambiente. Segundo

sunto, alguns sites são sugeridos: Carrascoza (2004, p. 40-41), o apelo à autoridade

• Akatu é uma organização não governamental sem É a utilização de citações de especialistas que
fins lucrativos que trabalha pela conscientização e dão seu testemunho favorável, validando assim o
mobilização da sociedade para o consumo cons- que está sendo afirmado. Essa é uma arma de se-
ciente e estilos sustentáveis de vida. Disponível em: dução que vem da Idade Média, época em que as
<http://akatu.org.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018. sociedades europeias eram controladas pela tradi-
• “Atitudes sustentáveis” apresenta em sua página ção e, para as massas, a verdade provinha da au-
artigos, notícias e ações que envolvem sustentabi-
toridade em vez das provas fornecidas por seus pró-
lidade. Disponível em: <http://atitudessustentaveis.
prios sentidos ou das conclusões alcançadas através
com.br>. Acesso em: 4 abr. 2018.
do raciocínio independente. A publicidade costuma
• Por meio de discussões em vídeos, reportagens e
adotar esse argumento, usando dentistas, figuras do
questionamentos, este portal traz diversos assun-
tos sobre ciclismo, mobilidade e sustentabilidade.
show business etc. para tornar mais crível e ‘verda-
18
Disponível em: <https://bikeelegal.com/>. Acesso deira’ sua mensagem (grifo do autor).
em: 4 abr. 2018. Conforme Breton (2003, p. 76),

Língua Portuguesa
[...] a primeira categoria de argumentos que têm Acentuação dos hiatos e
por objetivo enquadrar o real a fim de fazer nele um dos ditongos abertos
lugar para a opinião proposta é constituído pelos ar-
A regra que determina a não acentuação gráfica das
gumentos de autoridade. Sua forma é constante: o real
palavras paroxítonas cujas vogais tônicas i e u são pre-
descrito é o real aceitável porque a pessoa que o descre-
cedidas de ditongo decrescente, como em “feiura”, é de
ve tem a autoridade para fazê-lo. Esta autoridade deve
difícil assimilação para alunos dessa faixa etária.
ser evidentemente aceita pelo auditório para que ele,
por sua vez, aceite como verossímil o que lhe é proposto.
Sugestões de leitura
Jogo rápido ABRAMOVICH, Fanny. Tem cartas pra mim. São Paulo:
Comentar com os alunos que, em discursos mais Scipione, 2006. (Diálogo).
técnicos, as diferenças de sentidos entre palavras si- ABREU, Antônio Suárez. Gramática mínima: para o
nônimas podem ter grande importância. Na linguagem domínio da língua padrão. São Paulo: Ateliê Editorial,
cotidiana, as palavras furto e roubo, por exemplo, signi- 2003.
ficam a mesma coisa. Em linguagem jurídica, no entan-
CARNEIRO, Ângela. Caixa Postal 1989. Rio de Janeiro:
to, roubo se aplica à situação em que há contato com a
José Olympio, 1997.
vítima ou ela sofre algum tipo de ameaça ou violência.
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. 2.
Unidade 4 – Trocas práticas de ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

comunicação: post e e-mail DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosinhos: super-heróis.


São Paulo: Panda Books, 2011.
Interagindo com o texto (questão 3)
EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). São
Promover uma rápida discussão sobre essa pergunta. Paulo: Unesp, 1997.
Comentar com os alunos que, quando ficamos mais ve-
FERNANDES, Francisco. Dicionário de sinônimos
lhos, temos outras responsabilidades, outras experiên-
e antônimos da língua portuguesa: de acordo com
cias, participamos de momentos mais formais, no traba-
ortografia oficial brasileira. Rev. e ampl. por Celso
lho, por exemplo, mas que nada disso nos impede de con-
Pedro Luft. São Paulo: Globo, 2001.
tinuar vivendo, alimentando situações, preferências que
nos fazem felizes, mesmo que “pareçam” inadequadas à FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender
nossa idade. O que é certo para um pode ser errado para o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1991.
outro. Portanto, não existe o conceito absoluto de certo ou GEHL, Jan. Cidade para pessoas. Perspectiva, 2014.
errado, existe o que nos faz felizes. Falar, também, sobre o
KOCH, Ingedore G. V. O texto e a construção dos sentidos.
sentimento de vergonha que faz muitas pessoas não ad-
São Paulo: Contexto, 2003.
mitirem suas preferências. Concluir a reflexão, acrescen-
. A inter-ação pela linguagem. São Paulo:
tando que o respeito é essencial nas relações humanas.
Contexto, 1992.
Interagindo com o texto (questão 6)
LISPECTOR, Clarice. A mulher que matou os peixes. Rio
Destacar essa questão/resposta e perguntar aos de Janeiro: Rocco, 1999.
alunos se eles conhecem alguém que tenha uma vir-
. Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
tude, mas que não sabe usá-la, ou seja, que ainda não
descobriu como ajudar as pessoas por meio dessa vir- NEVES, Maria Helena de M. Gramática na escola. São
tude. Reflitir sobre o assunto com a turma. Paulo: Contexto, 1990.

Revisão (encontros vocálicos) PREVERT, Jacques. Carta das ilhas Andarilhas. Tradução
de Lara C. de Malimpensa. São Paulo: Ed. 34, 2008.
Enfatizar que, em uma mesma sílaba, existe única
e exclusivamente uma vogal. Assim, o(s) outro(s) fone- PRIETRO, Heloisa; DIMENSTEIN, Gilberto. Mano
19
ma(s) vocálico(s) é(são) semivogal(is) que entra(m) na descobre a ecologia. São Paulo: Ática, 2011.
formação do ditongo ou do tritongo. . Mano descobre o amor. São Paulo: Ática, 2011.

Língua Portuguesa
VIEIRA, Isabel. Uma garrafa no mar. São Paulo: Quinteto FERNANDES, Francisco. Dicionário de sinônimos e
Editorial, 1997. (Coleção Vertentes). antônimos da língua portuguesa. 40. ed. Rev. e ampl. por
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romances protagonizados pelas personalidades mais
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ilustrado. São Paulo: Paulinas, 2006. p. 42. <www.adorocinema.com>

Anotações

20

Língua Portuguesa
UNIDADE
Cartas pessoais e
1 suas linguagens
Objetivos
Compreender
que a carta é um Lendo os textos
gênero textual
com determinada Ana mora em São Paulo, gosta de ler, de ir ao cinema e de estar à beira-mar.
estrutura e que pode Pedro é de Belo Horizonte, gosta de futebol, escreve poesias e ama as montanhas.
apresentar registro Os dois trocam cartas durante um ano e, aos poucos, vão se conhecendo e apai-
formal e informal de xonando-se. A seguir, você vai ler a primeira carta de Ana a Pedro e a resposta do
linguagem, a fim de
garoto à mais nova amiga.
orientar a produção
escrita desse gênero. Antigamente, escrever cartas era algo bastante comum. Muitas pessoas até
Apresentar a mesmo colecionavam papéis de carta, pois existia grande variedade deles e para
estrutura das diversos fins, desde escrever uma carta comercial, de amizade, de amor ou até
palavras, mostrando mesmo para mandar notícias a um parente.
que ela é formada por Enviar e receber uma carta era algo muito especial, não só pela troca de notícias,
unidades mínimas
mas também para compartilhar sentimentos, sonhos, ou simplesmente manter
significativas.
contato com alguém que estava ausente. De certa forma, as cartas carregavam
Explorar o radical e
a identidade de quem as escrevia, pois apresentavam marcas como o cheiro e a
os afixos (prefixo e
sufixo) em diferentes caligrafia. Por isso, muitas pessoas guardavam com muito cuidado e carinho as
palavras, percebendo cartas recebidas, já que era uma maneira de conservar perto quem estava distante
as alterações e manter o registro de fatos e momentos da sua própria história.
de sentido que Hoje em dia, raramente se escrevem cartas assim, pois com a internet a forma
esses morfemas
de manter contato mudou e, embora as notícias cheguem até o destinatário mais
proporcionam.
rapidamente, um pouco daquela magia de escrever ou receber uma carta se per-
deu. E você, já escreveu ou recebeu uma carta?

Agnes Kantaruk/Shutterstock

Professor, as
habilidades da
BNCC contempladas
nesta unidade estão
disponíveis no Manual
do Professor.

Língua Portuguesa
Texto 1

São Paulo, 22 de novembro de 1988.

Oi, Pedro,
Vou te avisando: você não me conhece.
Quem me falou em você foi a Malu, que eu conheci nas
últimas férias, em Cabo Frio. A gente estava pegando umas
ondas e reparou que tinha um cara olhando.
Perguntei se ela conhecia, disse que não. Eu também não.
Aí, ela falou: “ele é parecido com um amigo meu. Só que o
meu amigo é mais baixo”.
Aquele cara não era alto, sabe, Pedro? Fico imaginando,
então, que você é meio baixinho. Ou não?
Eu sou. Nem um e sessenta. Uma desgraça. Moro aqui em
Sugestão para
Sampa, tenho quase 17 anos, gosto de ficar de conversa fiada leitura expressiva
no telefone, de namorar vitrines e papelarias. Ah! Adoro ler. do texto: Solicitar
a uma menina que
Achei legal conhecer a Malu. Ela me deu seu endereço, na faça a leitura do
texto em voz alta,
horinha em que a gente se despediu. Brincando, eu disse a ela representando a
que te desse um abraço. “Naquele seu amigo baixinho”, falei. Ana. Pedir à aluna
que procure imprimir
“Qual?”, ela perguntou. “Aquele mais baixo que o cara da à sua voz um tom
extrovertido e
praia”, falei. “Ah”, ela riu. “Quer o endereço dele? Olha aqui, descontraído.
escreve para ele, garanto que ele vai gostar.”
Estou escrevendo, mesmo sem saber se você vai gostar.
Se você responder, te juro que vou adorar. Adoro carta.
Até coleciono. Cartas e lápis. Você coleciona alguma coisa?
Um abraço. O segundo, porque o primeiro a Malu já deve
ter dado.

A “amiga” desconhecida,

Ana T.

VIANA, Viviana de Assis; CLAVER, Ronald. Ana e Pedro: cartas.


São Paulo: Atual, 2009.

Língua Portuguesa
Texto 2

Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 1989.

Ana, meu abraço!

Li sua carta mil vezes. Ela não sai do meu bolso. O envelope já está
Matutei
(matutar)
um farrapo e as palavras amassadas. Quando sua carta chegou, todos
ficaram curiosos. Clara, irmã menor, não saiu do meu pé. Toda hora me
Pensar, meditar,
refletir. perguntava quem era Ana. Como responder, se nem eu mesmo sei quem
é Ana? Tive de fugir de todos. Fui gastar ruas.
Vidrado
À noite, quando já estava pegando no sonho, apareceu mamãe que-
Muito interessado.
rendo saber de Ana. Menti. Falei que Ana era invenção de Clara, ou
Posudo será que é invenção minha? A carta que recebera era da Biblioteca do
Indivíduo Colégio me cobrando um livro emprestado. Minha mãe não engoliu
arrogante. minha história e disse para eu tomar cuidado com cartas desconhecidas.
Mãe é mãe e é vidente e você sabe disso. [...]
Matutei bastante. Até cocei a cabeça e pus a mão no queixo como
os filósofos gregos. E resolvi e resolvo bancar esse jogo. E digo pra mim.
“Sou brinquedo nesta dança, barbante neste pião e quero ser feliz”. E
em paz comigo, faço de conta que tudo é verdade e entro de asas aber-
Conectando tas nesta aventura. Neste enredo.
saberes Malu é uma querida maluca que tem mania de me achar baixinho.
Como você já Na verdade, não sou alto, talvez nem serei. Malu é grandona e acha que
deve ter percebido todo mundo deve ser do seu tamanho. Coisas de gente grande. Já minha
nas aulas de
mãe acha que esse negócio de altura é competição de gente besta. [...]
Língua Inglesa,
muitas palavras Você me pergunta se gosto de alguma coisa (olhe que eu es-
do inglês já foram tou embarcando nessa viagem. Se você for de mentira, juro que te
aportuguesadas, ou
mato). Gosto de muitas coisas e detesto outras tantas. Sou vidrado em
seja, assimilaram a
forma do português. futebol. Gosto de futebol como se gosta de sorvete e de beijo no escuro do
É o caso da cinema. Futebol é a minha paixão. Qualquer dia desses, arranjo coragem
palavra “futebol”,
e vou treinar no meu Atlético Mineiro. Chego lá todo posudo e digo pro
derivada do inglês
“football”. Que Zé das Camisas, o treineiro: “Me dá a camisa 9 e teremos gols pro resto da
outras expressões vida. Sonhar é bom e travesseiro é barato.
você conhece que
Afinal tudo é sonho, tudo é mel.
passaram por esse
processo? Os outros segredos ficam para o futuro. A sua existência ainda é
um mistério.

Na incerteza de sua resposta, fica o meu abração e o meu adeus,

Pedro.

VIANA, Viviana de Assis; CLAVER, Ronald. Ana e Pedro: cartas. São Paulo: Atual, 2009.
10

Língua Portuguesa
Interagindo com os textos
1 Ana enviou uma carta a Pedro, sem conhecê-lo pessoalmente. Professor, promover
um momento de
discussão, escutando
a) O que você achou da atitude de Ana? Comente oralmente se já fez algo parecido e
os comentários dos
como foi a experiência. alunos e levando-os
a refletir sobre os
b) Escreva um pequeno texto, apontando pelo menos um ponto positivo e outro negativo pontos positivos e os
negativos da troca de
da troca de correspondências entre pessoas desconhecidas.
correspondências entre
desconhecidos.
Resposta pessoal.

2 No início da carta, Ana diz: “A gente estava pegando umas ondas e reparou que tinha Comentar com os
alunos a expressão
um cara olhando.”. Responda ao que se pede com base nas palavras em destaque. “pegar jacaré”, muito
usada pelas pessoas
a) Explique o significado no texto da expressão pegando umas ondas. que vivem no ambiente
praiano. Explicar que
Significa que as personagens estavam surfando. significa entrar de peito
em uma onda e deixar
o corpo ser levado até
b) Explique com que significado a palavra cara foi empregada. a praia. É praticamente
um surfe de peito, sem
Com o significado de homem, garoto. o uso de prancha.

c) Procure em um dicionário o verbete cara e copie três significados diferentes daqueles


que você escreveu na pergunta anterior.
Sugestão de resposta: 1. Parte frontal da cabeça, onde se localizam os olhos, o nariz e a boca.

2. Face da moeda, um de seus lados (oposta à coroa). 3. Atrevimento, descaramento, desfaçatez, Na questão 3, pedir aos
alunos que citem alguns
pontos positivos dessa
cara de pau; falta de vergonha ou de embaraço em situação constrangedora. prática (relaxamento,
descanso, distração,
momentos de lazer,
desenvolvimento
da criatividade e da
3 Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede. imaginação, entre
outros) e alguns
negativos (desviar a
“gosto de ficar de conversa fiada no telefone, de namorar vitrines e papelarias.” atenção em momentos
inoportunos – durante
a) O que significa ficar de conversa fiada? Você costuma ficar de conversa fiada? Escreva as explicações do
um pequeno texto para explicar os pontos positivos e negativos dessa prática? professor, por exemplo,
pois perde-se a chance
Conversa fiada é uma expressão popular que significa conversa banal, desinteressada, sem profundas de aprendizado –,
utilizar como recurso
para procrastinação ou
reflexões que exijam muito empenho por parte dos falantes. espalhar inverdades,
entre outros) e
incentive-os a
trocarem ideias sobre
se prevalecem os
b) Com que sentido a palavra namorar foi empregada nesse trecho? Se necessário, con- pontos positivos ou
sulte um dicionário. os negativos dessa
prática. Só depois dessa
Foi empregada com o sentido de observar, olhar atentamente. troca de ideias, os
alunos devem iniciar a
11
produção do texto de
resposta.

Língua Portuguesa
4 Reflita a respeito das atitudes de Ana e das pistas presentes na carta. Em se-
guida, escreva alguns traços de sua personalidade e uma característica física da
garota. Copie do texto alguns trechos que justifiquem a sua resposta.
Ana é uma garota extrovertida, comunicativa, corajosa, curiosa, decidida. Sua característica física é

ser baixa. Trechos para justificativa: “gosto de ficar de conversa fiada”, “brincando, eu disse a ela que

te desse um abraço”, “achei legal conhecer a Malu”, “estou escrevendo, mesmo sem saber se você

vai gostar”, “Eu sou. Nem um e sessenta”.

5 Ana se despede de Pedro com a seguinte frase: A “amiga” desconhecida. Por que
a palavra “amiga” aparece escrita entre aspas?
As aspas demonstram que ela ainda não é sua amiga, mas está querendo, por meio da carta, conhecê-lo

melhor e construir uma amizade verdadeira.

6 Pedro responde à carta de Ana e mostra-se, no início, muito entusiasmado, pois


havia lido a sua carta “mil vezes”. Quando sua mãe pergunta sobre Ana, ele diz:
“Menti. Falei que Ana era invenção de Clara, ou será que é invenção minha?”. Pen-
sando nesse questionamento de Pedro, reflita sobre a situação vivida por eles e
responda: Por que Pedro achou que a carta de Ana pudesse ter sido uma inven-
ção dele próprio?
Porque aquela situação era muito inusitada para ele. Pedro nunca imaginara receber uma carta de

alekseiv
epr uma pessoa desconhecida. Assustado com tudo aquilo que estava vivenciando, ele desconfiou de sua
ev
/S
h
ut
te

veracidade e, por um momento, chegou a indagar-se se não seria uma invenção de sua própria cabeça.
rst
ock

7 Clara, irmã menor, ficou muito curiosa em relação à carta de Ana. Pedro diz que
Clara não saiu de seu pé. Explique, com suas palavras, o que ele quis dizer com
essa afirmação.
Ele quis dizer que Clara ficou perguntando o tempo todo sobre a carta que ele recebera. Como ela

queria muito saber quem era a Ana, não parava de questioná-lo e perturbá-lo com sua curiosidade.

8 Leia este trecho da carta de Pedro, dando atenção especial ao que está em destaque:

“Minha mãe não engoliu minha história e disse para eu tomar cuidado com cartas des-
conhecidas. Mãe é mãe e é vidente e você sabe disso.”.

a) Com que sentido a palavra engolir foi empregada nesse trecho?

12 Foi empregada com o sentido de acreditar.

Língua Portuguesa
b) Seja criativo e escreva uma frase em que a palavra “engolir” apresente um significado
diferente do que foi usado por Pedro.
Resposta pessoal.

Professor, certificar-se
de que os alunos
c) Quando Pedro diz que “Mãe é mãe e é vidente e você sabe disso.”, o que ele quis dizer? reconhecem o
significado da palavra
Em sua opinião, as mães realmente sabem de tudo? Como ele pode afirmar que Ana “vidente” (profeta,
também sabe disso se eles mal se conhecem? Responda oralmente a essas perguntas pessoa que pode prever
passado, presente
e troque ideias com os colegas sobre as respostas dadas. e futuro) antes de
propor a eles que
oralmente respondam
9 Leia: aos questionamentos
feitos. Incentivá-los
“faço de conta que tudo é verdade e entro de asas abertas nesta aventura. Neste enredo.”. a contarem algumas
situações em que suas
mães mostraram ser
a) De qual aventura Pedro está falando? “videntes”. Essa troca
de ideias é importante,
Pedro está falando sobre a troca de cartas com uma garota que ele mal conhece. Essa situação é uma pois aproxima os
alunos e ajuda-os a
aventura para ele porque nunca viveu algo parecido. vencerem a timidez,
tornando a expressão
oral uma atividade mais
prazerosa para eles.
Pedro não quer dizer
b) Por que ele acrescenta ao trecho os dizeres “neste enredo”? que as mães são
videntes, no real
história (escrita) que será contada por meio das cartas. sentido da palavra, mas
sim que conhecem
muito bem os seus
filhos, a ponto de não
acreditarem em uma
10 No trecho “Chego lá todo posudo e digo pro Zé das Camisas, o treineiro”., você possível mentirinha. Ele
afirma que Ana sabe
acha que Pedro escolheu a palavra mais adequada ao contexto? Poderíamos disso, pois essa ideia
substituir a palavra “treineiro” por qual outra? de que geralmente as
mães conhecem seus
A escolha da palavra não foi a mais adequada, pois treineiro designa o estudante que ainda não concluiu filhos melhor do que
ninguém é universal.

o Ensino Médio e faz a prova do vestibular como um treino. Essa palavra poderia ser substituída no texto

por treinador ou técnico, designações dadas à pessoa que treina um time.

Elementos que constituem a carta pessoal


Os textos que você leu são cartas pessoais. Apesar de Ana e Pedro não
se conhecerem, eles empregam uma linguagem simples e coloquial com o
objetivo de estabelecer um vínculo pessoal por pertencerem à mesma fai-
xa etária. A carta é uma mensagem manuscrita ou impressa, dirigida a um
destinatário para comunicar-lhe algo. Geralmente é enviada pelo correio,
portanto, fechada em um envelope, endereçada e selada. Há vários tipos de
cartas que apresentam uma estrutura básica. Agora, analisando a estrutura Consultar no
das cartas de Ana e de Pedro, vamos buscar os elementos que constituem a Manual do Professor
considerações sobre 13
carta pessoal. os tipos de cartas.

Língua Portuguesa
11 Com base nos elementos que constituem a carta que Ana enviou a Pedro, escre-
va as informações solicitadas a seguir.

a) O local e a data, constantes no cabeçalho:


São Paulo, 22 de novembro de 1988.

b) A saudação inicial ou vocativo:


Oi, Pedro.

c) O destinatário ou receptor, ou seja, a quem foi enviada a carta:


Pedro.

d) O remetente, ou seja, aquele que envia e assina a carta:


Ana.

e) O assunto da carta:
Ana explica como conheceu a amiga de Pedro e como ficou sabendo sobre ele, fala sobre o lugar

onde mora, coisas de que gosta de fazer, pergunta a Pedro sobre coisas de que ele gosta de fazer.

f) A saudação final ou despedida:


Um abraço. O segundo, porque o primeiro a Malu já deve ter dado.

g) A assinatura constante na carta:


A “amiga” desconhecida, Ana T.

12 Escreva as informações pedidas a seguir considerando os elementos que consti-


tuem a carta que Pedro enviou a Ana.

a) O local e a data, constantes no cabeçalho:


Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 1989.

b) A saudação inicial ou vocativo:


Ana, meu abraço.

c) O destinatário ou receptor, ou seja, a quem foi enviada a carta:


Ana.

d) O remetente, ou seja, aquele que envia e assina a carta:


Pedro.

e) O assunto da carta:
Pedro conta a Ana sobre sua surpresa e desconfiança em relação à sua carta, mencionando a

14 curiosidade de sua família. Também fala sobre as coisas de que ele gosta de fazer e diz guardar outros

segredos para cartas futuras.

Língua Portuguesa
f) A saudação final ou despedida:
Na incerteza de sua resposta, fica o meu abração e meu adeus.

g) A assinatura constante na carta:


Pedro.

13 Quando uma pessoa escreve uma carta, ela tem uma determinada intenção. O
que Ana pretendia ao escrever a carta que enviou a Pedro?
Ana queria apresentar-se a uma pessoa desconhecida, a fim de iniciar uma amizade.

14 O que despertou o interesse de Pedro em responder à carta de Ana?

ck
rsto
te
hut
Pedro ficou muito intrigado com a carta que recebera e decidiu “bancar” esse jogo, entrando de asas

y/S
r
ber
bar
abertas nessa aventura. Ele mesmo diz “Sou brinquedo nesta dança, barbante neste pião e quero

ser feliz”.

15 Identifique, no corpo da carta de Pedro, algumas informações que ele apresenta


sobre sua vida e suas preferências e escreva um pequeno texto, explicando-as.
Possíveis informações a serem colocadas no texto: Pedro tem uma irmã mais nova; é vidrado em futebol,

em sorvete e em beijo no escuro do cinema; tem vontade de treinar no Atlético Mineiro; é um sonhador.

Discutindo o assunto
1 Muitas pessoas se preocupam com a aparência física, ou seja, com o fato de se-
rem altas, baixas, magras, gordas, etc. Em alguns casos, quando uma pessoa não
está de acordo com os padrões de beleza, ela passa a sentir-se excluída e de-
senvolve problemas com a autoestima. Ana escreve que é uma “desgraça” ser
baixinha, e Pedro menciona a mãe quando diz “minha mãe acha que esse negócio
de altura é competição de gente besta”.

Discuta essas ideias com seu professor e com os colegas de sala, pense sobre os
verdadeiros valores que devem orientar a vida das pessoas e responda às ques-
tões a seguir.
a) Você concorda com Ana quando ela diz que “é uma ‘desgraça’ ser baixinha”? Justifique
sua resposta.
15
b) Na sua opinião, a mãe de Pedro está correta quando afirma que negócio de altura é
competição de gente besta? Por quê?

Língua Portuguesa
Explorando a linguagem
Nós nos comunicamos de maneira diferente conforme a situação. Isso também
acontece quando escrevemos cartas, pois elas podem ser escritas em registro for-
mal ou em registro informal, dependendo da situação comunicativa. Os fatores
que envolvem a situação comunicativa são o espaço, o tempo e os objetivos dos
Professor, ver
comentário no interlocutores, entre outros. Os participantes, ao escreverem suas cartas pessoais,
Manual do Professor deixam transparecer conhecimentos diversos, como linguísticos, ideológicos, cul-
sobre os níveis de
linguagem. Comentar turais, sociais, além de crenças e valores, que vão compor a situação comunicativa.
com os alunos que
continuaremos a
A seguir, você vai ler o texto traduzido de uma carta pessoal, originalmente es-
estudar a formalidade crita em alemão, que faz uso do registro formal.
e a informalidade
em outros tipos de Você já ouvir falar em Mozart? Leia, a seguir, uma carta que ele enviou à sua es-
correspondência nas
próximas unidades
posa Constanze em 1789. Dê atenção à época em que a carta foi escrita, às preocu-
deste caderno. pações dele e à sua linguagem. Depois da leitura, responda às questões propostas.

Ampliando a leitura

Paladin12/Shutterstock
Dresden, 16 de abril de 1789.

Querida esposinha Constanze,

Tenho alguns pedidos a fazer. Rogo-te que


(1) não fiques triste,
(2) cuides da saúde e tenha cuidado com as brisas da primavera,
(3) não saias para caminhar sem companhia — e, de preferên-
cia, não saias para caminhar de jeito nenhum,
(4) fiques absolutamente segura do meu amor. Até o presente,
não escrevi nenhuma carta para ti sem ter diante de mim teu ama-
do retrato.
(6)* e, por fim, peço que mandes mais detalhes em tuas cartas.
Gostaria imensamente de saber se nosso cunhado Hofer veio visi-
tar-nos no dia seguinte à minha partida. Ele vem com frequência,
conforme prometeu? Os Langes nos visitam às vezes? O retrato está
progredindo? Que tipo de vida estás levando? Todas essas coisas
naturalmente despertam muito interesse.
(5) Suplico que tua conduta, além de atentar para tua honra
e a minha, também leve em consideração as aparências. Não te
zangues comigo por pedir isso. Deves me amar ainda mais por va-
lorizar tanto a tua honra.

W. A. Mozart.
16 * Os itens 5 e 6 estão trocados na cópia da carta arquivada na Biblioteca de Berlim.
DOYLE, Úrsula (Org.). Cartas de amor de homens notáveis: romances protagonizados pelas personalidades mais
influentes da história. Tradução de Doralice Lima. Rio de Janeiro: BestSeller, 2010.

Língua Portuguesa
Biografia
Wolfgang Amadeus Mozart Professor, após a leitura
Mozart foi um dos compositores e músicos mais talentosos, dos dados biográficos,

Everett Historical/Shutterstock
produtivos e influentes de que o mundo já tomou conheci- ao conversar com os
alunos sobre Wolfgang
mento. Ele nasceu no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzbur- Amadeus Mozart, se
go, na Áustria, e começou a tocar e a compor a partir dos 5 possível, fazê-los ouvir
anos. Mozart passou grande parte da infância percorrendo um trecho de uma das
composições do autor,
as cortes da Europa com a família, surpreendendo as plateias
pois provavelmente
com sua precocidade. Faleceu em Viena, na Áustria, no dia 5 haverá alunos que
de dezembro de 1791. Seu corpo foi velado na catedral de nunca tiveram a
Viena, sem nenhuma pompa, e enterrado em cova não de- oportunidade de ouvir
música clássica.
marcada no cemitério da Igreja de São Marx.

Interagindo com o texto


1 O que justifica a diferença na linguagem usada nas cartas entre Ana e Pedro e na
trocada entre Mozart e a esposa, já que ambas demonstram haver um grau de Missivistas
intimidade semelhante entre os missivistas?
Pessoas que
O que justifica a diferença no uso da linguagem é a diferença de dois séculos entre o momento de escreve ou envia
cartas e bilhetes.
produção dos textos: as cartas de Ana e Pedro foram escritas no final do século XX e a de Mozart, no

Professor, comentar
final do século XVIII. com os alunos sobre
o diferente uso das
2 Copie da carta de Mozart palavras que Ana e Pedro não usariam em suas cartas, pessoas do discurso
nas cartas dos
pois constituem traços de registro formal da linguagem. adolescentes e na
carta de Mozart. Os
Palavras ou expressões como: “pedidos a fazer”, “rogo-te”, “fiques”, “brisas da primavera”, “estás levando”, adolescentes usam
o pronome você
(informal), e Mozart
“tua”, “conduta”. usa o pronome tu
(formal). Não há
3 Mozart usa a palavra “rogo” antes de elencar os seus pedidos. Analisando o con- necessidade de
detalhar explicações
texto, qual é o significado da palavra “rogo”? Se Ana fosse usar uma palavra com sobre os pronomes,
pois esse conteúdo
o mesmo sentido, qual você acha que ela usaria? será estudado no 3º-
bimestre.
O verbo rogar significa pedir com insistência, com humildade. Provavelmente, Ana usaria o verbo implorar.

4 Mozart faz cinco pedidos à esposa. O último nos revela uma característica impor-
tante da época em que a carta foi escrita. Resuma, com as suas palavras, qual foi
o pedido de Mozart a Constanze.
Mozart implora a sua esposa que se comporte muito bem perante a sociedade, já que ele, seu marido,

não está presente. Mozart se preocupa muito com os comentários que as pessoas maldosas podem

fazer sobre a sua dignidade/honestidade. No final, pede a ela que não fique brava com esse pedido e

valorize a sua preocupação, porque ele a ama muito.


17

Língua Portuguesa
Trabalhando a língua

Estrutura das palavras


Conceituando
Leia a despedida da carta de Pedro:

“Na incerteza de sua resposta, fica o meu abração e o meu adeus,


Pedro.”
Fotos: Gelpi/Shutterstock

Considere a palavra incerteza e observe que ela pode ser segmentada em três
elementos de significação. Observe:

IN + CERT + EZA

Quase tudo o que existe é formado por partes, que se combinam de maneira
conveniente para constituir uma estrutura. Pense, por exemplo, no corpo humano,
constituído de seus diversos membros e órgãos. Do mesmo modo, as palavras
também são formadas por determinadas partes, denominadas morfemas.
Pela reunião das informações contidas nas três partes de incerteza, ou seja, nos
três morfemas, podemos entender o significado pleno dessa palavra: aquilo que
não possui certeza, estado de dúvida ou indecisão.

Portanto:

MORFEMAS são pequenas partes portadoras de sentido que, reunidas, for-


mam as palavras e dão sentido pleno a elas.

Agora, nós vamos conhecer dois tipos de morfemas: o radical e os afixos.

Observe as palavras a seguir e, depois, responda ao que se pede.

BIOLOGIA BIOGRAFIA BIOMÉDICO

a) Que morfema se repete nessas três palavras?


O morfema bio-.

b) Que outras palavras você pode formar usando esse morfema que se repete? Dê
dois exemplos.
Sugestão de respostas: biólogo, biógrafo, bioquímica, biometria.

18 c) O que decorre do uso do morfema bio- nessas palavras?


Todas apresentam significados que têm como ponto comum a ideia de vida.

Língua Portuguesa
Esse morfema que você identificou é denominado radical. Professor, explicar aos
alunos que o termo
“radical” deriva de
Portanto: “raiz” e associá-lo à
ideia de que, assim
RADICAL é o morfema que contém o significado básico da palavra e é também como a raiz fixa e dá
sua parte principal. suporte à planta, o
radical é a parte da
palavra que fixa o
Agora, leia a despedida da carta de Ana: sentido da palavra. Por
exemplo: o significado
“Um abraço. O segundo, porque o primeiro a Malu já deve ter dado. básico de palavras
como hidrofobia,
A “amiga” desconhecida, fotofobia, acrofobia é
dado pela presença
Ana T.” do radical fobia, que
significa medo ou
Ana, realmente, era uma pessoa desconhecida. Ela e Pedro nunca tinham con- aversão profundo a
algo. Então, o sentido
versado antes. No entanto, depois que passaram a trocar cartas, foram se conhe- das palavras citadas
é, respectivamente,
cendo e se tornaram grandes amigos. Então, aversão à água, à luz e
à altura.
a amiga desconhecida passou a ser uma amiga conhecida.

Compare as palavras em destaque e responda ao que se pede.


a) As duas palavras destacadas apresentam o mesmo radical. Isso faz com que tenham o
mesmo significado ou elas têm significados diferentes?
As palavras têm significados diferentes.

b) Qual morfema de uma dessas palavras fez você chegar a essa conclusão?
O morfema des-.

c) Esse morfema exprime ideia de quê?


Esse morfema exprime ideia de separação e de ação contrária.

d) Esse morfema aparece antes ou depois do radical?


Esse morfema aparece antes do radical.

O morfema des- é um exemplo de prefixo, pois aparece antes do radical.

Leia mais um trecho da carta de Ana.


“ele é parecido com um amigo meu. Só que o meu amigo é mais baixo”.
Aquele cara não era alto, sabe, Pedro? Fico imaginando, então, que você é meio baixi-
nho. Ou não?

Compare as palavras em destaque e responda ao que se pede.


a) Que elemento estrutural aparece em uma das palavras destacadas e não aparece na
outra?
O elemento estrutural -inho.

b) Esse morfema exprime qual ideia?


Esse elemento exprime ideia de diminuição ou tamanho menor.

c) Esse morfema aparece antes ou depois do radical? 19

Esse morfema aparece depois do radical.

Língua Portuguesa
O morfema -inho é um exemplo de sufixo, pois aparece depois do radical.

Portanto:
Prefixos e sufixos são morfemas que se juntam a uma palavra para formar uma
palavra nova.
• PREFIXOS: posicionam-se antes do radical da palavra.
• SUFIXOS: posicionam-se depois do radical da palavra.
Os morfemas que se juntam a um radical (antes ou depois) recebem o nome de
AFIXOS.

Jogo rápido

1 Leia um trecho da carta de Ana e responda às questões a seguir.


“Uma desgraça. Moro aqui em Sampa, tenho quase 17 anos, gosto de ficar de conver-
sa fiada no telefone, de namorar vitrines e papelarias. Ah! Adoro ler.
Achei legal conhecer a Malu. Ela me deu seu endereço, na horinha em que a gente
se despediu.”

a) Pensando no sentido do prefixo des-, escreva o significado da palavra “desgraça”.


Desgraça significa má sorte, infelicidade, acontecimento trágico.

b) Copie do trecho a palavra que apresenta o sufixo -inha.


Horinha.

c) Nós vimos que o sufixo -inho/-inha exprime diminuição, tamanho pequeno. Pensando
no sentido da palavra que você escreveu no item b, podemos afirmar que essa palavra
indica tamanho pequeno? Justifique sua resposta, explicando o significado da palavra
no contexto da carta.
Essa palavra não indica tamanho pequeno (hora pequena). Nesse contexto, a palavra tem a ideia de hora

exata. A Malu deu o endereço de Pedro a Ana no exato momento em que elas estavam se despedindo.

d) A palavra “vitrines” apresenta como radical o morfema vitri, cujo significado é vidro.
Você consegue se lembrar de mais uma palavra que apresente esse mesmo radical?
Dica: pense em uma vidraça decorativa feita de pedaços de vidro coloridos que formam
uma composição.
A palavra que apresenta o radical vitri é vitral.

e) A palavra “papelaria”, nome de estabelecimento comercial que Ana adora frequentar,


apresenta o sufixo -aria. Pense nos estabelecimentos comerciais que você conhece,
LANTERIA/Shutterstock

com esse mesmo sufixo, e escreva os nomes deles a seguir.


20 Sugestão de resposta: pizzaria, padaria, livraria, tabacaria, sapataria, etc.

Língua Portuguesa
2 Leia dois trechos da carta de Pedro para responder às questões a seguir.

“Malu é grandona e acha que todo mundo deve ser do seu tamanho. Coisas de
gente grande.”
“fica o meu abração e o meu adeus”

a) Copie do primeiro trecho duas palavras que têm o mesmo radical e escreva qual é
esse radical.
As palavras são “grandona” e “grande”, cujo radical é grand.

b) Qual é a diferença mais marcante entre essas duas palavras?


A diferença mais marcante é a presença do sufixo -ona na palavra “grandona”.

c) Qual o efeito de sentido produzido pelo uso do sufixo -ona?


O uso desse sufixo indica tamanho grande, aumentativo.

d) Que outra palavra apresenta um sufixo com o mesmo sentido expresso por -ona?
A palavra abração indica aumentativo por meio do sufixo -ão.

Os sufixos mais empregados para denotar aumento e diminuição são -ão e


-inho. No entanto, existem outros sufixos para formar o aumentativo e o diminuti-
vo. Veja alguns exemplos:

Aumentativo Diminutivo

-éu: fogaréu -acho: riacho

-orra: cabeçorra -ote: rapazote

-ázio: copázio -isco: chuvisco

-eiro: cruzeiro -eta: saleta

Em geral, o diminutivo e o aumentativo são empregados para indicar, respecti-


vamente, tamanho menor e maior das coisas e dos seres. No entanto, de acordo
com a situação e a intenção, podem expressar outras ideias, como: afetividade,
desprestígio, ironia e intensificação.

É um fofucho! (afetividade)

Não leio esse jornaleco. (desprestígio)

Que espertão! Não acertou sequer uma resposta! (ironia) 21

Chamei o médico, pois Ana estava com um febrão. (intensificação)

Língua Portuguesa
Explorando a linguagem
1 Nas frases a seguir, identifique a ideia expressa pelo aumentativo ou diminutivo.
a) Querida esposinha Constanze, tenho d) Vamos, garotão, você consegue!
alguns pedidos a fazer. Afetividade.
Afetividade.
e) Você vai ler esse livreco?

b) Que belezinha! Disse papai, ao verificar Desprestígio.

que eu derrubara sua caixa de ferra- f) Olhei com ternura o seu rostinho todo
mentas no chão. cheio de sardas.
Ironia.
Afetividade.

c) Ontem, fez um calorão! g) Evito me encontrar com esse sujeitinho.


Intensificação. Desprestígio.

2 Na carta de Pedro, há duas palavras que expressam o resultado de uma ação.


siiixth/Shutterstock

Leia os trechos a seguir, observe as palavras em destaque e responda: Quais são


os dois sufixos e quais são as palavras que indicam ação e que originaram as
duas em destaque?
“A sua existência ainda é um mistério.”
“olhe que eu estou embarcando nessa viagem.”
Sufixo -ência. Palavra que indica ação: existir.

Sufixo -agem. Palavra que indica ação: viajar.

3 Leia:

Podemos afirmar que os sufixos -oso e -osa são indicadores de “provido ou cheio
de algo”. Assim, quando lemos que “Wolfgang Amadeus Mozart foi um dos com-
positores e músicos mais talentosos, produtivos e influentes de que o mundo já
tomou conhecimento”, sabemos que ele está entre os “cheios de talento”, “que se
sobressai dentre os outros”.

Agora que você já conhece o significado dos sufixos -oso e -osa, que tal formar
outras palavras com eles?
a) Cheio de bondade: e) Cheio de poder:
Bondoso(a). Poderoso(a).

b) Cheio de mistério: f) Cheio de vaidade:


Misterioso(a). Vaidoso(a).

c) Cheio de preguiça: g) Cheio de medo:


Preguiçoso(a). Medroso(a)

d) Cheio de saudade: h) Cheio de veneno:


22
Saudoso(a). Venenoso(a).

Língua Portuguesa
Atenção
Os sufixos -oso e -osa, indicadores de abundância, estado pleno, são
sempre grafados com s.

• Pedro e Ana são adolescentes que trocam diversas correspondências


e criam um laço grande de amizade. Ela diz em sua carta que tem qua-
se 17 anos, idade que integra Ana na fase da adolescência. Leia, a se-
guir, o significado da palavra adolescência.

(a.do.les.cên.ci:a)
1. Fase da vida humana que sucede à infância (a partir da puber-
dade, aproximadamente aos 12 anos) e vai até a idade adulta
(aproximadamente aos 20 anos).
2. Fase do desenvolvimento de qualquer processo em que este se en-
contra na plenitude de seu crescimento, seu viço, sua juventude.

Disponível em: <www.aulete.com.br>. Acesso em: 2 nov. 2017.

Você sabia que também existem as palavras pré-adolescência e pós-adolescência?

Pré-adolescência = período anterior à adolescência,


logo antes da adolescência.

PREFIXO: acrescenta à palavra o sentido de anterior, antes de.

Pós-adolescência = período logo após a adolescência.

PREFIXO: acrescenta à palavra o sentido de posterior, depois de.

Trabalhando a língua
1 Descubra o significado das palavras com o prefiro pré-:
a) O que é um alimento pré-cozido?
Alimento cozido antes do momento de seu definitivo preparo.

b) O que é um cheque pré-datado?


Cheque emitido antes da data que se escreve nele, para que só seja descontado nessa data futura.

c) O que é um período pré-eleitoral?


Período que antecede as eleições. 23

Língua Portuguesa
2 Os prefixos permitem que criemos palavras novas.
Exemplo: As reuniões pré-festa foram muito cansativas!
Como você pode chamar:
a) O estudo que você faz na véspera de b) A expectativa que sentimos nas véspe-
uma prova? ras das férias?

Estudo pré-prova. Expectativa pré-férias.

Para que serve? 3 Descubra o significado das palavras com o prefixo pós-.
Você já ouviu falar
a) O que quer dizer Brasil pós-colonial?
em post scriptum?
É uma expressão Brasil depois que deixou de ser colônia de Portugal.
latina que significa
“depois do escrito”. b) O que são cuidados pós-operatórios?
É usada quando
Cuidados necessários após uma operação.
precisamos, depois
da despedida e
da assinatura, 4 Crie palavras com o prefixo pós-. Ver Manual do Professor.
relatar ou comentar
a) Como podemos chamar os comentá- b) E o arrependimento que nos dá depois
alguma coisa
importante, um rios que circulam depois de uma festa? de uma briga com um colega?
P.S. Então, o post
scriptum em uma Comentários pós-festa. Arrependimento pós-briga.

carta é aquilo que


se escreve no fim 5 Para continuar as atividades, leia três trechos da carta de Mozart à sua amada
dela, depois de já Constanze:
assinada.
“fiques absolutamente segura do meu amor”.
“Todas essas coisas naturalmente despertam muito interesse”.
“Gostaria imensamente de saber se nosso cunhado Hofer veio visitar-nos no dia seguinte
à minha partida”.

a) Pensando nas pequenas partes que formam as palavras, o que há em comum nas
palavras destacadas?
A terminação em -mente.

b) Que nome damos a esse tipo de morfema? Por quê?


Damos o nome de sufixo, porque ele se posiciona depois do radical.

6 Em um momento de sua carta, Pedro diz: “Sou brinquedo nesta dança, barbante
neste pião e quero ser feliz”.
a) Que palavra seria formada acrescentando-se à palavra “feliz” o prefixo -in?
A palavra infeliz.

b) A palavra mudaria de sentido? Explique sua resposta.


Sim, porque feliz significa contente, alegre e satisfeito, e infeliz significa que não é ou não está feliz.

c) Que palavra seria formada se acrescentássemos à palavra do item a o sufixo -mente?


24
A palavra infelizmente.

Língua Portuguesa
Lendo o texto
Você já ouviu falar em Machado de Assis? Ele foi um escritor brasileiro consi- Ver Manual do
derado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos nomes mais Professor.
importantes da literatura do Brasil.
Em 1904, Carolina, a amada esposa de Machado de Assis, faleceu. Aqui está a
resposta do escritor à carta de condolências do amigo de longa data, Oliveira Lima
(1867-1928), diplomata e também escritor.
Paladin12/Shutterstock

Condolências

Expressão de
Rio de Janeiro, 18 de novembro de 1904. sentimento
de pesar pela
Meu prezado e ilustre amigo, infelicidade de
outra pessoa,
Acabo de receber sua carta, referindo-me o efeito que o mesmo que
pêsames.
lhes produziu a notícia da morte da minha boa e amada
Carolina, e trazendo-me as condolências de ambos. Tam- Pertinaz
bém eu não contava com tal golpe. A doença era pertinaz Que não desiste
e o estado de abatimento grande, mas estava longe de su- de fazer ou
de alcançar
por que, saindo de casa para a Secretaria, viesse achá-la
alguma coisa,
prostrada na cama. [...]. que demonstra
Diz-me bem, em termos próprios o que esta dor foi para persistência.
mim, e o que vai ser a minha vida se vida se pode chamar Prostrada
o resto dos meus velhos dias. Sinto-me acabado. Vivemos
Fraca, desfalecida,
casados 35 anos, e eu sempre imaginei ir antes dela. que perdeu as
Creio, creio nos sentimentos de pesar que, em nome da forças por doença
ou por cansaço.
Exma. Sra. D. Flora e no seu, me envia neste momento cruel
da existência. Creio e agradeço-os, como sendo dos remédios Enfermo
morais que ainda podem trazer ânimo a um enfermo de- Doente.
senganado de si mesmo e meio morto de solidão. Peço-lhe
que apresente a sua distinta consorte os meus respeitos, e Desenganado

para si envio-lhe um abraço. Doente para o


qual os médicos
dizem não haver
Amo, velho e agradecido,
tratamento
ou medicação
Machado de Assis. capazes de curá-lo
de doença fatal.
Sem esperança.

Consorte

Esposa.
25
CARTA a Oliveira Lima. In: MORAES, Marcos Antonio de. Me escreva tão logo possa.
São Paulo: Salamandra, 2005. p. 89.

Língua Portuguesa
Biografia
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, no dia

Reprodução/Arquivo da editora
21 de junho de 1839. Foi um autor completo, escrevendo romances,
contos, poesias, peças de teatro, inúmeras críticas, crônicas e corres-
pondências. Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras, em 1896, e o seu primeiro presidente. Em outubro
de 1904, morreu sua esposa, que, além de revisora de suas obras, era
também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada
pela epilepsia. Após a morte da esposa, o romancista raramente saía de
casa. Em sua homenagem, dedicou o poema “A Carolina”. Machado de
Assis morreu no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e viveu a vida toda,
no dia 29 de setembro de 1908.

Interagindo com o texto


1 Machado de Assis indica a data e o local onde a carta foi escrita. Qual é a função
dessas informações em uma carta?
Essas informações revelam para o destinatário onde e quando a carta foi escrita.

2 Todo texto é escrito com uma intenção. Qual foi o objetivo de Machado de Assis
ao escrever essa carta a seu amigo?
Machado de Assis tinha o objetivo de agradecer a uma carta anterior de condolência.

3 Machado já estava preparado para o falecimento de sua esposa ou ele foi pego
de surpresa? Copie um trecho da carta para justificar sua resposta.
Machado foi pego de surpresa. Ele diz em sua carta: “Também eu não contava com tal golpe. A doença

era pertinaz e o estado de abatimento grande, mas estava longe de supor que, saindo de casa para a

Secretaria, viesse achá-la prostrada na cama”.

4 Machado de Assis descreve em detalhes como está sentindo-se no momento


tão difícil da perda de sua esposa. Copie alguns trechos da carta que mostram
seus sentimentos em relação à morte de Carolina.
“[...] se vida posso chamar o resto dos meus velhos dias”. “Sinto-me acabado”. “[...] neste momento cruel

da existência.”. “[...] meio morto de solidão”.

26

Língua Portuguesa
5 Releia esta passagem da carta. Qual o significado da expressão remédios morais?

“Creio e agradeço-os, como sendo dos remédios morais que ainda podem trazer ânimo a
um enfermo desenganado de si mesmo”.

Machado sentiu-se muito bem com a carta do amigo, que serviu de consolo para a sua tristeza. As Professor, se julgar
necessário, comente
sobre o que seria
condolências de Oliveira Lima e de sua esposa foram tão importantes para Machado que ele as qualifica
um remédio moral,
conduzindo, dessa
como remédios morais, ou seja, palavras que podem curar/amenizar, como um remédio, seu estado de forma, os alunos à
resposta esperada.
espírito. Ele se sente um enfermo (doente) sem cura diante desse momento, mas sente alívio e consolo

quando lê a carta de seu amigo, que atuou como um remédio moral, trazendo um pouco de ânimo.

6 No trecho, “Peço-lhe que apresente a sua distinta consorte os meus respeitos, e


para si envio-lhe um abraço.”, quem é a distinta consorte?
A distinta consorte é a esposa de Oliveira Lima, Flora.

7 Em uma carta, o que dizemos e como dizemos podem revelar a época, o grau de
escolaridade, a faixa etária e o grau de intimidade que pretendemos estabelecer
com o destinatário. Certamente, as cartas pessoais que seus avós escreviam eram
bem diferentes das que são escritas hoje. Algumas palavras e expressões, muitas
vezes, marcam uma época. Pensando nisso, responda às questões a seguir.

a) Considerando o contexto atual, a carta de Machado de Assis a seu amigo apresenta um


registro formal ou informal de linguagem?
A carta apresenta um registro formal de linguagem.

b) Qual é a saudação utilizada por Machado em sua carta?


A saudação é “Meu prezado e ilustre amigo,”.

c) Você usaria essa mesma saudação ou outra parecida em uma carta para um amigo
íntimo, assim como fez Machado de Assis? Por quê?
Espera-se que o aluno escreva não, considerando a distância temporal entre o momento da escrita da

carta de Machado de Assis e uma produzida hoje.

d) Que saudação você usaria ao escrever para um amigo próximo?


Resposta pessoal.

27

Língua Portuguesa
8 Leia a tirinha a seguir, em que o personagem Marcelinho mostra uma atitude
consciente para seu amigo Cebolinha.

© Mauricio de Sousa Editora LTDA


Disponível em: <http://turmadamonica.uol.com.br/
tirinhasdomarcelinho/index.php?a=3.>. Acesso em: 3 nov. 2017.

a) Qual é o prefixo da palavra desligue, utilizada por Marcelinho no segundo quadrinho?


Trata-se do prefixo des-.

b) Se eliminarmos o prefixo da palavra desligue, obteremos qual palavra?


Obteremos a palavra ligue.

c) Essa alteração modificou o sentido da palavra? Justifique a sua resposta.


Sim, porque o prefixo des- indica ação contrária, ou seja, ligue e desligue são ideias opostas. Desse

modo, concluímos que a presença/ausência do prefixo altera o sentido dessa palavra.

d) Na última cena, temos uma fala do Cebolinha. Ele mostra chateação/contrariedade por
ter ficado no escuro e diz “eu ainda estava no quadlinho!”. Sabendo que o Cebolinha
troca algumas letras, escreva de acordo com a norma-padrão essa fala do garoto.
“Eu ainda estava no quadrinho”.

e) Qual é o radical da palavra quadrinho?


O radical é quadr.

f) Use sua criatividade e seus conhecimentos! Escreva outras palavras que apresentem o
mesmo radical encontrado no item e. (Dica: a figura a seguir mostra alguns animais que
possuem uma característica que servirá como uma das respostas para essa questão).
Sugestões: quadro, quadrado, quadrangular, quadrúpede, quadricolor, etc.

Pense muito bem. O que esses animais têm em comum?


Amplion/Shutterstock

28
São quadrúpedes, ou seja, animais que têm quatro patas.

Língua Portuguesa
Produzindo textos

Carta pessoal
Entendendo o gênero
Nas duas primeiras leituras desta unidade, você estudou as características e os ele- Embora a estrutura da
mentos básicos de uma carta pessoal, gênero textual que se caracteriza pela intenção de carta pessoal apresente
variações quanto à sua
estabelecer comunicação, geralmente entre pessoas que se conhecem e mantêm algum organização, o esquema
tipo de relacionamento. Agora, chegou a sua vez de escrever uma carta pessoal e, para a seguir ensina ao
aluno de 6º- ano aquilo
ajudá-lo nesta produção, vamos retomar os elementos que as constituem. que é desejável, que
está de acordo com a
Primeiro, vem o cabeçalho; depois, o desenvolvimento, quer dizer, o corpo da car- normatização. Trata-se
ta; e, por fim, a despedida e a assinatura de quem envia a carta, ou seja, o remetente. de uma organização
consensual.
Observe o esquema a seguir com a organização de uma carta pessoal.

Quais são os elementos Onde eles se posicionam


O que eles indicam? Alguns exemplos
de uma carta? na carta*?
Indicam o nome do lugar de onde
estamos escrevendo a carta e a data.
Londrina, 23 de
Local e data No cabeçalho. Use a vírgula para separar o local e
março de 2017.
a data na carta. Escreva o mês por
extenso e coloque ponto final.
Querida amiga,
É usado para invocar ou chamar a
Meu querido filho,
Logo após o cabeçalho, antes pessoa a quem nos dirigimos, por isso
Saudação/vocativo Prezada senhora,
do corpo do texto. a sua presença sugere um diálogo.
Oi, Pedro,
Usamos a vírgula após o vocativo.
Querida esposinha,
Pode indicar diversos motivos,
Li sua carta mil vezes...
que variam de acordo com a nossa
Tenho alguns pedidos
intenção. O que escrevemos e como
No corpo da carta, organizamos a fazer...
Mensagem/assunto escrevemos depende da situação
a mensagem. Estou com saudade de
comunicativa. Iniciamos com letra
você...
maiúscula, mesmo após a vírgula
Há muitos anos...
depois do vocativo.
Logo após o assunto. Pode Indica a forma para terminar o nosso Desde já agradecemos,
apresentar-se como parte texto. É a parte dos abraços, dos beijos Atenciosamente,
do último parágrafo ou em e das lembranças. Quando apresentar- Um abração,
Despedida
parágrafo próprio. Nesse caso, -se em parágrafo próprio, não Do seu amigo,
pode posicionar-se um pouco à devemos nos esquecer de usar a Aguardamos
direita do recuo do parágrafo. vírgula ou a exclamação. sua resposta,
Indica o nome de quem escreve a carta e
Pedro.
deve ser seguida de ponto final. Carta é
Assinatura Logo após a despedida. Ana.
um texto em prosa, que se organiza em
Mozart.
parágrafos, com ponto final.
P.S. Nunca te vi, mas
Indica a necessidade de se acrescentar
acho que já te amo!
alguma informação que não foi dita
Post scriptum – P.S. Depois da assinatura. P.S. Depois te escrevo
anteriormente. Vem antecedido da sigla
contando os detalhes
P.S. Não é um elemento obrigatório. 29
do livro que estou lendo.
*Importante: todas as partes da carta devem começar com recuo de parágrafo.

Língua Portuguesa
Saiba mais Planejando
Para enviar Embora a correspondência por meio de cartas pessoais tenha se reduzido dras-
uma carta, é ticamente após as transformações produzidas pela disseminação da internet, ain-
imprescindível
a presença
da há regiões no Brasil e no mundo em que as tecnologias digitais não estão dis-
correta do CEP do poníveis a uma significativa parcela da população.
destinatário na
frente do envelope. Imagine que você conheceu alguém que mora em uma região na Amazônia, sem
No entanto, para acesso fácil aos meios de comunicação digital, e vai lhe escrever uma carta, rela-
que serve e o que tando alguns fatos interessantes ocorridos na sua vida neste início de ano e tam-
essa sigla significa?
bém demonstrando curiosidade sobre como é o cotidiano vivido por essa pessoa
CEP significa
Código de na região amazônica.
Endereçamento
Postal. É um
Selecionado o seu destinatário, defina o assunto a ser desenvolvido em sua
conjunto numérico carta. Baseie-se nos assuntos sugeridos ou pense em outro de sua preferência:
constituído de
oito algarismos, • livros e filmes preferidos no momento;
cujo objetivo
principal é orientar
• suas coleções;
e acelerar o • animais de estimação que entraram em sua vida;
encaminhamento,
o tratamento e • esportes aos quais esteja se dedicando;
a distribuição de
• viagens e passeios que você fez ou que pretende fazer.
correspondências.
Disponível em: Quanto à vida de seu novo amigo, demonstre curiosidade sobre:
• brincadeiras de que ele costuma participar;
• outras diversões disponíveis;
• distância de sua casa à escola;
• meio de deslocamento para a escola;
• planos para o futuro.

Escrevendo
Agora que você vai produzir, siga algumas orientações:
• inicie a carta com cabeçalho e saudação;
• desenvolva o assunto de modo que o destinatário sinta vontade de responder
à sua carta;
• empregue uma variedade linguística de acordo com seu destinatário, ou seja,
adequada à idade dele e ao grau de intimidade existente entre vocês, utilizando
um registro mais informal;
• lembre-se de colocar a despedida e a assinatura;
• se necessário, acrescente P.S.

Revisando
• Avalie sua carta pessoal.
30 a. Coloquei na carta todas as partes que a compõem: cabeçalho (local e data,
saudação e vocativo), corpo do texto (mensagem ou assunto), despedida
e assinatura?
Língua Portuguesa
b. Separei com vírgula o local e a data?
Saiba mais
c. Usei um vocativo adequado? Neste livro, o leitor
sente-se envolvido
d. Usei letra maiúscula no início de frase e em todos os nomes próprios? em uma história
de uma curiosa
e. Coloquei os pontos corretos no final das frases? correspondência
entre duas pessoas
f. Escrevi alguma informação ou comentário que deva ser retirado ou reescrito? e vai descobrindo,
aos poucos, todos
g. Usei uma fórmula adequada na despedida? os pormenores
da trama (como
h. Data? começou, o que
aconteceu, etc.). À
Se desejar, peça a um colega que revise sua carta. Pergunte a ele se o texto está medida que o leitor
avança a leitura,
escrito de modo claro, se é interessante, se a estrutura está de acordo com a de
vão surgindo
uma carta, etc. mistérios que o
Passe sua carta a limpo, com bastante capricho. prendem até o
final. Na verdade,
Coloque-a em um envelope e preencha-o com os dados do remetente e do des-
o mistério só vai
tinatário. terminar no fim
Não perca tempo! Envie sua carta! Depois, é só aguardar a resposta e, quem do terceiro livro da
sabe, escrever a próxima carta... trilogia.
BRANTOCK,
Nick. Griffin &
É verdade? Sabine: uma
Antigamente, algumas mensagens chegavam ao seu destino por meio de pombos. Verdade ou mito? correspondência
extraordinária.
Sim, é verdade. Pombos são aves com um ótimo sentido de orientação, por isso eram treinados para
Tradução de
Wanda Caldeira
sempre voltarem ao mesmo lugar. As mensagens eram amarradas em sua perna e, quando as aves
Brandt. Barueri:
Marco Zero, 1994.
retornavam ao seu local de origem, carregavam consigo essas mensagens. Os pombos-correios podem

viajar até mil quilômetros em um único dia a uma velocidade de 90 quilômetros por hora.

Você pode pesquisar mais sobre o assunto no site <https://meusanimais.com.br/pombos-


correios-passaros-que-fizeram-historia/.> e também assistir ao vídeo no link: <www.youtube. 31
com/watch?v=sJlvoPg2gxc>.

Língua Portuguesa
Você no Brasil
Região Sudeste: São Paulo, Minas
Região
Sudeste Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo
Unidade temática:
Sotaques, gírias, expressões formais e informais nos falantes da região Sudeste.
Objeto do conhecimento:
Variação linguística na região Sudeste.
Habilidade:
Entender o conceito de variação linguística; pesquisar e conhecer diferentes
palavras e/ou expressões típicas dos falantes da região Sudeste; usar as expres-
sões pesquisadas em uma carta pessoal.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Su-


deste é a mais populosa entre as regiões brasileiras. Se fosse um país, seria o dé-
cimo quinto mais populoso do mundo. Aproximadamente, 43% da população brasi-
leira se encontra distribuída nos quatro estados da Região Sudeste. De acordo com
estimativas feitas pelo IBGE, em 2017, a população da região era de 86,93 milhões
de habitantes, assim distribuída: 45 094 866 em São Paulo, 21 119 536 em Minas
Gerais, 16 718 956 no Rio de Janeiro e 4 016 356 no Espírito Santo.
Historicamente, o Sudeste sempre foi uma região importante, desde quando o
Rio de Janeiro se tornou a capital brasileira (depois da Bahia e antes de Brasília).
Segundo dados da Justiça Eleitoral, é a região de maior colégio eleitoral do Brasil,
sendo São Paulo o maior, seguido de Minas Gerais.
Nesta unidade, você leu alguns exemplos de cartas pessoais. Analisando esses
textos, percebeu que Ana, Pedro e Machado de Assis, no cabeçalho de suas cartas,
indicam cidades em diferentes lugares do Brasil. Repare que as três são capitais de
seus estados.

• Ana é da cidade de São Paulo (SP);


• Pedro é da cidade de Belo Horizonte (MG);
• Machado de Assis morava na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Para refletir
• Você reside em uma dessas cidades?
• Já teve a oportunidade de visitar algum desses lugares?
32
• Tem algum conhecido que mora nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte ou
Rio de Janeiro?
Língua Portuguesa
• Já conviveu com pessoas que vieram dessas cidades?
• Pelo menos já teve a oportunidade de conversar
com pessoas que vivem ou já viveram nelas?

O nosso país é enorme, e muitas das dife-


renças que distinguem uma região da outra
também aparecem marcadas na maneira de
falar. É isso que constitui a chamada variação

tock
linguística – falantes de uma mesma língua empre-

tters
/Shu
gam diferentes palavras, expressões e construções linguísti-

6
y201
cas para se expressar. No Brasil, essas diferenças são observadas

Katt
de uma região para outra e até de um estado para outro.
Ana, Pedro e Machado se comunicaram por meio da escrita, con-
siderando as cartas que você leu. Se você tivesse a chance de encontrá-
-los pessoalmente e conversar com eles:

• Como acha que falariam com você?

• Como seria o sotaque deles?

• Que tipos de palavras seriam comuns em suas falas?

Trabalho em grupo
1 Pensando na variação linguística da região Sudeste, vocês terão três atividades para serem feitas em
grupo. Para realizá-las, conversem com o professor e troquem ideias com os colegas.
a) Pesquisa
A região Sudeste é composta de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A
primeira tarefa do grupo consiste em pesquisar como é o falar das pessoas que vivem nesses quatro esta-
dos. Pesquisem palavras e/ou expressões que são específicas dessa região. Deem o seu melhor para en-
contrar informações sobre o sotaque das pessoas também. Escrevam tudo em sua pesquisa. Bom trabalho!

b) Dicionário
Para a composição de um pequeno dicionário de termos, utilizem a pesquisa feita sobre palavras e/ou ex-
pressões específicas da região Sudeste, ampliando-a se necessário. Organizem esses termos em ordem
alfabética, apresentando os significados ao lado dos verbetes.

c) Troca de ideias
No estudo das variações linguísticas, o que vale é saber reconhecê-las como válidas e legítimas expressões
da língua, eliminando preconceitos e estereótipos.

• Na opinião de vocês, na prática, as variedades linguísticas são vistas todas como tendo a mesma valoração
ou algumas são eleitas como tendo mais prestígio?

• Por que isso acontece?


• O que é preciso fazer para erradicar essa visão distorcida?

Após refletir sobre esses questionamentos, produzam pequenos cartazes de conscientização sobre o pre- 33
conceito linguístico, os quais devem ficar expostos na sala de aula ou em outros ambientes da escola, desde
que haja autorização para isso.

Língua Portuguesa
Atividades
A Primeira Guerra Mundial durou de 1904 a 1918 e foi a primeira guerra ver-
dadeiramente global na história, ocasionando a morte de cerca de 9 milhões de
pessoas entre soldados e civis. Considerando apenas os soldados britânicos, uma
em cada três famílias teve um ente querido morto, ferido ou feito prisioneiro.
A carta a seguir, escrita por uma mulher de Walthamstow, Inglaterra, para o
marido soldado, proporciona uma visão pessoal daquele momento histórico.

Walthamstow, 25 de junho de 1917.

Meu querido maridinho,

Acabo de receber tua carta de sábado. [...]. Oh, querido,


isso parece tão terrível, se pelo menos terminasse e fosses
mandado de volta para mim. Eu saberia que estavas se-
guro, parece que se passaram séculos desde que teu rosto
querido esteve diante de mim. E, quando recebemos más
notícias, ficamos tão desanimados.
Desculpe os rabiscos, a neném está dormindo nos meus
braços e é muito difícil. Anima-te, querido, recebe todo o
meu mais profundo amor e montes de beijos de teu peque-
no tesouro que diz que o papai foi lutar contra os malva-
dos alemães, e ela não gosta deles.

Tua sempre amorosa, saudosa e devotada esposa.

OYLE, Úrsula (Org.). Cartas de amor de mulheres notáveis: romances


protagonizados pelas personalidades mais influentes da história.
Tradução de Doralice Lima. Rio de Janeiro: BestSeller, 2011.

1 Qual é o maior desejo expresso pela esposa do soldado em sua carta?


O seu maior desejo é que o marido retorne da guerra.

2 Por que ela diz que a carta apresenta alguns rabiscos?


34 Porque a neném está dormindo em seus braços e fica difícil ter habilidade/espaço para escrever.

Língua Portuguesa
3 A mulher menciona em sua carta um pequeno tesouro. Essa referência é feita a que ou a quem?
A referência é feita à neném, filha do casal.

4 Em sua opinião, quais sentimentos predominam nessa carta? Justifique sua resposta.
Pessoal. Espera-se que os alunos percebam que no texto predominam os sentimentos de preocupação com a permanência do

marido na guerra e de saudades.

5 Leia: “E, quando recebemos más notícias, ficamos tão desanimados.”. Explique o significado da palavra
destacada com base na presença do prefixo.
A palavra destacada apresenta o prefixo des-, que indica ideia contrária ou negação. Desse modo, desanimados significa falta de

ânimo, entusiasmo. Quando a esposa recebe más notícias, sente-se desestimulada em relação às coisas de um modo geral,

expressando abatimento.

6 Na despedida “Tua sempre amorosa, saudosa e devotada esposa.”, encontramos o sufixo -osa nas pa-
lavras amorosa e saudosa. Explique a ideia que esses sufixos expressam e dê o significado das duas
palavras destacadas.
Os sufixos -oso e -osa são indicadores de abundância e estado pleno. Amorosa significa cheia de amor, e saudosa significa cheia

de saudade.

Tarefa
1 Leia a tirinha a seguir, em que o personagem Marcelinho mostra uma atitude consciente aos amigos Mô-
nica e Cebolinha sobre o momento de escovar os dentes.

© Mauricio de Sousa Editora LTDA

Disponível em: <http://turmadamonica.uol.com.br/tirinhasdomarcelinho/index.php?a=44>.


Acesso em: 3 nov. 2017.

a) No primeiro quadrinho, há duas palavras que apresentam o mesmo radical. Quais são elas? Faça um círculo em
torno do radical dessas palavras.
As palavras são dentes e dental, cujo radical é dent. 35

Língua Portuguesa
b) Seja criativo e escreva mais duas palavras com esse mesmo radical.
Sugestão: dentista, dentadura, dentição, denteado.

c) Explique a intenção presente na fala de Cebolinha no segundo quadrinho. Ele realmente estava se referindo a
quaisquer pessoas? Por quê?
Cebolinha não estava se referindo a quaisquer pessoas, mas sim especificamente à Mônica. O garoto é muito malandrinho e está

sempre arquitetando planos infalíveis para “derrotar” a Mônica e tornar-se o dono da rua. O problema é que os planos sempre

dão errado, o que resulta em coelhadas no final da história.

d) Que característica física da personagem Mônica leva o Cebolinha a referir-se a ela, dizendo que há alguém que
precisa usar muito creme dental?
Uma das características físicas da personagem Mônica é ter dentes grandes.

e) Em sua opinião, debochar de alguém em razão de uma característica física é uma atitude certa? Justifique
sua resposta.
Espera-se que os alunos percebam que esse comportamento não é recomendável, pois o respeito às outras pessoas faz parte

da boa convivência social.

f) Por que Cebolinha aparece caído no último quadrinho? Explique, com detalhes, o que aconteceu.
No segundo quadrinho, Mônica percebeu que Cebolinha estava debochando dela, dizendo, nas entrelinhas, que ela precisaria de

uma grande quantidade de creme dental por ser dentuça. Desse modo, ela ficou muito brava e deu um golpe (uma coelhada) em

Cebolinha.

g) Ainda no último quadrinho, Marcelinho usa a palavra “coelhada” para se referir ao golpe que Cebolinha recebeu.
Divida a palavra “coelhada” em dois morfemas, escrevendo suas respectivas classificações.
Coelh (radical) + -ada (sufixo).

h) Troque o sufixo -ada, na palavra “coelhada”, por outro que indique diminuição ou tamanho reduzido. Escreva a
36 nova palavra encontrada.
A palavra será coelhinho.

Língua Portuguesa
Você aprendeu

• O gênero carta pessoal, sua linguagem e organização. Assim, complete os retângulos à esquerda de acor-
do com os elementos constituintes da carta pessoal:

Brasília, 5 de novembro de 2017.


Local e data

Minha amiga querida,

Saudação/vocativo
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXX.
Mensagem/assunto. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Conteúdo da carta.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Despedida XXXXXXXXXXXXXX.

Beijos com carinho da sua melhor amiga,


Assinatura
Mariana.

• A estrutura das palavras. Desse modo, complete os espaços a seguir com uma breve definição:

Morfema Afixos
Partes portadoras de sentido. Partes acrescentadas ou

afixadas ao radical.

Radical Prefixo
Parte principal da palavra. Antes do radical.

Afixos Sufixo
Morfemas que se juntam ao Depois do radical.
37
radical.

Língua Portuguesa
UNIDADE Manifestando
2 aborrecimentos:
carta de reclamação
Objetivos
Discutir o tema
meio ambiente e
sustentabilidade por Lendo o texto
meio de dois textos,
um artigo de opinião Você sabe o que é sustentabilidade? Em sua opinião, é necessário preservar o
e uma carta de meio ambiente? Cuidar do meio ambiente significa dar atenção apenas às flores-
reclamação. tas ou também devemos nos preocupar com os ambientes urbanos? Pensando
Distinguir as palavras nisso, troque ideias com os colegas e com o professor. Em seguida, leia o texto e
primitivas e as saiba mais sobre esse assunto.
derivadas.
Estudar os principais
processos de O meio ambiente e a sustentabilidade
formação das
palavras e reconhecê- Nunca antes se debateu tanto sobre o meio ambiente e a sustentabilidade.
-los – derivação As graves alterações climáticas, as crises no fornecimento de água, devido à
prefixal, derivação falta de chuva e à destruição dos mananciais, e a constatação clara e crista-
sufixal, composição
lina mostram que, se não fizermos nada, o Planeta será alterado de tal forma
por justaposição
e composição por que a vida como a conhecemos deixará de existir.
aglutinação. Cientistas, pesquisadores amadores e membros de organizações não gover-
Produzir uma carta namentais se unem, ao redor do Planeta, para discutir e levantar sugestões
argumentativa de que possam trazer a solução definitiva ou, pelo menos, encontrar um ponto
reclamação com base
de equilíbrio que desacelere a destruição que experimentamos nos dias atu-
nas características
estudadas. ais. A conclusão, praticamente unânime, é a de que políticas que visam à
conservação do meio ambiente e à sustentabilidade de projetos econômicos
de qualquer natureza devem sempre ser priorizadas, e essas metas devem ser
Mananciais
alcançadas por qualquer governante.
Lugares onde
nasce água, fonte,
nascente.

38

Língua Portuguesa
Em paralelo às ações governamentais, todos os cidadãos devem ser cons- Assentamentos
tantemente instruídos e chamados à razão para os perigos ocultos nas inter-
Ações ou
venções mais inocentes que realizam no meio ambiente a sua volta e para resultados de
a adoção de práticas que garantam a sustentabilidade de todos os seus atos. estabelecer
residência,
Destinar corretamente os resíduos domésticos; proteger os mananciais que se moradia, atividade
encontram em áreas urbanas; refletir sobre os próprios hábitos de consumo e profissional em um
adotar a prática de medidas simples que estabeleçam a cultura da sustenta- determinado lugar.

bilidade em cada família. Engajamento


Assim, reduzindo-se os desperdícios, os despejos de esgoto doméstico nos Envolvimento,
rios, as demais práticas ambientais irresponsáveis e os danos causados ao participação ativa.
meio ambiente serão drasticamente minimizados, e a sustentabilidade dos
Fomentará
assentamentos humanos e as atividades econômicas de qualquer natureza (fomentar)
estarão asseguradas.
Criar meios para
Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo, a coleta seletiva, o crescimento,
o aproveitamento de partes normalmente descartadas dos alimentos, como estimular.

cascas, folhas e talos, e o desenvolvimento de cursos, palestras e estudos que


Sugestão para a leitura
informem e orientem todos os cidadãos para a importância da participação e do texto: primeiro,
solicitar uma leitura
do engajamento nesses projetos e nessas soluções simples, fomentará tanto a silenciosa para que
sustentabilidade quanto a conservação do meio ambiente. os alunos entrem em
contato com as ideias e
Uma medida bem interessante é ensinar cada família a calcular sua influ- as reflexões propostas.
Em seguida, ler o texto
ência negativa sobre o meio ambiente (suas emissões) e orientá-las a proceder em voz alta para que
de forma a neutralizar suas ações, contribuindo assim para a conservação do os alunos retomem a
leitura.
meio ambiente em que vivem.
Mas, como se faz para calcular essas emissões? Na verdade, é uma con-
ta bem simples. Basta calcular a energia elétrica consumida pela família, o
número de carros e outros veículos que ela utiliza, e a forma como o faz, e os
resíduos que ela produz. Com base nisso, cada família poderá dar a sua con-
tribuição para promover práticas e procedimentos que garantam a devolução Conectando
à natureza de tudo o que usaram e gerar novas oportunidades de renda e de saberes
bem-estar social para a sua própria comunidade. O professor de
Matemática pode
O mais importante é educar o cidadão e fazê-lo entender que tudo o que
ajudar a fazer o
ele faz gera um impacto no meio ambiente que o cerca, de forma que somente cálculo da economia
ações que visam à sustentabilidade podem garantir uma vida melhor e mais e do desperdício
(de água, de
satisfatória para ele mesmo e para as gerações futuras. energia elétrica,
de alimentos, etc.),
Disponível em: <www.ecologiaurbana.com.br/conscientizacao/ verificando, assim,
meio-ambiente-sustentabilidade/>. Acesso em: 4 nov. 2017.
o impacto dessa
economia ou do
desperdício.

39

Língua Portuguesa
Interagindo com o texto
1 Quando queremos pesquisar o significado de uma palavra, consultamos o dicio-

Toria/Shutterstock
nário. No entanto, para alguns termos ou expressões, é necessário recorrer a
outras fontes, pois, muitas vezes, trata-se de um conceito, uma concepção es-
pecífica de uma área do conhecimento. Pensando nisso, pesquise, no dicionário e
também em outras fontes, os seguintes conceitos:
a) sustentabilidade;
Refere-se a ações humanas que visam suprir as necessidades das gerações presentes sem

comprometer o futuro das gerações seguintes, que também precisarão suprir suas próprias

necessidades. Ou seja, é a capacidade de desenvolver-se econômica e materialmente sem agredir o

meio ambiente e sem acabar com os recursos naturais.

b) meio ambiente.
É o conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural e incluem a vegetação,

os animais, os microrganismos, o solo, as rochas, a atmosfera e os fenômenos naturais que podem


Ver no Manual do
Professor alguns
ocorrer em seus limites.
sites que podem
ser indicados aos
alunos como fonte de 2 Leia o trecho, dando atenção especial às palavras destacadas, e assinale a alter-
pesquisa. Essa questão
pode ser pedida como nativa mais adequada ao significado delas.
tarefa.
“As graves alterações climáticas, as crises no fornecimento de água, devido à falta de
chuva e à destruição dos mananciais, e a constatação clara e cristalina mostram que, se
não fizermos nada, o Planeta será alterado [...]”.

a) Que ilumina, clareia; brilhante e luminoso.


b) Tempo com poucas nuvens, aberto, limpo.
c) Pessoa que tem a pele muito branca.
d) Que tem cor ou tonalidade pouco intensa.
e) Que permite a fácil passagem da luz, que é transparente como o cristal.
f) X Evidente, que não oferece dúvidas; que é facilmente compreensível.

3 Leia o trecho a seguir.

Professor, conduzir a “Cientistas, pesquisadores amadores e membros de organizações não governamentais se


resposta, dando outros unem, ao redor do Planeta, para discutir e levantar sugestões”.
exemplos em que
a palavra “amador”
aparece, como jogador a) Quem são os pesquisadores amadores?
amador e ator amador,
entre outros. São pessoas que fazem pesquisa por conta própria, sem serem necessariamente cientistas.

b) O que são organizações não governamentais? Faça uma pesquisa para fornecer a definição.
São todas as organizações sem fins lucrativos criadas por pessoas que trabalham voluntariamente

40 em favor de uma causa, como proteção do meio ambiente, defesa dos direitos humanos, defesa dos

direitos dos animais, combate ao trabalho infantil, etc.

Língua Portuguesa
4 Considerando o contexto, explique o significado das palavras e/ou expressões des-
tacadas nos trechos a seguir. Se sentir necessidade, retorne ao texto para verificar
o sentido. Nesta questão, tente não usar o dicionário. A ideia é que você perceba
qual é o sentido mais adequado com base na interpretação do texto.

a) “A conclusão, praticamente unânime, é a de que políticas que visam à conservação


do meio ambiente e à sustentabilidade de projetos econômicos de qualquer natureza
devem sempre ser priorizadas”.
Uma conclusão à qual todos chegaram.

b) “Em paralelo às ações governamentais, todos os cidadãos devem ser constantemente


instruídos e chamados à razão para os perigos ocultos”.
Ao mesmo tempo em que os governantes tomam atitudes, os cidadãos devem ser instruídos. As

atitudes devem ser tomadas por todos, concomitantemente.

c) “os danos causados ao meio ambiente serão drasticamente minimizados, e a sus-


tentabilidade dos assentamentos humanos e as atividades econômicas de qualquer
natureza estarão asseguradas.”
Os danos ao meio ambiente deverão ser radicalmente diminuídos. Com isso, a sustentabilidade e as

atividades econômicas estarão garantidas.

d) “Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo, a coleta seletiva”.


Devemos estimular a separação e o recolhimento dos resíduos/lixos, que são coletados e levados

para reaproveitamento.

e) “Uma medida bem interessante é ensinar cada família a calcular sua influência negati-
va sobre o meio ambiente (suas emissões) e orientá-las a proceder de forma a neutra-
lizar suas ações.”
Orientar as famílias de forma a anular suas ações.

5 Qual é o assunto principal tratado no texto? Assinale a opção mais adequada.

As melhores maneiras de diminuir a produção de lixo e a poluição de mananciais de água.


A importância das recentes pesquisas sobre o meio ambiente e a sustentabilidade.
X A necessidade de tomarmos atitudes que garantam a conservação do planeta para as
gerações futuras.
O desânimo dos cientistas, dos pesquisadores amadores e dos membros de organizações
não governamentais, que não veem mais soluções para os problemas do meio ambiente.
O cálculo da influência negativa sobre o meio ambiente que as famílias precisam fazer
para procederem a fim de neutralizar suas ações.

6 Em sua opinião, por que “nunca antes se debateu tanto sobre o meio ambiente e
a sustentabilidade”?
Sugestão de resposta: Porque é na atualidade que as condições do meio ambiente estão mais alteradas,

e a população mundial está cada vez maior, o que torna imprescindível discutir/debater o assunto. 41

Língua Portuguesa
7 De acordo com o texto, quem são os principais participantes que se unem para
debater esse assunto?
Cientistas, pesquisadores amadores e membros de organizações não governamentais.

8 Leia o trecho a seguir.


“todos os cidadãos devem ser constantemente instruídos e chamados à razão para os pe-
rigos ocultos nas intervenções mais inocentes que realizam no meio ambiente”.

Sabendo que oculto é aquilo que está escondido, encoberto, desconhecido, inexplo-
rado, dê três exemplos de perigos ocultos que devem ser observados pelos cidadãos.
Sugestão de resposta: Não separar o lixo orgânico do lixo reciclável, desperdiçar água no chuveiro, não

jogar pilhas e baterias usadas nos lugares corretos, deixar a luz acesa sem necessidade, entre outros.

9 Quais atitudes citadas no texto fomentarão tanto a sustentabilidade quanto a


conservação do meio ambiente?
Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo, a coleta seletiva, o aproveitamento de partes

normalmente descartadas dos alimentos, como cascas, folhas e talos, e o desenvolvimento de cursos,

palestras e estudos que informem e orientem todos os cidadãos.

10 O texto apresenta uma visão positiva ou negativa do futuro do planeta? Justifique


sua resposta.
O texto apresenta uma visão positiva, desde que todos tomem atitudes de preservação ambiental.

Discutindo o assunto
Segundo o texto, “somente ações que visam à sustentabilidade podem garantir
uma vida melhor e mais satisfatória para ele mesmo e para as gerações futuras”.
Há quem pense que tomar atitudes como deixar de tomar um longo banho de
chuveiro ou andar de bicicleta, em vez de andar de carro, é besteira porque não
estaria vivo quando acabasse a água do planeta ou acontecesse alguma catás-
Ver o Manual do trofe por conta da falta de cuidados com o meio ambiente. Qual sua opinião sobre
Professor. esse raciocínio? Troque ideias com os colegas e o professor.

Para que serve?


Sinisa Botas/Shutterstock

Para que serve a casca da laranja?


O desperdício de alimentos é alto no Brasil,
chegando a 26 milhões de toneladas ao ano,
o que poderia alimentar 35 milhões de pes-
soas. A laranja é uma das frutas que mais so-
frem perdas. Você sabia que podemos fazer
um doce delicioso com a casca da laranja? Só
precisamos de três ingredientes: cascas de la-
42
ranja, açúcar e água. O resultado é um petisco
açucarado muito saboroso.

Língua Portuguesa
Professor, alguns
Ampliando a leitura autores entendem
que, no início do texto,
podem figurar também
o fato e o motivo da
Você já ouviu falar que, na administração pública municipal, existe um órgão res- carta, bem como o
ponsável pela preservação, manutenção e recuperação da qualidade ambiental propí- remetente.

cia à vida. Geralmente esse órgão visa à proteção dos ecossistemas, em benefício das Seria assim:
À Secretaria Municipal
gerações atuais e futuras. de Meio Ambiente.
A seguir, você vai ler uma carta enviada ao então Secretário Municipal do Meio Assunto: Reclamação
sobre derrubada de
Ambiente de Porto Alegre sobre a poda indevida de árvores. Repare que o reme- árvore.
tente se mostra bastante aborrecido com a situação e expressa a sua mais profun- De: José A.
Lutzenberger.
da revolta ao reclamar sobre o acontecimento.
Nesse caso, haveria
uma síntese (a quem,
sobre o quê, de
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, SMAM. quem) da carta, o
que objetiva facilitar a
triagem, a prioridade e
Porto Alegre, 26 de agosto de 1998. o encaminhamento no
interior da instituição.
Prezado Senhor Hideraldo Caron,
A SMAM vem demonstrando, há anos, sua total cegueira, in-
sensibilidade, incapacidade, senão má-fé, no cuidado das árvores
de rua, parques, jardins e áreas verdes de Porto Alegre.
Para quem está acostumado a ver os inteligentes e bem pensa-
dos trabalhos de condução, manejo e dendrocirurgia nas árvores,
a formação e os cuidados nas áreas verdes em cidades europeias e
muitas americanas, canadenses e outras, é deveras difícil quando
tem que explicar a visitantes este aspecto da vergonhosa situação
de nossa cidade.
Dendrocirurgia
Sinto-me pessoalmente agredido pelo imbecil vandalismo hoje
Tratamento que as
cometido diante de minha casa, por volta das 14 horas. Foi brutal-
árvores recebem a
mente derrubado um Brachychiton que eu vinha conduzindo em fim de se estagnar
esquema de recuperação após ele ter se inclinado alguns anos atrás e estimular a
em consequência de uma tempestade. Essa árvore estava escorada, recuperação dos
danos.
não apresentando perigo de queda, estava sob intensivos cuidados
meus, com dendrocirurgia e tratamento de recuperação das raízes. Brachychiton
Senhor Secretário, já tivemos oportunidade de conversarmos É um gênero
pessoalmente sobre a triste situação de sua equipe. Seus “técnicos” botânico que
agrupa pequenas
são tão despreocupados que deixam as decisões com os pobres ope-
árvores e alguns
rários que não têm noção dos estragos que cometem, como ocorreu arbustos.
nesse caso. O próprio tronco que ficou, da maneira como foi corta-
do e lascado, atesta a burrice do serviço. A cidade está repleta de
exemplos semelhantes.
A finalidade desta é expressar o meu mais profundo desprezo
e revolta,
José A. Lutzenberger.

Fundação Gaia.
43
Disponível em: <www.fgaia.org.br/texts/cartas/t-smam.html>. Acesso em: 5 nov. 2017.

Língua Portuguesa
Biografia
José Antônio Lutzenberger
José Antônio Lutzenberger (17/12/1926-14/5/2002) foi

Neco Varella/Estadão Conteúdo


um ambientalista brasileiro que participou ativamente na
luta pela preservação ambiental. Ao constatar os estragos
causados pelos agrotóxicos na agricultura brasileira, aju-
dou a fundar a Associação Gaúcha de Proteção Ambiental
(Agapan). Tornou-se conhecido no Brasil inteiro. Em 1987,
criou a Fundação GAIA, para promover consciência ecoló-
gica e desenvolvimento sustentável, atualmente pratican-
do e promovendo agricultura ecológica, regenerativa, edu-
cação ambiental para crianças e conscientização ecológica
para a comunidade em geral.

1 A quem Lutzenberger envia a carta?


Senhor Hideraldo Caron, Secretário Municipal do Meio Ambiente.

2 Para Lutzenberger, o que a SMMA vem demonstrando em relação ao cuidado das


árvores de rua, parques, jardins e áreas verdes da cidade de Porto Alegre?
Para ele, a SMMA vem demonstrando, há anos, sua total cegueira, insensibilidade, incapacidade e,

talvez, má-fé.

3 Leia este trecho:

“Para quem está acostumado a ver os inteligentes e bem pensados trabalhos de condução,
manejo e dendrocirurgia nas árvores, a formação e os cuidados nas áreas verdes [...].”

Com base na biografia de Lutzenberger e nas pistas do texto, por que o remeten-
te da carta está acostumado a ver trabalhos inteligentes e bem pensados em se
tratando do meio ambiente?
O remetente mostra muito conhecimento sobre o assunto porque ele é um profissional da área.

Lutzenberger foi um ambientalista que participou ativamente na luta pela preservação ambiental.

4 “Sinto-me pessoalmente agredido pelo imbecil vandalismo hoje cometido


diante de minha casa, por volta das 14 horas.”. À qual vandalismo Lutzenberger
está se referindo?
Ele estava se referindo a um Brachychiton (uma árvore) que foi derrubado em frente à sua casa.

5 Quais argumentos Lutzenberger utiliza para reforçar o seu aborrecimento e mos-


trar que já estava tomando as devidas providências?
Ele diz que a árvore estava escorada, não apresentando perigo de queda, estava sob intensivos cuidados,

44 com dendrocirurgia e tratamento de recuperação das raízes.

Língua Portuguesa
6 Quem derrubou/podou a Brachychiton que estava sendo cuidada por Lutzenberger?
Saiba mais
Os operários da SMMA. Durante o verão,
acaba a água na
7 No trecho “Seus ‘técnicos’ são tão despreocupados”, por que Lutzenberger coloca cidade em que
a palavra técnicos entre aspas? Explique sua resposta. Mano mora. Então
o personagem,
Lutzenberger é irônico ao usar as aspas, porque, na verdade, não os considera realmente técnicos. Para um jovem cheio
de sonhos e
ele, se os técnicos fossem bons profissionais, não deixariam as decisões nas mãos dos operários. curiosidades,
resolve investigar
os motivos da
escassez de
água e se depara
com questões
8 Qual é a finalidade dessa carta? relevantes, como
a preservação dos
A finalidade da carta é expressar a revolta do remetente em relação ao corte da árvore. recursos naturais.
Vale a pena
conhecer a história!
O título do livro
9 Leia: é Mano descobre
a ecologia, dos
“pobres operários que não têm noção dos estragos que cometem, como ocorreu nesse caso.” escritores Heloisa
Prieto e Gilberto
De qual caso ele está falando? Retorne ao texto se achar necessário. Dimenstein. Com
certeza, você vai
O caso da poda do Brachychiton. gostar!
PRIETO, Heloisa;
DIMENSTEIN,
Gilberto. Mano
10 Copie da carta passagens que mostram reclamações feitas por Lutzenberger. descobre a ecologia.
São Paulo: Ática,
1 – “a SMAM vem demonstrando total cegueira, insensibilidade, incapacidade e, talvez, má-fé no
2011.

cuidado das árvores”. 2 – “vergonhosa situação de nossa cidade”. 3 – “vandalismo hoje cometido”. 4 – “o

tronco atesta a burrice do serviço”. 5 – “a cidade está repleta de exemplos semelhantes”. 6 – “a finalidade

desta é expressar o meu mais profundo desprezo e revolta”.

11 Podemos dizer que a carta de Lutzenberger é uma carta de reclamação? Por quê?
Sim, porque o remetente (José Lutzenberger) mostra insatisfação em relação a algo que acredita ser

inadequado (a poda de um Brachychiton).

45

Língua Portuguesa
Na unidade 1, você estudou as cartas pessoais, e sabemos que já está “fera”
Saiba mais
nesse assunto. Porém, existem outros tipos de cartas. Nesta unidade, você acaba
O livro indicado de ser apresentado à carta de reclamação, cujo objetivo é mostrar insatisfação
a seguir é escrito
para o público
sobre algo que o remetente acredita ser inadequado.
infantil por Clarice Nela, pode ocorrer de a linguagem utilizada ser mais contida e formal ou ser
Lispector, uma mais emocional, demonstrando a indignação do remetente, como ocorre na carta
escritora brasileira.
estudada. Porém, como vimos na carta escrita por José Lutzenberger, isso não é
Nele, encontramos
várias histórias uma regra, pois, por vezes, a linguagem utilizada nesse gênero textual pode apre-
sobre o sentar um tom de indignação. As cartas de reclamação são muito eficientes e, se
relacionamento a enviarmos para a pessoa certa, é possível que tenhamos nosso pedido atendido.
de uma família
Na seção “Produzindo textos”, veremos mais características desse gênero, mas
com animais.
Destacamos a já adiantamos que essa carta tem estrutura semelhante à da carta pessoal.
história de Lisete,
uma macaquinha
muito graciosa, Trabalhando a língua
que, por causa
do contrabando
de animais e dos Formação das palavras
maus-tratos, acaba
sofrendo muito. Conceituando
Vale a pena ler e
pensar bastante
Antes de iniciar o estudo da formação das palavras, vamos aprender alguns
sobre o equilíbrio conceitos que permitem compreender mais adequadamente os processos que for-
ecológico e os mam as palavras em nosso idioma. Para isso, leia o texto a seguir.
animais silvestres.
Trata-se de uma Mar sangrento
história muito
A foca-da-groenlândia é um dos
comovente!
mamíferos marinhos mais caçados do

Yakovlev Sergey/Shutterstock
LISPECTOR, Clarice.
A mulher que matou mundo. O Canadá está entre os pou-
os peixes. Rio de
cos países que permitem a matança
Janeiro: Rocco,
1999. e onde o governo fornece subsídios e
estabelece uma cota para a caça. Em
2003, o número foi recorde — 350 mil
animais — mas, segundo os ambien-
talistas, as mortes vão muito além.
Várias focas atingidas escapam para
morrer logo depois e os filhotes órfãos
não conseguem sobreviver.

SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Abril, ago. 2003.

Veja a constituição de algumas palavras do texto:

palavra que veio diretamente do latim, nossa língua-mãe, ou


Mar seja, não se originou de outra palavra já existente em portu-
guês. Por esse motivo, é chamada de palavra primitiva.

formou-se da palavra primitiva mar, com o acréscimo do sufixo


46
Marinhos -inho (mar + -inho). A palavra que se origina de outra que já
existe recebe o nome de palavra derivada.

Língua Portuguesa
formou-se da palavra primitiva viver, com o acréscimo do pre-
Sobreviver
fixo sobre-. Temos, portanto, uma palavra derivada.

originou-se da união de foca, da e Groenlândia. Esse


Foca-da-groenlândia tipo de palavra, formada pela reunião de duas ou mais
palavras ou radicais, classifica-se como composta.

Podemos concluir que, quanto à formação, as palavras se subdividem em três grupos:

Primitivas Derivadas Compostas

Originam-se de outra palavra Formam-se pela reunião de


Palavras que não se formam
já existente. duas ou mais palavras ou
de outra. Elas podem dar
radicais.
origem a outras palavras.
Exemplos:
sanguento (de sangue), Exemplos:
Exemplos:
mamífero (de mamar), malmequer, quebra-mar,
foca, mundo, ambiente.
ambientalista (de ambiente). girassol.

Jogo rápido
Com base no que você aprendeu, classifique as palavras a seguir em primitivas
ou derivadas.

a) Fazemos: g) Ferreiro:
Primitiva. Derivada.

b) Floricultura: h) Pedra:
Derivada. Primitiva.

c) Chuva: i) Chuvisco:
Primitiva. Derivada.

d) Pedreira: j) Ferro:
Derivada. Primitiva.

e) Flor: k) Florzinha:

Primitiva. Derivada.

l) Pedregulho
f) Refazemos:
Derivada.
Derivada. 47

Língua Portuguesa
Agora que você já conhece os três grupos de formação de palavras, vamos apren-
der os dois processos de formação de palavras: a derivação e a composição.

1. Derivação
Como você já sabe o que são palavras derivadas, não haverá dificuldade para
Professor, comentar
com os alunos que compreender como as palavras se formam por esse processo. Derivação é o
existem seis tipos de
derivação, mas que
processo de formar uma palavra a partir de outra já existente na língua, que
eles só estudarão é a primitiva. Neste ano, nós vamos estudar dois tipos de derivação:
os outros tipos no 3º-
bimestre do 7º- ano.
a) Derivação prefixal
Observe a estrutura da palavra infeliz:

IN FELIZ INFELIZ

Prefixo Palavra primitiva Palavra derivada

É fácil perceber que infeliz se formou pelo acréscimo de um prefixo ao radi-


cal (ou à palavra primitiva). Esse processo denomina-se derivação prefixal.
Outros exemplos:

desleal – rever – ilegal.

b) Derivação sufixal
Observe a palavra chuveiro. Nela, podemos identificar dois morfemas:

CHUV EIRO CHUVEIRO

Radical Sufixo Palavra derivada

Ou seja, a palavra chuveiro formou-se pelo acréscimo de um sufixo ao radi-


cal (ou à palavra primitiva). Esse processo denomina-se derivação sufixal.
Outros exemplos:

pertinho – velozmente – caloroso

Veja o quadro a seguir.

Tipo de derivação Esquema de formação

Prefixal prefixo + palavra


48
Sufixal palavra + sufixo

Língua Portuguesa
2. Composição
Como você já sabe o que são palavras compostas, também não haverá di-
ficuldade para compreender como se dá a formação de novas palavras por
esse processo. Composição é o processo de formar palavras – as compostas
– por meio da união de duas ou mais palavras (ou radicais). Há dois tipos de
composição:

a) Composição por justaposição


Trata-se da união das palavras sem que haja alteração na pronúncia delas, ou
seja, elas continuam sendo faladas exatamente como antes da composição.
Porém, pode haver alteração na sua grafia, o que ocorre, por exemplo, na pa-
lavra girassol (gira+sol), em que o acréscimo da letra s mantém a pronúncia
das palavras que se justapõem.
Exemplos:
pontapé (ponta + pé) sobremesa (sobre + mesa)
passatempo (passa + tempo) maltratar (mal + tratar)
couve-flor (couve + flor) vaivém (vai + vem)
guarda-chuva (guarda + chuva)

Observação: A palavra composta não precisa, necessariamente, ter hífen.


Por esses exemplos, podemos observar que certas palavras formadas por
composição por justaposição apresentam hífen, e outras não o apresentam.

b) Composição por aglutinação


Ocorre quando, após a composição, uma das palavras sofre modificações em
sua pronúncia e em sua grafia.
Exemplos:
aguardente (água + ardente)
pernilongo (perna + longo)
planalto (plano + alto)
vinagre (vinho + acre)
pontiagudo (ponta + aguda)
embora (em + boa + hora)
cabisbaixo (cabeça + baixa)

Afr
ica
Stu
dio
/Shut
ter
sto
ck

49

Língua Portuguesa
Atividades

1 Forme palavras reunindo os morfemas e as palavras indicadas. Em seguida, escreva o nome do proces-
so que originou a palavra encontrada: derivação ou composição. Atenção: dê a classificação completa.
a) Ponta + aguda: f) Noit + ada:
Pontiaguda: composição por aglutinação. Noitada: derivação sufixal.

b) Bem + me + quer: g) Gira + sol:


Bem-me-quer: composição por justaposição. Girassol: composição por justaposição.

c) Leal + dade: h) Meio + dia:


Lealdade: derivação sufixal. Meio-dia: composição por justaposição.

d) Des + leal: i) Re + lembrar:


Desleal: derivação prefixal. Relembrar: derivação prefixal.

e) Futebol + vôlei: j) Fer + eiro:


Futevôlei: composição por aglutinação. Ferreiro: derivação sufixal

2 Compare as palavras em destaque nestas duas frases:


• Ele morou, por vários anos, em uma ruazinha próximo ao mercado.
• Ele morou, por vários anos, em uma ruela próximo ao mercado.
Essas duas palavras formaram-se pelo mesmo processo? Justifique sua resposta.
Sim, as duas são formadas por derivação sufixal.

3 Junte cada uma das palavras do 1º- quadro com uma das palavras do 2º- e forme palavras compostas.
Lembre-se de colocar hífen entre os elementos que o exigirem, ou de usar a preposição de, quando for
o caso.

1º- quadro 2º- quadro

moleque
louça
bandeira
guarda boi
peixe roupa
alto de falante
pé civil
porta espada
noturno
mar
cabra

50 Guarda-louça, guarda-roupa, guarda-civil, guarda-noturno, peixe-boi, peixe-espada, alto-falante, alto-mar,

pé de moleque, pé-de-cabra, porta-bandeira.

Língua Portuguesa
4 Analise as palavras a seguir e marque CJ para composição por justaposição, CA para composição por
aglutinação, DP para derivação prefixal, DS para derivação sufixal e PP para palavra primitiva.

a) Pernilongo CA g) Flor PP

b) Segunda-feira CJ h) Sapateiro DS

c) Vidraceiro DS i) Florista DS

d) Claramente DS j) Pé PP

e) Deselegante DP k) Roda-gigante CJ

DS l) Montanha-russa CJ
f) Bebedouro

5 Leia vários trechos retirados dos dois textos principais da unidade e responda às questões a seguir.

“Nunca antes se debateu tanto sobre o meio ambiente e a sustentabilidade. As graves alterações climáticas,
as crises no fornecimento de água, devido à falta de chuva e à destruição dos mananciais, e a constatação clara
e cristalina mostram.”

“Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo”.

“A SMAM vem demonstrando, há anos, sua total cegueira [...] senão má-fé, no cuidado das árvores de rua”.

“este aspecto da vergonhosa situação de nossa cidade.”


“Seus ‘técnicos’ são tão despreocupados que deixam as decisões”.

a) Escreva palavras derivadas da palavra lixo, acrescentando-lhes sufixos.


Lixeiro, lixão, lixeira, lixarada.

b) Escreva palavras derivadas da palavra chuva, acrescentando-lhes sufixos.


Chuvisco, chuvoso, chuvarada, chuveiro.

c) Escreva a palavra derivada de ambiente e que também é a especialização de Lutzenberger.


Ambientalista.

d) Que palavra deu origem ao termo cristalina?


Cristal.

e) Escreva o nome do processo que originou as palavras má-fé e vergonhosa, respectivamente.


Composição por justaposição, derivação sufixal.

f) Dê três exemplos de palavras formadas pelos processos de

derivação prefixal: Resposta pessoal.

derivação sufixal: Resposta pessoal.

composição por justaposição: Resposta pessoal. 51

composição por aglutinação: Resposta pessoal.

Língua Portuguesa
Leia o texto a seguir para responder às próximas questões.

O coronel e o lobisomem
A verdade é que, durante estes janeiros todos, nunca
Campeiro
mais tive incômodo de onça. Vez por outra, apa-
Que vive ou
trabalha no campo.
recia um caso desimportante em forma de co-
bra ou mula sem cabeça. Nem de pessoalmente

ianlusung/Shutterstock
Aceiro tratava da miudeza. Mandava um campeiro
Faixa de terra qualquer desimpedir o aceiro ou a encruzilhada ofen-
limpa para evitar
que um incêndio se
dida. De onça mesmo, comedora de bezerro, ficou o So-
espalhe. bradinho sem mais notícia. Tanto que por vadiagem,
nas palestrinhas de varanda, eu sempre indagava se
Ermos
não tinha nos ermos uma tarefa de porte para o coronel

Vector Tradition SM/Shutterstock


Lugares distantes
desemperrar a pontaria.
e desabitados.
— Assim como onça-pintada ou bicho de maior pre-
Pândegas sença, mesmo um lobisomem.
Brincadeiras. O pessoal de Sobradinho, já desesquecido do dente da
onça, ria dessas e outras pândegas que eu sabia arrumar.
CARVALHO, José Cândido de. O coronel e o lobisomem.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

6 Indique o processo de formação das seguintes palavras do texto:

a) mula sem cabeça


Composição por justaposição.

b) miudeza
Derivação sufixal.

c) desemperrar
Derivação prefixal.

d) onça-pintada
Composição por justaposição.

e) lobisomem
Composição por aglutinação.

f) desimpedir
Derivação prefixal.

7 Palestra significa “conversa”. Levando em consideração o contexto, explique o que o


coronel quis dizer ao utilizar essa palavra no diminutivo – “palestrinhas de varanda”.

Ao usar “palestrinha”, o coronel dá a entender que as conversas na varanda eram sem importância,

52 apenas bate-papo para passar o tempo.

Língua Portuguesa
Lendo o texto
A seguir, você vai ler a sinopse e algumas curiosidades do filme O dia depois
de amanhã (Direção de Roland Emmerich. EUA: 2004), cuja trama aborda graves
alterações climáticas pelas quais o planeta está passando.

Centropolis Entertainment/20th C
Conectando
saberes
A poluição, os
desmatamentos
e vários outros
fatores influenciam
a ocorrência
das alterações
climáticas. Esse é
um dos assuntos
abordados na
disciplina de
Geografia. Fique
atento e converse
com o professor,
quando esse
A Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida assunto for
abordado, e saiba
da humanidade. Com o Norte se resfriando cada vez mais e passando por
como você pode
uma nova era glacial, milhões de sobreviventes rumam para o Sul. No entan- contribuir para
to, o paleoclimatologista Jack Hall (Dennis Quaid) segue o caminho inverso e conservar o meio
ambiente por
parte para Nova Iorque, já que acredita que seu filho Sam (Jake Gyllenhaal)
meio de ações
ainda esteja vivo. sustentáveis.

Curiosidades
• Orientando a população Professor, comentar
com os alunos o
Na época do lançamento do filme, a Cruz Vermelha colocou stands em significado do vocábulo
paleoclimatologista.
diversos cinemas dos Estados Unidos. O objetivo era distribuir panfletos Perguntar a eles se
informativos para aqueles que tinham acabado de assistir ao filme O já ouviram falar sobre
essa profissão. Pedir
dia depois de amanhã. A ação visava orientar a população com dicas uma ideia de significado
a eles. Além disso,
sobre como agir em caso de inundações, tempestades de neve, tornados comparar as palavras
paleoclimatologista
e outras catástrofes naturais. com Paleoclimatologia,
enfatizando a diferença
• Equívocos científicos do sufixo na alteração
de significado.
Em 2008, o site Yahoo! Movies colocou O dia depois de amanhã na lista (Paleoclimatologista é
dos 10 filmes mais incorretos, cientificamente falando. A própria Nasa um cientista perito em
Paleoclimatologia, que é
achou o roteiro tão absurdo que se recusou a dar algum suporte científico o estudo das variações
climáticas ao longo da
para a produção. Especialistas afirmam que, se todos os raios do Sol se história da Terra).
direcionassem para o polo sul, levaria mais de dois anos e meio para o
gelo derreter a ponto de submergir a cidade de Nova Iorque. 53

Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-45361/>. Acesso em: 8 nov. 2017.

Língua Portuguesa
Interagindo com o texto
1 Lemos na sinopse que o paleoclimatologista Jack Hall segue para Nova York mes-
mo sabendo que o Norte está passando por uma nova era glacial. Por que ele
toma essa decisão?
Porque ele acredita que seu filho Sam ainda esteja vivo. Então, vai a sua procura.

2 Com qual objetivo a Cruz Vermelha colocou stands em diversos cinemas dos Es-
tados Unidos na época do lançamento do filme? A que essa ação visava?
O objetivo era distribuir panfletos informativos para as pessoas que tinham acabado de assistir ao filme.

A ação visava orientar a população com dicas sobre como agir em caso de catástrofes naturais.

3 Qual é a palavra primitiva que deu origem à palavra derivada climáticas?


A palavra é clima.

4 Qual é o processo de formação das palavras drasticamente, humanidade e in-


corretos?
As duas primeiras palavras são formadas por derivação sufixal, e a palavra incorretos é formada por

derivação prefixal.

5 Na segunda curiosidade sobre o filme, procure duas palavras que apresentam o


mesmo radical e escreva-as a seguir.
As palavras são cientificamente e científico.

6 Se o prefixo sub- significa posição inferior, movimento de baixo para cima, indica-
ção de que se está abaixo de algo, infira o significado da palavra submergir. Para
ajudar, analise o contexto.
54 A palavra submergir significa ficar debaixo da água, afundar, inundar.

Língua Portuguesa
Agora, com a Turma da Mônica, você vai realizar alguns passatempos muito di-
vertidos que educam o cidadão e visam à sustentabilidade, práticas que garantem
uma vida melhor para todas as gerações.

• Mas... Espere um momento! Antes de iniciar as atividades a seguir, você vai


treinar seus conhecimentos gramaticais e explicar o processo de formação da
palavra passatempo. Vamos lá!
A palavra “passatempo” formou-se pelo processo de composição por justaposição, ou seja, união de

palavras sem que haja alteração na pronúncia delas. Assim, continuam sendo faladas exatamente

como antes da composição.

© Mauricio de Sousa Editora LTDA

55

Língua Portuguesa
Produzindo textos

Carta de reclamação
Entendendo o gênero
Nesta unidade, você estudou o gênero carta de reclamação e leu, como exemplo,
Chinnapong/Shutterstock

a carta de José Lutzenberger, na qual ele se mostra muito aborrecido por causa da
derrubada de uma árvore em frente à sua casa.
Na carta de Lutzenberger, encontramos diversos argumentos usados com a fina-
lidade de defender a sua ideia e de convencer o secretário do Meio Ambiente de que
ele está com a razão por se mostrar tão insatisfeito com o ocorrido.
Leia, a seguir, um trecho da carta e dê bastante atenção aos argumentos destacados.

Sinto-me pessoalmente agredido pelo imbecil vandalismo hoje cometido


diante de minha casa, por volta das 14 horas. Foi brutalmente derrubado um
Brachychiton que eu vinha conduzindo em esquema de recuperação após ele
ter se inclinado alguns anos atrás em consequência de uma tempestade. Essa
árvore estava escorada, não apresentando perigo de queda, estava sob intensi-
vos cuidados meus, com dendrocirurgia e tratamento de recuperação das raízes.
[...] Seus “técnicos” são tão despreocupados que deixam as decisões com os
pobres operários que não têm noção dos estragos que cometem, como ocorreu
nesse caso. O próprio tronco que ficou, da maneira como foi cortado e lascado,
atesta a burrice do serviço. A cidade está repleta de exemplos semelhantes.

Nesses dois parágrafos da carta, os argumentos de Lutzenberger são muito


consistentes, pois ele mostra muito conhecimento sobre o assunto “meio ambien-
te”, ou seja, ele sabe usar muito bem as palavras a fim de convencer o secretário a
favor de sua opinião.
Uma das características mais marcantes das cartas de reclamação é apresen-
tar argumentos e convencer o destinatário a acatá-los e a tomar uma atitude em
relação a algo. Leia, a seguir, o significado do vocábulo argumento.

Argumento
Raciocínio que se pretende baseado em fatos e em relações lógicas a partir
deles para se chegar a uma conclusão ou para justificá-la, para convencer alguém
de algo. Indício ou prova usada para demonstrar, afirmar ou negar alguma coisa.
Disponível em: <www.aulete.com.br>. Acesso em: 9 nov. 2017.

Philippe Breton, em seu livro A argumentação na comunicação, afirma que argumen-


tar é raciocinar, propor uma opinião aos outros, dando-lhes boas razões para aderir a
ela. Várias situações de comunicação têm como intuito conseguir que uma pessoa, um
auditório ou um público partilhem certas ideias ou certos comportamentos, e os meios
utilizados para convencer são extremamente variados. Para o pesquisador, “saber ar-
56
gumentar não é um luxo, mas uma necessidade” (BRETON, Philippe. A argumentação na
comunicação. 2. ed. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru: Edusc, 2003. p. 19.).

Língua Portuguesa
Na carta de reclamação, o remetente é uma pessoa que foi prejudicada de al-
guma forma, e o destinatário é aquele que gerou a insatisfação/reclamação ou al-
guém que pode tomar providências para alcançar uma solução para o problema.
Por meio de uma carta de reclamação, nós podemos exercer a cidadania, protes-
tando em relação a algo de que discordamos, manifestando nossas opiniões frente
a alguma injustiça. Esse tipo de carta é escrito quando nos sentimos prejudicados,
desrespeitados ou injustiçados em relação aos nossos direitos.

A seguir, observe os elementos característicos desse gênero textual.


• Citação do local e da data.
• Vocativo ou saudação. (Exemplos: Prezado senhor; Excelentíssimo Senhor; Se-
nhor Diretor; etc.).
• Explicação (reclamação) clara e objetiva do ocorrido. Mundo digital
Assista à abertura
• Argumentos capazes de comprovar que o remetente ou alguém, no nome de do desenho
quem ele fala, está sendo desrespeitado, injustiçado ou discriminado. “Capitão Planeta”
e conheça melhor
• Menção explícita ou implícita de medidas que resolvam o problema. os cinco jovens
• Despedida. (Exemplos: Aguardando resposta; Desde já, agradecemos; Aten- protetores que
contribuem para
ciosamente; Cordialmente; etc.).
o equilíbrio do
• Assinatura. meio ambiente,
e os vilões que
• Variedade linguística formal, atenta às normas do padrão culto da língua. espalham poluição
Ao escrever para alguém que você não conhece muito bem, sua intenção e destruição pelo
mundo, inimigos
não é estabelecer contato para bater papo. Assim, deve utilizar um estilo
diretos do Capitão
mais formal. Planeta e dos
protetores.
• O nome da empresa, instituição ou órgão público pode aparecer antes do
Abertura do
cabeçalho. São colocados em primeiro lugar. (Repare que, na carta de Lut- desenho:
zenberger, há a indicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente antes
do local e da data).

Planejando
Você já ouviu falar no Capitão Planeta? Ele é um super-herói criado no come-
ço dos anos 1990 pelo empresário americano Ted Turner, o fundador do Cartoon Assista também
Network, como forma de alertar os telespectadores, crianças e adolescentes sobre ao vídeo que
os problemas ambientais. O nome “Capitão Planeta” é o título da série de desenho mostra algumas
curiosidades sobre
animado que estreou no Brasil em 1991 e fez muito sucesso com a garotada. o desenho. Você vai
O super-herói Capitão Planeta surge após a combinação dos poderes de cinco adorar e aprender
jovens protetores que representam estes cinco elementos naturais: terra, fogo, ven- muitas coisas novas
sobre a preservação
to, água e coração, uma releitura da teoria dos quatro elementos constitutivos do
do meio ambiente!
universo elaborada por pensadores antigos gregos, e o acréscimo da emoção e força Curiosidades:
juvenil, presente e atuante em todos os continentes. Quando os jovens se deparam
com algum problema ambiental e precisam da ajuda do Capitão Planeta para resol-
vê-lo, cada um deles diz em voz alta o nome de seu elemento e, imediatamente, sai
um reflexo colorido de um anel que eles usam para representar seus poderes. Os
57
cinco reflexos coloridos se misturam no ar e dão forma ao Capitão Planeta. Assim
que ele surge, diz “Pela união de seus poderes, eu sou o Capitão Planeta!”.

Língua Portuguesa
Ronald Grant/Mary Evans/Diomedia
Ele obtém forças dos elementos naturais e enfraquece ao
ser exposto a poluentes de qualquer tipo. Sua aparência física
é bem característica de um super-herói, ele tem cabelos ver-
des, emblema do globo terrestre dourado no peito, botas e lu-
vas vermelhas, olhos azuis e pele cristalina, é praticamente uma
mistura dos elementos componentes da natureza no mundo.
Ele tem consciência de que não pode resolver os problemas
ecológicos eternamente e sempre faz questão de dizer que to-
dos devem fazer sua parte, aceitando suas responsabilidades
em relação ao futuro da Terra. Por essa razão, sempre encerra
sua participação em cada episódio com a frase-lema: “E o poder
é de vocês!”, lembrando que as pessoas têm o poder e a atitude
para mudar o mundo.
Agora que você já conhece o nosso super-herói da unida-
de 2, chegou a hora de produzir a sua carta de reclamação.
Você vai escrever como se fosse o Capitão Planeta e o des-
tinatário será o diretor de uma indústria que está causando
problemas ambientais.
As indústrias poluem não somente o ar, mas também as
águas e o solo. Muitas vezes, através de canos, jogam impurezas químicas da em-
presa nas águas de rios, lagos e mares, ocasionando a morte de peixes. Seja muito
criativo para inventar o nome da empresa, os produtos fabricados por ela, o tipo de
poluição, o que ela está causando ao meio ambiente, ou seja, explique de que forma
ela está prejudicando o planeta e apresente argumentos consistentes para reforçar
a sua reclamação.
A seguir, você vai encontrar algumas dicas/ideias que podem ser desenvolvidas
em sua carta de reclamação.
De modo geral, as principais origens da poluição industrial são:
• tecnologias antigas e fortemente poluentes, com elevados consumos energéticos;
• a inexistência de sistemas de tratamento adequado dos efluentes (resíduos
que saem de um motor);
• localização da indústria na proximidade de áreas urbanas, causando incômo-
dos e aumentando os riscos;
• localização da indústria em solos agrícolas, causando a sua contaminação;
• localização da indústria em zonas ecologicamente sensíveis, perturbando e
prejudicando a fauna e a flora;
• realização das descargas de efluentes em águas subterrâneas ou superficiais,
com risco de contaminação das águas de consumo. Ver Manual do professor.

Escrevendo
Agora que você vai produzir, siga algumas orientações:

• inicie com um tratamento formal;


• apresente a situação, deixando bem claro qual é exatamente o problema;
58
• expresse sua opinião, explicando, de modo objetivo, por que você defende seu
ponto de vista;
Língua Portuguesa
• elabore argumentos consistentes e relevantes;
• escreva que atitudes você, como o Capitão Planeta, espera que a indústria tome;
• se quiser, mencione os cinco jovens protetores que ajudam você (o Capitão
Planeta) a preservar o meio ambiente;
• cuide para que a linguagem, no corpo da carta, seja mais formal;
• evite abreviações, como “eu tô”, “pra” e “tá”;
• não use gírias;
• não faça piadas ou comentários engraçados;
• lembre-se de colocar o local e a data, de especificar o destinatário e de despe-
dir-se com educação;
• assine como Capitão Planeta;
• embaixo da assinatura, você pode escrever o lema do super-herói: “E o poder
é de vocês!”, lembrando que a indústria pode se esforçar para contribuir com o
meio ambiente.

Revisando
Verifique como ficou a sua carta de reclamação, refletindo sobre os questiona-
mentos a seguir.
• Escreveu a data e o local?
• Utilizou o vocativo corretamente?
• Despediu-se com educação?
• Assinou a carta com o nome Capitão Planeta?
• Ficou claro o que você deseja?
• Seus argumentos são consistentes?
• Seus argumentos fundamentam os motivos da sua reclamação?
• Você se empenhou para persuadir o seu destinatário?
• Dirigiu-se ao diretor da indústria com a linguagem adequada?
• Deixou uma mensagem de conscientização ambiental?
Por fim, leia sua carta de reclamação para os colegas e para o professor.

Tarefa
O texto a seguir pertence ao gênero notícia. No entanto, outro gênero conhecido
por você aparece como o assunto da notícia apresentada: a carta de reclamação.

Editora muda título de livro após reclamação


de menina de sete anos
Uma menina de sete anos conseguiu que a editora americana Abdo Pu-
blishing mudasse o título de um livro sobre insetos, que continha os dizeres
“para garotos”.
Parker Dains, de Milpitas, na Califórnia, escreveu à editora depois que
descobriu que o livro Biggest, Baddest Book of Bugs faz parte de uma série
59
chamada Biggest, Baddest Book for Boys. “Me deixou muito infeliz”, disse ela.
“Eu falei ‘pai, temos que fazer alguma coisa rápido’”.
Língua Portuguesa
Abdo Publishing
Então, ela escreveu uma carta em que dizia ter gostado
“muito da seção sobre insetos que brilham no escuro e os testes
do final”, mas que “quando eu vi o título na contracapa, es-
tava escrito Biggest Baddest Books for Boys, e isso me deixou
muito infeliz, porque não existe essa coisa de livro de menino”.
Dains sugeriu que a publicação trocasse o nome para
“para garotas e garotos”, porque “algumas meninas querem
ser entomologistas também”.
A Abdo, em resposta, disse que a menina tinha “um óti-
mo ponto de vista” e que decidiu acatar o conselho – ao
invés de adicionar as meninas, a editora retirou a referência
aos meninos do título e mandou um novo exemplar para a
casa de Dains.
“Eu acho que é muito legal, e a Abdo aprendeu uma
lição. Se meninos quiserem, eles podem ter cabelos longos, e
meninas podem ter cabelos curtos, para o caso de eles que-
rerem evitar piolhos que nem algumas amigas minhas da
escola”, disse ela ao jornal local.
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/12/1556917-editora-
muda-titulo-de-livro-apos-reclamacao-de-menina-de-sete-anos.shtml>.
Acesso em: 9 nov. 2017.

1 Indique o remetente e o destinatário da carta de reclamação mencionada no texto.


O remetente da carta é Parker Dains, uma menina de 7 anos, e o destinatário é a editora americana

Abdo Publishing.

2 Onde isso aconteceu, ou seja, qual o local em que a carta de reclamação foi escrita?
A carta de reclamação foi escrita em Milpitas, na Califórnia.

3 Qual foi o motivo da reclamação da menina?


Ela escreveu à editora depois de descobrir que o livro Biggest, Baddest Book of Bugs fazia parte de

uma série de livros para meninos. Ela ficou muito infeliz e resolveu tomar uma atitude, pois achou que

a editora não deveria fazer essa distinção (para menino ou para menina) ao publicar um livro.

4 Que sugestão a menina apresentou para o problema?


Dains sugeriu que a publicação trocasse o nome para “para garotas e garotos”.

5 Qual foi o argumento apresentado pela menina que comprova que ela estava
60 sendo injustiçada?
Ela argumenta que algumas meninas querem ser entomologistas também.

Língua Portuguesa
6 Essa sugestão foi acatada, ou seja, adotada? Explique o que aconteceu.
Sim, a Abdo disse que a menina tinha um ótimo ponto de vista e que havia decidido acatar o conselho.

No entanto, em vez de adicionar “para as meninas”, a editora retirou a referência aos meninos do título

e mandou um novo exemplar para a casa de Dains.

7 Releia: “algumas meninas querem ser entomologistas também”.

Considerando que o sufixo -ista é acrescentado a certos radicais para formar pa-
lavras que indicam profissões, especialidades, qual o significado do termo “ento-
mologistas”? Observe atentamente o contexto para responder.

Entomologista é o especialista que estuda os insetos.

8 A menina escreveu a carta apenas para fazer uma reclamação?

Justifique sua resposta.

Não, ela também escreveu para dizer que havia gostado muito da seção sobre insetos que brilham no

escuro e dos testes do final e, além de mostrar sua insatisfação, Dains também sugeriu que a editora

trocasse o nome do livro.

9 Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.

“mas que ‘quando eu vi o título na contracapa, estava escrito Biggest Baddest Books for
Boys, e isso me deixou muito infeliz, porque não existe essa coisa de livro de menino’”.

a) Qual é o processo de formação das palavras “contracapa” e “infeliz”?


Contracapa: composição por justaposição. Infeliz: derivação prefixal.

b) Escreva palavras derivadas de livro, acrescentando-lhes sufixos.


Sugestões: livrinho, livraria, livralhada, livreco. 61

Língua Portuguesa
Você aprendeu

• Gênero carta de reclamação

São Paulo, 10 de dezembro de 2017.


Local e data

Prezado Senhor,

Saudação/vocativo
1 – O nome da empresa, instituição ou órgãos públicos po-
dem aparecer antes do cabeçalho. 2 – Explicação (reclamação)
clara e objetiva do ocorrido. 3 – Argumentos capazes de com-
provar que o remetente ou alguém, no nome de quem ele fala,
está sendo desrespeitado, injustiçado ou discriminado. 4 – Men-
ção explícita ou implícita de medidas que resolvam o problema.
5 – Variedade linguística formal, atenta às normas do padrão
Despedida culto da língua.

Cordialmente,
Assinatura
Luiz Ferreira.

• Três grupos de palavras quanto à formação

Com base no que aprendeu, complete os itens a seguir com um breve conceito.

Primitivas Derivadas Compostas


Palavras que não se formam de outra. Originam-se de outra palavra Formam-se pela reunião de duas ou

que já existia. mais palavras.

• Derivação • Composição

Prefixal Por justaposição


Forma-se pelo acréscimo de União das palavras
um prefixo ao radical (ou palavra primitiva). sem que haja alteração na pronúncia.

Sufixal Por aglutinação


62 Forma-se pelo acréscimo de União das palavras
um sufixo ao radical (ou palavra primitiva). com alteração na pronúncia e na grafia.

Língua Portuguesa
Fazendo pedidos: UNIDADE

carta de solicitação 3
Objetivos
Interpretar e entender
Lendo o texto os objetivos da carta
de solicitação.
A seguir, você vai ler uma carta* elaborada pelo Colégio Maxi que recomenda Apresentar a
aos pais e aos alunos alguns cuidados na utilização das áreas de acesso à escola. Semântica por meio
da sinonímia e da
antonímia.
Analisar diferenças
de sentido entre
Londrina, 2 de fevereiro de 2015. palavras de uma série
sinonímia.
Prezados Pais ou Responsáveis e caros Alunos, Formar antônimos
com acréscimo
Com o início de um novo ano letivo, é natural o aumento do tráfego de prefixos que
de veículos nas vias públicas que circundam nossa escola. Por isso, vi- expressam noção de
negação.
sando à facilidade aos pais e aos alunos, e também preocupados com a
Produzir uma carta
segurança da escola e o melhor fluxo desse tráfego, informamos alguns argumentativa de
procedimentos para a utilização das áreas de acesso à escola e pedimos solicitação com base
a atenção e a colaboração dos pais e dos alunos para o cumprimento nas características
das orientações de segurança, com a finalidade de evitar transtornos e estudadas.
possíveis infrações no trânsito. Observe-as a seguir:
– Nos horários de entrada, solicitamos que os pais ou acompanhan-
tes evitem parar o automóvel em fila dupla, estacionem próximo às
calçadas da escola ou ao redor da praça, onde todos podem descer dos
veículos em segurança, evitando as filas duplas e os engarrafamentos,
que provocam irritação e aumentam a probabilidade de acidentes;
— Nunca parem na faixa de pedestre; Tráfego

— Nunca estacionem em local proibido. Observem que a CMTU Movimento ou


efetuou novas sinalizações ao redor do Colégio, e a fiscalização está fluxo de veículos,
trânsito.
intensa, inclusive com aplicação de multas;
— Usem o cinto de segurança e peçam aos passageiros que façam Engarrafamento
o mesmo; Acúmulo de
— Nos horários de saída, recomendamos os mesmos procedimen- veículos em
estrada, rua, etc.,
tos utilizados nos horários de entrada, com um detalhe: combinem por causa de
com os filhos ou passageiros o local onde o veículo estará estacio- perturbação no
nado. Lembrando: as crianças menores só poderão sair do Colégio trânsito.

acompanhadas do responsável; 63

Língua Portuguesa
— No acesso ao Maxi Júnior, portão localizado na Av. Duque de
Caxias, por questão de segurança, os pedestres deverão passar exclu-
sivamente pela passarela. Os veículos deverão subir pela rampa e
parar sob a cobertura somente para que o aluno desça do veículo
ou entre nele. Não é permitido estacionar no local;
— No acesso à entrada principal, portão localizado na esquina en-
tre as ruas Horta Barbosa e Luiz Dias, os veículos deverão entrar pelo
recuo e parar somente para que o aluno desça ou entre nele. Não é
permitido estacionar no local, visando ao melhor fluxo do trânsito.
Além das orientações apresentadas, a Companhia Municipal de
Trânsito e Urbanização sugere atenção às seguintes observações:
— a parada deve durar o tempo estritamente necessário para o
embarque e desembarque de passageiros;
— respeite as regras de trânsito, procure um lugar permitido para
estacionar. Colabore com a fluidez do trânsito;
— crianças menores de 10 anos apresentam dificuldade na percepção
da distância, do som e da velocidade. Assim, acompanhe seu filho até
o portão da escola;
— é importante o cumprimento da legislação do CONTRAN no
tocante à obrigatoriedade de utilização de cadeirinhas. Esse dispo-
sitivo é projetado para reduzir o risco ao usuário em caso de colisão
ou de desaceleração repentina do veículo, limitando o deslocamento
do corpo da criança.
O Colégio Maxi agradece, antecipadamente, pela colaboração
de todos,

Virgílio Tomasetti Jr.


Diretor-Geral.

* Carta cedida e autorizada para uso pelo Colégio Maxi.


Rawpixel.com/Shutterstock

64

Língua Portuguesa
Interagindo com o texto
1 Pensando na estrutura e organização da carta, que você conhece muito bem,
responda às perguntas a seguir.
a) Qual é o local e a data informados na carta, ou seja, quando e onde ela foi escrita?
A carta foi escrita na cidade de Londrina, no dia 2 de fevereiro de 2015.

b) Quem é o remetente da carta?


O remetente é o então diretor-geral do Colégio Maxi, Virgílio Tomasetti Jr.

c) Quem são os destinatários da carta?


Os destinatários são os pais ou responsáveis e os próprios alunos.

d) O que diz a despedida da carta?


Na despedida, o Colégio Maxi agradece, antecipadamente, pela colaboração de todos.

e) Essa despedida foi respeitosa e educada ou você verificou um tom de reclamação nas
palavras? Justifique sua resposta.
A despedida foi respeitosa e educada. O Colégio Maxi não apresenta insatisfação ou aborrecimentos

durante a carta para precisar terminar com um tom de reclamação. Além disso, os pais e os alunos são

clientes do colégio e, consequentemente, um público importante que exige um tratamento educado.

2 No primeiro parágrafo da carta, verificamos que o Colégio Maxi faz uma solicita-
ção, ou seja, um pedido aos pais ou responsáveis e aos alunos.
a) Qual é essa solicitação?
O Colégio Maxi pede/solicita a atenção e a colaboração dos pais e dos alunos para o cumprimento de

algumas orientações de segurança em relação ao trânsito e à utilização das áreas de acesso à escola.

b) Qual é a finalidade dessa solicitação?


A finalidade da solicitação é evitar transtornos e possíveis infrações no trânsito. 65

Língua Portuguesa
c) Identifique três argumentos presentes nesse trecho que reforçam e embasam a solici-
tação feita.
1 – “facilidade aos pais e aos alunos”. 2 – “preocupação com a segurança da escola”. 3 – “a garantia de

um melhor fluxo do tráfego”.

d) Repare na data da carta e nas informações iniciais do primeiro parágrafo. Por que as
solicitações dessa carta foram feitas nesse período do ano?
Trata-se do início de um novo ano letivo, época em que é natural o aumento do tráfego de veículos nas

vias públicas que circundam a escola.

3 Qual é a solicitação do primeiro item da carta, após o parágrafo inicial?


O colégio solicita aos pais ou acompanhantes que, nos horários de entrada, evitem parar o automóvel

em fila dupla, estacionem próximo às calçadas da escola ou ao redor da praça.

4 Leia o trecho a seguir.

“Nunca estacionem em local proibido. Observem que a CMTU efetuou novas sinaliza-
ções ao redor do Colégio, e a fiscalização está intensa, inclusive com aplicação de multas;”.

Qual é o principal argumento, presente nesse trecho, para que os pais nunca esta-
cionem em local proibido? Você acha que é um argumento convincente? Por quê?
O argumento é de que a fiscalização está intensa, inclusive com aplicação de multas. O argumento é

bastante convincente, porque, quando se trata de dinheiro ou de gastos que podem ser evitados, as

pessoas, de uma forma geral, ficam mais atentas.


Africa Studio/Shutterstock

5 Nos horários de saída, o colégio recomenda os mesmos procedimentos utiliza-


dos nos horários de entrada, porém com um detalhe diferente. Qual é esse deta-
lhe? E qual a sua importância?
O colégio pede aos pais que combinem com os filhos ou passageiros o local onde o veículo estará

estacionado. Essa prática é muito importante porque evita que os automóveis fiquem parados no local por

muito tempo, colaborando com um fluxo mais tranquilo e evitando engarrafamentos.

66

Língua Portuguesa
6 Além das orientações apresentadas pelo colégio, a carta traz outras recomenda-
ções da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização. Você considera essas
recomendações argumentos convincentes? Justifique sua resposta.
Sim, são argumentos extremamente convincentes, porque são argumentos por autoridade, ou seja, a

própria Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização está orientando, sustentando a mensagem, já

Ver Manual do
que é a “autoridade” no assunto. Professor.

7 Observe a linguagem empregada na carta. Há o predomínio do registro formal ou


informal? Justifique sua resposta e retire um exemplo da carta.
Há o predomínio do registro formal, porque a intenção não é criar vínculos de amizade, nem bater papo.

A saudação inicial/vocativo serve como exemplo: “Prezados Pais ou Responsáveis e caros Alunos”.

8 Leia os trechos a seguir.


“informamos alguns procedimentos para a utilização das áreas de acesso à escola e Tem-se que a
primeira pessoa
pedimos a atenção”. do plural, nesses
“solicitamos que os pais ou acompanhantes evitem”. casos, demonstra um
tratamento respeitoso,
urbano e civilizado com
A carta é assinada por apenas uma pessoa. No entanto, observando as palavras os destinatários. O
destacadas anteriormente, percebemos que ela fala no plural. Por que isso ocorre? remetente não quer se
impor pessoalmente,
O plural, em uma carta formal, significa que a pessoa está falando em nome da instituição. muito menos suas
ideias serem a razão
das solicitações, mas
sim o contexto.

9 Pensando em todas as informações, pedidos e orientações que constam na car-


ta, podemos dizer que seu foco é reclamar ou solicitar?
O foco da carta é solicitar.

Você acaba de ser apresentado ao gênero


AmazeinDesign/Shutterstock

textual carta de solicitação.


As cartas formais de solicitação são escri-
tas quando precisamos pedir oficialmente algo
a alguém. Geralmente essas carta são escritas
por um cidadão e destinadas a uma autoridade
com um pedido específico.
Cuidado para não confundir a carta de recla-
mação com a de solicitação: na primeira, o re-
metente reclama e, na segunda, ele faz um pe-
dido. Os pontos em comum entre elas são o uso
da linguagem formal, a presença de argumentos 67
e a mesma estrutura da carta pessoal.

Língua Portuguesa
Ampliando a leitura
Agora, você vai ler outra carta de solicitação*, também sobre orientações em
relação ao trânsito, enviada aos pais pelo Colégio Maxi dois anos após a primeira
carta que você leu nesta unidade. Durante a leitura, observe as solicitações feitas e
os novos argumentos apresentados.

PREZADOS PAIS OU RESPONSÁVEIS,

É notável o crescimento da frota de veículos particulares em nossa cidade. Com isso, sérios problemas no tráfego
vêm crescendo a cada dia. Diante dessa realidade, o Colégio Maxi busca constantemente melhorias para o fluxo de
veículos, tanto nas vias públicas que circundam nossa escola como nos portões de acesso ao Colégio. Com o objetivo
de um trânsito educado e com vistas ao bem comum, informamos alguns procedimentos para a utilização das áreas
de acesso à escola necessários para essa melhoria.

Seguindo orientações da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que iniciou neste mês a
campanha educativa “Volta às Aulas”, algumas práticas não serão mais permitidas.

Rampa do Maxi Júnior – Avenida Duque de Caxias: deve ser utilizada exclusivamente para
embarque e desembarque – conforme o Código Nacional de Trânsito – art. 47: a parada
deve restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de
passageiros – NÃO É PERMITIDO PARAR OU ESTACIONAR.
Estacionar o carro na rampa e/ou permanecer parado, aguardando o horário de saída dos
filhos, impede o fluxo de embarque e desembarque, favorecendo, consequentemente, a
formação de uma fila de carros na Avenida Duque de Caxias.

FILHOS COM HORÁRIOS DE SAÍDA DIFERENTES


Sugerimos que busquem seus filhos em um único horário, evitando, dessa forma, ficarem parados em local proibido,
ou seja, para utilizar a área de embarque e desembarque, é aconselhável aos pais que têm filhos com horários de
saída diferentes chegarem para buscá-los no horário daquele que sai mais tarde. Lembramos que, até às
18 h, seus filhos estarão acompanhados e monitorados pelos inspetores.

PORTÃO EM QUE SEU FILHO DEVE AGUARDÁ-LO NO HORÁRIO DE SAÍDA


Ao optar pelo portão ao qual seu filho deve ser encaminhado no horário de saída (essa opção foi feita no início das
aulas), professores e inspetores o encaminharão ao local indicado. Solicitamos, quando for necessária a troca de
portões, que você, pai e/ou responsável, avise-nos com no mínimo 30 (trinta) minutos de antecedência, a fim de
evitarmos a sua permanência em local proibido. Esse aviso deve ser feito para a Coordenação.

SE FOR NECESSÁRIO, USE:

VAGAS ROTATIVAS
A CMTU efetuou novas sinalizações ao redor do Colégio e disponibilizou vagas rotativas – de curta duração –
para paradas de no máximo 5 (cinco) minutos. Lembre-se de que o pisca-alerta deve permanecer ligado
durante todo o tempo de parada. Há disponíveis 3 (três) vagas na Rua Luís Dias (praça) e 1 (duas) vagas na
Avenida Duque de Caxias (próximo ao acesso à rampa do Maxi Júnior). Fazendo uso dessas vagas, você evita
transtornos.

RECUO PARA AS ÁREAS DE EMBARQUE E DESEMBARQUE


Os dois portões de acesso ao Colégio Maxi possuem áreas de recuo para o acesso aos locais de
embarque e desembarque. Esse acesso deve ser feito somente por esses recuos.

Lembramos que a fiscalização da CMTU está intensa, inclusive com aplicação de multas. Além
disso, nossos colaboradores estão orientados a fazer cumprir todos esses procedimentos,
e aqueles que não os cumprirem serão lembrados e comunicados constantemente.

Entendemos que a colaboração e o respeito às regras do Código Nacional de


Trânsito, leis municipais e de convivência favorecem o bem comum.

Agradecemos antecipadamente sua colaboração.

Ubiracy D’Andrea
Diretor-Geral

68

* Carta cedida e autorizada para uso pelo Colégio Maxi.

Língua Portuguesa
1 Logo no vocativo dessa segunda carta, verificamos uma diferença em relação à
primeira carta. Qual é essa diferença?
Na primeira carta, os destinatários eram os pais e os alunos; na segunda carta, são somente os pais

ou responsáveis.

2 De acordo com o texto da carta, seguindo algumas orientações da Companhia Muni-


cipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), algumas práticas não serão mais permitidas.

a) A menção à CMTU traz seriedade e funciona como um bom argumento? Por quê?
Sim, pois a CMTU é um órgão da administração indireta da Prefeitura Municipal que atua no

desenvolvimento e no planejamento da cidade. Funciona como um argumento por autoridade.

b) Mencione uma prática que não será mais permitida.


Não é permitido parar ou estacionar na rampa do Maxi Júnior.

3 Qual é a instrução da carta para os pais que têm filhos com horários de saída
diferentes?
O colégio sugere que os pais busquem seus filhos em um único horário, evitando ficarem parados em

local proibido, ou seja, para utilizar a área de embarque e desembarque, é aconselhável aos pais que têm

filhos com horários de saída diferentes chegarem para buscá-los no horário daquele que sai mais tarde.

4 No trecho: “Sugerimos que busquem seus filhos em um único horário”, podería-


mos substituir o verbo "sugerimos" por "solicitamos", já que se trata de uma carta
de solicitação? Explique sua resposta, comentando os efeitos de sentido do uso
desses dois verbos, levando em conta a instituição escolar.
Sim, poderíamos substituir, mas o verbo “sugerir” transmite uma ideia mais leve, ou seja, não é uma

imposição do colégio. Ao usar o verbo “solicitar”, ficaria a impressão de algo mais obrigatório e

imposto. O colégio, mantendo um tom educado e respeitoso, optou pelo verbo “sugerir” para amenizar

o pedido, mas que não deixa, de modo algum, de veicular um pedido.

5 No mesmo parágrafo em que se encontra o trecho mencionado na questão 4, per-


cebemos um argumento usado para convencer os pais a buscarem seus filhos em
um único horário, mesmo que eles não terminem as aulas ao mesmo tempo. Qual
argumento aparece em forma de lembrete e por que ele é tão poderoso?
O colégio diz que “até às 18 h, seus filhos estarão acompanhados e monitorados pelos inspetores”. Esse

argumento é muito poderoso porque tranquiliza os pais em relação à segurança de seus filhos.

69

Língua Portuguesa
6 Qual é a solicitação explícita presente no desenvolvimento do subitem “PORTÃO
EM QUE SEU FILHO DEVE AGUARDÁ-LO NO HORÁRIO DE SAÍDA”.
O colégio solicita ao pai e/ou responsável que, quando for necessária a troca de portões, avise com, no

mínimo, 30 minutos de antecedência, para evitar a permanência do filho em local proibido. Esse aviso

deve ser feito para a Coordenação.

7 A carta oferece duas possibilidades para o pai ou responsável a fim de facilitar


sua vida em relação ao trânsito nos horários de entrada e saída dos alunos. Quais
são essas duas possibilidades?
As possibilidades são: vagas rotativas e recuo para as áreas de embarque e desembarque.

Trabalhando a língua

Fenômenos semânticos: sinônimos


e antônimos
Conceituando
Você aprendeu que podemos usar prefixos para formar novas palavras. Pen-
AlinuteSilzeviciute/Shutterstock

sando nisso, repare na formação das palavras destacadas a seguir retiradas da


primeira carta que você leu.
“– a parada deve durar o tempo estritamente necessário para o embarque e
desembarque de passageiros.”
Como você sabe, o prefixo da palavra desembarque é des- e, por meio dele, surgiu
uma nova palavra que tem sentido oposto à palavra primitiva embarque.
Essa ideia de oposição é proveniente do sentido do prefixo des-, que dá à pa-
lavra justamente essa ideia de contrariedade e negação. Além do prefixo des-, há
outros na língua portuguesa que também transmitem sentido contrário ou de ne-
gação. Observe o quadro a seguir e conheça esses prefixos.

Os prefixos expressam diversos sentidos, modificando os


significados dos radicais que os acompanham.

Prefixos Sentidos que eles expressam.

Separação, ação contrária, negação.


des-
Exemplos: desleal, desfazer, desocupar, desprotegido.

Oposição, condição contrária.


anti-
Exemplos: antiácido, antipatia, antiaéreo.
70
Negação.
in-, im-, i-
Exemplos: ilógico, inaceitável, indecente, ilegal, impróprio.

Língua Portuguesa
1 Leia a tirinha a seguir e responda ao que se pede, com base nos significados dos
prefixos do quadro anterior.

Alexandre Beck
BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com/>. Acesso em: 11 nov. 2017.

a) Por que o personagem afirma que o dicionário está desatualizado e cita o significado
da palavra justiça para justificar essa afirmação?
Sugestão de resposta: Porque a definição de justiça que aparece no dicionário não equivale ao

entendimento que ele tem dessa palavra ou a situações que os adultos lhe apresentam como justas.

b) Qual é o prefixo da palavra desatualizado e o que ele indica?


O prefixo é des- e indica negação ou ação contrária.

c) Qual é o oposto da palavra desatualizado?


O oposto é atualizado.

d) Qual é o oposto da palavra justiça?


Injustiça.

2 Leia uma estrofe de um poema de Vinicius de Moraes, importante poeta brasilei-


ro, e responda às questões a seguir.
13Smile/Shutterstock

“Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”.

MORAES, Vinicius de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960. p. 96.

a) Qual é o prefixo da palavra imortal e o que ele indica?


O prefixo é i-, que indica negação.

b) Qual é o oposto da palavra imortal?


71

O oposto é mortal.

Língua Portuguesa
c) Se infinito significa sem fim, eterno, qual é o significado do vocábulo finito? Escreva de
Saiba mais que forma a ausência do prefixo in- contribuiu para que você chegasse ao significado
Nos estudos da da palavra finito.
linguagem, existe
uma ciência Finito é algo que tem fim, que termina, que tem limite. Eliminando o prefixo in-, que indica negação,
responsável
pela elaboração percebemos que o significado da palavra finito é justamente o oposto da palavra infinito.
de dicionários
chamada Desse modo, concluímos que:
Lexicografia.
Trata-se do estudo
científico de palavras de sentidos contrários, formadas pelos prefixos des-, anti-, in-, im-,
critérios envolvidos i- (que expressam noção de negação), são chamadas de antônimos. A relação
no trabalho de entre dois antônimos é chamada de antonímia.
elaboração de
um dicionário,
como a seleção Importante: Há também palavras antônimas que não são formadas de prefixos.
do vocabulário,
Exemplos: magro X gordo, alto X baixo, dia X noite, bonito X feio, etc. Antônimos são
a classificação
dos vocábulos, vocábulos que apresentam sentidos opostos ou aproximadamente opostos.
a definição e a Alguns aspectos das palavras relacionados ao sentido, como os antônimos, são
descrição dos seus estudados pela Semântica.
significados.
O autor de um
dicionário ou Semântica é a parte da Gramática que estuda os aspectos relacionados ao
um dicionarista
sentido das palavras e enunciados, a relação das palavras com o mundo e a
é chamado de
lexicógrafo. Um produção de sentidos na linguagem. Alguns fenômenos tratados pela Semân-
lexicógrafo nada tica e que você vai aprender nesta unidade são: sinônimos e antônimos.
mais é do que
um observador
da língua, um
3 Leia os trechos a seguir, observe as diferenças entre eles e responda ao que se pede.
registrador e um
explicador de Trecho original da primeira carta de solicitação:
palavras, jamais
um inventor. “Com o início de um novo ano letivo, é natural o aumento do tráfego de veículos nas
vias públicas que circundam nossa escola.”

Trecho modificado:
“Com o começo de um novo ano letivo, é comum o aumento do tráfego de veículos
cosm
ic_
fe nas vias públicas que rodeiam nossa escola.”
llo
w/Shutters

Você considera que, depois das alterações feitas nas palavras destacadas do se-
gundo trecho, o sentido final da mensagem continuou o mesmo apresentado no
to

ck

trecho original? Explique sua resposta.


Sim, mesmo usando outras palavras, o sentido final da mensagem se manteve, ou seja, os

destinatários da carta conseguirão entender que o tráfego de veículos aumenta nas ruas ao redor da

escola, porque há muita movimentação de carros no começo do ano.


studiolaut/Shutterstock

72

Língua Portuguesa
Você estudou que é possível substituir algumas palavras sem que haja significa-
tiva alteração de sentido. Quando uma palavra pode ser substituída por outra, com
sentidos idênticos ou aproximados, são consideradas sinônimas.
Desse modo, concluímos que:

sinônimos são palavras que apresentam sentidos equivalentes em determina-


dos contextos. A relação entre dois sinônimos é chamada de sinonímia.

Importante: Um falante pode escolher entre sinônimos para produzir um efeito


de sentido específico. Além disso, é possível que, em um mesmo texto, usem-se
sinônimos para evitar repetições.
Agora, observe as imagens a seguir.

KanKhem/Shutterstock
Axi/Shutterstock

Muitas pessoas, ao olhar essas imagens, podem pensar na palavra pipa. No Conectando
entanto, caso se lembrassem de papagaio, seria possível dizer que houve um erro? saberes
A resposta é não, porque pipa e papagaio têm sentidos equivalentes, por isso Você já deve ter
estudado nas
podem ser consideradas sinônimas. No Brasil, há várias palavras que designam
disciplinas de
esse objeto: curica, pipa, papagaio, califa, pandorga, arraia, quadrado. História e Geografia
Embora todos os sinônimos mencionados se refiram a um mesmo objeto, a sobre o processo
pipa, cada termo carrega informações diferentes. Por exemplo, a palavra pandorga, de colonização,
cuja influência faz
em vez de pipa, revela pistas sobre o falante, como sua origem geográfica ou
com que tenhamos
sua faixa etária (idade). tanta variação
Desse modo, é essencial termos em mente que são raros os sinônimos perfei- linguística no Brasil.
Afinal, dependendo
tos ou absolutos, ou seja, palavras que têm exatamente o mesmo significado em
dos povos que
todos os contextos. Não é indiferente usar uma palavra ou outra apenas porque colonizaram
são consideradas sinônimas, sempre há uma que, em determinado contexto, fica determinada
mais adequada que outra. região geográfica,
encontramos
A escolha de uma palavra depende da intenção com que a usamos, pois rara-
expressões
mente a linguagem é neutra ou ingênua. Quando elaboramos nossas frases, fa- diferentes para
zemos escolhas de palavras para produzir o sentido que pretendemos e também denominar objetos
para influenciar, de alguma forma, nossos interlocutores, interferindo no seu modo ou alimentos, por
exemplo. Além disso,
de pensar, de agir ou de sentir.
temos a influência
Vamos analisar o trecho a seguir para verificar a importância da escolha de sinô- dos indígenas e dos 73
nimos e o quanto ela revela as intenções de quem fala ou escreve. Trata-se do final povos de origem
de um texto chamado “Minha vida como pivete”, de Moacyr Scliar. africana.

Língua Portuguesa
Mundo digital
Os homens se olharam e resolveram que não valia a pena gas-
Há dicionários tar uma ficha policial comigo. De modo que depois de algumas
on-line muito bons e
confiáveis. Se você ameaças embarcaram na viatura e se foram. [...] escapei porque
precisar consultar havia alguém ali para dizer que, apesar das aparências, eu era um

Pallavi_Patil/Shutterstock
o significado de bom guri. Tive sorte. Temos, todos nós, muita sorte. Em nome dessa
alguma palavra
ou encontrar sorte, devemos pensar, cada vez que olhamos um suposto pivete, que
sinônimos para ela, ele pode, afinal, ser um bom guri.
acesse:
SCLIAR, Moacyr. Zero Hora. Porto Alegre, 27 jul. 1993. Segundo caderno.

No texto, verificamos que as palavras destacadas guri e pivete, embora indi-


quem garoto ou menino, são portadoras de sentidos muito diferentes.
(Dicionário Caldas Vamos imaginar que a última frase do texto fosse:
Aulete digital). "Em nome dessa sorte, devemos pensar, cada vez que olhamos um suposto
guri, que ele pode, afinal, ser um bom pivete".
Você acha que o leitor estranharia essa construção?
O leitor desse texto de Moacyr Scliar certamente sim, pois pivete é um nome
usualmente empregado com sentido depreciativo, significando menino que vive
pelas ruas, praticando pequenos roubos e outras atitudes ilegais.
(Grande Dicionário Quando não conhecemos o significado de uma palavra, costumamos recorrer
Houaiss). ao dicionário, que nos apresentará alguns sinônimos para ela. Porém, é preciso
ficarmos atentos, pois precisamos reconhecer o contexto em que a palavra cujo
significado pesquisamos está sendo usada para localizarmos o sentido mais ade-
quado a ela.
Casa, moradia, lar, residência, domicílio são consideradas palavras sinôni-
mas, mas cada uma delas deve ser empregada em seu contexto específico, que
determinará o uso de um sinônimo ou de outro. Você não diria, por exemplo, que
"mandou reformar a lavanderia do seu lar". Por estar se referindo à construção
material, ao edifício, a palavra adequada é casa, e não lar.
Você já ouviu alguém dizer a famosa expressão “Lar doce lar”? Essa expres-
são transmite um efeito de sentido acolhedor, de aconchego, de afeto, de reu-
nião familiar. Geralmente, quando as
pessoas viajam durante um tempo
Monkey Business Images/Shutterstock

longo, não veem a hora de chegar ao


seu “lar doce lar”.
Agora, imagine alguém dizendo
a expressão “casa doce casa”. Não
seria estranho? Essa expressão
transmite um efeito de sentido de
insensibilidade e frieza, justamen-
te porque está relacionada à cons-
trução material, e não à simbologia
de união familiar e aconchego. Ob-
74
serve que a palavra “doce” não se
encaixaria nessa alteração.

Língua Portuguesa
A seguir, leia o significado da palavra contexto.
Saiba mais
1 – Aquilo que constitui o texto na sua totalidade, o conjunto dos elementos
Você sabia
textuais em que se encontra uma palavra ou passagem, e que modifica que existe
ou esclarece o sentido dela. um dicionário
específico de
2 – Conjunto de circunstâncias ou fatos inter-relacionados que envolvem sinônimos e
um evento particular, uma situação, etc. antônimos?
Se a sua intenção
3 – Realidade extralinguística que, em uma situação de comunicação, de- é pesquisar
termina o conjunto de condições de uso da língua. esses fenômenos
semânticos, será
Disponível em: <www.aulete.com.br/contexto>. Acesso em: 12 nov. 2017. muito prático
pesquisá-los em
um dicionário
Jogo rápido especializado
em sinônimos e
Leia a opinião do poeta Mário Quintana sobre os sinônimos, converse com os antônimos.
Cuidado!
colegas e com o professor e, depois, responda à pergunta a seguir. Lembre-se de
Esses que pensam que existem sinônimos verificar o contexto
antes de escolher
desconfio que não sabem distinguir as diferentes um ou outro
nuances de uma cor. sinônimo. Como
você já aprendeu,
QUINTANA, Mário. Poesia completa em um volume. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. p. 316.
isso é muito
importante para
O que o poeta Mário Quintana quis dizer em seu poema? Explique como e por que não cometer um
ele fez uma associação entre os sinônimos e as cores da imagem a seguir. deslize.
FERNANDES,
Francisco.
nadthawudh sangpichai/Shutterstock

Dicionário de
sinônimos e
antônimos da
língua portuguesa:
de acordo com
ortografia oficial
brasileira. Rev. e
ampl. por Celso
Pedro Luft. São
Paulo: Globo, 2001.

Professor, informar aos


alunos o significado
da palavra “nuances”,
conversar com eles
sobre as nuances entre
as cores, estimular a
reflexão sobre essas
Segundo o poeta, assim como cada nuance de cor é única, também as palavras o são, nuances, pedindo
a eles que deem
exemplos de cores
portanto não existem sinônimos perfeitos, e sim palavras de sentido equivalente, não exatamente iguais. muito parecidas, mas
que, na verdade, são
diferentes. Ver mais
orientações no Manual
do Professor.
Um ótimo instrumento para pesquisarmos sinônimos é o dicionário, que,
além de trazer significados, amplia o nosso vocabulário. Os dicionários são ins- 75
trumentos linguísticos com os quais podemos refletir sobre a língua que fala-
mos e escrevemos.
Língua Portuguesa
Atividades
1 Leia o trecho a seguir e, depois, faça o que se pede.
“Por isso, visando à facilidade aos pais e aos alunos, e também preocupados com a segurança da escola e
o melhor fluxo desse tráfego, informamos alguns procedimentos para a utilização das áreas de acesso à escola
e pedimos a atenção e a colaboração dos pais e dos alunos para o cumprimento das orientações de segurança”.

Escreva os antônimos das palavras destacadas, acrescentando-lhes prefixos que indicam o efeito de
sentido de negação.
Despreocupados, insegurança, inutilização e descumprimento.

2 Leia estes dois trechos da carta de solicitação:


“Com o início de um novo ano letivo, é natural o aumento do tráfego de veículos nas vias públicas que cir-
cundam nossa escola.”
“– Nunca estacionem em local proibido. Observem que a CMTU efetuou novas sinalizações ao redor do Co-
légio, e a fiscalização está intensa, inclusive com aplicação de multas;”.

a) Escreva os antônimos de nunca e de proibido e explique se eles foram formados ou não "a partir do acrés-
cimo de prefixos".
Os antônimos são sempre e permitido, e eles não foram formados a partir do acréscimo de prefixos.

b) Encontramos nos trechos as palavras escola e Colégio. Podemos dizer que há uma relação de sinonímia entre
elas? Se sua resposta for afirmativa, escreva por que o remetente optou por usar esse fenômeno semântico.
Sim, nesse caso, houve relação de sinonímia. O remetente usou esse fenômeno semântico para evitar repetições. Como se trata

de uma carta enviada por uma escola, esses termos (escola e colégio) aparecem a todo momento.

c) Por que a palavra Colégio foi escrita com letra maiúscula?


Porque está se referindo ao Colégio Maxi, como se estivesse no lugar de um nome próprio.

d) Escreva um sinônimo para a palavra intensa, mantendo o mesmo contexto em que ela foi empregada.
Sugestões: acentuada, reforçada.

3 Leia mais um trecho da carta para continuar respondendo às questões.

“Nos horários de saída, recomendamos os mesmos procedimentos utilizados nos horários de entrada, com um
detalhe: combinem com os filhos ou passageiros o local onde o veículo estará estacionado. Lembrando: as crianças
menores só poderão sair do Colégio acompanhadas do responsável;”.

a) Procure nesse trecho um exemplo de antonímia que não utiliza prefixo negativo.
Entrada e saída.

76 b) Escreva antônimos para as palavras acompanhadas e responsável, utilizando prefixos que indicam negação.
Desacompanhadas e irresponsável.

Língua Portuguesa
c) Na frase “combinem com os filhos ou passageiros”, podemos dizer que as palavras filhos e passageiros são
sinônimas? Explique a sua resposta.
Não são sinônimas, pois outras pessoas, além dos filhos, podem ser os passageiros. Os pais ou responsáveis podem, por

exemplo, dar carona a outros conhecidos ou colegas de seus filhos.

d) Na frase “as crianças menores só poderão sair do Colégio acompanhadas do responsável;” podemos trocar a
palavra crianças por guris ou pivetes? Com base nos conceitos sobre sinônimos que você estudou, justifique
sua resposta de forma detalhada.
Não podemos fazer nenhuma das duas trocas. A carta de solicitação é um gênero textual que utiliza uma variedade linguística

formal e mais contida. A palavra “guri” é inadequada, porque se trata de um regionalismo (termo adotado no estado do Rio

Grande do Sul) e é mais informal. Além de ser masculina, isto é, só pode ser usada para os meninos, o que não ocorre com a

palavra criança. É preciso considerar que o uso da palavra “pivete” não seria adequado, visto não se tratar de um sinônimo do

termo “criança”, já que aponta para um significado específico – criança que rouba ou mendiga, que vive na rua e ajuda ladrões.

4 Leia este trecho:

“Esse dispositivo é projetado para reduzir o risco ao usuário em caso de colisão ou de desaceleração repentina do veículo”.

a) Escreva dois sinônimos para a palavra reduzir, de acordo com o contexto.


Diminuir, amenizar.

b) Qual é o antônimo de desaceleração?


Aceleração.

c) As palavras imprevisível e inesperada atuam como sinônimos de qual palavra presente nesse trecho?
Atuam como sinônimos da palavra repentina.

d) Escreva os antônimos das palavras imprevisível e inesperada, indicando quais prefixos foram eliminados e o
que eles indicam.
Previsível e esperada, e os prefixo eliminados foram im- e in-, que indicam negação. 77

Língua Portuguesa
5 Na segunda carta de solicitação que você leu nesta unidade, há algumas informações em vermelho
bem no centro da página. Vamos relembrá-las:

“Rampa do Maxi Júnior — Avenida Duque de Caxias: deve ser utilizada exclusivamente para embarque e
desembarque — conforme o Código Nacional de Trânsito — art. 47: a parada deve restringir-se ao tempo indis-
pensável para embarque ou desembarque de passageiros — NÃO É PERMITIDO PARAR OU ESTACIONAR.”.

A seguir, observe os significados dos verbos parar e estacionar, de acordo com o dicionário Caldas
Aulete digital.

PARAR
1 – não deixar continuar ou não continuar (movimento, ação, atividade, etc.); deter(-se); interromper(-se). 2 –
permanecer, ficar. 3 – não ir além de. 4 – chegar ao fim; acabar.

ESTACIONAR
1 – Fazer ficar ou ficar parado (veículo) em determinado lugar, por um certo tempo. 2 – Manobrar (veículo,
carrinho, etc.) para estacioná-lo em certo lugar, em uma vaga, etc. 3 – Deter-se, manter-se (em certo lugar). 4 –
Impedir ou deixar de evoluir, ou de crescer, se espalhar; estabilizar(-se).

Pensando nos significados dessas duas palavras, podemos afirmar que ocorreu relação de sinonímia en-
tre elas? Se sua resposta for afirmativa, explique por que as duas foram usadas, já que uma delas daria
conta da mensagem. Atenção, leve em consideração o contexto da carta e as nuances de significados.
Superficialmente, sim, porque, de acordo com o dicionário, ambas as palavras têm o sentido de “permanecer”, “ficar”, “deter-se”. No

entanto, se levarmos em conta o contexto e as nuances de significados, a palavra “estacionar” transmite um efeito de sentido de

uma ação mais prolongada do que “parar”. O verbo “parar” dá a ideia de que o motorista vai parar/desligar seu carro por pouco tempo,

o que não é permitido. Fica muito claro na mensagem que a rampa deve ser utilizada apenas para embarque e desembarque. O verbo

“estacionar” indica a ideia de que o motorista vai parar por um tempo indeterminado e mais longo, sem preocupar-se com as leis de

trânsito, podendo, inclusive, entrar no colégio para procurar seu filho e/ou até mesmo resolver alguma pendência.

kryzhov/Shutterstock

78

Língua Portuguesa
6 Leia o trecho a seguir, que é uma retextualização de fala realizada por Mario Ser-
gio Cortella na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em agosto de 2007.
Ele faz uma importante contraposição dos sinônimos novo e inédito no primeiro
parágrafo de sua comunicação oral.

Nós não nascemos prontos

[...] A razão deste seminário é que nós não nascemos


prontos. Porque, se prontos tivéssemos nascidos, não da-
ria para existir educação, construção, enfim... [...]. Tem
uma frase que circula por aí que diz que uma pessoa,
quanto mais ela vive, mais velha ela fica. Cuidado, isso
é uma bobagem. Para que alguém quanto mais vivesse
mais velho ficasse, teria que ter nascido pronto e ir se
gastando. Isso não acontece com gente, isso acontece
com fogão, sapato, geladeira... Fogão, sapato, geladeira
é que nasce pronto e vai se gastando. Gente nasce não
pronta e vai se fazendo. Eu, Cortella, em 2007, sou a
minha mais nova edição. Eu não nasci pronto e vim me
gastando. Eu nasci não pronto e vim me fazendo. Tanto
que eu sou um novo Cortella, em 2007. Eu não sou iné-
dito, porque, para eu ser inédito, eu teria que ser como
nunca fui. Mas eu sou novo, isto é, muito do que eu sou
eu trouxe da minha história, mas o modo como eu sou
hoje eu nunca fui antes. E uma das coisas que eu quero
ser é íntegro, solidário, fraterno. Eu não o sou por com-
pleto, mas eu posso sê-lo. Eu quero sê-lo. Para isso, claro,
eu não posso ser arrogante. Porque o arrogante acha que
ele já está pronto [...].

CORTELLA, Mario Sergio. Palestra apresentada no seminário Família, escola e


cidadania: quais os caminhos?, da Escola da Assembleia Legislativa de Santa
Catarina, em 15 ago. 2007.

Biografia
Mario Sergio Cortella
Bruno Poletti/Folhapress

Mario Sergio Cortella (1954-) nas-


ceu em Londrina, no estado do Pa-
raná. É filósofo, escritor, educador e
Professor, se julgar
professor universitário, e atua ainda necessário, discutir
como palestrante, divulgando ques- com os alunos os
conceitos apresentados
tões sociais relacionadas à filosofia por Cortella em seu 79
na sociedade contemporânea. texto para certificar-se
de que os alunos os
entenderam.

Língua Portuguesa
7 Com base no texto anterior, responda às questões a seguir.
a) Se nós tivéssemos nascidos prontos, o que não existiria?
Se as pessoas nascessem prontas, não haveria a necessidade de educação, pois elas não precisariam

ir se construindo ao longo da vida, processo de construção.

b) Há uma frase muito popular que diz: “Uma pessoa, quanto mais ela vive, mais velha ela
fica”. O que Cortella pensa a esse respeito? Explique o ponto de vista do educador.
Cortella diz para tomarmos cuidado, porque essa frase é uma bobagem. Para que alguém ficasse

mais velho quanto mais vivesse teria que ter nascido pronto e ir se gastando, e isso não acontece

com seres humanos.

c) Por que Cortella menciona um fogão, um sapato e uma geladeira?


Ele menciona um fogão, um sapato e uma geladeira para exemplificar objetos que nascem prontos e

vão se desgastando com o passar do tempo. Ele faz uma comparação entre esses objetos e os seres

humanos. Ele diz que “Gente nasce não pronta e vai se fazendo”.

8 Leia o trecho a seguir em que Cortella fala sobre os sinônimos novo e inédito:

“Tanto que eu sou um novo Cortella, em 2007. Eu não sou inédito, porque, para eu ser
inédito, eu teria que ser como nunca fui. Mas eu sou novo, isto é, muito do que eu sou eu
trouxe da minha história, mas o modo como eu sou hoje eu nunca fui antes.”

a) Cortella se considera novo ou inédito? Por quê?


Cortella se considera “novo”, porque, para ser inédito, ele teria que ser como nunca foi. E ele afirma

que não pode ser como nunca foi, porque traz consigo sua história, ou seja, todos os aprendizados

e experiências de seus anos de vida anteriores.

b) Por que ele diz: “mas o modo como eu sou hoje eu nunca fui antes”?
Porque as pessoas adquirem novos aprendizados a todo o momento. Então, “hoje” ele é muito mais

sábio do que antes, porque já viveu novas experiências.

c) Seja bem criativo e escreva duas frases: uma com a palavra novo e outra com a palavra
inédito. Diferentemente do que ocorre no texto de Cortella (em que essas palavras não
têm o mesmo sentido), em suas frases, essas duas palavras têm que apresentar o
mesmo sentido, ou seja, abranger o mesmo contexto.
Resposta pessoal.

80 9 Quais são as três características que Cortella deseja alcançar?


Ele deseja ser íntegro, solidário e fraterno.

Língua Portuguesa
10 Qual característica o atrapalharia na conquista dessas outras três que ele gosta-
ria tanto de alcançar? Por quê?
Ele não pode ser arrogante, porque o arrogante acha que já está pronto.

11 A frase “O arrogante acha que ele já está pronto”, dita por Mario Cortella, é muito
enriquecedora. Reflita sobre ela e troque ideias com o professor e os colegas,
Professor, conversar
pensando nos malefícios que a arrogância traz para as pessoas. Pense nisto: as com os alunos sobre o
pessoas percebem quem realmente é bom no que faz, não é necessário dizer significado do vocábulo
“arrogante”. Perguntar
isso insistentemente. Quando nós falamos muito das nossas qualidades e não se eles já se sentiram
incomodados diante
valorizamos a qualidade dos outros, afastamos as pessoas e corremos o risco de da arrogância de
perder grandes amigos. alguém e aconselhe,
caso alguém relate
alguma experiência que
esteja mal resolvida.
Em relação à frase de
Cortella, perguntar:
“o arrogante acha
que já está pronto
para quê?”. Concluir
deixando a ideia de
que ninguém pode se
sentir completamente
pronto, porque,
enquanto vivermos,
estamos aprendendo
e nos desenvolvendo,
até mesmo na fase da
velhice.

12 Leia este trecho:

O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta


e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O
que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver
a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio
da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 2006. p. 290.

a) Retire do trecho todos os antônimos que encontrar.


Esquenta e esfria; aperta e afrouxa; sossega e desinquieta; alegria e tristeza.

b) Alguma dessas palavras que você escreveu no item anterior formou-se por acréscimo
de prefixo que indica negação? Qual?
Sim, a palavra desinquieta.

81

Língua Portuguesa
13 Você já ouviu falar em um filme chamado Alexandre e o dia terrível, horrível, espan-
toso e horroroso? Veja a capa dele:

Disney Studios
Disponível em: <www.
gigantedascapas.net/
2014/11/alexandre-e-o-
dia-terrivel-horrivel.
html>. Acesso em: 12
nov. 2017.

Você reparou que o nome do filme é muito curioso, certo? Afinal, quem tem um
dia assim tão desastroso? Sobre o título do filme – Alexandre e o dia terrível, horrí-
vel, espantoso e horroroso –, responda às questões a seguir.
a) O título do filme apresenta relações de sinonímia ou de antonímia? Explique sua resposta.
Apresenta relação de sinonímia, porque as palavras terrível, horrível, espantoso e horroroso têm

sentidos equivalentes.

b) Escreva mais dois sinônimos dessas palavras que caracterizam o dia de Alexandre.
Sugestões: medonho, assustador, infame, deplorável, horripilante, etc.

c) Transforme o título do filme, usando palavras antônimas às que aparecem no título original.
Sugestão: Alexandre e a noite prazerosa, fascinante, maravilhosa e espetacular.

d) Não é muito comum encontrarmos nomes de filme com uma série sinonímica tão
marcante. Em sua opinião, qual foi a intenção do produtor do filme ao utilizar tantas
palavras, com significados semelhantes, para caracterizar um único substantivo (dia).
Realmente, essa série sinonímica foi necessária?
Espera-se que o aluno chegue a duas conclusões. 1 – Intensificar o quanto o dia de Alexandre foi

terrível, ou seja, reforçar/enfatizar a ideia de que o dia foi, realmente, desastroso. 2 – Chamar a

atenção com um título peculiar e fazer o público sentir vontade de assistir ao filme para descobrir

82 por que o dia foi tão terrível. Essa série sinonímica foi necessária para causar o efeito pretendido pelo

produtor do filme e atrair o público.

Língua Portuguesa
Produzindo textos

Carta de solicitação
Entendendo o gênero
No início desta unidade, você leu duas cartas de solicitação enviadas pelo Colé-
gio Maxi aos pais e a alunos e pôde perceber algumas características particulares
desse tipo de carta.
Como você já está bastante familiarizado com a estrutura e os elementos que com-
põem uma carta, produzir uma carta de solicitação será matéria simples para você!
A carta de solicitação consiste num gênero textual no qual o emissor escreve
a um receptor a fim de solicitar algo, resolver um problema ou obter algum bene-
fício. Para isso, deve fazer uso de argumentos consistentes para fundamentar os
motivos da solicitação. Por meio desse gênero, o emissor pode pedir providências,
sugerir mudanças e fazer pedidos, entre outras finalidades.
Na sua carta de solicitação, você pode relatar um problema, apresentar um
exemplo a fim de comprovar o seu ponto de vista, usar a descrição para detalhar
uma cena que mostre a seriedade do seu problema, e sempre usar a argumenta-
ção, conforme aprendeu na produção de texto da unidade anterior, para sustentar
e conduzir o seu destinatário a uma conclusão que lhe seja favorável. Conectando
Dessa forma, para merecer atenção, defenda seus argumentos, escolhendo-os saberes
de acordo com seu destinatário. Algumas palavras são muito importantes na pro- Em Ciências, você
dução desse tipo de carta argumentativa, pois estabelecem relações entre as fra- deve ter visto que
ses e os parágrafos. Veja alguns exemplos de palavras e/ou expressões que aju- enfrentamos muitos
dam na construção do sentido de um texto argumentativo: problemas nas
cidades: poluição,
• e, também, ainda – indicam adição; tráfego intenso,
falta de saneamento
• a fim de, para – indicam finalidade; básico, entre outros.
• porque, pois, já que – indicam causa e consequência; Você já pensou
em escrever uma
• mas, porém – indicam oposição (ideias contrárias); carta de solicitação
• ou seja, isto é – indicam esclarecimentos; ao seu vereador
para relatar algum
• conforme, de acordo com – indicam conformidade (você pode usar a confor- problema que exista
midade com um argumento por autoridade). na sua comunidade?
• portanto, então, assim – conclusão.
Quanto à linguagem, ela é mais formal, pois o
Milan Bruchter/Shutterstock

destinatário, geralmente, é uma autoridade, e sua


intenção não é criar vínculos nem trocar corres-
pondências, como se fossem amigos. A estrutura
da carta é a mesma da carta pessoal e da carta de
reclamação e apresenta as seguintes partes: local
e data, saudação/vocativo, corpo do texto, despe-
dida e assinatura.
Muito cuidado para não confundir os verbos 83
solicitar e reclamar. Veja, a seguir, o significado
do verbo solicitar.
Língua Portuguesa
SOLICITAR
• tentar conseguir, ir atrás de; requestar, procurar, buscar;
• pedir com insistência, agenciar com vivo empenho; rogar;
• encorajar ou aconselhar (alguém) a (fazer algo); incitar, induzir, instigar;
• pedir (algo) com educação e urbanidade, ou de acordo com fórmulas preesta-
belecidas;
• buscar a atenção, a ajuda, os serviços, etc. de (alguém);
• requerer (negócios, demandas) na qualidade de solicitador.
Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#0>.
Acesso em: 13 nov. 2017.

Planejando
Nas atividades anteriores, você viu a imagem da capa do filme Alexandre e o dia
terrível, horrível, espantoso e horroroso. A seguir, leia o trecho de uma sinopse do filme.

O pequeno Alexander (Ed Oxenbould) tem um péssimo dia pela frente.


Primeiro, ele acorda com um chiclete grudado em seu cabelo. Na hora de se
Professor, se possível,
passar o trailer do filme vestir, ele tropeça e deixa cair sua malha na pia cheia de água. No café da
para os alunos verem.
Em aula anterior à
manhã, seus irmãos encontram belos prêmios na caixa de cereal, mas Alexan-
discussão a seguir, der não encontra nada. O resto do dia reserva muitas outras más notícias e
pedir a eles que,
como tarefa de casa, acontecimentos ruins.
assistam ao filme para
poderem entender Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-193471/>. Acesso em: 12 nov. 2017.
melhor algumas
reflexões que serão Antes de iniciar a sua produção, converse com os colegas e o professor sobre as
feitas em sala de aula.
questões propostas.

• Você acha que é possível alguém ter um dia terrível, horrível, espantoso e
horroroso?
• Você já passou por um dia em que tudo deu errado? Se sim, conte para a classe
o que aconteceu.
• Para uma criança, o que é ter um dia terrível, horrível, espantoso e horroroso?
E para um adulto?
• Muitas pessoas adultas costumam pensar que os problemas das crianças não
são muito graves ou sérios. O que você acha sobre isso?
• Um dia ruim, ou um dia terrível, horrível, espantoso e horroroso, pode trazer
muitos aprendizados para todas as pessoas, independentemente de sua faixa
etária. Como isso pode ser possível?
• Reflita: Podemos tirar vantagens e aprender lições de vida quando tudo “pare-
ce” estar dando errado em nosso dia?

Agora, imagine que você “acordou com o pé esquerdo”, e tudo começou errado em
seu dia: o despertador não tocou, não deu tempo de você tomar café da manhã, você
não encontrou o seu uniforme no guarda-roupa, perdeu a carona para ir à escola, tinha
prova na primeira aula e estava nervoso. Ao entrar na sala de aula, reparou que tinha se
84
esquecido do estojo, e ninguém tinha caneta sobrando para lhe emprestar... Esse era
só o começo de seu dia...

Língua Portuguesa
Pense em problemas relacionados à sua vida escolar que podem ter aconteci-
do nesse seu dia tão terrível, horrível, espantoso e horroroso.

Sugestões:
• Você recebeu o boletim e, ao mostrar para um colega, fez movimentos brus-
cos e rasgou-o.
• A sua apostila desapareceu, você já procurou em todos os lugares e não a
encontra de jeito nenhum. Sua mãe ficará uma fera!
• Depois do lanche, quando você voltou à sala de aula, percebeu que havia
perdido o seu celular no pátio.
• Você acabou de lembrar que o livro que havia pegado na biblioteca da es-
cola ultrapassou o prazo de devolução e você precisará pagar uma multa
muito alta.
• Você perdeu o livro que havia pegado na biblioteca da escola. E agora?
• Você estava correndo muito no pátio na hora do intervalo e, sem querer, es-
barrou em uma funcionária da escola que trazia uma pilha de provas e do-
cumentos importantes nas mãos. Os papéis caíram na lama, e a funcionária
ficou desesperada.
• Sua mãe lhe pediu que entregasse um recado na secretaria, autorizando sua
irmã mais nova a participar de um passeio com a turma da classe dela em um
parque da cidade naquela tarde. Se você não entregasse a tempo, sua irmã
seria a única a perder o passeio. Infelizmente, você se esqueceu!
Você está muito triste com o ocorrido e não sabe o que fazer. Ninguém conse-
guiu resolver o seu problema. Então, você resolveu tomar uma atitude corajosa e
conversar diretamente com o diretor para solicitar a ajuda dele... Só ele poderá
resolver a sua situação.
Quando se dirigiu à secretária do diretor, ela informou que o chefe não poderia
atendê-lo, pois estava muito ocupado. Ao notar o seu desespero, a secretária su-
geriu que você escrevesse uma carta, contando detalhadamente ao diretor o que
havia acontecido e fazendo a(s) solicitação(ões) necessária(s).
Para isso, ela lhe entregou uma folha de papel almaço e uma caneta... Então,
agora escreva a sua carta de solicitação.

Escrevendo
Agora que você vai produzir, siga algumas orientações:

• pense nos fatos que podem ser explorados para tornar seu texto mais con-
vincente;

• comente com o diretor que seu dia não começou nada bem e que tudo está
dando errado;

• lembre-se de colocar o local e a data; 85

• inicie com um tratamento formal, adequado ao diretor da escola;

Língua Portuguesa
• no primeiro parágrafo, exponha o assunto e o objetivo da carta;

• nos parágrafos seguintes, esclareça o que foi exposto inicialmente, a fim de


convencer o diretor da legitimidade/qualidade do(s) seu(s) pedido(s) por meio
de argumentos consistentes;

• no último parágrafo do corpo do texto, faça o fechamento das solicitações, dos


problemas, expondo a solução que você acha ser a mais adequada;

• cuide para que a linguagem, no corpo da carta, seja mais formal e cuidadosa;

• utilize palavras e/ou expressões que ajudam na construção do sentido de um


texto argumentativo (as que estão no quadro com as características das cartas
de solicitação);

• se for coerente com suas ideias, apresente um argumento por autoridade;

• evite abreviações e não use gírias;

• capriche na letra;

• lembre-se de agradecer, de modo simpático e cordial. Ex.: Esperando contar


com sua compreensão;

• lembre-se também de assinar a carta com seu nome completo;

• embaixo do seu nome, coloque o ano escolar que está cursando;

• você pode acrescentar um P.S. para apresentar informações adicionais ou para


intensificar as solicitações feitas na carta.

Revisando
Verifique como ficou a sua carta de solicitação, refletindo sobre os questiona-
mentos a seguir.

• Escreveu a data e o local?

• Utilizou o vocativo corretamente?

• Despediu-se com educação e simpatia?

• Assinou a carta com seu nome completo e colocou seu ano escolar?

• A(s) sua(s) solicitação(ões) ficou(aram) clara(s)?


Professor, os textos
produzidos poderão • Seus argumentos são consistentes?
ficar em um varal de
textos na sala de aula.
• Você explicou tudo que lhe aconteceu de ruim durante o dia?

• Seus argumentos fundamentam as suas solicitações?

• Você se empenhou em persuadir o seu destinatário, usando as palavras ade-


quadas?

• Dirigiu-se ao diretor da escola com linguagem mais formal e contida?


86
• Reescreva sua carta argumentativa de solicitação, considerando as observações
de seu professor e as inadequações constatadas por meio de sua própria leitura.

Língua Portuguesa
Tarefa Caloteiro

Aquele que não


A seguir, você vai ler a carta de um devedor caloteiro que, de forma ousada e paga contas ou
irônica, tenta justificar sua inadimplência. Não se sabe se essa carta é verídica, dívidas.
mas alguns dizem que sim, até mesmo que foi divulgada pelo próprio Clube de
Credor
Dirigentes Lojistas. A correspondência foi enviada pelo devedor a uma das várias
Pessoa ou
lojas credoras, conforme ele mesmo informa na sua correspondência.
instituição que
emprestou
dinheiro ou fez
venda por crediário
São Paulo, 30 de julho de 2009. a alguém.

Prezados Senhores,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de
Vossas Senhorias. Sei que não estou em dia com meus paga-
Inadimplente
mentos, mas acontece que eu estou devendo, também, em ou-
Que não liquida ou
tras lojas e a outros credores diversos, sendo que todos esperam
ainda não liquidou
que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais só per- os encargos
mitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês, e as financeiros de um
contrato.
outras contas ficam para o mês seguinte.
Não tem jeito. Tem que ser assim, pois não tenho como pagar
tudo. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere
pagar a este ou àquele credor, em detrimento dos demais.
Ocorre o seguinte...
Todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos
meus credores (todos eles, inclusive o desta Empresa) em pe-
quenos pedacinhos de papel, que enrolo e coloco dentro de uma
caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis,
que são os dois “sortudos” que receberão meu rico dinheirinho.
Os outros, paciência, ficam para o mês seguinte.
Afirmo aos senhores, com toda certeza, e sob minha pa-
lavra de honra de devedor honesto, que vossa Empresa vem
constando, todos os meses, na minha caixinha e no meu honesto
sorteio e, se não paguei até agora nenhuma prestação, é porque
os senhores estão com pouca sorte, ou com muito azar.
Finalmente, faço-lhes uma solicitação: por gentileza, parem
de me enviar cartas de cobrança. Se os senhores continuarem
com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras
e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir
o nome de vossa Empresa dos meus sorteios mensais.

Sem mais,

Seu querido inadimplente.


87
Disponível em: <www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?id=2873>.
Acesso em: 14 nov. 2017.

Língua Portuguesa
Professor, é necessário,
ao longo do trabalho
1 Quem é o remetente e o destinatário dessa carta?
com esse texto, levar
os alunos a perceberem
que o remetente O remetente é o devedor, e o destinatário é a empresa credora.
defende uma postura
contrária à lei e que
seus argumentos, cujo
objetivo é eximir-se de
suas responsabilidades 2 Logo no primeiro parágrafo do corpo da carta, o remetente mostra insatisfação.
com as empresas das
quais é devedor, são Em que trecho podemos detectar esse sentimento?
falaciosos.
No trecho em que diz que é a oitava carta jurídica de cobrança que ele recebe.
Deve ficar bem claro
para os alunos que
apenas apresentar
bons argumentos
não é garantia de
convencimento, o 3 Escreva dois argumentos feitos pelo devedor logo no início de sua carta para jus-
que se pode perceber tificar o fato de ele não estar em dia com seus pagamentos.
nesse texto, pois
as justificativas
Primeiro argumento: o devedor diz que está devendo, também, em outras lojas e a outros credores
apresentadas não terão
o poder de levar os
empresários a aceitarem diversos. Segundo argumento: diz que seus rendimentos mensais só permitem que ele pague duas
o comportamento do
remetente devedor.
prestações no fim de cada mês.
A questão 11, no final
da tarefa, questiona
sobre se os alunos
consideram essa carta
engraçada ou não. Se 4 Leia o trecho a seguir.
até o momento da
resolução dessa questão
não tiver ainda ficado “Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar a este ou àquele
evidente para os alunos
o teor humorístico credor, em detrimento dos demais”.
desse texto, reforçar
essa informação,
justificando-se, assim, a) Quando o remetente diz “daquele tipo”, explique a que tipo de pessoa o devedor está se
o fato de o remetente referindo exatamente.
da carta assumir uma
postura considerada Ele se refere às pessoas que são “devedoras desonestas”, ou seja, que têm dinheiro, mas preferem
antiética, ao fugir
de compromissos
financeiros assumidos. gastar com outras coisas, ou até adquirir novas dívidas. Também, das que têm o dinheiro para

efetuar o pagamento, mas, em virtude de algum motivo especial, fazem a opção de pagar um credor em

detrimento de outro.

b) Segundo o devedor, as pessoas que preferem pagar uma empresa em detrimento de


outras são injustas. Você partilha dessa mesma opinião? Por quê?
Professor, se achar
conveniente, pedir Resposta pessoal.
a alguns alunos que
leiam as respostas que
deram a essa questão
e, na sequência,
incentivar os colegas
a comentarem as
opiniões apresentadas,
dizendo se concordam 5 Explique detalhadamente de que modo o devedor escolhe as empresas que se-
ou não com elas e
justificando o porquê.
rão favorecidas com seu pagamento.
Todo mês, quando ele recebe seu salário, escreve o nome dos credores em pequenos pedacinhos

de papel, enrola-os e coloca-os dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retira dois

88 papéis, que são os dois sortudos que receberão o seu pagamento. Os outros, paciência, ficam para o

mês seguinte.

Língua Portuguesa
6 Leia a frase a seguir.

“Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois ‘sortudos’ que
irão receber o meu rico dinheirinho”.

a) Por que a palavra “sortudos” aparece entre aspas?


Professor, explicar aos
Porque as duas empresas que receberão o dinheiro não serão beneficiadas por pura sorte. Pelo alunos que, quando se
diz algo com significado
oposto àquilo em que
contrário, são empresas que devem, por direito, receber o pagamento do devedor. Não se trata de se acredita, ocorre
a ironia, que é uma
sorte, como o devedor afirma. Elas não são sortudas, são, na verdade, empresas prejudicadas por figura de linguagem.
Por exemplo: Que
esperto! Errou todas as
falta de pagamento de seus clientes. questões da prova!

b) Explique o que o devedor quis dizer com “meu rico dinheirinho”.


Ele quis dizer que seu dinheiro é muito valioso. Um dinheiro que foi difícil de ganhar.

7 Leia este trecho:

“Afirmo aos senhores, com toda certeza, e sob minha palavra de honra de devedor
honesto, que vossa Empresa vem constando, todos os meses, na minha caixinha e no meu
honesto sorteio e, se não paguei até agora nenhuma prestação, é porque os senhores estão
com pouca sorte, ou com muito azar”.

Nesse trecho, percebemos claramente que o devedor se exime de toda a culpa


pela falta de pagamento e “joga” toda a responsabilidade na falta de sorte, ou no Professor, é sempre
interessante colocar
azar, das empresas que não foram sorteadas. em discussão com
o grupo algumas
a) O remetente, embora seja um devedor, sente-se no direito de ficar aborrecido. O que respostas dadas a
essa questão. Desse
você acha dessa postura? Ele realmente está com a razão? Comente. modo, incentiva-se
a participação dos
Resposta pessoal. alunos em situações
de intercâmbio oral, o
que contribui para que
aprendam a aguardar
sua vez de falar e a
respeitar a fala do
outro.

b) Para os credores, ler o argumento do devedor sobre a falta de sorte das empresas, no
sorteio realizado, é um argumento consistente? Por quê?
Não é um argumento consistente porque a prioridade dos credores é receber o pagamento, não

entender o contexto de vida do devedor. Além disso, esse argumento não sustenta nenhuma

justificativa, pois ele não tem vínculo pessoal com a empresa, a empresa não o conhece profundamente

nem pode garantir que ele realmente é honesto.

8 Qual é a solicitação feita pelo devedor no final de sua carta?


Ele solicita à empresa que pare de lhe enviar cartas de cobrança. 89

Língua Portuguesa
9 Se as empresas continuarem a enviar cartas ameaçadoras e insolentes, o que
ele fará?
Ele será obrigado a excluir o nome daquela empresa da sua caixinha de sorteios mensais.

10 Podemos afirmar que há uma mescla de linguagem formal com registros de in-
formalidade? Explique sua resposta, exemplificando com palavras e/ou expres-
sões da carta.
Sim, a linguagem é formal, mas apresenta traços de informalidade e ironia. Traços de formalidade:

“Prezados Senhores”, “Vossas Senhorias”, “Sem mais”. Traços de informalidade: “olhando para o outro

lado”, “meu rico dinheirinho”, “seu querido inadimplente”.


Professor, o importante
é comparar as 11 Em sua opinião, essa carta é engraçada? Por quê?
justificativas dadas
pelos alunos. Pedir
a alguns deles que Resposta pessoal.
justifiquem oralmente
sua resposta e
incentivar o grupo
a opinar a respeito,
concordando ou
não com as razões
apresentadas.

12 Com base nos trechos a seguir, responda às questões sobre sinônimos e antônimos.

• “Estou ciente de que não sou injusto”.


• “Afirmo aos senhores, com toda certeza, e sob minha palavra de honra de devedor honesto”.
• “é porque os senhores estão com pouca sorte, ou com muito azar”.
• “Seu querido inadimplente”.

a) Copie uma palavra que apresenta prefixo indicador de negação.


Injusto ou inadimplente.

b) Escreva o antônimo das palavras certeza e honesto, acrescentando-lhes prefixos que


indicam negação.
Incerteza e desonesto.

c) Copie um par de palavras que indicam relação de antonímia.


Sorte e azar.

d) Se tirarmos o prefixo in- da palavra “inadimplente”, qual significado ela passará a ter?
Que cumpre as obrigações financeiras estabelecidas em contrato.

e) Podemos afirmar que honra e honesto são palavras sinônimas? Justifique sua
resposta.
Sim, as palavras “honra” e “honestidade” têm significações muito próximas e, nesse contexto,

90 podem ser consideradas sinônimas.

Língua Portuguesa
Você aprendeu

• Gênero carta de solicitação

Porto Alegre, 17 de setembro de 2017.


Local e data

Prezado Senhor,

Saudação/vocativo 1 – O emissor escreve a um receptor a fim de solicitar


algo. 2 – Os argumentos devem ser consistentes para
fundamentar os motivos da solicitação. 3 – O emissor
pode pedir providências, sugerir mudanças, fazer pedi-
dos. 4 – Variedade linguística formal, atenta à norma-
-padrão da língua. 5 – Apresenta local e data, sauda-
Despedida ção, corpo do texto, despedida e assinatura.

Respeitosamente,
Assinatura
Carla Alvarez.

• Fenômenos semânticos

Desse modo, complete os itens a seguir, sintetizando os seus conhecimentos.

• Prefixos que expressam noção de negação e são formadores de antônimos.

DES- ANTI- IN- IM- I-

Semântica Antônimos Sinônimos

Parte da gramática que Vocábulos que Palavras que


estuda os aspectos relacionados ao apresentam sentidos opostos ou apresentam sentidos equivalentes em

sentido das palavras. aproximadamente opostos. determinados contextos.

91

Fique atento à escolha de um sinônimo, pois sempre há nuances de significados de acordo com o contexto.
Língua Portuguesa
UNIDADE Trocas práticas
4 de comunicação:
post e e-mail
Objetivos
Interpretar os gêneros
digitais post e e-mail.
Revisar os encontros Lendo o texto
vocálicos e a divisão
silábica.

Anton_Ivanov/Shutterstock
Diferenciar
monossílabos tônicos
e átonos.
Estudar a tonicidade
das palavras e as
regras de acentuação
gráfica.
Produzir posts e
e-mails para blogs
em situações mais
ou menos formais,
refletindo sobre o
endereçamento
dos textos e as
escolhas linguísticas
adequadas à
interlocução proposta.

Você sabe o que é um blog? Ao contrário do que muitos pensam, blogs não são
exatamente diários na internet. Nem todo blog é um registro pessoal do cotidiano
da vida de quem escreve.
O blog é um espaço de publicação, uma mídia, e vários gêneros diferentes ca-
bem dentro de um blog: notícias, fotos, comentários sobre a vida, filmes, séries, etc.
As publicações que constituem um blog são chamadas de posts.
92 A seguir, você vai ler um post publicado por uma professora sobre os seus sen-
timentos em relação aos super-heróis. Ela conta por que os ama tanto. Vamos
descobrir os seus motivos...
Língua Portuguesa
Sobre super-heróis e por que os amamos
Saudações, leitores deste empoeirado blog! Eu sei, faz tempo que
não escrevo nada por aqui, mas as obrigações da vida off-line me
impediram de voltar antes. Aliás, com toda essa demora, nem sei se
eu ainda tenho leitores, mas, de qualquer jeito, aqui estou, pronta para
salvar este blog do marasmo total!
E falando em salvar... o assunto que me trouxe aqui hoje tem a ver
com isso. Não vou fazer suspense porque o título do post ali em cima
já entrega minhas intenções: falar sobre super-heróis.
“Ai, nossa, você não é um pouco velha pra falar dessas coisas? Vê
se cresce!”.
NÃO, estimado leitor! Não sou velha para falar dessas coisas não.
Aliás, não existe régua para medir maturidade, sabia? Se você acha
que gostar ou não de alguma coisa te faz mais adulto ou maduro, sinto
dizer, é bem provável que você seja a pessoa imatura e esteja redon-
damente enganada. Acontece que eu já ouvi aquela pergunta ali de
cima muitas e muitas vezes, e nunca entendi muito bem qual era o
problema de jogar RPG, por exemplo, ou gostar de mangás e animes,
ou mesmo de super-heróis. Só porque eu coloquei trinta velinhas no
bolo de aniversário eu sou obrigada a parar de gostar do que eu gosto?
Não faz muito sentido, né?
E daí chego ao título do post: por que eu amo super-heróis, ou me-
lhor, por que amamos? Afinal, eu não estou sozinha. Tem gente de
todas as idades que gosta de quadrinhos, filmes e séries de super-heróis,
e com o sucesso que eles têm feito nos cinemas, dá para notar que
esse universo de capas, máscaras e poderes está em expansão acelera-
da. Não é à toa, gente. Os gregos, egípcios, nórdicos, etc. tinham seus
deuses, mitos e lendas, e os heróis de hoje são reflexos desses persona-
gens antigos. Hércules não tinha superforça igual ao Super-Homem?
O Flash, por exemplo, é rápido tal qual o deus Hermes da mitologia
grega, e a Mulher-Maravilha, veja só, é uma amazona (pesquise aí
para ver de onde vem esse termo), filha de Zeus e Hipólita. Não pre-
ciso nem falar do Thor, que é um deus nórdico por si só e foi parar nos
quadrinhos do Stan Lee, né? E o Arqueiro Verde? Oliver Queen atira
flechas como um guerreiro medieval e tem um uniforme que lembra
Robin Hood, ícone inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres.
O que quero dizer é: os super-heróis são nossos mitos modernos, são a
representação de anseios da sociedade atual, que por vezes encontra-se
tão carente de modelos e valores.
E então eu respondo: por que amamos super-heróis? Eu, pelo menos,
Professor, se julgar
amo o que eles representam: pessoas que, por algum motivo, nasceram conveniente, propor
com ou ganharam habilidades extraordinárias e que as usam para fa- aos alunos que façam
inicialmente a leitura 93
zer o bem. O importante, no fundo, não é se o Barry Allen (Flash) corre compartilhada do texto.
rápido, mas o que ele faz com o poder de correr rápido. Ele escolhe aju-
Língua Portuguesa
dar as pessoas. Ele escolhe a bondade. Parece bobo e clichê? Mas não é.
Não há nada bobo em escolher fazer o bem, aliás, é uma escolha muito
difícil! Basta ver o que nossos políticos escolhem fazer com os cargos que
têm, com os “poderes” que recebem (e nem são poderes incríveis como
voar, ser superforte, soltar relâmpagos, etc.). Pois é. Escolher ser alguém
bom — porque ser bom é uma escolha que devemos exercer no dia a
dia, com muito esforço — traz consequências e nem sempre é o mais cô-
modo. Na verdade, muitas vezes você vai ficar sozinho, as pessoas vão
achar que você é um belo “trouxa”, ainda mais em um mundo onde ser
engraçadinho e passar a perna nos outros é visto como esperteza. Se ser
bom é lutar contra a correnteza para qualquer reles mortal, imagine
para alguém com o poder de destruir mundos...
É por isso que eu me emocionei quando a Mulher-Maravilha falou
sobre o poder do amor no filme dela. É por isso que eu acho tão bonito
quando o Flash corre para salvar um amigo, e não para ganhar algu-
ma vantagem. É por isso que o Super-Homem, tão poderoso quanto um
deus e, ao mesmo tempo, tão humilde e bom, é um personagem que me
inspira tanto. Porque ser bom e ter caráter em um mundo como o nosso
é uma coisa que apenas alguém muito forte — não de corpo, mas sim,
de coração — pode fazer. E isso é algo muito, muito bonito, e por isso,
querida pessoa que acha que gostar de super-heróis é coisa de criança...
Bem, olha só, talvez seja. Porque as crianças, na maioria das vezes,
sabem melhor do que nós o que é ser bom e inocente em um mundo
como esse, e elas também sabem o que é pagar o pato por isso. Então,
que seja coisa de criança, mas que todos nós saibamos que há muito
mais do que entretenimento e diversão por trás dos quadrinhos, filmes
e séries desses humanos incríveis que salvam o dia e alimentam a
nossa esperança.
E você, leitor, o que acha disso? Por que você ama (ou detesta,
vai saber) super-heróis? Comenta aí embaixo, ou então manda um
e-mail para a gente bater papo. O endereço vocês já sabem, mas lá
vai: professora_maravilha@maxi.net.br. Vou adorar saber o que vo-
cês pensam!

TOLEDO, Liége Báccaro. Sobre super-heróis e por que os amamos.


Texto escrito especialmente para este material.

94

Língua Portuguesa
Saiba mais
O que é mitologia grega?
Neste livro, Ruth
A mitologia grega é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas Rocha reconta
aos mitos dos gregos antigos e aos seus significados. Para muitos estudio- as aventuras
sos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que compreender a fantásticas de
sociedade grega antiga e seu comportamento. Os mitos gregos ilustram as Ulisses, bravo
guerreiro grego
origens do mundo, os modos de vida, as aventuras e desventuras de uma que, depois da
ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e de outras criaturas guerra de Troia,
mitológicas. Duas obras podem ser consideradas as fontes básicas para o enfrenta uma série
conhecimento da mitologia grega: a Ilíada e a Odisseia, de Homero, cuja te- de obstáculos para
retornar a sua
mática gira em torno das aventuras de heróis. casa, a seu filho,
Toda cultura possui seus heróis, e a nossa cultura também. Gostamos Telêmaco, e a sua
muito dos super-heróis que, como os heróis míticos, também defendem e esposa, Penélope.
lutam pelas pessoas que precisam. Assim como a
Ilíada, a Odisseia é
atribuída ao poeta
grego Homero.
Discutindo o assunto ROCHA, Ruth.
Odisseia: recontada
• Você conhece os super-heróis mencionados pela professora em seu post? por Ruth Rocha.
São Paulo:
• Descreva um desses personagens, ou seja, conte o que você sabe sobre suas
Companhia das
características físicas e psicológicas. Letrinhas, 2000.
• Você já se imaginou um super-herói? Que personagem você seria?
Professor, convidar os
• Qual superpoder você gostaria de ter? Por quê? alunos a observarem a
imagem da página de
• Em sua opinião, os super-heróis são apenas os que pertencem ao mundo da ficção abertura da unidade.
Conversem sobre a
ou podem existir super-heróis no mundo real? Você conhece algum? Comente. essência do heroísmo,
fazendo uma associação
• Quais atitudes uma pessoa precisa ter para ser associada a um super-herói? com o post lido.

Interagindo com o texto


1 A professora inicia seu post justificando-se e mostrando uma preocupação. Por
que ela tem essa atitude e qual é sua preocupação?
Ela se justifica aos leitores por estar ausente de seu blog, mostrando educação e respeito às pessoas

que podem ter acessado seu blog e reparado que ele estava desatualizado. Ela diz que as obrigações da

vida off-line a impediram de se dedicar à escrita. Também se preocupa com a possibilidade de não ter

mais leitores assíduos, mas, mesmo assim, resolve fazer a postagem.

2 Depois dos dois primeiros parágrafos, a professora escreve um questionamento


que já fizeram muitas vezes a ela. Ela concorda com esse questionamento? Quais
os comentários que ela faz a esse respeito?
Ela não concorda com esse questionamento e sente-se bastante incomodada com ele. A professora diz

que maturidade não se mede e que não sabe qual é o problema de jogar, gostar de mangás e animes, 95

ou mesmo de super-heróis.

Língua Portuguesa
3 Durante seus comentários, a professora lança uma indagação aos leitores:

“Só porque eu coloquei trinta velinhas no bolo de aniversário eu sou obrigada a parar de
gostar do que eu gosto? Não faz muito sentido, né?”

Qual sua opinião sobre isso? Você concorda com a professora ou acha que deve-
mos mudar nossas preferências apenas porque ficamos mais velhos? Comente
sua resposta.

Consultar o Manual Resposta pessoal.


do Professor.

4 Segundo a professora, não é à toa que esse universo de capas, máscaras e po-
deres está em expansão acelerada. Os gregos, os egípcios, os nórdicos e outros
povos tinham seus deuses, mitos e lendas, e os heróis de hoje são reflexos des-
ses personagens antigos. Para exemplificar sua afirmação, ela associa alguns su-
per-heróis a personagens antigos que marcaram época.
a) Com base no post, faça as comparações corretamente e associe as colunas, numeran-
do os parênteses.

Coluna 1 Coluna 2
1. Super-Homem 4 É um deus nórdico por si só e foi parar nos quadrinhos de

2. Flash Stan Lee.

3. Mulher-Maravilha 1 Possuidor de uma superforça igual à do Hércules.

4. Thor 5 Atira flechas como um guerreiro medieval e tem um uni-


forme que lembra o de Robin Hood, ícone inglês que rou-
5. Arqueiro Verde
bava dos ricos para dar aos pobres.
2 É rápido tal qual o deus Hermes da mitologia grega.

3 É uma amazona, filha de Zeus e Hipólita.

b) A professora escreve “é uma amazona (pesquise aí para ver de onde vem esse termo),
filha de Zeus e Hipólita.”. Siga as orientações da professora e pesquise em um dicionário
o significado do vocábulo “amazona”.
Mulher corajosa que monta a cavalo. Na mitologia grega, eram as integrantes de uma antiga nação

de mulheres guerreiras. Na atualidade, o termo amazonas é frequentemente utilizado para se referir a

mulheres que montam a cavalo, participando em provas de equitação em destreza ou salto.

c) Ao terminar as comparações dos super-heróis aos personagens mais antigos, a pro-


fessora conclui a ideia. Como ela finaliza seu comentário, ou seja, o que ela quis dizer
com tudo isso?
96 Ela quis dizer que os super-heróis são nossos mitos modernos, são a representação de anseios da

sociedade atual, que, por vezes, encontra-se tão carente de modelos e valores.

Língua Portuguesa
5 Durante toda a publicação, a autora do post comenta os aspectos positivos re-
lacionados aos super-heróis e a importância que ela vê na apreciação deles. No
entanto, é a partir da metade do texto que temos uma resposta explícita, a tão
aguardada resposta que resume todos os seus comentários. Escreva por que ela
os ama e o que eles representam para ela.
Ela ama o que os super-heróis representam: pessoas que, por algum motivo, nasceram com ou ganharam

habilidades extraordinárias e que as usam para fazer o bem.

6 Qual super-herói ela menciona para exemplificar essa representação? E o que ela Consultar o Manual
do Professor.
escreve sobre ele?
Ela menciona o Barry Allen (Flash) e escreve que o importante, no fundo, não é se ele corre rápido, mas

o que ele faz com o poder de correr rápido. Ele escolhe ajudar as pessoas. Ele escolhe a bondade.

7 Por que a professora menciona os políticos? Como é possível mencionar os polí-


ticos em um post sobre super-heróis? Explique as ideias da autora.
Ela diz que os heróis escolhem fazer o bem, escolha que não é fácil, muito menos clichê. Desse modo,

menciona os políticos como exemplo de pessoas que não fazem boas escolhas, que usam seu “poder”,

sua autoridade em relação ao cargo que ocupam, para cometer atos ilegais e roubos.

8 Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.

“Escolher ser alguém bom — porque ser bom é uma escolha que devemos exercer no
dia a dia, com muito esforço — traz consequências e nem sempre é o mais cômodo. Na
verdade, muitas vezes você vai ficar sozinho, as pessoas vão achar que você é um belo
‘trouxa’, ainda mais em um mundo onde ser engraçadinho e passar a perna nos outros é
visto como esperteza”.

a) Por que escolher ser bom traz consequências e nem sempre é o mais cômodo? (Dica:
pense em alguma situação em que precisou ser verdadeiro, mas essa verdade magoou
alguém importante para você).
Resposta pessoal.

Professor, comentar
b) Já aconteceu de ter alguma atitude positiva, honesta, humilde e as pessoas pensarem com os alunos que,
mesmo sendo difícil
que você foi trouxa? Que aprendizado você tirou desse episódio? e até humilhante em
certos momentos, as
Resposta pessoal. recompensas sempre
chegam para quem
faz o bem e ajuda as 97
pessoas. Deixar bem
claro que vale a pena
ter um bom caráter.

Língua Portuguesa
Professor, finalizar c) Reflita sobre esse comentário que a professora escreveu: “ainda mais em um mundo
essa discussão com as
palavras da autora do onde ser engraçadinho e passar a perna nos outros é visto como esperteza”.
post: “porque ser bom
e ter caráter em um Você já deve ter presenciado ou ouvido falar de alguém que fez alguma travessura mal-
mundo como o nosso é dosa e magoou a sua vítima. Quem se sente feliz ao ver o outro sofrer ou ser humilhado
uma coisa que apenas
alguém muito forte – deve repensar muito sobre seus comportamentos e fazer uma autocrítica, isso pode ser
não de corpo, mas sim, insegurança ou falta de afeto. Pense bem e escreva: Qual sua opinião sobre esse assunto?
de coração – pode fazer.
E isso é algo muito, Resposta pessoal.
muito bonito [...]”.

9 O que inspirou e chamou a atenção da professora, deixando-a emocionada, nas


histórias da Mulher-Maravilha, do Flash e do Super-Homem?
A professora se emocionou quando a Mulher-Maravilha falou sobre o poder do amor no filme dela. Achou

muito bonito quando o Flash correu para salvar um amigo, e não para ganhar alguma vantagem. Acha

inspirador o Super-Homem ser tão poderoso e, ao mesmo tempo, tão humilde e bom.

10 Qual é a mensagem final sobre os super-heróis que a professora deixa em seu


post?
Ela diz que nós precisamos saber que há muito mais do que entretenimento e diversão por trás dos

quadrinhos, filmes e séries desses humanos incríveis que salvam o dia e alimentam a nossa esperança.

11 Você sentiu vontade de responder ao post da “Professora Maravilha”? Neste es-


paço, deixe um pequeno comentário, explicando por que você ama (ou detesta)
os super-heróis.
Resposta pessoal.

Ampliando a leitura
Para a surpresa da “Professora Maravilha”, que estava preocupada em não ter
mais leitores, ela recebeu um e-mail de uma garota chamada Sophia, de 12 anos,
98 comentando o seu post. A “Professora Maravilha” ficou muito feliz e sentiu-se es-
timulada a escrever mais posts sobre temas importantes para ela.
Vamos ler, a seguir, o e-mail que a garota Sophia enviou à “Professora Maravilha”.
Língua Portuguesa
Assunto: Post no seu blog.
Data e hora: 18 de setembro de 2017, às 13h56.
De: sophia_toledo@gmail.com.br
Para: professora_maravilha@maxi.net.br
Anexo: Desenho da Liga da Justiça.

Oi, Professora Maravilha,


Meu nome é Sophia, tenho doze anos e achei o seu blog ontem, procurando
páginas sobre o Flash, um dos meus super-heróis favoritos. Eu queria dizer
que concordo com o que vc escreveu, eu até mostrei o seu texto para minha
mãe. Ela também gosta de super-heróis, a favorita dela é a Mulher-Mara-
vilha, mas ela tb gosta do Super-Homem e do Batman. Ela disse para eu
mandar um bjo pra vc, pq ela gostou bastante do que você escreveu.
Já tiraram sarro de mim por gostar de super-heróis, e eu vi que tem gente
que também implica com vc por causa disso. Se todo mundo respeitasse
o outro seria mais fácil, eu acho. É o que minha vó vive falando. Mas eu
fiquei muito feliz de ter encontrado o seu texto, pq agora vou explicar cer-
tinho pq gosto dos super-heróis e pq eles são importantes. E tb, se alguém
não entender, problema dele. Não tenho que ficar me importando com o
que os outros pensam.
Tem uma coisa muito legal que eu percebi depois de ler o seu post no blog:
ser herói não é fácil. Acho que fazer as coisas certinho não é fácil mesmo,
vc tem razão. Então, eu tenho que ter coragem e defender o que eu gosto,
pq eu preciso ser eu mesma. Quem quiser ser meu amigo e gostar de mim,
vai gostar de mim como eu sou. Eu fiquei feliz de saber que tem uma
professora de 30 anos que tb gosta destas coisas, e que defende elas. Por
isso eu resolvi escrever este e-mail. Eu não postei um comentário lá no blog
pq eu tb queria fazer outra coisa... eu gosto de desenhar, e fiz um desenho
com o Flash, a Mulher-Maravilha, o Batman, o Aquaman, o Ciborgue e o
Super-Homem, toda a Liga da Justiça. Minha mãe escaneou pra mim, e eu
estou enviando pra vc anexado. Eu também estou fazendo um desenho dos
Vingadores, se vc gostar deste, eu te mando o outro quando ficar pronto.
Meu herói favorito dos Vingadores é o Capitão América, e o seu?
Espero não estar incomodando, mas eu gostei muito do seu texto e do seu
blog. Obrigada por ler meu e-mail.
Até mais,
Bjos
Sophia

99

TOLEDO, Liége Báccaro. Texto escrito especialmente para este material.

Língua Portuguesa
1 Quais são os heróis preferidos de Sophia e de sua mãe?
O herói preferido de Sophia é o Flash e o de sua mãe é a Mulher-Maravilha, mas ela também gosta

do Super-Homem e do Batman.

2 Como a Sophia encontrou o blog da “Professora Maravilha”?


Ela estava procurando páginas sobre o Flash, seu herói favorito, e encontrou o blog da professora.

3 Sophia concorda com os comentários que a professora fez no post? O que Sophia
diz que também já aconteceu com ela? Escreva quais foram os comentários de
Sophia a esse respeito.
Sim, Sophia concorda com a professora, e também já tiraram sarro dela pelo fato de ela gostar de

super-heróis. Ela comenta que, se todo mundo respeitasse o outro, a convivência seria facilitada.

4 Sophia diz que usará o post da professora para explicar o quê?


Professor, ao discutir
sobre essa pergunta,
comentar a fala de Ela usará o post da professora para explicar às pessoas por que gosta tanto de super-heróis e por que
Sophia: “Então, eu
tenho que ter coragem eles são importantes.
e defender o que eu
gosto, pq eu preciso
ser eu mesma. Quem 5 Sophia escreve:
quiser ser meu amigo
e gostar de mim, vai “E tb, se alguém não entender, problema dele. Não tenho que ficar me importando
gostar de mim como
eu sou”. com o que os outros pensam”.

Na sua opinião, temos ou não que nos importar com o que os outros pensam?
Resposta pessoal.

6 O que Sophia percebeu depois de ler o post no blog e à qual conclusão ela chegou?
Ela percebeu que tanto ser herói quanto tomar decisões acertadas não é fácil e chegou à conclusão de

que precisa ter coragem e defender o que ela gosta. Quem quiser ser amigo dela, precisa respeitar a sua

personalidade e as suas preferências.

7 Por que Sophia resolveu escrever o e-mail?


Porque ela ficou feliz em saber que tem uma professora de 30 anos que também gosta de super-heróis

100 e os defende. Houve o sentimento de admiração por parte de Sophia.

Língua Portuguesa
8 A maioria dos blogs possui uma caixa de comentários, na qual o leitor pode deixar
Saiba mais
sua opinião sobre o texto publicado. O autor lê os comentários e, muitas vezes,
Sábado à noite.
responde ao comentarista. Há uma grande interatividade entre autor e leitor. Você não tem
Pensando nisso, por que Sophia não postou seu comentário no próprio blog da nada para fazer.
“Professora Maravilha” e resolveu enviar um e-mail? Entra na internet.
Erra de site, mas
Ela não postou seu comentário no blog porque fez um desenho com o Flash, a Mulher-Maravilha, o fica conhecendo
alguém genial.
Batman, o Aquaman, o Ciborgue e o Super-Homem, toda a Liga da Justiça, e sentiu muita vontade de Mano descobre o
amor, a amizade
enviá-lo à professora. Então, pediu à sua mãe que escaneasse seu desenho para enviá-lo em anexo, o e a importância
da igualdade
que ela não poderia fazer se comentasse no próprio blog. por meio de
conversas virtuais
que revelam a
necessidade de
compreender
o outro, de ter
9 Em relação ao grupo de super-heróis que integram “Os vingadores”, qual é o herói responsabilidade
favorito de Sophia? Por que ela menciona “Os vingadores” no final de seu e-mail? pelos próprios
atos, de preservar
O herói favorito dela é o Capitão América. Ela menciona “Os Vingadores” porque está fazendo um desenho os valores
fundamentais de
desse grupo de super-heróis e pretende mandar para a professora também quando ficar pronto.
todos os tempos
e lugares. Mano
descobre o amor
oferece doses de
10 O que Sophia escreve na despedida de seu e-mail? suspense e humor,
em uma história
“Espero não estar incomodando, mas eu gostei muito do seu texto e do seu blog. Obrigada por ler meu
para ler sem parar.
e-mail. Até mais, Bjos.”. PRIETRO, Heloisa;
DIMENSTEIN,
Gilberto. Mano
descobre o amor.
11 Uma página de e-mail apresenta alguns elementos que fazem parte de sua es- São Paulo: Ática,
trutura e organização, esses elementos aparecem na parte superior da mensa- 2011.

gem: quem enviou o e-mail, para quem, data e horário de envio e assunto.

a) Por que esses elementos são importantes?


Esses elementos são importantes porque mostram informações que possibilitam a identificação de

quem enviou e quem vai receber a mensagem e qual foi a data e o horário de envio. Esses elementos

são contextualizadores.

b) Em um e-mail, não é obrigatório preencher o campo “assunto”, mas o seu preenchi-


mento ajuda o destinatário em alguns aspectos. Em quais?
O preenchimento do campo “assunto” ajuda o destinatário a identificar o conteúdo da mensagem

antes mesmo de a ler. Também ajuda a definir se ela é urgente ou não, ou seja, sabendo do que se

trata, ele pode deixar para ler mais tarde ou não.

101

Língua Portuguesa
12 No texto do e-mail, algumas palavras foram escritas de forma abreviada. Observe:

“Ela também gosta de super-heróis, a favorita dela é a Mulher-Maravilha, mas ela


tb gosta do Super-Homem e do Batman. Ela disse para eu mandar um bjo pra vc, pq ela
gostou bastante do que você escreveu.”

a) Por que Sophia escreveu algumas palavras dessa maneira, ou seja, abreviadas?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que em mensagens informais é comum que

palavras sejam abreviadas.

b) Escreva essas palavras abreviadas conforme a norma-padrão da língua.


Também, beijo, você, porque.

13 Se a Sophia e a “Professora Maravilha” se conhecessem e tivessem mais afini-


dade, a Sophia teria abreviado mais palavras, usado mais gírias, ou seja, teria se
preocupado menos com a sua escrita? Justifique sua resposta.
Provavelmente, sim. Espera-se que o aluno comente que a troca de e-mails entre amigas próximas

apresenta uma linguagem menos planejada. Além disso, por se tratar de uma professora, que gerou

admiração na garota, a Sophia preocupou-se mais com a sua escrita.

Trabalhando a língua

Acentuação gráfica
Encontros vocálicos e separação silábica
Professor, ao conversar
com a turma, se Em sua vida escolar, você já aprendeu sobre encontros vocálicos, divisão silábi-
achar necessário, faça ca, dígrafos e encontros consonantais. Esses conceitos são fundamentais para o
uma breve retomada
sobre o conceito de aprendizado da acentuação gráfica.
dígrafos e encontros
consonantais. • Para relembrar: encontros vocálicos
Leia em voz alta as seguintes palavras: DÓI e SAIR.
Em sair, o i, por representar o som mais forte da sílaba, é uma vogal.
Em dói, o i, por representar o som mais fraco da sílaba, é uma semivogal.
A união de fonemas vocálicos – vogal e semivogal – em uma mesma sílaba
ou em sílabas diferentes chama-se encontro vocálico. Confira, a seguir, os
tipos de encontros vocálicos.

a) Hiato: encontro de duas vogais em sílabas diferentes. Exemplos: lu-a,


sa-í-da.
b) Ditongo: encontro de uma vogal + semivogal ou de uma semivogal + vo-
gal, na mesma sílaba. Exemplos: bei-ra, he-rói.
102 c) Tritongo: encontro de uma semivogal + vogal + semivogal, nessa ordem,
na mesma sílaba. Exemplo: quais-quer.

Língua Portuguesa
Importante: O fonema /a/ será sempre uma vogal. Já /i/ e /u/ podem funcio-
nar como vogal ou semivogal, como já visto no exemplo. Eventualmente, /e/ e /o/
podem funcionar como semivogais. Para isso, devem acompanhar uma vogal e se-
rem pronunciados de modo mais fraco: /e/ com som de /i/, e /o/ com som de /u/. Consultar o Manual
Exemplo: mãe (semivogal), coração (semivogal). do Professor.

• Para relembrar: divisão silábica


Trata-se de um grupo de fonemas emitidos em um único impulso de voz.
Portanto, a pronúncia é o primeiro e mais importante recurso para acertar a
divisão silábica. Regra geral: toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vo-
gal. Procure lembrar-se do seguinte:

• separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs. Exemplos: car-ras-co,
des-cer, ex-ce-len-te.
• não se separam as letras dos dígrafos ch, nh, lh, gu e qu. Exemplos: so-nho, chu-va.
• as consoantes que não são seguidas de vogal devem ficar na sílaba anterior.
Exemplos: ab-so-lu-to, bac-té-rias.
• se a consoante for inicial e seguida de outra consoante, elas não devem ser
separadas. Exemplos: psi-có-lo-go, gno-mo.

Jogo rápido

Separe em sílabas as palavras a seguir, identificando e classificando os encontros


vocálicos, se aparecerem.

a) Saara: Sa-a-ra. aa = hiato.

b) diário: di-á-rio. iá = hiato / io = ditongo.

c) advogado: ad-vo-ga-do.

d) réptil: rép-til.

e) travesseiro: tra-ves-sei-ro. ei = ditongo.

f) Paraguai: Pa-ra-guai. uai = tritongo.

Tonicidade das palavras e


acentuação das proparoxítonas
As palavras com duas ou mais sílabas têm uma sílaba de maior tonicidade que
as demais. A sílaba pronunciada com mais intensidade recebe o nome de tônica,
e as outras sílabas, pronunciadas com menos intensidade, são chamadas átonas.

Exemplo:
103
MA - RA - VI - LHO - SA
átona átona átona tônica átona

Língua Portuguesa
Conforme a posição, o lugar da sílaba tônica, as palavras são classificadas em:

a) oxítonas – quando a última sílaba da palavra for tônica. Exemplos: amanhã,


herói e trabalhador.
b) paroxítonas – quando a penúltima sílaba da palavra for tônica. Exemplos:
importante, professora e maravilhosa.
c) proparoxítonas – quando a antepenúltima sílaba da palavra for tônica.
Exemplos: lógico, tímido e idêntico.

Importante:
• A contagem das sílabas sempre se faz do final da palavra, e nunca da primeira
sílaba. Por exemplo, na palavra “lógico”, dizemos que a antepenúltima sílaba é
tônica, e não a primeira.
• Existem três acentos na Língua Portuguesa: agudo, circunflexo e grave (indica-
tivo do fenômeno da crase).
• Til (~) não é acento. É um sinal gráfico que indica nasalidade.
• Nem toda sílaba tônica recebe acento. A presença do acento depende das re-
gras de acentuação.

Leia, a seguir, o trecho de um poema.


Pretty Vector/Shutterstock

Foi assim:
Ele, tímido; ela vívida
Ele, lúcido; ela, mágica
Ele, cômico; ela, trágica
Ele, lucro; ela, dívida

[...]

DALAI, Ricardo. Disponível em: <https://ricardodalai.wordpress.


com/2014/11/21era-assim/>. Acesso em: 15 nov. 2017.

Em relação às palavras em destaque, responda ao que se pede.


a) Com base na posição da sílaba tônica, qual é a classificação dessas palavras? Justifique
sua resposta.
Todas as palavras são proparoxítonas, porque possuem a antepenúltima sílaba tônica.

b) Além de possuírem a mesma classificação com base na sílaba tônica, o que essas pa-
lavras têm em comum?
Todas elas são acentuadas.

Confira agora a regra de acentuação para esse tipo de palavra.

104
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Língua Portuguesa
Acentuação dos monossílabos tônicos e das oxítonas
Releia:
“Eu sei, faz tempo que não escrevo nada por aqui, mas as obrigações da vida
off-line me impediram de voltar antes”.
As palavras destacadas nesse trecho são monossílabas, ou seja, possuem ape-
nas uma sílaba. Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos.

• Monossílabos tônicos: aqueles que têm tonicidade própria, ou seja, mesmo


isolados, têm autonomia de sentido.
• Monossílabos átonos: aqueles que não possuem tonicidade própria, ou seja,
quando isolados da frase, não têm sentido.

1 Classifique os monossílabos destacados no trecho anterior em tônicos ou átonos.

a) tônicos: eu, sei, faz, não.

b) átonos: que, por, mas, as, da, me, de.

2 As palavras a seguir são monossílabos tônicos. Separe-as em dois grupos: mo-


nossílabos tônicos acentuados e monossílabos tônicos não acentuados.

pá – Sol – luz – lê – mar – dó – paz – vês – meu – nós –


foz – lá – pão – três – bem – hás

Monossílabos tônicos Monossílabos tônicos não


acentuados acentuados

pá, lê, dó, lá, vês, Sol, meu, luz, foz, mar,
três, nós, hás pão, paz, bem

Agora, responda: Quais são as terminações dos monossílabos tônicos acentuados?


As terminações são a(s), e(s), o(s).

Com base em sua resposta à pergunta anterior, podemos concluir que:

devem ser acentuados os monossílabos tônicos abertos ou fechados ter-


minados em: a(s), e(s), o(s).

Importante:
• Os monossílabos átonos não devem ser acentuados.
105
• O monossílabo pode ser tônico e não ter acento, mas, se tiver acento, com
certeza será tônico.
Língua Portuguesa
Em relação às palavras oxítonas, aquelas que possuem a última sílaba tônica,
algumas são graficamente acentuadas, e outras não. Leia, com muita atenção, as
regras de acentuação das palavras oxítonas.
Devem ser acentuadas graficamente as oxítonas terminadas em:

• a(s) – Paraná, farás.


• e(s) – chalé, através.
• o(s) – avô, dominós.
• em, ens – alguém, armazéns.
• ditongos abertos (éi, éu, ói), seguidos ou não de -s – anéis, chapéu, herói.

Acentuação das paroxítonas

As palavras paroxítonas são as mais numerosas na língua portuguesa e sua


acentuação gráfica também se baseia na terminação da palavra.
Observe a terminação das palavras a seguir.
memórias – espécie – exigências – sítio – tábua – área

Professor, comentar o
fato de as paroxítonas
Recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em ditongos, seguidos
terminadas em ditongo ou não de s.
crescente poderem
ser classificadas como
proparoxítonas.
Leia, a seguir, outro grupo de palavras.
caráter – incrível – réptil – látex – hífen – tórax

Recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em r, x, n, l.

Importante: As paroxítonas terminadas em -en são acen-


iMacron/Shutterstock

tuadas no singular, mas não são acentuadas no plural. Exem-


plos: pólen, polens; hífen, hifens.

Existe uma antiga técnica de memorização para lembrar-


mos as consoantes finais de algumas palavras paroxítonas que
são acentuadas. Basta escrevermos a palavra ROUXINOL,
eliminar as vogais e observar as consoantes.

O terceiro grupo apresenta as seguintes palavras:


ímã – ímãs – órfão – órfãos – vírus – iândom – próton
nêutrons – fórum – álbuns – júri – táxis – tríceps

Recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em:


106
ã(s), ão(s), us, om, on(s), um(uns), i(s), ps.

Língua Portuguesa
Acentuação dos hiatos e dos ditongos abertos
Os encontros vocálicos hiato e ditongo também possuem suas regras pró-
prias de acentuação.
Observe as palavras a seguir que apresentam hiato.
países – ainda – raiz – saúde – Raul – ruim
saíste – rainha – raízes

Acentuam-se o i ou u tônicos, segunda vogal do hiato, sozinhos ou com s


na sílaba, não seguidos de nh. Consultar o Manual
do Professor.

Observe as palavras a seguir que apresentam ditongos tônicos abertos (éu, éi,
ói) e distribua-as em duas colunas, considerando a presença ou a ausência do
acento gráfico. Em seguida, classifique-as quanto à posição da sílaba tônica.
Professor, caso
os alunos sintam
céu – ideia – herói – heroico – assembleia – véu – chapéu – joia dificuldade de
compreender o
conceito de ditongo
aberto, registrar no
quadro exemplos de
Ditongo Posição da sílaba Ditongo não Posição da sílaba palavras com ditongo
acentuado tônica acentuado tônica aberto e ditongo
fechado e pedir que
céu monossílabo tônico ideia paroxítona as leiam. Procurar
contrapor os sons.
Exemplos: rei e réu,
herói oxítona heroico paroxítona joio e joia, foice e
ovoide, sereia e geleia.
chapéu oxítona joia paroxítona

véu monossílabo tônico assembleia paroxítona

Com base no quadro que você acabou de preencher, verifique a regra dos diton-
gos tônicos abertos éu, éi e ói.

Acentuam-se os ditongos tônicos abertos éu, éi e ói nos monossílabos tô-


nicos e nas palavras oxítonas. Nas paroxítonas, eles não são acentuados.

EU NÃO SOU ACENTO,


MAS TENHO MINHA
IMPORTÂNCIA NA LÍNGUA
PORTUGUESA!

107

Língua Portuguesa
Atividades
1 Separe em sílabas as palavras destacadas em negrito nos trechos a seguir. Depois, classifique-as
quanto à posição da sílaba tônica.

“Não vou fazer suspense porque o título do post ali em cima já entrega minhas intenções”.
“NÃO, estimado leitor! Não sou velha para falar dessas coisas não. Aliás, não existe régua para me-
dir maturidade, sabia? Se você acha que gostar ou não de alguma coisa te faz mais adulto ou maduro,
sinto dizer, é bem provável que você seja a pessoa imatura e esteja redondamente enganada.”

a) tí-tu-lo – proparoxítona. f) ma-tu-ri-da-de – paroxítona.

b) já – monossílabo tônico. g) di-zer – oxítona.

c) es-ti-ma-do – paroxítona. h) pro-vá-vel – paroxítona.

d) lei-tor – oxítona. i) vo-cê – oxítona.

e) ré-gua – paroxítona. j) pes-so-a – paroxítona.

2 Justifique a acentuação gráfica dos monossílabos tônicos destacados.


a) “Acontece que eu já ouvi aquela pergunta ali de cima muitas e muitas vezes”.
Monossílabos tônicos terminados em a são acentuados.

b) “Só porque eu coloquei trinta velinhas”.


Monossílabos tônicos terminados em o são acentuados.

c) Por que as palavras já e só são consideradas monossílabos tônicos?


Porque têm tonicidade própria, ou seja, independência de sentido, além de serem acentuadas.

3 A seguir, há palavras retiradas do post da “Professora Maravilha”. Classifique-as quanto à posição da sílaba
tônica e justifique a presença ou a ausência da acentuação gráfica, com base nas regras que você aprendeu.
a) Régua e) Também
Paroxítonas terminadas em ditongo são Oxítonas terminadas em em são acentuadas.

acentuadas.

b) Máscaras f) Incríveis
Todas as proparoxítonas são acentuadas. Paroxítonas terminadas em ditongo, seguido

ou não de s, recebem acento.

c) Filmes g) Adorar
Paroxítonas terminadas em e(s) não são Oxítonas terminadas em r não são

acentuadas. acentuadas.

d) Difícil h) Mangá
108 Paroxítonas terminadas em l recebem acento. Oxítona cuja última sílaba é tônica. O acento se justifica pela

palavra terminar em vogal tônica terminada em a(s).

Língua Portuguesa
4 Separe em sílabas as palavras oxítonas, circule a sílaba tônica e acentue-as, se necessário.

a) Tatu: ta-tu. e) Domino: do-mi-nó.

b) Portugues: por-tu-guês. f) Caracol: ca-ra-col.

c) Pastel: pas-tel. g) Vatapa: va-ta-pá.

d) Urubu: u-ru-bu. h) Saci: sa-ci.

5 Reescreva as frases e acentue, se necessário, as palavras destacadas.


a) Era uma pessoa sabia, sabia tudo que lhe perguntávamos.
Era uma pessoa sábia, sabia tudo que lhe perguntávamos.

b) O garoto sempre copia as informações do quadro; sua copia, no entanto, às vezes apresenta erros.
O garoto sempre copia as informações do quadro; sua cópia, no entanto, às vezes apresenta erros.

c) O bebê não pronuncia corretamente as palavras; sua pronuncia, no entanto, encanta os adultos.
O bebê não pronuncia corretamente as palavras; sua pronúncia, no entanto, encanta os adultos.

6 As palavras a seguir apresentam as terminações -em ou -ens. Separe-as em dois grupos: oxítonas e
paroxítonas.

viagem – também – parabéns – imagens – nuvens – tecem – porém – ninguém – pajens – convém

Oxítonas Paroxítonas

também, parabéns, porém, ninguém, convém viagem, imagens, nuvens, tecem, pajens

7 Com base nos grupos anteriores, destaque a diferença entre essas palavras no que diz respeito à acen-
tuação gráfica.
As oxítonas terminadas em em ou ens são sempre acentuadas, e as paroxítonas, com as mesmas terminações, não são acentuadas.

8 Acentue, se necessário, as palavras propostas e, em seguida, passe-as para o plural.

a) Polen: pólen – polens. c) Benção: bênção – bênçãos.

b) Abdomen: abdômen – abdomens. d) Eletron: elétron – elétrons.

9 Organize as palavras a seguir em duas colunas: a das oxítonas e a das paroxítonas, destacando suas
sílabas tônicas.

biquíni – Parati – sucuris – sacis – táxis – lápis – bônus – jacus – ímã – irmã –
órgão – apagão – álbum – álbuns – algum – alguns – baurus – Vênus

Oxítonas Paroxítonas
109
Parati, sucuris, sacis, jacus, irmã, apagão, biquíni, táxis, lápis, bônus, ímã, órgão,
algum, alguns, baurus álbum, álbuns, vênus

Língua Portuguesa
10 Agora, compare as duas colunas e escreva a conclusão a que você chegou no que
diz respeito à acentuação gráfica.
Não se acentuam as oxítonas terminas em i(s), us, ã(s), um(uns). As paroxítonas, com as mesmas

terminações, são acentuadas.

11 As palavras a seguir apresentam o i ou o u tônicos como segunda vogal do hiato.


Escreva por que algumas são graficamente acentuadas e outras não.

a) Caí: o i tônico está sozinho na sílaba, não seguido de nh.

b) Caindo: o i tônico não está sozinho na sílaba.

c) Itaú: o u tônico está sozinho na sílaba, não seguido de nh.

d) Rainha: o i tônico está seguido de nh.

12 As palavras a seguir apresentam ditongos tônicos abertos. Explique por que al-
gumas são graficamente acentuadas e outras não.

a) Asteroide: o ditongo aberto está em palavra paroxítona.

b) Dói: o ditongo aberto está em monossílabo tônico.

c) Papéis: o ditongo aberto está em palavra oxítona.

d) Estreia: o ditongo aberto está em palavra paroxítona.

13 Leia o poema a seguir e responda ao que se pede.

Herói ou heroína
É gente feita de sonho, de utopia,

Aratehortua/Shutterstock
Utopia
de quase mentira, de poesia e ilusão.
Ideal impossível Mesmo que sejam mostrados
de ser realizado,
fantasia, sonho. em livro, peça, cinema
ou em estudos de História,
Ternura
viram quase mitos ou santos,
Qualidade do que amados por todos nós.
é terno, meigo,
carinhoso. Há quem ame mais
os anti-heróis, as anti-heroínas,
os secundários, os perdedores.
Não sei bem a razão,
mas me lembrei do Quixote,
de Macunaíma e Joana D’Arc,
com uma carga de ternura...
110
JOSÉ, Elias. Pequeno dicionário poético-humorístico ilustrado.
São Paulo: Paulinas, 2006. p. 42.

Língua Portuguesa
a) Na primeira estrofe, como o autor caracteriza os heróis e as heroínas? Professor, como tarefa,
pode-se pedir aos
Como gente feita de sonho, de utopia, de quase mentira, de poesia e ilusão. alunos uma pequena
pesquisa sobre Dom
Quixote, Macunaíma e
Joana D’Arc. Explicar a
eles por que o autor se
b) O fato de eles serem mostrados em “livro, peça, cinema ou em estudos de História” faz lembrou desses três
nomes, comentando
que nós gostemos menos dos super-heróis? se são heróis ou anti-
-heróis. Incentivar os
Não, os heróis e as heroínas viram quase mitos ou santos, amados por todos nós.
alunos a lerem a versão
juvenil da obra Dom
Quixote, um clássico
da literatura mundial,
c) O autor afirma que “há quem ame mais os anti-heróis, as anti-heroínas, os secundá- como forma de irem
aprimorando o gosto
rios, os perdedores”. Em sua opinião, devemos sempre preferir os heróis e as heroínas, pela leitura.
ou podemos “amar mais” os vilões das histórias? Justifique a sua resposta.
Resposta pessoal.

Professor, depois que


os alunos responderem
à questão, promover
uma votação em sala
de aula para saber o
posicionamento mais
adotado pelos alunos:
14 quem prefere sempre
Explique, com base nas regras de acentuação gráfica que você aprendeu, por que os heróis e quem ama
as palavras herói e heroína são acentuadas, e por que a palavra heroico não é. mais os vilões. Após
obter esse resultado,
a) Herói colocar em debate
e pedir para alguns
A palavra herói recebe acento porque é uma oxítona terminada em ditongo aberto ói. justificarem suas
respostas.

b) Heroína
A palavra “heroína” recebe acento, pois segue a regra do hiato: i é tônico, é a segunda vogal do hiato,

está sozinha na sílaba e não está seguida de nh.

c) Heroico
A palavra “heroico” não recebe acento porque ditongo tônico aberto (oi) não é acentuado nas paroxítonas.

15 Encontre no poema:
a) duas paroxítonas acentuadas terminadas em ditongo;
História e secundários.

b) dois monossílabos tônicos acentuados;


Nós e há.

c) um monossílabo tônico não acentuado;


Não.

d) três monossílabos átonos. 111

De, em, mas.

Língua Portuguesa
Produzindo textos

Mundo digital E-mail e post


Para descobrir
informações sobre Iniciando o assunto...
o surgimento da
internet, acesse: A internet permite que os internautas, aqueles que usam com muita ou certa
regularidade a internet, façam leituras simultâneas e produzam ou disponibilizem
seus próprios textos na rede para a leitura de outros usuários.
Todos podem expressar sua opinião, postando textos, vídeos e fotos em di-
versos sites, como páginas de grandes jornais; YouTube; páginas pessoais, como
os blogs; ou em redes sociais, como o Facebook e o Instagram. Entre os gêneros
textuais que circulam na internet, estudaremos o e-mail e o post.

Entendendo o gênero e-mail


Os e-mails são cartas eletrônicas. Trata-se de um gênero digital em que um
emissor escreve uma mensagem e a envia por correio eletrônico a um ou mais re-
ceptores, por meio da internet. Atualmente, é mais fácil para algumas pessoas es-
crever e-mails e enviá-los pelo computador do que escrever e enviar cartas de pa-
pel. Desse modo, não há a necessidade de ir ao correio, comprar selo e envelopes.
A palavra e-mail pode ser usada com dois sentidos diferentes: a própria mensa-
gem enviada pela internet e o endereço usado para enviar ou receber a mensagem.
Da mesma forma que precisamos de um endereço para receber cartas de papel,
também precisamos de um endereço para receber e enviar e-mails, é o chamado
endereço eletrônico, que tem a seguinte estrutura: professora_maravilha@nome-
doprovedor.com.br.
Esse endereço eletrônico não aceita o uso de acentos gráficos e diacríticos como
cedilha, til ou de trema, no caso de nomes estrangeiros. Nele, somente se podem
usar o ponto-final e os dois-pontos. Como esse endereço é padronizado, caso não
esteja completo ou se coloque algum acento ou diacrítico, a correspondência não
se efetiva e é devolvida ao remetente.
A organização do e-mail é muito parecida com a das cartas de papel. Começa-
mos sempre nos referindo à pessoa a quem enviamos o e-mail (usando saudação
ou vocativo), seguimos com o texto da mensagem, nos despedimos e assinamos o
e-mail. Se quisermos, podemos colocar um P.S.

Professor, apesar de se
No entanto, há certas características que aparecem apenas no e-mail:
dar genericamente o
nome de emoticons a • data (dia da semana, dia do mês e ano) e hora – preenchimento automático;
formas paralinguísticas
usadas na linguagem • possibilidade de cópia a outros destinatários;
do e-mail e de outras
comunicações por • o título da mensagem deve ser preenchido no campo “assunto”. Em caso de res-
meio virtual, há uma
diferença formal entre posta, pode-se adotar o que foi enviado;
emoticons e emojis.
Estes representam • possibilidade de anexar outros arquivos do computador;
112 emoções por meio de
desenhos, e aqueles, • possibilidade de inserir emojis (carinhas), que foram criados para tentar reprodu-
por meio de caracteres
tipográficos. zir as expressões faciais dos emissores.

Língua Portuguesa
Fique ligado!
• E-mail é a abreviação de eletrônico (e) e correio (mail, em inglês) e quer
dizer correspondência eletrônica.
• O endereço eletrônico é formado por alguns elementos:
• nome do usuário: professora_maravilha;
• arroba (@): símbolo que “avisa” ao computador que se trata de um
endereço eletrônico;
• provedor: empresa que possibilita o acesso à internet;
• com: indica o tipo de usuário (com = comercial);
• br: indica o país (Brasil).

Quando a mensagem estiver pronta, é só clicar em Enviar, que ela chegará rapi-
damente ao computador do destinatário.

Linguagem da internet
A linguagem utilizada no e-mail varia de acordo com o assunto da mensagem ou
do destinatário a quem ela é enviada, como você já aprendeu ao estudar o gênero
carta. O e-mail formal é utilizado com mais frequência quando não há proximidade/
intimidade com o destinatário, já o e-mail informal é utilizado em situações infor-
mais, com o uso da linguagem familiar, podendo apresentar gírias, abreviações, etc.
Para conversar pelo computador, os jovens inventaram uma variedade linguís-
tica conhecida como internetês, cuja ideia é manter o essencial de cada palavra.
Como a internet exige muita agilidade, essa forma de comunicação rápida foi muito
bem aceita pelos internautas de uma forma geral, que abreviam a maioria das pa-
lavras e usam muitas gírias.
O uso do internetês pode ser empregado em alguns gêneros digitais, como ba-
te-papos, blogs, e-mail pessoal, Facebook, enfim, nas redes sociais. Além disso,
atualmente, é muito usado em mensagens instantâneas de celular. Atenção: o in-
ternetês só deve ser usado em algumas situações. Dependendo do gênero textual,
a linguagem estará inadequada.

Importante: Nesta unidade, estudamos as regras de acentuação gráfica, e você


deve ficar atento ao usá-las em textos digitais. Quando as palavras não estiverem
abreviadas, use a acentuação corretamente, pois, quando deixamos de acentuar as
palavras, isso pode se tornar um hábito e então, certamente, cometeremos falhas
de ortografia. Nunca deixe de acentuar corretamente as palavras, independente-
mente do gênero textual.

Entendendo o gênero post


Antes de ler o post da “Professora Maravilha”, você aprendeu que o blog é um es- 113
paço de publicação, e vários gêneros diferentes cabem dentro dele. As publicações
que constituem um blog são chamadas de posts. A linguagem utilizada por quem
Língua Portuguesa
escreve um post, em um blog, é espontânea e coloquial, quase como uma conversa
com o leitor. Veja alguns exemplos do post da “Professora Maravilha”: “NÃO, esti-
mado leitor!”, “Não faz muito sentido, né?”, “E você, leitor, o que acha disso?”.
A palavra post refere-se a uma entrada de texto em um blog, e o seu conteú-
do pode ser variado, centrado na temática do blog. Há blogs, por exemplo, que só
tratam de música, de cinema, de meio ambiente, e outros que tratam de assuntos
diversos. Em geral, as postagens são organizadas de forma cronologicamente in-
versa na página, assim as informações mais atualizadas aparecem primeiro.
Os posts podem ter títulos e imagens ilustrativas, que, se forem bem chamati-
vos, podem deixar o texto do blog mais atrativo e dinâmico. Abaixo do post, geral-
mente, há um espaço reservado aos leitores, a caixa de comentários, lugar onde os
leitores trocam ideias e opiniões sobre o post.
O administrador do blog tem o direito de excluir comentários insensíveis e mal-
-educados. Desse modo, ao escrevermos um comentário, precisamos respeitar a
opinião do escritor do post, mesmo que seja diferente da nossa. Vale acrescentar-
mos críticas, sugestões ou correções, mas sempre com educação e sensibilidade.
O post de um blog pessoal pode ter qualquer tamanho e é geralmente um texto
do tipo narrativo (apresenta relatos pessoais), descritivo e opinativo (como foi o
caso do post da “Professora Maravilha” ao opinar sobre os super-heróis). Já o co-
mentário do post, feito pelos leitores, é um texto mais curto e do tipo opinativo,
pois mostra opiniões sobre o assunto desenvolvido no post.

Planejando
No início desta unidade, você leu dois textos: o post da “Professora Maravilha” e o
e-mail de Sophia. Agora, chegou a sua vez de escrever um desses dois gêneros digitais.
• Opção 1: post
Imagine que você tem um blog pessoal e deseja fazer um post sobre deter-
minado assunto. Lembre-se de que quem escreve um texto em um blog sabe
que ele será lido por muita gente, portanto, cuide de seus comentários.

Você pode escrever um post sobre:

• um filme, livro ou game de que você gostou, indicando-o a seus leitores;


• um filme, livro ou game de que não gostou, explicando as razões de não os
ter apreciado;
• os seus sentimentos em relação a algum acontecimento marcante em sua
semana;
• uma série que você esteja amando e deseja indicar aos seus leitores.
Enfim, você pode escrever um post sobre qualquer assunto que o inspire. Se
quiser, faça como a “Professora Maravilha” e escreva sobre seus sentimentos
em relação aos super-heróis de uma forma geral, explicando se você os ama
ou os odeia.

É muito importante que seu post leve valores e opiniões relevantes aos lei-
tores. Lembre-se de que ele deve ser transformador, podendo até mesmo
114
influenciar o leitor a mudar de opinião sobre determinado tema se os seus
argumentos forem bem pensados e bem escritos.

Língua Portuguesa
• Opção 2: e-mail
Sentiu vontade de responder ao post da “Professora Maravilha” ou comentar
o que ela escreveu, expressando suas opiniões sobre o assunto? Você terá
essa oportunidade!
Assim como fez Sophia, escreva um e-mail para a “Professora Maravilha”
dando sua opinião sobre o post que ela escreveu – sobre super-heróis e por
que os amamos. Retorne ao post da professora, reveja as perguntas que ela
Lembrar aos alunos que
“lançou” aos seus leitores e responda a elas em seu e-mail. os comentários jamais
Como se trata de um e-mail, você pode utilizar abreviações, gírias, fazer co- devem ser agressivos
ou ofensivos e que,
mentários bem-humorados e usar emojis, no entanto, a sua escrita deve ser mesmo no caso de se
discordar do que pensa
planejada e bem estruturada. Lembre-se de preencher o campo “assunto”, a professora, a crítica
escrever o endereço eletrônico da “Professora Maravilha” e indicar o nome do deve ser bem-educada
e baseada em
arquivo em anexo, caso decida anexar algum documento. argumentos.

Escrevendo
Agora que você vai produzir, siga as orientações abaixo.
• Opção – post
Saiba mais
• coloque título em seu post;
O guia dos
• apresente valores, ensinamentos, lição de vida, exemplos; curiosinhos: super-
• procure, durante o texto, manter uma relação direta com os leitores, lançan- heróis vai ensinar
do perguntas a eles; como criar um
personagem, qual
• use argumentos consistentes para defender as suas ideias e comprovar disfarce usar,
as afirmações; como guardar a
sua identidade
• use linguagem simples e informal;
secreta e por que
• fique à vontade para usar gírias; jamais escolher
um papagaio como
• acentue corretamente as palavras, com base nas regras que aprendeu nesta
companheiro de
unidade. suas aventuras.
• Opção 2 – e-mail Mas, antes de
se decidir, é bom
• preencha o campo “assunto”; você conhecer
• escreva o endereço eletrônico da “Professora Maravilha”; as curiosidades
dos heróis que já
• comece com a saudação/vocativo; existem. Afinal,
• se decidir anexar algum documento, escreva o nome do arquivo; seria o maior
• a linguagem deve ser informal; vexame sair por
aí vestido de
• fique à vontade para utilizar abreviações e gírias; morcego, com a
• se quiser, faça comentários engraçados e irônicos , bem como use emojis; cueca por cima
da calça, ou todo
• esclareça por que resolveu enviar e-mail à professora, e não apenas comen-
pintado de verde,
tou embaixo do post (no próprio blog); com as roupas
• conte algo que já aconteceu com você que envolva o assunto super-heróis; rasgadas.
DUARTE,
• escreva a sua idade; Marcelo. O guia
• lembre-se de agradecer; dos curiosinhos:
• assine com seu nome; super-heróis.
São Paulo: Panda
• se julgar necessário, deixe um P.S.; Books, 2011. 115
• acentue corretamente as palavras, com base nas regras que aprendeu nesta
unidade.

Língua Portuguesa
Revisando
Verifique como ficou a sua produção, refletindo sobre os questionamentos a seguir.
• Você respeitou a opinião alheia?
• O texto está de acordo com o que você queria publicar ou enviar?
• A maneira como estruturou e organizou o seu texto está conforme as caracte-
rísticas do gênero escolhido?
• A linguagem está adequada ao seu interlocutor e ao grau de intimidade
entre vocês?
• O e-mail do destinatário está completo?
• Apresentou comentários educados, baseando sua opinião em argumentos
consistentes?

Tarefa
Sony Pictures Entertainment/Marvel Entertainment

Você vai ler um post do site Adoro Cinema que apresenta a si-
nopse e algumas curiosidades do filme Homem-Aranha.

Homem-Aranha
Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudioso
que vive com seus tios, Ben (Cliff Robertson) e May (Rose-
mary Harris), desde que seus pais faleceram. Inteligente e
com um grande interesse pela ciência, Peter tem dificuldade
em se relacionar com seus colegas, por ser tímido e por eles
o considerarem um nerd.
Até que, em uma demonstração científica, um acidente
inesperado faz que uma aranha modificada geneticamente
pique Peter. A partir de então, seu corpo é quimicamente
alterado pela picada da aranha, fazendo que Peter possa
escalar paredes e tetos, emitir pelos punhos um fluido ultrar-
resistente semelhante a uma teia de aranha e passe a ter
um “sentido de aranha”, que o avisa sempre que há perigo
por perto, além de superforça e visão ampliada.
Inicialmente, Peter pensa em usar seus novos poderes para ganhar dinheiro,
adotando o nome de Homem-Aranha e se apresentando em lutas de exibição.
Porém, ao permitir que um ladrão fuja por não considerar sua função capturá-lo, o
Conectando fugitivo acaba assassinando seu tio Ben. A partir de então, Peter decide não mais
saberes
usar seus poderes para proveito próprio, e sim para enfrentar o mal, tendo como
Nas aulas de
seu primeiro grande desafio enfrentar o psicótico Duende Verde (Willem Dafoe),
Ciências, você já
deve ter ouvido falar que, na verdade, é o empresário Norman Osborn após ter sido exposto a um gás
em modificações experimental que lhe deu uma segunda personalidade e grande força física.
genéticas.
O que você sabe Data de lançamento: 17 de maio de 2002.
sobre elas?
116 Gêneros: fantasia e ação.
Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-29007/>. Acesso em: 17 nov. 2017.

Língua Portuguesa
1 Agora, responda às questões a seguir com base na sinopse que você leu.

a) Em uma demonstração científica, que acidente inesperado ocorre com Peter?


Ele é picado por uma aranha modificada geneticamente.

b) Quais mudanças ocorrem em seu corpo a partir desse acidente?


O corpo de Peter é quimicamente alterado pela picada da aranha, fazendo que ele consiga escalar

paredes e tetos, emitir pelos punhos um fluido ultrarresistente semelhante a uma teia de aranha e

passe a ter um “sentido de aranha”, que o avisa sempre que há perigo por perto, além de superforça

e visão ampliada.

c) Inicialmente, como Peter usa os seus novos poderes?


Ele usa seus novos poderes para ganhar dinheiro, adotando o nome de Homem-Aranha e se

apresentando em lutas de exibição.

d) Qual acontecimento marca a mudança de objetivos de Peter em relação ao uso de


seus poderes?
O fato de seu tio Ben ter sido assassinado por um ladrão que Peter deixara fugir.

2 Explique, com base nas regras que você aprendeu, por que as palavras a seguir
são acentuadas graficamente.

a) Ciência Paroxítonas terminadas em ditongo são acentuadas.

b) Gás Monossílabos tônicos terminados em a(s) são acentuados.

c) Porém Oxítonas terminadas em em são acentuadas. 117

d) Científica Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Língua Portuguesa
Você aprendeu

• Gêneros digitais post e e-mail

Internet. Gírias. Abreviações. Blog. Título. Caixa de comentários. Imagens


Post ilustrativas. Opiniões/argumentos. Respeito. Qualquer tamanho. Texto do
tipo narrativo, descritivo e opinativo. Relação direta com os leitores. Lingua-
gem simples.

Cartas eletrônicas. Correio eletrônico. Internet. Possibilidade de cópia a ou-


E-mail tros destinatários. Campo “assunto”. Anexos. Emoticons. Gírias. Abreviações.
Internetês. Opiniões/argumentos. Respeito.

• Tonicidade das palavras e acentuação gráfica*

Agora, complete os itens a seguir conforme o que você estudou nesta unidade.

Monossílabos tônicos Apresentam autonomia de sentido.

Monossílabos átonos Não apresentam autonomia de sentido.

Oxítonas Apresentam a última sílaba tônica.

Paroxítonas Apresentam a penúltima sílaba tônica.

Proparoxítonas Apresentam a antepenúltima sílaba tônica.

Hiatos I ou U tônicos, segunda vogal do hiato, sozinhos ou com S na sílaba, não seguidos

de NH , são acentuados.

Ditongos abertos Acentuam-se os ditongos tônicos abertos nos monossílabos tônicos

e nas palavras oxítonas .


118
* As regras de acentuação dos monossílabos tônicos, das oxítonas e das paroxítonas estão esquematiza-
das na teoria da unidade.
Língua Portuguesa
Para finalizar
1 Reescreva as frases a seguir, substituindo o b) Justifique a acentuação gráfica das palavras cocô
verbo fazer pelo sinônimo apropriado de uma e ninguém.
destas formas. Cocô: oxítonas terminadas em o são acentuadas.

Ninguém: oxítonas terminadas em em são acentuadas.


fingir-se – montar – gerar – gravar

a) Sou capaz de fazer uma mesa em poucas horas.

Sou capaz de montar uma mesa em poucas horas.


c) Classifique os monossílabos a seguir em tônicos
ou átonos.

b) Faz um disco por ano. • em: átono.

Grava um disco por ano. • é: tônico.

• de: átono.

c) O trânsito brasileiro faz muitas vítimas.


• fim: tônico.
O trânsito brasileiro gera muitas vítimas.
d) Explique como se produz o humor presente no pe-
queno poema de cordel.

d) Ele se fez de desentendido. O humor é decorrente do jogo de palavras entre coco e

Ele se fingiu de desentendido. cocô. O autor quer dizer que, se errarmos a acentuação da

palavra, o sentido se modifica totalmente, causando uma

2 Leia a estrofe a seguir. situação bem constrangedora.


Chaded Panichsri/Shutterstock

Cocô gelado?!
Colocar acento em coco
É um erro bem danado!
3 Leia um trecho do livro O jogo do contrário e res-
Principalmente no fim
ponda às perguntas.
Se o acento é colocado
Pois ninguém está maluco O jogo do contrário
De beber “cocô gelado”!
Quem for curioso e quiser saber
NÓBREGA, Janduhi Dantas. A gramática no cordel.
João Pessoa: [sem ed.], 2005. p. 23.
o que é o jogo do contrário,
venha conhecer Manequinho.
a) Classifique as palavras coco e cocô de acordo com
a posição da sílaba tônica. Ele é um menino que sabe
que as coisas são como são,
Coco: paroxítona. 119
mas que também podiam,
Cocô: oxítona. podiam ser do contrário.
Língua Portuguesa
Se de dia é claro Se de dia que é claro
e de noite é escuro, a gente pensa no que passou,
será que o que é assim de dia de noite no escuro
de noite não será do contrário? se tem... saudades do futuro.
MASUR, Jandira. O jogo do contrário. São Paulo: Ática, 2009.
[...]
a) Por que a palavra curioso é grafada com S?
De dia a gente almoça
Porque os sufixos -oso/-osa, indicadores de abundância e
porque está na hora.
De noite só come estado pleno, são grafados com S.
quem está com muita fome.

No almoço do contrário b) Na terceira estrofe, encontre dois pares de antô-


todos têm que comer nimos.
doces, cremes e chocolates;
Os pares de antônimos são: dia X noite e claro X escuro.
só no fim é que vai ter
um bife malpassado.
c) Escreva uma derivação da palavra chocolate.
Mas só quem tomou o refresco
pode comer sobremesa; Achocolatado.

quem não bebeu tudo, d) Qual é o processo de formação das palavras mal-
vai ter que sair da mesa. passado e sobremesa? Por que você chegou a
essa conclusão?
[...]
Composição por justaposição. Trata-se da união de palavras

Quem de dia no claro sem que haja alteração na pronúncia delas: mal + passado
fica sempre emburrado,
e sobre + mesa.
de noite no escuro
deve ficar muito animado. e) Na oitava estrofe, encontramos as palavras certeza
e correto. Dê os antônimos dessas palavras, acres-
Quem de dia tem certeza de centando-lhes prefixos que indicam negação.
que tudo o que faz é correto, Incerteza e incorreto.
de noite deve achar
que o amigo é que está certo.

Autoavaliação
Aproveite este espaço para compartilhar como foi seu rendimento escolar neste Caderno. Você gos-
tou dos assuntos trabalhados? Teve dificuldade ou ficou com dúvidas sobre algum assunto?

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Língua Portuguesa
Anotações

Língua Portuguesa
Anotações

Língua Portuguesa

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