Preço: 100$00 // Quarta-feira, 8 de Fevereiro, de 2023 //Número 1106 //Tiragem: 3.000 Exemplares //Director: Humberto Cardoso //www.expressodasilhas.

cv

JOÃO LIMA, PRESIDENTE DA APESC

“Neste momento, o armador está

apenas a tentar sobreviver”
//4 - 5

TRANSPLANTES RENAIS Cristina Andrade, Coordenadora Nacional da ONUDC

Esperança adiada,
vidas suspensas
//8 - 9

SOCIEDADE
Casos de alunas
grávidas preocupam
direcções de escolas
secundárias no interior
de Santiago
“Os esforços
//6 - 7 de Cabo Verde
CANCRO DA PRÓSTATA no combate
ao crime
Uni-CV inaugura
laboratório de
histopatologia
//10
organizado
C LIVRO têm sido um
George Tavares
apresenta “Songbook
Cabo Verde” na Praia
factor-chave
para a sua
estabilidade”
//12 a 14
//17
 contra
menores níveis contra
55% 55%
entre
de educação os entre os detentores
detentores
tendem emdo
do nível
a aprovar nívelproporção
pós-secundário)
pós-secundário)
maior (Figura(Figura
o 4). 4).
desempenho do Presidente da República (77% entre aqueles sem educação formal,
contra Inquéritos
Inquéritos
55% entre da da Afrobarometer
Afrobarometer
os detentores do nível pós-secundário) (Figura 4).

2\\ PRIMEIRO PLANO

O Afrobarometer
O Afrobarometer é uma
é uma rede
Inquéritos da Afrobarometer
derede de pesquisa
pesquisa pan-africana
pan-africana e não partidária
e não partidária que fornece
que fornece dadosdados
/

t

EF
'FWFSFJSP
EF

confiáveis sobre experiências africanas e avaliações de democracia, governança e
confiáveis sobre experiências africanas e avaliações de democracia, governança e
O Afrobarometer qualidade
é uma
qualidade rede
de dede
vida. vida.
pesquisa
Nove Nove rodadas
pan-africana
rodadas de
e pesquisas
de pesquisas nãoem atéem39 até
partidária que 39fornece
países países
foram foram
dadosconcluídas
concluídas desdedesde
confiáveis sobre 1999. As
1999.experiências pesquisas
As pesquisasafricanas da 9ª rodada
e avaliações
da 9ª rodada (2021/2023)
de democracia,
(2021/2023) estão em andamento.
governançaOs
estão em andamento. Os parceiros nacionais
e parceiros nacionais
qualidade de dovida. do Afrobarometer
Nove rodadas
Afrobarometer conduzem
de pesquisas
conduzem entrevistas
em até
entrevistas face
39 países
face a
a faceforamface no idioma
concluídas
no idioma de escolha do entrevistado.
desde do entrevistado.
de escolha
Inquérito da Afrosondagem 1999. As pesquisas daA9ª
A equipa
do Afrobarometer
rodada
equipa do(2021/2023)
Afrobarometer
do Afrobarometer
conduzem
estão
em Cabo
entrevistas face
emem
a face
andamento.
Cabo
Verde, liderada
no idioma
Os parceiros
Verde, liderada nacionais
pela Afrosondagem,
pela Afrosondagem,
de escolha
entrevistou uma
entrevistou uma
amostra nacionalmente representativa de 1.200 adultosdo entrevistado.
cabo-verdianos em Julho e Agosto
amostra nacionalmente representativa de 1.200 adultos cabo-verdianos em Julho e Agosto
de 2022.emUma amostra desse tamanho
pelaproduz resultadosentrevistou
em nível de país com uma

Cresce a confiança nas instituições em Cabo Verde

A equipa dode Afrobarometer
2022. Uma amostra Cabo Verde,
desse liderada
tamanho produz Afrosondagem,
resultados em nível de país uma com uma
amostra nacionalmente margem de erro
representativa de +/-3 pontos
de 1.200 percentuais a um
adultos cabo-verdianos nível de
em Julhoconfiança
ede de 95%. Pesquisas
Agosto
margem anteriores
de erro deforam
+/-3 pontos percentuais
realizadas em Cabo
a um
Verde
nível
em
de confiança
2002, 2005, 2008,
95%.
2011,
Pesquisas
2014, 2017 e 2019.
de 2022. Uma amostraforam
anteriores desse realizadas
tamanho produz
em Cabo resultados
Verde ememnível
2002,de país2008,
2005, com uma2011, 2014, 2017 e 2019.
margem de erro de +/-3 pontos percentuais a um nível de confiança de 95%. Pesquisas
Gráficos
anteriores foram realizadas em Cabo Verde em 2002, 2005, 2008, 2011, 2014, 2017 e 2019.
Gráficos
Gráficos Figura 1: Confiança nas instituições | Cabo Verde | 2019-2022
Figura 1: Confiança nas instituições | Cabo Verde | 2019-2022
Inquérito realizado
Figura 1: Confiança nas instituições | Cabo Verde | 2019-2022
pela Afrosodagem

Fonte: Afrosodagem
e divulgado esta
segunda-feira, mostra
que a confiança
dos cabo-verdianos
nas instituições
aumentou.

André Amaral

Segundo os resultados do
inquérito a que o Expresso
das Ilhas teve acesso, as For-
ças Armadas continuam na li-
derança na qualidade da insti-
tuição de maior confiança dos
cabo-verdianos, seguido pelo
Presidente da República e pe-
los líderes religiosos.
O mesmo documento apon-
ta que a CNE, Polícia, Tribu-
nais, e Primeiro-ministro são
alvo de confiança.
“Os cabo-verdianos resi-
dentes nas zonas rurais ten-
dem a confiar mais nas ins-
tituições do que nas zonas
urbanas. Ao mesmo tempo,
regista-se um maior grau de
confiança nas instituições
no seio dos homens, com-
parativamente às mulheres,
exceptuando-se no caso dos
líderes religiosos que conse-
guem mais confiança entre as
mulheres do que entre os ho-
mens”, aponta ainda o inqué-
rito realizado pela Afrosonda-
gem.
Segundo o inquérito “num
momento em que o desempe-
nho do governo e as decisões
dos tribunais num caso me-
Perguntas aos entrevistados: Até que ponto você confia em cada um dos seguintes, ou não ouviu
falar o suficiente deles para dar a sua opinião? (% que dizem “muito” ou “razoavelmente”)
Perguntas aos entrevistados: Até que ponto você confia em cada um dos seguintes, ou não ouviu
Perguntas aosfalar
entrevistados:
o suficienteAté quepara
deles ponto você
dar confia
a sua em cada
opinião? umdizem
(% que dos seguintes, ou não
“muito” ou ouviu
“razoavelmente”)
falar o suficiente deles para dar a sua opinião? (% que dizem “muito” ou “razoavelmente”)
Copyright ©Afrobarometer 2023 2
diático de um deputado
Copyright da bo-verdianos,
©Afrobarometer 2023 posicionando- “A confiança no Primei- ministro também 2 é merecedor
Copyright
nação ©Afrobarometer
encontra-se sob escru-2023
se mais uma vez na liderança ro-ministro é maior entre 2 de aprovação de desempenho
tínio, a confiança que os cabo- entre todas as instituições in- os mais idosos (66%, contra por parte de 60% dos cabo-
verdianos depositam nas ins- quiridas, com 74% a assumir 47% entre os jovens de até verdianos, o que se traduz, se-
tituições afigura-se reforçada, que confiam razoavelmente/ 25 anos). Os indivíduos na gundo a Afrosondagem, num
talvez reflectindo o sucesso do muito nesta instituição. O situação de pobreza extrema “aumento de 20 pontos per-
governo e a colaboração de to- presidente da República surge confiam menos (48%) do que centuais comparativamente a
das as instituições no comba- na segunda posição (65%), se- aqueles sem pobreza vivida 2019”.
te à covid-19 e a prestação da guido pelos líderes religiosos (57%)”, aponta o estudo que A avaliação negativa deste
solidariedade junto dos mais (64%). A CNE (61%), os tri- acrescenta que aproximada- estudo fica reservada para os
vulneráveis”. bunais judiciais/polícia (60%) mente sete em cada dez ca- deputados nacionais e para os
e o primeiro ministro (57%) bo-verdianos (72%) aprovam deputados municipais.
Números merecem confiança de mais o desempenho do presiden- Os primeiros são avalia-
de metade dos cabo-verdia- te da República no exercício dos positivamente apenas por
Segundo o estudo, e como nos. As instituições não elei- das suas funções nos últimos 47% dos inquiridos enquanto
já foi referido, as Forças Ar- tas continuam a dominar o 12 meses, “um aumento de 9 os segundos têm uma avalia-
madas continuam a merecer quadro das instituições que os pontos percentuais compara- ção positiva de apenas 45%
a confiança da maioria dos ca- cabo-verdianos mais confiam. tivamente a 2019”. O primeiro das pessoas ouvidas.

Ficha Técnica:
Propriedade: Média Comunicações SA //Director: Humberto Cardoso //Director-Adjunto: António Monteiro
//Redacção Praia: André Amaral, Dulcina Mendes, Jorge Montezinho, Sara Almeida e Sheilla Ribeiro //Paginação: Jaime Garcia, Heder Soares
//Colunistas/Colaboradores: Adriana Carvalho, Mário Silva, José Almada Dias, Manuel Brito-Semedo, César Monteiro //Cartoonista: Yuran Henrique
Contactos:Director:
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António 07 • Direcção: 261 98• 05
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262 27 92 //E-mail: jornal@expressodasilhas.cv
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Site: www.expressodasilhas.cv • Sede: Avenida OUA, N.º 21, ASA, Praia – Cabo Verde • CP 666 • Tiragem: 3.000 exemplares • Impressão: Tipografia Santos
Pub.
 4\\
João Lima, presidente da APESC
“Neste momento, o armador está
apenas a tentar sobreviver”
O sector das pescas constitui um pilar estratégico para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde. Tem contribuído para a segurança
alimentar da população, sendo considerado a principal fonte de proteína animal do país. Assegura um número considerável de postos de trabalho
directos e indirectos. O sector é ainda responsável por uma fileira de negócios que representa mais de 80% das exportações de bens de Cabo Verde.
Mas é também, nas palavras do presidente da Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde (APESC), um sector ao qual os políticos não dão
a devida atenção. Na semana em que o ministro da tutela vai ao Parlamento, o Expresso das Ilhas falou com João Lima, líder da APESC.
Entrevistado por Jorge Montezinho
Que retrato podemos fazer,
actualmente, do sector das
pescas?
O retrato do sector das pescas,
neste momento, diria que sufi-
ciente. Porque ainda temos mui-
to por fazer. Estamos numa fase
de transição do sistema de for-
mação dos actores das pescas, e
refiro-me implementação, na
sua plenitude, da scola do ar,
que precisa de formar mestres,
marinheiros, novos pescadores.
emos de dar o salto de cria-
ção de mais comple os de pesca
[Em termos de infraestruturas
portuárias, há em Cabo Verde 5
cais de pesca, 9 desembarcadou-
ros, 9 arrastadouros e 12 estru-
turas cacifo (*)]. Temos de dar
o salto da semi-industrialização
para as embarcações industriais,
porque temos uma vasta Zona
con mica clusiva e por
isso que dou a nota suficiente.
Estou no sector das pescas desde
2011, assumi a APESC em 2015,
e temos discutido e debatido as
mesmas coisas com os governos
que passaram nos ltimos 10 a
15 anos. Penso que já é hora de
resolvermos os problemas do
sector e falo do meu, o semi-
-industrial se não, não vamos
conseguir c egar l . Ainda te-
mos muito trabal o pela frente
para chegarmos ao bom, porque
c egar e cel ncia leva ainda
muitos anos.
Disse-me que já falaram
com governos diferentes
e mesmo assim não con-
seguem resolver os pro-
blemas. Acha que o sector
responsável por 80% das
PRIMEIRO PLANO
exportações cabo-verdia-
nas não tem a atenção que
merece?
actamente. emos tido go-
vernos que falam muito do sec-
tor, hoje todos sabem que Cabo
Verde é um Estado oceânico, que
é 99% mar, mas precisamos de
tirar benefícios da captura e tor-
nar Cabo Verde num Estado que
vive do seu oceano, que vive da
sua ona con mica clusiva.
Com dois governos diferentes
nunca conseguimos nada. Se ti-
v ssemos uma política, uma vi-
são, como temos para o turismo,
garantíamos a sustentabilidade e
o desenvolvimento do país. as
o que temos reparado é que se
investe muito na agricultura, in-
veste-se muito no turismo, mas o
sector das pescas fica sempre no
nível da subsist ncia. ão apare-
ce um governo que diga: vamos
modernizar a frota nacional,
vamos investir em conhecimen-
to – e não apenas formações de
pequena escala e botes de pesca
artesanal e depois temos esta
situação, entra governo, sai go-
verno e nós continuamos a fazer
estudos e mais estudos, somos o
sector com mais estudos enga-
vetados por metro quadrado, e
continuamos sem conseguir dar
o salto para um sector indus-
trializado e din mico. A bitola
tem de ser alta. eja, temos duas
conserveiras em 46 anos de in-
depend ncia e somos respons -
veis por 80% das e portações.
Se tivéssemos quatro, cinco,
seis conserveiras, criavam-se
postos de trabal o, o nosso P
aumentava, aumentaríamos a
contribuição da indústria do mar
no P e cri vamos a verdadeira
economia marítima de que todos
os governos falam, mas que nin-
guém consegue concretizar na
pr tica. não ten o paci ncia
para discursos sem acção.
O que está a dizer é que falta
uma estratégia para o sec-
tor das pescas. Enquanto
investidor, e do que fala
com outros investidores do
sector, como conseguem
programar o que vão fa-
zer, quanto vão investir,
se não sabem para onde
vai o sector?
É uma boa pergunta. A
resposta s não pro-
gramamos grandes inves-
timentos. A maior parte
dos armadores nacionais
tem embarcações semi-
-industriais relativa-
mente pequenas, sem
autonomia para poder
passar 40 dias no mar,
por e emplo m abo
Verde há 127 embar-
cações semi-indus-
triais/industriais –
42% dessas embar-
cações estão inacti-
vas (*)]. As nossas
fainas, no m imo,
são de 7 dias e não
conseguimos pro-
gramar investimen-
tos porque não temos
o apoio necessário, que
devia ser a política dos go-
vernos, para termos uma fro-
ta como acontece em Angola,
ig ria, arrocos, aurit nia,
enegal, em que os governos
foram ter com as associações e
juntos procuraram financiamen-
to. Os navios industriais são ca-
ros, mas temos capacidade para
nos organizarmos e pagar esses
investimentos. Sem garantias,
não podemos investir centenas
de mil ares de contos numa
embarcação, sem sabermos se
vai haver mais fábricas em Cabo
/

t

EF
'FWFSFJSP
EF

Verde, mais unidades transfor-
madoras para agregar valor ao
pescado e dar a possibilidade ao
investidor/armador de ter re-
torno para pagar o investimento
que está a fazer. Toda essa ne-
blina que temos em abo erde
faz com que os armadores não
consigam decidir o que fazer,
porque não t m o apoio
s rio, não t m a alavan-
ca que seria o governo
dizer aos armadores:
nós vamos convosco
procurar o investi-
mento para renovar
a frota e criar uma
dinâmica séria de
negócio.
Ou seja, há a
necessidade
de moderni-
zar o sector,
mas falta o di-
nheiro para o
conseguir.
actamente. alta
uma política de reno-
vação da frota e de de-
finirmos o que queremos
para o sector. Só para ter
uma ideia, qualquer navio de
18 metros custa 1 0 mil contos.
en um armador tem capaci-
dade de o pagar sozinho, tem de
aver uma política do governo.
as neste momento, o armador
está apenas a tentar sobreviver,
enquanto o governo tem políti-
cas de pequena escala a nível na-
cional. Assim não damos o salto.
O que está a dizer é que não
chega distribuir botes e mo-
tores, porque não é isso que
vai desenvolver o sector.
actamente. eve-se mudar o
chip. Já em 2016, a Associação
/

t

EF
'FWFSFJSP
EF

de Armadores de Pesca entregou
ao governo estudos que definiam
a tecnologia de construção naval
em Cabo Verde, para darmos o
salto de captura de m dia esca-
la para semi-industrial e indus-
trial. ríamos eliminar os botes
da pesca artesanal e criaríamos
barcos com convés, com todas as
condições de segurança, capazes
de passar os canais para as ou-
tras il as e diminuir os acidentes
mortais que temos. sso ia criar
uma dinâmica para irmos dei-
ando de lado a pesca artesanal,
mudando para uma pesca arte-
sanal mel orada. O estudo est
no ministério, mas é mais um
que ninguém consegue tirar da
gaveta e implementar.
Cabo Verde tem um inves-
timento directo estrangeiro
direcionado principalmen-
te para o turismo. E em re-
lação às pescas? Há procura
por parte dos investidores
externos?
s recebemos v rios contactos,
de outros colegas armadores que
t m interesse em entrar em abo
Verde, mas a toda a burocracia
que e iste dentro do sector, para
que um parceiro internacional
ven a c pescar, desmotiva qual-
quer investidor que queira fazer
uma joint venture [empreendi-
mento conjunto] ou que queira
trazer um barco para pescar cá.
Parece que algu m anda a res-
guardar a zona econ mica e clu-
siva para algu m pescar, s que
não sei quem é.
Em termos de pescadores
registados, os números
têm-se mantido? Têm en-
trado novos pescadores?
Têm diminuído?
este momento, temos em abo
Verde 5.097 pescadores que ope-
ram em navios semi-industriais
e botes de pesca artesanal 4.062
são pescadores artesanais, 1.022
são operadores na pesca semi-
-industrial/industrial, os restan-
tes trabal am na pesca desporti-
va ( ) . as outras questões
mais importantes. Por e emplo,
a quantidade de botes inactivos.
Se isso acontece, porque conti-
nuamos a emitir licenças abo
Verde tem 1.463 embarcações
artesanais – botes. 28,4% dessas
embarcações estão inactivas (*)].
Estamos a valorizar sufi-
cientemente o produto da
pesca?
ão. ão estamos a valorizar.
“
Somos o sector
com mais estudos
engavetados por
metro quadrado”
evíamos ter mais unidades
de transformação para valori-
zar o nosso produto. Temos só
duas conserveiras. Uma em São
icente. A outra, tradicional, em
ão icolau. temos pedido
mais investimento. Que se cha-
mem mais investidores interna-
cionais, porque temos capaci-
dade de e plorar outros pei es,
de outras profundidades, para
criar outra dinâmica, não só de
e portação como tamb m de
novos produtos. Por e emplo,
estivemos a estudar o camarão-
-soldado, na zona norte de abo
erde. um produto de e ce-
l ncia e temos capacidade de
produzir 0 mil toneladas/ano.
sto para mostrar que temos
produto com alguma capacidade
de e ploração e que pode agre-
gar valor ao produto pei e, mas
temos de juntar todos os actores
e de ter a garantia do governo
que temos capacidade de fazer
negócios com o mar.
Já abordámos a questão
da formação que é precisa,
mas a que está a ser dada é a
que vocês necessitam?
ão. s temos pedido formação
profissional direcionada para as
necessidades que temos. Chamei
a atenção, desde 2015, que ía-
mos entrar num pico de pessoas
que iam para a reforma e não só,
avisei que os navios internacio-
nais estavam a importar mão-
-de-obra de Cabo Verde e neste
momento chegámos ao ponto
de não termos mão-de-obra
para as embarcações nacionais.
Temos navios parados nos por-
tos porque não há mestres, nem
motoristas, nem pescadores
com formação adequada [17,3%
dos botes artesanais e 9,4% das
embarcações semi-industriais/
industriais apresentam como ra-
zão para a inactividade a falta de
tripulação ( ) . stamos espera
que a scola do ar d o salto
para criarmos uma dinâmica en-
tre escola formação est gio
trabal o. um d fice enorme
que temos neste momento.
E têm a capacidade de man-
ter os melhores em Cabo
Verde?
Por isso é que tem de se man-
ter uma dinâmica constante.
Porque a indústria quer mão-
-de-obra cabo-verdiana. E se
e portamos os pescadores que
estamos a formar, temos de ter
uma formação contínua.
Indo para outra questão
sempre referida: não se
conhece a totalidade dos
recursos que existem nas
águas cabo-verdianas. Não
são dados que vos fazem
falta?
laro. Por isso temos pedido ao
governo que o ar nstituto
do ar ten a condições e apoio
para fazer investigação ali uti-
ca nos mares de abo erde. ei
o e emplo do camarão-soldado,
precisamos de dados de outras
espécies para poder ter uma po-
lítica de licenciamento dos ar-
madores nacionais, para apoiar
outra pesca de profundidade,
mas precisamos de informação.
ão vou investir em aparel os
para pescar a 200 metros ou
500 metros de profundidade se
não ten o noção do que l est
e em que quantidades. Temos
chamado a atenção, porque tem
de se dotar o ar de condições
financeiras para que os bi logos
do instituto possam fazer inves-
tigação. inadmissível termos
um navio da sl ndia, que veio
para apoiar a investigação, que
há mais de 10 anos não sai do
porto.
Até porque não se consegue
fazer pesca sustentável se
não se souber qual a capaci-
dade de pesca que existe. Ou
seja, não se sabe se pescam
de mais ou de menos.
actamente. emos de fazer
investigação, não só sobre o que
andamos a pescar como o que
não con ecemos. Por e emplo,
eu ando a pedir, há mais de 10
anos, um estudo aprofundado
sobre a cavala, que praticamente
desapareceu das nossas águas.
as navios internacionais, que
passaram por aqui, disseram
que a cavala est agora a 1 0
metros de profundidade. O que
era impens vel. Porque est l
Por causa do clima Por causa
da sobre-e ploração do tubarão
Que assim já não está a atacar os
PRIMEIRO PLANO
cardumes? São perguntas que só
t m respostas com estudos cre-
díveis.
Há pouco perguntei pela
valorização do produto.
Pergunto agora pela valo-
rização da profissão. Existe
essa valorização do pesca-
dor?
ão. Ainda no domingo comemo-
ramos mais um ia do Pescador
nacional e dos .09 pescadores
que temos, quantos estão ancora-
dos segurança social 12, %
dos pescadores artesanais estão
inscritos no P . as restan-
tes profissões ligadas ao sector,
14,4% dos vendedores de pesca-
do e 11,1% dos tratadores de pes-
cado estão inscritos no P ( )
ste um dos problemas que te-
mos chamado a atenção, porque
é de todos nós, não é só do gover-
no. Para que nós, os armadores,
possamos apoiar o pescador nes-
ta mat ria, temos de criar lotas,
como e istem em qualquer parte
do mundo. Sistematicamente,
entra governo sai governo, e
não se consegue criar a legisla-
ção das lotas quanto mais a sua
implementação. n s sabemos
que as lotas são a refer ncia ideal
não s para agregar valor ao pes-
cado como também para criar
condições de descontos para a
segurança social. O pescador,
a título individual, pode fazer a
sua inscrição no P , mas n s
sabemos qual a capacidade
escolar de um pescador 12,4%
dos pescadores artesanais são
analfabetos e 9,1% t m o ensino
primário. Entre os operadores
da pesca semi-industrial/indus-
trial, 4% são analfabetos e 4%
t m o ensino prim rio ( ) e que
não está interessado em tirar di-
n eiro do pr prio bolso. epois,
c ega idade da reforma e temos
um omem que trabal ou 0 ou
40 anos no mar, mas que vai re-
presentar mais um custo para o
governo, porque vai receber uma
pensão social. sta questão de
valorizar o pescador tem de pas-
sar pela criação das lotas. as
parece que há pessoas que não
estão interessadas em criar lotas,
porque isso me ia com o preço
do pei e. andamos todos com
problemas, a fazer contas, por-
que andamos a vender a tonelada
de melva que na uropa custa
mil euros por 600 euros. ssa
que a realidade.
Em resumo, quando se fala
das limitações à capacidade
//5
do sector, fala-se de tudo:
tecnologia, financiamento,
organização da produção,
conservação, transportes
e comercialização. Há aqui
muito trabalho a ser feito.
acto. Por e emplo, ao nível
da comercialização j gan a-
mos algum porque oje o gover-
no já apoia associações de pes-
ca artesanal com m quinas de
gelo e transporte, mas na valo-
rização do nosso produto temos
um problema porque não temos
nen uma entidade que regule
o preço do pescado. Só para ter
uma ideia, a maior conserveira
do país, em cada início de ano,
chama-nos para entregar uma
proposta de preço para o nosso
pescado. sto grave. e não se
cria a lota, então que a ag ncia
reguladora entre ao barul o.
Outro problema que temos
um d fice enorme de conserva-
ção de pescado em Cabo Verde.
ste país não tem um terminal
de frio para congelar pescado.
quase capturar e entregar dia-
riamente. o cardume não fica
l a dormir nossa espera, vai
sua vida e nós é que perdemos.
Os problemas que se t m resol-
vido com m quinas de gelo
nas comunidades piscatórias
artesanais, mas para o semi-
-industrial não solução.
O ministro da tutela vai es-
tar no Parlamento, na pri-
meira sessão deste mês.
Que questões gostaria de
colocar ao ministro, se ti-
vesse oportunidade?
Gostava de perguntar ao senhor
ministro como é que Cabo Verde
tem navios dos Estados Unidos,
do Japão, da China, da zona
oeste-africana a pescar na zona
econ mica e clusiva de abo
Verde sem assinarem nenhum
contrato? Segunda pergunta: há
quantos anos estão estes navios a
operar na nossa ZEE sem contra-
tos com o Estado de Cabo Verde?
Terceira pergunta: porque é que
a nossa guarda costeira não agiu
em conformidade com essas em-
barcações? E a quarta questão: se
o país, os armadores e o povo de
Cabo Verde vão ser ressarcidos
pelos prejuízos provocados pelas
embarcações dessas nações que
o sen or ministro referiu co-
municação social ra sobre isso
que gostava de ser esclarecido.
(*) Todos os dados avançados
pelo Expresso das Ilhas foram
retirados do V Recenseamento
Geral das Pescas 2021
 6\\ REPORTAGEM /

t


EF
'FWFSFJSP
EF


Casos de alunas grávidas preocupam

direcções de escolas secundárias no
interior de Santiago
sado, de uma sala ambulató-
ria. Nesta sala, prossegue, os
técnicos abordam a gravidez
Apesar das várias campanhas de precoce, sexualidade e ou-
tros temas considerados tabu.
sensibilização, os casos de alunas Isto, sem contar com o apoio
grávidas continuam a ser uma do Instituto Cabo-verdiano
para a Igualdade e Equidade
preocupação para os responsáveis de do Género (ICIEG).
estabelecimentos de ensino. Na Escola
Secundária Alfredo da Cruz Silva Santa Catarina com
apenas três casos
(ESACS), em Santa Cruz, por exemplo,
há neste momento 13 alunas grávidas Por seu turno, o delega-
do da Educação de Santa
e 36 que já são mães. No concelho Catarina de Santiago, Manuel
de Santa Catarina, pelo menos 10 os rio, afirma que em todo
o concelho há pelo menos 10
alunas já são mães e três estão alunas que recentemente fo-
grávidas. Tudo se torna ainda mais ram mães e que, entretanto, já
regressaram às aulas.
preocupante quando a grande maioria Mas que, até agora, há três
casos de alunas grávidas em
foi engravidada por homens mais diferentes escolas, admitindo
velhos que se encontram em situação a hipótese de poderem estar
mais que ainda não se decla-
de vulnerabilidade. raram. Até agora, este é o me-
nor número de grávidas regis-
tado no concelho durante um
ano lectivo, mas geralmente
aparecem mais entre os meses
Sheilla Ribeiro Escola aposta na para evitar até que os profes- onforme justifica, a de Março e Abril.
prevenção sores ficassem e postos a ris- Delegacia de Saúde tem um Manuel Rosário ressalta
cos”, narra. serviço de apoio ao adolescen- que, apesar de não se manifes-
Moisés Tavares avança que Questionado sobre a possi- te que poderia estar na escola tar fisicamente nos rapazes, a
a gravidez das alunas resulta bilidade de outras gravidezes com um profissional da rea, gravidez também afecta os ra-
“Neste momento temos 13 do envolvimento destas com serem fruto de abuso sexual, tendo em conta que os estu- pazes estudantes, embora se-
alunas grávidas e cerca de 36 terceiros nas comunidades, nas suas mais diversas for- dantes se sentem mais à von- jam poucos os casos.
que já são mães. 80% dessas mas que já houve caso de abu- mas, Tavares admite que a es- tade no recinto escolar. “São poucos os rapazes que
alunas são do 11º e 12º ano, so sexual que a escola denun- cola não tem registo de tais in- Com um gabinete da declaram estar a viver uma
com idades entre os 17 e 21 ciou e entregou às autoridades formações, mas que trabalha Delegacia de Saúde no Liceu, gravidez. Os poucos que de-
anos”, diz ao Expresso das competentes que avançaram muito na prevenção, quer dos Moisés Tavares acredita que claram são aqueles alunos,
Ilhas, Moisés Tavares, direc- com o processo. abusos, quer de uma gravidez poderiam ser evitados muitos normalmente responsáveis,
tor da ESACS, reconhecendo “ este caso, especifica- precoce. casos de gravidez precoce. “A que começam a faltar muito
que este número, ainda que mente, a aluna manifestou Aliás, no que toca à preven- nossa juventude tem receio às aulas e que quando lhe cha-
preocupante, consegue ser alguns comportamentos que ção da gravidez precoce, o di- em procurar as instituições mamos à atenção, admitem
menos alarmante em relação criou alguma suspeição. Um rector da ESACS declara que de Saúde para prevenção da que as namoradas estão grá-
aos anos anteriores, tendo em professor que trabalha com gostaria que a Delegacia de gravidez, procuram depois de vidas e que têm de trabalhar
conta o histórico do Liceu. o Gabinete de Orientação e Saúde de Santa Cruz estivesse já estarem grávidas”, acredita. para cuidar delas e dos fil os”,
No ano lectivo passado, a Acompanhamento conseguiu, mais próxima do único Liceu O director da ESACS garan- explana.
ESACS registou 17 alunas grá- na conversa com a aluna, sa- que alberga todos os adoles- te que a escola tem feito o seu Nestes casos, o delegado
vidas, mas já houve anos com ber do ocorrido. O caso foi en- centes na fase escolar do con- papel e, a título de exemplo, informa que as escolas acon-
registo de 20 e 30 grávidas. tregue ao Ministério Público, celho. refere a abertura, no ano pas- selham os alunos como devem
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 REPORTAGEM //7

Os ltimos dados oficiais variações segundo o nível

actuar de modo a não faltarem
às aulas e, juntamente com
algumas associações estran-
geiras e nacionais parceiras,
apoiam os mesmos, com gé-
neros alimentícios e roupas.
Se a escola tiver trabalho re-
munerado pontual, prioriza
os alunos que se mostrarem
disponíveis.
sos, os companheiros dessas
alunas são muito mais velhos
e também com um nível de es-
colaridade baixo. “São poucos
os casos de uma aluna grávida
de um colega de escola e são
raros os casos em que esses
companheiros tenham o 9º
ano de escolaridade”, descre-
ve.
sobre a saúde sexual e repro-
dutiva em Cabo Verde são de
2018. O referido inquérito
realça que, nas mulheres entre
25 e os 49 anos, a idade me-
diana nas primeiras relações
se uais influenciada pelo
nível de bem-estar económico
dos agregados onde vivem.
Isto quer dizer que, segun-
do o estudo, nas mulheres do
quintil mais baixo, as relações
sexuais são mais precoces,
com uma idade mediana de
16,9 anos, opondo o quintil
mais alto, onde as primeiras
relações sexuais acontecem
mais tardiamente (idade me-
diana de 17,8 anos).
Em contrapartida, nos ho-
mens, constatou-se que as
de bem-estar económico são
pouco notáveis.
Para o sociólogo Adilson
Semedo, essas tendências cor-
relacionam de forma directa a
questão da gravidez precoce
com a vulnerabilidade econó-
mica.
“Entretanto, não entende-
mos que isso ocorra de forma
casual e linear. É preciso equa-
cionar que a vulnerabilidade
económica exponencial é tam-
bém exponenciada pelas vul-
nerabilidades socioculturais,
contingências essas que inter-
ligam no IDSR-III-2018 o iní-
cio mais precoce da vida sexual
às condições económicas de
nível mais baixo e ao nível de
instrução mais baixo”, analisa.

Vulneráveis e de
localidades dispersas

Na ESASC, segundo Moisés

Tavares, normalmente as alu-
nas grávidas são aquelas com
mais vulnerabilidades econó-
micas e que vivem nas zonas
mais dispersas do concelho.
“São provavelmente alu-
Criada em 2008, a Casa de Acolhimento vimento pessoal, sejam elas mães menores cisam de ajuda, precisam de uma forma ur-
nas que têm alguma situação
Manuela Irgher (CMI), um projecto da de idade, sejam maiores. A primeira regra é a gente. Não têm tempo de passar por muita
difícil e que podem ser mais
Fundação Padre Ottavio Fasano, está loca- continuidade dos estudos. burocracia e estar à espera que as entidades
fáceis de cair nesta situação
lizada em Achada Fátima, Cidade de Pedra “Às adolescentes que abandonaram as es- comuniquem. Quando vêm directamente
e são de lugares dispersos
Badejo, e visa acolher por um período de 10 colas, o primeiro passo é sempre a reintegra- também são acolhidas”, fundamenta.
do concelho como Chã da
meses, em regime de internamento, jovens ção no contexto escolar. Aquelas que já não Cristina Melo aponta a sustentabilidade
Silva, Santa Cruz, Cutelinho e
mães solteiras em situação de vulnerabili- têm idade, ou que o sistema educativo actual como o principal desafio daquela casa que
Salina. Zonas onde o grau de
dade acompanhadas dos seus respectivos não permite que regressem aos estudos nor- está cada vez mais lotada, principalmente
dificuldades maior”, alega.
filhos menores até um número de três. mais, nós procuramos bolsas de estudo para com menores que, por sua vez, não podem
Já o delegado de Santa
A Casa tem capacidade para receber um o ensino nocturno ou formação profissional”, receber um programa igual a de uma mãe
Catarina indica que a maior
núcleo – mãe e filhos – de cinco. Para além clarifica. solteira.
parte das alunas grávidas
dos núcleos internos, a Casa recebe algumas O objectivo é que ganhem autonomia e se “As mães solteiras são acolhidas durante
vivem nas localidades mais
mães durante o dia. tornem mulheres independentes. Essas mu- 10 meses, fazendo um programa e depois
afastadas, descendentes de
Em 2021, a CMI passou a acolher alguns lheres também recebem formação em gestão poderão ser autónomas. Quando uma menor
famílias monoparentais e, por
casos de abuso sexual de menores e hoje doméstica, higienização, em cuidados com chega, terá de ficar pelo menos até aos 18
vezes, conflituosas.
é requisitada pelo Instituto Cabo-verdiano as crianças, na área da cozinha, entre outras. anos, porque antes disso não tem como ser
“Também são alunas cujos
da Criança e do Adolescente (ICCA) e pelo A CMI conta ainda com uma estação de agro- autónoma. Uma das maiores dificuldades da
pais têm escolaridade baixa.
Ministério Público, uma vez que o país não pecuária. Casa neste momento é a questão da susten-
Quando os pais têm escola-
tem como responder a tais situações. Segunda a gestora, há mulheres que vão tabilidade e de conseguir dar resposta a tan-
ridade baixa é fácil os alunos
Ao Expresso das Ilhas a gestora da CMI, directamente à procura de acolhimento, tos pedidos”, admite.
convencê-los a permitir-lhes
Cristina Melo, disse que neste momento a outras são encaminhadas pelas delegacias Neste sentido, apela a um maior engaja-
sair à noite com a desculpa
Casa está maioritariamente com menores de saúde, pelo ICCA, ou pelo Ministério mento entre as entidades governamentais,
de fazer trabalhos de grupo,
vítimas de abuso sexual, algumas grávidas, Público. Mas há casos em que a Associação nomeadamente o Ministério da Justiça e o
quando não se trata de traba-
outras que não engravidaram, mas que foram de Combate ao Álcool e outras Drogas faz o Ministério da Família para com as ONGs que
lhos de grupo, actividades que
abusadas no seio da família. Portanto, não encaminhamento. dão resposta a esses casos, mas que depois
não são actividades da esco-
podem estar com a família. “São diversas formas de encaminhamento “ficam com os problemas nas mãos e com
la”, acredita.
Cristina Melo frisa que o primeiro apoio da e tentamos que não haja um procedimento dificuldades em sustentar tantos casos”, sus-
Ainda segundo Manuel
CMI a essas jovens é a questão do desenvol- muito burocrático porque quando elas pre- tenta Cristina Melo.
Rosário, na maioria dos ca-
 8\\ SOCIEDADE /

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Esperança
adiada, vidas
suspensas
Demora na aprovação do quadro legal
de transplante de órgãos deixa doentes
renais num limbo. Capacidade de centros
de hemodiálise aproxima-se do limite.
Pacientes e médicos pedem rapidez. Partidos
conscientes da importância do tema.

Paciente em diálise - imagem ilustrativa (Pillar Pedreira/Agência Senado)

Nuno Andrade Ferreira*
Cristiany Silva tem 22 anos.
Aos 19, foi diagnosticada com
insufici ncia renal cr nica.
Em São Vicente, vive uma
vida difícil, com uma doença
silenciosa e dependente da
máquina de diálise.
“Podemos dizer que nos
acostumamos com o tempo,
mas não é bem verdade, nunca
nos acostumamos”, desabafa.
“Depois, as despesas que
a pr pria doença implica, o
transporte para fazer a diálise,
a alimentação, que tem uma
dieta restrita”, acrescenta, en-
quanto lembra a instabilidade
emocional a que está sujeita.
A ist ria de ristian con-
funde-se com a de tantos ou-
tros pacientes, de diferentes
ilhas e idades. Em 2021, Edna
Santos foi de Santo Antão
para o Mindelo, para come-
çar as sessões de hemodiálise.
embra os dias do diagn stico.
“Quando descobri a doen-
ça, ainda tinha um rim a fun-
cionar. Vim fazer controlo em
São Vicente durante 10 meses,
mas ia perdendo percentagem
e em Fevereiro comecei a diá-
lise”, recorda.
Como acontece com muito
outros doentes, a insufici ncia
renal de Edna teve origem na
hipertensão arterial.
“Não queria vir, não foi fá-
cil, passei desorientada du-
rante muito tempo, sempre
a mudar de poiso, não tinha
ninguém para me receber, na
altura estávamos no pico da
covid-19, fiquei quase a morar
na rua até conseguir encon-
trar uma casa. A depender do
subsídio do governo, não foi
fácil”, explica.
Para Cristiany, para Edna
e para a larga maioria dos
doentes que sofrem de insufi-
ci ncia renal cr nica em fase
avançada, receber um novo
rim é a melhor (talvez a única)
ip tese que t m de recuperar
alguma qualidade de vida.
Com o número de doentes
diagnosticados e a necessitar
de diálise a aumentar – actual-
mente acima das tr s centenas
– e a capacidade limitada dos
dois centros de hemodiálise
do país, o transplante também
é uma forma de garantir a dis-
ponibilidade de vagas para o
futuro.
A legislação para viabilizar
o transplante de rgãos em
Cabo Verde está a ser traba-
lhada, mas tarda em chegar
a bom porto. Em Janeiro de
2020, o ministro da Saúde
de então dava conta da inten-
ção de, a curto prazo, levar a
Conselho de Ministros a pro-
posta de lei do transplante.
Arlindo do Rosário realçava
a necessidade de se criar um
quadro legal que abrisse por-
tas à possibilidade clínica de
col er e transplantar rgãos e
que, apesar de não se restrin-
gir ao transplante renal, fosse
uma resposta directa a uma
doença que se tornou um de-
safio de sa de p blica.
“Precisamos, primeiro, de
partir para a legislação que irá
permitir o transplante, sobre-
tudo de dador vivo, por forma
a melhorar a situação. [Para]
os doentes renais, a hemodiá-
lise é uma solução que não é
uma definitiva. A solução de-
finitiva passa por transplante
e temos doentes em idade re-
lativamente jovem que neces-
sariamente vão necessitar de
avançar para o transplante”,
comentava.
A pandemia terá atrasado o
processo e o diploma s c e-
gou ao plenário da Assembleia
Nacional em Fevereiro de
2022. À última da hora, foi re-
tirado da agenda, para melho-
rias. Uma nova tentativa, em
Maio, teve o mesmo desfecho.
Os partidos políticos com
representação parlamentar
são unânimes sobre a perti-
n ncia do tema.
Sem detalhes sobre o actual
estado do processo, o presi-
dente da bancada da maioria,
Paulo Veiga (MpD), realça a
importância da iniciativa.
“É uma lei importante, até
porque foi aprovada em to-
das as comissões. Acho que o
governo está a melhorar o di-
ploma, para voltar a traz -lo”,
admite.
O PAICV, por intermédio
do líder parlamentar, João
Baptista Pereira, não enten-
de a demora na conclusão do
processo legislativo.
“Tínhamos feito a análise da
proposta de lei e achamos que,
apesar de um ou outro reparo
que pretendíamos avançar
como proposta de melhoria (a
presunção do consentimento
para preservação de rgãos de
pessoas falecidas em aciden-
te e outras circunstâncias em
que não é possível dar consen-
timento prévio), tratava-se de
uma boa proposta de lei, uma
vez que temos muitos doentes
no país. É seguir aquilo que
uma tend ncia mundial”,
adianta.
Baptista Pereira não conhe-
ce as razões que terão levado
o governo a retirar o diploma
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quando pareciam estar reu-
nidas as condições para a sua
aprovação.
“Não conhecemos as razões
que levaram o governo a can-
celar a iniciativa. É evidente
que não somos ingénuos, são
matérias que mexem com
muita gente. Estamos numa
sociedade um pouco conser-
vadora, ainda. Sentimos que
há matérias em que ainda não
se consegue avançar por causa
de outras questões. Existem
forças outras, fora da política,
com muito poder e que aca-
bam por influenciar o sentido
das coisas”, acredita.
Da parte da UCID, a depu-
tada Zilda Oliveira nota que a
possibilidade de realização de
transplantes em Cabo Verde
representará um ganho para
os doentes, mas também para
o pr prio stado.
“Se considerarmos o núme-
ro de doentes que temos em
diálise, o número de evacua-
dos para transplante renal em
Portugal, se pensarmos em
termos do custo para o Estado,
as deslocações e a manuten-
ção dos doentes em situação
de diálise, no custo-benefício
para o pr prio paciente,
uma proposta que acaba por
receber a nossa aprovação”,
fundamenta.
Apesar do ‘sim’, a terceira
força política nacional quer
que se levem em conta as re-
comendações da Entidade
Reguladora Independente da
Saúde (ERIS).
“Por exemplo, a ERIS diz
que que a proposta fala de
doação, dádiva, colheita, aná-
lise, processamento e pre-
servação, o título abarca este
conjunto de aspectos, mas de-
pois quando olhamos para a
proposta, propriamente dita,
acaba por falar essencialmen-
te da dádiva e da colheita. Há
necessidade de se aprofundar
esses aspectos antes de se le-
var a proposta para aprovação
no plenário”, analisa.
Tudo pronto
Para o director do Centro
de Diálise da Praia, Hélder
Tavares, que integrou a equi-
pa multidisciplinar que ela-
borou a proposta de lei, todas
Paciente em diálise - imagem ilustrativa (Pillar Pedreira/Agência Senado)
as arestas foram, entretanto, cia de Portugal, fez regressar
limadas. doentes evacuados e passou a
Indicado pelo Ministério da ser capaz de dar resposta mais
Saúde para falar sobre o tema, rápida a novos doentes. A
o especialista assegura que as implementação da base legal
questões suscitadas pelo par- para o transplante de rgãos
lamento foram sanadas, em o passo natural seguinte.
articulação com ERIS, Ordem É precisamente essa a po-
dos Médicos e Ordem dos sição de Filomeno Rodrigues,
armac uticos. 65 anos, doente renal há
“Temos vários doentes a 12 e um dos mentores da
aguardar a aprovação da lei Associação de Doentes Renais
para podermos avançar com de Cabo Verde.
este outro método de trata- “Ambos os centros já es-
mento”, lembra. tão praticamente cheios. No
Hélder Tavares recorda que centro da Praia, estamos com
o transplante renal é a melhor quatro turnos e no último já
opção terap utica para doen- estamos a mais de metade da
tes renais cr nicos, at peran- capacidade. Atendendo a que
te a iminente falta de vagas a mortalidade é baixa, esta-
para hemodiálise nos centros mos a correr o risco de esgo-
da Praia e do Mindelo. tamento da capacidade dos
“Permite maior liberdade centros, daí que se ponham
para o dia-a-dia, dá melhor v rias ip teses. Ou os doen-
qualidade de vida e progn s- tes renais passam a morrer,
tico. Para o sistema de saúde, como acontecia antes de 2014
é mais barato. Vamos chegar a e eram poucos os que eram
um ponto em que não haverá evacuados, ou voltamos à ve-
vagas para novos doentes em l a ist ria de enviar os doen-
tratamento”, observa. tes renais para Portugal ou, a
terceira via, para n s a ideal,
Incompreensível a transplantação renal”, resu-
demora me.
Filomeno não percebe a
A inauguração dos dois “inacção” das autoridades,
centros de hemodialise, em principalmente pelo impacto
2014, na Praia, e 2021, no positivo estimado na vida dos
Mindelo, marcaram uma vi- doentes.
ragem da abordagem à insu- “Os nossos políticos não pa-
fici ncia renal cr nica. abo decem de insufici ncia renal
erde diminuiu a depend n- cr nica, não percebem o que
SOCIEDADE
é isto, porque temos doentes
que há mais de nove anos es-
tão à espera dessa lei do trans-
plante, de um rim familiar, e
não há um suporte legal para
se fazer isso”, sublinha.
Com 58 anos, Júlio Leite,
natural de Santo Antão,
é professor reformado.
Diagnosticado em 2014, ini-
ciou hemodiálise em 2016, na
Praia. A abertura do centro
de hemodiálise do Hospital
Baptista de Sousa permitiu-
-l e ficar mais perto de casa.
Um dos fundadores da
Associação de Doentes Renais,
Júlio fala em nova esperança
para centenas de vidas adia-
das.
“Temos família, amigos e
a nossa vida pela frente, mas
com a rotina de hemodiálise
de tr s em tr s dias, nunca
vamos conseguir. É importan-
te que se pense nesta questão
[do transplante], que nos irá
ajudar muito. A vida muda
quando começas a fazer he-
modiálise e nem estou a olhar
para a minha situação, que já
trabalhei muito. Olho para os
jovens de 19, 20 anos com in-
sufici ncia renal”, relata.
“É necessário que os políti-
cos se sensibilizem com a si-
tuação, para que a proposta de
lei de transplante seja aprova-
da. Irão ajudar os doentes e o
país”, apela.
Ant nio orton de atos,
//9
cirurgião vascular portugu s
que colabora com os dois
centros de hemodiálise de
Cabo Verde, tem sido outra
das vozes a apelar à rápida
aprovação da lei de colheita e
transplante de rgãos. O esgo-
tamento das vagas para diá-
lise será uma inevitabilidade
dentro de meses.
“Daqui a seis meses, presu-
mo que andaremos todos com
as calças na mão à procura
de sítio para meter os doen-
tes. Como há dois centros,
nefrologistas, diálise e servi-
ços muito bons, a funcionar
muito bem, as pessoas vão
se apercebendo que a doença
existe, e vão chegando. Daqui
a uns meses, não saberemos
o que fazer a esses doentes”,
alerta.
Sem encontrar fundamen-
to para dúvidas e hesitações,
Norton de Matos está seguro
de que o transplante é a me-
lhor opção, especialmente im-
portante para doentes jovens.
Os rgãos a transplantar
podem ser de dador morto ou
vivo. Os blocos operat rios do
país t m condições para reali-
zar o procedimento cirúrgico e
o m dico portugu s confia que
eventuais necessidades serão
rapidamente colmatadas atra-
vés da cooperação.
“Cabo Verde tem variáveis
fabulosas, que são famílias
grandes, solidárias, dispo-
níveis para dar um rim a um
irmão, pai, fil o ou mul er.
Portanto, é necessária a legis-
lação”, sintetiza.
Estimativas da Organização
nternacional da efrologia fi-
xam em 850 milhões o núme-
ro de pessoas que, ao redor do
mundo, apresentam doenças
renais de diferentes causas. A
doença renal cr nica e a lesão
renal aguda são patologias que
contribuem para o aumento
significativo da morbilidade e
mortalidade, afectando maio-
ritariamente grupos de risco,
que incluem portadores de
diabetes, hipertensão, doen-
ças cardiovasculares, obesi-
dade, doenças autoimunes ou
ist rico familiar de doenças
renais.
*com Lourdes Fortes e
Fretson Rocha
 10\\
Cancro da próstata
Uni-CV inaugura laboratório de
histopatologia
Dados da OMS e do Ministério da Saúde apontam
para 40 casos mortais de cancro da próstata por
cem mil habitantes em Cabo Verde. Doença vai ser
estudada no laboratório de histopatologia da Uni-
CV que foi recentemente inaugurado.
André Amaral
Os dados mais recentes so-
bre a incidência do cancro da
próstata mostram que o can-
cro da próstata é aquele que
mais afecta a população mas-
culina em Cabo Verde.
Os valores apresenta-
dos pela OMS através da
GLOBOCAN (base de dados
que pertence à OMS e que mo-
nitora os dados desta doença)
mostram que em Cabo Verde
o cancro da próstata é o prin-
cipal tipo de cancro a atingir a
população masculina.
Segundo a mesma fonte, do
total de 405 casos de cancro
relatados em 2020 (último
ano com dados disponíveis)
70 eram casos de cancro da
próstata. A GLOBOCAN re-
porta ainda um total de 40
mortes por 100 mil habitantes
provocadas por esta doença o
que a torna na quinta maior
causa de morte entre os ho-
mens em Cabo Verde. A supe-
rar o cancro da próstata ape-
nas o do cancro de estômago,
fígado, pulmões e esófago.
Para estudar a prevalência
desta doença em Cabo Verde
a Uni-CV inaugurou, no pas-
sado dia 8, o Laboratório de
Histopatologia.
Para montar o laboratório
a universidade contou com o
apoio da Fundação Calouste
Gulbenkian, de Portugal, e
da Fundação La Caixa, de
Espanha.
SOCIEDADE
O projecto é de grande in-
teresse regional e nacional,
pois permitirá a construção
de uma base de dados impor-
tante para alcançar objecti-
vos funcionais na investiga-
ção biomédica, na selecção
terapêutica de doentes com
cancro, na identificação de
polimorfismos gen ticos e na
cooperação e comparação de
dados com bancos de tumores
noutros países PALOP.
Em Cabo Verde, como em
outros países africanos, há
uma incidência elevada e uma
fase avançada da doença no
momento do diagnóstico, re-
sultando numa taxa de sobre-
vivência mais baixa entre os
doentes. Há também necessi-
dade de estabelecer um registo
mais abrangente da incidência
do cancro na população.
Neste contexto, a investiga-
ção sobre a incidência e preva-
lência do cancro, bem como o
registo dos casos e a sua evo-
lução, é crucial para a preven-
ção, tratamento e a adaptação
adequada dos diagnósticos.
A Universidade de Cabo
Verde acolherá este labora-
tório de histopatologia, que
tem como objectivo detec-
tar a incidência do cancro
da próstata em Cabo Verde e
oçambique. Para este fim,
serão efectuados estudos bio-
l gicos para identificar o sub-
tipo mais comum, a fim de
acelerar a detecção e o diag-
nóstico.
Este projecto inclui também
a criação do laboratório digital
da incubadora, uma platafor-
ma onde serão publicados
dados e informações para
apoiar o diagnóstico do cancro
da próstata em colaboração
com a Faculdade de Medicina
da Universidade Eduardo
Mondlane, em Moçambique.
A cerimónia de inaugu-
ração, que teve lugar a 3 de
Fevereiro, contou com a pre-
sença do Director da Área
Internacional da Fundação
“la Caixa”, Princesa Cristina,
e do Presidente da Fundação
Calouste Gulbenkian, António
M. Feijó. “Para nós, este pro-
jecto é um bom exemplo
da importância das parce-
rias no campo da saúde glo-
bal”, disse o director da Área
Internacional da Fundação “la
Caixa” durante a cerimónia de
inauguração.
A aliança entre a Fundação
“la Caixa” e a Fundação
Calouste Gulbenkian faz parte
de um plano estratégico que
procura melhorar a qualidade
da gestão e coordenação da in-
vestigação realizada nos paí-
ses africanos de língua oficial
portuguesa (PALOP).
Como resultado do acordo
entre as duas entidades, 46
investigadores e gestores de
instituições de investigação
públicas ou privadas na área
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da saúde nos PALOP foram dra a inauguração do labora-
formados. Foram também tório. Todos estes projectos,
seleccionados três projectos, liderados por investigado-
centrados nas áreas do micro- res de Angola, Cabo Verde e
bioma, covid-19 e cancro, e Moçambique, têm uma dura-
é neste último que se enqua- ção entre dois e três anos.
Redução de 30% nas evacuações
de doentes de cancro
Cabo Verde reduziu em 30% as transferências de
doentes oncológicos para o exterior, mas quer
realizar investimentos para aumentar ainda mais essa
percentagem e reforçar a prevenção e tratamento, disse
hoje fonte governamental.
“As respostas ligadas às doenças oncológicas são extremamente
técnicas, mas em Cabo Verde, nos últimos dados e informações que
temos, conseguimos reduzir em 30% as evacuações para o estrangei-
ro ligadas às doenças oncológicas”, avançou o secretário de Estado
Adjunto da ministra da Saúde, Evandro Monteiro.
Em declarações aos jornalistas no âmbito do Dia Mundial de Luta
Contra o Cancro, que se assinalou no sábado, 04 de Fevereiro, o
membro do Governo considerou que essa percentagem é um “passo
significativo”, mas entendeu que o país não quer ficar por aqui.
Dados oficiais do programa de prevenção e controle das doenças
oncológicas indicam que o cancro representa um dos principais mo-
tivos de transferência de doentes para Portugal, no âmbito do proto-
colo de cooperação bilateral, com 109 transferidos em 2019 e 82 em
2020.
Em Cabo Verde, são diagnosticados uma média de 600 novos ca-
sos por ano e morrem cerca de 360 pessoas de cancro, representan-
do 60/100.000 habitantes, com as doenças oncológicas a constituí-
rem a terceira causa de morte no país (11%).
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Uma leitura da Democracia Cabo-
Verdiana com base em indicadores
JOSÉ ANTÓNIO DOS REIS
“As democracias estão em declínio ou
estagnadas diante de um contexto global
em r pida mudança. esmo os pa ses
anteriormente considerados democracias
‘estabelecidas’ têm vulnerabilidades que não
podem ser ignoradas. o mesmo tempo, os
regimes democr ticos não de enderam de
forma convincente que podem oferecer o
que as pessoas precisam”
O Estado Global da Democracia 2022
- Instituto Internacional para Democracia e
Assistência Eleitoral (IDEA)
Ultimamente, foram publicados vários relatórios sobre
o estado da democracia, da liberdade de expressão e eco-
nómica, da participação cívica, da segurança e justiça, da
liberdade de imprensa no mundo, destacando-se os da Mo
Ibraim, da Freedom House, da The Economist Intelligence,
do Instituto Internacional para Democracia e Assistência
Eleitoral (IDEA), sem, no entanto, deixar de mencionar a
da Afrosondagem, uma entidade sedeada no país.
O relatório do IDEA sobre o Estado Global da
Democracia 2022, de alguma forma corroborado por ou-
tros, nos dá conta que a democracia global se encontra sob
ameaça e declínio. O A afirma, de forma categ rica,
que “o número de países que caminha para o auto-
ritarismo é mais que o dobro do número que cami-
nha para a democracia”, e ao mesmo tempo que assi-
nala que a das pessoas na import ncia e efic cia
das instituiç es democr ticas est diminuindo de
forma preocupante”, o que deixa subentendido que há
necessidade de medidas inovadoras para inverter o curso
da atual tendência.
Cabo Verde, embora não esteja numa situação preocu-
pante, terá de estar atento às manifestações que se apre-
sentam em alguns indicadores constantes desses relató-
rios.
O nosso país aparece no relatório sobre o Estado Global
da Democracia 2022, estando cotado como “país democrá-
tico”.
Pontuação de Cabo Verde no Relatório
do IDEA
Imparcialidade
Governo Direitos Fiscalização
da
Representativo Fundamentais do Governo
Administração
0,80/1 0,67/1 0,70/1 0,57/1
As cotações mais baixas obtidas por Cabo Verde, que
variam de 0 a 1, incidem sobre a imparcialidade da admi-
nistração e a participação dos cidadãos na gestão pública.
No relatório Mo Ibrahim, um documento de carácter re-
gional, abo erde encontra-se classificado na 4 posição,
atrás das Maurícias, Seychelles e Tunísia.
OPINIÃO //11
Pontuação de Cabo Verde no Relatório Nesse particular, importa destacar que Cabo Verde ob-
da Mo Ibrahim tém nesses diferentes relatórios o status de país “democrá-
tico”, “livre” e de “democracia imperfeita, sendo cotado,
praticamente em todos, como um dos primeiros em África.
Melhor Pontuação Pior Pontuação
No entanto, há um ponto mais ou menos comum em to-
Ambiente dos os relat rios a participação cívica identificada como
Administração A infraes- Empresarial
Segurança Direitos Anticorrupção um dos handicaps do país.
Pública trutura e
Aliás, a problemática de participação dos cidadãos é
Trabalhista
um dos requisitos para obtenção da classificação de “boa
89,2 84,5 83,5 54,2 59,2 59,7 governação” que na perspetiva das ações nidas se defi-
ne como um modelo de governação em que “os recursos e
Nesse relatório regional, Cabo Verde tem uma boa cota- problemas públicos são geridos de forma eficaz, eficiente
ção nas categorias de segurança, direitos e administração e em resposta às necessidades críticas da sociedade”. Para
pública, mas apresenta desempenho menos positivo na além disso, as Nações Unidas sublinham que as “Formas
esfera de infraestruturas, ambiente empresarial e de tra- democráticas eficazes de governança dependem da par-
balho, incluindo medidas anticorrupção. ticipação pública, prestação de contas e transparência”.
Importa, no entanto, referir que Cabo Verde teve um Outrossim, se juntarmos os dados revelados pelos re-
desempenho acima da média continental em todas as sub- latórios internacionais aos que a Afrosondagem publicou
categorias e se encontra entre os dez primeiros lugares das recentemente, teremos certamente elementos que devem
14, num total de 16 subcategorias em 2021. não só chamar a nossa atenção, mas que seguramente re-
Cabo Verde é cotado no relatório da Freedom House clama da nossa refle ão.
como um “país livre”, destacando-se como um dos melho-
res em África. Dados da Afrosondagem
Pontuação de Cabo Verde no Relatório
da Freedom House Cabo- Cabo-verdianos Cabo-verdianos consi- Cabo-verdianos que
verdianos que acham que deram que os políticos aprovariam que ape-
pouco ou somos uma nunca/poucas vezes nas um partido políti-
Cabo Verde Liberdade Global Direitos Políticos Liberdades Civis nada satis- democracia fazem o melhor para co fosse autorizado a
feito com a com grandes ouvir aquilo que o povo concorrer em eleições
92/100 38/40 54/60 democracia problemas tem para lhes dizer e a governar
70% 42% 80% 22%
O país referido neste relat rio com uma classificação
muito positiva, sendo sublinhado que se trata de uma “de-
Os indicadores da Afrosondagem dizem que cerca de
mocracia estável, com eleições competitivas e transferên-
70% dos cabo-verdianos estão pouco ou nada satisfeito
cias periódicas de poder entre partidos rivais”. Merecem
com a Democracia. Estes dados, de alguma forma, man-
ainda destaques o facto de o país respeitar e proteger as
têm alto o nível de insatisfação com a democracia, já veri-
liberdades civis. Porém, o relatório também salienta que
ficado em 2019. elativamente auscultação dos cidadãos
“o acesso à justiça é prejudicado por um sistema judicial
por parte dos políticos, cerca de 80% acham que os cida-
sobrecarregado, e o crime continua a ser uma preocupa-
dãos não são ouvidos.
ção”. Para além desses aspetos sublinhados, o relatório
Mas, nesses dados da Afrosondagem, o que mais cha-
acrescenta que as “desigualdades persistentes para as mu-
ma atenção, não o facto de aver 42% que diz que so-
lheres e os trabalhadores migrantes” constituem proble-
mos uma democracia com grandes problemas; o que mais
mas por solucionar.
“preocupa” é o facto de se constatar que existe na nossa
Já no relatório da “The Economist Intelligence”, Cabo
sociedade democrática cerca de 22% de cidadãos que se
erde classificado como uma “democracia imperfeita”,
declaram que não se importariam em aprovar um regime
sendo segundo em África, logo atrás das Maurícias, o único
de partido único, ou seja: não se importariam em aprovar
país no continente africano a ser considerado de “demo-
uma ditadura ou solução autoritária.
cracia completa”.
Temos, pois, um misto de esperança e de apreensão, na
linha do que está espelhado no documento sobre o Estado
Pontuação de Cabo Verde no Relatório
Global da Democracia 2022, que, antecipando o que even-
de The Economist Intelligence tualmente está para vir, propõe aos países que estabeleçam
um CONTRATO SOCIAL que permita inverter “o declínio
Processo
Pontuação Funcionamento Participação Cultura Liberdades da fé pública no valor da própria democracia”, e, ao mes-
Eleitoral e mo tempo, sugere, em termos de conteúdo do que deverá ser
geral do governo Política Política Civis
Pluralismo
Engajamento o contrato social, quando afirma que “O cerne de qual-
7,65 9.17 7.00 6.67 6.88 8.53
e Participação quer contrato social é que os cidadãos consentem
em ser governados em troca de certos bens básicos
0,61/1 O desempenho menos conseguido de Cabo Verde, neste fornecidos por aqueles que governam” ou seja, e de
relatório da “The Economist Intelligence”, prende-se com forma mais específica “Os contratos sociais são acor-
os fatores “participação e cultura política”. dos implícitos sobre o que os governos fornecem
Embora os documentos aqui analisados estejam a me- ao seu povo em troca de legitimidade pública”.
dir categorias e dimensões, em alguns casos, distintas, não A grande dúvida lançada no documento é a seguinte: a
deixa, contudo, de ser verdade que convergem em vários democracia se compagina e se fortalece com desigualdades
aspetos, quer em termos de apreciação positiva, quer na socialmente inaceitáveis?
de negativa. Cada um que responda como entender!
 12\\ ENTREVISTA /

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Ana Cristina Andrade – Coordenadora Nacional da ONUDC

“Os esforços de Cabo Verde no combate

têm sido um factor-chave para a sua est

À frente do Escritório das Nações Unidas contra a Droga

e Crime em Cabo Verde desde 2008, por Ana Cristina
Andrade já passaram várias iniciativas e quadros legais,
mas o engajamento do país no combate a estes desafios
internacionais tem sido uma constante, avalia. Nesta
conversa com o Expresso das Ilhas, a coordenadora
nacional fala de diferentes crimes e problemáticas, entre
os quais o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas – “o pior
entre todos os crimes” – e o cibercrime. E fala também
de uma novidade nas iniciativas da ONUDC Cabo Verde,
geralmente orientadas para as instituições, que é o projecto
participativo de segurança humana que está a desenvolver
junto às comunidades. Uma coisa é certa, sublinha a
coordenadora: não há país nem comunidade que se
Entrevistada por Sara Almeida
desenvolva à luz do crime e violência.

Ao longo destes anos já pas-
sou, certamente, por dife-
rentes fases na ONUDC.
Já passei vários ciclos e tem sido
uma aprendizagem, sobretudo
por notar uma coerência em ter-
mos daquilo que é a vantagem
do combate aos tr ficos ilícitos
e à criminalidade organizada.
Ao mesmo, o facto de trabalhar
com Cabo Verde é interessan-
te porque o país j adoptou as
medidas legais, programáticas
e políticas que são alicerces
fundamentais para poder dar
respostas aos desafios actuais a
nível nacional, regional e global
nessa matéria.
Mas Cabo Verde está hoje
bem preparado contra a
criminalidade transnacio-
nal?
O que nós temos percebido
enquanto agência das Nações
Unidas é que Cabo Verde tem
mostrado um compromisso po-
lítico e um engajamento em re-
lação s leis internacionais, s
convenções quadro em matéria
do cibercrime, tr fico de pes-
soas, tr fico de drogas, tr fico
de armas, prevenção de terroris-
mo, lavagem de capitais… Cabo
erde tem aderido e sido sujeito
avaliação dessas convenções e
tem havido um diálogo perma-
nente. iste uma identificação
daquilo que são necessidades
prioritárias, entretanto temos
de mobilizar mais parcerias e
financiamentos, porque, de fac-
to, o país ainda não tem todas as
condições para ter uma resposta
efectiva. É preciso mais investi-
mentos em determinadas áreas
temáticas. Neste momento, por
exemplo, achamos que é preci-
so mais investimento e recursos
na rea da prevenção e tamb m
cuidados e tratamento das víti-
mas da criminalidade, mas tam-
b m a nível de toda a prevenção
da reincidência.
Já voltamos a Cabo Verde.
Recentemente, passou tam-
bém a coordenar a ONUDC
na Guiné-Bissau. Porquê
este alargamento?
A ONUDC Cabo Verde faz parte
do escritório regional que cobre
22 países da frica Ocidental e
Central, e o Director Regional
convidou-me, no ano passado,
para c efiar interinamente o es-
critório da Guiné-Bissau. Tem
sido um desafio, e uma onra
poder ser til na materialização
da luta contra o tr fico ilícito e a
criminalidade na Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau, no ano passa-
do, avançou com algumas res-
postas muito importantes para
a ONUDC. Foi aprovado pelo
conselho de ministros um pla-
no nacional contra a corrupção,
que teve assistência do PNUD
e o O . O país tamb m
tem uma estratégia nacional
de luta contra a criminalidade
e o tr fico de drogas e est em
curso o processo de revisão de
todo o código penal e do pro-
cesso penal. É claro que toda
a instabilidade política acaba
por condicionar enormemente
a luta contra qualquer tipo de
criminalidade, mas tem havido
uma renovação do compromis-
so do país e a O tem de
continuar a apoiar a sociedade
civil e as instituições da justiça
visando o seu fortalecimento
em termos de integridade. Se
a questão da segurança não for
reforçada, a luta contra o trá-
fico de drogas e a luta contra a
criminalidade não for resolvida,
não crescimento, não de-
senvolvimento.
alando do narcotr fi-
co. Cabo Verde tem feito
apreensões em operações
 /

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EF
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e ao crime organizado
tabilidade”
internacionais e, por ve-
zes surgem críticas sobre
porque é que um pequeno
Estado tem de lidar com
um processo complicado,
quando o navio, já assina-
lado, poderia ser apanhado
em águas de destino. Como
a ONUDC vê estas críticas?
A ONUDC defende que temos
de actuar até aos limites das
nossas possibilidades, numa em
solidariedade. É uma exigência,
a nível das convenções, que os
Estados tenham uma coope-
ração e uma responsabilidade
partil ada, em relação luta
contra qualquer tr fico ilícito e
Cabo Verde tem feito esse traba-
lho. É claro que tudo isto tem de
ser feito à luz do ordenamento
jurídico dos países e tamb m
daquilo que é o compromisso
dos Estados membros em rela-
ção s convenções. As conven-
ções existem porque os Estados
membros, tendo em conta a
dimensão da viol ncia, da cor-
rupção e da ameaça daquilo que
constitui o tr fico e a crimina-
lidade organizada, acordaram
juntar esforços e criar condições
a nível dos países para poderem
travar esta situação. evid n-
cias de que este trabalho é pos-
sível e deve ser continuado.
Cabo Verde faz parte do
corredor de droga América-
Europa, mas uma parte da
droga ficar a ui. uais as
preocupações a nível nacio-
nal?
a questão do transbordo que
acontece no alto mar, mas não
s . a questão das drogas
que ficam no país, maioritaria-
mente cocaína, e são transfor-
madas e vendidas pelos trafican-
tes locais. A nossa preocupação,
neste momento é no sentido de
fortalecer a sa de dos jovens
ou das famílias, no global, para
prevenir o uso de substâncias
psicoactivas pelas crianças e
adolescentes. Estamos a tentar,
juntamente com as autoridades
nacionais, mobilizar mais finan-
ciamento e parcerias, para res-
ponder a projectos de prevenção
das drogas e da criminalidade
sobretudo a nível das localida-
des, porque há todo um impac-
to a nível social, de dist rbios
mentais, do comportamento
delinquencial. É nossa preocu-
pação tamb m, neste momento,
reforçar a qualidade das respos-
tas em temos terapêuticos para
as dependências do álcool e ou-
tras drogas.
Entretanto, há vários anos
que se discute que o consu-
mo seja descriminalizado.
ual a posição da
neste sentido?
A pessoa que usa droga não
um criminoso e a dependência
é uma doença. As evidências
dizem isso, todas as conven-
ções existentes nesta matéria
são claras. emos de analisar
aquilo que a provisão legal dos
Estados membros e ver o que
está na lei da droga sobre a ques-
tão do consumo. A lei da droga
de Cabo Verde reconhece que
a pessoa dependente da droga
deve ter tratamento. Entretanto,
uma responsabilização penal
se a pessoa for encontrada com
substâncias psicoactivas, com
base em uma tabela e quantifi-
cação dessa subst ncia. uanto
descriminalização tem avido
várias discussões, e penso que
é um assunto que Cabo Verde
deverá continuar a discutir. A
nossa recomendação que seja
uma discussão em que a sa de
da criança e do adolescente seja
protegida a todos os níveis, e
que qualquer decisão em termos
legais seja acompan ada de me-
didas para a sua materialização.
Estamos a assistir a um traba-
lho muito importante de Cabo
erde em relação questão do
álcool, que é uma substância
lícita em termos de comercia-
lização em que uma abor-
dagem no sentido de “fechar o
cerco”. Temos também que ter
uma coer ncia a nível da abor-
dagem legal da questão das dro-
gas, porque s pela repressão o
problema não se resolve . m
Cabo Verde foi feito um esforço
enorme a nível de investigação
criminal, do combate e repres-
são dos criminosos, mas temos
de investir muito também na
vertente educativa e preventiva.
Cabo Verde precisa de também
reforçar a coordenação entre os
sectores. istem políticas coor-
denadas, com enfoque numa
abordagem integrada, mas pre-
cisamos traduzir isto em termos
de acção no terreno. ivemos
uma experiência nas comuni-
dades com especialistas nossos
(que trabal aram a prevenção
do crime em Pernambuco, onde
ouve uma redução da crimina-
lidade) em que reparamos que
os jovens dizem que querem
sair dessa vida. Já há material
e istente a nível do programa
de reinserção social, engaja-
mento dos actores, agora preci-
samos de fortalecer o trabalho
de reabilitação desses jovens, de
aproveitar essa vontade de que-
rer mudar.
A droga costuma estar asso-
ciada uestão da viol ncia
urbana. Temos ultimamen-
te assistido a uma maior
proximidade da ONUDC
aos bairros. Como é que a
violência urbana entra na
vossa agenda? Como Cabo
Verde está referenciado a
esse nível?
A nível da ta a de omicídio, os
dados de Cabo Verde reporta-
dos às Nações Unidas, mostram
que, em 2020, por 100 mil ha-
bitantes tín amos 6,4 omi-
cídios ,2 mul eres, 9,6
homens. Está acima da média
mundial ta a mundial de 6,2 .
ENTREVISTA
Portanto, este é um indicador
preocupante. Vemos a violên-
cia urbana com preocupação, e
essa preocupação tamb m nos
colocada pelas próprias institui-
ções nacionais. Pensamos que
é, de facto, uma das prioridades
do país. emos de trabal ar as
comunidades onde tem havido
violência para podermos asse-
gurar que as pessoas vivam num
ambiente de paz e de segurança,
porque uma comunidade onde
viol ncia e criminalidade não
cresce. aí que mobilizamos um
financiamento com o undo da
egurança umana das ações
nidas, e estamos, O jun-
tamente com a O abitat, a
trabalhar com essas comunida-
des mais problemáticas a ques-
tão da insegurança.
Em que consiste esse pro-
jecto?
É uma abordagem baseada na
segurança humana com base
numa abordagem participativa
da pr pria comunidade. Ou seja,
investir no reforço das respostas
locais para dissuadir e prevenir
a criminalidade, mas também
com o engajamento dos sectores
ligados repressão. este pro-
jecto o líder , e deve ser, a co-
munidade. Enquanto parceiros
temos de ter uma escuta activa
permanente e temos que, de fac-
to, ver quais são as dimensões
da segurança umana que estão
a ser ameaçadas. No quadro do
projecto de segurança uma-
na estamos a trabalhar, com a
O abitat, como referido,
nas comunidades do Brasil, em
Achada Santo António (Praia),
e tamb m em ã de atias
(Sal) e Boa Vista, tentando
identificar as principais amea-
ças à segurança pós pandemia.
Juntamente com os actores e
as organizações de base comu-
nitária, houve uma proposta de
se criar um gabinete de gestão
integrada para poder, de facto,
juntar diferentes esforços locais
no mesmo espaço, com enfoque
sobretudo na prevenção. um
trabalho muito direccionado
para os factores de risco e fac-
tores protectores. as esse ga-
binete, quando identificar situa-
ções de ocorrências criminais ou
de tentativa de retaliação entre
os grupos, acciona ele próprio
//13
os serviços de repressão. rata-
se de um projecto inovador,
realizado pela primeira vez e
vamos continuar a dialogar com
os outros parceiros no sentido
de o continuar. Fizemos consul-
ta com essas comunidades e as
organizações locais partilharam
que a maior preocupação , efec-
tivamente, a violência cometida
pelos jovens. amb m foi inte-
ressante o facto de pedirem para
que, qualquer trabal o que seja
feito, não sejam “abandonados”.
uer dizer, precisamos de criar
uma abordagem de sustentabili-
dade contínua. ão que isso sig-
nifique que n s temos de conti-
nuar lá, mas temos de fazer com
que respostas existentes dentro
da comunidade se perpetuem,
continuem a existir.
Um grande problema é a
reincidência. Como se tem
tra al ado a uestão da
reinserção social
A v rios níveis. abo erde ade-
riu s regras de andela sobre
as prisões, que são claras quanto
s directivas para um país refor-
çar a segurança prisional, mas
priorizando a vertente da salva-
guarda dos ireitos umanos e
da reinserção dos detidos. o
país tem adoptado um conjun-
to de medidas nesse sentido,
em estreita colaboração com a
nossa assistência técnica. Cabo
Verde tem um novo programa
de reinserção social alin ado s
regras de andela. uma ques-
tão comple a e tem avido pas-
sos que por vezes não visíveis,
mas que são fundamentais para
garantir uma resposta efectiva a
nível da prevenção do crime ur-
bano. esse esforço que tem
sido feito a nível das instituições
públicas, mas é preciso também
trazer a sociedade civil para esta
problemática.
reinserção um dos pila-
res da eclaração de o a.
De que trata esta declara-
ção e ual a sua import n-
cia?
A eclaração de o a foi adop-
tada no atar, em 201 , e tem
4 componentes, incluindo essa
vertente de reinserção social.
Em primeiro lugar, trouxe a
 14\\
novidade de poder fazer uma
ducação para a justiça ( 4 ),
junto s crianças desde tenra
idade, e a nível das escolas, sobre
o Estado de Direito, integrando
o currículo escolar. emos j
ferramentas, com os maiores
especialistas a nível mundial, e
Cabo Verde tem participado na
discussão, no quadro da P P,
mas gostaríamos, e vamos tra-
balhar nesse sentido, que hou-
vesse uma iniciativa mais local,
alinhada. Precisamos de mais
recursos para poder apoiar Cabo
Verde neste sentido. Temos
tamb m a questão do reforço da
integridade judicial para preve-
nir a corrupção do sistema judi-
cial e criamos uma rede mundial
de integridade judicial da qual
abo erde j parte. Outra
componente muito importante
a prevenção da criminalida-
de juvenil atrav s do desporto.
Temos um acordo mundial com
a FIFA, que disponibiliza várias
iniciativas a os Estados mem-
bros. E temos, como referido,
a reabilitação dos reclusos e a
reinserção social, onde damos
assistência técnica em termos
de ferramentas de mudança de
comportamento do próprio re-
cluso.
Um outro assunto impor-
tante o tr fico umano.
omo est essa situação a
nível regional e em Cabo
Verde, em particular?
Todo o crime é crime, mas tra-
ficar pessoas o pior crime que
existe. É uma nova forma de es-
cravidão actual e não devemos
permitir que isto aconteça: um
caso j grave. ão podemos
dizer que dois casos em Cabo
Verde sentenciados ou investi-
gados pouco. ão “poucos”
casos no tr fico de pessoas. A
O apresentou a . edição
do seu relat rio sobre o tr fico
de pessoas, no dia 24 de aneiro.
A nível mundial, o que mostra o
relat rio, uma diminuição em
2020, com a pandemia, do nú-
mero de vítimas detectadas, es-
pecialmente em países de bai o
e m dio rendimento. pou-
cas evidências de que a ameaça
deste crime ten a diminuído,
mas os casos detectados sim. As
restrições pandémicas, as crises
e conflitos, a emerg ncia clim -
tica pode ter reduzido tempo-
rariamente algumas formas de
ENTREVISTA
tr fico o tr fico para efeitos
de e ploração se ual e o tr fico
transfronteiriço e ter levado
algumas formas de tr fico para
locais mais escondidos. Outro
aspecto: percebemos que vá-
rias instituições estão a fal ar
na detecção e protecção das
vítimas. A maioria das vítimas
escapou por si s , não teve aju-
da. No número de condenações,
há uma tendência decrescente
desde 201 , e este diminuiu em
2020, 2 % em relação ao ano
anterior Portanto, a situação
dramática.
E em Cabo Verde?
izemos uma avaliação da res-
posta do sistema de justiça em
relação ao tr fico de pessoas
com o apoio dos EUA, na altu-
ra que antecedeu a toda a revi-
são do c digo penal de 201 .
Notamos que, e alguns dados
ainda continuam actuais, Cabo
Verde, apesar de fazer parte
dos protocolos adicionais da
convenção de Palermo, tin a
alguns problemas no próprio
entendimento daquilo que é o
tr fico de pessoas. O crime não
era tipificado no c digo penal.
Atrav s dessa avaliação, saíram
recomendações e o código revis-
to de 201 assumiu essas reco-
mendações que o pr prio país
fez. esde então, temos realiza-
do outras ações de capacitação
sobre este crime, e vamos conti-
nuar a reforçar e mobilizar para
mel or investigação este crime,
que não s um problema inter-
nacional, e iste a nível interno
também. Entretanto, precisa-
mos reforçar o entendimento
daquilo que o tr fico de pes-
soas e aquilo que é contrabando
de migrantes, que é diferente e
onde uma colaboração dos
migrantes neste processo. Tem
um perfil diferente e temos de
ter muita atenção quando nos
posicionamos perante factos.
Em 2018, Cabo Verde adop-
tou o Plano Nacional contra o
r fico de Pessoas (2018/21) e
houve uma grande campanha.
Constituiu-se um Observatório
contra o tr fico de pessoas, afec-
to ao inist rio da ustiça, que
foi relançado recentemente, que
tem feito um trabalho de sensi-
bilização e est a trabal ar um
novo Plano acional (202 /2 ).
Têm actuado também quando
há situações de alguns sinais de
tr fico.
Os casos que aparecem em
a o erde são com fins de
exploração sexual
Os casos que foram identifica-
dos sim, e com a envolvência
dos países da região a nível da
origem da vítima de tr fico se-
xual.
Outra área importante
são os crimes financeiros.
Como tem sido o combate
aos mesmos?
A ONUDC tem trabalhado com
um projecto da und, para
combater os flu os financeiros
ilícitos ( ) e isso est clara-
mente reafirmado na nossa isão
strat gica para frica 20 0,
que foi lançada no ano passado.
utar contra os combater
a corrupção, um dos principais
obstáculos ao desenvolvimento
sustentável e Cabo Verde tem
realizações relevantes nesta luta
com a adopção de quadros le-
gais e institucionais, nacionais
e internacionais, para prevenir e
combater a lavagem de capitais,
o financiamento do terrorismo,
a corrupção e para recuperar e
gerir e isto um aspecto im-
portante em que país tem dado
passos muito relevantes os ac-
tivos do crime, convertendo-os
em um bem público. Cabo Verde
membro do A A, j criou a
, e o sistema jurídico cabo-
-verdiano é dotado de diplomas
que previnem e reprimem a la-
vagem de capitais. E tem dado
outros passos importantes na
luta contra lavagem de capitais,
financiamento de terrorismo
e da Proliferação de Armas de
estruição. amb m, foi cria-
do o onsel o de Prevenção da
orrupção, que presidido pelo
Tribunal de Contas, uma auto-
ridade muito importante para
promoção de acções de preven-
ção contra a corrupção e medi-
das de reforço da integridade
do sector público. O ONUDC
não trabal a com ran ings, mas
com o nível de implementação
das recomendações da conven-
ção conta a corrupção.
Desde 2008 temos também
assistido a uma evolução da
criminalidade, nomeada-
mente a uestão da ci er-
criminalidade. Como tem
sido essa evolução
As pessoas estão mais conecta-
das, e os criminosos aprovei-
tam essa oportunidade para ex-
/

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EF

ploração, para cometimento do
crime sobretudo junto dos gru-
pos mais vulneráveis. Em Cabo
Verde, por exemplo, temos no-
tado que as crianças são as prin-
cipais vítimas. m 2021, ouve
em abo erde, .8 carrega-
mentos de material de abuso
sexual de crianças (Relatório
sobre Cybertips do National
enter for issing plo ed
Children). Temos prestado as-
sist ncia ao país na capacita-
ção, prevenção e sensibilização.
Desde 2020 temos capacitado
os serviços de aplicação da lei,
na colecta de evidências online
e na investigação. amb m te-
mos capacitado os professores,
em parceria com o inist rio
de ducação para poder ter uma
atitude muito pedagógica em
termos da mudança de compor-
tamentos na utilização da inter-
net pelos estudantes.
ara finalizar, como tra-
balhar com um Estado
como Cabo Verde? Porque
uma coisa é aderir às con-
venções, outra é a prática.
Trabalhar com as autoridades
nacionais tem sido uma satis-
fação porque abo erde tem
mostrado claramente o com-
promisso e feito grandes esfor-
ços para dar uma resposta aos
desafios. u ac o que os esfor-
ços de Cabo Verde no combate
ao crime organizado tem sido
um factor chave para a sua es-
tabilidade. Todos os anos reno-
vamos a nossa cooperação com
Cabo Verde e há um diálogo
muito aberto com as autorida-
des nacionais no sentido de este
assunto continuar sempre na
agenda de governação do país
como prioridade. O crescimen-
to possível com um sistema
de justiça e um sistema de segu-
rança fortes. O país tem todas as
condições para trabalhar nesse
sentido, então não devemos ter
problemas em falar do combate
ao tr fico ou reforço da segu-
rança. Temos que continuar a
falar, se n s não falamos os ou-
tros países falam por n s. abo
Verde tem de continuar neste
esforço, tem de aumentar a coo-
peração regional e mecanis-
mos para isso e nós estamos
aqui para continuar a assistir os
esforços do país.
(Versão alargada da entrevista
dispon vel, este fim de semana,
no site expressodasilhas.cv)
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Tensões no mundo
Secretário-Geral da ONU alerta para a
degradação das perspectivas de paz
O aumento das clivagens um pouco por todo o mundo levou o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a lançar um apelo para
a diminuição das tensões que se fazem sentir um pouco por todo o mundo.
O uso de balões espiões por
parte da China tornou-se, nos
últimos dias, um assunto cada
vez mais relevante na política
internacional, especialmente
nos Estados Unidos.
Recentemente, as já habi-
tualmente relações tensas entre
os dois países conheceram um
novo episódio. A China argu-
menta que seu uso de balões
para fins pacíficos, mas os
Estados Unidos acreditam que
eles são usados para colectar in-
formações sensíveis e militares.
No passado dia 5 os EUA
anunciaram que abateram um
suposto “balão espião” chinês
que há vários dias sobrevoava
o país.
O Presidente dos Estados
Unidos da América reconheceu
ter dado a ordem para que aviões
da Força Aérea abatessem o ale-
gado “balão espião” chinês, as-
sim que o aparel o ficasse sobre
as águas do Oceano Atlântico.
A tentativa de recuperação dos
destroços está a decorrer.
Depois do anúncio do abate
do balão, a China veio a públi-
co acusar os Estados Unidos de
“exagero e violação das práticas
internacionais”, acrescentando
que “se reserva o direito” de re-
taliar.
Guerra na Ucrânia
intensifica se
Na Ucrânia, a situação tem
piorado significativamente nos
ltimos dias, com o conflito en-
tre as forças ucranianas e rus-
sas a intensificar-se.
O Secretário-Geral das
Nações Unidas (ONU), António
Guterres, alertou esta segunda-
-feira para a degradação de
perspectivas de paz na Ucrânia.
O ex-primeiro-ministro
português começou por lem-
brar que este ano assinalar-
-se-á o 75.º aniversário da
Declaração Universal dos
Direitos Humanos, lançando
o mote para a apresentação da
sua primeira prioridade: o di-
reito à paz.
Partindo da invasão russa da
Ucrânia e das suas “profundas
implicações globais”, avaliou
que as perspectivas de paz “con-
tinuam a diminuir” e as proba-
bilidades de uma maior escala-
da e derramamento de sangue
“continuam a aumentar”.
Avançando na geografia, o lí-
der das Nações Unidas abordou
o conflito israelo-palestiniano,
onde uma solução “se distan-
cia a cada dia”; no Afeganistão,
“onde os direitos das mulheres
são pisados e os ataques ter-
roristas continuam”; no Sahel,
“onde a segurança se deteriora
a um ritmo alarmante”.
Tensão coreana
A península da Coreia tem
sido palco de tensões há déca-
das, devido ao programa nu-
clear da Coreia do Norte e ao
recente acordo dos EUA com
a Coreia do Sul. A Coreia do
Norte tem se recusado a aban-
donar seu programa nuclear,
o que tem levado a sanções
internacionais e a uma tensão
crescente na região. Além dis-
so, a Coreia do Sul tem buscado
fortalecer sua aliança com os
EUA, o que tem gerado preocu-
pação na China e na Rússia.
Esta terça-feira o líder nor-
te-coreano Kim Jong Un or-
denou que as forças armadas
expandissem os exercícios de
combate e reforçassem a pre-
paração para a guerra, avançou
a ag ncia noticiosa oficial de
Pyongyang.
Segundo a KCNA, Kim
presidiu na segunda-feira a
MUNDO
uma reunião da Comissão
Militar Central do Partido dos
Trabalhadores e encorajou as
forças armadas a realizarem
“façanhas sempre vitoriosas”
e a exibirem “força militar
inigualável” para iniciar uma
nova fase no desenvolvimento
do país.
A presença de Kim na reu-
nião marcou o regresso do líder
norte-coreano às actividades
públicas após um hiato de cer-
ca de 40 dias.
Os membros da comissão, os
principais dirigentes militares
da Coreia do Norte, discutiram
“grandes mudanças” nas forças
armadas, incluindo “expandir
e intensificar constantemente
a operação e os exercícios de
combate” e “aperfeiçoar mais
estritamente a preparação para
a guerra”, disse a agência.
A comissão também discutiu
mudanças organizacionais para
“melhorar e fortalecer funda-
//15
mentalmente” os assuntos mi-
litares, sendo que as fotos da
reunião mostram a bandeira de
um novo “departamento geral
de mísseis”.
Lee Sung-jun, porta-voz
do Estado-Maior Conjunto da
Coreia do Sul, disse hoje numa
conferência de imprensa que
Seul está a vigiar de perto a
possível criação por parte do
Norte de um novo departa-
mento militar relacionado com
mísseis.
A Coreia do Norte disparou
cerca de 70 mísseis balísticos
em 2022, incluindo oito mís-
seis balísticos intercontinen-
tais (ICBM) e três mísseis de
cruzeiro, de acordo com dados
divulgados pela agência de no-
tícias sul-coreana Yonhap na
véspera de Ano Novo.
O Japão tem decidido rear-
mar-se devido a crescentes
ameaças na região do Pacífico,
incluindo a Coreia do Norte e a
China. O Japão tem fortaleci-
do suas alianças com os EUA e
outros países da região, e tem
investido em sua defesa para se
preparar para futuras ameaças.
Isso tem gerado preocupações
na China, que vê essas acções
como uma ameaça à sua segu-
rança.
De recordar que, em
Dezembro, o governo japonês
anunciou um plano de 320 mil
milhões de dólares para prepa-
rar o país para um conflito pro-
longado.
“É a minha resposta aos vá-
rios desafios de segurança que
enfrentamos”, disse na altura
o primeiro-ministro japonês,
Fumio Kishida, descrevendo o
Japão e seu povo como estan-
do num “ponto de viragem na
história”.
 16\\
Quando Jair Bolsonaro
apareceu no Brasil, minha
distância foi minha aliada: o
populismo antiliberal de di-
reita já se tinha espalhado
pela Europa e pelos Estados
Unidos. Por que motivo o
Brasil haveria de ser uma ex-
ceção?
Sim, existiram razões in-
ternas –crise económica, o
fracasso moral do PT, o lava-
-jatismo – que são exclusivas
do país. Mas Bolsonaro era
mais um cogumelo venenoso
no bosque encantado do an-
tiliberalismo, essa velha tra-
dição que tanto pode ser de
esquerda como de direita.
O objetivo é sempre o mes-
mo: corroer a democracia li-
beral e representativa, bem
como as virtudes a ela associa-
das – o pluralismo, a laicida-
de, a tolerância e a simples ex-
periência da individualidade.
Vários eruditos pensam
que o antiliberalismo é fruto
da Revolução Francesa e que
o conservadorismo ultramon-
tano de um Joseph de Maistre
inaugurou essa linhagem.
Nada mais falso. O grande
inimigo dos iliberais não são
os jacobinos (a admiração de
Maistre pela ferocidade de
Robespierre era genuína); são
os indivíduos, que emergiram
com a passagem do mundo
medieval para o mundo mo-
derno e que se viram emanci-
pados da tutela da família, da
corporação ou da igreja.
Esse momento, que para
uns foi visto como uma liber-
tação histórica, foi encarado
por outros como uma perda
traumática.
OPINIÃO /

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O povo do populista vale
tanto como o proletariado
do marxista: nada
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Os iliberais (ou, como como não existe “o povo” dos a recristianização da socieda- Cassimiro apresenta o “po-
Michael Oakeshott lhes cha- populistas, é uma evidência de até nos seus detalhes mais pulismo reacionário” dos últi-
ma, os anti-indivíduos) per- para qualquer pessoa que não privados e pessoais; o antiplu- mos anos como uma origina-
manecem connosco até hoje, tenha sido sequestrada pelo ralismo militante (a política lidade no contexto dos vários
tentando recriar esse mundo fanatismo político. é uma guerra entre “amigos” conservadorismos brasileiros.
perdido com várias roupa- Por outro lado, o bolso- e “inimigos”, como diria Carl Só isso já merecia um livro à
gens coletivistas: a sociedade narismo transporta o gene Schmitt); a adoração do pen- parte.
sem classes; a comunidade do reacionário que é típico do samento mítico ou do irracio- Mas, para o que me interes-
“solo e do sangue”; integralis- antiliberalismo de direita. nalismo anticientífico e a de- sa, é louvável que os autores
mos de várias ordens; e até os Esse gene funciona em duas fesa de um líder carismático e integrem o bolsonarismo no
novos identitarismos. Em co- etapas: primeiro, é preciso autoritário, capaz de estabele- “espírito do tempo”, pensando
mum, repito, está o ódio ao in- identificar a doença depois, cer uma relação direta entre o fenómeno para lá dos clichês
divíduo e à modernidade que é obrigatório ministrar a cura ele e as massas. e explicando o seu funciona-
o gerou. radical. A esse caldo bem conhe- mento interno.
Os cientistas políti- A doença é a modernidade cido o bolsonarismo juntou Conhecer os sintomas do
cos Christian Lynch e Paulo como um todo: o individualis- a força das redes sociais (os antiliberalismo, seja de direi-
Henrique Cassimiro, autores mo; a secularização da socie- instrumentos de propaganda ta, seja de esquerda, é a me-
de “O Populismo Reacionário” dade; o pluralismo político; do século 21) e cooptou, como lhor forma de nos proteger-
(Contracorrente, 209 págs.), o pensamento científico e a é hábito na América Latina, mos do contágio.
sabem disso. O livro é uma democracia representativa, os neoliberais descerebrados,
notável explicação do fenóme- tida como incapaz de dar voz que sabem muito de liberalis- Publicado no Folha
no Bolsonaro, juntando no tí- à “vontade geral”. mo económico, mas pouco de de S.Paulo, em 6 de
tulo dois conceitos-chave. A cura, sem surpresas, é a liberalismo político. Fevereiro de 2022.
Por um lado, o populismo pré-modernidade como um Nada de novo debaixo do
do capitão apenas copia os todo: a defesa da comunida- sol? Escritor, doutor em ciên-
populismos seus contempo- de nacional como dotada de Não vou tão longe, até cia política pela Universidade
râneos, apresentando o líder uma alma ou de uma missão; porque a obra de Lynch e Católica Portuguesa.
como o verdadeiro represen-
tante do povo contra elites
predatórias e corruptas.
Pela mesma lógica, o líder
não pode aceitar a existência
de instituições intermédias
entre ele e as massas, razão
pela qual o Judiciário ou a
mídia são alvos óbvios da ira
populista.
Como é evidente, essa con-
ceituação do “povo” como en-
tidade homogénea e pura é
uma espécie de marxismo do
avesso: também os marxistas
olhavam para o “proletariado”
como um monólito no qual
projetavam suas fantasias e
aspirações.
Que esse “proletariado”
nunca tenha existido, tal
George Tavares apresenta
“Songbook Cabo Verde” na Praia
Depois de várias músicas feitas para si e para outros artistas
cantarem, o músico e compositor maiense resolve colocar os
seus temas num livro. O seu “Songbook Cabo Verde” será
apresentado esta sexta-feira, 10, na Cidade da Praia. Na sua
terra natal, ilha do Maio, o livro será apresentado no dia 24
deste mês. O Expresso das Ilhas, esteve em conversa com
C
George Tavares para conhecer de perto este trabalho.

Dulcina Mendes
George Tavares revelou a
este semanário que o livro é
resultado de uma experiência
muito nobre e diferente por-
que sempre sonhava olhar as
suas músicas expostas de uma
outra forma, para que as pes-
soas as pudessem conhecer.
“O Songbook traz 25 músi-
cas minhas inéditas e não só.
E desses 25 temas, as pessoas
que não conhecem as minhas
músicas vão encontrar as le-
tras e, se quiserem tocar, vão
encontrar as notas musicais
e todas as cifras para tocar”,
conta.
Para o músico, este tra-
balho é um sonho que sem-
pre teve, e que surgiu graças
ao músico cabo-verdiano,
Humberto Ramos.
“Conheci um grande pianis-
ta que é o Humberto Ramos
que vive em Portugal. Em con-
versa com ele surgiu a ideia
de juntar as minhas músicas
num livro. O primeiro volume
já saiu e posteriormente sairá
o segundo volume, pois tenho
cerca de 200 e tal músicas
prontas”, indica.
Este trabalho, conforme
frisou, é uma audácia muito
forte e algo grandioso, porque,
“quando um autor, um com-
positor materializar o seu so-
nho, através do livro, é muito
importante, porque é algo que
vai passar de mãos em mãos,
de informações em informa-
ções e depois de tão fidedignas
que são, não se desfaz mais”.
“Para mim, o maior objec-
tivo com este livro é dar um
contributo à cultura cabo-ver-
diana, na vertente musical. Só
assim entendo que estou a dar
mais um contributo, para en-
riquecimento da música em
Cabo Verde”.
George Tavares explicou
que dessas 25 músicas, vamos
encontrar diferentes géneros
musicais como batuque, funa-
ná, morna e coladeira.
“Este livro é oportunidade
que os leitores terão de ver
através das letras musicais e
conhecer um pouco de mim,
sobretudo porque mostro a
minha vivência na ilha do
Maio e a minha forma de vida,
porque através da bandeira
conheces um país. Então as “Já gravei dois single, vou
pessoas vão ver a minha in- gravar mais um e vou conti-
tenção, inspiração, em que nuar a gravar. Hoje em dia é
fonte fui beber para chegar à trabalhar pouco a pouco, por-
materialização do meu traba- to já dentro do de modo que está que o disco não traz de ime-
lho e conhecer um pouco a mi- programa de lan- bem encaminhado. É diato grandes vantagens, por-
n a biografia”, salienta. çamento do meu li- isso que me dá força para que se não tens uma máquina
vro, que é lançamento que ainda este ano possa dar produtiva por detrás, não é
Apresentação do livro e espectáculo, passos fortes para ter o segun- fácil produzir um disco”, frisa.
nas outras paragens como do volume”, avança. George Tavares é um dos
A primeira apresentação Estados Unidos da América, compositores mais grava-
será, na sexta-feira, 10, às Portugal e em outros países Música dos em Cabo Verde, já fez
18h00, nos Paços do Concelho europeus onde há comunida- músicas para artistas como
da Câmara Municipal da Praia de cabo-verdiana. É isto que Sobre o seu projecto mu- Lura, Mariana Ramos, Élida
e estará a cargo do músico Tó o meu objectivo at final do sical, George Tavares diz que Almeida, on op er,
Tavares e da jornalista Nany ano”, adianta o músico. neste momento está a traba- Bob Mascarenhas, Lucibela e
Vaz. E no dia 24, será na ilha “Este volume está a ter mui- lhar no seu novo single que de- vários outros. Além disso, tem
do Maio. ta procura, as pessoas que- verá estar pronto entre o mês feito composições para grupos
“Depois tenho um projec- rem conhecer este trabalho, de Março e Abril deste ano. carnavalescos.
 C 18\\
Uma teia de relações
Reportando-se à relação dia-
lética entre a música e os músi-
cos como problema sociológico,
muitos estudiosos das ciências
musicais têm, repetidamente,
afirmado que ser m sico não
decorre apenas de uma compe-
tência meramente técnica, mas,
em todo o caso, preciso que o
sujeito integre, de forma dinâmi-
ca, uma rede de relações sociais
para que, primeiro, ocorram os
processos de iniciação e aquisi-
ção de competências musicais
e, depois, eventual profissionali-
zação. (Luís Campos, 2018). No
caso concreto de Luís Morais, re-
putado compositor, intérprete e
arranjador que, se estivesse vivo,
completaria, 88 anos, na pró-
xima sexta-feira, 10 do corren-
te, importa, à partida, indagar
e compreender mel or em que
medida, por exemplo, os contex-
tos sociofamiliares de origem do
artista mindelense terão desem-
penhado um papel relevante na
sua iniciação musical e, eventual-
mente, na configuração das suas
relações com a m sica, enquanto
“facto social total” (Anne-Marie
Green, 2000) e “uma das mais
abstratas formas de expressão
artística”. (Luís Melo Campos,
2018).
À entrada da Ribeira Bote
onde nasce em fevereiro de 1935,
na Rua de Nhô Luís Rocha (Inês
Mendes Vaz, 2022), e decorre
quase toda a sua inf ncia, en-
tre a casa da mãe Guilhermina
Antónia “Nhá Gadjome” Ramos
e o pai Raimundo Conrado
“Musa” Morais, o menino-pro-
dígio constrói, na sua infância na
dita “zona libertada”, uma teia
de relações sociais, mais preci-
samente na Ribeira, onde havia
muita areia e uma extensão de
tarrafes, charuteiras e bombar-
deiras. Aliás, esse lugar simbó-
lico do histórico bairro minde-
lense era palco, na altura, das
célebres brincadeiras de mãos
ao ar e má gatchada, que en-
CULTURA
Luís Morais, a grandeza human
CÉSAR MONTEIRO | Sociólogo e investigador
volviam, entre outros, o próprio
Luís e o seu vizinho e “menino
de criação”, Toy Estevão ou Toy
de ana, nomin o por que
vulgarmente conhecido António
Teodoro Estevão (2004), tam-
bém ele ribeirabotense de gema.
Descendente de uma família do
Norte da ilha da Boa Vista, o
percurso musical de Luís Morais
viria a ser influenciado pelas
suas raízes profundamente boa-
-vistenses e, em especial, pela
figura do seu av paterno, Pedro
oroteia orais ( Pitra),
natural do Fundo das Figueiras,
executante de “trombone de
acompanhamento” (Manuel
“Pen a” orais, 2004) e “fa-
lecido já velho, aos 77 anos de
idade na Rua Guibarra, popu-
larmente conhecida por Rua
de Murguine, em S. Vicente”
(Petronil a “Petula” orais
Matos, 2023). Ainda cedo, o pa-
triarca da família Morais, colega
de Luís Rendall e antigo foreman
da companhia carvoeira Wilson
Sons, “uma espécie de capataz
geral dos capatazes encarregue
do recrutamento e colocação
de pessoal e omem in ente
na ilha” (António Manuel “Toy”
Neves, 2023), migrou para S.
Vicente, deixando para trás, no
Fundo das Figueiras, na Boa
Vista, a sua primeira mulher
osefa amos “ ata de Pitra”
orais e os fil os eorgina e
Lúcio, todos eles cabreros já fa-
lecidos.
Dividido entre o ofício
de carpinteiro e a
atividade musical
A convite do sanicolaense Toy
Fininha, Luís Morais parte para
o Sal, em outubro de 1954, para
animar um baile de aniversá-
rio do seu amigo Toy, e, logo à
c egada, teria ficado ospedado
em Pedra de ume em casa do
seu patrício sanvicentino Lela
c au, carpinteiro na Oficina
de Salins du Cap Verte, com
quem, ali s, o clarinetista viria
a trabalhar com o estatuto de
ajudante de carpinteiro, durante
algum tempo. (Alcides Spencer
“Tchinoa” Brito, 2022). Mais
tarde e antes que rumasse para
a então Vila dos Espargos, Luís
passa a laborar na Direção-Geral
das Obras da Aeronáutica Civil
Portuguesa nos spargos como
ajudante do Sr. Maçussa, chefe
de carpinteiros, o que o obriga a
mudar a residência para essa vila
salense, até ao seu regresso à ilha
natal. Perfeitamente inserido na
ilha do Aeroporto, o clarinetista
deslocava-se à Santa Maria aos
sábados para tocar em bailes,
sempre que fosse convidado, ou
passar fins de semana, e, na sua
mobilidade de um lado para o ou-
tro, fazia-se acompanhar amiúde
de João Roberto “Djunga” Faial,
já falecido, então funcionário da
firma Ant nio omingos uarte.
(Toy Duarte, 2004).
Nos Espargos, onde trabalha-
va de segunda a sexta-feira, Luís
cultiva facilmente excelentes re-
lações de amizade, que dei am
marcas profundas e indeléveis
decorrentes de relações amoro-
sas mantidas naqueles anos na
acolhedora ilha salense. Assim,
da relação havida, primeiro,
entre o músico e Gertrudes
dos Santos Rocha, vulgarmen-
te conhecida por Tudinha de
Joaninha, residente em Ribeira
Funda (Espargos) e falecida em
fevereiro de 1983 com 53 anos
de idade, nasce o fil o primog -
nito do músico, Carlos Manuel
Rocha, também ele falecido pre-
maturamente, em 2014, com 51
anos. Mulherengo como o avô
paterno Pitra, uís orais viria,
posteriormente, a estabelecer
relações amorosas com Emelina
Rocha Fernandes, mais conhe-
cida por Guga Rocha, falecida
em 2019 com 81 anos de idade,
e das quais resultaria o nasci-
mento da fil a Ana aria (Ana
de Guga), em 12 de setembro de
1961, nos Espargos, funcioná-
ria do Hospital Regional do Sal
Ramiro Figueira. No Sal, Luís
pautava a sua conduta pelo equi-
líbrio e respeito pelos princípios,
valores e normas comunitários
por que se regem as ditas socie-
dades de interconhecimento, via
de regra. Em 1957, o clarinetista
regressa definitivamente il a
de origem, “quando os trabalhos
da Obra terminaram” (António
Francisco “Toy de Tuda” da
Graça, 2003) e ingressa na tro-
pa. Concluído o serviço militar
em S. Vicente, emigra para o
Senegal onde Bana, já radicado
em Dakar, desde dezembro de
1961 ( aquel Oc oa, 2008), o
aguardava ansiosamente para as
lides musicais.
A mulher dos seus
sonhos
Na cidade capital senega-
lesa, Luís Morais, em feverei-
ro de 1963, conhece a também
sanvicentina Maria Graciela
dos Santos, na boate Miami, no
bairro de Medina, onde atuava
como m sico profissional, e, de
comum acordo, ambos passaram
a coabitar em regime de união de
facto, durante alguns anos, em
Liberté 3, também em Dakar,
da qual resultaria o nascimento,
em 12 de maio de 196 , do fil o
varão, Anildo Morais, radicado
nas Antilhas, desde 1986. Em
abril de 1966, a convite de Frank
avaquin o, uís emigra para
a olanda, enquanto a compa-
n eira, que c egara ao enegal,
como país de tr nsito, em fi-
nais de 1955, escolhe a França
como destino reemigratório.
Entretanto, apesar da relativa
dist ncia física que os separava,
os dois mantêm relações amoro-
sas estáveis e, mais tarde, resol-
vem contrair casamento, preci-
samente no dia 28 de dezembro
de 1968, na Cidade do Mindelo,
perante o Conservador Américo
Lima Rebelo. Ao casamento
com a jovem sanvicentina de 30
anos de idade dominado, numa
primeira fase, por um “grande
amor” (Maria Graciela Santos,
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2003), segue-se um período mar-
cado por alguma desorientação,
briga pelo meio e turbulência no
relacionamento entre ambos,
que viria a culminar no div rcio
decretado por sentença de 14 de
novembro de 1981 proferida pelo
Tribunal Judicial da Região da 1ª
classe de S. Vicente e solicitado
pela própria mulher em apuros.
Dissolvido o casamento com a
mulher do seu sonho, por divór-
cio, ditado essencialmente por
“incompatibilidade de caráter
entre ambos” (Maria Graciela
antos, 200 ), uís, que con-
tava, na altura com 47 anos de
idade, resolve casar, em segun-
das núpcias, com Isabel Vicência
“Bela” Morais, por sinal, sua
prima, também ela natural de S.
Vicente (Chã de Cemitério), atra-
vés de casamento civil celebrado
a 19 de janeiro de 1983, em regi-
me de comun ão de adquiridos,
conforme o respetivo assento.
Um barulhento de
alegria e humor
simplório
De “trato simples” (Jaime
António do Rosário, 2004), cor-
dial e afável, muito espontâneo
e sempre bem-humorado, Luís
orais, pai de nove fil os, era um
homem extremamente simples,
desprendido, generoso, exagera-
damente humilde, modesto, de-
masiado brincalhão, de risadas
e gargalhadas sonoras, “fantás-
tico, muito especial e amigo dos
seus amigos” (Carlos Alberto
Spencer “Tólasse” Lima, 2004).
Dotado de uma alma grande,
“muito espontâneo nas suas
tiradas e respeitado ” (Jaime
António do Rosário, 2004), “feio
bonito e conquistador persisten-
te de mulheres” (Carlos Alberto
Spencer “Tólasse” Lima, 2004),
Luís era “uma criança autênti-
ca” (Leonel Almeida, 2004), uma
“fig ra mindelense carismáti-
ca e luminosa” (João Branco,
2004), “o relâmpago mais bri-
lhante que alguma vez surgiu no
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na de um ícone da música cabo-verdiana
“O clarinete, as melodias e os solos de Luís Morais constituem uma ponte emotiva entre ele e o seu povo, entre o hinterland e a diáspora”.
céu de Cabo Verde” (Valdemiro
Jesus “Vlú” Ferreira, 2004),
“ m bar l ento de alegria, fiel
a amizades” (Dina Salústio,
2004). Extremamente correto e
“de bom trato, bom camarada e
sempre disposto ao que se que-
ria” (Fernando Quejas, 2004), “o
Luís não era guloso ou obcecado
por dinheiro” (Adriano “Bana”
Gonçalves, 2004), “não se zan-
gava, não tinha o espírito de
maldade, nem de superioridade
(…), não tinha a consciência da-
quilo que era como músico (…),
nem sequer tinha a noção exa-
ta da sua contribuição para a
cultura musical cabo-verdiana”
(Antero “Tey” Barbosa, 2004), a
despeito da sua elevada estatura
musical e idoneidade moral.
Um misto de pureza,
ingenuidade e
desprendimento
O afamado clarinetista minde-
lense, que não cultivava a reve-
rência, era “de uma pureza incrí-
vel e de uma certa ingenuidade
no trato com as pessoas, mas
no sentido positivo, sempre dis-
ponível, sem formalidade e sem
maldade, generoso e despren-
dido” (Manuel Faustino, 2004).
A ingenuidade de Luís Morais
evidenciava-se, sobretudo, atra-
vés de “brincadeiras de pouca
profundidade” e simplicidade
com que analisava determinadas
situações mais sérias, “algumas
de mau gosto” (Francisco “Chico”
erra, 2004), porquanto as suas
limitações académicas, associa-
das à ausência de uma sólida cul-
tura organizacional, não lhe per-
mitiam, de forma alguma, atingir
patamares de an lises de ques-
tões mais sofisticadas. e facto,
“a pouca formação académica
do Luís bloqueava-o, às vezes, na
solução de alguns problemas”.
(Carlos Alberto Spencer “Tólasse”
Lima, 2004), o seu limitado nível
de escolaridade “condicionava-
-o e fazia-o desligar-se de ou-
tras coisas” (Francisco “Chico”
Serra, 2004), pese embora a sua
indiscutível estatura de músico,
a fama, as simpatias e a popula-
ridade que conseguiu granjear no
seio sociedade cabo-verdiana, de
ponta a ponta.
Para l das brincadeiras de
“pouca profundidade”, que, “às
vezes, ridicularizavam a pes-
soa visada” ( alaquias osta,
2004), sem que, todavia, tivesse
o músico a intenção delibera-
da de “ofender seja quem fos-
se” (Ricardo António “Cacói”
Francisco, 2004), a ingenui-
dade de Luís evidenciava-se,
igualmente, de acordo com a
sua viúva Bela, através de “di-
nheiro emprestado que o meu
marido dava às pessoas para
pagamento de letras no Banco,
sem qualquer contrapartida,
o e confirma a simplicidade
e o desapego material do Luís”
(Isabel Vicência “Bela” Morais,
2004). Não obstante a sua per-
sonalidade forte e dominante,
“o Luís era um pouco ingénuo
(…), muita gente aproveitou-se
das suas qualidades musicais
sem qualquer contrapartida”.
(Alberto Rui Machado, 2004),
“era infantil, não levava as
coisas a sério, ria-se de tudo e
muita gente enganou-o” (Maria
raciela antos, 200 ). Por m,
Manel d’Novas, companheiro
de andanças e amigo íntimo do
extinto músico, tinha um en-
tendimento diferente, a propó-
sito da suposta ingenuidade de
Luís Morais. Diga-se, em nome
da verdade, sublinha o saudoso
compositor mindelense, “nos
primeiros tempos, o Luís era
ingénuo, tinha saídas ingénuas,
que se expressavam através de
anedotas, inclusive, alguns co-
legas da profissão enganaram-
-no. Todavia, depois da inde-
pendência do país, abre os olhos
e ninguém o engana” (2004).
Um rabugento
saudável
Extrovertido, alegre, brinca-
lhão, “partioso e direito” (Inês
Mendes Vaz, 2022), desde a
sua infância, na Ribeira Bote,
CULTURA
Luís Morais, “não era ingénuo,
ninguém o enganava, vendia
instrumentos musicais à malta,
defendia bem os seus interes-
ses” (António Teodoro Estevão,
2014), se bem que não fosse
“malabarista nem macaco-ve-
lho”. (Jaime António do Rosário,
2004). ais umorista do que
ingénuo, Luís era “um humorista
simplório”, como diria o saudoso
guitarrista e poeta boa-vistense,
Mário Lima (2004). Homem fa-
buloso, muito aberto e “maleá-
vel” (Eduardo Monteiro, 2004),
que “sabia lidar com as pessoas”
(João António “Janito” Barbosa,
2004) e “não arranjava proble-
mas sem necessidade” (Adriano
“Bana” Gonçalves, 2004), Luís
Morais “não era ingénuo, pelo
contrário, sabia levar a água
à fonte, valorizava-se e exi-
gia às pessoas que pagassem
o valor integral do cachet que
ele próprio indicasse quando
atuava em bailes e espetácu-
los. Rabugento saudável e per-
sistente, não parava enquanto
não alcançasse os seus obje-
tivos. (Carlos Alberto Spencer
“Tólasse” Lima, 2004). Aliado ao
seu permanente humor e à popu-
laridade, Luís Morais cultivava e
defendia e promovia um elevado
sentido de unidade nacional e de
patriotismo, que se traduzia na
transmissão de determinados
valores afirmativos da cabover-
dianidade e da solidariedade hu-
mana, em especial.
Estilo musical próprio
e marca distintiva
No plano meramente musi-
cal, a personalidade do clarine-
tista mindelense definia-se, em
rigor, pela maneira como tirava
timbres dos instrumentos de so-
pro que tão bem dominava e na
fraseologia musical, ou seja, no
discurso (Vasco Martins (2004).
Mercê da sua “própria identi-
dade musical” (Carlos Alberto
Spencer “Tólasse” Lima, 2004),
uís orais, que, de resto, ti-
//19 C
(Corsino Fortes)
nha “melhor embocadura no
clarinete” (Domingos António
“Totinho” Gomes, 2004), im-
primia à sua música uma “so-
noridade muito peculiar que ele
ajeitou em estilo próprio como
uma espécie de marca distin-
tiva” (Ondina Ferreira, 2004).
O seu “estilo próprio, vivo”
“(Daniel “Nhelas saxe” dos Reis,
2004) e inconfundível, acrescido
à extraordinária capacidade de
comunicação e umor, identifi-
cavam-no facilmente com o pú-
blico e com os músicos no palco
onde, merc do domínio que o
Mestre tinha do clarinete, sobre-
tudo, conseguia mudar de notas
sem aviso prévio, surpreender
tudo e todos improvisando mú-
sicas novas, que não aviam sido
ensaiadas, ou não faziam par-
te do reportório. (Antero “Tey”
Barbosa, 2004).
Exigente, perfecionista e dono
de um ouvido absoluto e de uma
grande facilidade de escritura
e extraordinária capacidade de
improvisação, Luís, vivia a mú-
sica em permanência, tratava-a
com seriedade e tinha uma per-
sonalidade musical própria, isto
é, uma forma especial de estar
na música, de resto, sobejamente
espelhada na sua vasta e diversi-
ficada discografia e no seu sopro
peculiar, diferente e vigoroso.
Considerado como um dos ex-
poentes máximos e incontorná-
veis da música cabo-verdiana,
Luís Morais impôs-se, também,
como grande compositor ins-
trumental e “arranjador muito
particular, que desenvolvia o
princípio do arranjo fragmenta-
do, cortando as frases musicais,
sobretudo na fase introdutória,
e improvisando consoante o so-
lista, numa espécie de contra-
canto” (Vasco Martins, 2004),
num profundo amor à terra e ao
cretcheu, ao longo de uma car-
reira de meio século, ao serviço
da cultura crioula.
(A versão completa do
artigo será publicada no
Expresso das Ihas online)
 C 20\\
Cesária Évora Academia de Artes (CEAA)
“Formalizar e abrir para intercâmbio, com parceiros
a nível internacional será uma bênção” - Lígia Timas
Dulcina Mendes
A Academia começou com
poucos alunos e um único pro-
fessor, mas isso não foi motivo
de desânimo, pois mesmo assim
continuaram as aulas. “Então, de-
cidimos arrancar com o professor
Zeca Couto, e na primeira semana
tínhamos apenas sete alunos ins-
critos, mas apostamos e no final
do mesmo ano conseguimos, em
termos de ofertas regulares, 33
alunos a frequentar a academia”.
“E nas actividades pontuais tí-
nhamos 130 alunos a frequentar,
e em Julho do mesmo ano (2017)
conseguimos um outro professor,
ali já a oferta aumentou. Tivemos
aulas de guitarra, canto e acti-
vidades infantis, guitarra para
crianças, algo que não tínhamos
antes, e no mesmo ano lectivo
(2017/2018) tivemos 81 alunos
inscritos regularmente e 179 alu-
nos que passaram pontualmen-
te para actividades de Verão, ou
para reforço da sua matéria pro-
fissional, então para n s foi au,
conseguimos’. Passámos um ano
lectivo e conseguimos ir mais lon-
ge”, conta.
E essa alegria continuou com
a crescente entrada de alunos na
academia. Também começaram a
surgir mais parceiros. “Entramos
no ano lectivo 2018/2019 com
um crescimento também, conti-
nuamos com aumento para 90
alunos inscritos com regularida-
de e mantivemos o número de
alunos nas actividades pontuais”.
A academia passou de um pro-
fessor para quatro professores, e
neste sentido, começaram a alar-
gar as suas actividades para as co-
munidades educativas. “Tivemos
parceria com a escola secundária
CULTURA
A Cesária Évora Academia de Artes (CEAA) começou as suas actividades em 2017, com sete alunos e
um professor. E hoje tem uma grande dinâmica de aulas e alunos de várias idades. A instituição é um
espaço de aprendizado, com aulas de canto coral, guitarra, violino, cordas clássicas, violoncelo, viola
e contrabaixo. Para saber mais sobre a academia que foi baptizada com o nome de Cesária Évora, o
Expresso das Ilhas esteve em conversa com a coordenadora Lígia Timas.
nego acinto, na rzea, na
Cidade da Praia, e com isso tive-
mos um grande flu o de alunos
desse liceu a frequentar naquela
altura a academa”.
“Também viemos a receber os
alunos da escola secundária de
Achada Grande Trás e tivemos
um grande flu o de alunos da-
quele estabelecimento de ensino
a frequentar durante aquele pe-
ríodo. Segundo disse, houve um
período em que a academia teve
alguma queda do número de alu-
nos, devido ao desaparecimento
de crianças, na Cidade da Praia,
mas que depois disso, as coisas
voltaram ao normal.
Neste momento, conta, há um
total de 107 alunos inscritos regu-
larmente na academia, nos cur-
sos que dão anualmente, e mais
84 alunos que recebem aula na
academia, mas é de uma parceria
entre o Ministério da Cultura e o
Ministério da Educação, através
da escola secundária Cesaltina
Ramos, na Praia, que é uma esco-
la técnica.
“Temos à volta de 150 alunos a
frequentar a academia neste ano
lectivo. Crescemos de facto em
número de alunos. Neste mo-
mento temos quatro professores,
sendo dois fi os e dois que são do
Ministério da Educação. Estamos
a fazer força neste momento par
que neste ano possamos abrir
parcerias internacionais para
conseguirmos ter mais professo-
res”, indica a coordenadora da
CEAA.
Aulas online
Lígia Timas sublinha que seria
interessante apostarem nas aulas
online, porque em Cabo Verde te-
mos poucos quadros nesta área,
“e o nosso maior desafio ter pes-
soas formadas na área das artes.
E pessoas formadas na área das
artes para ensino, com formação
de forma pedagogica e que te-
nham a competência para trans-
mitir aquele saber”.
“Ali entra aquilo que coloca-
mos como nosso objectivo e nos-
sa missão que é ter ofertas nas
áreas das artes de forma sistema-
tizada e estruturada ao longo do
ano, consistentes, na sua vertente
te rica, pr tica e tradicional, mas
um tradicional que podemos do-
cumentar, registar e pautar por-
que o nosso legado tradicional se
não registarmos e documentar-
mos como deve ser depois desa-
parece”, indica.
Sustentabilidade
Conforme a coordenadora da
AA, a academia financiada
pelo tesouro, pois ainda não tem
autonomia administrativa e fi-
nanceira. “Trabalhamos com o
gabinete do Ministro da Cultura,
já temos um centro do custo e
somos financiados pelo overno
e pelas mensalidades dos alu-
nos, que nos ajudam a manter as
despesas correntes. As despesas
corriqueiras conseguimos cobrir
com as mensalidades dos alunos”.
Em relação às ofertas, disse
que vão lançar cursos de guitarra,
canto coral e percurssão. “Neste
momento temos alunos de pia-
no, que é das modalidades mais
procuradas, mas como são aulas
individuais sempre há alguém na
lista de espera, para conseguir
alguma vaga. E temos dois pro-
fessores de piano. Temos aula
de guitarra, canto coral, violino e
cordas clássicas. Damos aulas de
violino, violoncelo, viola e contra-
bai o”.
quanto ao teatro e plicou
que é a modalidade que lança-
ram, mas não conseguiram alcan-
çar o n mero suficiente de alunos
para abrir uma turma, mas “es-
tamos a ver ainda para este ano
lectivo como é que podemos con-
tornar essa a de inscritos que ti-
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vemos, principalmente nas aulas
de dramatização”.
Para Lígia Timas é um sonho
da academia também ter ofer-
tas formativas junto dos par-
ceiros, para profissionalização.
“ izemos sempre que somos um
país de músicos e artistas, mas o
que nos falta é investir para que.
de facto, estarmos a pé de com-
petir e de estar junto com todos
os profissionais desta rea a nível
mundial”, declara.
Conforme avançou, o objectivo
para este ano começar a e pan-
dir, “se tivermos mais recursos
humanos e mais investimento va-
mos conseguir chegar lá”.
Projectos
Para este ano, Lígia Timas
anunciou que tem um “fervilhar”
de projectos. “Temos o projecto
com a Direcção-geral das Artes em
que queremos o ensino de dramati-
zação, para trabal ar nas comuni-
dades, temos o projecto de termos
aulas online, além da nossa activi-
dade de Verão que sempre temos,
e na área de cinema também temos
projectos. A formalizar nosso
maior projecto para este ano”.
A coordenadora da CEAA dis-
se que se conseguirem formalizar
e abrir para intercâmbio, com
parceiros a nível internacional
será uma bênção, porque é algo
que tanto almejam.
“É isso que é a nossa meta, mas
vamos continuar a lutar. Tivemos
e peri ncias fant sticas com
o rasil, com a niversidade
Federal do Rio Grande do Norte,
nas aulas online de cordas clássi-
cas, por isso que hoje consegui-
mos dar violino a nível de inician-
tes, violoncelo, viola e contrabai-
o”, assegura.
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 CIÊNCIA E TECNOLOGIA //21

Os cientistas
ignoraram os clitóris
durante anos. Agora,
descobriram um
mundo novo
Durante centenas de anos, os
cientistas assumiram que a maioria
dos animais não tinha um clítoris.

Google revela Bard, o rival do

ChatGPT para conversação
A Inteligência Artificial está a dar os primeiros passos e promete ser tão revolucionária que
nenhuma das grandes empresas da tecnologia quer ficar para trás.
A Google lançou esta segunda-feira
o seu próprio chatbot, semelhante ao
ChatGPT, chamado Bard, enquanto a
batalha para utilização da inteligência
artificial ( A) gan a predomin ncia.
Bard é a resposta do Google ao cres-
cente interesse em chatbots graças à po-
pularidade do ChatGPT, que capturou o
interesse dos utilizadores graças às suas
respostas de tipo humano e interface
f cil. ard e at P , representam um
potencial próximo passo na forma como
interagimos com a A e a tecnologia, al-
terando potencialmente tudo, desde a
pesquisa ao trabal o.
Bard baseia-se numa versão leve de
LaMDA que utiliza menos poder com-
putacional, permitindo-lhe escalar para
mais pessoas e fornecer feedback adicio-
nal, de acordo com um post no blog do
O undar Pic ai. sse feedbac , disse
Pichai, será fundamental para satisfazer
a “alta fasquia de qualidade, segurança e
fundamentação da informação no mun-
do real” da oogle. O objectivo não ren-
tabilizar Bard neste momento, de acordo
com um porta-voz da oogle. A empresa
não partilhou detalhes sobre anúncios
ou como o Bard poderá ser monetizado
no futuro. O porta-voz do oogle disse
que a empresa quer um ecossistema on-
line saudável e, à medida que desenvolve
ferramentas de A, o envio de tr fego de
pesquisa para criadores e editores de no-
tícias ser uma prioridade.
Assim como a Google, outros gigan-
tes da indústria estão a correr para tra-
zer ao mercado a sua própria ferramen-
ta de intelig ncia artificial.
Durante centenas de anos, os cientistas
assumiram que a maioria dos animais não
tinha um clítoris. Mas novas descobertas es-
tão a revelar como os órgãos sexuais femi-
ninos são tão interessantes e variados como
os masculinos.
As cobras fêmea têm, não um, mas dois
clitóris. Embora o clítoris tenha sido docu-
mentado em algumas espécies de lagartos,
incluindo osgas e lagartos-monitores, nunca
tinha sido estudado antes em cobras, pelo
que muitos cientistas assumiram que não
havia nenhum.
No entanto, conta o zap.aeiou.pt, uma in-
vestigação publicada em Dezembro de 2022
revelou que as cobras não têm uma, mas
duas, localizadas debaixo da cauda. Errado
como glândulas de cheiro durante muitos
anos, o clítoris existe em cobras, e é com-
posto por duas partes ligadas.
Uma vez que os cientistas o procuraram,
o clítoris (conhecido como hemiclitore em
cobras e lagartos) foi na realidade encontra-

Investigadores encontram primeiro berçário de tubarões na Boa Vista do em nove espécies de cobras, de quatro
famílias diferentes, incluindo a víbora can-
til, a víbora da morte e a pitão do tapete. É
constituída por tecido eréctil e terminações
Um estudo recente desenvolvido por investigadores portugueses e cabo-verdianos revelou a nervosas, o que indica que é mais do que
existência de uma zona berçário de tubarões na Baía de Sal-Rei, na ilha da Boa Vista, albergando apenas um pénis subdesenvolvido e prova-
velmente tem uma função reprodutiva.
juvenis de várias espécies ameaçadas, incluindo o icónico tubarão-martelo. Porque é que sabemos tão pouco sobre
clítoris? Ao longo dos anos a ciência foi do-
O estudo, desenvolvido no âmbito do tacou Rui Rosa, professor de Ciências da os tubarões, mas para a conservação de toda minada por homens, que não estavam tão
projecto de investigação denominado Universidade de Lisboa, e líder do estudo, uma diversidade de organismos marinhos interessados na anatomia feminina como es-
NGANDU, financiado pela Fundação para em nota de imprensa. altamente carismáticos e para o uso susten- tavam na anatomia masculina. E um pénis é
a Ciência e a Tecnologia e pela Rede Aga Conforme Rui Rosa, a relevância da re- tável dos recursos marinhos na região. mais óbvio do que um clítoris, o que facilita
Khan para o Desenvolvimento, indica ainda gião, que é também utilizada por mamífe- A equipa de investigadores portugueses o estudo.
tratar-se de uma região única no Atlântico. ros e tartarugas marinhas, é reconhecida e cabo-verdianos realçou ainda que todas Até recentemente, não era de todo so-
“A identificação e protecção de áreas pela comunidade local de pescadores. espécies evidenciadas, de acordo com a cialmente aceitável falar sobre o clítoris. Os
de berçário é crucial para a conservação Perante esta constatação, o investigador União Internacional para a Conservação da guias de caça às bruxas da Idade Média refe-
dos tubarões, um dos grupos de animais e líder do estudo, destaca que a protecção da Natureza, estão sob risco iminente de ex- riam-se a ele como a “mama do diabo” e afir-
mais ameaçados a nível mundial”, des- Baía de Sal-Rei será importante não só para tinção. mavam que apenas as bruxas tinham uma.
 22\\
A música de Ano Nobo em tocatina,
amigos e seguidores do mestre
Quantas foram as vezes
que o grupo de músicos abai-
xo referidos, ter-se-á sentado
nas soleiras das portas, no
meio dos verdes-sombra ou
até nos quintais das casas,
para juntos tocarem por en-
tre brisa fresca e notas soltas?
Muitas certamente.
Muitas certamente, tam-
bém terão sido as vezes que
as cordas destes fil os de
São Domingos se soltaram e
alegremente fizeram quem
estava perto aproximar-se,
sorrir, rir, sentar e dançar
sentado.
alo dos discípulos e fil os
de um dos nomes maiores da
São Domingos e da nossa mú-
sica – Ano Nobo.
Ano Nobo ou Fulgêncio da
Circuncisão Lopes Tavares
nasceu em São Domingos no
primeiro dia do ano de 1933,
90 anos. esde cedo foi
arrebatado pela música.
Deixou-se levar, fez-se mú-
sica e n s gan amos um dos
mais notáveis compositores
cabo-verdianos. Consta que
ter composto mais de 400
temas. Ficou célebre um “ca-
derno” onde, segundo o ami-
go Pascoal, eram registadas
as m sicas que compun a.
Foi intérprete de excelência
e teve a mestria de deixar o
legado da m sica aos fil os.
Na verdade, terá também
erdado a m sica do pai (que
erdou do av ), e que quando
morreu deixou alguns instru-
mentos, inclusive um violão
COFFEE BREAK
…provavelmente ainda com
a marca dos dedos dele nas
cordas para o fil o. alvez,
imagino eu, que por entre
o violão, as notas do cava-
quin o que aprendeu com o
pai, e as noites estreladas de
São Domingos, o pequenino
Fulgêncio dormisse embala-
do e son asse com o que viria
a ser realidade ter ficado na
nossa ist ria como compo-
sitor, instrumentista e umas
das figuras principais da m -
sica de Cabo Verde, pelo lega-
do que deixou em forma de
umilde e s bia partil a.
Mas se a paixão pela mú-
sica foi intensa e vivida, o
músico foi muito mais: um
todo que não quis guardar
nada com ele. Por isso, pas-
sou nas tocatinas e encon-
tros musicais a sua paixão e
amizade (tamb m musical)
aos amigos (como o nome de
referência da nossa cimboa –
Pascoal e certamente muitos
mais ). Ao falar com Pascoal,
o mesmo terá dito que “Ano
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Nobo era “mó fra- pertencer à música e não ao
du” - cultivava o dar. tempo. Ouvem-se explicações
Certamente por tal, dos temas nas conversas de
terá sido tão grande Pascoal, a imponência do rit-
na música…a música mo a solo do cavaquin o que
dar. Ali s, tal u- creio ter passado de mão em
mildade é bem espe- mão entre Fani e Afrikano,
l ada nos fil os que assim como talvez o tivessem
con eço mel or feito quando pequenos com
Afrikano e Fani. os brinquedos. Prestando
Na verdade, saí- bem atenção, ouve-se ainda
ram do colo do pai a tal verde brisa, o célebre
um grupo de mú- afinar dos instrumentos en-
sicos oje tamb m tre os temas e até estórias de
figuras de refer n- pessoas que passei a con ecer
cia do nosso pano- através do disco …por exem-
rama instrumental. plo, o Òmeta, qua não tendo
Entre eles Nono, gravado o disco, esteve lá…
Afrikano e Fani que “ e Ano obo uartet
…num dia igual ao e trings of ão omingos”,
das tardes de verde reúne tudo o que falei até
brisa, se juntaram a agora e está disponível em
Pascoal para gravar formato digital, CD e vinil, já
esta reserva de pai- à venda em Cabo Verde, nos
xão musical e alma, pontos de referência e repre-
que ficou guardado sentado e distribuído pela la-
nas fitas da edito- bel inSulada.
ra Norte-Amerina Fez furor no estrangeiro
“Ostinato”. quando saiu, sobretudo nos
A mesma recol eu qua- amantes da música onde a
se que em formato “field paixão dita as regras, traz
recording”, em mistura de lembranças, acelera os senti-
conversa entre os músicos mentos e tudo passa a ser mo-
e a tocatina, numa elevada mento – cantado e contado,
produção da Ostinato – mo- porém não contável…
mentos nicos que fizeram o Deixe-se assim levar por
lbum de oje refer ncia do este “Ano Nobo Quartet”,
formato de um tempo onde para ouvir e reviver ou viajar
as tocatinas nos encantavam em tocatinas de temas liga-
… encantavam quem ouvia e dos a um dos nomes maiores
quem tocava e… juntos per- da nossa música…talvez um
diam-se no tempo, pois este pouco esquecido (reservando
deixava de pautar seja o que esta opinião exclusivamente
fosse. As oras passavam a para mim).
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 AGENDA //23

HORÓSCOPO preparar uma viagem, que as estrelas ilu-

minarão o seu son o.
AQUÁRIO
(20 de Janeiro/18 Fevereiro)
GÉMEOS
(21 Maio/21 Junho)
Não deve duvidar nem abandonar seus ob- necess rio aver mais f e acreditar nas
jectivos só porque as coisas não se desen- coisas e nos omens. assim poder avan-
volvem a seu gosto. Dispõe de inteligência çar e responder às suas ambições. Se não se
suficiente para colocar a fasquia onde bem perder em extravagâncias, poderá assumir
entender. Amor: é fria, mas leal, amigável posições de liderança, já que dispõe da ca-
e amável. pacidade necessária
tem que cultivar e desenvolver essa ener-
gia. telefones
BALANÇA
(23 Setembro/ 22 Outubro)
úteis
BOA VISTA
on ecer a resposta adequada uma for- Bombeiros 2511141 | Hopital 2511167
ma de demonstrar seus con ecimentos e Polícia 2511132
de libertar-se de certos complexos de infe-
rioridade de âmbito intelectual. Como se BRAVA
consegue isso: lendo, não só os astros como Bombeiros 2851313 | Hospital 2851130
também livros e jornais. Polícia 2851132

PEIXES
(19 Fevereiro/20 Março)
Antes do mais: os esquecimentos e as dis-
tracções são uma grande ameaça para os
seus assuntos. Deve do mesmo modo con-
trolar a intuição quando bule com a sua
capacidade. Vida sentimental: aspectos que
actuam sobre a afectividade e determinam
FOGO
CARANGUEJO ESCORPIÃO
Mosteiros
(22Junho/22Julho) (23 Outubro/21 Novembro) Bombeiros 2831038 | Hospital 2831034
Polícia 2831073
Atenção à tendência de planear e viver aci- dificuldades que interferem no desen-
ma das suas possibilidades. ue ten a am- volvimento dos seus temas e que podem São Filipe
bições exageradas é uma coisa, agora ultra- bloquear seu futuro. Esteja atento e desco- Bombeiros 2811313 | Hospital 2811130
passar seus limites pode trazer-l e proble- brirá onde ela se instalou: descobrirá infor- Polícia 2811132
mas que depois poderá não estar à altura de mações preciosas que serão úteis para seus
os resolver. onten a-se. propósitos. MAIO

toda a quadra carnavalesca. Bombeiros 2551335 | Hospital 2551130

LEÃO SAGITÁRIO Polícia 2551132

CARNEIRO (23 Julho/ 22 Agosto) (22 Novembro/21 Dezembro) SAL

(21 Março/19 Abril)
Embora passageiros, os contactos astrais
têm má reputação e podem privar o nati-
vo do seu bom discernimento para actuar
correctamente. abilidade manual que
pode ser utilizada profissionalmente, mas
necessários novos temas sérios e práticos.
Dá a sensação de que se encontra num com-
passo de espera, sem se poder decidir qual
dos dois camin os leva a mel or porto.
seguir a sua intuição, a qual influenciada
pelos astros antes de passar pelo crivo da
análise mental.
VIRGEM
Bombeiros 2411131 | Hospital 2421130
O seu mapa astral produz frequentemente o Polícia 2421132
tipo de pessoa pretensiosa, que idealiza pla-
nos ilusórios e pouco práticos. Positivo: adap- SANTIAGO
ta-se facilmente a qualquer tipo de situação, Calheta
retirando-l e o mel or proveito e felicidade. Bombeiros 2731132 | Hospital 2731130
Praia
CAPRICÓRNIO
(22 Dezembro/ 19 Janeiro)
Bombeiros 133

TOURO (23 Agosto/22 Setembro)

(20 Abril/20 Maio)
Aspectos que em nada favorecem os senti-
mentos pessoais. Portanto não é bom mo-
mento para se comprometer, nem contrair
responsabilidades. Pode ir pensando em
Força protectora que satisfaz tanto o dese-
jo de amor como o de permanecer jovem.
Energia positiva que favorece sentimentos
de confiança e segurança, al m de determi-
nar a sua forma de se comportar. Você só
Hospital 130
Polícia 132
estacam-se possibilidades na rea finan-
ceira, aumentando sua capacidade para Santa Catarina
acumular riqueza. Vida sentimental: às ve- Bombeiros 2651307 | Hospital 2651130
zes mostra-se exigente e solicita dos outros Polícia 2651132
mais do que se l e pode dar. Atenção s
pessoas de reputação duvidosa. São Domingos
Bombeiros 2681240 | Hospital 2681130

FARMÁCIAS DE SERVIÇO Santa Cruz

Bombeiros 2691313 | Hospital 2691330

Praia São Vicente Polícia 2691332

08/02 Farmácia Central
09/02 Farmácia Ach. Sto. António
10/02 Farmácia Africana
11/02 Farmácia Avenida
12/02 Farmácia Sta Isabel
13/02 Farmácia Ach. S. Filipe
14/02 Farmácia Universal
08/02 Farmácia Jovem
09/02 Farmácia Mindelo
10/02 Farmácia Avenida
11/02 Farmácia Leão
12/02 Farmácia Nena Tarrafal
13/02 Farmácia Higiene Bombeiros 2661155 | Hospital 2661130
14/02 Farmácia Jovem Polícia 2661132
SANTO ANTÃO
Paul
Hospital 2231130 | Polícia 2231292

Ponta do Sol
Hospital 2251130 | Polícia 2251132

Porto Novo
Bombeiros 2221223 | Hospital 2221130
Polícia 2221132

Ribeira Grande
Hospital 2251130 | Polícia 2251132

SÃO NICOLAU
//Sudoku

Bombeiros 2361162 | Hospital 2351130

Polícia 2351132

SÃO VICENTE
Bombeiros 2325231 | Hospital 2327355
Polícia 2314631
Pub.
 //2 CLASSIFICADOS
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJECTOS ESPECIAIS
REPUBLIC OF CABO VERDE
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E FOMENTO EMPRESARIAL
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJETOS ESPECIAIS
REQUEST FOR EXPRESSIONS OF INTEREST
(CONSULTING SERVICES – FIRMS SELECTION)
COUNTRY: CABO VERDE
PROJECT: Cabo Verde Renewable Energy and Improved Utility Performance
PROJECT ID Nº: P170236
Notice Number: EOI – 012-REIUP-UGPE
Date: February 06, 2023
Assignment Title: Technical Assistance to support the National Utility Regulator, ARME, (Agencia Reguladora Multisectorial da Economia) to implement its tariff
methodology trough the cost of service study focused on tariff categorization.
1. The Government of Cabo Verde has received a financing for equivalent from the
World Bank toward the cost of the Cabo Verde Renewable Energy and Improved
Utility Performance Project, and it intends to apply part of the proceeds for
consulting services. The objective of the Project is to increase renewable energy
generation and improve the performance of the electricity utility in Cabo Verde
by leveraging private finance. The UGPE intends to apply part of the proceed for
consulting services: Technical Assistance to support the National Utility Regulator,
ARME, (Agencia Reguladora Multisectorial da Economia) to implement its tariff
methodology trough the cost of service study focused on tariff categorization.
2. The consulting Services (“the Services”) refers to recruitment of a Consulting
Service (a firm) to support the National Utility Regulator, ARME, to implement its
tariff methodology trough the cost of service study focused on tariff categorization.
The scope of work is to determine the Cost of Service for each activity (Generation/
Acquisition, Transmission and Distribution/Sale segments of electricity) applying
the tariff methodology approved by ARME. The assignment is expected to be
fully executed during a 6 month period. All work must be completed within this
timeframe.
3. The detailed Terms of Reference (TOR) for the assignment shall be requested to the
address e-mail given below, from 8 a.m. until 16 p.m. (local time), during the working
day or can be found published at the following link: https://backend-ugpe.gov.cv/
wp-content/uploads/2023/02/TDR-Technical-Assistance-ARME_Rev_20.12.2022.
pdf
4. The implementing agency Unidade de Gestão de Projectos Especias (UGPE), now
invites eligible Consulting firms (“Consultant”) to express their interest in providing
this service. Interested Consultants must provide information demonstrating that
they are required qualification and relevant experience to perform the services.
Relevant material must not exceed 30 pages overall.
5. The Selection Criteria are:
• Core business and years in the related business;
• Relevant Consultant’s experience for this assignment
• Experience with similar assignment in archipelagic nations will be considered
an asset;
• Technical and managerial organization of the firm;
6. Key Experts will not be evaluated at this stage.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
7. The attention of interested Consultants is drawn to Section III, paragraphs, 3.14,
3.16, and 3.17 of the World Bank’s “Procurement Regulations for IPF Borrowers”,
dated July 2016 and revised in November 2020(“Procurement Regulations”), setting
forth the World Bank’s policy on conflict of interest.
8. Consultants may associate with other firms to enhance their qualifications but
should indicate clearly in the letter of submission of EOI whether the association is
in the form of a joint venture or as sub-consultancy. In the case of a joint venture,
all the partners in the joint venture shall be jointly and severally liable for the entire
contract, if selected.
9. A Consultant will be selected in accordance with the Consultant Qualification
Selection (CQS) method set out in the World Bank’s “Procurement Regulations for
IPF Borrowers”, dated July 2016 and revised in November 2020.
10. Interested Consultants may obtain further information at the emails address below
from 8 a.m. until 16 p.m. (local time), during working days.
Email: Irenalina.b.vicente@mf.gov.cv Daniel.Santos@mf.gov.cv
11. The Expressions of Interest must be delivered within the deadline with the
mention “ Refª EOI – 012-REIUP-UGPE - Technical Assistance to support ARME,
to implement its tariff methodology trough the cost of service study focused on
tariff categorization”:
I) by e-mail below: Nuno.Gomes@mf.gov.cv Irenalina.b.vicente@mf.gov.cv
Daniel.Santos@mf.gov.cv
or
II) in sealed/closed identified envelop in the address below:
Unidade de Gestão de Projetos Especiais
Ministério das Finanças
Attn: Nuno Gomes – UGPE Coordinator
Av. China, Edifício Tribunal Constitucional, 3º Andar
Chã d´Areia - Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P.nº 145, Republica de Cabo Verde
12. The deadline for delivery the expressions of interest is February 23, 2023.
13. The UGPE reserves the right to annul the tender process at any time prior to Contract
Award, without thereby incurring any liability.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023 CLASSIFICADOS //3

UNIDADE DE GESTÃO DE PROJECTOS ESPECIAIS

REPUBLIC OF CABO VERDE

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJETOS ESPECIAIS

REQUEST FOR EXPRESSIONS OF INTEREST

(CONSULTING SERVICES – FIRMS SELECTION)

COUNTRY: CABO VERDE

PROJECT: Resilient Tourism and Blue Economy Development in Cabo Verde Project
PROJECT ID No.: P176981
Credit Nº: IDA - 71260

Date: February 6, 2023

Notice Number: EOI - 018-RTBED-UGPE-2023

Assignment Title: TA to ITCV on Destination Online Communication/Marketing

1. The Government of the Republic of Cabo Verde has received from the International
Development Association – IDA/ World Bank (hereafter named “World Bank”), a
Credit (hereinafter called “Credit”) toward the costs of the Resilient Tourism and
Blue Economy Development in Cabo Verde Project and intends to apply part of the
proceeds for consulting services. The objective of the Project is to increase diversity
and resiliency in the tourism offering and SME participation in tourism-related value
chains in targeted destinations.
6. Key Experts will not be evaluated at the shortlisting stage.
7. The attention of interested firms is drawn to Section III, paragraphs, 3.14, 3.16,
and 3.17 of the World Bank’s “Procurement Regulations for IPF Borrowers”, dated
July 2016 and revised in November 2017 and August 2018 and November 2020
(“Procurement Regulations”), setting forth the World Bank’s policy on conflict of
interest published on the World Bank website..

2. The objective of this Consulting Services (“the Services”) –is to assist ITCV in the
process of boosting its digital and online communication of the tourist destination -
Cape Verde. In increasing awareness and understanding of the destination, as well as
promoting the image of Cabo Verde’s tourism, by putting an emphasis on an online
advertising model, particularly in improving interaction with tourists, both through
the social network and from the website Turismo de Cabo Verde: Esperamos por si!
| Página Oficial (visit-caboverde.com), SEM (Search Engine Marketing), SEA (Search
Engine Advertisement) and SEO (Search Engine Optimization), as well as for the
community management of the new profiles in social networks. The assignment is
expected to take about ten (10) months.
3. The detailed Terms of Reference (TOR) for the assignment shall be requested at
the address e-mail given below, from 8 a.m. until 16 p.m. (local time), during the
working day or download through the website https://ugpe.gov.cv/concursos e
https://www.mf.gov.cv/
4. The UGPE now invites eligible consulting firms (“Consultants”) to indicate their
interest in providing the Services. Interested Consultants should provide information
demonstrating that they have the required qualifications and relevant experience
to perform the Services. (Relevant material must not exceed 30 pages overall)
5. The shortlisting criteria are:
• Core business and years in the related business;
• Relevant experience for this assignment;
• Specific experience in countries with similar conditions or context of Cabo Verde;
• Technical and managerial capacity of the firms
8. Consultants may associate with other firms to enhance their qualifications but
should indicate clearly whether the association is in the form of a joint venture
and/or a sub-consultancy. In the case of a joint venture, all the partners in the joint
venture shall be jointly and severally liable for the entire contract, if selected.
9. A consultant will be selected in accordance with the Consultant Qualification
Selection (CQS) method set out in the World Bank’s “Procurement Regulations for
IPF Borrowers”, dated July 2016 and revised in November 2017, August 2018 and
November 2020.
10. Interested Consultants may obtain further information at the emails address below
from 8 a.m. until 16 p.m. (local time), during working days.
Email: Madelene.David@mf.gov.cv; Aguinaldo.marcal@mf.gov.cv
Cc: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
11. Expressions of interest in the English must be delivered in a written form to the
address below, or by e-mail the email address above (paragraph 10) indicated by
February 20, 2023.
Unidade de Gestão de Projetos Especiais
Ministério das Finanças
Attn: Nuno Gomes – UGPE Coordinator
Av. China, Edifício Tribunal Constitucional, 3º Andar
Chã d´Areia - Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P.nº 145, Republica de Cabo Verde
Tel: + 238 - 261 7584/261-6198
Email: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
CC: Madelene.David@mf.gov.cv; Aguinaldo.Marcal@mf.gov.cv
 //4 CLASSIFICADOS
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJECTOS ESPECIAIS
PROJECTO CAPITAL HUMANO
REPÚBLICA DE CABO VERDE
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
SOLICITAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
País: REPUBLICA DE CABO VERDE
Projecto: CAPITAL HUMANO
Projecto ID Nº: P175828
Data: 8 de fevereiro de 2023
Referencia: EOI – 023/HCP/UGPE/2023
RECRUTAMENTO DE UM(A) ASSISTENTE (A) PARA A ÁREA SOCIAL/PROTEÇÃO SOCIAL, DA COMPONENTE 3 DO PROJETO CAPITAL HUMANO
1. O Governo da República de Cabo Verde negociou um financiamento no valor de 26 milhões de
dólares americanos da Associação Internacional de Desenvolvimento (Banco Mundial) para
financiar o projeto Capital Humano (Cabo Verde Human Capital Project). Este projeto tem
como objetivo melhorar o acesso a serviços básicos e formação relevante para o mercado de
trabalho em Cabo Verde.
2. O Governo pretende aplicar parte dos recursos para o recrutamento de um (a) assistente
social/proteção social relativamente à componente 3 do Projecto Capital Humano.
3. Informações detalhadas são fornecidas nos Termos de referência que podem ser solicitados
através dos endereços de correios eletrónicos abaixo indicado (ver ponto 8), ou consultado
no endereço do escritório durante o horário normal de funcionamento, ou ainda através dos
websites: https://ugpe.gov.cv e www.mf.gov.cv .
4. A UGPE convida os interessados elegíveis e qualificados a apresentarem a sua candidatura
para o cargo de assistente social, fornecendo dados e informações que confirmem a sua
experiência e capacidade técnica necessária para desempenhar o referido cargo. Os
interessados devem submeter obrigatoriamente os seguintes documentos: (i) uma carta
de manifestação de interesse assinada, (ii) Curriculum Vitae atualizado com a descrição de
atribuições semelhantes, experiências, e referências de contactos em funções semelhantes
são necessárias, (iii) documentos e informação comprovativos da titularidade dos requisitos/
critérios exigidos para cargo.
5. O (a) assistente social/proteção social deverá ter o seguinte perfil:
a) Ter licenciatura em Serviço Social, Sociologia, Gestão ou áreas afins;
b) Experiência de trabalho mínima de 05 (cinco) anos na área social, particularmente, na
implementação de políticas públicas no setor proteção Social, Inclusão Social, Formação
Profissional, Habitação e programas de apoio às famílias;
c) Experiência no acompanhamento ou avaliação de políticas públicas, projetos ou
programas de cooperação para o desenvolvimento;
d) Pelo menos 05 (cinco) anos de experiência em planificação, elaboração de documentos
e coordenação de equipas de trabalhos;
e) Conhecimento de procedimentos de implementação de projetos financiados pelo
Banco Mundial será uma mais valia;
f) Domínio da língua cabo-verdiana e Portuguesa (falada e escrita) e fluência da língua
inglesa (falado e escrito);
g) Domínio de ferramentas do Microsoft office (sobretudo Excel);
h) Experiência de trabalho a nível municipal ou comunitário será valorizado;
i) Disponibilidade para trabalhar fora no horário normal, laboral;
j) Disponibilidade para deslocação para os municípios do país;
k) Capacidade para trabalhar num contexto multissectorial, sob pressão e comunicar
eficazmente com especialistas de outros domínios.
l) Excelente capacidade de relacionamento interpessoal e trabalho em equipa;
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
m) Autonomia, iniciativa, dinamismo e orientação para resultados;
n) Disponibilidade imediata (mínimo 1 mês).
6. Os concorrentes devem ter em atenção os parágrafos 3.14, 3.16 e 3.23, do Regulamento de
Aquisições para Mutuários de Operações de Financiamento de Projetos de Investimento,
novembro de 2020, estabelecendo a política do Banco Mundial sobre conflito de interesses
e elegibilidade.
7. O candidato individual será selecionado em conformidade com os procedimentos
especificados nas diretrizes do Banco Mundial Regulamento de Aquisições para mutuários
de operações de financiamento de Projetos de Investimento, novembro de 2020 e de
acordo com a modalidade de seleção de individuais (IC).
8. Os interessados poderão obter informações adicionais sobre o concurso através dos
endereços de correio eletrónico indicados abaixo durante o horário normal de trabalho,
das 08:00 às 16:00 horas.
Correio Eletrónico: Madelene.David@mf.gov.cv ; Sandra.Lima@mf.gov.cv
C/c: MClarisse.Silva@mf.gov.cv
9. A manifestação de interesse deve ser apresentada na língua portuguesa.
10. Método de seleção
A seleção do(a) candidato(a) para exercer a função será em duas fases:
• Primeira Fase – Avaliação Curricular - 80%
• Segunda Fase - Entrevista – 20%
Apenas os 3 primeiros classificados serão convidados para entrevista.
11. O prazo para entrega das manifestações de Interesse, é até o dia 24 de fevereiro de 2023,
as 17:00 (horas de Cabo Verde).
12. As manifestações de interesse submetidas após o prazo estabelecido no ponto 11 não
serão consideradas.
13. As manifestações de interesse podem ser entregues pelos (i) correios eletrónicos acima
indicados ou (ii) envelope fechado e identificado no endereço abaixo indicado:
Unidade de Gestão de Projeto Especiais (UGPE) | Ministério das Finanças do Fomento
Empresarial
Att.: Nuno Gomes – Coordenador UGPE
Avenida China, Prédio Tribunal Constitucional, 3º andar,
Chã de Areia, Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P.nº 145, Republica de Cabo Verde
14. A UGPE reserva-se o direito de não selecionar qualquer candidato, caso não sejam satisfeitas
as condições requeridas.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
UNIDADE
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJE DE GESTÃO DE PROJETOS ESPECIAIS
SOLICITAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
(Consultor Individual)
PAÍS: CABO VERDE
PROJETO: Harmonização e Melhoria das Estatísticas na África Ocidental
PROJETO ID No. P169265
CRÉDITO Nº IDA-65740
Ref: EOI – 053/UGPE/HISWA/2023
Data: 06 de fevereiro de 2023
Assunto: Recrutamento de 1 (um) Demografo.
1. A República de Cabo Verde solicitou ao Banco Mundial um empréstimo de US $
15 milhões para financiar o projeto Harmonização e Melhoria das Estatísticas na
África Ocidental. O projeto tem como objetivo reforçar o sistema estatístico dos
países participantes e dos organismos regionais em África para produzir, divulgar e
melhorar a utilização das principais estatísticas económicas e sociais.
2. O Governo pretende aplicar parte dos recursos para recrutamento de 1 (um)
Demografo. O técnico será contratado em regime de prestação de serviço, por
período de seis meses, com possibilidade de renovação por igual período, até 31 de
dezembro de 2025.
3. O local de trabalho será nas instalações do Instituto Nacional de Estatística, entidade
beneficiária do projeto, sita na Cidade da Praia – Ilha Santiago.
4. Informações detalhadas são fornecidas nos Termos de Referência que pode ser
solicitado através dos endereços de correios eletrónicos abaixo indicados, ou
consultado no site do Ministério das Finanças, https://www.mf.gov.cv/ ou no Site
da Unidade de Gestão de Projetos Especiais, https://ugpe.gov.cv/.
5. A UGPE convida os candidatos elegíveis e qualificados a apresentarem a sua
candidatura, fornecendo dados e informações que confirmem a sua experiência
e capacidade técnica necessária para desempenhar cargo. Uma Carta de
Manifestação de Interesse e Curriculum Vitae atualizado, no modelo europass,
indicando a descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de
contactos em funções semelhantes são exigidas.
6. Os critérios de seleção são os seguintes:
• Ter nacionalidade cabo-verdiana ou estrangeiro a residir legalmente no país;
• Formação superior (licenciatura, mestrado ou doutoramento) em Estatística ou
áreas afins;
• Experiência profissional comprovada, mínima de 3 anos, na área acima referida;
• Experiência comprovada na utilização dos softwares SPSS, STATA ou R;
• Fluência na língua portuguesa tanto falada como escrita;
• Fluência em Francês ou Inglês tanto falada como escrita
• Domínio de Pacote Office;
• Valência relevante nas Projeções /Perspetivas demográficas;
• Disponibilidade total e imediata;
• Ágil e dinâmico no desenvolvimento de atividades;
• Facilidade para trabalhar em equipe;
• Facilidade de relacionamento interpessoal;
• Comprometido e organizado.
CLASSIFICADOS //5
7. Os candidatos devem ter em atenção os parágrafos 3.14, 3.16 e 3.23, do
Regulamento de Aquisições para Mutuários de Operações de Financiamento de
Projetos de Investimento, julho 2016 e revistos em novembro de 2017, agosto de
2018 e novembro de 2020 (“Regulamento de Aquisições”), estabelecendo a política
do Banco Mundial sobre conflito de interesses e elegibilidade.
8. Os candidatos serão selecionados em conformidade com os procedimentos
especificados nas diretrizes do Banco Mundial Regulamento de Aquisições para
mutuários de operações de financiamento de Projetos de Investimento, julho 2016
e revistos em novembro de 2017, agosto de 2018 e novembro de 2020 e de acordo
com a modalidade de seleção de Consultores Individuais (ICS).
9. A Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) reserva o direito de não selecionar
qualquer técnico, caso não sejam satisfeitas as condições requeridas.
10. Os interessados poderão obter informações adicionais e esclarecimentos sobre o
concurso, somente por escrito, através dos endereços de correio eletrónico abaixo
indicados (copiar para todos os endereços indicados), durante o horário normal de
trabalho, das 08:00 às 16:00 horas.
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
11. Os candidatos devem submeter obrigatoriamente os seguintes documentos: uma
carta de manifestação de interesse assinada, Curriculum Vitae atualizado com a
descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de contactos em
funções semelhantes são necessárias. Documentos e informação comprovativos da
titularidade dos requisitos/critérios exigidos para cargo.
12. As Manifestações de Interesses devem ser entregue por escrito e em língua
portuguesa, no endereço abaixo indicado (envelope fechado) ou pelo correio
eletrónico abaixo indicado, até o dia 21 de fevereiro de 2023, até as 17:00 (horas
de Cabo Verde).
Unidade de Gestão de Projetos Especiais
Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial
Attn: Nuno Gomes – UGPE Coordenador
Av. China, Edifício Tribunal Constitucional, 3º Andar
Chã d´Areia - Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P.nº 145, Republica de Cabo Verde
Tel: + 238 - 261 7584/261-6198
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
 //6 CLASSIFICADOS
UNIDADE DE GESTÃO UNIDADE
DE PROJE DE GESTÃO DE PROJETOS ESPECIAIS
SOLICITAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
(Consultor Individual)
PAÍS: CABO VERDE
PROJETO: Harmonização e Melhoria das Estatísticas em África Ocidental
PROJETO ID No. P169265
CRÉDITO Nº IDA-65740
Ref: EOI – 054/UGPE/HISWA/2023
Data: 6 de fevereiro de 2023
Assunto: Recrutamento de 3 (três) Técnicos Estatístico.
1. A República de Cabo Verde solicitou ao Banco Mundial um empréstimo de US $
15 milhões para financiar o projeto Harmonização e Melhoria das Estatísticas em
África Ocidental. O projeto tem como objetivo reforçar o sistema estatístico dos
países participantes e dos organismos regionais em África para produzir, divulgar e
melhorar a utilização das principais estatísticas económicas e sociais.
2. O Governo pretende aplicar parte dos recursos para recrutamento de 3 (três)
técnicos superiores formados na área de Estatística. Os técnicos serão contratados
em regime de prestação de serviço, por período de 6 (seis) meses, com possibilidade
de renovação por igual período, até 31 de dezembro de 2025.
3. O local de trabalho será nas instalações do Instituto Nacional de Estatística, entidade
beneficiária do projeto, sita na Cidade da Praia – Ilha Santiago.
4. Informações detalhadas são fornecidas nos Termos de Referência que pode ser
solicitado através dos endereços de correios eletrónicos abaixo indicados, ou
consultado no site do Ministério das Finanças, https://www.mf.gov.cv/ ou no Site
da Unidade de Gestão de Projetos Especiais, https://ugpe.gov.cv/.
5. A UGPE convida os candidatos elegíveis e qualificados a apresentarem a sua
candidatura, fornecendo dados e informações que confirmem a sua experiência
e capacidade técnica necessária para desempenhar o cargo. Uma Carta de
Manifestação de Interesse e Curriculum Vitae atualizado, no modelo europass,
indicando a descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de
contactos em funções semelhantes são exigidas.
6. Os critérios de seleção são os seguintes:
• Ter nacionalidade cabo-verdiana ou estrangeiro a residir legalmente no país;
• Formação superior (licenciatura, mestrado ou doutoramento) em Estatística;
• Experiência profissional comprovada, mínima de 3 anos, em Estatística;
• Experiência comprovada na utilização e análise dos resultados extraídos dos
softwares estatísticos SPSS, STATA, R ou SAS;
• Capacidade de trabalhar e analisar grandes e diferentes conjuntos de dados;
• Fluência, tanto falada como escrita, em francês ou Inglês;
• Domínio de Pacote Office;
• Domínio de algum dos softwares SPSS, STATA ou R;
• Disponibilidade total e imediata
• Ágil e dinâmico no desenvolvimento de atividades;
• Facilidade para trabalhar em equipe;
• Facilidade de relacionamento interpessoal.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
7. Os candidatos devem ter em atenção os parágrafos 3.14, 3.16 e 3.23, do
Regulamento de Aquisições para Mutuários de Operações de Financiamento de
Projetos de Investimento, julho 2016 e revistos em novembro de 2017, agosto de
2018 e novembro de 2020 (“Regulamento de Aquisições”), estabelecendo a política
do Banco Mundial sobre conflito de interesses e elegibilidade.
8. Os candidatos serão selecionados em conformidade com os procedimentos
especificados nas diretrizes do Banco Mundial Regulamento de Aquisições para
mutuários de operações de financiamento de Projetos de Investimento, julho 2016
e revistos em novembro de 2017, agosto de 2018 e novembro de 2020 e de acordo
com a modalidade de seleção de Consultores Individuais (ICS).
9. A Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) reserva o direito de não
selecionar qualquer técnico, caso não sejam satisfeitas as condições requeridas.
10. Os interessados poderão obter informações adicionais e esclarecimentos sobre o
concurso, somente por escrito, através dos endereços de correio eletrónico abaixo
indicados (copiar para todos os endereços indicados), durante o horário normal de
trabalho, das 08:00 às 16:00 horas.
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
11. Os candidatos devem submeter obrigatoriamente os seguintes documentos: uma
carta de manifestação de interesse assinada, Curriculum Vitae atualizado com a
descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de contactos em
funções semelhantes são necessárias. Documentos e informação comprovativos da
titularidade dos requisitos/critérios exigidos para cargo.
12. As Manifestações de Interesses devem ser entregue por escrito e em língua
portuguesa, no endereço abaixo indicado (envelope fechado) ou pelo correio
eletrónico abaixo indicado, até o dia 21 de fevereiro de 2023, até as 17:00 (horas
de Cabo Verde).
Unidade de Gestão de Projetos Especiais
Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial
Attn: Nuno Gomes – UGPE Coordenador
Av. China, Edifício Tribunal Constitucional, 3º Andar
Chã d´Areia - Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P. nº 145, Republica de Cabo Verde
Tel: + 238 - 261 7584/261-6198
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
UNIDADE DE GESTÃO UNIDADE
DE PROJE DE GESTÃO DE PROJETOS ESPECIAIS
SOLICITAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
(Consultor Individual)
PAÍS: CABO VERDE
PROJETO: Harmonização e Melhoria das Estatísticas na África Ocidental
PROJETO ID No. P169265
CRÉDITO Nº IDA-65740
Ref: EOI – 055/UGPE/HISWA/2023
Data: 06 de fevereiro de 2023
Assunto: Recrutamento de 1 (um) Técnico em Economia e Gestão.
1. A República de Cabo Verde solicitou ao Banco Mundial um empréstimo de US $
15 milhões para financiar o projeto Harmonização e Melhoria das Estatísticas na
África Ocidental. O projeto tem como objetivo reforçar o sistema estatístico dos
países participantes e dos organismos regionais em África para produzir, divulgar e
melhorar a utilização das principais estatísticas económicas e sociais.
2. O Governo pretende aplicar parte dos recursos para recrutamento de 1 (um)
Técnico em Economia e Gestão. O técnico será contratado em regime de prestação
de serviço, por período de seis meses, com possibilidade de renovação por igual
período, até 31 de dezembro de 2025.
3. O local de trabalho será nas instalações do Instituto Nacional de Estatística, entidade
beneficiária do projeto, sita na Cidade da Praia – Ilha Santiago.
4. Informações detalhadas são fornecidas nos Termos de Referência que pode ser
solicitado através dos endereços de correios eletrónicos abaixo indicados, ou
consultado no site do Ministério das Finanças, https://www.mf.gov.cv/ ou no Site
da Unidade de Gestão de Projetos Especiais, https://ugpe.gov.cv/.
5. A UGPE convida os candidatos elegíveis e qualificados a apresentarem a sua
candidatura, fornecendo dados e informações que confirmem a sua experiência
e capacidade técnica necessária para desempenhar cargo. Uma Carta de
Manifestação de Interesse e Curriculum Vitae atualizado, no modelo europass,
indicando a descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de
contactos em funções semelhantes são exigidas.
6. Os critérios de seleção são os seguintes:
• Ter nacionalidade cabo-verdiana ou estrangeiro a residir legalmente no país;
• Formação superior (licenciatura, mestrado ou doutoramento) em Economia e
Gestão ou áreas afins;
• Experiência profissional comprovada, mínima de 3 anos, em gestão de projetos,
produção de relatórios ou das outras áreas requeridas;
• Experiência na utilização dos softwares gestão de projetos;
• Fluência, tanto falada como escrita, em francês ou Inglês;
• Domínio de Pacote Office;
• Disponibilidade total e imediata
• Ágil e dinâmico no desenvolvimento de atividades;
• Facilidade para trabalhar em equipe;
• Facilidade de relacionamento interpessoal;
• Comprometido e organizado.
CLASSIFICADOS //7
7. Os candidatos devem ter em atenção os parágrafos 3.14, 3.16 e 3.23, do
Regulamento de Aquisições para Mutuários de Operações de Financiamento de
Projetos de Investimento, julho 2016 e revistos em novembro de 2017, agosto de
2018 e novembro de 2020 (“Regulamento de Aquisições”), estabelecendo a política
do Banco Mundial sobre conflito de interesses e elegibilidade.
8. Os candidatos serão selecionados em conformidade com os procedimentos
especificados nas diretrizes do Banco Mundial Regulamento de Aquisições para
mutuários de operações de financiamento de Projetos de Investimento, julho 2016
e revistos em novembro de 2017, agosto de 2018 e novembro de 2020 e de acordo
com a modalidade de seleção de Consultores Individuais (ICS).
9. A Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) reserva o direito de não selecionar
qualquer técnico, caso não sejam satisfeitas as condições requeridas.
10. Os interessados poderão obter informações adicionais e esclarecimentos sobre o
concurso, somente por escrito, através dos endereços de correio eletrónico abaixo
indicados (copiar para todos os endereços indicados), durante o horário normal de
trabalho, das 08:00 às 16:00 horas.
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
11. Os candidatos devem submeter obrigatoriamente os seguintes documentos: uma
carta de manifestação de interesse assinada, Curriculum Vitae atualizado com a
descrição de atribuições semelhantes, experiência e referências de contactos em
funções semelhantes são necessárias. Documentos e informação comprovativos da
titularidade dos requisitos/critérios exigidos para cargo.
12. As Manifestações de Interesses devem ser entregue por escrito e em língua
portuguesa, no endereço abaixo indicado (envelope fechado) ou pelo correio
eletrónico abaixo indicado, até o dia 21 de fevereiro de 2023, até as 17:00 (horas
de Cabo Verde).
Unidade de Gestão de Projetos Especiais
Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial
Attn: Nuno Gomes – UGPE Coordenador
Av. China, Edifício Tribunal Constitucional, 3º Andar
Chã d´Areia - Cidade da Praia, Ilha de Santiago
C.P.nº 145, Republica de Cabo Verde
Tel: + 238 - 261 7584/261-6198
Correio Eletrónico: Ildo.a.Varela@mf.gov.cv; Madelene.David@mf.gov.cv;
Josel.Fernandes@mf.gov.cv
C/C: Nuno.Gomes@mf.gov.cv
 //8 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023

Anúncio

Honorine Sylva , herdeira de José da Silva, que era Natural da Ilha do Maio, falecido a 30 de novembro de 2015 em Senegal,
convoca os demais herdeiros e incertos, a fim de comparecerem ou de se fazerem representar por procurador devidamente
mandatado para o efeito, junto do escritório da CWV&ASSOCIADOS, Sociedade de Advogados, RL, sito em Achada Santo António,
Rua Uccla n.º9, Cidade da Praia, ilha de Santiago, no dia 03 de fevereiro do corrente ano , pelas 16 horas a fim efetuarem a
partilha do acervo hereditário, sob pena de frustrarem a partilha extrajudicial.

Cidade da Praia, 25 de janeiro de 2023

Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023 CLASSIFICADOS //9

ANÚNCIO

“ECOCENTRO TURÍSTICO RURAL – HOTEL SERRA NATURA”

ILHA DE SANTIAGO

A Direção Nacional do Ambiente torna público que no âmbito do Decreto – Lei Obs: Os comentários, questões ou outros contributos escritos poderão ser
27/2020, de 19 de março, que estabelece o regime jurídico de Avaliação de enviados para o seguinte contato eletrónico: rosiana.semedo@maa.gov.cv
Estudos de Impactes Ambientais dos projetos públicos ou privados suscetíveis
de produzirem efeitos no ambiente, no seu artigo 15º - participação pública,
encontra-se à disposição do público em geral o Estudo de Impacte Ambiental do Cidade da Praia, 25 de janeiro de 2023
projeto denominado “ ECOCENTRO TURÍSTICO RURAL – HOTEL SERRA NATURA”
– SERRA MALAGUETA - ILHA DE SANTIAGO do proponente TRANSPORTSERRA
& COMÉRCIO, SOCIEDADE UMIPESSOAL, LDA para conhecimento, consulta e
comentários dos interessados. O referido Estudo encontra-se dentro das horas
normais de expediente, de 17 de janeiro a 16 de fevereiro nos seguintes locais:

- www.maa.gov.cv;
- Direção Nacional do Ambiente – Localizado em Chã de Areia;
- Câmara Municipal de Santa Catarina;
- Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente em Santa Catarina;
//10 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
Comissão de Avaliação de Empresas da Construção e da Imobiliária (CAECI)
DELIBERAÇÃO Nº 0001/2022
Considerando que as empresas, a seguir indicadas, já não reúnem as condições
exigíveis para o acesso e permanência na atividade de construção, por não terem
cumprido com o determinado no artigo 14º do Decreto-Lei nº45/2010, de 11 de outubro,
a Comissão de Avaliação de Empresas da Construção e da Imobiliária (CAECI), reunida
na sua sessão ordinária de 1 de dezembro de 2022, deliberou, em conformidade com
o disposto no artigo 16º do referido diploma, cancelar as autorizações anteriormente
concedidas as essas empresas, pelo que não estão autorizadas a exercerem a atividade
de construção:
EASA – Energia, Águas Sistemas Automatização, Lda
EDILTER – Materiais e Componentes para Construção Civil, Sociedade
Unipessoal, Lda
VEPROJECTS – Fiscalização Obras, Lda
CONSTRUCIVIL – Construção Civil, Sociedade Unipessoal, Lda
Borges – Engenharia e Construções, Sociedade Unipessoal, Lda
EIA - Engenharia e Arquitetura, Sociedade Unipessoal, Lda
MTW Engenharia e Projectos, Sociedade Unipessoal, Lda
PROJEKTA, Arquitetura, Engenharia e Construção, Lda
Multi Construções, Lda
Da Paz Construções, Sociedade Unipessoal, Lda
STEE - Serviços Técnicos Engenharia e Energia
Eng-Fogo, Lda
Pico-Construção, Prestação de Serviço, Comércio Geral, Lda
CF Engenharia e Construção, Sociedade Unipessoal, Lda
Construções Ideal, Sociedade Unipessoal, Lda
INTEGRALSERV SRL - Sucursal Cabo Verde
FPS – Eletricidade, Climatização e Telecomunicações, S.A.
Construções Baessa, Sociedade Unipessoal, Lda
Teixeira e Tavares, Lda
HS - Engenharia e Construção, Sociedade Unipessoal, Lda
Semedo & Barros Construção e Imobiliária, Lda
Kula Doumbia da Cruz - Construções e Serviços, Lda
BEIJING LIUJIAN Construção Grupo Co, Lda – Sucursal
Davinci Construção de Cabo Verde, Lda
TCPI, S.A. – SUCURSAL
KRAFTANLAGEN ROMANIA, LDA - SUCURSAL
CLASSIFICADOS //11
Anúncio Público
“Contratação de uma empresa para realização de auditoria
externa às demonstrações financeiras”
Entidade Adjudicante: Federação Cabo-verdiana de Futebol, com sede
na Avenida Cidade de Lisboa, C.P n.º 234, Cidade da Praia, Santiago,
República de Cabo Verde, Telefone (+238) 260 08 47.
Órgão competente para a decisão de contratar: Comité Executivo da
Federação Cabo-verdiana de Futebol .
Responsável pela condução do procedimento: Secretário Geral da
Federação Cabo-verdiana de Futebol.
Objeto do concurso: Contratação de uma empresa para realização de
auditoria externa às demonstrações financeiras.
Local da execução do contrato: Os serviços desenvolver-se-ão na Sede
da Federação Cabo-verdiana de Futebol, sito Avenida Cidade de Lisboa,
C.P n.º 234, Cidade da Praia, Santiago, República de Cabo Verde,
Prazo de execução do contrato: O contrato tem a duração até à conclusão
dos serviços de auditoria externa às demonstrações financeiras do triênio
2022-2024.
Obtenção do caderno de encargos: O caderno de encargos relativo
ao presente concurso pode ser obtido através do endereço eletrónico:
www.fcf.cv, ou pelo e-mail dan.merkel@fcf.cv
Requisitos obrigatórios para a apresentação de propostas: Ser uma
empresa inscrita e autorizada como Sociedade de Auditores Certificados
pela Ordem Profissional dos Auditores e Contabilistas Certificados de
Cabo Verde (OPACC);
Não são admitidas: A apresentação de propostas variantes, pelo que,
cada concorrente só pode apresentar uma única proposta.
Modo de apresentação das proposta: A proposta deve ser devidamente
assinada pelo seu representante legal, através de correio registado à
Federação Cabo-verdiana de Futebol, Avenida Cidade de Lisboa C.P
nº 234 – Cidade da Praia, República de Cabo Verde, ou pelo e-mail
dan.merkel@fcf.cv
Data de apresentação da proposta: A proposta deve ser entregue até às
16h:00 (dezasseis horas) do dia 19 de fevereiro de 2023.
Data do envio do anúncio
Praia, 03 fevereiro de 2023.
//12 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023

CARE AND PROTECTION, TERMINATION OF PARENTAL RIGHTS,

SUMMONS BY PUBLICATION, DOCKET NUMBER: 23CP0005BK,
Trial Court of Massachusetts, Juvenile Court Department,
COMMONWEALTH OF MASSACHUSETTS, Plymouth County Juvenile
Court, 215 Main Street, Suite 270, Brockton, MA 02301. TO: Ivanisa
Mendes: A petition has been presented to This court by Christine
Pagan, seeking, as to the following child, Jennifer M Fernandes, that
said child be found in need of care and protection and committed to the
Department of Children and Families. The court may dispense the rights
of the person(s) named herein to receive notice of or to consent to any
legal proceeding affecting the adoption, custody, or guardianship or any
other disposition of the child named herein, if it finds that the child is in
need of care and protection and that the best interests of the child
would be served by said disposition. You are hereby ORDERED to
appear in this court, at the court address set forth above, on the
following date and time: 03/09/2023 at 09:00 AM Temporary
Custody Hearing. You may bring an attorney with you. If you have a
right to an attorney and if the court determines that you are indigent, the
court will appoint an attorney to represent you. If you fail to appear, the
court may proceed on that date and any date thereafter with a trial on
the merits of the petition and an adjudication of this matter. For further
information call the Office of the Clerk-Magistrate at 508-586-4030.
WITNESS: Hon. Kathryn A. White, FIRST JUSTICE, Nicole Donovan,
Clerk-Magistrate, DATE ISSUED: 01/31/2023
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023 CLASSIFICADOS //13

Mindelo, 7 de fevereiro de 2023

 //14 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023

ANÚNCIO DO CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2023

“Adaptando Planos Locais de Desenvolvimento Urbano Integrado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável por meio de Abordagens de
Múltiplas Partes Interessadas e Governança Múltipla” - C. N. º 2019/408-957 de ações externas

Financiado pela União Europeia

“EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO E REABILITAÇÃO DE QUATROCENTOS E CINQUENTA E SEIS (456) CASAS DE BANHOS NOS
SETE (7) BAIRROS DO MUNICÍPIO DA PRAIA (ALTO DA GLÓRIA, ACHADA GRANDE FRENTE, CASTELÃO, EUGÉNIO LIMA,
SAFENDE, SIMÃO RIBEIRO E TIRA CHAPÉU)”
1. Entidade Adjudicante: 5.Local da execução do contrato
Câmara Municipal da Praia
O local da execução da empreitada é no Município da Praia, nas localidades de Alto da
Glória, Achada Grande Frente, Castelão, Eugénio Lima, Safende, Simão Ribeiro e Tira
2. Entidade responsável pela condução do procedimento
Chapéu.
A Unidade de Gestão de Aquisições- UGA da Câmara Municipal da Praia
6.Prazo de execução do Contrato
3. Entidade Financiadora O prazo da execução do Contrato é de noventa dias (90) dias, a contar da data da
A execução da Empreitada de construção e reabilitação de quatrocentos e consignação da obra.
cinquenta e seis (456) Casas de Banhos nos sete (7) Bairros do Município da Praia
(Alto da Glória, Achada Grande Frente, Castelão, Achada Eugénio Lima, Safende, 7.Obtenção e custo dos documentos do concurso
Simão Ribeiro e Tira Chapéu)” é financiado pela União Europeia, no âmbito do
Os documentos do concurso, em língua Portuguesa, serão disponibilizados através do
projeto “Praia+inclusiva, Adaptando Planos Locais de Desenvolvimento Urbano
endereço via email: uga@cmp.gov.cv, entre as 08h00 e às 17h00, mediante o pagamento
Integrado aos Objetivos Sustentável por meio de Abordagens de Múltiplos Partes e
do montante de:
Governança Múltipla.
Lote 1 - 13.000,00 ECV (treze mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
4.Objeto do Concurso
Lote2 - 11.000,00 ECV (onze mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
O presente concurso tem por objeto a empreitada de obras públicas para a
construção e reabilitação de casas de banho, de acordo com as especificações Lote 3 - 10.000,00 ECV (dez mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
técnicas definidas no Programa do Concurso, Caderno de Encargos e agrupados Lote 4- 15.000,00 ECV (quinze mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
nos seguintes lotes:
Lote 5- 18.000,00 ECV (dezoito mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
Datas de Lote 6- 13.000,00 ECV (treze mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA;
Nº de WC Nº de WC
Lotes Bairro Total Visitas às
Reabilitação Construção Lote 7- 20.000,00 ECV (vinte mil escudos Cabo-verdiano) c/IVA.
obras
Lote 1 Alto da Glória 37 21 58 10/02/2023 7.1. Os montantes supra referidos é efetuados por meio de depósito na conta corrente
Achada a indicar pelo serviço financeiro da Câmara Municipal da Praia.
Lote 2 23 21 44 10/02/2023
Grande Frente
7.2. Para submissão das propostas cada concorrente terá de adquirir o dossier sob pena
Lote 3 Castelão 38 16 54 13/02/2023 de não admissão.
Achada
Lote 4 76 10 86 13/02/2023 8.Requisitos de admissão:
Eugénio Lima
Podem ser admitidas as empresas nacionais que não se encontrem em nenhuma
Lote 5 Safende 82 14 96 14/02/2023
das situações referidas no artigo 70º do Código da Contratação Pública e detentores
Lote 6 Simão Ribeiro 29 25 54 14/02/2023 de alvará de 1ª classe ou superior.
Lote 7 Tira-Chapéu 26 38 64 15/02/2023
Total 311 145 456 9.Modo de apresentação das propostas:
As propostas e todos os documentos que a acompanham devem ser submetidos
4.1. As empresas que não adquiriram os documentos do procedimento não podem de acordo com os requisitos definidos no Programa do Concurso e Caderno de
participar nas visitas às obras. Encargos.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023 CLASSIFICADOS //15

10.Divisão em lotes

Os concorrentes devem apresentar proposta por lote e não podem concorrer para
mais do que um lote.

11.Língua
RETIFICAÇÃO DO ANÚNCIO DO CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2023
As propostas bem como os documentos que as acompanham devem ser redigidas
em língua portuguesa, que será igualmente utilizada para as comunicações formais É retificado o anúncio do concurso nos seguintes termos:
de e para a Entidade Adjudicante.
4.Objeto do Concurso
12. Critério de adjudicação
4.1. Será realizada uma visita técnica aos locais da obra nas datas indicadas
A adjudicação será feita segundo o critério da proposta economicamente mais
vantajosa para a entidade adjudicante, de acordo com a metodologia de avaliação no anúncio do concurso. Para efeito de participação na referida visita, é
constante do Programa do Concurso. obrigatório que os interessados procedam da seguinte forma:

13. Entrega das Propostas • Comunicar à Entidade Adjudicante do presente Procedimento

As propostas deverão ser entregues uma cópia em suporte digital através do email:
uga@cmp.gov.cv, e também em suporte físico até às 16h do dia 9 de março, no
edifício técnico da CMP sito na Fazenda, Cidade da Praia.
14. Prazo de manutenção das propostas
Os concorrentes ficam vinculados à manutenção das propostas pelo prazo de 90
(noventa) dias a contar da data de abertura das mesmas.
15.Ato público
O ato público de abertura das propostas terá lugar na Câmara Municipal da Praia,
com a sede no Plateau, Praça Alexandre Albuquerque, nas seguintes datas:
-Lote 1; às 9 horas do dia 9 de março de 2023;
- Lote 2; às 14 h30mn do dia 9 de março de 2023;
- Lote 3; às 9 horas do dia 10 de março de 2023;
-Lote 4; às 14h30mn do dia 10 de março de 2023;
-Lote 5; às 9 horas do dia 13 de março de 2023;
-Lote 6; às 14h30mn do dia 13 de março de 2023;
-Lote 7; às 9 horas do dia 14 de março de 2023.
15.1 No referido ato público pode intervir todos os concorrentes e os representantes
dos concorrentes devidamente credenciados para o efeito. Deverão estar presentes
os 3 (três) membros do Júri e um representante do Procurador Geral da República.
16. Negociação
Não há lugar a negociação
17.Lei aplicável ao procedimento
O presente Procedimento é regulado pela legislação cabo-verdiana, incluindo
o Decreto-lei nº 50/2015, de 23 de setembro, que aprova o Regime Jurídico
dos Contratos Administrativos e a Lei n°- 88/VIII/2015, que aprova o Código da
Contratação Pública.
o seu interesse, por escrito e através do endereço eletrónico
cmp.uga@cmp.gov.cv, até 12h antes do dia da realização da
visita técnica;
• Indicar na sua comunicação de manifestação de interesse o nome
e a identificação dos participantes, bem como o número, não
superior a 2 (dois).
O incumprimento das exigências acima referidas implica na não permissão
de participação na visita técnica.
10.Divisão em lotes
Os concorrentes podem apresentar propostas em um ou mais Lotes.
Em caso de concorrerem para mais de 1 (um) Lote, os concorrentes devem
ter presente que é obrigatório que as propostas sejam materialmente
independentes, sem conexão entre elas, e serem submetidas
separadamente.
O não cumprimento desta condição implica a exclusão das propostas.
Não será adjudicado 2 (dois) ou mais lotes a um único concorrente.
Todavia, a Entidade Adjudicante reserva-se no direito de adjudicar 2 (dois)
Lotes a um único concorrente nas situações em que não haja concorrentes
suficientes que satisfaçam os requisitos do presente Procedimento para
adjudicação de um Lote por concorrente.
15.Ato público
O ato público de abertura das propostas terá lugar na Câmara Municipal
da Praia, com a sede no Plateau, Praça Alexandre Albuquerque, às 9 horas
do dia 10 de março de 2023.

Câmara Municipal da Praia, aos 06 de fevereiro 2023

Câmara Municipal da Praia, aos 02 de fevereiro 2023
//16 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023 CLASSIFICADOS //17

ANÚNCIO
A Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME) ao abrigo do n.º 4 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 50/2018 de 20 de setembro, torna público que pretende recrutar, em
regime de substituição, 1 (um) técnico (m/f), para exercer a função de Jurista, no Departamento Jurídico de Mediação e Apoio ao Consumidor.

1. Requisitos gerais: 5. Métodos de Seleção

a) Licenciatura em Direito, de preferência com Pós-Graduação ou Mestrado em
Direito Administrativo, Regulação e outras áreas afins;
b) Experiência Profissional comprovada no mínimo de 3 (três) anos;
c) Domínio da língua portuguesa (oral e escrita);
d) Bons conhecimentos da língua inglesa e francesa (oral e escrita);
e) Domínio das ferramentas de informáticas na ótica do utilizador;
2. Requisitos preferenciais:
A seleção compreende as 5 etapas seguintes, com caracter eliminatório:
a) 1ª etapa - Triagem curricular (caracter eliminatório)
• Triagem curricular detalhada, em conformidade com os requisitos acima
enunciados e avaliação.
b) 2ª etapa – Avaliação de conhecimento (caracter eliminatório)
• Avaliação de conhecimentos através de prova escrita e/ou entrevista
técnica;
• Avaliação dos níveis de proficiência em línguas (oral e/ou escrito).
c) 3ª etapa – Avaliação psicológica/comportamental (caracter eliminatório)

a) Conhecimento e experiência profissional na área de regulação; • Avaliação psicológica/comportamental individual mediante aplicação de
teste psicotécnicos; e/ou
b) Conhecimento e experiência profissional na área do Direito Administrativo (em • Realização de dinâmicas de grupos.
especial na área da regulação pública);
d) 4ª etapa – Entrevista individual (caracter eliminatório)
c) Conhecimento e experiência profissional na área da legística material e formal;
e) 5ª etapa – Entrevista final de validação de perfil
d) Disponibilidade imediata;
6. Condições contratuais:
e) Possuir boas referências.
A admissão será feita em regime de substituição, por um período de 1 (um) ano,
3. Competências-chave: podendo ser renovado por igual período, com remuneração de acordo com a tabela
em vigor na instituição e direito às regalias sociais em vigor na instituição.
a) Elevada capacidade de análise; 7. Prazo e local de entrega das candidaturas
b) Elevada capacidade de comunicação; As candidaturas deverão ser entregues até às 16h30 do dia 24 de fevereiro de 2023,
com os documentos abaixo indicados, através de umas das seguintes vias:
c) Elevado sentido de responsabilidade e rigor na execução das tarefas; • Em envelope fechado (com indicação do posto a concorrer) para a ARME,
sito na Avenida da China (prédio do Cartório), 5º andar, Chã d’Areia, CP nº
d) Integridade e Compromisso; 892; ou
• Através do correio eletrónico recrutamentojurista@arme.cv.
e) Facilidade de relacionamento interpessoal e de cooperação;
Documentos necessários:
f) Orientação para resultados e para a qualidade; 1. A candidatura á vaga de jurista deve conter obrigatoriamente os seguintes
documentos:
g) Espírito de equipa.
a) Carta de candidatura;
4. Principais atribuições: b) Curriculum Vitae detalhado;
a) Assegurar a assessoria jurídica aos órgãos e unidades orgânicas da ARME; c) Fotocópia do Certificado de Habilitações Literárias;
b) Participar na elaboração e atualização de regulamentos internos, manuais, d) Fotocópia do Certificado de Equivalência (quando aplicável);
políticas, relativos as áreas de intervenção da ARME; e) Fotocópia do documento de identificação (BI/CNI ou outro);
c) Participar na elaboração de propostas de atos legislativos e normativos f) Comprovativo(s) de experiência profissional;
relativos ao setor da ARME no âmbito da assessoria ao Governo;
g) Referência do contacto (email, telefone fixo e telemóvel);
d) Acompanhar os processos de contencioso administrativo e judicial da ARME; h) Registo Criminal atualizado *;
e) Instruir processos no âmbito da aplicação do regime sancionatório da ARME; i) Atestado médico *;
j) Outros documentos que entender necessário.
f) Apoiar os serviços de regulação na formulação de respostas às questões de
natureza jurídica que são colocadas à ARME por entidades externas; 2. Os documentos indicados nas alíneas h) e i) do n.º 1 são solicitados
unicamente aos candidatos admitidos ao concurso, devendo ser entregues
g) Identificar e atualizar regras de regulação a serem cumpridas pelos operadores após a publicação da lista definitiva dos candidatos admitidos e excluídos.
nos mercados regulados e supervisionar o seu cumprimento; 3. O concurso é valido por 1 (um) ano e reger-se-á pelos requisitos estabelecidos
neste anúncio
h) Suportar juridicamente a atividade de apoio ao consumidor, quer no âmbito
da informação jurídica relacionada com os regulamentos, quer no âmbito 8. Outros
da análise e tratamento das reclamações, quer no âmbito da resolução A ARME reversa-se no direito de não contratar nenhum candidato, caso não reúnam
extrajudicial de conflitos; as condições e perfil requeridos.

i) O que mais resultar dos Estatutos, regulamentos internos, instrumentos de Mais se informa que serão contactados somente os candidatos selecionados para a
etapa seguinte.
gestão e diretivas superiormente definidas pelos órgãos competentes da
ARME. A ARME não se responsabiliza pelas candidaturas entregues fora do prazo.
//18 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
ANÚNCIO PROCEDIMENTO Nº 02/2023_IMS_ME_CV/CPN
“FISCALIZAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA DE MICROPRODUÇÃO
SOLAR FOTOVOLTAICA, PARA AUTOCONSUMO EM CENTROS DE FORMAÇÃO
TÉCNICA E PROFISSIONAL E ESCOLAS TÉCNICAS EM CABO VERDE
1. Entidade Adjudicante
Infraestruturas de Cabo Verde, SA (ICV, SA).
2. Entidade responsável pela condução do procedimento
Direção de Projetos e Concursos (DPC) da Infraestruturas de Cabo Verde, SA (ICV, SA).
3. Entidade financiadora
As despesas inerentes à celebração do contrato são financiadas pelo Lux Development.
4. Objeto do concurso
Fiscalização da Implementação de Sistema de Microprodução Solar Fotovoltaica, para
Autoconsumo em Centros de Formação Técnica e Profissional e Escola Técnicas em
Cabo Verde.
5. Prazo de prestação de serviço
O prazo para a prestação de serviço será de 2 (dois) meses a contar da ordem de serviço
para cada instalação.
6. Obtenção e custo dos documentos do Concurso
Os documentos do concurso, em língua Portuguesa, estarão disponíveis no endereço
via email: concursos.icv@gmail.com e concursos@infraestruturas.cv entre as 08h30 e
às 16h30, mediante o pagamento do montante não reembolsável de 15.000,00 ECV
(Quinze mil escudos cabo-verdianos) acrescidos do IVA à taxa legal em vigor, por
meio de depósito na conta corrente a indicar pelos serviços de contabilidade. Para
submissão das propostas cada concorrente terá de adquirir o dossier sob pena de não
admissão.
7. Requisitos de admissão
Podem ser admitidas as empresas nacionais que não se encontrem em nenhuma das
situações referidas no artigo 70º do Código da Contratação Pública e detentores de
Certificado de Registo emitido pela Inspeção Geral da Construção e Imobiliária (IGCI).
8. Prazo de manutenção das propostas
Os concorrentes ficam vinculados à manutenção das propostas pelo prazo de 90
(noventa) dias a contar da data de abertura das mesmas.
9. Entrega das Propostas
As propostas deverão ser enviadas até às 23:59:59 do dia 16 de março de 2023, para
o email: concursos.icv@gmail.com e concursos@infraestruturas.cv, de acordo com o
Procedimento do Ato Público Online (APO).
10. Critérios de Adjudicação
O critério de adjudicação é o da proposta economicamente mais vantajosa.
11. Ato Público
O ato público online de abertura das propostas efetuar-se-á em sessão pública, às
10h00 do dia 17 de março de 2023, de acordo com o Procedimento do Ato Público
Online (APO).
12. Lei aplicável ao Procedimento
Código da Contratação Pública (CCP), aprovado pela Lei nº 88/VIII/2015 de 14 de abril,
e o Regime Jurídico dos Contratos Administrativos (RJCA), aprovado pelo Decreto-lei nº
50/2015 de 23 de setembro.
Praia, 08 de fevereiro de 2023
CLASSIFICADOS //19
Anúncio de concurso público nº 01/CMS/2023
Aquisição de Pneus
1. Entidade Adjudicante: Câmara Municipal do Sal
2. Órgão competente para a decisão de contratar e órgão competente para autorizar
despesa: Câmara Municipal do Sal
3. Entidade responsável pela condução do procedimento Gabinete de Contratação
Pública da Câmara Municipal do Sal, Paços do Concelho.
4. Financiamento: As despesas inerentes à celebração do contrato são financiadas e
cabimentadas pelo Orçamento Municipal.
5. Objeto do Concurso: aquisição de Pneus
6. Local da execução do contrato: Espargos – Sal
7. Obtenção dos documentos do concurso: Os documentos relativos ao presente
concurso podem ser obtidos através da Secretaria da Câmara Municipal do Sal,
entre as 8H00 às 16H00 e/ou pelo e-mail: - camaramunicipaldosal@gmail.com – a
partir da data deste anuncio até ao último dia para apresentação da proposta.
8. Não são admitidas propostas com variantes
9. Requisitos de admissão: Podem ser admitidos os interessados com nacionalidade,
sede ou estabelecimento principal na República de Cabo Verde que não se
encontrem em nenhuma das situações referidas no artigo [70.º] do Código da
Contratação Pública.
10. Modo de apresentação das propostas: As proposta devem ser entregues na sede
da Câmara Municipal do Sal, Largo do Hotel Atlântico, cidade Espargos, ilha do
Sal, Cabo Verde ou por correio registrado com aviso de receção para o endereço:
Câmara Municipal do Sal, CP 141, Cidades Espargos ilha do Sal, Cabo Verde.
11. Língua em que devem ser redigidas as propostas, bem como os documentos que
as acompanham: Língua Portuguesa
12. Data de apresentação de propostas: Os interessados devem entregar as propostas
até o dia 07 de Março de 2023.
13. Prazo de manutenção das propostas: não será exigido
14. Critério de adjudicação: O critério de adjudicação é o do preço mais baixo.
15. Ato público: O ato público de abertura das propostas tem lugar no Paços do
Concelho, Câmara Municipal do Sal, salão nobre, dia 08 de março de 2023, 10H00
podendo no mesmo intervir todos os concorrentes e os representantes dos
concorrentes devidamente credenciados para o efeito.
16. Cauções e garantias eventualmente exigidas
17. Lei aplicável ao procedimento: lei nº 88/VIII/2015 de 14 de abril e Regime jurídico
de Contratos administrativos (RJCA) – Lei nº 20/2015 de 23 de setembro.
Sal, Espargos, 07 de fevereiro de 2023.
 //20 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023

ANÚNCIO DE CONCURSO
A ERIS pretende recrutar para a Direção de Regulação da Saúde (DRS)
2 (dois) Técnicos de Regulação

PERFIL DESEJADO e profissional incluindo ofertas de capacitação técnica; b) oferta

• Formação académica superior nas seguintes áreas de preferência:
Medicina, Medicina Dentária, Enfermagem e/ou Análises Clinicas
(serão também aceites outras áreas da saúde afins com interesse
para a ERIS);
• Experiência relevante e comprovada na área da saúde (supervisão
e/ou auditorias de avaliação da qualidade dos serviços de saúde) -
percurso mínimo de 2 (dois) anos;
• Inscrição válida na respetiva ordem profissional, se aplicável;
• Especialização técnica relevante;
• Sólidos conhecimentos da legislação vigente para o setor da
prestação de cuidados de saúde e de Normas Internacionais de
referência aplicáveis ao contexto da atividade;
• Domínio (oral e escrito) da língua portuguesa, francesa e inglesa;
• Domínio das ferramentas de informática na ótica do utilizador;
• Atitudes e comportamentos valorizados: ética, imparcialidade
e objetividade no exercício do julgamento profissional devido;
competência comunicacional e relacional; dinamismo
disponibilidade para trabalhar no terreno, integrando equipas
multidisciplinares;
• Flexibilidade para integrar a futura delegação da ERIS em São
Vicente;
• Disponibilidade imediata.
OPORTUNIDADES DE INGRESSO
Com a admissão, propõem-se as seguintes oportunidades: a)
acolhimento num ambiente que propicia o crescimento pessoal
de trabalho em regime de contrato por tempo determinado, com
possibilidade de integrar o quadro de pessoal, nos termos do PCCS da
ERIS; e c) remuneração compatível com a função e de acordo com a
tabela salarial em vigor na ERIS.
ETAPAS SELETIVAS
O processo seletivo consiste nas seguintes etapas, todas com caráter
eliminatório: a) avaliação curricular; b) testes psicotécnicos; c) prova
de aferição de conhecimentos técnicos; d) dinâmica de grupo; e e)
entrevista.
PROVAS DOCUMENTAIS EXIGIDAS
O DOSSIER DE CANDIDATURA deverá incluir: 1) Carta de apresentação
da candidatura, endereçada ao Presidente do Conselho de
Administração da ERIS; 2) Curriculum vitae; 3) Documentos
comprovativos: Habilitações Literárias, Histórico de Notas, Certificados
e comprovativos de experiência compatível; 4) Documentos Pessoais:
Fotocópia do Cartão Nacional de Identificação ou Bilhete de identidade;
Certidão de Registo Criminal;; Atestado médico; 5) Título profissional
emitido pela respetiva ordem profissional, se aplicável; e 6) Outros
e
elementos considerados relevantes.
SUBMISSÃO DAS CANDIDATURAS
As candidaturas deverão ser submetidas para o endereço de correio
eletrónico info.candidaturascv@gmail.com até 22 de Fevereiro de
2023, indicando o assunto “Concurso ERIS – Técnico de Regulação
da Saúde”. Para mais informações acerca do perfil anunciado, deve
ser consultado o sítio eletrónico da ERIS (www.eris.cv) e eventuais
esclarecimentos adicionais solicitados para o endereço de submissão
da candidatura.
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
ANÚNCIO DE CONCURSO
A ERIS pretende recrutar para a Direção de Regulação Farmacêutica (DRF)
1 (um) Técnico de Regulação
PERFIL DESEJADO
• Formação académica superior nas seguintes áreas de preferência:
Farmácia, Medicina, Engenharia biomédica, Engenharia biológica,
Engenharia biotecnológica ou áreas equivalentes (Pós-graduações
e/ou Mestrados serão valorizados);
• Experiência relevante e comprovada em regulação sanitária de
medicamentos e produtos de saúde - percurso mínimo 2 anos;
• Bons conhecimentos sobre dispositivos médicos e especialização
técnica em assuntos regulatórios aplicáveis aos dispositivos
médicos (regulamentação, supervisão do mercado, entre outros);
• Sólidos conhecimentos da legislação vigente para o setor
farmacêutico e de Normas Internacionais de referência aplicáveis
ao contexto da atividade;
• Inscrição válida na respetiva ordem profissional, se aplicável;
• Domínio (oral e escrito) da língua portuguesa, francesa e inglesa;
• Domínio das ferramentas de informática na ótica do utilizador;
• Atitudes e comportamentos valorizados: ética, imparcialidade e
objetividade no exercício da atividade profissional; competência
comunicacional e relacional; dinamismo e disponibilidade para
trabalhar no terreno, integrando equipas multidisciplinares;
• Disponibilidade imediata.
OPORTUNIDADES DE INGRESSO
Com a admissão, propõem-se as seguintes oportunidades: a)
acolhimento num ambiente que propicia o crescimento pessoal
CLASSIFICADOS //21
e profissional, incluindo ofertas de capacitação técnica; b) oferta
de trabalho em regime de contrato por tempo determinado, com
possibilidade de integrar o quadro de pessoal, nos termos do PCCS da
ERIS; e c) remuneração compatível com a função e de acordo com a
tabela salarial em vigor na ERIS.
ETAPAS SELETIVAS
O processo seletivo consiste nas seguintes etapas, todas com caráter
eliminatório: a) avaliação curricular; b) testes psicotécnicos; c) prova
de aferição de conhecimentos técnicos; d) dinâmica de grupo e e)
entrevista.
PROVAS DOCUMENTAIS EXIGIDAS
O DOSSIER DE CANDIDATURA deverá incluir: 1) Carta de apresentação
da candidatura, endereçada ao Presidente do Conselho de
Administração da ERIS; 2) Curriculum vitae; 3) Documentos
comprovativos: Habilitações Literárias, Histórico de Notas, Certificados
e comprovativos de experiência compatível; 4) Documentos Pessoais:
Fotocópia do Cartão Nacional de Identificação ou Bilhete de identidade;
Certidão de Registo Criminal;; Atestado médico; 5) Título profissional
emitido pela respetiva ordem profissional, se aplicável; e 6) Outros
elementos considerados relevantes.
SUBMISSÃO DAS CANDIDATURAS
As candidaturas deverão ser submetidas para o endereço de correio
eletrónico info.candidaturascv@gmail.com até 22 de Fevereiro de
2023, indicando o assunto “Concurso ERIS – Técnico de Regulação
Farmacêutica”. Para mais informações acerca do perfil anunciado,
deve ser consultado o sítio eletrónico da ERIS (www.eris.cv) e eventuais
esclarecimentos adicionais solicitados para o endereço de submissão
da candidatura.
 //22 CLASSIFICADOS
ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA
CONVOCATÓRIA
Nos termos legais e estatutários, convocam-se os Senhores acionistas de QUAD ZONE,
S.A., com sede social na Vila de Sal-Rei, Ilha da Boavista, capital social de 5.000.000$00
(cinco milhões de escudos), matriculada na Conservatória do Registo Comercial da
Boavista sob o nº 0705020090418, para a Assembleia-Geral Extraordinária que terá lugar
no próximo dia 6 de março de 2022, pelas 10 horas, por via telemática, com a seguinte
Ordem de Trabalhos:
Ponto Único: Apreciação e deliberação sobre a proposta para aumento da
remuneração do Administrador Único
A Assembleia-Geral é composta pelos acionistas titulares de um número de ações que
lhes confiram pelo menos um voto. A cada ação corresponde um voto. Só poderão assistir
e tomar parte nas Assembleias-Gerais os acionistas que façam prova da titularidade de
um mínimo de 1 ação, inscritas em seu nome em conta da sociedade, comprovando a
inscrição, por carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, que dê entrada
na sede da Sociedade, no prazo de dez dias antes da realização da respetiva reunião.
Os acionistas com direito a voto poderão fazer-se representar nas Assembleias-Gerais
pelo seu cônjuge, ascendente ou descendente, outro acionista ou advogado, bastando,
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
para prova do mandato, uma simples carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia-
Geral e entregue a este até à véspera da reunião.
Os elementos e informações preparatórias da Assembleia-Geral a que respeita o artigo
249º do Código das Sociedades Comerciais serão postos à disposição dos Senhores
Acionistas, na sede da Sociedade, desde a data da publicação da presente convocatória
até à data desta Assembleia-Geral, devendo ser consultados dentro do horário normal
de expediente.
A Assembleia-Geral só poderá reunir na primeira convocatória se estiverem presentes ou
representados acionistas que detenham, pelo menos, ações correspondentes a cinquenta
e um porcento do capital social com direito a voto, caso contrário, deverá reunir-se
em segunda convocação no dia 7 de março de 2023, pela mesma via e à mesma hora,
podendo então a Assembleia reunir seja qual for a percentagem do capital representado,
ao abrigo do nº 3 do artigo 304º do Código das Sociedades Comerciais.
Sal Rei, 6 de fevereiro de 2023.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Fabrizio Campoli
Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023
ANÚNCIO DE CONCURSO PÚBLICO
Concurso Público Nº 01 _UGA/MAA/2023
1. Entidade Adjudicante: Ministério da Agricultura e Ambiente /Direção do
Planeamento, Orçamento e Gestão (DGPOG) , sede sito em largo Guedes
de Menezes, Ponta Belém – Plateau, cidade da Praia – Cabo Verde, caixa
postal 115, contacto tel. 615716/3337331.
2. Entidade responsável pela condução do procedimento: Unidade de
Gestão de Aquisições (UGA) do Ministério da Agricultura e Ambiente
(MAA), sito em largo Guedes de Menezes, Ponta Belém – Plateau, cidade
da Praia – Cabo Verde, caixa postal 115, contacto (238) 333-7525
3. Objeto do Concurso: Contratação de Uma Empresa do Ramo Audiovisual
para Produção de um Programa Televiso e Radiofónico.
4. Prazo de execução do contrato: 3 (três) anos a contar da data da assinatura.
5. Obtenção dos documentos do concurso: Os documentos relativos ao
presente concurso podem ser obtidos Unidade de Gestão de Aquisições do
MAA (endereço indicado no ponto 2), das 8:00horas e as 16:00 horas ou por
solicitação à UGA-MAA, através do email: Elisangela.Vieira@maa.gov.cv ou
Ana.Estrela@maa.gov.cv , .
6. Requisitos de admissão: podem ser admitidos os interessados com
nacionalidade Cabo-verdiana, sede ou estabelecimento principal na
República de Cabo Verde, empresas ou agrupamento de empresas do ramo
referente às descrições dos serviços a prestar, e que não se encontrem em
nenhuma das situações referidas no artigo 70.º do CCP.
7. Língua: língua Portuguesa, aceitando-se, porém, língua estrangeira
quando a natureza assim o exigir desde que acompanhados de tradução
legalizada, sendo que a tradução prevalecerá sobre os originais em língua
estrangeira;
8. Critério de adjudicação: economicamente mais vantagiosa, em
conformidade com o ponto 19 do Programa de Concurso
9. Data de apresentação de propostas: A entrega das propostas e respetivos
documentos vai até às 16.00 horas do dia 28 de fevereiro de 2023,
diretamente na UGA do MAA na morada indicada no ponto 2 deste anúncio.
10. Ato público: Abertura das propostas pelas 9.00 horas do dia 01 de março
de 2023, na sala de reuniões da DGPOG, sito em Largo Guedes de Menezes
– Ponta Belém - Plateau, podendo no mesmo intervir todos os concorrentes
e os representantes dos concorrentes devidamente credenciados para o
efeito.
11. Identificação do autor do anúncio: UGA do Ministério da Agricultura e
Ambiente.
12. Lei aplicável ao procedimento: Código Contratação Pública, Lei nº 88/
VIII/2015, de 14 de abril
Praia, 31 de janeiro de 2023
Praia,31 de janeiro de 2023
CLASSIFICADOS //23
Anúncio de Concurso
“O Banco Comercial do Atlântico, visando reforçar a sua equipa jurídica, Direção
Função Compliance e Gabinete de Assessoria Jurídica, pretende recrutar técnicos com
elevada orientação para objetivos e resultados, com sentido de responsabilidade,
forte senso de ética profissional e espírito de missão, com capacidade apurada de
autodesenvolvimento, excelente capacidade de adaptação, versatilidade e polivalência,
com iniciativa e apetência para o trabalho em equipa, capacidade de planeamento e
organização, sem inconvenientes para trabalhar em qualquer parte do território nacional
e disponibilidade imediata.
Requisitos e competências preferenciais:
Grau mínimo de Licenciatura em Direito;
Pós – graduação ou mestrado em Direito Bancário;
Experiência profissional mínima de três anos, preferencialmente no setor
bancário.
Domínio de Direito Comercial, Laboral, Processual Civil, e da legislação
cabo-verdiana sobre a banca, valores mobiliários, sistemas de pagamentos
e seguros ou outras áreas relevantes para o exercício da função indicada;
Domínio da quadro jurídico – legal do sistema financeiro Cabo-verdiano e
corporativo;
Domínio escrito e falado da Língua Portuguesa;
Domínio escrito e falado da Língua Inglesa;
Domínio das ferramentas Office.
Outros - Estar inscrito na OACV como Advogado.
Oferece-se excelente oportunidade de desenvolvimento de carreira numa instituição
altamente profissional e exigente, comprometida com o desenvolvimento sustentável e
a construção de relacionamentos duradouros e de confiança com os seus stakeholders.
Os interessados poderão apresentar a sua candidatura, até o próximo dia 13 de fevereiro
de 2023, enviando o processo de candidatura preferencialmente através do email
bcarh@bca.cv, com o título “Concurso Juristas 2023” endereçado à Direção de Recursos
Humanos do Banco Comercial do Atlântico, com os seguintes documentos:
Carta de Motivação/apresentação;
Curriculum vitae detalhado;
Cópia de Documento de Identificação pessoal;
Cópia do Certificado de Habilitações Literárias, com o histórico das
disciplinas e a média final;
Cópia do Certificado de Equivalência (se aplicável);
Comprovativos de todas as formações e experiência profissional indicadas
no curriculum vitae.
O BCA reserva-se o direito de não selecionar qualquer candidato, caso não considere
satisfeitas as condições requeridas.
BCA Nôs Banco na Nôs Tera
1
//24 CLASSIFICADOS Nº 1106 • 8 de Fevereiro de 2023

Tabela de preços
CLASSIFICADOS
ANUNCIE
no Expresso das
1 Página 29.000$00
1/2 Página 15.900$00
1/3 Página 10.800$00
1/4
1/8
1/16
Página
Página
Página
8.900$00
5.500$00
2.600$00
Ilhas
Tel: +238 261 98 07
Tel. + 238 261 98 07 • 261 98 08
Geral: jornal@expressodasilhas.cv
Jornal Online: jornal@expressodasilhas.cv,
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