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Invasões biológicas: estado

da arte no Brasil

Profa Dra Dalva M. Silva Matos


dmatos@ufscar.br
Embasamento científico sobre invasão biológica

-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek


-nomenclatura universal: o primeiro passo
-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
-invasibilidade & invasividisidade
-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
• 1860- Charles Darwin chama a atenção para o crescimento
explosivo das espécies invasoras;

• 1958- Charles Elton, Ecology of Invasions by Animals and Plants.

adverte para a necessidade de se conhecer melhor essas


espécies e estabelecer estratégias de controle

2000- Mooney & Hobbs, Invasive Species in a Changing World.

“homogenização biótica massiva da superfície da Terra´´

2011- Simberloff & Rejmanek, Encyclopedia of Biological Invasions

Invasões biológicas de A a Z
de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek
Definições da nomenclatura envolvida nos
trabalhos sobre invasão biológica
• Espécie nativa: espécie que evoluiu no ambiente em questão ou
que lá chegou desde épocas remotas, sem a interferência humana.
• Espécie exótica: espécie que está em ambiente diferente de seu
local de origem, por ação do homem (intencional ou acidental).
• Exótica casual: espécie fora de seu ambiente de origem, sem a
capacidade de formar população persistente.
• Exótica naturalizada: espécie fora de seu ambiente de origem,
capaz de formar população persistente e de conviver com a
comunidade nativa sem invadir ecossistema natural ou antrópico.
• Invasora: espécie exótica em ecossistema natural ou antrópico, que
desenvolve altas taxas de crescimento, reprodução e dispersão.
• Praga: espécie exótica ou não, indesejável no local por razões
geralmente econômicas.
• Super-dominante: espécie nativa que se comporta como invasora,
mediante desequilíbrio ambiental.
Silva Matos, D.M. & Pivello, V. Cienc. Cult. v.61 n.1 São Paulo 2009
Embasamento científico sobre invasão biológica

-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek


-nomenclatura universal: o primeiro passo
-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
-invasibilidade & invasividisidade
-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?

Cienc. Cult. v.61 n.1 São Paulo 2009


RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE
UMA ESTRATÉGIA NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS
ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• Carlos José Saldanha Machado


Anderson Eduardo Silva de Oliveira
Dalva M. Silva Matos
Vânia Pivello, Marcia Chame
Rosa Cristina Corrêa Luz de Souza
Sálvio Henrique Calazans
Edson Pereira Silva

Cienc. Cult. v.61 n.1 São Paulo 2009


Recomendações para elaboração e consolidação de uma
estratégia nacional de prevenção e controle das espécies
exóticas no Brasil.

• COORDENAÇÃO E INTEGRAÇÃO POR MEIO DE UM ENTE COLEGIADO

• CONSOLIDAÇÃO E FORTALECIMENTO DO ARCABOUÇO LEGAL

• DESENVOLVIMENTO DE MECANISMOS DE FOMENTO

• PROMOÇÃO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

• CONSTRUÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

• CAPACITAÇÃO TÉCNICA AMPLIADA

• COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS

• MOBILIZAÇÃO PARA O COMPROMETIMENTO DO PÚBLICO


RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• COORDENAÇÃO E INTEGRAÇÃO POR MEIO DE UM ENTE COLEGIADO


– Facilitar a construção de conceitos embasados
cientificamente;
– Fortalecimento da estrutura preventiva;
– Coordenar atividades governamentais para desenvolver
estratégias de manejo;
– Possibilitar fiscalização mais ampla;
– Universalização das informações existentes e produzidas
sobre invasões biológicas
RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• CONSTRUÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO


– Melhoria da infra-estrutura de pesquisa;
– Formação de grupos acadêmicos interdisciplinares;
– Estabelecer uma interface entre acadêmicos e e
profissionais atuando na avaliação, prevenção e manejo
de invasoras;
– Construção de redes de trocas de informações;
RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• CONSOLIDAÇÃO E FORTALECIMENTO DO ARCABOUÇO LEGAL


– Algumas espécies apresentam longo período de latência;
– Várias espécies exóticas são economicamente
importantes.
RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• DESENVOLVIMENTO DE MECANISMOS DE FOMENTO

– Garantir estudos e ações de longo prazo;


– Monitoramento periódico.
RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• CAPACITAÇÃO TÉCNICA AMPLIADA


– Qualificar pessoas para lidar com os problemas;
• acadêmicos
• Corpo técnico de orgãos públicos.
RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA
NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL

• COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS


– Implantar e manter um sistema de informações e
conhecimentos geo-referenciados sobre espécies exóticas
invasoras e super-dominantes;
– Fortalecer a rede de colaboradores.
-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek
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-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
-invasibilidade & invasividisidade
-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
o que precisamos conhecer?
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nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
-invasibilidade & invasividisidade
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-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
Invasibilidade & invasividisidade

Invasibilidade
Invasibilidade & invasividisidade

Invasibilidade
Invasibilidade & invasividisidade

Invasivisidade Crescimento
Fecundidade Dispersão

Interações
Intra-
Inter-específicas Crescimento
populacional
-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek
-nomenclatura universal: o primeiro passo
-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
-invasibilidade & invasividisidade
-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
Ecologia de populações & invasividisidade
Ecologia de populações & invasividisidade
Ecologia de populações & invasividisidade

Espécie A Espécie B
Resposta Resposta

Efeito Efeito

Recurso

Ambiente
Embasamento científico sobre invasão biológica

-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek


-nomenclatura universal: o primeiro passo
-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
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-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
Pteridium arachnoideum
8 9

a-
b- Relationships between
7 8
(a) ln(frond biomass) x
Ln(frond biomass)

Ln(frond biomass)
6 7
ln(rhizome biomass),

5 6 (b) ln(frond biomass) x


ln(total biomass),
4 5

(c) ln(frond biomass) x


3
3 4 5 6 7 8
4
4 5 6 7 8 9 ln(necromass) and
Ln(rhizome biomass) Ln(total biomass)
9 2
(d) (rhizome/frond
Ln(rhizome biomass/frond biomass)

c- d-
8 1 biomass) x
ln(necromass).
Ln(frond biomass)

7 0

continuous line=
6 -1
Cerrado,

5 -2
dashed line = Atlantic
-3
Forest.
4
4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9
Ln(necromass) Ln(necromass)
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil

Pteridium arachnoideum
Effects of leachate from Pteridium fronds on the germination, diameter, stem length and, root length
of tree seedlings compared to the experimental control (water). Mean values ± sd are presented;
*indicates significant differences ( p<0.05) for Mann-Whitney test.
Plant species Germination rate (%) Diameter (mm) Stem length (mm) Root length (mm)
Control Leachate Control Leachate Control Leachate Control Leachate

Pioneer species
Cecropia sp 15.5 15 0.51 0.48 4.97* 6.59* 15.54* 11.49*
0.06 0.15 1.41 0.97 5.69 6.65

Cordia superba 45.5* 52.5* 1.48* 1.36* 31.90 32.02 45.46 41.19
0.12 0.16 7.87 8.27 17.57 21.12

Enterolobium 33.0* 26.0* 1.07 1.07 24.29* 27.75* 13.95 13.31


0.10 0.10 6.13 0.04 4.12 5.45
contortisiliqum

Guazuma 26.5* 19.0* 0.79* 0.83* 18.06 17.73 13.64* 10.67*


0.10 0.09 4.75 5.65 5.08 4.12
ulmifolia
Schinus 20.5* 15.5* 0.62 0.61 22.5 22.17 26.21* 13.87*
0.07 0.08 6.10 9.34 9.68 5.22
terebinthifolia
Tibouchina 47.5 47.0 0.32 0.33 1.64* 1.86* 12.71* 1.86*
0.09 0.04 0.40 0.75 7.24 1.39
granulosa
Secondary species
Cedrela fissilis 10.5* 8.5* 1.25 1.17 15.86 12.85 4.49* 7.15*
0.18 0.18 6.73 8.87 1.20 2.43

Chorisia 74.0 75.0 2.31 2.16 37.20 36.30 34.40 31.91


0.26 0.40 15.02 12.35 13.74 11.74
speciosa
Guarea 51.0* 64.0* 0.86 0.87 11.85 13.05 14.21* 24.86*
0.08 0.07 2.39 3.20 4.62 8.48
kunthiana
Miconia 47.5* 20.5* 0.51 0.51 11.48* 10.49* 17.71* 7.02*
0.11 0.11 10.54 9.73 11.70 6.26
cinnamomifolia
Tabebuia 20.5* 15.5* 0.69 0.65 10.76 9.06 13.52 10.55
0.06 0.07 3.44 1.74 4.67 4.27
heptaphylla
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil

Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake


Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil

Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake

(a) Ilha do Cardoso


(b) Cananéia
(c) Ribeirão Bonito
(d) Dourado
(e) São Carlos
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil

Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake

(a) Ilha do Cardoso


(b) Cananéia
(c) Ribeirão Bonito
(d) Dourado
(e) São Carlos
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
:

Euterpe oleracea Mart.

Euterpe edulis Mart.


Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
: Euterpe oleracea Mart.

Ontogenetic structure of E. edulis, E. oleracea and hybrids at Carlos


Botelho State Park (CBSP) and E. edulis at Ilha do Cardoso State Park
(ICSP), SP, Brazil. See text for description of ontogenetic stages.
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
: Euterpe oleracea Mart.
Table 2. Birds recorded feeding on fruit of E. edulis and E. oleracea and total number of contacts obtained at

Carlos Botelho State Park, SP, Brazil.

Species Popular Name Total of


E. edulis E. oleracea
§
contacts

Cracidae

Penelope obscura (Temminck 1815) jacuguaçu 13 3 1

Aburria jacutinga (Spix 1825) jacutinga 9 3

Columbidae

Patagioenas plumbea (Vieillot 1818) pomba-amargosa 14 2

Psittacidae

Pyrrhura frontalis (Vieillot 1817) tiriba-de-testa-vermelha 389 68 26

Brotogeris tirica (Gmelin 1788) periquito-rico 313 10 4

Trogonidae

Trogon viridis (Linnaeus 1766) surucuá-de-barriga-dourada 94 3 1


Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
: Euterpe oleracea Mart.
Trogonidae

Trogon viridis (Linnaeus 1766) surucuá-de-barriga-dourada 94 3 1

Momotidae

Baryphthengus ruficapillus (Vieillot 1818) juruva-verde 62 1

Ramphastidae

Ramphastos vitellinus (Lichtenstein 1823) tucano-de-bico-preto 61 12 3

Ramphastos dicolorus (Linnaeus 1766) tucano-de-bico-verde 42 23 7

Selenidera maculirostris (Lichtenstein 1823) saripoca-de-bico-riscado 28 4

Pteroglossus bailloni (Vieillot 1819) araçari-banana 6 2

Tyrannidae

Myiozetetes similis (Spix 1825) bem-te-vi-de-coroa-


21 1
vermelha
Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
: Euterpe oleracea Mart.
Cotingidae

Procnias nudicollis (Vieillot 1817) araponga 40 1

Pyroderus scutatus (Shaw 1792) pavó 5 2

Turdidae

Turdus flavipes (Vieillot 1818) sabiá-una 56 19 13

Turdus rufiventris (Vieillo, 1818) sabiá-laranjeira 10 2

Turdus amaurochalinus (Cabani, 1850) sabiá-poca 3 1 1

Turdus albicollis (Vieillot 1818) sabiá-coleira 183 7 4

Thraupidae

Tangara seledon (Statius Muller 1776) saíra-sete-cores 638 12


Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil

Euterpe oleracea Mart.

Spatial distribution of E.
edulis, E. oleracea and
hybrids at Carlos Botelho
State Park (CBSP) and E.
edulis at Ilha do Cardoso
State Park (ICSP). The scale
represents local aggregation
indexes calculated for each
plot. Dark color indicate
higher aggregation. The area
marked in figure represents
E. oleracea original planting
at CBSP.
Embasamento científico sobre invasão biológica

-de Charles Darwin até Simberloff & Rejmanek


-nomenclatura universal: o primeiro passo
-recomendações para elaboração e consolidação de uma estratégia
nacional de prevenção e controle das espécies exóticas no Brasil
-o que precisamos conhecer?
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-Ecologia de populações & invasividisidade
-Ecologia de populações de espécies invasoras no Brasil
-o que ainda precisamos saber?
Manejo?!!
Ecologia das espécies

Impactos nas comunidades

• Necessidade de mais estudos


Obrigada!!

• dmatos@ufscar.br

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