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Ministério da Justiça
Tarso Fernando Herz Genro
MINISTRO
Drogas de Abuso
Brasília-DF
Academia Nacional de Polícia
2008
Todos os direitos reservados
Este trabalho é propriedade da Academia Nacional de Polícia, não podendo ser copiado, totalmente
ou em parte, sem a prévia autorização da ANP, de acordo com a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998 (Lei dos Direitos Autorais).
C10 178.8
C355a
Castro, Jorge Luís Oliveira
Drogas de abuso- Marcos de Almeida Camargo -
Brasília: Academia Nacional de Polícia, 2007.
89 p. ; 30cm.
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“Embora a sociedade deseje que a toxicologia categorize todas as substâncias
como tóxicas ou seguras, isto não é possível, pois todas as substâncias são
tóxicas/venenosas, nenhuma deixa de sê-lo. É a dose correta que diferencia um
tóxico/veneno de um remédio”.
Os avanços nos estudos da farmacologia permitiram o aprimoramento do
simples, porém fundamental, conceito da dose correta. Estudos elucidaram e
evidenciaram que, além da dose, a ação do corpo e os efeitos ambientais são fun-
damentais para determinar a ação de um fármaco. Assim surge um dos ramos da
farmacologia: a Toxicologia, divisão daquela ciência que trata exclusivamente de
substâncias cujos efeitos no organismo vivo são, ou podem vir a ser, nocivos.
A palavra droga tem onze acepções no Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Em nossa língua, usada como adjetivo ou interjeição e na linguagem
comum de todo dia (“Ah, mas que droga!” ou “logo agora, droga...” ou ainda “esta
droga não vale nada!”), tem significado de coisa ruim, sem qualidade. Entretanto,
a definição que mais nos interessa é a ligada à origem da palavra, que vem de
droog em holandês antigo, com a correspondente francesa drogue, que significa
folha seca, em referência aos primórdios da farmacologia quando a maioria dos
medicamentos era produzida à base de folhas e plantas em geral.
Na verdade o termo droga é bastante amplo e refere-se, de acordo com a
ciência farmacologia, a qualquer substância química que ao entrar em contato
com o corpo humano ou outro organismo vivo produz efeitos clínicos.
Por ser uma definição bastante ampla, a sociedade sempre procurou formas
de simplificar essa conceituação, e assim surgiram diferentes sinonímias para a
palavra droga, entre elas:
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Os efeitos clínicos resultantes da interação entre droga e organismo vivo
podem ser extremamente variados. É justamente essa variação que produz uma
série de outras definições em farmacologia, como:
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2. Classificação das Drogas
As drogas (substâncias químicas com ação clínica) podem ser classificadas
seguindo vários critérios. Os três mais conhecidos são:
2.1.1 Naturais
2.1.2 Semi-sintéticas
2.1.3 Sintéticas
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ação de uma droga é o cérebro, uma vez que esse órgão é responsável pelo
controle de nossas ações e pelo nosso psiquismo, sendo fundamental para nor-
tear nosso comportamento social. As drogas que atuam no cérebro também são
chamadas de drogas psicotrópicas (afinidade pela mente) e são divididas em
quatro subclasses:
São aquelas que diminuem a atividade orgânica por retirada dos neuro-
transmissores da fenda sináptica, por dessenssibilização dos receptores ou por
alteração no potencial de ação das células cerebrais (aumento do limiar de estí-
mulo). Reduzem o tônus cerebral e minimizam as tensões emocionais. Induzem
a sedação, isto é, provocam calma, sonolência, queda da pressão arterial e da
freqüência cardíaca. Exemplos: álcool etílico, barbitúricos, benzodiazepínicos,
GHB e opiáceos (morfina, heroína, metadona, papaverina, codeína, etc).
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mencionados. Exemplos: nicotina (tabaco), gases inalantes (halotano, cloreto de
etila, etc) e solventes (tolueno, éter, clorofórmio, etc)
• Substâncias entorpecentes
- Uso proscrito (ilícitas): Ex. Cocaína
- Uso permitido (venda controlada): Ex. Dizepam (nome comer-
cial: Valium)
• Substâncias psicotrópicas
- Uso proscrito (ilícitas): Ex. THC
- Uso permitido (venda controlada): Ex. Femproporex (nome
comercial: Inibex)
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3. Interações entre Drogas
As drogas podem interagir com alimentos, substâncias químicas do ambiente
e até com outras drogas. As interações podem ser casuais ou provocadas, nesse
caso, visando a um efeito benéfico, seja para aumentar o espectro de ação e
melhorar um tratamento ou mesmo como antídoto em uma intoxicação. Todavia o
conhecimento farmacológico das interações pode ser perigosamente desviado com
finalidade abusiva, quando o usuário procura com isso tirar um proveito maior da
substância química, seja para fins de prazer ou, inclusive, para fins criminais.
As interações constituem um ramo extenso e bastante complexo da farma-
cologia, razão pela qual se discorrerá de maneira simplificada e breve sobre o
tema. Existem três tipos de interação:
• Interações físico-químicas: quando uma droga é física ou quimica-
mente incompatível a outra. Ex: substâncias sensíveis a luz (interação
entre substância química e luz), tetraciclina (antibiótico) e cálcio (ori-
nundo do leite) – os quais não devem ser ingeridos conjuntamente
– etc.;
• Interações farmacocinéticas: quando uma droga interfere na
absorção, distribuição, metabolismo e excreção de outra droga. Ex:
ampicilina (antibiótico) + probenicide (aumenta a ação da ampicilina
pois retarda sua eliminação);
• Interações farmacodinâmicas: quando uma droga modifica, por
aumento ou diminuição, a atividade de uma segunda droga. Ex:
haloperidol aumenta a produção de prolactina.
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reduzida ou anulada pela presença de uma droga B. Ex.: etanol (de-
pressor do SNC) + anfetaminas (estimulante do SNC); antidepressivos
(aumentam atividade do SNC) + ansiolíticos (depressor do SNC).
4. Aspectos Legais
No estudo das drogas de abuso é de suma importância, além dos conhecimen-
tos técnicos e específicos das drogas em si, o conhecimento básico da legislação
pertinente ao tema.
• Lei nº 11.343, de 23/08/2006 – lei antidrogas: institui o Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção so-
cial de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.
Alguns artigos mais relevantes para o presente estudo são:
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodi-
camente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e
substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem
como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas,
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de
uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita
dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins
medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante
fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
...
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isola-
da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo,
ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trou-
xer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
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desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido
às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso edu-
cativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência
física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o
juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida,
ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circuns-
tâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes
do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez)
meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em progra-
mas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais,
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrati-
vos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo
ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se
refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse
o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente
ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II
do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta,
fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40
(quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta
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avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a
que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo
Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das
penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos
arts. 107 e seguintes do Código Penal.
...
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, ad-
quirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se consti-
tuam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a proprie-
dade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que
outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o
tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a
300 (trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa
de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das
penas previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas
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poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão
em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário,
de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de
drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200
(mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (se-
tecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre
quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art.
36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500
(mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou as-
sociação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (tre-
zentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
...
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judi-
ciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, reme-
tendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão
do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e esta-
belecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
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§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste
artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo
definitivo.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias,
se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no precei-
to, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas,
precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº
344, de 12 de maio de 1998.
Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a
Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
• Decreto nº 5.912, de 27/09/2006 - regulamenta a Lei nº 11.343,
de 23 de agosto de 2006, que trata das políticas públicas sobre
drogas e da instituição do Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas - SISNAD, e dá outras providências.
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listas de substâncias químicas (incluindo fármacos, medicamentos e drogas de
abuso) e plantas sujeitas a controle especial ou consideradas proscritas em todo
território nacional. Periodicamente, a Diretoria Colegiada da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVS-MS) publica atualizações destas listas, de acordo
com as necessidades legais e/ou técnicas.
Lista A1 – Lista de substâncias entorpecentes (sujeitas a notifi-
cação de receita A);
Lista A2 – Lista de substâncias entorpecentes (de uso permitido
somente em concentrações especiais);
Lista A3 - Lista de substâncias psicotrópicas (sujeitas a notifica-
ção de receita A);
Lista B1 – Lista de substâncias psicotrópicas (sujeitas a notifica-
ção de receita B);
Lista B2 –Lista das substâncias psicotrópicas anorexígenas (su-
jeitas a notificação de receita B);
Lista C1 – Lista das outras substâncias sujeitas a controle especial
(sujeitas a controle de receita especial em duas vias);
Lista C2 – Lista de substâncias retinóicas (sujeitas a notificação
de receita especial);
Lista C3 – Lista de substâncias imunossupressoras (sujeitas a
notificação de receita especial);
Lista C4 – Lista das substâncias anti-retrovirais (sujeitas a Re-
ceituário do Programa da DST/AIDS ou Sujeitas a Receita de
Controle Especial em duas vias);
Lista C5 – Lista das substâncias anabolizantes (sujeitas a receita
de controle especial em duas vias);
Lista D1 – Lista de substâncias precursoras de entorpecentes
e/ou psicotrópicas (sujeitas à receita médica sem retenção);
Lista D2 – Lista de insumos químicos utilizados como precursores
para fabricação e síntese de entorpecentes e/ou psicotrópicos
(sujeitos a controle do Ministério da Justiça);
Lista E – Lista de plantas que podem originar substâncias entor-
pecentes e/ou psicotrópicas;
Lista F – Lista das substâncias de uso proscrito no Brasil:
Lista F1 – Substâncias entorpecentes (ex.: cocaína, heroína,
etc.);
Lista F2 – Substâncias psicotrópicas (ex.: THC, MDMA,
etc.);
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Lista F3 – Outras substâncias (ex.: estricnina, lindano, etc.).
Com o tempo fez-se necessário ampliar o controle sobre o uso e o tráfico
de drogas, tornando-se necessário não apenas controlar a substância ativa mas
também a sua fabricação (síntese ou refino). Com a edição da Medida Provisória
nº 756, de 8 de dezembro de 1994, mais tarde convertida na Lei nº 9.017, de
30 de março de 1995, estabeleceram-se normas de controle e fiscalização sobre
produtos e insumos químicos que pudessem ser destinados à elaboração de
cocaína em suas diversas formas e de outras substâncias entorpecentes ou que
determinem dependência física ou psíquica, iniciando-se o controle de produtos
químicos no Brasil.
Mais tarde constatou-se que o referido diploma legal, apesar de incorporar
o sentimento da comunidade internacional expresso nas recomendações da
Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de
Substâncias Psicotrópicas, precisava ser aperfeiçoado para atender as necessida-
des internas em toda a sua plenitude, sobretudo no que diz respeito a uma melhor
prestação de serviço à sociedade brasileira sem, contudo, fragilizar o controle e
a fiscalização de tais produtos,
Nesse contexto, o presidente da República sancionou a Lei nº. 10.357, de 27
de dezembro de 2001, regulamentada pelo decreto nº 4.262, de 10 de junho de
2002, a qual estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos quími-
cos que, direta ou indiretamente, possam ser destinados à elaboração ilícita de
substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou
psíquica. A atual legislação prevê novas medidas administrativas e operacionais
que, doravante, serão adotadas mediante o emprego de tecnologia moderna,
tendo como resultado final o controle eficaz dos produtos químicos passíveis de
utilização no processamento ilícito de drogas.
Cabe atualmente à Portaria nº 1274, de 25 de agosto de 2003, entre outras
regulamentações, relacionar quais os precursores químicos sujeitos a controle e
fiscalização, os quais estão arrolados às Listas I, II, III, IV, constantes do Anexo I
da supracitada Portaria.
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5. As drogas e o seu abuso
Desde a antiguidade já se tem notícia do uso de substâncias químicas, nor-
malmente derivadas de plantas, que proporcionassem sensações de prazer e
bem-estar. Com o desenvolvimento da química e da medicina surgiram novas
e potentes drogas, muitas delas para combater problemas relacionados ao psi-
quismo. São substâncias bastante úteis para a humanidade, porém um número
cada vez maior de indivíduos tende a usá-las de maneira abusiva, geralmente por
auto-administração, não com finalidade terapêutica, mas para buscar sensações
especiais desviando-se dos padrões médicos e sociais aceitos. Esse uso indevido
é considerado abuso de drogas.
Observa-se que o conceito abuso de drogas é relativo e varia com a ocasião,
época histórica e região considerada. O uso da morfina, por exemplo, não é
considerado abuso quando tem finalidade de aliviar a dor, mas o é quando se
quer causar bem-estar eventual. Fumar ópio no oriente antigo era socialmente
aceito e não um abuso.
O abuso que ora se comenta pode ser ocasional, que se dá quando um
indivíduo usa uma determinada droga de maneira abusiva e depois perde o
interesse. Todavia ele também pode vir a consumi-la com uma freqüência variá-
vel até atingir um estágio compulsivo, terminando por ocorrer ávida busca pela
droga, momento em que o usuário associa seus efeitos a um estado de bem-estar
considerado ideal. Nesses casos, ocorrendo falta da droga, o usuário pode entrar
num processo de desequilíbrio que desencadeia uma procura frenética para obtê-
la. Este comportamento (abuso freqüente) caracteriza dependência, que é o fator
determinante do vício.
O emprego freqüente de certas drogas também pode causar o fenômeno da
tolerância, que acontece para determinados efeitos e não para outros, todavia o
que via de regra acontece é o aumento das doses por parte do usuário com o fito
de conseguir os mesmos efeitos desejados e obtidos com as doses anteriormente
utilizadas.
Com relação à dependência que uma droga causa, pode-se considerar a exis-
tência de duas variações. Uma delas é a dependência psíquica, que consiste em
desejo psicológico, ou seja, de uma maneira geral o usuário não precisa daquela
substância, entretanto ele acredita que ela é fundamental para manutenção do
seu bem-estar e a ausência dela pode desencadear crises psicológicas graves.
O outro tipo de dependência, passível de acontecer após o uso de deter-
minadas drogas, é a física. Neste caso o organismo adapta-se à presença da
droga, estabelecendo entre ambos uma interação que resulta em um estado de
equilíbrio. Assim, se houver a privação da substância, rompe-se este “equilíbrio”
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atingido, e o organismo passa a sofrer perturbações que caracterizam a crise de
abstinência física ou síndrome de abstinência, caracterizada por episódios graves
de convulsões, tremores, vômitos, sudorese e diarréia, podendo, em alguns casos,
ocasionar a morte.
Das drogas que causam vício, de acordo com os estudos atuais, as que ine-
quivocamente causam dependência física são depressoras do sistema nervoso
central: opiáceos, álcool etílico, barbitúricos e benzodiazepínicos.
Como anteriormente descrito a dependência, sobretudo a psicológica, é o
fator preponderante do vício. Contudo, há que se considerar, além desses tipos
de dependência (psíquica e física) já estudados, os graus de dependência rela-
tados: existe um grau mínimo, considerado como hábito; e um grau profundo,
considerado vício, (ligação de um indivíduo a uma droga em virtude de uma
profunda dependência).
Pode ser bastante complicado, em função da variabilidade biológica, prever,
ou mesmo determinar, quando ou como uma determinada droga produzirá o
hábito e/ou vício. Genericamente é considerada a existência de vício quando três
ou mais dos critérios abaixo se encontram presentes:
a) uso da droga com maior freqüência e em maior quantidade;
b) insucesso na tentativa de abandonar o uso;
c) longo tempo despendido para adquirir, usar ou recuperar-se dos
efeitos;
d) intoxicação freqüente ou sintomas de abstinência;
e) abandono de atividades sociais ou ocupacionais;
f) uso contínuo mesmo com prejuízos psicológicos e físicos;
g) tolerância;
h) uso freqüente da droga para eliminar sintomas de abstinência.
A seguir, uma tabela ilustrativa dos possíveis empregos, tipos de dependência
e características de tolerância das drogas de abuso mais comuns. É fundamental
lembrar que tal exemplificação procura passar informações diretas e simplificadas
das características das drogas. Sabe-se que em várias oportunidades tais efeitos
podem ser bastante variáveis, haja vista as diferenças fisiológicas que podem
ocorrer entre indivíduos, as quais influem na interação entre a droga e o organismo
do usuário. Todavia tais definições são baseadas em diversas pesquisas clínicas e
representam a maior possibilidade ou probabilidade de efeitos dessas drogas.
Cumpre salientar que todas as drogas que atuam sobre o sistema nervoso
central, ou seja, todas as drogas psicotrópicas, podem em maior ou menor escala
produzir dependência psicológica, a qual pode se iniciar como hábito e evoluir
ao grau de vício.
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Quadro sumário de Farmacodependência de algumas drogas:
Tipo de droga/ Uso medicinal
Dep. fisica Tolerância
droga atual
Mescalina Nenhum Não Sim
Psilocibina Nenhum Não Sim
Cocaína Nenhum Não Não
Anfetamínicos Anorexígeno Não Sim
Maconha Anti-emético* Não Sim
Opiáceos Analgésico Sim Sim
L.S.D. Nenhum Não Sim
Barbitúricos Hipno-indutor SIM Sim
Substâncias Voláteis Anestésico Não Não
* Uso permitido apenas em alguns países.
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A) ESTIMULANTES DO SNC
I – Cocaína
II – Anfetaminas
III – Anorexígenos
B) DEPRESSORES DO SNC
I – Ópio e derivados
II – Barbitúricos
III – Tranqüilizantes (benzodiazepínicos)
IV – GHB
C) ALUCINÓGENOS
I – Maconha
II - LSD
III – Mescalina
IV – Psilocibina
V – DMT (chá do santo d’aime)
VI – STP (DOM)
VII – MDMA (Ecstasy)
VIII – DOB (Cápsula do vento)
IX – Fenciclidina (PCP)
X – Escopolaminas
XI – Salvia divinorum
XII – Ketamina
C) SUBSTÂNCIAS DIVERSAS
I – Solventes (tolueno, cloreto de etila)
II – Anestésicos (éter e clorofórmio)
5.1.1 Cocaína
Histórico:
A cocaína é o principal alcalóide existente nas folhas de algumas espécies
do vegetal pertencente ao gênero Erytroxylum, podendo ser extraída e purificada
através de procedimentos químicos adequados.
O nome coca é derivado de expressão aimará khoka que significa “árvore”
ou da palavra “cuca” que significa “arbusto”. Ela foi considerada planta sagrada
pelos Incas e ainda hoje é usada pelos nativos da Bolívia e Peru que mascam
as folhas para combater a fome, aumentar a resistência a grandes jornadas e
suprimir a sensação de medo.
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A coca ou arbusto de coca é uma planta nativa da região dos Andes da América
Latina, cultivada principalmente no Peru, Bolívia, Colômbia, Equador. Entretanto
seu cultivo também se espalhou para alguns outros países, citando-se o Ceilão,
China (Ilha de Formosa), Indonésia (Java) e algumas partes da África.
Botanicamente, a coca ou arbusto de coca pertence a família Erytroxylacea
e ao gênero Erytroxylum. Embora sejam conhecidas cerca de 250 espécies de
Erytroxylum, somente duas espécies possuem quantidades de alcalóide cocaína
suficientes para sua exploração ilícita, quais sejam:
Erytroxylum coca
- variedade coca
- variedade ipadú (também conhecida por epadu ou patu)
Erytroxylum novogranatense
- variedade novogranatense
- variedade truxillense
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1885 passou a ser empregado como anestésico local. Em razão dos seus efeitos
colaterais e das novas descobertas no campo da anestesiologia, foi gradativa-
mente substituída por drogas mais seguras como a lidocaína (nome comercial:
xylocaina), e hoje é proscrita em escala mundial.
O teor do alcalóide cocaína nas folhas de coca também varia de acordo com
as espécies e variedade consideradas. As folhas do Erytroxylum coca, variedade
coca, são as que possuem maior teor de cocaína, que varia de 0,5% a 1,2% ou
pouco mais de cocaína, daí ser esta espécie a mais cultivada para fins de produ-
ção ilícita de cocaína, destacando-se a Bolívia e o Peru como principais países
produtores de folhas de coca.
As folhas de coca pertencentes à espécie Erytroxylum coca variedade ipadú,
possuem baixo teor de cocaína e, por isso, não têm sido utilizadas como matéria-
prima na produção de cocaína. A planta é nativa da região Amazônica, sendo
que os índios utilizam suas folhas para mascar.
Preparação da cocaína:
Embora existam métodos sintéticos já desenvolvidos com altos rendimentos
para a obtenção de cocaína, os processos mais comuns das atividades ilícitas
envolvem técnicas extrativistas, utilizando as folhas de coca.
O produto bruto de extração, chamado pasta base, apresenta um teor de,
aproximadamente, 40% de cocaína. A partir da pasta base, por meio de pro-
cessos de purificação e reações ácido-base, produzem-se todas as formas de
apresentação da cocaína.
30
Preparação de pasta base:
As folhas de coca (úmidas) são maceradas com substâncias alcalinas (básicas)
no período de um a quatro dias. Após esse período, adiciona-se um solvente
orgânico (ex.: querosene, gasolina, etc.) e eliminam-se os fragmentos de folhas
por filtração. Ao filtrado, adiciona-se uma solução diluída de ácido sulfúrico. Por
fenômenos de partição, a cocaína (na forma de sulfato) concentra-se, preferen-
cialmente, na fase aquosa, enquanto boa parte dos demais produtos de extração
mantém-se na fase orgânica. Separam-se as fases (o solvente orgânico é reciclado)
e, à fase aquosa, adiciona-se um álcali até obter-se um pH neutro. Com esse
procedimento, o sulfato de cocaína retorna à forma de base livre e precipita-se.
Após a filtração, descarta-se o filtrado e obtém-se a pasta base.
31
Preparação de free base:
Obtém-se o free base por técnicas de recristalização de cloridrato de cocaína
(ou cocaína base) com baixos níveis de impureza. O teor de pureza do free base
situa-se na faixa de 97-99%.
32
Ações da cocaína:
A cocaína possui a propriedade de atuar topicamente sobre canais de sódio
o que configura a ela um potencial efeito anestésico local. No final do século XIX
e início do século XX foi amplamente empregada com essa finalidade.
Todavia quando utilizada de forma sistêmica a ponto de atingir a região cere-
bral, esta droga atua inibindo a recaptação de neurotransmissores o que acaba
por mantê-los mais tempo nas sinapses, tornando o cérebro mais ativo, ou seja,
causando excitação ou estímulo cerebral.
Este efeito é o principal fator do emprego desta substância como droga de
abuso, uma vez que ao tornar o sistema nervoso central mais alerta ela promove
sensações que em um dado momento sugerem um bem-estar em que pode ocor-
rer facilidade de comunicação, sociabilização, perda de timidez, aceleração do
raciocínio, aumento de energia, etc.
Entretanto tais efeitos podem ser seguidos por graves conseqüências oriundas
de uma alteração profunda do comportamento social, paranóia e pânico. Entre
os outros sintomas do uso da cocaína inclui-se a perda de peso, aumento da
relação batimento cardíaco/pressão arterial e depressão.
Os sintomas relacionados à supressão da droga incluem a sensação de frio,
tremores, dores musculares, hiperfagia, depressão aguda, letargia, etc.
De uma forma geral as ações e efeitos da cocaína são divididos da seguinte
maneira:
1) Anestésico local
2) Ação preponderante no sistema nervoso em suas três partes:
a) sistema periférico (anestésica);
b) sistema nervoso autônomo ou vegetativo;
c) sistema nervoso central (SNC).
Após absorção pela mucosa:
• SNC: excitação, inquietação, confusão mental, vertigem, enjôo e
vômito;
• Sistema nervoso simpático: palidez da pele, pupilas dilatadas, au-
mento da temperatura corporal;
• Anestésico local - na mucosa gástrica acalma a fome;
• A droga é rapidamente metabolizada pelo organismo;
• Paralisia e morte por parada respiratória nos casos de dose
excessiva(overdose);
• SCV: aumento da pressão arterial.
Formas de dependência:
Os estudos atuais apontam a cocaína como uma droga capaz de induzir
33
ao vício e passível de determinar dependência psicológica. Ainda não existem
dados significativos de que esta substância seja capaz de determinar dependência
física. Muito embora quadros clínicos graves possam ser manifestados quando
da ausência da droga, tem-se considerado esse efeito puramente decorrente do
desejo psicológico de seu emprego e não necessariamente oriundo de alguma
manifestação física em que a cocaína seja a peça fundamental para manutenção
do equilíbrio orgânico do corpo. Esta substância apresenta pouco ou nenhum
efeito de tolerância.
34
modo que o fumante de cocaína tende a tornar-se compulsivo e menos apto
para controlar as quantidades da droga que usa. Conseqüentemente, dosagem
e freqüência de uso tendem a aumentar rapidamente.
É muito comum haver desenvolvimento de extrema dependência em curto
espaço de tempo, para os fumantes de cocaína.
Doses e efeitos:
O início dos efeitos varia de acordo com a forma de uso e a dosagem. Ao
fumar a cocaína o início dos efeitos pode ocorrer em menos de um minuto e
durar de 5 a 15 minutos.
A cocaína empregada na forma intra-nasal (aspirada) possui início da ação
mais retardado assim como a duração dos efeitos que podem perdurar por até
40 minutos.
É bastante difícil falar de dosagem de cocaína uma vez que é grande a
variedade de formas de apresentação desta droga colocada em uso. Também
é bastante comum, sobretudo no Brasil, a prática do “batismo” da cocaína, ou
seja, de uma maneira geral os viciados nesta droga dificilmente têm acesso a
substância em sua forma pura.
Estas considerações tornam difíceis a determinação de valores fixos para
dosagens da droga. Todavia existem estimativas sobre a quantidade letal desta
substância por meio de ensaios de dose letal com cobaias, onde a quantidade
de substância necessária para levar a óbito 50% das cobaias é de 17,5 mg/kg,
o que a princípio pode ser extrapolado para usuários humanos.
Aspectos legais:
A planta Erythroxylum coca encontra-se relacionada na Lista das Plantas que
Podem Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (LISTA-E), de acordo
com a Portaria n° 344/98-SVS/MS.
A substância cocaína atualmente encontra-se relacionada na Lista de
Substâncias Entorpecentes de uso Proscrito no Brasil (LISTA-F1), de acordo com
a Portaria nº 344/98-SVS/MS.
5.1.2 Anfetaminas
Histórico:
São substâncias estimulantes que possuem propriedades simpaticomiméticas,
e os seus principais representantes são a anfetamina e a metanfetamina.
As anfetaminas foram primeiramente sintetizadas pelo químico alemão L.
Edeleano em 1887. Surgiram nos EUA em 1927, obtidas por meio da síntese
35
em laboratório pelo Dr. Allens. Em 1933, passaram a ser empregadas no trata-
mento de gripes e resfriados como descongestionantes nasais e também como
moderadores de apetite.
Entretanto, durante o período da 2ª Guerra Mundial, o emprego das anfeta-
minas se desencadeou entre aviadores e soldados que administravam droga a fim
de afugentar o sono e vencer o cansaço. Esse uso abusivo desencadeou processo
de vício e conseqüentemente o tráfico, o que ocasionou a regulamentação do
uso das anfetaminas.
Originalmente são cristais brancos e inodoros, porém são normalmente
comercializados sob a forma de pó, cápsulas, pílulas ou comprimidos, cujo
emprego faz-se via oral, podendo via mucosa nasal (aspirada) ou ainda pela via
intravenosa (injetável).
Produção:
São drogas sintéticas obtidas por processos relativamente simples e por isso
bastante empregados em laboratórios clandestinos, sobretudo nos Estados Unidos.
No processo de síntese clandestina são utilizadas substâncias como amônia, iodo,
fósforo e efedrina, esta última obtida facilmente em descongestionantes nasais
comerciais.
Ação:
Pertencem ao grupo dos psicoanalépticos. Estimulam as atividades do SNC
por aumentar a concentração de neurotransmissores na fenda sináptica, produzir
aumento da atividade mental, muscular e motora e ocasionar a diminuição do
sono, da fadiga e do apetite.
O indivíduo que faz uso das anfetaminas busca principalmente o seu efeito
euforizante, além do aumento da energia, força física e sensações sexuais.
Dependendo da forma de administração, a obtenção rápida do efeito eufo-
rizante recebe nomes distintos (padrões de uso):
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A aplicação endovenosa (picada) dos anfetamínicos é denominada popular-
mente de speed (velocidade), e usada para obter a onda arrebatadora do flash,
num ciclo que ao fim leva o indivíduo a ficar fisicamente exausto, com tremores,
pruridos e dores musculares, ficando hipersensível aos estímulos. Com o uso
continuado, logo fica debilitado, sem apetite e negligente com a higiene pessoal;
o emagrecimento é visível. O indivíduo torna-se impulsivo, agressivo, irritável e
imprevisível. Torna-se desconfiado e, em casos extremos, instala-se uma psicose
de aspecto esquizofreniforme (com alucinações visuais e auditivas de conteúdo
paranóide). O uso crônico da anfetamina acentua a magreza, pobreza de afeto
e intelecto e impotência sexual.
Formas de dependência:
1 - Causam forte dependência psíquica;
2- Não há dependência física, contudo a sua privação abrupta pode
conduzir ao aparecimento de uma fadiga crônica e necessidade de
sono que estavam ocultos pelo uso dos anfetamínicos;
3 - Pode manifestar tolerância, surgindo lentamente.
Dose/efeito:
A tabela a seguir leva em conta os dados referentes ao uso abusivo de metan-
fetamina, que é um dos maiores problemas relacionados ao emprego indevido
desse grupo de substâncias nos Estados Unidos:
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Intensidade Dosagem
Inicial 5mg
Leve 5-15mg
Usual 10-30mg
Forte 20-50mg
Aspectos legais:
• São substâncias de uso permitido no Brasil, porém controlado. En-
tretanto praticamente não são mais encontradas no mercado, uma
vez que foram substituídas pelos anorexígenos;
• Estão incluídas na Lista das Substâncias Psicotrópicas (LISTA-A3),
sujeitas a Notificação de Receita “A”, constante na Portaria nº 344/98-
SVS/MS.
38
FENFLURAMINA - Ex.: Moderex, Minifage, etc.
DEXFENFLURAMINA – Ex.: Isomeride.
ANFEPRAMONA (DIETILPROPIONA)-Ex.: Moderine, Obesil,
Hipofagin, Fastium, etc.
MAZINDOL - Ex.: Fagolipo, Frugal, Dasten, Mazinil, Nofagus,
Diazinil, Absten-Plus, etc.
Aspectos legais:
Os anorexígenos estão incluídos na Lista das Substâncias Psicotrópicas (LISTA-A3),
sujeitas a Notificação de Receita “A”, constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
A associação de anorexígenos entre si e/ou com outras substâncias com ação
no sistema nervoso central (inclusive benzodiazepínicos) e/ou com substâncias
com ação no sistema endócrino, foi proibida no Brasil desde 1994, por meio da
Portaria nº 87/94-SVS/MS.
Atualmente, encontra-se proibida pela Portaria nº 344-SVS/MS, de 12/05/98,
conforme Art. 48, a associação de anorexígenos com ansiolíticos, diuréticos, hor-
mônios ou extratos hormonais e laxantes, bem como quaisquer outras substâncias
com ação medicamentosa.
Entretanto verifica-se, ainda hoje, que algumas cápsulas prescritas para o
tratamento da obesidade, muitas vezes rotuladas como “produtos naturais”, na
verdade contêm na sua composição, de forma ilícita, anorexígenos associados a
compostos benzodiazepínicos (para diminuir a excitabilidade e a perda de sono),
anestésicos locais (anestesiar o trato gastrodigestivo), produtores de bolo fecal
(Ex.: metilcelulose) e laxantes suaves.
Histórico:
O ópio é o suco leitoso (látex) extraído por meio de incisões nas cápsulas ima-
turas (frutos verdes) do vegetal Papaver somniferum linneu (Família Papaveraceae),
também conhecida como dormideira ou, simplesmente, papoula. O sumo é seco
ao ar livre e forma uma massa marrom gomosa. Após secura, é transformada
em pó (ópio).
O ópio é consumido há cerca de cinco mil anos no sudoeste da Ásia, em
ilhas do mediterrâneo e no oriente médio. Na época das navegações, a Inglaterra
chegou a monopolizar a venda mundial de ópio. Dentre os maiores importadores
estava a China, em que pese o produto ser proibido neste país desde 1729. A
39
luta contra o contrabando levou a um conflito militar entre esses dois países, que
ficou conhecido como a guerra do ópio.
A planta da qual se extrai o ópio apresenta de 1 a 2 m de altura quando
adulta, desenvolvendo-se melhor em regiões ensolaradas. Sua maturidade ocorre
em dois meses, e com quatro meses já fornece frutos (5 a 8 frutos por espécime).
O látex é colhido artesanalmente nas primeiras horas do dia, quando é maior a
concentração dos princípios ativos.
Para fins medicinais, alguns países possuem permissão legal de cultivo da
Papoula. O ópio bruto é oriundo da Turquia, Iugoslávia, India, Irã e China. O
uso ocorre por inalação direta em cachimbos especiais, com um pequeno orifício
onde a bolota de ópio é introduzida.
O ópio contém mais de 20 alcalóides, sendo os mais importantes: morfina (10%),
codeína (0,5%), narcotina (noscapina - 6%), papaverina (1%) e tebaína (0,2%).
Os alcalóides extraídos do ópio e que encontram aplicação na medicina
podem ser classificados em dois grupos químicos:
I - Derivados do Fenantreno:
• Morfina mais potente analgésico em uso (LISTA - A1, da Portaria
nº 344-SVS, de 12/05/98)
• Tebaína analgésico fraco (LISTA - A1, da Portaria nº 344-SVS/
MS, de 12/05/98)
• Codeína antitussígeno (LISTA - A2, da Portaria nº 344-SVS/MS,
de 12/05/98)
II - Derivados da Benzil-isoquinolina:
• Papaverina - antiespasmódico (Elixir Paregórico = 5% de tintura de
ópio)
• Narcotina (Noscapina)
Aspectos legais:
O ópio está incluído na Lista das Substâncias Entorpecentes (LISTA-A1), sujeitas
a Notificação de Receita “A”, constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
A Papaver somniferum está incluída na Lista de Plantas que Podem Originar
Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (LISTA-E), constante na Portaria n°
344/98-SVS/MS.
5.2.1.1 Morfina
Histórico:
Em 1680 Sydenham escreveu: “Entre os medicamentos que Deus Todo
40
Poderoso se dignou dar aos homens, para alívio de seus sofrimentos, nenhum é
tão universal e tão eficiente quanto o ópio”. A morfina, o alcalóide que dá ao
ópio sua ação analgésica, permanece como padrão por meio do qual os novos
analgésicos são avaliados. Embora os novos analgésicos possuam propriedades
especiais, nenhum é clinicamente superior à morfina, no alívio da dor.
Na metade do século XVI, as aplicações do ópio, que ainda são válidas, eram
muito bem aceitas na Europa. Paracelsus (1493-1541) é tido como o introdutor
do “Láudano”, que continua em uso hoje.
No século XVIII, o hábito de fumar ópio tornou-se popular no Oriente. Nessa
época, o uso dos opiáceos pelos seus efeitos subjetivos era consideravelmente
mais aceitável do que hoje.
Nos EUA, o problema do vício acentuou-se pelo afluxo de trabalhadores chi-
neses fumadores de ópio, pelo emprego generalizado da morfina nos soldados
feridos na Guerra Civil e pela disponibilidade irrestrita de ópio que prevaleceu
até os primeiros anos do século XX. O reconhecimento desta séria dependência
da morfina estimulou a procura de analgésicos potentes que não provocassem
vício, pesquisa esta que ainda não foi concluída.
A morfina teve a sua estrutura originalmente proposta por Gulland e Robinson
em 1925, que depois se provou ser correta.
A morfina produz seus principais efeitos no SNC como depressor. É uma
substância psicoléptica e hipnosedativa: provoca sono, sedação e, como principal
característica, promove analgesia (diminui ou elimina a dor).
Aspectos legais:
A morfina está incluída na Lista das Substâncias Entorpecentes (LISTA-A1),
sujeitas a Notificação de Receita “A”, constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
Contudo sua comercialização é restrita a ambientes hospitalares.
5.2.1.2 Heroína
Histórico:
A heroína é resultado de uma modificação na molécula da morfina e sua
síntese deu-se em 1874. Em 1898 a heroína começou a ser comercializada como
medicamento de combate a tosse. O nome “heroína” é uma alusão às aparentes
capacidades heróicas da droga, que impressionou os pesquisadores farmacêuticos
do laboratório alemão Bayer.
Com o passar dos anos verificou-se que a heroína possuía efeito devastador,
induzindo rapidamente ao vício e originando quadros graves de dependência.
Assim, em 1906 foi proibida nos Estados Unidos e em 1913 teve sua produção
suspensa pelo laboratório Bayer.
41
O surgimento da heroína como droga de abuso deu-se na década de 1970
quando soldados americanos que guerreavam no Vietnã acabaram se viciando
nesta substância.
Produção:
É um pó finíssimo que pode se apresentar sob a forma de tabletes, cubos,
bolinhas, etc. A cor varia muito podendo ir do branco ao amarronzado.
Produto semi-sintético obtido a partir da morfina pela acetilação (emprega
para tanto o produto químico: Aldeído Acético) de ambos os grupamentos OH,
o fenólico e o alcoólico, tendo sido introduzida na terapêutica em 1898 como
substituto da morfina, com a finalidade de se tentar evitar a dependência orgânica
por ela causada. Todavia, a heroína é cinco vezes mais potente que a morfina
(maior lipossolubilidade), e seus efeitos são muito mais violentos, sendo conside-
rada uma das substâncias que mais causam dependência.
Por ser um produto semi-sintético pode-se dizer com toda a segurança que
ela não existe na natureza e assim, embora seja um opiáceo, não está presente
na composição natural do ópio.
Ação:
A heroína, ou diacetilmorfina é usada por via injetável (eletiva) ou aspirada
(ação mais lenta). Os efeitos duram cerca de 4 horas, podendo ser prolongado
quando da associação com a cocaína (speed-ball).
Os efeitos atribuídos a heroína são: sensação de bem-estar, turvação do fun-
cionamento mental em função da baixa do SNC, sonhos intensos, bradicardia,
diminuição da freqüência respiratória, relaxamento dos músculos, diminuição da
libido, dificuldade de ereção, miose, etc.
Dose/Efeito:
Intensidade Sem tolerância Com tolerância
Usual 5-10mg 20-40mg
Forte 8-15mg 40-60mg
Intensidade Dosagem
Usual 15-25mg
Forte 20-30mg
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Valores atribuídos ao emprego de heroína por via pulmonar (fumada). O início
dos efeitos pode levar de 5 a 10 segundos, atingindo a máxima intensidade em
10 minutos. Esse período pode durar até 6 minutos e o total da ação perdurar
por até 5 horas.
As doses empregadas por via oral praticadas quando do uso terapêutico desta
droga eram de 50 a 70mg.
Aspectos legais:
A heroína está incluída na Lista das Substâncias de Uso Proscrito no Brasil
(LISTA-F1 – SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES) constante na Portaria nº 344/98-
SVS/MS.
43
b) aparecimento de tolerância e, portanto, necessidade de aumentar
as doses para manter efeitos iniciais;
c) dependência física;
d) síndrome de abstinência;
e) bem-estar inicial por curto período e, para libertar a sensação de
abatimento que inicia mesmo após a primeira dose, aumenta-se o
número de doses, sem atingir a sensação das primeiras doses;
f) perda de apetite e do desejo sexual;
g) contração das pupilas, negligência na higiene física e pele recoberta
de arranhões por agulhas;
h) alterações somáticas e mentais.
5.2.2 Barbitúricos
Histórico:
São psicotrópicos do tipo psicolépticos e hipnosedativos. Foram obtidos inicial-
mente pela síntese do ácido malônico com a uréia, em 1864, por Von Bayer.
O primeiro barbitúrico usado na medicina foi o barbital (veronal) em 1903,
por Fischer e Von Mehring. Hoje existem cerca de 3.000 a 3.500 derivados bar-
bitúricos sintetizados.
Os barbitúricos atuam como depressores do SNC, podendo ser usados como
sedativos, hipnóticos (tratamento da insônia), anticonvulsivantes (tratamento da
epilepsia), pré-anestésicos, auxiliar no tratamento da hipertensão e nos estados
de ansiedade.
Atualmente, em virtude dos elevados riscos do emprego de barbitúricos e do
surgimento dos benzodiazepínicos, seu uso praticamente ficou restrito a ação
anticonvulsivante (Fenobarbital, nome comercial Gardenal) e como pré-anestésico
em hospitais (Tiopental, etc.)
Efeitos:
Toxicidade aguda: quando administrados em doses clínicas induzem ao sono
até o estágio de sedação, daí serem também utilizados em pré-anestesia. Em
doses maiores causam problemas cardiovasculares, havendo queda da pressão
arterial e insuficiência respiratória. A toxicidade aguda produz confusão mental
chegando a produzir delírio.
44
Toxicidade crônica: apresentam o fenômeno da tolerância, levando à depen-
dência psíquica e, a seguir, à dependência física. Os problemas psicológicos são:
agressividade, instabilidade emocional e diminuição da capacidade mental.
6 - Sintomas de abstinência.
45
Ação:
Os barbitúricos produzem depressão inespecífica de todo o SNC. Individualmente
diferem na sua potência, duração, intensidade e tipos de efeitos.
Hipno-sedativos não-barbitúricos
São todos aqueles hipno-sedativos que não são derivados do ácido barbitúrico
ou dietilmaloniluréia. Cita-se como exemplos as seguintes drogas:
Aspectos legais:
Os barbitúricos estão incluídos na Lista das Substâncias Psicotrópicas (LISTA-
B1), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
5.2.3 Benzodiazepínicos
Históricos:
São drogas do tipo psicolépticas que diminuem a ansiedade; apresentam
ação sedativa sobre a tensão emocional e a ansiedade, sendo ainda denomina-
dos ataráxicos ou ansiolíticos. São capazes de determinar dependência psíquica
e física.
Os principais representantes deste grupo são:
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OXAZEPAM - Ex.: Adumbran, Oxazepol, etc.
Aspectos legais:
Os Benzodiazepínicos estão incluídos na Lista das Substâncias Psicotrópicas
(LISTA-B1), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
Histórico:
O GHB foi desenvolvido na década de 1960 com a finalidade de ser empre-
gado como anestésico em cirurgias. Em razão de seus efeitos colaterais logo
seu uso foi descontinuado. Na década de 1980 ele ressurgiu como calmante e
suplemento alimentar, vindo a se tornar droga de abuso na década de 1990.
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Ação:
O GHB possui um comportamento semelhante ao álcool. No entanto o agra-
vante neste caso está na estreita margem de segurança da droga, uma vez que
diferenças de 1 a 2 gramas podem ser suficientes para ocasionar morte. Outro
fator decorre da forma de uso: normalmente o GHB é diluído em bebidas, difi-
cultando o controle da dose, facilitando a ingestão acidental e podendo, ainda,
ser potencializado pelo álcool quando da mistura com bebidas alcoólicas.
Preparação:
O GHB comercializado é obtido por síntese empregando a gama-butirolactona
normalmente com hidróxido de sódio.
O GHB vem se popularizando, sobretudo nos EUA e Europa onde é conhecido
como “ecstasy líquido”, “Blue Verve”, “X”, “liquid X”, “Liquid E”, “G” ente outros.
Dose/Efeito:
Intensidade Dosagem
Leve 0,5 – 1,5g
Usual 1 – 2,5g
Forte 2 – 3,5g
Indução ao sono 3 – 5g
Overdose 5 – 10g
Envenenamento Acima de 10g
O início dos efeitos ocorre entre 10-20 minutos após a ingestão. As ações
podem perdurar de uma até três horas.
Aspectos legais:
Desde 2000 é proibido nos EUA e no Brasil encontra-se relacionado na Lista
das Substâncias Psicotrópicas (LISTA B-1), de acordo com a Portaria 344/98-
SVS/MS.
5.3 Alucinóginos
Históricos:
A maconha é uma planta nativa da Ásia, sendo também cultivada na África,
Índia e em outros países de clima tropical ou temperado, tais como Brasil,
Colômbia, México, Paraguai e países do Oriente Médio (Turquia, Irã e Arábia).
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É também denominada cânhamo ou cannabis, e recebe ainda inúmeros outros
nomes, como por exemplo: diamba, liamba, chico, chá, birra, bango, erva, dirijo,
fumo-de-caboclo, umbam, fumo-bravo, riamba, gererê, manga-rosa, chibaba,
bagulho, atchi, pereré, ópio-do-pobre, namba, malva, mato-louco, marola,
maringonga, madeira, jero, jariqui e jasco.
Fora do Brasil o vegetal pode receber outros nomes, entre eles: kif (Argélia),
haschtecha/hashisch (Arábia), marasuana/donajuanita/grifa (México), chira
(Tunísia), bhang (África Oriental), dagga (África do Sul), makian/malonia (África
Ocidental), chavre (França), beng/bang (Irã), nasha/kendir/asarat (Turquia), mary
jane/weed/pot/grass/tea hay/marihuana/bush/some (EUA).
A planta é consumida há milhares de anos, sendo que os primeiros sinais de uso
medicinal do cânhamo datam de 2300 a.C., na China. Também foi considerada
há milhares de anos planta sagrada na Índia. Alguns relatos históricos dão conta
de que a maconha foi trazida da África para o nosso país, a partir de 1549, pelos
escravos que traziam bonecas de pano que escondiam sementes de maconha
amarradas na ponta de suas tangas. A maconha aclimatou-se perfeitamente no
Brasil, principalmente no Nordeste.
Existem três espécies distintas do gênero Cannabis; são elas: sativa, indica e
ruderalis. A mais popular nas Américas é a Cannabis sativa linneu.
A Cannabis sativa é um arbusto da família Cannabaceae, de rápido cresci-
mento, podendo atingir de 1,5m a 3,0m de altura. É uma planta unissexuada e
dióica, ou seja, de ambos os sexos e que cresce separada, com flores características
e individuais, sendo a planta masculina mais baixa e delgada que a feminina.
Suas folhas são alternadas, circulares e compostas de um número ímpar de folí-
olos1 estreitos e comprimidos, separados, com bordas serrilhadas (dentadas), sendo
brilhantes e pegajosas, cobertas por pêlos na face superior, sendo esta de cor verde
escura e a face inferior de cor verde mais clara. O número de folíolos por folha pode
ser de 3,5 ou 7 (comum), porém há relatos de espécimes com até 11 folíolos; o
número de folíolos na extremidade superior da planta, em geral, pode ser menor.
As flores dos espécimes masculinos e femininos são em forma de cachos,
porém possuem aspectos morfológicos diferentes. Os cachos da planta feminina
contêm as flores (inflorescência ou sumidades floridas) e os frutos (sementes),
enquanto as flores da espécie masculina produzem grande quantidade de pólen
e possuem coloração amarela-esverdeada clara.
Os frutos (sementes) possuem formato oval, são “pintados” (rajados) e de
coloração amarela-esverdeada clara ou de cor parda, quando maduros, sendo 1.
Pequena folha; cada
produzidos exclusivamente pela planta feminina durante a fase de amadureci- uma das partes em que
se subdivide uma folha
mento, logicamente, após a polinização. Essas sementes estão acondicionadas composta.
49
individualmente em cápsulas ou vagens de cor verde, bastante pegajosas, nos
cachos das flores da planta feminina.
Embora todas as partes, tanto da planta masculina quanto da feminina,
contenham substâncias psicoativas, a maior concentração de princípios ativos
encontra-se nas folhas e, principalmente, nas sumidades floridas, sobretudo dos
espécimes femininos.
Os principais componentes químicos da maconha são denominados compostos
canabinóides, sendo mais importante os seguintes:
• Delta-9-trans-tetrahidrocanabinol (delta-9-THC)
• Delta-8-trans-tetrahidrocanabinol (delta-8-THC)
• Canabinol (CBN)
• Canabidiol (CBD)
• Ácido tetrahidrocanabinólico
O Delta-9-trans-tetrahidrocanabinol, que é simplesmente denominado
TRAHIDROCANABINOL, também conhecido pela sigla THC, é o principal compo-
nente psicoativo da maconha, sendo que sua concentração varia de 0,5% a 4%.
Todavia essa concentração depende de vários fatores: quantidade de luz, local
de plantio, época da colheita, clima, armazenagem, plantio, cultura e processos
de separação e secagem.
A maconha pode encontrar-se adulterada com folhas de outros vegetais, como
por exemplo: tabaco, folhas da parreira de uva, folhas de xuxu, dama-da-noite,
sabugueirinho, erva, maçã, etc.
Preparação:
Normalmente são utilizadas folhas e sumidades floridas, geralmente secas e
trituradas, às vezes prensadas, de coloração castanho-esverdeada, algumas vezes
contendo sementes ou fragmentos de sementes e de talos.
A apresentação do material (planta) no mercado ilícito pode variar dependendo
do país e de uma região a outra.
Dose/Efeitos:
A maconha pode ser fumada ou ingerida. A diferença entre as duas formas
está na forma de absorção dos princípios ativos. Quando fumada, por meio de
cigarros ou maricas, a absorção se dá em escala pulmonar de forma intensa e
imediata, com os efeitos podendo durar de 20 minutos até 2 horas.
Quando ingerida, a absorção ocorre em escala gastro-intestinal, produzindo
um efeito mais leve e mais duradouro, porém necessitando de mais tempo para
se instalar (cerca de 1 a 2 horas para o início da ação com uma duração de 3
a 4 horas).
50
Duração dos
Duração dos efeitos
Intensidade efeitos (Cannabis
(Cannabis ingerida)
fumada)
Total 1 – 4 horas 4 – 10 horas
Início 0 – 10 min 30 min – 2 horas
Elevação 5 – 10 min 30 min – 1 hora
Pico 15 – 30 min 2 – 5 horas
Término 45 – 3 horas 1 – 2 horas
Efeitos adversos 2 – 24 horas 6 – 12 horas
51
PELE: sem brilho (fosca), talvez devido a intoxicação a longo
prazo comprometer a função das glândulas sebáceas. Seu funcio-
namento deve estar perturbado, possivelmente, pela depressão
das terminações periféricas dos nervos glandulares.
Aspectos da dependência:
a) dependência psíquica (não há dependência física);
b) não há síndrome de abstinência;
c) fenômeno de tolerância moderado.
Deglutição exagerada
2.
52
• Nenhum uso terapêutico é aceito atualmente no Brasil;
• Existem pesquisas no campo da medicina, visando a avaliação da
possibilidade do emprego terapêutico dos princípios ativos da ma-
conha no tratamento do câncer, glaucoma e como estimulante do
apetite em pacientes soropositivos (HIV positivo).
• O THC (princípio ativo) encontra-se incluído na Lista das Substân-
cias Psicotrópicas de Uso Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na
Portaria nº 344/98-SVS/MS;
• A Cannabis sativa encontra-se incluída na Lista das Plantas que po-
dem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas (LISTA-E),
constante na Portaria N° 344/98-SVS/MS.
Histórico:
O haxixe é uma substância resinosa de coloração marrom escura ou mesmo
preta, extraída das partes superiores do vegetal Cannabis sativa Linneu, seja do
vegetal feminino ou do masculino. Esta resina possui conseqüentemente uma ele-
vada concentração de delta-9-THC, bem como das demais substâncias presentes
na maconha. O teor de THC no haxixe pode estar na faixa de 10%, enquanto no
vegetal bruto situa-se entre 0,5 - 4 %.
O nome haxixe vem do árabe hashish, e significa erva seca. Assumiu tal
nomenclatura quando Hassan bin Sabab, líder de uma seita xiita na Pérsia no
século XI, reuniu seguidores para matar soldados nas cruzadas. Antes de entrar
em ação, usavam a droga. Os homens de Hassan, conhecido como “velho da
montanha”, eram chamados de aschichin – alguém sob influência do haxixe. Daí
derivou a palavra assassin, ou assassino.
O haxixe apresenta-se sob a forma de tabletes ou pequenas bolotas de cor
escura, havendo também o óleo de haxixe, que apresenta um odor bastante ativo.
Tal óleo pode ser extraído do vegetal já selecionado previamente ou a partir da
resina concentrada, utilizando-se processos extrativos com solventes apropriados
e concentração subseqüente. A concentração de THC no óleo de haxixe é, geral-
mente, na faixa de 20-80%.
O haxixe e o óleo de haxixe são utilizados em pequenas quantidades, normal-
mente sob a forma de cigarros ou cachimbos, misturados ao fumo (tabaco).
5.3.1.2 Skunk
Histórico:
Variedade de maconha superforte, conhecida como skunkweed ou simples-
mente skunk (erva-gambá ou gambá). Após popularizar-se pela Europa vem
53
ganhando inúmeros adeptos no Brasil. Também conhecida como super skunk red-
beard (supergambá barba vermelha), a gambá é cultivada também na Inglaterra,
embora a maior parte seja contrabandeada da Holanda.
Produz uma forte “viagem” alucinógena que pode causar problemas de saúde
mental. Ela induz uma paranóia fortíssima que pode ser profundamente incômoda
e assustadora. Alguns fumantes experientes de maconha dizem que é forte demais,
“mas é em parte por isso mesmo que é atraente”.
Sua potência deriva do cruzamento de diversas variedades de Cannabis,
principalmente as originárias do Afeganistão, Marrocos e Tailândia. As plantas
crescem mais rapidamente, proporcionando lucros mais altos.
O cruzamento entre variedades da Cannabis, aliado à tecnologia de cultivo
(hiper-luminosidade, dosagem de nutrientes, adubos, saturação do ambiente
com CO2) permitem que este híbrido complete um ciclo de floração em apenas
2 meses. Algumas sementes já foram contrabandeadas de Amsterdã para a
América.
Na Holanda, o skunk é conhecido como netherweed(“ervinha”) e já se tornou
uma das mais importantes safras vegetais do país, apesar de ser ilegal. A qualidade
da Cannabis é definida pela proporção de seu ingrediente ativo, tetrahidrocanabi-
nol (THC), contido nas folhas e flores secas. Nos últimos anos, o Serviço Nacional
Holandês de Inteligência Criminal apreendeu plantas cultivadas domesticamente
cujo conteúdo variava de 9 - 27% de THC.
54
A área de cultivo, coberta com folhas espessas de plástico branco, faz parecer
um laboratório científico. Mas é o cheiro que domina. O odor típico do skunk é
um dos maiores problemas para o plantador ilegal; há a preocupação de que a
vizinhança o sinta e avise a polícia. A ordem de enfileiramento das plantas, de
cerca de 80cm, folhas verde-escuro e botão marrom-avermelhado, é sustentada
por um intrigante barbante de tecido.
5.3.2 LSD
Histórico:
O LSD foi sintetizado em 1938 pelo químico alemão Albert Hoffmann do labo-
ratório Sandoz. Chegou a ser comercializado como uma forma de tratamento para
doenças psicológicas até que em 1943 descobriu-se toda sua força psicoativa.
Produção:
A produção do LSD ocorre por meio de um processo semi-sintético a partir
do ácido lisérgico extraído do fungo (Claviceps purpurea) que parasita o centeio.
Quimicamente, o LSD é a dietilamida do ácido lisérgico.
Dose/efeito:
A dose de LSD necessária para se produzir efeito é muito baixa, da ordem de
50 microgramas (0,000005g). Normalmente se apresenta sob a forma de um
líquido, o qual é impregnado em pedaços de papel (selo, microponto, ponto,
etc.) e utilizado pela via sub-lingual.
Intensidade Dosagem
Início 20mcg
Leve 25 – 75mcg
Usual 50 – 150mcg
Forte 150 – 400mcg
Muito Forte Acima de 400mcg
DL50 12.000mcg ou 12mg
55
A experiência, a princípio, tem caráter emocional, agradável, com sensações
de euforia. Na fase final, aparecem estados de ansiedade e angústia. Sente-se
como se fosse outra pessoa (ação despersonalizante).
Especialistas constataram, após sessões repetidas, uma coordenação destas
angustiantes desordens, verificando ainda que as cenas visuais podem tomar o
aspecto de um realismo aterrador, tais como lutas com figuras gigantescas (homens
enormes, elefantes descomunais, aranhas, insetos, etc.).
Um dos maiores problemas do uso do LSD é que uma vez administrado ao
organismo, este fica armazenado nos tecidos gordurosos, podendo provocar nova
“viagem” a qualquer momento no indivíduo (flashback / recorrência).
Aspectos legais:
O LSD encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS.
5.3.3 Mescalina
Histórico:
O alcalóide mescalina (o nome químico é 3,4,5-trimetoxifenetilamina) é obtido
dos botões marrons, secos e duros dos cactus Lophophora williamsii, Anhalonium
williamsii e Anhalonium lewinii, mais conhecidos como cactus peyote, que é
encontrado no sul dos EUA e no México. Também pode ser obtido dos vegetais:
Trichocerus peruvianus e Trichocerus pachanoi .
Estudos revelam que cerca de 27 gramas de peyote seco podem produzir até
300 miligramas de mescalina.
A mescalina foi isolada em 1878 a partir do cactus, e sintetizada quimicamente
por Heffter em 1894. Foi pesquisada em rituais indígenas que usavam a raiz do
cactus peyote como bebida.
Dose/efeito:
Intensidade Dosagem
Início 100mg
Leve 100 – 200mg
Usual 200 – 300mg
Forte 300 – 500mg
Muito Forte 500 – 700mg
56
Ação:
Ação semelhante aos efeitos provocados pelo LSD (estados alterados da
consciência) porém com as ilusões melhor estruturadas.
Aspectos legais:
A mescalina encontra-se incluída na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS;
O Cactus Lophophora williamsii encontra-se incluído na Lista de Plantas que
Podem Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (LISTA-E), constante
na Portaria n° 344/98-SVS/MS.
5.3.4 Psilocibina
Histórico:
Existem cerca de setenta tipos de cogumelos no mundo que são capazes de
provocar efeitos psicológicos quando ingeridos. Há cerca de 5 mil anos o cogu-
melo Amanita muscaria já era colhido ao pé de carvalhos no norte da Europa e
na Sibéria. Quando não era encontrado, os nativos da região bebiam até a urina
das renas que o comiam.
No império romano se empregava o cogumelo Caesarea, consumido com
vinho em festas que terminavam em orgias. O próprio Claviceps purpúrea, de
onde se extrai o ácido lisérgico – matéria prima para produção de LSD – fez muito
sucesso na Itália durante a idade média. Algumas aldeias faziam pão com farinha
obtida do centeio infectado por este fungo. Sob o seu efeito as pessoas dançavam
sem parar em festas. Acreditava-se que esse efeito euforizante fosse decorrente
de uma picada de aranha e daí passou-se a chamar esse efeito de tarantismo
(relacionado a aranha tarântula). As festas em que as pessoas dançavam sob o
efeito do “tarantismo” tiveram a suas danças batizadas de “Tarantela”.
Todavia as maiores incidências do uso abusivo de cogumelos e/ou suas subs-
tâncias ativas ocorrem com o Psilocibe mexicana, Heim e o Stropharia cubensis,
das ilhas do Pacífico, de onde se extraem a substância psilocibina.
Foi muito usada pelos Astecas e Maias em rituais místicos e é classificada
como substância alucinógena e psicodisléptica.
Dose/efeito:
Intensidade Dosagem (cogumelo) Dosagem (pscilocibina)
Inicial 0,25g 2mg
Leve 0,25 – 1,0g 2 – 4mg
Usual 1,0 – 2,5g 4 – 8mg
Forte 2,5 – 5,0g 8 – 20mg
Muito forte Acima de 5g Acima de 20mg
57
Os efeitos podem levar menos de um minuto para início (via sub-lingual) e
se prolongar por até 6 horas.
Seu emprego desenvolve um estado de excitação com euforia, sensações de
bem-estar, alterações da consciência, etc.
Aspectos legais:
A Psilocibina encontra-se incluída na Lista das Substâncias Psicotrópicas de
Uso Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS;
5.3.5 D M T
Histórico:
Alcalóide natural extraído das sementes e folhas de diversos vegetais,
dentre eles: Piptadenia peregrina (família Mimosaceae), Prestonia amazonica,
Haemadictyon amazonicum (família Apocinaceae), Mimosa hostilis (jurema),
Desmanthus illinoensis e Psychotria viridis (chacrona). São normalmente encontra-
dos na América do Sul e no oriente. Quimicamente é a N, N – dimetiltriptamina
(3-[2-(dimetilamino)etil ] indol).
Ação:
É uma poderosa substância com efeito psicodélico. Naturalmente produzida
pelo cérebro humano e também encontrada em vegetais, podendo ser purificada e
comercializada sob a forma de cristais. O uso in natura é igualmente relatado.
O DMT pode ser fumado, inalado, injetado, cheirado ou ainda empregado
por via oral.
Dose/efeito:
A dose usual de DMT, tendo como base a via de absorção pulmonar, varia
de 15 a 60mg com início dos efeitos cerca de 60 segundos após o fumo ou
inalação.
58
Os usuários descrevem a ação do DMT como curta, porém bastante intensa
(duram de 5 a 20 minutos) alterando a percepção e os levando a “outros mun-
dos” e a conversar “com aliens”. Tais efeitos podem ser sucedidos por reações
de pânico.
Aspectos legais:
O DMT encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria nº 344/98-SVS/MS;
A Prestonia amazonica encontra-se incluída na Lista das Plantas que Podem
Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (LISTA-E), constante na
Portaria n° 344/98-SVS/MS.
Histórico:
É uma beberragem psicodélica utilizada em rituais religiosos, principalmente
na América do Sul, sendo as seitas mais “famosas” a do Santo D’aime e a UDV
(União do Vegetal).
O chá possui a combinação de duas classes de substâncias naturais: alcalóides
da harmina (harmina e harmalina) e DMT, sendo preparado a partir de vegetais
específicos que as contenham.
Preparação:
Normalmente são empregadas as folhas de Psychotria viridis (chacrona), fonte
de DMT, com caules da trepadeira Banisteriopsis caapi (cipó mariri), fonte de
59
harmina e harmalina. Dependendo da sede da seita e da disponibilidade outros
vegetais podem ser empregados para preparação do chá, entre eles: Mimosa
hostilis (jurema) e Desmanthus illinoensis (fontes de DMT) e Peganum harmaia
(Syrius rue), fonte de harmina e harmalina.
A Banisteriopsis caapi (cipó mariri), denominada popularmente como iagê ou
caapi, é uma trepadeira robusta, de 30m ou mais de altura, com seu habitat natural
na região do rio Negro. A Psychotria viridis (chacrona) é um arbusto de 3 a 4m de
altura, de caule lenhoso e cilíndrico, com seu habitat na floresta amazônica.
Conforme anteriormente mencionado a preparação da bebida varia de seita
para seita. De modo geral, 50 caules, de cerca de 60cm, da Banisteriopsis caapi
são triturados em pilão. Num pote metálico, são alternadas camadas da trepa-
deira triturada e folhas da chacrona. Por fim, acrescentam-se 10 litros de água e
ferve-se por 2 a 3h. A mistura é filtrada e o chá está pronto.
Ação:
O chá é uma bebida psicodélica constituída de dois grupos de substâncias, a
saber: IMAO’s (inibidores de monoaminoxidases) e DMT (susbtância psicotrópica
perturbadora do sistema nervoso central).
A mistura dessas duas substâncias é obrigatória e possui uma única explica-
ção: O DMT, que é o “único” responsável pelos efeitos psicotrópicos da bebida,
é altamente instável no organismo humano. Ao entrar no organismo, rapidamente
é degradado por enzimas conhecidas como monoaminoxidases (são as mesmas
enzimas que degradam alguns neurotransmissores como a adrenalina e a nora-
drenalina). Desta forma o emprego isolado de DMT, nas quantidades presentes
no chá, praticamente não surtiria efeito algum. Ao acrescentar ao chá alcalóides
da harmina, está se adicionando substâncias IMAO que são, como a própria
sigla diz: inibidores de monoaminoxidases. Na verdade o que acontece é que a
harmina e a harmalina vão inibir a enzima permitindo, desta forma, que o DMT
atue no organismo.
Sinônimos:
Ayhauasca (vinho da vida), hoasca, caapi, chá do santo d’aime, etc.
Dose/efeito:
O chá normalmente não é vendido mas sim distribuído sem custos aos adeptos
das seitas durante os cultos.
Estudos realizados pela Polícia Federal, por meio do Instituto Nacional de
Criminalística em Brasília/DF, evidenciaram que as quantidades de DMT presentes
60
nas beberragens empregadas em seitas são muito baixas quando compradas com
àquelas utilizadas quando se fuma ou injeta o DMT. Desta forma, é possível dizer
que a quantidade de psicotrópico no chá presta-se mais a um efeito antidepressivo
do que propriamente a um efeito alucinógino.
Cumpre salientar que tal pesquisa levou em conta as “regras” de emprego
da beberragem dentro da seita bem como o processo usual de obtenção do chá,
não levando em conta os possíveis empregos indevidos ou exagerados da bebida,
tampouco suas contra-indicações.
Os efeitos do chá surgem cerca de 20 a 60 segundos após a ingestão e
podem, a depender da dose, durar cerca de 1 a 8 horas.
Conforme anteriormente relatado, a concentração de DMT no chá é baixa.
Deve-se lembrar, também, que os inibidores de sua enzima de degradação jamais
irão, na concentração usual, eliminá-las por completo ou por um período de tempo
dilatado, ou seja, a pequena quantidade do psicotrópico também será degradada
pelas aminoxidases, ainda que de maneira mais lenta do que o normal.
Assim, excetuando-se os problemas sociais de seu emprego, o DMT nesses
casos não aparece como o causador dos maiores problemas. De forma diferente
pode-se falar da harmina e da harmalina.
No caso da beberragem essas duas substâncias representam os maiores pro-
blemas pois a inibição das monoaminoxidades não reflete apenas sobre o DMT
mas sobre todo o metabolismo corporal o que inclui a dieta e possíveis problemas
clínicos (hipertensão, etc.)
Palidez, midríase, tremor nos membros, expressão de horror, transpiração,
agressividade, exaustão, aumento da micção, diarréia, alterações de persona-
lidade e episódios neuróticos podem ser alguns dos resultados da ingestão do
“vinho da vida”.
Os efeitos psicodélicos do chá, por meio do DMT, quando do seu emprego na
seita e dependendo da crença do fiel, provocam as miragens ou visões, podendo
durar até 5 horas.
A ayahuasca também pode provocar irritações no fígado e nas mucosas gás-
trica, podendo gerar intoxicações fortíssimas.
Aspectos legais:
Não há previsão legal para o uso e/ou controle da ayahuasca. Muito embora
a legislação em vigor considere o DMT um produto proscrito no Brasil (LISTA F, da
Portaria nº 344-SVS/MS, de 12/05/98) e inclua a Prestonia amazonica na Lista
das Plantas que Podem Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas
(LISTA-E), constante da supracitada Portaria, nada é mencionado quanto aos outros
61
vegetais que o contém, tampouco quanto às substâncias harmina e harmalina e
suas fontes naturais.
Assim, tem havido grande discussão sobre a matéria, uma vez que as seitas,
além da alegação de liberdade religiosa e dos possíveis efeitos “inofensivos” do
chá, que seriam basicamente relacionados à fé dos fiéis, atentam para o fato de
empregarem na confecção da beberragem as folhas de um vegetal que é liberado
(folhas de chacrona) e não o pó ou o princípio ativo DMT, não sendo, portanto,
objeto dos procedimentos legais da lei n° 6368/76.
Essa tese tem sido aceita e hoje no Brasil existe certa tolerância com as seitas
que empregam esse tipo de beberragem. Tais religiões estariam sujeitas apenas
a um controle informal sobre a forma de confecção e de uso do chá.
Em 2001 a Suprema Corte Americana permitiu por 8 votos a 0 o uso da
ayahuasca para fins religiosos em território americano.
Histórico:
Alcalóide sintetizado em 1971, empregado em psiquiatria e com estrutura
química similar ao LSD. O STP é quimicamente conhecido como 2,5-dimetoxi-
4-dimetilfenetilamina.
Em razão dos inúmeros efeitos colaterais deixou de ser empregado com
finalidade terapêutica, ao passo em que passou a ser utilizado como droga de
abuso psicodélica.
Dose/efeito:
Intensidade Dosagem
Inicial 0,5 – 1mg
Leve 1 – 2mg
Usual 2 – 6mg
Forte 6 – 10mg
Muito forte 8 – 12mg
O início dos efeitos ocorre após uma ou duas horas da ingestão com duração
de 12 a 20 horas. É comercializado, ilegalmente, na forma de tabletes, líquidos
ou como cristais.
Aspectos legais:
O STP encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria n° 344/98-SVS/MS.
62
5.3.8 Ecstasy
Histórico:
Surgiu em 1912 quando um químico alemão pesquisava novos modera-
dores de apetite para a empresa Merck. Todavia a nova droga sintetizada foi
logo descartada e somente em 1960, quando o americano Alexander Shulguin
pesquisava uma nova droga que aumentasse a libido, é que os papéis da Merck
foram novamente estudados e o MDMA (3,4-metileno-dióxido-metanfetamina)
passou a ser conhecido com a droga do amor. Como os estudos realizados não
evidenciaram vantagem na aplicação terapêutica da droga ela praticamente ficou
esquecida e em 1985, autoridades de segurança dos EUA classificaram o MDMA
como droga ilícita.
O ecstasy, no entanto, só passou a ser mundialmente conhecido e empregado
como droga de abuso na década de 80. O ano de 1987, no balneário espa-
nhol de Ibiza, marca a entrada no mercado mundial da pílula do amor. No ano
seguinte ele foi a “novidade” do verão inglês, que chamou-se, apropriadamente,
de summer of love. A nova droga chegou anos mais tarde no Brasil pela cidade
do Rio de Janeiro, na bagagem dos jovens de classe média alta que voltavam da
Inglaterra, da Holanda e da França.
É apelidado de “E”, “X”, “XTC” e “Adam” nos clubes noturnos brasileiros.
Ação:
É uma substância estimulante do sistema nervoso central que atua aumentando
a produção do neurotransmissor serotonina no cérebro, responsável pela sensação
de prazer. Todavia, o emprego desta substância como droga de abuso acaba por
intensificar esse e outros efeitos, o que acarreta alteração sensorial, classificando
a droga em questão como “perturbadora do Sistema Nervoso Central”.
Essa ação perturbadora, também dita alucinógena, é caracterizada pela pro-
dução de sensações de conforto, empatia e sociabilidade. As alterações sensoriais
mais conhecidas residem sobretudo nos sentidos: tato, visão e audição. O ecstasy
causa dependência psicológica.
Dose/efeito:
Normalmente comercializado sob a forma de comprimidos, os quais usualmente
apresentam chancelas grafadas em uma ou ambas as faces.
As chancelas (cartoons, marcas de carro, etc.) visam a identificar o comprimido e
seu fornecedor, bem como transmitir um sentimento de segurança no seu emprego.
Acreditam os traficantes que ao identificar uma pastilha com a figura, pro exemplo,
de um cartoon conhecido, os usuários se sentem mais seguros do seu emprego.
63
Em muitas oportunidades o MDMA é vendido misturado com outros estimu-
lantes, entre eles: cafeína, efedrina, anorexígenos e anfetaminas. Essas misturas
têm como objetivo intensificar o efeito estimulante do MDMA ou, simplesmente,
adulterar a substância. Todavia tais misturas podem tornar-se extremamente
perigosas e fatais.
Intensidade Dosagem
Dosagem inicial 30mg
Dosagem para pessoas sensíveis 50 – 75mg
Dosagem usual 75 – 125mg
Dosagem para pessoas resistentes ou de
125 – 175mg
grande peso
Overdose Acima de 200mg
Aspectos legais:
O MDMA encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria n° 344/98-SVS/MS.
Histórico:
Anestésico sintético encontrado nas mais diversas formas (pó, cristais, com-
primidos e líquido). Foi sintetizado pela primeira vez em 1926 e na década de
50 o laboratório Parke Davis começou a comercializá-lo como anestésico para
humanos. Todavia o emprego terapêutico em humanos revelou fortes tendências
a induzir episódios alucinógenos.
Tais episódios foram o motivo propulsor do grande consumo desta substância
como droga de abuso; que teve início na década de 60. Atualmente a fenciclidina
é uma das drogas de abuso, mais consumidas nos Estados Unidos, onde assumiu
uma série de outros nomes, entre eles: crystal e angel dust.
Formas de dependência:
Causa intensa dependência física e tolerância. Pode produzir fenômenos de
“flashback” similares aos observados em usuários de LSD.
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Dose/efeito:
Intensidade Dosagem
Leve 3 – 5mg
Usual 5 – 10mg
Forte Acima de 10mg
Os efeitos iniciam-se minutos após o uso via oral e podem durar por até 6 horas.
Aspectos legais:
O PCP encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas Sujeitas a
Notificação de Receita “A” (LISTA-A3), constante na Portaria n° 344/98-SVS/MS.
Histórico:
São substâncias naturais que podem causar efeitos psicodélicos, encontradas
em diversos vegetais da família das Solanáceas, como a datura e a beladona.
Datura stramonium: vegetal que pode atingir até 2 metros de altura. Produz
uma flor com forma de “trompete”, branca ou roxa. Neste vegetal são encontradas
substâncias químicas como atropina, escopolamina e hiosciamina. Possui uma
longa história de uso em toda Europa e na América do Sul, sendo relatados vários
episódios de alucinações e envenenamentos decorrentes do seu emprego.
Atropa beladona: vegetal de 1,5 a 2 metros de altura. Produz pequenos frutos
circulares (semelhantes à jabuticaba) que variam do vermelho ao preto. Tais frutos
são ricos em atropina, escopolamina e hiosciamina. A beladona possui uma longa
história de uso em rituais religiosos e envenenamentos.
Aspectos legais:
A Datura suaveolens encontra-se incluída na Lista das Plantas que Podem
Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (LISTA-E), constante na
Portaria n° 344/98-SVS/MS.
5.3.11 Salvinorim-A
Histórico:
A Salvia divinorum é uma planta nativa do México, constituída de pequenas
folhas verdes, ricas em uma potente substância psicoativa conhecida por salvinorim.
Durante muito tempo foi empregada em cerimônias religiosas e apenas na década
de 90 passou a ser utilizada como droga de abuso em maior escala.
A primeira notícia deste vegetal data de 1939 por Jean Basset Johnston quando
estudava a pscilocibina obtida de cogumelos mexicanos. R. Gordon Wasson con-
tinuou esses estudos no período compreendido entre 1951 e 1962.
65
Ação:
Provoca distorções na percepção do tempo, alterações visuais e sensações de
mudança de plano (para outros ambientes, viagens no tempo ou a outros planetas).
Os efeitos assemelham-se aos obtidos com o emprego de THC.
Dose/efeito:
Intensidade Dosagem
Leve 0,25g
Usual 0,50g
Forte 0,75g
O início dos efeitos, quando fumada, levam de 30 a 180 segundos para início
e podem durar de 5 a 30 minutos.
Aspectos legais:
Não existe previsão legal para o controle e/ou proibição do vegetal e seus
princípios ativos no Brasil.
5.3.12 DOB
Histórico:
O DOB foi sintetizado pela primeira vez no final da década de 1960. Pertence
a classe das fenetilaminas, derivadas de estruturas químicas oriundas da mescalina
e das anfetaminas.
Ação:
É uma fenetilamina de longa duração e esta é uma das razões que levam os
usuários a empregá-la logo pela manhã. Os efeitos incluem um “pulso de energia”,
provocando a “abertura da mente”, efeitos visuais e alteração do tato.
O DOB produz forte vasoconstrição e por isso existem relatos de gangrena asso-
ciados ao seu uso via injetável, que pode levar à amputação de partes do corpo.
Dose/efeito:
Intensidade Dosagem
Início 0,2mg
Leve 0,2 – 0,75mg
Usual 0,75 – 1,75mg
Forte 1,75 – 2,50mg
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Muito Forte 2,50 – 3,50mg
Overdose Acima de 3,5mg
Aspectos legais:
O DOB encontra-se incluído na Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso
Proscrito no Brasil (LISTA-F2), constante na Portaria n° 344/98-SVS/MS.
5.3.13 Ketamina
Histórico:
É um anestésico sintético desenvolvido na década de 1960 para uso veteriná-
rio. A primeira síntese dessa substância foi realizada em 1962 por Calvin Stevens,
pesquisador do laboratório Park Davis. Atualmente não possui emprego clínico em
humanos, pois existem evidentes episódios de indução a efeitos psicodélicos.
Dose/efeito:
67
O emprego de ketamina pode ocasionar perturbações cerebrais, vertigens,
movimentos robóticos e sentimentos eróticos, além de boca seca, problemas
respiratórios e nervosos, náuseas e vômitos.
Aspectos legais:
Não existe previsão legal, de acordo com a legislação anti-tóxicos, para
controle e/ou proibição da substância ketamina.
68
a tendência de se aumentar a quantidade de cola. A dependência é psíquica e
a retirada da cola não causa maiores problemas para o usuário. Entretanto, tem
causado acidentes sérios e até mesmo fatais. A cola pode matar quando:
1- a criança cheira cola com a cabeça junto ao saco plástico, pois
pode perder a consciência enquanto a cabeça ainda está metida
no saco e sufocar-se;
2- em raras ocasiões, pode haver um edema agudo cerebral que pode
ser fatal;
3- algumas colas têm base que pode afetar a medula óssea, com a
conseqüente anemia, infecção, etc;
4- pode causar alterações súbitas e letais do ritmo cardíaco.
5.3.14.2 ÉTER
Aspectos legais:
O éter está incluído na Lista de Insumos Químicos Utilizados para Fabricação
de Entorpecentes e/ou Psicotrópicos (LISTA-D2) sujeito a controle do Ministério
da Justiça, da Portaria nº 344-SVS/MS e de acordo com a Portaria 1273/03 seu
controle é realizado pelo Departamento de Polícia Federal.
69
5.3.14.3 Cloreto de Etila (Lança-perfume)
Aspectos legais:
O Cloreto de Etila está incluído na Lista de Insumos Químicos Utilizados para
Fabricação de Entorpecentes e/ou Psicotrópicos (LISTA-D2), sujeito a controle do
Ministério da Justiça, pela Portaria nº 344-SVS/MS, e de acordo com a Portaria
1273/03 seu controle é realizado pelo Departamento de Polícia Federal. No
entanto, a forma de apresentação lança-perfume continua proscrita no Brasil.
5.3.14.4 Clorofórmio
Sinonímia: triclorometano.
É líquido incolor, volátil, com sabor adocicado e odor caraterístico. Introduzido
como anestésico inalante em 1847.
Aspectos legais:
O Clorofórmio está incluído na Lista de Insumos Químicos Utilizados para
Fabricação de Entorpecentes e/ou Psicotrópicos (LISTA-D2), sujeito a controle do
Ministério da Justiça, pela Portaria nº 344-SVS/MS, e de acordo com a Portaria
1273/03 seu controle é realizado pelo Departamento de Polícia Federal.
70
ANEXO I
Ensaios Químicos para Drogas de Abuso
ÓPIO
Teste Nº1:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar três gotas de água, em seguida pressionar a amostra em
uma placa de spot com um bastão de vidro ou uma espátula.
Transferir uma gota deste líquido para outra cavidade da placa de
spot.
Adicionar uma gota do reagente 1A.
Adicionar três gotas do reagente 1B.
Teste Nº2:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar três gotas de água, em seguida pressionar a amostra contra
a placa de spot com um bastão de vidro ou uma espátula.
Transferir uma gota deste líquido para outra cavidade da placa de
spot.
Adicionar uma gota do reagente 2.
71
Teste Nº2:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar uma gota do reagente 3.
RESULTADO: Cor amarela que vira lentamente verde claro, indica a possível
presença de heroína. Uma cor laranja que vira rapidamente vermelho e lentamente
se torna amarelo, indica a possível presença de morfina. Já uma cor laranja que
vira lentamente amarelo, pode apontar a provável presença de codeína.
Teste Nº3:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar uma gota do reagente 2.
Teste Nº1:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em um
tubo de ensaio.
Adicionar 10 gotas (0,5 ml) do reagente 4A e agitar o tubo durante
um minuto.
Adicionar 10 gotas (0,5 ml) do reagente 4B, agitar durante uns
segundos e deixar em repouso alguns minutos.
Se ao final de 2-3 minutos aparecer alguma cor, adicionar 10 gotas
do reagente 4C e agitar suavemente a mistura.
COCAÍNA
Teste Nº1:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar uma gota do reagente 5 e agitar durante dez segundos.
RESULTADO: Cor azul (precipitado) indica a possível presença de cocaína.
72
OBS: A metadona também apresenta uma cor azul neste teste, portanto ele
não pode ser definitivo.
Teste Nº2:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em um
tubo de ensaio.
Adicionar aproximadamente dez gotas do reagente 6.
Agitar o tubo de ensaio durante dez segundos.
Comparar o odor com o do reagente 21.
Teste Nº3:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em um
tubo de ensaio.
Adicionar 5 gotas de água e agitar o tubo durante alguns segundos.
Adicionar duas gotas do reagente 7.
Teste Nº1:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar uma gota do reagente 1A .
Adicionar duas gotas do reagente 1B.
RESULTADO: Uma cor laranja que se torna marrom indica a possível presença
de anfetamina ou metanfetamina. O surgimento de uma coloração amarela à
marrom-amarelado indica a provável presença de 2,5-dimetoxi-4-etilanfetamina.
Uma cor verde-amarelado à verde aponta a possível presença de 2,5-dimetoxian-
fetamina (DMA) ou broloanfetamina (DOB). O aparecimento de uma coloração
preta indica a possível presença de 3,4-metilenodioxianfetamina (MDMA) ou N-
etilanfetamina ou N-hidroxietilanfetamina (N-OH MDA).
73
atualmente, a denominação de êxtase tem sido estendida a outros compostos
anfetamínicos/alucinógenos que apresentam estrutura química semelhante.
Teste Nº2:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar duas gotas do reagente 1B.
Teste Nº3:
Colocar uma pequena quantidade da substância suspeita em uma
placa de spot.
Adicionar uma gota do reagente 8A.
Adicionar uma gota do reagente 8B.
Adicionar uma gota do reagente 8C.
74
RESULTADO: Cor púrpura avermelhada indica a possível presença de bar-
bitúricos.
CLORETO DE ETILA
Teste Nº1:
Colocar 2 ml do reagente 11 num tubo de ensaio.
Adicionar 2 a 3 gotas do líquido suspeito. Agite suavemente.
Teste Nº2:
Colocar 1 ml do reagente 12 num tubo de ensaio.
Adicionar 2 a 3 gotas do líquido suspeito. Agite suavemente e deixe
em repouso por alguns minutos.
Teste A:
Isosafrol,3,4-metilendioxifenil-2-propanona, ácido fenilacético, 1-fenil-
2-propanona, piperonal, safrol, tolueno.
RESULTADO:
Cores de laranja a marrom indicam a possível presença de 3,4-me-
tilendioxifenil-2-propanona ou 1-fenil-2-propanona
Cores de amarelo a verde indicam a possível presença de piperonal
ou ácido fenilacético.
Cores de azul à púrpura escuro indicam a possível presença de safrol
ou isosafrol.
Cores de amarelo à vermelho indicam a presença de tolueno.
75
Teste B:
Piperidina
Colocar uma pequena gota do material suspeito em uma placa de
spot.
Adicionar uma gota do reagente 8A.
Adicionar uma gota do reagente 8B.
Teste C:
Ácido N-Acetilantranílico, ácido antranílico, ergometrina, ergotamina,
ácido lisérgico.
Colocar uma pequena quantidade do material suspeito em uma
placa de spot.
Adicionar duas gotas do reagente 9.
RESULTADOS:
A cor amarela indica a possível presença de ácido N-acetilantranílico.
A cor vermelha indica a possível presença de ácido antranílico.
A cor violeta indica a possível presença de ergometrina, ergotamina
ou ácido lisérgico.
Teste D:
Efedrina, pseudoefedrina
Colocar uma pequena quantidade do material suspeito em uma
placa de spot.
Adicionar 2 gotas do reagente 13A.
Adicionar 2 gotas do reagente 13B.
Adicionar 2 gotas do reagente 13C.
RESULTADOS: a cor violeta indica a possível presença de efedrina ou pseu-
doefedrina.
Teste E:
Acetona, metiletilcetona
Colocar duas gotas do material suspeito em uma placa de spot.
Adicionar duas gotas do reagente 13C.
Adicionar duas gotas do reagente 8A.
76
RESULTADOS: cores de laranja a vermelho indicam a possível presença de
acetona ou metiletilcetona.
Teste F:
Ácido clorídrico
Colocar cinco gotas de água em um tubo de ensaio.
Adicionar, cuidadosamente, uma pequena gota do material suspeito.
Transferir uma pequena gota dessa solução ao papel indicador de
pH e verificar se o pH está abaixo de 7 (ácido).
Adicionar uma gota do reagente 14 à solução que ficou no tubo
de ensaio.
Teste G:
Ácido sulfúrico
Colocar cinco gotas de água em um tubo de ensaio.
Adicionar, cuidadosamente, uma pequena gota do material suspeito.
Transferir uma pequena gota dessa solução ao papel indicador de
pH e verificar se o pH está abaixo de 7 (ácido).
Adicionar uma gota do reagente 15 à solução que ficou no tubo
de ensaio.
Teste H:
Permanganato de potássio
Colocar alguns cristais do sólido suspeito num tubo de ensaio.
Adicionar vinte gotas de água destilada, ou mais, até dissolver.
Adicionar vinte gotas do reagente 18.
Adicionar cinco gotas do reagente 1B e agitar.
77
Teste I:
Anidrido acético
Colocar uma pequena gota do material suspeito em uma placa de
spot.
Adicionar uma gota do reagente 16A.
Adicionar três gotas do reagente 16B.
Adicionar uma gota de água destilada.
Teste J:
Clorofórmio
Colocar 1 ml (ou 20 gotas) do líquido suspeito em um tubo de
ensaio.
Adicionar cerca de 50 mg do reagente 17.
Adicionar 20 gotas do reagente 13C e agitar.
RESULTADO: coloração vermelha (desenvolve-se lentamente) indica a possível
presença de clorofórmio.
Teste K:
Hidróxido de amônio (amoníaco)
Colocar cinco gotas de água destilada num tubo de ensaio.
Cuidadosamente adicionar duas gotas do líquido suspeito e agite.
Transferir uma gota desta solução para uma tira de papel indicador
de pH e verificar se o pH está acima de 7 (pH alcalino).
Adicionar à solução do líquido suspeito, contida no tubo de ensaio,
algumas gotas do reagente 22.
Teste L:
Álcoois
Colocar cinco gotas do líquido suspeito num tubo de ensaio.
Adicionar cinco gotas do reagente 19 e agite.
78
Teste M:
Carbonatos e bicarbonatos
Colocar uma pequena quantidade do material suspeito num tubo
de ensaio.
Adicionar algumas gotas de água destilada até dissolver o material.
Transferir uma parte da solução acima para um tubo de ensaio e
proceder da seguinte forma:
79
ANEXO II
REAGENTES
ÓPIO
81
COCAÍNA
LSD
Teste 1: Teste de Ehrlich
Reagente 9: reagente de Ehrlich (dissolve-se 1g de benzaldeído 4-
dimetilamina em 10ml de metanol, então cuidadosamente adiciona-se
10ml do ácido orto-fosfórico concentrado)
82
BARBITÚRICOS
CLORETO DE ETILA
Teste de Marquis
Reagente 1A: solução de formaldeído em ácido acético (adiciona-se 8
a 10 gotas de solução de formaldeído 37% em 10ml de ácido acético
glacial)
Reagente 1B: ácido sulfúrico concentrado
PIPERIDINA
Teste de Simon
Reagente 8A: solução de nitroprussiato de sódio (dissolve-se 0,9g de
nitroprussiato de sódio em 90ml de água)
Reagente 8B: acetaldeído (10ml)
Reagente 8C: solução de carbonato de sódio (dissolve-se 2g de car-
bonato de sódio em 100ml de água)
83
ÁCIDO N-ACETILANTRANÍLICO, ÁCIDO ANTRANÍLICO,
ERGOMETRINA, ERGOTAMINA, ÁCIDO LISÉRGICO
Teste de Ehrlich
Reagente 9: reagente de Ehrlich (dissolve-se 1g de benzaldeído 4-
dimetilamina em 10ml de metanol, então cuidadosamente adiciona-se
10ml do ácido orto-fosfórico concentrado)
EFEDRINA, PSEUDOEFEDRINA
Teste Chen-Kao
Reagente 13A: solução aquosa de ácido acético 1%
Reagente 13B: solução de sulfato de cobre II (dissolve-se 1g de CuSO4
(II) em 100 ml de água)
Reagente 13C: solução de hidróxido de sódio 2M (dissolve-se 8g de
NaOH em 100 ml de água)
ACETONA, METILETILCETONA
ÁCIDO CLORÍDRICO
Teste de cloreto
Reagente 14: solução de nitrato de prata (dissolve-se 1,7g de AgNO3
em 100ml de água)
ÁCIDO SULFÚRICO
Teste de sulfato
Reagente 15: solução de cloreto de bário (dissolve-se 5g de cloreto de
bário dihidratado em 100ml de água)
PERMANGANATO DE POTÁSSIO
84
Teste do ácido oxálico
Reagente 18: solução de ácido oxálico (dissolve-se 63g de ácido oxálico
dihidratado em 1000ml de água destilada)
Reagente 1B: ácido sulfúrico concentrado
ANIDRIDO ACÉTICO
CLOROFÓRMIO
Teste de Resorcinol
Reagente 17: resorcinol
Reagente 13C: solução de hidróxido de sódio 2M (dissolve-se 8g de
NaOH em 100 ml de água)
Teste de Nessler
Reagente 22: reativo de Nessler (dissolve-se 50g de iodeto de potás-
sio, 30g de cloreto de mercúrio II e 225g de hidróxido de potássio em
1000ml de água destilada)
ÁLCOOIS
CARBONATOS E BICARBONATOS
85
ANEXO III
87
88
Referências Bibliográficas
89